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Direito Processual Civil

Professor Giuliano Tamagno

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Direito Processual CivilDireito Processual Civil

DAS PARTES E DOS PROCURADORES

DA CAPACIDADE PROCESSUAL

Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercí-cio de seus direitos tem capacidade para estar em juízo.

Art. 71. O incapaz será representado ou assis-tido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei.

Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao:

I – incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade;

II – réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, en-quanto não for constituído advogado.

Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos ter-mos da lei.

Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimen-to do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens.

§ 1º Ambos os cônjuges serão necessaria-mente citados para a ação:

I – que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de se-paração absoluta de bens;

II – resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles;

III – fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;

IV – que tenha por objeto o reconhecimen-to, a constituição ou a extinção de ônus so-bre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.

§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado.

§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos.

Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando for ne-gado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo.

Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não suprido pelo juiz, invalida o processo.

Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:

I – a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado;

II – o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;

III – o Município, por seu prefeito ou procu-rador;

IV – a autarquia e a fundação de direito pú-blico, por quem a lei do ente federado de-signar;

V – a massa falida, pelo administrador judi-cial;

VI – a herança jacente ou vacante, por seu curador;

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VII – o espólio, pelo inventariante;

VIII – a pessoa jurídica, por quem os respec-tivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus direto-res;

IX – a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personali-dade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens;

X – a pessoa jurídica estrangeira, pelo ge-rente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou ins-talada no Brasil;

XI – o condomínio, pelo administrador ou síndico.

§ 1º Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão intimados no processo no qual o espólio seja parte.

§ 2º A sociedade ou associação sem per-sonalidade jurídica não poderá opor a irre-gularidade de sua constituição quando de-mandada.

§ 3º O gerente de filial ou agência presume--se autorizado pela pessoa jurídica estran-geira a receber citação para qualquer pro-cesso.

§ 4º Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco para práti-ca de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procu-radorias.

Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício.

§ 1º Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária:

I – o processo será extinto, se a providência couber ao autor;

II – o réu será considerado revel, se a provi-dência lhe couber;

III – o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre.

§ 2º Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o rela-tor:

I – não conhecerá do recurso, se a providên-cia couber ao recorrente;

II – determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido.

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Direito Processual Civil

DA CAPACIDADE PROCESSUAL

Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercí-cio de seus direitos tem capacidade para estar em juízo.

Art. 71. O incapaz será representado ou assis-tido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei.

Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao:

I – incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade;

II – réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, en-quanto não for constituído advogado.

Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos ter-mos da lei.

Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimen-to do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens.

§ 1º Ambos os cônjuges serão necessaria-mente citados para a ação:

I – que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de se-paração absoluta de bens;

II – resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles;

III – fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;

IV – que tenha por objeto o reconhecimen-to, a constituição ou a extinção de ônus so-bre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.

§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado.

§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos.

Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando for negado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo.

Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não suprido pelo juiz, invalida o processo.

Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:

I – a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado;

II – o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;

III – o Município, por seu prefeito ou procu-rador;

IV – a autarquia e a fundação de direito pú-blico, por quem a lei do ente federado de-signar;

V – a massa falida, pelo administrador judi-cial;

VI – a herança jacente ou vacante, por seu curador;

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VII – o espólio, pelo inventariante;

VIII – a pessoa jurídica, por quem os respec-tivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus direto-res;

IX – a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personali-dade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens;

X – a pessoa jurídica estrangeira, pelo ge-rente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou ins-talada no Brasil;

XI – o condomínio, pelo administrador ou síndico.

§ 1º Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão intimados no processo no qual o espólio seja parte.

§ 2º A sociedade ou associação sem per-sonalidade jurídica não poderá opor a irre-gularidade de sua constituição quando de-mandada.

§ 3º O gerente de filial ou agência presume--se autorizado pela pessoa jurídica estran-geira a receber citação para qualquer pro-cesso.

§ 4º Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco para práti-ca de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procu-radorias.

Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício.

§ 1º Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária:

I – o processo será extinto, se a providência couber ao autor;

II – o réu será considerado revel, se a provi-dência lhe couber;

III – o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre.

§ 2º Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o rela-tor:

I – não conhecerá do recurso, se a providên-cia couber ao recorrente;

II – determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido.

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Direito Processual CivilDireito Processual Civil

DOS DEVERES

Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma partici-pem do processo:

I – expor os fatos em juízo conforme a ver-dade;

II – não formular pretensão ou de apresen-tar defesa quando cientes de que são desti-tuídas de fundamento;

III – não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito;

IV – cumprir com exatidão as decisões juris-dicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação;

V – declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residen-cial ou profissional onde receberão intima-ções, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporá-ria ou definitiva;

VI – não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.

§ 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas menciona-das no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato atentatório à dignidade da justiça.

§ 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais ca-bíveis, aplicar ao responsável multa de até

vinte por cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta.

§ 3º Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa prevista no § 2º será ins-crita como dívida ativa da União ou do Es-tado após o trânsito em julgado da decisão que a fixou, e sua execução observará o pro-cedimento da execução fiscal, revertendo--se aos fundos previstos no art. 97.

§ 4º A multa estabelecida no § 2º poderá ser fixada independentemente da incidên-cia das previstas nos arts. 523, § 1º, e 536, § 1º.

§ 5º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista no § 2º poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.

§ 6º Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública e do Ministério Público não se aplica o disposto nos §§ 2º a 5º, devendo eventual respon-sabilidade disciplinar ser apurada pelo res-pectivo órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará.

§ 7º Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz determinará o restabeleci-mento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar nos autos até a pur-gação do atentado, sem prejuízo da aplica-ção do § 2º.

§ 8º O representante judicial da parte não pode ser compelido a cumprir decisão em seu lugar.

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Art. 78. É vedado às partes, a seus procura-dores, aos juízes, aos membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e a qualquer pessoa que participe do processo empregar ex-pressões ofensivas nos escritos apresentados.

§ 1º Quando expressões ou condutas ofen-sivas forem manifestadas oral ou presen-cialmente, o juiz advertirá o ofensor de que não as deve usar ou repetir, sob pena de lhe ser cassada a palavra.

§ 2º De ofício ou a requerimento do ofen-dido, o juiz determinará que as expressões ofensivas sejam riscadas e, a requerimento do ofendido, determinará a expedição de certidão com inteiro teor das expressões ofensivas e a colocará à disposição da parte interessada.

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Direito Processual CivilDireito Processual Civil

DA RESPONSABILIDADE DAS PARTES POR DANO PROCESSUAL

Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou interve-niente.

Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:

I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;

II – alterar a verdade dos fatos;

III – usar do processo para conseguir objeti-vo ilegal;

IV – opuser resistência injustificada ao an-damento do processo;

V – proceder de modo temerário em qual-quer incidente ou ato do processo;

VI – provocar incidente manifestamente in-fundado;

VII – interpuser recurso com intuito mani-festamente protelatório.

Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz con-denará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advoca-tícios e com todas as despesas que efetuou.

§ 1º Quando forem 2 (dois) ou mais os liti-gantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se co-ligaram para lesar a parte contrária.

§ 2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em

até 10 (dez) vezes o valor do salário-míni-mo.

§ 3º O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo proce-dimento comum, nos próprios autos.

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Direito Processual CivilDireito Processual Civil

DAS DESPESAS, DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E DAS MULTAS

Art. 82. Salvo as disposições concernentes à gratuidade da justiça, incumbe às partes prover as despesas dos atos que realizarem ou reque-rerem no processo, antecipando-lhes o paga-mento, desde o início até a sentença final ou, na execução, até a plena satisfação do direito reco-nhecido no título.

§ 1º Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o juiz determi-nar de ofício ou a requerimento do Ministé-rio Público, quando sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica.

§ 2º A sentença condenará o vencido a pa-gar ao vencedor as despesas que antecipou.

Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar de residir no país ao longo da tramitação de processo prestará caução suficiente ao pagamento das custas e dos honorários de advogado da parte contrária nas ações que propuser, se não tiver no Brasil bens imóveis que lhes assegurem o pagamento.

§ 1º Não se exigirá a caução de que trata o caput:

I – quando houver dispensa prevista em acordo ou tratado internacional de que o Brasil faz parte;

II – na execução fundada em título extraju-dicial e no cumprimento de sentença;

III – na reconvenção.

§ 2º Verificando-se no trâmite do proces-so que se desfalcou a garantia, poderá o interessado exigir reforço da caução, jus-tificando seu pedido com a indicação da

depreciação do bem dado em garantia e a importância do reforço que pretende obter.

Art. 84. As despesas abrangem as custas dos atos do processo, a indenização de viagem, a remuneração do assistente técnico e a diária de testemunha.

Art. 85. A sentença condenará o vencido a pa-gar honorários ao advogado do vencedor.

§ 1º São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sen-tença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.

§ 2º Os honorários serão fixados entre o mí-nimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos:

I – o grau de zelo do profissional;

II – o lugar de prestação do serviço;

III – a natureza e a importância da causa;

IV – o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.

§ 3º Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observa-rá os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2º e os seguintes percentuais:

I – mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido até 200 (duzen-tos) salários-mínimos;

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II – mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) salários-mínimos;

III – mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vin-te mil) salários-mínimos;

IV – mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 (cem mil) salários-mínimos;

V – mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-mínimos.

§ 4º Em qualquer das hipóteses do § 3º:

I – os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde logo, quando for líquida a sentença;

II – não sendo líquida a sentença, a defini-ção do percentual, nos termos previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá quando liqui-dado o julgado;

III – não havendo condenação principal ou não sendo possível mensurar o proveito econômico obtido, a condenação em hono-rários dar-se-á sobre o valor atualizado da causa;

IV – será considerado o salário-mínimo vi-gente quando prolatada sentença líquida ou o que estiver em vigor na data da decisão de liquidação.

§ 5º Quando, conforme o caso, a condena-ção contra a Fazenda Pública ou o benefício econômico obtido pelo vencedor ou o valor da causa for superior ao valor previsto no inciso I do § 3º, a fixação do percentual de honorários deve observar a faixa inicial e,

naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim sucessivamente.

§ 6º Os limites e critérios previstos nos §§ 2º e 3º aplicam-se independentemente de qual seja o conteúdo da decisão, inclusive aos casos de improcedência ou de sentença sem resolução de mérito.

§ 7º Não serão devidos honorários no cum-primento de sentença contra a Fazenda Pú-blica que enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido impugnada.

§ 8º Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apre-ciação equitativa, observando o disposto nos incisos do § 2º.

§ 9º Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de honorários incidirá sobre a soma das prestações venci-das acrescida de 12 (doze) prestações vin-cendas.

§ 10. Nos casos de perda do objeto, os ho-norários serão devidos por quem deu causa ao processo.

§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levan-do em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a 6º, sendo ve-dado ao tribunal, no cômputo geral da fixa-ção de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º para a fase de conhecimento.

§ 12. Os honorários referidos no § 11 são cumuláveis com multas e outras sanções processuais, inclusive as previstas no art. 77.

§ 13. As verbas de sucumbência arbitradas em embargos à execução rejeitados ou jul-gados improcedentes e em fase de cumpri-mento de sentença serão acrescidas no va-

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Direito Processual Civil – Das Despesas dos Honorários Advocatícios e das Multas – Prof. Giuliano Tamagno

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lor do débito principal, para todos os efeitos legais.

§ 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência par-cial.

§ 15. O advogado pode requerer que o pa-gamento dos honorários que lhe caibam seja efetuado em favor da sociedade de ad-vogados que integra na qualidade de sócio, aplicando-se à hipótese o disposto no § 14.

§ 16. Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os juros moratórios inci-dirão a partir da data do trânsito em julgado da decisão.

§ 17. Os honorários serão devidos quando o advogado atuar em causa própria.

§ 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorá-rios ou ao seu valor, é cabível ação autôno-ma para sua definição e cobrança.

§ 19. Os advogados públicos perceberão ho-norários de sucumbência, nos termos da lei.

Art. 86. Se cada litigante for, em parte, vence-dor e vencido, serão proporcionalmente distri-buídas entre eles as despesas.

Parágrafo único. Se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, o outro res-ponderá, por inteiro, pelas despesas e pelos honorários.

Art. 87. Concorrendo diversos autores ou diver-sos réus, os vencidos respondem proporcional-mente pelas despesas e pelos honorários.

§ 1º A sentença deverá distribuir entre os litisconsortes, de forma expressa, a respon-sabilidade proporcional pelo pagamento das verbas previstas no caput.

§ 2º Se a distribuição de que trata o § 1º não for feita, os vencidos responderão solidaria-mente pelas despesas e pelos honorários.

Art. 88. Nos procedimentos de jurisdição volun-tária, as despesas serão adiantadas pelo reque-rente e rateadas entre os interessados.

Art. 89. Nos juízos divisórios, não havendo lití-gio, os interessados pagarão as despesas pro-porcionalmente a seus quinhões.

Art. 90. Proferida sentença com fundamento em desistência, em renúncia ou em reconheci-mento do pedido, as despesas e os honorários serão pagos pela parte que desistiu, renunciou ou reconheceu.

§ 1º Sendo parcial a desistência, a renúncia ou o reconhecimento, a responsabilidade pelas despesas e pelos honorários será pro-porcional à parcela reconhecida, à qual se renunciou ou da qual se desistiu.

§ 2º Havendo transação e nada tendo as partes disposto quanto às despesas, estas serão divididas igualmente.

§ 3º Se a transação ocorrer antes da sen-tença, as partes ficam dispensadas do paga-mento das custas processuais remanescen-tes, se houver.

§ 4º Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultaneamente, cumprir inte-gralmente a prestação reconhecida, os ho-norários serão reduzidos pela metade.

Art. 91. As despesas dos atos processuais pra-ticados a requerimento da Fazenda Pública, do Ministério Público ou da Defensoria Pública se-rão pagas ao final pelo vencido.

§ 1º As perícias requeridas pela Fazenda Pública, pelo Ministério Público ou pela De-fensoria Pública poderão ser realizadas por entidade pública ou, havendo previsão or-çamentária, ter os valores adiantados por aquele que requerer a prova.

§ 2º Não havendo previsão orçamentária no exercício financeiro para adiantamento dos honorários periciais, eles serão pagos no exercício seguinte ou ao final, pelo vencido, caso o processo se encerre antes do adian-tamento a ser feito pelo ente público.

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Art. 92. Quando, a requerimento do réu, o juiz proferir sentença sem resolver o mérito, o au-tor não poderá propor novamente a ação sem pagar ou depositar em cartório as despesas e os honorários a que foi condenado.

Art. 93. As despesas de atos adiados ou cuja re-petição for necessária ficarão a cargo da parte, do auxiliar da justiça, do órgão do Ministério Pú-blico ou da Defensoria Pública ou do juiz que, sem justo motivo, houver dado causa ao adia-mento ou à repetição.

Art. 94. Se o assistido for vencido, o assistente será condenado ao pagamento das custas em proporção à atividade que houver exercido no processo.

Art. 95. Cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que houver indicado, sendo a do perito adiantada pela parte que houver re-querido a perícia ou rateada quando a perícia for determinada de ofício ou requerida por am-bas as partes.

§ 1º O juiz poderá determinar que a parte responsável pelo pagamento dos honorá-rios do perito deposite em juízo o valor cor-respondente.

§ 2º A quantia recolhida em depósito ban-cário à ordem do juízo será corrigida mo-netariamente e paga de acordo com o art. 465, § 4º.

§ 3º Quando o pagamento da perícia for de responsabilidade de beneficiário de gratui-dade da justiça, ela poderá ser:

I – custeada com recursos alocados no orça-mento do ente público e realizada por servi-dor do Poder Judiciário ou por órgão públi-co conveniado;

II – paga com recursos alocados no orça-mento da União, do Estado ou do Distrito Federal, no caso de ser realizada por parti-cular, hipótese em que o valor será fixado conforme tabela do tribunal respectivo ou, em caso de sua omissão, do Conselho Na-cional de Justiça.

§ 4º Na hipótese do § 3º, o juiz, após o trân-sito em julgado da decisão final, oficiará a Fazenda Pública para que promova, contra quem tiver sido condenado ao pagamento das despesas processuais, a execução dos valores gastos com a perícia particular ou com a utilização de servidor público ou da estrutura de órgão público, observando--se, caso o responsável pelo pagamento das despesas seja beneficiário de gratuidade da justiça, o disposto no art. 98, § 2º.

§ 5º Para fins de aplicação do § 3º, é vedada a utilização de recursos do fundo de custeio da Defensoria Pública.

Art. 96. O valor das sanções impostas ao liti-gante de má-fé reverterá em benefício da par-te contrária, e o valor das sanções impostas aos serventuários pertencerá ao Estado ou à União.

Art. 97. A União e os Estados podem criar fun-dos de modernização do Poder Judiciário, aos quais serão revertidos os valores das sanções pecuniárias processuais destinadas à União e aos Estados, e outras verbas previstas em lei.

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DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratui-dade da justiça, na forma da lei.

§ 1º A gratuidade da justiça compreende:

I – as taxas ou as custas judiciais;

II – os selos postais;

III – as despesas com publicação na impren-sa oficial, dispensando-se a publicação em outros meios;

IV – a indenização devida à testemunha que, quando empregada, receberá do em-pregador salário integral, como se em servi-ço estivesse;

V – as despesas com a realização de exame de código genético – DNA e de outros exa-mes considerados essenciais;

VI – os honorários do advogado e do perito e a remuneração do intérprete ou do tradu-tor nomeado para apresentação de versão em português de documento redigido em língua estrangeira;

VII – o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando exigida para instauração da execução;

VIII – os depósitos previstos em lei para in-terposição de recurso, para propositura de ação e para a prática de outros atos proces-suais inerentes ao exercício da ampla defe-sa e do contraditório;

IX – os emolumentos devidos a notários ou registradores em decorrência da prática de registro, averbação ou qualquer outro ato notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou à continuidade de processo judi-cial no qual o benefício tenha sido concedi-do.

§ 2º A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas des-pesas processuais e pelos honorários advo-catícios decorrentes de sua sucumbência.

§ 3º Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extin-guindo-se, passado esse prazo, tais obriga-ções do beneficiário.

§ 4º A concessão de gratuidade não afasta o dever de o beneficiário pagar, ao final, as multas processuais que lhe sejam impostas.

§ 5º A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou a todos os atos proces-suais, ou consistir na redução percentual de despesas processuais que o beneficiário ti-ver de adiantar no curso do procedimento.

§ 6º Conforme o caso, o juiz poderá con-ceder direito ao parcelamento de despe-sas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento.

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§ 7º Aplica-se o disposto no art. 95, §§ 3º a 5º, ao custeio dos emolumentos previstos no § 1º, inciso IX, do presente artigo, obser-vada a tabela e as condições da lei estadual ou distrital respectiva.

