direito fiscal - aulas teóricas

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Direito Fiscal FDUCP Maria Luísa Lobo 2011/2012 Página 1 Aulas Teóricas Prof. João Gama Aula 1 13 de Setembro Decisão Financeira e Estado Fiscal Tema: Quem deve pagar o Preço Certo em Euros? Mercados Eficientes (pressupostos) Property right (tragédia dos bandidos): só o mercado eficiente, se houver alguém que delimite as esferas de actuação de uma pessoa/empresa/país em relação a outra pode caminhar para uma solução óptima de distribuição de direitos. Enforcement: tutela desses direitos (protecção contra intromissões fornecida pelo Estado) Falhas de Mercado: situações em que o mercado, não conduz a uma optimização óptima de recursos intervenção do Estado para que reponha os factores de distribuição da riqueza Concorrência Externalidades (positivas e negativas): situações em que em resultado da conduta de alguém consequências para outrem. Mercados incompletos (m.n gera bem, apesar de preço inferior procura pode pagar) Assimetrias de informação, custos de transacção e de controlo Falhas de informação (carros usados) Desemprego, inflação Bens públicos: exemplo farol que imite sinal de luz a partir do momento em que ele está construído ele aproveita a todos os barcos que estão na zona de aproximação do farol, não existe rivalidade no seu consumo. Alem disso, naturalmente é difícil excluir alguém da sua utilização (ex. não se pode impedir alguém de visualizar o consumo) bem de consumo não rival. Problema: quem paga? Todos utilizam mas nem todos pagam! não existe um incentivo para o pagamento do bem de quem o possa utilizar. Intervenção do Estado prestando esse bem público. Mercados Eficientes (consequências) Distribuição da riqueza: o Estado tem de encontrar uma forma de redistribuição de riqueza (tirar aos ricos e dar aos pobres efeito Robin Hood) Escolhas individuais: mesmo que os mercados sejam funcionais, mesmo que o estado corrija as falhas de mercado e redistribua o Estado, este ainda tem de indicar aquilo que se deve ou não fazer: concepção de Estado Dominante,

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Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 1

Aulas Teóricas – Prof. João Gama

Aula 1 – 13 de Setembro – Decisão Financeira e Estado Fiscal

Tema: Quem deve pagar o Preço Certo em Euros?

Mercados Eficientes (pressupostos)

Property right (tragédia dos bandidos): só o mercado eficiente, se houver

alguém que delimite as esferas de actuação de uma pessoa/empresa/país em

relação a outra pode caminhar para uma solução óptima de distribuição de

direitos.

Enforcement: tutela desses direitos (protecção contra intromissões fornecida

pelo Estado)

Falhas de Mercado: situações em que o mercado, não conduz a uma optimização

óptima de recursos intervenção do Estado para que reponha os factores de

distribuição da riqueza

Concorrência

Externalidades (positivas e negativas): situações em que em resultado da

conduta de alguém consequências para outrem.

Mercados incompletos (m.n gera bem, apesar de preço inferior procura pode

pagar)

Assimetrias de informação, custos de transacção e de controlo

Falhas de informação (carros usados)

Desemprego, inflação

Bens públicos: exemplo farol que imite sinal de luz – a partir do momento em

que ele está construído ele aproveita a todos os barcos que estão na zona de

aproximação do farol, não existe rivalidade no seu consumo. Alem disso,

naturalmente é difícil excluir alguém da sua utilização (ex. não se pode impedir

alguém de visualizar o consumo) bem de consumo não rival. Problema:

quem paga? Todos utilizam mas nem todos pagam! não existe um incentivo

para o pagamento do bem de quem o possa utilizar. Intervenção do Estado

prestando esse bem público.

Mercados Eficientes (consequências)

Distribuição da riqueza: o Estado tem de encontrar uma forma de redistribuição

de riqueza (tirar aos ricos e dar aos pobres efeito Robin Hood)

Escolhas individuais: mesmo que os mercados sejam funcionais, mesmo que o

estado corrija as falhas de mercado e redistribua o Estado, este ainda tem de

indicar aquilo que se deve ou não fazer: concepção de Estado Dominante,

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concepção de poder (sobre a vida das pessoas) diz por exemplo, que os

menores de 16anos não possam beber.

Inevitabilidade de intervenção do Estado quem paga esta intervenção?

Direito Fiscal enquanto ciência que estuda a afectação de recursos para o

financiamento do Estado

Receitas Públicas:

Mas de onde vem o dinheiro?

art. 38º da CRP

Unidades Monetárias: historicamente quando algum país tinha algum problema

financeiro invadia os países vizinhos! Hoje em dia, tal não acontece: através de

recursos naturais – se houver petróleo em Portugal, teoricamente esse recurso é do

Estado Português e este não precisa de cobrar impostos (tal acontece muito na

Noruega, Brasil, Timor .. cerca de 90%). Economia colectiva: o Estado produz todos os

bens, sendo que não precisa de cobrar impostos. Tributos cobrados a pessoas ou

empresas. Existe ainda como forma de receita pública, quando o Estado não tem

dinheiro, a possibilidade de recurso ao credito – é bom dentro de certos limites

(investimentos de capital), mas nem sempre – recurso ao credito enquanto forma de

mais impostos! nunca é uma verdadeira receita !

Tributos – problema da Justiça Fiscal

Tributos (art. 3º/2 da LGT): receitas cobradas pelo Estado para satisfação de

necessidades publicas, sem função sancionatória

Impostos

Prestação

Pecuniária (sing. ou reiterada)

Sem conexão com contraprestação especifica)

Ex. IRS e IRC

Taxas

Prestação pecuniária

Comutativa/sintagmática (prestação individualizável é pressuposto e

destino). Ex. Taxa Urbanística e Taxa de Justiça

Contribuições

Aula 2 – 15 de Setembro

Tema: Gordos devem pagar mais impostos que os jogadores de futebol?

Questão básica da Tributação: quem irá suportar os custos que resultam das

tarefas/escolhas do Estado?

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Ao vivermos numa economia monetária, as formas de financiamento do Estado

assentam sobretudo não na produção de bens e de recursos naturais mas sim na

tributação mesmo num Estado com muitos recursos naturais, não deve depender só

deles.

Como escolher as pessoas (singulares ou colectivas) que o Estado vai tributar?

A escolha do OE da despesa é que determina a escolha da repartição da carga

fiscal.

A função dos impostos, do jurista fiscal, assenta em repartir, em equidade, como são

distribuídos os impostos.

O imposto tem ainda a função de proibir determinados comportamentos (ex.

proibição de comprar tabaco, hambúrgueres, carros ..)

Em relação a alguns tipos de bens, o Estado deve incentivá-los através de benefícios

fiscais.

Revisão da aula anterior:

Contribuição para Áudio Visual – tributo relacionado com o consumo de electricidade

Este tributo serve para financiar o serviço de rádio e televisão o governo cria

controlar quem tinha rádio e televisão.

Tributo cobrado sobre a electricidade pago pelo titular da factura de electricidade

que pode não ser o consumidor

Justificação para a existência de um canal de televisão e rádio público? Prestam um

serviço publico de informação, mas na verdade teoricamente o mercado não vai

gerar a oferta de determinados programas (informação independente, programação

cultural, programação em língua portuguesa). Ou seja, se o mercado não produz

alguém tem de financiar e este alguém são os contribuinte (externalidade positivo). E

porque é que não é uma taxa? Porque é importante existir um acesso a todos –

permite toda a gente ver o que quiser! Todos usufruem, logo a tributação deve ser

feita de uma forma geral (imposto) e não sinalagmática (taxa).

CAV

Opção Entre tributos

Nem público (dificuldade, mutação)

Dificuldades de categorização: áudio visual imposto ou contribuição

Privatização da cobrança de impostos

-Bíblia: cobrados de impostos = prostitutas pecado

-Vantagens e Desvantagens

EDP enquanto empresa privada que cobre a prestação de imposto

Conta da electricidade – privada

CAV - público

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Na fixação do valor de uma taxa podemos ter em conta o custo da prestação

pública – princípio da cobertura do custo + alguma doutrina beneficio para o

particular as taxas devem ser criadas com um montante para cobrir aquilo que

necessitam mas nunca devem ter em conta o rendimento do particular

Isenção

Art. 2º/1 EBF VS art. 7º/3 LGT

Norma 2grau

Razoes extras fiscais: existe uma razão económica ou social que são

consideradas pelo legislador como benéficas logo deve ser incentivadas

através:

Benefícios Fiscais

Subsídios: em termos teóricos, embora a vantagem teórica não seja tão

evidente em Portugal, são renováveis ano a ano – exercício de

discricionariedade e deste modo preferíveis aos benefícios fiscais que são mais

transparentes.

Excepcional: o imposto é a regra

Legitimação do fim

Isenções pessoais e gozo:

Especial intensidade de igualdade

Pergunta: A não tributação do ‘’mínimo de existência’’ é um benefício fiscal? – não,

na medida em que só pode haver imposto se houver rendimento, e o rendimento até

um certo patamar não é um rendimento – é todo consumido na escola, na

alimentação, etc.

Não são isenções:

Mínimo de existência

Deduções de custos: quando uma empresa compra um automóvel e amortiza

– só o usa para trabalho (razão puramente fiscal)

Deduções nas despesas de saúde e educação

Legitimação:

Lobis: são bons se todos os concorrentes de todas as empresas

Quebra de sistemacidade: possibilidade de aproveitamento, de abuso..

Legitimidade pelo extra fiscal

Necessidade de cálculo: o estado tem de provar o que vai ganhar

art. 6º EBF

Definição previa, objectiva, genérica

Igualdade para a livre concorrência

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Aula 3 – 20 de Setembro - Redistribuição

Tema: Os Ricos que Paguem a Crise

Revisão da Aula Anterior - Extrafiscalidade

Os impostos muitas vezes tem objectivos extrafiscais: fomento económico e social

Mínimo de existência – não é um beneficio fiscal

Benefícios fiscais/isenções (terminologia que o Prof. Saldanha Sanches considera mais

adequada) art. 58 EBF (propriedade intelectual) Nada mais dizendo a norma, trata

se de um beneficio fiscal automático

Criação:

art. 5º/1 EBF: criados de modo automático ou por reconhecimento.

Criação por Reconhecimento:

Acto Administrativo

Acordo com a Administração

Nota: art. 65º CPPT (maior participação do sujeito passivo) VS art. 5º/2 EBF

Mais fiscalização: art. 14º LGT e art. 7º EBF

Segredo fiscal n o nosso ordenamento por atribuir um beneficio tem o poder de

controlar esses benefício.

