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DIREITO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL Ações Constitucionais 2017 VOLUME 9 • processo constitucional.indb 3 04/08/2017 21:13:15

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DIREITO PROCESSUAL CONSTITUCIONALAções Constitucionais

2017

VOLUME 9

• processo constitucional.indb 3 04/08/2017 21:13:15

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DIREITO PROCESSUAL

CONSTITUCIONAL

1. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

1.1. Controle Concentrado de Constitucionalidade

1.1.1. Ação Declaratória de Constitucionalidade

(Cespe/AGU/Advogado/2015) Determinado estado da Federação editou lei

que torna o exercício da acupuntura uma exclusividade dos médicos. Dada a exis-

tência de relevante controvérsia doutrinária sobre a aplicação dessa lei, o Conselho

Federal de Medicina (CFM) ajuizou no Supremo Tribunal Federal (STF) ação de-

claratória de constitucionalidade (ADC) pedindo que o tribunal declare sua cons-

titucionalidade. Com base na jurisprudência do STF e nas normas constitucio-

nais, redija um texto dissertativo acerca da viabilidade da ADC apresentada. Em

seu texto, aborde (i) a finalidade da ADC e a presunção de constitucionalidade

das normas; (ii) a legitimidade do CFM para ajuizar ADC; (iii) o objeto da ADC;

(iv) a relevante controvérsia sobre a aplicação da norma objeto da referida ADC

como requisito para sua propositura.

Autores: Rodolfo Soares Ribeiro Lopes e João Paulo Lawall Valle

Direcionamento da resposta

Primeiramente sempre indico começar a resposta de questões subjetivas -

ressante fazer um pequeno parágrafo introdutório no qual o candidato – sem

Ação Declaratória de Constitucionalidade. Essa proposta, inclusive, facilita o de-senvolvimento dos temas seguintes a serem tratados. Assim, discorrendo com poder de síntese e demonstração de domínio do conteúdo (só sintetiza bem quem conhece o tema), o candidato deveria seguir na ordem enumerada dos

-gurança e conteúdo.

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COLEÇÃO PREPARANDO PARA CONCURSOS

-sia doutrinária” constante do enunciado confronta com a expressão “a existên-

ação declaratória” (art. 14, III, Lei 9869/99 – Lei que regula o processo e julga-mento objetivo). Ou seja, o enunciado e a Lei estavam à disposição do candida-to, bastava ter uma base de leitura sobre o tema para compreender que essa pe-

judicial relevante. O Item ‘iv’ estaria assim resolvido.

Ademais, quanto aos temas ‘i’ e ‘iii’ há a necessidade de o desenvolvimen-to do parágrafo inicial e geral a que me referi acima, discorrendo sobre a pre-sunção juris tantum de constitucionalidade de que gozam as Leis e os atos nor-mativos, objeto da ADC – único aspecto não equiparado à exatidão com a ADI – que compreende apenas as normas federais. Quanto à legitimidade (ii), preci-sava o candidato discorrer sobre a equiparação, com a EC n. 45, dos legitimados ativos da ADI e ADC (a Lei 9868/99 está desatualizada, no ponto) e a jurispru-dência do STF acerca do tema, a qual não admite que o Conselho Federal de Medicina, ainda que com pertinência temática, proponha ação no processo ob-jetivo. Não se pode confundir o “Conselho Federal”, o qual a CF não prevê como

universal), com “as confederações”.

se trata de disposição e estilo próprio, que não ousa ser o ‘correto’, mas apenas dar um norte de organização e disposição. Cada um tem sua forma de expor –

objetivo!

Sugestão de resposta

A Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) foi inserida no Processo Objetivo por meio da Emenda Constitucional n. 3/1993, alargando e enriquecen-do ainda mais o sistema de aferição da constitucionalidade das Leis, cuja gêne-se difusa no Brasil encontra-se na CF de 1891 e concentrada na inserção da ADI interventiva pela CF 1934, consolidando-se por meio da Emenda à CF de 1946, em 1965.

