direito previdenciário aula 01 - 4º turma

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Aula 01 Direito Previdenciário (Prof. Ali Jaha) p/ INSS - Técnico de Seguro Social - Com videoaulas - 2015 Professor: Ali Mohamad Jaha

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  • Aula 01

    Direito Previdencirio (Prof. Ali Jaha) p/ INSS - Tcnico de Seguro Social - Comvideoaulas - 2015

    Professor: Ali Mohamad Jaha

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

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    AULA 01 Tema: Seguridade Social e Legislao Previdenciria. Assuntos Abordados: 1. Seguridade Social. 1.1. Origem e Evoluo Legislativa no Brasil. 1.2. Conceituao. 1.3. Organizao e Princpios Constitucionais. 2. Legislao Previdenciria. 2.1. Contedo, Fontes, Autonomia. 2.2. Aplicao das Normas Previdencirias. 2.2.1. Vigncia, Hierarquia, Interpretao e Integrao. Sumrio Pgina Saudaes Iniciais. 1 - 1 01. Direito Previdencirio Conceito. 2 - 2 02. Origem e Evoluo da Seguridade Social no Mundo e no Brasil.

    2 - 11

    03. Evoluo Legislativa no Brasil. 11 - 14 04. Seguridade Social. 14 - 24 05. Financiamento da Seguridade Social Parte Constitucional.

    24 - 38

    06. Sade. 38 - 44 07. Previdncia Social. 44 - 55 08. Assistncia Social. 55 - 58 09. Competncia Legislativa da Seguridade Social e da Previdncia Social. 58 - 60

    10. Legislao Previdenciria e suas Caractersticas. 60 - 73 11. Resumex da Aula. 73 - 81 12. Questes Comentadas. 82 - 179 13. Questes Sem Comentrios. 180 - 204 14. Gabarito das Questes. 205 - 205 Saudaes Iniciais.

    Ol Concurseiro! Tudo bem?

    Vamos iniciar efetivamente o nosso curso de Direito Previdencirio p/ INSS 4. Turma 2015/2015?

    No vamos perder tempo! Bons estudos! =)

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    01. Direito Previdencirio Conceito.

    Direito Previdencirio o ramo do direito pblico que estuda a organizao e o funcionamento da Seguridade Social. Especificamente, no Brasil, a Seguridade Social tratada na Constituio Federal de 1988 em captulo prprio, entre os artigos 194 e 204, o que demonstra grande preocupao do constituinte originrio quanto previdncia social, a assistncia social e a sade. 02. Origem e Evoluo da Seguridade Social no Mundo e no Brasil.

    Ao iniciar o estudo da origem da Seguridade Social, inevitvel o conhecimento da expresso Proteo Social que assim definida pela maioria dos doutrinadores previdencirios ptrios e por este professor:

    A Proteo Social a garantia de incluso a todos os cidados que se encontram em situao de vulnerabilidade ou em situao de risco. Essa proteo se exterioriza por mecanismos criados pela sociedade, ao longo do tempo, para atender aos infortnios da vida, como doena, idade avanada, acidente, recluso, maternidade entre outros, que impeam a pessoa de obter seu sustento.

    Nos primrdios da sociedade at meados do sculo XIX, a Proteo

    Social era ofertada ao desabastado por sua prpria famlia, sem o auxlio do Estado.

    Por exemplo, um homem com 75 anos de idade que no

    apresentasse mais condies fsicas para o trabalho, teria seu sustento provido diretamente por sua famlia (filhos e netos, provavelmente), pelo resto da vida que lhe restasse.

    Outro mecanismo protetivo rudimentar a assistncia voluntria,

    quando pessoas estranhas famlia auxiliam os necessitados, como no caso das casas de assistncia aos idosos ou mesmo das esmolas dadas a estes nas ruas. Apesar de antigas, as protees da famlia e da assistncia voluntria esto presentes at os dias de hoje.

    Nos primrdios da Proteo Social, os Montepios foram as

    manifestaes mais antigas de Previdncia Social no mundo. Eram institutos, onde, mediante pagamento de cotas por seus membros, esses adquiriam o direito, por ocasio de seu falecimento, de deixar penso pecuniria para uma pessoa de sua escolha (esposa e/ou filhos,

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    geralmente). Para constar, o referido instituto foi o precursor da Penso por Morte.

    Por seu turno, no Brasil, o primeiro Montepio surgiu em 1835, o

    Montepio Geral do Servidores do Estado (Mongeral), sendo que seu funcionamento se deu por meio de uma sistemtica mutualista. Em outras palavras, um grupo de pessoas contribuam com o objetivo de formar um fundo que seria utilizado na cobertura de determinado infortnios da vida de seus associados.

    Do exposto, podemos perceber que at meados do sculo XIX,

    praticamente no existia nenhuma participao estatal no auxlio das pessoas desabastadas por alguma vulnerabilidade que lhes impedisse de trabalhar e obter o seu sustento.

    Mas esse cenrio liberal, onde no existia a mo do Estado,

    comeou a mudar no final do sculo XIX (entre 1880 e 1900), quando em vrias partes do mundo os governos comearam a elaborar normas protetivas aos trabalhadores.

    Essa proteo se deu, a princpio, de forma muito tmida e com

    pouca extenso de trabalhadores abarcados. Todavia, a proteo social estatal foi evoluindo com o passar das dcadas em todo o mundo, ressaltando que essa evoluo foi impulsionada, entre outros fatores, pela Revoluo Industrial iniciada no sculo XVIII na Inglaterra e expandida para o resto do mundo no sculo seguinte.

    A Proteo Social em seu contexto histrico apresenta basicamente

    trs grandes fases: 9 Fase Inicial (At 1920) Surgimento dos primeiros regimes de

    proteo social (ou previdncia). 9 Fase Intermediria (Entre 1920 e 1945) Expanso da previdncia

    por vrias naes ao redor do mundo. 9 Fase Contempornea (De 1945 at os dias atuais) Expanso das

    pessoas abarcadas pelos regimes previdencirios.

    Desde o seu incio at os dias atuais, possvel ver claramente a assuno da proteo social por parte do Estado, que at ento apresentava um posicionamento liberal.

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    Essa evoluo do liberalismo para o :HOIDUH 6WDWH (Estado do Bem-Estar Social) iniciou-se nas primeiras dcadas do sculo XX e foi evoluindo de forma lenta e gradual, desde a ausncia do Estado na proteo social at a sua participao plena como ns conhecemos hoje, inclusive em nosso pas.

    Na Histria Mundial podemos destacar os seguintes fatos marcantes

    da Proteo Social:

    9 1601 3RRU Relief $FW (Leis dos Pobres): Primeira manifestao estatal quanto proteo social. Era um mecanismo, presente na Inglaterra, de proteo social s pessoas carentes e necessitadas. No era um mecanismo previdencirio, mas sim um mecanismo assistencial. Foi o marco inicial da Assistncia Social no mundo.

    9 1883 Lei de Bismark: o surgimento da Previdncia

    Social no mundo. O Chanceler alemo Bismark instituiu para seu povo uma norma na qual rezava que seria institudo um seguro doena em favor dos trabalhadores industriais. Esse seguro seria patrocinado pelo prprio trabalhador e por seu empregador, que deveriam contribuir para o Estado.

    Por sua vez, este manteria um sistema protetivo em relao a esses trabalhadores. A Lei de Bismark foi evoluindo com os anos e abarcando novas situaes de proteo como os acidentes do trabalho e os benefcios em decorrncia de invalidez. O sistema previdencirio de Bismark muito parecido com o adotado atualmente pelos pases, inclusive pelo Brasil.

    9 1917 Constituio do Mxico: Foi a primeira constituio do

    mundo a adotar a expresso Previdncia Social. Isso um claro reflexo da evoluo do Estado Liberal para o Estado Social :HOIDUH 6WDWH

    9 1919 Constituio de Weimar: Constituio que vigeu na

    curta repblica de Weimar da Alemanha (1919 1933). A Alemanha, como bero da Previdncia Social, seguiu os passos da Constituio do Mxico e abarcou o tema em seu texto constitucional.

    9 1935 6RFLDO Security Act Institui nos Estados Unidos o

    sistema previdencirio nacional, com uma grande margem de

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    atuao. uma evoluo do sistema elaborado por Bismark na Alemanha cinco dcadas antes.

    9 1942 Plano Beveridge (Inglaterra): Foi a reformulao

    completa do sistema previdencirio britnico. Como se falava na poca, os britnicos estariam protegidos do bero ao tmulo.

    Em suma, qualquer pessoa em qualquer idade teria ampla proteo social estatal. Foi o ponto alto do :HOIDUH 6WDWH (Estado Social). Esse plano serviu de base para delinear a Seguridade Social da forma que conhecemos nos dias de hoje, como algo mais abrangente que Previdncia Social e Assistncia Social.

    Fique tranquilo, pois em tpico futuro voc ver exatamente o que

    Seguridade, Previdncia, Assistncia e Sade. Posso lhe adiantar que so conceitos bem tranquilos. No esquente com isso agora! =)

    No Brasil, a evoluo previdenciria se deu de forma anloga mundial: um lento processo de transformao de Estado Liberal para Estado Social. At 1923, apenas alguns servidores pblicos possuam a proteo social, e no existia uma proteo extensiva aos trabalhadores da iniciativa privada.

    Devo ressaltar que em 1919, o Decreto-Legislativo n. 3.724 criou o

    Seguro de Acidente do Trabalho (SAT), mas esse benefcio era privado, sendo pago pelo empregador ao trabalhador acidentado, sem participao do Estado.

    Finalmente, em 24/01/1923, surge o marco inicial da Previdncia Social no Brasil: A Lei Eloy Chaves (LEC). O ento Deputado Federal por So Paulo, Eloy Marcondes de Miranda Chaves, a pedidos dos trabalhadores ferrovirios estaduais, redigiu o Decreto Legislativo n. 4.682, que criava para esses trabalhadores a Caixa de Aposentadoria e Penso (CAP).

