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Direito Previdenciário p/ Receita Federal do Brasil 9.ª Turma - 2019/2019 (ATUALIZADO COM A REFORMA 2019) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 00 Prof. Ali Mohamad Jaha - “Aconteça o que acontecer, seja imparável” profalijaha (Insta) - facebook.com/amjaha - facebook.com/amjahafp Página 1 de 119 AULA 00 Tema: AULA DEMONSTRATIVA. Assuntos Abordados: 1. Seguridade Social. 1.1. Conceituação. 1.2. Organização e Princípios Constitucionais. Sumário Sumário .......................................................................................... 1 OBSERVAÇÃO EXTREMAMENTE IMPORTANTE. ...................................... 1 Apresentação. .................................................................................. 2 O Certame. ...................................................................................... 4 Edital e Cronograma das Aulas. ........................................................ 10 O Curso, a Metodologia e algumas Considerações. .............................. 11 01. O Direito Previdenciário.............................................................. 12 02. A Seguridade Social. .................................................................. 13 03. O Financiamento da Seguridade Social em Linhas Gerais (CF/1988). 24 04. A Saúde. .................................................................................. 38 05. A Previdência Social................................................................... 43 06. A Assistência Social. .................................................................. 57 07. A Competência Legislativa da Seguridade Social e da Previdência Social. .................................................................................................... 60 08. Resumex da Aula. ..................................................................... 63 09. Questões Propostas. .................................................................. 68 10. Questões Propostas Comentadas. ................................................ 81 OBSERVAÇÃO EXTREMAMENTE IMPORTANTE. Esta aula, a AULA 00 ou AULA DEMONSTRATIVA ou AULA INAUGURAL, TERÁ O MESMO CONTEÚDO DA AULA 01. Assim, imprima somente a AULA 00 OU somente a AULA 01. =) Por que professor? Porque a AULA 00 ficará abertamente disponível para download no site. Com isso, cabe ao indivíduo baixar e avaliar a qualidade do nosso curso. Caso goste do que estudou, faça a matrícula para

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Direito Previdenciário p/ Receita Federal do Brasil 9.ª Turma - 2019/2019 (ATUALIZADO COM A REFORMA 2019) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 00

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AULA 00

Tema: AULA DEMONSTRATIVA.

Assuntos Abordados: 1. Seguridade Social. 1.1. Conceituação. 1.2.

Organização e Princípios Constitucionais.

Sumário

Sumário .......................................................................................... 1

OBSERVAÇÃO EXTREMAMENTE IMPORTANTE. ...................................... 1

Apresentação. .................................................................................. 2

O Certame. ...................................................................................... 4

Edital e Cronograma das Aulas. ........................................................ 10

O Curso, a Metodologia e algumas Considerações. .............................. 11

01. O Direito Previdenciário. ............................................................. 12

02. A Seguridade Social. .................................................................. 13

03. O Financiamento da Seguridade Social em Linhas Gerais (CF/1988). 24

04. A Saúde. .................................................................................. 38

05. A Previdência Social. .................................................................. 43

06. A Assistência Social. .................................................................. 57

07. A Competência Legislativa da Seguridade Social e da Previdência Social.

.................................................................................................... 60

08. Resumex da Aula. ..................................................................... 63

09. Questões Propostas. .................................................................. 68

10. Questões Propostas Comentadas. ................................................ 81

OBSERVAÇÃO EXTREMAMENTE IMPORTANTE.

Esta aula, a AULA 00 ou AULA DEMONSTRATIVA ou AULA

INAUGURAL, TERÁ O MESMO CONTEÚDO DA AULA 01.

Assim, imprima somente a AULA 00 OU somente a AULA 01. =) Por que professor? Porque a AULA 00 ficará abertamente disponível

para download no site. Com isso, cabe ao indivíduo baixar e avaliar a qualidade do nosso curso. Caso goste do que estudou, faça a matrícula para

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acessar as demais aulas (o curso completo). ISSO É COMPROMISSO E

TRANSPARÊNCIA COM O (FUTURO) ALUNO.

Para constar, antigamente, a AULA 00 era uma pequena degustação da AULA 01. Atualmente, é uma reprodução integral, uma refeição

completa, com entrada, prato principal e sobremesa. ;)

Este curso é protegido por DIREITOS AUTORAIS (COPYRIGHT), nos

termos da Lei n.º 9.610/1998, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.

Grupos de rateio e pirataria são ilegais e prejudicam os professores

que elaboram os cursos. VALORIZE NOSSO TRABALHO E ADQUIRA

NOSSOS CURSOS APENAS PELO SITE.

Apresentação.

Olá Concurseiro(a)!

Meu nome é ALI MOHAMAD JAHA, originalmente Engenheiro Civil

egresso da XXIX Turma de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Especialista em Administração Tributária (UCB) e em

Gestão de Políticas Públicas (Univale). Atualmente, exerço o cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB), sendo ingresso do

certame ESAF 2009/2010 (o primeiro com três fases: provas objetivas, provas discursivas e curso de formação).

Para constar, venho ministrando cursos de Direito Previdenciário, Legislação Previdenciária, Legislação da Saúde, Legislação da Assistência

Social, de Vigilância Sanitária (Direito Sanitário), Legislação Específica e/ou Discursivas desde 2011, em diversos cursos preparatórios conceituados

para carreiras públicas no Brasil afora, seja na modalidade PRESENCIAL ou TELEPRESENCIAL (LIVROS DIGITAIS - FAMOSOS PDFS E/OU

VÍDEO-AULAS).

Foram mais de 300 cursos ministrados e 70.000 alunos nesses últimos anos!

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Ainda sobre minha carreira no serviço público, meu primeiro contato

com o mundo dos concursos foi de forma muito amadora, precária e sem grandes pretensões.

No ano de 2003, quando ainda cursava Engenharia Civil na UEM,

prestei o concurso para Escriturário do Banco do Brasil, sem estudar absolutamente nada, sendo aprovado e convocado algum tempo depois.

Em 2005, ano em que concluí minha graduação (belíssima lembrança

da colação e, principalmente, do baile), fui aprovado no concurso para Técnico Judiciário do Tribunal de Justiça do Paraná, sendo convocado logo

em seguida.

Neste ano, ainda, fui aprovado para Técnico Administrativo da

Secretaria de Administração e Previdência do Estado do PR (SEAP-PR) e para Engenheiro Civil do município de Paranavaí-PR (minha cidade natal).

No ano seguinte, 2006, fui aprovado e convocado para Analista e

Técnico de Infraestruturas do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), bem como para Agente Fiscal do CREA-PR.

Embora tenha galgado tantas aprovações, decidi não tomar posse em

nenhum desses cargos estatutários e me enveredei num cargo celetista, que era minha área de formação e começou a minha saga como fiscal de

obras do conselho de engenharia, uma instituição juridicamente confusa e instável, que não defende o interesse público... aqui se inicia o meu erro de

carreira.

No final de 2007, já casado, DECIDI BUSCAR NOVOS RUMOS,

esbocei um planejamento de estudos para o próximo concurso de Auditor-Fiscal da RFB, iniciando-os para valer somente em meados de 2008 (não

tinha dinheiro para começar em 2007, precisava me capitalizar).

O final do ano de 2008 e o ano de 2009 foram os mais pesados da minha vida. Foi a minha fase de CONCURSEIRO PROFISSIONAL, em que

trabalhava entre 8 e 9 horas por dia em canteiro de obras (com sol, chuva, vento, frio, areia, terra, cimento, etc.) e era antipatizado na instituição em

que trabalhava (pois a gerência descobriu que eu estudava para RFB e, desde então, minha vida profissional ficou bem prejudicada por lá).

Muitos amigos ou conhecidos meus também se queixam da mesma

perseguição sofrida ao longo de sua vida laboral por parte de chefes e patrões assim que esses tomam conhecimento da intenção do empregado

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em sair da empresa e buscar novas ocupações. Esse comportamento

mesquinho e antiético, infelizmente, é comum!

Para constar, quando chegava em casa, era preciso abdicar de tudo que gostava (esposa, família, amigos e diversão) para estudar as disciplinas

do último edital de AFRFB - o de 2005 - até altíssimas madrugadas.

Aqui eu devo abrir um parêntese BEM IMPORTANTE! No meu período de estudo profissional, a presença e o apoio da minha esposa foram fundamentais para eu não desistir e seguir em frente. Desistir? Sim, pensei n-vezes em desistir. VALORIZE QUEM ESTÁ AO SEU LADO NA BATALHA.

Mas enfim, graças a Deus, no concurso de AFRFB 2009-2010, fui um

dos grandes vitoriosos, nomeado e lotado inicialmente na Inspetoria de Ponta Porã-MS, (fronteira com Pedro Juan Caballero - Paraguai),

posteriormente na Inspetoria de Corumbá-MS (fronteira com Puerto Quijarro - Bolívia), e, atualmente, na Delegacia de Cascavel-PR, 5.ª maior

cidade do meu querido e estimado Estado, com aproximadamente 325.000 habitantes.

Em 2010 ainda, prestei concurso do Ministério Público da União (MPU) por considerá-lo bastante interessante, conquistando o 3.º lugar do cargo

de Analista de Orçamento. Não obstante, nesse mesmo ano, realizei o concurso para Analista Judiciário do Tribunal Regional do Trabalho (8.ª

Região Judiciária), e embora tenha sido meu primeiro contato com Direito do Trabalho, fui um dos aprovados e convocados pelo egrégio Tribunal.

Agora que já me apresentei e falei brevemente da minha jornada de

concurseiro, apresentarei o trabalho que irei realizar junto com você! =)

O Certame.

Prezado(a) Aluno(a). =)

O certame AFRFB/2014 se encontra expirado (HÁ MUITO TEMPO) e

com a nomeação de todos os aprovados, ou seja, 2x o número de vagas inicial! Em 2014 eu tinha previsto a nomeação de 50% a mais, mas errei

e foi nomeado 100% a mais, para a alegria de todos. =)

Aqui estou eu, em 2019/2020, relançando o nosso muito bem-conceituado Curso de Direito Previdenciário ATUALIZADÍSSIMO (inclusive

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com a famigerada minirreforma da Previdência - Lei n.º 13.846/2019,

produto da conversão da Medida Provisória n.º 871/2019, e principalmente, com A GRANDE REFORMA PREVIDENCIÁRIA DE 2019 - A NOVA

EMENDA A CF/1988), REVISADO e ESQUEMATIZADO, como de costume. =)

Especificamente para a RFB, acredito em novos concursos para

os próximos anos, PROVAVELMENTE para o cargo de Analista-Tributário e para o cargo de Auditor-Fiscal. A hora de se preparar é

agora. =)

Desde de 2015, ano em que foi convocada a última turma de Auditores-Fiscais (os excedentes do concurso 2014), a Receita Federal do

Brasil (RFB) já protocolou vários pedidos junto ao atual Ministério da

Economia solicitando novos certames tanto para o cargo de Auditor-Fiscal quanto para o cargo de Analista-Tributário (onde se encontra a maior

carência de pessoal dentro da instituição).

Pela lógica adotada de um concurso da RFB a cada 2 anos, já estamos com o cronograma mais do que atrasado, ou seja, provavelmente

teremos concurso em 2020/2021! Para constar, observe as séries históricas:

Auditor: 2010, 2012, 2014 +7 2021.

Analista: 2010, 2012 +9 2021.

Em suma, o biênio 2020/2021 promete!

Dando continuidade, sem dúvida alguma, o Grande Concurso do país é o Concurso da Receita Federal do Brasil (RFB). Uma fumaça no

horizonte distante anunciando um novo concurso da RFB é mais do que suficiente para mobilizar todos os cantos do Brasil.

Literalmente, centenas de milhares de pessoas de todos os 26 estados

(mais o saudoso Distrito Federal) se debruçam sobre os seus materiais de estudos em busca da aprovação. Ninguém passa inerte diante de um

novo certame da Receita.

Por ser o Grande Concurso do Brasil e ser a minha casa, na qual

trabalho com muito orgulho, satisfação, comprometimento e entusiasmo, não posso esconder que de todos os cursos que ministro, este é o mais

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importante e o que eu mais guardo carinho, pois sei que centenas de

alunos, em breve ex-alunos, serão colegas na Receita. =)

Como é do conhecimento de muitos, a RFB vinha renovando constantemente os seus quadros, com realização de concursos para a

carreira, que é composta pelo cargo de Auditor-Fiscal (AFRFB) e de Analista-Tributário (ATRFB), com a seguinte frequência:

AFRFB ATRFB

Concurso Nomeação Concurso Nomeação

2005 2006 2006 2006

2010 2010 e 2011 2010 2010 e 2011

2012 2013 2012 2013 e 2014

2014 2014 e 2015

Em outras palavras, nos últimos 14 anos (2005-2019), a RFB realizou

7 concursos (4 para AFRFB e 3 para ATRFB), formou 11 turmas de servidores (6 de AFRFB e 5 de ATRFB) e nomeou, aproximadamente, 2.500

Auditores e 4.400 Analistas (somando = 6.900 servidores).

Entretanto, mesmo com todas essas nomeações, o quantitativo de servidores na casa tem baixado, ano após ano, uma vez que o número de

vacâncias (aposentadorias, exonerações, falecimentos, etc.) SUPERA o número de ingressos. =(

Ainda não temos uma data certa para o novo certame da RFB, mas a

grande necessidade de servidores na casa e as questões orçamentárias e fiscais envolvidas, acredito que o concurso virá em 2020/2021, com força

total.

Por sua vez, devo ressaltar que em todos os grandes concursos

federais (RFB, INSS, STN, etc.) o governo tem autorizado a nomeação suplementar de mais de candidatos classificados além do número inicial,

com base no disposto no Decreto n.º 9.739/2019, ato normativo que regula os concursos públicos do Poder Executivo Federal, que assim dispõe:

Art. 28. Durante o período de validade do concurso público, o

Ministro de Estado da Economia poderá autorizar, por meio de motivação expressa, a nomeação de candidatos aprovados e não convocados, que ultrapassem em até 25% o quantitativo

original de vagas.

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Os concursos de Auditor-Fiscal do Trabalho (2006 e 2010), do INSS

(2008, 2012 e 2016) já nomearam um quantitativo além do original previsto no edital.

No Fisco Federal tal fato ocorreu, pela primeira vez na história, no

certame de Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil (2012) e a história se repetiu no certame de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil

(2014), ou seja, a RFB está criando o (bom) costume de nomear mais candidatos aprovados do que o número inicial de vagas previstas

em edital. =)

Após quase dois anos de intensas negociações com o Governo Federal, os cargos que compõem a nova Carreira Tributária e Aduaneira da

Receita Federal do Brasil (TARFB) foram agraciados com inúmeras

alterações positivas que valorizaram o Fisco Federal, órgão essencial ao funcionamento do Estado. =)

Depois dessa, acredito que a qualidade dos concorrentes aumentará

muito, uma vez que a carreira ficou EXTREMAMENTE ATRAENTE.

Vamos aos principais pontos alterados:

1. Reconhecimento legal da Receita Federal do Brasil como órgão essencial ao funcionamento do Estado.

2. Reconhecimento legal do Auditor-Fiscal da Receita Federal do

Brasil como AUTORIDADE TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA DA UNIÃO.

3. Alteração na estrutura remuneratória. Atualmente, os servidores deixaram de receber por subsídio para receber Vencimento Básico

(VB) e Bônus de Eficiência (BE).

4. O BE é composto de algumas rubricas constantes no Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização

(FUNDAF). Em suma, o BE é uma participação sobre a arrecadação federal (ainda carente de regulamentação).

5. O Programa de Formação voltará a ser etapa obrigatório do

concurso para o ingresso no cargo de Auditor e de Analista. Em resumo, teremos 3 fases: Provas Objetivas, Provas Discursivas e

Programa de Formação, como foi no concurso de 2010 (o meu!).

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6. A promoção (troca de classe) do servidor exigirá o cumprimento

de curso de especialização ou de aperfeiçoamento.

7. A Carreira Auditoria da Receita Federal do Brasil (ARFB) passa a se denominar Carreira Tributária e Aduaneira da Receita Federal

do Brasil (TARFB), composta pelos cargos de Auditor-Fiscal (autoridade do órgão) e de Analista-Tributário (cargo de apoio

administrativo).

8. A tabela salarial foi reduzida de 13 para 9 níveis. E o valor inicial sofreu um reajuste considerável.

9. Para ilustrar, segue a tabela salarial ajustada:

Lei n.º 10.910/2004 (Atualizada até a Lei n.º 13.464/2017).

AUDITOR 2020 Alimentação 458,00 AUDITOR 2020

Classe VB Saúde 210,00 Classe Rem.

S-2 27.303,62 Bônus 3.000,00 S-2 30.971,62

S-2 26.545,07 Benesses: 3.668,00 S-2 30.213,07

S-1 26.075,71 S-1 29.743,71

1-3 24.629,46 1-3 28.297,46

1-2 24.146,54 1-2 27.814,54

1-1 23.208,90 1-1 26.876,90

2-3 22.316,25 2-3 25.984,25

2-2 21.878,68 2-2 25.546,68

2-1 21.029,09 2-1 21.697,09

ATRFB 2020 Alimentação 458,00 ATRFB 2020

Classe VB Saúde 210,00 Classe Rem.

S-2 16.276,05 Bônus 1.800,00 S-2 19.944,05

S-2 15.695,44 Benesses: 2.468,00 S-2 19.363,44

S-1 15.387,69 S-1 19.055,69

1-3 14.505,74 1-3 18.173,74

1-2 13.947,83 1-2 17.615,83

1-1 12.895,55 1-1 16.563,55

2-3 12.399,56 2-3 16.067,56

2-2 12.156,44 2-2 15.824,44

2-1 11.684,39 2-1 13.552,39

Convenhamos novamente, a remuneração está BEM INTERESSANTE! Sendo assim, deixo a dica para você: ESTUDE, ESTUDE,

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ESTUDE MUITO, pois nos próximos anos teremos muitas vagas disponíveis

nos quadros da RFB! A hora é agora! =)

Após essa breve explanação, venho informar que tanto o certame de AFRFB quanto o de ATRFB irão cobrar DIREITO PREVIDENCIÁRIO nas

provas (objetivas e/ou discursivas), sendo essa uma das disciplinas mais importantes dos últimos certames (2012 e 2014), onde foi o FIEL DA

BALANÇA.

Para constar, no ano de 2012 e de 2014, a disciplina Direito Previdenciário veio agregada à disciplina Direito Tributário, o que elevou

exponencialmente a importância da nossa disciplina, uma vez que o primeiro critério de desempate dos concursos da RFB é a nota em Direito

Tributário (e Previdenciário).

Pode parecer excesso de preciosismo o critério de desempate, mas

uma ou duas posições pode te jogar para uma cidade longínqua ou uma péssima cidade de fronteira. =/

Além disso, a partir do certame de 2012, Direito Previdenciário se

tornou uma disciplina passível de ser cobrada nas provas discursivas. E no certame AFRFB/2014, estava expresso no edital que uma das duas questões

discursivas seria necessariamente de Direto Tributário (Previdenciário), ou seja, nos próximos concursos existe uma grande possibilidade de termos

uma prova discursiva sobre Previdenciário. =)

Outra constatação que devo realizar é que, as provas de 2012 e de 2014 estavam mal formuladas e em um nível bem elevado quanto ao

conteúdo de Direito Tributário propriamente dito.

Dessa forma, as questões de Direito Previdenciário, mesmo em nível

elevado, acabaram salvando a pele de centenas de alunos aprovados para Auditor e para Analista, uma vez que sem elas, muitos não teriam alcançado

a nota mínima (40%) nessa importante disciplina. Agora entendeu porque a disciplina foi o fiel da balança? =)

E qual o objetivo do meu curso?

Fazer com que você, caro concurseiro, realize uma excelente prova

de Direito Previdenciário no próximo concurso da RFB! Esse material está sendo elaborado para ser seu ÚNICO MATERIAL DE ESTUDOS!

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O curso abordará toda parte teórica, toda parte legislativa, doutrinária

e jurisprudencial, as dicas necessárias e muitas questões comentadas da ESAF (agora ENAP), CESPE, FCC, FGV, Cesgranrio, entre outras bancas.

Quando o assunto não for abordado pelas questões disponíveis, irei elaborar algumas no mesmo estilo.

Não tenha dúvida, este curso será a SUA ÚNICA FONTE DE

ESTUDOS para Direito Previdenciário. Pois eu sei o quão estressante e pouco eficiente é ter que estudar mais de um material por disciplina, afinal

já fui um concurseiro. =)

Por fim, além do “feedback” sempre positivo em TODOS os cursos de Direito Previdenciário ministrados, não posso deixar de falar, com muito

orgulho e satisfação, que nos últimos concursos da RFB, realizados em 2012

e em 2014, tive a felicidade de encontrar quase 1.200 alunos entre os aprovados da Receita Federal do Brasil! =)

Edital e Cronograma das Aulas.

O edital do AFRFB/2014, base para este nosso curso, não trouxe

nenhuma novidade em relação aos certames anteriores (AFRFB/2010, ATRFB/2010, AFRFB/2012 e ATRFB/2012), que veio assim disposto:

DIREITO PREVIDENCIÁRIO - AUDITOR-FISCAL E ANALISTA-

TRIBUTÁRIO - RFB - ESAF - 2010/2012/2014

1. Seguridade Social. 1.1. Conceituação. 1.2. Organização e Princípios Constitucionais.

2. Regime Geral de Previdência Social. 2.1. Segurados Obrigatórios.

2.2. Conceito, Características e Abrangência: Empregado, Empregado Doméstico, Contribuinte Individual, Trabalhador Avulso, Segurado Especial.

2.3. Segurado Facultativo: Conceito e Características. 3. Empresa e Empregador Doméstico: Conceito Previdenciário.

4. Financiamento da Seguridade Social. 4.1. Receitas da União. 4.2. Receitas das Contribuições Sociais: dos Segurados, das

Empresas, do Empregador Doméstico, do Produtor Rural, do Clube de Futebol Profissional, sobre a Receita de Concursos de Prognósticos,

Receitas de Outras Fontes. 4.3. Salário de Contribuição. 4.3.1. Conceito.

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4.3.2. Parcelas Integrantes e Parcelas Não Integrantes. 4.4. Arrecadação e Recolhimento das Contribuições destinadas à

Seguridade Social. 4.4.1. Obrigações da Empresa e demais Contribuintes.

4.4.2. Prazo de Recolhimento. 4.4.3. Recolhimento fora do Prazo: Juros, Multa e Atualização Monetária.

4.4.4. Obrigações Acessórias. 4.4.5. Retenção e Responsabilidade Solidária: Conceitos, Natureza

Jurídica e Características. 5. Crimes contra a Previdência Social: Apropriação Indébita

Previdenciária e Sonegação de Contribuição Previdenciária.

O tópico 5 não está no edital de Direito Previdenciário do AFRFB/2014,

e sim no edital de Direito Penal do concurso de AFRFB/2012 e de

AFRFB/2010. Lembrando que no concurso de 2014 não foi cobrado Direito Penal.

Em princípio, pensei em excluir o tópico 5, mas como sempre existe

a possibilidade de termos uma prova discursiva de Previdenciário, e a parte penal é extremamente pequena e interessante, decidi mantê-la como um

“plus” para você utilizar, eventualmente, em sua prova discursiva. =)

Por sua vez, o cronograma do nosso curso está no site do curso, lembrando que eu sempre tento disponibilizar as aulas antes das datas

marcadas.

O Curso, a Metodologia e algumas Considerações.

Prezado(a).

O curso será dividido em três partes, a saber: TEORIA devidamente comentada e esquematizada, RESUMEX (quando for o caso) com os

principais pontos levantados na parte teórica e QUESTÕES propostas e

posteriormente devidamente comentadas.

Essa TRINCA tem se provado extremamente eficiente no decorrer dos últimos anos, com milhares de alunos aprovados nos mais diversos

certames e, provavelmente, a depender unicamente do seu esforço pessoal, você também entrará nessas estatísticas. =)

Na medida do possível, iremos adotar a maior quantidade de questões

da banca responsável pelo concurso, mas nem sempre será possível

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(existem bancas novas ou pouco tradicionais com poucas provas no assunto

do curso).

Quanto a metodologia, informo que SEMPRE QUE POSSÍVEL “abrirei” as questões no estilo CESPE (Certo ou Errado) para

analisarmos melhor o conteúdo. Essa metodologia tem se demonstrado vencedora em todos os nossos cursos. Mas, também

trarei questões originais (“não abertas” - mantidas no estilo múltipla escolha).

