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Escrivão de Polícia Direito Penal Roteirto das Aulas e Questões Prof. Rodolfo Souza

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Escrivão de Polícia

Direito Penal

Roteirto das Aulas e Questões

Prof. Rodolfo Souza

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Direito Penal

ROTEIRO DAS AULAS

Aula 01 – Direito Penal

Crimes contra a pessoa

1. Crimes contra a vida

1.1. Homicídio (art. 121)

1. Bem jurídico: Vida Humana

2. Sujeitos:

a) Ativo:

• Qualquer pessoa (crime comum);

• Omissão relevante (podia e devia agir para evitar o resultado) – art. 13, § 2º

Obs.: Gêmeos Xifópagos – Sujeito Ativo

1º – os dois concorreram dolosamente para o crime – ambos respondem pelo crime

2º – se apenas um quis praticar o crime, contra a vontade do outro – não haverá punição – prin-cípio da intranscendência

b) Passivo:

• Qualquer pessoa

Obs.: Homicídio com motivação política (Presidente da República, do Senado Federal, da Câma-ra dos Deputados ou do Supremo Tribunal Federal) – art. 29 c/c art. 2º, Lei 7.170/83

Obs.: Gêmeos Xifópagos – Sujeito Passivo

O agente responde por dois homicídios (art. 70 – Concurso formal imperfeito)

Dolo de 1º Grau – Morte Pretendida

Dolo de 2º Grau – Consequência Necessária

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3. Tipo Objetivo – art. 121, caput – reclusão de 6 a 20 anos

Tipo penal em sua figura simples possui como elementos objetivos: matar alguém

Obs.: Sujeito passivo dever estar vivo (Crime Impossível – art. 17)

Aborto: interrupção da gravidez – antes do início do parto com a morte do feto.

Homicídio: morte durante ou após o parto

Obs.: início do parto – Período de dilatação – ruptura do saco amniótico

a) Formas de conduta

• Crime Comissivo – Tipo descreve a ação proibida

• Crime Omissivo – art. 13, § 2º (omissão relevante)

Crime comissivo por omissão; omissivo impróprio; omissivo impuro.

b) Error In Persona – Erro sobre a pessoa – art. 20, § 3º

c) Aberratio Ictus – Erro na execução – art. 73

4. Tipo subjetivo

Dolo (Direto ou eventual)

Animus necandi ou occidendi

a) Dolo Direto: consciência e vontade de matar

a.1. Dolo Direto de 1º Grau – fins propostos

a.2. Dolo Direto de 2º Grau – consequências necessárias decorrentes do meio empregado

b) Dolo Indireto: o agente não quer, mas assume o risco de produzi-lo

c) Ausência de elemento subjetivo específico: não há previsão (no entanto o fim ou motivo de agir presentes em algumas circunstâncias (privilegiadoras e qualificadoras)

d) Erro de tipo – art. 20: o agente não tem consciência da sua conduta – Tipo objetivo (matar alguém) se realiza, o tipo subjetivo é afastado pela ausência de dolo.

• Inevitável, invencível ou escusável – (exclui o dolo e a culpa)

• Evitável, vencível ou inescusável – (exclui apenas o dolo)

5. Consumação – art. 14, I

Trata-se de crime material (necessário o resultado naturalístico previsto no tipo)

Obs.: Morte encefálica

Deixar vestígios (Exame direto) ou (Exame Indireto – fotografias, vídeos ou testemunhas)

6. Tentativa – art. 14, II

• Perfeita (acabada ou crime falho): fase da execução é esgotada

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• Imperfeita (inacabada): fase executória interrompida antes de ser esgotada

• Tentativa incruenta (branca): pessoa não é atingida

• Tentativa cruenta (vermelha): pessoa sofre lesão

7. Tentativa qualificada (ponte de ouro) – art. 15

• Desistência voluntária

• Arrependimento eficaz

8. Homicídio Privilegiado – art. 121, § 1º – redução de 1/6 a 1/3

Trata-se de causa de diminuição de pena – pode reduzir abaixo do mínimo legal – 3º fase do critério trifásico de fixação de pena

• Relevante valor social

• Relevante valor moral

• Sob o domínio de violenta emoção logo após injusta provocação da vítima

Obs.: Eutanásia (matar – relevante valor moral); ortotanásia (morte pela supressão de medica-mentos ou equipamentos); distanásia (morte lenta e com sofrimento)

Obs.: art. 65, III – atenuante genérica – influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima

Obs.: premeditação – incompatível com o homicídio privilegiado

Obs.: homicídio híbrido – homicídio qualificado privilegiado – circunstâncias privilegiadoras subjetivas e circunstâncias qualificadoras objetivas (art. 121, § 2º, III e IV)

9. Homicídio Qualificado – art. 121, § 2º – Reclusão de 12 a 30 anos

9.1. Mediante paga ou promessa de recompensa ou Motivo torpe

a) Mediante paga ou promessa – homicídio mercenário – concurso necessário de pessoas ou crime bilateral – executor conhecido como sicário

b) Motivo torpe – repugnante, ignóbil, asqueroso, vil.

Obs.: vingança – é torpe (prevalece)

Obs.: ciúmes – por si só não é torpe

9.2. Motivo fútil – insignificante, desproporcional, desarrazoado.

9.3. Meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum: veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura.

Obs.: veneno – qualquer substância absorvida pelo organismo capaz de provocar perturbações

9.4. Recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido: traição, emboscada, dissimulação

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9.5. Assegurar a execução (conexão teleológica), ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime (conexão consequencial)

9.6. Feminicídio (contra a mulher em razão de sua condição de sexo feminino) – Lei 13.104/15

Art. 121, § 2º, A

• violência doméstica e familiar (art. 5º, lei 11.340/06)

• menosprezo ou discriminação à condição de mulher

Obs.: aumento de 1/3 até a 1/2 – art. 121, § 7º – Lei 13.104/15

• Durante a gestação ou 3 meses após a gestação

• Contra menor de 14, maior de 60 ou deficiente.

• Na presença de Ascendente ou descendente da vítima

9.7. Homicídio funcional – Lei 13.142/15

• Agentes das Forças Armadas (art. 142) – exército, marinha e aeronáutica

• Agentes da Segurança Pública (art. 144) – PF, PRF, PFF, PC, PM, BM, Guardas Municipais e agentes de Segurança viária

Obs.: integrantes do sistema prisional e da força nacional de segurança

• cônjuge, companheiro, parente consanguíneo até o terceiro grau em razão dessa condição

Obs.: a lei excluiu os parentes por afinidade

10. Homicídio culposo – art. 121, § 3º

• Pena: detenção de 1 a 3 anos

• Trânsito: detenção de 2 a 4 anos – art. 302, lei 9.503/97

Obs.: Perdão Judicial – Extinção da punibilidade – art. 121, § 5º

Juiz deixa de aplicar a pena

11. Causas de aumento de pena

A pena será aumentada de 1/3:

a) Homicídio culposo:

• Inobservância de regra técnica

• deixar de prestar socorro

• fugir para evitar a prisão em flagrante

b) Homicídio doloso

• contra menor de 14 anos

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• contra maior de 60 anos

12. Causa de aumento – Lei de extermínio – lei 12.720/12

Obs.: aumento de 1/3 até a 1/2 – art. 121, § 7º – Lei 13.104/15

• praticado por milícia privada, sobre o pretexto de prestação de serviço segurança

• praticado por grupo de extermínio

1.2. Induzimento, instigação ou auxilio ao suicídio (art.122)

1. Bem jurídico: Vida Humana

2. Sujeitos:

a) Ativo:

• Qualquer pessoa (crime comum);

b) Passivo:

• Qualquer pessoa, desde que possua capacidade de resistir à indução ou instigação (caso contrário será homicídio)

3. Tipo Objetivo

• Induzir: Criar (Plantar a sementinha)

• Instigar: Reforçar (Regar a sementinha)

• Auxiliar: ajuda material

Obs.: tipo misto alternativo, de conteúdo variado ou plurinuclear

Se praticar mais de uma conduta responde por apenas um crime.

4. Tipo subjetivo

• Dolo (Direto ou eventual)

5. Consumação e tentativa

• Se o suicídio se consuma – reclusão de 2 a 6 anos

• Se da tentativa resulta lesão grave – reclusão de 1 a 3 anos

Obs.: não existe tentativa (crime condicionado)

6. Forma majorada – art. 122, p. único

A pena é duplicada se o crime:

• Praticado por motivo egoístico

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• se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, capacidade de resistência

7. Situações específicas

• Duelo à americana – sorteio de armas, apenas uma municiada – Obs.: sobrevivente responde pelo art. 122

• Roleta russa – arma possui apenas um cartucho no tambor – Obs.: sobrevivente responde pelo art. 122

• Pacto de morte – quem abriu a torneira responde por homicídio ou tentativa de homicídio

1.3. Infanticídio (art.123)

1. Bem jurídico: Vida Humana

2. Sujeitos:

a) Ativo:

• A mãe (Crime Próprio)

b) Passivo:

• Nascente (durante o parto) ou neonato (logo após o parto)

3. Tipo Objetivo

• Matar: Eliminar a vida humana

• Próprio filho: sujeito passivo do delito (crime bi-próprio)

• Estado puerperal: perturbações emocionais na mulher durante o parto ou logo após o parto

• Durante ou logo após o parto

4. Tipo subjetivo

Dolo direto ou eventual

5. Consumação e Tentativa

Consuma com a morte do nascente ou nascido – tentativa é admitida

Obs.: se praticado contra criança morta – Crime impossível

1.4. Aborto (art.124 a 128)

1. Bem jurídico: Vida Humana. Na hipótese de aborto provocado por terceiro, tutela-se a vida e a incolumidade da gestante.

