direito das coisas

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DIREITO DAS COISAS Profª. Rosilene Marques Sobrinho de França www.wix.com/rosilenemarques9/aulasdedireito E-mail: [email protected]

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DIREITO DAS COISAS. Profª. Rosilene Marques Sobrinho de França www.wix.com/rosilenemarques9/aulasdedireito E-mail: [email protected]. CONCEITO. - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: DIREITO DAS COISAS

DIREITO DAS COISAS

Profª. Rosilene Marques Sobrinho de Françawww.wix.com/rosilenemarques9/aulasdedireito

E-mail: [email protected]

Page 2: DIREITO DAS COISAS

CONCEITO

O Direito das Coisas é ramo do Direito Civil que se ocupa dos direitos reais, consiste no conjunto das normas que regem as relações jurídicas referentes à apropriação dos bens corpóreos pelo homem (Humberto Theodoro Junior).

Direito das Coisas vem a ser um conjunto de normas que regem as relações jurídicas concernentes aos bens materiais ou imateriais suscetíveis de apropriação pelo homem. (Maria Helena Diniz).

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ASPECTOS LEGAIS Não há relevante diferença entre as

expressões “Direito das Coisas”, “Direito Real”, corroborando nesse sentido Clóvis Beviláqua explica in verbis: “direito das coisas é o complexo de normas reguladoras das relações jurídicas referentes aos bens corpóreos” e, o direito real “é o poder jurídico do homem sobre coisa determinada, aderindo a ela, enquanto perdura, e prevalecendo contra todos”.

Page 4: DIREITO DAS COISAS

ASPECTOS LEGAIS A expressão “real” denota o que é inerente a

res, ou seja, a coisa. Os direitos reais são direitos subjetivos patrimoniais. Na relação jurídica real, o objeto não é uma prestação, mas sim uma coisa, ou melhor, um bem jurídico. O sujeito ativo é o titular do direito real podendo ser proprietário usufrutuário, o credor hipotecário, etc.

Page 5: DIREITO DAS COISAS

ASPECTOS LEGAIS O Código Civil brasileiro utiliza o título

“Direito das Coisas” pela simples razão de ter recebido maior influência da lei germânica e também do Código Napoleônico (de 1804) principalmente no que diz respeito aos direitos que possuem a coisa como objeto imediato. Também utiliza o título “Direito Reais” conforme se constata do art. 1.225 do C.C./2002

Page 6: DIREITO DAS COISAS

DENOMINAÇÃO

Atenção: Ação real é a que tem por objeto

coisa móvel ou imóvel;

Direito real versa sobre propriedade mobiliária ou imobiliária.

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CONTEÚDO DO DIREITO DAS COISAS

O conteúdo do direito das coisas está contido no CC, no Livro III, da Parte Especial, dos arts. 1.196 a 1.510.

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CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS REAIS

Direito de posse, uso, gozo e disposição: propriedade; Exteriorização do domínio: posse Direito de posse, uso, gozo e disposição sujeitos à

restrição oriunda de direito alheiro: enfiteuse. Direitos reais de garantia: penhor, hipoteca, alienação

fiduciária de direitos creditórios oriundos de contratos de alienação de imóveis.

Direito real de aquisição: promessa irrevogável de venda. Direito de usar e gozar do bem sem disposição: uso, usufruto

e anticrese. Direito limitado a certas utilidades de bem: servidão,

habitação, superfície, concessão de uso especial para fins de moradia e concessão de direito real de uso.

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NATUREZA JURÍDICA

O Direito das Coisas visa regulamentar as relações entre os homens e as coisas, traçando normas tanto para a aquisição, exercício, conservação e perda de poder dos homens sobre esses bens como para os meios de sua utilização econômica.

Page 10: DIREITO DAS COISAS

Abrangência Ramo do direito civil, considerado o Direito

como regra de conduta, permitindo a coação em determinadas circunstâncias, pelo poder competente. Direito subjetivo, que regula as relações jurídicas das pessoas, notadamente das relações que se estabelecem entre as “pessoas e os bens”. Direito real com vínculo entre a pessoa e coisa, prevalecendo contra todos, com seqüela e preferência, sendo numerus clausus.