§ 8º Na hipótese do § 1º, inciso IX, havendo dúvida fundada quanto ao preenchimento atual dos pressupostos para a concessão de gratuidade, o notário ou registrador, após praticar o ato, pode requerer, ao juízo com-petente para decidir questões notariais ou registrais, a revogação total ou parcial do benefício ou a sua substituição pelo parce-lamento de que trata o § 6º deste artigo, caso em que o beneficiário será citado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se sobre esse requerimento.

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no proces-so ou em recurso.

§ 1º Se superveniente à primeira manifesta-ção da parte na instância, o pedido poderá ser formulado por petição simples, nos au-tos do próprio processo, e não suspenderá seu curso.

§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pe-dido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.

§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.

§ 4º A assistência do requerente por advo-gado particular não impede a concessão de gratuidade da justiça.

§ 5º Na hipótese do § 4º, o recurso que verse exclusivamente sobre valor de hono-rários de sucumbência fixados em favor do advogado de beneficiário estará sujeito a

preparo, salvo se o próprio advogado de-monstrar que tem direito à gratuidade.

§ 6º O direito à gratuidade da justiça é pes-soal, não se estendendo a litisconsorte ou a sucessor do beneficiário, salvo requerimen-to e deferimento expressos.

§ 7º Requerida a concessão de gratuidade da justiça em recurso, o recorrente estará dispensado de comprovar o recolhimento do preparo, incumbindo ao relator, neste caso, apreciar o requerimento e, se indefe-ri-lo, fixar prazo para realização do recolhi-mento.

Art. 100. Deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer impugnação na contestação, na réplica, nas contrarrazões de recurso ou, nos casos de pedido superveniente ou formulado por terceiro, por meio de petição simples, a ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos autos do próprio processo, sem suspensão de seu curso.

Parágrafo único. Revogado o benefício, a parte arcará com as despesas processuais que tiver deixado de adiantar e pagará, em caso de má-fé, até o décuplo de seu valor a título de multa, que será revertida em be-nefício da Fazenda Pública estadual ou fede-ral e poderá ser inscrita em dívida ativa.

Art. 101. Contra a decisão que indeferir a gratui-dade ou a que acolher pedido de sua revogação caberá agravo de instrumento, exceto quando a questão for resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação.

§ 1º O recorrente estará dispensado do re-colhimento de custas até decisão do relator sobre a questão, preliminarmente ao julga-mento do recurso.

§ 2º Confirmada a denegação ou a revoga-ção da gratuidade, o relator ou o órgão co-legiado determinará ao recorrente o reco-lhimento das custas processuais, no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de não conheci-mento do recurso.

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Direito Processual Civil – Da Gratuidade da Justiça – Prof. Giuliano Tamagno

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Art. 102. Sobrevindo o trânsito em julgado de decisão que revoga a gratuidade, a parte deve-rá efetuar o recolhimento de todas as despesas de cujo adiantamento foi dispensada, inclusive as relativas ao recurso interposto, se houver, no prazo fixado pelo juiz, sem prejuízo de aplicação das sanções previstas em lei.

Parágrafo único. Não efetuado o recolhi-mento, o processo será extinto sem resolu-ção de mérito, tratando-se do autor, e, nos demais casos, não poderá ser deferida a realização de nenhum ato ou diligência re-querida pela parte enquanto não efetuado o depósito.

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Direito Processual Civil

DOS PROCURADORES

Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.

Parágrafo único. É lícito à parte postular em causa própria quando tiver habilitação le-gal.

Art. 104. O advogado não será admitido a pos-tular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente.

§ 1º Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá, independentemente de caução, exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz.

§ 2º O ato não ratificado será considera-do ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advoga-do pelas despesas e por perdas e danos.

Art. 105. A procuração geral para o foro, ou-torgada por instrumento público ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a pra-ticar todos os atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar qui-tação, firmar compromisso e assinar declara-ção de hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica.

§ 1º A procuração pode ser assinada digital-mente, na forma da lei.

§ 2º A procuração deverá conter o nome do advogado, seu número de inscrição na Or-

dem dos Advogados do Brasil e endereço completo.

§ 3º Se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procuração também deverá conter o nome dessa, seu número de regis-tro na Ordem dos Advogados do Brasil e en-dereço completo.

§ 4º Salvo disposição expressa em sentido contrário constante do próprio instrumen-to, a procuração outorgada na fase de co-nhecimento é eficaz para todas as fases do processo, inclusive para o cumprimento de sentença.

Art. 106. Quando postular em causa própria, in-cumbe ao advogado:

I – declarar, na petição inicial ou na contes-tação, o endereço, seu número de inscri-ção na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de intima-ções;

II – comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço.

§ 1º Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz ordenará que se supra a omissão, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determinar a citação do réu, sob pena de indeferimento da petição.

§ 2º Se o advogado infringir o previsto no inciso II, serão consideradas válidas as in-timações enviadas por carta registrada ou meio eletrônico ao endereço constante dos autos.

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Art. 107. O advogado tem direito a:

I – examinar, em cartório de fórum e secre-taria de tribunal, mesmo sem procuração, autos de qualquer processo, independente-mente da fase de tramitação, assegurados a obtenção de cópias e o registro de anota-ções, salvo na hipótese de segredo de justi-ça, nas quais apenas o advogado constituí-do terá acesso aos autos;

II – requerer, como procurador, vista dos au-tos de qualquer processo, pelo prazo de 5 (cinco) dias;

III – retirar os autos do cartório ou da secre-taria, pelo prazo legal, sempre que neles lhe couber falar por determinação do juiz, nos casos previstos em lei.

§ 1º Ao receber os autos, o advogado assi-nará carga em livro ou documento próprio.

§ 2º Sendo o prazo comum às partes, os pro-curadores poderão retirar os autos somente em conjunto ou mediante prévio ajuste, por petição nos autos.

§ 3º Na hipótese do § 2º, é lícito ao procu-rador retirar os autos para obtenção de có-pias, pelo prazo de 2 (duas) a 6 (seis) horas, independentemente de ajuste e sem prejuí-zo da continuidade do prazo.

§ 4º O procurador perderá no mesmo pro-cesso o direito a que se refere o § 3º se não devolver os autos tempestivamente, salvo se o prazo for prorrogado pelo juiz.

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Direito Processual Civil

DA SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES

Art. 108. No curso do processo, somente é lícita a sucessão voluntária das partes nos casos ex-pressos em lei.

Art. 109. A alienação da coisa ou do direito liti-gioso por ato entre vivos, a título particular, não altera a legitimidade das partes.

§ 1º O adquirente ou cessionário não pode-rá ingressar em juízo, sucedendo o alienan-te ou cedente, sem que o consinta a parte contrária.

§ 2º O adquirente ou cessionário poderá in-tervir no processo como assistente litiscon-sorcial do alienante ou cedente.

§ 3º Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias ao ad-quirente ou cessionário.

Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 313, §§ 1o e 2o.

Art. 111. A parte que revogar o mandato outor-gado a seu advogado constituirá, no mesmo ato, outro que assuma o patrocínio da causa.

Parágrafo único. Não sendo constituído novo procurador no prazo de 15 (quinze) dias, observar-se-á o disposto no art. 76.

Art. 112. O advogado poderá renunciar ao man-dato a qualquer tempo, provando, na forma prevista neste Código, que comunicou a renún-cia ao mandante, a fim de que este nomeie su-cessor.

§ 1º Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará a representar o man-

dante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo

§ 2º Dispensa-se a comunicação referida no caput quando a procuração tiver sido outor-gada a vários advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da renún-cia.

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Direito Processual CivilDireito Processual Civil

DO JUIZ E DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA

CAPÍTULO IDOS PODERES, DOS DEVERES E DA RESPONSABILIDADE DO JUIZ

Comentário Geral

HTJ – O Poder Judiciário Brasileiro é subdividido em Judiciário Federal (Justiça Federal, Justiça Militar, Justiça Eleitoral e Justiça do Trabalho) e Judiciário Estadual (art. 92, CF).

O CNJ (EC 45/04) não é órgão jurisdicional (ART. 103, CF). Trata de matéria administrativa e dis-ciplinar.

A jurisdição extraordinária é desempenhada pelo STJ, TST (controle de legalidade e unificação de jurisprudência) e STF (matéria constitucional).

Os tribunais gozam de autonomia administrativa e financeira. São eles que elaboram suas pro-postas orçamentárias, dentro dos limites estipulados com os demais poderes na LDO (art. 99, CF). Também devem escolher seus dirigentes, organizar os serviços de suas secretarias e dos juízos a eles vinculados e prover os cargos de juiz de carreira e os necessários à administração da justiça (art. 96).

Requisitos da atuação do Juiz; a) Jurisdicionalidade – investido do poder da Jurisdição; b) com-petência – dentro da fração de poder que a lei lhe designa; c) imparcialidade – posição de ter-ceiro em relação às partes interessadas; d) independência – sem subordinação jurídica, vincu-lando-se exclusivamente ao ordenamento jurídico; e) processualidade – observância ao devido processo legal.

Garantias da magistratura (art. 95, CF)

a) vitaliciedade – não podem perder o cargo senão por processo judicial; Ver artigos 25, 26 e 27 da LOMAN (Lei Complementar 35/79).

b) inamovibilidade – não podem ser removidos compulsoriamente, a não ser por interesse pú-blico, reconhecido por voto da maioria do respectivo tribunal ou do CNJ (95, III e 93, VIII, CF); Ver artigos 30 e 31 da LOMAN.

c) irredutibilidade de subsídio ( art. 95, CF). Ver art. 32 da LOMAN.

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Outras prerrogativas do magistrado, ver art 33, da LOMAN.

Vedações

a) Exercício de outro cargo ou função, ainda que em disponibilidade, salvo uma de magistério (art. 95, I, CF);

b) Receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo (art. 95, II, CF);

c) Dedicar-se à atividade político-partidária (art. 95, III, CF);

d) Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entida-des públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei (art. 95, IV, CF);

e) Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração (art. 95, V, CF)

Outros deveres do magistrado, ver artigos 35 e 36 da LOMAN. Penalidades, ver artigos 40 a 48 da LOMAN. Responsabilidade civil do Magistrado, ver art. 49 da LOMAN.

Na Justiça do Trabalho, os deveres do juiz estão nos art. 653 a 659 da CLT.

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:

I – assegurar às partes igualdade de tratamento;

II – velar pela duração razoável do processo;

III – prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente protelatórias;

IV – determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias ne-cessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;

V – promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de concilia-dores e mediadores judiciais;

VI – dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequan-do-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito;

VII – exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da segu-rança interna dos fóruns e tribunais;

VIII – determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las so-bre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso;

IX – determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios pro-cessuais;

X – quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Pú-blico, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5º da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva.

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Direito Processual Civil – Dos Poderes, dos Deveres e da Responsabilidade do Juiz – Prof. Giuliano Tamagno

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Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada antes de encerrado o prazo regular.

Comentário

Direção do processo.

Fiscalizar e controlar a sequência dos atos procedimentais e a relação processual entre as par-tes. Sempre com base nas normas jurídicas.

O tratamento isonômico pode ter modulações, pois o juiz deve observar certas normas espe-ciais para litigantes hipossuficientes ou em situações especiais (idosos, curador especial, defen-sor dativo, consumidor, entre outros).

A duração razoável do processo (inciso II) tem assento constitucional (art. 5º, LXXVIII, CF).

Tem poderes de impor multas (má-fé) poderes de polícia (art. 78, CPC), como cassar a palavra e mandar riscar dos autos expressões injuriosas (inciso III).

Tem poderes para a efetivação de decisões judiciais (inciso IV).

Deve propor a conciliação de forma obrigatória (inciso V). Depois da resposta do réu, a qual-quer tempo. Os conciliadores e mediadores ganharam disciplina expressa nos artigos 165 a 175 do CPC.

Dilação dos prazos (inciso VI) somente se refere aos prazos dilatórios ou judiciais. Os prazos peremptórios não podem ser dilatados pelo juiz (art. 222, CPC). Os prazos peremptórios não podem ser dilatados, sob pena de insegurança jurídica.

Com relação à alteração da ordem da oitiva de testemunhas (inciso VI) a previsão visa dar ao juiz maiores possibilidades de evitar ameaças ou possibilidades de suborno ou fraude. Trata-se de um poder de adequação ao caso concreto. Está dentro de um conceito mais amplo de flexi-bilidade de procedimento, como, por exemplo, o art 190, CPC, que permite às partes estipular o procedimento, em se tratando de direitos disponíveis.

O Poder de polícia (inciso VII) pode ser interno ou externo. Refere-se à segurança do serviço judiciário, para o exercício da atividade jurisdicional. Relaciona-se com o art. 360, do CPC, que é mais específico para a audiência.

O comparecimento das partes sem confissão (inciso VIII) está relacionado com o princípio da cooperação. Alguns cuidados devem ser tomados, como por exemplo, a não quebra do princí-pio isonômico e a não realização de procedimentos inúteis ou desnecessários.

O saneamento (inciso IX) é uma responsabilidade do juiz para não deixar que ocorram nulida-des e zelar pelos pressupostos processuais. Relaciona-se com o art. 317 do CPC.

Diante de demandas repetitivas (inciso X), deve oficiar ao MP, a Defensoria Pública e outros legitimados em matéria de direitos coletivos. Lembrar do veto à possibilidade de o próprio juiz converter em demanda coletiva.

Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico.

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Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.

Comentário

Relação com o art. 4º da LINDB. A lei segue sendo a fonte principal do ordenamento jurídico e, por consequência, a principal fonte do Direito Privado. As demais fontes são utilizadas apenas na falta de lei.

No Processo do Trabalho, ver art. 8º CLT.

Este artigo é muito interessante, pois conecta o sistema de direito material com o sistema pro-cessual, e mostra a importância da atuação conjunta e complementar de ambos.

Para Aristóteles, equidade não é o legalmente justo, mas a correção da justiça legal.

Também está relacionado com o dever de decidir atendendo aos fins sociais da lei, previsto no art. 6º do CPC e art. 5º da LINDB.

O tema tem muitas aberturas com temas polêmicos como o garantismo processual e o ativismo judicial, entre outros. No fundo, também se relaciona com a separação de poderes.

Na Justiça do Trabalho, o procedimento sumaríssimo apresenta uma norma peculiar, que apre-ce inverter essa ordem (art. 852-I, CLT).

Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.

Comentário

Fixação dos limites da lide. Princípio da congruência. Do que é pedido não se pode extrapolar. Deve haver correlação entre o que é pedido e a sentença.

Sentenças citra petita (aquém), extra petita (fora) ou ultra petita (além). A primeira, pode ser objeto de embargos de declaração. As duas últimas devem ser objeto de apelação.

As questões de interesse público devem ser decididas de ofício, independentemente de reque-rimento da parte. Com o sistema de cláusulas gerais no CC de 2002, a possibilidade de declara-ção de ofício cresceu muito, em especial pela redação do art. 166, CC.

Na Justiça do Trabalho há uma importante cláusula geral de nulidade, o art. 9º da CLT.

Art. 142. Convencendo-se, pelas circunstâncias, de que autor e réu se serviram do processo para praticar ato simulado ou conseguir fim vedado por lei, o juiz proferirá decisão que impeça os objeti-vos das partes, aplicando, de ofício, as penalidades da litigância de má-fé.

Comentário

Colusão (art. 142, CPC) e Simulação (art. 167, CC).

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Direito Processual Civil – Dos Poderes, dos Deveres e da Responsabilidade do Juiz – Prof. Giuliano Tamagno

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A primeira é vício processual, como a lide simulada, por exemplo. A segunda, é nulidade de di-reito material (vício da vontade social).

A colusão é punida processualmente com a litigância de má-fé.

Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando:

I – no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;

II – recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte.

Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois que a par-te requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não for apreciado no prazo de 10 (dez) dias.

Comentário

Necessidade de dolo ou fraude.

A responsabilidade do estado é objetiva (art. 37, § 6º, CF). Tem direito de regresso contra o ma-gistrado por dolo ou fraude.

O CPC de 73 exigia prévia intimação. O novo CPC não traz expressa esta necessidade, o que difi-culta saber quando começa a inconformidade da parte.

A sentença injusta, mas de boa-fé, não proporciona indenização.

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Direito Processual CivilDireito Processual Civil

DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO

Comentário geral

A Imparcialidade é garantia do estado Democrático de Direito e atributo necessário para que se possa julgar.

É um dos elementos do princípio do Juiz Natural (art. 5º, XXXVII e LIII, CF).

Não podem existir quaisquer dúvidas sobre os motivos de ordem pessoal que possam influir no ânimo do julgador. Não basta que o juiz alegue a imparcialidade na sua consciência. O CPC fixa causas objetivas de presunção absoluta (impedimentos) e de presunção relativa (suspeição) que impedem que o juiz atue em determinada causa.

Aplicam-se os motivos legais de impedimentos e suspeições tanto a juízes singulares quanto a tribunais. São motivos interpretados em sentido estrito, não permitindo aplicação analógica ou interpretação extensiva, pois afetam o poder jurisdicional.

Aplicam-se aos procedimentos de jurisdição contenciosa e voluntária.

Na Justiça do Trabalho, há regra expressa sobre o tema: art. 801, CLT. Não se faz distinção entre impedimento e suspeição, referindo-se somente ao direito de recusar o Juiz. Os motivos para recusa são: Amizade íntima, inimizade pessoal, parentesco por consanguinidade ou afinidade até o terceiro grau e interesse particular na causa.

O parágrafo único, acrescenta que “se o recusante houver praticado algum ato pelo qual haja consentido na pessoa do juiz, não mais poderá alegar a exceção de suspeição, salvo se sobre-vindo novo motivo. A suspeição não será admitida se do processo constar que o recusante dei-xou de alega-la anteriormente, quando já a conhecia, ou que, depois de conhecida, aceitou o juiz recusado ou, finalmente, se procurou de propósito o motivo de que ela se originou”.

Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:

I – em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;

II – de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;

III – quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministé-rio Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

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IV – quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, con-sanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

V – quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo;

VI – quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;

VII – em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;

VIII – em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;

IX – quando promover ação contra a parte ou seu advogado.

§ 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advo-gado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz.

§ 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz.

§ 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo.

Comentário

Os casos de impedimento são objetivos. Não se indaga sobre a causa ou o motivo da atuação. Não há necessidade de poderes especiais para o advogado arguir o impedimento.

Atos proferidos por juiz impedido levam nulidade e podem ser atacados por ação rescisória (art. 966, II, CPC).

O juiz deve pronunciar o impedimento de ofício. Pode ser alegado o impedimento por petição simples (art. 146, CPC). Houve extinção do procedimento do CPC de 73, que tratava o caso como de exceção. Não há preclusão.

Há jurisprudência no sentido de que o juiz que apenas ordena a citação na primeira instância não está impedido de julgar a apelação. Se proferiu a decisão de saneamento, não pode julgar o processo em apelação.

Intervenção anterior (inciso I). Se fazia parte do MP, somente está impedido se participou de ato e exteriorizou sua opinião (em matéria penal, no mesmo sentido, Súmula 234, STJ).

