direito constitucional ii - parte i - email - fev2010.pdf

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1 DIREITO CONSTITUCIONAL II ESTADO – ELEMENTOS CONCEITUAIS CONCEITO É uma organização político-administrativo-jurídica do grupo social que ocupa um territ território fixo rio fixo, possui um povo povo e está submetido a uma soberania soberania. TERRITÓRIO Abrange solo, subsolo, espaço aéreo, mar territorial, plataforma submarina, navios e aeronaves de guerra (em qualquer lugar do planeta, incluindo o território estatal estrangeiro), navios mercantes e aviões comerciais (no espaço livre, ou seja, nas áreas internacionais não pertencentes a nenhum Estado soberano) POVO Soma de todos os nacionais, independente de sua exata localização espaço-temporal. SOBERANIA É o poder que tem o Estado de se organizar jurídica e politicamente e de fazer valer no seu território suas decisões.

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Page 1: DIREITO CONSTITUCIONAL II - PARTE I - EMAIL - fev2010.pdf

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DIREITO CONSTITUCIONAL II

ESTADO – ELEMENTOS CONCEITUAIS

� CONCEITOÉ uma organização político-administrativo-jurídica do grupo social que ocupa um territterritóório fixorio fixo, possui um povopovo e está submetido a uma soberaniasoberania.

� TERRITÓRIO

Abrange solo, subsolo, espaço aéreo, mar territorial, plataforma submarina, navios e aeronaves de guerra (em qualquer lugar do planeta, incluindo o território estatal estrangeiro), navios mercantes e aviões comerciais (no espaço livre, ou seja, nas áreas internacionais não pertencentes a nenhum Estado soberano)

� POVOSoma de todos os nacionais, independente de sua exata localização espaço-temporal.

� SOBERANIAÉ o poder que tem o Estado de se organizar jurídica e politicamente e de fazer valer no seu território suas decisões.

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� FORMAS DE ESTADOInforma como se exerce o poder político em um determinado território ou seja de forma centralizada ou descentralizada.

� ESTADO SIMPLES UNITÁRIO): No Estado unitário há um só centro de poder político, isto não quer dizer que ele não possa ser descentralizado no sentido de ter as atividades administrativas (descentralizadas (ExEx: França, Espanha)

� ESTADO COMPOSTO (COMPLEXO):Há descentralização política e pode ser de dois tipos:

� FEDERAÇÃO: Na Federação há união de Estados não soberanos que se unem mantendo a sua autonomia

� CONFEDERAÇÃO: há reunião de Estados sem abrirem mão de sua soberania. Tal união é assentada em um pacto que é um instrumento de Direito Internacional

ESTADO – ELEMENTOS CONCEITUAIS

GOVERNO – ELEMENTOS CONCEITUAIS

� CONCEITO:

É o órgão diretor, o aparelho de mando exercido pelo Estado.

REGIME DE GOVERNO:

É o modo como Funciona o Poder. Pode ser:

� DEMOCRÁTICO: poder emana do povo

No Brasil o fundamento do Regime Democrático está no parágrafo único do

art.1º da CRFB: Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de

representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constiturepresentantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituiiçção.ão.

Os fundamentos da República Federativa do Brasil estão no art.1º da CRFB: Soberania, Cidadania, Dignidade da pessoa humana e os valores soSoberania, Cidadania, Dignidade da pessoa humana e os valores sociais do ciais do

Trabalho e da Livre Iniciativa.Trabalho e da Livre Iniciativa.

� AUTORITÁRIO: o povo não tem participação no poder

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GOVERNO – ELEMENTOS CONCEITUAIS

� FORMA DE GOVERNO:Informa quem exerce o poder e a sua maneira. Existem duas formas de governo:

�� Monarquia:Monarquia: há vitaliciedade e hereditariedade dos governantes

�� RepRepúública:blica: foi desenvolvido, em oposição, a periodicidade dos mandatos

� SISTEMA DE GOVERNO:É o modo como se repartem funcionalmente os Poderes e como se relacionam entre si.

�� PresidencialismoPresidencialismo há 3 Poderes;

�� ParlamentarismoParlamentarismo há 5 Poderes: Chefe de Estado, Chefe de Governo,

Parlamento (Legislativo), Administração e Judiciário. Os Poderes são

interdependentes e responsáveis.

� No AssembleAssembleíísmosmo todos os Poderes se concentram numa Assembléia Geral que

dirige o país

� CONSTITUIÇÃO FEDERAL E CONSTITUIÇÃO NACIONALNa Constituição Nacional estão as normas gerais, leis nacionais. Na Constituição Federal estão as

regras que organizam o poder da União Federal . (Desse conceito decorre o conceito de Leis

Nacionais e Federais)

� Leis Federais: são promulgadas pela União e aplicáveis apenas a ela e a seus agentes (Ex:

Estatuto dos Funcionários Públicos Civil da União)

� Leis Nacionais: editadas pela União, aplicando-se a todas as pessoas, órgãos e instituições no

Brasil (Ex: legislação penal, civil, comercial, processual, etc.)

