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DIREITO PENAL II Professor Dr. Urbano Félix Pugliese REABILITAÇÃO

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Page 1: Direito penal ii   reabilitação

DIREITO PENAL IIProfessor Dr. Urbano Félix Pugliese

REABILITAÇÃO

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A reabilitação no Direito Penal:Conceito: “A reabilitação é medida de política criminal beneficiadora do infrator primário que, de novo, se reajustou à sociedade, no exercício de suas atividades e prática de comportamento digno e exemplar” (TAMG – Rec. – Rel. Juiz Perboyre Starling – RT 427/466). Medida de “esquecimento” do currículo do infrator das normas penais; e Natureza jurídica do instituto: Medida de política criminal.

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Conceito legal do instituto:Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação.  Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação, previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo. (só volta a dirigir)

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Sigilo do currículo penal:A LEP indica que: “Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida, atestados ou certidões fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer notícia ou referência à condenação, salvo para instruir processo pela prática de nova infração penal ou outros casos expressos em lei”; ePara efeito de reincidência não se “reabilita” a pessoa.

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Resumo do instituto:1) Sigilo dos registros; e2) Extinguir os efeitos secundários

extrapenais específicos. O sigilo automático (LEP) pode ser

quebrado pela polícia, MP e Juiz; e O sigilo da reabilitação (CP) só pode ser

quebrado pelo Juiz.

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Efeitos da condenação criminal:Secundário (natureza extra penal) Específicos não automáticos:Art. 92 - São também efeitos da condenação: I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos.

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Efeitos da condenação criminal:Secundário (natureza extra penal) Específicos não automáticos: Art. 92 - São também efeitos da condenação: II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado;III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso.  Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.

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Normas penais a respeito da matéria:Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos (Objetivo) do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado: I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; (Subjetivo); eII - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom comportamento público e privado; (Subjetivo)

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Normas penais a respeito da matéria:Art. 94 - III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida. (Objetivo) Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários.

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Resumo:1) 2 (dois) anos do dia da extinção da pena

(computam-se o sursis e o livramento condicional);

2) Domicílio nesses 2 (dois) anos no Brasil;3) Bom comportamento (público e privado); e4) Ressarcido o dano ou demonstrado

impossibilidade de fazer ou houver renúncia/novação da vítima.

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Normas processuais:Art. 743.  A reabilitação será requerida ao juiz da condenação, após o decurso de quatro ou oito anos, pelo menos, conforme se trate de condenado ou reincidente, contados do dia em que houver terminado a execução da pena principal ou da medida de segurança detentiva, devendo o requerente indicar as comarcas em que haja residido durante aquele tempo; e Na dúvida se aplica a norma favorável ao réu e mais atual (Código Penal, com as mudanças de 1984).

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Procedimentos do CPP:Art. 744.  O requerimento será instruído com: I - certidões comprobatórias de não ter o requerente respondido, nem estar respondendo a processo penal, em qualquer das comarcas em que houver residido durante o prazo a que se refere o artigo anterior; II - atestados de autoridades policiais ou outros documentos que comprovem ter residido nas comarcas indicadas e mantido, efetivamente, bom comportamento; III - atestados de bom comportamento fornecidos por pessoas a cujo serviço tenha estado; IV - quaisquer outros documentos que sirvam como prova de sua regeneração; V - prova de haver ressarcido o dano causado pelo crime ou persistir a impossibilidade de fazê-lo.

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Procedimentos do CPP:Art. 745.  O juiz poderá ordenar as diligências necessárias para apreciação do pedido, cercando-as do sigilo possível e, antes da decisão final, ouvirá o Ministério Público.Art. 746.  Da decisão que conceder a reabilitação haverá recurso de ofício.Art. 747.  A reabilitação, depois de sentença irrecorrível, será comunicada ao Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere.

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Procedimentos do CPP:Art. 748.  A condenação ou condenações anteriores não serão mencionadas na folha de antecedentes do reabilitado, nem em certidão extraída dos livros do juízo, salvo quando requisitadas por juiz criminal.Art. 749.  Indeferida a reabilitação, o condenado não poderá renovar o pedido senão após o decurso de dois anos, salvo se o indeferimento tiver resultado de falta ou insuficiência de documentos.

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Revogação do instituto:

Art. 750.  A revogação de reabilitação (Código Penal, art. 120) será decretada pelo juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público.Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja de multa.