Conhecimento em grau anterior de jurisdição (inciso II). Não se aplica se for no mesmo grau. Um juiz pode julgar causas semelhantes, desde que no mesmo grau. Também não se aplica este raciocínio para o cumprimento da sentença que julgou.

Este motivo não se aplica às ações anulatórias e ações rescisórias (art. 966, § 4º e art. 966, CPC) porque são ações autônomas de impugnação. Ver Súmula 252 do STF. Somente estará impedi-do para julgar a ação rescisória, se a ação rescindenda se baseou em impedimento do próprio juiz (art. 966, II, CPC).

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Parentesco com defensor público, advogado ou membro do MP (inciso III). Aplica-se a cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, na linha reta, até o terceiro grau.

Parentes consanguíneos: pais, avós, bisavós, trisavós, filhos, netos, bisnetos, trinetos. Inclui-se a adoção para esta finalidade (art. 1626, CC). Parentesco por consanguinidade em linha reta não sofre limitação de graus. Parentesco em linha reta por afinidade limita-se aos filhos e pais do cônjuge ou companheiro (art. 1595, § 1º, CC).

Os graus contam-se na forma do art. 1594 do CC.

Parentes afins: sogro, genro, nora, padrasto, madrasta, enteado.

Juiz como parte (inciso IV). No conceito de parte incluem-se os terceiros.

Juiz como sócio ou membro de pessoa jurídica em cargo de administração ou direção (inciso V). Ver art. 36 da LOMAN. Para associações e fundações, tem de ser membro da direção. Para sociedades, basta ser sócio.

Herdeiro presuntivo, donatário ou empregador (inciso VI). Era causa de suspeição e tornou-se causa de impedimento. Herdeiro pode ser necessário, legatário, testamentário ou beneficiário de encargo.

Relação de emprego com instituição de ensino (inciso VII). Novidade do CPC, motivada pela grande quantidade de juízes envolvidos com o magistério.

Cliente de escritório de advocacia de seu cônjuge ou parente (inciso VIII).

Quando mover ação contra a parte ou advogado (inciso X).

A manipulação dos motivos de impedimento leva à litigância de má-fé.

Sobre os ministros do STF e TSE, ver súmula 72 do STF. Não há impedimento.

Art. 145. Há suspeição do juiz:

I – amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;

II – que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de inicia-do o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subminis-trar meios para atender às despesas do litígio;

III – quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;

IV – interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.

§ 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões.

§ 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando:

I – houver sido provocada por quem a alega;

II – a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido.

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Comentário

A suspeição gera nulidade relativa do processo. Por essa razão, preclui. O prazo conta-se do art. 146 (15 dias do conhecimento do fato), o que pode ser bem complicado de aferir no caso concreto.

Sentença prolatada por juiz suspeito não impugnado é válida e não cabe ação rescisória. A sus-peição não é pressuposto processual.

Partes e MP podem arguir a suspeição. O polo passivo é a pessoa do juiz.

Não é admitida a assistência em suspeição, pois a questão é restrita à parte.

Não é necessária procuração com poderes especiais para arguir a suspeição do juiz.

Amigo íntimo ou inimigo das partes ou de seu advogado (inciso I). São conceitos jurídicos inde-terminados que devem ser demonstrados no processo. O Juiz pode declarar sua suspeição por motivo de foro íntimo, sem necessidade de expor suas razões (art. 145, § 1º, CPC). A antipatia não gera inimizade. Nem o fato do pai do juiz ser inimigo de um das partes e vice-versa.

Presentes ou aconselhamento (inciso II). Devem ter valor significativo. Doação tem carga patri-monial. Os conselhos devem ser dados de forma particular e direcionada. Não se confundem com esclarecimentos de dúvidas em meios de comunicação ou no exercício do magistério. Re-ferir a questão de doações para o foro da comarca, com autorização do Tribunal.

Parte credora ou devedora (inciso III). O juiz não pode julgar a causa tendo interesse no paga-mento de sua dívida.

Interessado na causa (inciso IV). O interesse deve ser próprio e direto, que possa transformá-lo em verdadeira parte processual. Pode ser de natureza econômica ou jurídica em sentido estri-to.

No fundo, a questão de interesse transforma este inciso em um conceito jurídico indetermina-do, que deve ser demonstrado no caso concreto. Uma questão relacionada é o prejulgamento. Evidentemente que o juiz pode fazer considerações sobre o processo, principalmente quando ele não é novidade e já tem algum posicionamento na jurisprudência. Isso não o torna suspei-to. Tampouco o juízo de opinião emitido na tutela de urgência ou de evidência, porque é da própria natureza da cognição sumária.

Também a questão das opiniões doutrinárias expressas em publicações, teses acadêmicas, li-vros de doutrina e de comentários à jurisprudência, palestras, conferências e entrevistas aos meios de comunicação não constituem motivo de suspeição, desde que formuladas em abstra-to. Está dentro do espaço de cidadania do juiz.

Na suspeição por foro íntimo, o juiz não precisa declinar os motivos.

Ação idêntica movida pelo próprio juiz é caso de suspeição por interesse.

Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o impe-dimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o fun-damento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas.

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§ 1º Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará imedia-tamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribu-nal.

§ 2º Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o incidente for recebido:

I – sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;

II – com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do incidente.

§ 3º Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este for rece-bido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto legal.

§ 4º Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente, o tribunal rejeitá-la-á.

§ 5º Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz recorrer da decisão.

§ 6º Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do qual o juiz não poderia ter atuado.

§ 7º O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já presente o motivo de impedimento ou de suspeição.

Comentário

Este é o caso de capacidade postulatória do juiz, que apresentar é suas razões. Quem julga o incidente é o tribunal, no caso de o juiz não acolher as razões de impedimento ou suspeição.

Na Justiça do Trabalho, o art. 801 da CLT disciplina a exceção de suspeição. Entretanto, no pri-meiro grau, guardava a sistemática de julgamento pelos demais membros da Junta, o que não existe mais desde a EC 28. Assim, a exceção deverá ser encaminhada à Corregedoria, que desig-nará um juiz para instruir e julgar a exceção. No procedimento sumaríssimo, todas as exceções são julgadas de plano (art. 852 – G, CLT). Se o juiz recusar a exceção, a parte deverá lançar o protesto antipreclusivo para poder renovar as questões em Recurso Ordinário.

Art. 147. Quando 2 (dois) ou mais juízes forem parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, o primeiro que conhecer do processo impede que o outro nele atue, caso em que o segundo se escusará, remetendo os autos ao seu substituto legal.

Comentário

Caso especial de impedimento nos tribunais

Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição:

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I – ao membro do Ministério Público;

II – aos auxiliares da justiça;

III – aos demais sujeitos imparciais do processo.

§ 1º A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em petição fundamenta-da e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos.

§ 2º O juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão do processo, ouvindo o arguido no prazo de 15 (quinze) dias e facultando a produção de prova, quando necessária.

§ 3º Nos tribunais, a arguição a que se refere o § 1º será disciplinada pelo regimento interno.

§ 4º O disposto nos §§ 1º e 2º não se aplica à arguição de impedimento ou de suspeição de testemunha.

Comentário

Adota-se, no que couber, o mesmo procedimento adotado para o Juiz. Quem julga o incidente é o Juiz.

Não suspende o processo.

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Direito Processual CivilDireito Processual Civil

DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA

Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de ou-tros cujas atribuições sejam determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o peri-to, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regula-dor de avarias.

Seção IDO ESCRIVÃO, DO CHEFE DE SECRETARIA E DO OFICIAL DE

JUSTIÇA

Art. 150. Em cada juízo haverá um ou mais ofí-cios de justiça, cujas atribuições serão determi-nadas pelas normas de organização judiciária.

Art. 151. Em cada comarca, seção ou subseção judiciária haverá, no mínimo, tantos oficiais de justiça quantos sejam os juízos.

Art. 152. Incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria:

I – redigir, na forma legal, os ofícios, os man-dados, as cartas precatórias e os demais atos que pertençam ao seu ofício;

II – efetivar as ordens judiciais, realizar cita-ções e intimações, bem como praticar todos os demais atos que lhe forem atribuídos pe-las normas de organização judiciária;

III – comparecer às audiências ou, não po-dendo fazê-lo, designar servidor para subs-tituí-lo;

IV – manter sob sua guarda e responsabili-dade os autos, não permitindo que saiam do cartório, exceto:

a) quando tenham de seguir à conclusão do juiz;

b) com vista a procurador, à Defensoria Pú-blica, ao Ministério Público ou à Fazenda Pública;

c) quando devam ser remetidos ao contabi-lista ou ao partidor;

d) quando forem remetidos a outro juízo em razão da modificação da competência;

V – fornecer certidão de qualquer ato ou termo do processo, independentemente de despacho, observadas as disposições refe-rentes ao segredo de justiça;

VI – praticar, de ofício, os atos meramente ordinatórios.

§ 1º O juiz titular editará ato a fim de regu-lamentar a atribuição prevista no inciso VI.

§ 2º No impedimento do escrivão ou che-fe de secretaria, o juiz convocará substituto e, não o havendo, nomeará pessoa idônea para o ato.

Art. 153. O escrivão ou chefe de secretaria de-verá obedecer à ordem cronológica de recebi-mento para publicação e efetivação dos pronun-ciamentos judiciais.

Art. 153. O escrivão ou o chefe de secretaria atenderá, preferencialmente, à ordem crono-lógica de recebimento para publicação e efeti-vação dos pronunciamentos judiciais. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

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§ 1º A lista de processos recebidos deverá ser disponibilizada, de forma permanente, para consulta pública.

§ 2º Estão excluídos da regra do caput:

I – os atos urgentes, assim reconhecidos pelo juiz no pronunciamento judicial a ser efetivado;

II – as preferências legais.

§ 3º Após elaboração de lista própria, res-peitar-se-ão a ordem cronológica de recebi-mento entre os atos urgentes e as preferên-cias legais.

§ 4º A parte que se considerar preterida na ordem cronológica poderá reclamar, nos próprios autos, ao juiz do processo, que re-quisitará informações ao servidor, a serem prestadas no prazo de 2 (dois) dias.

§ 5º Constatada a preterição, o juiz deter-minará o imediato cumprimento do ato e a instauração de processo administrativo dis-ciplinar contra o servidor.

Art. 154. Incumbe ao oficial de justiça:

I – fazer pessoalmente citações, prisões, penhoras, arrestos e demais diligências pró-prias do seu ofício, sempre que possível na presença de 2 (duas) testemunhas, certifi-cando no mandado o ocorrido, com men-ção ao lugar, ao dia e à hora;

II – executar as ordens do juiz a que estiver subordinado;

III – entregar o mandado em cartório após seu cumprimento;

IV – auxiliar o juiz na manutenção da or-dem;

V – efetuar avaliações, quando for o caso;

VI – certificar, em mandado, proposta de autocomposição apresentada por qualquer das partes, na ocasião de realização de ato de comunicação que lhe couber.

Parágrafo único. Certificada a proposta de autocomposição prevista no inciso VI, o juiz ordenará a intimação da parte contrá-ria para manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sem prejuízo do andamento regular do processo, entendendo-se o silêncio como recusa.

Art. 155. O escrivão, o chefe de secretaria e o oficial de justiça são responsáveis, civil e regres-sivamente, quando:

I – sem justo motivo, se recusarem a cum-prir no prazo os atos impostos pela lei ou pelo juiz a que estão subordinados;

II – praticarem ato nulo com dolo ou culpa.

Seção IIDO PERITO

Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento téc-nico ou científico.

§ 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.

§ 2º Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio de divulgação na rede mundial de compu-tadores ou em jornais de grande circulação, além de consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos Advo-gados do Brasil, para a indicação de profis-sionais ou de órgãos técnicos interessados.

§ 3º Os tribunais realizarão avaliações e re-avaliações periódicas para manutenção do cadastro, considerando a formação profis-sional, a atualização do conhecimento e a experiência dos peritos interessados.

§ 4º Para verificação de eventual impedi-mento ou motivo de suspeição, nos termos dos arts. 148 e 467, o órgão técnico ou cien-tífico nomeado para realização da perícia

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informará ao juiz os nomes e os dados de qualificação dos profissionais que participa-rão da atividade.

§ 5º Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou ór-gão técnico ou científico comprovadamente detentor do conhecimento necessário à re-alização da perícia.

Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofí-cio no prazo que lhe designar o juiz, empregan-do toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo alegando motivo legítimo.

§ 1º A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação, da suspeição ou do impedimento supervenien-tes, sob pena de renúncia ao direito a alegá--la.

§ 2º Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com disponibilização dos documentos exigidos para habilitação à consulta de interessados, para que a nome-ação seja distribuída de modo equitativo, observadas a capacidade técnica e a área de conhecimento.

Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, pres-tar informações inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilita-do para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabí-veis.

Seção IIIDO DEPOSITÁRIO E DO

ADMINISTRADOR

Art. 159. A guarda e a conservação de bens pe-nhorados, arrestados, sequestrados ou arreca-dados serão confiadas a depositário ou a admi-nistrador, não dispondo a lei de outro modo.

Art. 160. Por seu trabalho o depositário ou o ad-ministrador perceberá remuneração que o juiz fixará levando em conta a situação dos bens, ao tempo do serviço e às dificuldades de sua exe-cução.

Parágrafo único. O juiz poderá nomear um ou mais prepostos por indicação do deposi-tário ou do administrador.

Art. 161. O depositário ou o administrador res-ponde pelos prejuízos que, por dolo ou culpa, causar à parte, perdendo a remuneração que lhe foi arbitrada, mas tem o direito a haver o que legitimamente despendeu no exercício do encargo.

Parágrafo único. O depositário infiel res-ponde civilmente pelos prejuízos causados, sem prejuízo de sua responsabilidade penal e da imposição de sanção por ato atentató-rio à dignidade da justiça.

Seção IVDO INTÉRPRETE E DO TRADUTOR

Art. 162. O juiz nomeará intérprete ou tradutor quando necessário para:

I – traduzir documento redigido em língua estrangeira;

II – verter para o português as declarações das partes e das testemunhas que não co-nhecerem o idioma nacional;

III – realizar a interpretação simultânea dos depoimentos das partes e testemunhas com deficiência auditiva que se comuniquem por meio da Língua Brasileira de Sinais, ou equivalente, quando assim for solicitado.

Art. 163. Não pode ser intérprete ou tradutor quem:

I – não tiver a livre administração de seus bens;

II – for arrolado como testemunha ou atuar como perito no processo;

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III – estiver inabilitado para o exercício da profissão por sentença penal condenatória, enquanto durarem seus efeitos.

Art. 164. O intérprete ou tradutor, oficial ou não, é obrigado a desempenhar seu ofício, apli-cando-se-lhe o disposto nos arts. 157 e 158.

Seção VDOS CONCILIADORES

E MEDIADORES JUDICIAIS

Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsá-veis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.

§ 1º A composição e a organização dos cen-tros serão definidas pelo respectivo tribu-nal, observadas as normas do Conselho Na-cional de Justiça.

§ 2º O conciliador, que atuará preferencial-mente nos casos em que não houver víncu-lo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a uti-lização de qualquer tipo de constrangimen-to ou intimidação para que as partes conci-liem.

§ 3º O mediador, que atuará preferencial-mente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos inte-ressados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comuni-cação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.

Art. 166. A conciliação e a mediação são infor-madas pelos princípios da independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalida-de e da decisão informada.

§ 1º A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no curso do pro-cedimento, cujo teor não poderá ser utili-

zado para fim diverso daquele previsto por expressa deliberação das partes.

§ 2º Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o mediador, assim como os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação.

§ 3º Admite-se a aplicação de técnicas ne-gociais, com o objetivo de proporcionar am-biente favorável à autocomposição.

§ 4º A mediação e a conciliação serão regi-das conforme a livre autonomia dos interes-sados, inclusive no que diz respeito à defini-ção das regras procedimentais.

Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e mediação se-rão inscritos em cadastro nacional e em cadas-tro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de sua área profis-sional.

§ 1º Preenchendo o requisito da capacita-ção mínima, por meio de curso realizado por entidade credenciada, conforme parâmetro curricular definido pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça, o conciliador ou o mediador, com o respectivo certificado, poderá requerer sua inscrição no cadastro nacional e no cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regio-nal federal.

§ 2º Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público, o tribunal remeterá ao diretor do foro da comarca, seção ou subseção judiciária onde atuará o conciliador ou o mediador os dados neces-sários para que seu nome passe a constar da respectiva lista, a ser observada na dis-tribuição alternada e aleatória, respeitado o princípio da igualdade dentro da mesma área de atuação profissional.

§ 3º Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliadores e mediadores

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constarão todos os dados relevantes para a sua atuação, tais como o número de proces-sos de que participou, o sucesso ou insuces-so da atividade, a matéria sobre a qual ver-sou a controvérsia, bem como outros dados que o tribunal julgar relevantes.

§ 4º Os dados colhidos na forma do § 3º serão classificados sistematicamente pelo tribunal, que os publicará, ao menos anual-mente, para conhecimento da população e para fins estatísticos e de avaliação da con-ciliação, da mediação, das câmaras privadas de conciliação e de mediação, dos concilia-dores e dos mediadores.

§ 5º Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma do caput, se advoga-dos, estarão impedidos de exercer a advo-cacia nos juízos em que desempenhem suas funções.

§ 6º O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores e mediado-res, a ser preenchido por concurso público de provas e títulos, observadas as disposi-ções deste Capítulo.

Art. 168. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a câmara privada de conciliação e de mediação.

§ 1º O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar cadastra-do no tribunal.

§ 2º Inexistindo acordo quanto à escolha do mediador ou conciliador, haverá distribui-ção entre aqueles cadastrados no registro do tribunal, observada a respectiva forma-ção.

§ 3º Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um mediador ou conciliador.

Art. 169. Ressalvada a hipótese do art. 167, § 6º, o conciliador e o mediador receberão pelo seu trabalho remuneração prevista em tabela fixada pelo tribunal, conforme parâmetros esta-belecidos pelo Conselho Nacional de Justiça.

§ 1º A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho voluntário, obser-vada a legislação pertinente e a regulamen-tação do tribunal.

§ 2º Os tribunais determinarão o percentual de audiências não remuneradas que deve-rão ser suportadas pelas câmaras privadas de conciliação e mediação, com o fim de atender aos processos em que deferida gra-tuidade da justiça, como contrapartida de seu credenciamento.

Art. 170. No caso de impedimento, o concilia-dor ou mediador o comunicará imediatamente, de preferência por meio eletrônico, e devolverá os autos ao juiz do processo ou ao coordenador do centro judiciário de solução de conflitos, de-vendo este realizar nova distribuição.

Parágrafo único. Se a causa de impedimen-to for apurada quando já iniciado o proce-dimento, a atividade será interrompida, lavrando-se ata com relatório do ocorrido e solicitação de distribuição para novo conci-liador ou mediador.

