direito constitucional i 1º teste

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Direito Constitucional I 1º Teste: 8\Novembro\2012 Prof. Jorge Sampaio 1. DIREITO CONSTITUCIONAL O Direito constitucional é a parcela da ordem jurídica que rege o próprio Estado enquanto comunidade e enquanto poder. É o conjunto de normas (disposições e princípios) que recortam o contexto jurídico correspondente à comunidade política como um todo e aí situam os indivíduos e os grupos uns em face dos outros e frente ao Estado-poder e que, ao mesmo tempo, definem a titularidade do poder, os modos de formação e manifestação da vontade política, os órgãos de que esta carece e os actos em que se concretiza. Ao Direito Constitucional em sentido objectivo (conjunto de normas jurídicas) corresponde o Direito constitucional em sentido subjectivo (conhecimento dessas normas). Ao Direito constitucional corresponde a Ciência do Direito constitucional. 2. O DIREITO CONSTITUCIONAL E AS DISCIPLINAS JURÍDICAS Direito Público: disciplina relações entre entes públicos, ou entre eles e o corpo social, independente da vontade (cogente) D. constitucional; D. administrativo; D. financeiro; D. tributário; D. económico; D. penal; D. processual; D. Trabalho Direito Privado: disciplina relações entra particulares, supletivos das vontades das partes. D. Civil; D. Comercial 2. AS FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL

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Direito Constitucional I 1 Teste: 8\Novembro\2012Prof. Jorge Sampaio1. Direito ConstitucionalO Direito constitucional a parcela da ordem jurdica que rege o prprio Estado enquanto comunidade e enquanto poder. o conjunto de normas (disposies e princpios) que recortam o contexto jurdico correspondente comunidade poltica como um todo e a situam os indivduos e os grupos uns em face dos outros e frente ao Estado-poder e que, ao mesmo tempo, definem a titularidade do poder, os modos de formao e manifestao da vontade poltica, os rgos de que esta carece e os actos em que se concretiza.Ao Direito Constitucional em sentido objectivo (conjunto de normas jurdicas) corresponde o Direito constitucional em sentido subjectivo (conhecimento dessas normas). Ao Direito constitucional corresponde a Cincia do Direito constitucional.2. O Direito Constitucional e as disciplinas jurdicas

Direito Pblico: disciplina relaes entre entes pblicos, ou entre eles e o corpo social, independente da vontade (cogente)D. constitucional; D. administrativo; D. financeiro; D. tributrio; D. econmico; D. penal; D. processual; D. Trabalho Direito Privado: disciplina relaes entra particulares, supletivos das vontades das partes.D. Civil; D. Comercial

2. As fontes do Direito ConstitucionalPor fontes de Direito entende-se, em sentido tcnico-jurdico, os modos de formao e revelao das regras jurdicas. Fontes formais so os modos de manifestao do direito mediante os quais os juristas conhecem e descrevem o fenmeno jurdico, enquanto que as fontes materiais so os elementos que emergem da prpria realidade social e dos valores que inspiraram o ordenamento jurdico, como factores naturais, demogrficos, polticos, econmicos, morais e outros.As fontes formais do Direito em geral, isto , a lei, o costume e a jurisprudncia, que tambm esto presentes no Direito Constitucional.

A ConstituioEfeitos da CRP Material Estrutural Funcional tipo de argumentao jurdica utilizada (ex.: ponderao) Poltico

Poder poltico

Poder: a faculdade de mandar e a capacidade de se fazer obedecer (Prof. Freitas do Amaral) Faculdade de traar livremente a sua prpria conduta ou de definir a conduta alheia. (Prof. Marcelo Caetano)

Poder Poltico: Faculdade que um povo d a si prprio para instituir rgos com autoridade e autonomia O fundamento do poder radica no povo (fundamento democrtico). Todo o poder poltico est intimamente ligado ao Estado mas no se esgota no Estado O poder poltico um poder soberano, dentro do seu territrio no h poder superior ao do Estado O Poder poltico tem no Estado um elemento referencial Coloca-se o tema da Constituio modelo de organizao e funcionamento do Estado e das relaes entre o Estado e os cidados;

Conceito de poder:Envolve uma faculdade de impor unilateralmente uma conduta que pode controlar uma aco ou omisso (impor um comportamento ou controlar, fiscalizar uma conduta); Envolve autoridade, uma vez que no h poder sem autoridade, e no h poder sem situao de subordinao;Pressupe um dever de obedincia, acatar, cumprir, executando o que lhe imposto, sob pena de coercibilidade (recorrer ao uso da fora manifestao do poder de autoridade);A autoridade exige a imposio de um comportamento;Sempre que no possvel impor uma conduta pela fora, estamos na presena de um poder debilitado. Poltica: actividade humana que tem o propsito de conquistar, manter e exercer o poder. O poder o objecto central da poltica. Tipos de poder: Nem todo o poder um produto do Estado, existem outras formas de poder que no o poltico: Poder econmico: tambm exige autoridade, no impondo um comportamento, mas controlando quem age; Poder religioso; Poder informativo (exerce-se um controlo que determina a posio das pessoas); Tambm existem poderes entre os privados: o poder da entidade patronal relativamente ao trabalhador, o poder paternal (relao entre pais e filhos menores), o poder dos docentes (professores em relao aos alunos).