    Esse ato normativo foi inspirado em um projeto de lei argentino,

    com as devidas adaptaes realidade nacional da poca, que dispunha sobre a criao das CAP.

    A LEC previa que cada empresa de estradas de ferro no Brasil

    deveria criar e custear parcialmente a sua prpria CAP em favor de seus trabalhadores.

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    Alm disso, deveria prever quais benefcios seriam concedidos e quais seriam as contribuies da empresa e dos trabalhadores para a respectiva CAP. Como podemos perceber, a previdncia nasceu no Brasil sem a participao do Estado, pois as CAP eram patrocinadas pela empresa e pelos empregados.

    Aps a publicao da LEC, inmeras categorias profissionais

    iniciaram movimentos individuais para terem direito a uma CAP em suas empresas, pois todo trabalhador sabia o quo difcil era chegar terceira idade naquela poca.

    Nos anos seguintes, a LEC foi expandida para outras categorias,

    sendo as primeiras: porturios, trabalhadores dos servios telegrficos e do rdio. O Brasil chegou a ter 200 CAP em funcionamento, o que gerou motivao para uma reforma previdenciria, por basicamente dois motivos:

    1. CAP pequenas so inviveis: Imagine uma CAP com apenas 3 pessoas. Se 2 ficarem doentes, 67% da fonte de custeio deixa de existir e a CAP entra em colapso. Se a outra pessoa morre, no existe mais custeio! Entende-se que um sistema previdencirio estvel se monta com um montante mnimo de 1.000 trabalhadores. Nos dias atuais, a maioria das empresas no conta nem com metade desse montante, imagine na dcada de 20 e de 30.

    2. Mudana de emprego: Antigamente as pessoas iniciavam as suas atividades em uma determinada empresa e nela permanecia at a aposentadoria. Isso bem observado em filmes norte-americanos que retratam a vida cotidiana no incio do sculo XIX. Hoje em dia normal e comum pessoas trocarem de empresas ao longo da vida laboral. Voc deve se questionar se na poca da LEC no existia a troca de empregos? Sim, existia! E era uma tormenta para o trabalhador, pois como se daria a transio de uma CAP para outra, em relao s parcelas por ele j pagas? Dificilmente o trabalhador teria a manuteno de seus direitos protetivos. J na Era Vargas (1930 em diante), em decorrncia dos motivos

    supracitados, o governo unificou as CAP em Institutos de Aposentadoria e Penso (IAP), que no seriam organizadas por empresas, mas sim pela Categoria Profissional.

    Os IAP tinham natureza de autarquia e eram subordinados ao

    recm-criado Ministrio do Trabalho (1930). Essa unificao foi lenta e

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    durou quase trs dcadas, sendo o IAP dos Martimos o primeiro a ser criado (1933) e o IAP dos Ferrovirios (1960) o ltimo.

    A criao dos IAP resolveu o problema das CAP pequenas e

    inviveis, mas no resolveu o problema do trabalhador que desejaria trocar de categoria profissional, de ferrovirio para bancrio, por exemplo.

    Alm desse transtorno, devo ressaltar que cada IAP tinha a sua

    prpria lei, com regras diferenciadas. Estudar Direito Previdencirio no final da dcada de 50 no era uma tarefa das mais agradveis (RS!). Para ser ter uma ideia, em 1960, o Brasil contava com os seguintes IAP:

    9 IAP dos Martimos (1933); 9 IAP dos Comercirios (1934);

    9 IAP dos Bancrios (1934);

    9 IAP dos Industririos (1936);

    9 IAP dos Servidores do Estado (1938);

    9 IAP dos Empregados em Transportes e Cargas ou em Estiva

    (1945), e; 9 IAP dos Ferrovirios (1960).

    Entre 1930 e 1960, alm da criao dos IAP, tivemos trs

    constituies federais vigentes, e sobre elas, acho importante saber:

    9 CF/1934: Pela primeira vez uma carta magna nos trouxe que o custeio da previdncia ocorreria de forma trplice, com contribuio dos empregadores, dos trabalhadores e do Estado. Apesar da participao do Estado no custeio, essa constituio adotou o termo 3UHYLGrQFLD sem o adjetivo 6RFLDO

    9 CF/1937: No traz nenhuma novidade, mas adota o termo

    6HJXUR 6RFLDO como sinnimo de 3UHYLGrQFLD 6RFLDO que sob a gide da Constituio atual um erro. Como j disse, fique calmo, sem ansiedade, voc conhecer esses termos nos prximos tpicos. =)

    9 CF/1946: Foi a primeira Constituio a adotar o termo

    3UHYLGrQFLD 6RFLDO de forma expressa em substituio a

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    expresso 6HJXULGDGH 6RFLDO No traz nenhuma novidade relevante.

    Em 1960, a Lei n. 3.807 unificou toda a legislao securitria (7

    IAP existentes) e ficou conhecida como Lei Orgnica da Previdncia Social (LOPS). Os IAP continuaram existindo, mas a legislao foi unificada, o que foi um grande avano para os trabalhadores, alm da simplificao no entendimento da legislao.

    Em 1965, foi includo um dispositivo na CF/1946 no qual se proibia a

    prestao de benefcio sem a correspondente fonte de custeio. O legislador deu um passo a mais na evoluo do sistema previdencirio ptrio.

    Finalmente, em 1966, foi publicado o Decreto-Lei n. 72 que

    unificava os IAP, criando o Instituto Nacional da Previdncia Social (INPS), rgo pblico de natureza autrquica.

    Um ano depois, em 1967, com o advento da Lei n. 5.316, o

    governo integrou o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT) Previdncia Social e, finalmente, esse benefcio deixou de ser uma prestao privada para se tornar um benefcio pblico.

    A partir de 1967, tanto os benefcios comuns quanto os acidentrios

    ficaram abarcados pelo INPS, que passou a ser o rgo responsvel pela concesso dos mesmos.

    Dez anos depois, em 1977, com o advento da Lei n. 6.439, o

    governo criou o Sistema Nacional de Previdncia e Assistncia Social (SINPAS), surgindo com ele duas novas autarquias: INAMPS e IAPAS. Houve, portanto, a unificao dessas duas novas entidades s outras cinco j existentes, ou seja, o SINPAS passou a agregar 7 entidades no total, a saber:

    9 INPS (Instituto Nacional de Previdncia Social). 9 INAMPS (Instituto Nacional de Assistncia Mdica da Previdncia

    Social). 9 LBA (Fundao Legio Brasileira de Assistncia).

    9 FUNABEM (Fundao Nacional do Bem-Estar do Menor).

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    9 DATAPREV (Empresa de Processamento de Dados da Previdncia Social).

    9 IAPAS (Instituto de Administrao Financeira da Previdncia e

    Assistncia Social). 9 CEME (Central de Medicamentos).

    O SINPAS era uma estrutura abrangente e ambiciosa, mas pouco

    funcional. Esse sistema perdurou por mais de dez anos, sendo extinto apenas sob a gide da atual Constituio.

    Aps um longo perodo de militarismo e censura pblica, finalmente

    foi promulgada a CF/1988, conhecida tambm por Constituio Cidad. Tal apelido deriva da enorme quantidade de direitos e garantias fundamentais previstas em seu texto.

    Aps um longo perodo sofrendo nas mos dos militares, os

    parlamentares constituintes tentaram garantir todos os direitos e protees possveis aos cidados brasileiros (inclusive os previdencirios).

    Finalmente a CF/1988, em seu Art.194, traz a atual definio de

    Seguridade Social, como podemos observar:

    A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de aes de iniciativa dos Poderes Pblicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos Sade, Previdncia e Assistncia Social.

    Nesse momento nasceu o conceito de Seguridade Social que

    compreende as trs reas: Previdncia, Assistncia e Sade. Agora voc sabe o conceito! Simples, no ?!

    Em 1990, aps as definies de Seguridade, Previdncia, Assistncia e Sade trazidas pela nova Constituio, o governo federal realizou uma grande e definitiva alterao no sistema previdencirio: extinguiu-se o SINPAS, bem como o INAMPS, a LBA, a FUNABEM, e a CEME.

    Por sua vez, com o advento da Lei n. 8.029/1990 foi criado o

    Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) atravs da fuso do INPS com o IAPAS.

    Com a extino do INAMPS, foi institudo o SUS (Sistema nico de

    Sade), ou seja, atualmente no existe nenhuma autarquia cuidando da

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    sade. Dessa forma, a Assistncia Social e a Sade tm suas aes coordenadas diretamente pelos seus respectivos ministrios.

    Devo ressaltar que a DATAPREV continua em funcionamento, e

    atualmente uma empresa pblica ligada ao Ministrio da Previdncia Social (MPS).

    Em suma, aps a Lei n. 8.029/1990 e todas as alteraes

    estruturais ocorridas at hoje, o sistema securitrio brasileiro ficou composto da seguinte maneira:

    9 INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) Prestao de benefcios previdencirios aos segurados.

    9 MDS (Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate

    Fome) Coordenao de aes na rea de Assistncia Social. 9 MS (Ministrio da Sade) Coordenao de aes na rea de

    Sade, entre elas o SUS. 9 DATAPREV (Empresa de Tecnologia e Informaes da

    Previdncia Social) empresa responsvel pelo suporte de TI (Tecnologia da Informao) no mbito do Ministrio da Previdncia Social.

    No ano seguinte, em 1991, foram publicados os Diplomas Bsicos

    da Seguridade Social: a Lei n. 8.212 (Plano de Custeio da Seguridade Social) e a Lei n. 8.213 (Plano de Benefcios da Previdncia Social).

    As leis supracitadas tratam das duas reas existentes no Direito

    Previdencirio: Parte de Custeio e Parte de Benefcios. Os dois diplomas substituem a antiga Lei Orgnica da Previdncia Social (Lei n. 3.807/1960).

