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DIREITO DE FAMÍLIA DIREITO DE FAMÍLIA 16 16 DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL Sílvio de Salvo Venosa

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Page 1: DIREITO DE FAMÍLIA 16 Sílvio de Salvo Venosa. 16. ALIMENTOS V. VI 2 2 16.1. Introdução. Conceito. Origens: – a compreensão jurídica de alimentos é ampla,

DIREITO DE FAMÍLIADIREITO DE FAMÍLIA

1616

DIREITO CIVILDIREITO CIVIL

Sílvio de Salvo Venosa

Sílvio de Salvo Venosa

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16. ALIMENTOS

V. VI 22

16.1. Introdução. Conceito. Origens:

– a compreensão jurídica de alimentos é ampla, abrange os alimentos propriamente e a satisfação de outras necessidades essenciais da vida em sociedade;

– não há precisão histórica para definir quando a noção alimentícia passou a ser conhecida;

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16. ALIMENTOS

V. VI 33

– na época de Justiniano já era conhecida uma obrigação recíproca entre ascendentes e descendentes;

– o interesse público no instituto, cabendo ao Estado suprir o papel designado em primeiro lugar aos parentes.

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16. ALIMENTOS

V. VI 44

16.2. Pressupostos da obrigação alimentar:

– a proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa

obrigada;

– nas situações definidas como sendo de culpa do alimentando, os

alimentos serão apenas os necessários

(art. 1.694, § 2o);

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16. ALIMENTOS

V. VI 55

– a obrigação alimentar pode ser extinta quando se altera a situação econômica das partes, admitindo-se sempre a ação revisional de alimentos ou de exoneração (art. 1.699).

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16. ALIMENTOS

V. VI 66

16.3. Modalidades. Características:

– o art. 1.694 estatui a obrigação legal de alimentos, derivada de direito de família, do casamento e do companheirismo;

– os alimentos podem decorrer de vontade, instituídos em contrato gratuito ou oneroso e por testamento;

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16. ALIMENTOS

V. VI 77

– decorrendo a obrigação alimentar de prática de ato ilícito, ela constitui uma forma de reparação do dano;

– quanto à finalidade dos alimentos, podem ser provisionais ou provisórios, objetivando prover a mantença do alimentando e seus dependentes durante o curso do processo (art. 1.706);

– quanto ao tempo, podem ser futuros ou pretéritos, sendo que nosso ordenamento não reconhece alimentos anteriores à citação;

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16. ALIMENTOS

V. VI 88

– o alimento pode ser sob a forma de pensão periódica ou concessão de hospedagem e sustento do alimentando;

– direito pessoal e intransferível;

– irrenunciável;

– não há direito de repetição dos alimentos pagos;

– as obrigações alimentícias não se compensam;

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16. ALIMENTOS

V. VI 99

– impenhoráveis;

– não transacionáveis;

– imprescritíveis;

– variáveis conforme a circunstância;

– periódicos;

– divisíveis.

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16. ALIMENTOS

V. VI 1010

16.4. Sujeitos da obrigação alimentícia:

– derivado do parentesco, o direito à prestação é recíproco entre pais e filhos, extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros (art. 1.696);

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16. ALIMENTOS

V. VI 1111

– a obrigação é divisível, podendo cada um concorrer com parte do valor;

– na falta dos ascendentes, caberá a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de sucessão (art. 1.697);

– no mesmo processo, outros alimentantes podem ser chamados a integrar a lide (art. 1.698).

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16. ALIMENTOS

V. VI 1212

16.4.1. Alimentos aos filhos menores:

– conforme o art. 1.703, os cônjuges separados deverão

contribuir na proporção de seus recursos para a manutenção dos filhos;

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16. ALIMENTOS

V. VI 1313

– o art. 1.705 refere-se à possibilidade de o filho havido fora do casamento acionar o genitor para obter alimentos;

– nas situações do art. 1.705 o juiz pode requerer segredo de justiça a pedido da parte (art. 155, II, CPC).