Expresso / VisvelImplcito ou Oculto

No se esconde, est retratado nas normas, na vida social;No o nico centro do poder, existem grupos de pessoas que limitam as decises daqueles que so os titulares do poder expresso;Manifestao do poder que est omisso, i.e. na sombra (economia, religio, poltica).O grande drama que este poder que muitas vezes determina as decises do outro Problema da opacidade da democracia, i.e. no se discerne o que est por detrs

O poder poltico tem estas duas vertentes: Manifestao formal: Expresso de acordo com as normas oficiais (Dirio da Repblica). Manifestao informal: no resulta das normas escritas mas de uma prtica reiterada existente na sociedade resulta da Constituio no oficial.

Limites do poder: Impostos pelo Direito noo de Estado de Direito, Estado cujo poder est limitado pelo Direito Limitaes factuais (e no jurdicas).Existe comunicao entre o hemisfrio dos factos e do Direito. Um exemplo o costume, em que estamos na presena de factos reiterados que adquirem convico de obrigatoriedade, passando para o hemisfrio do Direito.Legitimao (validao) dos titulares do poder: Legitimao carismtica: tem como base a natureza herica/sagrada de quem exerce o poder, a qual no resulta do Direito, no tem fundamento em ramos jurdicos, mas sim, por exemplo, na fora de batalha correspondendo origem, formao de cada Estado (D. Afonso Henriques); poder que se impe pelas armas. Poder/legitimao tradicional: aliana entre o tempo e a memria histrica; poder fundamentado em regras, mas nem todas so de natureza jurdica, sendo a Histria a determinar a soluo ( a base de todas as monarquias hereditria.); Poder/legitimao racional: apenas fundado em regras jurdicas, um fenmeno jurdico. Existem regras para a legitimidade dos titulares, tais como o processo eleitoral, a nomeao, etc. poder de representao directa ou indirecta

3 Grandes reas do Poder Poltico Poder poltico estadual Estado como principal fonte do poder poltico Poder poltico da comunidade internacional protagonizado pelas organizaes internacionais, como da ONU; Poder poltico regional integrao do Estado em estruturas supranacionais, como a UE

Elementos do Estado Tridencionalidade do Estado: Povo Territrio Poder politico

Estado: Ao longo dos sculos, diferentes realidades dominaram a histria da humanidade, entre sociedade, sociedade Politica e Estado, muitas foram as perspectivas para encarar a relao entre a sociedade e o estado. Estado e sociedade poltica identificam-se, sendo tomado como fenmeno humano permanente e universal, o Estado a mais importante espcie de sociedade poltica. A noo de Estado que hoje conhecemos define-se como agrupador de trs elementos: o povo, o territrio e o poder poltico. Porqu o aparecimento do estado? Desde os tempos mais antigos, das primeiras civilizaes, a vida em sociedade visionada como uma forma inerente existncia da pessoa humana, como tal a escassez de bens e a conflitualidade entre os distintos interesses individuais ou sociais pelo domnio desses mesmos bens reclama a existncia de regras obrigatrias que permitam dirimir conflitos de forma justa e garantir a prossecuo de interesses comuns, como a paz social, sob pena de extino da ordem em sociedade.A obrigatoriedade dessas regras de conduta funda na respectiva aceitao por parte de autoridades e na sua coercibilidade; a coero prev a garantia do respeito pelas regras de conduta mediante a possibilidade do uso da fora.

Estado e NaoNao um complexo de tradies, necessidades e aspiraes que envolve e agrega uma comunidade humana em torno de um sentido de pertena e de projeco do seu destino no universal.As relaes de tenso entre estado e Nao: a prioridade da nao em relao ao Estado; Naes sem Estado; o Estado-Nao; Estados multinacionais; a situao especfica dos Estados construtores de Naes a partir de uma multiplicidade de comunidades tnicas, lingusticas e culturais.

Povo fixado num determinado territrio onde institui um determinado poder autnomo neste mesmo a nao politicamente organizada uma espcie de sociedade poltica O estado soberano caracteriza-se por um poder supremo no plano interno e independente no plano internacional. A soberania no plano interno traduz-se no monoplio da produo do direito positivo e da coaco legtima para o impor. Este um dos possveis tipos de estado: O estado Nacional soberano nascido na europa.

Processo de Formao do Estado: No plano Histrico revelam-se os seguintes processos: a conquista, a imigrao, a aglutinao por laos de sangue ou por laos econmicos e a evoluo social pura e simples para organizaes cada vez mais complexas. No plano do Direito constitucional e do Direito internacional dos ltimos 200 anos, tambm possvel tipificar processos como a elevao a Estado de comunidades dependentes e a secesso ou desmembramento de Estados pr-existente.

Caractersticas Gerais do Estado: Complexidade de organizao e actuao, da institucionalizao da coercibilidade da autonomizao do poder poltico.

Fronteiras do Estado: Naturais: grande parte da Europa Artificiais: continente Africano

Princpio da Territorialidade do Direito: todas as coisas ou pessoas situadas dentro do Estado so atingidas pelo poder deste. Princpio da Impermeabilidade: no interior de um territrio s o poder do prprio estado exercido. Contudo, no interior de uma Embaixada o poder exercido o do pas a que esta pertence. O Estado tem um poder poltico limitado pelo Direito Estado de Direitos (Aristteles governo das leis).

Conceitos de Estado de Direito: Formal: o Estado autor da sua norma limitativa autolimitao (pode optar por outra vinculao); Material: o Estado est limitado pelo Direito que ele cria e por princpios e valores que ultrapassam o prprio Estado heterovinculaao (de fora, por exemplo a Declarao Universal dos Direitos do Homem). o Estado que respeita mais o Direito, o Estado de Direito material ou de juridicidade, o verdadeiro (mesmo os Estados totalitrios foram Estados de Direitos formais).