    No final da dcada de 90, especificamente em 1999, editado e

    publicado, pelo Presidente da Repblica, o Regulamento da Previdncia Social (RPS/1999), por meio do Decreto n. 3.048, que regulamenta os dispositivos presentes no PCSS e PBPS, compilando ambos em um nico documento, com maior detalhamento e com as atualizaes subsequentes.

    De 2000 at os dias de hoje, a estrutura previdenciria brasileira

    praticamente no sofreu modificaes. No entanto, a legislao previdenciria sofreu algumas alteraes pontuais nesses ltimos anos.

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    O ponto de destaque da ltima dcada ocorreu entre 2005 e 2007:

    em 2005, a Lei n. 11.098 criou a Secretaria da Receita Previdenciria (SRP), transferindo toda a parte de fiscalizao e controle das contribuies sociais do INSS para a SRP. Nesse momento o INSS deixou de cuidar da parte de Custeio para tratar exclusivamente da parte de Benefcios.

    Porm, a vida da SRP foi muito curta, pois no incio de 2007,

    exatamente no dia 16/03/2007, foi publicada a Lei n. 11.457, na qual foi extinta a SRP, sendo todas as suas atribuies repassadas para a ento SRF (Secretaria da Receita Federal), que a partir daquele momento passou a ser denominada Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB).

    Por acumular atribuies das extintas SRP e SRF, virou um rgo

    com muitos poderes e muitas atribuies, o que gerou o apelido pela mdia, de 6XSHU 5HFHLWD Em suma, nos dias atuais, temos a seguinte diviso previdenciria institucional:

    9 RFB (Receita Federal do Brasil) Controle, Arrecadao e

    Fiscalizao de todas as contribuies sociais devidas Previdncia Social. Parte de Custeio.

    9 INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) Controle e

    concesso dos benefcios previdencirios. Parte de Benefcios.

    03. Evoluo Legislativa no Brasil.

    Vou citar as normativas mais importantes para o seu concurso, ok?

    Se voc tiver curiosidade (e tempo), veja a evoluo completa no seguinte link do Ministrio da Previdncia Social (MPS):

    www.mpas.gov.br/conteudoDinamico.php?id=64

    Vamos Evoluo Legislativa Brasileira: 9 1923 O Decreto Legislativo n. 4.682 (Lei Eloy Chaves

    LEC) determina a criao de uma Caixa de Aposentadoria e Penso (CAP) por empresa ferroviria em favor de seus trabalhadores. considerado o marco inicial da previdncia Social no Brasil.

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    9 1926 A criao de CAP da LEC estendida aos porturios e

    martimos com o advento da Lei n. 5.109. 9 1928 A criao de CAP da LEC estendida aos trabalhadores

    dos servios telegrficos e radiotelegrficos com o advento da Lei n. 5.485.

    9 1930 Criao do Ministrio do Trabalho, Indstria e

    Comrcio, que entre outras funes, supervisionava a Previdncia Social. Tambm fazia as vezes de rgo recursal das decises das CAP (Decreto n. 19.433).

    9 1933 Criao do primeiro Instituto de Aposentadoria e Penso

    (IAP), o IAP dos Martimos (Decreto n. 22.872). 9 1934 A CF/1934 inova ao estabelecer pela primeira vez a

    forma trplice da fonte de custeio, com contribuies do Empregador, Trabalhador e do Estado. E utilizou a expresso 3UHYLGrQFLD sem o adjetivo 6RFLDO

    9 1937 A CF/1937, conhecida como 3RODFD em aluso a

    Constituio Autoritria adotada pela Polnia, no trouxe nenhuma novidade, mas adota o termo 6HJXUR 6RFLDO como sinnimo de 3UHYLGrQFLD 6RFLDO que sob a gide da Constituio atual considerada um erro.

    9 1946 A CF/1946 a primeira constituio a adotar o termo

    3UHYLGrQFLD 6RFLDO de forma expressa, em substituio expresso 6HJXULGDGH 6RFLDO No trouxe nenhuma novidade relevante.

    9 1960 At esse ano cada IAP tinha a sua legislao especfica, o

    que era muito complexo e dispendioso. Com o advento da Lei n. 3.807, todas as legislaes securitrias foram unificadas nesse diploma legal, conhecido por Lei Orgnica da previdncia Social (LOPS).

    9 1963 A Lei n. 4.214 institui o Fundo de Assistncia e

    Previdncia do Trabalhador Rural (FUNRURAL). Esse fundo era financiado pelos produtores rurais, que ao comercializarem sua produo eram obrigados a recolher um percentual da receita para a previdncia mediante guia prpria. O FUNRURAL foi extinto com o advento do SINPAS em 1977.

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    9 1965 Ainda sob a gide da CF/1946, o legislador constituinte

    derivado evoluiu o sistema previdencirio brasileiro ao incluir o dispositivo que proibia a prestao de benefcio previdencirio sem a correspondente fonte de custeio.

    9 1966 Foi publicado o Decreto-Lei n. 72 que unificava os IAP e

    criava o Instituto Nacional da Previdncia Social (INPS), que nasceu como rgo pblico de natureza autrquica.

    9 1967 Com o advento da Lei n. 5.316, o governo integrou o

    Seguro de Acidente do Trabalho (SAT) Previdncia Social e, finalmente, esse benefcio deixou de ser uma prestao privada para se tornar um benefcio pblico. A partir de 1967, tanto os benefcios comuns quanto os acidentrios ficaram abarcados pelo INPS, que passou a ser o rgo responsvel pela concesso desses.

    9 1971 A Lei Complementar n. 11 instituiu o Programa de

    Assistncia ao Trabalhador Rural (PRORURAL), rgo de natureza assistencial que previa a aposentadoria por idade (aos 65 anos) com valor de 50% do maior salrio mnimo vigente no Brasil (nessa poca o salrio mnimo no era nacional).

    9 1977 Com o advento da Lei n. 6.439 foi criado o Sistema

    Nacional de Previdncia e Assistncia Social (SINPAS), atravs da agregao dos seguintes rgos: INPS, INAMPS, LBA, FUNDABEM, DATAPREV, IAPAS e CEME.

    9 1988 A Constituio Cidad trouxe o conceito de Seguridade

    Social pela primeira vez no Brasil. A carta magna definiu Seguridade Social como sendo um conjunto de aes nas reas de Previdncia, Assistncia e Sade.

    9 1990 O SINPAS foi extinto e com o advento da Lei n. 8.029

    foi criado o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), entidade autrquica vinculada atualmente ao MPS, por meio da fuso dos seguintes rgos: INPS e IAPAS.

    9 1991 Foram publicados os diplomas bsicos da Seguridade

    Social: a Lei n. 8.212 (Plano de Custeio da Seguridade Social) e a Lei n. 8.213 (Plano de Benefcios da Previdncia Social). As leis tratam das duas reas bsicas existentes no Direito Previdencirio: Parte de Custeio e Parte de Benefcios. Os

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    dois diplomas supracitados substituem a antiga Lei Orgnica da Previdncia Social (Lei n. 3.807/1960).

    9 1999 Foi editado e publicado o Decreto n. 3.048

    (Regulamento da Previdncia Social), que regulamenta os dispositivos presentes no PCSS e PBPS, compilando ambos em um nico documento, com maior detalhamento e com as atualizaes subsequentes.

    04. Seguridade Social.

    A priori, devo informar, sem dvida alguma, que para as bancas de concursos pblicos, a melhor definio de Seguridade Social aquela presente na CF/1988, em seu Art. 194:

    A seguridade social compreende um conjunto integrado de aes de iniciativa dos Poderes Pblicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos Sade, Previdncia e Assistncia Social.

    Partindo da redao do artigo, podemos entender que a Seguridade

    Social exercida pelo Poder Pblico e pela Sociedade. Em princpio, muitos podem pensar de forma errnea, que a

    Seguridade um dever exclusivo do Estado. O Estado deve agir sim! Deve proporcional sade, assistncia e

    previdncia sua populao, mas a sociedade deve conjuntamente, participar dessas aes sob forma de contribuio, ou seja, custeando as aes implementadas no mbito da Seguridade.

    Portanto, a Seguridade Social esse conjunto integrado de

    aes pblicas (Estado) e privadas (Sociedade).

    Um segundo aspecto a ser extrado do artigo, que a Seguridade Social se desmembra em trs reas: Sade, Previdncia e Assistncia Social.

    De forma esquemtica:

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    A prestao do benefcio ou do servio ao segurado deve ser o mesmo, independentemente de ser ele um trabalhador do campo ou da cidade.

    O benefcio de aposentadoria, por exemplo, no pode ser de valor

    inferior aos trabalhadores rurais, bem como o atendimento mdico posto disposio do mesmo, de qualidade inferior aos prestados aos trabalhadores urbanos.

    Numa interpretao mais ampla, constata-se que o princpio da

    Uniformidade e Equivalncia dos Benefcios tem inspirao no princpio constitucional da igualdade (WRGRV so iguais perante a lei, sem distino de qualquer QDWXUH]D CF/1988, Art. 5., caput). 03. Seletividade e distributividade na prestao dos benefcios e servios (SDBS):

    Esse princpio traz conceitos do glorioso Direito Tributrio, a saber:

    Seletividade e Distributividade. A prestao de benefcios e servios sociedade no pode ser infinita.

    Convenhamos, por mais que o governo fiscalize e arrecade as

    contribuies sociais, nunca haver oramento suficiente para atender toda a sociedade.

    Diante dessa constatao, deve-se lanar mo da Seletividade, que

    nada mais do que fornecer benefcios e servios em razo das condies de cada um, fazendo de certa forma uma seleo de quem ser beneficiado.

    Como exemplos claros, temos o Salrio Famlia, que devido

    apenas aos segurados de baixa renda. No adianta ter 7 filhos e uma remunerao de R$ 30.000,00 por ms. Para receber Salrio Famlia, necessrio comprovar que voc um segurado de baixa renda. Isso Seletividade. O mesmo vale para o Auxlio Recluso.

    E Distributividade? uma consequncia da Seletividade, pois ao se

    selecionar os mais necessitados para receberem os benefcios da Seguridade Social, automaticamente estar ocorrendo uma redistribuio de renda aos mais pobres. Isso distributividade.

