direito previdenciario exercicios aula 01

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  • CURSO ON-LINE DIREITO PREVIDENCIRIO EM EXERCCIOS P/ RECEITA FEDERAL

    PROFESSOR: FBIO ZAMBITTE

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    Aula 1: Seguridade Social, Conceituao, Organizao, Princpios Constitucionais e o Regime Geral de Previdncia Social (RGPS):

    1 Levando-se em conta a organizao e os princpios constitucionais da Seguridade Social, marque a opo verdadeira:

    a) A Seguridade Social definida pela CRFB/88 como sendo um conjunto integrado de aes de iniciativa exclusiva dos Poderes Pblicos, com vistas a assegurar, apenas, os direitos previdncia social e assistncia social.

    b) O princpio da diversidade da base de financiamento no impede a criao, pelo Poder Legislativo Federal, de contribuio social nica para o custeio da Seguridade Social.

    c) A interveno estatal no mbito da Seguridade Social no obrigatria, razo pela qual o Poder Pblico pode, mediante delegao, repassar integralmente iniciativa privada as demandas que visem ao bem-estar social.

    d) O carter democrtico e descentralizado da administrao da Seguridade Social aponta para uma gesto tripartite, com participao do governo, dos empregadores e dos trabalhadores.

    e) A compulsoriedade do sistema previdencirio brasileiro se justifica pelo princpio da solidariedade, razo pela qual todos os trabalhadores so forados, por lei, a contribuir para a manuteno de toda a rede protetiva, inclusive aquele que, j estando a aposentado, permanea ou retorne ao mercado de trabalho.

    Gabarito Comentado:

    luz do texto constitucional, sobretudo de seu art. 194, caput, constata-se que a Seguridade Social foi definida como sendo um conjunto integrado de aes de iniciativa no apenas dos Poderes Pblicos mas, tambm, da sociedade. O objetivo de tais aes assegurar os direitos previdncia social, assistncia social, assim como o direito sade. Dessa forma, a afirmativa contida na letra a falsa.

    A Seguridade Social pode ser definida, em outras palavras, como uma rede protetiva formada pelo Estado e por particulares, na qual todos, em princpio contribuem, inclusive uma parcela dos beneficirios dos direitos por ela conferidos, que objetiva o estabelecimento de aes para o amparo dos trabalhadores, de seus dependentes e de pessoas carentes.

    A alternativa b tambm falsa, pois o princpio da diversidade da base de financiamento tem por fim impedir que possveis oscilaes nos diferentes setores da economia possam comprometer a arrecadao dos recursos necessrios ao atendimento dos direitos assegurados pela seguridade. Com

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    certeza, existindo diferenciadas contribuies, maior a segurana alcanada para a sustentao do sistema. Portanto, qualquer iniciativa do Poder Legislativo que vise substituir as modalidades de contribuies, ora previstas pela Constituio Federal, por uma nica espcie de contribuio ser inegavelmente inconstitucional, por desrespeitar o citado princpio da diversidade da base de financiamento, estabelecido pelo Poder Constituinte Originrio.

    Tambm falsa a afirmativa c, uma vez que a interveno estatal no mbito da seguridade social obrigatria, seja por atuao direta ou por controle, a fim de que sejam alcanados o bem-estar e a justia sociais, no se admitindo a delegao das demandas sociais integralmente iniciativa privada.

    Falsa, tambm, a opo d, haja vista que a CF/88, no art. 194, pargrafo nico, inciso VII, estabelece a necessidade de uma gesto quadripartite, por meio da participao do governo, dos empregadores, dos trabalhadores e, ainda, dos aposentados nos rgos colegiados, a fim de garantir o carter democrtico e descentralizado da administrao da seguridade.

    Por fim, o gabarito da questo a letra e. O princpio da Solidariedade pode ser apontado como o de maior importncia para o nosso sistema protetivo, pois as contribuies recolhidas no visam uma proteo individual mas sim objetivam a obteno de recursos que sejam suficientes para a proteo coletiva, viabilizando a concesso de prestaes decorrentes de riscos sociais. Dessa forma, at mesmo o trabalhador j aposentado, caso mantenha sua atividade laborativa ou retorne mesma, est obrigado a verter contribuies para o sistema, ainda que esteja ciente de que no poder obter uma outra aposentadoria.