Ressalto que o objetivo deste curso é fazer com que você, caro

concurseiro, REALIZE UMA EXCELENTE PROVA NA NOSSA DISCIPLINA. Esse material está sendo produzido para ser o seu ÚNICO

MATERIAL DE ESTUDOS! Pois eu sei o quão estressante e pouco eficiente

é ter que estudar mais de um material por disciplina, afinal já fui um concurseiro. =)

Fique com Deus. Forte Abraço. Aproveite a aula!

ALI MOHAMAD JAHA

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01. O Direito Previdenciário.

Direito Previdenciário é o ramo do direito público que estuda a organização e o funcionamento da Seguridade Social. Especificamente, no

Brasil, a Seguridade Social é tratada na Constituição Federal de 1988 em capítulo próprio, entre os artigos 194 e 204, o que demonstra grande

preocupação do constituinte originário quanto à Previdência Social, a Assistência Social e a Saúde.

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02. A Seguridade Social.

A priori, devo informar, sem dúvida alguma, que para as bancas de

concursos públicos, a melhor definição de Seguridade Social é aquela presente na CF/1988, em seu Art. 194:

A seguridade social compreende um conjunto integrado de

ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à Saúde, à Previdência e à Assistência Social.

Partindo da redação do artigo, podemos entender que a Seguridade

Social é exercida pelo Poder Público e pela Sociedade.

Em princípio, muitos podem pensar de forma errônea, que a Seguridade é um dever exclusivo do Estado.

O Estado deve agir sim! Deve proporcional saúde, assistência e

previdência à sua população, mas a sociedade deve conjuntamente,

participar dessas ações sob forma de contribuição, ou seja, custeando as ações implementadas no âmbito da Seguridade.

Portanto, a Seguridade Social é esse conjunto integrado de

ações públicas (Estado) e privadas (Sociedade).

Um segundo aspecto a ser extraído do artigo, é que a Seguridade Social se desmembra em três áreas: Saúde, Previdência e Assistência

Social.

De forma esquemática:

Seguridade Social = Previdência + Assistência Social + Saúde

Em resumo, ter Seguridade Social = ter PAS (com “s” mesmo). =)

A organização da Seguridade Social é dever do Estado, nos termos da lei, especificamente a Lei n.º 8.212/1991, e deve obedecer aos seguintes

Princípios Constitucionais (ou Objetivos, como cita o texto da

CF/1988):

01. Universalidade da cobertura e do atendimento (UCA):

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Esse princípio garante dois aspectos da Seguridade Social: universalidade da cobertura e universalidade do atendimento.

A Universalidade da Cobertura demonstra que a Seguridade Social

tem como objetivo cobrir toda e qualquer necessidade de proteção social da sociedade em geral, como a velhice, a maternidade, casos de doença,

incapacidade permanente e morte.

Já a Universalidade do Atendimento demonstra que a Seguridade Social tem como objetivo atender todas as pessoas, pelo menos em regra.

Como aponta a melhor doutrina, a Universalidade de Cobertura

(aspecto objetivo) visa cobrir todas as contingências sociais que

necessitam de proteção social por parte do Estado, como a velhice, a maternidade, os acidentes e a morte. Já a Universalidade de Atendimento

(aspecto subjetivo) diz respeito às pessoas abarcadas por essa proteção social estatal.

Deve-se ressalvar que a Saúde é direito de todos, a Previdência é

direito apenas das pessoas que contribuíram por meio das contribuições sociais, e a Assistência Social é direito de quem dela necessitar,

independentemente de contribuição à Seguridade Social.

Como pode ser observado do supracitado, a UCA tem dimensões plenas na área da Saúde e dimensões mitigadas na área da Previdência e

da Assistência.

Por enquanto, não é preciso se preocupar, pois aprofundaremos esses

conceitos em momento oportuno. =)

02. Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais (UEBS):

Esse princípio segue o alinhamento do Direito do Trabalho, presente

na CF/1988, e prevê que não deve haver diferença entre trabalhadores urbanos e rurais.

A prestação do benefício ou do serviço ao segurado deve ser o

mesmo, independentemente de ser ele um trabalhador do campo ou da cidade.

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O benefício de aposentadoria, por exemplo, não pode ser de valor

inferior aos trabalhadores rurais, bem como o atendimento médico posto à disposição do mesmo, de qualidade inferior aos prestados aos trabalhadores

urbanos.

Numa interpretação mais ampla, constata-se que o princípio da Uniformidade e Equivalência dos Benefícios tem inspiração no princípio

constitucional da igualdade (“todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza” - CF/1988, Art. 5.º, caput).

03. Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e

serviços (SDBS):

Esse princípio traz conceitos do glorioso Direito Tributário, a saber:

Seletividade e Distributividade. A prestação de benefícios e serviços à sociedade não pode ser infinita.

Convenhamos, por mais que o governo fiscalize e arrecade as

contribuições sociais, nunca haverá orçamento suficiente para atender toda a sociedade.

Diante dessa constatação, deve-se lançar mão da Seletividade, que

nada mais é do que fornecer benefícios e serviços em razão das condições de cada um, fazendo de certa forma uma seleção de quem será beneficiado.

Como exemplos claros, temos o Salário Família, que é devido apenas

aos segurados de baixa renda. Não adianta ter 7 filhos e uma remuneração de R$ 50.000,00 por mês. Para receber Salário Família, é necessário

comprovar que você é um segurado de baixa renda. Isso é Seletividade. O

mesmo vale para o Auxílio Reclusão.

E Distributividade? É uma consequência da Seletividade, pois ao se selecionar os mais necessitados para receberem os benefícios da

Seguridade Social, automaticamente estará ocorrendo uma redistribuição de renda aos mais pobres. Isso é distributividade.

Por fim, considero importante citar a seguinte passagem do ilustre

autor Frederico Amado (Direito e Processo Previdenciário Sistematizado, Editora JusPodivm, 11.ª Edição, 2019):

“A seletividade deverá lastrear a escolha feita pelo legislador dos

benefícios e serviços integrantes da seguridade social, bem como os requisitos para a sua concessão, conforme as necessidades

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sociais e a disponibilidade de recursos orçamentários, de acordo com o interesse público.”

04. Irredutibilidade do valor dos benefícios (IRRVB):

Quando foi escrito esse princípio constitucional, no longínquo ano de

1988, o Brasil passava por uma década conturbada, sendo que o principal

problema da época era a inflação galopante dos preços.

Um litro de leite custava 1.200,00 unidades monetárias no mês de janeiro, já no mês seguinte, 2.000,00 unidades monetárias. O constituinte

originário não teve dúvidas, e decidiu proteger os usuários da Seguridade Social contra a desvalorização do benefício.

Atualmente, a irredutibilidade do valor dos benefícios é garantida por

meio de reajuste anual, geralmente em valor igual ou superior ao da inflação do mesmo período.

Imagine o absurdo de um benefício de aposentadoria nunca ser

reajustado? No primeiro ano, o benefício seria razoável, compatível com as necessidades do aposentado. No segundo ano, iria apertar um pouco o

cinto. No quinto ano o aposentado já estaria mendigando no semáforo. E

se esse aposentado vivesse até próximo aos 90 anos? Não gosto nem de imaginar.

Quanto a esse princípio constitucional é bom frisar que o mesmo

apresenta duas vertentes a serem observadas:

Aos benefícios da Seguridade Social (Saúde e Assistência) estão garantidos a preservação do valor nominal, que é aquele definido

na concessão de determinado benefício e nunca é reajustado, mantendo sempre o mesmo valor de face. Esse dispositivo trata

de forma genérica a Seguridade Social, e;

Aos benefícios da Previdência Social estão garantidos a preservação do valor real, que é aquele que tem o seu valor

definido na concessão do benefício, mas é reajustado anualmente

(em regra), para manter o seu poder de compra atualizado.

Do supracitado, entendo que a Seguridade Social (de forma genérica) deve seguir a preservação do valor nominal ao passo que a Previdência

Social (de forma específica) deve seguir a preservação do valor real.

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Fazendo um contraponto, podemos afirmar que a Saúde e a

Assistência Social não têm a obrigação constitucional ou legal de garantir a preservação real dos seus benefícios, garantindo somente o valor nominal

dos benefícios, ao contrário do que ocorre com a Previdência Social.

Observe que apenas os benefícios da Previdência Social são assegurados a preservação do valor real (poder de compra).

Em suma, com o passar do tempo, os benefícios não poderão perder

o seu poder de compra. Imagine que um aposentado receba R$ 1.100,00 em 2019, e que esse benefício tenha um poder de compra de 1 cesta básica.

Passado um ano, o benefício é reajustado para R$ 1.110,00, mas o

seu poder de compra cai para o equivalente a 0,85 cesta básica. Nesse caso

não houve a preservação do valor real do benefício.

Para contar, o Art. 201, § 4.º da CF/1988 é apenas mera aplicação do Princípio da Irredutibilidade:

É assegurado o reajustamento dos benefícios (previdenciários)

para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.

Não obstante, devo ressaltar que o STF, em consonância com o texto constitucional, defende a manutenção do valor real dos benefícios

previdenciários. Sendo assim, não resta dúvida quanto ao posicionamento

do STF:

"Este Tribunal fixou entendimento no sentido de que o disposto no Art. 201, § 4.º, da Constituição do Brasil, assegura a revisão dos benefícios previdenciários conforme critérios definidos em lei,

ou seja, compete ao legislador ordinário definir as diretrizes para conservação do VALOR REAL do benefício. Precedentes." (AI

668.444-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 13-11-2007, Segunda Turma, DJ de 7-12-2007.) No mesmo sentido: AI 689.077-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 30-

6-2009, Primeira Turma, DJE de 21-8-2009.

Outro aspecto interessante sobre o tema é possibilidade, conforme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), da aplicação de índices

negativos de correção monetária (deflação) aos benefícios previdenciários, desde que preservado o valor nominal do montante principal.

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A lógica adotada pelo STJ é a de que os índices negativos acabam se

compensando com índices positivos supervenientes de inflação. Para exemplificar, imagine um benefício no valor de R$ 4.000,00 e os seguintes

índices fictícios de correção:

Índice

01/20X1 1,00%

02/20X1 -3,00%

03/20X1 2,00%

04/20X1 1,50%

Logo, temos que:

Valor Nominal: R$ 4.000,00

01/20X1 1,00% R$ 4.040,00

02/20X1 -3,00% R$ 3.918,80

03/20X1 2,00% R$ 3.997,18

04/20X1 1,50% R$ 4.057,13

Historicamente, os índices de deflação são raros, ou seja, em médio e em longo prazo o valor do benefício corrigido sempre tende a superar o

valor nominal do mesmo.

Por fim, apresento a redação do Recurso Especial (Resp) n.º

1.265.580/RS de 2011:

Processual Civil e Econômico. Execução de Sentença que determinou Correção Monetária pelo IGP-M. Índices de Deflação. Aplicabilidade, preservando-se o Valor Nominal da Obrigação.

1. A correção monetária nada mais é do que um mecanismo de

manutenção do poder aquisitivo da moeda, não devendo representar, consequentemente, por si só, nem um “plus” nem um “minus” em sua substância. Corrigir o valor nominal da obrigação

representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscilações inflacionárias positivas e

negativas ocorridas no período. Atualizar a obrigação levando em conta apenas oscilações positivas importaria distorcer a realidade econômica produzindo um resultado que não representa a simples

manutenção do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acréscimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de

Orientação de Procedimento de Cálculos aprovado pelo Conselho da Justiça Federal que, não havendo decisão judicial em contrário, “os índices negativos de correção monetária (deflação)

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serão considerados no cálculo de atualização”, com a ressalva de que, se, no cálculo final, “a atualização implicar redução do

principal, deve prevalecer o valor nominal”.

2. Recurso especial provido.

05. Equidade na forma de participação no custeio (EFPC):

A Seguridade Social é financiada pelas contribuições sociais, isso é fato, mas como é realizada essa arrecadação? De cara, devemos ter o

cuidado de não confundir equidade com igualdade (isonomia).

Equidade quer dizer que pessoas com o mesmo potencial contributivo devem contribuir de forma semelhante, enquanto que pessoas com menor

potencial contributivo devem contribuir com valores menores.

Estamos diante, novamente, de outro princípio do Direito Tributário, o Princípio da Capacidade Contributiva.

A Lei n.º 8.212/1991, além de dispor sobre a organização da Seguridade Social, instituiu o Plano de Custeio da própria Seguridade Social,

e traz diversas formas de participação no custeio.

Com isso, o empregado e o empregado doméstico, por exemplo, contribuem com 7,5%, 9,0%, 12,0% ou 14,0% sobre as suas respectivas

remunerações, sendo que o valor máximo de remuneração é o teto do RGPS (Regime Geral da Previdência Social), atualmente no valor de R$ 5.839,45.

Já as empresas, por exemplo, contribuem com 20% sobre a folha de

pagamento, sem respeito a teto nenhum. Como se percebe, a empresa tem um ônus muito maior que um empregado, isso é equidade: quem pode

mais, paga mais!

06. Diversidade da base de financiamento (DBF):

A base de financiamento da Seguridade Social deve ser a mais ampla

e variada possível.

Atualmente, com a Emenda Constitucional n.º 103/2019, tem-se a seguinte redação constitucional: Diversidade da base de financiamento,

identificando-se, em rubricas contábeis específicas para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde, previdência e

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assistência social, preservado o caráter contributivo da previdência

social.

A Seguridade tem como base a folha de pagamento das empresas, o lucro das empresas, a remuneração dos empregados, os valores declarados

pelos contribuintes facultativos, entre outras fontes de arrecadação.

Essa diversidade é necessária para que em caso de crise econômica em qualquer dos setores, que essa não venha a prejudicar a arrecadação

das contribuições, e por consequência, comprometer a prestação dos benefícios à população.

A manutenção da Seguridade Social é tão importante, que a própria

CF/1988 admite uma ampliação da base de financiamento, conforme

podemos extrair da primeira parte do Art. 195, § 4.º:

A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social.

07. Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores,

dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos

colegiados (DDQ):

Esse princípio visa à participação da sociedade, em geral, na gestão da Seguridade Social. A gestão da Seguridade é democrática (participa

quem tem interesse), descentralizada (pessoas de vários setores diferentes podem participar) e quadripartite.

E o que isso significa ser quadripartite? Quer dizer que é obrigatória

a participação de 4 classes, sendo, trabalhadores, empregadores, aposentados e Governo, nas instâncias gestoras da Seguridade Social,

que são: Conselho Nacional da Previdência (CNP) e Conselho de Recursos da Previdência (CRP).

08. Princípio da Solidariedade Social.

Além dos 7 princípios supra estudados, temos o Princípio da Solidariedade Social, que apesar de não constar de forma expressa no

texto constitucional, é defendido por boa parte da doutrina pátria e pode, eventualmente, ser objeto de prova.

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Esse princípio traz que toda a sociedade contribui para a Seguridade

Social, independentemente de se beneficiar, ou não, dos serviços por ela disponibilizados (Previdência Social, Assistência Social e Saúde).

Praticamente todos os produtos consumidos (alimentos, roupas,

produtos eletrônicos, etc.) e todos os serviços disponibilizados apresentam em sua composição de preço as Contribuições Sociais para a Seguridade

Social (PIS e COFINS, principalmente).

Sendo assim, independentemente da classe econômica, todas as pessoas contribuem para o Orçamento da Seguridade Social (OSS).

Por outro lado, como já exposto, apesar de todos contribuírem, nem

todos usufruem das benesses da Seguridade Social. Observe cada uma das

vertentes existentes:

Previdência Social: Como é de conhecimento, a Previdência é devida apenas para aquele que contribui. Logo, onde fica a

Solidariedade? Neste caso, a Solidariedade é caracterizada pelo financiamento de gerações, ou seja, o trabalhador ativo contribui

para financiar o trabalhador inativo. Passadas algumas décadas, será a vez desse trabalhador ativo ir para inativa (aposentadoria),

sendo que um novo trabalhador ativo irá financiar o seu benefício previdenciário, sendo que essa sistemática se repetirá de forma

contínua e sucessiva;

Assistência Social: A Assistência é devida apenas para as pessoas que necessitam, ou seja, a Solidariedade está bem clara

nesse ramo da Seguridade Social. Em suma, toda a sociedade

contribui e só os mais necessitados fazem jus aos benefícios assistenciais, e;

Saúde: A Saúde é direito de todos e dever do Estado. Esse é o

teor do texto constitucional, entretanto, na prática, as camadas mais altas da sociedade não utilizam o sistema público de saúde

(SUS). Sendo assim, o financiamento da Seguridade Social por toda a sociedade acaba gerando fundos para o financiamento da

Saúde Pública (SUS), que, na prática, é utilizada apenas pelas camadas mais baixas da sociedade. Novamente a Solidariedade

está clara e presente.

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Diante de todo o exposto, fica clara a presença do Princípio da

Solidariedade Social no financiamento e na própria existência do sistema pátrio de Seguridade Social.

Por seu turno, trago as palavras do Professor Sérgio Pinto Martins

(Direito da Seguridade Social, 37.ª Edição, 2018, Editora Atlas):

“A Solidariedade pode ser considerada um postulado fundamental do Direito da Seguridade Social, previsto

implicitamente inclusive na Constituição. Sua origem é encontrada na Assistência Social, em que as pessoas faziam uma assistência mútua para alguma finalidade e também com base no

mutualismo, de se fazer um empréstimo ao necessitado. É uma característica humana, que se verifica no decorrer dos séculos, em

que havia uma ajuda genérica ao próximo, ao necessitado.

(...)

Ocorre Solidariedade na Seguridade Social quando várias pessoas

economizam em conjunto para assegurar benefícios quando as pessoas do grupo necessitarem. As contingências são distribuídas igualmente a todas as pessoas do grupo. Quando

uma pessoa é atingida pela contingência, todas as outras continuam contribuindo para a cobertura do benefício do

necessitado.”

Resumindo tudo num quadrinho para você não esquecer:

Princípios Constitucionais da Seguridade Social

1 UCA Universalidade da Cobertura e do Atendimento

2 UEBS Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços às populações urbanas e rurais

3 SDBS Seletividade e Distributividade na prestação dos Benefícios e Serviços.

4 IRRVB Irredutibilidade do Valor dos Benefícios.

5 EFPC Equidade na Forma de Participação no Custeio.

6 DBF Diversidade da Base de Financiamento.

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7 DDQ

Caráter Democrático e Descentralizado da administração, mediante gestão Quadripartite,

com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo

nos órgãos colegiados.

(Autoria: Ali Mohamad Jaha)

O mais importante aqui, além de internalizar os conceitos que

representam esses princípios, é realmente DECORÁ-LOS ou MEMORIZÁ-LOS (chame como quiser!), pois as bancas adoram misturá-los.

Quer um exemplo? Em vez de trazer o princípio da Universalidade da

cobertura e do atendimento e Uniformidade e equivalência dos benefícios, invertem-se os conceitos reescrevendo-os...

Uniformidade da cobertura e do atendimento.

Universalidade de equivalência dos benefícios;

... o que muitas vezes passa despercebido pelo candidato que precisa

resolver a prova dentro do tempo determinado. Então, muito cuidado! O que parece simples pode ser na verdade uma pegadinha de mau gosto!

Por fim, vamos comentar brevemente o Princípio “Lex Tempus Regit

Actum”, que em latim significa “O Tempo rege o Ato”. Em outras palavras, os atos jurídicos são regidos pela lei vigente da época em que

ocorreram.

Não obstante, para tal princípio cabem duas exceções:

Retroatividade: aplicação de determinado ato normativo para

fatos ocorridos anteriormente a sua vigência, e;

Ultratividade: aplicação de determinado ato normativo para fatos ocorridos posteriormente a sua revogação.

Diante do exposto, temos que, em regra, o ato normativo a ser

aplicado é aquele que está em vigor na data da prática do fato. Não obstante, caso o fato produza efeitos jurídicos que se prolongam no tempo,

existe a possibilidade de aplicar o disposto em novo ato normativo, sem que isso afete as expectativas dos interessados.

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03. O Financiamento da Seguridade Social em Linhas Gerais

(CF/1988).

Adentrando à parte constitucional relativa ao Financiamento da Seguridade Social, vamos continuar nossa explanação com base

especificamente no caput do Art. 195:

A Seguridade Social será financiada por toda a sociedade, de forma direta (contribuições sociais) e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das contribuições sociais.

Como se pode observar, o dispositivo constitucional dividiu o dever

de contribuir para a Seguridade Social entre o Estado (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e a Sociedade (Contribuições Sociais).

Imaginou o Estado tendo que arcar com todo o ônus? Não existiria

nenhum serviço público além da Seguridade Social, seria um caos total.

Conforme entendimento majoritário da doutrina, o financiamento direto é aquele consubstanciado pelo o produto da arrecadação das

contribuições sociais, ao passo que o financiamento indireto é aquele

oriundo dos recursos provenientes dos orçamentos dos entes políticos.

E as receitas do Estado? Como estarão dispostas? De que forma? Em qual orçamento? A resposta está no Art. 195, § 1.º:

As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios

destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.

Como se depreende da literalidade do dispositivo, no orçamento da

União, constará apenas receitas da União destinadas a Seguridade Social.

Não haverá captura das receitas estaduais, distritais e municipais, em prol da Seguridade Social. Em resumo, todo ente político (União, Estados,

Distrito Federal e Municípios) deve contribuir com a Seguridade, mas com orçamentos separados. Nada de juntar tudo no caixa da União!

Como será elaborado esse orçamento para a seguridade? A resposta

vem do Art. 195, § 2.º:

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A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde,

previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes

Orçamentárias (LDO), assegurada a cada área a gestão de seus recursos.

Como se extrai, a elaboração do orçamento, por qualquer ente

político, ocorrerá de forma integrada pelos órgãos responsáveis das três áreas da Seguridade Social: Saúde, Previdência Social e Assistência Social.

Invadindo um pouco a disciplina de Administração Financeira e

Orçamentária (AFO), observa-se que o orçamento deve obedecer às metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do

respectivo ente.

Nesse ponto deve-se ter cuidado, pois a prova pode tentar confundir o candidato, trocando a frase “metas e prioridades” por “diretrizes,

objetivos e metas”. Por que essa precaução? Porque temos na CF/1988 que:

Plano Plurianual (PPA) - estabelece Diretrizes, Objetivos e Metas (DOM) da

Administração Pública.

Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) - estabelece Metas e

Prioridades (MP) da Administração Pública.

Entendeu a maldade? =)

Agora que falamos do financiamento por parte do Estado, vamos falar sobre o financiamento por parte da Sociedade, o que inclui eu e você, meu

caro aluno. Recuperando o Art. 195, e seus incisos, temos que:

Art. 195. A Seguridade Social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos

provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I - Do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:

a) A folha de salários e demais rendimentos do

trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa

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física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

b) A receita ou o faturamento, e;

c) O lucro;

II - Do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alíquotas progressivas de acordo

com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo

Regime Geral de Previdência Social; III - Sobre a receita de concursos de prognósticos, e;

IV - Do importador de bens ou serviços do exterior, ou de

quem a lei a ele equiparar.

O Art. 195 traz as linhas gerais sobre as contribuições sociais, sendo

que o detalhamento será dado pela Lei n.º 8.212/1991 (Plano de Custeio

da Seguridade Social) e, de forma mais detalhada em alguns tópicos, pelo Decreto n.º 3.048/1999 (Regulamento da Previdência Social).

Essas contribuições por já estarem previstas na CF/1988 não

necessitam de lei complementar para serem instituídas, necessitando apenas de lei ordinária. Essas normas serão tratadas em

momento oportuno do curso. Por enquanto, vamos detalhar as disposições constitucionais sobre financiamento da Seguridade Social acima expostas.

01. Empregador.

A CF/1988 alarga o conceito de empregador, ao citar os termos

“empresa” ou “entidade a ela equiparada”. O conceito previdenciário de empregador é bem amplo. As contribuições dos empregadores e seus

equiparados incidem sobre três bases diferentes:

01.01. Folha de Salário.

O empregador, a empresa ou seu equiparado recolhe suas

contribuições sociais aplicando um percentual, em regra, 20%, sobre o total da folha de salários dos seus empregados ou pessoas que prestem serviço

sem vínculo empregatício (trabalhador avulso, por exemplo), sem limite algum!

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Como assim? Se a folha for de R$ 10 milhões, o empregador vai ter

que recolher R$ 2 milhões em Contribuição Social. Essa contribuição recebe o nome popular de Cota Patronal.

01.02. Receita ou Faturamento.

Nesse caso, o empregador recolhe suas contribuições sociais

aplicando um percentual sobre a receita (empresas comerciais) ou sobre o faturamento (empresas industriais).

Essas contribuições são a contribuição para o Programa de Integração

Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS).

