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www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Tributário Extinção do Crédito Tributário – Pagamento, Compensação, Transação, Remissão, Prescrição e Decadência / Conversão do Depósito em Renda / Pagamento Antecipado e Homologação / Consignação em Pagamento / Decisão Administrativa Irreformável / Decisão Judicial Passada em Julgado / Dação em Pagamento de Bens Imóveis Professora Giuliane Torres

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Direito Tributário

Extinção do Crédito Tributário – Pagamento, Compensação, Transação, Remissão, Prescrição e Decadência / Conversão do Depósito em Renda / Pagamento Antecipado e Homologação /

Consignação em Pagamento / Decisão Administrativa Irreformável / Decisão Judicial Passada em Julgado / Dação em Pagamento de Bens Imóveis

Professora Giuliane Torres

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Direito Tributário

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Art. 156. Extinguem o crédito tributário:

I – o pagamento;

II – a compensação;

III – a transação;

IV – remissão;

V – a prescrição e a decadência;

VI – a conversão de depósito em renda;

VII – o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;

VIII – a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;

IX – a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;

X – a decisão judicial passada em julgado.

XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149.

I – Pagamento:

Art. 157. A imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito tributário.

Não se livra do pagamento da obrigação com o pagamento da multa. O tributo e a multa são cumulativos. A multa não fica embutida no tributo, nem o tributo na multa.

Art. 158. O pagamento de um crédito não importa em presunção de pagamento:

I – quando parcial, das prestações em que se decomponha;

II – quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos.

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O devedor deve guardar os comprovantes de pagamentos. Não há presunção de pagamento em Direito Tributário.

Ex.: se tem comprovante de pagamento do IPTU de 2014, não se presume que o de 2013 foi pago, assim como não há presunção de que a taxa de lixo foi paga.

Ordem de pagamento

Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa competente para receber o pagamento determinará a respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras, na ordem em que enumeradas:

I – em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária;

II – primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos;

III – na ordem crescente dos prazos de prescrição;

IV – na ordem decrescente dos montantes.

Consignação em Pagamento

Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:

I – de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;

II – de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal;

III – de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.

§ 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar.

§ 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância con-signada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, co-bra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.

Pagamento indevido

Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos:

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I – cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;

II – erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento;

III – reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.

Quando o contribuinte paga um valor indevidamente, tem o direito de ter o valor restituído, através da repetição de indébito, independentemente de prévio protesto. Se não ocorreu o fato gerador, não há obrigação tributária. Assim, se o contribuinte pagou por engano, terá o valor restituído.

Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la.

Esse artigo se refere aos tributos indiretos. Há os contribuintes de fato e de direito. O fisco cobra do contribuinte de direito. Em alguns casos, o contribuinte de fato é o mesmo de direito, como no caso do IPTU.

No caso do ICMS, por exemplo, há a transferência do encargo financeiro. Na prática, o comerciante repassa o encargo financeiro ao comprador. Assim, o comerciante é o contribuinte de direito, de quem o fisco cobra, mas o consumidor é o contribuinte de fato, pois é quem paga o tributo, que vem embutido na mercadoria.

Dessa forma, se a empresa pagou ICMS a maior, não terá direito a restituição, pois repassou o encargo, ou seja, não poderá ter a restituição de um valor que foi repassado. Quem efetivamente pagou, foi o contribuinte de fato. Para ter a restituição, tem que haver a prova de que assumiu o encargo financeiro.

Para os tributos indiretos, para pedir restituição, tem que comprovar que não repassou o tributo ou tem que provar que está autorizado por quem recebeu o encargo.

Art. 167. A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à restituição, na mesma proporção, dos juros de mora e das penalidades pecuniárias, salvo as referentes a infrações de caráter formal não prejudicadas pela causa da restituição.

Parágrafo único. A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir do trânsito em julgado da decisão definitiva que a determinar.