    Por fim, considero importante citar a seguinte passagem do ilustre

    autor Frederico Amado (Direito e Processo Previdencirio Sistematizado, Editora JusPodivm, 6. Edio, 2015):

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    $ seletividade dever lastrear a escolha feita pelo legislador dos benefcios e servios integrantes da seguridade social, bem como os requisitos para a sua concesso, conforme as necessidades sociais e a disponibilidade de recursos oramentrios, de acordo com o interesse S~EOLFR

    04. Irredutibilidade do valor dos benefcios (IRRVB):

    Quando foi escrito esse princpio constitucional, no longnquo ano de

    1988, o Brasil passava por uma dcada conturbada, sendo que o principal problema da poca era a inflao galopante dos preos.

    Um litro de leite custava 1.200,00 unidades monetrias no ms de

    janeiro, j no ms seguinte, 2.000,00 unidades monetrias. O constituinte originrio no teve dvidas, e decidiu proteger os usurios da Seguridade Social contra a desvalorizao do benefcio.

    Atualmente, a irredutibilidade do valor dos benefcios garantida

    por meio de reajuste anual, geralmente em valor igual ou superior ao da inflao do mesmo perodo.

    Imagine o absurdo de um benefcio de aposentadoria nunca ser

    reajustado? No primeiro ano, o benefcio seria razovel, compatvel com as necessidades do aposentado. No segundo ano, iria apertar um pouco o cinto. No quinto ano o aposentado j estaria mendigando no semforo. E se esse aposentado vivesse at prximo aos 90 anos? No gosto nem de imaginar.

    Quanto a esse princpio constitucional bom frisar que o mesmo

    apresenta duas vertentes a serem observadas:

    9 Aos benefcios da Seguridade Social (Sade e Assistncia) esto garantidos a preservao do valor nominal, que aquele definido na concesso de determinado benefcio e nunca reajustado, mantendo sempre o mesmo valor de face. Esse dispositivo trata de forma genrica a Seguridade Social, e;

    9 Aos benefcios da Previdncia Social esto garantidos a

    preservao do valor real, que aquele que tem o seu valor definido na concesso do benefcio, mas reajustado anualmente (em regra), para manter o seu poder de compra atualizado.

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    Do supracitado, entendo que a Seguridade Social (de forma genrica) deve seguir a preservao do valor nominal ao passo que a Previdncia Social (de forma especfica) deve seguir a preservao do valor real.

    Fazendo um contraponto, podemos afirmar que a Sade e a

    Assistncia Social no tm a obrigao constitucional ou legal de garantir a preservao real dos seus benefcios, garantindo somente o valor nominal dos benefcios, ao contrrio do que ocorre com a Previdncia Social.

    Observe que apenas os benefcios da Previdncia Social so

    assegurados a preservao do valor real (poder de compra). Em suma, com o passar do tempo, os benefcios no podero perder

    o seu poder de compra. Imagine que um aposentado receba R$ 1.100,00 em 2013, e que esse benefcio tenha um poder de compra de 1 cesta bsica.

    Passado um ano, o benefcio reajustado para R$ 1.110,00, mas o

    seu poder de compra cai para o equivalente a 0,85 cesta bsica. Nesse caso no houve a preservao do valor real do benefcio.

    Para contar, o Art. 201, 4. da CF/1988 apenas mera aplicao

    do Princpio da Irredutibilidade:

    assegurado o reajustamento dos benefcios (previdencirios) para preservar-lhes, em carter permanente, o valor real, conforme critrios definidos em lei.

    No obstante, devo ressaltar que o STF, em consonncia com o

    texto constitucional, defende a manuteno do valor real dos benefcios previdencirios. Sendo assim, no resta dvida quanto ao posicionamento do STF:

    "Este Tribunal fixou entendimento no sentido de que o disposto no Art. 201, 4., da Constituio do Brasil, assegura a reviso dos benefcios previdencirios conforme critrios definidos em lei, ou seja, compete ao legislador ordinrio definir as diretrizes para conservao do VALOR REAL do benefcio. Precedentes." (AI 668.444-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 13-11-2007, Segunda Turma, DJ de 7-12-2007.) No mesmo sentido: AI 689.077-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 30-6-2009, Primeira Turma, DJE de 21-8-2009.

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    Outro aspecto interessante sobre o tema possibilidade, conforme a jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia (STJ), da aplicao de ndices negativos de correo monetria (deflao) aos benefcios previdencirios, desde que preservado o valor nominal do montante principal.

    A lgica adotada pelo STJ a de que os ndices negativos acabam se

    compensando com ndices positivos supervenientes de inflao. Para exemplificar, imagine um benefcio no valor de R$ 4.000,00 e os seguintes ndices fictcios de correo:

    ndice 01/20X1 1,00% 02/20X1 -3,00% 03/20X1 2,00% 04/20X1 1,50%

    Logo, temos que:

    Valor Nominal: R$ 4.000,00

    01/20X1 1,00% R$ 4.000,40 02/20X1 -3,00% R$ 3.999,20 03/20X1 2,00% R$ 4.000,00 04/20X1 1,50% R$ 4.000,60

    Historicamente, os ndices de deflao so raros, ou seja, em mdio

    e em longo prazo o valor do benefcio corrigido sempre tende a superar o valor nominal do mesmo.

    Por fim, apresento a redao do Recurso Especial (Resp) n.

    1.265.580/RS de 2011:

    Processual Civil e Econmico. Execuo de Sentena que determinou Correo Monetria pelo IGP-M. ndices de Deflao. Aplicabilidade, preservando-se o Valor Nominal da Obrigao. 1. A correo monetria nada mais do que um mecanismo de manuteno do poder aquisitivo da moeda, no devendo representar, consequentemente, por si s, nem um SOXV nem um PLQXV em sua substncia. Corrigir o valor nominal da obrigao representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscilaes inflacionrias positivas e negativas ocorridas no perodo. Atualizar a obrigao levando em conta apenas oscilaes positivas importaria distorcer

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    a realidade econmica produzindo um resultado que no representa a simples manuteno do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acrscimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orientao de Procedimento de Clculos aprovado pelo Conselho da Justia Federal que, no havendo deciso judicial em contrrio, RV ndices negativos de correo monetria (deflao) sero considerados no clculo de DWXDOL]DomR, com a ressalva de que, se, no clculo final, D atualizao implicar reduo do principal, deve prevalecer o valor QRPLQDO. 2. Recurso especial provido.

    05. Equidade na forma de participao no custeio (EFPC):

    A Seguridade Social financiada pelas contribuies sociais, isso fato, mas como realizada essa arrecadao? De cara, devemos ter o cuidado de no confundir equidade com igualdade.

    Equidade quer dizer que pessoas com o mesmo potencial

    contributivo devem contribuir de forma semelhante, enquanto que pessoas com menor potencial contributivo devem contribuir com valores menores.

    Estamos diante, novamente, de outro princpio do Direito Tributrio,

    o Princpio da Capacidade Contributiva.

    A Lei n. 8.212/1991, alm de dispor sobre a organizao da Seguridade Social, instituiu o Plano de Custeio da prpria Seguridade Social, e traz diversas formas de participao no custeio.

    Com isso, o empregado e o empregado domstico, por exemplo,

    contribuem com 8%, 9% ou 11% sobre as suas respectivas remuneraes, sendo que o valor mximo de remunerao o teto do RGPS (Regime Geral da Previdncia Social), atualmente no valor de R$ 4.663,75.

    J as empresas, por exemplo, contribuem com 20% sobre a folha de

    pagamento, sem respeito a teto nenhum. Como se percebe, a empresa tem um nus muito maior que um empregado, isso equidade: quem pode mais, paga mais!

    06. Diversidade da base de financiamento (DBF):

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    A base de financiamento da Seguridade Social deve ser a mais ampla e variada possvel.

    A Seguridade tem como base a folha de pagamento das empresas, o

    lucro das empresas, a remunerao dos empregados, os valores declarados pelos contribuintes facultativos, entre outras fontes de arrecadao.

    Essa diversidade necessria para que em caso de crise econmica

    em qualquer dos setores, que essa no venha a prejudicar a arrecadao das contribuies, e por consequncia, comprometer a prestao dos benefcios populao.

    A manuteno da Seguridade Social to importante, que a prpria

    CF/1988 admite uma ampliao da base de financiamento, conforme podemos extrair da primeira parte do Art. 195, 4.:

    A lei poder instituir outras fontes destinadas a garantir a manuteno ou expanso da seguridade social.

    07. Carter democrtico e descentralizado da administrao, mediante gesto quadripartite, com participao dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos rgos colegiados (DDQ):

    Esse princpio visa participao da sociedade, em geral, na gesto da Seguridade Social. A gesto da Seguridade democrtica (participa quem tem interesse), descentralizada (pessoas de vrios setores diferentes podem participar) e quadripartite.

    E o que isso significa ser quadripartite? Quer dizer que obrigatria

    a participao de 4 classes, sendo, trabalhadores, empregadores, aposentados e Governo, nas instncias gestoras da Seguridade Social, que so: Conselho Nacional da Previdncia Social (CNPS) e Conselho de Recursos da Previdncia Social (CRPS). 08. Princpio da Solidariedade Social.

    Alm dos 7 princpios supra estudados, temos o Princpio da Solidariedade Social, que apesar de no constar de forma expressa no texto constitucional, defendido por boa parte da doutrina ptria e pode, eventualmente, ser objeto de prova.

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    Esse princpio traz que toda a sociedade contribui para a Seguridade Social, independentemente de se beneficiar, ou no, dos servios por ela disponibilizados (Previdncia Social, Assistncia Social e Sade).

    Praticamente todos os produtos consumidos (alimentos, roupas,

    produtos eletrnicos, etc.) e todos os servios disponibilizados apresentam em sua composio de preo as Contribuies Sociais para a Seguridade Social (PIS e COFINS, principalmente).