01.03. Lucro.

Por fim, nessa situação, o empregador recolhe suas contribuições sociais aplicando um percentual sobre o lucro da empresa. Essa contribuição

é a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Num primeiro momento, nos enganamos ao achar que o PIS/COFINS e a CSLL possuem a mesma base de cálculo. Deve-se ter em mente que

são conceitos distintos da Contabilidade Geral:

Receita = Receita Bruta de Vendas (RBV) = primeira linha da

Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). É o total de receitas obtidas pela empresa. É um valor maior que o lucro.

Lucro = Lucro antes do IR/CSLL = linha intermediária da DRE. É o total de receitas obtidas pela empresa com descontos de

várias despesas. É um valor menor que a Receita.

Entendeu a diferença? Eu sei que é Contabilidade, mas entender esse

conceito é de grande relevo nesta parte da nossa disciplina! =)

Antes de concluirmos esse tópico sobre as contribuições sociais do Empregador, é importante mostrar uma jurisprudência do STF, a saber:

Súmula STF n.º 688/2003: É legítima a incidência da contribuição

previdenciária sobre o 13.º salário

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É isso mesmo! Nem a gratificação natalina (ou 13.º salário) está livre

da obrigação de contribuir para o financiamento da Seguridade Social. Como podemos notar, amigo, a preocupação do Poder Público em manter

a Seguridade Social em plena forma financeira é enorme.

02. Trabalhador.

O conceito de trabalhador também é amplo. Não abrange apenas o Empregado em si, como também o Contribuinte Individual, o

Trabalhador Avulso, o Empregado Doméstico, o Segurado Especial e o Contribuinte Facultativo.

A contribuição do trabalhador, em regra, incide sobre os valores

pagos pelo seu empregador, mas veremos durante o curso que o Segurado

especial, por exemplo, tem uma forma peculiar de contribuir.

A CF/1988 deixou claro que não haverá incidência de contribuição social para o trabalhador sobre a sua aposentadoria ou sua pensão,

concedida pelo Regime Geral da Previdência Social (RGPS).

O constituinte, de forma correta, afastou a incidência das contribuições sociais nos períodos em que o cidadão se encontra debilitado

ou mais precisa de recursos: na aposentadoria ou na viuvez.

Antes de continuarmos, considero importante conhecermos os dizeres do Art. 167, inciso XI da CF/1988, que traz:

É vedada (proibida) a utilização dos recursos provenientes das

contribuições sociais de que trata o Art. 195, inciso I, “a” (Cota Patronal sobre a Folha de Salários), e inciso II (Contribuição

do Trabalhador), para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) de que trata o Art. 201 (Benefícios da Previdência

Social: Aposentadoria, Auxílio Doença, Salário Família, etc.).

Como podemos observar, as contribuições sobre Folha de Salário do Empregador e as contribuições do trabalhador só podem ser utilizadas

para o pagamento dos benefícios do RGPS.

03. Concursos de prognósticos.

Sem dúvidas, esse é o concurso mais fácil de fazer e o mais difícil de

passar!!! É quase um paradoxo. Brincadeiras à parte, as receitas obtidas

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em concursos de prognósticos, como a Mega Sena da Caixa Econômica

Federal, sofrem desconto em prol da Seguridade Social.

04. Importador de bens ou serviços do exterior.

Após a Emenda Constitucional n.º 42/2003, o importador foi obrigado a contribuir para a Seguridade Social através do PIS-Importação e da

COFINS-Importação.

Estamos diante de uma nova base de financiamento, conforme preceitua o Princípio da Diversidade da Base de Financiamento (DBF).

Esse alargamento garantiu novos e importantes recursos para a

Seguridade Social, e garantiu ainda mais segurança contra possíveis

quebras econômicas em alguns setores do mercado. Esse é o governo sendo precavido.

Agora vamos analisar os demais parágrafos do Art. 195! Esses

dispositivos trazem alguns preceitos interessantes sobre a questão do financiamento da Seguridade Social. Tome nota:

§ 3.º A pessoa jurídica em débito com o sistema da Seguridade

Social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

O dispositivo supracitado afirma que a pessoa jurídica em débito com

a Seguridade Social não pode realizar qualquer tipo de negociação com o Estado, muito menos dele receber benefícios.

Exemplo clássico seria uma empresa com débitos patronais querendo participar de licitação pública. Isso seria inadmissível. Outro exemplo seria

uma empresa com os mesmos débitos, quererem gozar de um regime tributário mais privilegiado. Novamente, outra situação inadmissível.

§ 4.º A lei (complementar) poderá instituir outras fontes

destinadas a garantir a manutenção ou expansão da Seguridade Social, obedecido ao disposto no Art. 154, I.

O dispositivo permite que o Estado institua outras fontes para garantir a manutenção ou expansão do sistema de Seguridade Social. Essas novas

fontes são as denominadas Contribuições Sociais Residuais.

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As contribuições, conforme o Direito Tributário, são apenas uma

espécie do gênero tributo, e o dispositivo acima deixa claro esse entendimento, ao aplicar às Contribuições Sociais Residuais o mesmo

tratamento constitucional dado aos impostos residuais (Art. 154, inciso I).

E afinal, para se instituir novas fontes, quais são os requisitos necessários? São os seguintes:

1. A criação das Contribuições Sociais Residuais se dará por meio de Lei

Complementar;

2. As contribuições deverão ser não cumulativas;

3. O fato gerador (FG) ou a base de cálculo (BC) dessas novas

contribuições deverão ser diferentes do FG e da BC das contribuições sociais existentes, e;

4. O Supremo Tribunal Federal (STF) tem o entendimento que as

contribuições sociais residuais podem ter o mesmo FG ou a mesma BC dos impostos existentes. Esse entendimento é importante!

§ 5.º Nenhum benefício ou serviço da seguridade Social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de

custeio total.

Estamos diante do famoso Princípio da Preexistência do Custeio em Relação aos Benefícios e serviços! Com certeza, esse princípio

demonstra uma atitude prudente do constituinte originário.

Imagine o Estado criando novos benefícios sem uma fonte para custeá-los. A fonte de custeio dos benefícios já existentes seria prejudicada,

implicando prejuízo consequente a seus beneficiários.

Por sua vez, a CF/1988 é clara ao afirmar que para criação ou majoração de benefícios ou serviços da Seguridade Social, deve-se

apresentar a Fonte de Custeio Total que irá financiar essa expansão. Fique atento à palavra “total”, não caia na conversa de que pode ser fonte de

custeio parcial, está errado! A fonte de custeio deve ser TOTAL.

Sobre o princípio, considero importante destacar que esse não se

aplica às Entidades de Previdência Complementar (Previdência Privada), conforme dispõe a jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal

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(STF), esse princípio é aplicado somente à Seguridade Social

financiada por toda a sociedade, qual seja, às ações promovidas pelo Poder Público (Recurso Extraordinário 596637 AgR, de 08/09/2009).

§ 6.º As contribuições sociais de que trata este artigo

(Contribuições Sociais para a Seguridade Social) só poderão ser exigidas após decorridos 90 dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto

no Art. 150, inciso III, alínea “b” (Anterioridade Anual).

Estamos diante de uma regra de produção de efeitos financeiros. Em outras palavras, após a publicação da lei que criou a contribuição social, a

partir de quando ela poderá ser exigida pelo Estado?

No caso das contribuições sociais, o Estado, por meio da Receita Federal do Brasil, deve aguardar 90 dias para iniciar a exigência dessa

nova contribuição (Anterioridade Nonagesimal ou Mitigada).

Como se extrai da norma constitucional, o dispositivo afastou a

Anterioridade Anual (CF/1988, Art. 150, inciso III, alínea “b”), cuja essência diz que o tributo só será exigido no exercício financeiro seguinte

ao daquele em que a lei de instituição (ou de majoração) do tributo foi publicada.

Em suma, as contribuições sociais podem ser exigidas em 90 dias,

após a publicação da lei instituidora, sem a necessidade de aguardar o início do exercício financeiro seguinte ao da publicação da referida lei.

A Anterioridade Anual e a Anterioridade Nonagesimal são corolários

(decorrências) do Princípio Constitucional da Não surpresa (CF/1988, Art. 150, inciso III, alíneas “a”, “b” e “c”). Esse princípio, presente no Direito

Tributário, visa garantir a segurança jurídica do contribuinte perante a sede arrecadatória do Estado.

Sem o referido princípio, o Governo poderia instituir e cobrar tributos do cidadão de forma imediata, surpreendendo os contribuintes de tal forma

que esses, não teriam tempo para se programar quanto ao aumento de despesas tributárias, sendo apanhados desprevenidos.

Por isso, a Carta Magna prevê de forma expressa os períodos da

anterioridade, protegendo o cidadão pagador de tributos de surpresas repentinas em seus orçamentos mensais.

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Outro ponto importante é a jurisprudência do STF aplicável ao

dispositivo:

Súmula STF n.º 669/2003: Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.

Para constar, em 2015, esse famoso enunciado foi utilizado para dar

vida a seguinte Súmula Vinculante pelo STF:

Súmula Vinculante n.º 50/2015: Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio

da anterioridade.

Diante de tal entendimento, fica claro que norma que altera prazo de recolhimento de contribuição social tem aplicação imediata, não

precisando aguardar 90 dias (Anterioridade Nonagesimal ou Mitigada) e nem o início do exercício financeiro seguinte (Anterioridade Anual), sendo

aplicada de imediato a partir da data da publicação do ato normativo.

Esse entendimento é aplicável também às normas que reduzem as contribuições sociais, que entram em vigor na data de sua publicação.

§ 7.º São isentas (imunes) de contribuição para a Seguridade Social as Entidades Beneficentes de Assistência Social (EBAS) que atendam às exigências estabelecidas em lei.

Esse dispositivo trata de caso de imunidade! A CF/1988 usa a palavra

“isentas”, mas isso foi falta de técnica do constituinte originário, pois quando a própria Constituição impede que o Estado tribute pessoas, bens,

operações e serviços, estar-se-á diante de uma imunidade, e não de uma isenção, como traz a íntegra do parágrafo.

Em contrapartida, quando nasce uma obrigação tributária, o Auditor-Fiscal constitui o crédito tributário e mediante lei, o Estado dispensa o

pagamento desse crédito em favor dele próprio.

Estamos então diante de uma isenção. Apesar desse erro de redação, fique atento ao comando da questão! Se ela “copiar e colar” o texto

constitucional marque como certa! Se a questão for mais elaborada e conceitual, tenha em mente estar diante de uma imunidade e não de uma

isenção.

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Do texto, podemos inferir que nem todas as Entidade Beneficentes de

Assistência Social (EBAS) são imunes de contribuição para seguridade social, mas apenas aquelas que atendam aos requisitos estabelecidos em

lei.

Que requisitos são esses? Bem, esses requisitos estavam previstos na Lei n.º 8.212/1991, mas, em 2009, esses dispositivos foram revogados pela

Lei n.º 12.101/2009, que dispõe sobre a certificação das EBAS e regula os procedimentos de isenção (imunidade, na verdade) de contribuições para a

seguridade social.

A Lei n.º 12.101/2009, em seu Art. 29, traz os seguintes requisitos para as EBAS que desejam ser imunes:

1. Não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores remuneração, vantagens ou benefícios, direta ou indiretamente, por qualquer forma ou título, em razão das

competências, funções ou atividades que lhes sejam atribuídas pelos respectivos atos constitutivos, exceto no caso de associações

assistenciais ou fundações, sem fins lucrativos, cujos dirigentes poderão ser remunerados, desde que atuem efetivamente na gestão executiva, respeitados como limites máximos os valores

praticados pelo mercado na região correspondente à sua área de atuação, devendo seu valor ser fixado pelo órgão de deliberação

superior da entidade, registrado em ata, com comunicação ao Ministério Público, no caso das fundações;

2. Aplique suas rendas, seus recursos e eventual superávit integralmente no território nacional, na manutenção e

desenvolvimento de seus objetivos institucionais; 3. Apresente certidão negativa ou certidão positiva com efeito de

negativa de débitos relativos aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e certificado de regularidade

do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); 4. Mantenha escrituração contábil regular que registre as receitas

e despesas, bem como a aplicação em gratuidade de forma segregada, em consonância com as normas emanadas do Conselho

Federal de Contabilidade (CFC); 5. Não distribua resultados, dividendos, bonificações, participações

ou parcelas do seu patrimônio, sob qualquer forma ou pretexto;

6. Conserve em boa ordem, pelo prazo de 10 (dez) anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem e a

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aplicação de seus recursos e os relativos a atos ou operações realizados que impliquem modificação da situação patrimonial;

7. Cumpra as obrigações acessórias estabelecidas na legislação

tributária, e; 8. Apresente as demonstrações contábeis e financeiras

devidamente auditadas por auditor independente legalmente habilitado nos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRC) quando

a receita bruta anual auferida for superior ao limite fixado pela Lei Complementar n.º 123/2006 (Lei do Simples Nacional).

Tudo certo? Antes de continuar, devo ressaltar que a jurisprudência

do STF em 2012 considerou constitucional a exigência de renovação periódica do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social.

(CEBAS).

Vamos continuar analisando os parágrafos do Art. 195? Vamos lá!

§ 8.º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que

exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a Seguridade Social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da

comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.

O dispositivo introduz a figura do contribuinte Segurado Especial.

Esses contribuintes têm uma forma singular de contribuição. Por exercerem atividades que não geram pagamentos periódicos, a exemplo dos

empregados, eles contribuem com um percentual sobre a receita bruta de comercialização de sua produção.

Esse dispositivo retorna dois princípios constitucionais da Seguridade

Social:

Equidade na forma de participação no custeio (EFPC): Não seria justo o segurado especial contribuir de forma mensal, sendo que o

seu ganho acontece de forma esporádica, apenas em algumas

épocas do ano (período de safra ou colheita), e;

Diversidade da base de financiamento (DBF): Ao se diferenciar a forma de tributação, estará automaticamente diversificando a base

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de financiamento e, consequentemente, tornando a Seguridade

Social mais resistente a crises econômicas setoriais.

§ 9.º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput (Contribuição Social do Empregador) deste artigo poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade econômica, da

utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, sendo também

autorizada a adoção de bases de cálculo diferenciadas apenas no caso das alíneas “b” e “c” do inciso I do caput (contribuição sobre receita, faturamento e lucro).

De certa forma, esse dispositivo introduzido pela Emenda

Constitucional n.º 47/2005, busca beneficiar alguns setores econômicos, pois permite que a alíquota (em todos os casos) ou a base de cálculo

(somente nas contribuições sobre receita, faturamento e lucro) das contribuições sociais dos Empregadores sejam diferenciadas em razão

de 4 fatores:

1. Atividade Econômica: A depender do tipo de atividade exercida

pela empresa, o governo pode instituir um regime mais benéfico de contribuição. Como nos casos das empresas de TI (Tecnologia da

Informação);

2. Utilização intensiva de mão de obra: Existem setores que utilizam

maciçamente a mão de obra (como na construção civil, e outros nem tanto, como no desenvolvimento de novas tecnologias da informação.

O governo, diante de tal discrepância, pode conceder diferenciações benéficas aos setores que mais utilizam a mão de obra, garantindo a

manutenção da empresa e dos empregos de seus funcionários;

3. Porte da Empresa: Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno

Porte (EPP) já fazem jus de um regime diferenciado e mais benéfico (Simples Nacional - Lei Complementar n.º 123/2006), mas nada

impede que sejam criados novos regimes, e;

4. Condição Estrutural do Mercado de Trabalho: O governo pode

utilizar esse fator para desonerar a folha de salários de setores que estiverem em crise.

Atentem para o seguinte esqueminha. =)

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Perceberam as letras em negrito? É um mnemônico! A+U+P+M, ou reordenando, PUMA! =)

§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o Sistema Único de Saúde (SUS) e ações de Assistência Social da

União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos.

Dispositivo voltado para a parte orçamentária, não cabe nenhum

comentário.

§ 11. São vedados a moratória e o parcelamento em prazo superior a 60 meses e, na forma de lei complementar, a

remissão e a anistia das contribuições sociais de que tratam a alínea “a” do inciso I (Cota patronal sobre folha de salários) e o

inciso II do caput (Contribuição do trabalhador).

O disposto no § 11 do Art. 195 da Constituição Federal não

se aplica aos parcelamentos previstos na legislação vigente até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n.º

103/2019, sendo vedadas a reabertura ou a prorrogação de prazo para adesão.

Agora, desde 2019, é regra constitucional: não existe moratória e

parcelamento em prazo superior a 60 parcelas.

Existe a possibilidade de remissão (extinção do crédito tributário) ou

anistia (exclusão de crédito tributário) para a Contribuição do Empregador

sobre Folha de Salário e para Contribuição do Trabalhador.

A única ressalva é que o montante dos débitos objeto de remissão ou de anistia seja inferior ao limite fixado em lei complementar. Por favor,

na hora da prova não confunda Remissão (extinção) com Remição

(resgate/quitação), ok?! Fica a dica!

§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, alínea “b” (Contribuição do Empregador sobre a Receita ou Faturamento), e

IV (Contribuição do Importador) do caput, serão não cumulativas.

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A lei definirá os setores econômicos em que a Contribuição do

Empregador sobre Receita ou Faturamento (PIS e COFINS) e a Contribuição do Importador (PIS-Importação e COFINS-Importação) serão não

cumulativas, ou seja, serão recuperáveis.

Uma contribuição não cumulativa, ou recuperável, é aquela que pode ser compensada em vendas futuras.

Exemplo: Um importador compra uma máquina na China por R$

10.000,00, com COFINS de R$ 760,00 (7,6%). Nessa operação o importador ganhou um crédito de R$ 760,00!

No mês seguinte, vende a referida máquina no mercado interno por

R$ 25.000,00. Essa operação de venda constituiu uma COFINS de R$ 1.900

(7,6%) para o importador pagar, mas como ele já possuía um crédito de R$ 760,00, só recolherá R$ 1.140,00 (R$ 1.900,00 - R$ 760,00).

Esse é o conceito de não cumulatividade. =)

§ 14. O segurado somente terá reconhecida como tempo de

contribuição ao Regime Geral de Previdência Social a competência cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima mensal exigida para sua categoria, assegurado o agrupamento

de contribuições.

Até que entre em vigor LEI que disponha sobre o § 14 do Art. 195 da Constituição Federal, o segurado que, no somatório

de remunerações auferidas no período de 1 mês receber remuneração inferior ao limite mínimo mensal do salário de contribuição, poderá:

1. Complementar a sua contribuição, de forma a alcançar o

limite mínimo exigido; 2. Utilizar o valor da contribuição que exceder o limite

mínimo de contribuição de uma competência em outra, ou;

3. Agrupar contribuições inferiores ao limite mínimo de diferentes competências, para aproveitamento em contribuições mínimas mensais.

Os ajustes de complementação ou agrupamento de

contribuições previstos nos itens 1, 2 e 3 somente poderão ser feitos ao longo do mesmo ano civil.

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Agora, nos meses em que não se alcançar o valor mínimo do salário

de contribuição (1 salário mínimo), base de cálculo das contribuições previdenciárias, o contribuinte pode:

1. Complementar essa contribuição do seu próprio bolso;

2. Usar o valor de contribuição acima do mínimo de outro mês para

completar o mês que está abaixo (sistema de compensação), ou;

3. Agrupar diversas contribuições abaixo do mínimo para contar como uma contribuição válida (no mínimo 1 salário mínimo).

04. A Saúde.

Continuando em nossos estudos, vamos agora apresentar cada uma das áreas da Seguridade Social, a saber: Saúde, Previdência e Assistência

Social. Vamos iniciar pela Saúde!

Adianto de plano que esse assunto, em regra, não é essencial para as provas de concursos públicos, mas irei apresentar todas as disposições

constitucionais, com os devidos comentários. Vamos começar? =)

Na CF/1988, o Art. 196 traz as linhas gerais sobre a Saúde:

A Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do

risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Do artigo acima conseguimos vislumbrar que a saúde é um direito de

todos, não se exigindo nenhuma contribuição por parte da pessoa usuária.

Qualquer pessoa, pobre ou rica, nova ou velha, tem direito de ser atendido nos postos públicos de saúde, sem distinção.

Podemos perceber claramente isso nas campanhas de vacinação para

a população. Nada é cobrado ou previamente exigido daqueles que se dirigem aos postos de vacinação.

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde,

cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua

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regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa

física ou jurídica de direito privado.

A Saúde é de extrema relevância ao Estado, provavelmente seja o setor mais sensível do governo. A regulamentação, fiscalização e controle

da Saúde cabem ao Estado.

Por sua vez, a execução de ações e serviços de saúde cabem tanto ao Estado quanto à Iniciativa Privada (Pessoas Jurídicas - Hospitais e

Pessoas Físicas - Médicos).

O artigo seguinte trata do famigerado Sistema Único de Saúde (SUS):

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede

regionalizada e hierarquizada e constituem um Sistema Único (SUS), organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

I - Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

II - Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais, e;

III - Participação da comunidade.

O artigo informa que a saúde será tratada de forma regionalizada e

hierarquizada, constituindo o Sistema Único de Saúde (SUS), sendo os incisos I, II e III as diretrizes do SUS.

O SUS será financiado com recursos do Orçamento da Seguridade

Social (OSS) de cada um dos entes políticos, além de outras fontes.

Essas disposições se encontram no § 1.º do Art. 198 e fazem correlação ao Art. 195 que define que a Seguridade Social será financiada

por todos os entes políticos.

Correlação lógica! Se os entes políticos irão financiar a Seguridade Social, também irão automaticamente financiar a Saúde, pois a Saúde é

apenas uma área da Seguridade Social, ou seja, a Saúde está inserida dentro da Seguridade Social. Vejamos o dispositivo:

§ 1.º O Sistema Único de Saúde (SUS) será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do Orçamento da Seguridade Social

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(OSS), da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.

Existe a obrigação constitucional dos entes políticos aplicarem um

valor mínimo de recursos na Saúde. Tal obrigação se encontra no Art. 198, § 2.º:

§ 2.º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais

calculados sobre:

I - No caso da União, a Receita Corrente Líquida (RCL) do respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (15% x RCL);

II - No caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da

arrecadação dos impostos a que se refere o Art. 155 (ITCMD, ICMS e IPVA) e dos recursos de que tratam os Arts. 157 (Repartição das Receitas Tributárias) e 159, inciso I, alínea

“a” (Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal - FPE), e inciso II (10% do IPI aos Estados e

Distrito Federal), deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios, e;

III - No caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o Art. 156 (IPTU,

ITBI e ISS) e dos recursos de que tratam os Arts. 158 (Repartição das Receitas Tributárias) e 159, inciso I, alínea “b” (Fundo de Participação dos Municípios - FPM) e § 3.º

(25% dos 10% do IPI aos Estados e Distrito Federal).

Dando continuidade, conforme as disposições constitucionais seguintes, a lei complementar que regula o tema deve ser reavaliada

periodicamente, conforme dispõe a nossa Carta Magna:

§ 3.º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada 5 anos, estabelecerá:

I - Os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2.º

(recursos mínimos do Estados, do Distrito Federal e dos Municípios);

II - Os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos

Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos

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Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais, e;

III - As normas de fiscalização, avaliação e controle das

despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal.

Como já citei anteriormente, provavelmente, a Saúde seja o setor

mais sensível do Estado.

A demanda por agentes comunitários de saúde é tão grande e tão rápida em algumas áreas específicas, que, se o governo fosse seguir os

trâmites normais de contratação (Concurso Público), dispenderia muito tempo!

E em se tratando de saúde pública, muitas vezes o tempo é fator

decisivo, podendo dessa forma ser poupado por vínculos menos burocráticos.

Assim, os agentes comunitários de saúde seguem uma sistemática

muito particular, sendo essa elencada na própria CF/1988, a saber:

§ 4.º Os gestores locais do Sistema Único de Saúde (SUS) poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às

endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos

específicos para sua atuação. § 5.º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial

profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e

agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido

piso salarial.

§ 6.º Além das hipóteses previstas no § 1.º do Art. 41 e no § 4.º do Art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções

equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei,

para o seu exercício.

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Podemos extrair que a contratação de agentes comunitários de saúde

se dará por meio de processo seletivo, que é um método bem mais célere que o concurso público.

Observamos também que esses funcionários não seguem o Regime

Estatutário (Lei n.º 8.112/1990), muito menos o Regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), prevista no antigo Decreto-Lei n.º 5.452/1943.

Eles seguem um regime próprio, diferenciado, e instituído por lei federal, no caso, a Lei n.º 11.350/2006.

Por seu turno, foi criada uma nova possibilidade de perda de cargo,

exclusiva aos agentes comunitários de saúde, diferente daquelas previstas na própria CF/1988.

