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2º BIMESTRE (24/04/2012) TERÇA FEIRA I – DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO Prestação de serviço era chamada de locação de serviços. A maioria das prestações de serviço são regidas pela CLT. A prestação de serviço que sobra para o CC/02 é a residual. Se não for relação do direito do trabalho ou do consumidor é relação regulada pelo direito civil. Aqui não existirá subordinação, habitualidade, etc. aqui é a esporádica, não eventual, não tendo subordinação. Ex: pessoa que faz serviço de encanador sem habitualidade, sem subordinação. Então aplicará do ar. 594 (?) ao 609, CC/02 é forma autônoma de prestação de serviço. Os principais pontos são a não subordinação e não habitualidade. 1. CONCEITO É o contrato bilateral pelo qual uma das partes, denominado prestador, obriga-se a prestar serviços à outra, denominada dono do serviço, mediante remuneração, sem habitualidade, com autonomia técnica e sem subordinação. Prestador faz para o dono do serviço, remuneração, sem subordinação, sem habitualidade, etc. o CC traz várias espécies.

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Page 1: Direito Civil - Renato

2º BIMESTRE

(24/04/2012)

TERÇA FEIRA

I – DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO

Prestação de serviço era chamada de locação de serviços.

A maioria das prestações de serviço são regidas pela CLT.

A prestação de serviço que sobra para o CC/02 é a residual. Se não for relação do direito do trabalho ou do

consumidor é relação regulada pelo direito civil. Aqui não existirá subordinação, habitualidade, etc. aqui é a

esporádica, não eventual, não tendo subordinação.

Ex: pessoa que faz serviço de encanador sem habitualidade, sem subordinação.

Então aplicará do ar. 594 (?) ao 609, CC/02 é forma autônoma de prestação de serviço. Os principais pontos

são a não subordinação e não habitualidade.

1. CONCEITO

É o contrato bilateral pelo qual uma das partes, denominado prestador, obriga-se a prestar

serviços à outra, denominada dono do serviço, mediante remuneração, sem habitualidade, com

autonomia técnica e sem subordinação.

Prestador faz para o dono do serviço, remuneração, sem subordinação, sem habitualidade, etc. o CC

traz várias espécies.

Empreitada e agencia, corretagem, etc. são espécies de prestação de serviço, mas por terem regras

próprias são assim chamadas.

O CC/02 só regula as residuais.

Genericamente todos prestam serviço, empregado, agenciador, etc., mas são reguladas por regras

próprias.

Do CC/02 são aqueles que fazem os serviços gerais – não é a pessoa que manda nele com o

conhecimento técnico, ele chega e executa o serviço.

Não sendo especializado cai no geral, que é residual do CC/02.

2. CARACTERÍSTICAS

Page 2: Direito Civil - Renato

Contrato Bilateral – obrigações recíprocas – art. 994, CC – o que não é especial pode ser contratado

mediante remuneração, qualquer atividade que seja licita pode ser contratada para prestação de serviço.

Analisando o mesmo dispositivo chegamos à conclusão de que ele é um contrato oneroso, sempre

presumiremos que será oneroso, nenhuma atividade pode ser tida como gratuita.

Se alguém quer fazer o serviço gratuitamente é possível, mas por ser exceção deve ser sempre expresso

e não atentar a ordem pública, os bons costumes e a boa fé, pois o ordenamento não pode autorizar um

regime de escravidão.

É um contrato Não Solene, não há exigência de forma alguma para que ele exista – art. 995, CC – pode

ser feito por pessoa que não sabe ler ou escrever, mas se querem fazer contrato escrito usar-se-á de duas

testemunhas assinando arrou (?), testemunhando que o analfabeto sabe a atividade que será prestada e os

demais pontos principais.

É um Contrato Consensual, pois se aperfeiçoa somente com a vontade das partes.

É um contrato simples, mas muito especial, pois pode ser feito por pessoas analfabetas, e sempre é

oneroso e bilateral.

1. DURAÇÃO DO CONTRATO

Não pode ter habitualidade, pois se for caracterizado juntamente com a subordinação cai no

contrato de trabalho. Mas pode ser estipulado um tempo para a prestação de serviço sem

subordinação, pois o contrato de trabalho possui características cumulativas.

Então, para duração do contrato temos uma regra no código que traz um limite Maximo para

estipular um contrato com tempo determinado, o prazo não pode ser superior a quatro anos – art.

598, CC.

Podem, vencidos os quatro anos, dar a liberdade ao prestador e dono do serviço renovar o

contrato em mais quatro anos ou menos.

No contrato com prazo indeterminado cabe a denúncia, o aviso prévio.

2. EXTINÇÃO DO CONTRATO

O contrato de prestação de serviço feito por tempo determinado, chega no advento do termo,

acaba o contrato. Se por obra determinada, ao termino da obra, extingue o contrato. Nunca

podendo ser superior a quatro anos.

A morte de uma das partes extingue o contrato de trabalho?

Art. 607 – independente de quem morrer, o contrato de trabalho finda.

A impossibilidade de desenvolver o contrato por força maior e caso fortuito extingue o contrato

de trabalho.

Acaba pelo inadimplemento contratual (rescisão do contrato por motivo justo), pelo aviso prévio

também.

Page 3: Direito Civil - Renato

3. DISPOSIÇÕES COMPLEMENTARES

A questão do valor da remuneração. Qual a remuneração paga? Aquela convencionada entre as

partes – art. 596 – estipulado pelas partes, e se não estipulado pelas partes e nem feito acordo,

quem estipulará o valor será o juiz através do costume do lugar, o serviço feito e a qualidade

dele.

Art. 597 – como funciona o pagamento – a regra é primeiro faz o serviço depois recebe, as partes

podem estipular diferente.

a. Obrigação de fazer personalíssima (art. 605, CC)

Nem o dono, nem o prestador do serviço podem transferir a obrigação para outro, a não ser que haja expressa

convenção a respeito. (muito ligado ao art. 609, CC – contrato de prestação de serviço com prazo determinado

quando há venda do bem imóvel rural onde se presta o serviço – continua o contrato, a não ser que o prestador

permita)

b. Art. 606, CC – todo trabalho lícito tem que ser remunerado. A lei, em algumas situações,

traz requisitos para o exercício de determinada atividade, faltando os requisitos, ao trazer

beneficio para dono do serviço e age de boa fé, terá direito a compensação razoável, mas

não é remuneração. Para fazer um serviço de eletricista exige-se um conhecimento

técnico, sem esse conhecimento, mas agindo de boa fé e trazendo benefícios ao dono do

serviço, deverá ser compensado.

Pessoa não é medica, mas não é parteira, a pessoa não é advogada, mas pratica exercício

similar ao do advogado – (1) a pessoa precisa agir de boa fé (no caso do advogado, é

exigido que seja advogado para exercer a profissão, se não o for, presume-se a má fé; no

caso da parteira ela não finge ser medica, ela é parteira porque o costume lhe permite),

(2) a atividade que foi feita não tem repulsa social e (3) traz beneficio tem direito a

receber a compensação, não igual ao técnico (médico, por exemplo)

c. Aliciamento de mão de obra (art. 608, CC)

Aliciar – quando alguém tem contrato já escrito, por prazo determinado, com um dono de

serviço e outro o chama para trabalhar para ele, e o convence a deixar o primeiro dono de

serviço para trabalhar com ele. É um crime, e traz conseqüências para a esfera cível –

indenização aquele dono da prestação que ficará sem prestação de serviço.

Requisitos para caracterizar aliciamento de mão de obra – contrato escrito e com prazo

determinado e que haja uma cláusula de exclusividade.

d. Art. 609, CC

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(25/04/2012)

QUARTA FEIRA

I – DA EMPREITADA

1. CONCEITO

Pode imaginar que será contrato onde alguém se obrigará a realizar alguma construção para outro.

Alguém assume obrigação de resultado, porque tem que entregar a obra perfeita. quem assume essa

obrigação de fim é o empreiteiro, mediante recebimento do preço.

É o contrato em que uma das partes (empreiteiro) se obriga a fazer ou mandar fazer uma certa

obra, em troca de uma remuneração a ser paga pelo outro (dono de obra ou proprietário), sem

qualquer relação de subordinação e de acordo com as instruções deste.

O dono da obra contrata alguem para que faça ou mande fazer; não haverá subordinação. Mas as

instruções quem dá é o dono da obra – pintura, localização de cômodo, etc.

É espécie de prestação de serviço, mas por ter regra especifica recebe o nome de empreitada.

2. CARACTERISTICAS

Bilateral – obrigações recíprocas – obrigações de fazer e entregar a obra – do empreiteiro. E o dono tem

que pagar a remuneração.

Oneroso – há sacrifícios patrimoniais de ambas; e benefícios também.

Comutativo ou aleatório? Regra: as partes já sabem desde o inicio deveres e prestações. Então, em

regra, é comutativo. Porem, as partes podem escolher modalidade de empreitada que se houver qualquer

aumento de gastos uma das partes o suporta. Por isso pode ser aleatório! Ex: risco do empreiteiro ter que

gastar mais (aumento do preço), ele suporta isso – ex: aumenta o ferro – não programou esse aumento –

ruise for empreitada de preço fixo, o empreiteiro suportará os aumentos sem passar para o dono da obra.

Não solene – não há exigência alguma que deva ser escrito, etc. daria mais segurança, mas não é

requisito. Ele existe sem formalidade legal.

Real ou consensual? Existe independente da tradição da coisa; basta acordo de vontades! É consensual.

3. ESPÉCIES

Duas espécies que são as mais comuns:

a. Empreitada de lavor – art. 610 – seria empreitada em que o empreiteiro só entra com a

atividade/obrigação de fazer.

Aqui ele tem que executar a obra; os materiais são de responsabilidade do dono da obra!

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b. Empreitada mista – empreiteira entra com trabalho e materiais. Além da obrigação de fazer assume

a obrigação de dar os materiais.

Quando se obriga só com o trabalho a responsabilidade é bem menor! Quem dá o material é o dono. Se

essa obra se perde antes da entrega quem arca com o prejuízo é o dono da obra.

Aqui res periti domini; quando a empreitada é de lavor (fica para o proprietário).

Se mista, até a efetiva entrega o empreiteiro é responsável por tudo que acontece com a obra.

Ex: empreiteira de lavor – vendaval destrói – quem suporta é o dono

Se age com culpa, antes da entrega, por exemplo, verifica que o material é ruim e não avisa, terá

responsabilidade.

Se não há culpa na de lavor, se perdendo a obra quem suporta os riscos é o dono. Ele receberá tudo.

Art. 611 e 612! Relação a res periti domini. Na mista, o dono, até entrega da obra considera-se o

empreiteiro. Ele não poderá exigir nada da outra parte – art. 611

c. Empreitada sob administração

- é quando o construtor se encarrega da execução da obra mediante a remuneração fixa ou percentual

sobre o custo da obra, correndo por conta do proprietário os encargos econômicos do empreendimento.

Ela é de lavor misturada com administração. A de lavor é a empreitada que o empreiteiro espera o dono

levar o material. A mista o dono nada faz. Nessa quem administra o material é o dono, mas quem

efetivamente compra é o empreiteiro. Por isso recebe remuneração extra, normalmente 10% do valor da

obra.

É o empreiteiro que administra a obra fixada remuneração além. Mas a responsabilidade pelo material é

do proprietário.

Aqui os riscos são do dono da obra!

d. Propriamente dita, é preço fixo ou por medidas;

O proprietário que constrói algo. Ele não quer correr risco com aumento, com valor do material, etc. ele

quer fazer preço fixo e receber a coisa.

Aqui entra na idéia de aleatoriedade do contrato.