Art. 171. No caso de impossibilidade temporá-ria do exercício da função, o conciliador ou me-diador informará o fato ao centro, preferencial-mente por meio eletrônico, para que, durante o período em que perdurar a impossibilidade, não haja novas distribuições

Art. 172. O conciliador e o mediador ficam im-pedidos, pelo prazo de 1 (um) ano, contado do término da última audiência em que atuaram, de assessorar, representar ou patrocinar qual-quer das partes.

Art. 173. Será excluído do cadastro de concilia-dores e mediadores aquele que:

I – agir com dolo ou culpa na condução da conciliação ou da mediação sob sua respon-sabilidade ou violar qualquer dos deveres decorrentes do art. 166, §§ 1º e 2º;

II – atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar de impedido ou suspei-to.

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§ 1º Os casos previstos neste artigo serão apurados em processo administrativo.

§ 2º O juiz do processo ou o juiz coordena-dor do centro de conciliação e mediação, se houver, verificando atuação inadequada do mediador ou conciliador, poderá afastá--lo de suas atividades por até 180 (cento e oitenta) dias, por decisão fundamentada, informando o fato imediatamente ao tribu-nal para instauração do respectivo processo administrativo.

Art. 174. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criarão câmaras de mediação e conciliação, com atribuições relacionadas à so-lução consensual de conflitos no âmbito admi-nistrativo, tais como:

I – dirimir conflitos envolvendo órgãos e en-tidades da administração pública;

II – avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de concilia-ção, no âmbito da administração pública;

III – promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta.

Art. 175. As disposições desta Seção não ex-cluem outras formas de conciliação e mediação extrajudiciais vinculadas a órgãos institucionais ou realizadas por intermédio de profissionais in-dependentes, que poderão ser regulamentadas por lei específica.

Parágrafo único. Os dispositivos desta Se-ção aplicam-se, no que couber, às câmaras privadas de conciliação e mediação.

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Direito Processual CivilDireito Processual Civil

DA FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS

Seção IDOS ATOS EM GERAL

Art. 188. Os atos e os termos processuais inde-pendem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se vá-lidos os que, realizados de outro modo, lhe pre-encham a finalidade essencial.

Art. 189. Os atos processuais são públicos, toda-via tramitam em segredo de justiça os proces-sos:

I – em que o exija o interesse público ou so-cial;

II – que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união está-vel, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;

III – em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;

IV – que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbi-tragem seja comprovada perante o juízo.

§ 1º O direito de consultar os autos de pro-cesso que tramite em segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.

§ 2º O terceiro que demonstrar interesse ju-rídico pode requerer ao juiz certidão do dis-positivo da sentença, bem como de inventá-rio e de partilha resultantes de divórcio ou separação.

Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às par-tes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, po-deres, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.

Parágrafo único. De ofício ou a requerimen-to, o juiz controlará a validade das conven-ções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de ade-são ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.

Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso.

§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devida-mente justificados.

§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a reali-zação de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário.

Art. 192. Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso da língua portuguesa.

Parágrafo único. O documento redigido em língua estrangeira somente poderá ser jun-tado aos autos quando acompanhado de versão para a língua portuguesa tramitada por via diplomática ou pela autoridade cen-tral, ou firmada por tradutor juramentado.

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Seção IIDA PRÁTICA ELETRÔNICA

DE ATOS PROCESSUAIS

Art. 193. Os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais, de forma a permitir que sejam produzidos, comunicados, armazenados e validados por meio eletrônico, na forma da lei.

Parágrafo único. O disposto nesta Seção aplica-se, no que for cabível, à prática de atos notariais e de registro.

Art. 194. Os sistemas de automação processual respeitarão a publicidade dos atos, o acesso e a participação das partes e de seus procuradores, inclusive nas audiências e sessões de julgamen-to, observadas as garantias da disponibilidade, independência da plataforma computacional, acessibilidade e interoperabilidade dos siste-mas, serviços, dados e informações que o Poder Judiciário administre no exercício de suas fun-ções.

Art. 195. O registro de ato processual eletrônico deverá ser feito em padrões abertos, que aten-derão aos requisitos de autenticidade, integri-dade, temporalidade, não repúdio, conservação e, nos casos que tramitem em segredo de justi-ça, confidencialidade, observada a infraestrutu-ra de chaves públicas unificada nacionalmente, nos termos da lei.

Art. 196. Compete ao Conselho Nacional de Justiça e, supletivamente, aos tribunais, regula-mentar a prática e a comunicação oficial de atos processuais por meio eletrônico e velar pela compatibilidade dos sistemas, disciplinando a incorporação progressiva de novos avanços tec-nológicos e editando, para esse fim, os atos que forem necessários, respeitadas as normas fun-damentais deste Código.

Art. 197. Os tribunais divulgarão as informações constantes de seu sistema de automação em página própria na rede mundial de computado-res, gozando a divulgação de presunção de vera-cidade e confiabilidade.

Parágrafo único. Nos casos de problema técnico do sistema e de erro ou omissão do auxiliar da justiça responsável pelo registro dos andamentos, poderá ser configurada a justa causa prevista no art. 223, caput e § 1º.

Art. 198. As unidades do Poder Judiciário deve-rão manter gratuitamente, à disposição dos in-teressados, equipamentos necessários à prática de atos processuais e à consulta e ao acesso ao sistema e aos documentos dele constantes.

Parágrafo único. Será admitida a prática de atos por meio não eletrônico no local onde não estiverem disponibilizados os equipa-mentos previstos no caput.

Art. 199. As unidades do Poder Judiciário asse-gurarão às pessoas com deficiência acessibilida-de aos seus sítios na rede mundial de compu-tadores, ao meio eletrônico de prática de atos judiciais, à comunicação eletrônica dos atos processuais e à assinatura eletrônica.

Seção IIIDOS ATOS DAS PARTES

Art. 200. Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade produzem imediatamente a constituição, modi-ficação ou extinção de direitos processuais.

Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeitos após homologação judi-cial.

Art. 201. As partes poderão exigir recibo de pe-tições, arrazoados, papéis e documentos que entregarem em cartório.

Art. 202. É vedado lançar nos autos cotas mar-ginais ou interlineares, as quais o juiz mandará riscar, impondo a quem as escrever multa cor-respondente à metade do salário-mínimo.

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Direito Processual Civil – Da Forma dos Atos Processuais – Prof. Giuliano Tamagno

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Seção IVDOS PRONUNCIAMENTOS DO JUIZ

Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consisti-rão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.

§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento co-mum, bem como extingue a execução.

§ 2º Decisão interlocutória é todo pronun-ciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1º.

§ 3º São despachos todos os demais pro-nunciamentos do juiz praticados no proces-so, de ofício ou a requerimento da parte.

§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofí-cio pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.

Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado pro-ferido pelos tribunais.

Art. 205. Os despachos, as decisões, as senten-ças e os acórdãos serão redigidos, datados e as-sinados pelos juízes.

§ 1º Quando os pronunciamentos previstos no caput forem proferidos oralmente, o ser-vidor os documentará, submetendo-os aos juízes para revisão e assinatura.

§ 2º A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita eletroni-camente, na forma da lei.

§ 3º Os despachos, as decisões interlocutó-rias, o dispositivo das sentenças e a ementa dos acórdãos serão publicados no Diário de Justiça Eletrônico.

Seção VDOS ATOS DO ESCRIVÃO OU DO CHEFE DE SECRETARIA

Art. 206. Ao receber a petição inicial de proces-so, o escrivão ou o chefe de secretaria a autuará, mencionando o juízo, a natureza do processo, o número de seu registro, os nomes das partes e a data de seu início, e procederá do mesmo modo em relação aos volumes em formação.

Art. 207. O escrivão ou o chefe de secretaria nu-merará e rubricará todas as folhas dos autos.

Parágrafo único. À parte, ao procurador, ao membro do Ministério Público, ao defensor público e aos auxiliares da justiça é faculta-do rubricar as folhas correspondentes aos atos em que intervierem.

Art. 208. Os termos de juntada, vista, conclusão e outros semelhantes constarão de notas data-das e rubricadas pelo escrivão ou pelo chefe de secretaria.

Art. 209. Os atos e os termos do processo serão assinados pelas pessoas que neles intervierem, todavia, quando essas não puderem ou não qui-serem firmá-los, o escrivão ou o chefe de secre-taria certificará a ocorrência.

§ 1º Quando se tratar de processo total ou parcialmente documentado em autos ele-trônicos, os atos processuais praticados na presença do juiz poderão ser produzidos e armazenados de modo integralmente digi-tal em arquivo eletrônico inviolável, na for-ma da lei, mediante registro em termo, que será assinado digitalmente pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de secretaria, bem como pelos advogados das partes.

§ 2º Na hipótese do § 1º, eventuais contra-dições na transcrição deverão ser suscita-das oralmente no momento de realização do ato, sob pena de preclusão, devendo o juiz decidir de plano e ordenar o registro, no termo, da alegação e da decisão.

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Art. 210. É lícito o uso da taquigrafia, da esteno-tipia ou de outro método idôneo em qualquer juízo ou tribunal.

Art. 211. Não se admitem nos atos e termos processuais espaços em branco, salvo os que forem inutilizados, assim como entrelinhas, emendas ou rasuras, exceto quando expressa-mente ressalvadas.

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Direito Processual CivilDireito Processual Civil

DA PRÁTICA ELETRÔNICA DE ATOS PROCESSUAIS

LEI Nº 11.419, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006

Dispõe sobre a informatização do processo ju-dicial; altera a Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO IDA INFORMATIZAÇÃO

DO PROCESSO JUDICIAL

Art. 1º O uso de meio eletrônico na tramitação de processos judiciais, comunicação de atos e transmissão de peças processuais será admitido nos termos desta Lei.

§ 1º Aplica-se o disposto nesta Lei, indistin-tamente, aos processos civil, penal e traba-lhista, bem como aos juizados especiais, em qualquer grau de jurisdição.

§ 2º Para o disposto nesta Lei, considera-se:

I – meio eletrônico qualquer forma de ar-mazenamento ou tráfego de documentos e arquivos digitais;

II – transmissão eletrônica toda forma de comunicação a distância com a utilização de redes de comunicação, preferencialmente a rede mundial de computadores;

III – assinatura eletrônica as seguintes for-mas de identificação inequívoca do signatá-rio:

a) assinatura digital baseada em certificado digital emitido por Autoridade Certificadora credenciada, na forma de lei específica;

b) mediante cadastro de usuário no Poder Judiciário, conforme disciplinado pelos ór-gãos respectivos.

Art. 2º O envio de petições, de recursos e a prá-tica de atos processuais em geral por meio ele-trônico serão admitidos mediante uso de assi-natura eletrônica, na forma do art. 1º desta Lei, sendo obrigatório o credenciamento prévio no Poder Judiciário, conforme disciplinado pelos órgãos respectivos.

§ 1º O credenciamento no Poder Judiciário será realizado mediante procedimento no qual esteja assegurada a adequada identifi-cação presencial do interessado.

§ 2º Ao credenciado será atribuído registro e meio de acesso ao sistema, de modo a preservar o sigilo, a identificação e a auten-ticidade de suas comunicações.

§ 3º Os órgãos do Poder Judiciário poderão criar um cadastro único para o credencia-mento previsto neste artigo.

Art. 3º Consideram-se realizados os atos pro-cessuais por meio eletrônico no dia e hora do seu envio ao sistema do Poder Judiciário, do que deverá ser fornecido protocolo eletrônico.

Parágrafo único. Quando a petição eletrôni-ca for enviada para atender prazo processu-al, serão consideradas tempestivas as trans-

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mitidas até as 24 (vinte e quatro) horas do seu último dia.

CAPÍTULO IIDA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA

DOS ATOS PROCESSUAIS

Art. 4º Os tribunais poderão criar Diário da Jus-tiça eletrônico, disponibilizado em sítio da rede mundial de computadores, para publicação de atos judiciais e administrativos próprios e dos órgãos a eles subordinados, bem como comuni-cações em geral.

§ 1º O sítio e o conteúdo das publicações de que trata este artigo deverão ser assinados digitalmente com base em certificado emi-tido por Autoridade Certificadora creden-ciada na forma da lei específica.

§ 2º A publicação eletrônica na forma des-te artigo substitui qualquer outro meio e publicação oficial, para quaisquer efeitos legais, à exceção dos casos que, por lei, exi-gem intimação ou vista pessoal.

§ 3º Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponi-bilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.

§ 4º Os prazos processuais terão início no primeiro dia útil que seguir ao considerado como data da publicação.

§ 5º A criação do Diário da Justiça eletrôni-co deverá ser acompanhada de ampla divul-gação, e o ato administrativo corresponden-te será publicado durante 30 (trinta) dias no diário oficial em uso.

Art. 5º As intimações serão feitas por meio ele-trônico em portal próprio aos que se cadastra-rem na forma do art. 2º desta Lei, dispensan-do-se a publicação no órgão oficial, inclusive eletrônico.

§ 1º Considerar-se-á realizada a intimação no dia em que o intimando efetivar a con-

sulta eletrônica ao teor da intimação, certi-ficando-se nos autos a sua realização.

§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo, nos casos em que a consulta se dê em dia não útil, a intimação será considerada como rea-lizada no primeiro dia útil seguinte.

§ 3º A consulta referida nos §§ 1º e 2º deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez) dias corridos contados da data do envio da inti-mação, sob pena de considerar-se a intima-ção automaticamente realizada na data do término desse prazo.

§ 4º Em caráter informativo, poderá ser efe-tivada remessa de correspondência eletrô-nica, comunicando o envio da intimação e a abertura automática do prazo processual nos termos do § 3º deste artigo, aos que manifestarem interesse por esse serviço.

§ 5º Nos casos urgentes em que a intima-ção feita na forma deste artigo possa cau-sar prejuízo a quaisquer das partes ou nos casos em que for evidenciada qualquer ten-tativa de burla ao sistema, o ato processu-al deverá ser realizado por outro meio que atinja a sua finalidade, conforme determi-nado pelo juiz.

§ 6º As intimações feitas na forma deste artigo, inclusive da Fazenda Pública, serão consideradas pessoais para todos os efeitos legais.

Art. 6º Observadas as formas e as cautelas do art. 5º desta Lei, as citações, inclusive da Fazen-da Pública, excetuadas as dos Direitos Processu-ais Criminal e Infracional, poderão ser feitas por meio eletrônico, desde que a íntegra dos autos seja acessível ao citando.

Art. 7º As cartas precatórias, rogatórias, de ordem e, de um modo geral, todas as comuni-cações oficiais que transitem entre órgãos do Poder Judiciário, bem como entre os deste e os dos demais Poderes, serão feitas preferente-mente por meio eletrônico.

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Direito Processual Civil – Da Prática Eletrônica de Atos Processuais – Prof.

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CAPÍTULO IIIDO PROCESSO ELETRÔNICO

Art. 8º Os órgãos do Poder Judiciário poderão desenvolver sistemas eletrônicos de proces-samento de ações judiciais por meio de autos total ou parcialmente digitais, utilizando, prefe-rencialmente, a rede mundial de computadores e acesso por meio de redes internas e externas.

Parágrafo único. Todos os atos processuais do processo eletrônico serão assinados ele-tronicamente na forma estabelecida nesta Lei.

Art. 9º No processo eletrônico, todas as cita-ções, intimações e notificações, inclusive da Fa-zenda Pública, serão feitas por meio eletrônico, na forma desta Lei.

§ 1º As citações, intimações, notificações e remessas que viabilizem o acesso à íntegra do processo correspondente serão conside-radas vista pessoal do interessado para to-dos os efeitos legais.

§ 2º Quando, por motivo técnico, for inviá-vel o uso do meio eletrônico para a realiza-ção de citação, intimação ou notificação, es-ses atos processuais poderão ser praticados segundo as regras ordinárias, digitalizando--se o documento físico, que deverá ser pos-teriormente destruído.

Art. 10. A distribuição da petição inicial e a juntada da contestação, dos recursos e das pe-tições em geral, todos em formato digital, nos autos de processo eletrônico, podem ser feitas diretamente pelos advogados públicos e priva-dos, sem necessidade da intervenção do car-tório ou secretaria judicial, situação em que a autuação deverá se dar de forma automática, fornecendo-se recibo eletrônico de protocolo.

§ 1º Quando o ato processual tiver que ser praticado em determinado prazo, por meio de petição eletrônica, serão considerados tempestivos os efetivados até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia.

§ 2º No caso do § 1º deste artigo, se o Siste-ma do Poder Judiciário se tornar indisponí-vel por motivo técnico, o prazo fica automa-ticamente prorrogado para o primeiro dia útil seguinte à resolução do problema.

§ 3º Os órgãos do Poder Judiciário deverão manter equipamentos de digitalização e de acesso à rede mundial de computadores à disposição dos interessados para distribui-ção de peças processuais.

Art. 11. Os documentos produzidos eletroni-camente e juntados aos processos eletrônicos com garantia da origem e de seu signatário, na forma estabelecida nesta Lei, serão considera-dos originais para todos os efeitos legais.

§ 1º Os extratos digitais e os documentos digitalizados e juntados aos autos pelos órgãos da Justiça e seus auxiliares, pelo Ministério Público e seus auxiliares, pelas procuradorias, pelas autoridades policiais, pelas repartições públicas em geral e por advogados públicos e privados têm a mes-ma força probante dos originais, ressalvada a alegação motivada e fundamentada de adulteração antes ou durante o processo de digitalização.

§ 2º A argüição de falsidade do documen-to original será processada eletronicamente na forma da lei processual em vigor.

§ 3º Os originais dos documentos digitali-zados, mencionados no § 2º deste artigo, deverão ser preservados pelo seu detentor até o trânsito em julgado da sentença ou, quando admitida, até o final do prazo para interposição de ação rescisória.

§ 4º (VETADO)

§ 5º Os documentos cuja digitalização seja tecnicamente inviável devido ao grande vo-lume ou por motivo de ilegibilidade deve-rão ser apresentados ao cartório ou secre-taria no prazo de 10 (dez) dias contados do envio de petição eletrônica comunicando o fato, os quais serão devolvidos à parte após o trânsito em julgado.

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§ 6º Os documentos digitalizados juntados em processo eletrônico somente estarão disponíveis para acesso por meio da rede externa para suas respectivas partes pro-cessuais e para o Ministério Público, respei-tado o disposto em lei para as situações de sigilo e de segredo de justiça.

Art. 12. A conservação dos autos do processo poderá ser efetuada total ou parcialmente por meio eletrônico.

§ 1º Os autos dos processos eletrônicos de-verão ser protegidos por meio de sistemas de segurança de acesso e armazenados em meio que garanta a preservação e integrida-de dos dados, sendo dispensada a formação de autos suplementares.

§ 2º Os autos de processos eletrônicos que tiverem de ser remetidos a outro juízo ou instância superior que não disponham de sistema compatível deverão ser impressos em papel, autuados na forma dos arts. 166 a 168 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, ainda que de natureza criminal ou trabalhista, ou per-tinentes a juizado especial.