    2 - Marque a alternativa que apresente um dos princpios previstos no texto constitucional aplicveis Seguridade Social:

    a) Universalidade da base de financiamento. b) Seletividade e distributividade na prestao dos benefcios e servios. c) Irredutibilidade do valor dos servios. d) Eqidade na cobertura. e) Diversidade do atendimento.

    Gabarito Comentado: Embora nas alneas do pargrafo nico, do art. 194, da CF/88 tenham sido elencados objetivos constitucionais da Seguridade Social, na verdade esses regramentos operam como verdadeiros princpios, pois apresentam normas elementares que direcionam as atividades legislativa e interpretativa da Seguridade Social.

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    A letra a da questo incorreta porque confunde os Princpios da Universalidade da Cobertura e do Atendimento com o da Diversidade da Base de Financiamento.

    O princpio da Universalidade de Cobertura e do Atendimento estabelece que qualquer pessoa pode participar da proteo social patrocinada pelo Estado. Com relao Sade e Assistncia Social, esta a regra.

    Porm, quanto ao direito Previdncia Social, por estar condicionado ao pagamento de contribuies (regime de carter contributivo), , a princpio, restrito aos que exercem atividade remunerada. Entretanto, para atendimento ao mandamento constitucional da Universalidade de Cobertura e do Atendimento, foi criada a figura do segurado facultativo, que ser estudado oportunamente.

    J a Diversidade da Base de Financiamento o princpio constitucional que prev que a base de financiamento da Seguridade Social deve ser a mais variada possvel, de modo que as oscilaes setoriais que por ventura ocorram no venham a comprometer a arrecadao de contribuies.

    A letra b a correta, sendo o gabarito da questo, pois expressa o princpio da seletividade e distributividade na prestao de benefcios e servios (vide art. 194, pargrafo nico, inciso III, CF/88), o qual impe que algumas prestaes sero extensveis somente a algumas parcelas da populao, como o caso, por exemplo, do salrio-famlia (aspecto de seletividade) e dos benefcios e servios devem buscar a otimizao da distribuio de renda no pas, favorecendo as pessoas e regies mais pobres (distributividade).

    A letra c incorreta, pois o princpio correto o da irredutibilidade do valor dos benefcios e no da irredutibilidade dos servios (art. 194, pargrafo nico, IV, CF/88), o qual diz respeito no correo do benefcio, mas preservao do seu valor nominal, sem correo, que no poderia ser reduzido por ato legal ou do Executivo.

    A letra d tambm incorreta, pois o princpio previsto o da eqidade no custeio (art. 194, pargrafo nico, V, CF/88) sendo norma dirigida ao legislador, que impe que este crie a contribuio de acordo com as possibilidades de cada um dos contribuintes, empresa e trabalhador.

    Por fim, a letra e tambm est incorreta, j que o princpio seria o da diversidade da base de financiamento, e no do atendimento.

    3 Considerando os aspectos definidos pela Constituio Federal em relao Seguridade Social, avalie as afirmativas seguintes e escolha a opo correta:

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    I. Previdncia Social, Sade e Assistncia Social so partes da Seguridade Social.

    II. O direito Sade est condicionado contribuio prvia.

    III. A Previdncia Social exige contribuio prvia.

    IV. A Assistncia Social possui abrangncia universal, podendo qualquer pessoa ser por ela amparada.

    a) Todos esto corretos. b) Somente I est incorreto. c) II e IV esto incorretos. d) I e II esto incorretos. e) III e IV esto incorretos.

    Gabarito Comentado:

    O item I est correto, pois a Previdncia Social, a Sade e a Assistncia Social so partes da Seguridade Social (conforme disposto no art. 194 da CF/88). a definio constitucional da Seguridade Social, criao do constituinte de 1988, proteo at ento inexistente no Brasil. Implicou a adoo do ideal do Estado do Bem-Estar Social (Welfare State).