A regulação infraconstitucional das Ações Diretas se deu com a Lei 9.868/99. Diferenciadas quanto ao objeto (atos normativos federais para a ADC e federais ou estaduais, para a ADI), ADC e ADI tiveram seus legitimados ativos equiparados por meio da EC n. 45.

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-to à presunção de legitimidade constitucional juris tantum de que go-zam as Leis e os Atos normativos; assim, diferentemente da ADI, não se ataca a constitucionalidade da Lei, mas, com sinal inverso, preten-de-se ver a sua constitucionalidade declarada, afastando-se a dúvida existente. Por gozar de efeitos vinculantes, com a decisão da ADC não mais se poderá cogitar de (in)constitucionalidade – exceto eventual vi-ragem jurisprudencial no seio do próprio STF.

(ii) Como dito, os legitimados ativos para ADI e ADC estão equiparados pela EC n. 45, sendo que o artigo 12 da Lei 9869/99 está desatualiza-do, no ponto. Contudo, nos incisos do artigo 103 da CF/88 não há a permissão de legitimidade ativa para os Conselhos Federais – exceto o da OAB; apenas podem propor a ADI, as confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional – que não se confundem com o Conselho Federal de Medicina. Portanto, não há legitimidade ativa para a propositura da ADC narrada no enunciado.

CF), como dito acima, não sendo possível, quanto a este instrumento do processo objetivo, a veiculação de norma de âmbito estadual, sen-do este mais um empecilho ao conhecimento da sobredita ADC.

(iv) De acordo com o artigo 14, III, Lei 9.869/99, há a necessidade de a

apenas ‘doutrinária’. Nesse sentido, carece a inicial da ADC narrada no enunciado de aptidão para o seu conhecimento.

Portanto, três razões indicam pela impossibilidade de recebimento e pro-cessamento da ADC ilustrada no enunciado: a ausência de legitimidade, o obje-

(MPF/Procurador_da_República/2012) Ação direta de inconstitucionali-

dade e ação declaratória de constitucionalidade: (i) distinções; (ii) legitimados e

pertinência temática; (iii) quórum para julgamento; (iv) provas.

Autor: João Paulo Lordelo

Direcionamento da resposta

Mais uma vez, a prova do MPF nos faz deparar com uma questão de pro-cesso civil extremamente objetiva e direta, explicitando claramente os pontos

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que precisam ser abordados. No presente caso, o candidato precisa ter muito cuidado, exercendo um bom poder de síntese, de modo a completar adequada-mente as linhas disponíveis.

Sugestão de resposta

Como cediço, tanto a ação direta de inconstitucionalidade (ADI) quanto a ação declaratória de constitucionalidade (ADC) consistem em instrumentos pró-prios do controle concentrado de constitucionalidade, de competência originá-ria do Supremo Tribunal Federal, por força do art. 102, I, a, da Constituição da República (CRFB/1988). Cuidam-se, verdadeiramente, de ações com natureza dú-plice – tendo em vista a evidente carga declaratória –, de modo que uma even-

procedência do pedido em uma ADC.

Ambas as ações são constitucionalmente previstas e regulamentadas pela Lei n. 9.868/1999. A grande distinção consiste no objeto de tais instrumentos. Isso porque, nos termos do citado art. 102, I, a, da CRFB/1988, a ADI tem por ob-

-dual diante da CRFB/1988, enquanto a ADC somente pode ter como objeto ato lei ou normativo de natureza federal. Outra distinção reside em um aspecto pro-

exercendo (via de regra) a defesa do ato impugnado (art. 8º da Lei n. 9.868/1999),

No que concerne aos legitimados, o art. 103 da CRFB/1988 estabelece um rol comum para ambas as ações, havendo consenso, na doutrina, no sentido de que a pertinência temática para alguns legitimados seria universal (v.g., Procurador-Geral da República, Presidente da República, Mesa do Senado Federal, Mesa da Câmara dos Deputados, Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e partido político com representação no Congresso Nacional). Os demais legitimados devem demonstrar a pertinência temática como requisito de admis-

-titucional do autor interessado. É o que ocorre com os governadores, mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal, confedera-ção sindical ou entidade de classe de caráter nacional.