O prazo para pedir a restituição é de 5 anos, contados:

I – da data da extinção do crédito tributário: da data do pagamento (o crédito se extingue com o pagamento).

Quando o lançamento é de ofício e por declaração, quem calcula o tributo é o fisco e basta que o contribuinte pague para que o crédito seja extinto.

Quando o pagamento é por homologação, a extinção ocorre quando é feito o pagamento mais a homologação. Nessa caso, em que pese todas as discussões ocorridos e de, antigamente, ter

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sido reconhecido que o prazo começa da data da homologação, hoje, o prazo estabelecido é o da data do pagamento.

II – da data que tornar definitiva a decisão administrativa ou judicial: após se tornar definitiva a decisão sobre o tributo ser devido ou não, tanto na esfera judicial como na administrativa, caso o contribuinte tenha que pagar o tributo, o prazo começa a contar da data que tornar definitiva a decisão.

Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados:

I – nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário; (Vide art 3 da LCp nº 118, de 2005)

II – na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória.

Se for feito o pedido de restituição administrativo e foi indeferido pela Fazenda Pública, o prazo para pedir a restituição é de 2 anos na Justiça para pedir a restituição.

ATENÇÃO: o prazo de 5 anos é para ir direto para o Justiça. Se pedir administrativamente antes, o prazo é de 2 anos contados do indeferimento.

Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição.

Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a partir da data da intimação validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pública interessada. – Prescrição intercorrente. Não se aplica.

II – Compensação:

Encontro de contas. Para existir compensação, duas pessoas tem que ser credor e devedor reciprocamente. Além disso, os valores tem que ser líquidos, certos, vencidos e exigíveis.

Liquidez – quanto ao valor;Certeza – quanto a existência;Vencida – já tem que ter ocorrido o vencimento;Exigível – não pode estar com a exigibilidade suspensa.

Há possibilidade de compensar um crédito vincendo que se tem perante a Fazenda Pública com um crédito tributário vencido.

ATENÇÃO: o crédito tributário tem que estar vencido.

Para compensação em direito tributário, tem que ter lei autorizando. Além disso, a lei pode autorizar a compensação com um crédito vincendo. Se o valor é vincendo, tem que ocorrer a atualização para o dia do vencimento, com taxa de juros de 1% a.m. para se apurar o valor correto.

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Precatórios: ordem judicial em que o Judiciário determina ao executivo que reserve dinheiro do orçamento para pagar um débito.

Como o pagamento por precatório demora muito, os credores acabam pedindo compensação dos débitos na justiça. Contudo, após o trânsito em julgado é que ocorre a compensação.

Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

Existem algumas súmulas do STJ sobre Mandado de Segurança em compensação.

Ex.: Na declaração de DCTF, se diz quando se deve e se diz se foi pago. Mas se pode compensar com algum crédito. Se o Estado ainda não compensou o crédito. Se entra com mandado de segurança pedindo essa compensação.

Não pode compensação ser determinada em medida liminar. A compensação só pode ser determinada na decisão final.

III – Transação:

Acordo entre credor e devedor que fazem concessões mútuas para extinguir crédito tributário.

Pode ocorrer na esfera administrativa ou judicial. Na administrativa, evita o litígio judicial. A transação tem que ser autorizada por lei. A lei pode facultar a transação, mas não obrigar.

IV – Remissão:

Significa o perdão total ou parcial do crédito tributário. O ato de remitir, de perdoar a dívida, é formalizado pela autoridade administrativa após autorização de lei que tenha por fundamento uma das hipóteses do art. 172 do CTN.

Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo:

I – à situação econômica do sujeito passivo;

II – ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato;

III – à diminuta importância do crédito tributário;

IV – a considerações de eqüidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso;

V – a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante.

Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155.

Em relação a remissão por equidade, não se contradiz com a regra que determina que a equidade não pode resultar na dispensa de pagamento de tributo. Aquela, é para o julgador, que não pode perdoar o pagamento. Nesse caso, a equidade é do legislador, está na lei.