    O item II est incorreto, pois o direito Sade, como segmento mais abrangente da Seguridade Social, no est condicionado a contribuio prvia. J o item III est correto, pois, como tambm foi visto, a Constituio Federal prev, expressamente, o direito Previdncia Social como sendo de carter contributivo (art. 201, caput, CF/88). Excepcionalmente, existe a possibilidade de concesso de alguns benefcios sem que tenha havido contribuio, como o caso da aposentadoria por invalidez concedida quele que se acidenta e fique incapacitado para o exerccio de atividade laborativa j no primeiro dia de trabalho.

    O item IV incorreto, pois de acordo com o disposto no art. 203 da CF/88, a Assistncia Social restringe-se aos necessitados, isto , as pessoas que no disponham de meios para a prpria manuteno, nem tampouco possuem familiares que possam prover essa subsistncia.

    Dessa forma, o gabarito da questo letra C.

    4 - Joo, com 13 anos de idade, menor carente, e Cludio, com 25 anos, empresrio com boa situao econmico-financeira. Ambos tm interesse em participar de programas assistenciais (Assistncia Social) e usufruir da rede pblica de sade (Sade). Logo, considerando-se os dados ora apresentados, certo afirmar que:

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    a) Joo e Cludio podem participar dos programas de Assistncia Social. b) somente Joo pode usufruir do atendimento na rede pblica de sade. c) Joo s pode participar da Assistncia Social. d) Cludio pode participar da Assistncia Social. e) Joo e Cludio podem usufruir do atendimento na rede pblica de sade.

    Gabarito Comentado:

    Como j foi visto, a Sade aberta a qualquer pessoa, independente de contribuio ou do status scio-econmico. J a assistncia social restrita s pessoas que se configurem como necessitadas, embora este segmento da seguridade social no exija contribuio de seus beneficirios.

    Por isso o gabarito da questo letra e, pois qualquer pessoa pode participar do sistema pblico de sade. No caso concreto dado, somente Joo, por ser menor carente, poderia postular alguma prestao da assistncia social.

    5 - A respeito da organizao e princpios constitucionais da Seguridade Social, assinale a opo incorreta:

    a) As contribuies sociais da empresa podem ter alquotas diferenciadas. b) O oramento da seguridade social dos entes federados descentralizados distinto do oramento da Unio. c) Pode ser dada remisso para as contribuies sociais das empresas sobre a folha de salrios. d) A lei definir critrio de transferncia de recursos para o sistema nico de sade. e) Poder haver contribuio social do trabalhador sobre o lucro e sobre o faturamento.

    Gabarito Comentado:

    A letra a encontra-se correta, pois reproduz a regra do art. 195, 9 da CF/88 que permite que as alquotas ou base de clculo das contribuies do art. 195, inciso I, ou seja, das contribuies devidas pelas empresas, sejam alteradas em razo da atividade econmica realizada ou da utilizao intensiva de mo-de-obra, do porte da empresa ou da condio estrutural do mercado de trabalho.

    importante observar que este dispositivo foi alterado pela EC 47/05, permitindo tambm a alterao em razo do porte da empresa ou da condio estrutural do mercado de trabalho. Exemplo deste tratamento diferenciado ns encontramos nas contribuies das empresas rurais, que tem bases de clculo diferenciadas (contribuem sobre a receita bruta decorrente da comercializao da produo).

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    A letra b reproduz a idia do art. 195, 1 da CF/88, que prev que as receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios destinadas seguridade social constaro dos respectivos oramentos, no integrando o oramento da Unio. Nada mais fala do que o bvio, pois os recursos que, por exemplo, o Estado de So Paulo ir investir na seguridade social s poderiam mesmo constar do oramento do Estado de So Paulo. A letra c expe a regra do art. 195, 11 da CF, que veda a concesso de remisso e anistia das contribuies do empregado e da empresa sobre a folha de salrio e remuneraes em valor superior ao que venha a ser fixado em lei complementar. Estas duas contribuies so tipicamente previdencirias, posto que todas as contribuies sociais, em geral, visam o custeio da seguridade social, enquanto que essas duas apenas so destinadas ao custeio do Regime Geral de Previdncia Social (art. 167, XI, CF/88). A inteno deste pargrafo a manuteno do equilbrio financeiro e atuarial, evitando-se dispensas exageradas de contribuies. Contudo, o limite dessa concesso de remisso no existe, posto no existir a lei complementar prevista. Ou seja, no tem relevncia prtica este dispositivo, mas aparece com freqncia em provas, em sua literalidade. A letra d fala do art. 195, 10, da Constituio. A lei deve fixar os critrios de transferncia de recursos para o Sistema nico de Sade SUS. O SUS abordado na lei 8.080/90.