Page 11: DIREITO DAS COISAS

OBJETO

Pressupostos: devem ser representados por um objeto capaz de satisfazer interesses econômicos; suscetíveis de gestão econômica autônoma; passíveis de subordinação jurídica.

Bens: presentes e futuros; corpóreos e incorpóreos.

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CONSTRUÇÃO DO DIREITO DAS COISAS

A propriedade individual começou a surgir mais propriamente a partir da especialização da família nas sociedades humanas.

No Direito romano, a especialização da propriedade privada foi conseqüência do progresso, pois em seu princípio, esta também era comum; somente coisas móveis eram objeto de alienação. Isto é fácil de perceber, pois antes do advento da Lex Poetelia Papiria, no século IV antes de Cristo, o corpo do devedor é que respondia por suas dívidas.

Page 13: DIREITO DAS COISAS

DISTINÇÃO ENTRE DIREITOS REAIS E

PESSOAIS

No direito romano clássico não houve qualquer preocupação em elaborar uma teria dos direitos reais, uma vez que, criado pela prática, a sua primeira manifestação foi de poder e não de direito. De modo que não se falava em direitos, mas em ações; consequentemente o termo actio precediu o ius.

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CONSTRUÇÃO DO DIREITO DAS COISAS

Em Roma a propriedade apresentava-se como um direito absoluto, no sentido de não comportar limites ou restrições, o qual conferia ao seu titular um poder de usar, gozar e dispor da coisa. Para os juristas romanos daquela época, a propriedade era constituída de três faces: usus (o poder de utilizar-se da coisa); o fructus (o poder de perceber frutos ou produtos do bem); e o abusus (o poder de consumir ou alienar a coisa).

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CONSTRUÇÃO DO DIREITO DAS COISAS

Com um pouco de avanço no tempo, observa-se que com a desagregação do império romano e a criação dos feudos a propriedade enquanto direito real passou a ser perpétua. O feudalismo absorveu por completo a noção de propriedade e, somente no século XVIII, os camponeses começaram a adquirir alguns terrenos.

Por sua vez, o Código Civil francês afirmou categoricamente a propriedade privada.

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CONSTRUÇÃO DO DIREITO DAS COISAS

Nos fins do século XIX, ligou-se a idéia de propriedade a uma renovada idéia de dignidade humana.

Com a Revolução Francesa, a liberdade idealizada, praticamente absoluta, a estrutura rígida do direito das coisas veio a proporcionar segurança ao novo proprietário. Inúmeros doutrinadores do século passado, através da análise do Código Civil francês informam da possibilidade do proprietário, vir mesmo

a exercer o seu direito de uma maneira absoluta.

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CONSTRUÇÃO DO DIREITO DAS COISAS

Com o advento das mudanças, foi-se delineando uma imagem social da propriedade, sendo esta inclusive consagrada na encíclica Quadragésimo ano, do Papa Pio XI, que deixou surpreender o esboço de uma visão social da propriedade, reafirmando a necessidade de o Estado reconhecê-la e defendê-la, porém, em função do bem comum.

Esta idéia foi retomada por Duguit, que sustentou dever ser ínsita ao conceito de propriedade a impossibilidade do abuso do poder. A partir de então, o proprietário passou a ter, cada vez mais, ao lado de um conjunto de poderes, um somatório de deveres.

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O DIREITO DAS COISAS NO BRASIL

O Direito das Coisas, assim como outros ramos do Direito, sofreu a influência da socialização do século XX. Iniciou-se a restrição à onipotência do proprietário, que na mais acertada doutrina, desempenha hoje verdadeira função social. Há uma atuação continua e progressiva do Estado para limitar a liberdade e o arbítrio do titular do direito em favor do bem comum e dos interesses sociais.

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O DIREITO DAS COISAS NO BRASIL

No Brasil a propriedade imobiliária segue a legislação alemã, exigindo a transcrição no Registro de Imóveis, enquanto que no sistema francês e italiano o simples contrato é considerado meio idôneo para operar a transferência do direito de propriedade.