    Sendo assim, independentemente da classe econmica, todas as

    pessoas contribuem para o Oramento da Seguridade Social (OSS). Por outro lado, como j exposto, apesar de todos contriburem, nem

    todos usufruem das benesses da Seguridade Social. Observe cada uma das vertentes existentes:

    9 Previdncia Social: Como de conhecimento, a Previdncia devida apenas para aquele que contribui. Logo, onde fica a Solidariedade? Neste caso, a Solidariedade caracterizada pelo financiamento de geraes, ou seja, o trabalhador ativo contribui para financiar o trabalhador inativo. Passadas algumas dcadas, ser a vez desse trabalhador ativo ir para inativa (aposentadoria), sendo que um novo trabalhador ativo ir financiar o seu benefcio previdencirio, sendo que essa sistemtica se repetir de forma contnua e sucessiva;

    9 Assistncia Social: A Assistncia devida apenas para as

    pessoas que necessitam, ou seja, a Solidariedade est bem clara nesse ramo da Seguridade Social. Em suma, toda a sociedade contribui e s os mais necessitados fazem jus aos benefcios assistenciais, e;

    9 Sade: A Sade direito de todos e dever do Estado. Esse o

    teor do texto constitucional, entretanto, na prtica, as camadas mais altas da sociedade no utilizam o sistema pblico de sade (SUS). Sendo assim, o financiamento da Seguridade Social por toda a sociedade acaba gerando fundos para o financiamento da Sade Pblica (SUS), que, na prtica, utilizada apenas pelas camadas mais baixas da sociedade. Novamente a Solidariedade est clara e presente.

    Diante de todo o exposto, fica clara a presena do Princpio da

    Solidariedade Social no financiamento e na prpria existncia do sistema ptrio de Seguridade Social.

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    A Seguridade Social ser financiada por toda a sociedade, de forma direta (contribuies sociais) e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos oramentos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, e das contribuies sociais.

    Como se pode observar, o dispositivo constitucional dividiu o dever

    de contribuir para a Seguridade Social entre o Estado (Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios) e a Sociedade (Contribuies Sociais).

    Imaginou o Estado tendo que arcar com todo o nus? No existiria

    nenhum servio pblico alm da Seguridade Social, seria um caos total. Conforme entendimento majoritrio da doutrina, o financiamento

    direto aquele consubstanciado pelo o produto da arrecadao das contribuies sociais, ao passo que o financiamento indireto aquele oriundo dos recursos provenientes dos oramentos dos entes polticos.

    E as receitas do Estado? Como estaro dispostas? De que forma?

    Em qual oramento? A resposta est no Art. 195, 1.:

    As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios destinadas seguridade social constaro dos respectivos oramentos, no integrando o oramento da Unio.

    Como se depreende da literalidade do dispositivo, no oramento da

    Unio, constar apenas receitas da Unio destinadas a Seguridade Social. No haver captura das receitas estaduais, distritais e municipais,

    em prol da Seguridade Social. Em resumo, todo ente poltico (Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios) deve contribuir com a Seguridade, mas com oramentos separados. Nada de juntar tudo no caixa da Unio!

    Como ser elaborado esse oramento para a seguridade? A resposta vem do Art. 195, 2.:

    A proposta de oramento da seguridade social ser elaborada de forma integrada pelos rgos responsveis pela sade, previdncia social e assistncia social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO), assegurada a cada rea a gesto de seus recursos.

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    pessoa fsica que lhe preste servio, mesmo sem vnculo empregatcio; b) A receita ou o faturamento, e; c) O lucro;

    II - Do trabalhador e dos demais segurados da previdncia social, no incidindo contribuio sobre aposentadoria e penso concedidas pelo Regime Geral de Previdncia Social (RGPS) de que trata o Art. 201; III - Sobre a receita de concursos de prognsticos, e; IV - Do importador de bens ou servios do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.

    O Art. 195 traz as linhas gerais sobre as contribuies sociais, sendo

    que o detalhamento ser dado pela Lei n. 8.212/1991 (Plano de Custeio da Seguridade Social) e, de forma mais detalhada em alguns tpicos, pelo Decreto n. 3.048/1999 (Regulamento da Previdncia Social).

    Essas contribuies por j estarem previstas na CF/1988 no

    necessitam de lei complementar para serem institudas, necessitando apenas de lei ordinria. Essas normas sero tratadas em momento oportuno do curso. Por enquanto, vamos detalhar as disposies constitucionais sobre financiamento da Seguridade Social acima expostas. 01. Empregador.

    A CF/1988 alarga o conceito de empregador, ao citar os termos HPSUHVD ou HQWLGDGH a ela HTXLSDUDGD O conceito previdencirio de empregador bem amplo. As contribuies dos empregadores e seus equiparados incidem sobre trs bases diferentes: 01.01. Folha de Salrio.

    O empregador, a empresa ou seu equiparado recolhe suas

    contribuies sociais aplicando um percentual, geralmente 20%, sobre o total da folha de salrios dos seus empregados ou pessoas que prestem servio sem vnculo empregatcio (trabalhador avulso, por exemplo), sem limite algum!

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    isso mesmo! Nem a gratificao natalina (ou 13. salrio) est livre da obrigao de contribuir para o financiamento da Seguridade Social. Como podemos notar, amigo, a preocupao do Poder Pblico em manter a Seguridade Social em plena forma financeira enorme. 02. Trabalhador.

    O conceito de trabalhador tambm amplo. No abrange apenas o Empregado em si, como tambm o Contribuinte Individual, o Trabalhador Avulso, o Empregado Domstico, o Segurado Especial e o Contribuinte Facultativo.

    A contribuio do trabalhador, em regra, incide sobre os valores

    pagos pelo seu empregador, mas veremos durante o curso que o Segurado especial, por exemplo, tem uma forma peculiar de contribuir.

    A CF/1988 deixou claro que no haver incidncia de contribuio

    social para o trabalhador sobre a sua aposentadoria ou sua penso, concedida pelo Regime Geral da Previdncia Social (RGPS).

    O constituinte, de forma correta, afastou a incidncia das

    contribuies sociais nos perodos em que o cidado se encontra debilitado ou mais precisa de recursos: na aposentadoria ou na viuvez.

    Antes de continuarmos, considero importante conhecermos os dizeres do Art. 167, inciso XI da CF/1988, que traz:

    vedada (proibida) a utilizao dos recursos provenientes das contribuies sociais de que trata o Art. 195, inciso I, a (Cota Patronal sobre a Folha de Salrios), e inciso II (Contribuio do Trabalhador), para a realizao de despesas distintas do pagamento de benefcios do Regime Geral de Previdncia Social (RGPS) de que trata o Art. 201 (Benefcios da Previdncia Social: Aposentadoria, Auxlio Doena, Salrio Famlia, etc.).

    Como podemos observar, as contribuies sobre Folha de Salrio

    do Empregador e as contribuies do trabalhador s podem ser utilizadas para o pagamento dos benefcios do RGPS. 03. Concursos de prognsticos.

    Sem dvidas, esse o concurso mais fcil de fazer e o mais difcil de passar!!! quase um paradoxo. RS! Brincadeiras parte, as receitas

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    obtidas em concursos de prognsticos, como a Mega Sena da Caixa Econmica Federal, sofrem desconto em prol da Seguridade Social. 04. Importador de bens ou servios do exterior.

    Aps a Emenda Constitucional n. 42/2003, o importador foi obrigado a contribuir para a Seguridade Social atravs do PIS-Importao e da COFINS-Importao.

    Estamos diante de uma nova base de financiamento, conforme

    preceitua o Princpio da Diversidade da Base de Financiamento (DBF). Esse alargamento garantiu novos e importantes recursos para a

    Seguridade Social, e garantiu ainda mais segurana contra possveis quebras econmicas em alguns setores do mercado. Esse o governo sendo precavido.

    Agora vamos analisar os demais pargrafos do Art. 195! Esses dispositivos trazem alguns preceitos interessantes sobre a questo do financiamento da Seguridade Social. Tome nota:

    3. A pessoa jurdica em dbito com o sistema da Seguridade Social, como estabelecido em lei, no poder contratar com o Poder Pblico nem dele receber benefcios ou incentivos fiscais ou creditcios.

    O dispositivo supracitado afirma que a pessoa jurdica em dbito

    com a Seguridade Social no pode realizar qualquer tipo de negociao com o Estado, muito menos dele receber benefcios.

    Exemplo clssico seria uma empresa com dbitos patronais

    querendo participar de licitao pblica. Isso seria inadmissvel. Outro exemplo seria uma empresa com os mesmos dbitos, quererem gozar de um regime tributrio mais privilegiado. Novamente, outra situao inadmissvel.

    4. A lei (complementar) poder instituir outras fontes destinadas a garantir a manuteno ou expanso da Seguridade Social, obedecido ao disposto no Art. 154, I.

    O dispositivo permite que o Estado institua outras fontes para

    garantir a manuteno ou expanso do sistema de Seguridade Social. Essas novas fontes so as denominadas Contribuies Sociais Residuais.

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    apresentar a Fonte de Custeio Total que ir financiar essa expanso. Fique atento palavra WRWDO no caia na conversa de que pode ser fonte de custeio parcial, est errado! A fonte de custeio deve ser TOTAL.

    Sobre o princpio, considero importante destacar que esse no se

    aplica s Entidades de Previdncia Complementar (Previdncia Privada), conforme dispe a jurisprudncia consolidada do Supremo Tribunal Federal (STF), esse princpio aplicado somente Seguridade Social financiada por toda a sociedade, qual seja, s aes promovidas pelo Poder Pblico (Recurso Extraordinrio 596637 AgR, de 08/09/2009).

    6. As contribuies sociais de que trata este artigo (Contribuies Sociais para a Seguridade Social) s podero ser exigidas aps decorridos 90 dias da data da publicao da lei que as houver institudo ou modificado, no se lhes aplicando o disposto no Art. 150, inciso III, DOtQHDb (Anterioridade Anual).