- é aquela modalidade em que o empreiteiro assume todos os encargos técnicos e os riscos econômicos

da obra, e ainda custeia a construção por preço fixado de inicio, que não pode ser reajustado ainda que o

material encareça ou aumente o valor da mão de obra dos empregados.

Aqui o dono da obra fica tranqüilo! Recebia coisa X por valor Y e não terá em nenhuma hipótese

aumento de valor, porque quem corre o risco pelo aumento é o empreiteiro. É empreitada aleatória,

Page 6: Direito Civil - Renato

porque o empreiteiro arcará com todo o custeio dos eventuais aumentos. Ex: aumento no preço do

cimento.

Já nas outras modalidades, pelo principio da equivalência do contrato, pode reajustar.

- nessa empreitada paga-se mais caro

- preço fixo ou por medida ou por etapa. Pode ser preço global ou paga por etapas (cada etapa concluída

paga um preço convencionado). A por etapa é mais comum – faz fundação paga, hidráulica paga, por

exemplo.

A do preço global paga tudo, não por etapas.

4. Verificação e recebimento da obra

- é obrigação de resultado – o empreiteiro tem que realizar a obra em perfeito estado, de acordo com a

instrução do proprietário.

É no momento da entrega que o dono verá se ela está feita de acordo com as instruções.

É chamado de recebimento da obra.

Art. 614 – tudo que o proprietário receber, sem deixar ressalva, considera-se de acordo com o

convencionado. Se não estiver de acordo ele pode recusar o recebimento da obra. Questao de vícios

ocultos – prazo de um ano para imóvel (vicio redibitório)

Aqui não é para verificar o vicio redibitório, sem para verificar se está tudo de acordo.

Se receber sem ressalva considera aprovada e conferida pelo dono.

Muitas vezes a entrega é por etapas.

614 – se é por etapa, a cada etapa tem que fazer a pagamento significa que verificou a obra e não fez

ressalva. Aqui não é questão de vicio redibitório – (um ano a contar do recebimento).

Prazo de 5 anos quando se envolver edifícios e obras consideráveis – garantia de segurança e solidez da

obra (solidez e estrutura).

618 – é prazo de garantia de 5 anos, se nesses 5 anos aparecer algo que envolva solidez ou segurança do

trabalho - constatado erro, tem que tomar as medidas cabíveis em 180 dias após o aparecimento do

vicio ou defeito. (parágrafo único, 618).

Só será reparado o defeito se agir em 180 dias. Só vale isso dentro dos 5 anos. Em 180 dias tem que

avisar o construtor!

Recebeu a obra: vicio redibitório – um ano; se envolver solidez, etc. 5 anos de garantia – 180 dias para

comunicar – 445 e 618, parágrafo único.

Se a obra não está em conformidade se recusa. Se recusou sem motivo justo haverá a mora do credor. Só

pode recusar se realmente não está perfeita ou está fora das instruções. Se não recebe ou não manda

alguem para receber mora do proprietário – aplica aqui o 400, CC/02.

5. Responsabilidade do empreiteiro

Page 7: Direito Civil - Renato

Já vimos algumas – tem responsabilidade pelos riscos da obra (ver de lavor e mista). Risco da obra: se

de lavor o risco é dele, se não agiu com culpa, não há; na mista o risco é todo dele; se agir com culpa

aplica o 611 e 612 e 615. – se é mista tem responsabilidade de fornecer os materiais – alem de fazer tem

fornecer materiais adequados e de boa qualidade para a execução da obra.

Art. 618 – solidez e segurança da obra.

Qualquer hipótese de empreitada é dever dele entregar obra perfeita e acabada para o proprietário.

Responsabilidade pela perfeição – é obrigação de fim! Resultado.

Responsabilidade adotada pela doutrina e jurisprudência – danos causados a terceiros.

Ex: execução de obra - pode acontecer de levar prejuízo a vizinhos ou terceiros fora do contrato. - Ex:

fundação abala estrutura do solo e atinge casa vizinha – é responsabilidade solidária (do empreiteiro e do

dono da obra).

Entre eles a responsabilidade será do empreiteiro, mas o terceiro reclama dos dois se quiser.

Antes era só do proprietário.

Em ação regressiva o proprietário pode cobrar do empreiteiro porque quem executou tem conhecimento

técnico e se responsabiliza.

6. Responsabilidade do proprietário

7. Extinção da empreitada

Contrato muito utilizado devido ao avanço do setor imobiliário

(02/05/2012)

QUARTA FEIRA

Analisamos a responsabilidade do empreiteiro, agora analisaremos a responsabilidade do proprietário e a

extinção do contrato.

Ao empreiteiro se dá a responsabilidade de entregar uma obra segura que responde pelos riscos, solidez e

seguranças, mas por outro lado, demos as obrigações do proprietário, pois o contrato é bilateral, de obrigações

recíprocas.

Os principais deveres do proprietário no contrato de empreitada:

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O principal dever do proprietário é fazer o pagamento do preço convencionado da forma que foi

convencionado (se em uma única parcela global, se por etapas). Dependendo da modalidade

convencionada a empreitada tem que pagar com aquela forma.

Outras obrigações que envolvem o preço: tem que pagar conforme o que foi convencionado, o

empreiteiro tem que seguir as instruções do proprietário, e não raras vezes faz alterações que gera

maiores gastos. Como solucionar isso? Art. 619 – se o empreiteiro fiz alterações no projeto, essas

modificações não poderão ser cobradas do dono da obra, inclusive se não entregar de acordo com o

convencionado o Dono da obra, ele não precisa recebê-la. Se não houver estipulação em contrario ou

autorização por escrito do dono torna passível o recebimento pelas alterações. A lei traz possibilidade de

anuência do proprietário para que possa pagar – parágrafo único, 619 – outra hipótese na qual é possível

ao empreiteiro cobrar por mudanças feitas no projeto inicial, na qual, pela boa fé objetiva, se o dono da

obra verifica que o projeto está sendo feito de forma diferente, por visitas continuadas à obra e verifica

que está sendo feito de forma diferente, e este não impugna, não reclama, conseqüentemente ele está

aceitando, então esse consentimento tácito acarreta no dever de receber por essas obrigações, mesmo

sem autorização escrita. O legislador aqui deseja proteger a boa fé.

Em suma, ao dono da obra não é obrigado a pagar por alterações feitas, a não ser que tenha autorização

escrita dele ou sem autorização escrita existir a presença continua dele acompanhando a obra sem

impugnação.

Ainda em relação ao pagamento do preço, por ser um dever dele de pagar, o empreiteiro tem o direito de

reter a obra, ou seja, não entregar a obra enquanto não receber. Então há o direito de retenção para que o

empreiteiro obrigue o proprietário a pagá-lo. É uma situação que se admite somente em casos

excepcionais, porque não vai entregar o que é do proprietário, mas terá a possibilidade de reter até que

receba. Por ser um ônus do proprietário fazer o pagamento, é direito do empreiteiro reter a obra até o

pagamento

O proprietário tem o dever de receber a obra, porque essa questão é importante para caracterizar a mora

do dono da obra, ou seja, do credor (art. 400 – mora do credor). Se caracterizada a mora responde por

todas as conseqüências desta. Ex: a coisa se deteriora na mora, quem responde pela coisa é o

proprietário e não o empreiteiro. É claro que somente se a recusa for injusta.

Então, dentre os principais deveres, estes são os básicos: pagar o preço e receber a obra.

Finalmente, para terminar o contrato de empreitada temos a extinção do contrato de empreitada:

Art. 623 a 626, CC – situações que acarretam a extinção da empreitada:

Com a execução da obra – feita de acordo com o convencionado e entregando-a para o dono, extingue-

se a empreitada pelo cumprimento da condição convencionada.

Page 9: Direito Civil - Renato

O art. 626 traz a situação da morte do empreiteiro – não se extingue o contrato de empreitada pela morte

de qualquer das partes, salvo se ajustado pelas qualidades especificas do empreiteiro. Portanto, só se

extingue a empreitada se tratar de uma empreitada personalíssima, no qual o fazer está ligada a

características pessoais do empreiteiro. (questão de prova – a morte do empreiteiro extingue a

empreitada? Só extingue se for obrigação personalíssima. Se normal, não se extingue). E a morte do

dono da obra, de forma alguma, extingue o contrato de empreitada.

Todo contrato, da mesma forma que é feito, pode ser desfeito, e esse desfazimento do contrato chama-se

distrato. Então, pode se extinguir o contrato de empreitada pelo distrato, ou seja, resiliçao bilateral,

porque só pode se destratar mediante o acordo de vontade. Qualquer contrato pode se distratar, pois as

partes tem a mesma liberdade para distratar quanto para contratar.

Art. 623 – suspensão da obra – é possível o empreiteiro suspender a obra, na leitura do dispositivo

chegamos a modalidade de extinção do contrato, pois se o empreiteiro suspende a obra e não há o

cumprimento do que diz no art. Ele pode dar fim ao contrato com manifestação unilateral, através da

denuncia. – o dono da obra, mesmo já tendo iniciado a construção, se resolve que não quer mais pode

suspender, mas para isso, seria como na prestação de serviço, tem que ter a denuncia e a indenização

razoável e as despesas já feitas de alguns prejuízos do empreiteiro pela quebra da expectativa que o

empreiteiro teve, o juiz fixa então a indenização de forma razoável mais as despesas que o empreiteiro já

teve. Essa situação é difícil de acontecer.

Diante da onerosidade excessiva é possível a suspensão do contrato. O contrato é comutativo – as partes

sabem desde o inicio quais as suas prestações existindo a equivalência das prestações. Se, após a

conclusão do contrato (quando o contrato está feito; enquanto execução é quando se cumpre o contrato)

e antes do seu termino (execução total), se ocorrerem fatos extraordinários, que trazem a onerosidade

excessiva de desconhecimento das partes, pode o empreiteiro pode suspender a obra e pedir um reajuste

do preço para dar continuidade à obra, e se não aceito o reajuste, pode extinguir o contrato de trabalho.

Art. 625, II – se houver fatos imprevisíveis que tornam a obrigação extremamente onerosa para o

empreiteiro pode pedir reajuste do preço, e se recusado pelo proprietário, ele pode extinguir o contrato,

sem culpa, pois estamos diante de uma situação imprevisível e inevitável, que não era de conhecimento

das partes.

Situação em que o empreiteiro, mesmo tendo conhecimento, podem ocorrer situações que tornem a sua

obrigação excessivamente onerosa.

Se houver o perecimento da coisa – ao falar da responsabilidade da entrega da obra, se a coisa se perde

há a regra da res periti domini – art. 611 – se ninguém estiver em mora repartem-se os prejuízos, e

acaba-se o contrato, pois não é possível dar continuidade à empreitada. Se há culpa responde aquele que

agiu com culpa, cabe perdas e danos e a parte que sofreu pode pedir que seja feita a obrigação da outra

parte. Contratos são sempre de dar, fazer e não fazer, e na obrigação de fazer, se aquele que tinha que

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fazer e não o fez, pode exigir que se faça, e não o fazendo pode exigir que outro o faça (Se não

personalíssimo) com as despesas sendo suportadas pelo devedor adicionadas às perdas e danos. O direito

civil possui muita seqüência, pois há continuidade dentro das obrigações, a regra utilizada nesse caso é

aquela das obrigações de fazer, da parte geral.

Até agora temos o justo motivo do empreiteiro, mas o art. 624 traz a regra advinda das obrigações em

caso de suspensão sem justa causa – se o empreiteiro tem que fazer algo e não faz sem justa causa ele

age com culpa, então tem que indenizar por perdas e danos.