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16. ALIMENTOS

V. VI 1414

16.4.2. Alimentos aos filhos maiores, pais e irmãos:

– o direito a alimentos dos filhos maiores decorre da relação de parentesco e não do poder familiar;

– o art. 1.694 dispõe que os alimentos devem atender, inclusive, às necessidades de educação;

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16. ALIMENTOS

V. VI 1515

– os irmãos, unilaterais ou bilaterais, podem acionar-se reciprocamente para pedir alimentos, não existindo ascendentes ou descendentes em condições de alimentar (art. 1.697).

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16. ALIMENTOS

V. VI 1616

16.4.3. Alimentos decorrentes do casamento:

– os cônjuges devem-se mútua assistência, na qual se

incluem os alimentos (art. 1.566);

– a doutrina e a jurisprudência brasileira emprestam à pensão

concedida na separação judicial ou no divórcio natureza alimentar;

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16. ALIMENTOS

V. VI 1717

– a igualdade de direitos entre os cônjuges, trazida pela Constituição de 1988, permite que o homem venha a pedir alimentos à mulher;

– os alimentos côngruos ou civis previstos no art. 1.704, caput;

– os alimentos necessários ou naturais, trazidos pela disciplina do art. 1.704, parágrafo único;

– o art. 1.702 traduz a regra geral dos alimentos na separação judicial litigiosa;

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16. ALIMENTOS

V. VI 1818

– o direito a alimentos cessa ao cônjuge alimentando se ele se unir em casamento, união estável ou concubinato (art. 1.708);

– o alimentando que se entrega à delinqüência ou à prostituição, por exemplo, pode perder o direito à pensão alimentícia (art. 1.708, parágrafo único);

– no casamento e na união estável devem ser provados a necessidade e demais requisitos da obrigação alimentar.

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16. ALIMENTOS

V. VI 1919

16.4.4. Alimentos na união estável:

– a Constituição de 1988 protege a união sem casamento como entidade familiar (art. 226, § 3o);

– conforme o art. 1.724, há causas que admitem a exclusão e extinção da obrigação alimentar entre os companheiros;

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16. ALIMENTOS

V. VI 2020

– a mesma jurisprudência aplicável ao casamento se amolda à união estável;

– como toda situação de alimentos, também entre companheiros deve existir necessidade de ser beneficiário de alimentos;

– da mesma forma que no casamento, pode haver renúncia aos alimentos na união estável.

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16. ALIMENTOS

V. VI 2121

16.5. Transmissão da obrigação alimentar:

– a obrigação de prestar alimentos decorrente do casamento e da união

estável transmite-se aos herdeiros do devedor, nos limites das forças da herança, desde que o credor da pensão alimentícia não seja herdeiro do falecido (art. 1.700, com a redação dada pelo Projeto 6.960).

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16. ALIMENTOS

V. VI 2222

16.6. Conteúdo e condições da prestação alimentícia:

– a necessidade do alimentando e as possibilidades do alimentante (art. 1.694);

– a prestação alimentícia deve ser atualizada segundo índice oficial regularmente estabelecido (art. 1.710);

– os reajustes podem ter como base as majorações que sofrem os

proventos do alimentante.

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16. ALIMENTOS

V. VI 2323

16.7. Ação de alimentos. Lei no 5.478/68:

– rito procedimental sumário especial aos casos em que não há necessidade de provar a legitimação ativa do alimentando;

– o rito ordinário deve ocorrer para os casos em que a prova da paternidade é

cumulada com o pedido de alimentos;

– a lei permite a concessão liminar de alimentos provisórios, valendo-se do poder geral de cautela do juiz para esse fim.

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16. ALIMENTOS

V. VI 2424

16.7.1. Execução de alimentos. Prisão do devedor:

– a prisão civil na Constituição (art. 5o, LXVII);

– a prisão é um meio coercitivo para o pagamento, mas

não o substitui;

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16. ALIMENTOS

V. VI 2525

– o CPC cuida da execução da prestação alimentícia nos arts. 732 a 735;

– na execução da sentença da decisão de obrigação alimentícia, o juiz mandará citar o devedor para efetuar o pagamento em três dias, ou justificar o não-pagamento, sob pena de ser decretada sua prisão;

– nos termos do art. 733 do CPC, a cobrança das prestações alimentares será dos últimos três ou no máximo de seis meses.