Mantendo-se a despesa idêntica, se eu reduzo a receita eu tenho de ir buscar dinheiro

às outras pessoas – benefício fiscal enquanto aumento da receita fiscal em relação

aos outros

Sin Taxes (Impostos do Pecado)

Jogo

Tabaco

Álcool

Energa

Poluição

Bancos

Fa(s)t Food

Imposto pigouviano: visa diminuir o consumo de um bem (pergunta)

custo social não incluído no preço leva a um sobre consumo

Tributo pigouviano deve equivaler ao custo social (externo) marginal do

consumo daquela unidade: prejuízo que trago para os outros por consumir

mais uma unidade deve ser equiparado

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Muitas dificuldades

Custo adicional em certo bem ou serviço

reduz consumo

gera receita

Tributar, proibir, cap-and-trade, regular command and control

Impostos como causa da externalidade

Crise financeira e benefícios fiscais de aquisiçao de casa; falta de neutralidade

capital e dívida (e exploração de derivados)

Mundo Financeiro

Externalidade negativa

bail out + contagio

Redistribuições dos gestores

Lucros das empresas

Retroactvididade/punição

Matéria da Aula de Hoje

art. 18º do CIVA: taxa normas de IVA – 23%

Taxa marginal máxima de IRS – 46.5%

Redistribuição

Estado Social

art. 81º al. b) CRP: mais do que igualdade de oportunidades

art. 103º/1 CRP

art. 104 CRP

Rendimento Pessoal e Património

Rendimento Empresarial de Consumo

Princípio da Capacidade Contributiva

Prof. Saldanha Sanches: a estrutura das taxas deve ser progressiva

Taxa progressiva: a taxa média de imposto aplicada ao rendimento antes do imposto,

cresce antes do imposto

Kaplow ‘tax and redistirbution’

Para os pobres, mais do que taxa marginal importa nível de assistência

Ft pode ser mais ou menos redistributivo. Depende:

Nível de isenção (ft com baixa isenção, menos; com elevada isenção, mais)

Ft com taxas próximas de impostos progressivos: ft mais generosos para ricos e

pobres, progressivo mais generoso para a classe média.

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Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 7

Nível de taxa e de receita

Limites da redistribuição através dos impostos

Meios para redistribuição:

Taxas mas não so

Base

Despesa Pública

A Jurisprudência do Tribunal Constitucional não tem um forte activismo quanto aos

limites materiais da tributação.

Aula 4 – 22 de Setembro & Aula 5 – 27 de Setembro: Soberania Fiscal

Tema: “Brasil, Bruxelas, Madeira, Chelas”

Quem deve pagar mais IRS?

Família Silva Família Santos

Pai, Mãe, 2 filhos (1 e 3anos)

Rendimento Anual: 100 mil €

Pai e Mãe trabalham

Colégio: 5 mil € ano/filho

Empregada: 10 mil €/ano

Pai, Mãe, 2 filhos (1 e 3anos)

Rendimento Anual: 100 mil €

Pai trabalha, mãe fica em casa

com os filhos

Restantes Despesas (casa, saúde, etc): igual em ambas as famílias

Família Silva: despesas necessárias, sendo que o seu rendimento liquido é menor, logo

tem menos dinheiro.

Família Santos: não investe o dinheiro.

Em suma, qualquer norma fiscal que exista é uma norma que tem um pressuposto

ideológico – o direito fiscal é sempre reflexo de uma escolha política fiscal.

(pergunta) A CAV é um imposto: criado tendo em conta o objectivo de financiar uma

parte do serviço publico de rádio e televisão. Mas porque é que não é financiado

normalmente?

Serviço de rádio e televisã: bem publico

(pergunta) Qual o imposto que menos receita gera? IRC

Nota: IRC é metade do IRS. IRS + IRC mais ou menos =IVA

Prof. César das Neves: quando é para subir sobe-se as taxas do IVA, quando é para

descer desce-se o IRC

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O imposto mais progressivo é o IRS, visto que possui vários escalões.

art. 87º do CIRC: o IRC possui uma progressividade mínima devido ao facto de só

possuir dois escalões.

IVA possui três taxas: 6%, 13% 3 23%.

Embora o IVA seja proporcional, alguma doutrina tem vindo a defender que devido à

existência de três taxas existe alguma progressividade.

Listas do IVA – livro electrónico tem gerado discussões saber qual o IVA

(pergunta) Os benefícios fiscais são despesas fiscais? Sim (art. 2º/3 EBF)

Objectivos de um sistema fiscal

Equidade: horizontal e vertical (a doutrina diverge quanto ao facto de ser ou

não inerente a um bom sistema fiscal)

Eficiência: Eficiência: sistema fiscal no seu financiamento não cause

danos/fricções ao normal financiamento da vida económica das

pessoas/empresas

Taxas

Benefícios

Simplicidade: não é concreto

Curva de Laffer

Aplicando a curva de Laffer a receita fiscal com uma taxa de 55% em relação a uma

taxa de 50%? Depende do ponto de equilíbrio

Ponto de equilibro: depende do que uma sociedade num determinado momento esta

disposta a dar.

Equilíbrio? Ninguém sabe o que é, quando se verifica

Prova empírica? É muito difícil perceber se quando a receita decresça ela o faz pelo

aumento da taxa ou por outros factores

Elasticidade do factor trabalho (posso deixar de trabalhar? Posso deixar de trabalhar

tanto?)

Facilidade de fuga? Controlo, lacunas.

Valor presente

1 euro vale mais hoje do que amanha: vou tentar adiar o pagamento do imposto –

adiamento do pagamento do imposto

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Adiamento do pagamento doe impostos

legais e ilegais

Tempo

Exemplo: Dentista em 30 de Dezembro – 150 euros. Pago em Janeiro

Quando é tributado? art. 3º/6 e CIRS e art. 36º/1 CIVA – momento da tributação

Dois interesses ficais que podem coincidir ou não?

Espaço

Competitividade fiscal das economias: tentar atrair o investimento

Demagogia e realidade: não vamos acreditar que é por um país ter taxas muito

baixas que vai atrair muitos investimentos. Os investimentos relacionam-se com o

produto interno ligado

Cachet, 600k euros

Optimus alive – Ivete Sangalo, cade você?

Maracana

Sobre os 600k euros, ivete deve pagar imposto onde?

- No Brasil

- em Portugal

- nos EUA

- Em Lisboa

Critério da Residência Critério da Fonte

Solidariedade

World Wide Taxation

Tributação Ilimitada

Sujeição Ilimitada

Capacidade Contributiva

Totalidade da Situação

O estado da fonte do rendimento

teve um desenvolvimento nas

infra-estruturas, televisões do

espectáculo.

Equivalência

Contributo para a formação

Sujeição limitada

Tributação limitada

‘’Territorialidade’’

Critério da Residência & Critério da Fonte: art. 12º LGT, 13º CIRS, 2º e 4º CIRC

Soberania Fiscal

Grau de Liberdade na formulação da politica fiscal

Varia da razão inversa: integração económica e descentralização politica

Objecto-soberania: legislativa; administrativa, judicial e quanto às receitas

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Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 10

(pergunta) A soberania fiscal diminui com a integração europeia e com a

regionalização

Direito Fiscal Internacional

Situação Plurilocalizada

Direito fiscal externo e direito internacional fiscal

DFE: normas unilaterais, para situações plurilocalizadas

art. 15º CIRS

World Wide Taxation

art. 18º/1 al. o)

art. 71º/1

Regra: país de redidência que tem a visão global da coisa

Fontes de DIF

ADT (3 modelos: OCDE, US, UN)

Reduzem o direito de tributar, deslocando normalmente da fonte para a residência

em rendimentos passivos

Em Portugal, os ADT são:

Negociados pelo Governo

Aprovados pela Assembleia da República – Tratado

Ratificados pelo Presidente da República

Troca de Instrumentos

Publicação

Entram em vigor!

Os ADT enquanto normas de atenuação da dupla tributação.

Modelo UN – escolhido por países em vias de desenvolvimento com um conjunto de

normas mais favoráveis à fonte.

ADT enquanto acordo bilateral em que um dos pais elimina o direito de tributar.

Aula 6 29 de Setembro

Soberania Fiscal (cont.)

Imposto Europeu sobre as transacções europeias: presidente da comissão europeia

anunciou ontem – ideia de que a banca (sector financeiro) criou uma crise, sendo que

essa crise resultou da culpa de vários factores.

Soberania Fiscal

a) DIF – CONCLUSAO

b) DEF

Tributação Indirecta

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Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 11

Tributação Directa

art. 23º ADT Portugal –Brasil: Estado contraente enquanto parte do Tratado

Fontes de DIF

GATT/OMC

- art. III, 2 GATT (proibição de discriminação em produtos similares com impostos

superiores)

TBI: tratados bilaterais de investimento que contém normas fiscais: mais comum

em países menos desenvolvidos. Exemplo: Se a tua empresa investir no meu

pais em garanto que os impostos não vão aumentar – clausula de estabilidade

fiscal

ATI

Outros: exemplo tratados sobre o comercio aéreo – ranking superior na

hierarquia normativa

art. 8º CRP

NOTA: as mais valias verificadas por alienação de acções na bolsa por não residentes

em Portugal não são tributadas – a pessoa que aliena as acções num estado

(exemplo, Portugal) que tenha um ADT (art. 27º EBF)) – medo que não seja mesmo um

não residente – se tiver um ADT pode haver troca de informações. Se adt o governo

português tem de acreditar no que lhe é dito

art. 26º e 28 do ADT – troca de informações

O alcance da não discriminação – é maior no direito fiscal europeu do que no direito

internacional fiscal. Porque?

Direito fiscal europeu

Prosperidade:

Integração económica

- remoção obstáculos circulação de bens

- eliminação direitos aduaneiros

- restrições quantitativas

- encargo de efeito equivalente

- pac

- liberdade circulação de pessoas, bens, capitais, livre ps

Preocupações fiscais dos interessados no processo europeu foi num primeiro momento

uma preocupação sobre os impostos do consumo

A Constituição Fiscal Europeia é sobretudo um produto do tribunal

art. 30º (ex artigo 25º TCE): são proibidos entre os em os direitos aduaneiros de

importação ou os encargos de efeito equivalente – proibição igualmente aplicável

aos direitos aduaneiros de natureza fiscal

Page 12: Direito Fiscal - Aulas Teóricas

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Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 12

art. 110º (90 TCE): não inventar impostos que na pratica so se aplicam as fronteiras de

outros países

art. 103º (93º TCE))

‘’volume de negócios’’ = (nosso) IVA

Qual destes produtos não se encontra sujeito a IEC’S harmonizados? Café – apenas

sujeito a IVA

- IEC’S

ALCOOL

TABACO

PPE

TAXAS MINIMAS

EM’S podem manter impostos indirectos?