(08/05/2012)

TERÇA FEIRA

TRABALHO

- CONTRATO DE TRANSPORTE

– CONTRATO DE SEGURO

DUPLA

ATÉ 1 PONTO – PROVA VALENDO 10

MINIMO 5 LAUDAS DE CADA UM DOS CONTRATOS

DIGITADO – FAZER DECLARAÇAO (REQUISITOS PARA AVALIAÇAO DO TRABALHO)

OBRIGATORIAMENT: UMA DECISAO DOS TRIBUNAIS SOBRE CADA CONTRATO E

COMENTARIO SOBRE A DECISAO.

ENTREGA NO DIA DA PROVA

I – DO DEPÓSITO

1. CONCEITO

Art. 627, CC – é o contrato pelo qual uma pessoa (depositária) recebe para guardar um bem

alheio, obrigando-se a guardá-lo, temporariamente, para restituí-lo quando o depositante

reclamá-lo.

2. CARACTERÍSTICAS

Contrato real - Tem que haver a entrega da coisa, a efetiva tradição, enquanto não a houver não há

contrato de deposito.

Pela regra geral, a coisa que pode ser objeto de deposito é a coisa móvel, mas já se tem admitido,

quando há o deposito judicial, a figura do deposito de coisas imóveis. Portanto, quando deposito

Page 11: Direito Civil - Renato

judicial, é possível o deposito de imóvel. Ação de execução, quando se faz medida de penhora ou

seqüestro, nomeia-se alguém para cuidar de bem imóvel (depositário) até que haja solução, leilão

daquele bem. Portanto, não é possível afirmar que o deposito é só de coisas moveis, mas entregar coisa

imóvel foge da regra, e a entrega é simbólica, e alguém assume o encargo de cuidar do bem, e a partir da

nomeação do depositário, inicia-se a tradição.

No deposito convencional a idéia é a coisa móvel.

Em regra, Contrato Unilateral – as obrigações assumidas são somente do depositário, ele quem tem

que guardar, cuidar e restituir a coisa. Mas, podem existir situações em que, no decorrer do exercício do

deposito, as despesas que eventualmente o depositário venha a ter, poderão ser recobradas do

depositante. Se eventualmente no exercício do contrato de deposito existe alguma despesa necessária

para a conservação daquela coisa, nasce para o depositante o dever de ressarcir essas despesas, e o

contrato inicialmente unilateral passa a ser bilateral. E também, na outra classificação, quando o contrato

tiver a onerosidade, o preço a ser pago pelo deposito, o contrato também passa a ser bilateral, pois o

depositante passa também a ter obrigação. É, em regra, unilateral, mas eventualmente pode ser bilateral,

por isso, é chamado de contrato bilateral imperfeito, aquele contrato que nasce unilateral, mas no

decorrer do contrato pode gerar obrigações para a outra parte. Mas, toda vez que deixo algo para se

guardar, e em contraprestação preciso pagar por isso, necessariamente, o contrato será bilateral, há a

obrigação básica do depositário de guardar e restituir, e do depositante de pagar.

Se oneroso (sacrifício patrimonial recíproco) é bilateral, se for gratuito (pessoa guarda sem

contraprestação) é unilateral, mas, em qualquer uma das hipóteses lembrar das despesas necessárias, que

podem ser exigidas paga no momento da restituição. Portanto, bilateral ou unilateral dependendo da

situação.

Se não tiver nada convencionado é um Contrato Gratuito (Art. 628, CC). em regra, o deposito é

gratuito, excepcionalmente, é oneroso – se houver convenção das partes; ou, mesmo que não haja

convenção entre as partes sobre a onerosidade, se o depositário fizer a atividade de guarda como

profissão, se entende como deposito oneroso. Se a guarda de coisas for uma atividade da onde se tenha

idéia da necessidade de lucro, se a pessoa faz por profissão, não há duvidas de que será oneroso. Ex:

estacionamento de carros – guarda o carro por segurança, então será oneroso, e o sendo, o valor daquele

serviço, ser for convencionado é o preço convencionado, se não convencionado qual o preço a ser pago

(parágrafo 8, 628)? Todo serviço, que seja licito, tem que ser remunerado, esse é um serviço especial,

pois tem regulamentação especial, conseqüentemente é uma espécie de prestação de serviço, então se for

atividade negocial e se não remunerado, se não especificado por lei ou convencionado o preço,

analisam-se os costumes ou fixa-se o preço fixado pelo juiz. Se for unilateral é gratuito, e se for oneroso

é bilateral.

Page 12: Direito Civil - Renato

Uma classificação que traz bastante confusão: o contrato de deposito é Não Solene, mas com uma

peculiaridade. Diz o CC que o contrato de deposito tem que ter, pelo menos, um inicio de prova escrita

para que seja provado. Quando o legislador diz que o contrato “provar-se-á de forma escrita” não o faz

solene. Temos que entender que o deposito é não solene, porque a solenidade se analisa para que ele

exista, para que tenha efeitos jurídicos, o que o legislador quis dizer (entendimento de doutrina e

jurisprudência) é que, em uma eventual discussão, não se admite a prova exclusivamente testemunhal,

tem que ter pelo menos um inicio de prova escrita. Ex: sujeito deixa o carro no estacionamento, pode

haver o deposito na entrega, com o preço estipulado, por vontade das partes, caso venha ter alguma

discussão sobre esse contrato, não se poderá apenas com provas testemunhais se faz prova da existência

daquele contrato, tem que ter pelo menos o inicio de prova escrita, por exemplo, um papel com a placa

do carro que é entregue quando entra no estacionamento.

SEMPRE CAI EM PROVA – contrato de deposito é sempre não solene, mas para prová-lo não se

admite prova exclusivamente testemunhal. Se houver um email, uma mensagem, um papel que prove o

deposito, já é possível a prova (Art. 646, CC)

Característica básica do contrato de deposito é também a guarda como objetivo principal do

contrato. Existem vários outros contratos que as pessoas celebram e eventualmente também recebem

coisas e que é uma conseqüência ter que guardar, ex: contrato de comodato – recebe a coisa dada em

comodato e tem a obrigação de guardar também, e só não é deposito porque o seu objetivo principal não

é guardar a coisa, e sim usá-la, mas em conseqüência, como dever secundário, guarda-se a coisa. Na

locação do bem também há essa obrigação. Mas para ser deposito o objetivo principal tem que ser a

guarda, esse dever de guarda tem que ser assumido expressamente com essa vontade de guardar,

pois tenho que cuidar de algo que não é meu, e por assumir essa obrigação é preciso expressamente

manifestar a vontade quanto aquilo. Se o objetivo principal não é a guarda, não é contrato de deposito.

Nessa guarda podem ter outras coisas. Ex: pessoa deixa carro guardado no estacionamento, mas pode

fazer serviço de lavagem, polimento, mas diferente do contrato de prestação de serviço de lava rápido,

que não tem o objetivo principal de deposito. Mas se é um estacionamento que oferece como serviço

secundário a lavagem é contrato de deposito. o depositário não pode alegar, para a restituição, qualquer

motivo para não restituir o bem, pois a sua obrigação principal é guardar a coisa.

3. ESPÉCIES

O deposito tem duas espécies principais: voluntário ou necessário.

4. DEPÓSITO VOLUNTÁRIO

a. Conceito

Page 13: Direito Civil - Renato

O voluntario é aquele em que as partes, por livre vontade delas, resolvem celebrar essa modalidade de

contrato. Então nessa espécie, existe exatamente o conceito primeiramente analisado, independente de

qualquer obrigação legal ou judicial as partes resolvem fazer um contrato de deposito. acresce-se ao

conceito, apenas, que é o contrato em que inexiste qualquer obrigação legal ou judicial para tanto. A

voluntariedade é um requisito básico, independente de qualquer fato exterior, quer seja uma obrigação

decorrida da lei ou uma obrigação advinda do juízo, quer seja qualquer outro fato que não seja a vontade

das partes é contrato de deposito voluntario

O necessário não nasce da vontade das partes livremente, e sim, nasce por algum fato externo.

Quando o deposito tiver por objeto coisa infungível dizemos que é um deposito regular. E há um outro

deposito, que é aquele que tem por objeto coisa fungível, que é chamado de deposito irregular. Se tenho

que devolver a coisa em mesma espécie, qualidade e quantidade, tem que ser o mesmo objeto – regular.

Já no irregular, recebe-se coisa de mesma espécie, qualidade e quantidade. Ex: deposito de dinheiro –

não se recebem as mesmas cédulas, e sim a mesma quantidade de dinheiro. Essa distinção hoje já não

tem muita importância, pois a principal importância era a prisão do depositário, que era possível

somente em depósito regular, mas hoje não se admite a prisão em nenhum dos casos.

Pessoa empresta carro a outra, e ele então o guarda em um estacionamento, ou seja, não há exigência da

propriedade da coisa pelo depositante, primeiro porque não há transferência de domínio, e segundo

porque se exige somente a capacidade geral, e não a posse da coisa.

b. Obrigações do Depositário

As principais obrigações do depositário são:

1ª – guardar a coisa – básica, fundamental e principal obrigação. Ele precisa guardar, não pode receber

uma coisa em que o objetivo principal é a guarda e depois alegar que não deu para guardar.

2ª – praticar atos de conservação da coisa – para evitar que essa coisa se deteriore ou se pereça. Art.

629, CC.

Exemplo: estaciono o carro no estacionamento, quando fui busca-lo, já não estava la. Quem arca com o

prejuízo? O depositário tem que guardar e conservar, em qualquer hipótese ele será obrigado a restituir e

responder pelo perecimento ou somente em hipóteses que há culpa dele?

Um ladrão rouba um carro no estacionamento, sem culpa do depositário, é res periti domini?

Art. (?) – concluímos que, tudo que acontecer, presume-se que o depositário esteja errado, existe a

presunção de culpa do depositário, mas ele pode alegar, para não responder pelo prejuízo, como

excludente da responsabilidade, a força maior. Força maior são os eventos advindos de fatos externos

que, imprevisível e extraordinariamente, aconteceram com a coisa. Ou seja, terá que ser verificado se o

fato era inevitável ou não, se o for é força maior, se não responde o depositário.

Page 14: Direito Civil - Renato

Então, o furto de um veiculo em um estacionamento é um caso de força maior, é inevitável? Tudo que

está ligado à própria atividade não exclui a culpa – situações imprevisíveis ligadas diretamente à

atividade – caso fortuito – não exclui a culpa, e o depositário responde pelos prejuízos.

Uma quadrilha, fortemente armada, pode ser considerada força maior. Mas furtos normais não o são.

Principio da res periti domini só se aplica se o depositário provar que houve força maior, em regra, se

houver perecimento presume-se a culpa do depositário.

3º - restituir a coisa – restituir quando? Quando for exigido. Se houver prazo convencionado, ao fim do

prazo devolve. Devolverá com todos os frutos, acrescidos e tudo que houver a coisa, nada é do

depositário, tudo é do depositante. Ex: poupança – ao devolver, recebe também todos os rendimentos.

Também, muitas vezes, pode acontecer da coisa se deteriorar pelo tempo. Dependendo do tempo do

contrato podem haver deteriorações que não foram causadas por nenhum fato imputado ao depositário.

Então, o depositário tem que devolver o bem conservado, salvo as deteriorações naturais, normais, da

coisa.

O depositário não pode usar a coisa, não é direito dele usar o bem. Não é um contrato de uso, e sim um

contrato de guarda, então o depositário não pode utilizar da coisa dada em deposito, a não ser que haja

licença expressa do depositante, art. 640.