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2. Sujeitos:

a) Ativo:

• A própria gestante (art. 124)

• Qualquer pessoa (arts. 125 e 126)

b) Passivo:

• produto da concepção (ovo, embrião ou feto)

Obs.: gêmeos – concurso formal impróprio – art. 70

3. Tipo Objetivo

a) Provocar aborto em si mesma ou consentir que outro lhe provoque (art. 124)

Detenção de 1 a 3 anos

• Início do Aborto:

1º C – Fecundação (constituição do ovo) – Exercício regular de direito

2º C – Nidação (implantação do ovo no útero) – ainda não há gravidez

Obs.: Pílula do dia seguinte – não é crime

b) Provocar aborto sem consentimento da gestante (art. 125)

Reclusão de 3 a 10 anos

c) Provocar aborto com o consentimento da gestante (art. 126)

Reclusão de 1 a 4 anos

Obs.: ausência de consentimento presumida – mesma pena do art. 125

• gestante menor de 14 anos

• alienada ou débil mental

• consentimento obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência

4. Tipo subjetivo

Dolo direto ou eventual

5. Consumação e Tentativa

Consumação: Interrupção da gravidez seguida de morte do produto da concepção

Tentativa: sem interrupção da gravidez ou nascimento com vida que persiste

6. Aumento de Pena

As penas cominadas nos arts. 125 e 126 são aumentadas de 1/3, se:

• em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave;

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As penas cominadas nos arts. 125 e 126 são duplicadas,

• se são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.

7. Aborto legal ou permitido

Art. 128 – Não se pune o aborto praticado por médico:

Aborto necessário

I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

Aborto no caso de gravidez resultante de estupro

II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.

Obs.: Anencefalia – aborto permitido – ADPF 54 – 12.04.2012

Obs.: Aborto no 1º trimestre de gestação – 1º turma do STF HC n. 124.306 – 29.11.2016

2. Lesão Corporal

1. Bem jurídico: incolumidade pessoal do indivíduo (incolumidade física, fisiológica e mental)

2. Sujeitos:

a) Ativo

• Qualquer pessoa (crime comum);

b) Passivo:

• Qualquer pessoa pode ser sujeito passivo

Obs.: Art. 129, § 1º, IV e § 2º, V – somente mulher grávida será sujeito passivo

3. Tipo Objetivo

A conduta de causar independentemente do meio empregado, dano ao organismo de outrem (Físico ou Mental)

Obs.: Vias de fato – intenção de agredir sem causar lesão (art. 21, LCP)

Obs.: Autolesão – não é punida (princípio da ofensividade)

Obs.: Receber seguro – Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro (art. 171, § 2º, V)

Obs.: Inabilitação para o serviço militar – Criação ou simulação de incapacidade (art. 184, CPM)

Obs.: Não há crime – Transexualismo; esterilização voluntária; corte de cabelo voluntário – Consentimento do ofendido como causa supralegal de exclusão da ilicitude

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Concurso de crimes: é possível. Se o agente for militar, competirá à justiça militar julgar o crime de lesões corporais (art. 209, CPM) e a Justiça comum o crime de abuso de autoridade (súmula 172, STJ)

4. Tipo subjetivo

Dolo Direto ou Indireto

Obs.: Modalidade culposa é prevista no art. 129, § 6º

Obs.: Lesão seguida (art. 129, § 3º) de morte é crime preterdoloso

5. Consumação e tentativa

Consuma-se com a efetiva ofensa a integridade corporal física ou mental de outrem (exige o resultado naturalístico descrito no tipo)

Obs.: Tentativa é admissível

6. Lesão corporal de natureza grave: art. 129, § 1º – Pena – reclusão, de um a cinco anos.

6.1. Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;

Exame complementar – 31º dia – Art. 168, CPP

6.2. Perigo de vida;

6.3. Debilidade permanente de membro, sentido ou função;

6.4. Aceleração de parto:

7. Lesão corporal gravíssima: art. 129, § 2º – Pena – reclusão, de dois a oito anos

7.1. Incapacidade permanente para o trabalho;

7.2. Enfermidade incurável;

7.3. Perda ou inutilização do membro, sentido ou função;

7.4. Deformidade permanente;

7.5. Aborto:

8. Lesão Corporal seguida de morte: art. 129, § 3º – Pena – reclusão, de quatro a doze anos.:

Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo

Obs.: homicídio preterdoloso ou preterintencional.

9. Causa de Diminuição (art. 129, § 4º)

Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

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10. Causa de substituição de pena (art. 129, § 5º)

O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:

a) se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;

b) se as lesões são recíprocas.

11. Lesão corporal culposa (art. 129, § 6º): Pena – detenção, de dois meses a um ano

Se a lesão é culposa

Obs.: aplica-se o perdão judicial (art. 129, § 8º) conforme o art. 121, § 5º.

12. Lesão corporal majorada (art. 129, § 7º)

Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código.

Obs.: Cuidado no art. 121, § 6º, o aumento é de 1/3 até 1/2.

13. Lesão leve qualificada pela violência doméstica e familiar (art. 129, § 9º) – Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos

Se a lesão for praticada contra:

a) Ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro

b) Quem conviva ou tenha convivido,

c) prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade

Obs.: (art. 129, § 11 º) aumenta-se a pena de 1/3 se o crime for praticado contra portador de deficiência.

Obs.: (art. 129, § 10 º) aumenta-se a pena de 1/3 se os crimes dos §§ 1º, 2º, 3º for praticado nas hipóteses acima

14. Aumento Funcional

Aumenta-se a pena de 1/3:

• Agentes das Forças Armadas (art. 142) – exército, marinha e aeronáutica

• Agentes da Segurança Pública (art. 144) – PF, PRF, PFF, PC, PM, BM, Guardas Municipais e agentes de Segurança viária

Obs.: integrantes do sistema prisional e da força nacional de segurança

• cônjuge, companheiro, parente consanguíneo até o terceiro grau em razão dessa condição

Obs.: a lei excluiu os parentes por afinidade

15. Ação Penal

• Lesão Corporal Grave, Gravíssima, seguida de morte – Ação Penal Publica Incondicionada

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• Lesão Corporal Leve ou Culposa – Ação Penal Publica Condicionada a representação

• (art. 88, Lei 9.099/95)

• Lesão Leve ou Culposa no contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher – Ação Publica Incondicionada – Súmula 542, STJ e ADI 4424, 09.02.12

3. Crimes Contra a Honra

3.1. Calúnia – Art. 138, CP – Pena detenção de 6 meses a dois anos e multa

1. Bem jurídico: Honra objetiva – reputação que a pessoa possui na sociedade.

2. Sujeitos:

a) Ativo: qualquer pessoa:

Obs.: aqueles que tem imunidades (parlamentares imunidades absolutas, MP, Juiz e Advogado – Difamação e injúria exceto calunia e desacato)

b) Passivo: qualquer pessoa

Obs.: pessoa jurídica como vítima – crime ambiental (art. 225, § 3º, CF).

Obs.: apesar de punida a calunia contra os mortos art. 138, § 2º, CP, eles não são sujeitos passivos, mas sim seus familiares – não há a mesma previsão para difamação e injúria

Obs.: Presidente da republica, do senado, da câmara dos deputados e STF – art. 26, Lei 7.170/83

3. Tipo Objetivo

Caluniar alguém imputando-lhe falsamente fato definido como crime

• Fato determinado ou específico, contendo elementos que configurem crime.

• A imputação deve ser falsa

• Imputação de fato criminoso

Obs.: imputar contravenção não é crime de calúnia e sim difamação

Obs.: chamar alguém de “ladrão, traficante, criminoso” configura injúria e não calúnia já que não se imputou um fato determinado

4. Propalar e divulgar a calúnia

No artigo 138, § 1º, CP pune-se aquele que, sabendo falsa a imputação, a propala (revela verbalmente) ou a divulga (relata de qualquer outro modo).

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Obs.: basta que uma pessoa tome conhecimento do que foi propalado ou divulgado.

5. Tipo Subjetivo

Dolo – Especial elemento subjetivo – firme proposito de ofender – Dolo Específico

Obs.: Não há modalidade culposa

6. Consumação e tentativa

Consuma-se no momento em que terceira pessoa toma conhecimento da imputação, mesmo que não haja lesão efetiva a honra (Crime Formal)

Obs.: é admissível – envio de e-mail que não chega a seus destinatários – Crime plurissubsistente

7. Exceção da Verdade

De acordo com o § 3º – Admite-se a prova da verdade, salvo:

a) se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível

b) se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141 (presidente ou chefe de estado)

c) se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.

8. Distinção

a) Calúnia e denunciação caluniosa (art. 339) – em ambos há imputação falsa de crime, só que na denunciação o agente vai além, uma vez que dá causa à instauração de investigação policial, processo judicial, instauração de investigação administrativa, etc., lesando o bem jurídico “administração da justiça”

b) Calunia e autoacusação falsa (art. 341)

3.2. Difamação

1. Bem jurídico – Honra objetiva (reputação social do sujeito)

2. Sujeitos

a) Ativo: qualquer pessoa:

Obs.: aqueles que tem imunidades (parlamentares imunidades absolutas, MP, Juiz e Advogado – Difamação e injúria, exceto calunia e desacato)

b) Passivo: qualquer pessoa

Obs.: pessoa jurídica como vítima

Obs.: apesar de punida a calunia contra os mortos – não há a mesma previsão para difamação e injúria

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Obs.: Presidente da republica, do senado, da câmara dos deputados e STF – art. 26, Lei 7.170/83

3. Tipo Objetivo

Atribuir a alguém fato ofensivo à sua reputação

Obs.: não é necessário que o fato ofensivo seja falso.

Obs.: Imputar contravenção é difamação

4. Tipo Subjetivo

Dolo – Especial elemento subjetivo – firme proposito de ofender – Dolo Específico

Obs.: Não se pune a culpa.

5. Consumação e tentativa

Consuma-se no momento em que terceira pessoa toma conhecimento da imputação, mesmo que não haja lesão efetiva a honra (Crime Formal)

Obs.: é admissível – envio de e-mail que não chega a seus destinatários – Crime plurissubsistente

6. Exceção da Verdade

Nos termos do tipo penal haverá difamação mesmo se o fato imputado for verdadeiro, portanto, em regra, não será cabível exceção da verdade.