Titularidade no o mesmo que exerccio do poder poltico. O primeiro pertence ao povo, o que no significa que todo o povo o possa exercer: Se o exerce atravs dos representantes eleitos, estamos perante uma democracia representativa; Se o exerce directamente atravs de um referendo, p.e., estamos perante uma democracia directa ou semidirecta; Se o exerce enquanto membro de grupos organizados (p.e., sindicatos, associaes religiosas) estamos perante uma democracia participativa (art. 2 CRP).

Nao: Comunidade de pessoas que esto unidas por um plano histrico Existem estados que tm mais de uma nao, como por exemplo Espanha.

O Povo: Expressa um vnculo de cidadania, povo no o mesmo que populao, estrangeiro no o mesmo que aptrida (sem ptria). Pressupe um vnculo de cidadania. Conceito jurdico-constitucional de povo: Conjunto de cidados que esto ligados aoEstado por um vnculo de Nacionalidade. Conceito econmico de povo: Indivduos de qualquer nacionalidade mas que residem nas fronteiras de um determinado Estado.

Cidadania ou Nacionalidade: vinculo jurdico que liga uma pessoa a uma s nacionalidade. A cidadania, sendo elemento integrante da relao de algum com o Estado, tambm um direito fundamental (Constituio e Declarao dos Direitos do Homem e do Cidado); E um conceito importante porque ao longo da histria existiram direitos reservados aos cidados, hoje assiste-se ao progressivo alargamento dos direitos fundamentais aos estrangeiros e aptridas (universalidade dos DF) no podem existir discriminaes em funo da cidadania Compete a cada Estado a definio dos critrios para a aquisio da respectiva cidadania/nacionalidade (juridicamente a cidadania o vinculo relativo s pessoas singulares; as coisas e as pessoas colectivas tm nacionalidade);

Existem 2 critrios determinantes para adquirir uma nacionalidade: Ius solis: um individuo que tenha nascido em um determinado Estado tem a cidadania desse mesmo Estado; Jus sanguinis: um individuo filho de um cidados de um determinado estado, tem direito mesma cidadania que os referidos Critrio misto: conjuga ambos os critrios referidos, tambm o modo usado em Portugal.

- O Direito pode ainda definir que a cidadania se adquire: Cidadania originria adquire-se automaticamente, atravs da lei; Cidadania no originria adquire-se por efeito da conjugao entre a lei e a vontade da pessoa - pode ter origem na vontade de algum: Casamento estrangeiro casa com uma portuguesa, adquirindo cidadania portuguesa; Adopo se um portugus adopta um estrangeiro, o seu filho adquirir cidadania portuguesa; Naturalizao um estrangeiro que vive em Portugal h vrios anos com determinados critrios).

Territrio: indispensvel para o Estado como referncia da comunidade, como sede material do poder, como domnio da aco indiscutvel, como rea de segurana dos indivduos e das sociedades menores e como instrumento ao servio dos fins de poder as fronteiras do Estado definem os limites dentro dos quais a ordem interna mantida pelos rgos de poder. O papel histrico do territrio: local de fixao de um povo; local de agregao ou integrao de elementos diversos num mesmo povo; uma das bases no sentido de identidade de um povo ao longo dos tempos, em relao aos outros povos; uma das bases da permanncia do poder politico. Este papel chega por vezes a dar o nome ao Estado. Elemento essencial para o exerccio do poder; no territrio que se fundamenta a base da existncia do Estado; Factor de identificao da comunidade/povo (ius soli); Objecto do poder do Estado Limite autoridade do Estado (s no interior das suas fronteiras tem o exerccio do seu poder, a execuo coerciva das suas normas), No mbito do territrio do Estado no se aplica s o direito produzido pelo Estado, por exemplo: direito produzido pelas Regies Autnomas, pelas autarquias locais, direito comunitrio, direito Internacional Pblico, direito cannico, direito estrangeiro (mas o Estado tem sempre uma palavra a dar).

O Estado tem direito de jurisdio sobre o respectivo territrio. Este assume-se como sendo: Indivisvel; Inalienvel; Exclusivo; O Estado tem poderes de jurisdio mesmo sobre reas que no fazem parte do seu territrio (por exemplo a ZEE). Existem territrios de contitularidade territrios que so de dois Estados. Existem tambm espaos territoriais que no pertencem a nenhum Estado (ex.: fronteira entre Iraque e Kuwait).Os componentes do territrio do estado so o territrio terrestre (espao delimitado na superfcie terrestre do estado e correspondente rea subjacente atravs das respectivas fronteiras), com componentes temos o solo e o subsolo onde existe o exerccio da soberania. O territrio areo (espao suprajacente s fronteiras terrestres e mar territorial), onde existe a soberania sobre o espao areo e os seus limites. O territrio martimo (o espao respeitante a uma determinada extenso de mar calculada a partir das costas de um Estado) tem como componentes as guas interiores, o mar territorial e a sua largura mxima; plataforma continental. Estado Soberano e colectividades no estaduais3 Tipos principais: Estados soberanos (1) Estados no-soberanos (2) Estados semi-soberanos (3)(1) Estados Soberanos - Dotado de personalidade jurdica internacional: afirma-se como sujeito nas relaes que estabelece com outros sujeitos e organizaes; um Estado que tem competncia sobre as competncias. Tem em si o poder de definir os poderes, tem em si a competncia ltima, que lhe permite distribuir no plano interno poderes a outras realidades intra-estaduais; Estado que detm o poder Constituinte de definir os outros poderes ( na Constituio que esto definidos os outros poderes); Competncias na esfera internacional: Direito de legao: poder de enviar e o poder de acreditar representantes diplomticos, poder de estabelecer relaes diplomticas) Direito de celebrar convenes/tratados internacionais. P.e. no caso dos EUA, s a unio que tem poder de celebrar tratados com Portugal, e no um dos Estados federados por si; Direito de reclamao internacional: o Estado pode, junto das instancias internacionais, e sobretudo da ONU, apresentar reclamaes. S os Estados soberanos tm esse poder; Direito de fazer a guerra: hoje apenas admissvel no quadro da carta das Naes Unidas. Mas o Estado tem direito de legitima defesa. Podem socorrer guerra quando no tm meios para se defender, todavia tem de passar pela carta das Naes Unidas;