§ 3º No caso do § 2º deste artigo, o escri-vão ou o chefe de secretaria certificará os autores ou a origem dos documentos pro-duzidos nos autos, acrescentando, ressalva-da a hipótese de existir segredo de justiça, a forma pela qual o banco de dados poderá ser acessado para aferir a autenticidade das peças e das respectivas assinaturas digitais.

§ 4º Feita a autuação na forma estabeleci-da no § 2º deste artigo, o processo seguirá a tramitação legalmente estabelecida para os processos físicos.

§ 5º A digitalização de autos em mídia não digital, em tramitação ou já arquivados, será precedida de publicação de editais de intimações ou da intimação pessoal das partes e de seus procuradores, para que, no prazo preclusivo de 30 (trinta) dias, se mani-festem sobre o desejo de manterem pesso-

almente a guarda de algum dos documen-tos originais.

Art. 13. O magistrado poderá determinar que sejam realizados por meio eletrônico a exibição e o envio de dados e de documentos necessá-rios à instrução do processo.

§ 1º Consideram-se cadastros públicos, para os efeitos deste artigo, dentre outros exis-tentes ou que venham a ser criados, ainda que mantidos por concessionárias de ser-viço público ou empresas privadas, os que contenham informações indispensáveis ao exercício da função judicante.

§ 2º O acesso de que trata este artigo dar--se-á por qualquer meio tecnológico dispo-nível, preferentemente o de menor custo, considerada sua eficiência.

CAPÍTULO IVDISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS

Art. 14. Os sistemas a serem desenvolvidos pe-los órgãos do Poder Judiciário deverão usar, pre-ferencialmente, programas com código aberto, acessíveis ininterruptamente por meio da rede mundial de computadores, priorizando-se a sua padronização.

Parágrafo único. Os sistemas devem buscar identificar os casos de ocorrência de pre-venção, litispendência e coisa julgada.

Art. 15. Salvo impossibilidade que comprometa o acesso à justiça, a parte deverá informar, ao distribuir a petição inicial de qualquer ação judi-cial, o número no cadastro de pessoas físicas ou jurídicas, conforme o caso, perante a Secretaria da Receita Federal.

Parágrafo único. Da mesma forma, as peças de acusação criminais deverão ser instruí-das pelos membros do Ministério Público ou pelas autoridades policiais com os nú-meros de registros dos acusados no Institu-to Nacional de Identificação do Ministério da Justiça, se houver.

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Direito Processual Civil – Da Prática Eletrônica de Atos Processuais – Prof.

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Art. 16. Os livros cartorários e demais repositó-rios dos órgãos do Poder Judiciário poderão ser gerados e armazenados em meio totalmente eletrônico.

Art. 17. (VETADO)

Art. 18. Os órgãos do Poder Judiciário regula-mentarão esta Lei, no que couber, no âmbito de suas respectivas competências.

Art. 19. Ficam convalidados os atos processuais praticados por meio eletrônico até a data de pu-blicação desta Lei, desde que tenham atingido sua finalidade e não tenha havido prejuízo para as partes.

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Direito Processual CivilDireito Processual Civil

DO TEMPO E DO LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS

Seção IDO TEMPO

Art. 212. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.

§ 1º Serão concluídos após as 20 (vinte) ho-ras os atos iniciados antes, quando o adia-mento prejudicar a diligência ou causar gra-ve dano.

§ 2º Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras poderão realizar-se no período de férias fo-renses, onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido nes-te artigo, observado o disposto no art. 5º, inciso XI, da Constituição Federal.

§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado por meio de petição em autos não eletrônicos, essa deverá ser protocolada no horário de funcionamento do fórum ou tribunal, con-forme o disposto na lei de organização judi-ciária local.

Art. 213. A prática eletrônica de ato processu-al pode ocorrer em qualquer horário até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo.

Parágrafo único. O horário vigente no juízo perante o qual o ato deve ser praticado será considerado para fins de atendimento do prazo.

Art. 214. Durante as férias forenses e nos feria-dos, não se praticarão atos processuais, excetu-ando-se:

I – os atos previstos no art. 212, § 2º;

II – a tutela de urgência.

Art. 215. Processam-se durante as férias foren-ses, onde as houver, e não se suspendem pela superveniência delas:

I – os procedimentos de jurisdição voluntá-ria e os necessários à conservação de direi-tos, quando puderem ser prejudicados pelo adiamento;

II – a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor e curador;

III – os processos que a lei determinar.

Art. 216. Além dos declarados em lei, são fe-riados, para efeito forense, os sábados, os do-mingos e os dias em que não haja expediente forense.

Seção IIDO LUGAR

Art. 217. Os atos processuais realizar-se-ão or-dinariamente na sede do juízo, ou, excepcional-mente, em outro lugar em razão de deferência, de interesse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz.

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Direito Processual CivilDireito Processual Civil

DOS PRAZOS

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei.

§ 1º Quando a lei for omissa, o juiz determi-nará os prazos em consideração à complexi-dade do ato.

§ 2º Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento após decorridas 48 (qua-renta e oito) horas.

§ 3º Inexistindo preceito legal ou prazo de-terminado pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a car-go da parte.

§ 4º Será considerado tempestivo o ato pra-ticado antes do termo inicial do prazo.

Art. 219. Na contagem de prazo em dias, esta-belecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão so-mente os dias úteis.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais.

Art. 220. Suspende-se o curso do prazo proces-sual nos dias compreendidos entre 20 de de-zembro e 20 de janeiro, inclusive.

§ 1º Ressalvadas as férias individuais e os fe-riados instituídos por lei, os juízes, os mem-bros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxilia-res da Justiça exercerão suas atribuições du-rante o período previsto no caput.

§ 2º Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de julga-mento.

Art. 221. Suspende-se o curso do prazo por obs-táculo criado em detrimento da parte ou ocor-rendo qualquer das hipóteses do art. 313, de-vendo o prazo ser restituído por tempo igual ao que faltava para sua complementação.

Parágrafo único. Suspendem-se os prazos durante a execução de programa instituído pelo Poder Judiciário para promover a auto-composição, incumbindo aos tribunais es-pecificar, com antecedência, a duração dos trabalhos.

Art. 222. Na comarca, seção ou subseção judi-ciária onde for difícil o transporte, o juiz poderá prorrogar os prazos por até 2 (dois) meses.

§ 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos pe-remptórios sem anuência das partes.

§ 2º Havendo calamidade pública, o limite previsto no caput para prorrogação de pra-zos poderá ser excedido.

Art. 223. Decorrido o prazo, extingue-se o direi-to de praticar ou de emendar o ato processual, independentemente de declaração judicial, fi-cando assegurado, porém, à parte provar que não o realizou por justa causa.

§ 1º Considera-se justa causa o evento alheio à vontade da parte e que a impediu de praticar o ato por si ou por mandatário.

§ 2º Verificada a justa causa, o juiz permiti-rá à parte a prática do ato no prazo que lhe assinar.

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Art. 224. Salvo disposição em contrário, os pra-zos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento.

§ 1º Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica.

§ 2º Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponi-bilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.

§ 3º A contagem do prazo terá início no pri-meiro dia útil que seguir ao da publicação.

Art. 225. A parte poderá renunciar ao prazo es-tabelecido exclusivamente em seu favor, desde que o faça de maneira expressa.

Art. 226. O juiz proferirá:

I – os despachos no prazo de 5 (cinco) dias;

II – as decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez) dias;

III – as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias.

Art. 227. Em qualquer grau de jurisdição, haven-do motivo justificado, pode o juiz exceder, por igual tempo, os prazos a que está submetido.

Art. 228. Incumbirá ao serventuário remeter os autos conclusos no prazo de 1 (um) dia e exe-cutar os atos processuais no prazo de 5 (cinco) dias, contado da data em que:

I – houver concluído o ato processual ante-rior, se lhe foi imposto pela lei;

II – tiver ciência da ordem, quando determi-nada pelo juiz.

§ 1º Ao receber os autos, o serventuário certificará o dia e a hora em que teve ciên-cia da ordem referida no inciso II.

§ 2º Nos processos em autos eletrônicos, a juntada de petições ou de manifestações em geral ocorrerá de forma automática, in-dependentemente de ato de serventuário da justiça.

Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferen-tes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requeri-mento.

§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é ofereci-da defesa por apenas um deles.

§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.

Art. 230. O prazo para a parte, o procurador, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública e o Mi-nistério Público será contado da citação, da inti-mação ou da notificação.

Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:

I – a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intima-ção for pelo correio;

II – a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça;

III – a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do es-crivão ou do chefe de secretaria;

IV – o dia útil seguinte ao fim da dilação as-sinada pelo juiz, quando a citação ou a inti-mação for por edital;

V – o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica;

VI – a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de ori-gem devidamente cumprida, quando a cita-

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Direito Processual Civil – Dos Prazos – Prof. Giuliano Tamagno

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ção ou a intimação se realizar em cumpri-mento de carta;

VII – a data de publicação, quando a intima-ção se der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico;

VIII – o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em car-ga, do cartório ou da secretaria.

§ 1º Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para contestar corres-ponderá à última das datas a que se refe-rem os incisos I a VI do caput.

§ 2º Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é contado individualmente.

§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado di-retamente pela parte ou por quem, de qual-quer forma, participe do processo, sem a intermediação de representante judicial, o dia do começo do prazo para cumprimento da determinação judicial corresponderá à data em que se der a comunicação.

§ 4º Aplica-se o disposto no inciso II do ca-put à citação com hora certa.

Art. 232. Nos atos de comunicação por carta precatória, rogatória ou de ordem, a realização da citação ou da intimação será imediatamente informada, por meio eletrônico, pelo juiz depre-cado ao juiz deprecante.

Seção IIDA VERIFICAÇÃO DOS PRAZOS

E DAS PENALIDADES

Art. 233. Incumbe ao juiz verificar se o serven-tuário excedeu, sem motivo legítimo, os prazos estabelecidos em lei.

§ 1º Constatada a falta, o juiz ordenará a instauração de processo administrativo, na forma da lei.

§ 2º Qualquer das partes, o Ministério Pú-blico ou a Defensoria Pública poderá re-presentar ao juiz contra o serventuário que

injustificadamente exceder os prazos pre-vistos em lei.

Art. 234. Os advogados públicos ou privados, o defensor público e o membro do Ministério Pú-blico devem restituir os autos no prazo do ato a ser praticado.

§ 1º É lícito a qualquer interessado exigir os autos do advogado que exceder prazo legal.

§ 2º Se, intimado, o advogado não devolver os autos no prazo de 3 (três) dias, perderá o direito à vista fora de cartório e incorre-rá em multa correspondente à metade do salário-mínimo.

§ 3º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato à seção local da Ordem dos Advogados do Brasil para procedimento disciplinar e imposição de multa.

§ 4º Se a situação envolver membro do Mi-nistério Público, da Defensoria Pública ou da Advocacia Pública, a multa, se for o caso, será aplicada ao agente público responsável pelo ato.

§ 5º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato ao órgão competente responsável pela instauração de procedimento disciplinar contra o membro que atuou no feito.

Art. 235. Qualquer parte, o Ministério Público ou a Defensoria Pública poderá representar ao corregedor do tribunal ou ao Conselho Nacional de Justiça contra juiz ou relator que injustifica-damente exceder os prazos previstos em lei, re-gulamento ou regimento interno.

§ 1º Distribuída a representação ao órgão competente e ouvido previamente o juiz, não sendo caso de arquivamento liminar, será instaurado procedimento para apu-ração da responsabilidade, com intimação do representado por meio eletrônico para, querendo, apresentar justificativa no prazo de 15 (quinze) dias.

§ 2º Sem prejuízo das sanções administra-tivas cabíveis, em até 48 (quarenta e oito) horas após a apresentação ou não da justi-

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ficativa de que trata o § 1º, se for o caso, o corregedor do tribunal ou o relator no Con-selho Nacional de Justiça determinará a inti-mação do representado por meio eletrônico para que, em 10 (dez) dias, pratique o ato.

§ 3º Mantida a inércia, os autos serão reme-tidos ao substituto legal do juiz ou do rela-tor contra o qual se representou para deci-são em 10 (dez) dias.

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Direito Processual Civil

PRECLUSÃO

Fundamentação

Art. 278, CPC: “A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão.”

Parágrafo único. “Não se aplica o disposto no caput às nulidades que o juiz deva decretar de ofício, nem prevalece a preclusão provando a parte legítimo impedimento.”

Art. 507, CPC: “É vedado à parte discutir no curso do processo as questões já decididas a cujo respeito se operou a preclusão.”

Art. 1.000, CPC: “A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer.”

Parágrafo único. “Considera-se aceitação tácita a prática, sem nenhuma reserva, de ato incompatível com a vontade de recorrer.”

Conceito

É um mecanismo de extrema importância para o andamento do processo, seja para preservar a duração razoável do processo, seja para proteger a segurança jurídica e a boa-fé.

Ele consiste na perda de uma faculdade processsual por:

• não ter sido exercida no tempo devido (preclusão temporal);

• incompatibilidade com um ato anteriormente praticado (preclusão lógica);

• já ter sido exercida anteriromente (preclusão consumativa).

• “Luiz Rodriguez Wambier, Flávio Renato Correia de Almeida e Eduardo Talamini, em Curso Avançado de Processo Civil, Vol. 1, Teoria Geral do Processo e Processo de Conhecimento, asseveram que a "preclusão é fenômeno exclusivamente processual, vinculado à idéia de que passo a passo os atos processuais vão acontecendo subseqüentemente no processo, realizando o modelo procedimental que se tenha adotado em cada caso". Segundo os referidos autores, "o instituto da preclusão está umbilicalmente ligado à questão do andamento processual, e de seu destino inexorável, que é o de extinguir-se, para dar lugar à solução concreta decorrente da prestação da tutela jurisdicional do Estado“.

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Preclusão temporal

• Os prazos próprios são aqueles que, se não respeitados, implicam a perda da faculdade de praticar o ato processual. Haverá preclusão temporal para aquele que não contestou ou recorreu dentro do prazo estabelecido em lei. Ex.: No procedimento ordinário, a faculdade de oferecer resposta preclui no prazo de 15 dias.

• É a modalidade de preclusão que mais diretamente se liga à necessidade de que o processo caminhe para frente.

Lembrando....

Prazos próprios: são aqueles estabelecidos pela lei e que atingem as partes. Ou seja, não podem sofrer alteração por convenção das partes envolvidas no processo, a sua não observância tem como consequência direta a preclusão, ou seja, perecimento do exercício do direito.

Preclusão lógica

• Consiste na pera da faculdade processual de praticar um ato que seja logicamente incompatível com outro já realizado anteriormente (Art. 1.000, parágrafo único, CPC).

• Se a parte concordou com a sentença e cumpriu o que nela determinado, não poderá mais recorrer, por exemplo.

Preclusão consumativa

• O ato que já foi praticado pela pate ou pelo interveniente não poderá ser renovado. Se o réu já contestou, ainda que antes do 15º dia, não poderá apresentar novos argumentos de defesa, porque já terá exaurido sua faculdade.

• O mesmo em relação à apresentação de recurso: se já recorreu, ainda que antes do término do prazo, não poderá oferecer novo recurso ou novos argumentos ao primeiro.

Aspectos da preclusão

• A preclusão não ocorre em relação aos despachos, uma vez que não ferem direitos ou interesse das partes. Assim, podem ser praticados mesmo depois de esgotado o prazo pra tanto e, uma vez praticados, nada impede que sejam revistos ou revogados pelo juiz.

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Direito Constitucional – Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios – Profª Tatiana Marcello

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• Com relação aos demais atos do juiz (decisão interlocutória e sentença), a doutrina entende que, igualmente, não há preclusão temporal; podem ser praticados depois do esgotamento do prazo, que são impróprios por excelência, o que afasta a incidência da preclusão temporal.

• Contudo, submetem-se os atos decisórios à preclusão consumativa e lógica ( o que se denomina de preclusão pro judicato). Isso porque, uma vez publicada, não pode a decisão ser revista ou revogada, salvo na via recursal. Trata-se, pois, de hipótese típica de preclusão consumativa para o juiz.

Lembrando....

Prazos Impróprios: são aqueles fixados aos órgãos do judiciário, sendo que a ausência de observância não gera consequência processual. São prazos a serem observados pelo juiz e serventuários, e outros.

Preclusão será afastada...

• A preclusão será afastada quando a parte provar que deixou de realizar o ato por justa causa.

Ex.: O equívoco nas informações processuais prestadas na página eletrônica dos Tribunais constitui exemplo de justa causa que autoriza a prática posterior do ato sem prejuízo para a parte.

No caso de haver algum problema técnico do sistema, ou até mesmo algum erro ou omissão do serventuário da justiça responsável pelo registro dos andamentos, também estará configurada a justa causa.

Preclusão pelo CPC

Art. 63, CPC: ”As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.”

§ 4º ”Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão”.

Art. 104, caput, CPC: “O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente.”

Art. 209, CPC: “Os atos e os termos do processo serão assinados pelas pessoas que neles intervierem, todavia, quando essas não puderem ou não quiserem firmá-los, o escrivão ou o chefe de secretaria certificará a ocorrência”.

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§ 2º ”Na hipótese do § 1º, eventuais contradições na transcrição deverão ser suscitadas oralmente no momento de realização do ato, sob pena de preclusão, devendo o juiz decidir de plano e ordenar o registro, no termo, da alegação e da decisão”.

Art. 293, CPC: “O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a complementação das custas”.

Art. 1.009, CPC: Da sentença cabe apelação.

§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.

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Direito Processual CivilDireito Processual Civil

DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 236. Os atos processuais serão cumpridos por ordem judicial.

§ 1º Será expedida carta para a prática de atos fora dos limites territoriais do tribunal, da comarca, da seção ou da subseção judici-árias, ressalvadas as hipóteses previstas em lei.

§ 2º O tribunal poderá expedir carta para juízo a ele vinculado, se o ato houver de se realizar fora dos limites territoriais do local de sua sede.

§ 3º Admite-se a prática de atos processuais por meio de videoconferência ou outro re-curso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real.

Art. 237. Será expedida carta:

I – de ordem, pelo tribunal, na hipótese do § 2o do art. 236;

II – rogatória, para que órgão jurisdicional estrangeiro pratique ato de cooperação ju-rídica internacional, relativo a processo em curso perante órgão jurisdicional brasileiro;

III – precatória, para que órgão jurisdicional brasileiro pratique ou determine o cumpri-mento, na área de sua competência territo-rial, de ato relativo a pedido de cooperação judiciária formulado por órgão jurisdicional de competência territorial diversa;

IV – arbitral, para que órgão do Poder Judi-ciário pratique ou determine o cumprimen-to, na área de sua competência territorial, de ato objeto de pedido de cooperação ju-diciária formulado por juízo arbitral, inclu-sive os que importem efetivação de tutela provisória.

Parágrafo único. Se o ato relativo a processo em curso na justiça federal ou em tribunal superior houver de ser praticado em local onde não haja vara federal, a carta poderá ser dirigida ao juízo estadual da respectiva comarca.