    A letra e evidentemente errada, sendo o gabarito da questo, pois somente empresas tm contribuio sobre o faturamento e lucro, como se pode verificar no art. 195, inciso I, da CF. A contribuio dos trabalhadores, prevista no art. 195, II, da CF/88, tem como base de incidncia o salrio-de-contribuio dos mesmos (art. 214, RPS).

    6 Acerca da previdncia social, na Constituio Federal de 1988, marque a nica opo correta. a) A Constituio Federal, ao disciplinar o sistema especial de incluso previdenciria para atender a trabalhadores de baixa renda, autoriza que esse sistema tenha alquotas inferiores s vigentes para os demais segurados do regime geral de previdncia social, mas veda a fixao de prazos de carncia inferiores.

    b) As condies contratuais previstas nos estatutos das entidades de previdncia privada integram o contrato de trabalho dos participantes.

    c) Desde que exista expressa previso legal, o aporte de recursos pela Unio a entidade de previdncia privada de suas empresas pblicas, feito na condio de patrocinadora, sob a forma de contribuio normal, pode corresponder at ao dobro da contribuio do segurado.

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    d) A Constituio Federal embora permita, para fins de aposentadoria, a contagem recproca do tempo de contribuio na administrao pblica e na atividade privada, veda a aplicao desse instituto em relao atividade privada rural, pela impossibilidade, nesse caso, de compensao financeira dos diferentes regimes de previdncia social.

    e) A lei complementar que disciplinar a relao entre a Unio, Estados, Distrito Federal ou Municpios, includas as suas autarquias, fundaes, sociedades de economia mista, e suas respectivas entidades fechadas de previdncia privada, aplicar-se- s empresas privadas concessionrias de prestao de servio pblico, quando patrocinadoras de entidades fechadas de previdncia privada. Gabarito Comentado:

    A letra a est incorreta, pois a CF/88, no art. 201, 13, prev sim a possibilidade de carncias inferiores para este sistema especial, muito embora a lei vigente no tenha produzido qualquer alterao na carncia.

    A letra b est incorreta, uma vez que tais previses no integram o contrato de trabalho, ou seja, no tem relao com o emprego do segurado.

    A letra c est incorreta, pois a contribuio deve ser no mximo de 1 para 1, no pode ser superior contribuio do participante (ver art. 202, 3 da CF).

    A letra d est incorreta, pois permite, genericamente, a contagem recproca, mesmo nos casos apontados (ver art. 201, 11 da CF).

    A letra e est correta, sendo ento o gabarito, pois a previso exige tal extenso visando proteger a populao que poderia ser prejudicada pelo aumento de tarifa, em razo de relao perdulria da prestadora de servio frente a seus empregados (art. 202, 5o, Constituio).

    7 Dentre as opes a seguir no est correta, exceto:

    a) A filiao do trabalhador remunerado ao Regime Geral de Previdncia Social (RGPS) de carter facultativo, dependendo de manifestao de vontade do trabalhador.

    b) Os beneficirios do RGPS so exclusivamente os segurados, os quais fazem jus ao recebimento das prestaes previdencirias quando sejam atingidos por algum dos riscos sociais previstos em lei.

    c) O servidor pblico efetivo, em mbito federal, estadual ou municipal, segurado obrigatrio do RGPS.

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    d) O RGPS o regime bsico de previdncia social, sendo de aplicao compulsria a todos aqueles que exercem algum tipo de atividade remunerada, exceto quando a atividade gere filiao a determinado regime prprio de previdncia.

    e) O RGPS administrado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil que, a partir de maio de 2007, passou a ser a responsvel pela arrecadao e cobrana das contribuies previdencirias e pela concesso dos benefcios aos segurados.