(2) Estados No-Soberanos o tipo de Estado que caracteriza os Estados-membros de uma federao os Estados federados no tm personalidade jurdica internacional e no tm as competncias internacionais - Poderes que tm, apenas na esfera interna: Poder constituinte: este limitado pela Constituio federal critrio de validade das Constituies dos Estados federados Competncia para definir as regras de organizao interna Soberania no plano interno.

(3) Estados Semi-Soberanos Tm ou podem ter uma parcela de soberania externa, mas uma parcela sempre limitada.

Modalidades: Estado vassalo: estado que vem do modelo feudal em que a este estava ligado outro ou outros estados que exerciam supremacia sobre a respectiva soberania. Tinha como contrapartidas o exerccio de algumas faculdades que at ento pertenciam ao estado vassalo. Por exemplo a situao de Andorra relativamente a Frana e Espanha; Estado protegido: estava numa situao de menoridade em relao a outro Estado. Normalmente escondia situaes para-coloniais. Ex.: o caso de Marrocos, que at independncia estava em parte sob protectorado espanhol e francs. Era s independente formalmente; Estados membros de uma confederao/confederados: parte da sua soberania transitou do respectivo estado para a confederao. De algum modo pode-se dizer que essa hoje a situao dos estados membros da EU; Estados exguos: reduzida dimenso territorial, estando na dependncia de outros em algumas matrias: Mnaco em relao a Frana, So Marino ou Vaticano em relao a Itlia e Liechtenstein em relao Sua Estados neutralizados: estados que no podem participar em conflitos armados, que tm limitao aplicada a uma das esferas da sua competncia internacional: situao da ustria em 1955, estado neutralizado por parte das potncias vencedoras da IIGM.

Formas de Estado Relao entre a comunidade e o poder poltico; modo pelo qual o Estado dispe o seu poder em relao a outros poderes: - Estado unitrio/ simples: o Estado distribui o seu poder concentrando-o num determinado centro/ncleo; unidade de centros polticos - Estado composto/complexo: o Estado distribui o seu poder pelo territrio; Estado formado por outros Estados; pluralidade de centros polticos.

Estado Unitrio - Composto por um nico centro principal de deciso poltica; - O Estado unitrio pode ser: Centralizado: o poder poltico est nas mos de uma nica pessoa colectiva pblica o Estado; Descentralizado: apesar de o poder poltico estar na sua maioria nas mos do Estado, existem parcelas que esto atribudas a outras pessoas colectivas pblicas (Ex. Regies Autnomas) descentralizao poltico-administrativa.Pode ser: Integral: se todo o territrio do Estado estiver coberto, dividido em regies autnomas (ex. Itlia e Espanha). Dentro das RA podemos ainda falar em descentralizao: . Homognea: Todas as regies tm os mesmos poderes (Ex. Portugal Aores e Madeira tm os mesmos poderes). . Heterognea: Existem regies com mais poderes e outras com menos poderes (Ex. Espanha e Itlia).

Estado Composto

FEDERAOUNIO REAL

so criados rgos completamente novos (que no vm do passado); Suia, Alemanha, EUA; 2 tipos de Estado: o Estado federal: Estado soberano no plano internacional (EUA) os Estados federados: so sempre Estados no soberanos no plano internacional, mas gozam de soberania interna (Texas, p.e.)

CARACTERSTICAS: cada cidado est sujeito a duas ordens jurdicas. A do Estado Federal; A do respectivo Estado federado;Assim, no caso dos EUA existem 51 ordens jurdicas: as dos 50 Estados federados, com uma Constituio e um Cdigo Civil prprios, etc., + a ordem jurdica federal (tambm com uma Constituio, a C. Federal). a Constituio Federal: define a competncia do Estado Federal e aquilo que da competncia dos Estado federados; a garantia da autonomia dos Estados Federados; estabelece a fronteira entre o que permitido e o que est vedado s Constituies de cada Estado federado; principio da igualdade dos Estados independentemente da sua populao, todos tm dois representantes no SenadoAssim, nos EUA h 100 senadores, e as principais decises passam pelo Senado. A Constituio norte-americana critrio de validade de todas as demais Constituies elaboradas pelos Estados Federados. Dualidade de soberanias Cada Estado Federado tem soberania interna, poder constituinte prprio (principal diferena entre Regies Autnomas e Estados Federados; Predominncia federal no equilbrio de poderes entre Estado Federal e Estados federados, este tem predominncia; a instancia jurisdicional ltima o supremo tribunal federal

Federalismo pode ser: Perfeito (E.U.A, Sua, Alemanha) Imperfeito (Brasil, Antiga, Unio Sovitica)A perfeio do federalismo exige respeito pela autonomia do federalismo imperfeito; na imperfeita apenas existe uma aparncia, uma mscara. pressupe instituies monrquicas; mas h Estados com uma estrutura federal que so monarquias (Blgica, p.e.); aproveitam-se rgos que j existiam nos anteriores Estados

de CONFEDERAO A grande diferena reside no facto de os Estados confederados no perderem a totalidade da soberania h uma diviso da soberania internacional: pertence confederao; pertence aos Estados confederados (Estados semi-soberanos)

Suia confederao helvtica no entanto no uma verdadeira confederao, uma vez que os cantes no gozam de soberania no plano internacional

de UNIAO PESSOALNo h criao de um novo Estado, de acordo com as regras de sucesso a mesma pessoa ocupa dois tronos

Nota: Portugal um Estado Unitrio Regional, existe um poder central mas possui regies perifricas que possuem um poder poltico-administrativo.