Na Constituição da República Federativa do Brasil temos a mistura conter da Constituição Nacional e a

Federal.

Estrutura Básica da Federação

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�NOÇÃO DE FEDERAÇÃO:

� União de coletividades públicas dotadas de autonomia político-

constitucional São essenciais a caracterização de um Estado Federal:

a) a descentralização política fixada na Constituição (repartição

constitucional de competências);

b) participação dos entes federados, por meio de representantes, no

processo de formação da vontade nacional criadora da ordem jurídica

nacional; e

c) possibilidade de autoconstituição (existência de constituições

locais).

Estrutura Básica da Federação

� No Brasil vê-se a presença dos elementos caracterizadores da Federação:

a) a descentralização politica fixada na Constituição (repartição

constitucional de competências), pois a Constituição estabelece nos arts. 21 a

32,§ 1º, CF88, qual será a competência de cada um dos entes federados;

b) participação dos entes federados, por meio de representantes, no processo

de formação da vontade nacional criadora da ordem jurídica nacional : se

manifesta através do Senado Federal, onde estão os representantes dos Estados

art. 46, CF88;

c) possibilidade de autoconstituição (existência de constituições locais) art. 25

� PECULIARIDADES DA FEDERAÇÃO BRASILEIRA

� O Brasil foi um Estado unitário antes de ser uma Federação.

� O Brasil é o único caso de Federação formada por municípios (além dos Estados-

membros).

Estrutura Básica da Federação Brasileira

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� A Constituição Brasileira adota sistema complexo de Repartição de Competências:

� Enumera os poderes:

� UNIÃO (arts. 21 e 22, CF)

� MUNICÍPIOS(art. 30, CF)

� Deixa poderes remanescentes (residuais) para

� ESTADOS (art. 25, parágrafo primeiro, CF)

� Combina com essa reserva de campos específicos possibilidades de:

� Delegação (art. 22, parágrafo único, CF88)

� Áreas comuns em que admite atuações paralelas entre a UNIÃO, Estados, DF e Municípios (art. 23, CF88)

� Setores concorrentes entre União e Estados

� Competências suplementares para os Estados e Municípios

Estrutura Básica da Federação

� REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS

� É a existência, dentro de um mesmo território estatal, de mais de um centro de poder,

� Há entidades políticas com poder de normatizar, ou inovar no ordenamento jurídico, a

partir de regras fundamentais previamente instituídas que, em nosso direito, vêm

previstas na Constituição Republicana em vigor

�� PRINCPRINCÍÍPIOPIO:: (Lógica da repartição de competências)

� O princípio geral que norteia a repartição de competência entre as entidades

componentes do Estado Federal é o da predominância do interesse

� À União cabe aquelas matérias e questões de predominante interesse geral,

nacional, ao passo que aos Estados tocarão assuntos de predominante interesse

regional, e aos Municípios concernem os assuntos de interesse local

Estrutura Básica da Federação

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� CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS As competências podem ser MATERIAIS ou LEGISLATIVAS.

� COMPETÊNCIAS MATERIAIS OU ADMINISTRATIVAS

� Indicam as áreas em que os entes da federação podem atuar administrativamente. Ex1: Só a União pode declarar Guerra ou Celebrar a Paz. Ex2: Só o Município pode promover o planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; Podem ser:

� COMPETÊNCIAS EXCLUSIVAS:

São aquelas na qual cada ente federativo têm seu campo de atuação próprio, excludente de qualquer outra entidade federativa. (art. 21 e 30, CF)

� COMPETÊNCIAS COMUNS, CUMULATIVAS OU PARALELAS:

São competências atribuídas a todas as entidades federativas sobre determinadas matérias, estando as entidades no mesmo nível hierárquico (CF, art. 23). No conflito de atuações aplica-se o princípio da predominância de interesses.

Estrutura Básica da Federação

� CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIASAs competências podem ser MATERIAIS ou LEGISLATIVAS.

� COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS

� Indicam as áreas em que os entes da federação podem criar leis.; Podem ser:

� COMPETÊNCIAS EXCLUSIVAS:

Atribuídas a uma única entidade, sem a possibilidade de delegação ou competência suplementar. A CF não foi rigorosa na utilização dessa expressão,pois nos arts. 51 e 52, CF, trata de matérias de competência exclusiva da Câmara dos Deputados e do Senado, por não admitirem a possibilidade de delegação, mas denomina-as privativas.

� COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS:

Atribuídas a uma única entidade federativa, mas com a possibilidade de delegação em questões específicas, mediante lei complementar, (art. 22, p.único, CF). Admite ainda, competência suplementar (art. 24 e seus parágrafos, CF). Ex:Compete privativamente à União legislar sobre trânsito e transporte.