Depositário infiel – o depositário inadimplente, ou seja, aquele que não cumpre as obrigações do

deposito, no qual a conseqüência mais conclusiva que poderia ser dada a ele era a prisão, que já não

mais se cabe.

c. Obrigações do Depositante

Podem existir contratos que ele não tem obrigação alguma, mas o art. 643 diz que se a despesa for necessária

para o depositário não deixar a coisa perecer, então o depositante tem que pagá-lo ao fim do contrato, então o

contrato passa a ser bilateral imperfeito. Já no contrato oneroso é obrigação básica do depositante pagar a

contraprestação.

644 – direito de retenção do depositário – o depositário pode reter a coisa enquanto não for reembolsado das

despesas que tem direito.

Pagar as despesas e pagar o preço.

5. DEPÓSITO NECESSÁRIO

Page 15: Direito Civil - Renato

Tudo isso se aplica tanto no deposito voluntario quanto no necessário, mas pelo fato do necessário não ser

feito por livre vontade das partes foi didaticamente separado, mas as características são exatamente as já

mencionadas.

Deposito necessário é aquele contrato de deposito que foi criado, não pode vontade das partes, mas por algum

fator externo, esse fator externo pode ser tanto a lei quanto uma ordem judicial quanto um evento da natureza.

a. Legal

Dar-se-á toda vez que a lei determinar que, em alguma situação, a coisa deverá permanecer com tal pessoa, e

essa pessoa assume o dever de depositário. No processo civil, a lei diz que quando feita a penhora tem que ser

nomeado depositário, então o legal se ajunta com o judicial, pois o juiz diz quem é essa pessoa, mas a própria

lei diz que independente da vontade, o sujeito terá que cuidar de tal bem. Então, não há a voluntariedade na

escolha, existe o dever, e conseqüentemente, deve ser cumprido, os deveres nascem porque a lei manda. Ação

de execução quando tem penhora e deposito a lei diz que independente de vontade o sujeito se torna depositário,

se isso acontecer, estaremos diante de um contrato de deposito, que será igual ao deposito voluntario, a não ser

que a lei expressamente diga que é diferente – 648. É importante saber que alem da vontade de celebrar

inexistente, também é diferente do contrato voluntario, porque o deposito necessário não se presume gratuito, é

sempre oneroso.

Art. 647, I – legal

b. Propriamente dito

Art. 647, II – depósito propriamente dito ou deposito miserável – porque terá ocorrido uma miséria – situações

de calamidade pública, enchentes, e demais dispostos no art., nos quais os bens se perdem dos donos, e vão

ficando na casa de outros, aqueles que ficam com os bens são considerados depositários (onerosos).

Independente da vontade do depositário se aconteceu algum evento que caracterize o depósito miserável, ele

será necessário e conseqüentemente oneroso.

c. Hospedeiro

Quando alguém vai a um hotel, um lugar onde se hospeda, a proteção dada as bagagens é a do contrato de

depósito, independente de qualquer disposição em contrário (Ex: placas que dizem que o local não se

responsabiliza pelos objetos perdidos), o hospedeiro é depositário das bagagens do hospedado. O hotel só

poderá se eximir dessa responsabilidade se provar evento de força maior ou provar descumprimento por parte

do hospedado de regras dos hotéis (ex: os objetos de valor devem ser guardados no cofre). As placas e avisos

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unilateralmente colocados em estacionamentos, hotéis, etc. dizendo que o estabelecimento não se responsabiliza

pelos objetos deixados no local são tidas como nulas de pleno direito, pois tiram o dever básico do depositário.

Tanto em hotéis, quanto em qualquer depósito, essas disposições são aplicadas.

6. PRISÃO DO DEPOSITÁRIO

Art. 652 – prisão do depositário infiel – hoje não se admite mais a prisão em qualquer hipótese de deposito,

somente se admite a prisão civil por falta de pagamento de pensão alimentícia, qualquer outra hipótese de prisão

civil fere a convenção feita no pacto de San José da Costa Rica, de acordo com o STF, portanto, o art. 652 não é

mais utilizado.

(09/05/2012)

QUARTA FEIRA

I – DO MANDATO

1. CONCEITO

No estudo do direito obrigacional foi comentado que pode, em algumas situações, a pessoa nomear

representantes para praticar determinados atos (representação convencional), então temos o contrato no

qual alguém irá assumir a obrigação de representar uma pessoa na pratica deste atos, e a este contrato se

dá o nome de mandato.

Que fique claro que não é mandado, e sim mandato (se escrito na prova mandaDo – ordem judicial,

ordem de autoridade, será descontado 0,5 ponto).

Pelo contrato de mandato alguém (mandante) encarrega outrem (mandatário) para praticar um

ou mais atos por conta e no nome do mandante, de modo que todos os efeitos dos atos praticados

se liguem diretamente à pessoa do mandante como se ele próprio os tivesse praticado.

Em síntese, percebemos com esse conceito, que mandato é o contrato onde alguem encarrega outrem de

praticar atos em seu nome e a conta dele, que esses atos vão vincular sempre o mandante, como se ele

estivesse naquele momento celebrando aquele negocio, ele só não esta la porque tem alguem o

representando, mas todas as conseqüências daquele negocio são ligadas diretamente ao mandante.

Art. 653 – conceito. Alguem nomeia, encarrega outrem para praticar atos em seu nome, esse mandato,

em ano eleitoral, os políticos que escolhemos nada mais é que conferir a eles um mandato eletivo, para

que nos representem na pratica dos atos no lugar daqueles que conferem a ele este poder, foge do direito

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civil contratual, mas os direitos e deveres são ou deveriam ser iguais (agir sempre em nome para praticar

aquilo que é o desejo do mandante, sempre agir da forma que o mandante agiria como se estivesse no

momento da celebração).

No mandato contratual ao invés de eu pessoalmente participar daquele negocio, alguem me representa.

2. CARACTERÍSTICAS

É um contrato bilateral – existem as obrigações recíprocas. O mandatário tem mais obrigações. Se o

contrato for gratuito será também unilateral, pois não tem obrigações para o mandante, somente o

obrigando se tiver que restituir despesas. É oneroso quando for feito por profissão.

Pode ser gratuito ou oneroso (art. 658) – presume-se gratuito, quando não houver estipulada a

retribuição, exceto quando o objeto é tratado como oficio. O contrato é, em regra, gratuito, se não

houver convenção, a não ser que o mandatário exerça o mandato em profissão (ex: mandato judicial –

advogado; despachante para representa-lo junto ao DETRAN; e qualquer situação que se fixar a

remuneração) ou alguma atividade lucrativa. Sendo ele oneroso e não estiver fixado o valor da

retribuição o par. Único, art. 658, será determinado nos usos do lugar ou por falta destes por

arbitramento do juiz. Ex: confere o mandato ao advogado e não se estipulou remuneração recorre-se aos

usos (ex: 10%) e se não houver acordo o juiz fixa por arbitramento o preço, no caso especifico dos

honorários do advogado há uma tabela para fixa-lo.

É um contrato consensual – não há entrega de coisa vinculada para sua validade, se aperfeiçoa com o

simples ajuste de vontade entre as partes.

Art. 656 – o mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito.

Art. 657 – a outorga do mandato está sujeita a forma exigida por lei para o ato a ser praticado, não se

admite contrato verbal quando o ato é exigido por escrito.

O contrato é não solene – tem a forma livre, a não ser a que a lei exija forma especial para a pratica do

ato. Temos que verificar qual ato será praticado, ex: compra e venda de imóvel, que como já vimos no

art. 108 precisa de escritura publica ou particular dependendo do valor, ou seja, não está sujeita a forma

exigida pela lei, mas quando a lei diz que tem que ter uma forma há que ter essa forma.

Se lembrarmos do art. 104 – agente capaz, objeto licito e forma prescrita ou não defesa em lei, ou seja,

ao forma que a lei exigir ou não proibir, e o mandato segue a mesma regra, tem que ter forma especial

quando a lei exigir.

Mas, existe uma diferença entre o mandato e a procuração. Em algumas situações o mandato precisa ter

um instrumento para que as pessoas que contratarão com terceiro possam se assegurar que tratam com a

pessoa correta. O contrato de mandato pode ser tanto solene quanto não solene, e a manifestação de

vontade das partes pode ser expressa ou tácita, escrita ou verbal. Relembremos que nem tudo que é

expresso é escrito, expresso é aquilo que é inequívoco, o escrito é a forma que foi feita a declaração de

Page 18: Direito Civil - Renato

vontade, tácito é aquilo com que a conduta de quem pratica o ato faz-se a presunção da aceitação.

Podem existir manifestações verbais e expressas, até mesmo por gestões podem ser expressas, pois pode

através deles manifestar sua concordância de forma inequívoca.

Outra característica marcante no contrato de mandato é o fato de ser um contrato personalíssimo, porque

baseia-se na confiança do mandatário, quando alguem encarrega o outro de representa-lo isso baseia-se

em uma confiança, portanto não é uma obrigação que qualquer um pode fazer por ele, por isso

verificamos na situação de substabelecimento (transferir poderes para outro) há casos em que o

mandatário poderá responder independentemente da culpa pelos prejuízos que causar, por essa

característica d ser personalíssimo baseado na confiança. O nome mandato vem do latim quando se dizia

manudatum, que era quando se davam as mãos transferindo a representação.

3. PESSOAS QUE PODEM OUTORGAR E RECEBER MANDATO

Será que todas as pessoas podem outorgar o mandato e recebe-lo?

Art. 654 – todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que

valerá desde que tenha a assinatura do outorgante. – em um primeiro momento, pode dar mandato

qualquer pessoa capaz que esteja no exercício do seu pleno conhecimento, então o incapaz não pode dar

mandato sozinho, precisa de seu representante ou assistente para dar procuração. Questão interessante é

quando se exigir esse mandato escrito se precisa de, alem da assinatura do mandante, o chamado

“reconhecimento de firma”, ou seja, um contrato de mandato, quando tiver o instrumento que o

representa que é a procuração, que consta os poderes que a pessoa tem, o reconhecimento de Irma (654)

o terceiro que tratará com o mandatário pode exigir que ele tenha firma exigida. Quando for o caso de

ter o instrumento escrito o terceiro com quem irá negociar, para que ele possa evitar riscos quanto a

autenticidade da assinatura é permitido, conseqüente o mandatário tem que apreentar, o documento com

reconhecimento de firma. No mandato judicial, aquele do art. 38 – constantes da clausula ads judicia –

ou atos judiciais, CPC, não precisa do reconhecimento de firma, não é exigido pelo juiz que o mandato,

a procuração judicial venha com a firma reconhecida, pois os poderes judiciais goza de certa presunção

de verdade do que diz, tem fé publica para validar os documentos que faz. Então o reconhecimento de

firma em mandatos envolvendo particulares, se o terceiro com quem trata pode exigir o reconhecimento

de firma, e se o mandatário não o fizer, ele pode recusar (Recusa justa, pois é direito dele).

E para receber procuração – art. 666 – para receber procuração pode também o maior de 16 anos e o

menor de 18 anos não emancipado, mas o mandante não tem ação contra ele... as vezes o menor

responde pessoalmente quando se faz passar por maior, por exemplo, mas se alguem quiser nomear o

menor ele pode, mas assume o risco de que aquilo que o menor faz em seu nome irá fazer, e não tem

açao contra esse incapaz, por ele ser menor não responderá por perdas e danos se agir errado no

exercício no mandato, porque é um risco que o mandante assumiu. Ex: sujeito passa poderes ao seu filho

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de 17 anos para representa-lo diante de alguem, está ciente de que tudo que ele fizer, se fizer errado, não

terá ação contra o menor (a situação é diferente quando não sabe se o mandatário é menor, que responde

como se fosse maior). Mas o menor pode receber mandato.

