direito fiscal i apontamentos_2

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  • 8/13/2019 Direito Fiscal i Apontamentos_2

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    DIREITO FISCAL

    DIREITO FISCAL/TRIBUTRIO: um ramo de direito autnomo, um subsector do Dt Tributrio que trata dasreceitas coactivas unilaterais. Integra o dt das obrigaes, dt administrativo e dtprocessual.

    Conjunto de normas que regulam, o nascimento, o desenvolvimento, a extinoda obrigao tributria que resulta da verificao dos pressupostos legais e daaplicao das normas tributrias.O direito fiscal um ramo do direito pblico, os fins prosseguidos por este sofins pblicos e interesses colectivos, e quanto posio dos sujeitos so sempreentes pblicos.O sujeito activo do ente fiscal no sempre o Estado, mas podem ser outrasentidades, normalmente entidades infra estaduais, ou seja, uma pessoa colectivade mbito inferior pessoa colectiva Estado, como por exemplo as autarquias

    locais e regies autnomas, pois estas so detentores de personalidade tributriaactiva, ainda dentro do municpio poder ainda haver algumas prestaes a favordas juntas de freguesia.

    IMPOSTO:No h uma definio de imposto, a noo de imposto uma noo muito amplae no se reconduz a uma definio simples mas h unanimidade da doutrinaquanto ao que deve constituir o imposto.O imposto o objecto, a prestao patrimonial devida, de natureza definitiva, comcarcter obrigacional, estabelecido por lei (formal), exigvel a quem tem capacidade

    contributiva, a favor de entidades que exercem funes pblicas, com carcter deunilateralidade e sem carcter de sano.O carcter obrigacional do imposto significa, portanto, que ele o objecto de umaobrigao, a obrigao fiscal.O imposto uma prestao, isto , a prestao a conduta exigida ao devedor,aqui a prestao pecuniria, isto porque ela avalivel em dinheiro, por isso hquem lhe chame de prestao pecuniria patrimonial.

    A prestao tambm definitiva pois no confere ao devedor a sua devoluoe unilateral, isto , o imposto uma prestao que no pressupem uma

    contrapartida directa e individualizada ao contrrio das taxas.Outra caracterstica dos impostos que estes so estabelecidos por lei, isto , aprestao do imposto feita independentemente da vontade do prestador.

    A prestao estabelecida a favor de entidades pblicas, ou entidades queexeram funes pblicas, em regra pessoas colectivas de direito pblico, aexpresso a favor do Estado no rigorosa, por isso no deve ser aplicada.Tambm no rigoroso dizer que os impostos servem para obter receitas, poisapesar de ser uma caracterstica no a nica, estes tm outra finalidade, comoa da diminuio das dificuldades, ou seja, para satisfazer necessidades pblicas.

    Por ltimo temos que o imposto no constitui sanes de actos ilcitos, o imposto uma prestao que devida.

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    Os pressupostos dos tributos esto definidos no art 4 LGT, os fins da tributaono art 5 LGT e 104 da CRP e os objectivos e limites da tributao no art 7LGT.

    O Imposto define-se com base em 3 elementos: Elemento objectivo

    - Prestao;- Carcter pecunirio;- Unilateralidade (quando se paga um imposto nada nos dado em troca);- Carcter definitivo;- Natureza coactiva;

    Elemento subjectivo- Dirigido a detentores de capacidade contributiva (pessoas singulares ecolectivas);

    - A favor de entidades que exeram funes pblicas. Elemento teleolgico

    - Exigido com vista satisfao de necessidades pblicas;- Enquanto no tenham o carcter de sano.

    TAXA (art 4 n 2 LGT)A taxa uma prestao pecuniria imposta por lei (material), como contraprestaode um servio pblico ou como remoo de um limite jurdico, com carctersinalagmtico (quando vinculao para ambas as partes)a favor de um ente pblicoou entidade concessionria, no representando uma auto-tributao.Nas taxas as pessoas pagam em funo do benefcio extrado. Ex: taxa deparqueamento, taxa de emolumentos, )

    TIPOS DE IMPOSTOS:

    Impostos sobre o rendimentoSo os que tributam o rendimento, geralmente numa perspectiva, rendimentoacrscimo, incluindo as mais valias.IRS / IRC

    Impostos sobre o patrimnio

    Quando incidem sobre o patrimnio imobilirioIMI / IMT / I. Selo

    Impostos sobre a despesaQuando se tributa o consumo ou a despesaIVA / IEC / IA / I. Selo

    Impostos fiscaisOs que integram o Direito fiscalIRS / IRC / IMI / I. Selo / I. s. Veculos/ IVA / IEC's

    Impostos extra fiscaisSo os que prosseguem objectivos de natureza econmica e social, no se lheaplicando integralmente os Princpios da Constituio Fiscal.