    Gabarito Comentado:

    A opo a est incorreta, pois a filiao do trabalhador ao RGPS de carter obrigatrio e decorre automaticamente do exerccio de atividade remunerada e, portanto, independe de manifestao de vontade do trabalhador. A exceo se d para o segurado facultativo, que ser estudado adiante. Para a previdncia complementar que a filiao tem carter facultativo.

    A opo b tambm incorreta, haja vista que os beneficirios do RGPS so os segurados (obrigatrios e facultativos) e os dependentes, e no apenas os segurados.

    A opo c est incorreta porque o servidor pblico s ser segurado obrigatrio do RGPS quando no esteja amparado por Regime Prprio de Previdncia Social (RPPS). Vale dizer, ainda que o servidor assuma cargo pblico, em razo de aprovao em concurso pblico, somente ser segurado obrigatrio do RGPS quando o rgo ou entidade ao qual se vincule no disponha de RPPS. E essa situao ocorre em muitos municpios da federao.

    A opo d est correta, sendo o gabarito da questo. Conforme j foi explicado, a filiao do trabalhador ao RGPS de carter obrigatrio e decorrente do exerccio de atividade remunerada, exceto no caso de o trabalhador, em razo do exerccio da atividade remunerada, estar vincular-se a RPPS.

    A opo e incorreta, pois embora tenha sido criada por lei a Secretaria da Receita Federal do Brasil, que assumiu a responsabilidade pela arrecadao e fiscalizao das contribuies previdencirias, a administrao do RGPS permaneceu como atribuio do Ministrio da Previdncia Social, exercida pela autarquia federal INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), responsvel pela concesso dos benefcios aos segurados.

    8 A respeito da seguridade social e de seus princpios informativos, assinale a alternativa incorreta.

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    a) Seguridade Social um conjunto de princpios e normas destinado a estabelecer um sistema de proteo social aos indivduos contra contingncias que os impeam de prover as suas necessidades pessoais bsicas e de suas famlias, integrado por iniciativa dos poderes pblicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos sade, previdncia e assistncia social.

    b) O princpio constitucional da universalidade da cobertura e do atendimento, que informa a organizao da seguridade social, corresponde ao ideal de que ser sempre garantida a todos igual cobertura diante da mesma contingncia ou circunstncia.

    c) O princpio da irredutibilidade do valor dos benefcios no objetiva preservar o respectivo poder aquisitivo.

    d) O princpio da preexistncia do custeio em relao ao benefcio ou servio no admite exceo, nem mesmo nas prestaes da assistncia social, para cujo acesso no h necessidade de qualquer contribuio por parte do segurado.

    e) O princpio da trplice forma de custeio estatui a obrigao dos entes pblicos, empregados e empregadores para a seguridade social.

    Gabarito Comentado:

    A letra a traz, em outras palavras, a definio constitucional da seguridade social, a qual visa a liberdade do querer, ou seja, atender e toda e qualquer pessoa em todo momento de dificuldade. Para tanto, utiliza-se da previdncia social, assistncia social e sade.

    A letra b a incorreta, sendo o gabarito, pois ao afirmar que a todos ser sempre garantida igual cobertura diante da mesma contingncia ou circunstncia, esquece-se da seletividade dos benefcios, como o pagamento de salrio-famlia somente aos trabalhadores de baixa renda. Todos sero amparados pela seguridade, mas isso no significa dizer que todos sero tratados da mesma forma!

    A letra c correta, pois define o princpio da irredutibilidade, em abordagem estrita, que prev somente a obrigao negativa da Unio de no reduzir o benefcio, mas no inclui a obrigao de corrigi-lo monetariamente. Obviamente, a correo monetria deve existir, mas em razo de OUTRO dispositivo constitucional (art. 201, 4).

    Aproveitando este assunto, o STF entendeu que a contribuio do servidor inativo e pensionista no viola o princpio da irredutibilidade, pois no h direito adquirido dos servidores inativos no-tributao.