Estrutura Básica da Federação

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� CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIASAs competências podem ser MATERIAIS ou LEGISLATIVAS.

� COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS

� Indicam as áreas em que os entes da federação podem criar leis.; Podem ser:

� COMPETÊNCIAS CONCORRENTES :

Ocorre entre a União e Estados. As normas gerais cabem à União e aos Estados Membros cabem as normas particulares, complementares (art. 24, p. 1, CF).

� Se não há legislação federal na competência concorrente, os Estados exercem a competência legislativa plena (art. 24, p. 3, CF).

� Superveniência de legislação federal na competência concorrentesuspende a eficácia da lei estadual no que lhe for contrário (art. 24, p. 4)

� COMPETÊNCIAS SUPLEMENTARES :

Atribuídas aos Estados para desdobrarem as normas gerais estabelecidas pela União na competência concorrente (art. 24, p. 2, CF) e aos aos Municípios para suplementar a legislação federal e estadual no que couber (art. 30, II).

Estrutura Básica da Federação

� REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS:

�� União (União (artsarts. 21 e 22, CF). 21 e 22, CF)

� Competência Material: (atos de gestão – art. 21, CF)

� Competência Legislativa: ( ampla competência – arts. 22 e 24, CF)

�� MunicMunicíípios (art. 30, CF)pios (art. 30, CF)

� Competência Material: (atos de gestão – art. 30, II a IX, CF)

� Competência Legislativa: (assuntos de interesse local e suplementar a legislação federal e estadual no que couber)

�� Estados (art. 25, parEstados (art. 25, paráágrafo primeiro, CF)grafo primeiro, CF)

� Tem competência residual, pois são reservadas as competências que não lhes sejam vedadas pela Constituição.

�� Distrito Federal (art. 32, Distrito Federal (art. 32, §§11ºº, CF), CF)

� São atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Município.

� HIERARQUIA DAS LEIS

Não há hierarquia entre as leis, somente na competência concorrente

Estrutura Básica da Federação

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COMPETÊNCIAS DA UNIÃO

� CONCEITO

É a delimitação de poder que se outorga a um órgão ou entidade estatal, mediante a

especificação de matérias sobre as quais exerce o poder de governo.

� CLASSIFICAÇÃO (arts. 21 e 22, CF)

� Competência Material: (atos de gestão – art. 21, CF)

� EXCLUSIVA (ART. 21, CRFB)

� COMUM COM ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS (ART. 23,

CRFB)

� Competência Legislativa: ( ampla competência – arts. 22 e 24, CF)

� PRIVATIVA (ART. 22, CRFB)

� CONCORRENTE COM OS ESTADOS (ART. 24, CRFB)

COMPETÊNCIAS DA UNIÃO

� Competência Material EXCLUSIVA (ART. 21, CRFB)

I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;

II - declarar a guerra e celebrar a paz;

III - assegurar a defesa nacional;

IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;

V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;

VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;

VII - emitir moeda;

VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;

IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social;

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COMPETÊNCIAS DA UNIÃO

� Competência Material EXCLUSIVA (ART. 21, CRFB)

X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;

XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais;

XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:

a) os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens;

b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;

c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;

d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;

e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;

f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;

COMPETÊNCIAS DA UNIÃO

� Competência Material EXCLUSIVA (ART. 21, CRFB)

XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;

XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;

XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;

XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão;

XVII - conceder anistia;

XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações;

XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso;

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COMPETÊNCIAS DA UNIÃO

� Competência Material EXCLUSIVA (ART. 21, CRFB)

XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento

básico e transportes urbanos;

XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;

XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;

XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer

monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a

industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os

seguintes princípios e condições:

XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;

XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem,

em forma associativa.

COMPETÊNCIAS DA UNIÃO

� Competência Material COMUM (ART. 23, CRFB)I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o

patrimônio público;II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de

deficiência;III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os

monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor

histórico, artístico ou cultural;V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de

saneamento básico;X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social

dos setores desfavorecidos;XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de

recursos hídricos e minerais em seus territórios;XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

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COMPETÊNCIAS DA UNIÃO

� Competência Legislativa PRIVATIVA (ART. 22, CRFB)

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;

II - desapropriação;

III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;

IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;

V - serviço postal;

VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;

VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;

VIII - comércio exterior e interestadual;

IX - diretrizes da política nacional de transportes;

X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;

XI - trânsito e transporte;

XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;

XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;

XIV - populações indígenas;

XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;

COMPETÊNCIAS DA UNIÃO

� Competência Legislativa PRIVATIVA (ART. 22, CRFB)XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões;XVII - organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos

Territórios, bem como organização administrativa destes;XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;XX - sistemas de consórcios e sorteios;XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização

das polícias militares e corpos de bombeiros militares;XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;XXIII - seguridade social;XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;XXV - registros públicos;XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações

públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1º, III;

XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;XXIX - propaganda comercial.