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    Contribuies para a Segurana Social

    CLASSIFICAO DOS IMPOSTOS (art 6 LGT):

    Perspectiva econmica e financeira (Quanto ao objecto): Impostos directos (rendimento, capital ou patrimnio)

    Incidem sobre a matria colectvel, sobre manifestaes directas ou imediatasda capacidade contributiva, no constituindo custo de produo das empresas(geralmente so peridicos).Trata-se de impostos directos quando a norma jurdica tributria estabelece aobrigao a cargo de determinada pessoa, sem conceder a esta a faculdade ou odireito de se indemnizar a cargo de outra pessoa que no seja sujeito passivo.Ex: IRS / IRC / CA

    Impostos indirectos (sobre o consumo ou despesa)Incidem sobre manifestaes indirectas ou mediatas da capacidade contributiva,constituindo custo de produo das empresas (geralmente de obrigao nica).So impostos indirectos aqueles em que a norma tributria concede a faculdadeou o direito ao sujeito passivo do imposto de obter de outra pessoa o reembolsodo imposto pago ao sujeito activo.IVA / I. de Selo

    Perspectiva poltica e financeira: Impostos estaduais

    Quando o Estado o titular activo dos impostos. Impostos regionaisA titularidade activa pertence s regies autnomas. (IRS/IRC/IVA dos sujeitospassivos das regies autnomas)

    Impostos locaisA titularidade activa pertence s autarquias locais (IMI / IMT / ISV)

    Impostos gerais e impostos especiais: Impostos gerais:

    Quando a previso normativa abrange todas as situaes que lhe so

    subsumveis.IRS / IRC -imposto geral sobre o rendimentoIVA- imposto geral sobre a despesa

    Impostos especiaisAqueles que embora digam respeito a situaes genericamente homogneas, soobjecto de uma disciplina especial. Ex:IEC's / IA

    Impostos principais e impostos acessrios: Impostos principais

    Quando existem por si sem dependncia de outros.

    IRS / IRC / IVA / IMT Impostos acessrios

    Quando dependem da existncia de outros impostos.

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    Derramas municipais - adicionais sobre a colecta do IRCEx: a empresa xpaga 30% de IRC vai pagar 30% + 3% (derrama).

    Impostos reais e impostos pessoais: Impostos reais

    Quando incidem objectivamente sobre uma parte do rendimento do capital ou dopatrimnio do contribuinte.IRS / IRC / IMI/IMT/ IVA

    Impostos pessoaisQuando embora incidindo sobre bens ou rendimentos, atendem situaopessoal do contribuinte (estado civil, agregado familiar), sua situao econmica.IRS

    Impostos peridicos e impostos instantneos ou de obrigao nica: Impostos peridicosQuando a situao tributria se produz no tempo ou se renova sucessivamente.So aqueles impostos cujo facto tributrio duradouro e fraccionado pela lei.IRS / IRC / IMI

    Impostos instantneos ou de obrigao nicaSituao tributria que se esgota num s momento, por se tratar de actos oufactos isolados. Esgotam-se por sua prpria natureza num certo perodo detempo.IVA / IMT

    PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO FISCAL (repartio dos impostos):

    O Princpio da LegalidadeEste princpio no direito fiscal est dirigido em torno da ideia do auto tributao.

    A auto tributao pretende dar-nos a ideia de que os impostos devem seraprovados pelas pessoas que os tm de pagar, como se as pessoas se autotributassem.Nos dias que correm os impostos so aprovados pela A.R. e so aprovados pelosdeputados eleitos pelo povo, pois o povo que elege os seus representantes, da

    o povo que aprova os impostos.Os impostos so aprovados anualmente com o Oramento do Estado, isto porqueanualmente a A.R. tem competncia exclusiva para legislar sobre impostos (Art165 n 1 alnea i) CRP), mas esta uma competncia relativa, pois a A.R. podeautorizar o governo a legislar, mas com os termos definidos pela A.R., assim a

    A.R. nunca perde o controlo das grandes linhas do acto normativo que vier a serproduzido pelo governo (art. 198 n.1 alnea b).Outra coisa a capacidade de iniciativa legislativa, esta no exclusiva da A.R.,pois tanto pode ser dos deputados como do governo e das A.L.R.

    Artigo 103 n.2 da CRPOs impostos so criados por lei1 que determina a incidncia2, a taxa3, osbenefcios fiscais4e as garantias dos contribuintes5.

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    Este artigo significa que:

    1. Os impostos so criados por LeiEsta Lei da criao dos impostos uma lei formal da A.R., ou um D.L., autorizadoao governo. A esmagadora maioria dos actos legislativos em matria fiscal elaborada pelo governo sob D.L. autorizado. Esta uma reserva absoluta de leiformal, ou seja, s a lei formal pode determinar estas matrias.O art. 165 diz-nos que a A.R. que cria impostos, mas o art. 103 n.2 que nosdiz qual o mbito da competncia.