A CF/1988 define que a assistência à saúde é livre à iniciativa privada. Nada mais lógico! Já vimos lá no Art. 197 que a execução de ações e

serviços de saúde pode ser realizada pela iniciativa privada (pessoas jurídicas e pessoas físicas).

Vamos aos dispositivos constitucionais:

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

§ 1.º As instituições privadas poderão participar de forma complementar (não é suplementar!) do Sistema Único de

Saúde (SUS), segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência às entidades

filantrópicas e as sem fins lucrativos.

§ 2.º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.

§ 3.º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo

nos casos previstos em lei. § 4.º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que

facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a

coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.

O Art. 199 e seus parágrafos são autoexplicativos e não merecem maiores comentários.

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Para encerrar o tópico sobre Saúde, citarei apenas as competências

constitucionais dos SUS, presentes no Art. 200. Para constar, meu amigo concurseiro, existe a Lei n.º 8.080/1990 (Lei Orgânica da Saúde - LOS),

que melhor detalha as competências e o funcionamento do SUS, entretanto, esta não será objeto de nossos estudos.

Vamos aos dispositivos constitucionais:

Art. 200. Ao Sistema Único de Saúde (SUS) compete, além de

outras atribuições, nos termos da lei:

I - Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos,

hemoderivados e outros insumos;

II - Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;

III - Ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

IV - Participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;

V - Incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento

científico e tecnológico e a inovação; VI - Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o

controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;

VII - Participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos

psicoativos, tóxicos e radioativos, e;

VIII - Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

05. A Previdência Social.

Vamos abordar a segunda área da Seguridade Social, e a mais

importante para os nossos estudos, a Previdência Social. Recorremos mais uma vez aos dispositivos constitucionais:

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Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência Social, de caráter contributivo

e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a:

I - Cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e idade avançada;

II - Proteção à maternidade, especialmente à gestante;

III - Proteção ao trabalhador em situação de desemprego

involuntário; IV - Salário Família e Auxílio Reclusão para os dependentes

dos segurados de baixa renda, e;

V - Pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou ao companheiro e aos seus dependentes, observado o disposto no § 2.º quando se tratar da única fonte

de renda formal auferida pelo dependente (valor mínimo de 1 salário mínimo).

Do caput do artigo exprime-se que a Previdência Social é

contributiva!

Ao contrário da Saúde, onde qualquer pessoa pode dela usufruir, na Previdência, para o cidadão gozar dos benefícios previdenciários, o mesmo

deverá estar obrigatoriamente filiado e contribuindo regularmente para o Regime Geral da Previdência Social (RGPS).

Não existe, em regra, benefício sem custeio.

A ideia da Previdência Social é equivalente à de uma contratação de

seguro comum, como o de veículos, por exemplo. Você compra um veículo

e faz o seguro! Você paga um valor estipulado por ano, e caso sofra algum sinistro, o seguro “cobre” essa ocorrência.

Quando o segurado contribui para a Previdência, ele está contratando

um seguro. Logo, quando ocorrer algum sinistro (idade avançada, incapacidade permanente ou morte, por exemplo), estará coberto pelos

benefícios previdenciários. Essa é a ideia! Para constar, os sinistros supracitados também recebem o nome de riscos ou riscos sociais. =)

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Os incisos tratam dos benefícios previdenciários de forma geral, sem

entrar nas nuances previstas na legislação infralegal. Por enquanto, farei breves comentários:

I - Cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou

permanente para o trabalho e idade avançada;

A cobertura dos eventos será realizada por meio das seguintes formas de proteção previstas na Previdência Social:

Cobertura de Eventos de: Benefício:

1. Incapacidade Temporária: Auxílio Doença e Auxílio Acidente

2. Incapacidade Permanente: Aposentadoria por Incapacidade Permanente

3. Idade Avançada: Aposentadoria Voluntária

(Autoria: Ali Mohamad Jaha)

II - Proteção à maternidade, especialmente à gestante;

A proteção à maternidade, principalmente à gestante, se dá através do Salário Maternidade, que passa a ter o direito com nascimento

da criança, ou mesmo por meio de adoção, conforme disposições legais.

III - Proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;

Nesse ponto da disciplina, muitos bons alunos se confundem! O

Seguro Desemprego é um benefício de natureza previdenciária.

Entretanto esse benefício é administrado e concedido pelo Ministério da Economia (que no início de 2019 absorveu as funções do extinto

Ministério do Trabalho) e não pelo INSS.

Por sua vez, o Seguro Desemprego não é a proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário assegurada pelo texto

constitucional!

Muito bem, então qual é a manutenção garantida pela Previdência

Social aos seus beneficiários nesses casos? É o Período de Graça (PG), que nada mais é do que um prazo no qual o desempregado não contribui

para a previdência Social, mas mantém a sua qualidade de segurado, inclusive podendo gozar dos benefícios previdenciários.

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Diante do exposto, o segurado, quando desempregado de forma

involuntária, tem direito as seguintes proteções:

Previdenciária: O Período de Graça (PG), que é o prazo onde o cidadão não contribui para o RGPS, mas mantem a sua condição

de segurado, inclusive podendo usufruir de todos os benefícios previdenciários por um determinado período de tempo previsto em

legislação, e;

Trabalhista: O cidadão tem direito a receber algumas parcelas de Seguro Desemprego, com o valor definido em função do salário

que recebia enquanto trabalhava. É um benefício pago pelo MT. Apesar de estar na órbita trabalhista, o benefício tem natureza

previdenciária, como já foi exposto anteriormente.

Sendo assim, não confunda! São proteções sociais distintas

(previdenciária e trabalhista). =) IV - Salário Família e Auxílio Reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;

O Salário família e o Auxílio Reclusão são devidos somente para o

segurado baixa renda, conforme disposições legais.

Não adianta ir ao INSS reclamar que a vida está difícil, pois o critério é objetivo! É baixa renda, tem direito! Não é baixa renda, sinto muito!

V - Pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao

cônjuge ou ao companheiro e aos seus dependentes, observado o disposto no § 2.º quando se tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente (valor mínimo de 1 salário mínimo).

A Pensão por Morte não exige nenhum comentário adicional. O

segurado morre e deixa pensão para a esposa, marido, companheiro ou equiparado, filhos.

Enfim, o beneficiário não será o próprio segurado, mas seus

dependentes. Sendo que a Pensão por Morte será de no mínimo um salário mínimo mensal.

Continuando nossa análise, especificamente sobre o benefício

Aposentadoria, temos o seguinte dispositivo pertencente ao Art. 201:

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§ 1.º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios, RESSALVADA, nos termos de lei

complementar, a possibilidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão de

aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados:

I - Com deficiência, previamente submetidos à avaliação

biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar, e;

II - Cujas atividades sejam exercidas com efetiva

exposição a agentes nocivos químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação destes agentes, vedados a caracterização por categoria profissional ou

ocupação. Condições especiais.

Até que LEI COMPLEMENTAR disponha sobre a redução de

idade mínima ou tempo de contribuição prevista nos §§ 1.º e

8.º do Art. 201 da Constituição Federal, será concedida

aposentadoria:

1. Aos segurados que comprovem o exercício de atividades com

efetiva exposição a agentes nocivos químicos, físicos e

biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes,

vedados a caracterização por categoria profissional ou

ocupação, durante, NO MÍNIMO, 15, 20 ou 25 anos, nos

termos do disposto nos Arts. 57 e 58 da Lei n.º 8.213/1991,

quando cumpridos:

a) 55 anos de idade, quando se tratar de atividade

especial de 15 anos de contribuição;

b) 58 anos de idade, quando se tratar de atividade

especial de 20 anos de contribuição, ou;

c) 60 anos de idade, quando se tratar de atividade

especial de 25 anos de contribuição.

2. Ao professor que comprove 25 anos de contribuição

exclusivamente em efetivo exercício das funções de magistério

na educação infantil e no ensino fundamental e médio e possua

57 anos de idade, se mulher, e 60 anos de idade, se homem.

Sobre a aposentadoria, a CF/1988 é clara: os requisitos e critérios

adotados para a sua concessão serão sempre os mesmos, não sendo

aceitos critérios diferenciados, em regra.

Uma das ressalvas fica por conta da Aposentadoria Especial que trata dos segurados que trabalham em condições extremamente

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prejudiciais à saúde (condições especiais), sendo que, esses trabalhadores

têm o direito a se aposentar com 15, 20 ou 25 anos, a depender da atividade laboral.

A outra ressalva trata da Aposentadoria do Deficiente, que veio a

ser tratada em lei complementar, especificamente a Lei Complementar n.º 142/2013, que foi regulamentada pelo Decreto n.º 8.145/2013, que alterou

o Regulamento da Previdência Social.

§ 2.º Nenhum benefício que substitua o Salário de Contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor

mensal inferior ao salário mínimo.

Pela primeira vez o termo “Salário de Contribuição” aparece na CF/1988! O que significa isso? Salário de contribuição (SC) é a parte do

rendimento do segurado que servirá de base de cálculo para as Contribuições Sociais.

Nem tudo que o trabalhador recebe pode ser considerado SC!

Podemos citar o exemplo do empregado de uma metalúrgica que

recebe R$ 2.000,00 por mês em dinheiro mais R$ 750,00 em auxilio alimentação (disponibilizado em cartão magnético), totalizando R$

2.750,00.

Qual o SC dele? R$ 2.000,00! Conforme prevê a legislação, existem

parcelas que integram o SC e outras que não integram o SC do segurado (essa diferenciação não será objeto desta parte do nosso curso).

Por sua vez, quando o assunto está no edital e é cobrado em prova,

conhecer se determinada parcela da remuneração é integrante ou não do SC é fundamental para o bom desempenho no concurso. =)

Voltando ao dispositivo constitucional, nenhum benefício do segurado

que substitua o seu SC (parte do rendimento ou o rendimento inteiro) ou o seu rendimento poderá ser inferior ao salário mínimo nacional.

É claramente uma norma protetiva! Imagine um trabalhador

contribuinte em idade avançada, que ao entrar com pedido de aposentadoria no INSS, é informado após os cálculos previdenciários que

sua aposentadoria terá valor inferior a um salário mínimo! =/

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No mesmo momento ele decide deixar de viver, alegando que a vida

não compensa, que trabalhou a vida toda, e outras coisas do gênero que você pode imaginar!

A situação acima é extremamente dramática e triste. Entretanto, tal

cenário se torna impraticável graças a esse dispositivo! O benefício do cidadão será de no mínimo um salário mínimo! Esse é o limite mínimo dos

benefícios da Previdência Social que substitua o Salário de Contribuição (rendimento) do cidadão.

Aproveito para informar que os benefícios que não substituem o

Salário de Contribuição do cidadão podem sim apresentar um valor inferior ao salário mínimo vigente, como é o caso do Salário Família que é pago na

forma de cota por filho.

§ 3.º Todos os Salários de Contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei.

Continuamos com o exemplo do idoso acima. Quando ele der entrada

no pedido do benefício da aposentadoria no INSS, todos os SC (Base de Cálculo das Contribuições Sociais) da sua vida laboral serão atualizados até

o dia do pedido do benefício!

Imagine você, ter um SC de R$ 750,00 em 2000, e 19 anos depois,

em 2019, o INSS considerar esse mesmo SC sem qualquer atualização monetária? Não seria justo, não é mesmo?

Em resumo, acontece assim:

O segurado entra com o pedido do benefício, o INSS consulta todos

os SC do segurado e os atualiza monetariamente até a data do pedido. Realiza-se a média dos SC atualizados, conforme disposições legais, e, com

base nesse SC médio, será composto o valor do benefício devido ao segurado.

§ 4.º É assegurado o reajustamento dos benefícios

(previdenciários) para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.

Lembra-se desse princípio da Seguridade Social? Sim... É o Princípio

da Irredutibilidade do Valor dos Benefícios. Com esse dispositivo, o constituinte quis assegurar o valor real dos benefícios previdenciários.

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Imagine se um de seus pais recebesse uma aposentadoria de R$

1.500,00 em 2010, de R$ 1.500,00 em 2013 e alguns anos depois, em 2020, uma aposentadoria de R$ 1.500,00???

Nessa altura dos acontecimentos, ele já teria perdido pelo menos 45%

do poder de compra de sua aposentadoria! Pela importância do assunto, ele foi elencado no texto constitucional pela Emenda Constitucional n.º

20/1998.

§ 5.º É vedada a filiação ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), na qualidade de segurado facultativo, de pessoa

participante de Regime Próprio de Previdência (RPPS).

Esse é exatamente o meu caso! Sou servidor público federal e participante do RPPS. Posso participar do RGPS? Sim! Na condição de

empregado, por exemplo, caso fosse professor de Direito Previdenciário em alguma universidade particular, ou na condição de contribuinte individual,

caso trabalhasse por conta própria como engenheiro consultor, aos finais de semana.

O que não pode é pessoa participante do RPPS, filiar-se no RGPS na

condição de segurado facultativo, só porque está sobrando uma graninha no final do mês!

Por sua vez, o Art. 55, § 5.º da Instrução Normativa INSS/PRESS n.º

77/2015 traz um entendimento um pouco distinto, que pode ser assim

esquematizado:

Servidor Federal: é vedada a filiação ao RGPS, na qualidade de segurado facultativo, inclusive na hipótese de afastamento sem

vencimentos.

Servidor Estadual, Distrital e Municipal: é vedada a filiação ao RGPS, na qualidade de segurado facultativo, salvo na hipótese de

afastamento sem vencimento e desde que não permitida, nesta condição, contribuição ao respectivo regime próprio.

Observe que a pessoa participante do RPPS, em regra, não pode se filiar

RGPS na condição de segurado facultativo, só porque está sobrando uma graninha no final do mês!

Entretanto, se estiver afastado, sem receber e sem contribuir para o seu RPPS, pode sim ingressar como segurado facultativo no RGPS.

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Leve o quadrinho acima para a sua prova. Esse é o melhor

entendimento! =)

Dando continuidade.

§ 6.º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano.

Supomos que uma senhora idosa se aposente no início de 2018, e

receba seu primeiro provento em fevereiro/2018 no valor de R$ 2.000,00.

Em seguida, no mês de maio, o Governo Federal reajusta os benefícios da previdência em 5% a contar de junho/2018. Finalmente em

dezembro/2018, qual será o valor de gratificação natalina da senhora em questão?

Primeiro, a citada senhora recebeu 11 meses de provento durante o

ano. Logo a gratificação dela será no valor de 11/12 do provento do mês de dezembro.

Qual o provento de dezembro? É de R$ 2.100,00 (R$ 2.000,00 + 5% = R$ 2.100,00). Concluindo a continha: 11/12 x R$ 1.050,00 = R$

1.925,00.

Como podemos perceber, não importa quantos meses de proventos foram pagos, muito menos se houve reajuste dos proventos durante o ano,

a gratificação natalina sempre terá como base o provento do mês de dezembro!

§ 7.º É assegurada aposentadoria no Regime Geral de Previdência

Social (RGPS), nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições:

I - 65 anos de idade, se homem, e 62 anos de idade, se mulher, observado tempo mínimo de contribuição, ou;

Até que LEI disponha sobre o tempo de contribuição a que

se refere o inciso I do § 7.º do Art. 201 da Constituição

Federal, o segurado filiado ao Regime Geral de Previdência

Social após a data de entrada em vigor desta Emenda

Constitucional será aposentado aos 62 anos de idade, se

mulher, 65 anos de idade, se homem, 15 anos de tempo de

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contribuição, se mulher, e 20 anos de tempo de contribuição,

se homem.

II - 60 anos de idade, se homem, e 55 anos de idade, se mulher, para os trabalhadores rurais e para os que exerçam

suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador

artesanal. § 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7.º será

reduzido em 5 anos, para o professor que comprove tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil

e no ensino fundamental e médio fixado EM LEI COMPLEMENTAR.

Até que LEI COMPLEMENTAR disponha sobre a redução de idade

mínima ou tempo de contribuição prevista nos §§ 1.º e 8.º do Art.

201 da Constituição Federal, será concedida aposentadoria:

1. Aos segurados que comprovem o exercício de atividades com

efetiva exposição a agentes nocivos químicos, físicos e biológicos

prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedados a

caracterização por categoria profissional ou ocupação, durante, NO

MÍNIMO, 15, 20 ou 25 anos, nos termos do disposto nos Arts. 57 e

58 da Lei n.º 8.213/1991, quando cumpridos:

a) 55 anos de idade, quando se tratar de atividade especial de

15 anos de contribuição;

b) 58 anos de idade, quando se tratar de atividade especial de

20 anos de contribuição, ou;

c) 60 anos de idade, quando se tratar de atividade especial de

25 anos de contribuição.

2. Ao professor que comprove 25 anos de contribuição

exclusivamente em efetivo exercício das funções de magistério na

educação infantil e no ensino fundamental e médio e possua 57 anos

de idade, se mulher, e 60 anos de idade, se homem.

Os parágrafos supracitados tratam das condições de aposentadoria

no RGPS.

Até que lei disponha sobre o tempo de contribuição, o segurado filiado ao Regime Geral de Previdência Social após a data de entrada em vigor da

Emenda Constitucional n.º 103/2019 será aposentado: Aposentadoria voluntária.

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- Aos 62 anos de idade, se mulher, 65 anos de idade, se homem, e;

- 15 anos de tempo de contribuição, se mulher, e 20 anos de tempo

de contribuição, se homem.

Por sua vez, até que lei complementar disponha sobre a redução de idade mínima ou tempo de contribuição, será concedida aposentadoria:

1. Aos segurados que comprovem o exercício de atividades com

efetiva exposição a agentes nocivos químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes,

vedados a caracterização por categoria profissional ou ocupação, durante, NO MÍNIMO, 15, 20 ou 25 anos, nos termos do disposto

nos Arts. 57 e 58 da Lei n.º 8.213/1991, quando cumpridos:

Aposentadoria Especial.

- 55 anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 15 anos de contribuição;

- 58 anos de idade, quando se tratar de atividade especial de

20 anos de contribuição, ou;

- 60 anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 25 anos de contribuição.

2. Ao professor que comprove: Aposentadoria do professor.

- 25 anos de contribuição exclusivamente em efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino

fundamental e médio, e;

- Possua 57 anos de idade, se mulher, e 60 anos de idade, se homem.

O valor das aposentadorias supra corresponderá ao valor apurado na

forma da lei.

Para constar, essa redução de 5 anos para os professores não alcança

os professores universitários.

Entretanto, desde o advento da Lei n.º 11.301/2006 que incluiu um importante dispositivo na Lei n.º 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional - LDB), outras atividades escolares também se

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beneficiaram dessa redução, como podemos observar no texto da própria

LDB:

Art. 67, § 2.º Para os efeitos do disposto no § 5.º do Art. 40 e no § 8.º do Art. 201 da Constituição Federal, são consideradas funções de magistério as exercidas por professores e

especialistas em educação no desempenho de atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de educação

básica em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício da docência, as de direção de unidade escolar e as

de coordenação e assessoramento pedagógico.

Dando continuidade no texto constitucional. =)

§ 9.º Para fins de aposentadoria, será assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição entre o Regime Geral de Previdência Social e os regimes próprios de previdência social, e

destes entre si, observada a compensação financeira, de acordo com os critérios estabelecidos EM LEI.

§ 9.º-A O tempo de serviço militar exercido nas atividades de que tratam os Arts. 42, 142 e 143 e o tempo de contribuição ao Regime

Geral de Previdência Social ou a regime próprio de previdência social terão contagem recíproca para fins de inativação militar

ou aposentadoria e a compensação financeira será devida entre as receitas de contribuição referentes aos militares e as receitas de contribuição aos demais regimes.

Para o cálculo da aposentadoria, todo o tempo que você trabalhou (e

contribuiu) deve ser levado em consideração, independentemente de ser na iniciativa privada ou na administração pública (civil ou militar), na cidade

ou no campo, realmente não importa!

Todo o tempo de contribuição do segurado será compensado

financeiramente, conforme critérios estabelecidos em lei, para a concessão de aposentadoria. Não existe tempo de trabalho, e por consequência de

contribuição, perdidos.

§ 10. LEI COMPLEMENTAR poderá disciplinar a cobertura de benefícios não programados, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo Regime Geral

de Previdência Social e pelo setor privado.

Sem comentários adicionais.

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§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição

previdenciária e consequente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei.

Novamente a CF/1988 trata do assunto Salário de Contribuição (SC).

A Constituição reza que os ganhos recebidos com habitualidade pelo empregado, a qualquer título, integrarão o SC do empregado, com

consequente repercussão financeira em seus benefícios.

§ 12. Lei instituirá Sistema Especial de Inclusão Previdenciária, com alíquotas diferenciadas, para atender aos

trabalhadores de baixa renda, inclusive os que se encontram em situação de informalidade, e àqueles sem renda própria que se

dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda.

§ 13. A aposentadoria concedida ao segurado de que trata o § 12

terá valor de um salário mínimo.

Os dispositivos tratam do Sistema Especial de Inclusão

Previdenciária (SEIP), que visa proteger a camada mais baixa da

sociedade, que são os trabalhadores de baixa renda e os trabalhadores sem renda que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico em sua

residência.

Com a adoção de alíquotas inferiores, a Previdência começou a abarcar um número maior de segurados, pois até então, esses

trabalhadores de baixa renda não tinham condições de contribuir com o RGPS.

A Lei n.º 8.212/1991 (Plano de Custeio da Seguridade Social) foi

alterada pela Lei n.º 12.470/2011 que implantou a inédita alíquota de 5% para o Microempreendedor Individual (MEI) e o Segurado Facultativo

doméstico de baixa renda. Sem dúvida, foi uma grande vitória para a sociedade.

§ 14. É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício para efeito de concessão dos benefícios previdenciários e de contagem recíproca.

§ 15. LEI COMPLEMENTAR estabelecerá vedações, regras e

condições para a acumulação de benefícios previdenciários.

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§ 16. Os empregados dos consórcios públicos, das empresas públicas, das sociedades de economia mista e das suas

subsidiárias serão aposentados compulsoriamente, observado o cumprimento do tempo mínimo de contribuição, ao atingir a idade

máxima de 75 anos.

A Emenda Constitucional n.º 103/2019 incluiu ainda três parágrafos ao famigerado Art. 195 da nossa Carta Magna.

Primeiramente, reforça-se a ideia de que não devemos contar o tempo

fictício para efeitos de aposentadoria e demais benefícios previdenciários.

A acumulação dos benefícios previdenciários depende, atualmente, de lei complementar que a regulamente.

Os empregados públicos (empresas públicas e sociedades de

economia mista), bem como os empregados de consórcios públicos devem obedecer ao limite de 75 anos da aposentadoria compulsória do RPPS e não

os limites (menores) impostos pelo RGPS.

Para concluir o tópico sobre Previdência, vou transcrever o Art. 202 e

seus parágrafos referentes à Previdência Complementar. Não tecerei maiores comentários, pois basta conhecer a literalidade da CF/1988, ou

seja, a mera leitura é suficiente. =)

Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao

Regime Geral de previdência Social (RGPS), será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar (Lei Complementar

n.º 109/2001).

§ 1.º A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de planos de benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso às informações relativas à gestão de seus

respectivos planos.

§ 2.º As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não integram o

contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a remuneração dos

participantes, nos termos da lei.

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§ 3.º É vedado o aporte de recursos à entidade de previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas

autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade

de patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado.

§ 4.º LEI COMPLEMENTAR disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias,

fundações, sociedades de economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto patrocinadores de planos de

benefícios previdenciários, e as entidades de previdência complementar.

§ 5.º A LEI COMPLEMENTAR de que trata o parágrafo anterior aplicar-se-á, no que couber, às empresas privadas permissionárias

ou concessionárias de prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras de planos de benefícios em entidades de previdência complementar.

§ 6.º LEI COMPLEMENTAR estabelecerá os requisitos para a

designação dos membros das diretorias das entidades fechadas de previdência complementar instituídas pelos patrocinadores de que trata o § 4.º e disciplinará a inserção dos participantes nos

colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam objeto de discussão e deliberação.

Até que seja disciplinada a relação entre a União, os Estados, o

Distrito Federal e os Municípios e entidades abertas de previdência

complementar na forma do disposto nos §§ 4.º e 5.º do Art. 202 da

Constituição Federal, somente entidades fechadas de previdência

complementar estão autorizadas a administrar planos de benefícios

patrocinados pela União, Estados, Distrito Federal ou Municípios,

inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista

e empresas controladas direta ou indiretamente.