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COMPETÊNCIAS DA UNIÃO

� Competência Legislativa CONCORRENTE (ART. 24, CRFB)I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;II - orçamento;III - juntas comerciais;IV - custas dos serviços forenses;V - produção e consumo;VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,

proteção do meio ambiente e controle da poluição;VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor

artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;IX - educação, cultura, ensino e desporto;X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;XI - procedimentos em matéria processual;XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;XIII - assistência jurídica e defensoria pública;XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;XV - proteção à infância e à juventude;XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.

U N I Ã O

�� NATUREZA:NATUREZA:

� Entidade essencialmente federativa. (Art. 1º e art. 18, ambos da CRFB)

� Pessoa Jurídica de Direito Público Interno, autônoma em relação às unidades federadas

e a que cabe exercer as prerrogativas da soberania do Estado brasileiro.

�� DiferenDiferençça entre UNIÃO e ESTADO FEDERAL:a entre UNIÃO e ESTADO FEDERAL:

� Estado Federal, com o nome de República Federativa do Brasil, é o todo, o complexo

constituído pela UNIÃO, Estados, Distrito Federal e Municípios, dotado de personalidade

jurídica de Direito Público Internacional.

� O Estado Federal é Pessoa Jurídica de Direito Público Externo

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I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;

II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e

construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental,

definidas em lei;

� Terras Devolutas: são aquelas que pertencem ao domínio público e que não se

encontram afetas a uma utilização pública. Até a proclamação da República

pertenciam à Nação; pela Constituição de 1891 foram transferidas aos Estados-

Membros (art. 64) e alguns destes passaram, em parte, para os Municípios.

III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que

banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a

território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias

fluviais;

IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofe com outros países; as praias marítimas;

as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as áreas referidas no art. 26, II;

BENS DA UNIÃO (art. 20, CF88)

V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; � Plataforma Constinental: é o leito e o subsolo das áreas submarinas até uma

distância de 200 milhas marítimas.� Zona Econômica Exclusiva: é uma faixa que se estende das 12 até às 200

milhas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial.

VI - o mar territorial; � Mar territorial: é a porção de 12 milhas de extensão do oceano sobre o qual o

Brasil exerce soberania. Incluem-se também o subsolo desse mar e o espaço aéreo correspondente.

VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; � Terrenos de marinha: são os terrenos debruçados à faixa litorânea, em fronte ao

mar e que não podem ser objeto de propriedade particualr, regendo-se pelo instituto da enfiteuse. O Dec-Lei nº 2.490/40 é que Estabelece as Normas para o Aforamento dos Terrenos de Marinha.

� O art. 3º do Dec-Lei nº 2.490/40, estabelece que terrenos de marinha são os que, banhados pelas águas do mar e pelas dos rios e lagoas até onde alcance a confluência das marés, vão até à distância de 33 metros para a parte da terra, medidos no ponto a que chegava o preamar médio em 1831.

BENS DA UNIÃO (art. 20, CF88)

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VIII - os potenciais de energia hidráulica;

IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;

XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

� Terras tradicionalmente ocupadas pelos índios: são aquelas habitadas por eles em caráter permanente e imprescindíveis à preservação dos recursos naturais necessários a sua preservação física e cultural.

� Qualquer exploração das terras indígenas dependerá de autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados.

� São nulos e extintos quaisquer direitos relativos a essas terras, com exceção daqueles relativos às benfeitorias derivadas da ocupação da boa-fé, conforme definição legal.

FAIXA DE FRONTEIRA: É a faixa de até 150 km de largura, ao longo das fronteiras terrestres, que é considerada fundamental para defesa do território nacional , e sua ocupação e utilização serão reguladas por lei.

BENS DA UNIÃO (art. 20, CF88)

ESTADOS FEDERADOS

Bens dos Estados: (Bens dos Estados: (artsarts. 26 CRFB). 26 CRFB)

I I I I ---- as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em

depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de

obras da União;

II II II II ---- as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu

domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou

terceiros;

III III III III ---- as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;

IV IV IV IV ---- as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

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ESTADOS FEDERADOS

Autonomia dos Estados: (Autonomia dos Estados: (artsarts. 18, 25, 28, CRFB). 18, 25, 28, CRFB)� AUTO-ORGANIZAÇÃO

� AUTOLEGISLAÇÃO

� AUTOGOVERNO

� AUTO-ADMINISTRAÇÃO

1. AUTO-ORGANIZAÇÃO

* “Os Estados organizam-se pelas Constituições que adotarem.”

* O poder constituinte estadual é autônomo, mas não soberano.