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    A letra d tambm correta, pois este princpio direciona toda a seguridade, j que mesmo para conceder-se benefcios assistenciais necessrio identificar-se a origem dos recursos.

    Por fim, a letra e tambm est correta, pois a trplice forma de custeio prev a cotizao do Poder Pblico, no oramento fiscal, das empresas e dos trabalhadores. Insere-se na idia maior de diversidade da base de financiamento.

    9 Assinale a alternativa incorreta.

    a) A CRFB/88 veda a adoo de requisitos diferenciados para a concesso de aposentadoria, e, portanto, inconstitucional qualquer distino feita pela lei.

    b) A CRFB/88 determina a criao de um regime de previdncia complementar de natureza privada, o qual ser organizado de forma autnoma perante o regime geral, e ser facultativo.

    c) proibido todo tipo de trabalho ao menor de 16 anos, salvo na condio de aprendiz.

    d) A lei no poder estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuio fictcio.

    e) As contribuies oriundas das empresas, sobre a remunerao paga aos segurados, e as devidas pelos trabalhadores no podero ser utilizadas, em nenhuma hiptese, para a realizao de despesa distinta do pagamento de benefcios da previdncia social.

    Gabarito Comentado:

    A letra a a incorreta, sendo o gabarito, pois como prev a CF, no art. 201, 1, de fato vedada a adoo de requisitos diferenciados para a concesso de aposentadoria, mas h duas ressalvas: aqueles que trabalham com agentes nocivos e os portadores de deficincia. Isso, fora as outras excees previstas no prprio art. 201, como p. ex. o tratamento diferenciado para professores, rurais e mulheres.

    Os trabalhadores, que no ambiente onde trabalham estejam sujeitos a agentes nocivos, prejudiciais sade ou integridade fsica, j possuem o direito aposentadoria especial concedida depois de 15, 20 ou 25 anos de trabalho. J os portadores de deficincia, inseridos aqui pela EC 47/05, ainda no possuem nenhum tratamento diferenciado, j que ainda no existe a lei complementar que trate do assunto.

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    A letra b correta. Essa a previso expressa do art. 202 da CF, que assim determina a previdncia complementar, como autnoma, independente do RGPS, e de ingresso facultativo.

    A letra c tambm correta, pois reproduz a regra criada pela EC 20/98, que elevou a idade mnima para o trabalho de 14 para 16 anos, salvo para o aprendiz, a partir de 14 anos.

    A letra d tambm traz regra criada pela EC 20/98, que proibiu este tipo de contagem fictcia, que era muito comum com servidores e para algumas categorias do RGPS, como martimos, que tinham o ano reduzido. A letra e, apesar do aparente radicalismo, est correta, pois a previso do art. 167, XI da CF, que prev a destinao exclusiva das contribuies do art. 195, I, a e II da CF para custeio dos benefcios do RGPS. Por isso podemos cham-las de previdencirias.

    10 A previdncia social rege-se pelos seguintes princpios e objetivos, com exceo de:

    a) universalidade de participao nos planos previdencirios.

    b) seletividade e distributividade na prestao dos benefcios.

    c) valor da renda mensal dos benefcios substitutos do salrio-de-contribuio ou do rendimento do trabalho do segurado no-inferior ao do salrio mnimo.

    d) idntico valor dos benefcios e servios concedidos s populaes urbanas e rurais.

    e) irredutibilidade do valor dos benefcios, de forma a preservar-lhe o poder aquisitivo;

    Gabarito Comentado:

    As opes a, b, c e e esto corretas por apresentarem texto literal dos incisos do art. 4 do Regulamento da Previdncia Social (RPS), aprovado pelo Decreto 3.048/99, com alteraes posteriores. Muito embora a irredutubilidade, pelo STF, no garanta a correo do benefcio, mas to somente a preservao do valor original, devemos nos ater literalidade, neste tipo de questo.

    A opo incorreta encontra-se na letra d, que o gabarito da questo. O art. 4, II, do RPS define que deva haver uniformidade e equivalncia dos benefcios e servios s populaes urbanas e rurais e no igualdade de valor conforme consta na opo.