Vale ressaltar que para a previdência dos servidores públicos, atualmente, podem ofertar planos de benefícios tanto as entidades

fechadas quanto as abertas, sendo que anteriormente eram somente as fechadas. Atenção!

06. A Assistência Social.

Vamos iniciar agora o estudo na terceira área da Seguridade Social,

a Assistência Social. =)

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Esse campo, ao contrário da Previdência que é contributiva (só usufrui

dos benefícios quem contribui ou contribuiu), e da Saúde que é disponibilizada a qualquer pessoa (pobre ou rico, independentemente de

contribuição), é uma área que somente os necessitados podem utilizar!

Sim, a Assistência Social é somente aos necessitados, independentemente de contribuições à Seguridade Social.

Em última instância, é uma forma de o governo tentar reduzir o

sofrimento das camadas mais pobres da sociedade. O Art. 203 da CF/1988 define Assistência Social, bem como cita seus objetivos:

Art. 203. A Assistência Social será prestada a quem dela

necessitar, independentemente de contribuição à Seguridade Social, e tem por objetivos:

I - A proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;

II - O amparo às crianças e adolescentes carentes;

III - A promoção da integração ao mercado de trabalho;

IV - A habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária,

e;

V - A garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la

provida por sua família, conforme dispuser a lei.

O inciso IV referente à habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência, trata de um serviço da Assistência Social e

não da Previdência Social, como as provas tentam enganar o candidato. Preste atenção a esse detalhe!

Da mesma forma, o inciso V que versa sobre garantia de um salário

mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso, trata de um benefício da Assistência Social e não da Previdência Social.

Tome cuidado também com essa diferença!

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A Assistência Social é tratada apenas na CF/1988? Não, ela é tratada

em lei própria, a Lei n.º 8.742/1993, conhecida como Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS).

Essa lei traz critérios que definem quais portadores de deficiência e

idosos terão direito ao benefício da Assistência Social. A norma é objetiva, e reza que fará jus ao benefício mensal de um salário mínimo:

Idoso: com idade superior a 65 anos, cuja família tenha uma

renda mensal de no máximo 1/4 (25%) de salário mínimo por pessoa, e;

Pessoa portadora de deficiência: Deverá comprovar que a

deficiência obstrui a sua participação plena e efetiva na sociedade

em igualdade de condições com as demais pessoas e, assim como os idosos, que sua família não perceba renda mensal superior a

1/4 (25%) de salário mínimo por pessoa.

São critérios objetivos e bem rígidos! A intenção realmente é ajudar a camada mais pobre e necessitada da sociedade.

E quem financia a Assistência? A Seguridade Social, conforme

CF/1988, Art. 195, será financiada pelos orçamentos dos entes políticos e pelas contribuições sociais.

Afinal, a Assistência é mais uma subdivisão da Seguridade, assim

como a Previdência e a Saúde.

O Art. 204 trata do financiamento e das diretrizes da Assistência

Social:

Art. 204. As ações governamentais na área da Assistência Social serão realizadas com recursos do Orçamento da Seguridade Social (OSS), previstos no Art. 195, além de outras fontes, e organizadas

com base nas seguintes diretrizes:

I - Descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às

esferas estadual e municipal, bem como a Entidades Beneficentes e de Assistência Social (EBAS), e;

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II - Participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das

ações em todos os níveis.

Como se pode extrair dos incisos acima, a coordenação geral da Assistência Social pertence à esfera federal, enquanto que a execução das

ações concernentes a ela cabe à esfera estadual, municipal e às EBAS.

Por isso podemos classificar a Assistência Social como descentralizada. E a população não fica de fora! Participa da formulação

das políticas e no controle das ações realizadas.

O constituinte derivado (aquele que altera a CF por meio de Emendas

Constitucionais) ainda criou a faculdade para que os Estados e o Distrito Federal vinculassem até 0,5% da Receita Tributária Líquida de sua

arrecadação a programas de apoio, inclusão e promoção social.

E não é só isso! Proibiu os governantes de utilizarem esse dinheiro para outras finalidades que não sejam essas, ou seja, não podem empregar

esse dinheiro para pagar servidores públicos ou amortizar a dívida pública.

Essas disposições estão no parágrafo único do Art. 204, e são obras da Emenda Constitucional n.º 42/2003, como disposto abaixo:

Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal

vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social até 0,5% de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação

desses recursos no pagamento de:

I - Despesas com pessoal e encargos sociais; II - Serviço da dívida, e;

III - Qualquer outra despesa corrente não vinculada

diretamente aos investimentos ou ações apoiados.

07. A Competência Legislativa da Seguridade Social e da

Previdência Social.

Para iniciar este tópico, considero importante apresentar uma breve

noção dos tipos de competências existentes no Direito:

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01. Competência Privativa.

A Competência Privativa é aquela específica de um ente político, mas

que admite delegação para outro ente político. No caso, a competência privativa foi entregue à União, conforme dispõe o Art. 22 da Constituição

Federal de 1988.

Não obstante, o parágrafo único do referido Art. 22 autoriza a União, por meio de Lei Complementar, delegar aos Estados o condão (poder) de

legislar sobre questões especificas presentes nos incisos do Art. 22.

02. Competência Comum.

A Competência Comum é aquela que pode ser exercida por todos os

entes políticos da federação, podendo, portanto, ser simultaneamente exercida, desde que respeitados os limites constitucionais.

As competências comuns administrativas se encontram explanadas

nos incisos do Art. 23 da CF/1988.

Por sua vez, vale ressaltar que existe a possibilidade de competência comum legislativa, que é aquela presente no Art. 145, inciso II, da CF/1988,

onde o legislador constituinte prevê que a instituição de taxas pode ser feita por qualquer ente político de nossa federação (União, Estados, Distrito

Federal ou Municípios).

03. Competência Concorrente.

No caso da Competência Concorrente, cabe a União determinar as

normas gerais a serem observadas pelos outros entes políticos.

Uma vez dispostas as normas gerais, os Estados poderão suplementar essas normas gerais, por meio de edição de atos normativos

estaduais.

Por seu turno, caso a União não tenha editado lei sobre normas gerais de determinado assunto, cabe aos Estados exercerem a competência

legislativa plena, ou seja, neste caso, o Estados poderão editar lei que trate de normas gerais de determinado assunto.

Não obstante, em caso de superveniência de lei federal (da União)

sobre normas gerais, a lei estadual editada por meio da competência

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legislativa plena terá sua eficácia suspensa, no que for contrária a nova

lei federal.

04. Competência Legislativa da Seguridade Social e da Previdência Social (CF/1988).

Dando continuidade, uma vez observado os conceitos de

competências supracitados, vamos observar o que dispõe a Carta Magna em relação à Seguridade Social e à Previdência Social:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

XXI - Normas gerais de organização, efetivos, material bélico,

garantias, convocação, mobilização, inatividades e pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares (Emenda Constitucional n.º 103/2019).

XXIII - Seguridade Social; Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a

legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.

Como podemos observar, a União é o ente político responsável por legislar privativamente sobre a Seguridade Social, lembrando que essa é

composta por 3 ramos: Previdência Social, Assistência Social e Saúde.

Sendo assim, a União é responsável pelas normas básicas e pelas

regras gerais da Seguridade Social em seus 3 ramos, bem como pela estrutura da Seguridade Social no país.

O parágrafo único é bem claro ao afirmar que, por meio de Lei

Complementar, a União poderá autorizar os Estados a legislar apenas sobre questões específicas de Seguridade Social.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar

concorrentemente sobre:

XII - Previdência Social, Proteção e Defesa da Saúde;

§ 1.º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União

limitar-se-á a estabelecer normas gerais.

§ 2.º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.

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§ 3.º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados

exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

§ 4.º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

Conforme dispõe o Art. 24 da CF/1988, compete à União, aos Estados

e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre a Previdência Social.

Sendo assim, cabe à união editar as normas gerais sobre a Previdência Social.

A edição de normas gerais de Previdência Social pela união não afasta

a competência suplementar dos Estados, de editar normas que tratem de assuntos não presentes nas normas gerais federais.

Por seu turno, a falta de normas gerais por parte da união, autoriza

os Estados a exercerem a sua competência legislativa plena, ou seja, os Estados poderão editar normas gerais sobre Previdência Social.

Por fim, caso a União venha, supervenientemente, editar lei que

trate de normas gerais de Previdência Social, as normas gerais editadas pelos Estados terão sua eficácia suspensa imediatamente, no que for

contrário a nova lei federal.

08. Resumex da Aula.

01. Direito Previdenciário é o ramo do direito público que estuda a

organização e o funcionamento da Seguridade Social. Especificamente no Brasil, a Seguridade Social é tratada na Constituição Federal de 1988, em

capítulo próprio, entre os artigos 194 e 204, o que demonstra grande preocupação do constituinte originário de 1988 quanto à previdência social,

a assistência social e a saúde.

02. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os

direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. De forma mnemônica: Seguridade Social = Previdência + Assistência Social + Saúde

= PAS

03. Princípios Constitucionais da Seguridade Social:

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Princípios Constitucionais da Seguridade Social

1 UCA Universalidade da Cobertura e do Atendimento

2 UEBS Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços às populações urbanas e rurais

3 SDBS Seletividade e Distributividade na prestação

dos Benefícios e Serviços.

4 IRRVB Irredutibilidade do Valor dos Benefícios.

5 EFPC Equidade na Forma de Participação no

Custeio.

6 DBF Diversidade da Base de Financiamento.

7 DDQ

Caráter Democrático e Descentralizado da administração, mediante gestão Quadripartite,

com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo

nos órgãos colegiados.

(Autoria: Ali Mohamad Jaha)

04. A lei (complementar) poderá instituir outras fontes destinadas a garantir

a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido ao disposto no art. 154, I da CF/1988. Em resumo:

06.01. A criação das Contribuições Sociais Residuais se dará por meio

de Lei Complementar;

06.02. As contribuições deverão ser não cumulativas;

06.03. O fato gerador (FG) ou a base de cálculo (BC) dessas novas contribuições deverão ser diferentes do FG e da BC das

contribuições sociais existentes, e;

06.04. O STF tem o entendimento que as contribuições sociais

residuais podem ter o mesmo FG ou a mesma BC dos impostos existentes. Esse entendimento é importante!

05. Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado,

majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.

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06. As Contribuições Sociais para a Seguridade Social só poderão ser

exigidas após decorridos 90 dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, inciso

III, alínea “b” da CF/1988 (Anterioridade Anual).

07. São isentas (imunes) de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social (EBAS) que atendam às

exigências estabelecidas em lei.

08. As contribuições sociais do Empregador poderão ter alíquotas (em todos os casos) ou bases de cálculo (somente nas contribuições sobre receita,

faturamento e lucro) diferenciadas, em razão da Atividade econômica, da Utilização intensiva de mão de obra, do Porte da empresa ou da condição

estrutural do Mercado de trabalho. Percebeu as letras que estão em

negrito? É um mnemônico! A+U+P+M, ou reordenando, PUMA! =)

09. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de

outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

10. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral

(Regime Geral da Previdência Social - RGPS), de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio

financeiro e atuarial.

11. É assegurado o reajustamento dos benefícios previdenciários para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios

definidos em lei.

12. Até que lei disponha sobre o tempo de contribuição, o segurado filiado

ao Regime Geral de Previdência Social após a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional n.º 103/2019 será aposentado: Aposentadoria

voluntária.

- Aos 62 anos de idade, se mulher, 65 anos de idade, se homem, e;

- 15 anos de tempo de contribuição, se mulher, e 20 anos de tempo de contribuição, se homem.

13. Por sua vez, até que lei complementar disponha sobre a redução de

idade mínima ou tempo de contribuição, será concedida aposentadoria:

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13.01. Aos segurados que comprovem o exercício de atividades com

efetiva exposição a agentes nocivos químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes,

vedados a caracterização por categoria profissional ou ocupação, durante, NO MÍNIMO, 15, 20 ou 25 anos, nos termos do disposto

nos Arts. 57 e 58 da Lei n.º 8.213/1991, quando cumpridos: Aposentadoria Especial.

- 55 anos de idade, quando se tratar de atividade especial de

15 anos de contribuição;

- 58 anos de idade, quando se tratar de atividade especial de

20 anos de contribuição, ou;

- 60 anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 25 anos de contribuição.

13.02. Ao professor que comprove: Aposentadoria do professor.

- 25 anos de contribuição exclusivamente em efetivo exercício

das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, e;

- Possua 57 anos de idade, se mulher, e 60 anos de idade, se homem.

14. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social.

15. A competência para legislar sobre Seguridade Social é privativa da

União, podendo ser delegado aos Estados o poder de legislar sobre questões específicas.

16. A competência para legislar sobre Previdência Social é concorrente

entre a União, os Estados e o Distrito Federal.

16.01. Compete a União definir as normas gerais de Previdência Social;

16.02. Os Estados podem suplementar as normas gerais;

16.03. Na falta de normas gerais por parte da União, os Estados poderão editar normais gerais sobre previdência Social (Competência

Legislativa Plena), e;

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16.04. A superveniência de lei federal sobre normas gerais de previdência Social suspende a lei estadual editada por meio da

Competência Legislativa Plena supracitada.

(...)

Acabamos a teoria da aula! A seguir, estão as questões propostas (tente resolve-las) e, posteriormente, as questões propostas

comentadas para você verificar o seu desempenho.

Agora é hora de exercitar e fixar o que foi estudado até o momento. =)

Em caso de dúvida sobre o curso, utilize o nosso Fórum de Dúvidas, presente em sua área restrita. Esse será o único canal de dúvidas

disponibilizado pelo curso.

Aproveito o momento para convidar você para conhecer, seguir e interagir comigo nas minhas redes sociais. =)

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Sucesso e bons estudos! =)

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09. Questões Propostas.

01. (Procurador Municipal/Município de Boa Vista-

RR/CESPE/2019): A respeito de princípios constitucionais relativos à seguridade social, julgue

o item a seguir. O princípio da diversidade da base de financiamento é imprescindível para

a manutenção da saúde financeira e atuarial do sistema de seguridade social, uma vez que reduz o risco de desequilíbrio do orçamento direto e

indireto desse sistema.

02. (Analista Judiciário de Procuradoria/PGE-PE/CESPE/2019): Acerca da seguridade social, julgue o item seguinte.

O princípio da universalidade de cobertura da seguridade social assegura a

concessão de todos os benefícios e serviços a todas as pessoas que deles necessitarem, independentemente de contribuição.

03. (Procurador do Estado/PGE-PE/CESPE/2018):

Conforme a doutrina, o princípio previdenciário que representa o sistema de repartição da seguridade social e garante a prestação de benefícios e

serviços independentemente do aporte individual das contribuições sociais é o princípio da

a) uniformidade da base de financiamento. b) seletividade e distributividade na prestação de benefícios e serviços.

c) solidariedade. d) equidade na forma de participação no custeio.

e) diversidade da base de financiamento.

04. (Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador

Federal/STJ/CESPE/2018): Com relação à organização e aos princípios do sistema de seguridade social

brasileiro, julgue o item a seguir. O princípio da seletividade e distributividade na prestação de benefícios e

serviços está relacionado à seleção dos riscos sociais e à extensão da proteção patrocinada pelo Estado a todas as pessoas.

05. (Analista Portuário/EMAP/CESPE/2018):

Com referência à organização e ao custeio da seguridade social, julgue o item subsequente.

O sistema de seguridade social compreende um conjunto de ações de iniciativa exclusiva dos poderes públicos, que se destinam à garantia de

saúde, previdência e assistência à sociedade.

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06. (Auditor de Contas Públicas/TCE-PB/CESPE/2018):

De acordo com a CF, o RGPS é garantidor de pelo menos um salário mínimo quando do pagamento de benefícios substitutivos do salário de contribuição

ou de rendimento do trabalho.

07. (Auditor de Contas Públicas/TCE-PB/CESPE/2018): De acordo com a CF, o RGPS é garantidor do reajustamento dos benefícios

previdenciários apenas para preservar-lhes o valor nominal.

08. (Juiz Federal Substituto/TRF-5/CESPE/2017): O benefício de prestação continuada concedido a pessoa com deficiência

será suspenso no caso de o beneficiário receber a título de herança patrimônio capaz de prover sua manutenção.

09. (Auditor de Controle Externo - Área Administrativa - Especialidade Direito/TCE-PA/CESPE/2016):

É competência privativa da União legislar sobre previdência social, sendo, portanto, vedado aos estados e ao Distrito Federal legislar sobre essa

matéria.

10. (Defensor Público Federal/DPU/CESPE/2017): O princípio da equidade na forma de participação no custeio do RGPS não

veda a existência de alíquotas de contribuições diferenciadas entre empregadores nem entre empregados.

11. (Juiz Federal Substituto/TRF-5/CESPE/2017):

Independentemente do benefício pretendido, aplica-se o princípio “Tempus Regit Actum”: a lei do tempo em que se preencheram todos os requisitos

para a concessão do benefício pretendido pelo segurado.

12. (Defensor Público/DPE-AL/CESPE/2017):

A assistência social integra o conjunto de direitos sociais assegurados aos necessitados e as ações atinentes à seguridade social.

13. (Analista-Técnico Administrativo/DPU/CESPE/2016):

O princípio constitucional da universalidade da cobertura e do atendimento implica no entendimento de que o Estado deve prover, por meio da

seguridade social, gratuitamente e independentemente de contribuição, assistência social, saúde e previdência a todos que necessitam desses

benefícios e serviços.

14. (Técnico do Seguro Social/INSS/CESPE/2016):

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A CF define seguridade social como um conjunto integrado de ações de

iniciativa dos poderes públicos e da sociedade destinadas a assegurar direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

15. (Auditor de Controle Externo - Área Fiscalização - Especialidade

Direito/TCE-PA/CESPE/2016): A saúde e a assistência social integram a seguridade social e são prestadas,

independentemente de contribuição, nos casos legais; já a previdência social apresenta caráter contributivo.

16. (Auditor e Conselheiro-Substituto/TCE-PR/CESPE/2016):

A seguridade social caracteriza-se pela contribuição direta do beneficiário do seguro social, embora se admitam benefícios assistenciais como o seguro

desemprego.

17. (Auditor-Fiscal/TCE-SC/CESPE/2016):

Situação hipotética: Maria recebe proventos de aposentadoria de professora de determinada universidade federal. A administração verificou

irregularidades na concessão da aposentadoria a Maria, que, sanadas, resultariam em redução do valor nominal por ela recebido. Assertiva: Nessa

hipótese, conforme o entendimento do STF, não é possível a redução do valor nominal da aposentadoria de Maria, dado o princípio constitucional da

irredutibilidade do valor do benefício.

18. (Analista-Técnico Administrativo/DPU/CESPE/2016): A assistência à saúde deve ser exercida pelo poder público por intermédio

do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo admitida a participação da iniciativa privada de forma complementar, desde que esse serviço seja

prestado por entidades filantrópicas e sem fins lucrativos.

19. (Técnico do Seguro Social/INSS/CESPE/2016):

De acordo com o princípio da universalidade da seguridade social, os estrangeiros no Brasil poderão receber atendimento da seguridade social.

20. (Técnico do Seguro Social/INSS/CESPE/2016):

A universalidade da cobertura e do atendimento inclui-se entre os princípios que regem as ações dos poderes públicos e da sociedade destinadas a

assegurar o direito relativo à saúde, à previdência e à assistência social.

21. (Procurador do Estado/PGE-AP/FCC/2018): Quanto ao conceito, princípios e organização da seguridade social, conforme

previsão na Constituição Federal:

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a) a diversidade da base de financiamento e a irredutibilidade do valor dos

benefícios são objetivos a serem alcançados pelo poder público na organização da seguridade social.

b) a gestão administrativa deve ser tripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores e do Governo nos órgãos colegiados.

c) a seguridade social está assentada no binômio que engloba o conjunto de ações de iniciativa do poder público e da sociedade, destinado a

assegurar direitos restritos à previdência e à assistência social. d) a universalidade do atendimento não se constitui em objetivo da

seguridade social, na medida em que o seguro social fornece proteção apenas para certas categorias de pessoas não amparando toda a sociedade.

e) a uniformidade dos benefícios significa que o valor da renda mensal dos benefícios deve ser igual, e não equivalente, entre populações urbanas e

rurais.

22. (Analista Judiciário - Área Judiciária/TST/FCC/2017):

São objetivos a serem alcançados pelo Poder Público na organização da Seguridade Social previstos na Constituição Federal de 1988:

a) Irredutibilidade no valor dos benefícios e proporcionalidade na forma de participação no custeio.

b) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços. c) Diversidade da base de financiamento e isonomia na prestação dos

benefícios e serviços. d) Equidade na forma de participação no custeio e gestão tripartite na

administração dos recursos. e) Universalidade da cobertura e do atendimento e centralização da

administração dos recursos pela União Federal.

23. (Analista Jurídico Previdenciário/FUNAPE/FCC/2017):

Dentre os princípios constitucionais que regem a Seguridade Social encontra-se o da diversidade da sua base de financiamento. Com relação

ao financiamento da Seguridade Social, a) as receitas dos Estados, Distrito Federal e Municípios destinadas à

Seguridade Social devem ser repassadas à União por constituírem recursos integrantes do orçamento da União Federal.

b) a Constituição Federal de 1988 prevê como uma das fontes de financiamento da Seguridade Social a contribuição prestada pelo exportador

de bens ou serviços ao exterior, ou quem a lei e ele equiparar. c) a contribuição das empresas e das entidades a ela equiparadas por força

de lei sobre rendimentos pagos a pessoas físicas que lhe prestam serviços não se restringe aos prestadores com vínculo empregatício formalizado.

d) os rendimentos pagos por empresas ou entidades a ela equiparadas por força de lei a prestadores de serviços autônomos não constitui fonte de

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financiamento da Seguridade Social por não se tratarem os autônomos de

segurados obrigatórios. e) a receita, o faturamento e o lucro auferido pelas empresas constituem

fontes de financiamento da Seguridade Social previstos na Constituição Federal de 1988, tal qual a contribuição paga pelo exportador de bens e

serviços ao exterior.

24. (Analista Jurídico Previdenciário/FUNAPE/FCC/2017): Por força de regramento constitucional, previsto na Constituição Federal de

1988, a lei disporá sobre salário família para dependentes de segurados de baixa renda. Essa previsão dá efetividade ao princípio constitucional da

a) universalidade de cobertura e de atendimento. b) solidariedade, na medida em que os que podem contribuir mais devem

fazê-lo em benefício dos que podem contribuir menos.

c) seletividade na prestação dos benefícios e serviços. d) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações

urbanas e rurais. e) equidade na forma de participação do custeio.

25. (Analista Jurídico Previdenciário/FUNAPE/FCC/2017):

Conforme estatuído na Constituição Federal de 1988, as ações realizadas pelos Poderes Públicos em prol da Seguridade Social visam a assegurar

exclusivamente direitos atinentes a a) saúde, educação e previdência social.

b) educação, segurança pública e assistência social. c) saúde, previdência e assistência social.

d) cultura, saúde e assistência social. e) previdência pública e assistência social.

26. (Analista Jurídico Previdenciário/FUNAPE/FCC/2017): Constituem objetivos da Seguridade Social, EXCETO:

a) proporcionalidade na forma de participação no custeio. b) universalidade na cobertura e atendimento.

c) irredutibilidade do valor dos benefícios. d) descentralização na Administração.

e) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais.

27. (Analista em Gestão Previdenciária/FUNAPE/FCC/2017):

A respeito da Seguridade Social, conforme previsão na CF de 1988, considere as assertivas abaixo.

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I. A equidade na forma de participação e custeio é um dos objetivos na

organização da Seguridade Social.

II. Não há uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais.

III. A gestão da Seguridade Social será tripartite, com participação dos

trabalhadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

IV. A universalidade de cobertura e atendimento aplica-se apenas à Assistência Social.

V. A relatividade na forma de participação e custeio é um dos objetivos na

organização da Seguridade Social.

Está correto o que se afirmar APENAS em

a) II e IV.

b) I. c) I e III.

d) I, III e IV. e) I, II e V.

28. (Analista em Gestão Previdenciária/FUNAPE/FCC/2017):

Todos os membros da sociedade devem, em regra, contribuir para a seguridade social. Todavia, por princípio, quem tem maior capacidade

financeira contribui com mais para a manutenção do sistema da Seguridade Social, e, quem tem menos, deve arcar com menos, visando ao equilíbrio

entre a capacidade econômica de todos que devem contribuir e o esforço

financeiro que eles necessitam para a manutenção da seguridade social, o que enseja a aplicação do princípio

a) democrático da Seguridade Social. b) da universalidade de cobertura e atendimento.

c) da uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais.

d) da equidade na forma de participação do custeio da Seguridade Social. e) da distributividade na prestação dos serviços e benefícios.