Obs.: A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

Obs.: Exceção da verdade quando a difamação é proferida contra o presidente – não admitida – item 49 Exposição de motivos do CP.

3.3. Injúria

1. Bem jurídico – Honra subjetiva (conceito que o indivíduo possui de sua própria dignidade)

2. Sujeitos

c) Ativo: qualquer pessoa:

Obs.: aqueles que tem imunidades (parlamentares imunidades absolutas; MP, Juiz (relativa) e Advogado (relativa) – Difamação e injúria, exceto calunia e desacato)

d) Passivo: qualquer pessoa com capacidade de compreender a expressão lesiva a sua honra.

Obs.: pessoa jurídica não pode figurar como vítima já que não possui autoestima.

Obs.: Vítima funcionário público haverá desacato (art. 331) se o funcionário estiver presente no momento da ofensa.

Obs.: apesar de punida a calunia contra os mortos – não há a mesma previsão para difamação e injúria

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Obs.: Presidente da republica, do senado, da câmara dos deputados e STF – art. 26, Lei 7.170/83

3. Tipo Objetivo

Ofender à dignidade (valores morais) ou o decoro (atributos físicos ou intelectuais) da vítima

4. Tipo Subjetivo

Dolo – Especial elemento subjetivo – firme proposito de ofender – Dolo Específico

Obs.: Não se pune a culpa.

5. Consumação e tentativa

Consuma-se no momento em que a vítima toma conhecimento da ofensa, mesmo que não haja lesão efetiva a honra ou seja que a vítima não sinta-se ofendida (Crime Formal)

Obs.: é admissível – envio de e-mail que não chega a seus destinatários – Crime plurissubsistente

6. Exceção da Verdade

É inadmissível na injúria, já que:

a) Não há previsão legal

b) Não se atribui fato criminoso ou ofensivo a hora

7. Perdão Judicial – Art. 140 § 1º – O juiz pode deixar de aplicar a pena

O Código Penal Prevê duas hipóteses: Causa de extinção da punibilidade (súmula 18, STJ)

a) Quando o ofendido provocou, de forma reprovável a injúria

b) No caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria

8. Injúria Real – Art. 140 § 2º – detenção, de três meses a um ano, e multa

Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes

Obs.: aplica-se também a pena da violência

Obs.: a vias de fato fica absorvida

Ex.: bater na vítima com açoite, jogar fezes ou urina no ofendido

9. Injúria preconceituosa ou racismo impróprio – Art. 140 § 3º – reclusão de um a três anos e multa

Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência

Obs.: Cuidado não confundir com o racismo Lei 7.716/89

Art. 140, § 3º, CP X Lei 7.716/89

Ação Penal Pública Condicionada X Ação Penal Pública Incondicionada

Crime afiançável X Crime inafiançável

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Crime prescritível X Crime imprescritível

10. Causas de Aumento – Art. 141

10.1. Aumenta-se de 1/3 em qualquer dos crimes

a) contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;

b) contra funcionário público, em razão de suas funções;

c) na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.

d) contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.

10.2. Aplica-se a pena em dobro – Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de re-compensa

11. Exclusão do crime – Art. 142

Não constituem injúria ou difamação punível:

a) a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;

b) a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;

c) o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.

Obs.: Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.

12. Retratação – Art. 143

O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.

Obs.: Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa.

Obs.: Não se aplica aos crimes de Ação Pública

13. Pedido de explicações – Art. 144

Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.

14. Ação Penal – Art. 145

Regra: Ação Penal Privada – “procede mediante queixa

Ação Publica Incondicionada – no caso de Injúria Real (art. 140, § 2º), da violência resulta lesão corporal

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Obs.: Entende que nos casos de lesões leves a ação será pública condicionada a representação em respeito ao art. 88, Lei 9.099/95.

Obs.: Injúria real com emprego de vias de fato a ação será privada e o art. 145 fala em “lesão corporal”.

Ação Publica Condicionada à requisição do Ministro da Justiça – Honra do Presidente da Repú-blica ou chefe de governo estrangeiro

Ação Publica Condicionada à representação do ofendido ou de seu representante legal.

• Crime contra a honra de funcionário público (art. 141, II) – Obs.: Súmula 714, STF

• Injúria Racial (art. 140, § 3º)

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1. Crimes Contra o Patrimônio

1.1. Furto – Art. 155, CP – Pena Reclusão de 1 a 4 anos e multa

1. Bem jurídico: propriedade, posse e detenção

Obs.: “ladrão que furta ladrão” comete o crime de furto, mas a vítima é o proprietário do bem, pois o primeiro ladrão não tem a posse legitima.

2. Sujeitos:

c) Ativo: qualquer pessoa, salvo o proprietário

d) Passivo: são vítimas do furto o proprietário, o possuidor e o detentor legítimo do furto.

3. Tipo Objetivo

3.1. Núcleo do tipo: Subtrair – retirar a coisa da posse da vítima, passando ao poder do agente.

3.2. Coisa: refere-se a tudo aquilo que possui existência corpórea.

Obs.: Animais, podem ser objeto de furto se integrarem o patrimônio de alguém.

Obs.: Qualificadora do abigeato (furto de gado) – Art. 155, § 6º – pena de reclusão de 2 a 5 anos, se a subtração for de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração.

3.3. Coisa alheia: significa pertencente a outrem. A coisa sem dono não é objeto de furto

Obs.: se houver o apoderamento de coisa perdida, pode configurar crime do art. 169, p. único, II, CP.

Obs.: coisa perdida não se confunde com coisa abandonada, está não pode ser objeto de furto.

Obs.: A coisa esquecida pode ser objeto de furto. Não confundir com coisa perdida.

3.4. Coisa móvel: é aquela passível de ser removida ou deslocada.

3.5. Coisa Móvel por equiparação: nos termos do § 3º equipara-se a coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.

Obs.: Furto de sinal de TV a cabo – STF (atípica); STJ (Típica)

4. Tipo Subjetivo

4.1. Dolo e elemento subjetivo especial:

• Dolo – consciência e vontade de subtrair a coisa alheia móvel

• Especial elemento subjetivo – “para si ou para outrem”, que revela o fim de assenhorea-mento definitivo

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4.2. Furto de uso: Será atípica, por ausência do elemento subjetivo especial do tipo (para si ou para outrem)

4.3. Furto de coisa comum: consiste na conduta do condômino, sócio ou co-herdeiro que subratai para si ou para outrem a coisa comum. Art. 156, detenção de 6 meses a 2 anos –

Obs.: não é punível a subtração de coisa fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente.

5. Consumação e tentativa

Nossa legislação adotou a teoria da Apprehensio ou Amotio, ou seja, a consumação da subtração se dá com a posse da coisa pelo agente.

Obs.: é firme o entendimento de que basta a posso momentânea da coisa, sendo desnecessário a posse tranquila (não há necessidade de sair da esfera de vigilância da vítima)

Obs.: adotando esse entendimento a tentativa perfeita e o arrependimento eficaz são incabíveis.

Obs.: A tentativa ocorre quando o agente não consegue, por circunstâncias alheias à sua vontade, obter a posse da coisa, mesmo por curto espaço de tempo.

Obs.: Súmula 567, STJ – é possível crime de furto em estabelecimento com vigilância realizada por monitoramento eletrônico – incabível a tese de crime impossível.

6. Furto majorado ou Furto noturno

Nos termos do § 1º a pena é aumentada de 1/3 se o furto ocorre durante o repouso noturno

Obs.: prevalece o entendimento que está causa de aumento aplica-se apenas ao furto simples.

Obs.: prevalece o entendimento de que o imóvel pode estar desocupado, bastando que a conduta ocorra durante o repouso noturno.

7. Furto privilegiado ou Furto mínimo

Nos termos do § 2º se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa subtraída, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminui-la de 1/3 a 2/3 ou aplicar somente multa

Obs.: segundo entendimento jurisprudencial “pode o valor do salário mínimo ser adotado, em princípio como referência. Todavia, esse critério não é de absoluto rigor aritmético, cabendo ao juiz da causa sopesar as circunstâncias próprias ao caso”.

Obs.: Súmula 511, STJ – é possível o reconhecimento do privilégio no furto qualificado.

Coisa de pequeno valor X Coisa de ínfimo valor

Segundo a jurisprudência a coisa de ínfimo valor (até 10% do salário mínimo) – atipicidade – Princípio da Insignificância.

8. Furto qualificado

• § 4º A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:

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I – com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;

II – com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;

Obs.: clonagem de cartão para burlar o sistema de proteção e vigilância do banco, saques ou transferências via internet, ligação clandestina de água – Furto mediante fraude

III – com emprego de chave falsa;

IV – mediante concurso de duas ou mais pessoas.

• § 5º A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.

• § 6 º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração.

1.2. Roubo – Art. 157, CP – Pena Reclusão de 4 a 10 anos e multa

1. Bem jurídico: propriedade, posse e a integridade física e psíquica da vítima – Crime pluriofensivo

Obs.: “ladrão que furta ladrão” comete o crime de furto, mas a vítima é o proprietário do bem, pois o primeiro ladrão não tem a posse legitima.

2. Sujeitos:

a) Ativo: qualquer pessoa, salvo o proprietário

b) Passivo: são vítimas do furto o proprietário, o possuidor e o detentor legítimo do furto.

3. Tipo Objetivo

3.1. Roubo Próprio (art.157, Caput): no caput do art. 157, tem o chamado roubo próprio. O agente subtrai a coisa alheia móvel utilizando-se de violência ou grave ameaça à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência.

a) Violência própria: é a força bruta, consiste em agressão física (vis absoluta ou corporalis)

b) Grave ameaça: consiste na chamada violência moral, que se dá por meio da intimidação (vis relativa ou compulsiva)

c) Violência imprópria: o agente retira da vítima a capacidade de resistência

Ex.: Ingestão de drogas

Importante:

• Uma vítima e patrimônios diversos – crime único

• Mais de uma vítima e patrimônios diversos – concurso formal

• Várias vítimas da violência e subtração de apenas um patrimônio – crime único

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3.2. Roubo Impróprio (art.157, § 1º): o § 1º traz o roubo impróprio, aquele que, “logo após de subtrair a coisa, emprega violência contra a pessoa ou grave ameaça, com a finalidade de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro

Obs.: no roubo impróprio não se admite a violência imprópria.