A receita do IVA cobrados pertence a UE? Não

Dtos aduaneiros pauta comum

PIB – países ricos mais

Com base da taxa do IVA (media – as que estão a baixo compensão a união)

Taxas IVA

art. 96º: pessoas singulares

art. 98º/1: uma ou duas taxas

art. 100º: analise periódica pelo Conselho, com base em relatório da Comissão

art. 105º: Madeira

Aula 7 – 4 de Outubro

Tributação Directa

Harmonização positiva – 115

Dificuldades – soberanias

Tributação indirecta: tributação semelhante à tributação aduaneira que se visa

eliminar

Nota: o IVA consta de uma directiva

Art. 115º (ex. art. 94º TCE)

Harmonização Positiva

Tributação Directa. Ex. os

Directiva Mães- Filhas

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Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 13

Diferença tratamento entre grupo europeu e grupo nacional

Objectivo: eliminação da dupla tributação na distribuição de lucros

Directiva fusões

Neutralidade em reorgs internas não é verificada nas reorgs europeias

Objectivo: neutralidade

Uma empresa é tributada quando realiza (princípio básico – realização) ganhos (lucros

reais, de realização). Existe a realização quando há um acto que descoleta essa

realização.

Harmonização Negativa

Realizada pelo TJCE

Tributação Indirecta

5 liberdades fundamentais

Circulação de mercadorias

Pessoas e trabalhadores: 21 + 45 – TFUE

Capitais – 63 TFUE

Serviços – 56 TFUE

Estabelecimento – 49 TFUE

São tributáveis as mais-valias x y e z

As mais-valias referidas, quando realizadas por residentes são apenas tributáveis em

50% do seu valor.

Senhora alemã, residente em Berlim vende casa na Quinta do Lago.

Tal violaria um pouco a liberdade de estabelecimento.

Exemplo2: senhora portuguesa que alienava uma casa na Lapónia. ‘’Se eu alienar a

minha habitação própria e permanente e se investir noutra casa não sou tributado, se

situada em território nacional’’ – norma que depois foi considera ilegal pelo tribunal.

Caso do representante fiscal: norma que diz que os não residentes são obrigados a

nomear um representante fiscal – o tribunal diz que não tem de ser.

Autarquias Locais

Esquizofrenia: quando existe autonomia financeira tal leva a um..

Fundamento: ideia de subsidiariedade – os estados estejam organizados com

uma certa descentralização.

Evolução (RC 1997)

É necessário uma certa autonomia financeira. A democracia é o principal limite à

tributação.

Quantos mais poderes tributários tiverem mais controlo orçamental.

Page 14: Direito Fiscal - Aulas Teóricas

Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 14

Art. 254º CRP

Participação nas receitas dos impostos directos

1. Os municípios participam, por direito próprio e nos termos definidos pela lei,

nas receitas provenientes dos impostos directos

2. Os municípios dispõem de receitas tributárias próprias nos termos da lei

As autarquias locais não tem poderes face ao IVA

Poderes

Produto da cobrança vários impostos (10.1, .. a LFL)

Derramas – 14

Cobranças/ Fee de cobrança – 13.4

Participação variável no IRS (20.1)

Isenções (12.2)

Taxa IMI

Derrame – adicional ao IRC (14/1 LFL)

Incidência: sobre o lucro tributado das empresas gerado no concelho (14/2

LFL)

Lacuna: como a derrama é um adicional ao IRC, são as regras deste que

regem? É estranho a derrama não ter regras próprias.

Repartição

Participação variável no IRS – ART 20º LFL

AcTC 711/2006

Votos com os pés? Ideia económica americana: as pessoas premeiam uma

determinada política fiscal votando com os pés, ou seja vão residir para a

circuncisão que adopta aquela colecta fiscal.

Derrama negativa

Aula 8 – 11 de Outubro

(pergunta) No Acórdão Take Away ganhou o fisco/o contribuinte (o professor aceitou

as duas respostas).

Análise do Acórdão:

Fazenda Pública – Fisco/Estado

Contribuinte/Empresa – Sujeito Passivo de IVA

Procurador – Representante do Ministério Público (departamento do Ministério

da Justiça, sendo uma das suas principais funções a de investimento e

acusação penal)

Acórdão: conclusões + decisão: a empresa cobrou à Taxa de 12% de IVA taxa mais

baixa leva a que os preços sejam mais baixos.

Lei Portuguesa após analise dos factos passou a dizer que o Drive In (ir a um

restaurante e levar a comida para casa) está incluída no preço alteração

constitutiva.

Page 15: Direito Fiscal - Aulas Teóricas

Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 15

Legalidade

Fundamento

QOT

Racionalidade

Segurança

Transparência

Igualdade

(pergunta) A expressão ‘’taxa’’ no art. 103º da CRP significa taxa enquanto % -

elemento do imposto.

art. 165º/1 al. i) CRP: taxa enquanto espécie de tributo regime geral (≠ cada imposto

em concreto)

Taxa Tobbin (Taxes) – taxa sobre as transacções financeiras. Exemplo: restaurantes

taxados

art. 103º da CRP:

Incidência (objectiva: realidades/rendimento sujeito a imposto – elemento

temporal: rendimento de um determinado período de tempo; subjectivo: de

uma determinada pessoa)

Deveres de cooperação? Liquidação e cobrança?

Benefícios

Nota: no IMT, o sujeito passivo é o adquirente

Os benefícios encontram-se sujeitos à legalidade na medida em que para beneficiar

uns é necessário criar impostos (por lei) para outros.

art. 103º/3: a liquidação e a cobrança na maior parte dos impostos é realizada pelas

pessoas singulares e colectivas no momento em que entregam a declaração de IRS

ou IRC respectivamente.

(pergunta) LGT tem valor reforçado? Não, embora estivesse previsto ter, o Prof. Sousa

Franco no último momento disse que não teria.

Valor reforçado enquanto facto que não pode ser contrariado por outra lei ordinária

todas as normas da LGT com destinatário ao legislador. O legislador não esta

condicionado pela LGT (leis que legislador vai criar).

Normas ilegais/inconstitucionais quando violam uma lei com caracter reforçado – não

acontece em relação à LGT

Limites à Legalidade:

Positivismo

Complexidade do Mundo Actual (Prof. João Gama: complexidade

proporcional à época, pelo que não concorda com este argumento)

Realismo Jurídico (normas fiscais para serem aplicadas por milhares de

contribuintes) e Político

Limites Constitucionais

Page 16: Direito Fiscal - Aulas Teóricas

Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 16

DIF, TFUE, RA

Jurisprudência do TJCE??

Aula 9 – 13 de Outubro

Retroactividade

Segurança Jurídica: âmbito de aplicação da norma permite que eu realize a

minha conduta de acordo com a mesma – relaciona-se com o Principio da

Legalidade (uma verdadeira legalidade tributaria que tenha como objectivo a

maior transparência e clareza da norma, se a norma produzida pelo

parlamento se encontrava em vigor quando eu realizei a minha conduta).

Legalidade (ver anterior)

Neutralidade (implicar no menos possível na vida dos contribuintes e das

empresas, contudo é impossível a total neutralidade da lei fiscal) – ideia de que

os impostos não são neutrais e que os contribuintes e as empresas podem

corrigir essa neutralidade, só é real se os contribuintes e as empresas

conhecerem essas normas.

Direito a Tempo: as normas dispõem sempre para o futuro (cronologia quântica

e astrofísica), contudo na disposição que fazem para o futuro podem alterar

efeitos passados.

Retroactividade

Outros ramos: um dos problemas no direito fiscal, é raciocinarmos do mesmo

modo que no direito penal em que a retroactividade é muito forte (violaria a

liberdade de cada um). Os fins e as consequências do direito penal (direito da

privação da liberdade) e do direito fiscal (direito da liberdade) são opostos

só a existência de tributos levou ao fim da opressão.

Norma fiscal e economia

Neutralidade

Previsibilidade: factor determinada na escolha da condução económica na

vida das pessoas e das empresas

Estado de direitos, Estado de Direito: retroactividade tem de ser visto num

Estado de Direito, mas também num Estado de direitos

Page 17: Direito Fiscal - Aulas Teóricas

Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 17

Fairness e ética fiscal: comportamento justo do Estado – é obvio que o Estado

não pode dispor da retroactividade sem uma razão justificativa – forma de

actuação legislativa (retroactividade) não será a regra.

Demagogia fiscal

Em suma, é preciso olhar para a retroactividade de acordo com o Estado e o Tempo

em que vivemos, não esquecendo que o Direito Fiscal existe numa ordem de valores –

não podemos ter uma posição a favor ou contra a retroactividade.

(pergunta) A CRP contém uma proibição de retroactividade desde 1997.

Retroactividade e norma constitucional

Constituição e interesses (políticos) com representação Parlamentar

Evolução: CRP não consagrava no texto original uma proibição de

retroactividade, mas a partir de 1997 passou a conter a proibição, devido ao

facto de o legislador da revisão constitucional assim o determinou – determinou

em 97’ e não em 76’ devido a um conjunto variado de razões – sempre houve

no universo constitucional tentativas de inserir na CRP uma proibição expressa

de retroactividade norma entra na CRP numa altura em que não era um

problema!

Crítica e interpretação.

Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que tenham natureza retroactividade

(art. 103º/3 CRP)

Objecto:

Destinatário:

Tipo:

‘’Ninguém poder ser obrigado’’ – direito de resistência

(pergunta) A CRP não proíbe a retroactividade favorável ao contribuinte.

Retroactividade e Tribunal Constitucional

Jurisprudência Antiga

Adicional à colecta 15% (PrCC 25/81 + PrCC 14/82) - Sim

Impostos contra incêndios (PrCC 37/82) - Sim

Imposto extraordinário (AcTC 11/83) – Sim

Direitos de importação (AcTC 37/96) – Não

Antes de 97’ toda a retroactividade era admissível? Não, dependia do caso.

Jurisprudência nova – dúvidas

Derrama AcTC 172/00 (reviravolta) – Não – foi o primeiro acórdão em que o TC

aplicou a CRP revista

Cont. especial AcTC 604/2005 (reviravolta) – Não

Novíssima Jurisprudência

Page 18: Direito Fiscal - Aulas Teóricas

Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 18

TX IRS AcTC nº 399/10: subida do IRS em relação a todo o ano o TC, embora

não tenha sido unanime (muitos votos vencidos), decidiu que tal era possível.

Argumento: crise – é indiscutível que existe crise, sendo que esta já justificou

retroactividades mais fortes (art. 103º/3)

No AcTC nº 18/2011 VS AcSTA 281/11, de 6 de Julho

AcTC nº18/2011: tributação autónoma em IRC (tributação que as empresas

têm de pagar sobre certas despesas) contraditório IRC incide sobre o lucro

tributável da empresa (diferença positiva) – não pode haver tributação sobre o

prejuízo na medida em que isso viola o Princípio da Capacidade Contributiva –

art. 88º CIRC – empresa tendo ou não lucro se realizar certas despesas ira

pagar impostos

AcSTA 281/11, de 6 de Julho:

Nota: IMT imposto de obrigação única

Há quem defenda que só existe uma retroactividade forte quando se dá apos se ter

verificado o período de prescrição e caducidade – ou seja, ao fim de 4anos (prof. ‘’as

pessoas gostas de complicar e inventar categorias para tudo no direito como se

tivéssemos em engenheira’’)

Só se sabe se uma empresa teve lucro quando ela é extinta; só se sabe se uma pessoa

foi muito rica quando ela morrer.