CAPÍTULO IIDA CITAÇÃO

Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convo-cados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual.

Art. 239. Para a validade do processo é indis-pensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido.

§ 1º O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o pra-zo para apresentação de contestação ou de embargos à execução.

§ 2º Rejeitada a alegação de nulidade, tra-tando-se de processo de:

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I – conhecimento, o réu será considerado revel;

II – execução, o feito terá seguimento.

Art. 240. A citação válida, ainda quando orde-nada por juízo incompetente, induz litispendên-cia, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).

§ 1º A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido por juízo incompetente, re-troagirá à data de propositura da ação.

§ 2º Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 (dez) dias, as providências necessárias para viabilizar a citação, sob pena de não se aplicar o disposto no § 1º.

§ 3º A parte não será prejudicada pela de-mora imputável exclusivamente ao serviço judiciário.

§ 4º O efeito retroativo a que se refere o § 1º aplica-se à decadência e aos demais pra-zos extintivos previstos em lei.

Art. 241. Transitada em julgado a sentença de mérito proferida em favor do réu antes da cita-ção, incumbe ao escrivão ou ao chefe de secre-taria comunicar-lhe o resultado do julgamento.

Art. 242. A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado.

§ 1º Na ausência do citando, a citação será feita na pessoa de seu mandatário, adminis-trador, preposto ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados.

§ 2º O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou, na localidade onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber cita-ção será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos

aluguéis, que será considerado habilitado para representar o locador em juízo.

§ 3º A citação da União, dos Estados, do Dis-trito Federal, dos Municípios e de suas res-pectivas autarquias e fundações de direito público será realizada perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua re-presentação judicial.

Art. 243. A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se encontre o réu, o executado ou o interessado.

Parágrafo único. O militar em serviço ativo será citado na unidade em que estiver ser-vindo, se não for conhecida sua residência ou nela não for encontrado.

Art. 244. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:

I – de quem estiver participando de ato de culto religioso;

II – de cônjuge, de companheiro ou de qual-quer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes;

III – de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento;

IV – de doente, enquanto grave o seu esta-do.

Art. 245. Não se fará citação quando se verificar que o citando é mentalmente incapaz ou está impossibilitado de recebê-la.

§ 1º O oficial de justiça descreverá e certifi-cará minuciosamente a ocorrência.

§ 2º Para examinar o citando, o juiz nomea-rá médico, que apresentará laudo no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 3º Dispensa-se a nomeação de que trata o § 2º se pessoa da família apresentar de-claração do médico do citando que ateste a incapacidade deste.

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§ 4º Reconhecida a impossibilidade, o juiz nomeará curador ao citando, observando, quanto à sua escolha, a preferência estabe-lecida em lei e restringindo a nomeação à causa.

§ 5º A citação será feita na pessoa do cura-dor, a quem incumbirá a defesa dos interes-ses do citando.

Art. 246. A citação será feita:

I – pelo correio;

II – por oficial de justiça;

III – pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório;

IV – por edital;

V – por meio eletrônico, conforme regulado em lei.

§ 1º Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em au-tos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão efe-tuadas preferencialmente por esse meio.

§ 2º O disposto no § 1º aplica-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Muni-cípios e às entidades da administração indi-reta.

§ 3º Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados pessoalmente, exceto quando tiver por objeto unidade au-tônoma de prédio em condomínio, caso em que tal citação é dispensada.

Art. 247. A citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país, exceto:

I – nas ações de estado, observado o dispos-to no art. 695, § 3º;

II – quando o citando for incapaz;

III – quando o citando for pessoa de direito público;

IV – quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de corres-pondência;

V – quando o autor, justificadamente, a re-querer de outra forma.

Art. 248. Deferida a citação pelo correio, o es-crivão ou o chefe de secretaria remeterá ao ci-tando cópias da petição inicial e do despacho do juiz e comunicará o prazo para resposta, o ende-reço do juízo e o respectivo cartório.

§ 1º A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo.

§ 2º Sendo o citando pessoa jurídica, será válida a entrega do mandado a pessoa com poderes de gerência geral ou de adminis-tração ou, ainda, a funcionário responsável pelo recebimento de correspondências.

§ 3º Da carta de citação no processo de co-nhecimento constarão os requisitos do art. 250.

§ 4º Nos condomínios edilícios ou nos lote-amentos com controle de acesso, será váli-da a entrega do mandado a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência, que, entretanto, poderá recusar o recebimento, se declarar, por es-crito, sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência está ausente.

Art. 249. A citação será feita por meio de oficial de justiça nas hipóteses previstas neste Código ou em lei, ou quando frustrada a citação pelo correio.

Art. 250. O mandado que o oficial de justiça ti-ver de cumprir conterá:

I – os nomes do autor e do citando e seus respectivos domicílios ou residências;

II – a finalidade da citação, com todas as es-pecificações constantes da petição inicial, bem como a menção do prazo para contes-tar, sob pena de revelia, ou para embargar a execução;

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III – a aplicação de sanção para o caso de descumprimento da ordem, se houver;

IV – se for o caso, a intimação do citando para comparecer, acompanhado de advoga-do ou de defensor público, à audiência de conciliação ou de mediação, com a menção do dia, da hora e do lugar do compareci-mento;

V – a cópia da petição inicial, do despacho ou da decisão que deferir tutela provisória;

VI – a assinatura do escrivão ou do chefe de secretaria e a declaração de que o subscre-ve por ordem do juiz.

Art. 251. Incumbe ao oficial de justiça procurar o citando e, onde o encontrar, citá-lo:

I – lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé;

II – portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé;

III – obtendo a nota de ciente ou certifican-do que o citando não a apôs no mandado.

Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deve-rá, havendo suspeita de ocultação, intimar qual-quer pessoa da família ou, em sua falta, qual-quer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar.

Parágrafo único. Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de aces-so, será válida a intimação a que se refere o caput feita a funcionário da portaria res-ponsável pelo recebimento de correspon-dência.

Art. 253. No dia e na hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despa-cho, comparecerá ao domicílio ou à residência do citando a fim de realizar a diligência.

§ 1º Se o citando não estiver presente, o ofi-cial de justiça procurará informar-se das ra-zões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha ocultado em

outra comarca, seção ou subseção judiciá-rias.

§ 2º A citação com hora certa será efetivada mesmo que a pessoa da família ou o vizinho que houver sido intimado esteja ausente, ou se, embora presente, a pessoa da família ou o vizinho se recusar a receber o manda-do.

§ 3º Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com qualquer pes-soa da família ou vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome.

§ 4º O oficial de justiça fará constar do man-dado a advertência de que será nomeado curador especial se houver revelia.

Art. 254. Feita a citação com hora certa, o es-crivão ou chefe de secretaria enviará ao réu, executado ou interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da juntada do mandado aos autos, carta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo ciência.

Art. 255. Nas comarcas contíguas de fácil comu-nicação e nas que se situem na mesma região metropolitana, o oficial de justiça poderá efe-tuar, em qualquer delas, citações, intimações, notificações, penhoras e quaisquer outros atos executivos.

Art. 256. A citação por edital será feita:

I – quando desconhecido ou incerto o citan-do;

II – quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando;

III – nos casos expressos em lei.

§ 1º Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cum-primento de carta rogatória.

§ 2º No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua ci-tação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifu-são.

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§ 3º O réu será considerado em local ignora-do ou incerto se infrutíferas as tentativas de sua localização, inclusive mediante requisi-ção pelo juízo de informações sobre seu en-dereço nos cadastros de órgãos públicos ou de concessionárias de serviços públicos.

Art. 257. São requisitos da citação por edital:

I – a afirmação do autor ou a certidão do oficial informando a presença das circuns-tâncias autorizadoras;

II – a publicação do edital na rede mundial de computadores, no sítio do respectivo tri-bunal e na plataforma de editais do Conse-lho Nacional de Justiça, que deve ser certifi-cada nos autos;

III – a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias, fluindo da data da publicação única ou, ha-vendo mais de uma, da primeira;

IV – a advertência de que será nomeado curador especial em caso de revelia.

Parágrafo único. O juiz poderá determinar que a publicação do edital seja feita tam-bém em jornal local de ampla circulação ou por outros meios, considerando as peculia-ridades da comarca, da seção ou da subse-ção judiciárias.

Art. 258. A parte que requerer a citação por edi-tal, alegando dolosamente a ocorrência das cir-cunstâncias autorizadoras para sua realização, incorrerá em multa de 5 (cinco) vezes o salário--mínimo.

Parágrafo único. A multa reverterá em be-nefício do citando.

Art. 259. Serão publicados editais:

I – na ação de usucapião de imóvel;

II – na ação de recuperação ou substituição de título ao portador;

III – em qualquer ação em que seja neces-sária, por determinação legal, a provocação,

para participação no processo, de interessa-dos incertos ou desconhecidos.

CAPÍTULO IIIDAS CARTAS

Art. 260. São requisitos das cartas de ordem, precatória e rogatória:

I – a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato;

II – o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato con-ferido ao advogado;

III – a menção do ato processual que lhe constitui o objeto;

IV – o encerramento com a assinatura do juiz.

§ 1º O juiz mandará trasladar para a carta quaisquer outras peças, bem como instruí--la com mapa, desenho ou gráfico, sempre que esses documentos devam ser examina-dos, na diligência, pelas partes, pelos peri-tos ou pelas testemunhas.

§ 2º Quando o objeto da carta for exame pericial sobre documento, este será remeti-do em original, ficando nos autos reprodu-ção fotográfica.

§ 3º A carta arbitral atenderá, no que cou-ber, aos requisitos a que se refere o caput e será instruída com a convenção de arbitra-gem e com as provas da nomeação do árbi-tro e de sua aceitação da função.

Art. 261. Em todas as cartas o juiz fixará o prazo para cumprimento, atendendo à facilidade das comunicações e à natureza da diligência.

§ 1º As partes deverão ser intimadas pelo juiz do ato de expedição da carta.

§ 2º Expedida a carta, as partes acompa-nharão o cumprimento da diligência peran-

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te o juízo destinatário, ao qual compete a prática dos atos de comunicação.

§ 3º A parte a quem interessar o cumpri-mento da diligência cooperará para que o prazo a que se refere o caput seja cumprido.

Art. 262. A carta tem caráter itinerante, poden-do, antes ou depois de lhe ser ordenado o cum-primento, ser encaminhada a juízo diverso do que dela consta, a fim de se praticar o ato.

Parágrafo único. O encaminhamento da carta a outro juízo será imediatamente co-municado ao órgão expedidor, que intimará as partes.

Art. 263. As cartas deverão, preferencialmente, ser expedidas por meio eletrônico, caso em que a assinatura do juiz deverá ser eletrônica, na forma da lei.

Art. 264. A carta de ordem e a carta precatória por meio eletrônico, por telefone ou por tele-grama conterão, em resumo substancial, os re-quisitos mencionados no art. 250, especialmen-te no que se refere à aferição da autenticidade.

Art. 265. O secretário do tribunal, o escrivão ou o chefe de secretaria do juízo deprecante trans-mitirá, por telefone, a carta de ordem ou a carta precatória ao juízo em que houver de se cum-prir o ato, por intermédio do escrivão do primei-ro ofício da primeira vara, se houver na comarca mais de um ofício ou de uma vara, observando--se, quanto aos requisitos, o disposto no art. 264.

§ 1º O escrivão ou o chefe de secretaria, no mesmo dia ou no dia útil imediato, telefo-nará ou enviará mensagem eletrônica ao se-cretário do tribunal, ao escrivão ou ao chefe de secretaria do juízo deprecante, lendo-lhe os termos da carta e solicitando-lhe que os confirme.

§ 2º Sendo confirmada, o escrivão ou o che-fe de secretaria submeterá a carta a despa-cho.

Art. 266. Serão praticados de ofício os atos re-quisitados por meio eletrônico e de telegrama,

devendo a parte depositar, contudo, na secre-taria do tribunal ou no cartório do juízo depre-cante, a importância correspondente às despe-sas que serão feitas no juízo em que houver de praticar-se o ato.

Art. 267. O juiz recusará cumprimento a carta precatória ou arbitral, devolvendo-a com deci-são motivada quando:

I – a carta não estiver revestida dos requisi-tos legais;

II – faltar ao juiz competência em razão da matéria ou da hierarquia;

III – o juiz tiver dúvida acerca de sua auten-ticidade.

Parágrafo único. No caso de incompetência em razão da matéria ou da hierarquia, o juiz deprecado, conforme o ato a ser praticado, poderá remeter a carta ao juiz ou ao tribu-nal competente.

Art. 268. Cumprida a carta, será devolvida ao juízo de origem no prazo de 10 (dez) dias, in-dependentemente de traslado, pagas as custas pela parte.

CAPÍTULO IVDAS INTIMAÇÕES

Art. 269. Intimação é o ato pelo qual se dá ciên-cia a alguém dos atos e dos termos do processo.

§ 1º É facultado aos advogados promover a intimação do advogado da outra parte por meio do correio, juntando aos autos, a se-guir, cópia do ofício de intimação e do aviso de recebimento.

§ 2º O ofício de intimação deverá ser instru-ído com cópia do despacho, da decisão ou da sentença.

§ 3º A intimação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações de direi-to público será realizada perante o órgão de

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Advocacia Pública responsável por sua re-presentação judicial.

Art. 270. As intimações realizam-se, sempre que possível, por meio eletrônico, na forma da lei.

Parágrafo único. Aplica-se ao Ministério Pú-blico, à Defensoria Pública e à Advocacia Pú-blica o disposto no § 1o do art. 246.

Art. 271. O juiz determinará de ofício as intima-ções em processos pendentes, salvo disposição em contrário.

Art. 272. Quando não realizadas por meio ele-trônico, consideram-se feitas as intimações pela publicação dos atos no órgão oficial.

§ 1º Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, figure apenas o nome da sociedade a que pertençam, des-de que devidamente registrada na Ordem dos Advogados do Brasil.

§ 2º Sob pena de nulidade, é indispensável que da publicação constem os nomes das partes e de seus advogados, com o respec-tivo número de inscrição na Ordem dos Ad-vogados do Brasil, ou, se assim requerido, da sociedade de advogados.

§ 3º A grafia dos nomes das partes não deve conter abreviaturas.

§ 4º A grafia dos nomes dos advogados deve corresponder ao nome completo e ser a mesma que constar da procuração ou que estiver registrada na Ordem dos Advogados do Brasil.

§ 5º Constando dos autos pedido expresso para que as comunicações dos atos proces-suais sejam feitas em nome dos advogados indicados, o seu desatendimento implicará nulidade.

§ 6º A retirada dos autos do cartório ou da secretaria em carga pelo advogado, por pes-soa credenciada a pedido do advogado ou da sociedade de advogados, pela Advoca-cia Pública, pela Defensoria Pública ou pelo Ministério Público implicará intimação de

qualquer decisão contida no processo reti-rado, ainda que pendente de publicação.

§ 7º O advogado e a sociedade de advoga-dos deverão requerer o respectivo creden-ciamento para a retirada de autos por pre-posto.

§ 8º A parte arguirá a nulidade da intimação em capítulo preliminar do próprio ato que lhe caiba praticar, o qual será tido por tem-pestivo se o vício for reconhecido.

§ 9º Não sendo possível a prática imediata do ato diante da necessidade de acesso pré-vio aos autos, a parte limitar-se-á a arguir a nulidade da intimação, caso em que o prazo será contado da intimação da decisão que a reconheça.

Art. 273. Se inviável a intimação por meio ele-trônico e não houver na localidade publicação em órgão oficial, incumbirá ao escrivão ou chefe de secretaria intimar de todos os atos do pro-cesso os advogados das partes:

I – pessoalmente, se tiverem domicílio na sede do juízo;

II – por carta registrada, com aviso de rece-bimento, quando forem domiciliados fora do juízo.

Art. 274. Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às partes, aos seus representantes legais, aos advogados e aos de-mais sujeitos do processo pelo correio ou, se presentes em cartório, diretamente pelo escri-vão ou chefe de secretaria.

Parágrafo único. Presumem-se válidas as intimações dirigidas ao endereço constante dos autos, ainda que não recebidas pesso-almente pelo interessado, se a modifica-ção temporária ou definitiva não tiver sido devidamente comunicada ao juízo, fluindo os prazos a partir da juntada aos autos do comprovante de entrega da correspondên-cia no primitivo endereço.

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Art. 275. A intimação será feita por oficial de justiça quando frustrada a realização por meio eletrônico ou pelo correio.

§ 1º A certidão de intimação deve conter:

I – a indicação do lugar e a descrição da pes-soa intimada, mencionando, quando possí-vel, o número de seu documento de identi-dade e o órgão que o expediu;

II – a declaração de entrega da contrafé;

III – a nota de ciente ou a certidão de que o interessado não a apôs no mandado.

§ 2º Caso necessário, a intimação poderá ser efetuada com hora certa ou por edital.

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DAS NULIDADES

CONCEITO

Como todo ato jurídico, o ato processual tem como requisitos a capacidade do agente, a licitude do objeto e a forma prescrita, ou não, em lei.

A incidência de nulidade é mais presente quando se trata de defeito de forma, tanto que, na sistematização do tema, visou, sobretudo, ao vício decorrente do aspecto do ato.

A forma é livre, havendo, contudo, a exigência do preenchimento dos requisitos legais.

PRINCÍPIOS

O princípio prevalente no direito processual é o princípio da instrumentalidade das formas e dos atos processuais.

Todavia, tal princípio não é absoluto, uma vez que se subordina aos princípios da finalidade e da ausência de prejuízo.

Se praticado, o ato de forma irregular não atingir o fim a que se destina nem causar prejuízo, de nada adianta o princípio da instrumentalidade das formas. Tal princípio viabiliza a possibilidade de considerar válido o ato praticado de forma diferente da prevista em lei, desde que atinja ele o seu objetivo. Nem as nulidade absolutas escapam da aplicação desse princípio (art. 280, CPC).

Não havendo prejuízo para a parte não há nulidade.

Não se decreta a nulidade quando o juiz puder decidir o mérito a favor da parte a que aproveita a decretação.

A nulidade só pode ser decretada a requerimento da parte prejudicada e nunca pela sua causadora.

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DAS NULIDADES

Art. 276. Quando a lei prescrever determinada forma sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa.

Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realiza-do de outro modo, lhe alcançar a finalidade.

Art. 278. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à par-te falar nos autos, sob pena de preclusão.

Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput às nulidades que o juiz deva de-cretar de ofício, nem prevalece a preclusão provando a parte legítimo impedimento.

Art. 279. É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não for intimado a acom-panhar o feito em que deva intervir.

§ 1º Se o processo tiver tramitado sem co-nhecimento do membro do Ministério Pú-blico, o juiz invalidará os atos praticados a partir do momento em que ele deveria ter sido intimado.

§ 2º A nulidade só pode ser decretada após a intimação do Ministério Público, que se manifestará sobre a existência ou a inexis-tência de prejuízo.

Art. 280. As citações e as intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais.