No que diz respeito ao quórum para julgamento, dispõe o art. 23 da Lei n. 9.868/1999 que será declarada a constitucionalidade ou a inconstitucionalida-de da disposição ou da norma impugnada se num ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos seis ministros, quer se trate de ação direta de incons-titucionalidade ou de ação declaratória de constitucionalidade.

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-grafo único, da citada Lei informa o dever de a petição inicial vir acompanhada das provas documentais preconstituídas a respeito do objeto da ação, cabendo

as necessidades do caso concreto.

(MPE/SP/Promotor/2012) Em relação ao controle de constitucionalidade

brasileiro, responda de maneira fundamentada: (i) A transformação da ação di-

reta de inconstitucionalidade (ADI) e da ação declaratória de constitucionalida-

de (ADC) em ações dúplices contribuiu para o aumento da eficácia das decisões

do Supremo Tribunal Federal? (ii) A natureza dúplice da ADI e ADC também é

aplicável em relação às decisões do STF em sede de medida liminar? (iii) Os efei-

tos repristinatórios se aplicam na ADI e ADC? O que o Supremo Tribunal Federal

entende por ‘efeitos repristinatórios indesejados’? (iv) Há diferenças entre os efei-

tos repristinatórios e o instituto jurídico da repristinação?

Autor: Alexandre Schneider

Direcionamento da resposta

-trole concentrado de constitucionalidade, pela via concentrada, demonstrando o tratamento infraconstitucional aplicável à ação direta de inconstitucionalidade e à ação declaratória de constitucionalidade (Lei nº 9.868/99), consideradas ações de “sinal trocado” (caráter dúplice), assim como relativamente à medida liminar, fundamento dos efeitos repristinatórios, culminando por diferenciar este concei-to do instituto da repristinação.

Sugestão de resposta

A ação direta de inconstitucionalidade (ADI) e a ação declaratória de cons-titucionalidade (ADC), previstas no artigo 102, I, ‘a’, da Constituição Federal, tra-ta-se, ambas, de medidas de controle concentrado de constitucionalidade das normas. A ADI tem por objetivo fulminar norma legal eivada de vício de incom-patibilidade vertical com a Lei Maior, declarando a nulidade da norma e afas-tando a presunção de constitucionalidade da norma e a produção de efeitos ju-rídicos; por sua vez, a ADC volta-se a patentear a presunção de constitucionalidade

-rídica nas relações interpessoais.

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declara que a lei ou ato normativo encontra-se eivado de inconstitucionalidade

pela nulidade – resta afastada a presunção de constitucionalidade da norma. -

de constitucional do ato normativo e afasta a possibilidade de que outra inter-pretação, que declare a inconstitucionalidade, seja veiculada por outro órgão do Poder Judiciário.

A natureza dúplice da ADI e da ADC implica dizer que há ambivalência entre as duas modalidades de controle por via de ação, de modo que o resulta-do do julgamento proferido numa delas será diametralmente oposto ao da ou-

outra1. São ditas ações de “sinal trocado”, de modo que a procedência da ADI

-ma questão, a improcedência da ADI terá como efeito a procedência da ADC, ra-

o STF, frente a duas ações de controle concentrado (uma ADI e outra ADC), que estejam a, objetivamente, questionar a constitucionalidade do mesmo ato nor-

-feridas em sede de controle de constitucionalidade, pois, ao mesmo tempo em que reduz o número de feitos semelhantes, propicia que o colegiado da Suprema

-lidade do mesmo ato normativo.

Entretanto, essa natureza dúplice da ADI e da ADC não se aplica em rela-ção às decisões proferidas pelo STF em medida cautelar (ou liminar), justamen-te porque a disciplina legal prevista para as duas ações – a despeito da ambi-valência – traz contornos diversos em relação a cada uma delas. Na ADI, o artigo

-tra todos, será concedida com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que

-nar no art. 21 da Lei nº 9.868/99 refere que “O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medi-da cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determi-nação de que os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos

1. O caráter dúplice das ações decorre da intelecção do art. 24 da Lei nº 9.868/99: “Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou improcedente eventual ação declaratória”.