O que leva à priorização anual?

As vezes são em março/abril – devido à primavera – agricultura – economia – quando

as pessoas tinham terras agrícolas na primavera reuniam-se nas cortes.

Exemplo: em Junho aprovada nova taxa de IRS – 3hipoteses

Mais conservadora: só se aplica no ano seguinte

Intermédia: aplica-se daí par a frente

Agressiva: durante todo o período tributário – retroactividade inautêntica

Aula 8 – 6 de Outubro

O Tribunal Constitucional considerou a participação variável dos municípios no IRS –

Constitucional

As RA podem criar impostos – Sim

Autonomia

Art. 227º/1 al. i e j)

Ideias que resultam do art. 227º/1 al. i) e j)

RA têm direito próprio a impostos

Poder Tributário Próprio

Podem adaptar o sistema fiscal próprio

Page 19: Direito Fiscal - Aulas Teóricas

Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 19

Direito à receita: art. 19º LFRA

Questão: art. 25º (‘’imposto sobre o subsídio de natal’’):

Nº1 – regra geral: um adicional sobre o IRS, ou seja uma sobre taxa, fica

onde fica o IRS principal

nº3: a norma que crie a sobre taxa de IRS fica onde fica no Orçamento

de Estado. Norma adequada a este diploma? Defesa: crise de âmbito

nacional e orçamento central nacional é que vai ter de resolver a crise

e por isso é que vai para o Orçamento.

Poderes Próprios – art. 53º

Adaptar

Criar e Regular

art. 53º/3: ALRA tem poder de criar e cobrar impostos – competência regulada no art.

54º.

Delimitação Territorial – os impostos só vigoram e consequentemente só são

validos na RA que os cria

Razão para criar impostos tem de ser excepcional (art. 54º/1) – a RA pode

elaborar impostos só para essa RA desde que esse imposto não seja nem que

possa vir a ser objecto de incidência de um imposto nacional RA tem um

pequeno núcleo de impostos que possa criar, uma vez que os impostos

nacionais são bastante genéricos, latos.

Não pode resultar entraves à troca de bens e serviços visa evitar as taxas

alfandegárias.

Sem autonomia financeira não existe uma verdadeira política fiscal.

art. 54º: vigentes apenas RA

art. 55º: adicionais

art. 56º: adaptar: adaptar os impostos já existentes nas RA, de acordo com as

necessidades específicas. Consequência: diminuição da receita da RA, daí que uma

das medidas para recuperar a dívida da Madeira será obrigar as RA a cobrar mais

impostos

art. 58º: administrar. Consequência: é um poder fortíssimo na medida em que permite

fazer inspecções tributárias. Ou seja, existe um poder de IRS e o Ministro das Finanças

tem muito pouco poder – na prática, é um poder de grande autonomia. Os Açores

não avançaram para essa regionalização. Em 2007, a LFRA alterou o art. 58º/2

passando a consagrar que tal só poderia ser para os impostos próprios da RA mas

entretanto já sofreu novamente alterações.

art. 59º benefícios - conceder benefícios fiscais nas RA

Page 20: Direito Fiscal - Aulas Teóricas

Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 20

Prof. João Gama: sistema desequilibrado – existem amplos poderes em impostos que

não são próprios

A Autonomia Fiscal é maior na RA da Madeira a RA da Madeira tem serviços de

finanças próprios – concretizou mais que os Açores.

Limites

CRP – interesse específico – proporcionalidade

TFUE – auxílio de estado

C-88/03 Comissão c. Portugal (Açores)

Legalidade

A Criação de uma taxa sobre o uso e porte de arma é da competência é da

Assembleia da República e do Governo

Qual a taxa do IVA?

Taxas de IVA: 3%, 6%, 23%

2. Outros - CIVA

Livro em papel – não entra na excepção, logo taxa reduzida

Livro em DVD - =

Livro IPAD – ?

Of. Circ 30122, de 1.7. 2011

Esta verba passa a contemplar livros em todos os suportes físicos,

designadamente formatos em CD ou DVD.

No entanto é excluída da aplicação da taxa reduzida a disponibilização de

livros por via electrónica (em suporte desmaterializado) uma vez que o CIV

estabelece que as prestações de serviço por via electrónica se aplica a taxa

normal de IVA.

Da verba 2.1 do CIVA resulta:

Eat, pray love – 6%

Bíblia em couro – 23%

Playboy: 23%

Prof. João Gama: tal cria litígios na zona de fronteira. O legislador pretendeu apenas

mostrar algum moralismo social e económico.

art. 165º al. i) da CRP – competência relativa da AR – criar impostos, regime geral das

taxas e das sobre taxas lei ou decreto-lei autorizado (competência delegável no

Governo)

art. 8º LGT:

Page 21: Direito Fiscal - Aulas Teóricas

Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 21

art. 103º CRP (Conteúdo)

Incidência, taxa..

Deveres de cooperação? Liquidação e cobrança? art. 8º/2 al. c) LGT

Benefícios: é sempre uma violação da igualdade logo carece de uma

legitimidade constitucional forte e alem disso financeiramente tem o efeito de

um imposto nas pessoas que não são beneficiadas.

‘’A lei define a taxa’’: em princípio define o quantitativo da taxa (sem nenhuma

discrepância, intervalo), sendo que só havendo algo extraordinário é que se permite

que o legislador defina por intervalo.

Legalidade

Fundamento: a transferência realizada tem de ser legítima – hoje, os

parlamentos eleitos

QOT (‘’aquilo que toca a todos’’)

Racionalidade

Segurança

Transparência

Igualdade

Aula 10 – 18 de Outubro

Revisões

(pergunta) Alteração da taxa de IVA para a coca-cola pode entrar em vigor hoje

para vendas em Novembro e Dezembro 2012 - Sim, para todas as vendas o IVA é

um imposto de obrigação única, sendo que ainda não foram realizadas as

transacções de bens e serviços – o facto tributário será a venda da coca-cola em

Novembro e em Dezembro

O Lei com Chocolate está sempre para passar a ter um IVA a 23% mas todos os anos o

Governo recua – deve existir uma razão qualquer, embora não seja um bem de

primeira necessidade (ex. venda para as creches)

(pergunta) Revogação da taxa de 12.5% de IRC Constitucional – a taxa de IRC

deixa de ser progressiva e a CRP não proíbe tal.

Retroactividade e benefícios fiscais

Lei Nova em factos (tributários) velhos

Sim: retro proibida

Não: Princípio da Confiança

Comportamento do Estado capaz gerar expect legists

Page 22: Direito Fiscal - Aulas Teóricas

Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 22

Contratual

Fonte Internacional

Temporário

Condicionado

Expect Legits

Investimento Confiança

Inexistência de razoes de interesse público para mudança

Benefícios fiscais enquanto normas de fomento social que visam alterar algo –

desenvolver uma determinada região, por exemplo.

Casos duvidosos

Alteração do regime de tributação de mais-valias

Facto Tributário (manifestação da capacidade contributiva – força económica

que cada um tem)

Aquisição?

Alienação?

Saldo?

Composto?

Retroactividade e segurança jurídica

AcSTA 204/09 (Rel: Lúcio Barbosa)

Venda – facto tributário

Não é o FT complexo

Exemplo: em 2010 a compra de uma casa era acompanhada do facto de na sua

posterior venda não se pagar impostos; em 2011 quando se vende existe uma lei que

diz que irá pagar imposto considerando que a compra da casa em 2010 só se

deveu ao facto de saber que tal iria valorizar, obtendo por esse opção face a todas

as outras possibilidades (por exemplo, comprar acções)

Em suma, na alienação de bens que valorizam a questão é mais complicada na

medida em que existiu uma expectativa e se passarmos da casa de família para um

objecto de rendimento pode-se ter comportado uma expectativa jurídica e talvez seja

necessário ponderar/ considerar que a lei pode mudar.

Retroactividade e critério administrativo

Especificidades

Doutrina administrativa

Informações vinculativas

Incapacidades

Revogação de actos administrativos

Retroactividade material e alterações jurisprudenciais

Enquadramento

Prospective overruling

Mudanças jurisprudenciais

Page 23: Direito Fiscal - Aulas Teóricas

Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 23

Retroactividade de Reforma Fiscal

Reforma Fiscal Permanente

Justiça VS Igualdade

Situações constituídas no passado

Ctr trabalho

Propriedade

Síntese conclusiva

EUA não tem IVA há autores que defendem que sendo o IVA criado tal terá um

efeito retroactivo apesar de só se aplicar no futuro – a economia tem sofrido uma

evolução tao grande e estruturou a sua forma de financiamento tendo em conta um

imposto de rendimento elevado pelo que a criação de IVA seria impossível de aplicar.

(pergunta) o OE é uma lei da AR embora a proposta seja exclusiva do Governo.

Voltando ao eat, pray, love verba 2.1 + circ. 30122, de 1. 7. 2011

Orientações Genéricas

Regime

Natureza

Princípio da Legalidade

Impostos VS Taxas VS Contribuições Especiais

Impostos

o Elementos essenciais VS liquidação e cobrança

o Intensidade

Tipicidade, determinação e exclusivismo

Interpretação da norma fiscal

Sujeitos

Interpretação administrativa

Valor

Necessidade: processos de massa, igualdade, eficiência

Limites: margem de livre apreciação.

Aula 12 – 20 de Outubro

Sujeito Passivo do IVA – pessoa jurídica que explora o restaurante, sendo que

normalmente é uma pessoa colectiva ate pode uma forma de autonomização fiscal.

Consumidor – quem suporta economicamente o imposto (contribuinte) repercussão

económica ocorre no contribuinte do IVA, ou seja contribuinte enquanto aquele em

que se repercute economicamente o IVA repercussão jurídica

Repercussão Económica: quando alguém suporta um imposto de outrem mas não é

assim determinado (ex. IMI)

IRS – repercussão económica na substituição tributaria (art. 20º LGT)

Page 24: Direito Fiscal - Aulas Teóricas

Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 24

Rendimento Adicional OU Isenção quando não pago o imposto e paga outra

entidade – fico 300 euros mais rico!

art. 20º da LGT relação triangular: substituto (ucp) + substituído (sujeito passivo) +

estado

A quantia retida todos os meses aos trabalhadores devem estar sujeitos ao Princípio da

Legalidade?

E está sujeita ao princípio da progressividade? As tabelas de retenção na fonte olham

ao principio da capacidade contributiva.

Mecanismo de anestesia fiscal – as pessoas não recebem 10% e consequentemente

não tem de pagar (preferem tal a pagar 5%)

Ideia da capacidade contributiva – ideia de sacrifício

Todo o mecanismo de retenção na fonte deve olhar à capacidade contributiva mas

não de uma forma exclusiva.