* A Constituição Federal fixa a zona de determinação e o conjunto de limitações à capacidade organizatória dos Estados, ordenando que suas Constituições e leis observem os seus princípios (art. 34, VII, 37 a 41 e 125, CRFB)

2. AUTOLEGISLAÇÃO

� Competências Reservadas aos Estados: “São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição” (art. 25, § 1º, CRFB)

ESTADOS FEDERADOS

Autonomia dos Estados: (Autonomia dos Estados: (artsarts. 18, 25, 28, CRFB). 18, 25, 28, CRFB)2. AUTOLEGISLAÇÃO

� Também lhes competem competências enumeradas em comum com a União e os Municípios (art. 23), assim como a competência exclusiva referida no art. 25, §§ 2º e 3º.

3. AUTOGOVERNO� Têm idêntica estrutura governamental a União. � Poder Executivo (Goverdador do Estado), Legislativo (Assembléia Legislativa) e Judiciário

(Tribunal de Justiça e outros tribunais e juizes)

� PODER LEGISLATIVO ESTADUAL

� A Assembléia Legislativa é Unicameral e compõe-se de Deputados, representantes do povo, eleitos diretamente pelo sistema proporcional, para um mandato de quatro anos.

� Art. 27, CRFB: O número de deputados corresponde ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, seráacrescido de tantos quantos forem os deputados federais acima de 12.

� Funcionamento: reúne-se a Assembléia Legislativa na Capital do Estado, em sessão legislativa ordinária, independentemente de convocação, na data fixada na Constituição estadual

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ESTADOS FEDERADOS

Autonomia dos Estados: (Autonomia dos Estados: (artsarts. 18, 25, 28, CRFB). 18, 25, 28, CRFB)3. AUTOGOVERNO

� Poder Legislativo Estadual:� Atribuições: É função do Poder Constituinte estadual definir também sobre que matéria cabe à Assembléia Legislativa legislar, com sanção do Governador, e sobre que matéria lhe compete dispor exclusivamente.

� Processo Legislativo Estadual: tem por objetivo a formação de :

a) Emendas à Constituição estadual;

b) Leis ordinárias sobre matéria de competência estadual;

c) Leis complementares estaduais

d) Decretos legislativos

e) Resoluções Legislativas: sobre matéria administrativa e outras de interesse interno da Assembléia Legislativa.

ESTADOS FEDERADOS

Autonomia dos Estados: (Autonomia dos Estados: (artsarts. 18, 25, 28, CRFB). 18, 25, 28, CRFB)

3. AUTOGOVERNO� Poder Executivo Estadual:

� É exercido por um Governador do Estado, eleito para um mandato de quatro anos, por sufrágio universal e voto direto e secreto em eleição que se realize no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, do ano anterior ao do término do mandato de seu antecessor, tomando-se posse no dia 1º de janeiro do ano subseqüente. A posse se dá perante a Assembléia Legislativa

� Substitutos do Governador: 1º Vice-Governador; 2º Presidente da Assembléia Legislativa; 3ºPresidente do Tribunal de Justiça

� A Constituição Estadual deve definir:a) Atribuições do Governadorb) Remuneração e impedimentos

� Crimes do Governador: os Comuns devem ser processados e julgados perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ), enquanto os de responsabilidade dependerá de como for regulado na Constituição de Cada Estado, mas, por simetria á Constituição Federal deverá haver participação da Assembléia Legislativa.

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ESTADOS FEDERADOS

Autonomia dos Estados: (Autonomia dos Estados: (artsarts. 18, 25, 28, CRFB). 18, 25, 28, CRFB)3. AUTOGOVERNO

� Poder Judiciário Estadual:

� O constituinte estadual é livre para estruturar sua Justiça, desde que preveja o

1)Tribunal de Justiça como órgão de cúpula da organização judiciária estadual, crie

os 2) juizados especiais e a 3) justiça de paz, designe 4) juiz de entrância especial

com competência para dirimir litígios agrários e 5) mantenha o tribunal do júri, nos

termos do art. 5º, XXXVIII, porque estão configurados na Constituição Federal que

até já lhe define algumas competências (art. 93, III, 967, I e II, 98 e 125).

� Poderá criar ou não Tribunal de Alçada, criar ou não Justiça Militar, por proposta do

Tribunal de Justiça, descentralizar seus sistema Judiciário com tribunais de segunda

instância em regiões do interior.

� Cabe aos Estados também a instituição de representação de inconstitucionalidade

de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição

Estadual

ESTADOS FEDERADOS

Autonomia dos Estados: (Autonomia dos Estados: (artsarts. 18, 25, 28, CRFB). 18, 25, 28, CRFB)3. AUTOGOVERNO

� Poder Judiciário Estadual:

� Organização Interna dos Tribunais e juízes estaduais:

a) Tribunais de segunda instância:

� O Tribunal de Justiça, órgão de cúpula da organização judiciária estadual, compõem-se de desembargadores em número e com atribuições determinadas na Constituição e nas leis do Estado.