A Constituio conjunto de regras jurdicas, (de conceitos-princpios e de normas), que fundamentam e orientam a vida politica de um pas. Contm as normas fundamentais de direito privado e pblico e tem a primazia sobre as demais leis art. 3\3; Estrutura o Estado e o Direito do Estado. Procede de um poder constituinte para o efeito, (a sua criao) e (depois) revista por um consenso alargado: 2\3 dos deputados. Uma constituio geralmente constituda por um: - Prembulo: sintetiza o sistema poltico que rege um Pas. - Parte Dogmtica: Direitos, Liberdades e Garantias. - Parte Orgnica: Forma de Governo e estrutura dos rgos de poder. Constituio rgida: h limites formais de reviso Constituio flexvel: ? - Sentido Material: um estatuto jurdico do Estado; estrutura o Estado e o Direito do Estado. Em sentido material moderno, CRP revela-se por normas decretadas por um poder constitudo para o efeito; so normas de fonte legal, no consuetudinrias e exige um processo especial de formao. - Sentido Formal: Disposio das normas constitucionais revestidas de fora jurdica superior s de outras normas; (UK no tm constituio escrita, mas sim uma magna carta). . Nuclear: normas provenientes do poder constituinte originrio . Complementar: direito recebido de outro ordenamento (Conveno dos Direitos do Homem) - Sentido Instrumental: o texto constitucional como texto materialmente visvel. - Sentido Institucional: a constituio institucionaliza o poder poltico, tornando patente o Estado como instituio.

Fins do Estado - Segurana: estado natureza/estado sociedade; uma das principais razes que levam as pessoas viver em sociedade. Pacto social, para que o homem no seja o lobo do prprio homem, porque onde no existisse estado os mais fortes eliminavam os mais fracos. Estado existe para defesa das pessoas, de bens e valores. Segurana envolve duas realidades: exigncia de paz e de estabilidade. Como se articulam? (1) Paz- exigncia quer no plano interno quer no externo. Mas no inviabiliza a possibilidade do E de recorrer fora. Mais por vezes exige esse recurso fora. Segurana envolve existncia de mecanismos de defesa tanto de ameaas internas como externas. (11 de Setembro: preocupao com atentados terroristas fez com que o e reforasse essas medidas de segurana) (2) Estabilidade - s h segurana se existir continuidade nas regras, ou se as regras jurdicas transmitirem uma ideia de surpresa. Estes dois exigem um pressuposto: no retroactividade das leis: normas que lesem a pessoa ou patrimnio no podem ser retroactivas porque? Porque pe em causa a segurana jurdica.

- Justia: Valor mais importante a prosseguir pelo Estado. Sem justia, no pode existir Estado. Ela o valor principalEst tambm ligada ideia de igualdade. Esta no a mera igualdade de todos perante a lei, pressupe que se trate como igual o que igual e como desigual o que desigual. Ela no pressupe sempre o tratamento igual de coisas desiguais, mas sim a existncia de tratamento diferenciado se necessrio. O que no pode existir arbitrariedade (injustia). Quando isso existe estamos perante uma violao do princpio da igualdade, uma discriminao. Pressupe tambm uma ordem jurdica axiologicamente justa, porque se no h justia no direito ento pode acontecer o termo na no obedincia e desobedincia as leis injustas. Bem-estar: Material, espiritual e temporal; Ideia de que o Estado no pode assistir de braos cruzados a situaes atentatrias dignidade da pessoa human, esta exige a existncia de condies dignas de vida;Clusula constitucional de bem-estar como fim (ARTIGO 9) e tambm a ideia de solidariedade, sem prejuzo de saber qual o seu papel, se mais ou menos interveno no bem-estar.

Funes do EstadoPara prosseguir estes fins, o Estado tem de desenvolver uma determinada actividade.Nem todas as funes do Estado so funes de natureza jurdica: ele desenvolve actividades jurdicas, verdade: produo de leis, emanao de sentenas judiciais, contractos de direito pblico, mas no se limita a estas. Exerce tambm as no jurdicas: a sade, a educao, ou ainda a ttulo de exemplo a construo de uma estrada ou aeroporto que so actividades de natureza pblica com propsito de garantia de bem-estar, mas no se traduzem na prtica de um acto jurdico, sendo actividades de natureza tcnica; quando o Governo apresenta uma proposta assembleia, no pratica um acto jurdico, mas poltico. Funes no jurdicas: Funo tcnica: produo de bens ou prestao de servios; Funo poltica: definio das opes primrias da sociedade respectivo desenvolvimento e controlo. Funes jurdicas: Funo constituinte: funo atravs da qual o Estado exerce a competncia das competncias. Dispe de um modelo de organizao do seu poder e estabelece as regras que regulam a relao entre o poder e os cidados. Traduz-se na faculdade de elaborar e modificar a Constituio. . Funes constitudas: subordinadas constituinte:(1) Legislativa: materializao jurdica das grandes opes polticas luz da constituio. Pressupe a legitimidade democrtica do decisor. Traduz-se na elaborao de actos legislativos;(2) Administrativa: prende-se com a satisfao regular por via normativa ou por via concreta das necessidades da segurana e do bem-estar. Essa satisfao envolve a iniciativa por parte da AP. Tanto pode ser funo subordinada lei, como directamente subordinada constituio.(3) Judicial / jurisdicional: O seu objecto a garantia da justia, atravs da prossecuo da paz social. Como? Compete-lhe resolver os litgios, os conflitos entre particulares ou entre particulares e entidades pblicas. uma reserva dos tribunais, caracteriza-se pela passividade (os tribunais s decidem sobre impulso de algum de fora; no so eles que tomam iniciativa de resolver litgios, tm de aguardar algum que lhes coloque o problema e leve o litgio) e pela imparcialidade (so sempre um terceiro em relao a quem lhes suscita o problema, e nesse sentido tem posio imparcial.