    2. IncidnciaUma norma de incidncia uma norma que define os pressupostos de facto donascimento de obrigao de imposto.

    A incidncia divide-se em Incidncia Real ou Objectiva e em Incidncia Pessoalou Subjectiva. A primeira define o que est sujeito a imposto, isto , define quais

    os factos e os pressupostos da definio de imposto (ex: os rendimentos detrabalho esto sujeitos a IRS). A segunda incidncia, so as normas que definema quem, ou seja, quem que est sujeito a imposto (ex: quem adquirir um prdioa titulo oneroso est sujeito a imposto de SISA).Outra coisa diferente aquilo a que se chama de iseno fiscal. A iseno umaexcepo regra da incidncia, ou seja, algo que est dentro do campo daincidncia, mas s no tributado porque um facto impede a aplicao da normafiscal.Ex: Quem comprar uma casa para habitao, at certo montante, beneficia deiseno.Excepcionalmente este facto est inserido dentro do mbito da incidncia, masest excepcionalmente de fora da tributao.Pode estar isento, uma coisa, uma pessoa, ou ambas, mas qualquer norma quedetermine a incidncia, a iseno ou no incidncia s pode ser determinada porlei formal (Lei da A.R. ou D.L.A.).

    3. TaxasEstas taxas so os factores de quantificao de imposto que podem ser um valorpercentual. O imposto no obrigatoriamente quantificado percentualmente, oimposto pode ser uma quantia fixa (ex. imposto de selo). H taxas especficas,como as taxas sobre as cervejas, mas as mais usuais so as taxas percentuais,estas normalmente so taxas de dois tipos:Taxas proporcionais, so taxas que aumentam medida que aumenta aproporo

    Exemplo: 100 101000 100

    Taxas progressivas, so taxas que aumentam mais do que a proporo, ou sejao imposto aumenta em progresso.

    Exemplo: 100 101000 2002000 600

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    A razo disto vem consagrado na CRP art. 104 n.1, ou seja, nadiminuio da desigualdade, o exemplo do IRS.

    4. Benefcios FiscaisConsideram-se benefcios fiscais as medidas institudas para tutela de interessespblicos extra fiscais relevantes, superiores ao da prpria tributao queimpedem.Os benefcios fiscais correspondem diminuio da tributao, ou seja, dointeresse pblico, pois se a tributao existe em benefcio do interesse pblicoa sua reduo e eliminao s pode existir com base no interesse pblico, eeste tem se ser relevante e superior ao da prpria tributao, se no fosse assima existncia do benefcio fiscal corresponderia a uma violao do princpio daigualdade tributria e para evitar isto a lei exige na atribuio do benefcio certosrequisitos:

    1. Excepcionalidade2. H-de ter uma razo de ser que consiste na persecuo do interesse

    pblico.3. O interesse pblico tem de ser relevante.4. O interesse pblico tem de ser superior ao da prpria tributao.

    5. Garantias dos ContribuintesEstas podem ser classificadas em garantias processuais e garantias gerais doscontribuintes.Garantias Gerais:Correspondem a determinados direitos que so legalmente reforados e quepermitem aos contribuintes uma tutela dos seus interesses legtimos e o acesso informao das leis fiscais sem terem necessidade de consultar um advogado.Outra das garantias o direito de fundamentao do acto tributrio.Garantias Processuais:So os meios de defesa que a lei atribui aos sujeitos passivos em reaco adeterminado acto praticado pela administrao fiscal. As garantias processuaisdividem-se em:

    - Garantias Graciosas: Quando a lei permite ao contribuinte recorrer paraa administrao fiscal directamente.- Garantias Contenciosas: Quando a lei prev que os contribuintes

    possam recorrer aos Tribunais Tributrios pedindo a anulao de um actopraticado pela administrao fiscal.

    Princpio da igualdade:Integra 2 sub princpios:

    Princpio da generalidade:Todos esto partida sujeitos a impostos, no pode haver discriminaes.

    Igualdade horizontal Princpio da uniformidade:

    Igualdade vertical

    Todos esto sujeitos ao mesmo critrio, critrio uniforme. Este sub princpiointegra ainda 2 vertentes:

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    A igualdade horizontal que integra o princpio do benefcio (estariam na mesmasituao aqueles que tiverem os mesmos benefcios), princpio da capacidadecontributiva (estariam na mesma situao aqueles que tivessem a mesmacapacidade contributiva avaliada atravs do rendimento obtido, acumulado ougasto)

    A igualdade vertical integra o sistema proporcional (a mesma taxa aplicada

    independentemente do rendimento, tanto a 100 como a 1 000), progressivo (ataxa vai subindo medida que o rendimento sobe) ou regressivo.

    Princpio da reserva de lei formal:Os impostos so por lei da AR (art 165 n 1 alnea i) CRP), das Assembleiaslegislativas regionais (art 227 n 1 alnea i) CRP) ou pelas AssembleiasMunicipais (art 238 n 3 CRP).

    Princpio da reserva de lei material (contedo)Contedo (art 103 n2 CRP)

    O que se tributa: tem de estar tipificado categoria por categoria, como se tributa:com base na lei regularmente criada, quando se tributa: dentro dos prazos decaducidade.

    Princpio da capacidade contributiva:Ningum pode ser tributado se no tiver capacidade contributiva. O imposto deveestar distribudo de acordo com a capacidade.O art 103 n 1 CRP consagra a justa repartio do rendimento e da riqueza.Quem tem mais paga mais (justia social).O art 104 n 1 CRP consagra que o IRS visa diminuir as desigualdades tendo

    em conta as necessidades e os rendimentos. Outros princpios:

    - Princpio da liberdade;- Princpio da certeza;- Princpio da no retroactividade dos impostos;- Princpio da segurana;- Princpio da imparcialidade;- Princpio da proporcionalidade;- Princpio da participao;

    - Princpio da boa-f;- Princpio da proteco da confiana;- Direito informao

    CARACTERSTICAS DO IRS:- um imposto geral pois abrange a generalidade;- estadual/regional;- directo pois incide directamente sobre o rendimento;- pessoal pois atende situao pessoal e familiar do titular;- peridico na perspectiva anual dos rendimentos;

    - de prestao varivel pois varia de pessoa para pessoa;- de taxa progressiva como regra;- de natureza fiscal.