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    Lista:

    1 Levando-se em conta a organizao e os princpios constitucionais da Seguridade Social, marque a opo verdadeira:

    a) A Seguridade Social definida pela CRFB/88 como sendo um conjunto integrado de aes de iniciativa exclusiva dos Poderes Pblicos, com vistas a assegurar, apenas, os direitos previdncia social e assistncia social.

    b) O princpio da diversidade da base de financiamento no impede a criao, pelo Poder Legislativo Federal, de contribuio social nica para o custeio da Seguridade Social.

    c) A interveno estatal no mbito da Seguridade Social no obrigatria, razo pela qual o Poder Pblico pode, mediante delegao, repassar integralmente iniciativa privada as demandas que visem ao bem-estar social.

    d) O carter democrtico e descentralizado da administrao da Seguridade Social aponta para uma gesto tripartite, com participao do governo, dos empregadores e dos trabalhadores.

    e) A compulsoriedade do sistema previdencirio brasileiro se justifica pelo princpio da solidariedade, razo pela qual todos os trabalhadores so forados, por lei, a contribuir para a manuteno de toda a rede protetiva, inclusive aquele que, j estando a aposentado, permanea ou retorne ao mercado de trabalho.

    2 - Marque a alternativa que apresente um dos princpios previstos no texto constitucional aplicveis Seguridade Social:

    a) Universalidade da base de financiamento. b) Seletividade e distributividade na prestao dos benefcios e servios. c) Irredutibilidade do valor dos servios. d) Eqidade na cobertura. e) Diversidade do atendimento.

    3 Considerando os aspectos definidos pela Constituio Federal em relao Seguridade Social, avalie as afirmativas seguintes e escolha a opo correta:

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    I. Previdncia Social, Sade e Assistncia Social so partes da Seguridade Social.

    II. O direito Sade est condicionado contribuio prvia.

    III. A Previdncia Social exige contribuio prvia.

    IV. A Assistncia Social possui abrangncia universal, podendo qualquer pessoa ser por ela amparada.

    a) Todos esto corretos. b) Somente I est incorreto. c) II e IV esto incorretos. d) I e II esto incorretos. e) III e IV esto incorretos.

    4 - Joo, com 13 anos de idade, menor carente, e Cludio, com 25 anos, empresrio com boa situao econmico-financeira. Ambos tm interesse em participar de programas assistenciais (Assistncia Social) e usufruir da rede pblica de sade (Sade). Logo, considerando-se os dados ora apresentados, certo afirmar que:

    a) Joo e Cludio podem participar dos programas de Assistncia Social. b) somente Joo pode usufruir do atendimento na rede pblica de sade. c) Joo s pode participar da Assistncia Social. d) Cludio pode participar da Assistncia Social. e) Joo e Cludio podem usufruir do atendimento na rede pblica de sade.

    5 - A respeito da organizao e princpios constitucionais da Seguridade Social, assinale a opo incorreta:

    a) As contribuies sociais da empresa podem ter alquotas diferenciadas. b) O oramento da seguridade social dos entes federados descentralizados distinto do oramento da Unio. c) Pode ser dada remisso para as contribuies sociais das empresas sobre a folha de salrios. d) A lei definir critrio de transferncia de recursos para o sistema nico de sade. e) Poder haver contribuio social do trabalhador sobre o lucro e sobre o faturamento.

    6 Acerca da previdncia social, na Constituio Federal de 1988, marque a nica opo correta. a) A Constituio Federal, ao disciplinar o sistema especial de incluso previdenciria para atender a trabalhadores de baixa renda, autoriza que esse sistema tenha alquotas inferiores s vigentes para os demais segurados do

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    regime geral de previdncia social, mas veda a fixao de prazos de carncia inferiores.

    b) As condies contratuais previstas nos estatutos das entidades de previdncia privada integram o contrato de trabalho dos participantes.

    c) Desde que exista expressa previso legal, o aporte de recursos pela Unio a entidade de previdncia privada de suas empresas pblicas, feito na condio de patrocinadora, sob a forma de contribuio normal, pode corresponder at ao dobro da contribuio do segurado.