Poderes do Estado: concentrao e diviso de poderes Diviso ou separao dos poderes: - Rousseau aposta no modelo de diviso; - Montesiqueu aposta na diviso mas na existncia de um poder de estatuir e de impedir; - A diviso rgida a interpretao francesa de diviso de poderes. A interpretao norte Americana no . Cmara do senado (poder de estatuir) e presidente (impedir); tribunais (decidir) mas aplicar as leis (impedir).

rgos do Estado O Estado e restantes entidades pblicas so pessoas colectivas - centros de imputao de normas jurdicas que no correspondem a seres humanos, mas que so titulares de direitos e deveres. Existem pessoas colectivas: .De Direito Privado .De Direito Pblico: Estado, Regies Autnombas, autarquias locais, Universidades, etc.

As entidades pblicas no podem, ao invs da pessoa humana, que expressa uma vontade prpria, exprimir vontades f-lo atravs de:rgo: centro institucionalizado que forma e expressa uma vontade juridicamente imputvel pessoa colectiva.rgo Titular AgenteTitular: pessoa fsica que d vida ao rgo; ela que manifesta a vontade do rgo que imputada pessoa colectiva. P.e. o rgo Presidente da Repblica tem como titular Cavaco Silva.Agente: colabora, auxilia, executa a vontade que formada pelo rgo este no forma uma vontade; posio de subalternidade relativamente ao respectivo rgo.

Noo de rgo: uma instituio perdura para alm do titular que o ocupa permanece e dura no tempo; Competncia parcela de poderes pblicos que cada rgo tem a seu cargo e que atribuda por lei; Incompetncia: Vcio poder praticado por um rgo fora dos limites do poder que a lei lhe atribuiu.Nota : no Direito Portugus tem uma natureza temporria, no existem titulares vitalcios, com excepo dos titulares do Conselho de Estado Antigos Presidentes da Republica Art. 142 CRP - f) - princpio democrtico os titulares tm sempre uma legitimao de forma directa ou indirecta.; - Cargo ou Mandato: vnculo que se estabelece entre o titular e o respectivo rgo. possvel que a mesma pessoa seja titular de um ou de mais rgos (Ex. o Presidente da Repblica titular do rgo Conselho de Estado e do rgo Presidente da Repblica)-Imputao atribuio de efeitos da vontade do rgo respectiva pessoa colectiva (relao ao nvel dos efeitos).

Tipologia dos rgosrgo singular colegialSingular: composto por apenas um titular.Colegial: composto por uma pluralidade de titulares. Especificidades: S pode funcionar na presena da maioria dos seus membros:O grande problema saber como se vai apurar a vontade do rgo colegial no caso portugus, funciona a regra da maioria: Maioria simples: apura-se pela pluralidade de votos expressos; Maioria absoluta: metade mais um dos votos validamente expressos;

rgos Constitucionais rgos no-constitucionaisConstitucionais: previstos ou criados na Constituio; esta a fonte por excelncia da sua competncia: rgos de soberania: Art. 110 CRP os restantes rgos no so soberanos. O cerne das funes do Estado passa pelos rgos de soberania. rgos que no so de soberania.

No Constitucionais: a lei a fonte por excelncia da sua competncia; no so previstos nem criados pela Constituio.

Modos de designao dos titularesLegitimidade das decises / Como se designam os titulares dos rgos: Processos jurdicos: modos de designao dos titulares conformes ao Direito; Herana: o mais antigo, a base das monarquias designao dos governantes feita pela sucesso; Cooptao: quando o titular de um rgo escolhido por outros titulares do mesmo rgo (ex: alguns juzes do tribunal Constitucional); Nomeao: o titular de um rgo designado pelo titular de um outro rgo. (Ex. Presidente da Repblica nomeia o 1 Ministro e os restantes membros do governo); Inerncia: titular de um rgo, por ser titular desse rgo, ocupa tambm outro rgo. (Ex. Presidente da Repblica tambm presidente do Conselho de Estado/ 1 Ministro preside tambm ao Conselho de Ministros); Eleio: modo de designao de um governante feito atravs da expresso de voto de uma pluralidade de pessoas (pode no ser os eleitores ex. a Assembleia da Repblica tambm elege juzes para o Tribunal Constitucional)

Sistemas de Governo - Enfoque Jurdico-ConstitucionalSo trs as principais referncias jurdicas, em matria de sistemas de governo:1. A separao de poderes (no que tange especializao orgnico-funcional);2. A dependncia, interdependncia ou independncia dos rgos (ex.: a escolha e cessao das funes dos titulares de um rgo por outro rgo);3. A responsabilidade poltica de um rgo ou dos seus titulares perante outro rgo (faz parte da 2 referncia, mas tem-se autonomizado).