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    - H 4 tipos de taxas de IRS: as progressivas (art 68), liberatrias (jurosde depsitos bancrios art 71), especiais (ex: mais valias art 72),autnomas (tributa-se na empresa, que o acontece na distribuio de lucros

    art 73).

    Incidncia do IRS Incidncia positiva

    - Categoria A trabalho dependente (rendimentos do trabalho);- Categoria B empresrios e profissionais (rendimentos do trabalho);

    NOTA: com a reforma de 2000 a cat. B, C (rend. de empresrios) e D (rend.agrcolas) fundiram-se

    - Categoria E rendimentos de capitais (juros);- Categoria F rendimentos prediais (rendas);- Categoria G Incrementos patrimoniais (mais valias, jogo, sinais exteriores de

    riqueza);- Categoria H rendimentos de penses (penses de alimentos).

    Incidncia negativaNo constitui matria de rendimento. Os valores no tm de ser declarados. A

    Administrao no os quer conhecer.Ex: Subsdio de refeio at determinado montante, as indemnizaes por danoscomprovados

    A incidncia negativa no corresponde a uma iseno.A iseno uma excepo incidncia positiva.Ex: No se tributam 50% dos rendimentos de pessoas com um grau de deficinciasuperior a 65%.

    As isenes tm de ser declaradas, entram para o clculo do imposto.FONTES DO DIREITO FISCAL:

    CRPA CRP a fonte de Direito Fiscal de mais elevada hierarquia, contendo normas eprincpios que determinam os interesses e a estrutura do direito Fiscal.

    A Constituio determina os princpios que disciplinam quem tributa(administrao tributria), como se tributa (atravs do processo de declaraolquida), quando se tributa (por ocorrncia de factos geradores), o que se tributa(rendimento/patrimnio) e quanto se tributa (na medida da capacidade tributria).De entre os princpios consagrados destaca-se o princ da legalidade (art 103n2), princ financeiro e da justia (art 103 n 1), princ da no retroactividade(ar 103, n 3), etc

    Direito Comunitrio e Convenes internacionaisAs convenes so uma importante fonte de direito fiscal na medida em quediversas convenes tm vindo a fixar os elementos de conexo relevantes comvista a evitar a dupla tributao.Os Tratados, Acordos ou convenes internacionais tm supremacia em relao

    ao direito interno (art 81, n 2 CIRS. Leis

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    O princpio da legalidade tributria (art 8 LGT) leva que as leis idneas paracriar e regular os impostos sejam s as Leis da AR, Decretos-lei do Governoautorizado pela AR, Decretos legislativos regionais.

    A Lei Geral Tributria contm normas estruturantes do Direito Fiscal susceptveisde aplicao imediata e esgotando a relevncia jurdica das situaes que prev.

    RegulamentosDesenvolvimento de leis de bases.Ex: Decretos regulamentares do Governo, Decretos regulamentares regionais,Regulamentos das autarquias, Resoluo do Conselho de Ministros, Portarias.

    ContratosPrevistos no art 37 da LGT.

    Jurisprudncia e doutrinaRegra geral, cada caso um caso e no existem paralelos entre casos. Exceptua-

    se as decises do Tribunal Constitucional com fora obrigatria geral.LEI GERAL TRIBUTRIA (LGT):- Enquadramento de todos os princpios fundamentais da ordem tributria;- Regula a relao jurdica tributria (relao entre a Administrao tributria e

    os contribuintes) do nascimento extino do imposto;- Regula o procedimento e o processo tributrio, competncia, legitimidade,

    avaliao directa, reclamaes, impugnaes.- Transpe da Constituio os princpios enformadores e define as regras da

    relao jurdica, do procedimento e do processo tributrio dos pontos de vista

    mais relevantes.CDIGO PROCEDIMENTO E DE PROCESSO TRIBUTRIO (CPPT):- Normas do procedimento administrativo que se aplicavam ao direito fiscal

    usando maior simplicidade e eficcia;- Asseguram maior certeza e celeridade na declarao e realizao dos

    direitos tributrios como condio de uma melhor justia social.

    REGIME GERAL DAS INFRACES TRIBUTRIAS- Define o regime geral de infraces;-

    Define os meros ilcitos de contra-ordenao tributria- Define os crimes fiscais (burla tributria, frustrao de crditos, associaocriminosa, desobedincia qualificada, violao de segredo, contrabando)

    RELAO JURDICA TRIBUTRIA: uma relao complexa que se estabelece entre o sujeito credor e osvrios sujeitos da relao em virtude dos diversos direitos, obrigaes eresponsabilidades que dela advm e susceptvel de ser imposta coactivamente,por fora da lei.