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que a concessão de liminar na ADC nada agregaria, uma vez que a lei ou ato dis-

crimen legislativo.

-

norma, por vício de incompatibilidade vertical do ato infralegal em face do Texto --

ria da lei em relação ao ato infralegal anteriormente vigente à lei declarada in-constitucional. Assim, os efeitos repristinatórios2

inconstitucional não foi apta para revogar validamente a lei anterior que trata-va do mesmo assunto, tendo havido uma mera expectativa da lei declarada in-constitucional de revogar a norma anterior. Dessa forma, para que o resultado da decisão declaratória de inconstitucionalidade não traga consigo um vácuo

norma anterior, aparentemente revogada pela lei inconstitucional.

Os efeitos repristinatórios se aplicam tanto na ADI como na ADC; nesta, contudo, com supedâneo no princípio da nulidade, orientador da questão afeta

-dência da ação, pois aí residirá, efetivamente, a declaração de inconstitucionali-dade da lei ou ato normativo. Entretanto, situações haverá em que os efeitos re-

--

constitucionalidade – nesta hipótese, o STF, ao declarar a inconstitucionalidade -

compatibilidade vertical com a Lei Maior, irá declarar, sucessivamente, a inapli-cabilidade da norma revogada. Em síntese, o efeito repristinatório não deve ser aplicado nas hipóteses em que a norma revogada pela lei declarada inconstitu-

ou restrição dos efeitos da decisão que declara a inconstitucionalidade (Daniel Sarmento, in Hermenêutica e jurisdição constitucional).

2. Embora expressamente consagrado na Lei nº 9.868/99 (art. 11, § 2º) apenas em relação ao

abstrato, já que decorrente da nulidade do ato inconstitucional.

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-pristinação. O efeito repristinatório consiste na reentrada em vigor da norma aparentemente revogada. Já a repristinação consubstancia a reentrada em vigor da norma efetivamente revogada em função da revogação (mas não anulação)

-ta previsão legislativa expressa, por conta da regra geral que a veda (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, art. 2º, § 3º). A repristinação cuida-

da declaração de nulidade de um ato normativo, que não revogou validamente outro, envolvendo duas leis e uma decisão judicial.

(Esaf/PFN/Procurador/2003) A Emenda Constitucional n. 3, de 17 de mar-

ço de 1993, criou novo instrumento de direito processual constitucional: a ação

declaratória de constitucionalidade. No julgamento da primeira ação declarató-

ria (ADC 1), o Supremo Tribunal Federal seguiu orientação do relator, Ministro

Moreira Alves, também no tocante ao procedimento e julgamento da nova espé-

cie no âmbito do controle concentrado de constitucionalidade. Do voto do relator,

extraímos a seguinte passagem: “A Emenda Constitucional n. 3, de 1993, ao ins-

tituir a ação declaratória de constitucionalidade, já estabeleceu quais são os le-

gitimados para propô-la e quais são os efeitos de sua decisão definitiva de mé-

rito. Silenciou, porém, quanto aos demais aspectos processuais a serem observados

com referência a essa ação.” Tendo em conta as observações acima – que têm

caráter meramente motivador –, o ordenamento jurídico nacional e a jurispru-

dência do STF acerca da matéria, discorra sobre a ação declaratória de consti-

tucionalidade. Aborde os seguintes aspectos: (i) finalidade; (ii) legitimidade; (iii)

objeto; (iv) procedimento e julgamento; e (v) efeitos da decisão.

Autores: Rodolfo Soares Ribeiro Lopes e João Paulo Lawall Valle

Direcionamento da resposta

A questão proposta requer do candidato o conhecimento do texto de lei e de algum conhecimento jurisprudencial e doutrinário sobre a ADC. Deve-se

-

-mente poderá ser lei ou ato normativo federal (art. 13, da Lei n. 9.868/99). Seu procedimento encontra-se previsto nos arts. 14 a 20, da Lei n. 9.868/99, e o jul-gamento segue a lógica dos arts. 22 a 28, da mesma lei.