Uma pessoa menor pode ser mandatária? Pode. Conseqüência? Mandante não tem ação contra ela, a não

ser que ela se fez passar por maior, enganando o mandante.

4. A PROCURAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE MANDATO

Mandato e procuração são palavras intimamente ligadas, mas não são a mesma coisa. O mandato é o

contrato que está sendo analisado, deste contrato, para que o mandatário possa praticar esses atos, existe

um instrumento que representa e demonstra todos os poderes daquele contrato, e esse instrumento é

chamado de procuração. Ou seja, a procuração é o instrumento do mandato, muitas vezes nela não há

todas as caracteristicas do contrato de mandato, no contrato de mandato tem. a procuração seria uma

essência deste contrato com aquilo que é importante para a pratica do ato. Ex: pessoa contrata

imobiliária para administrar seu imóvel, faz um contrato com todas as clausulas e condições, o que há

em caso de atraso de aluguel, de deterioriaçao do bem, mas para que a imobiliária pratique os atos em

nome do mandante faz-se a procuração. O terceiro que irá contratar com o mandatário, para não

apresentar o contrato tem a chamada procuração. Procuração traz os pontos principais do mandato, e

qualquer terceiro que vai tratar com o mandatário pode exigir a apresentação deste instrumento, a

procuração.

Art. 653 – a procuração é o instrumento do mandato. O terceiro que vai tratar com o mandatário pode

exigir a procuração por escrito e com firma reconhecida, pois ele gostaria de tratar com a pessoa com

quem, de fato, está contratando. Ex: compra e venda – quer tratar com o vendedor, mas em seu lugar vai

outra pessoa, o mandatário, e o terceiro precisa saber se essa pessoa realmente tem poderes para

representar o mandante naquele negocio, e para que ele saiba disso precisa ter em mãos algo, a

procuração. E se o mandatário se recusa a apresentar instrumento o terceiro se recusa a contratar com ele

por não saber que ele tem realmente poderes para tais atos.

O mandato existe independente da procuração, mas o terceiro com quem trata o mandatário pode exigi-

la escrita e com firma reconhecida.

A procuração traz todos os poderes que o mandatário pode ou não pode fazer – 654.

A procuração tem que ter assinatura, dados, lugar, qualificação do outorgante, outorgado, data, extensão

dos poderes conferidos, etc.

Lembrar sempre - O terceiro, para não correr o risco de negociar com quem não tem poder precisa

verificar os poderes contidos no mandato, para isso, basta exigir a procuração.

Pode existir mandato sem procuração, mas não existe procuração sem mandato.

Page 20: Direito Civil - Renato

5. ESPÉCIES DE MANDATO

O mandato pode ser ad negotia ou ad judicia. O primeiro é dado para a pratica dos poderes do negocio

jurídico, confere poderes ao mandatário para praticar todos os negócios jurídicos. Enquanto o segundo é

o especifico para a pratica dos atos judiciais.

O advogado pode receber um mandato que seja tanto ad negotia quanto a judicia, se for apenas para

representa-lo judicialmente com os poderes conferidos no art. 38, CPC, verificamos que este mandato é

ad judicia, mas se confere poderes alem dos elencados no art. 38 (dar quitação, celebrar contratos,

receber) é contrato ad negotia.

É importante dentro dos mandatos os poderes, em qualquer das espécies é importante saber os poderes

que foram conferidos ao mandatário, porque a regra será simples, aquilo que o mandatário fizer em

nome do mandante e autorizado pelo mandante, o mandante será obrigado a cumprir, e aquilo que fizer

fora dos poderes conferidos a ele não vincula o mandante. Por isso é importante saber quais foram os

poderes conferidos ao mandatário.

6. MANDATO ESPECIAL E GERAL

Mandato especial e geral ou poderes especiais ou poderes gerais, que estão ligados aos poderes do

mandato:

Art. 660 – mandado pode ser especial a um ou mais negócios ou geral a todos ao mandante.

Temos que verificar neste mandato quais os poderes que foram conferidos ao mandatário.

Art. 661 – o mandato em termos gerais só confere poderes de administração.

Geral – poderes de administração.

Par. 1º - para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar quaisquer atos que exorbitem a administração

ordinária a procuração depende de poderes especiais e expressos.

Então vem a seguinte pergunta:

Nomeio procurador tal pessoa e coloco no contrato e na procuração que a pessoa pode praticar todos os

atos em meu nome. Ou seja, a pessoa pode vender meus bens? Assinar fianças para mim? Pode casar por

mim?

o que são poderes de administração ordinária – são aqueles poderes básicos que alguém no exercício do

direito de fazer, proteger os interesses do mandante, irá praticar. Simples administração são poderes no

intuito de preservar os direitos do mandante. Ex: conta que vem para pagar, faz o pagamento; simples

reparos em imóvel. Não é tudo que envolve a vida da pessoa. Quem tem poder de administração pode

praticar atos básicos e normais para proteger o mandante. Vender não é ato de proteção básica, assinar

como fiador também não, então, ao contrario do que possa parecer, quando se diz que a pessoa tem os

poderes mais gerais e amplos possíveis isso é apenas ao que se refere aos atos de administração, atos

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básicos, que não trarão detrimento, prejuízo do mandante. Tudo que for fora do normal, atos especiais

precisa de poderes expressos – art. 661, par. 1º, cc.

na duvida a regra é que não pode, se os atos que exorbitem a administração normal precisa de poderes

expressos e especiais, não significa que porque ele pode alguma coisa presume-se que ele possa outra.

Ex: não é porque tem poder de casar que tem poder de vender. Todos os atos especiais têm que ser

expressos na procuração. Não se interpreta extensivamente poderes especiais.

Poderes gerais e especiais – questão de prova!

Tudo que é excepcional, especial precisa estar expresso, art. 661.

O terceiro que tratará com o mandatário tem que ter cuidado com esses poderes, muitas vezes faz um

negocio jurídico com o mandatário, não analisou o instrumento, e tal ato não está no contrato, então isso

não vincula o mandante, então o terceiro não pode exigir a adimplemento dele. – art. 662

Ad negotia

Ad judicia – art. 38, CPC

Especiais – par. 1o, 661, cc

Geral – poderes d administração

(15/05/2012)

TERÇA FEIRA

- aula passada: poderes do mandato geral e especial

7. MANDATO OUTORGADO A DUAS OU MAIS PESSOAS

art. 672 – regra para caso em que existem dois ou mais mandatários - Dúvida? Quais os poderes desses

mandatários?

Regra: dois mandatários - presume que cada um deles está autorizado a praticar todos os atos sozinhos,

ou seja, sem a presença do outro.

Ex: cinco advogados no mesmo processo – regra – cada um sozinho pode representar o mandante nos

atos autorizados.

- se a pessoa quer que estejam juntos para praticar o ato deve estar expresso no instrumento do mandato.

- ainda, pode ser sozinho se não houver poderes designados para cada um.

* se ficar expresso que precisa sem em conjunto, a parte final do art. 672 diz que se assim não for não

haverá eficácia o ato enquanto os outros não ratificarem. Então, exigindo presença de todos o ato não

será valido se assim não for.

* presume-se, salvo contrária expressão, que cada um deles pode praticar o ato sozinho.

- aceitação do mandato.

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O mandatário não precisa aceitar de forma expressa se a lei assim não exigir.

Na classificação do mandato isso fica evidente – aceitação pode ser tácita ou expressa – art. 659.

- mandante transfere os poderes; sem manifestar expressamente, já começa a praticar os atos e há

aceitação tácita. – não é preciso dizer de maneira expressa. Nesse caso, o inicio da execução do mandato

já significa aceitação.

Se a lei exigir que seja expressa não há dúvida.

- aquilo que não estiver autorizado no mandato – ratificação – na regra qualquer ato provocado pelo

mandatário fora os poderes do mandato, o mandante não precisa cumprir.

Os poderes são os da administração geral - se extrapola o mandante não é obrigado a cumprir.

Art. 662 – ineficazes, salvo ratificar.

Se o mandante, tendo o mandatário agido sem poderes, se quiser, para dar eficácia a atos feitos com

excessos de seus poderes, precisará dar ratificação.

Parágrafo único, 662 – é uma exceção – a regra é respeitar os poderes – precisa o mandante se

manifestar expressamente; ou praticou ato que mostra inequivocadamente que ratificou.

Ex: mandatário compra bem parcelado – extrapolou – mandante já paga primeira parcela – isso é

ratificação do ato feito sem poderes ou com excesso de poderes.

Gestor de negócios: sem mandato age em nome de outrem – não vincula o mandante – se quiser ratificar

pode; dá aos atos eficácia jurídica e passa a ser mandato.

Regra: sem poderes ou extrapolou não vincula mandante; só vincula com ratificação ou ato inequívoco.

8. OBRIGAÇOES DO MANDATÁRIO

Agir em nome do mandante sem extrapolar os poderes a ele conferidos – é a básica.

Toda vez que age sem poderes não vincula o mandante e responde por ele.

Art. 665 – é dever dele agir de acordo com os poderes.

agir com zelo e toda cautela necessária para preservar os interesses do mandante – segundo dever – zelo

necessário e diligencia habitual.

Art. 667 – age assim para evitar causar prejuízo a seu mandante – se causar terá que indenizar.

Substabelecimento - é transferir – tranferencia dos poderes que tem para o outro – responderá pelos atos

daquele que substabeleceu.

Substabelecido – quem recebe os poderes; substabelecente – quem transfere.

Parágrafo, 667 – mostra se tudo que substabelecido fez é responsabilidade de quem lhe deu poder.

Parágrafo 2º, 667 – o mandante autoriza o direito de substabelecer para terceiro – se faz isso e terceiro

causa prejuízo esse mandatário responderá? Só se ele escolher mal o substabelecido – é a culpa in

eligendo – escolheu pessoa sem condições técnicas para receber o poder – ai o mandante pode cobrar do

mandatário.

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Só responderá, também, se o mandatário der ordem errada.

Nessas duas hipóteses, quando tiver poder para substituir, poderá o mandatário responder pelos

prejuízos causados pelo substabelecido.

- 667, caput, parte final – o mandatário substabelece uma autorização – responde o mandatário por todos

os atos que o substabelecido causar? Caberá ao mandatário fazer prova que o substabelecido não agiu

com culpa, porque se houver culpa do substabelecido responderá.

Parágrafo primeiro, 667 – há proibição expressa de substabelecimento – se assim é o mandatário é, o

mandatário responde por tudo, até por danos decorrentes de força maior – é a responsabilidade objetiva

– não se verifica culpa – não importa se o substabelecido estava errado ou certo, causou prejuízo

responde o mandatário.

Ainda, os atos não serão validos, o mandante não precisa cumprir, e se causar prejuízo responde

independentemente de culpa. – parágrafo 3º, 667.

Duas conseqüências – responderá independente de culpa; não obrigam o mandante os atos praticados

pelo substabelecido, isso porque no instrumento de mandato fica expresso que é vedado o

substabelecimento, consequentemente não tem poderes (parágrafo 1º, parágrafo 3º)

Pode ter previsão de multa para caso de não respeitar.

Substabelecimento com reservas – mandatário em conjunto - art. 672 – mandatário ainda tem os mesmos

poderes que o substabelecido. Então, ambos tem os mesmos poderes.

Substabelecimento sem reservas – acaba o poder do mandatário, sai do mandato, e o mandatário passa a

ser substabelecido.

Outro dever do mandatário – prestar contas – art. 668 – o fato de ser representante significa que tem que

prestar contas ao mandante e a ele transferir tudo o que for vantajoso.