    A relao jurdica tributria constitui-se pela verificao dos pressupostos

    previstos na lei, ou seja, pela prtica de determinados factos previstos nas leistributrias (art 36 LGT).

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    O chamado pressuposto de facto desencadeia o nascimento da relao jurdicatributria.

    A relao jurdica extingue-se pelo pagamento da prestao tributria (art 40 a44 LGT), pela caducidade do direito de liquidao (art 45 a 47 LGT) ou pelaprescrio da prestao tributria (art 48 e 49 LGT).

    ELEMENTOS DA RELAO JURDICA TRIBUTRIA:

    Sujeitos (art 18 LGT):- Sujeito activo (O Estado ou outro ente pblico, ou uma entidade que exera

    funes pblicas, o credor).- Sujeito passivo ( aquele que obrigado pela lei a prestar o imposto, o

    titular da capacidade contributiva, o devedor);- Os substitutos;- Outras pessoas designadas por lei como responsveis (responsabilidade

    solidria - art 24 LGT).-

    Outros sujeitos (liquidrios judiciais) Direitos e deveres do sujeito activo:- Direito e dever de exigir o cumprimento estrito da lei;- Dever de fundamentao dos actos tributrios que afectem legtimos

    interesses e expectativas dos sujeitos passivos (art 77 LGT);- Dever de informar (art 67 LGT);- Dever de praticar o direito de participao (art 60 LGT);- Dever de reembolsar as importncias pagas indevidas ou em excesso;- Dever de exigir juros compensatrios e de mora;- Dever de pagar juros indemnizatrios.Nota: Juros compensatrios (atraso na apresentao do IRS), jurosindemnizatrios (pagos pelo Estado quando cobra indevidamente mas norestitudo a tempo), juros de mora (prazo de pagamento).Em suma os direitos e deveres dos sujeitos passivos dividem-se em deveresprincipais e deveres acessrios.Dever principal de pagamento dos tributos quando determinados nos termoslegais, em especial com observncia do princpio da legalidade tributria ereteno e entrega das respectivas importncias.Dever acessrio de cooperao, apresentando as declaraes exigidas por lei,

    com verdade e dentro dos prazos estabelecidos. Objecto (art 30 LGT):

    Pagamento do imposto, juros e prestaes acessrias.

    Facto tributrio: todo o facto da vida real, material, susceptvel de ter relevncia jurdico -tributria. Essa relevncia advm-lhe da circunstncia de se mostrarem previstos,tipificados nas normas de incidncia.O facto tributrio tambm tem elementos:

    Elementos objectivos:Qualitativo ou material:

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    Tem a ver com a qualidade do facto (ex: ordenado auferido, imvel alienado, maisvalia realizada).Temporal:Tem a ver com o momento da realizao do facto, com a constituio da relao

    jurdica, sendo relevante para a caducidade e prescrio e para a aplicao da leino tempo (ex: factos praticados em 2001)

    Espacial:Tem a ver com o local onde o facto foi praticado (princpio territorial) ex:Funchal.Quantitativo:Ex: ordenados mensais de 1000 .

    Elementos subjectivos:Pessoa singular ou pessoa colectiva.

    Garantias do credor (art 50 e seg. da LGT)A Administrao Fiscal goza do privilgio de execuo prvia, goza dedeterminadas garantias gerais e especiais.Nas garantias gerais o patrimnio do devedor que constitui as garantias. Asgarantias especiais ou privilgios creditrios integram o mobilirio geral, mobilirioespecial, imobilirio geral, imobilirio especial (Ex: art 111 CIRS, art 122CIMI)

    OBRIGAO TRIBUTRIA:O nascimento da obrigao resulta da aplicao da lei aos factos tributrios.

    A obrigao de pagamento constitui o ncleo central da obrigao tributria, maspode no chegar a acontecer.A obrigao tributria o vnculo jurdico pelo qual, uma pessoa denominada dedevedor ou sujeito passivo, deve levar a cabo um certo comportamento a favorde outra pessoa, denominada credor ou sujeito activo, que o pode exigir em seubenefcio.Obrigao de imposto significa que o imposto tem de ser legal, ter carcterpatrimonial, que o sujeito passivo tem de ter capacidade contributiva, etc.

    A obrigao de pagamento nasce da existncia de um acto tributrio, dafundamentao efectuada pela Administrao tributria e da notificao perfeita eatempada pela Administrao aos sujeitos passivos (art 31 n 1 LGT).

    Obrigao fiscal absoluta:Assenta na tributao com base no domiclio, sede, etc. atribudo ao sujeitopassivo titular daquela sede ou domicilio toda a matria colectvel seja qual for asituao ou a sua origem. Assim os rendimentos tributveis em IRS de que sejatitular um residente em Portugal sero tributados em Portugal independentementedo Estado onde tenham a sua fonte.

    Obrigao fiscal limitada:

    Reduz-se matria colectvel situada dentro das fronteiras portuguesas.A extino da obrigao feita atravs do cumprimento, o devedor leva a cabo ocumprimento devido.