� Cabe ao TJ propor à Assembléia Legislativa: 1) a alteração do número de seus membros e o número dos membros dos tribunais inferiores; 2) a criação e extinção de cargos e a fixação de vencimentos de seus membros, dos juízes, dos serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados.

� Os Tribunais de Alçada onde houver, compõem-se de juízes.

b) Juízes de primeira instância:

� Funções essenciais à Justiça Estadual:

a) Ministério Público estadual: Lei Complementar de cada Estado estabelecerá a organização, as atribuições e o estatuto de seus MPs (art. 128, § 5º, CRFB)

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ESTADOS FEDERADOS

Autonomia dos Estados: (Autonomia dos Estados: (artsarts. 18, 25, 28, CRFB). 18, 25, 28, CRFB)

3. AUTOGOVERNO

� Funções essenciais à Justiça Estadual:

b) Procuradorias e consultorias estaduais: os Procuradores dos Estados e

Distrito Federal hão de ser organizados em carreira em que ingressarão por

concurso público de provas e títulos (art. 132), estando, pois, vedada a admissão

ou contratação de advogados para o exercício das funções de representação

judicial (salvo impedimento de todos os procuradores).

c) Defensorias Públicas estaduais: é obrigatória sua instituição, conforme

estabeleceu a CRFB. É uma instituição essencial à função jurisdicional, destinada

à orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma

do art. 5º, LXXIV

MUNICÍPIOS

PosiPosiçção do Municão do Municíípio na Federapio na Federaççãoão

É entidade estatal integrante da Federação, como entidade político-administrativa, dotada de

autonomia política, administrativa e financeira.

� AUTONOMIA MUNICIPAL

Tem a partir da CRFB 1988 o poder de auto-organização, ao lado do governo próprio e de competências exclusivas.

A autonomia municipal assenta-se em quatro capacidades:

a) capacidade de auto-organização: mediante a elaboração de lei orgânica própria;

b) capacidade de autogoverno: pela eletividade do Prefeito e dos Vereadores às respectivas Câmaras Municipais.

c) capacidade normativa própria: ou capacidade de autolegislação, mediante a competência de elaboração de leis municipais sobre áreas que são reservadas à sua competência exclusiva e suplementar.

d) capacidade de auto-administração: administração própria, para manter e prestar os serviços de interesse local

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MUNICÍPIOS

PosiPosiçção do Municão do Municíípio na Federapio na Federaççãoão

� CAPACIDADE DE AUTO-ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL

Art. 29, CRFB: “O Município se regerá por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição e na Constituição do respectivo Estado.”

� É uma espécie de Constituição Municipal. Discrimina a matéria de competência exclusiva do Município, observadas as peculiaridades locais, bem como a competência comum que a Constituição lhe reserva juntamente com a União, os Estados e o Distrito Federal (art. 23).

� A Constituição estabeleceu no art. 29, o conteúdo básico da Lei Orgânica.

� Competências Municipais: o Art. 30, CRFB, discrimina as bases da competência dos Municípios.

Governo MunicipalGoverno Municipal

� Poderes Municipais: o governo municipal é constituído só de Poder Executivo, exercido pelo Prefeito e de Poder Legislativo, exercido pela Câmara Municipal. Os municípios não têm Poder Judiciário.

MUNICÍPIOS

Governo MunicipalGoverno Municipal� Poder Executivo Municipal

� O Chefe desse Poder é o Prefeito.

� Cabe a cada Lei Orgânica discriminar as funções do prefeito

� O Prefeito e o Vice-Prefeito (como os vereadores) serão eleitos no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato de seus antecessores, para mandato de quatro anos, e tomarão posse no dia 1º de janeiro do ano subseqüente.

� Segundo Turno: Aplica-se a regra do art. 77, no caso de Municípios com mais de 200.000 eleitores (art. 29, I e II). Assim, a eleição do Prefeito e do Vice deve atender ao princípio da maioria absoluta

� Substitutos do Prefeito: 1º Vice- Prefeito; 2º Cabe à Lei Orgânica estatuir sobre os substitutos eventuais do Prefeito.

� Poder Legislativo Municipal� É exercido pela Câmara Municipal que deverá também ter suas funções discriminadas pela lei

orgânica do respectivo Município

� A Câmara será composta por vereadores, cujo número será fixado pela Constituição do Respectivo Estado, proporcionalmente à população do município.

� O mandato de vereador terá a duração de 04 anos.

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Intervenção nos Estados e Municípios

� NATUREZA:É ato político que consiste na incursão da entidade interventora nos negócios da entidade que a suporta. É medida excepcional, e só há de ocorrer nos casos nela taxativamente estabelecidos e indicados.