Este grupo de referncias determina a arrumao jurdica do sistema de governo em dois conjuntos: Sistemas de Governo com Concentrao de Poderes: a) Sistema de Concentrao de Poderes Correspondente Forma de Governo Monarquia Limitada- Concentrao no Chefe de Estado;- Poderes limitados constitucionalmente pelo parlamento;- Sistema de governo monrquico de Chanceler.Ex.: Reinos alemes, no sc. XIX.

b) Sistema de Governo Representativo Simples- Concentrao no Chefe de Estado;- Na monarquia, no h Chanceler;- Na Repblica, o Chefe de Estado pode governar sem ou com Chanceler (esta ltima hiptese teve expresso no Estado Novo portugus).Ex.: Frana de NAPOLEO; para alguns, Estado Novo da Constituio portuguesa de 1933.

c) Sistema de Governo Convencional- Concentrao na Assembleia que exerceria as funes do Estado ou deleg-las-ia, temporariamente, noutros rgos.Estes rgos seriam emanados pela Assembleia ou estariam dependentes da Assembleia; mas subsiste a faculdade de avocao;

Sistemas de Governo com Desconcentrao de Poderesa) Sistema Parlamentar- H 3 rgos:I. Chefe de Estado (Rei ou Presidente);II. Parlamento;III. Governo.

O Chefe de Estado,Ou simblico (to s) simboliza a continuidade do Estado, Ou tem competncias diminutas,Ou necessita de referenda ministerial para exercer as suas competncias (por causa da irresponsabilidade poltica do Chefe de Estado).Caractersticas bsicas do sistema parlamentar: O Governo nasce da maioria parlamentar; O Governo baseia-se na confiana poltica do parlamento; O Governo responsvel politicamente perante o parlamento; O Chefe de Estado no pode dissolver o parlamento [ele pode nomear ou dispensar Ministros, mas f-lo seguindo as orientaes do parlamento].

Essas 4 Caractersticas bsicas so os traos fortes, que sofrem, porm, variaes como, por exemplo: Parlamentarismo clssico (puro ou de assembleia) = prevalncia absoluta do parlamento sobre o governo;Reportando-se ao sc. XIX a XX, apresenta 3 manifestaes, a saber:1. O Parlamento tem clara dominncia sobre o Chefe de Estado;2. O Chefe de Estado no pode dissolver o parlamento ou, quando pode, f-lo no quadro de apertados requisitos constitucionais e, muitas vezes, depois do assentimento de um rgo consultivo onde participam representantes do parlamento;3. O Governo no tem poderes de interveno no funcionamento do parlamento ou, quando os tem, so poderes insignificantes.

Parlamentarismo racionalizado (ou mitigado, ou de Gabinete) = a influncia do Governo contrabalana os poderes do parlamento;Apresenta as seguintes 3 caractersticas bsicas:1. O Parlamento tem uma dominncia mitigada sobre o Chefe de Estado;2. O Chefe de Estado pode dissolver o parlamento;3. O Governo tem alguns poderes de interveno no funcionamento do parlamento.

b) Sistema PresidencialFala-se usualmente de sistema presidencial perfeito ou imediato e de sistema presidencial imperfeito ou mediato.Perfeito, quando o Presidente o nico rgo constitucional do poder executivo. coadjuvado por colaboradores. O exemplo de eleio so os EUA.Sistema presidencial imperfeito, quando a Constituio estabelece a existncia de Ministros com poderes especficos, embora dependam totalmente do Presidente.

5 Caractersticas bsicas do sistema: O Chefe de Estado eleito por sufrgio universal e directo (neste caso, salvo os EUA conquanto constitua prtica consuetudinria que os grandes eleitores estejam vinculados orientao pr-ditada pelo povo, aquando do sufrgio inicial e geral); O Chefe de Estado forma livremente o seu Governo, que o prprio pode chefiar; O Chefe de Estado e o Governo no respondem perante o parlamento; O Chefe de Estado dispe de veto suspensivo relativamente a leis do parlamento; O Chefe de Estado no pode dissolver o parlamento.

Mecanismos de checks and balances (freios e contrapesos): O parlamento condiciona o executivo, votando o oramento; O parlamento condiciona o executivo, criando comisses de inqurito Administrao pblica; O parlamento condiciona o executivo, ratificando tratados celebrados pelo Chefe de Estado; O parlamento condiciona o executivo, destituindo o Chefe de Estado atravs do impeachment (na sequncia da condenao do PR pela prtica de certos crimes contra o Estado).

c) Sistema DirectorialH 2 rgos bsicos: Parlamento; Colgio Directorial.O Parlamento denomina-se Assembleia Federal que composta por duas cmaras, a saber: Conselho Nacional e Conselho dos Estados (art. 148 Constituio da Sua - CS).Cabe Assembleia Federal eleger, nomeadamente, os membros do Conselho Federal, o Chanceler da Confederao, os Juzes do Tribunal Federal e o General. Compete tambm Assembleia Federal exercer fiscalizao (haute surveillance) sobre o Conselho Federal, a Administrao federal, os tribunais federais e os restantes entes com funes confiadas pela Confederao (art. 168, 169 CS).O Conselho Federal apresenta-se como a autoridade directorial e executiva suprema da Confederao (a quem cabe a determinao dos fins e meios da sua poltica governamental e a planificao e coordenao das actividades do Estado), sendo composto por 7 membros, eleitos (de entre cidados elegveis ao Conselho Nacional) pela Assembleia Federal aps cada renovao integral do Conselho Nacional.Assegura a presidncia do Conselho Federal o Presidente da Confederao.A Assembleia Federal elege um dos membros do Conselho Federal presidncia da Confederao e um outro vice-presidncia do Conselho Federal. Esses mandatos so de um ano e no podem ser renovados no ano seguinte nem pode o Presidente cessante ser eleito vice-presidncia.