O Código Civil brasileiro acatou a tradição jurídica lusitana, recebendo outrossim a influência da doutrina alemã.

Page 22: DIREITO DAS COISAS

DISTINÇÃO ENTRE DIREITOS REAIS E

PESSOAIS

O direito moderno passou a consagrar a distinção entre direitos pessoais e direitos reais. Entretanto, essa visão tem sofrido críticas de concepções monistas ou unitárias, que pretendem identificar os direitos reais com os pessoais.

Page 23: DIREITO DAS COISAS

CONCEPÇÃO MONISTA DO DIREITO DAS COISAS

Dentre as teses monistas ou unitarista do Direito podemos citar:

a) teoria personalista: fundamenta-se nos ensinamentos de Kant de que não se pode aceitar a instituição de uma relação jurídica diretamente entre a pessoa do sujeito e a própria coisa, já que todo direito, correlato obrigatório de um dever, é necessariamente uma relação entre pessoas. Autores como Ferrara, Ortolan Ripert, Planiol e Windscheid consideram o “direito real” como uma obrigação passiva universal”.

Page 24: DIREITO DAS COISAS

CONCEPÇÃO MONISTA DO DIREITO DAS COISAS

Para os personalistas três são os elementos constitutivos do direito real: o sujeito ativo, o sujeito passivo e o objeto. Por exemplo: no direito de propriedade, o sujeito ativo é o proprietário, o passivo, toda a coletividade, e, o objeto, a coisa sobre a qual recai o direito. Assim, estamos diante de uma obrigação de conteúdo negativo, em que a coletividade deve respeitar o direito do proprietário e abster-se da prática de atos lesivos a esse direito.

Page 25: DIREITO DAS COISAS

CONCEPÇÃO MONISTA DO DIREITO DAS COISAS

B) Teoria monista-objetivista ou impersonalista: é aquela que procura a despersonalização do direito, materializando-o patrimonializando-o, transformando as obrigações num direito real sobre a respectiva prestação com exclusão do devedor. Essa visão é afirmada por Gaudemet e Saleilles que afirmam que a obrigação contém em si um valor econômico que independe da pessoa do devedor, sendo que o direito real extrairia seu valor patrimonial dos bens materiais e o direito pessoal, da subordinação de uma vontade que se obriga a agir ou a abster-se. Essa teoria concebe o direito real e obrigacional numa só noção, sem contudo identificá-los. Assimila-os procurando encontrar em ambos a mesma natureza.

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TEORIA TRADICIONAL OU CLÁSSICA

Para a teoria tradicional ou clássica, o direito real consiste na relação entre a pessoa e uma coisa determinada. O nosso direito pátrio está fundamentado na teoria CLÁSSICA ou REALISTA, onde o Direito Real é caracterizado como uma “relação” entre o homem e a coisa, sem intermediários, e o direito pessoal, como relação entre pessoas, o que trará modos de exercício diferentes sobre o objeto do direito, no Real diretamente sem intermediários, sobre a coisa, no Pessoal com a intervenção de outro sujeito de direito.

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DIFERENÇA ENTRE DIREITOS REAIS E

DIREITOS PESSOAIS 1) EM RELAÇÃO AO SUJEITO: Nos sujeitos pessoais há

dualidade de sujeito: o ativo (credor) e o passivo (devedor), identificados no instante em que se constitui a relação jurídica. Nos direitos reais há um só sujeito; para a escola clássica é o ativo. O sujeito ativo é determinado por se titular do direito, mas o passível é determinável.

2) QUANTO À AÇÃO: Quando violados, os direitos pessoais atribuem ao seu titular a ação pessoal que se dirige apenas contra o indivíduo que figura na relação jurídica como sujeito passivo, ao passo que os direitos reais, no caso de violação, conferem ao seu titular ação real contra quem indistintamente detiver a coisa.

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DIFERENÇA ENTRE DIREITOS REAIS E

DIREITOS PESSOAIS 3) QUANTO AO OBJETO:o objeto do direito

pessoal é sempre uma prestação positiva (de dar, de fazer) ou negativa (de não fazer) do devedor e o do direito real pode ser coisas corpóreas ou incorpóreas.