    Estamos diante de uma regra de produo de efeitos financeiros. Em

    outras palavras, aps a publicao da lei que criou a contribuio social, a partir de quando ela poder ser exigida pelo Estado?

    No caso das contribuies sociais, o Estado, por meio da Receita

    Federal do Brasil, deve aguardar 90 dias para iniciar a exigncia dessa nova contribuio (Anterioridade Nonagesimal ou Mitigada).

    Como se extrai da norma constitucional, o dispositivo afastou a

    Anterioridade Anual (CF/1988, Art. 150, inciso III, alnea E cuja essncia diz que o tributo s ser exigido no exerccio financeiro seguinte ao daquele em que a lei de instituio (ou de majorao) do tributo foi publicada.

    Em suma, as contribuies sociais podem ser exigidas em 90 dias,

    aps a publicao da lei instituidora, sem a necessidade de aguardar o incio do exerccio financeiro seguinte ao da publicao da referida lei.

    A Anterioridade Anual e a Anterioridade Nonagesimal so corolrios

    (decorrncias) do Princpio Constitucional da No surpresa (CF/1988, Art. 150, inciso III, alneas D E e F Esse princpio, presente no Direito Tributrio, visa garantir a segurana jurdica do contribuinte perante a sede arrecadatria do Estado.

    Sem o referido princpio, o Governo poderia instituir e cobrar

    tributos do cidado de forma imediata, surpreendendo os contribuintes de

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    Do texto, podemos inferir que nem todas as Entidade Beneficentes de Assistncia Social (EBAS) so imunes de contribuio para seguridade social, mas apenas aquelas que atendam aos requisitos estabelecidos em lei.

    Que requisitos so esses? Bem, esses requisitos estavam previstos

    na Lei n. 8.212/1991, mas, em 2009, esses dispositivos foram revogados pela Lei n. 12.101/2009, que dispe sobre a certificao das EBAS e regula os procedimentos de iseno (imunidade, na verdade) de contribuies para a seguridade social.

    A Lei n. 12.101/2009, em seu Art. 29, traz os seguintes requisitos

    para as EBAS que desejam ser imunes:

    1. No percebam, seus dirigentes estatutrios, conselheiros, scios, instituidores ou benfeitores, remunerao, vantagens ou benefcios, direta ou indiretamente, por qualquer forma ou ttulo, em razo das competncias, funes ou atividades que lhes sejam atribudas pelos respectivos atos constitutivos; 2. Aplique suas rendas, seus recursos e eventual supervit integralmente no territrio nacional, na manuteno e desenvolvimento de seus objetivos institucionais; 3. Apresente certido negativa ou certido positiva com efeito de negativa de dbitos relativos aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e certificado de regularidade do Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS); 4. Mantenha escriturao contbil regular que registre as receitas e despesas, bem como a aplicao em gratuidade de forma segregada, em consonncia com as normas emanadas do Conselho Federal de Contabilidade (CFC); 5. No distribua resultados, dividendos, bonificaes, participaes ou parcelas do seu patrimnio, sob qualquer forma ou pretexto; 6. Conserve em boa ordem, pelo prazo de 10 (dez) anos, contado da data da emisso, os documentos que comprovem a origem e a aplicao de seus recursos e os relativos a atos ou operaes realizados que impliquem modificao da situao patrimonial; 7. Cumpra as obrigaes acessrias estabelecidas na legislao tributria, e;

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    8. Apresente as demonstraes contbeis e financeiras devidamente auditadas por auditor independente legalmente habilitado nos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRC) quando a receita bruta anual auferida for superior ao limite fixado pela Lei Complementar n. 123/2006 (Lei do Simples Nacional).

    Tudo certo? Antes de continuar, devo ressaltar que a jurisprudncia

    do STF em 2012 considerou constitucional a exigncia de renovao peridica do Certificado de Entidade Beneficente de Assistncia Social. (CEBAS).

    Vamos continuar analisando os pargrafos do Art. 195? Vamos l!

    8. O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatrio rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cnjuges, que exeram suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuiro para a Seguridade Social mediante a aplicao de uma alquota sobre o resultado da comercializao da produo e faro jus aos benefcios nos termos da lei.

    O dispositivo introduz a figura do contribuinte Segurado Especial.

    Esses contribuintes tm uma forma singular de contribuio. Por exercerem atividades que no geram pagamentos peridicos, a exemplo dos empregados, eles contribuem com um percentual sobre a receita bruta de comercializao de sua produo.

    Esse dispositivo retorna dois princpios constitucionais da Seguridade

    Social:

    9 Equidade na forma de participao no custeio (EFPC): No seria justo o segurado especial contribuir de forma mensal, sendo que o seu ganho acontece de forma espordica, apenas em algumas pocas do ano (perodo de safra ou colheita), e;

    9 Diversidade da base de financiamento (DBF): Ao se diferenciar a

    forma de tributao, estar automaticamente diversificando a base de financiamento e, consequentemente, tornando a Seguridade Social mais resistente a crises econmicas setoriais.

    9. As contribuies sociais previstas no inciso I (Contribuio Social do Empregador) do caput deste artigo podero ter alquotas ou bases de clculo diferenciadas, em razo da atividade econmica, da utilizao intensiva de mo de obra, do

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    10. A lei definir os critrios de transferncia de recursos para o Sistema nico de Sade (SUS) e aes de Assistncia Social da Unio para os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, e dos Estados para os Municpios, observada a respectiva contrapartida de recursos.

    Dispositivo voltado para a parte oramentria, no cabe nenhum

    comentrio.

    11. vedada a concesso de remisso ou anistia das contribuies sociais de que tratam os incisos I, DOtQHDa (Cota Patronal sobre a Folha de Salrios), e inciso II (Contribuio do Trabalhador) deste artigo, para dbitos em montante superior ao fixado em lei complementar.

    Existe a possibilidade de remisso (extino do crdito tributrio)

    ou anistia (excluso de crdito tributrio) para a Contribuio do Empregador sobre Folha de Salrio e para Contribuio do Trabalhador.

    A nica ressalva que o montante dos dbitos objeto de remisso

    ou anistia seja inferior ao limite fixado em lei complementar. Por favor, na hora da prova no confunda Remisso (extino) com Remio (resgate/quitao), ok?! Fica a dica!

    12. A lei definir os setores de atividade econmica para os quais as contribuies incidentes na forma dos incisos I, alnea b (Contribuio do Empregador sobre a Receita ou Faturamento), e IV (Contribuio do Importador) do caput, sero no cumulativas.

    A lei definir os setores econmicos em que a Contribuio do

    Empregador sobre Receita ou Faturamento (PIS e COFINS) e a Contribuio do Importador (PIS-Importao e COFINS-Importao) sero no cumulativas, ou seja, sero recuperveis.

    Uma contribuio no cumulativa, ou recupervel, aquela que

    pode ser compensada em vendas futuras. Exemplo: Um importador compra uma mquina na China por R$

    10.000,00, com COFINS de R$ 760,00 (7,6%). Nessa operao o importador ganhou um crdito de R$ 760,00!

    No ms seguinte, vende a referida mquina no mercado interno por

    R$ 25.000,00. Essa operao de venda constituiu uma COFINS de R$ 1.900 (7,6%) para o importador pagar, mas como ele j possua um

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    crdito de R$ 760,00, s recolher R$ 1.140,00 (R$ 1.900,00 R$ 760,00).

    Esse o conceito de no cumulatividade. =)

    13. Aplica-se o disposto no 12 inclusive na hiptese de substituio gradual, total ou parcial, da contribuio incidente na forma do inciso I, DOtQHD a (Cota Patronal sobre a Folha de Salrios), pela incidente sobre a receita ou o faturamento.

    Esse dispositivo demonstra um desejo para o futuro por parte do

    governo. O Estado deseja substituir, gradualmente, as contribuies do Empregador sobre folha de salrios e adotar uma contribuio equivalente sobre a receita ou faturamento do Empregador. No caso, essa substituio deveria seguir a sistemtica da no cumulatividade presente no 12.

    Em uma ltima anlise, o objetivo desse pargrafo desonerar a

    folha de pagamento e incentivar o setor produtivo, que exige grande quantitativo de mo de obra, e por consequncia, tem uma grande folha de salrios.

    Por fim, devo esclarecer que, desde a publicao da Lei n.

    12.546/2011, alguns setores da economia j contribuem com um percentual sobre a receita bruta em substituio a cota patronal sobre a folha de salrios, conforme podemos observar da redao do referido ato normativo:

    Art. 8. Contribuiro sobre o valor da receita bruta, excludas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos, alquota de 1%, em substituio s contribuies previstas nos incisos I e III do caput do Art. 22 da Lei n. 8.212/1991 (Cota Patronal sobre a Folha de Salrios), as empresas que fabricam os produtos classificados na Tabela de Incidncia do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), nos cdigos referidos nesta Lei.

    06. Sade.

    Continuando em nossos estudos, vamos agora apresentar cada uma das reas da Seguridade Social, a saber: Sade, Previdncia e Assistncia Social. Vamos iniciar pela Sade!

    Adianto de plano que esse assunto, em regra, no essencial para

    as provas de concursos pblicos, mas irei apresentar todas as disposies constitucionais, com os devidos comentrios. Vamos comear? =)

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    Na CF/1988, o Art. 196 traz as linhas gerais sobre a Sade:

    A Sade direito de todos e dever do Estado, garantido mediante polticas sociais e econmicas que visem reduo do risco de doena e de outros agravos e ao acesso universal e igualitrio s aes e servios para sua promoo, proteo e recuperao.

    Do artigo acima conseguimos vislumbrar que a sade um direito

    de todos, no se exigindo nenhuma contribuio por parte da pessoa usuria.

    Qualquer pessoa, pobre ou rica, nova ou velha, tem direito de ser

    atendido nos postos pblicos de sade, sem distino. Podemos perceber claramente isso nas campanhas de vacinao

    para a populao. Nada cobrado ou previamente exigido daqueles que se dirigem aos postos de vacinao.