Quanto ao Princípio da Legalidade: não constitui uma oneração efectiva de imposto.

Já não é assim nos casos em que a retenção na fonte é liberatória neste caso é um

imposto.

Taxas de retenção na fonte podem ser alteradas a meio do ano: regra de

comportamento da empresa (retenção na fonte) que tem custos (administrativo,

gestão, etc), sendo que tal podem impor um sacrifício grande as pessoas.

Os contribuintes que não são funcionários públicos nem pensionistas, logo do sector

privado, estão sujeitas em 2012 a um imposto de contribuição nacional que

corresponde ao valor igual ao subsidio de ferias que receberam em 2011.

Taxas importantes: licenças ambientais – para poluição; económica e industrial.

Remoção de um limite jurídico – critica: a licença deve ser quantificada tendo em

conta o efectivo serviço prestado pela licença, sendo que o beneficio não depende

da minha capacidade contributiva mas sim de aceder aquele serviço a licença

deve custear aquilo que o Estado gastou. Podem ser diferenciadas pela actividade?

Taxas: armas (taxa mais elevada nas pistolas mais perigosas); portagem/propinas

(taxas mais baixas para as famílias com menor capacidade contributiva). Justificação:

princípios que se devem justificar autonomamente

Taxa que olha à riqueza é uma taxa nula.

Principio da Igualdade:

Principio da capacidade tributaria (impostos): olha à força económica de

cada pessoa.

Principio da equivalência entre e a cobertura do custo (taxas)

Page 25: Direito Fiscal - Aulas Teóricas

Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 25

Prestação essencial da educação – crp enquanto direito fundamental – logo propinas

enquanto taxas!

Matérias a concentrar: conceitos iniciais (sujeito passivo; sujeito activo substituído

repercutido – IMT)

Princípios – legalidade + segurança jurídica + igualdade (progressividade, capacidade

contributiva)

2 níveis de resposta – lei + casos deixam duvidas

Aula 13 – 25 de Outubro

Plano de matéria a tratar nas próximas aulas

IVA página 409 427

IRC página 345 406

IRS 283 339

Planeamento Fiscal

Rendimentos e actos ilícitos

Avaliação directa e indirecta

Garantia dos contribuintes

Défice: as despesas públicas são superiores a todas as receitas, excepto a proveniente

do crédito.

A dívida que o Estado contrai durante um ano é igual à cobrança do IRS

correspondente a um ano.

Eat Pray Love

Verba 2.1 do CIVA + Of. Circ 30122, de 1. 7. 2011 (Oficio circulado enquanto

forma de orientação genérica cujo objectivo assenta em estabelecer

igualdade na aplicação do tributo)

Segundo este ofício circulado, esta verba passa a contemplar livros em todos os

suportes físicos, designadamente em formatos em CD ou DVD. No entanto é excluída

da aplicação da taxa reduzida a disponibilização de livros por via electrónica (em

suporte desmaterializado), uma vez que o CIVA estabelece que as prestações de

serviços por via electrónica se aplica a taxa normal de IVA.

Destinatário: quem aplica a taxa do IVA é o vendedor, e cobre através do método da

repercussão (poder jurídico do sujeito passivo de passar o imposto para alguém que

tem uma relação contratual com ele, ou seja para aquele que compra o bem ou o

serviço).

Antigamente, os impostos sobre o rendimento eram repartidos por exemplo num

determinado distrito os industriais juntavam-se e repartiam entre si (empresas mais

antigas pagam menos, empresas mais recentes pagam mais..) daí o nome

repartição das finanças!

Princípio da Legalidade

Page 26: Direito Fiscal - Aulas Teóricas

Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 26

Impostos VS Taxas e Contribuições

Impostos

Elementos Essenciais VS Liquidação e cobrança

Desactualização constitucional

Saldanha Sanches

Intensidade

Tipicidade, determinação e exclusivismo

Interpretação da norma fiscal: hoje é feita por sujeitos diferentes daqueles que o

faziam quando quem o aplicava era a Administração Fiscal

O Direito Fiscal moderno implica uma marem larga de sujeitos passivos – Administração

Fiscal tem de lidar com muitos mais (contribuintes) – massa de pessoas – do que ela

própria. Consegue o fazer através de processos de abstracção.

Regime - CPPT

Competência ‘’Dirigente Máxima do Serviço’’ (art. 55º/1 CPPT)

Só estas vinculam a Administração Tributária (art. 55º/2 CPPT)

Devem constar de circulares (art. 55º/3 CPPT)

Só vinculam ‘’a Administração tributária que procedeu à sua emissão’’ (art.

55º/3 CPP)

Base de dados, acesso, etc. (art. 56º CPPT)

Regime II - LGT

Autoliquidação com base em orientação genérica = erro imput serv = juros

indem (art. 43º/2 LGT)

Publicadas em 30 dias (art. 59º/3 al. b) LGT)

Vinculação da Administração Tributária independentemente da forma (art. 68º

-A/1 LGT)

Não são aplicáveis retroactivamente aos contribuintes de boa fé (art. 68º - A/2

LGT)

Conversão informações vinculativas (art. 68º-A/3 LGT)

Com base neste regime:

Efeitos: a maioria da doutrina diz que embora seja verdade que as orientações

genéricas visam modelar o comportamento dos particulares (geram o sistema

fiscal) mas elas só vinculam a administração fiscal, tendo efeito meramente

interno vinculando na medida da hierarquia (doutrina tradicional).

Tribunais (decisões jurisprudenciais que dizem que as orientações genéricas

tem um efeito meramente interno, mas também há aquelas que dizem que

elas tem efeito externo)

Não

Sim

Page 27: Direito Fiscal - Aulas Teóricas

Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 27

Não mas sim

Administração: sim – todos se encontram sujeitos a tal

Contribuintes (depende se lhes convém ou não)

Sim

Não

Consequência: nenhum tribunal, em nenhuma caso, aprecia as orientações genéricas

justificando que se tratam de regulamentos internos e portanto esta fora do seu

âmbito de competência, só podendo em cada caso concreto apreciar a liquidação

do ponto de vista da legalidade (mas não se pode pronunciar sobre a legalidade da

circular).

Natureza

Prof. João Gama: se Administração Fiscal emite normas gerais e abstractas,

publicadas obrigatoriamente, para modelar o comportamento dos particulares, as

circulares são regulamentos vinculando os contribuintes na medida da tolerância ao

risco.

Doutrina Administrativa

Jurisprudência Burocrática

Regulamentos Internos

Regulamentos (Externos)

Consequências

Controlo

Justiça

Igualdade

Aula 14 – 27 de Outubro

IRS- Sujeitos Passivos

Tributação das Pessoas Colectivas (IRC) VS Tributação das Pessoas Singulares (IRS

mas quando estas pessoas singulares desenvolvem uma actividade económica

aplicam-se regras do CIRC) CIRS e CIRC não são estanques (relacionam-se).

(pergunta) Para a maioria da doutrina, uma orientação genérica só vincula a

administração Fiscal (Prof. João Gama considera que é um regulamento, logo é

contra esta resposta).

(pergunta) Uma loja no rossio que vende telemóveis roubados está sujeita a pessoa

colectiva que a detiver Princípio da Igualdade – se a loja X vende telemóveis lícitos

e é tributada em sede de IRC, a loja Y que vende telemóveis ilícitos também deve ser

tributada em sede de IRC Esta Igualdade só se verificada quando existe um

paralelismo face a um sujeito passivo de IRC lícito (tal não se verificar-se-ia, se a

referida loja no Rossio em vez de telemóveis vendesse rins humanos, uma vez que não

existe concorrência).

art. 1º CIRC

Page 28: Direito Fiscal - Aulas Teóricas

Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 28

Rendimentos Obtidos

Lícitos ou Ilícitos

Sujeitos Passivos

Período de Tributação

Quem não sejam sujeitos a IEJogo (art. 7º)

Sujeitos Passivos (art. 2º CIRC)

Sociedades Comerciais, cooperativas, empresas públicas e DPCDPP

Com

Sede

Direcção Efectiva

Território português

(pergunta) Entidades sem personalidade jurídica podem ser sujeitas a IRC embora

não tenha personalidade jurídica tem personalidade tributária.

Entidades sem Personalidade Jurídica com sede ou direcção efectiva em

território português

E cujos rendimentos não sejam tributados em IRS ou IRC na esfera das pessoas

Herança Jacente

Associações sem personalidade jurídica

Sociedades antes do registo

Pessoas colectivas inválidas

Não Residente

Nem sede nem direcção efectiva

Rendimento obtidos em Portugal não sujeitos a IRS

(pergunta) Sede e direcção efectiva podem estar em países diferentes

Pessoas Colectivas e Outras Entidades com

Sede;

Ou, direcção efectiva (local de onde irradiam as decisões vitais da empresa)

Nota: a Administração Fiscal nunca utilizou isto em Portugal, apesar de se encontrar

consagrado na lei.

Exemplo: Uma empresa portuguesa (X) tem uma empresa sediada na Holanda (Y).

Sede: Holanda.

Empresa residente em Portugal? De acordo com a Sede não é. Para provar

que é residente em Portugal necessita de provar que as decisões vitais da

empresa são tomadas em Portugal (tudo é decido em Portugal).

Residentes: tributação de base mundial

Não residente: princípio da territorialidade

‘’apenas quanto aos rendimentos nele obtidos’’

Page 29: Direito Fiscal - Aulas Teóricas

Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 29

Não Residentes

Rendimentos imputáveis a EE

Outros Rendimentos

art. 4º CIRC: nº3 diz respeito ao nº2 (este diz respeito a não residentes).

art. 5º CIRC: estabelecimento estável

Instalação Fixa (de um não residente)

Através da qual

Exercida uma actividade

Lucro sociedades comerciais, etc. Actividade Principal Comercial, industrial ou

agrícola

Rendimento Global não exerçam..

Lucro imputável estabelecimento estável em Portugal

Rendimentos das diversas categorias em IRS Não Residentes sem Estabelecimento

Estável

Outros Ganhos

Rendimentos de imóveis em Portugal

Transmissão de partes de capital

Rendimentos com devedor residente em Portugal, ou pagamento imputável a

Estabelecimento Estável em Portugal

Pagamento de direitos de autor pela Porto Editora

(pergunta) Uma sociedade comercial chinesa sem estabelecimento estável em

Portugal pode ser sujeito passivo de IRC.

Aula 15 – 3 de Novembro

Situação da Grécia – situação complicada, sendo que o referendo visa evitar eleições

antecipadas.

Inevitabilidade da Europa criar impostos europeus: esse imposto servirá para prevenir

futuras crises e necessidade de salvar país que se venham a encontrar na mesma

situação no futuro que a Grécia vive no presente.

Muitos impostos nasceram por causas semelhantes: em Portugal a décima militar

portuguesa foi criada com o intuito de reconstrui os fortes e fronteiras, abrangendo os

rendimentos de todas as classes sociais não isento nenhuma classe. Teve a duração

de 200anos, mas inicialmente previa-se a duração de 2anos.