4) EM RELAÇÃO AO LIMITE: O direito pessoal é ilimitado, sensível à autonomia da vontade; o direito real, por sua vez, não pode ser objeto de livre convenção; está limitado e regulado expressamente por norma jurídica.

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DIFERENÇA ENTRE DIREITOS REAIS E

DIREITOS PESSOAIS 5) QUANTO AO MODO DE GOZAR OS DIREITOS: o

direito pessoal exige sempre um intermediário, que é aquele que está obrigado à prestação. Assim, o comodatário, para que possa utilizar a coisa emprestada, precisa que, mediante contrato, o proprietário do bem (comodante) lhe entregue este, assegurando-lhe o direito de usá-lo com a obrigação de restituí-lo dentro de certo prazo. Já o direito real supõe o exercício direto entre o titular e a coisa, desde que a mesma possa estar a sua disposição.

Page 30: DIREITO DAS COISAS

DIFERENÇA ENTRE DIREITOS REAIS E

DIREITOS PESSOAIS 6) EM RELAÇÃO AO ABANDONO: o abandono é

característico do direito real, podendo o seu titular abandonar a coisa, nos casos em que não queira arcar com os ônus. Por exemplo: quando o exercício de uma servidão exigir realização de obras necessárias ao seu uso e conservação, o dono do prédio serviente poderá exonerar-se dessa incumbência abandonando a propriedade ao dono do dominante (CC, art. 1.382 combinado com o art. 1.380). Tal não pode ocorrer quanto ao direito de crédito.

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DIFERENÇA ENTRE DIREITOS REAIS E

DIREITOS PESSOAIS 7) EM RELAÇÃO À SEQUELA: o direito real

segue seu objeto onde quer que se encontre. O direito de sequela é a prerrogativa concedida ao titular do direito real de por em movimento o exercício de seu direito sobre a coisa a ele vinculada, contra todo aquele que a possua injustamente, ou seja seu detentor. O mesmo não se pode dizer do direito pessoal.

Page 32: DIREITO DAS COISAS

DIFERENÇA ENTRE DIREITOS REAIS E

DIREITOS PESSOAIS 8) EM RELAÇÃO À POSSE: a posse só é possível no

direito real por ser a posse a exterioridade do domínio. Embora haja direitos reais que não comportam posse, como os que recaem sobre o valor da coisa (Ex: hipoteca, propriedade literária, artística e científica, etc.).

9) QUANTO AO DIREITO DE PREFERÊNCIA: os direitos reais de garantia constituídos sobre uma coisa prevalecem sobre quaisquer direitos pessoais e sobre outros direitos reais formados posteriormente em relação ao mesmo bem.

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CARACTERÍSTICAS Direito Pessoal a) Ilimitado quanto a criação. b) O objeto pode ser coisa genérica

determinável. c) É eminentemente transitório. d) Não podem ser usucapidos. e) Sujeito passivo determinado. f) A ação só contra aquele que figure na

relação jurídica

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CARACTERÍSTICAS Direito Real a) É limitado quanto a criação (Numerus

Clausus). Art. 1.225 do Código Cível e legislação em vigor.

b) O objeto é determinado. c) Tende a perpetuidade. d) Pode ser usucapido. e) Sujeito passivo universal.

Page 35: DIREITO DAS COISAS

CARACTERÍSTICAS Direito Real f) Ação contra quem quer que detenha a coisa g) Vinculo ligando uma coisa a uma pessoa h) Oponibilidade erga omnes (contra todos) i) Seqüela e preferência j) Adere ao bem corpóreos ou incorpóreos, sujeitando-o

diretamente ao titular k) São numerus clausus (números fechados) l) É passível de abandono m) É suscetível de posse n) Podem ser usucapidos

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BIBLIOGRAFIA DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil

Brasileiro, vol. 4, Direito das Coisas, São Paulo: Saraiva, 2011.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Diretos Reais Vol. V, 6. ed. São Paulo: Saraiva 2011.