Quarta obrigação – art. 673 – é obrigação, sempre que agir em nome do mandante, apresentar o

instrumento do mandato para terceiro. O terceiro tem que exigir para ver se está dentro dos poderes – se

exigir tem que mostrar – se não exigir estará assumindo um risco.

1º - se viu que tem poderes e celebrou o contrato, o mandatário está fora – está dentro do previsto.

2º - mandatário diz ao terceiro que mesmo sem poderes o mandante vai cumprir – assume obrigação de

fazer – perdas e danos e indenização – disse que obteria ratificação.

3º - se o mandatário diz que se o mandante não fizer ele fará.

Salvo essas duas, se celebra com o mandatário sem poderes ele assume o risco.

674 – último dever do mandatário – continuar o negocio já começado.

Mandatário começa, se não for concluído causará muitos prejuízos ao herdeiro do mandante, ou para o

mandante, tem que começar. A morte iria extinguir o mandato.

Mandatário, mesmo após a mora do mandante, termina o negócio para evitar prejuízo.

Foram os deveres básicos do mandatário.

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9. OBRIGAÇOES DO MANDANTE

1º - art. 675 – cumprir tudo que o mandatário fez dentro dos poderes – dá segurança jurídica.

2º - art. 675 – responsabilidade pecuniária- adianta as despesas necessárias – e no 676 – se for ajustada

remuneração nos termos em que foi feita, mesmo com o negócio que não teve êxito.

Quando a obrigação é de meio tem que pagar; se é de fim/resultado tem que ter resultado útil para pagar.

Na regra geral paga remuneração.

Também ressarcir os prejuízos que o mandatário tiver.

Mandatário – pode reter as vantagens em caso de o mandante não observar a responsabilidade

pecuniária – art. 681.

10. DA EXTINÇÃO DO MANDATO

Causas da extinção do mandato:

1ª – 682, I – Revogação ou renúncia – revogação é o ato de tirar poderes dados – quem revoga é o

mandante – a regra é de que o mandato pode ser revogado a qualquer tempo (“as nutum”) – não precisa

o mandante dar motivos, a não ser que o mandato seja irrevogável.

Pode ser irrevogável expressamente (cláusula) – art. 683 – ou quando for contrato chamado de

mandato/procuração em causa própria – isto seria o que? Na forma é mandato, mas na essência é compra

e venda.

Vende bem para alguem, mas em vez de fazer escritura pública faz uma procuração em causa própria –

o mandante transfere direitos ao mandatário, mas age este em seu nome, defendendo seus interesses

na verdade é o dono do imóvel, mas só tem procuração – se for vender o bem é vender para ele, não para

aquele que deu a procuração. (Casos em que compra e já pensa em vender – para não gastar com

escritura pública pede só a procuração). Não vai precisar contar ao mandante, pois já age em nome

próprio.

Procuração em causa própria o cartório só faz se pagar o ITBI (imposto de transferência)

Regra: pode ser revogado a qualquer tempo (ad nutum), do contrario, irrevogável ou irretratável, com

cláusula ou em causa própria. Ainda, a irrevogabilidade provém do próprio negocio.

Ex: sócio precisa dar poderes ao outro para fazer documento na JC, etc. – 684 – é condição do próprio

negocio jurídico – se está condicionada é acessório do principal (qualquer negocio jurídico) – se nesse

negocio tem que outorgar procuração, revogar procuração revogará o negocio principal.

Revogando, perdas e danos para o mandante.

Pode o mandatário fazer a renúncia, extinguindo o mandato.

Morte: 2ª causa de extinção – é contrato personalíssimo, a não ser que o negocio tem que ser continuado

par não causar prejuízos aos herdeiros do mandatário ou mandante – 690 e 691 – é questão da boa-fé.

morte de qualquer uma das partes.

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690 – os herdeiros precisam comunicar o mandante e tomar providencias para não causar prejuízos.

Interdição: declara incapaz – consequentemente os poderes que dá através do mandato não tem efeito –

extingue o mandato se for qualquer das partes.

Término do prazo: tempo determinado ou feita para determinado negócio – 682, IV.

III, 682 – mudança do estado do mandato – estado civil – solteiro e casa – os mandatos que não

interferem na nova situação continua – só extingue, por exemplo, aqueles que pedem anuência da

mulher.

Ex: alienação – precisa da anuência da mulher – tirando regime de separação obrigatória de bens.

A mudança tem que inabilitar atos. Ex: se deu mandato para advogado, cobrou e casa, o mandato

continua.

11. MANDATO JUDICIAL (Lei 8906/94)

Mandato judicial – é para o advogado – só pode exercer esse mandato se for advogado – art 38, CPC –

procuração com poderes – ad judicia.

Pode dar poderes ad judicia para quem não é , mas tem que substabelecer para advogado – ex: para

imobiliária.

*** então, a cláusula ad judicia pode ser dada para não advogado, porém só pode ser exercida por

advogado – PROVA

(22/05/2012)

TERÇA FEIRA

I – DA COMISSÃO

Contrato bastante simples. Veremos que existe uma modalidade de contrato no qual alguém é contratado para se

encarregar de fazer aquisição ou venda de bens móveis para outra pessoa, mas quem irá se apresentar, tratar

essa pessoa contratada vai agir perante os terceiros como se ela própria estivesse adquirindo esses bens,

diferente do mandato que o mandatário age em nome do mandante. Nessa modalidade há muitas similaridades

do contrato de mandato e uma das diferenças básicas é que o comissário, o que irá agir em nome do comitente,

aquele que contrata, ele irá agir em nome próprio, mas quem vai cumprir com aquelas obrigações, quem irá dar

as ordens para o comissário praticar os atos é o comitente. Alguém se encarrega de praticar os atos perante

terceiros e assume a obrigação em seu nome, muitas vezes os terceiros não sabem que há o contrato de

comissão nessa aquisição de bens moveis.

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Então veremos quais as conseqüências disso, quais as responsabilidades dele e como isso se operará dentro do

direito contratual.

1. CONCEITO

É aquele pelo qual uma pessoa, denominada comitente, encarrega a outra, intitulada comissário, de

adquirir ou vender bens móveis, mediante remuneração, agindo esta em nome próprio e obrigando-se

para com terceiros com quem contrata, mas por conta daquela.

Será um contrato que alguém se encarrega de comprar ou vender bens perante os terceiros em seu próprio

nome, mas por conta de um terceiro que chamaremos de comitente, alguém que aquele que irá vender ou

comprar para o comissário nem sabe que ele existe. O objeto é somente bens moveis, pois de imóveis o

contrato não teria utilidade jurídica.

Ele tem que agir como se fosse aquilo que é esperado, ordenado pelo comitente, mas os terceiros com quem

irá contratar não sabe disso. Tanto é que nos direitos e obrigações, a pessoa que vendeu para o comissário

não pode exigir nada do comitente, pois o comissário assume esse contrato em seu nome – diferença básica

do contrato de mandato, no qual o mandatário sempre age em nome do mandante, e não em seu próprio

nome. O comissário contrata com as pessoas em seu próprio nome - Art. 694, CC – característica básica

deste contrato.

Art. 693, CC – conceito. Quem dá as instruções, quem paga é o comitente, mas em relação aos terceiros o

comissário age em seu próprio nome. Tem utilização muitas vezes porque o comissário tem experiência

maior na compra e venda de bens moveis e age com o dinheiro ou bens móveis do comitente em troca de

remuneração, a comissão, que usualmente é fixada em percentual sobre aquilo que foi vendido ou

comprado.

Não é também o contrato de corretagem, no qual a pessoa é somente uma intermediadora, com finalidade de

aproximar pessoas para celebrar negócios, como, por exemplo, a compra e venda. O corretor não assume

obrigação pessoalmente, somente aproxima as partes para que elas celebrem o contrato, então é diferente do

contrato de comissão.

Art. 693 a 709 – características, direitos, obrigações, remuneração e situação especial que veremos ao fim

deste conteúdo.

2. CARACTERÍSTICAS

Page 27: Direito Civil - Renato

Contrato bilateral – existem obrigações recíprocas – básica do comissário – comprar ou vender os bens; e a

obrigação básica do comitente é pagar-lhe a remuneração. Existem direitos e obrigações recíprocos, logo é

um contrato bilateral.

Contrato oneroso – porque ambos possuem sacrifícios patrimoniais em troca de alguma vantagem

patrimonial. Os dois tem vantagens em troca de sacrifícios, se apenas um tivesse vantagens e outro

sacrifícios seria gratuito. É uma prestação de serviço especial chamada de comissão.

Contrato consensual – se aperfeiçoa simplesmente com o acordo de vontades. Não se exige a tradição de

nada para que ele exista.

Contrato comutativo – não há risco para ninguém, não há aleatoriedade nele. As partes, desde o inicio do

contrato, sabem quais suas prestações e elas tem uma equivalência, não há duvida nas prestações. Ambos

sabem o que fazer, a onerosidade que terão e o beneficio equivalente, então não há risco.

Contrato não solene – todo contrato que a lei não exige forma especial é não solene. Basta o acordo de

vontades sem uma forma prescrita em lei para que ele exista.

Característica especial – assim como o mandato, ele é intuito persona, personalíssimo, porque também se

baseia na confiança das partes, o comitente escolhe a pessoa em quem ele confia, pelo fato dele agir em

nome próprio perante terceiros, então ela precisa praticar atos, embora em seu nome, por conta do

comitente.

A atividade principal do comissário e do comitente – nesse contrato a característica básica é que o

comissário tem a obrigação básica de se encarregar de comprar ou vender bens em seu próprio nome a conta

do comitente, o interesse e as instruções dele também. Se o comitente instruir a comprar X ele não pode

comprar Y, senão estará infringindo o contrato de comissão. Quem pode ser comissário é qualquer pessoa,

desde que capaz para praticar atos da vida civil, pode ser tanto pessoa física quanto pessoa jurídica. Esse

contrato era abarcado pelo direito comercial, mercantil, mas hoje é um contrato do direito civil.

E a característica pelo lado do comitente – sempre irá dar essas instruções, contratar, encarregar essa pessoa

de praticar os atos para ela, mas ela não aparece, não é quem fará as tratativas, quem discutirá clausulas com

os terceiros, simplesmente passa as ordens ao comissário e espera o cumprimento desse contrato por ele.

Depois de praticado isso, se o comissário realmente cumpriu com a obrigação estipulada de acordo com seu

interesse pagará a remuneração. Perante o terceiro quem assume é o comissário, perante o comissário quem

paga é o comitente, inclusive para pagar a remuneração.

PROVA – o comitente não assume obrigações perante terceiros, o mandante assume

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3. REMUNERAÇÃO

Para essa atividade, esse serviço, o comissário tem direito à remuneração. Que é livremente pactuada entre

as partes. Art. 701 – não estipulada a remuneração, será aplicada de acordo com os usos e costumes

correntes do local. Todos os serviços vistos as partes são livres para estipular a remuneração. Normalmente,

nesse contrato, ela é fixada em percentual.

Então ela é devida desde que haja resultado útil para o comitente, ou seja, é um contrato de resultado,

porque o comissário sabe que só irá receber, só terá o direito de ser remunerado se trouxer o resultado útil:

adquirir ou vender aqueles bens. Todas as despesas que ele tiver para essa atividade, concluído o negocio,

feita a venda ou aquisição, tem direito de ser reembolsado. Então, alem da remuneração, o comissário terá

direito ao reembolso das despesas que teve para desempenhar aquela atividade para qual foi contratado.

Há algumas situações em que a remuneração será reduzida proporcionalmente e se ele perde totalmente esse

direito.