4. Tipo Subjetivo

4.1. Dolo e elemento subjetivo especial:

• Dolo – consciência e vontade de subtrair a coisa alheia móvel

• Especial elemento subjetivo – “para si ou para outrem”, que revela o fim de assenhoreamento definitivo

Obs.: é típica a denominada conduta de roubo de uso.

5. Consumação e tentativa

• No roubo próprio a consumação se dá quando o agente, mediante violência (física, moral ou imprópria), vem a subtrair a coisa, passando a ter sua posse ainda que não seja mansa e pacífica. Súmula 582, STJ.

• No roubo impróprio a consumação ocorre quando o agente, logo depois da subtração da coisa, emprega a violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.

• No roubo próprio a tentativa ocorre quando o agente, mesmo com emprego de violência ou grave ameaça, não consegue a posse da coisa.

• No roubo impróprio não é admissível a tentativa.

6. Roubo majorado ou circunstanciado

§ 2º – A pena aumenta-se de um terço até metade:

I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;

II – se há o concurso de duas ou mais pessoas;

III – se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.

IV – se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;

V – se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.

7. Roubo qualificado

§ 3º Se da violência resulta:

• Lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa;

Obs.: Resultado agravador resultante de dolo ou culpa.

• Morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.

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Obs.: Resultado agravador resultante de dolo ou culpa.

Obs.: Morte decorrente da violência para configuração do latrocínio

Obs.: Se a morte for decorrente da grave ameaça haverá concurso de roubo e homicídio (doloso ou culposo).

Obs.: Homicídio e furto – Matar para depois subtrair

Obs.: Consumação com a morte – súmula 610, STF

Obs.: Competência da justiça comum – súmula 603, STF

Obs.: Latrocínio e concurso de pessoas – todos respondem por latrocínio mesmo que somente um tenha disparado

Obs.: morte de um dos coautores por erro na execução é latrocínio.

Obs.: Haverá apenas um latrocínio se o sujeito mata varias pessoas para subtrair apenas um patrimônio.

1.3. Extorsão – Art. 158, CP – Pena Reclusão de 4 a 10 anos e multa

1. Bem jurídico: patrimônio, integridade física e psíquica e a liberdade pessoal – Crime plurio-fensivo

2. Sujeitos:

c) Ativo: qualquer pessoa,

d) Passivo: qualquer pessoa,

Obs.: pode ocorrer de uma pessoa ser vítima patrimonial e outra sofra o constrangimento.

3. Tipo Objetivo

A ação típica é (obrigar), mediante violência física ou grave ameaça.

O agente obriga alguém a praticar um comportamento (fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa) com o fim de obter indevida vantagem econômica.

4. Tipo Subjetivo

• Dolo – consciência e vontade de constranger

• Especial elemento subjetivo – com a finalidade de obter vantagem econômica indevida.

5. Consumação e tentativa

Trata-se de crime formal, o qual dispensa produção de resultado (obtenção de vantagem eco-nômica indevida) para sua consumação – Súmula 96, STJ.

Para que ocorra a consumação não basta constranger, já que a vítima deve praticar o comporta-mento a que foi obrigada, mesmo que o agente não obtenha a vantagem.

A tentativa ocorre quando o agente constrange, mas a vítima não pratica o comportamento exigido.

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6. Extorsão majorada

Se o crime é praticado por duas ou mais pessoas ou com emprego de arma aumenta-se a pena de 1/3 até a 1/2

7. Extorsão Qualificada

Aplica-se a extorsão praticada com violência o disposto no § 3º do art. 157.

Obs.: A extorsão qualificada pela morte é crime hediondo.

8. Extorsão qualificada pela restrição da liberdade

Se o crime é cometido mediante restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão de 6 a 12 anos e multa, se resulta lesão grave ou morte aplica-se as penas dos §§ 2º e 3º do artigo 159.

1.4. Extorsão mediante sequestro – Art. 159, CP – Pena Reclusão de 8 a 15 anos

1. Bem jurídico: patrimônio, integridade física e psíquica e a liberdade pessoal

2. Forma simples:

Configura crime quando o agente sequestra pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço de resgate.

Obs.: trata-se de crime hediondo em qualquer de suas modalidades (simples ou qualificada)

Obs.: o STJ já decidiu que “o tipo penal não impõe que a perseguida vantagem seja de natureza financeira nem deva ser obtida diretamente do sequestrado ou de seus familiares.

3. Consumação e tentativa

Consuma-se com a privação da liberdade da vítima por tempo juridicamente relevante, indepen-dente de ter o agente conseguido exigir vantagem ou de tê-la obtido (crime formal permante)

4. Formas qualificadas Qualificada

§ 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (de-zoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.

Pena – reclusão, de doze a vinte anos.

§ 2º – Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena – reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.

§ 3º – Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90

Pena – reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)

5. Delação premiada

§ 4º – Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.

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Extorsão indireta

Art. 160. Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

CAPÍTULO IVDO DANO

Dano

Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Dano qualificado

Parágrafo único – Se o crime é cometido:

I – com violência à pessoa ou grave ameaça;

II – com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave

III – contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista; (Redação dada pela Lei nº 5.346, de 3.11.1967)

IV – por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:

Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia

Art. 164. Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de quem de direito, desde que o fato resulte prejuízo:

Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.

Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico

Art. 165. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente em virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Alteração de local especialmente protegido

Art. 166. Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local especialmente protegido por lei:

Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

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Ação penal

Art. 167. Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. 164, somente se procede mediante queixa.

CAPÍTULO VDA APROPRIAÇÃO INDÉBITA

Apropriação indébita

Art. 168. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aumento de pena

§ 1º A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:

I – em depósito necessário;

II – na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;

III – em razão de ofício, emprego ou profissão.

Disposições Gerais

Art. 181. É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)

I – do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;

II – de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.

Art. 182. Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)

I – do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;

II – de irmão, legítimo ou ilegítimo;

III – de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

Art. 183. Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:

I – se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;

II – ao estranho que participa do crime.

III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

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Questões

1. (2016 – MPE-SC – MPE-SC – Promotor de Justiça)

No crime de homicídio doloso é majoritário o entendimento que admite a coexistência das circunstâncias privilegiadas (art. 121, § 1°, do CP), todas de natureza subjetiva, com as qualificadoras de natureza objetivas in-sertas no art. 121, § 2°, do Código Penal.

( ) Certo   ( ) Errado

2. (2015 – CESPE – TJ-DFT – Analista Judiciário)

De acordo com a doutrina e a jurisprudên-cia dominantes, o chamado homicídio privi-legiado-qualificado, caracterizado pela coe-xistência de circunstâncias privilegiadoras, de natureza subjetiva, com qualificadoras, de natureza objetiva, não é considerado cri-me hediondo.

( ) Certo   ( ) Errado

3. (2015 – CESPE – STJ – Analista Judiciário)

Situação hipotética: Lucas, descuidadamen-te, sem olhar para trás, deu marcha a ré em seu veículo, em sua garagem, e atropelou culposamente seu filho, que faleceu em consequência desse ato. Assertiva: Nessa situação, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se verificar que as consequências da infração atingiram Lucas de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.

( ) Certo   ( ) Errado

4. (2015 – FUNIVERSA – SEAP-DF – Agente de Atividades Penitenciárias)

Responde pela prática de homicídio qualifi-cado por motivo fútil o agente que, em vir-tude de um desentendimento relacionado

à má divisão do dinheiro obtido em ativida-des ilegais de jogatina ocorrido com a víti-ma, executa-a mediante disparos de arma de fogo, alvejando-lhe o tórax.

( ) Certo   ( ) Errado

5. (2015 – CESPE – DPE-PE – Defensor Público)

Caso um dependente químico de longa data morra após abusar de substância entorpe-cente vendida por um narcotraficante, este responderá por homicídio culposo, devido à previsibilidade do resultado morte nessa hipótese.

( ) Certo   ( ) Errado

6. (2014 – MPE-SC – MPE-SC – Promotor de Justiça – Matutina)

Se o homicídio é cometido com emprego de asfixia ele é considerado qualificado. Entre-tanto, a doutrina e jurisprudência predomi-nante em nosso país entendem que somen-te se aplica nos casos de asfixia mecânica, não incidindo tal regra (majorante legal) nos casos de asfixia tóxica.

( ) Certo   ( ) Errado

7. (2014 – CESPE – Câmara dos Deputados – Técnico Legislativo)

O agente que atirar com um revólver em via pública no intuito de matar alguém não responderá pelo crime de disparo de arma de fogo, mas tão somente pelo crime que ele pretendia praticar, ou seja, crime doloso contra a vida.

( ) Certo   ( ) Errado

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8. (2013 – CESPE – PC-DF – Agente de Polícia)

Alex agrediu fisicamente seu desafeto Lúcio, causando-lhe vários ferimentos, e, durante a briga, decidiu matá-lo, efetuando um dis-paro com sua arma de fogo, sem, contudo, acertá-lo.

Nessa situação hipotética, Alex responderá pelos crimes de lesão corporal em concurso material com tentativa de homicídio.

( ) Certo   ( ) Errado

9. (2013 – CESPE – SEGESP-AL – Papiloscopista)

Considere que uma mulher, logo após o parto, sob a influência do estado puerperal, estrangule seu próprio filho e acredite tê-lo matado. Entretanto, o laudo pericial cons-tatou que, antes da ação da mãe, a criança já estava morta em decorrência de parada cardíaca. Nessa situação, a mãe responde-rá pelo crime de homicídio, com a atenuan-te de ter agido sob a influência do estado puerperal.