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    Mas as obrigaes tambm se podem extinguir sem haver um cumprimento,atravs da caducidade e da prescrio (art. 45 e 48 da LGT).Caducidade: Verifica-se um facto tributrio, e este facto vai normalmente criarao contribuinte um dever declarativo, caso o sujeito passivo no declare devendodeclarar. A Administrao fiscal dispe de um perodo de 4 anos para rectificaresta situao, ultrapassado este perodo verifica-se a caducidade do poder de

    liquidar por parte da Administrao fiscal.Ex: IRS de 2000. O contribuinte s est obrigado a pagar se for notificado at 31/12/2004Prescrio:A formao de uma dvida fiscal cria um dever de cumprimento aosujeito passivo, mas um dever de pagamento que no se pode manter por tempoindefinido, por isso, o n. 1 do art. 48 cria um prazo de prescrio de 8 anos paraas dvidas fiscais.

    A obrigao uma relao jurdica obrigacional de imposto, pelo qual algum temde levar a cabo um certo comportamento. Esta relao jurdica tem como traa

    fundamental, o comportamento devido.A obrigao tributria no uma obrigao simples, isto porque no h s umcaminho que o devedor tem de fazer at chegar ao credor, mas h sim outrosdeveres como:

    - O dever do contribuinte fazer uma declarao- O dever do contribuinte de manter a contabilidade organizada- O dever da administrao liquidar um imposto, etc...Todos estes auxiliam o dever fundamental que o de entregar uma quantia

    em dinheiro.

    A obrigao tributria irrenuncivel e indisponvel, uma obrigao legal, uma obrigao que tem natureza pblica, executvel, ou seja, a Administraopode accionar os mecanismos para executar o direito de crdito, o ser carcterexecutrio est limitado.O sujeito passivo est tambm sujeito a obrigaes acessrias no que respeita obrigao de escrita, de facturao/recibo, declarativas, obrigao de exibio dedocumentos fiscalmente relevantes.

    A notificao perfeita em termos de contedo e de forma uma condio deeficcia externa dos actos.

    PERSONALIDADE JURDICA TRIBUTRIA (Art 15 LGT):A personalidade tributria consiste na susceptibilidade de ser sujeito de relaesjurdicas tributrias. personalidade tributria aplica-se, em princpio, a teoria geral da personalidadejurdica, com excepo do que no for contrariado pela lei fiscal.O princpio que, quem tem personalidade jurdica tem personalidade jurdicatributria.O IRC manda tributar mesmo a pessoas desprovidas de personalidade jurdica(art 2 CIRC).

    A personalidade jurdica tributria das pessoas singulares adquire-se no momentodo nascimento completo e com vida (art 66 CC).

    A personalidade jurdica tributria das pessoas colectivas depende da naturezajurdica das diversas pessoas colectivas.

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    Assim se se tratar de sociedades comerciais e civis sob a forma comercial (Ex:soc. por quotas, nome individual, comandita) a personalidade jurdica tributriaadquire-se com o registo dos respectivos estatutos na conservatria do registocomercial (art 1 n 4 e 5 C.S.C.).Se se tratar de associaes em geral (ex: associao de bombeiros) apersonalidade tributria adquire-se com a sua constituio nos termos legais

    (escritura pblica e posterior publicao) art 158 e 167 CC.Se se tratar de fundaes (massa patrimonial de bens) a personalidade tributriaadquire-se com a aprovao e reconhecimento dos estatutos e posteriorpublicao (art 158 e 167 do CC).

    CAPACIDADE JURDICA TRIBUTRIA (art 16 LGT):Consiste na capacidade de praticar actos que produzam consequncias jurdicassubstanciais ou formais na relao jurdica tributria.Salvo disposio legal em contrrio, tem capacidade tributria quem tiverpersonalidade tributria. Exceptua-se desse disposto a incapacidade dos

    menores, interditos e inabilitados (art 16 n 3 LGT) e das entidades sempersonalidade jurdica (exercidas pelos seus representantes nos termos legais).

    A REPRESENTAO:Sempre que um sujeito passivo no pode agir como tal, h lugar suarepresentao. A representao pode ser:

    Legal:Quando feita nos termos previstos na lei e em regra por deciso judicial (art 16n1 LGT e art 14 CPPT).

    Pode ser representao do menor, do incapaz ou do interior, representadopor quem exera o poder paternal, a tutria ou curadoria (art 16 GLT) ourepresentao das entidades desprovidas de personalidade jurdica, mas compersonalidade tributria, representadas pelas pessoas que, legalmente ou defacto, efectivamente as administrem (art 8 CPPT).

    Voluntria:Quando feita por escolha do representado, no pleno uso da sua capacidade

    jurdica tributria (art 16 n 1 LGT e arts 5 e 6 CPPT).NOTA:ver tambm art 17 LGT (gesto de negcios)

    SUBSTITUIO TRIBUTRIA (art 20 LGT):A substituio tributria verifica-se quando, por imposio da lei, a prestaotributria for exigida a pessoa diferente do contribuinte, por exemplo a entidadepatronal ou uma instituio de crdito.

    A substituio tributria efectiva-se atravs do mecanismo da reteno na fontedo imposto devido. Ver arts 71, 98, 99, 100 e 101 CIRS e arts 88 e 89CIRC.