Art. 281. Anulado o ato, consideram-se de ne-nhum efeito todos os subsequentes que dele dependam, todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras que dela sejam in-dependentes.

Art. 282. Ao pronunciar a nulidade, o juiz decla-rará que atos são atingidos e ordenará as provi-dências necessárias a fim de que sejam repeti-dos ou retificados.

§ 1º O ato não será repetido nem sua falta será suprida quando não prejudicar a parte.

§ 2º Quando puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveite a decretação da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta.

Art. 283. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que não pos-sam ser aproveitados, devendo ser praticados os que forem necessários a fim de se observa-rem as prescrições legais.

Parágrafo único. Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados desde que não resulte prejuízo à defesa de qualquer parte.

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Direito Processual CivilDireito Processual Civil

DA DISTRIBUIÇÃO E DO REGISTRO

Art. 284. Todos os processos estão sujeitos a registro, devendo ser distribuídos onde houver mais de um juiz.

Art. 285. A distribuição, que poderá ser eletrô-nica, será alternada e aleatória, obedecendo-se rigorosa igualdade.

Parágrafo único. A lista de distribuição de-verá ser publicada no Diário de Justiça.

Art. 286. Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer natureza:

I – quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada;

II – quando, tendo sido extinto o proces-so sem resolução de mérito, for reiterado o pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda;

III – quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, § 3º, ao juízo preven-to.

Parágrafo único. Havendo intervenção de terceiro, reconvenção ou outra hipótese de ampliação objetiva do processo, o juiz, de ofício, mandará proceder à respectiva ano-tação pelo distribuidor.

Art. 287. A petição inicial deve vir acompanha-da de procuração, que conterá os endereços do advogado, eletrônico e não eletrônico.

Parágrafo único. Dispensa-se a juntada da procuração:

I – no caso previsto no art. 104;

II – se a parte estiver representada pela De-fensoria Pública;

III – se a representação decorrer diretamen-te de norma prevista na Constituição Fede-ral ou em lei.

Art. 288. O juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, corrigirá o erro ou compensará a falta de distribuição.

Art. 289. A distribuição poderá ser fiscalizada pela parte, por seu procurador, pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública.

Art. 290. Será cancelada a distribuição do feito se a parte, intimada na pessoa de seu advogado, não realizar o pagamento das custas e despesas de ingresso em 15 (quinze) dias.

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Direito Processual CivilDireito Processual Civil

DA TUTELA DE URGÊNCIA

Inicialmente, cabe salientar que o novo Código de Processo (2015) estabelece como tutelas de urgência tanto a satisfativa (tutela antecipada) como a cautelar; sendo que a tutela da evidência, que constitui novidade em termos de Direito Positivo, não é considerada tutela de urgência.

Todas elas, contudo, são consideradas tutelas provisórias.

Assim, constata-se que o novo Diploma processual estabelece que, para concessão da tutela de urgência, o magistrado, ao apreciar tal pedido, deve fazê-lo em nível de cognição sumária, tal como ocorria quando apreciava tal postulação com base no CPC de 1973.

No entanto, quer se trate de tutela antecipada, quer de cautelar, os requisitos para a concessão delas são agora os mesmos: juízo de probabilidade e perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (art. 300, caput).

O legislador preferiu não mais fazer constar a tutela cautelar de Livro autônomo, como fez o CPC de 1973, inserindo-a no Livro que trata da Tutela Provisória e, com isso, eliminando as chamadas cautelares nominadas. Torna-se incompreensível que essas medidas agora sejam referidas no art. 301 do CPC.

DA TUTELA PROVISÓRIA

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar--se em urgência ou evidência.

Parágrafo único. A tutela provisória de ur-gência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou inci-dental.

Art. 295. A tutela provisória requerida em cará-ter incidental independe do pagamento de cus-tas.

Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficá-cia na pendência do processo, mas pode, a qual-quer tempo, ser revogada ou modificada.

Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo.

Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela provisória.

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Parágrafo único. A efetivação da tutela pro-visória observará as normas referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que couber.

Art. 298. Na decisão que conceder, negar, mo-dificar ou revogar a tutela provisória, o juiz mo-tivará seu convencimento de modo claro e pre-ciso.

Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido principal.

Parágrafo único. Ressalvada disposição es-pecial, na ação de competência originária de tribunal e nos recursos a tutela provi-sória será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o mérito.

DA TUTELA DE URGÊNCIA

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não pu-der oferecê-la.

§ 2º A tutela de urgência pode ser concedi-da liminarmente ou após justificação prévia.

§ 3º A tutela de urgência de natureza ante-cipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.

Art. 301. A tutela de urgência de natureza cau-telar pode ser efetivada mediante arresto, se-questro, arrolamento de bens, registro de pro-testo contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.

Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo

que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:

I – a sentença lhe for desfavorável;

II – obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios neces-sários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;

III – ocorrer a cessação da eficácia da medi-da em qualquer hipótese legal;

IV – o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.

Parágrafo único. A indenização será liqui-dada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível.

DO PROCEDIMENTO DA TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA EM

CARÁTER ANTECEDENTE

Art. 303. Nos casos em que a urgência for con-temporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tute-la antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.

§ 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:

I – o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumen-tação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar;

II – o réu será citado e intimado para a au-diência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334;

III – não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335.

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§ 2º Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo, o pro-cesso será extinto sem resolução do mérito.

§ 3º O aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas pro-cessuais.

§ 4º Na petição inicial a que se refere o ca-put deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, que deve levar em conside-ração o pedido de tutela final.

§ 5º O autor indicará na petição inicial, ain-da, que pretende valer-se do benefício pre-visto no caput deste artigo.

§ 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito.

Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da deci-são que a conceder não for interposto o respec-tivo recurso.

§ 1º No caso previsto no caput, o processo será extinto.

§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput.

§ 3º A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2º.

§ 4º Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2º, pre-vento o juízo em que a tutela antecipada foi concedida.

§ 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2º deste

artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, con-tados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1º.

§ 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por de-cisão que a revir, reformar ou invalidar, pro-ferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2º deste artigo.

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DO PROCEDIMENTO DA TUTELA CAUTELAR REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE

Constituirá uma providência de proteção do próprio processo, para assegurar a eficácia da de-cisão final sobre o direito material, mas não uma medida de acolhimento do pedido principal. Visa tal tutela assegurar a eficácia da decisão final do processo principal, mas nunca tem o mesmo conteúdo do colhimento do pedido principal, porque não se destina a antecipá-lo, mas a assegurar a eficácia.

DO PROCEDIMENTO DA TUTELA CAUTELAR REQUERIDA EM CARÁTER

ANTECEDENTE

Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antece-dente indicará a lide e seu fundamento, a expo-sição sumária do direito que se objetiva assegu-rar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

Parágrafo único. Caso entenda que o pe-dido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303.

Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as pro-vas que pretende produzir.

Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fa-tos alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o juiz de-cidirá dentro de 5 (cinco) dias.

Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o procedimento comum.

Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apre-sentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas processuais.

§ 1º O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cau-telar.

§ 2º A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido princi-pal.

§ 3º Apresentado o pedido principal, as par-tes serão intimadas para a audiência de con-ciliação ou de mediação, na forma do art. 334, por seus advogados ou pessoalmente, sem necessidade de nova citação do réu.

§ 4º Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335.

Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se:

I – o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal;

II – não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias;

III – o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem resolução de mérito.

Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é veda-do à parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento.

Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido prin-cipal, nem influi no julgamento desse, salvo se o

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motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição.

DA TUTELA DA EVIDÊNCIA

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de peri-go de dano ou de risco ao resultado útil do pro-cesso, quando:

I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelató-rio da parte;

II – as alegações de fato puderem ser com-provadas apenas documentalmente e hou-ver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;

III – se tratar de pedido reipersecutório fun-dado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será de-cretada a ordem de entrega do objeto cus-todiado, sob cominação de multa;

IV – a petição inicial for instruída com pro-va documental suficiente dos fatos consti-tutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoá-vel.

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.

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Direito Processual Civil

DA SENTENÇA E DA COISA JULGADA

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:

I – indeferir a petição inicial;

II – o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;

III – por não promover os atos e as diligên-cias que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;

IV – verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;

V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;

VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;

VII – acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;

VIII – homologar a desistência da ação;

IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e

X – nos demais casos prescritos neste Códi-go.

§ 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as cus-

tas, e, quanto ao inciso III, o autor será con-denado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado.

§ 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qual-quer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.

§ 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desis-tir da ação.

§ 5º A desistência da ação pode ser apre-sentada até a sentença.

§ 6º Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu.

§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se.

Art. 486. O pronunciamento judicial que não re-solve o mérito não obsta a que a parte propo-nha de novo a ação.

§ 1º No caso de extinção em razão de litis-pendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e VII do art. 485, a propositura da nova ação depende da correção do vício que levou à sentença sem resolução do mérito.

§ 2º A petição inicial, todavia, não será des-pachada sem a prova do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de ad-vogado.

§ 3º Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o réu

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com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalva-da, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito.

Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:

I – acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;

II – decidir, de ofício ou a requerimento, so-bre a ocorrência de decadência ou prescri-ção;

III – homologar:

a) o reconhecimento da procedência do pe-dido formulado na ação ou na reconvenção;

b) a transação;

c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.

Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar--se.

Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronuncia-mento nos termos do art. 485.

Seção IIDOS ELEMENTOS E DOS EFEITOS DA SENTENÇA

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:

I – o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamen-to do processo;

II – os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;

III – o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe sub-meterem.

§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, senten-ça ou acórdão, que:

I – se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão deci-dida;

II – empregar conceitos jurídicos indetermi-nados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;

III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;

IV – não enfrentar todos os argumentos de-duzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;

V – se limitar a invocar precedente ou enun-ciado de súmula, sem identificar seus fun-damentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àque-les fundamentos;

VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de dis-tinção no caso em julgamento ou a supera-ção do entendimento.

§ 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as ra-zões que autorizam a interferência na nor-ma afastada e as premissas fáticas que fun-damentam a conclusão.

§ 3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus ele-mentos e em conformidade com o princípio da boa-fé.

Art. 490. O juiz resolverá o mérito acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, os pedidos for-mulados pelas partes.

Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genéri-co, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a

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taxa de juros, o termo inicial de ambos e a pe-riodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:

I – não for possível determinar, de modo de-finitivo, o montante devido;

II – a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reco-nhecida na sentença.

§ 1º Nos casos previstos neste artigo, se-guir-se-á a apuração do valor devido por li-quidação.

§ 2º O disposto no caput também se aplica quando o acórdão alterar a sentença.

Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como conde-nar a parte em quantidade superior ou em obje-to diverso do que lhe foi demandado.

Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicio-nal.

Art. 493. Se, depois da propositura da ação, al-gum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, cabe-rá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de pro-ferir a decisão.

Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de decidir.

Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la:

I – para corrigir-lhe, de ofício ou a requeri-mento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo;

II – por meio de embargos de declaração.

Art. 495. A decisão que condenar o réu ao paga-mento de prestação consistente em dinheiro e a que determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação

pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária.

§ 1º A decisão produz a hipoteca judiciária:

I – embora a condenação seja genérica;

II – ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou es-teja pendente arresto sobre bem do deve-dor;

III – mesmo que impugnada por recurso do-tado de efeito suspensivo.

§ 2º A hipoteca judiciária poderá ser reali-zada mediante apresentação de cópia da sentença perante o cartório de registro imo-biliário, independentemente de ordem ju-dicial, de declaração expressa do juiz ou de demonstração de urgência.

§ 3º No prazo de até 15 (quinze) dias da data de realização da hipoteca, a parte informá--la-á ao juízo da causa, que determinará a intimação da outra parte para que tome ci-ência do ato.

§ 4º A hipoteca judiciária, uma vez constitu-ída, implicará, para o credor hipotecário, o direito de preferência, quanto ao pagamen-to, em relação a outros credores, observada a prioridade no registro.

§ 5º Sobrevindo a reforma ou a invalida-ção da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte responderá, independen-temente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia, devendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios au-tos.

Seção IIIDA REMESSA NECESSÁRIA

Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdi-ção, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:

I – proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas res-

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pectivas autarquias e fundações de direito público;

II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.

§ 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á.

§ 2º Em qualquer dos casos referidos no § 1º, o tribunal julgará a remessa necessária.

§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econô-mico obtido na causa for de valor certo e lí-quido inferior a:

I – 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e funda-ções de direito público;

II – 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados;

III – 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autar-quias e fundações de direito público.

§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:

I – súmula de tribunal superior;

II – acórdão proferido pelo Supremo Tribu-nal Federal ou pelo Superior Tribunal de Jus-tiça em julgamento de recursos repetitivos;

III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;

IV – entendimento coincidente com orien-tação vinculante firmada no âmbito admi-nistrativo do próprio ente público, consoli-dada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.

Seção IVDO JULGAMENTO DAS AÇÕES

RELATIVAS ÀS PRESTAÇÕES DE FAZER, DE NÃO FAZER

E DE ENTREGAR COISA

Art. 497. Na ação que tenha por objeto a pres-tação de fazer ou de não fazer, o juiz, se proce-dente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equi-valente.

Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a rei-teração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo.

Art. 498. Na ação que tenha por objeto a en-trega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela es-pecífica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação.

Parágrafo único. Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e pela quan-tidade, o autor individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber a escolha, ou, se a es-colha couber ao réu, este a entregará indivi-dualizada, no prazo fixado pelo juiz.

Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.

Art. 500. A indenização por perdas e danos dar--se-á sem prejuízo da multa fixada periodica-mente para compelir o réu ao cumprimento es-pecífico da obrigação.

Art. 501. Na ação que tenha por objeto a emis-são de declaração de vontade, a sentença que julgar procedente o pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da decla-ração não emitida.

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Seção VDA COISA JULGADA

Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.

Art. 503. A decisão que julgar total ou parcial-mente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida.

§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolu-ção de questão prejudicial, decidida expres-sa e incidentemente no processo, se:

I – dessa resolução depender o julgamento do mérito;

II – a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia;

III – o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal.

§ 2º A hipótese do § 1º não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à cognição que impeçam o apro-fundamento da análise da questão prejudi-cial.

Art. 504. Não fazem coisa julgada:

I – os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença;

II – a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.

Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas à mesma lide, salvo:

I – se, tratando-se de relação jurídica de tra-to continuado, sobreveio modificação no estado de fato ou de direito, caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi es-tatuído na sentença;

II – nos demais casos prescritos em lei.

Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando tercei-ros.

Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo as questões já decididas a cujo respei-to se operou a preclusão.

Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e as defesas que a parte po-deria opor tanto ao acolhimento quanto à rejei-ção do pedido.

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Direito Processual Civil

CONCEITO, PRESSUPOSTOS, JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE, EFEITOS

DOS RECURSOS

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos:

I – apelação;

II – agravo de instrumento;

III – agravo interno;

IV – embargos de declaração;

V – recurso ordinário;

VI – recurso especial;

VII – recurso extraordinário;

VIII – agravo em recurso especial ou extra-ordinário;

IX – embargos de divergência.

Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judi-cial em sentido diverso.

Parágrafo único. A eficácia da decisão re-corrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstra-da a probabilidade de provimento do recur-so.

Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo

Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.

Parágrafo único. Cumpre ao terceiro de-monstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme ti-tular ou que possa discutir em juízo como substituto processual.

Art. 997. Cada parte interporá o recurso inde-pendentemente, no prazo e com observância das exigências legais.

§ 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro.

§ 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisi-tos de admissibilidade e julgamento no tri-bunal, salvo disposição legal diversa, obser-vado, ainda, o seguinte:

I – será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que a parte dispõe para responder;

II – será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;

III – não será conhecido, se houver desis-tência do recurso principal ou se for ele con-siderado inadmissível.

Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tem-po, sem a anuência do recorrido ou dos litiscon-sortes, desistir do recurso.

Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja re-

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percussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos.

Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer inde-pende da aceitação da outra parte.

Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou taci-tamente a decisão não poderá recorrer.

Parágrafo único. Considera-se aceitação tá-cita a prática, sem nenhuma reserva, de ato incompatível com a vontade de recorrer.

Art. 1.001. Dos despachos não cabe recurso.

Art. 1.002. A decisão pode ser impugnada no todo ou em parte.

Art. 1.003. O prazo para interposição de recur-so conta-se da data em que os advogados, a so-ciedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.

§ 1º Os sujeitos previstos no caput conside-rar-se-ão intimados em audiência quando nesta for proferida a decisão.

§ 2º Aplica-se o disposto no art. 231, incisos I a VI, ao prazo de interposição de recurso pelo réu contra decisão proferida anterior-mente à citação.

§ 3º No prazo para interposição de recurso, a petição será protocolada em cartório ou conforme as normas de organização judiciá-ria, ressalvado o disposto em regra especial.

§ 4º Para aferição da tempestividade do re-curso remetido pelo correio, será conside-rada como data de interposição a data de postagem.

§ 5º Excetuados os embargos de declara-ção, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias.

§ 6º O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do recurso.

Art. 1.004. Se, durante o prazo para a interpo-sição do recurso, sobrevier o falecimento da parte ou de seu advogado ou ocorrer motivo de força maior que suspenda o curso do processo, será tal prazo restituído em proveito da parte, do herdeiro ou do sucessor, contra quem come-çará a correr novamente depois da intimação.

Art. 1.005. O recurso interposto por um dos li-tisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses.

Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um deve-dor aproveitará aos outros quando as defe-sas opostas ao credor lhes forem comuns.

Art. 1.006. Certificado o trânsito em julgado, com menção expressa da data de sua ocorrên-cia, o escrivão ou o chefe de secretaria, inde-pendentemente de despacho, providenciará a baixa dos autos ao juízo de origem, no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, in-clusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.

§ 1º São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.

§ 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente, intima-do na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos eletrônicos.

§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu

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Direito Processual Civil – Conceito, Pressupostos, Juízo de Admissibilidade, Efeitos – Prof. Giuliano Tamagno

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advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção.

§ 5º É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhi-mento realizado na forma do § 4o.

§ 6º Provando o recorrente justo impedi-mento, o relator relevará a pena de deser-ção, por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o pre-paro.

§ 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo ao relator, na hipóte-se de dúvida quanto ao recolhimento, inti-mar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 1.008. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que tiver sido objeto de recurso.

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Direito Processual Civil

DA RESTAURAÇÃO DE AUTOS

Art. 712. Verificado o desaparecimento dos au-tos, eletrônicos ou não, pode o juiz, de ofício, qualquer das partes ou o Ministério Público, se for o caso, promover-lhes a restauração.

Parágrafo único. Havendo autos suplemen-tares, nesses prosseguirá o processo.

Art. 713. Na petição inicial, declarará a parte o estado do processo ao tempo do desapareci-mento dos autos, oferecendo:

I – certidões dos atos constantes do pro-tocolo de audiências do cartório por onde haja corrido o processo;

II – cópia das peças que tenha em seu po-der;

III – qualquer outro documento que facilite a restauração.