( ) Certo   ( ) Errado

10. (2013 – CESPE – PC-BA – Delegado de Polícia)

Suponha que em naufrágio de embarcação de grande porte, tenha havido tombamen-to das cabines e demais dependências, an-tes da evacuação da embarcação e resgate dos passageiros e, em razão desse fato, os sobreviventes tenham sofrido diversos ti-pos de lesões corporais e centenas tenham morrido por politraumatismo e afogamen-to. Com base nessa situação hipotética, jul-gue o item seguinte, de acordo com a legis-lação brasileira.

Caso seja comprovada imperícia, negligên-cia ou imprudência da tripulação, esta po-derá responder judicialmente pelo crime de homicídio em relação às mortes ocorridas no naufrágio.

( ) Certo   ( ) Errado

11. (2009 – CESPE – DPE-AL – Defensor Público)

A premeditação, apesar de não ser conside-rada qualificadora do delito de homicídio, pode ser levada em consideração para agra-var a pena, funcionando como circunstância judicial.

( ) Certo   ( ) Errado

12. (2017 – IBADE – PC-AC – Delegado de Polí-cia Civil)

Horácio, traficante de drogas, é integrante de uma facção criminosa instalada em certa comunidade carente. Lucinda, ao seu turno, mora em comunidade dominada por facção criminosa rival. Devido ao preço do aluguel, Lucinda se muda para a mesma comunida-de de Horácio, que, ao descobrir a origem de Lucinda, decide matá-la. Assim, usando uma arma de fogo adquirida exclusivamen-te para aquela finalidade, Horácio vai à casa de Lucinda e derruba a porta. Após percor-rer alguns cômodos, Horácio descobre o quarto de seu alvo, encontrando Lucinda sentada em uma cadeira de rodas. Só então descobre que a mulher é tetraplégica. Não obstante, Horácio coloca em prática sua in-tenção criminosa e mata a vítima com um tiro na testa. Considerando apenas as infor-mações contidas no enunciado, pode-se di-zer que Horácio praticou crime de:

a) feminicídio majorado b) homicídio qualificado pelos motivos de-

terminantes e pelo modo de execução. c) homicídio qualificado pelos motivos de-

terminantes. d) homicídio qualificado pelo modo de

execução. e) feminicídio

13. (2017 – IBADE – PC-AC – Escrivão de Polícia Civil)

Terêncio, em razão da condição de sexo feminino, efetua disparo de arma de fogo contra sua esposa Efigênia, perceptivelmen-te grávida, todavia atingindo, por falta de

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habilidade no manejo da arma, Nereu, um vizinho, que morre imediatamente. Des-considerando os tipos penais previstos no Estatuto do Desarmamento e levando em conta apenas as informações contidas no enunciado, é correto afirmar que Terêncio praticou crime(s) de:

a) homicídio culposo, feminicídio majora-do, na forma tentada, e aborto, na for-ma tentada.

b) aborto, na forma tentada, e feminicídio majorado.

c) homicídio culposo e aborto, na forma tentada.

d) feminicídio majorado.e) aborto, na forma tentada, e homicídio

14. (2017 – IBADE – PC-AC – Escrivão de Polícia Civil)

Abigail, depois de iniciado parto caseiro, mas antes de completá-lo, sob influência do estado puerperal, mata o próprio filho. Abi-gail praticou crime de:

a) consentimento para o aborto b) homicídioc) homicídio qualificado.d) infanticídio. e) autoaborto.

15. (2016 – CESPE – PC-GO – Agente de Polícia Substituto)

João, que acabara de completar dezessete anos de idade, levou sua namorada Rafae-la, de doze anos e onze meses de idade, até sua casa. Considerando ser muito jovem para namorar, a garota aproveitou a opor-tunidade e terminou o relacionamento com João. Inconformado, João prendeu Rafaela na casa, ocultou sua localização e forçou--a a ter relações sexuais com ele durante o primeiro de treze meses em que a manteve em cativeiro. Após várias tentativas frus-tradas de fuga, um dia antes de completar quatorze anos de idade, Rafaela, em um momento de deslize de João, conseguiu pe-gar uma faca e lutou com o rapaz para, mais

uma vez, tentar fugir. Na luta, João tomou a faca de Rafaela e, após afirmar que, se ela não queria ficar com ele, não ficaria com mais ninguém, desferiu-lhe um golpe de faca. Rafaela fingiu estar morta e, mesmo ferida, conseguiu escapar e denunciar João, que fugiu após o crime, mas logo foi encon-trado e detido pela polícia. Rafaela, apesar de ter sido devidamente socorrida, entrou em coma e faleceu após três meses.Nessa situação hipotética, João

a) responderá pelo crime de tentativa de homicídio.

b) responderá por crime de estupro de in-capaz, previsto no CP.

c) não responderá pelo crime de estupro segundo a lei penal, de acordo com a teoria adotada pelo CP em relação ao tempo do crime.

d) não poderá ser submetido à lei penal pelo cometimento de crime de cárcere privado, pois, à época do crime, ele era menor de idade.

e) responderá pelo crime de homicídio, sem aumento de pena por ter cometido crime contra pessoa menor de quator-ze anos de idade, uma vez que Rafaela, à época da morte, já havia completado quatorze anos de idade.

16. (2014 – FCC – DPE-RS – Defensor Público)

Marcos e Rodrigo instigaram Juarez, que so-fria de depressão, a cometer suicídio, pois, na condição de herdeiros do último, pretendiam a morte do mesmo por interesses econômi-cos. Ainda que Juarez tenha admitido firme-mente a possibilidade de eliminar a própria vida, não praticou qualquer ato executório. Diante desse contexto, Marcos e Rodrigo

a) poderiam ter a pena reduzida de 1/3 a 1/2, se a pretensão tivesse caráter hu-manitário, de piedade, e a morte tives-se se consumado.

b) deverão responder por tentativa de ho-micídio, visto que a ideia de ambos era eliminar a vida de Juarez para posterior enriquecimento.

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c) serão responsabilizados pelo crime pre-visto no art. 122 do Código Penal, com redução da pena pelo fato de a vítima não ter atentado contra a própria vida, já que para a consumação do delito bas-ta a mera conduta de instigar.

d) não responderão pelo crime de instiga-ção ao suicídio, pois não houve morte ou lesão corporal de natureza grave na vítima.

e) responderiam por instigação ao suicí-dio, caso, no mínimo, Juarez atentasse contra a própria vida e tivesse ocasiona-do lesões corporais leves em seu corpo.

17. (2014 – Aroeira – PC-TO – Agente de Polícia)

No crime de induzimento, instigação ou au-xílio a suicídio, a pena é duplicada se o cri-me é praticado

a) por motivo egoísticob) com emprego de fogo. c) com emprego de veneno. d) por irmão da vítima.

18. (2014 – VUNESP – PC-SP – Escrivão de Polícia)

A conduta de induzir, instigar ou auxiliar ou-tra pessoa a suicidar-se, que tem como re-sultado lesão corporal de natureza leve,

a) tem pena duplicada se cometida por motivo egoístico.

b) tem pena agravada se a vítima tem di-minuída, por qualquer causa, a capaci-dade de resistência.

c) não é prevista como crime.d) tem pena aumentada se a vítima for

menor de idade.e) é punida com pena de 1 (um) a 3 (três)

anos.

19. (2013 – VUNESP – PC-SP – Escrivão de Polí-cia Civil)

O crime de induzimento, instigação ou auxí-lio a suicídio

a) é punido com pena de detenção e multa.

b) só se caracteriza se o suicídio se consu-ma ou se a vítima sofre lesão corporal de natureza grave.

c) é punido com pena de detenção, ape-nas.

d) tem a pena aumentada de metade se a vítima é menor.

e) tem a pena aumentada de metade se o crime é praticado por motivo egoístico.

20. (2014 – CESPE – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo)

Se um fanático religioso conclamar, em TV aberta, que todos os espectadores come-tam suicídio para salvar-se do juízo final, e se, estimuladas pelo entusiasmo do orador, várias pessoas cometerem suicídio, ter-se-á, nessa hipótese, a tipificação da prática, pelo fanático orador, do crime de induzimento ou instigação ao suicídio.

( ) Certo   ( ) Errado

21. (2016 – CESPE – PC-PE – Escrivão de Polícia)

Em relação aos crimes contra a pessoa e à imputabilidade penal, assinale a opção cor-reta.

a) Situação hipotética: João, em estado de embriaguez voluntária, motivado por ciúme de sua ex-mulher, matou Paulo. Assertiva: Nessa situação, o fato de João estar embriagado afasta o re-conhecimento da motivação fútil, haja vista que a embriaguez reduziu a capa-cidade de entender o caráter ilícito de sua conduta.

b) Comete o crime de infanticídio a ges-tante que, não estando sob influência do estado puerperal, mata o nascituro.

c) O perdão judicial será concedido ao au-tor que tenha cometido crime de ho-micídio doloso se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.

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PC-RS (Escrivão de Polícia) – Direito Penal – Prof. Rodolfo Souza

d) De acordo com o Código Penal, no cri-me de homicídio qualificado pelo fe-minicídio, a pena é aumentada de um terço até a metade se o crime for pra-ticado na presença de descendente ou de ascendente da vítima.

e) A qualificadora de feminicídio no crime de homicídio fica caracterizada se o de-lito for praticado contra a mulher por razões de sua convicção religiosa.

22. (2014 – FUNCAB – SSP-SE – Papiloscopista)

Quanto ao crime de infanticídio, é correto o que se afirma na alternativa:

a) Se a mãe não quis ou assumiu o ris-co da morte do filho, não se configura crime de infanticídio, em qualquer das formas, eis que inexiste para o crime de infanticídio forma culposa.

b) É um crime comum, de perigo, formal, plurissubjetivo, comissivo, instantâneo de efeitos permanentes, complexo.

c) É sujeito passivo, no crime de infanti-cídio, a mãe que mata o próprio filho durante ou logo após o parto sob a in-fluência do estado puerperal e, sujeito ativo, seu próprio filho.

d) Pratica o crime de infanticídio a mãe que mata o óvulo fecundado após a ni-dação, o embrião ou o feto sob a influ-ência do estado puerperal.

e) O estado puerperal pode durar muito tempo, portanto, a mãe que mata seu próprio filho uma semana após o parto, estando, ainda, sob a influência do estado puerperal, pratica o crime de infanticídio.