    d) A Constituio Federal embora permita, para fins de aposentadoria, a contagem recproca do tempo de contribuio na administrao pblica e na atividade privada, veda a aplicao desse instituto em relao atividade privada rural, pela impossibilidade, nesse caso, de compensao financeira dos diferentes regimes de previdncia social.

    e) A lei complementar que disciplinar a relao entre a Unio, Estados, Distrito Federal ou Municpios, includas as suas autarquias, fundaes, sociedades de economia mista, e suas respectivas entidades fechadas de previdncia privada, aplicar-se- s empresas privadas concessionrias de prestao de servio pblico, quando patrocinadoras de entidades fechadas de previdncia privada.

    7 Dentre as opes a seguir no est correta, exceto:

    a) A filiao do trabalhador remunerado ao Regime Geral de Previdncia Social (RGPS) de carter facultativo, dependendo de manifestao de vontade do trabalhador.

    b) Os beneficirios do RGPS so exclusivamente os segurados, os quais fazem jus ao recebimento das prestaes previdencirias quando sejam atingidos por algum dos riscos sociais previstos em lei.

    c) O servidor pblico efetivo, em mbito federal, estadual ou municipal, segurado obrigatrio do RGPS.

    d) O RGPS o regime bsico de previdncia social, sendo de aplicao compulsria a todos aqueles que exercem algum tipo de atividade remunerada, exceto quando a atividade gere filiao a determinado regime prprio de previdncia.

    e) O RGPS administrado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil que, a partir de maio de 2007, passou a ser a responsvel pela arrecadao e cobrana das contribuies previdencirias e pela concesso dos benefcios aos segurados.

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    8 A respeito da seguridade social e de seus princpios informativos, assinale a alternativa incorreta.

    a) Seguridade Social um conjunto de princpios e normas destinado a estabelecer um sistema de proteo social aos indivduos contra contingncias que os impeam de prover as suas necessidades pessoais bsicas e de suas famlias, integrado por iniciativa dos poderes pblicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos sade, previdncia e assistncia social.

    b) O princpio constitucional da universalidade da cobertura e do atendimento, que informa a organizao da seguridade social, corresponde ao ideal de que ser sempre garantida a todos igual cobertura diante da mesma contingncia ou circunstncia.

    c) O princpio da irredutibilidade do valor dos benefcios no objetiva preservar o respectivo poder aquisitivo.

    d) O princpio da preexistncia do custeio em relao ao benefcio ou servio no admite exceo, nem mesmo nas prestaes da assistncia social, para cujo acesso no h necessidade de qualquer contribuio por parte do segurado.

    e) O princpio da trplice forma de custeio estatui a obrigao dos entes pblicos, empregados e empregadores para a seguridade social.

    9 Assinale a alternativa incorreta.

    a) A CRFB/88 veda a adoo de requisitos diferenciados para a concesso de aposentadoria, e, portanto, inconstitucional qualquer distino feita pela lei.

    b) A CRFB/88 determina a criao de um regime de previdncia complementar de natureza privada, o qual ser organizado de forma autnoma perante o regime geral, e ser facultativo.

    c) proibido todo tipo de trabalho ao menor de 16 anos, salvo na condio de aprendiz.

    d) A lei no poder estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuio fictcio.

    e) As contribuies oriundas das empresas, sobre a remunerao paga aos segurados, e as devidas pelos trabalhadores no podero ser utilizadas, em nenhuma hiptese, para a realizao de despesa distinta do pagamento de benefcios da previdncia social.

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    10 A previdncia social rege-se pelos seguintes princpios e objetivos, com exceo de:

    a) universalidade de participao nos planos previdencirios.

    b) seletividade e distributividade na prestao dos benefcios.

    c) valor da renda mensal dos benefcios substitutos do salrio-de-contribuio ou do rendimento do trabalho do segurado no-inferior ao do salrio mnimo.

    d) idntico valor dos benefcios e servios concedidos s populaes urbanas e rurais.

    e) irredutibilidade do valor dos benefcios, de forma a preservar-lhe o poder aquisitivo;