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V – Prescrição e Decadência:

Se extingue o crédito pelo passar do tempo. É para o Fisco. É o prazo que o fisco tem para lançar o tributo (prazo decadencial) ou executar o contribuinte que não pagou o tributo (prazo prescricional).

A decadência está relacionada com o lançamento. O prazo para o fisco lançar o tributo é de 5 anos e o inicio do prazo depende do tributo. Se não fizer, decai o direito de lançar o crédito e ocorre a extinção pela decadência.

A prescrição está relacionada a cobrança do tributo lançado. O fisco tem 5 anos para executar o crédito a partir da data do lançamento. Caso não execute nesse prazo, prescreve o direito de cobrar o crédito e ocorre a extinção pela prescrição.

Termo inicial do prazo decadencial:

I – Regra geral: o prazo de decadência será de 5 anos contados do primeiro dia do exercício seguinte daquele em que o tributo poderia ter sido lançado.

Ex.: IPTU. O fato gerador ocorre em 1o de janeiro de 2015. Assim, a contagem do prazo para o lançamento começa em 1o de janeiro do outro ano em que o tributo poderia ter sido lançado, ou seja, em 1o de janeiro de 2016.

II – Regra de antecipação da contagem: a contagem seria feita conforme o inciso I, mas acontece qualquer coisa que seja considerada inicio de procedimento de lançamento.

Ex.: no dia 09 de abril de 2015, o município notifica o contribuinte para prestar esclarecimento sobre benfeitorias feita no imóvel para fins do valor do IPTU. Assim, o prazo para lançar o tributo começa de 09 de abril de 2015, data da notificação.

Contudo, essa regra só funciona se o inicio do prazo ainda não começou a contar com a regra geral acima.

III – Regra da anulação de lançamento por vicio formal: se o lançamento feito pelo fisco foi anulado POR VÍCIO FORMAL (relacionado a forma, não ao conteúdo), o inicio do prazo para lançar novamente inicia da data que tornar definitiva a decisão da anulação e o prazo é de 5 anos. Contudo, se a anulação for por vicio de conteúdo, não reabre o prazo.

IV – Regra nos tributos por homologação:

1. Se o contribuinte efetuou o pagamento do tributo: a regra é de 5 anos contados da ocorrência do fato gerador para analisar se o pagamento ta certo. Se o fisco tiver que complementar o valor e fazer o lançamento, o prazo é de 5 anos. Ex.: o contribuinte declarou que deve R$ 50.000,00 e efetuou o pagamento. O fisco verificou que, na verdade, o contribuinte deve R$ 57.000,00. Assim, o prazo para o fisco lançar os R$ 7.000,00 restantes será de 5 anos da data do fato gerador. Se passar os 5 anos, não poderá lançar e o crédito se extingue pela decadência.

2. Se o contribuinte não efetuou o pagamento do tributo:

2.1 Se há declaração de débito: se o contribuinte não declarou o débito, como por exemplo, quem cria empresa e não registra. O fisco poderá lançar todos os tributos que tiveram seus fatos geradores ocorridos. A contagem do prazo inicia do primeiro dia do ano seguinte aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (regra geral).

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2.2 Há declaração de débito: se o contribuinte declarou o débito, através, por exemplo, da DCTF, o crédito já está constituído, pois houve a declaração. Então, não é mais prazo decadencial e sim, prescricional.

3. Se houve dolo, fraude ou simulação: não se aplica as regras acima dos tributos por homologação. Assim, se aplica a regra geral.

Termo inicial do prazo prescricional:

I – Da constituição definitiva do crédito: a constituição do crédito não é definitiva com o lançamento porque há prazo para impugnar o auto de lançamento. Assim, após os 30 dias que o contribuinte tem para impugnar o documento, no 31º dia, começa a contar o prazo para o fisco ajuizar a execução fiscal. Se o contribuinte impugnou, apenas após a decisão final haverá a constituição definitiva do crédito. Não há prazo para a constituição definitiva do crédito, vai depender de cada caso. Mas o prazo prescricional apenas inicia depois de definitivamente constituído o crédito.