23. (2010 – FCC – TJ-PI – Assessor Jurídico)

Maria e seu namorado João praticaram ma-nobras abortivas que geraram a expulsão do feto. Todavia, em razão da chegada de terceiros ao local e dos cuidados médicos dispensados, o neonato sobreviveu. Nesse caso, Maria e João responderão por

a) tentativa de aborto.b) crime de aceleração de parto.

c) tentativa de homicídio.d) infanticídio.e) tentativa de infanticídio.

24. (2017 – IBADE – PC-AC – Agente de Polícia)

Assinale a hipótese que contempla um cri-me de violência doméstica {art. 129, § 9º, CP).

a) Manolo, ao chegar bêbado em casa e sem qualquer intenção especial, pas-sa a bater em seu filho Ernesto, de 18 anos, que, por respeito ao pai, não re-vida. No evento, Ernesto suporta lesões leves.

b) Casemiro. desejando lesionar a própria mãe. tenta golpeá-la com um bastão, mas erra o alvo, atingindo um vaso. Aterrorizada, a vítima se encolhe espe-rando novo golpe, mas Casemiro, que poderia prosseguir com a ação, se apie-da, cessando a execução do crime.

c) Bertoldo, em casa, ao efetuar reparos em um lustre, culposamente deixa cair uma ferramenta sobre a cabeça da es-posa, que segurava a escada, ferindo-a levemente.

d) Durante uma discussão com a ex-espo-sa sobre a guarda dos filhos, Gervásio desfere um soco na boca da mulher, quebrando vários de seus dentes, o que, consoante laudo pericial, lhe causa debilidade permanente de função.

e) Marinalva. que coabita com a amiga Soraia. irritada com o fato de a amiga não ajudar na limpeza da casa, dá um empurrão nesta, que se desequilibra e bate com a cabeça na parede, fican-do desacordada por cinco minutos. Ao acordar, a vítima, apesar de sentir dores por dois dias, se recupera plenamente, contando com a assistência de Marinal-va, a qual não pretendia o resultado.

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25. (2017 – IBADE – PC-AC – Agente de Polícia)

Configura violência doméstica e familiar con-tra a mulher, atraindo, portanto, a competên-cia do juízo especializado na matéria, qual-quer ação ou omissão que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, quando:

a) baseada no gênero, salvo nas relações homoafetivas.

b) baseada no gênero, em qualquer rela-ção íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofen-dida, independentemente de coabita-ção ou da orientação sexual.

c) baseada no sexo, salvo nas relações ho-moafetivas.

d) a ocorrência se dê no âmbito da unida-de doméstica envolvendo qualquer fa-miliar independente do sexo da vítima.

e) ocorra no âmbito da família, como, por exemplo o caso do filho agride o pai.

26. (2017 – IBFC – POLÍCIA CIENTÍFICA-PR – Odontolegista)

O parágrafo primeiro do artigo 129 do Có-digo Penal estabelece casos de lesões cor-porais graves. Assinale a alternativa que não resulta em lesões corporais graves de acor-do com o Código Penal.

a) Debilidade permanente de membrob) Incapacidade para as ocupações habitu-

ais por 10 diasc) Aceleração do partod) Debilidade permanente de sentidoe) Perigo de vida

27. (2017 – IBFC – POLÍCIA CIENTÍFICA-PR Pro-va: Odontolegista)

O parágrafo segundo do artigo 129 do Códi-go Penal estabelece casos de lesões corpo-rais gravíssimas. Assinale a alternativa que não resulta em lesão corporal gravíssima de acordo com o Código Penal.

a) Incapacidade permanente para o trabalhob) Enfermidade incurável

c) Aceleração do partod) Deformidade permanentee) Inutilização de membro

28. (2016 – FUNCAB – PC-PA – Investigador de Polícia)

Considerando apenas as informações exis-tentes nas alternativas, assinale aquela que caracteriza crime de lesão corporal gravíssi-ma (art. 129, § 2º, do CP).

a) Queimar culposamente significativa parte do corpo da vítima, de modo a causar-lhe deformidade permanente.

b) Lesionar a vítima dolosamente, causan-do-lhe por culpa incapacidade perma-nente para o trabalho.

c) Provocar dolosamente a perda de audi-ção em um dos ouvidos da vítima.

d) Transmitir a vítima, intencionalmente, enfermidade grave, mas curável.

e) Agredir a vitima com intenção de inter-romper sua gravidez mediante aborto, o que efetivamente ocorre.

29. (2015 – FUNIVERSA – SEAP-DF – Agente Pe-nitenciário)

A ofensa à integridade corporal ou à saúde de outrem que resulte em perigo de morte configura o delito de lesão corporal gravíssi-ma, segundo a doutrina.

( ) Certo   ( ) Errado

30. (2017- IBADE – PC-AC – Agente de Polícia Civil)

Encaminhar uma mensagem de texto a um policial civil que se encontra em outro mu-nicípio, xingando-o de ladrão, configura cri-me de:

a) injúria.b) difamação c) desacato d) denunciação caluniosa e) calúnia.

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PC-RS (Escrivão de Polícia) – Direito Penal – Prof. Rodolfo Souza

31. (2016 – FUNCAB – PC-PA – Escrivão de Polí-cia Civil)

Leia as alternativas a seguir e assinale a cor-reta.

a) A pessoa jurídica só pode ser sujeito passivo em crimes patrimoniais.

b) A pessoa jurídica pode ser sujeito passi-vo em crime de difamação.

c) A pessoa jurídica pode figurar como su-jeito ativo de crime contra a administra-ção pública previsto no Código Penal.

d) Os inimputáveis não podem ser vítimas de crimes contra a honra.

e) O inimputável por embriaguez prove-niente de caso fortuito não pode figurar como sujeito passivo.

32. (2015 – VUNESP – TJ-SP – Juiz Substituto)

A respeito da retratação nos crimes contra a honra, pode- -se afirmar que fica isento de pena o querelado que, antes da sentença, retrata-se cabalmente

a) da calúnia ou difamação.b) da calúnia, injúria ou difamação.c) da injúri;a ou difamação.d) da calúnia ou injúria.

33. (2015 – IBFC – SAEB-BA – Técnico de Regis-tro de Comércio)

Considere as disposições do Código Penal Brasileiro e assinale a alternativa correta so-bre o crime de injúria.

a) O crime de injúria tem pena base de re-clusão, de um a seis anos, ou multa.

b) O juiz pode deixar de aplicar a pena no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.

c) O juiz não pode deixar de aplicar a pena se o ofendido, ainda que de forma re-provável, tenha provocado a injúria.

d) Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes a pena passa a ser de reclu-são de três meses a um ano mais multa,

excluindo-se a pena correspondente à violência.

e) Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pes-soa idosa ou portadora de deficiência a pena passa a ser de detenção de um a três anos e multa.

34. (2013 – CESPE – PC-BA – Investigador de Polícia)

Nos crimes contra a honra — calúnia, difa-mação e injúria —, o Código Penal admite a retratação como causa extintiva de punibi-lidade, desde que ocorra antes da senten-ça penal, seja cabal e abarque tudo o que o agente imputou à vítima.

( ) Certo   ( ) Errado

35. (2014 – VUNESP – TJ-PA – Juiz de Direito Substituto)

“X” é negro e jogador de futebol profissio-nal. Durante uma partida é chamado pelos torcedores do time adversário de macaco e lhe são atiradas bananas no meio do grama-do. Caso sejam identificados os torcedores, é correto afirmar que, em tese,

a) responderão pelo crime de preconceito de raça ou de cor, nos termos da Lei n.º 7.716/89.

b) responderão pelo crime de racismo, nos termos da Lei n.º 7.716/89.

c) responderão pelo crime de difamação, nos termos do art. 139 do Código Penal, entretanto, com o aumento de pena previsto na Lei n.º 7.716/89.

d) não responderão por crime algum, ten-do em vista que esse tipo de rivalidade entre as torcidas é própria dos jogos de futebol, restando apenas a punição na esfera administrativa.

e) responderão pelo crime de injúria ra-cial, nos termos do art. 140, § 3.º do Có-digo Penal.

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36. (2016 – FAURGS – TJ-RS – Juiz de Direito Substituto)

Nos crimes contra a honra cometidos contra funcionário público, em razão de suas fun-ções, bem como em casos de injúria consis-tente na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou deficiente, a jurisprudên-cia majoritária do Supremo Tribunal Federal confere exclusivamente ao Ministério Público, mediante representação do ofendido, a legiti-midade para a propositura da ação penal.

( ) Certo   ( ) Errado

37. (2016 – FAURGS – TJ-RS – Juiz de Direito Substituto)

De acordo com o Supremo Tribunal Federal e com o Superior Tribunal de Justiça, ação penal relativa ao crime de lesão corporal, mesmo que de natureza leve ou culposa, praticado contra a mulher em âmbito do-méstico, é pública incondicionada.

( ) Certo   ( ) Errado

38. (2017 – IBADE – PC-AC – Delegado de Polí-cia Civil)

Apropriar-se de coisa que está em sua de-tenção – embora vigiada -, com dolo de as-senhoramento surgido posteriormente ao recebimento da coisa e valendo-se de con-curso de pessoas na execução da conduta, configura crime de:

a) furto qualificado. b) apropriação indébita.c) apropriação indébita qualificada. d) furto. e) estelionato.

39. (2017 – IBADE – PC-AC – Agente de Polícia Civil)

Desejando roubar um estabelecimento co-mercial, Celidônio rouba primeiramente um carro, deixando-o ligado em frente ao esta-belecimento para a facilitação de sua fuga.

Quando Celidônio se afasta, Arlindo casu-almente passa pelo local e, vendo o veículo ligado, opta por subtraí-lo, dirigindo ininter-ruptamente até ingressar em outro Estado da Federação. Nesse contexto, é correto fa-lar que Arlindo cometeu crime de:

a) furto. b) roubo.c) receptação d) roubo majorado e) furto qualificado.