(pergunta) Em IRC o período de tributação é de Janeiro a Dezembro.

Período do IRC

Regra: um ano

Ano civil

Page 30: Direito Fiscal - Aulas Teóricas

Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 30

Ou diferente

Casos do art. 8º/2

Extensão a pedido do MF

5anos

Exº Março a Março

Ou menor: início, fim, alterações

Ou maior: período de liquidação da sociedade

Facto Gerador

Último dia

Excepções – art. 8º/10

NR sem EE

Imóveis

Retenções na fonte definitivas

Art. 4º/3 al a) (por ex. XYZ Japan recebe em doação casa em Lisboa)

(pergunta) O Município do Porto está parcialmente isenta de IRC

Isenções

Estado, RA, Autarquias – excepção de natureza empresarial. Tudo, excepto

rendimentos de capitais – IRS (Excepto IGCP swaps)

Pessoas colectivas de utilidade pública administrativa – Requisitos (art. 10º/2)

As isenções por uma questão de igualdade, transparência e controlo tem de

ser publicas – ver Diário da Repúblicas 2ªsérie – nº 132 – 9 de Julho de 2010

(Despacho nº 11230/2010)

Clubes

Isenções de IRC da actividade principal

Exclusão de outras actividade: publicidades, transmissão, bingo (art. 11º/3)

art. 14º do CIRC- Nato e Mães-Filhas, etc.

(pergunta) O Ministério das Finanças tem depósito a prazo – os juros são tributados em

IRC

(pergunta) Lucro Tributável e lucro contabilístico são realidades diferentes.

art. 17º

O lucro tributável

Art. 3º/1 al. a)

Soma algébrica:

Do resultado líquido do exercício

Das variações patrimoniais positivas e negativas verificadas do mesmo

período e não reflectivas naquele resultado

Determinados com base na contabilidade

E eventualmente corrigidos nos termos deste Código

Resultados líquido do exercício

Page 31: Direito Fiscal - Aulas Teóricas

Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 31

Resultado contabilístico (conta 88)

Independência

Dependência

Dependência parcial

VPP E PN

Art. 21º VPP não reflecte nos resultados

Entradas de capital

Mais-valias potenciais ou latentes

Por exemplo: um bem adquirido num sorteio, subsídios

Art. 24º VPN não reflectidas – excepto, por exemplo doações.

(pergunta) Um gasto dispensável não é dedutível fiscalmente

Gastos (art. 23º do CIRC)

Consideram-se gastos os que comprovadamente sejam

Indispensáveis:

Para a realização dos rendimentos sujeitos a imposto ou

Para a manutenção da fonte produtora

Nomeadamente

Viagem ao Brasil

AF – não comprovado

TCAN – dispensável

Voto vencido – indispensável

Ónus da prova (Administração Fiscal)

Não são aceites como gastos – art. 23º do CIRC

Despesas ilícitas (art. 45º al. d) – retira uma despesa de causa ilícita)

Os resultados de transmissões a entidades relacionadas

(pergunta) Um gasto não dedutível aumenta o imposto ou diminui o prejuízo.

Aula 16 -8 de Novembro

Empresa (X) com determinado valor e esta adquire um automóvel. No dia em que ela

adquire o automóvel ela encontra-se mais rica, mais pobre ou na mesma situação?

No momento em que ela compra o carro a empresa vale mais, mas progressivamente

vale menos com o desgaste do automóvel

Amortizações (CIRC)

Art. 23º/1 al. g)

Art. 23º

Mas – art 29º, 30º e 31º

Decreto-Regulamentar 25/2009 – 2375 – ‘’ligeiros e mistos’’ – 25%: um veículo é

amortizado a 25% num período de 4 anos (25% x 4 = 100)

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Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 32

art. 34º/1 al. c) e e)

Problema com os telemóveis: podem ter uma utilização empresarial como uma

utilização pessoal

Exemplo: a loja ZARA – modelo de empresa está na logística na produção e na

distribuição: adapta cada loja consoante à área em que se situa: consegue fazer a

reposição de estoque em 5dias! Efeitos fiscais: as lojas têm de ser de acordo com os

contratos que existem entre as lojas e as lojas mães - tem de ser tudo renovado num

período de cerca de 2anos.

Provisões (CIRC)

art. 23º/1 al. h)

Contudo existe o art. 35º e 39º

Por exemplo:

Incêndio na discoteca LUX: morreram 300 pessoas

Incêndio, processo, absolvição, condenação – atenção: art. 45º al e)

Bancos, seguradoras

(pergunta) Uma carrinha adquirida para vender pão por 20 mil euros deduz o seu valor

em mais do que um ano

(pergunta) O conceito de rendimento no CIRS no preambulo é mais amplo

CRP: art. 104º

Exemplos de Rendimentos: salário, vencimento, ordenados – tudo o que decorra do

trabalho (88% da receita do IRS provem de tal); havendo trabalho dependente

também existe o trabalho independentemente como os honorários do advogado;

mais-valias; rendas provenientes do arrendamento de um apartamento; etc.

Dois modelos: modelo exemplificativo (determinada por categorias que devem ser

tributadas) ou modelo em que é tributado qualquer rendimento (regra americana)

O IRC índice sobre o valor anual (art. 141º9, contudo existem duas excepções:

Taxas especiais dos não residentes: art. 76º

Óbito: art. 63º e 64º

Com três letrinhas apenas se escreve a palavra das é das mais pequenas e mais

importante que o Código tem

(não rima, mas é verdade)

Dos rendimentos das categorias seguintes:

Categoria A – Rendimentos do trabalho dependente;

Categoria B - Rendimentos empresariais e profissionais;

Categoria E – Rendimentos de capitais;

Categoria F – Rendimentos prediais;

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Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 33

Categoria G – Incrementos patrimoniais (prof. Saldanha Sanches: embora não

conste da lei defendia que se trate de uma categoria residual, na medida em

que aqui se englobam os rendimentos que não são tributados nas outras

categorias)

Categoria H – Pensões

Piano Branco

Os Silas compraram um piano branco de cauda em 2002 por 2. 000euros.

Em 2009 levantaram a tampa e descobriram 5. 000euros

Há lugar ao pagamento do IRS?

Tudo o que acresça ao património liquido inicial deve ser tributado – teoria do

património liquido de acresce.

O EUROMILHÕES é tributado em imposto de selo.

Em que ano?

Fundação XIS

Maria, de 20 anos, habita num apartamento que herdou de uma tia e estuda Direito

na Universidade Privada. Recebe da Fundação XIS uma bolsa de 600eurosmês.

Segundo o regulamento da bolsa deve realizar 4horas semanais de voluntariado.

De acordo com o sistema português (como ele esta construído por categorias) uma

vez que não existe nenhuma categoria para tributar as bolsas, só é possível tributa-las

por analogia como se se tratasse do funcionário de uma empresa OU se fosse uma

doação (CISELO) área cinzenta do sistema fiscal português porque permite abusos.

Aula 17 – 10 de Novembro

Felicidade

Pedro devia a José 5mil Euros. No sábado recebeu um email de José que dizia

‘’encontrei a mulher da minha vida’’- estou muito feliz! Já não me deves nada’’

José ficou mais rico quando lhe foi cancelada (em termos contabilísticos) a dívida.

Tal é considerado uma doação e deve ser tributado? O IRS não tributa aquilo que for

considerado como doação, neste caso como Imposto de Selo

art. 1º CIRS: são tributados em IRS

Mesmo quando provenientes de actos ilícitos, desde que seja reconduzível a

uma categoria consagrada no CIRS

Quer em dinheiro quer em espécie

art. 24º

Exemplo: O Prof. João Gama troca uma explicação de fiscal por um IPHONE. É

tributado?

Page 34: Direito Fiscal - Aulas Teóricas

Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 34

(pergunta) Sou tributado pelo valor do IPHONE (400Euros) Numa relação em que

existe uma troca existe uma equivalência entre os bens daquela troca – tributação

pelo valor do bem recebido.

Exame oral: uma pessoa que trabalha numa loja recebe presuntos.

art. 24º CIRS

Seja qual for o local onde se obtenham, contudo isto só vale em rigor para os

residentes (critério de base mundial); os não residentes que obtenham em

território português um determinado rendimento são tributados em Portugal,

mas não sendo um rendimento obtido em Portugal não é tributado neste país

(óbvio!) – art. 15º/2 CIRS.

Independentemente da moeda e a forma por que sejam auferidos

Libras, Kwanzas

Forma

Espécie

Ilícitos

Abuso

Concepção Cedular

Apenas das categorias, ou seja:

Tem de ser RENDIMENTO + CATEGORIAS

Auto-Trabalho

Rendimentos prediais imputáveis

Tesouros

Pedrão

Felicidade, beleza e cultura

Bolsa de estudo: em Portugal, se não estiverem relacionadas com uma

relação de trabalho não são tributados (bolsas de estudantes, bolsas de

investigação) pode ser um benefício fiscal (mas teria de estar

consagrado) – não existe um razão valida para não serem tributadas.

Rendimentos do art. 12º: redundante na medida em que esclarece que

algumas realidades não são rendimentos; não redundante na medida

em que não tributa rendimentos que o deveriam ser.

art. 12º/6

A GRANDE CATEGORIA – CATEGORIA A

Categoria central em sede de IRS uma vez que os rendimentos gerados nos

vínculos laborais ficam sujeitos a esta categoria

Abrange – art. 2º CIRS

Trabalho dependente

Renumerações - perspectiva de caixa

Pagas: o normal é o rendimento ser em dinheiro e sendo logo pago

regra

Postas à disposição: existem excepções ao mencionado anteriormente

Espécie (IPHONE ou presunto)

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Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 35

Não existe uma relação directa

Provenientes de:

CIT ou outro legalmente equiparado

CAS, autoridade e direcção

Função, serviço, cargo público

Pré-reforma, etc.

Renumerações dos membros dos órgãos estatutários (art. 2º/3 al. a))

Nota: Categorias com regras de cálculo diferentes entre si. O mesmo rendimento nas

várias categorias só excepcionalmente terá o mesmo valor.

Compreendem, designadamente, de acordo com o art. 2º/2 do CIRS

Ordenados

Salários

Vencimentos

Gratificações

Percentagens

Comissões

Participações

Participações

Subsídios ou prémios

Senhas de presença

Emolumentos

Participações em coimas ou multas

Etc.

E outras renumerações acessórias ainda que periódicas, fixa ou variáveis, de

natureza contratual ou não.