29. (Defensor Público/DPE-ES/FCC/2016):

No Brasil, após a Constituição de 1988, houve uma profunda mudança na forma de disciplinar a seguridade social, um panorama normativo que

compreende a

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a) previdência que contará apenas com a contribuição dos a ela vinculados,

a saúde que contará com o esforço da sociedade e a assistência social que é fruto do esforço do terceiro setor.

b) aposentadoria a todos que atingirem 60 anos de idade, se homens e 50 anos de idade, se mulheres, a saúde aos vinculados ao INSS e a assistência

aos hipossuficientes. c) previdência aos contribuintes, a saúde para todos e a assistência social

a quem dela necessitar. d) saúde de todos, apenas no que se restringe ao atendimento básico, a

previdência paga a todos que não tiverem emprego e a assistência social, que é um atendimento multidisciplinar, desde que não importe no

pagamento de qualquer valor em moeda. e) previdência como modelo contributivo e filiação facultativa, a assistência

social como programa dirigido a todos, como é, também, a saúde.

30. (Procurador do Estado/PGE-MT/FCC/2016):

A Constituição Federal do Brasil e a legislação infraconstitucional que dispõe sobre planos de benefícios e custeio da previdência social prevê, como

princípio básico da seguridade social, a) uniformidade e equivalência dos benefícios entre as populações urbanas

e rurais, podendo haver diferenciação entre os serviços dessas populações criada por meio de lei complementar com objetivo de adequar os serviços

às características regionais de cada atividade. b) universalidade na prestação dos benefícios e serviços, considerado o

caráter seletivo e distributivo na cobertura e no atendimento. c) preexistência do custeio em relação ao benefício ou serviço para que haja

previsão anterior da fonte de recursos que financiará a criação ou ampliação de qualquer benefício ou serviço da previdência pública.

d) caráter democrático e descentralizado da administração, mediante

gestão conjunta tripartite da comunidade, composta de representantes do governo, dos trabalhadores e dos empresários nos órgãos colegiados.

e) solidariedade, também denominado universalidade de cobertura, que prevê não haver um único tipo de benefício ou serviço, mas diversos, que

são concedidos e mantidos de forma seletiva observando a necessidade de cada contribuinte.

31. (Procurador do Município/Prefeitura de São Luís-

MA/FCC/2016): No que diz respeito à organização do sistema de seguridade social,

a) o sistema de seguridade social pátrio compreende a proteção de direitos relativos à saúde, à previdência e à educação.

b) as ações e serviços públicos de saúde são de acesso universal, com participação da sociedade e permitindo o atendimento não integral.

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c) as ações e serviços públicos de saúde estruturam-se por meio de um

sistema único, com rede regionalizada e hierarquizada, além da descentralização e participação da sociedade.

d) a sistematização constitucional da previdência privada se caracteriza, dentre outros elementos, pela proteção do trabalhador contra os riscos

sociais e filiação prévia e compulsória dos segurados. e) as ações e serviços públicos na área da assistência social estruturam-se

mediante um sistema único, com centralização político-administrativa da União, sem prejuízo de ações locais envolvendo as esferas estadual e

municipal.

32. (Procurador do Município/Prefeitura de São Luís-MA/FCC/2016):

O princípio da contrapartida:

a) pode ser definido como a diretriz que impõe a existência de prévia fonte de custeio para que um benefício ou serviço da seguridade social seja criado

ou majorado. b) é princípio que rege o orçamento público não aplicável ao sistema de

seguridade social. c) pode ser definido como diretriz que impõe ao sistema previdenciário

observar o equilíbrio financeiro e atuarial. d) trata-se de princípio aplicado exclusivamente aos sistemas de

previdência. e) trata-se de princípio aplicado exclusivamente aos sistemas de

previdência e assistência, mas não de saúde.

33. (Auditor-Fiscal/RFB/ESAF/2014): O entendimento do Supremo Tribunal Federal, no que toca à imunidade de

que gozam as entidades beneficentes de assistência social, é no sentido de

que se entendem por serviços assistenciais as atividades continuadas que visem à melhoria de vida da população e cujas ações, voltadas para as

necessidades básicas, observem os objetivos, os princípios e as diretrizes estabelecidos em lei.

34. (Auditor-Fiscal/RFB/ESAF/2012):

A sociedade financia a seguridade social, de forma indireta, entre outras formas, por meio das contribuições para a seguridade social incidentes

sobre a folha de salários.

35. (Analista de Comércio Exterior/MDIC/ESAF/2012): Nos termos da atual redação da Constituição, são objetivos estabelecidos

para a organização da seguridade social, entre outros, a seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços.

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36. (Auditor-Fiscal/RFB/ESAF/2014): É a solidariedade que justifica a cobrança de contribuições pelo aposentado

que volta a trabalhar.

37. (Auditor-Fiscal/RFB/ESAF/2010): À luz da Organização da Seguridade Social, a Previdência Social, a Educação

e a Assistência Social são partes da Seguridade Social.

38. (Analista de Comércio Exterior/MDIC/ESAF/2012): A assistência social será prestada a quem dela necessitar, mediante

contribuição, pois apresenta natureza de seguro social, sendo ainda realizada mediante recursos do orçamento da seguridade social, previsto

no art. 195 da Constituição, além de outras fontes.

39. (Auditor-Fiscal/RFB/ESAF/2010):

À luz da Organização da Seguridade Social, a Saúde possui abrangência universal, sendo qualquer pessoa por ela amparada.

40. (Analista-Tributário/RFB/ESAF/2012):

Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social com base nos objetivos constitucionais, sendo que entre esses, pode-se

citar o da prevalência dos benefícios e serviços às populações rurais.

41. (Oficial de Justiça Avaliador/TRT-12/FGV/2017): O benefício previdenciário de auxílio reclusão é pago aos dependentes do

segurado de baixa renda que for preso. Trata-se de um princípio específico desse benefício previdenciário:

a) irredutibilidade do benefício;

b) equidade na forma de participação no custeio; c) universalidade da cobertura;

d) seletividade e distributividade; e) diversidade da base de financiamento.

42. (Assistente Social/TJ-RO/FGV/2016):

Instituída pela Constituição Federal de 1988, a Seguridade Social tem como um de seus pressupostos:

a) os mínimos sociais; b) a exclusividade das políticas sociais públicas estatais;

c) o compromisso prioritário com a classe trabalhadora; d) a não vinculação entre benefício e contribuição;

e) as parcerias público-privadas.

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43. (Auditor-Conselheiro-Substituto/TCE-RJ/FGV/2015):

A seguridade social, nos termos da Constituição de 1988, estabelece diversas diretrizes e princípios para seu funcionamento. Dentro dos três

subsistemas criados (previdência social, assistência social e saúde), é correto afirmar que:

a) a universalidade de cobertura e atendimento é objetivo exclusivo da saúde, tendo em vista ser o único subsistema aberto a todos e independente

de contribuição; b) a previsão de aposentadorias diferenciadas para homens e mulheres é

inconstitucional por violar o princípio da isonomia; c) a União, como forma de atender os objetivos da seguridade social, poderá

criar novas contribuições sociais, desde que aprovadas por lei complementar e com ineditismo de fato gerador e base de cálculo, além de

não cumulativas;

d) a previdência complementar, nos termos da Constituição de 1988, somente poderá conceder benefícios após o interessado ter se aposentado,

regularmente, pela previdência social pública; e) a previsão de benefícios previdenciários na Constituição de 1988, tanto

para servidores como trabalhadores da iniciativa privada, é exemplificativa, podendo sofrer restrições ou ampliações por lei, independente do custeio.

44. (Auditor/SEAD-AP/FGV/2010):

Com relação ao financiamento da Seguridade Social, assinale a alternativa correta.

a) Conforme os ditames constitucionais a seguridade social será financiada, dentre outras fontes, pelas contribuições sociais incidentes sobre a receita

de concursos de prognósticos. b) As contribuições previdenciárias somente poderão ser exigidas após

decorridos 90 dias da data da regulamentação da lei que as houver

instituído ou modificado. c) Com a edição da Emenda Constitucional n.º 42/2003, a Constituição

passou a prestigiar a possibilidade de instituição da sistemática da não-cumulatividade para algumas contribuições previdenciárias, mediante

definição em lei e de acordo com a intensidade de mão de obra empregada em cada setor de atividade.

d) A seguridade social será financiada, dentre outras fontes, pelas contribuições sociais do empregador, da empresa e da entidade a ela

equiparada, incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe

preste serviço, desde que mediante vínculo empregatício. e) De acordo com a redação do texto constitucional são isentas de

contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de

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assistência social, desde que atendidos os requisitos definidos em

regulamento.

45. (Procurador/TCM-RJ/FGV/2008): A respeito das contribuições para a Seguridade Social, assinale a afirmativa

incorreta. a) A exigência de nova contribuição para a Seguridade Social, ou sua

modificação, se sujeita à anterioridade nonagesimal, a contar da data da publicação da lei que a houver instituído ou modificado.

b) Poderão ser isentas das contribuições para a Seguridade Social, uma vez atendidas as exigências da lei, as organizações da sociedade civil de

interesse público, as entidades filantrópicas e beneficentes de assistência social, as organizações não-governamentais e os partidos políticos.

c) Com vistas a preservar seu equilíbrio financeiro, nenhum benefício ou

serviço da Seguridade Social poderá ser criado, estendido ou majorado sem a correspondente fonte de custeio total.

d) O princípio da distributividade da Seguridade Social significa que, independente do montante arrecadado em determinada região, os

benefícios serão concedidos e os serviços prestados, se devidos. Assim, ainda que uma região do país não arrecade receita suficiente para o

pagamento de benefícios ali devidos, esses serão concedidos, na forma da lei.

e) As contribuições incidentes sobre a folha de salário poderão ser substituídas gradualmente, de forma parcial ou total, pela incidente sobre

a receita ou faturamento.

46. (Procurador/AL-GO/IADES/2019): Um senhor aposentado há alguns anos sempre vai ao supermercado fazer

compras no dia em que recebe o respectivo benefício previdenciário. Ao

longo dos últimos anos, verificou que tem comprado cada vez menos. Diante dessa situação, resolveu procurar uma advogada especialista no

assunto para esclarecer se o ocorrido é possível e legal. Ao questionar a advogada, esta informou que os benefícios previdenciários, por serem

prestação pecuniária, não podem sofrer mudanças em aparência monetária e nem em aspecto real, devendo a legislação estabelecer apropriado

método de verificação do poder aquisitivo, de forma a restabelecer as perdas, mediante reajuste periódico do valor da prestação previdenciária.

Tal princípio é chamado de a) universalidade da cobertura e do atendimento.

b) garantia do benefício mínimo. c) irredutibilidade do valor dos benefícios.

d) correção monetária dos salários de contribuição. e) preservação do valor real dos benefícios.

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47. (Procurador de Universidade Assistente/UNICAMP/Vunesp/2018):

Considerando o disposto no Decreto n.º 3.048/1999, é correto afirmar que a seguridade social obedecerá aos seguintes princípios e diretrizes:

a) universalidade da cobertura, uniformidade de benefícios e atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas.

b) descentralização, com direção única em cada esfera de governo, seletividade e distributividade na prestação dos benefícios.

c) equidade na forma de participação no custeio e caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite.

d) participação da população na formulação e controle das ações em todos os níveis e cálculo dos benefícios considerando-se os salários de

contribuição.

e) participação da comunidade na gestão, fiscalização e acompanhamento das ações e serviços de saúde e acesso igualitário.

48. (Procurador Previdenciário/IPC-ES/IDECAN/2018):

A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os

direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Nesse cenário, a organização da seguridade social tem por objetivos:

I - A universalidade da cobertura e do atendimento.

II - A homogeneidade da base de financiamento.

III - A seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços.

Está(ão) correto(s) o(s) item(ns):

a) apenas I. b) apenas I e II.

c) apenas I e III. d) apenas III.

49. (Auxiliar Administrativo/COFECI/Quadrix/2017):

A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos, sem a participação da sociedade, destinadas

a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

50. (Analista em Previdência/IPERON/IBADE/2017):

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Segundo o princípio constitucional da contrapartida, nenhum benefício ou

serviço da seguridade social pode ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.

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10. Questões Propostas Comentadas.

01. (Procurador Municipal/Município de Boa Vista-

RR/CESPE/2019): A respeito de princípios constitucionais relativos à seguridade social, julgue

o item a seguir. O princípio da diversidade da base de financiamento é imprescindível para

a manutenção da saúde financeira e atuarial do sistema de seguridade social, uma vez que reduz o risco de desequilíbrio do orçamento direto e

indireto desse sistema.

A base de financiamento da Seguridade Social deve ser a mais ampla e variada possível.

Atualmente, com a Emenda Constitucional n.º 103/2019, tem-se a seguinte redação constitucional: Diversidade da base de

financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis específicas para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de

saúde, previdência e assistência social, preservado o caráter contributivo da previdência social.

A Seguridade tem como base a folha de pagamento das

empresas, o lucro das empresas, a remuneração dos empregados, os valores declarados pelos contribuintes facultativos, entre outras

fontes de arrecadação.

Essa diversidade é necessária para que em caso de crise econômica em qualquer dos setores, que essa não venha a

prejudicar a arrecadação das contribuições, e por

consequência, comprometer a prestação dos benefícios à população.

A manutenção da Seguridade Social é tão importante, que a

própria CF/1988 admite uma ampliação da base de financiamento, conforme podemos extrair da primeira parte do Art. 195, § 4.º:

A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a

manutenção ou expansão da seguridade social.

Certo.

02. (Analista Judiciário de Procuradoria/PGE-PE/CESPE/2019): Acerca da seguridade social, julgue o item seguinte.

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O princípio da universalidade de cobertura da seguridade social assegura a

concessão de todos os benefícios e serviços a todas as pessoas que deles necessitarem, independentemente de contribuição.

Esse princípio garante dois aspectos da Seguridade Social:

universalidade da cobertura e universalidade do atendimento.

A Universalidade da Cobertura demonstra que a Seguridade Social tem como objetivo cobrir toda e qualquer necessidade de

proteção social da sociedade em geral, como a velhice, a maternidade, casos de doença, incapacidade permanente e morte.

Já a Universalidade do Atendimento demonstra que a

Seguridade Social tem como objetivo atender todas as pessoas, pelo

menos em regra.

Como aponta a melhor doutrina, a Universalidade de Cobertura (aspecto objetivo) visa cobrir todas as contingências sociais que

necessitam de proteção social por parte do Estado, como a velhice, a maternidade, os acidentes e a morte. Já a Universalidade de

Atendimento (aspecto subjetivo) diz respeito às pessoas abarcadas por essa proteção social estatal.

Deve-se ressalvar que a Saúde é direito de todos, a Previdência

é direito apenas das pessoas que contribuíram por meio das contribuições sociais, e a Assistência Social é direito de quem dela

necessitar, independentemente de contribuição à Seguridade Social.

Como pode ser observado do supracitado, a UCA tem dimensões

plenas na área da Saúde e dimensões mitigadas na área da Previdência e da Assistência.

Errado.

03. (Procurador do Estado/PGE-PE/CESPE/2018):

Conforme a doutrina, o princípio previdenciário que representa o sistema de repartição da seguridade social e garante a prestação de benefícios e

serviços independentemente do aporte individual das contribuições sociais é o princípio da

a) uniformidade da base de financiamento. b) seletividade e distributividade na prestação de benefícios e serviços.

c) solidariedade. d) equidade na forma de participação no custeio.

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e) diversidade da base de financiamento.

Temos o Princípio da Solidariedade Social, que apesar de

não constar de forma expressa no texto constitucional, é defendido por boa parte da doutrina pátria e pode, eventualmente, ser objeto

de prova.

Esse princípio traz que toda a sociedade contribui para a Seguridade Social, independentemente de se beneficiar, ou não, dos

serviços por ela disponibilizados (Previdência Social, Assistência Social e Saúde).

Praticamente todos os produtos consumidos (alimentos, roupas,

produtos eletrônicos, etc.) e todos os serviços disponibilizados

apresentam em sua composição de preço as Contribuições Sociais para a Seguridade Social (PIS e COFINS, principalmente).

Sendo assim, independentemente da classe econômica, todas

as pessoas contribuem para o Orçamento da Seguridade Social (OSS).

Por outro lado, como já exposto, apesar de todos contribuírem,

nem todos usufruem das benesses da Seguridade Social. Observe cada uma das vertentes existentes:

Previdência Social: Como é de conhecimento, a

Previdência é devida apenas para aquele que contribui. Logo, onde fica a Solidariedade? Neste caso, a Solidariedade é

caracterizada pelo financiamento de gerações, ou seja, o

trabalhador ativo contribui para financiar o trabalhador inativo. Passadas algumas décadas, será a vez desse

trabalhador ativo ir para inativa (aposentadoria), sendo que um novo trabalhador ativo irá financiar o seu benefício

previdenciário, sendo que essa sistemática se repetirá de forma contínua e sucessiva;

Assistência Social: A Assistência é devida apenas para as

pessoas que necessitam, ou seja, a Solidariedade está bem clara nesse ramo da Seguridade Social. Em suma, toda a

sociedade contribui e só os mais necessitados fazem jus aos benefícios assistenciais, e;

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Saúde: A Saúde é direito de todos e dever do Estado. Esse

é o teor do texto constitucional, entretanto, na prática, as camadas mais altas da sociedade não utilizam o sistema

público de saúde (SUS). Sendo assim, o financiamento da Seguridade Social por toda a sociedade acaba gerando

fundos para o financiamento da Saúde Pública (SUS), que, na prática, é utilizada apenas pelas camadas mais baixas da

sociedade. Novamente a Solidariedade está clara e presente.

Diante de todo o exposto, fica clara a presença do Princípio da Solidariedade Social no financiamento e na própria existência do

sistema pátrio de Seguridade Social.

Gabarito: C

04. (Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador

Federal/STJ/CESPE/2018): Com relação à organização e aos princípios do sistema de seguridade social

brasileiro, julgue o item a seguir. O princípio da seletividade e distributividade na prestação de benefícios e

serviços está relacionado à seleção dos riscos sociais e à extensão da proteção patrocinada pelo Estado a todas as pessoas.

Esse princípio traz conceitos do glorioso Direito Tributário, a

saber: Seletividade e Distributividade. A prestação de benefícios e serviços à sociedade não pode ser infinita.

Convenhamos, por mais que o governo fiscalize e arrecade as

contribuições sociais, nunca haverá orçamento suficiente para

atender toda a sociedade.

Diante dessa constatação, deve-se lançar mão da Seletividade, que nada mais é do que fornecer benefícios e serviços em razão das

condições de cada um, fazendo de certa forma uma seleção de quem será beneficiado.

Como exemplos claros, temos o Salário Família, que é devido

apenas aos segurados de baixa renda. Não adianta ter 7 filhos e uma remuneração de R$ 50.000,00 por mês. Para receber Salário Família,

é necessário comprovar que você é um segurado de baixa renda. Isso é Seletividade. O mesmo vale para o Auxílio Reclusão.

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E Distributividade? É uma consequência da Seletividade, pois ao

se selecionar os mais necessitados para receberem os benefícios da Seguridade Social, automaticamente estará ocorrendo uma

redistribuição de renda aos mais pobres. Isso é distributividade.

Por fim, considero importante citar a seguinte passagem do ilustre autor Frederico Amado (Direito e Processo Previdenciário

Sistematizado, Editora JusPodivm, 11.ª Edição, 2019):

“A seletividade deverá lastrear a escolha feita pelo legislador dos benefícios e serviços integrantes da seguridade social, bem como

os requisitos para a sua concessão, conforme as necessidades sociais e a disponibilidade de recursos orçamentários, de acordo com o interesse público.”

Errado.

05. (Analista Portuário/EMAP/CESPE/2018):

Com referência à organização e ao custeio da seguridade social, julgue o

item subsequente. O sistema de seguridade social compreende um conjunto de ações de

iniciativa exclusiva dos poderes públicos, que se destinam à garantia de saúde, previdência e assistência à sociedade.

Conforme dispõe o Art. 194 da CF/1988: A seguridade social

compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos

à Saúde, à Previdência e à Assistência Social.

Errado.

06. (Auditor de Contas Públicas/TCE-PB/CESPE/2018): De acordo com a CF, o RGPS é garantidor de pelo menos um salário mínimo

quando do pagamento de benefícios substitutivos do salário de contribuição

ou de rendimento do trabalho.

Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao

salário mínimo. ;)

Certo.

07. (Auditor de Contas Públicas/TCE-PB/CESPE/2018):

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De acordo com a CF, o RGPS é garantidor do reajustamento dos benefícios

previdenciários apenas para preservar-lhes o valor nominal.

É assegurado o reajustamento dos benefícios (previdenciários) para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme

critérios definidos em lei.

Errado.

08. (Juiz Federal Substituto/TRF-5/CESPE/2017): O benefício de prestação continuada concedido a pessoa com deficiência

será suspenso no caso de o beneficiário receber a título de herança patrimônio capaz de prover sua manutenção.

O Art. 203, inciso V da CF/1988 é claro ao afirmar que existe a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa

portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por

sua família, conforme dispuser a lei.

Uma vez recebida herança capaz de prover sua manutenção, a pessoa com deficiência perde tal benefício.

Certo.

09. (Auditor de Controle Externo - Área Administrativa -

Especialidade Direito/TCE-PA/CESPE/2016): É competência privativa da União legislar sobre previdência social, sendo,

portanto, vedado aos estados e ao Distrito Federal legislar sobre essa

matéria.

Primeiramente, observe o que a nossa Carta Constitucional traz sobre o tema:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar

concorrentemente sobre:

XII - Previdência Social, Proteção e Defesa da Saúde;

§ 1.º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União

limitar-se-á a estabelecer normas gerais.

§ 2.º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.

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§ 3.º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados

exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

§ 4.º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

Conforme dispõe o Art. 24 da CF/1988, compete à União, aos

Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre a

Previdência Social. Sendo assim, cabe à união editar as normas gerais sobre a Previdência Social.

A edição de normas gerais de Previdência Social pela união não

afasta a competência suplementar dos Estados, de editar normas que tratem de assuntos não presentes nas normas gerais federais.

Por seu turno, a falta de normas gerais por parte da união,

autoriza os Estados a exercerem a sua competência legislativa plena, ou seja, os Estados poderão editar normas gerais sobre

Previdência Social.

Por fim, caso a União venha, supervenientemente, editar lei que trate de normas gerais de Previdência Social, as normas gerais

editadas pelos Estados terão sua eficácia suspensa imediatamente, no que for contrário a nova lei federal.

Errado.

10. (Defensor Público Federal/DPU/CESPE/2017): O princípio da equidade na forma de participação no custeio do RGPS não

veda a existência de alíquotas de contribuições diferenciadas entre empregadores nem entre empregados.

A equidade não deve ser confundida com igualdade! Não faz

sentido uma empresa contribuir com a mesma alíquota que um simples trabalhador.

Por essa razão existem alíquotas diferenciadas entre

empregadores (cota patronal de 20%, em regra) e empregados (contribuição previdenciária de 7,5%, 9,0%, 12,0% e 14,0%, a

depender da remuneração auferida).

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Certo.

11. (Juiz Federal Substituto/TRF-5/CESPE/2017):

Independentemente do benefício pretendido, aplica-se o princípio “Tempus Regit Actum”: a lei do tempo em que se preencheram todos os requisitos

para a concessão do benefício pretendido pelo segurado.

Vamos comentar brevemente o Princípio “Lex Tempus Regit Actum”, que em latim significa “O Tempo rege o Ato”. Em outras

palavras, os atos jurídicos são regidos pela lei vigente da época em que ocorreram.

Não obstante, para tal princípio cabem duas exceções:

Retroatividade: aplicação de determinado ato normativo para fatos ocorridos anteriormente a sua vigência, e;

Ultratividade: aplicação de determinado ato normativo

para fatos ocorridos posteriormente a sua revogação.

Diante do exposto, temos que, em regra, o ato normativo a ser aplicado é aquele que está em vigor na data da prática do fato. Não

obstante, caso o fato produza efeitos jurídicos que se prolongam no tempo, existe a possibilidade de aplicar o disposto em novo ato

normativo, sem que isso afete as expectativas dos interessados.

Certo.

12. (Defensor Público/DPE-AL/CESPE/2017):

A assistência social integra o conjunto de direitos sociais assegurados aos necessitados e as ações atinentes à seguridade social.

Sem dúvida! A Assistência Social é uma das três partes que

compõem a Seguridade Social. Por seu turno, a Assistência é devida para aquele que dela necessitar (hipossuficientes).