40. (2017 – MPE-RS – Promotor de Justiça)

De acordo com o noticiado pela mídia, recen-temente a Força Tarefa de Combate ao Abi-geato e Crimes Rurais da Polícia Civil do RS prendeu no interior do município de Cacequi o suspeito de ser um dos maiores abigeatários daquela cidade, quando localizou 11(onze) vacas furtadas em sua propriedade. No mu-nicípio de Ipê, a Força Tarefa apreendeu 13 (treze) bovinos subtraídos de uma fazenda lo-cal. E, numa operação em Vacaria, recuperou três ovelhas vivas e uma outra já carneada no local do furto, quando o ladrão preparava-se para consumi-la num churrasco. A subtração de animal semovente domesticável de produ-ção é uma das hipóteses legais de furto quali-ficado, apenado com reclusão de dois a cinco anos, ainda que o animal tenha sido abatido ou dividido em partes no local da subtração.

( ) Certo   ( ) Errado

41. (2016 – NUCEPE – SEJUS-PI – Agente Peni-tenciário)

Marque a alternativa CORRETA. José que já ti-nha contra si sentença penal condenada tran-sitada em julgado por crime de roubo saiu de casa, no caminho encontrou uma senhora sen-tada no banco da praça segurando um apare-lho celular, José cogitou roubar a senhora, caso

a) José pratique o roubo, mas arrepen-dido devolva o aparelho celular no dia seguinte, a pena será reduzida de um a dois terços.

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PC-RS (Escrivão de Polícia) – Direito Penal – Prof. Rodolfo Souza

b) José anuncie o assalto e imediatamente seja avistado por policiais que correm atrás o alcançando na casa dele haverá crime impossível.

c) José subtraia o celular e após dois dias se arrependa devolvendo o celular na delegacia ocorre a desistência voluntá-ria, sendo isento de punibilidade.

d) José pratique o roubo, responderá por crime culposo uma vez quis o resultado.

e) José ao se aproximar da senhora de for-ma que a mesma não o veja e por destre-za e com ajuda de um terceiro que desvie a atenção da vítima subtraia o celular co-mete o crime de furto qualificado.

42. (2016 – CESPE – PC-PE – Agente de Polícia)

Roberto, Pedro e Lucas planejaram furtar uma relojoaria. Para a consecução desse objetivo, eles passaram a vigiar a movimentação da loja durante algumas noites. Quando perceberam que o lugar era habitado pela proprietária, uma senhora de setenta anos de idade, que dormia, quase todos os dias, em um quarto nos fundos do estabelecimento, eles desis-tiram de seu plano. Certa noite depois dessa desistência, sem a ajuda de Roberto, quando passavam pela frente da loja, Pedro e Lucas perceberam que a proprietária não estava presente e decidiram, naquele momento, re-alizar o furto. Pedro ficou apenas vigiando de longe as imediações, e Lucas entrou na relo-joaria com uma sacola, quebrou a máquina registradora, pegou o dinheiro ali depositado e alguns relógios, saiu em seguida, encontrou--se com Pedro e deu-lhe 10% dos valores que conseguiu subtrair da loja.

Considerando a situação hipotética apresen-tada no texto e os tipos penais inscritos no Código Penal sob o título “Dos Crimes contra o Patrimônio”, assinale a opção correta.

a) Na situação considerada, a quebra da máquina registradora caracterizou em-prego de violência na subtração de bem móvel e, consequentemente, a prática do crime de roubo.

b) O cometimento do crime no período de repouso noturno poderá ser causa de aumento de pena.

c) Apropriação indébita é o tipo penal em que incorrerá a pessoa que vier a adqui-rir algum dos relógios, desde que saiba ela tratar-se de fruto de crime.

d) A venda dos relógios, objeto do crime cometido por Pedro e Lucas, configura-rá o crime de receptação.

e) A situação em apreço traz o tipo penal furto mediante subtração de coisa alheia móvel com violência ou grave ameaça.

43. (2016 – FCC – TRF – 3ª REGIÃO – Analista)

Tício instalou um dispositivo na entrada de água de sua residência, através do qual a maior parte da água passou a entrar no imóvel sem passar pelo relógio e sem ser registrada. Tício

a) não praticou delito algum. b) cometeu crime de furto qualificado

pela fraude. c) cometeu crime de furto simples. d) cometeu crime de furto de coisa comum. e) cometeu crime de furto qualificado

pela destreza.

44. (2016 – MPE-SC – MPE-SC – Promotor de Justiça)

Nos crimes contra o patrimônio o legislador, ao tratar do furto de coisa comum, inseriu uma causa específica de exclusão da ilicitu-de relacionada com a possível fungibilidade da coisa subtraída cujo valor não exceda a quota a que tem direito o agente.

( ) Certo   ( ) Errado

45. (2016 – FGV – MPE-RJ – Analista)

Maria, multireincidente em crimes patrimo-niais, quando em gozo de livramento con-dicional, convida sua filha Julia, de 15 anos de idade, com anterior passagem pelo juízo da Infância e Juventude, para juntas subtra-írem protetores solares de um supermerca-

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do no bairro em que residem, objetivando posterior venda no final de semana ensola-rado que se avizinhava. Após ingressarem no estabelecimento comercial, de forma disfar-çada, retiraram da prateleira e esconderam em suas vestes diversos potes daquela mer-cadoria, no que foram flagradas pelo siste-ma de monitoramento existente. Quando já haviam saído do supermercado, estando dis-tante cerca de 300 metros, foram alcançadas por seguranças que efetuaram a abordagem e recuperaram as coisas subtraídas, poste-riormente avaliadas em 250 reais. Diante do fato narrado, atento à jurisprudência majori-tária dos Tribunais Superiores, é correto afir-mar que Maria deverá ser:

a) absolvida da imputação relativa ao cri-me patrimonial, eis que, em razão do sistema de monitoramento existente, impossível se mostrava a consumação do delito, devendo somente responder pelo crime de corrupção de menores;

b) condenada pelo crime de furto qualifi-cado pelo concurso de agentes, sendo absolvida do crime de corrupção de menores, em razão de Julia já estar cor-rompida anteriormente;

c) condenada pelos crimes de furto quali-ficado pelo concurso de agentes e cor-rupção de menores;

d) absolvida do crime patrimonial, por for-ça da atipicidade material em razão do princípio da insignificância, e condenada pelo crime de corrupção de menores;

e) condenada pelo crime de furto qualifi-cado pelo concurso de agentes, admi-tida a forma privilegiada pelo pequeno valor da coisa subtraída, e pelo delito de corrupção de menores.

46. (2016 – FUNCAB – PC-PA – Escrivão de Polí-cia Civil)

A fim de subtrair pertences de Bartolomeu, Marinalda coloca barbitúricos em sua be-bida, fazendo-o desfalecer. Em seguida, a mulher efetiva a subtração e deixa o local, sendo certo que o lesado somente vem a

acordar algumas horas depois. Nesse con-texto, é correto afirmar que Marinalda pra-ticou crime de:

a) furto qualificado.b) roubo impróprio.c) estelionato.d) extorsão.e) roubo Próprio.

47. (2014 – FUNDATEC – SUSEPE-RS – Agente Penitenciário)

Tício subtrai coisa alheia móvel de Mélvio e, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência ou grave ameaça contra Mélvio, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si. O crime cometi-do por Tício foi:

a) Extorsão. b) Furto.c) Extorsão indireta.d) Roubo.e) Lesão corporal grave.

48. (2016 – FCC – TRF – 3ª REGIÃO – Analista)

Peter, pessoa de grande porte físico, agar-rou Paulus pelas costas e o imobilizou com uma “gravata”. Com a vítima imobilizada, subtraiu-lhe a carteira, o celular e o relógio. Em seguida, deixou o local e soltou a vítima que não sofreu nenhum ferimento. Peter cometeu crime de

a) extorsão simples. b) furto qualificado pela destreza. c) roubo qualificado. d) roubo simples. e) extorsão qualificada.

49. (2016 – CESPE – POLÍCIA CIENTÍFICA – PE Perito Criminal)

Considere que José tenha subtraído dinhei-ro de Manoel, após lhe impossibilitar a re-sistência. Nessa situação hipotética, fica ca-racterizada a causa de aumento de pena se José tiver cometido o crime

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PC-RS (Escrivão de Polícia) – Direito Penal – Prof. Rodolfo Souza

a) com emprego de chave falsa. b) com restrição da liberdade de Manoel.c) com destruição de obstáculo à subtra-

ção do dinheiro.d) mediante fraude, escalada ou destreza.e) durante o repouso noturno.

50. (2016 – UFMT – DPE-MT – Defensor Público)

Mévio, mediante grave ameaça, subtraiu um telefone celular de Maria Rosa, avaliado em R$ 2.000,00 (dois mil reais), mantendo--a em seu poder, restringindo sua liberdade por duas horas, com o propósito de garantir o êxito da empreitada criminosa. Mévio res-ponderá por

a) roubo circunstanciado. b) roubo e sequestro, em concurso formal.c) sequestro, já que este absorve o roubo.d) roubo e sequestro, em concurso mate-

rial.

51. (2016 – FCC – DPE-ES – Defensor Público)

No que concerne aos crimes contra o patri-mônio, é correto afirmar que

a) há pluralidade de latrocínios, se diver-sas as vítimas fatais, ainda que único o patrimônio visado e lesado, conforme entendimento pacificado dos tribunais superiores.

b) possível o reconhecimento da figura privilegiada do delito nos casos de furto qualificado, se primário o agente e de pequeno valor a coisa subtraída, inde-pendentemente da natureza da qualifi-cadora, segundo entendimento sumu-lado do Superior Tribunal de Justiça.

c) a indispensabilidade do comportamen-to da vítima não constitui critério de di-ferenciação entre o roubo e a extorsão.

d) não constitui furto de energia a subtra-ção de sinal de TV a cabo, consoante já decidido pelo Supremo Tribunal Fede-ral.