� HIPÓTESES:� Intervenção da União nos Estados (art. 34, CRFB):

� Defesa do Estado – manter integridade nacional ou repelir agressão estrangeira

� Defesa do Princípio Federativo – por termo a grave comprometimento da ordem pública; garantir livre exercício de quaisquer dos Poderes na unidade federativa.

� Defesa das Finanças Estaduais – deixar de pagar por mais de 02 anos dívida fundada; deixar de entregar aos municípios receitas tributárias, dentro dos prazos legais.

� Defesa da Ordem Constitucional - forma republicana, sistema representativo e regime democrático; direitos da pessoa humana; autonomia municipal; aplicação das receitas tributárias, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

Intervenção nos Estados e Municípios

� HIPÓTESES:� Intervenção da União nos Estados (art. 34, CRFB):

� Procedimento: efetiva-se por Decreto do Presidente da República

� Especificando amplitude,

� Prazo e

� Condições de execução

� Nomeando, se for o caso, interventor.

� A intervenção deve ser submetida ao exame do Congresso Nacional

que poderá aprovar ou rejeitar a intervenção.

� Não há controle jurisdicional porque é ato político, exceto se violar as

normas constitucionais.

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� HIPÓTESES:� Intervenção dos Estados nos Municípios (art. 35, CRFB):

� Deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, dívida fundada (I)

� Não forem prestadas contas devidas na forma da lei (arts. 30, III, e 31)

� Não aplicação de receita mínima destinada à educação (art. 212)

� O Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial (IV)

� Procedimento:

� Faz-se por Decreto do Governador, especificando amplitude, prazo e condições de

execução, nomeando, se for o caso, interventor.

� A intervenção deve ser submetida ao exame da Assembléia Legislativa, que poderá

aprovar ou rejeitar a intervenção

Intervenção nos Estados e Municípios

�� CONTECONTEÚÚDODO

�� AGENTES PAGENTES PÚÚBLICOSBLICOS

�� NoNoçção de Agente Pão de Agente Púúblicoblico

�� Cargos e FunCargos e Funççõesões

ADMINISTRAADMINISTRAADMINISTRAADMINISTRAÇÇÇÇÃO PÃO PÃO PÃO PÚÚÚÚBLICABLICABLICABLICA

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AGENTES PÚBLICOS

�� NONOÇÇÃO DE AGENTE PÃO DE AGENTE PÚÚBLICOBLICO

Agente público é toda pessoa física que presta servi ços

ao Estado e às pessoas jurídicas da Administração

Indireta.

�� CLASSIFICACLASSIFICAÇÇÃO DOS AGENTES PÃO DOS AGENTES PÚÚBLICOS BLICOS

1) Agentes Políticos

2) Servidores Públicos

3) Particulares em colaboração com a Administração

AGENTES PÚBLICOSCLASSIFICACLASSIFICAÇÇÃO DOS AGENTES PÃO DOS AGENTES PÚÚBLICOSBLICOS

1) 1) AGENTES POLAGENTES POL ÍÍTICOSTICOS

� São os componentes do Governo nos seus primeiros escalões, investidos em cargos, funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação ou delegação para o exercício de atribuições constitucionais.

� Incluem-se nessa categoria:

� Chefes do Poder Executivo federal, estadual e municipal e seus auxiliares diretos

� Membros do Poder Legislativo

� Membros da Magistratura, Ministério Público e Tribunais de Contas

� Representantes diplomáticos e demais autoridades que atuem com independência funcional no desempenho das atribuições governamentais, judiciais ou quase judiciais, estranhas ao quadro do funcionalismo estatutário

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AGENTES PÚBLICOSCLASSIFICACLASSIFICAÇÇÃO DOS AGENTES PÃO DOS AGENTES PÚÚBLICOSBLICOS

2) 2) SERVIDORES PSERVIDORES PÚÚBLICOS ouBLICOS ou AGENTES ADMINISTRATIVOSAGENTES ADMINISTRATIVOS (Hely)

� São todos aqueles que entretêm com o Estado relação de trabalho de natureza profissional e caráter não eventual sob vínculo de dependência.

� CLASSIFICAÇÃO:

A) SERVIDORES ESTATUTÁRIOS, ocupantes de cargos públicos

B) EMPREGADOS PÚBLICOS: contratados sob o regime da legislação

trabalhista e ocupantes de emprego público

C) SERVIDORES TEMPORÁRIOS: contratados por tempo determinado para

atender à necessidade temporária de excepcional interesse público (art. 37, IX,

CF); eles exercem função, sem estarem vinculados a cargo ou emprego público

AGENTES PÚBLICOSCLASSIFICACLASSIFICAÇÇÃO DOS AGENTES PÃO DOS AGENTES PÚÚBLICOSBLICOS

3) 3) PARTICULARES EM COLABORAPARTICULARES EM COLABORA ÇÇÃO COM A ADMINISTRAÃO COM A ADMINISTRA ÇÇÃO ou AGENTES ÃO ou AGENTES