Certo.

13. (Analista-Técnico Administrativo/DPU/CESPE/2016):

O princípio constitucional da universalidade da cobertura e do atendimento implica no entendimento de que o Estado deve prover, por meio da

seguridade social, gratuitamente e independentemente de contribuição,

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assistência social, saúde e previdência a todos que necessitam desses

benefícios e serviços.

A Universalidade da Cobertura e do Atendimento (UCA) é um princípio constitucional da Seguridade Social que apresenta duas

vertentes.

A Universalidade da Cobertura demonstra que a Seguridade Social tem como objetivo cobrir toda e qualquer necessidade de

proteção social da sociedade em geral, como a velhice, a maternidade, casos de doença, incapacidade permanente e morte.

Já a Universalidade do Atendimento demonstra que a

Seguridade Social tem como objetivo atender todas as pessoas, pelo

menos em regra.

Como aponta a melhor doutrina, a Universalidade de Cobertura (aspecto objetivo) visa cobrir todas as contingências sociais que

necessitam de proteção social por parte do Estado, como a velhice, a maternidade, os acidentes e a morte. Já a Universalidade de

Atendimento (aspecto subjetivo) diz respeito às pessoas abarcadas por essa proteção social estatal.

Por fim, o erro está ao final do enunciado! A Previdência tem

caráter contributivo ao contrário da Saúde (que é direito de todos) e da Assistência (que é devida para quem necessitar).

Errado.

14. (Técnico do Seguro Social/INSS/CESPE/2016): A CF define seguridade social como um conjunto integrado de ações de

iniciativa dos poderes públicos e da sociedade destinadas a assegurar direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

Sem dúvida alguma, que para as bancas de concursos públicos,

a melhor definição de Seguridade Social é aquela presente na CF/1988, em seu Art. 194:

A seguridade social compreende um conjunto integrado de

ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à Saúde, à

Previdência e à Assistência Social.

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Partindo da redação do artigo, podemos entender que a

Seguridade Social é exercida pelo Poder Público e pela Sociedade.

Em princípio, muitos podem pensar de forma errônea, que a Seguridade é um dever exclusivo do Estado.

Certo.

15. (Auditor de Controle Externo - Área Fiscalização - Especialidade

Direito/TCE-PA/CESPE/2016): A saúde e a assistência social integram a seguridade social e são prestadas,

independentemente de contribuição, nos casos legais; já a previdência social apresenta caráter contributivo.

Conforme apresentado em aula:

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do

risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e

recuperação.

A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social.

A previdência social será organizada sob a forma de regime

geral (Regime Geral da Previdência Social - RGPS), de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios

que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.

Certo.

16. (Auditor e Conselheiro-Substituto/TCE-PR/CESPE/2016):

A seguridade social caracteriza-se pela contribuição direta do beneficiário do seguro social, embora se admitam benefícios assistenciais como o seguro

desemprego.

O Seguro Desemprego tem natureza jurídica previdenciária e não assistencial!

Diante do exposto, o segurado, quando desempregado de forma

involuntária, tem direito as seguintes proteções:

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Previdenciária: O Período de Graça (PG), que é o prazo

onde o cidadão não contribui para o RGPS, mas mantem a sua condição de segurado, inclusive podendo usufruir de

todos os benefícios previdenciários por um determinado período de tempo previsto em legislação, e;

Trabalhista: O cidadão tem direito a receber algumas

parcelas de Seguro Desemprego, com o valor definido em função do salário que recebia enquanto trabalhava. É um

benefício pago pelo MT. Apesar de estar na órbita trabalhista, o benefício tem natureza previdenciária.

Errado.

17. (Auditor-Fiscal/TCE-SC/CESPE/2016):

Situação hipotética: Maria recebe proventos de aposentadoria de professora de determinada universidade federal. A administração verificou

irregularidades na concessão da aposentadoria a Maria, que, sanadas, resultariam em redução do valor nominal por ela recebido. Assertiva: Nessa

hipótese, conforme o entendimento do STF, não é possível a redução do valor nominal da aposentadoria de Maria, dado o princípio constitucional da

irredutibilidade do valor do benefício.

O Princípio Constitucional da Irredutibilidade do valor dos benefícios (IRRVB) não pode ser utilizado como artificio malicioso

com o fulcro de evitar a redução da aposentadoria recebida em função de irregularidade no processo de concessão de tal benefício.

Uma vez constatada a irregularidade na concessão do benefício, seja no RGPS ou no RPPS (como na questão), o benefício deve ser

revisto, inclusive com a possibilidade de sua extinção ou redução de seu valor.

Errado.

18. (Analista-Técnico Administrativo/DPU/CESPE/2016):

A assistência à saúde deve ser exercida pelo poder público por intermédio do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo admitida a participação da

iniciativa privada de forma complementar, desde que esse serviço seja prestado por entidades filantrópicas e sem fins lucrativos.

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As instituições privadas poderão participar de forma

complementar (e não suplementar!) do SUS, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo PREFERÊNCIA (e não de forma

compulsória como sugere a questão) as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

Errado.

19. (Técnico do Seguro Social/INSS/CESPE/2016):

De acordo com o princípio da universalidade da seguridade social, os estrangeiros no Brasil poderão receber atendimento da seguridade social.

Esse princípio garante dois aspectos da Seguridade Social:

universalidade da cobertura e universalidade do atendimento.

A Universalidade da Cobertura demonstra que a Seguridade

Social tem como objetivo cobrir toda e qualquer necessidade de proteção social da sociedade em geral, como a velhice, a

maternidade, casos de doença, incapacidade permanente e morte.

Já a Universalidade do Atendimento demonstra que a Seguridade Social tem como objetivo atender todas as pessoas, pelo

menos em regra.

Como aponta a melhor doutrina, a Universalidade de Cobertura (aspecto objetivo) visa cobrir todas as contingências sociais que

necessitam de proteção social por parte do Estado, como a velhice, a maternidade, os acidentes e a morte. Já a Universalidade de

Atendimento (aspecto subjetivo) diz respeito às pessoas abarcadas

por essa proteção social estatal.

Deve-se ressalvar que a Saúde é direito de todos, a Previdência é direito apenas das pessoas que contribuíram por meio das

contribuições sociais, e a Assistência Social é direito de quem dela necessitar, independentemente de contribuição à Seguridade Social.

Por fim, tal princípio garante atendimento a todas as pessoas

que se encontram em solo brasileiro, sejam elas brasileiras natas, brasileiras naturalizadas ou estrangeiras (como os meus pais!).

Certo.

20. (Técnico do Seguro Social/INSS/CESPE/2016):

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A universalidade da cobertura e do atendimento inclui-se entre os princípios

que regem as ações dos poderes públicos e da sociedade destinadas a assegurar o direito relativo à saúde, à previdência e à assistência social.

Sem dúvidas, o princípio constitucional da Universalidade da

Cobertura e do Atendimento (UCA) rege as ações dos poderes públicos e da sociedade destinadas a assegurar o direito relativo à

saúde, à previdência e à assistência social.

Certo.

21. (Procurador do Estado/PGE-AP/FCC/2018): Quanto ao conceito, princípios e organização da seguridade social, conforme

previsão na Constituição Federal:

a) a diversidade da base de financiamento e a irredutibilidade do valor dos benefícios são objetivos a serem alcançados pelo poder público na

organização da seguridade social. b) a gestão administrativa deve ser tripartite, com participação dos

trabalhadores, dos empregadores e do Governo nos órgãos colegiados. c) a seguridade social está assentada no binômio que engloba o conjunto

de ações de iniciativa do poder público e da sociedade, destinado a assegurar direitos restritos à previdência e à assistência social.

d) a universalidade do atendimento não se constitui em objetivo da seguridade social, na medida em que o seguro social fornece proteção

apenas para certas categorias de pessoas não amparando toda a sociedade. e) a uniformidade dos benefícios significa que o valor da renda mensal dos

benefícios deve ser igual, e não equivalente, entre populações urbanas e rurais.

A Diversidade de Base de Financiamento (DBF) e a Irredutibilidade do Valor dos Benefícios (IRRVB) são princípios

constitucionais da Seguridade Social expressos na CF/1988.

Outro princípio é o Caráter Democrático e Descentralizado da administração, mediante gestão QUADRIPARTITE, com participação

dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

A seguridade social compreende um conjunto integrado de

ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à Saúde, à Previdência e à

Assistência Social.

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Universalidade da cobertura e do atendimento (UCA) é um dos

princípios expressos da seguridade social no texto da Carta Magna.

A Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais (UEBS) traz que a prestação do benefício

ou do serviço ao segurado deve ser o mesmo, independentemente de ser ele um trabalhador do campo ou da cidade.

Por fim, não se esqueça dos 7 princípios expostos na

Constituição de 1988:

Princípios Constitucionais da Seguridade Social

1 UCA Universalidade da Cobertura e do Atendimento

2 UEBS Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços às populações urbanas e rurais

3 SDBS Seletividade e Distributividade na prestação dos Benefícios e Serviços.

4 IRRVB Irredutibilidade do Valor dos Benefícios.

5 EFPC Equidade na Forma de Participação no

Custeio.

6 DBF Diversidade da Base de Financiamento.

7 DDQ

Caráter Democrático e Descentralizado da administração, mediante gestão Quadripartite,

com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo

nos órgãos colegiados.

(Autoria: Ali Mohamad Jaha)

Gabarito: A

22. (Analista Judiciário - Área Judiciária/TST/FCC/2017):

São objetivos a serem alcançados pelo Poder Público na organização da Seguridade Social previstos na Constituição Federal de 1988:

a) Irredutibilidade no valor dos benefícios e proporcionalidade na forma de participação no custeio.

b) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços. c) Diversidade da base de financiamento e isonomia na prestação dos

benefícios e serviços.

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d) Equidade na forma de participação no custeio e gestão tripartite na

administração dos recursos. e) Universalidade da cobertura e do atendimento e centralização da

administração dos recursos pela União Federal.

Resumindo tudo num quadrinho para você não esquecer:

Princípios Constitucionais da Seguridade Social

1 UCA Universalidade da Cobertura e do Atendimento

2 UEBS Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços às populações urbanas e rurais

3 SDBS Seletividade e Distributividade na prestação dos Benefícios e Serviços.

4 IRRVB Irredutibilidade do Valor dos Benefícios.

5 EFPC Equidade na Forma de Participação no Custeio.

6 DBF Diversidade da Base de Financiamento.

7 DDQ

Caráter Democrático e Descentralizado da

administração, mediante gestão Quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos

empregadores, dos aposentados e do Governo

nos órgãos colegiados.

(Autoria: Ali Mohamad Jaha)

Gabarito: B

23. (Analista Jurídico Previdenciário/FUNAPE/FCC/2017): Dentre os princípios constitucionais que regem a Seguridade Social

encontra-se o da diversidade da sua base de financiamento. Com relação

ao financiamento da Seguridade Social, a) as receitas dos Estados, Distrito Federal e Municípios destinadas à

Seguridade Social devem ser repassadas à União por constituírem recursos integrantes do orçamento da União Federal.

b) a Constituição Federal de 1988 prevê como uma das fontes de financiamento da Seguridade Social a contribuição prestada pelo exportador

de bens ou serviços ao exterior, ou quem a lei e ele equiparar.

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c) a contribuição das empresas e das entidades a ela equiparadas por força

de lei sobre rendimentos pagos a pessoas físicas que lhe prestam serviços não se restringe aos prestadores com vínculo empregatício formalizado.

d) os rendimentos pagos por empresas ou entidades a ela equiparadas por força de lei a prestadores de serviços autônomos não constitui fonte de

financiamento da Seguridade Social por não se tratarem os autônomos de segurados obrigatórios.

e) a receita, o faturamento e o lucro auferido pelas empresas constituem fontes de financiamento da Seguridade Social previstos na Constituição

Federal de 1988, tal qual a contribuição paga pelo exportador de bens e serviços ao exterior.

As receitas dos Estados, do DF e dos Municípios não devem ser

repassadas para a União, são orçamentos distintos e devem ser assim

tratados.

As contribuições sociais existentes no comércio exterior recaem sobre o importador de bens e serviços. No caso temos, atualmente,

a COFINS-Importação e o PIS-Importação.

De fato, a contribuição das empresas e das entidades a ela equiparadas por força de lei sobre rendimentos pagos a pessoas

físicas que lhe prestam serviços não se restringe aos prestadores com vínculo empregatício formalizado. Cabe contribuição sobre

trabalhadores autônomos (contribuinte individuais) e demais categorias (trabalhador avulso, por exemplo).

Como informado, os rendimentos pagos pelas empresas para

seus trabalhadores autônomos constituem sim fonte de financiamento

da Seguridade Social. Não faz sentido incidir tributo somente quem tem carteira de trabalho.

A receita, o faturamento e o lucro auferido pelas empresas

constituem fontes de financiamento da Seguridade Social previstos na Constituição Federal de 1988, tal qual a contribuição paga pelo

importador de bens e serviços ao exterior.

Gabarito: C

24. (Analista Jurídico Previdenciário/FUNAPE/FCC/2017): Por força de regramento constitucional, previsto na Constituição Federal de

1988, a lei disporá sobre salário família para dependentes de segurados de baixa renda. Essa previsão dá efetividade ao princípio constitucional da

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a) universalidade de cobertura e de atendimento.

b) solidariedade, na medida em que os que podem contribuir mais devem fazê-lo em benefício dos que podem contribuir menos.

c) seletividade na prestação dos benefícios e serviços. d) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações

urbanas e rurais. e) equidade na forma de participação do custeio.

O salário família, até a Emenda Constitucional n.º 20/1998, era

devido a todos os trabalhadores que cumprissem os requisitos legais. De 1998 em diante ficou restrito aos segurados de baixa renda.

Essa restrição cumpre o princípio da seletividade na prestação

dos benefícios e serviços! Por mais eficiente que seja a arrecadação

federal, nunca teremos orçamento suficiente para ofertar todos os benefícios para todas as pessoas.

Diante dessa limitação, faz-se uso do princípio em tela. Deve-

se selecionar quem realmente necessita do benefício e, no caso, são os segurados de baixa renda.

Gabarito: C

25. (Analista Jurídico Previdenciário/FUNAPE/FCC/2017):

Conforme estatuído na Constituição Federal de 1988, as ações realizadas pelos Poderes Públicos em prol da Seguridade Social visam a assegurar

exclusivamente direitos atinentes a a) saúde, educação e previdência social.

b) educação, segurança pública e assistência social.

c) saúde, previdência e assistência social. d) cultura, saúde e assistência social.

e) previdência pública e assistência social.

Aquela famosa questão para o candidato despreparado não sair sem acertar nenhuma! =)

A Seguridade Social é composta de três áreas: Saúde (devida a

todos), Assistência Social (devida para quem dela necessitar) e Previdência Social (devida para quem com ela contribuir).

Gabarito: C

26. (Analista Jurídico Previdenciário/FUNAPE/FCC/2017):

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Constituem objetivos da Seguridade Social, EXCETO:

a) proporcionalidade na forma de participação no custeio. b) universalidade na cobertura e atendimento.

c) irredutibilidade do valor dos benefícios. d) descentralização na Administração.

e) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais.

De forma resumida e direta! =)

Princípios Constitucionais da Seguridade Social

1 UCA Universalidade da Cobertura e do Atendimento

2 UEBS Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e

Serviços às populações urbanas e rurais

3 SDBS Seletividade e Distributividade na prestação

dos Benefícios e Serviços.

4 IRRVB Irredutibilidade do Valor dos Benefícios.

5 EFPC Equidade na Forma de Participação no

Custeio.

6 DBF Diversidade da Base de Financiamento.

7 DDQ

Caráter Democrático e Descentralizado da

administração, mediante gestão Quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos

empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

(Autoria: Ali Mohamad Jaha)

Gabarito: A

27. (Analista em Gestão Previdenciária/FUNAPE/FCC/2017): A respeito da Seguridade Social, conforme previsão na CF de 1988,

considere as assertivas abaixo.

I. A equidade na forma de participação e custeio é um dos objetivos na organização da Seguridade Social.

II. Não há uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às

populações urbanas e rurais.

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III. A gestão da Seguridade Social será tripartite, com participação dos trabalhadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

IV. A universalidade de cobertura e atendimento aplica-se apenas à

Assistência Social.

V. A relatividade na forma de participação e custeio é um dos objetivos na organização da Seguridade Social.

Está correto o que se afirmar APENAS em

a) II e IV.

b) I.

c) I e III. d) I, III e IV.

e) I, II e V.

A equidade na forma de participação e custeio é um dos objetivos (ou princípios) na organização da Seguridade Social.

Pelo contrário, há uniformidade e equivalência dos

benefícios e serviços às populações urbanas e rurais. Não faz sentido qualquer distinção.

A gestão da Seguridade Social será quadripartite, com

participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

A universalidade de cobertura e atendimento aplica-se a toda Seguridade Social (Previdência, Assistência e Saúde).

Por fim, a equidade na forma de participação e custeio é um

dos objetivos na organização da Seguridade Social.

Gabarito: B

28. (Analista em Gestão Previdenciária/FUNAPE/FCC/2017): Todos os membros da sociedade devem, em regra, contribuir para a

seguridade social. Todavia, por princípio, quem tem maior capacidade financeira contribui com mais para a manutenção do sistema da Seguridade

Social, e, quem tem menos, deve arcar com menos, visando ao equilíbrio entre a capacidade econômica de todos que devem contribuir e o esforço

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financeiro que eles necessitam para a manutenção da seguridade social, o

que enseja a aplicação do princípio a) democrático da Seguridade Social.

b) da universalidade de cobertura e atendimento. c) da uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações

urbanas e rurais. d) da equidade na forma de participação do custeio da Seguridade Social.

e) da distributividade na prestação dos serviços e benefícios.

A Seguridade Social é financiada pelas contribuições sociais, isso é fato, mas como é realizada essa arrecadação? De cara,

devemos ter o cuidado de não confundir equidade com igualdade (isonomia).

Equidade quer dizer que pessoas com o mesmo potencial contributivo devem contribuir de forma semelhante, enquanto que

pessoas com menor potencial contributivo devem contribuir com valores menores.

Estamos diante, novamente, de outro princípio do Direito

Tributário, o Princípio da Capacidade Contributiva.

A Lei n.º 8.212/1991, além de dispor sobre a organização da Seguridade Social, instituiu o Plano de Custeio da própria Seguridade

Social, e traz diversas formas de participação no custeio.

Com isso, o empregado e o empregado doméstico, por exemplo, contribuem com 7,5%, 9,0%, 12,0% ou 14,0% sobre as suas

respectivas remunerações, sendo que o valor máximo de

remuneração é o teto do RGPS (Regime Geral da Previdência Social), atualmente no valor de R$ 5.839,45.

Já as empresas, por exemplo, contribuem com 20% sobre a

folha de pagamento, sem respeito a teto nenhum. Como se percebe, a empresa tem um ônus muito maior que um empregado, isso é

equidade: quem pode mais, paga mais!

Gabarito: D

29. (Defensor Público/DPE-ES/FCC/2016): No Brasil, após a Constituição de 1988, houve uma profunda mudança na

forma de disciplinar a seguridade social, um panorama normativo que compreende a

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a) previdência que contará apenas com a contribuição dos a ela vinculados,

a saúde que contará com o esforço da sociedade e a assistência social que é fruto do esforço do terceiro setor.

b) aposentadoria a todos que atingirem 60 anos de idade, se homens e 50 anos de idade, se mulheres, a saúde aos vinculados ao INSS e a assistência

aos hipossuficientes. c) previdência aos contribuintes, a saúde para todos e a assistência social

a quem dela necessitar. d) saúde de todos, apenas no que se restringe ao atendimento básico, a

previdência paga a todos que não tiverem emprego e a assistência social, que é um atendimento multidisciplinar, desde que não importe no

pagamento de qualquer valor em moeda. e) previdência como modelo contributivo e filiação facultativa, a assistência

social como programa dirigido a todos, como é, também, a saúde.

A questão tem teor histórico! Na década de 70 e 80, por incrível

que possa parecer, a saúde pública era custeada como a saúde privada, tinha que se pagar um valor por consulta, por exemplo.

Com a Assembleia Nacional Constituinte, discutiu-se muito

sobre os direitos sócias, especificamente na seara securitária ficou decidido que a Seguridade Social se dividiria em três áreas: Saúde,

Previdência e Assistência Social.

Com isso, em 1988, com a promulgação da CF, o panorama normativo foi no sentido de que: a Saúde seria direito de todos e

dever do Estado, sem contribuição por parte do usuário; a Previdência seria direito daquele que contribuísse com ela (natureza

contraprestacional), e; a Assistência seria devida somente àquele que

dela necessitar (hipossuficientes).

Gabarito: C

30. (Procurador do Estado/PGE-MT/FCC/2016): A Constituição Federal do Brasil e a legislação infraconstitucional que dispõe

sobre planos de benefícios e custeio da previdência social prevê, como princípio básico da seguridade social,

a) uniformidade e equivalência dos benefícios entre as populações urbanas e rurais, podendo haver diferenciação entre os serviços dessas populações

criada por meio de lei complementar com objetivo de adequar os serviços às características regionais de cada atividade.

b) universalidade na prestação dos benefícios e serviços, considerado o caráter seletivo e distributivo na cobertura e no atendimento.

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c) preexistência do custeio em relação ao benefício ou serviço para que haja

previsão anterior da fonte de recursos que financiará a criação ou ampliação de qualquer benefício ou serviço da previdência pública.

d) caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão conjunta tripartite da comunidade, composta de representantes do

governo, dos trabalhadores e dos empresários nos órgãos colegiados. e) solidariedade, também denominado universalidade de cobertura, que

prevê não haver um único tipo de benefício ou serviço, mas diversos, que são concedidos e mantidos de forma seletiva observando a necessidade de

cada contribuinte.

A uniformidade e equivalência dos benefícios entre as populações urbanas e rurais é princípio constitucional, não podendo

haver diferenciação entre os serviços dessas populações. Nada

justifica.

A universalidade na prestação dos benefícios e serviços é um princípio, não devendo ser confundido com o caráter seletivo e

distributivo na cobertura e no atendimento. São objetivos distintos.

De fato, a preexistência do custeio em relação ao benefício ou serviço para que haja previsão anterior da fonte de recursos que

financiará a criação ou ampliação de qualquer benefício ou serviço da previdência pública.

Existe o objetivo do caráter democrático e descentralizado da

administração, mediante gestão conjunta quadripartite da comunidade, composta de representantes do governo, dos

empregadores, dos trabalhadores e dos empresários nos órgãos

colegiados.

Além dos 7 princípios supra estudados, temos o Princípio da Solidariedade Social, que apesar de não constar de forma expressa

no texto constitucional, é defendido por boa parte da doutrina pátria e pode, eventualmente, ser objeto de prova.

Esse princípio traz que toda a sociedade contribui para a

Seguridade Social, independentemente de se beneficiar, ou não, dos serviços por ela disponibilizados (Previdência Social, Assistência

Social e Saúde).

Gabarito: C

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31. (Procurador do Município/Prefeitura de São Luís-

MA/FCC/2016): No que diz respeito à organização do sistema de seguridade social,

a) o sistema de seguridade social pátrio compreende a proteção de direitos relativos à saúde, à previdência e à educação.

b) as ações e serviços públicos de saúde são de acesso universal, com participação da sociedade e permitindo o atendimento não integral.

c) as ações e serviços públicos de saúde estruturam-se por meio de um sistema único, com rede regionalizada e hierarquizada, além da

descentralização e participação da sociedade. d) a sistematização constitucional da previdência privada se caracteriza,

dentre outros elementos, pela proteção do trabalhador contra os riscos sociais e filiação prévia e compulsória dos segurados.

e) as ações e serviços públicos na área da assistência social estruturam-se

mediante um sistema único, com centralização político-administrativa da União, sem prejuízo de ações locais envolvendo as esferas estadual e

municipal.

A Seguridade Social abrange a Previdência Social, a Assistência Social e a Saúde. A Educação é um direito social, mas não é abrangido

pela Seguridade.

Está entre as diretrizes do SUS o atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços

assistenciais.

De fato, as ações e serviços públicos, de saúde estruturam-se por meio de um sistema único, com rede regionalizada e

hierarquizada, além da descentralização e participação da sociedade.

O regime de previdência privada, de caráter complementar e

organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de

reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar.

As ações governamentais na área da assistência social serão

realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes:

1. descentralização político-administrativa, cabendo a

coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas

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estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de

assistência social, e;

2. participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das

ações em todos os níveis.