d) Sistema Semiparlamentar- H 3 rgos: Chefe do Estado; Parlamento; Governo.- Pode-se dar o caso de: O Governo responder politicamente perante o Chefe de Estado e perante o Parlamento; O papel do Chefe de Estado corresponder a um poder moderador.- O sistema semiparlamentar pode apresentar-se como: aa)OrleanistaQue se traduz numa monarquia constitucional do equilbrio entre o Rei e o Parlamento. Vigorou em Frana, no sc. XIX. A expresso deriva do nome de LUS FILIPE I, de Orlans. bb)SemipresidencialPortugal da Constituio de 1976, ustria, Islndia e Cabo Verde so sistemas semipresidenciais).Exemplos de semipresidencialismo com prevalncia do PR: Guin-Bissau, formalmente (Constituio de 1984).Exemplos de semipresidencialismo com prevalncia do parlamento: Repblica de Weimar (1919).

Notas bsicas caracterizadoras do sistema: A formao do Governo em funo dos resultados eleitorais parlamentares e da composio do parlamento; A constituio e manuteno do Governo dependem do parlamento:- Da aprovao ou no rejeio do programa do Governo;- Da rejeio de moes de censura;- Da aprovao de votos de confiana. O Chefe de Estado eleito por sufrgio universal e directo; O Parlamento eleito por sufrgio universal e directo; O Governo responde politicamente tambm perante o Chefe de Estado; O Chefe de Estado tem grandes poderes, como, por exemplo, o direito de dissolver o parlamento; o direito de veto suspensivo a leis do parlamento; o direito de veto definitivo a diplomas do Governo.

Modelos Poltico-Constitucionais do Estado2 Grandes modelos em confronto: - Pluralista (1) - No pluralista (2)

(1) Pluralista - Caractersticas geraisPressupostos: Reconhecimento e tutela pelo Estado dos direitos, liberdades e garantias dos cidados; Designao dos principais titulares activos do poder poltico feita por eleies baseadas no sufrgio universal; Papel relevante atribudo aos partidos polticos livres e plurais (expresso da vontade da colectividade) existncia de uma oposio parlamentar institucionalizada; Existncia de uma hierarquia de normas jurdicas e de um principio de jurisdicidade o poder poltico limitado pelo Direito; Controlo jurisdicional da actividade do poder submetido aos tribunais;

Tipos de democracia pluralista:1. Representativa2. Directa3. Semi-directa

1 - Representativa: Envolve a existncia de eleies (expresso popular soberania popular), a fim de se apurar os representantes da colectividade; O sufrgio peridico e universal;O princpio maioritrio no um critrio de verdade: em 1 lugar no art. 1 da CRP est a dignidade da pessoa humana (principal limite da democracia) e no a vontade popular.Sistema eleitoral: conjunto de regras que regem os actos eleitorais; traduz como que a vontade da colectividade se expressa no apurar dos representantes;

Tipos de sistema eleitoral:a) Proporcionaisb) mistos (Alemanha, p.e.)c) maioritrios: o candidato/lista que obtenha o maior numero de votos leva consigo toda a representao - 2 tipos de sufrgio: - uni-nominal: cada crculo eleitoral s elege um deputado (ex britnico);- pluri-nominal: quando so vrios deputados a eleger; a lista que ganha leva consigo a totalidade dos representantes; um partido poltico que ganhe em todos os crculos eleitorais conduz a que o Parlamento s tenha representantes desse partido (representao monopartidria); sistema eleitoral usado para eleger o colgio presidencial norte-americanoVantagem: confere maior representao poltica no parlamentodesvantagem: maior instabilidade poltica

O sistema maioritrio pode ser:A uma volta: Se os candidatos so eleitos por maioria simples (Ex. Britnico) Favorece o bipartidarismo, i.e., a concentrao partidria de dois partidos;A duas voltas: S eleito o candidato que obtenha maioria absoluta; Se no se verificar a maioria absoluta tem de haver outra volta; Normalmente a segunda volta disputada pelos candidatos mais votados Pode no haver necessidade de uma segunda volta.

Sistema proporcional: tem que existir uma correspondncia entre o n de deputados obtidos por cada lista e o n de deputados eleitos. Sistema vigente em Portugal.

Os Partidos PolticosImportncia dos partidos polticos no h modelo pluralista sem eles Partido pol.: pessoa colectiva / associao de Direito privado, que tem como propsito a conquista e manuteno do poder (exerce funes de natureza pblica)

Funes a desenvolver: Representao Titularidade de acesso ao poder poltico Definio de linhas ideolgicas, polticas Fiscalizao da actuao do poder Funo educativa, pedaggica;

Sistema bipartidrio: a representao esgota-se em dois partidos. no RU existe uma pluralidade de partidos polticos, mas o sistema bipartidrio porque a representao esgota-se nos dois mais importantes.Sistema multipartidrio: pode haver casos de partido dominante, de coligaes entre partidos, .

Modelo no pluralista3 modalidades:democracia populardemocracia orgnicamanifestaes de ditadura militarmanifestaes polticas:totalitrias: fascismo, nazismo, sovietismo, maosmo;no-totalitrias.