Ana é secretaria numa empresa e todos os meses recebe 2.500euros. e tem 2-500 num

créditos

(pergunta) Ana é tributada por 5000Euros

Aula 18 – 15 de Novembro

Subsídios de refeição na parte em que exceda

6.41euros: se a minha refeição custar 5euros não sou tributado; se a minha refeição

custar 10euros sou tributação na parte em que exceda 6.41 (10-6.41=X, X enquanto

valor tributável)

ticket refeição: empresas dão tickets que podem ser descontados em certos

restaurantes

Seguro, fundos de pensões

entidade patronal

direitos adquiridos –art. 2º/9 CIRS

Subsídios de residência – art. 2º/4 (norma perigosa)

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Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 36

Atenção: STA, 5.4.2000: todas as atribuições patrimoniais feitas a trabalhadores por

conta de outrem que tenham caracter compensatório e não remuneratório, não

estão abrangidos no âmbito de incidência do IRS.

Exemplo: quem fica a fazer horas extraordinárias recebe um valor compensatório e

não remuneratório caracter perigoso se generalizado.

Casa de habitação fornecida pela entidade patronal

Juros bonificados só até um determinado montante não é tributado (estamos em face

a um benefício fiscal)

Despesas de viagens

conexas (viagem de negócios a Paris afim da celebração de um contrato) e não

conexas (viagem a Punta Cana de férias)

Stock options: programas das milhas – titular das milhas e não à companhia?

Inventado para os directores gerais – fidelizar a pessoa aquela companhia.

EUA: um juiz tentou tributar as milhas. Contudo, embora uma circular tenha proibido a

tributação de milhas agora existe quem troque o valor das milhas por

electrodomésticos, designadamente frigoríficos. Solução: milhas em viagem não são

tributadas, mas quando se trocam por frgorfcos são.

Carro da empresa

Caso: António é jurista da empresa GOLP. Do seu pacote salarial faz parte um carro

ate 20mil euros.

(pergunta) António é tributado pela carrinha? Depende da verificação de certas

circunstâncias previstas pela lei.

O carro da empresa – art. 2º/3 al. b) nº9 CIRS

Utilização pessoal

Pelo trabalhador ou membro de órgão social de viatura automóvel. Até há

poucos anos só fazia referencia ao trabalhador.

Que gere encargos para a entidade patronal???? inicia-se a desconfiança

deste artigo como poderia não existir encargos, eis a questão! O Prof. João

Gama acha que esta parte está pensado para os stands de automóveis

(existem muitos carros)

Quando existe acordo escrito entre o trabalhador ou membro do órgão social

e a entidade patronal sobre a imputação aquele da referida viatura

automóvel?!?!

(pergunta) a gratificação que um empregado de um casino recebe de um cliente é

tributada – art. 2º/3 al. g) razão de ser: se não trabalhasse naquele local não

receberia aquela gorjeta – não é uma doação.

Gorjeta – art. 2º/3 al g) CIRS

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Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 37

As gratificações auferidas pela prestação ou em razão da prestação de

trabalho, quando não atribuídas pela respectiva entidade patronal

ATENÇÃO 72/3

Ac.TC 497/97

art. 72º/3 CIRS: tributadas à taxa de 10%

Relevância das Gorjetas no caso dos empregados de casino: uma vez que são dadas

em fichas, elas (gorjetas) tem de ser declaradas. Empregados de casino irritam-se

com a al. g) na medida em que dizem que a norma não é geral, violando o princípio

da igualdade fiscalidade na medida em que só se aplica a eles.

Tribunal Constitucional: não existe nenhuma violação, sendo a norma geral e

abstracta.

As Gorjetas não possuem nenhuma destas características

Declaração da entidade patronal e retenção na fonte

Transferências bancarias

Deduções para a segurança social

Não

Segurança Social

RUS e lazer

O passe social

Universal

Directo (não abrange filhos)

art. 2º/8 al. C) CIRS só se aplica em relação à Categoria A

As prestações relacionadas exclusivamente com acções de formação

profissional dos trabalhadores

Quer estas sejam ministradas pela entidade patronal

Quer por organismos de direito público

Ou entidades reconhecidas como tendo competentes nos domínios da

formação e reabilitação profissionais pelos ministérios competentes

LLM na Católica

Advogado Da Vieira de Almeida (é tributado na categoria B)

Jurista da TMN (sim, se verificados os requisitos)

Cardiologista do Hospital de Santa Maria (o prof. João Gama entende que tem

de se relacionar com a profissão)

art. 2º/10 CIRS

Entidade patronal toda aquela que pague ou coloque à disposição

renumerações que, nos termos deste artigo constituam rendimento de trabalho

dependentes sendo a ela equiparada qualquer outra entidade que com ela

esteja em relação de domínio ou de grupo independentemente da respectiva

localização geográfica.

Page 38: Direito Fiscal - Aulas Teóricas

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Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 38

Casos em que não há relação de domínio ou grupo?

Os rendimentos da categoria A têm sempre deduções específicas

Aula 16 – 17 de Novembro

Determinação dos Rendimentos Líquidos

Aos rendimentos brutos da categoria A deduzem-se

Até à sua concorrência

E por cada titular que os tenha auferido

Os seguintes montantes (ART. 25º/4 CIRS): por cada titular da categoria A que

tenha tido rendimentos

72% de 12 X IAS = 3622Euros

75% de 12 X IAS = 3772.98

Quotizações

Formações: sendo jurista de uma empresa e querendo tirar um MBA

para passar a ser gestor, essas despesas são consideradas? O Prof.

acha que sim.

Se contribuintes obrigatórios para SS e sistemas de saúde maios que 3622

então esse valor.

Problema do art. 25º/4 CIRS: pode-se deduzir em sede de IRS as quotas provenientes

das ordens profissionais? Questões: (1) é o sujeito passivo que suporta a quota, e não o

escritório de advocacia como muitas vezes sucede? (2) o pagamento da quota é

indispensável ao exercício da actividade? No caso dos advogados sim, mas o

economista por exercer economia sem estar inscrito. (3) por conta de outrem? Se for

por conta própria inseria-se na categoria A.

Deduções específicas (art. 25º CIRS): específicas na medida em que são especificas

de cada categoria Visam tornar líquidos os rendimentos brutos (este não é um

verdadeiro indicador da capacidade contributiva – é necessário tributar apenas o

rendimento que a pessoa tem disponível)

art. 27º CIRS

Caso: Moutinho, jogador do SCB, tem um salário de 200 mil euros/mês. Sugira-lhe um

modo de reduzir o IRS.

De acordo com o artigo mencionado, se todos os meses colocar 150 mil euros no

seguro não é tributado desde que exerça uma profissão de desgaste rápido.

Progressividade do imposto – razão pela qual coloca que certas profissioes de

desgaste rápido tenha uma posição preveligiada?

Pergunta – categoria B rendimentos profissionais e empresariais

Empresariais e Profissionais

Os decorrentes do exercício de qualquer actividade comercial, industrial,

agrícola, silvícola ou pecuária.

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Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 39

CIASP: Empresariais

Os auferidos no exercício por conta própria .. al b)

Quais são? (art. 4º CIRS)

Elenco exemplificativo

Ciasp

Profissionais?

Zé Colmeia?

relevancia

Pergunta clássica de oral: pesca é uma actividade comercial industrial para efeitos do

CIRS, e não uma actividade pecuária.

Al. l m + nº2 actividades agrícolas meramente acessórias, não conexas

151 CIRS: EFEITO MERAMENTE ESTATISTICO

AL C)

Aula 17 - 22 de Novembro

São ainda tributáveis em categoria B, desde que imputáveis:

Rendimentos Prediais

Capitais

Mais-Valias

O objectivo do legislador é tentar tributar os sujeitos da categoria B como se estes

fossem empresas, não fazendo sentido tributa-los nos seus rendimentos pessoais.

Categoria B enquanto força atractiva/magnética: atrai rendimentos de outras

categorias quando imputáveis a uma actividade da categoria B.

E ainda ..

Indemnizações conexas com a actividade exercida – Visa evitar abusos

Cessão temporária de estabelecimento

Subsídios ou subvenções a) e b). E a al c)?

Actos isolados

Os que não resultem de uma prática previsível ou reiterada

al. a) e b)

antes: requisito dos 50%

Problema: venda de um quadro de uma colecção? Como é que se tributa?

Embora, segundo o Prof. João Gama, sejam actos comerciais isolados e devessem ser

tributados a verdade é que não são tributados.

Timing

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Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 40

Tributação

Pagamento/ recebimento?

Momento da emissão da factura

Ou contabilidade

(pergunta) Os Actos Isolados encontram-se sujeitos ao regime simplificado

Determinação do Rendimento Líquido

Contabilidade Organizada

Regime simplificado

Opção e limites

Atenção: opção pelas regras da Categoria A

Atenção II: actos isolados – regime simplificado

Rendimento Simplificado

Vendas, hotelaria e restauração coeficiente de 0.20

Outros rendimentos – coeficiente de 0.70

art. 31º/1 do CIRS: actualmente não se encontra em vigor. O que se encontra em vigor

é um regime transitório – art. 31º/2 CIRS

(pergunta) Um advogado que facture 100.000Euros, tem o seu rendimento tributável

em 70.000Euros aplica-se um coeficiente de 0.70

Contabilidade organizada – art. 32º CIRS custos dedutíveis superiores a 30% deve-se

fazer o plenamente fiscal de acordo com a contabilidade organizada; caso os custos

dedutíveis sejam inferiores a 30% deve-se optar pelo regime simplificado.

(pergunta) Qual o método que respeita melhor o Princípio da Capacidade

Contributiva? A Contabilidade Organizada.

Categoria E

(pergunta) Os juros de um depósito a prazo são tributados na Categoria B e na

Categoria E – depende.

Rendimentos de Capitais: art. 5º e 6º CIRS

- com excepção dos ganhos e outros rendimentos tributados noutras categorias

al. p)

= Caracter residual – tentou-se na Reforma de 2007 que a Categoria G fosse a

categoria residual, mas não aconteceu – categoria E com maior força

expansiva contudo sempre de acordo com o nº1.

Atenção: art. 9º/1 in fine

Atenção II: Renault Gest (AcTC 756/95)

Aula 18 - 24 de Novembro

Rendimentos Passivos

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Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 41

Realidades Mobiliários

Preocupação anti-evasão (criação de novos produtos que poderiam escapar à

tributação).

Juros

art. 71º al. a) + art. 71º/6 + art. 22º/3 al b) + art. 22º/5 CIRS

PERGUNTA DE ORAL: sendo revogado o art. 5º/2 al a) e al b) os juros derivados de

depósitos à ordem ou a prazo continuam a ser tributados? Sim – art. 5º/1 e art. 5º/2 al.

p)

rendimento da categoria E

os rendimentos desta categoria são tributados através de uma taxa

liberatória (retenção na fonte a título definitivo) – na generalidade dos

casos, o banco retém na fonte e entrega ao Estado e o sujeito passivo não

tem de declarar nem tem de englobar violação do Princípio da

Capacidade Contributiva? art. 104º/1 CRP

Argumentos a favor das Taxas Liberatórias

Eficiência: relaciona-se com a proporcionalidade – é mais fácil pois na

maioria dos casos encontram-se em causa quantias muito pequenas.