Parágrafo único. A prescrição se interrompe:

I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)

II – pelo protesto judicial;

III – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

IV – por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor.

Interrupção da prescrição: quando o prazo começa a contar e zera, começa de novo.

O parcelamento e o pedido de compensação equivalem a confissão de dívida e interrompem o prazo prescricional.

ATENÇÃO: Interrompe a prescrição o despacho do juiz ordenando a citação, não com a citação pessoal do devedor. Apenas o despacho é suficiente para interromper a prescrição.

IMPORTANTE: pode ocorrer a decadência e a prescrição ao mesmo tempo.

VI – A conversão de depósito em renda:

Quando o devedor deposita o montante integral da dívida em juízo para discutir o débito. No fim, o devedor perde. Assim, o Estado converte o depósito em renda e o crédito estará pago.

VII – Pagamento antecipado e a homologação do lançamento:

No pagamento por homologação, o sujeito passivo antecipa o pagamento, como no caso do ICMS. Após, o sujeito ativo tem que homologar o pagamento. A homologação é o ato mediante o qual a autoridade administrativa diz que concorda com o que foi feito pelo particular.

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Nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o pagamento apenas ocorre, extinguindo o débito, após a homologação pela autoridade administrativa. Após 5 anos, se a Fazenda Pública não se manifestar, se considera homologado o pagamento. É a homologação tácita.

A homologação expressa é quando a autoridade expressamente se manifesta, homologando o pagamento, que é raro.

VIII – Consignação em pagamento:

Na prática, é um ação judicial. Assim, ter que ser procedente ao final para que ocorra a extinção do crédito.

Essa ação é ajuizada quando o credor que efetuar o pagamento, mas não consegue pagar. Assim, se consigna o valor em juízo, depositando judicialmente e o credor é citado para receber o pagamento ou contestar. O credor pode contestar dizendo que o devedor deve mais. Aí, a ação será improcedente e o autor terá que pagar mais com juros e multa.

Ex.: o devedor quer pagar o IPTU, mas o devedor diz que só aceita o pagamento se o contribuinte pagar a taxa de lixo junto. Assim, se consigna o pagamento apenas do valor do IPTU e se requer que o juiz autorize apenas o pagamento do IPTU.

Se faz a consignação em pagamento dos seguintes casos:

1. quando o credor se recusa a receber ou subordina o pagamento do tributo ao pagamento de outro tributo (exemplo acima);

2. subordinação do recebimento do valor a exigências sem fundamento legal;

3. Quando mais de um ente tributante está cobrando o mesmo tributo, sobre o mesmo fato gerador.

Ex.: Dois municípios cobrando IPTU sobre o mesmo imóvel, pois o imóvel está na divisa entre dois municípios.

Assim, se consigna o valor em juízo e o juiz decide a que município pertence o imóvel e o credor efetua o pagamento.

X – Decisão administrativa irreformável:

No caso do contribuinte impugnar o auto de lançamento e ao final, ganhar. Sendo irreformável a decisão e tendo o CARF entendido que o tributo não é devido, ocorre a extinção do crédito tributário.

XI – Decisão judicial passada em julgado:

Da mesma forma que a decisão administrativa irreformável, mas nesse caso, é em ação judicial. Ao final, havendo decisão favorável ao sujeito passivo, que não pode mais ser reformado, se extingue o crédito tributário.

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XII – Dação em pagamento de bens imóveis:

Quando o credor aceitar receber algo diferente do que foi convencionado. A lei apenas autoriza em bens imóveis. Não pode ser carro, moto, joias e afins. Contudo, tem que haver lei local para que exista a dação em pagamento. Após, autorizada, se extingue o crédito tributário.

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