Art. 702 – situação especial 1 – o negocio não pode ser concluído pela morte do comissário ou por algum

motivo de forca maior – o comissário estava empenhado, praticando os atos, mas em virtude de morte (por

ser contrato personalíssimo, o contrato se extingue) ou forca maior, se ainda estiver vivo tem direito de

receber, não a remuneração integral porque não houve a conclusão do negocio de compra e venda, mas o

art. 702 diz que, assim como no caso de morte, o comissário tem direito à remuneração proporcional ao

trabalho. Então passa a ser uma obrigação de meio. a remuneração é proporcional porque não houve a

resolução do negocio, mas por motivo que não foi imputado ao comissário.

Morrendo o comitente também é extinto o contrato de comissão. Portanto a morte de qualquer das partes do

contrato são razão para a extinção do contrato.

Existem situações em que o comissário vai praticando atos e concluindo negócios e então a remuneração é

fixada em ser paga periodicamente. Ex: ao fim do mês tudo que foi vendido, mediante apresentação da

prestação de contas, vê as despesas, os ganhos e os percentuais e o paga. As vezes o comissário pode ter

agido com culpa e ensejar a rescisão do contrato de comissão, ou seja, motivo justificado, o comissário dá o

motivo – descumpre instruções, não age mais dentro dos interesses do comitente, ou algum outro motivo

para que o comitente não queira mais o contrato, mesmo havendo esse motivo o comissário tem o direito de

receber pelos trabalhos que ele já realizou.

Art. 703 - Por justa causa o comitente pode extinguir o contrato, mas tudo aquilo que foi feito até o dia que

foi dado o motivo tem direito a receber, mas por ter agido de forma que rescindiu o contrato, fica ressalvado

Page 29: Direito Civil - Renato

ao comitente exigir as perdas e danos sofridos. Agiu com culpa, nasce o direito ao prejudicado de

indenização, de compensar perdas e danos.

Art. 705 - Se não houver justo motivo, a conseqüência é a natural do direito obrigacional. Se houver a

rescisão sem justa causa o comitente terá que pagar por tudo que foi feito + a conseqüência – se quem está

rescindindo o contrato é o comitente sem justo motivo ele indenizará os prejuízos que o comissário sofrer

com essa rescisão, essa dispensa ou demissão por justa causa.

O código traz também o direito de retenção pelos valores (comissões devidas + restituição dos gastos). 708

– o comissário tem direito a comissão + pagamento das despesas e pode entregar o bem ou dinheiro ao

comitente somente se pago seus direitos. Se o que recebe for em dinheiro, pode simplesmente deduzir sua

parte do dinheiro e isso também é autorizado pelo direito de retenção.

4. DIREITOS E OBRIGAÇÕES DO COMISSÁRIO

Art. 695 – primeiro dever do comissário – agir de conformidade com as ordens e instruções do comitente ou

agir de acordo com os usos se as instruções forem ausentes. Dever básico do comissário. Ele não tem

liberdade plena para agir da forma que bem entende, tem que agir conforme as ordens que lhe foram

passada. Se descumpre está infringindo o contrato de comissão, e a conseqüência, como toda infração a

contrato, é responder por perdas e danos.

As vezes ele não pode pedir instruções ao comitente em determinado momento. Ele tem as ordens iniciais,

mas no desenrolar do contrato surgem situações que ele precisa de outras orientações, e a parte final do

artigo diz que tem que utilizar dos usos. Par. Único – temos a presença dos usos e costumes, muito

utilizados no CC/02. O comissário está encarregado de vender ou comprar e no momento em que

desenvolve o contrato surge situação que falta instrução. Para saber se fará ou fez certo, analisaremos os

usos e costumes, veremos o que uma pessoa, agindo como comissária, o que ela faria nesse momento. Essa

regra norteará se o ato praticado é justo ou não. Critérios – se trouxe vantagens para o comitente é

considerado justo, mas pode acontecer que até mesmo que não traga vantagem, mas foi conduta esperada

por qualquer um naquele momento, o parágrafo único também considera justificada tal conduta. Mas se

possível a instrução, deve pedi-la.

Art. 696 - Fora isso, se agiu fora das instruções, ele responde pelo prejuízo. Ex: está autorizado a vender o

bem por mil reais, mas vende por oitocentos, responderá ao comitente pelo prejuízo que causou, ou seja,

duzentos reais. Ressalva – não se encaixando ao parágrafo único do 695.

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Na dúvida, tem que lembrar que age para trazer beneficio ao comitente, pois o dinheiro que pagará aquilo

não é dele, mesmo sendo ele que assume a obrigação em seu próprio nome. Por isso tem que agir com

diligencia habitual, não somente para não causar prejuízo, como também para trazer benefícios.

695 e 696 – deveres do comissário.

Surgem duvidas quanto a prazo, se comissário pode conceder prazo ou não enquanto está vendendo bens do

comitente. O comissário está autorizado a conceder prazo ainda que não autorizado pelo comitente? Art.

699 – se não houver instrução diferente: (ex: quero receber a vista), mas se houver a autorização de prazo,

mas não estipular tempo, o comissário esta autorizado a dar prazo usual (ex: pagamento em 15, 20, 30 dias),

então se não houver expresso o tempo do prazo, presume-se que está autorizado a dar prazo usual.

Se houver a instrução de não dar prazo, o comissário tem que pagar o comitente a vista.

Conseqüentemente, fazendo tudo que tem dever, nasce ao comissário os direitos dele já mencionados.

5. DIREITOS E OBRIGAÇÕES DO COMITENTE

Obrigação básica – pagar a remuneração. É também obrigação cumprir o contrato dando condições para que

o comissário cumpra com as obrigações que fez perante terceiros. Ex: comissário vendeu bens, é dever do

comitente deixar a disposição do comissário os produtos, os bens que estão a venda.

Verificaremos então que o comitente tem o dever de deixar a disposição do comissário todas essas

mercadorias que ele o encarregou de vender. Dar possibilidade, os meios, para que o comissário cumpra o

contrato que ele celebrou.

Se o comissário se obrigou a entregar determinado produto e o comitente não entrega pra ele o terceiro que

comprou exigirá de quem esses bens?

Do comissário, pelo principio da relatividade das convenções. Quem não participou do contrato não pode

sofrer os efeitos. O terceiro se obrigou com o comissário, diferente do mandato, no qual o mandatário está

agindo em nome do mandante.

Obrigação do comitente é simples, pagar a remuneração e dar condição para o comissário cumprir o

contrato que ele fez com terceiro.

6. COMISSÃO “DEL CREDERE”

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Clausula especial – veremos que em regra, o comissário não responde, como diz o art. 697, pela insolvência

das pessoas com quem ele tratar. Ou seja, se ele vendeu algo para alguém, esse alguém, agindo o comissário

com a diligencia habitual percebeu que a pessoa tinha condição de pagar a obrigação (a credito, a prazo,

porque a insolvência não tem importância na venda a vista), e esse alguém vem a cair em insolvência o

comitente não pode cobrar dele os prejuízos sofridos. Ex: o comitente manda o comissário vender

quantidade de sacas de soja, o pagamento é autorizado de prazo para a próxima saca. No momento que o

comissário está fazendo o negocio, e na próxima safra o terceiro é insolvente. Comitente, em regra, não

pode exigir que o comissário se ele não agiu com culpa não pode lhe dar responsabilidade em pagar as

dividas não quitadas por quem ele contratou. A não ser que ele haja com culpa ou na hipótese del credere.

Art. 697 – comissão del credere – quer dizer – comissário vendeu, não importa se a pessoa pagara ou não, se

agiu com diligencia e o terceiro caiu em insolvência se não é problema dele. Só será responsabilizado se

agir com culpa ou se estiver expressa a clausula del credite, que significa que, o comissário responde

solidariamente pelas obrigações assumidas com quem ele tratou. O comitente fica mais seguro, pois tem

essa garantia. Se a pessoa não pagar, independente se agiu com a forma correta, no vencimento ele paga.

Então a situação traz um pouco de beneficio ao comissário, pois a remuneração dele é elevada. Se o usual de

comissão é 10% se houver um contrato de comissão com a clausula del credere ela aumenta para 20%.

Feito o pagamento pelo comissário, ele tem o direito de ser restituído pelo terceiro, que o é devedor

solidário. – regra de solidariedade.

Isso é exceção, e tudo que é exceção tem que vir expresso – a clausula del credere tem que vir expressa.

(23/05/2012)

QUARTA FEIRA

I – DA CORRETAGEM (art. 722 e SS)

Principalmente se fala em corretor na área imobiliária. Pede que alguem faça a intermediação para compra e

venda de imóveis, por exemplo.

Corretagem é uma prestação de serviço especial, e, por isso, tem nome próprio. É seviço que o corretor vai

fazer para alguem que o contrata.

O que o corretor faz? o contrato tem que finalidade?

Não é ele que vai celebrar o contrato, ele vai, no caso de imóvel, vai aproximar as partes; corretor de seguro

– aproxima as partes. Ele faz a chamada intermediação.

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Art. 722 – não é o mandatário, porque age em nome dele; não é empregado – não tem relação de

dependência hierárquica ou subordinação com o contratante. É então um contratado para aproximar, trazer

para ele negócios jurídicos, quaisquer que sejam.

1. CONCEITO

É a convenção pela qual uma pessoa, não ligada a outra, em virtude de mandato, prestação de

serviço ou por qualquer relação de dependência, imprescindível para que haja imparcialidade na

intermediação, se obriga, mediante remuneração a obter para outrem um ou mais negócios,

conforme as instruções recebidas e a fornecer-lhe as informações sobre o andamento deste

negocio.

Corretor tem que ser imparcial – busca negocio para o contratante – quem alguns chamam de comitente

(porém não é comissão) – é melhor chamar de contratante – busca um ou mais negócios, levando

informações ao contratante, não sendo mandatário ou subordinado, já que precisa ser imparcial – precisa

aproximar as partes.

Ex: pede para corretor vender casa – dá instruções, porém o corretor não pode tentar proteger uma das

partes omitindo algo – tem que levar todas as informações – se assim não proceder está agindo errado.

Tem que fazer negocio útil, mas com responsabilidade.

No mandato ou na subordinação haverá parcialidade, aqui ele não pode proteger uma das partes –

aproxima as partes e terá responsabilidade por esse contrato – ele faz a intermediação – é o

intermediador.

2. CARACTERÍSTICAS

Bilateral – obrigação do corretor de aproximar as partes e do contratante o dever de remunerar.

Oneroso – há sacrifício patrimonial em troca de algo – um é remunerado pelo trabalho e outro terá o

beneficio da aproximação mediante paga.

Aleatório - O corretor pode trabalhar e não receber – não concluiu o negocio. Existe risco para uma das

partes – corretor. Ele vai testar vender, se não conseguir nada recebe. Pode dizer que ele tem obrigação

de resultado.

Consensual – se aperfeiçoa com a simples vontade das partes – não precisa da tradição.

Não solene – Regra. Em algumas situações se escrito dá algumas garantias ao corretor; a profissão de

corretor é regulada pela Lei 6530/78 – exige escrita para proposta, mas não que dizer que é solene,

porque é questão administrativa.

3. OBRIGAÇÕES DO CORRETOR

Já sabemos que deve ser imparcial e conduzir o negocio.

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Art. 723 – 1ª obrigação – fazer intermediação com diligencia e prudência, não pode ter ganância em

concluir o negocio;

2ª obrigação – dever de informação: deve prestar informação espontaneamente – não é só responder o

que lhe foi perguntado, tem que falar toda informação espontaneamente. Ex: levar as propostas

recebidas ao contratante – exige apenas dever de lealdade com as partes.