Gabarito: C

32. (Procurador do Município/Prefeitura de São Luís-MA/FCC/2016):

O princípio da contrapartida: a) pode ser definido como a diretriz que impõe a existência de prévia fonte

de custeio para que um benefício ou serviço da seguridade social seja criado

ou majorado. b) é princípio que rege o orçamento público não aplicável ao sistema de

seguridade social. c) pode ser definido como diretriz que impõe ao sistema previdenciário

observar o equilíbrio financeiro e atuarial. d) trata-se de princípio aplicado exclusivamente aos sistemas de

previdência. e) trata-se de princípio aplicado exclusivamente aos sistemas de

previdência e assistência, mas não de saúde.

Como dispõe o texto constitucional, nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido

sem a correspondente fonte de custeio total.

Essa previsão, esculpida no § 5.º do Art. 195 nada mais é do

que o Princípio da Contrapartida, que é a diretriz que impõe a existência de prévia fonte de custeio para que um benefício ou serviço

da seguridade social seja criado ou majorado.

Gabarito: A

33. (Auditor-Fiscal/RFB/ESAF/2014): O entendimento do Supremo Tribunal Federal, no que toca à imunidade de

que gozam as entidades beneficentes de assistência social, é no sentido de que se entendem por serviços assistenciais as atividades continuadas que

visem à melhoria de vida da população e cujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, os princípios e as diretrizes

estabelecidos em lei.

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Questão muito maldosa, exigindo conhecimento do

entendimento do STF sobre um dispositivo com redação revogada de um ato normativo não previsto expressamente no edital (Lei n.º

8.742/1993 - Lei Orgânica da assistência Social, a famosa LOAS). Observe o seguinte enunciado:

RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA N.º 23729/DF, DE

14/02/2006: ENTIDADE BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. CERTIFICADO

DE ENTIDADE DE FINS FILANTRÓPICOS.

1. Entendem-se por serviços assistenciais as atividades continuadas que visem à melhoria de vida da população e cujas

ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, os princípios e as diretrizes estabelecidos em lei.

2. Do confronto entre os objetivos estatutários do impetrante e a definição de entidade beneficente de assistência social da

legislação (Art. 23 da Lei n.º 8.742/1993, Art. 55 da Lei n.º 8.212/1991 e Decreto n.º 752/1993), verifica-se que o recorrente não faz jus ao Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos, pois,

muito embora as elevadas finalidades de estreitamento das relações culturais entre países irmãos, não está voltado

precipuamente para as necessidades básicas da população e não é entidade beneficente de assistência social.

4. Provimento negado.

Como observamos, a decisão do STF faz referência ao Art. 23 da LOAS com a sua redação original e revogada (“serviços

assistenciais”), ao passo que o referido dispositivo foi alterado pela Lei n.º 12.435/2011, apresentado, atualmente, a seguinte redação:

Art. 23. Entendem-se por serviços socioassistenciais as

atividades continuadas que visem à melhoria de vida da população e cujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os

objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos nesta Lei

Em resumo, a assertiva fez referência à uma jurisprudência que faz menção à um artigo que foi alterado, de uma lei não prevista em

edital. No meu entendimento, de forma “um pouco forçada”, cabe anulação, pois o termo correto atualmente é “serviços

socioassistenciais” e não “serviços assistenciais”, como é sugerido.

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Certo.

34. (Auditor-Fiscal/RFB/ESAF/2012):

A sociedade financia a seguridade social, de forma indireta, entre outras formas, por meio das contribuições para a seguridade social incidentes

sobre a folha de salários.

A Sociedade financia a Seguridade Social de forma direta e indireta, inclusive por meio das contribuições sobre a folhas de

salários. Essa afirmação está clara no Art. 195, inciso I, alínea a:

Art. 195. A Seguridade Social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos

provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I - Do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:

a) A folha de salários e demais rendimentos do

trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

Cuidado com esses detalhes da literalidade! =)

Errado.

35. (Analista de Comércio Exterior/MDIC/ESAF/2012):

Nos termos da atual redação da Constituição, são objetivos estabelecidos

para a organização da seguridade social, entre outros, a seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços.

As bancas adoram cobrar o nome dos princípios constitucionais

da Seguridade Social, com o objetivo de enganar você, mas não caia nesse tipo de armadilha! Lembre-se do nosso quadro:

Princípios Constitucionais da Seguridade Social

1 UCA Universalidade da Cobertura e do Atendimento

2 UEBS Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e

Serviços às populações urbanas e rurais

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3 SDBS Seletividade e Distributividade na prestação

dos Benefícios e Serviços.

4 IRRVB Irredutibilidade do Valor dos Benefícios.

5 EFPC Equidade na Forma de Participação no Custeio.

6 DBF Diversidade da Base de Financiamento.

7 DDQ

Caráter Democrático e Descentralizado da

administração, mediante gestão Quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos

empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

(Autoria: Ali Mohamad Jaha)

Decore esse quadro! Ele salva vidas na prova!

Certo.

36. (Auditor-Fiscal/RFB/ESAF/2014): É a solidariedade que justifica a cobrança de contribuições pelo aposentado

que volta a trabalhar.

Com certeza! O sistema é solidário, ou seja, está trabalhando, deve contribuir para o sistema previdenciário. =)

Aproveito e trago as palavras do Professor Sérgio Pinto Martins

(Direito da Seguridade Social, 37.ª Edição, 2018, Editora Atlas):

“A Solidariedade pode ser considerada um postulado fundamental do Direito da Seguridade Social, previsto

implicitamente inclusive na Constituição. Sua origem é encontrada na Assistência Social, em que as pessoas faziam uma

assistência mútua para alguma finalidade e também com base no mutualismo, de se fazer um empréstimo ao necessitado. É uma

característica humana, que se verifica no decorrer dos séculos, em que havia uma ajuda genérica ao próximo, ao necessitado.

(...)

Ocorre Solidariedade na Seguridade Social quando várias pessoas economizam em conjunto para assegurar benefícios quando as pessoas do grupo necessitarem. As contingências são

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distribuídas igualmente a todas as pessoas do grupo. Quando uma pessoa é atingida pela contingência, todas as outras

continuam contribuindo para a cobertura do benefício do necessitado.”

Certo.

37. (Auditor-Fiscal/RFB/ESAF/2010):

À luz da Organização da Seguridade Social, a Previdência Social, a Educação e a Assistência Social são partes da Seguridade Social.

Conforme dispõe o Art. 194 da CF/1988, a Seguridade Social é

dividida em três áreas: Previdência Social, Assistência Social e Saúde, o que forma o mnemônico PAS. A Educação não faz parte da

Seguridade Social.

Errado.

38. (Analista de Comércio Exterior/MDIC/ESAF/2012):

A assistência social será prestada a quem dela necessitar, mediante contribuição, pois apresenta natureza de seguro social, sendo ainda

realizada mediante recursos do orçamento da seguridade social, previsto no art. 195 da Constituição, além de outras fontes.

A banca fez uma bagunça no enunciado desse concurso!

Primeiramente, conforme dispõe a CF/1988, a Assistência Social

será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à Seguridade social.

Além disso, é a Previdência que tem natureza de seguro social, uma vez que você recolhe periodicamente as contribuições sociais

para que no momento que ocorrer um “sinistro” (idade avançada, por exemplo), você possa utilizar os respectivos benefícios.

Por fim, a parte final da questão está correta, uma vez que as

ações governamentais na área da Assistência Social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art.

195, além de outras fontes.

Errado.

39. (Auditor-Fiscal/RFB/ESAF/2010):

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À luz da Organização da Seguridade Social, a Saúde possui abrangência

universal, sendo qualquer pessoa por ela amparada.

Lembra-se do Art. 196 da CF/1988? Ele se inicia assim: “A saúde é direito de todos (...)”. A Saúde é a única área da Seguridade

Social que qualquer pessoa pode usufruir, independentemente de ser pobre ou rico e independentemente de contribuição por parte do

segurado.

Lembrando que a Previdência Social é devida apenas aos segurados que com ela contribui, e a Assistência Social é devida

apenas a quem dela necessitar, independentemente de contribuição.

Certo.

40. (Analista-Tributário/RFB/ESAF/2012):

Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social com base nos objetivos constitucionais, sendo que entre esses, pode-se

citar o da prevalência dos benefícios e serviços às populações rurais.

Olha a banca cobrando a literalidade! Não existe prevalência dos benefícios e serviços às populações rurais! O princípio (ou objetivo)

constitucional correto é o seguinte:

Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços às populações urbanas e rurais (UEBS);

Errado.

41. (Oficial de Justiça Avaliador/TRT-12/FGV/2017):

O benefício previdenciário de auxílio reclusão é pago aos dependentes do segurado de baixa renda que for preso.

Trata-se de um princípio específico desse benefício previdenciário: a) irredutibilidade do benefício;

b) equidade na forma de participação no custeio; c) universalidade da cobertura;

d) seletividade e distributividade;

e) diversidade da base de financiamento.

Seletividade é escolher apenas algumas camadas para receber determinados benefícios, ou seja, selecionar somente algumas

pessoas e não a totalidade da sociedade.

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Por seu turno, a Distributividade é consequência lógica da

Seletividade. Se somente alguns são beneficiados, observa-se, em grosso modo, uma (re)distribuição de renda para algumas pessoas.

O Auxílio Reclusão, a exemplo do que ocorre com o Salário

Família, é devido somente aos segurados considerados baixa renda (esse limite é definido anualmente por meio de Portaria Ministerial).

Neste caso, somente a população mais pobre irá receber tal

benefício. Com isso, fica claro que estamos diante Princípio Constitucional da Seletividade e Distributividade.

Gabarito: D

42. (Assistente Social/TJ-RO/FGV/2016): Instituída pela Constituição Federal de 1988, a Seguridade Social tem como

um de seus pressupostos: a) os mínimos sociais;

b) a exclusividade das políticas sociais públicas estatais; c) o compromisso prioritário com a classe trabalhadora;

d) a não vinculação entre benefício e contribuição; e) as parcerias público-privadas.

Quem deve garantir os mínimos sociais é a Assistência Social,

uma das 3 áreas da Seguridade Social, que não tem caráter contributivo e é devida somente para quem dela necessitar (os

hipossuficientes).

A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de

ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à Saúde, à Previdência e à Assistência

Social. As políticas públicas não são exclusivamente estatais!

Compromisso prioritário com a classe trabalhadora? Entendo que a Seguridade tem compromisso com a sociedade em 3 vertentes

distintas: Previdência (para quem contribuir), Assistência (para quem necessitar, sem contribuição) e Saúde (para todos, sem contribuição).

Realmente, não existe vinculação entre os valores contribuídos

e os benefícios a serem concedidos a sociedade! A pessoa pode contribuir sobre 5 salários mínimos a vida toda e se aposentar com

4,5 salário mínimos ou 7,3 salários mínimos. Tudo depende do cálculo do benefício, que leva em consideração diversas variáveis.

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Não existe previsão legal de parceria público-privada para a Seguridade Social.

Gabarito: D.

43. (Auditor-Conselheiro-Substituto/TCE-RJ/FGV/2015):

A seguridade social, nos termos da Constituição de 1988, estabelece diversas diretrizes e princípios para seu funcionamento. Dentro dos três

subsistemas criados (previdência social, assistência social e saúde), é correto afirmar que:

a) a universalidade de cobertura e atendimento é objetivo exclusivo da saúde, tendo em vista ser o único subsistema aberto a todos e independente

de contribuição;

b) a previsão de aposentadorias diferenciadas para homens e mulheres é inconstitucional por violar o princípio da isonomia;

c) a União, como forma de atender os objetivos da seguridade social, poderá criar novas contribuições sociais, desde que aprovadas por lei

complementar e com ineditismo de fato gerador e base de cálculo, além de não cumulativas;

d) a previdência complementar, nos termos da Constituição de 1988, somente poderá conceder benefícios após o interessado ter se aposentado,

regularmente, pela previdência social pública; e) a previsão de benefícios previdenciários na Constituição de 1988, tanto

para servidores como trabalhadores da iniciativa privada, é exemplificativa, podendo sofrer restrições ou ampliações por lei, independente do custeio.

A Universalidade da Cobertura e Atendimento (UCA) é princípio

(ou objetivo) constitucional da Seguridade Social! A Universalidade

da Cobertura demonstra que a Seguridade Social tem como objetivo cobrir toda e qualquer necessidade de proteção social da sociedade

em geral, como a velhice, a maternidade, casos de doença, incapacidade permanente e morte. Já a Universalidade do

Atendimento demonstra que a Seguridade Social tem como objetivo atender todas as pessoas, pelo menos em regra.

A diferenciação de regras entre homem e mulher, entre urbano

e rural, entre pessoas com deficiência e demais pessoas, não viola em nada a isonomia entre as pessoas! Isonomia não quer dizer igualdade.

Igualdade é tratar todos iguais, isonomia é tratar os iguais de maneira igual na medida de suas desigualdades.

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A alternativa C é o nosso gabarito! A União pode instituir novas

contribuições sociais (contribuições sociais residuais) não previstas na CF, mas para isso, a instituição deve ocorrer por meio de lei

complementar, deve respeitar a sistemática da não cumulatividade e deve apresentar FB/BC diferentes das contribuições já existentes.

Entretanto, o STF já firmou que o FG/BC podem ser idênticos aos dos impostos já existentes.

A previdência complementar não guarda nenhum vínculo

jurídico com o RGPS ou com os RPPSs existentes. A previdência privada é, em curta análise, um produto bancário, onde você

investe regularmente uma quantidade de dinheiro para sacar no futuro (quando estiver em idade avançada).

Por fim, a previsão de benefícios previdenciários na Constituição de 1988, tanto para servidores como trabalhadores da iniciativa

privada, para sofrer restrições ou ampliações, somente por meio de Emenda Constitucional e, obviamente, o custeio de tais alterações

serão levados em consideração.

Gabarito: C.

44. (Auditor/SEAD-AP/FGV/2010): Com relação ao financiamento da Seguridade Social, assinale a alternativa

correta. a) Conforme os ditames constitucionais a seguridade social será financiada,

dentre outras fontes, pelas contribuições sociais incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos.

b) As contribuições previdenciárias somente poderão ser exigidas após

decorridos 90 dias da data da regulamentação da lei que as houver instituído ou modificado.

c) Com a edição da Emenda Constitucional n.º 42/2003, a Constituição passou a prestigiar a possibilidade de instituição da sistemática da não-

cumulatividade para algumas contribuições previdenciárias, mediante definição em lei e de acordo com a intensidade de mão de obra empregada

em cada setor de atividade. d) A seguridade social será financiada, dentre outras fontes, pelas

contribuições sociais do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada, incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos do

trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, desde que mediante vínculo empregatício.

e) De acordo com a redação do texto constitucional são isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de

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assistência social, desde que atendidos os requisitos definidos em

regulamento.

Conforme os ditames constitucionais a Seguridade Social será financiada, dentre outras fontes, pelas contribuições sociais

incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos. De fato, incide contribuição sobre sorteios e loterias.

As contribuições previdenciárias somente poderão ser exigidas

após decorridos 90 dias da publicação da lei que as houver instituído ou modificado. Conta-se da publicação da lei e não da

regulamentação da lei publicada. É a famosa anterioridade nonagesimal (mitigada).

Com a edição da Emenda Constitucional n.º 42/2003, a Constituição passou a prestigiar a possibilidade de instituição da

sistemática da não-cumulatividade para algumas contribuições previdenciárias, mediante definição em lei. A Emenda não trouxe

essa possibilidade de observar acordo laboral ou a intensidade da mão de obra utilizada no setor em questão.

A seguridade social será financiada, dentre outras fontes, pelas

contribuições sociais do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada, incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos

do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo SEM vínculo empregatício.

De acordo com a redação do texto constitucional são isentas de

contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de

assistência social, desde que atendidos os requisitos definidos em LEI.

Gabarito: A.

45. (Procurador/TCM-RJ/FGV/2008):

A respeito das contribuições para a Seguridade Social, assinale a afirmativa incorreta.

a) A exigência de nova contribuição para a Seguridade Social, ou sua modificação, se sujeita à anterioridade nonagesimal, a contar da data da

publicação da lei que a houver instituído ou modificado. b) Poderão ser isentas das contribuições para a Seguridade Social, uma vez

atendidas as exigências da lei, as organizações da sociedade civil de

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interesse público, as entidades filantrópicas e beneficentes de assistência

social, as organizações não-governamentais e os partidos políticos. c) Com vistas a preservar seu equilíbrio financeiro, nenhum benefício ou

serviço da Seguridade Social poderá ser criado, estendido ou majorado sem a correspondente fonte de custeio total.

d) O princípio da distributividade da Seguridade Social significa que, independente do montante arrecadado em determinada região, os

benefícios serão concedidos e os serviços prestados, se devidos. Assim, ainda que uma região do país não arrecade receita suficiente para o

pagamento de benefícios ali devidos, esses serão concedidos, na forma da lei.

e) As contribuições incidentes sobre a folha de salário poderão ser substituídas gradualmente, de forma parcial ou total, pela incidente sobre

a receita ou faturamento.

A exigência de nova contribuição para a Seguridade Social, ou

sua modificação, se sujeita à anterioridade nonagesimal, a contar da data da publicação da lei que a houver instituído ou modificado.

As contribuições respeitam somente a anterioridade nonagesimal (mitigada), não precisam observar a anterioridade anual (aguardar o

início do exercício seguinte).

Conforme determina o texto constitucional, são isentas (imunes, na verdade) de contribuição para a seguridade social as

entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. Tal imunidade NÃO ALCANÇA as

organizações da sociedade civil de interesse público, as entidades filantrópicas e as organizações não-governamentais.

Com vistas a preservar seu equilíbrio financeiro, nenhum benefício ou serviço da Seguridade Social poderá ser criado, estendido

ou majorado sem a correspondente fonte de custeio TOTAL.

O princípio da distributividade da Seguridade Social significa que, independente do montante arrecadado em determinada região,

os benefícios serão concedidos e os serviços prestados, se devidos. Assim, ainda que uma região do país não arrecade receita suficiente

para o pagamento de benefícios ali devidos, esses serão concedidos, na forma da lei. É uma maneira diferente de se pensar o

princípio da Distributividade, mas é um pensamento jurídico válido. =)

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As contribuições incidentes sobre a folha de salário poderão ser

substituídas gradualmente, de forma parcial ou total, pela incidente sobre a receita ou faturamento. É uma tendência natural no Brasil!

Com o tempo, mais e mais setores econômicos deixarão de pagar cotas patronais sobre a folha para pagar contribuição

sobre a receita bruta auferida.

Gabarito: B.

46. (Procurador/AL-GO/IADES/2019): Um senhor aposentado há alguns anos sempre vai ao supermercado fazer

compras no dia em que recebe o respectivo benefício previdenciário. Ao longo dos últimos anos, verificou que tem comprado cada vez menos.

Diante dessa situação, resolveu procurar uma advogada especialista no

assunto para esclarecer se o ocorrido é possível e legal. Ao questionar a advogada, esta informou que os benefícios previdenciários, por serem

prestação pecuniária, não podem sofrer mudanças em aparência monetária e nem em aspecto real, devendo a legislação estabelecer apropriado

método de verificação do poder aquisitivo, de forma a restabelecer as perdas, mediante reajuste periódico do valor da prestação previdenciária.

Tal princípio é chamado de a) universalidade da cobertura e do atendimento.

b) garantia do benefício mínimo. c) irredutibilidade do valor dos benefícios.

d) correção monetária dos salários de contribuição. e) preservação do valor real dos benefícios.

Quando foi escrito o princípio constitucional da

irredutibilidade do valor dos benefícios (IRRVB), no longínquo

ano de 1988, o Brasil passava por uma década conturbada, sendo que o principal problema da época era a inflação galopante dos preços.

Um litro de leite custava 1.200,00 unidades monetárias no mês

de janeiro, já no mês seguinte, 2.000,00 unidades monetárias. O constituinte originário não teve dúvidas, e decidiu proteger os

usuários da Seguridade Social contra a desvalorização do benefício.

Atualmente, a irredutibilidade do valor dos benefícios é garantida por meio de reajuste anual, geralmente em valor igual ou

superior ao da inflação do mesmo período.

Imagine o absurdo de um benefício de aposentadoria nunca ser reajustado? No primeiro ano, o benefício seria razoável, compatível

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com as necessidades do aposentado. No segundo ano, iria apertar um

pouco o cinto. No quinto ano o aposentado já estaria mendigando no semáforo. E se esse aposentado vivesse até próximo aos 90 anos?

Não gosto nem de imaginar.

Gabarito: C

47. (Procurador de Universidade Assistente/UNICAMP/Vunesp/2018):

Considerando o disposto no Decreto n.º 3.048/1999, é correto afirmar que a seguridade social obedecerá aos seguintes princípios e diretrizes:

a) universalidade da cobertura, uniformidade de benefícios e atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas.

b) descentralização, com direção única em cada esfera de governo,

seletividade e distributividade na prestação dos benefícios. c) equidade na forma de participação no custeio e caráter democrático e

descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite. d) participação da população na formulação e controle das ações em todos

os níveis e cálculo dos benefícios considerando-se os salários de contribuição.

e) participação da comunidade na gestão, fiscalização e acompanhamento das ações e serviços de saúde e acesso igualitário.

O Decreto n.º 3.048/1999 (Regulamento da Previdência Social)

faz referência aos princípios da Seguridade Social, previstos na CF/1988, que são os seguintes:

Princípios Constitucionais da Seguridade Social

1 UCA Universalidade da Cobertura e do Atendimento

2 UEBS Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e

Serviços às populações urbanas e rurais

3 SDBS Seletividade e Distributividade na prestação

dos Benefícios e Serviços.

4 IRRVB Irredutibilidade do Valor dos Benefícios.

5 EFPC Equidade na Forma de Participação no Custeio.

6 DBF Diversidade da Base de Financiamento.

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7 DDQ

Caráter Democrático e Descentralizado da administração, mediante gestão Quadripartite,

com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo

nos órgãos colegiados.

(Autoria: Ali Mohamad Jaha)

Gabarito: C

48. (Procurador Previdenciário/IPC-ES/IDECAN/2018):

A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os

direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Nesse cenário, a organização da seguridade social tem por objetivos:

I - A universalidade da cobertura e do atendimento.

II - A homogeneidade da base de financiamento.

III - A seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços.

Está(ão) correto(s) o(s) item(ns):

a) apenas I. b) apenas I e II.

c) apenas I e III. d) apenas III.

A questão trouxe corretamente, nos incisos I e III, os princípios

(ou objetivos) da seguridade social, esculpidos no texto

constitucional, entretanto, trocou “diversidade” por “homogeneidade” no inciso II, tornando o princípio errado!

Para não esquecer! Seguem os 7 princípios constitucionais da

Seguridade Social:

Princípios Constitucionais da Seguridade Social

1 UCA Universalidade da Cobertura e do Atendimento

2 UEBS Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços às populações urbanas e rurais

Direito Previdenciário p/ Receita Federal do Brasil 9.ª Turma - 2019/2019 (ATUALIZADO COM A REFORMA 2019) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 00

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3 SDBS Seletividade e Distributividade na prestação

dos Benefícios e Serviços.

4 IRRVB Irredutibilidade do Valor dos Benefícios.

5 EFPC Equidade na Forma de Participação no Custeio.

6 DBF Diversidade da Base de Financiamento.

7 DDQ

Caráter Democrático e Descentralizado da

administração, mediante gestão Quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos

empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

(Autoria: Ali Mohamad Jaha)

Gabarito: C

49. (Auxiliar Administrativo/COFECI/Quadrix/2017): A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de

iniciativa dos Poderes Públicos, sem a participação da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência

social.

A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas

a assegurar os direitos relativos à Saúde, à Previdência e à Assistência Social.

Errado.

50. (Analista em Previdência/IPERON/IBADE/2017): Segundo o princípio constitucional da contrapartida, nenhum benefício ou

serviço da seguridade social pode ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.

Estamos diante do famoso Princípio da Preexistência do

Custeio em Relação aos Benefícios e serviços! Com certeza, esse princípio demonstra uma atitude prudente do constituinte originário.

Imagine o Estado criando novos benefícios sem uma fonte para

custeá-los. A fonte de custeio dos benefícios já existentes seria prejudicada, implicando prejuízo consequente a seus beneficiários.

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Por sua vez, a CF/1988 é clara ao afirmar que para criação ou majoração de benefícios ou serviços da Seguridade Social, deve-se

apresentar a Fonte de Custeio Total que irá financiar essa expansão. Fique atento à palavra “total”, não caia na conversa de que pode ser

fonte de custeio parcial, está errado! A fonte de custeio deve ser TOTAL.

Certo.