Nunca existira um grande problema de igualdade uma vez que as quantias

serão muito pequenas e não faria sentido obrigá-las a declarar para depois

ter-se de acertar as contas.

Não podemos obrigar as pessoas a declarar os seus rendimentos de

depósito a prazo uma vez que se assim fosse estaríamos a violar o sigilo

bancário e privacidade: argumento determinante na Reforma de 89’. Hoje

não faz sentido este argumento uma vez que é no Banco que está a

riqueza e deve existir transparência para o controlo das transferências.

Capacidade Contributiva: (1) disposição legal: a tributação liberatória dos

rendimentos capitais permite o englobamento pelo sujeito passivo, não

ficando ninguém prejudicado (2) teoria económica: os juros tem de ser

tributados com uma forma diferente e menor face à tributação media –

deve-se a um fenómeno económico que faz com que a realidade que

esta sujeita a tributação deva ter uma tributação mais benéfica, deste

modo o capital/juros devem ser sempre tributados de uma forma diferente

devido à inflação –a base tributaria de ano para ano decresce por efeito

da própria economia monetária internacional.

Lucros/Dividendos

Maria tem 1000 acções da UCP Lda. A UCP Lda. distribuiu dividendos de 1,5€ por

acção. Quid fiscus?

‘’dividendos’’ da pessoa que os recebe – tributados em Sede de IRS.

Fim do ano: 1500€. Como é tributada?

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Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 42

Problema Subjacente: Dupla Tributação Económica (art. 40º - A CIRS – não é um

beneficio fiscal, pois visa apenas que não exista prejuízo fiscal para as pessoas que

investiram o seu dinheiro numa empresa que já foi tributada) Retenção na Fonte em

taxa de liberatória (art. 71º/1 al. c) e nº6 CIRS + art. 5º/2 al. h) CIRS)

Englobamento (juros – totalidade; dividendos – parcial, apenas 50%) retenção na

fonte com a natureza de pagamento na conta

Categoria F – art. 8º CIRS

Rendas

Prédios

Titulares

POCAD (Pago Ou Colocado à disposição dos titulares dos prédios)

Problema de evasão

Articulação com leis de arrendamento

Rulote no quintal: rendimento predial, a menos que eu a alugue.

Aula 19 – 29 de Novembro

Despesas na Categoria F (art. 41º CIRS – dedução específicas de um rendimento)

Manutenção OU Conservação

Incumbam e sejam suportadas

Documentalmente provadas (normalmente factura)

Contribuição Autárquica? Hoje designa-se como IMI (antiga sisa era as

contribuições Autárquicas)

Propriedade Horizontal – despesa do condomínio + despesas extras do

condomínio + seguros

(obrigação) – seguros

Atenção: não dá deds na SL

Qualquer obra de melhoria que realize no imóvel terá de ser dedutível à renda: pode

valorizar o imóvel, aumentar o renda/mês – a Administração Fiscal não se deve

pronunciar aqui.

Clássica ‘’fraude fiscal’’ neste caso: obras em minha casa e depois digo que tal

ocorreu na casa que tenho arrendada.

‘’A Administração Fiscal tem de tributar os rendimentos líquidos, não a estupidez.’’

Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias

Indemnizações

Obrigação de não concorrência – caso normal: A (engenheiro informático)

montou o sistema informático de um grupo de supermercados e quer se

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Direito Fiscal FDUCP

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despedir e então em troca de uma certa quantia monetária estabelece-se

que por três anos, por exemplo, não pode trabalhar naquele sector OU A

compra a farmácia a B e estabelece que este último não pode trabalhar no

sector durante certo período de tempo e utilizar os contactos que já possui no

ramo.

Acréscimos não justificados: de acordo com a LGT (art.89º), as finanças

chegando à conclusão que determinado sujeito passivo obteve um

rendimento que não declarou pode tributar o mesmo.

Mais- Valias (art. 10º CIRS)

Subsidiário

Direitos reais sobre imóveis

Afectação

Alienação de partes sociais

Alienação propriedade industrial ou intelectual (atenção)

Exemplo

Categoria B: escritor escreve um livro e tem os seus direitos de autor

Categoria G: esse mesmo escritor transmite os seus direitos a outrem – art. 10º/1

al. c)

Caso

Maria compra uma casa em Lisboa onde habita por 120. 000€ em 2005. Vende em

Novembro de 2011 por 500. 000€

Como fazer para não pagar IRS?

Em 2005 – quem pagou IRS foi o sujeito passivo enquanto pessoa singular que alienou.

Em Novembro de 2011 – a alienação traduz-se numa mais-valia para Maria.

Maria, para não pagar IRS, tem de:

Reinvestir os rendimentos provenientes da alienação – reinvestir o valor de

realização (art. 10º/5 CIRS – artigo que traz mais complicações)) noutro imóvel

com o mesmo destino, neste caso de habitação. Ou seja, habitação de

destino própria e permanente do sujeito passivo ou do seu agregado familiar

Exemplo: pai vende a sua casa em bragança para comprar uma casa em

Lisboa para a filha – a Administração Fiscal às vezes entende que o destino não

é o mesmo (o destino tem de ser o mesmo em ambos). O Prof. João Gama

discorda.

E se Maria tivesse comprado a casa nova antes de vender a antiga? Tal é possível nos

termos do art. 10º/5 al. b) CIRS.

art. 10º/5 al. a) CIRS: antigamente a norma terminava com ‘’território português’’ o

que violava o Princípio das Liberdades Fundamentais de Pessoais e Capitais (o Tribunal

nunca entende se é de pessoas ou de capitais). Argumento das Finanças Portuguesas:

e se uma pessoa comprar uma casa na Lapónia, como é que se sabe a veracidade

de tal? Não existia maneira de controlar. Contudo, as dificuldades administrativas não

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Direito Fiscal FDUCP

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são uma justificação à discriminação na medida em que existe ADTS. Havendo

acordos de dupla tributação em que os dois países trocam informações tal deve ser

utilizado.

Caso

Ana tem uma matéria colectável de 100. 000€. Qual a colecta?

ana 100 mil euros

66. 045 0.3231 21.286.96

33. 955 0.435 14.770,43

36.057,39

ANA E PEDRO 100 mil

50. 000

42. 259 0.28586 12.080,16

7. 741 0.38 2.941,58

15.021,74

30.043, 48

Ana e Pedro têm uma matéria colectável de 100. 000€. Qual a colecta?

Aula 20 – 6 de Dezembro

Teste

Aula 21 – 13 de Dezembro

Abusos

O direito fiscal não deve tornar-se numa espécie de faroeste jurídico, em eu

praticamente todo o tipo de comportamento oportunista tem de ser tolerado desde

que seja conforme com uma interpretação formalista estrita das disposições fiscais

relevantes e que o legislador não tenha expressamente tomado medidas para impedir

esse comportamento

OP. AG – 255/02, Halifax

(pergunta) sempre existiu na lei portuguesa uma CGAA? Não

(pergunta) Pedro não declara metade dos seus rendimentos – a administração fiscal

não pode aplicar a CGAA Pedro pratica uma fraude fiscal, violando um dever de

cooperação.

(pergunta) a CGAA dá primazia à substancia sobre a forma

Neutralidade

Planeamento

Evasão/Elisão

Faroeste Jurídico

Interpretação Estrita

Segurança, legalidade, princípios materiais

Cláusulas especiais e gerais

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Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 45

art. 38º/2 LGT (CGAA):

actos ou negócios jurídicos

por meios artificiosos ou fraudulentos e com abuso de forma jurídicas

(redacção anterior deste artigo não possuía esta parte) tem que existir

artificio, construção jurídica que abusa da norma de incidência;

Tipo de Norma: é necessário olhar para a norma que está a ser violada e

verificar se ela está ou não a ser violada com intenção, ou seja a fim de obter

vantagens fiscais. Exemplo: normas dos benefícios fiscais

Casamento

Seguro dedutível

Caso das acções próprias: até há dois anos se se vendesse acções de

sociedades anonimais que se possuía há mais de doze meses quem vendia

não era tributado. Hoje, atingindo-se um nível de desenvolvimento económico

em Portugal, os fundadores de determinadas sociedades estão a deixa-las

passando a geri-las os seus filhos e netos (sociedades familiares). Na

restruturação destes grupos, podia-se pensar que o pai venderia as suas

acções aos filhos, o primeiro não seria tributado mas os filhos não teriam

dinheiro para pagar e também não se ia vender a outras pessoas porque os

filhos não queriam ficar subordinados a outra pessoa. Solução: acções próprias

– quem compra as acções são a sociedade! Contudo, a Administração Fiscal

veio dizer que não se sendo tributado quem vende estávamos perante uma

distribuição de lucros quando se vende as acções à própria sociedade. Existe

abuso de formas jurídicas? O Prof. João Gama defende que não: a lei não se

encontrava escondida e era invocada pelo Estado para acalmar o mercado

de trabalho.

Essencial ou principalmente dirigidos à redução, eliminação ou deferimento

temporal de impostos – pode-se ter um negócio dirigido em 80% a um fim fiscal,

e os restantes 20% destinados a um fim não fiscal reconhecimento expresso

de actos destinados a reduzir os impostos desde que não sejam artificiosos.

art. 38º/2 LGT: aplica-se só a impostos, ou também a taxas e contribuições? Prof. João

Gama: considera que quando o artigo refere ‘’impostos’’ deve-se ler ‘’tributos’’.

Em resultados de factos, actos ou negócios jurídicos de idêntico fim económico

que seriam devidos

Ou à obtenção de vantagens fiscais que não seriam alcançadas, total ou

parcialmente, sem utilização desses meios

São ineficazes estatuição

No âmbito tributário

Page 46: Direito Fiscal - Aulas Teóricas

Direito Fiscal FDUCP

Maria Luísa Lobo – 2011/2012 Página 46

Efectuando-se então a tributação de acordo com as normas aplicáveis na sua

ausência e/(ou) não se produzindo as vantagens fiscais referidas ausência

do acto abusivo!

(pergunta) a aplicação da CGAA é um procedimento normal, aplicada pela

Administração Fiscal

art. 63º CPPT

Procedimento Próprio

Para a CGAA

4anos (!)

Decisão autónoma com RH

Audição, fundamentação

IV no prazo de 150 dias (!)

‘’dirigente máximo’’ há quem entenda que o dirigente máximo do serviço em

causa (actual director da actividade aduaneira); o Prof. João Gama entende que

deveria ser o Ministro das Finanças!

No art. 63º/9 do CPPT não se faz referencia ao requisito do acto ser fraudulento

(remete para o art. 38º/2), sendo a parte da fundamentação é um processo muito

complicado sendo aqui que a Administração falha na maioria das vezes.

Aula 22 – 15 de Dezembro

O Exame: três tipos de questões

1. Bloco de questões semelhantes ao do 2ºteste

2. Bloco de questões semelhante ao do 1ºteste

3. Pergunta desenvolvimento, mas curta