    A substituio tributria difere de repercusso tributria pois enquanto que nasubstituio a entidade patronal retm o imposto ao sujeito passivo que titular

    do rendimento na repercusso o sujeito econmico suporta o imposto.Por conta do imposto devido a final ou com a natureza definitiva, por meio detaxas liberatrias.

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    Natureza das retenes:

    Por conta do imposto devido a final (substituio parcial):Com carcter de adiantamento. Retenes sobre rendimentos pagos a residentesdas categorias A, B, E, F e H

    Com a natureza definitiva, por meio de taxas liberatrias (substituio

    total):Retenes sobre rendimentos pagos a no residentes, juros, rendimentos deresidentes provenientes de jogo, etc

    Intervenientes da substituio tributria:

    Estado

    Substitudos: o sujeito passivo. o verdadeiro contribuinte.

    Substituto: aquele a quem a lei obriga a fazer o pagamento do imposto em nome dotrabalhador, substitui os sujeitos passivos por imposio da lei. obrigado a efectuar as retenes, proceder sua entrega e prestar contasatravs da declarao.Ningum nomeado substituto por arbtrio, est algo por trs, por exemplo umcontrato de arrendamento, contrato de trabalho, um contrato de depsito, etc

    A substituio tributria aplica-se, sobretudo, aos casos de reteno na fonte (art28 LGT).

    Responsabilidade Tributria: Originria ou de 1 grau:

    Responsabilidade directa pelo imposto, que s termina com a inexistncia debens ou no localizao do paradeiro (art 22 n 1 e 2 LGT)

    Subsidiria ou de 2 grau:S se efectiva por reverso do processo em execuo fiscal (art 23 n 1 LGT);

    Solidria:Responsabilidade conjunta, quer no mbito da responsabilidade originria(responsabilidade pelo IRS dos membros do agregado), quer subsidiria(membros dos corpos sociais das pessoas colectivas).

    Responsabilidade do substituto:

    Tendo sido efectuadas retenes por conta: obrigado a entregar se no entregar est a violar uma obrigao, logo responsvel: Responsabilidade originria ou de 1 grau do substituto pelas importncias

    retidas e no entregues.O substitudo no tem qualquer responsabilidade (art 28 LGT).

    O substituto ainda responsvel pelo pagamento de juros compensatriospela no entrega das retenes, ou pela entrega tardia.

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    PROCEDIMENTO TRIBUTRIO: toda a sucesso de actos dirigida declarao de direitos tributrios (art 54LGT).O procedimento tributrio aplica-se auto-liquidao, reteno na fonte ourepercusso legal a terceiros.O procedimento tributrio segue a forma escrita (art 54 n 3 LGT).

    A Administrao tributria exerce as suas atribuies na prossecuo do interessepblico, de acordo com os princpios da legalidade, igualdade, proporcionalidade,

    justia, imparcialidade, celeridade e no respeito pelas garantias dos contribuintese demais obrigados tributrios (art 55 LGT).O procedimento tributrio compreende um conjunto de procedimentos tpicos emmatria tributria, entre esses esto os previstos nas alneas de a) a h) do n1 art54 LGT.

    A legitimidade para intervir no procedimento e no processo tributrio est previstano art 9 do CPPT.

    Princpios gerais do procedimento tributrio:

    Princpio do contraditrio e da proporcionalidade (art 58 LGT):Os actos a adoptar devem estar de acordo com os princpios daproporcionalidade, eficincia, praticabilidade e simplicidade.

    Apurar a verdade material.

    Princpio do duplo grau de deciso (art 56 LGT):A mesma pretenso do contribuinte s pode ser apreciada sucessivamente por 2rgos que integram a Administrao Tributria.

    A Administrao sempre obrigada a decidir excepto se a mesma situao lhe forposta no prazo de 2 anos (n 2 art 56 LGT).

    Princpio da cooperao entre a Administrao e os contribuintes:A Administrao deve esclarecer os contribuintes das suas obrigaes tributriase estes devem cooperar com a Administrao tributria (art 59 e 60 LGT).

    Princpio da cooperao de entidades pblicas:H um dever geral de cooperao de todas as entidades pblicas como a

    Administrao tributria.

    Princpio da verdade material:Devem utilizar-se todos os meios de prova indispensveis ao correcto apuramentodos factos (art 72 LGT)

    Legitimidade contributiva no procedimento:Tm legitimidade no procedimento os sujeitos passivos, os substitutos, osresponsveis, outros obrigados tributrios e outras pessoas que provem interesse(art 65 e 66 LGT).

    Procedimento prvio de informao:A Administrao Tributria deve emitir orientaes genricas atravs decirculares, embora s vinculem os funcionrios e a Administrao Tributria.

    Informaes vinculativas (art 68 LGT):

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    As informaes vinculativas aos contribuintes, sobre a sua concreta situaotributria, vinculam a Administrao Tributria (informaes escritas).

    Avaliao prvia dos bens:Mediante pagamento de uma taxa, podem os interessados solicitar a avaliaodos bens.