    Art. 197. So de relevncia pblica as aes e servios de sade, cabendo ao Poder Pblico dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentao, fiscalizao e controle, devendo sua execuo ser feita diretamente ou atravs de terceiros e, tambm, por pessoa fsica ou jurdica de direito privado.

    A Sade de extrema relevncia ao Estado, provavelmente seja o

    setor mais sensvel do governo. A regulamentao, fiscalizao e controle da Sade cabem ao Estado.

    Por sua vez, a execuo de aes e servios de sade cabem tanto

    ao Estado quanto Iniciativa Privada (Pessoas Jurdicas Hospitais e Pessoas Fsicas Mdicos).

    O artigo seguinte trata do famigerado Sistema nico de Sade (SUS):

    Art. 198. As aes e servios pblicos de sade integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um Sistema nico (SUS), organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

    I - Descentralizao, com direo nica em cada esfera de governo;

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    II - Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuzo dos servios assistenciais, e; III - Participao da comunidade.

    O artigo informa que a sade ser tratada de forma regionalizada e

    hierarquizada, constituindo o Sistema nico de Sade (SUS), sendo os incisos I, II e III as diretrizes do SUS.

    O SUS ser financiado com recursos do Oramento da Seguridade Social (OSS) de cada um dos entes polticos, alm de outras fontes.

    Essas disposies se encontram no 1. do Art. 198 e fazem

    correlao ao Art. 195 que define que a Seguridade Social ser financiada por todos os entes polticos.

    Correlao lgica! Se os entes polticos iro financiar a Seguridade

    Social, tambm iro automaticamente financiar a Sade, pois a Sade apenas uma rea da Seguridade Social, ou seja, a Sade est inserida dentro da Seguridade Social. Vejamos o dispositivo:

    1. O Sistema nico de Sade (SUS) ser financiado, nos termos do art. 195, com recursos do Oramento da Seguridade Social (OSS), da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, alm de outras fontes.

    Existe a obrigao constitucional dos entes polticos aplicarem um

    valor mnimo de recursos na Sade. Tal obrigao se encontra no Art. 198, 2.:

    2. A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios aplicaro, anualmente, em aes e servios pblicos de sade recursos mnimos derivados da aplicao de percentuais calculados sobre:

    I No caso da Unio, a Receita Corrente Lquida (RCL) do respectivo exerccio financeiro, no podendo ser inferior a 15% (15% x RCL); II No caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadao dos impostos a que se refere o Art. 155 (ITCMD, ICMS e IPVA) e dos recursos de que tratam os Arts. 157 (Repartio das Receitas Tributrias) e 159, inciso I, alnea a (Fundo de Participao dos Estados e do Distrito Federal FPE), e inciso II (10% do IPI aos

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    Estados e Distrito Federal), deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municpios, e; III No caso dos Municpios e do Distrito Federal, o produto da arrecadao dos impostos a que se refere o Art. 156 (IPTU, ITBI e ISS) e dos recursos de que tratam os Arts. 158 (Repartio das Receitas Tributrias) e 159, inciso I, alnea b (Fundo de Participao dos Municpios FPM) e 3. (25% dos 10% do IPI aos Estados e Distrito Federal).

    Dando continuidade, conforme as disposies constitucionais

    seguintes, a lei complementar que regula o tema deve ser reavaliada periodicamente, conforme dispe a nossa Carta Magna:

    3. Lei complementar, que ser reavaliada pelo menos a cada 5 anos, estabelecer:

    I Os percentuais de que tratam os incisos II e III do 2. (recursos mnimos do Estados, do Distrito Federal e dos Municpios); II Os critrios de rateio dos recursos da Unio vinculados sade destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municpios, objetivando a progressiva reduo das disparidades regionais, e; III As normas de fiscalizao, avaliao e controle das despesas com sade nas esferas federal, estadual, distrital e municipal.

    Como j citei anteriormente, provavelmente, a Sade seja o setor

    mais sensvel do Estado. A demanda por agentes comunitrios de sade to grande e to

    rpida em algumas reas especficas, que, se o governo fosse seguir os trmites normais de contratao (Concurso Pblico), dispenderia muito tempo!

    E em se tratando de sade pblica, muitas vezes o tempo fator

    decisivo, podendo dessa forma ser poupado por vnculos menos burocrticos.

    Assim, os agentes comunitrios de sade seguem uma sistemtica

    muito particular, sendo essa elencada na prpria CF/1988, a saber:

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    4. Os gestores locais do Sistema nico de Sade (SUS) podero admitir agentes comunitrios de sade e agentes de combate s endemias por meio de processo seletivo pblico, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuies e requisitos especficos para sua atuao. 5. Lei federal dispor sobre o regime jurdico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentao das atividades de agente comunitrio de sade e agente de combate s endemias, competindo Unio, nos termos da lei, prestar assistncia financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios, para o cumprimento do referido piso salarial. 6. Alm das hipteses previstas no 1. do Art. 41 e no 4. do Art. 169 da Constituio Federal, o servidor que exera funes equivalentes s de agente comunitrio de sade ou de agente de combate s endemias poder perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos especficos, fixados em lei, para o seu exerccio.

    Podemos extrair que a contratao de agentes comunitrios de

    sade se dar por meio de processo seletivo, que um mtodo bem mais clere que o concurso pblico.

    Observamos tambm que esses funcionrios no seguem o Regime

    Estatutrio (Lei n. 8.112/1990), muito menos o Regime da Consolidao das Leis do Trabalho (CLT), prevista no antigo Decreto-Lei n. 5.452/1943. Eles seguem um regime prprio, diferenciado, e institudo por lei federal, no caso, a Lei n. 11.350/2006.

    Por seu turno, foi criada uma nova possibilidade de perda de cargo,

    exclusiva aos agentes comunitrios de sade, diferente daquelas previstas na prpria CF/1988.

    A CF/1988 define que a assistncia sade livre iniciativa privada. Nada mais lgico! J vimos l no Art. 197 que a execuo de aes e servios de sade pode ser realizada pela iniciativa privada (pessoas jurdicas e pessoas fsicas).

    Vamos aos dispositivos constitucionais:

    Art. 199. A assistncia sade livre iniciativa privada.

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    1. As instituies privadas podero participar de forma complementar (no suplementar!) do Sistema nico de Sade (SUS), segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito pblico ou convnio, tendo preferncia s entidades filantrpicas e as sem fins lucrativos. 2. vedada a destinao de recursos pblicos para auxlios ou subvenes s instituies privadas com fins lucrativos. 3. vedada a participao direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistncia sade no Pas, salvo nos casos previstos em lei. 4. A lei dispor sobre as condies e os requisitos que facilitem a remoo de rgos, tecidos e substncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfuso de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercializao.

    O Art. 199 e seus pargrafos so autoexplicativos e no merecem

    maiores comentrios.

    Para encerrar o tpico sobre Sade, citarei apenas as competncias constitucionais dos SUS, presentes no Art. 200. Para constar, meu amigo concurseiro, existe a Lei n. 8.080/1990 (Lei Orgnica da Sade LOS), que melhor detalha as competncias e o funcionamento do SUS, entretanto, esta no ser objeto de nossos estudos.

    Vamos aos dispositivos constitucionais:

    Art. 200. Ao Sistema nico de Sade (SUS) compete, alm de outras atribuies, nos termos da lei:

    I - Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substncias de interesse para a sade e participar da produo de medicamentos, equipamentos, imunobiolgicos, hemoderivados e outros insumos; II - Executar as aes de vigilncia sanitria e epidemiolgica, bem como as de sade do trabalhador; III - Ordenar a formao de recursos humanos na rea de sade; IV - Participar da formulao da poltica e da execuo das aes de saneamento bsico;

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    V - Incrementar em sua rea de atuao o desenvolvimento cientfico e tecnolgico e a inovao; VI - Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e guas para consumo humano; VII - Participar do controle e fiscalizao da produo, transporte, guarda e utilizao de substncias e produtos psicoativos, txicos e radioativos, e; VIII - Colaborar na proteo do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

    07. Previdncia Social.

    Vamos abordar a segunda rea da Seguridade Social, e a mais importante para os nossos estudos, a Previdncia Social. Recorremos mais uma vez aos dispositivos constitucionais:

    Art. 201. A Previdncia Social ser organizada sob a forma de regime geral (Regime Geral da Previdncia Social RGPS), de carter contributivo e de filiao obrigatria, observados critrios que preservem o equilbrio financeiro e atuarial, e atender, nos termos da lei, a:

    I - Cobertura dos eventos de doena, invalidez, morte e idade avanada; II - Proteo maternidade, especialmente gestante; III - Proteo ao trabalhador em situao de desemprego involuntrio; IV Salrio Famlia e Auxlio Recluso para os dependentes dos segurados de baixa renda, e; V - Penso por Morte do segurado, homem ou mulher, ao cnjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no 2. (benefcio que substitui o rendimento do segurado ter como valor mensal mnimo o salrio mnimo nacional).

    Do caput do artigo exprime-se que a Previdncia Social

    contributiva!

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    Nesse ponto da disciplina, muitos bons alunos se confundem! O Seguro Desemprego um benefcio de natureza previdenciria.

    Entretanto esse benefcio administrado e concedido pelo Ministrio

    do Trabalho e Emprego (MTE) e no pelo INSS. Por sua vez, o Seguro Desemprego no a proteo ao trabalhador

    em situao de desemprego involuntrio assegurada pelo texto constitucional!

    Muito bem, ento qual a manuteno garantida pela Previdncia

    Social aos seus beneficirios nesses casos? o Perodo de Graa (PG), que nada mais do que um prazo no qual o desempregado no contribui para a previdncia Social, mas mantm a sua qualidade de segurado, inclusive podendo gozar dos benefcios previdencirios.