HONORHONORÍÍFICOS FICOS (Helly)

� São sujeitos que, sem perderem sua qualidade de particulares, exercem função

pública, ainda que, às vezes, apenas em caráter episódico. Ex: Leiloeiros, tradutores e

intérpretres públicos, jurados, serviços militares e eleitorais

OBS:OBS: Helly ainda elenca um 44ºº tipotipo – AGENTES DELEGADOS AGENTES DELEGADOS

� São particulares que recebem a incumbência da execução de determinada

atividade, obra ou serviço público e o realizam em nome próprio, por sua conta e

risco, mas segundo as normas do Estado e sob permanente fiscalização do delegante.

Exemplo: concessionários e permissionários de serviços públicos e obras públicas

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CARGOS, EMPREGOS E FUNCARGOS, EMPREGOS E FUNÇÇÕESÕES1) CARGO PÚBLICO:

� É o conjunto de atribuições e responsabilidades (unidade de direitos e deveres) criados

por lei;

� Os servidores titulares dos cargos públicos submetem-se a um regime especificamente

concebido para reger esta categoria de agentes: regime estatutário ou institucional

� Têm nome e número certos e remuneração determinado também por lei.

� Há 02 espécies de cargos, a lei que cria o cargo aponta sua natureza jurídica que pode

ser:

� Cargo Efetivo: A natureza jurídica do cargo efetivo é definitiva (período de prova –

estágio probatório – estabilidade)

� Cargo em Comissão: e a do cargo em comissão é transitória (livre nomeação e exoneração).

SERVIDORES PÚBLICOS

CARGOS, EMPREGOS E FUNCARGOS, EMPREGOS E FUNÇÇÕESÕES2) EMPREGO PÚBLICO:

� São núcleos de encargos de trabalho a serem preenchidos por agentes contratados para desempenha-los, sob relação trabalhista, sujeitando-se à disciplina aplicável aos contratos trabalhistas em geral;

3) FUNÇÕES PÚBLICAS:

� Também consistem em um conjunto de atribuições exercidas por servidores públicos, mas sem que lhes corresponda um cargo ou emprego;

� Abrange dois tipos de situação:

a) a função exercida por servidores contratados temporariamente com base no art. 37 IX, para as quais não se exige, necessariamente, concurso público, porque às vezes a própria urgência da contratação é incompatível com a demora do procedimento;

b) as funções de natureza permanente, correspondentes à chefia, direção, assessoramento ou outro tipo de atividade para a qual o legislador não crie o cargo respectivo; são de livre provimento e exoneração.

SERVIDORES PÚBLICOS

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CONDICONDIÇÇÕES DE ACESSO AOS CARGOS, EMPREGOS E FUNÕES DE ACESSO AOS CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÇÕES PÕES PÚÚBLICASBLICAS

� LIMITE DE IDADE: (art. 37, I e II):

� A CF/88 proíbe qualquer discriminação, em razão da idade, para ingresso do servidor em cargo público da administração direta, autárquica ou fundacional (RDA 184/131; RSTJ 28/283; STJ-RDA 184/141; TJRJ-RDA 185/94; ESTJ 3/222).

� Porém, atualmente, há vários julgados reconhecendo a limitação quanto à idade, desde que exista um pressuposto lógico e racional que justifique a discriminação.

� CONCURSO PÚBLICO:

� Os concursos públicos, sob pena de frustração de suas finalidades, devem dispensar tratamento impessoal e igualitário aos interessados.

� Exames psicológicos só podem ser feitos como meros exames de saúde, na qual se inclui a higidez mental dos candidatos, ou, no máximo (e apenas no caso de certos cargos e empregos) para identificar e inabilitar pessoas cujas características psicológicas revelem traços de personalidade incompatíveis com o desempenho de determinadas funções.

SERVIDORES PÚBLICOS

SERVIDORES PÚBLICOS

CONDICONDIÇÇÕES DE ACESSO AOS CARGOS, EMPREGOS E FUNÕES DE ACESSO AOS CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÇÕES PÕES PÚÚBLICASBLICAS

� CONCURSO PÚBLICO:

� Como as normas sobre acessibilidade e concurso público são impositivas para toda a administração, as sociedades de economia mista e as empresas públicas também estão sujeitas a elas. Mas, se forem exploradoras de atividade econômica, disporão de liberdade para contratar diretamente seus empregados nas hipóteses em que:

(a) a adoção de concurso público tolheria a possibilidade de atraírem e captarem profissionais especializados que o mercado absorve;

(b) nos casos em que o concurso bloquearia o desenvolvimento de suas normais atividades no setor

� Vencido o concurso, o primeiro colocado adquire direito subjetivo à nomeação, mas a conveniência e oportunidade do provimento ficam à inteira discrição do poder público.