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ex tunc e erga omnes, mas, excepcional-mente, podem sofrer modulação quando o ação foi julgada improcedente (art. 27, da Lei n. 9.868/99).

Sugestão de resposta

a ação declaratória de constitucionalidade (ADC) consiste em instrumen-to de controle concentrado de constitucionalidade criado por meio da EC nº

existente em relação a uma lei ou um ato normativo federal (art. 13, da Lei nº 9.868/99), de modo a transformar em absoluta (jure et de jure) a presunção de

juris tantum) e, assim, fa-zer cessar o estado de incerteza e insegurança jurídica no ordenamento.3

Nos termos do que dispõe o art. 103, da CF/88, alterado pela EC nº 45/2004,

à ADI. O procedimento, por sua vez, observa o quanto disposto a partir do art. 14, da Lei nº 9.868/99. Assim, devem ser indicados, na petição inicial, o disposi-tivo da lei ou do ato normativo questionado, os fundamentos jurídicos do pedi-

-

termos a inicial, seguirá a ADC para o Procurador-Geral da República, para pro-nunciamento em 15 dias, tendo em vista ser dispensada a participação do

-são do feito na pauta de julgamento.

O julgamento da ADC somente pode ocorrer, conforme os arts. 22 e 23, da Lei nº 9.868/99, se presentes ao menos 8 Ministros (2/3) na sessão e pela decisão de, no mínimo, 6 deles (maioria absoluta). Tal decisão, em regra, terá efeitos ex tunc e erga omnes, exceto na hipótese em que a ADC for julgada improcedente, caso em que será possível, de acordo com a previsão do art. 27, da Lei nº 9.868/99, realizar

-

(DPE/RJ/Defensor/1999) Pode um Estado-membro criar controle de cons-

titucionalidade de lei ou ato normativo estadual em face de sua constituição, na

modalidade de ação declaratória de constitucionalidade? Justifique e indique a

fundamentação legal pertinente.

Autores: Angelita Maria Maders e Rafael Vinheiro Monteiro Barbosa

3. FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de direito constitucional. 4. ed. Salvador: Juspodivm, 2012, p. 1182.

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Direcionamento da resposta

-posta no princípio do federalismo e no disposto nos arts. 125, § 2º, 25, § 1º e 24, XI, todos da CF.

Sugestão de resposta

De acordo com a norma do art. 125, § 2º, da CF, os Estados podem insti-tuir a representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos esta-duais ou municipais em face da Constituição Federal, sem, contudo, poder atri-buir a legitimação para agir a um único órgão, embora não tenha indicado quem seriam os legitimados. Esse dispositivo, em sintonia com o princípio do federa-

-riza uma verdadeira jurisdição constitucional estadual, inclusive na representa-ção de inconstitucionalidade, desde que se trate de leis ou atos normativos municipais ou estaduais contrários à Constituição do respectivo Estado.

Considerando que o referido artigo da Constituição Federal refere-se “re-presentação de inconstitucionalidade”, alguns autores entendem que somente a

-dem que tanto a ADI como a ADC podem ser exercidas na esfera estadual, haja vista a ambivalência de ambas (ações com sinais trocados).

sendo, haverá pedido juridicamente impossível quando se pretender a declara-ção de constitucionalidade de lei ou ato normativo estadual ou municipal pe-rante o STF

Contudo, de acordo com Bulos (in Curso de direito constitucional), desde que exista norma expressa nas cartas estaduais prevendo a possibilidade de ação declaratória de constitucionalidade de leis e atos normativos estaduais em face da Constituição Estadual e que seja observado o modelo federal inserido na

-titucionalidade. De acordo com o autor, o constituinte reformador estadual, por emenda constitucional estadual, pode instituir a ação declaratória de constitucio-nalidade de lei ou ato normativo estadual em face da Constituição Estadual, a ser ajuizada perante o Tribunal de Justiça local, já que, no exercício de sua competên-cia remanescente, pode o Estado-membro implantar tal modalidade de controle.

Não se pode deixar de mencionar que os favoráveis à possibilidade de criação de controle de constitucionalidade de lei ou ato normativo estadual em

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