Art. 714. A parte contrária será citada para contestar o pedido no prazo de 5 (cinco) dias, cabendo-lhe exibir as cópias, as contrafés e as reproduções dos atos e dos documentos que es-tiverem em seu poder.

§ 1º Se a parte concordar com a restaura-ção, lavrar-se-á o auto que, assinado pelas partes e homologado pelo juiz, suprirá o processo desaparecido.

§ 2º Se a parte não contestar ou se a con-cordância for parcial, observar-se-á o proce-dimento comum.

Art. 715. Se a perda dos autos tiver ocorrido depois da produção das provas em audiência, o juiz, se necessário, mandará repeti-las.

§ 1º Serão reinquiridas as mesmas teste-munhas, que, em caso de impossibilidade, poderão ser substituídas de ofício ou a re-querimento.

§ 2º Não havendo certidão ou cópia do lau-do, far-se-á nova perícia, sempre que possí-vel pelo mesmo perito.

§ 3º Não havendo certidão de documentos, esses serão reconstituídos mediante cópias ou, na falta dessas, pelos meios ordinários de prova.

§ 4º Os serventuários e os auxiliares da jus-tiça não podem eximir-se de depor como testemunhas a respeito de atos que tenham praticado ou assistido.

§ 5º Se o juiz houver proferido sentença da qual ele próprio ou o escrivão possua cópia, esta será juntada aos autos e terá a mesma autoridade da original.

Art. 716. Julgada a restauração, seguirá o pro-cesso os seus termos.

Parágrafo único. Aparecendo os autos origi-nais, neles se prosseguirá, sendo-lhes apen-sados os autos da restauração.

Art. 717. Se o desaparecimento dos autos tiver ocorrido no tribunal, o processo de restauração será distribuído, sempre que possível, ao relator do processo.

§ 1º A restauração far-se-á no juízo de ori-gem quanto aos atos nele realizados.

§ 2º Remetidos os autos ao tribunal, nele completar-se-á a restauração e proceder--se-á ao julgamento.

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Art. 718. Quem houver dado causa ao desapa-recimento dos autos responderá pelas custas da restauração e pelos honorários de advogado, sem prejuízo da responsabilidade civil ou penal em que incorrer.

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Direito Processual Civil

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL

• Fundamento: Lei nº 9.099/1995. • Objetivo é conciliar, processar, julgar e executar as causas de sua competência (Art. 1º). • Princípios:, Celeridade, Economia processual Informalidade, Oralidade e Simplicidade.

Da Competência: causas que;

• Não exceda 40 salários mínimos. • Competência do procedimento sumário • Despejo para uso próprio • Possessória • Título executivos extrajudiciais

NÃO é competente o JEC: ações de;

• Natureza alimentar • Falimentar • Fiscal • Interesse da Fazenda Pública • Acidentes de trabalho • Capacidade das pessoas

A minha ação é de um valor superior a 40 salários mínimos posso utilizar o JEC?

• Competência para a distribuição da ação: • domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça atividades profissionais

ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório; (universal)

• do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita; • domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de qualquer

natureza.

SUJEITOS

• Juiz Togado: Juiz de carreira aprovado em concurso – juiz de 1º grau. • Juiz Leigo: auxiliares da Justiça recrutado preferencialmente entre advogados com mais de

cinco anos de experiência. • Conciliador: auxiliares da Justiça recrutados preferencialmente entre os bacharéis em

Direito

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NÃO PODERÃO SER PARTES

• Incapaz • Preso • Pessoas Jurídicas de Direito Público, • Empresas Públicas da União, • Massa falida • Insolvente civil.

PODEM SER AUTORES

• Pessoa física • Microempresas • Empresas de pequeno porte • Organização da Sociedade Civil de Interesse Público • Sociedades de crédito ao microempreendedor

Preciso de Advogado?

Existe intervenção de terceiro?

DOS ATOS PROCESSUAIS

• Públicos • Horário noturno • Instrumentalidade das formas • Nulidades

DO PEDIDO

• Petição inicial • Pedido genérico • Audiência de conciliação – 15 dias • Resposta do réu

CITAÇÃO

• Correio ou Oficial de Justiça • Não se fará por edital

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Juizado Especial Cível – Direito Processual Penal – Prof. Giuliano Tamagno

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AUDIÊNCIA

• CONCILIAÇÃO • INSTRUÇÃO • JUÍZO ARBITRAL

PROVAS

• Meios hábeis: todos moralmente legítimos • Momento da prova: audiência de instrução • Nº de testemunhas: máximo 3 por parte • A prova oral não será reduzida a escrito • A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo.

SENTENÇA

• Requisitos: dispensado o relatório • Não se admite sentença ilíquida • É ineficaz a sentença que ultrapasse a alçada • Juiz leigo produz faz o parecer o juiz togado homologa (ou não) • Sentença homologatória não cabe recurso

RECURSO INOMINADO

• Prazo: • Efeito: • Preparo: • Destinatário:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

• Casos de: obscuridade, contradição, omissão ou dúvida. • Prazo: 5 dias • Forma: escrita ou oral • Efeito: suspende o prazo para interposição de recurso

EXTINGUE-SE O PROCESSO

• autor deixar de comparecer a audiência

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• inadmissível o procedimento instituído • incompetência territorial; • quando, falecido o autor, a habilitação depender de sentença ou não se der no prazo de

trinta dias; • quando, falecido o réu, o autor não promover a citação dos sucessores no prazo de trinta

dias da ciência do fato.

NÃO DEPENDE de prévia intimação pessoal das partes.

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

Não cumprida voluntariamente a sentença transitada em julgado, e tendo havido solicitação do interessado, que poderá ser verbal, proceder-se-á desde logo à execução, dispensada nova citação.

Assim como nas obrigações de entregar, de fazer, ou de não fazer – juiz poderá cominar multa diária.

EMBARGOS A EXECUÇÃO

a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu à revelia;b) manifesto excesso de execução;c) erro de cálculo;d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, superveniente à sentença.

EXECUÇÃO DE TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL

Efetuada a penhora, o devedor será intimado a comparecer à audiência de conciliação.

Na audiência, será buscado o meio mais rápido e eficaz para a solução do litígio, se possível com dispensa da alienação judicial, devendo o conciliador propor, entre outras medidas cabíveis, o pagamento do débito a prazo ou a prestação, a dação em pagamento ou a imediata adjudicação do bem penhorado.

Não apresentados os embargos em audiência, ou julgados improcedentes, qualquer das partes poderá requerer ao Juiz a adoção de uma das alternativas do parágrafo anterior.

Não encontrado o devedor ou inexistindo bens penhoráveis, o processo será imediatamente extinto, devolvendo-se os documentos ao autor.

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Juizado Especial Cível – Direito Processual Penal – Prof. Giuliano Tamagno

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DAS DESPESAS

O acesso ao Juizado Especial independerá, em primeiro grau de jurisdição, do pagamento de custas, taxas ou despesas.

A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas e honorários de advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e honorários de advogado, que serão fixados entre dez por cento e vinte por cento do valor de condenação ou, não havendo condenação, do valor corrigido da causa.

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Direito Processual Civil

JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS NO ÂMBITO DA JUSTIÇA FEDERAL

Art. 1º São instituídos os Juizados Especiais Cí-veis e Criminais da Justiça Federal, aos quais se aplica, no que não conflitar com esta Lei, o disposto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995. (Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Crimi-nais)

Art. 2º Compete ao Juizado Especial Federal Criminal processar e julgar os feitos de compe-tência da Justiça Federal relativos às infrações de menor potencial ofensivo, respeitadas as re-gras de conexão e continência.

Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrente da aplicação das regras de cone-xão e continência, observar-se-ão os institu-tos da transação penal e da composição dos danos civis.

Art. 3º Compete ao Juizado Especial Federal Cí-vel processar, conciliar e julgar causas de com-petência da Justiça Federal até o valor de ses-senta salários mínimos, bem como executar as suas sentenças.

§ 1º Não se incluem na competência do Jui-zado Especial Cível as causas:

I – referidas no art. 109, incisos II, III e XI, da Constituição Federal, as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares, execuções fiscais e por improbidade administrativa e as de-mandas sobre direitos ou interesses difu-sos, coletivos ou individuais homogêneos;

Obs.: Art. 109. Aos juízes federais com-pete processar e julgar:

II – as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;

III – as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estran-geiro ou organismo internacional;

XI – a disputa sobre direitos indígenas.

§ 1º As causas em que a União for au-tora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte.

§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o au-tor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.

§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as cau-sas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa con-dição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.

§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de ju-risdição do juiz de primeiro grau.

§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral

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da República, com a finalidade de asse-gurar o cumprimento de obrigações de-correntes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Supe-rior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.

II – sobre bens imóveis da União, autarquias e fundações públicas federais;

III – para a anulação ou cancelamento de ato administrativo federal, salvo o de natu-reza previdenciária e o de lançamento fiscal;

IV – que tenham como objeto a impugna-ção da pena de demissão imposta a servido-res públicos civis ou de sanções disciplina-res aplicadas a militares.

§ 2º Quando a pretensão versar sobre obri-gações vincendas, para fins de competência do Juizado Especial, a soma de doze parce-las não poderá exceder o valor referido no art. 3º, caput. (até o valor de sessenta salá-rios Mínimos)

§ 3º No foro onde estiver instalada Vara do Juizado Especial, a sua competência é abso-luta.

Art. 4º O Juiz poderá, de ofício ou a requeri-mento das partes, deferir medidas cautelares no curso do processo, para evitar dano de difícil reparação.

Art. 5º Exceto nos casos do art. 4o, somente será admitido recurso de sentença definitiva.

Art. 6º Podem ser partes no Juizado Especial Federal Cível:

I – como autores, as pessoas físicas e as mi-croempresas e empresas de pequeno porte, assim definidas na Lei no 9.317, de 5 de de-zembro de 1996;

II – como rés, a União, autarquias, funda-ções e empresas públicas federais.

Art. 7º As citações e intimações da União se-rão feitas na forma prevista nos arts. 35 a 38 da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993.

Parágrafo único. A citação das autarquias, fundações e empresas públicas será feita na pessoa do representante máximo da entida-de, no local onde proposta a causa, quando ali instalado seu escritório ou representa-ção; se não, na sede da entidade.

Art. 8º As partes serão intimadas da sentença, quando não proferida esta na audiência em que estiver presente seu representante, por ARMP (aviso de recebimento em mão própria).

§ 1º As demais intimações das partes serão feitas na pessoa dos advogados ou dos Pro-curadores que oficiem nos respectivos au-tos, pessoalmente ou por via postal.

§ 2º Os tribunais poderão organizar serviço de intimação das partes e de recepção de petições por meio eletrônico.

Art. 9º Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pes-soas jurídicas de direito público, inclusive a in-terposição de recursos, devendo a citação para audiência de conciliação ser efetuada com ante-cedência mínima de trinta dias.

Art. 10. As partes poderão designar, por escrito, representantes para a causa, advogado ou não.

Parágrafo único. Os representantes judi-ciais da União, autarquias, fundações e em-presas públicas federais, bem como os indi-cados na forma do caput, ficam autorizados a conciliar, transigir ou desistir, nos proces-sos da competência dos Juizados Especiais Federais.

Art. 11. A entidade pública ré deverá fornecer ao Juizado a documentação de que disponha para o esclarecimento da causa, apresentando--a até a instalação da audiência de conciliação.

Parágrafo único. Para a audiência de com-posição dos danos resultantes de ilícito cri-minal (arts. 71, 72 e 74 da Lei no 9.099, de

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26 de setembro de 1995), o representante da entidade que comparecer terá poderes para acordar, desistir ou transigir, na forma do art. 10.

Art. 12. Para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao julgamento da causa, o Juiz nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo até cinco dias antes da audiência, inde-pendentemente de intimação das partes.

§ 1º Os honorários do técnico serão ante-cipados à conta de verba orçamentária do respectivo Tribunal e, quando vencida na causa a entidade pública, seu valor será in-cluído na ordem de pagamento a ser feita em favor do Tribunal.

§ 2º Nas ações previdenciárias e relativas à assistência social, havendo designação de exame, serão as partes intimadas para, em dez dias, apresentar quesitos e indicar as-sistentes.

Art. 13. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá reexame necessário.

Art. 14. Caberá pedido de uniformização de in-terpretação de lei federal quando houver diver-gência entre decisões sobre questões de direito material proferidas por Turmas Recursais na in-terpretação da lei.

§ 1º O pedido fundado em divergência en-tre Turmas da mesma Região será julgado em reunião conjunta das Turmas em confli-to, sob a presidência do Juiz Coordenador.

§ 2º O pedido fundado em divergência entre decisões de turmas de diferentes regiões ou da proferida em contrariedade a súmula ou jurisprudência dominante do STJ será julga-do por Turma de Uniformização, integrada por juízes de Turmas Recursais, sob a presi-dência do Coordenador da Justiça Federal.

§ 3º A reunião de juízes domiciliados em ci-dades diversas será feita pela via eletrônica.

§ 4º Quando a orientação acolhida pela Turma de Uniformização, em questões de direito material, contrariar súmula ou juris-

prudência dominante no Superior Tribunal de Justiça -STJ, a parte interessada poderá provocar a manifestação deste, que dirimirá a divergência.

§ 5º No caso do § 4o, presente a plausibi-lidade do direito invocado e havendo fun-dado receio de dano de difícil reparação, poderá o relator conceder, de ofício ou a re-querimento do interessado, medida liminar determinando a suspensão dos processos nos quais a controvérsia esteja estabeleci-da.

§ 6º Eventuais pedidos de uniformização idênticos, recebidos subseqüentemente em quaisquer Turmas Recursais, ficarão re-tidos nos autos, aguardando-se pronuncia-mento do Superior Tribunal de Justiça.

§ 7º Se necessário, o relator pedirá infor-mações ao Presidente da Turma Recursal ou Coordenador da Turma de Uniformização e ouvirá o Ministério Público, no prazo de cin-co dias. Eventuais interessados, ainda que não sejam partes no processo, poderão se manifestar, no prazo de trinta dias.

§ 8º Decorridos os prazos referidos no § 7º, o relator incluirá o pedido em pauta na Se-ção, com preferência sobre todos os demais feitos, ressalvados os processos com réus presos, os habeas corpus e os mandados de segurança.

§ 9º Publicado o acórdão respectivo, os pe-didos retidos referidos no § 6º serão apre-ciados pelas Turmas Recursais, que poderão exercer juízo de retratação ou declará-los prejudicados, se veicularem tese não aco-lhida pelo Superior Tribunal de Justiça.

§ 10. Os Tribunais Regionais, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal, no âmbito de suas competências, expedirão normas regulamentando a com-posição dos órgãos e os procedimentos a serem adotados para o processamento e o julgamento do pedido de uniformização e do recurso extraordinário.

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Art. 15. O recurso extraordinário, para os efeitos desta Lei, será processado e julgado segundo o estabelecido nos §§ 4º a 9º do art. 14, além da observância das normas do Regimento.

Art. 16. O cumprimento do acordo ou da sen-tença, com trânsito em julgado, que imponham obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coi-sa certa, será efetuado mediante ofício do Juiz à autoridade citada para a causa, com cópia da sentença ou do acordo.

Art. 17. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em julgado da de-cisão, o pagamento será efetuado no prazo de sessenta dias, contados da entrega da requisi-ção, por ordem do Juiz, à autoridade citada para a causa, na agência mais próxima da Caixa Eco-nômica Federal ou do Banco do Brasil, indepen-dentemente de precatório.

§ 1º Para os efeitos do § 3º do art. 100 da Constituição Federal, as obrigações ali de-finidas como de pequeno valor, a serem pagas independentemente de precatório, terão como limite o mesmo valor estabele-cido nesta Lei para a competência do Juiza-do Especial Federal Cível (art. 3º, caput).

§ 2º Desatendida a requisição judicial, o Juiz determinará o seqüestro do numerário sufi-ciente ao cumprimento da decisão.

§ 3º São vedados o fracionamento, repar-tição ou quebra do valor da execução, de modo que o pagamento se faça, em parte, na forma estabelecida no § 1º deste artigo, e, em parte, mediante expedição do preca-tório, e a expedição de precatório comple-mentar ou suplementar do valor pago.

§ 4º Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido no § 1º, o pagamento far-se--á, sempre, por meio do precatório, sendo facultado à parte exeqüente a renúncia ao crédito do valor excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o pre-catório, da forma lá prevista.

Art. 18. Os Juizados Especiais serão instalados por decisão do Tribunal Regional Federal. O Juiz

presidente do Juizado designará os conciliado-res pelo período de dois anos, admitida a recon-dução. O exercício dessas funções será gratuito, assegurados os direitos e prerrogativas do jura-do (art. 437 do Código de Processo Penal).

Parágrafo único. Serão instalados Juizados Especiais Adjuntos nas localidades cujo mo-vimento forense não justifique a existência de Juizado Especial, cabendo ao Tribunal designar a Vara onde funcionará.

Art. 19. No prazo de seis meses, a contar da publicação desta Lei, deverão ser instalados os Juizados Especiais nas capitais dos Estados e no Distrito Federal.

Parágrafo único. Na capital dos Estados, no Distrito Federal e em outras cidades onde for necessário, neste último caso, por deci-são do Tribunal Regional Federal, serão ins-talados Juizados com competência exclusiva para ações previdenciárias.

Art. 20. Onde não houver Vara Federal, a causa poderá ser proposta no Juizado Especial Federal mais próximo do foro definido no art. 4º da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, vedada a aplicação desta Lei no juízo estadual.

Art. 21. As Turmas Recursais serão instituídas por decisão do Tribunal Regional Federal, que definirá sua composição e área de competência, podendo abranger mais de uma seção.

Art. 22. Os Juizados Especiais serão coordena-dos por Juiz do respectivo Tribunal Regional, escolhido por seus pares, com mandato de dois anos.

Parágrafo único. O Juiz Federal, quando o exigirem as circunstâncias, poderá deter-minar o funcionamento do Juizado Especial em caráter itinerante, mediante autorização prévia do Tribunal Regional Federal, com antecedência de dez dias.

Art. 23. O Conselho da Justiça Federal poderá limitar, por até três anos, contados a partir da publicação desta Lei, a competência dos Juiza-dos Especiais Cíveis, atendendo à necessidade

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da organização dos serviços judiciários ou admi-nistrativos.

Art. 24. O Centro de Estudos Judiciários do Con-selho da Justiça Federal e as Escolas de Magis-tratura dos Tribunais Regionais Federais criarão programas de informática necessários para sub-sidiar a instrução das causas submetidas aos Jui-zados e promoverão cursos de aperfeiçoamento destinados aos seus magistrados e servidores.

Art. 25. Não serão remetidas aos Juizados Es-peciais as demandas ajuizadas até a data de sua instalação.

Art. 26. Competirá aos Tribunais Regionais Fe-derais prestar o suporte administrativo necessá-rio ao funcionamento dos Juizados Especiais.

Art. 27. Esta Lei entra em vigor seis meses após a data de sua publicação.

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