    Diante do exposto, o segurado, quando desempregado de forma

    involuntria, tem direito as seguintes protees: 9 Previdenciria: O Perodo de Graa (PG), que o prazo onde o

    cidado no contribui para o RGPS, mas mantem a sua condio de segurado, inclusive podendo usufruir de todos os benefcios previdencirios por um determinado perodo de tempo previsto em legislao, e;

    9 Trabalhista: O cidado tem direito a receber algumas parcelas

    de Seguro Desemprego, com o valor definido em funo do salrio que recebia enquanto trabalhava. um benefcio pago pelo MTE. Apesar de estar na rbita trabalhista, o benefcio tem natureza previdenciria, como j foi exposto anteriormente.

    Sendo assim, no confunda! So protees sociais distintas

    (previdenciria e trabalhista). =) IV Salrio Famlia e Auxlio Recluso para os dependentes dos segurados de baixa renda;

    O Salrio famlia e o Auxlio Recluso so devidos somente para o

    segurado baixa renda, conforme disposies legais. No adianta ir ao INSS reclamar que a vida est difcil, pois o

    critrio objetivo! baixa renda, tem direito! No baixa renda, sinto muito!

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    V - Penso por Morte do segurado, homem ou mulher, ao cnjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no 2. (benefcio que substitui o rendimento do segurado ter como valor mensal mnimo o salrio mnimo nacional).

    A Penso por Morte no exige nenhum comentrio adicional. O

    segurado morre e deixa penso para a esposa, marido, companheiro ou equiparado, filhos.

    Enfim, o beneficirio no ser o prprio segurado, mas seus

    dependentes. Sendo que a Penso por Morte ser de no mnimo um salrio mnimo mensal.

    Continuando nossa anlise, especificamente sobre o benefcio Aposentadoria, temos o seguinte dispositivo pertencente ao Art. 201:

    1. vedada a adoo de requisitos e critrios diferenciados para a concesso de aposentadoria aos beneficirios do Regime Geral de Previdncia Social (RGPS), ressalvados os casos de atividades exercidas sob condies especiais que prejudiquem a sade ou a integridade fsica e quando se tratar de segurados portadores de deficincia, nos termos definidos em lei complementar.

    Sobre a aposentadoria, a CF/1988 clara: os requisitos e critrios

    adotados para a sua concesso sero sempre os mesmos, no sendo aceitos critrios diferenciados, em regra.

    Uma das ressalvas fica por conta da Aposentadoria Especial que

    trata dos segurados que trabalham em condies extremamente prejudiciais sade (condies especiais), sendo que, esses trabalhadores tm o direito a se aposentar com 15, 20 ou 25 anos, a depender da atividade laboral.

    A outra ressalva trata da Aposentadoria do Portador de

    Deficincia, que veio a ser tratada em lei complementar, especificamente a Lei Complementar n. 142/2013, que foi regulamentada pelo Decreto n. 8.145/2013, que alterou o Regulamento da Previdncia Social.

    2. Nenhum benefcio que substitua o Salrio de Contribuio ou o rendimento do trabalho do segurado ter valor mensal inferior ao salrio mnimo.

    Pela primeira vez o termo Salrio de Contribuio aparece na

    CF/1988! O que significa isso? Salrio de contribuio (SC) a parte do

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    rendimento do segurado que servir de base de clculo para as Contribuies Sociais.

    Nem tudo que o trabalhador recebe pode ser considerado SC! Podemos citar o exemplo do empregado de uma metalrgica que

    recebe R$ 2.000,00 por ms em dinheiro mais R$ 750,00 em auxilio alimentao (disponibilizado em carto magntico), totalizando R$ 2.750,00.

    Qual o SC dele? R$ 2.000,00! Conforme prev a legislao, existem

    parcelas que integram o SC e outras que no integram o SC do segurado (essa diferenciao no ser objeto desta aula).

    Por sua vez, quando o assunto est no edital e cobrado em prova,

    conhecer se determinada parcela da remunerao integrante ou no do SC fundamental para o bom desempenho no concurso. =)

    Voltando ao dispositivo constitucional, nenhum benefcio do

    segurado que substitua o seu SC (parte do rendimento ou o rendimento inteiro) ou o seu rendimento poder ser inferior ao salrio mnimo nacional.

    claramente uma norma protetiva! Imagine um trabalhador

    contribuinte em idade avanada, que ao entrar com pedido de aposentadoria no INSS, informado aps os clculos previdencirios que sua aposentadoria ter valor inferior a um salrio mnimo! =/

    No mesmo momento ele decide deixar de viver, alegando que a vida

    no compensa, que trabalhou a vida toda, e outras coisas do gnero que voc pode imaginar!

    A situao acima extremamente dramtica e triste. Entretanto, tal

    cenrio se torna impraticvel graas a esse dispositivo! O benefcio do cidado ser de no mnimo um salrio mnimo! Esse o limite mnimo dos benefcios da Previdncia Social que substitua o Salrio de Contribuio (rendimento) do cidado.

    Aproveito para informar que os benefcios que no substituem o

    Salrio de Contribuio do cidado podem sim apresentar um valor inferior ao salrio mnimo vigente, como o caso do Salrio Famlia que pago na forma de cota por filho.

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    empregado, por exemplo, caso fosse professor de Direito Previdencirio em alguma universidade particular, ou na condio de contribuinte individual, caso trabalhasse por conta prpria como engenheiro consultor, aos finais de semana.

    O que no pode pessoa participante do RPPS, filiar-se no RGPS na

    condio de segurado facultativo, s porque est sobrando uma graninha no final do ms!

    Por sua vez, o Art. 55, 5. da Instruo Normativa INSS/PRESS

    n. 77/2015 traz um entendimento um pouco distinto, que pode ser assim esquematizado:

    9 Servidor Federal: vedada a filiao ao RGPS, na qualidade de segurado facultativo, inclusive na hiptese de afastamento sem vencimentos.

    9 Servidor Estadual, Distrital e Municipal: vedada a filiao ao

    RGPS, na qualidade de segurado facultativo, salvo na hiptese de afastamento sem vencimento e desde que no permitida, nesta condio, contribuio ao respectivo regime prprio.

    Observe que a pessoa participante do RPPS no pode se filiar RGPS

    na condio de segurado facultativo, s porque est sobrando uma graninha no final do ms!

    Entretanto, se estiver afastado, sem receber e sem contribuir para o

    seu RPPS, pode sim ingressar como segurado facultativo no RGPS. Leve isso para a sua prova. =)

    Dando continuidade.

    6. A gratificao natalina dos aposentados e pensionistas ter por base o valor dos proventos do ms de dezembro de cada ano.

    Supomos que uma senhora idosa se aposente no incio de 2014, e

    receba seu primeiro provento em Fevereiro/2014 no valor de R$ 1.000,00. Em seguida, no ms de Maio, o Governo Federal reajusta os

    benefcios da previdncia em 5% a contar de Junho/2014. Finalmente em Dezembro/2014, qual ser o valor de gratificao natalina da senhora em questo?

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    Primeiro, a citada senhora recebeu 11 meses de provento durante o ano. Logo a gratificao dela ser no valor de 11/12 do provento do ms de Dezembro.

    Qual o provento de Dezembro? de R$ 1.050,00 (R$ 1.000,00 +

    5% = R$ 1.050,00). Concluindo a continha: 11/12 x R$ 1.050,00 = R$ 962,50.

    Como podemos perceber, no importa quantos meses de proventos foram pagos, muito menos se houve reajuste dos proventos durante o ano, a gratificao natalina sempre ter como base o provento do ms de Dezembro!

    7. assegurada aposentadoria no Regime Geral de Previdncia Social (RGPS), nos termos da lei, obedecidas as seguintes condies:

    I 35 anos de contribuio, se homem, e 30 anos de contribuio, se mulher, e; II 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, reduzido em 5 anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exeram suas atividades em regime de economia familiar, nestes includos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

    8. Os requisitos a que se refere o inciso I do pargrafo anterior sero reduzidos em 5 anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exerccio das funes de magistrio na educao infantil e no ensino fundamental e mdio.

    Os pargrafos supracitados tratam das condies de aposentadoria

    no RGPS. Em princpio, deve-se ressaltar que existem dois tipos de aposentadoria, a saber: Aposentadoria por Tempo de Contribuio ( 7. inciso I e 8.) e Aposentadora por Idade ( 7. inciso II).

    Sendo assim, vamos esquematizar cada uma delas:

    Aposentadoria por Tempo de Contribuio.

    Regra Geral:

    Homem: 35 anos de Contribuio. Mulher: 30 anos de Contribuio.

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    Professores (Educao Infantil, Ensino Fundamental e Mdio):

    Homem: 30 anos de Contribuio. Mulher: 25 anos de Contribuio.

    Aposentadoria por Idade:

    Regra Geral:

    Homem: 65 anos de Idade. Mulher: 60 anos de Idade.

    Trabalhadores Rurais (Produtor Rural, Garimpeiro ou Pescador Artesanal):

    Homem: 60 anos de Idade. Mulher: 55 anos de Idade.

    Para constar, essa reduo de 5 anos para os professores no

    alcana os professores universitrios. Entretanto, desde o advento da Lei n. 11.301/2006 que incluiu um

    importante dispositivo na Lei n. 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional LDB), outras atividades escolares tambm se beneficiaram dessa reduo, como podemos observar no texto da prpria LDB:

    Art. 67, 2. Para os efeitos do disposto no 5. do Art. 40 e no 8. do Art. 201 da Constituio Federal, so consideradas funes de magistrio as exercidas por professores e especialistas em educao no desempenho de atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de educao bsica em seus diversos nveis e modalidades, includas, alm do exerccio da docncia, as de direo de unidade escolar e as de coordenao e assessoramento pedaggico.

    Dando continuidade no texto constitucional. =)

    9. Para efeito de aposentadoria, assegurada a contagem recproca do tempo de contribuio na administrao pblica e na atividade privada, rural e urbana, hiptese em que os diversos regimes de previdncia social se compensaro financeiramente, segundo critrios estabelecidos em lei.

    Para o clculo da aposentadoria, todo o tempo que voc trabalhou

    (e contribuiu) deve ser levado em considerao, independentemente de

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