52. (2015 – VUNESP – MPE-SP – Analista de Promotoria)

Josefa teve acesso a arquivos comprovan-do infidelidade conjugal por parte de Má-rio, que vendeu um dos seus computadores sem apagar seus arquivos pessoais. Ciente disso, e sabendo que Mário era casado, Jo-sefa entrou em contato com ele, por telefo-ne, marcando encontro, no qual ele deveria repassar a ela o valor de R$ 10.000,00 para que não mostrasse aqueles arquivos para a mulher dele. No dia do encontro, Mário compareceu com o dinheiro, e a polícia, que foi avisada por ele, tão logo Josefa guardou o dinheiro na bolsa, deu a ela voz de prisão em flagrante. A respeito deste episódio, Jo-sefa

a) cometeu o crime de furto dos arquivos de Mário (art. 155, CP), uma vez que a posse legítima do computador não le-vou à posse legítima dos arquivos pes-soais que estavam nele, em concurso material com extorsão (art. 158, CP).

b) cometeu o crime de ameaça, previsto no artigo 147, CP.

c) não cometeu qualquer crime, conside-rando que os arquivos do computador vendido por Mário chegaram em suas mãos por descuido dele, que não os apagou quando vendeu o equipamen-to.

d) cometeu o crime de roubo tentado, considerando que para obter o valor de R$ 10.000,00 usou de ameaça contra Mário (ameaçava mostrar os arquivos para a mulher dele).

e) cometeu o crime de extorsão, previsto no artigo 158, CP.

53. (2015 – CESPE – TRE-GO – Analista Judiciá-rio – Área Judiciária)

Cometerá o crime de extorsão o servidor público que, em razão do cargo e mediante grave ameaça, exigir para si vantagem eco-nômica.

( ) Certo   ( ) Errado

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54. (2017 – IBADE – PC-AC – Delegado de Polí-cia Civil)

Sobre o crime de extorsão mediante se-questro, é correto afirmar que:

a) a consumação do crime do art. 159 do CP se opera com a exigência de uma vantagem como condição ou preço do resgate, o que faz com que o delito seja doutrinariamente classificado como cri-me formal.

b) o crime é hediondo mesmo em sua for-ma simples, dispensando a verificação de resultados morte ou lesão corporal de natureza grave para a incidência da Lei n°8.072, de 1990.

c) o concurso de pessoas é uma das cir-cunstâncias qualificadoras concernen-tes ao crime de extorsão mediante se-questro, nos mesmos moldes do furto e diferentemente do que ocorre no roubo, no qual a pluralidade de agentes tem a natureza de causa de aumento da pena.

d) há, no art. 159 do Código Penal, pre-visão expressa de delação premiada, determinando diminuição da pena ao participante que revelar o crime à au-toridade, permitindo a libertação do se-questrado ou a recuperação do produto ou do proveito do crime.

e) ocorre a forma qualificada da extorsão mediante sequestro, entre outras hipó-teses, quando a restrição à liberdade da vítima dura mais de quinze dias, mas nunca em tempo inferior.

55. (2016 – FCC – AL-MS – Consultor Legislati-vo)

Nos termos preconizados pelo Código Pe-nal, em relação às escusas absolutórias, es-tará isento de pena

a) Pedro, coautor de um crime de furto qualificado juntamente com seu amigo Italo, praticado contra o genitor deste último.

b) Rodrigo, que invade a chácara de sua fa-mília e comete um crime de roubo con-tra seus ascendentes, subtraindo bens que guarneciam o imóvel.

c) Paulo, que pratica um crime de furto contra empresa de seu tio.

d) Micaela, que pratica um crime de estelio-nato contra seu filho, utilizando os docu-mentos pessoais e cartão de crédito deste para fazer compras em estabelecimentos comerciais de uma determinada cidade.

e) Flávia, que pratica crime de apropriação indébita contra o seu avô de 70 anos de idade.

56. (2015 – FGV – TCM-SP – Agente)

Maurício estava na festa de aniversário de seu pai e sua mãe, que, juntos, comemoravam seus aniversários de 61 anos e 59 anos respectiva-mente. Com a intenção de comprar bebidas, subtrai R$1.000,00 (mil reais) da carteira de seu pai sem que ninguém veja sua conduta. Já no dia seguinte pela manhã, ingressa no quarto de sua mãe para subtrair dólares, mas depara-se com a genitora trocando de sapatos. Decide, então, ameaçá-la de morte e levar todo o di-nheiro que era apenas de sua mãe. Diante des-sa situação, é correto afirmar que:

a) Maurício é isento de pena pela prática dos dois crimes, em razão da escusa ab-solutória pelo fato de as vítimas serem seus genitores;

b) Maurício é isento de pena pela prática da conduta engendrada contra o pai, mas não contra a mãe;

c) as condutas praticadas por Maurício são atípicas, pois os bens subtraídos também podem ser considerados de sua propriedade;

d) Maurício é isento de pena pela prática da conduta engendrada em desfavor de sua mãe, mas não pela conduta pratica-da contra seu pai;

e) Maurício deverá responder pela prática de ambos os crimes, não havendo que se falar em aplicação de escusas absolu-tórias.

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57. (2014 – FCC – MPE-PA – Promotor de Justiça)

Antônio, de 25 anos, está sendo processado pelo delito de furto praticado contra João, seu irmão gêmeo. Diante disso,

a) mesmo depois de oferecida a denúncia, se a pedido de João, o Ministério Públi-co pode desistir da ação.

b) o número máximo de testemunhas a serem arroladas na denúncia é 5.

c) o Ministério Público não pode oferecer denúncia sem representação de João.

d) o número máximo de testemunhas a serem arroladas na queixa é 5.

e) ao fim, o juiz pode isentar Antônio de pena.

58. (2014 – MPE-SC – MPE-SC – Promotor de Justiça – Matutina)

É correto afirmar que é isento de pena a es-posa que pratica crime de furto qualificado com emprego de chave falsa contra seu ma-rido na constância do casamento, gozando esta de imunidade penal absoluta.

( ) Certo   ( ) Errado

59. (2015 – FUNIVERSA – SAPeJUS – GO – Agente de Segurança Prisional)

Segundo a Constituição da República Fede-rativa do Brasil, no artigo 5.º, caput: “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. Diante do exposto, percebe-se que o direito à propriedade é um direito fundamental de caráter inviolável e, destarte, legitima o legis-lador ordinário a tipificar condutas que aten-tem contra o patrimônio de terceiros. A res-peito do crime de dano previsto no Código Penal pátrio, assinale a alternativa correta.

a) O crime de dano é um crime contra o patrimônio, destarte, para sua configu-ração, faz-se necessário que o agente vise à obtenção de lucro.

b) O crime de dano poderá ser perpetrado pela negligência, imprudência ou impe-rícia.

c) O crime de dano simples é de ação pri-vada, enquadrando-se no conceito de infração de menor potencial ofensivo, assim, ser-lhe-á aplicado o procedi-mento sumaríssimo previsto na Lei n.º 9.099/1995.

d) Prevê o Código Penal brasileiro que ha-verá o crime de dano qualificado se o crime for perpetrado em desfavor do patrimônio da União, de estado, de mu-nicípio, de empresas públicas ou de fun-dações instituídas pelo Poder Público.

e) Por expressa previsão de legen, haverá o crime de dano qualificado se o agente empregar substância inflamável ou ex-plosiva, mesmo se o fato constituir um crime mais grave.

60. (2014 – VUNESP – PC-SP – Delegado de Po-lícia)

Para subtrair um automóvel, “X”, de forma violenta, danificou a sua porta. Nesse caso, “X” deverá responder

a) pelo crime de roubo, visto que se utili-zou de violência para danificar a porta.

b) apenas pelo crime de furto, em razão do princípio da subsidiariedade.

c) apenas pelo crime de furto, em razão do princípio da consunção.

d) pelos crimes de furto e de dano.e) apenas pelo crime de furto, em razão

do princípio da especialidade.

61. (2016 – MPE-GO – MPE-GO – Promotor de Justiça Substituto)

Caio entrega a Tício, seu amigo e funcio-nário do Detran, uma quantia em dinhei-ro para que este último pague uma multa naquele órgão público. Tício, no entanto, apropria-se do dinheiro. Nesse caso, Tício deverá ser responsabilizado pelo crime de:

a) apropriação indébita b) peculato furto

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c) peculato apropriaçãod) peculato mediante o erro de outrem

62. (2015 – FGV – Prefeitura de Paulínia – SP Guarda Municipal)

Um funcionário da Farmácia Vida Boa é o responsável pelo pagamento das contas da sociedade empresarial junto ao estabele-cimento financeiro. Em determinada data, quando levava R$ 2.000,00 ao Banco para depósito a pedido do gerente da sociedade, decide, no caminho, ficar com R$ 1.000,00 para si e apenas depositar na conta os ou-tros R$ 1.000,00. Não falsifica, porém, qual-quer comprovante de depósito, mas sim-plesmente não o entrega ao responsável. Considerando a situação narrada, a conduta do funcionário configura:

a) apenas ilícito civil, sendo penalmente atípica;

b) crime de furto;c) crime de estelionato;d) crime de receptação;e) crime de apropriação indébita.

Gabarito: 1. Certo 2. Certo 3. Certo 4. Errado 5. Errado 6. Errado 7. Certo 8. Errado 9. Errado 10. Certo 11. Certo  12. C 13. B 14. D 15. C 16. D 17. A 18. C 19. B 20. Errado 21. D 22. A 23. A 24. A 25. B 26. B 27. C 28. B  29. Errado 30. A 31. B 32. A 33. B 34. Errado 35. E 36. Errado 37. Certo 38. A 39. E 40. Certo 41. E 42. B  43. B 44. Certo 45. C 46. E 47. D 48. D 49. B 50. A 51. D 52. E 53. Certo 54. B 55. D 56. E 57. C 58. Certo  59. C 60. C 61. A 62. E