    Princpio da verdade declarativa:O procedimento da liquidao pela Administrao Tributria instaura-se, em regra,com base nas declaraes dos contribuintes ou, na sua falta ou vcio, com basenos elementos disponveis.

    Aplicao das normas anti-abuso:Depende da abertura de procedimento prprio, sendo obrigatria a audio docontribuinte, o contribuinte tem de ser previamente ouvido.

    Presunes:Todas as presunes em matria fiscal so tantum jris, ou seja, so ilidveis(destrutveis) em procedimento administrativo prprio, nunca so verdadesabsolutas (art 73 LGT).

    Juros indemnizatrios a favor do contribuinte:So pagos sempre que for proferida deciso que os reconhea ou o reembolso doexcesso de imposto retido no seja atempadamente.Os juros indemnizatrios a favor do contribuinte s so pagos pela AdministraoTributria se forem pedidos.Ex: Se o contribuinte pagou mais 50 e pedir o dinheiro que pagou a mais a

    Administrao tem que pedir que lhe sejam pagos os juros. Os juros podem pedirautonomamente.

    Reconhecimento de benefcios fiscais:Salvo tratar-se de benefcios fiscais automticos, que operam ope lege oreconhecimento dos benefcios depende da iniciativa dos interessados.

    Reclamao graciosa:Visa a anulao total ou parcial do acto tributrio.Os prazos para reclamar so diversos, regra geral, so de 90 dias a contar dadata limite de pagamento. Mas h casos especiais para efectuar uma reclamao

    graciosa sendo de 1 ano no caso de preterio de formalidades essenciaisou de inexistncia total ou parcial do facto tributrio ou de 2 anos no caso deautoliquidao de IRC e no caso das retenes.O prazo para decidir uma reclamao graciosa de 180 dias sob pena de incorrero acto tcito de indeferimento.

    A reclamao graciosa pode ser apresentada em coligao, se no houverprejuzo parta a celeridade da deciso.

    A entidade competente para a deciso o rgo perifrico regional, podendo sero rgo perifrico local em causa de valor no superior ao quntuplo da alada

    dos TAF (4 686, 25 ) ou em casos de simplicidade.

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    Os agravamentos colecta ocorrem nos casos em que a reclamao no sejacondio de impugnao e nos casos em que seja destituda de fundamentorazovel. O agravamento varivel, com o mximo de 5% da colecta.

    Recurso hierrquico:Sem prejuzo do duplo grau de deciso, todas as decises dos rgos da

    Administrao Tributria so susceptveis de recurso hierrquico.O recurso hierrquico tem natureza meramente facultativa e efeitos devolutivos,excepto se a lei os considerar de efeito suspensivo.O prazo para a sua apresentao de 30 dias a contar da notificao da decisodo acto de que se recorre.Devem ser decididos no prazo mximo de 60 dias.

    Competncia para a instaurao da reclamao:A petio deve ser dirigida ao rgo perifrico regional (Director de Finanas dodistrito do domicilio ou sede do contribuinte.

    Se for feita verbalmente deve ser feita no rgo perifrico local (Servio local definanas do domicilio ou sede).

    GARANTIAS DO CONTRIBUINTE:

    Garantias no impugnatrias: As que exigem o respeito pelos princpios constitucionais do sistema fiscal dalegalidade, igualdade, justia, participao, proporcionalidade, de certeza esegurana e da celeridade. As que conferem direitos subjectivos, nomeadamente o direito informao,direito fundamentao dos actos, direito notificao, direito ao pagamento

    de prestaes, direito ao pagamento de juros indemnizatrios. Garantias no procedimento tributrio: Reclamao graciosa; Recurso hierrquico; Reviso da matria tributvel; Reviso dos actos tributrios. Garantias processo tributrio: Impugnao judicial;

    Oposio execuo fiscal; Aco para reconhecimento de um direito ou interesse legtimo em matriatributria; Intimao para consulta de documentos ou passagem de certides; Recurso da deciso administrativa tributria relativa derrogao do sigilobancrio; Recurso da deciso da Administrao Tributria de avaliao indirecta; Intimao para um comportamento em caso de omisso lesiva de direito ouinteresse legtimo; Recurso contencioso dos actos relativos a questes tributrias, que noenvolva a apreciao do acto tributrio de liquidao; Recurso de actos de aplicao de coimas; Recurso de actos praticados em processo de execuo fiscal.

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    NOTA: Regra geral o prazo para reclamar ou impugnar de 90 dias.

    CARACTERSTICAS DO IRC: Imposto sobre o rendimento, porque incide sobre o rendimento; Imposto directo, porque incide sobre a manifestao directa da capacidadecontributiva; Imposto peridico, porque a tributao , em regra anual, por sucessivosperodos de tributao, poder ou no coincidir com o ano civil; Imposto proporcional porque a taxa constante, independentemente do valorda matria colectvel. No h taxas progressivas; Imposto estadual, na parte em que o sujeito activo o Estado, visto que, hoje,as regies autnomas so entidades credoras de imposto gerado nas suasregies; Imposto real, porque tributa os rendimentos das pessoas colectivas; Imposto principal, porque tem autonomia prpria, no depende de nenhumoutro imposto;

    Imposto global, porque incide sobre o conjunto dos rendimentos.