3ª obrigação – 723, p.u. – não é o dever de informação do caput. É dever de prestar informação sobre

segurança, risco, alteração de valores ou outros fatores.

Ex: procura corretor para comprar imóvel – não basta falar o valor – precisa informar ao contratante

todas as informações sobre a segurança daquele negocio – verificar se tem dívida com ação que possa

trazer riscos; restrição no CPF que dará problema na escrituração; litígio no negocio – evicção. Tudo

isso é obrigação do corretor. Se não faz e acontece prejuízo ao contratante pode o corretor responder por

perdas e danos pelo p.u. do 723.

Em qualquer contrato de corretagem tem que ter essas obrigações.

O foco é a imparcialidade e tem que avisar sobre tudo, podendo responder por perdas e danos.

4. REMUNERAÇÃO DO CORRETOR

É contrato oneroso; se é assim o corretor tem direito aos seus honorários de

mediação/intermediação/corretagem. Por ser aleatório precisa da conclusão do negócio para receber a

remuneração.

Art. 724 – (CRECI COFECI) – sem lei ou ajuste entre as partes – (costume) usa outros meios. Para o

corretor de imóveis tem tabela de honorários mínimos, caso não haja convenção a respeito usa costume.

Normalmente é fixada em percentual sobre o valor da venda ou compra havendo conclusão do negocio.

Art. 725 – primeira parte – resultado útil; parte final – arrependimento das partes e não efetiva o

negocio.

Se o corretor aproxima as partes, conclui o negocio, mas posteriormente as partes se arrependem é

devida mesmo assim a remuneração, já que intermediou. Não importa se desfazem o negocio. A

finalidade da corretagem é aproximar, mediar, não fica condicionado a efetivação entre as partes, a não

ser que seja convencionado o contrario.

art. 726 – há contrato com corretor- se o negocio é concluído sem qualquer interferência do corretor

nada será devido – não pode ter nenhuma interferência do corretor – a mínima descaracteriza. É ligação

direta entre comprador e vendedor.

Parte final, 726, contato escrito – normalmente o corretor ao ser contratado pede algo para demonstrar

que está autorizado – essa autorização é por escrito com a expressão “com exclusividade” que diz que o

contratante sabe que durante aquele tempo qualquer negociação com o objeto do contrato ele tem direito

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a remuneração (o corretor), mesmo sem ter nada feito. Isso devido à boa fé. deveria a pessoa ter dito ao

outro para procurar o corretor.

Só não terá direito a remuneração se ficar inerte – durante o período de exclusividade provar que ficou

inerte, ou seja, não fez a aproximação.

Com clausula de exclusividade, se negociar o contrato com outro, terá direito a remuneração.

Prazo para o contrato de corretagem – corretor faz aproximação dentro do prazo. As partes resolvem,

após aproximação, esperar acabar o prazo para não pagar o corretor. Porém, se ficar provado que o

negocio se iniciou durante a vigência daquele contrato, serão devidos honorários – art. 727.

é questão de boa fé – se provar que quem iniciou as negociações foi o corretor é devida remuneração –

com prazo ou sem prazo.

Não adianta esperar o prazo acabar ou dar fim a ele para não pagar – se provar que houve intermediação

deve ao corretor.

Vários corretores na mesma remuneração – art. 728 – partes iguais, salvo ajuste em contrário – divide a

remuneração para todos

Corretor de imóveis precisa ser credenciado no órgão competente – porem existem muitos que não são

credenciados. Tem direito a receber remuneração? Resolve com o art. 604, p.u. Se agir de boa fé,

conduta tolerada pela sociedade, e trouxe resultado útil tem direito a receber – lógico que não será a

mesma do credenciado.

(29/05/2012)

TERÇA FEIRA

I – DA FIANÇA

1. CONCEITO

2. CARACTERÍSTICAS

CONTRATO BILATERAL IMPERFEITO – a obrigação assumida é unicamente do fiador. Se o devedor

principal não pagar o fiador paga, a obrigação de pagar do devedor principal é da outra obrigação. Pode

acontecer que se o fiador pagar, o devedor principal, o afiançado, terá também uma obrigação. É unilateral

porque só tem obrigações para o fiador, podendo ser bilateral quando o devedor pagar, pois passa a ter a

obrigação de reembolsar – contrato bilateral imperfeito – no inicio é unilateral, mas pode gerar obrigação

para o devedor. Pode ser que não aconteça, que o fiador não precise pagar, mas se o fizer, o afiançado terá

que reembolsar.

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CONTRATO GRATUITO – só o fiador tem ônus, normalmente não recebe nada em troca. Existem algumas

modalidades de fiança, por exemplo, a fiança bancária (o banco é fiador e dá uma carta de fiança bancária),

que recebe alguma coisa pela fiança.

CONTRATO SOLENE – art. 819 – traz expressamente a necessidade de este contrato ser escrito. Não se

admite fiança verbal. Pode ser escrito público ou particular, mas necessariamente escrito.

CONTRATO ACESSÓRIO – não existe o contrato se não existir um ônus principal ligado a ele. Ele só existe

para garantir outro contrato, não existe fiança se não houver obrigação a ser assumida. É acessório, logo, se

o contrato principal se extingue, a fiança também se extingue, o contrario não é verdadeiro, não é porque

anula a fiança que se anula o principal.

CONTRATO CONSENSUAL – se aperfeiçoa com a vontade das partes, pela forma escrita, não precisando

de tradição alguma.

CONTRATO PERSONALÍSSIMO – fiança está ligada a palavra confiança. Fica claro que ninguém vai

garantir a obrigação de alguem que não conheça ou confie. Ou seja, a morte do fiador, do afiançado são

casos de extinção da obrigação, pois é uma obrigação de caráter intuito persona.

NECESSIDADE DE EXISTIR EM TODO CONTRATO DE FIANÇA A ANUÊNCIA DO OUTRO CONJUGE

SE A PESSOA FOR CASADA – para existir a fiança é necessária a outorga uxória, que é a anuência, ou

quando é do homem o nome que se dá é a vênia conjugal.

Art. 1647, III, CC – a fiança que for prestada sem a anuência do outro cônjuge o art. Diz que poderá ser

anulada pelo outro cônjuge, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal (salvo no caso de

regime de separação obrigatória e absoluta de bens). Dois anos contados da dissolução da sociedade, ou

seja, no dia que acaba a sociedade conjugal, que só acaba em duas hipóteses: divorcio e morte. Então, se a

pessoa prestou fiança a alguém e depois de 5 anos vem a se divorciar, até dois anos após o divorcio o

cônjuge pode pleitear aquela fiança.

Então essa anuência é um requisito para que o ato seja válido sem qualquer restrição, sem qualquer vicio.

O art. 1647 tem sido interpretado da mesma forma a união estável, que tem o regime de comunhão parcial

de bens. Sum. Do STJ diz que se não houver a anuência nesses casos, é ineficaz a fiança prestada, tanto do

cônjuge quanto do companheiro de união estável.

3. DOS EFEITOS DA FIANÇA

Page 36: Direito Civil - Renato

São dois:

Primeiro efeito da fiança é o que chamamos de BENEFÍCIO DE ORDEM. Falamos que a obrigação

assumida pelo fiador é subsidiária, ele não é devedor solidário, e isso lhe traz o direito de invocar sempre

que o credor for lhe exigir a dívida, o benefício de ordem (Art. 827) – é o direito que o fiador tem que

primeiro sejam penhorados os bens do devedor principal, só na hipótese de não encontrar esses bens ele

passa a responder. O beneficio de ordem é conferido ao fiador que exigir sempre que os bens do devedor

principal sejam penhorados em primeiro lugar.

Para que exerça esse direito ele precisa ao invocar o beneficio, não jogar o dever de procurar os bens para o

credor, pois a obrigação foi criada em prol deste, então o fiador, para exercer esse direito, tem que indicar

quais os bens do devedor principal e onde eles estão localizados (em que município estão os bens, se estão

livres, desembaraçados). É um direito do devedor, mas para que o exerça tem que indicar ao credor quais os

bens que garantem o pagamento da obrigação, e indicando, o credor não poderá penhorar os bens do fiador.

Mas se o fiador não o indica ele não tem o direito do beneficio de ordem.

Do devedor principal que tem uma casa, e não pagar a divida, a casa é impenhorável (lei 8.009/90, art. 1º - é

impenhorável o único imóvel do casal ou da pessoa), a não ser que a divida seja uma daquelas previstas no

art. 3º da mesma lei, que diz que a divida, é, por exemplo, divida de IPTU da casa, pois o que originou a

divida foi o próprio imposto da casa, pensão alimentícia, dar imóvel em garantia real. Mas do fiador a

situação pior um pouco, pois o fiador, além dos 7 casos elencados no ar. 3º, no inciso VII, diz que se a

dívida for de fiança prestada em contrato de locação de imóvel, a casa do locatário, se ele tiver, não pode ser

penhorada, mas a do fiador pode, mesmo que seja a única casa que ele tenha, mesmo que seja impenhorável

de acordo com o art. 1º, pois há exceção expressa na lei. Mas isso é apenas em locação, qualquer outra

divida que for decorrente de tudo que não for de locação de imóvel a casa continua sendo impenhorável.

A fiança é um contrato que tem por finalidade garantir, então se ele resolveu garantir, ele diz: tudo que eu

tenho é para garantir essa divida. Portanto, ser fiador não é simples.

Ainda no beneficio de ordem, o art. 828 traz situações nas quais não há beneficio de ordem. Hipóteses: um

dos casos é quando o fiador renuncia esse direito (I), além de fiador ele é devedor solidário, entao a

obrigação já é solidaria (II), ou então quando o principal já se tornou insolvente, então ele não terá bens para

apresentar ao credor (III).

Segundo efeito da fiança (art. 829) é quando existe a pluralidade de fiadores. A importância é sabe se todos

eles são solidários ou cada fiador responde apenas por uma parte, se há exigência de ordem? Quando existe

mais de um fiador, pela lei, eles são considerados solidariamente responsáveis. Então, a pluralidade de

fiadores quer dizer que eles são solidários entre si. Se há quatro fiadores, o credor pode exigir de qualquer

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um o pagamento da divida. A não ser que venha dizendo entre eles que são devedores apenas de uma parte

ou que não sejam solidários. Mas a regra é que são solidários, excepcionalmente podem acordar da forma

que quiserem.

4. OBRIGAÇÕES E DIREITOS DO FIADOR

Temos, primeiro, o art. 832, CC, o direito de regresso para aquele que paga. Então, o fiador que paga sub-

roga-se nos direitos do credor. Tudo que o fiador sofrer de prejuízo o devedor principal terá que pagar para

ele, então ele tem o direito de cobrar do devedor.

Outro direito que ele tem é aquele previsto no art. 836, CC, que diz que a morte do devedor extingue a

fiança. Mas todas as dividas que existiam até a morte são transmitida aos herdeiros.

Morreu o fiador, extingue a fiança. Se naquele momento que ele morreu existiam obrigações anteriores

aquelas obrigações são transmitidos aos herdeiros até os limites da herança, ou seja, se o fiador morreu sem

deixar bens, ainda que tenham obrigações pendentes, não terão que pagar dividas. Então, o herdeiro não

assume pessoalmente com seu patrimônio. Ex: fiador morreu, devedor principal devia 10 meses de aluguel

até ele morrer. Depois que morreu não paga mais 10 meses de aluguel. Os herdeiros são responsáveis pelos

10 meses de divida até a morte, pois ela extingue a fiança, e eles respondem até os limites da herança.

A fiança pode ser prestada por prazo determinado ou indeterminado, ou seja, o fiador pode assumir uma

obrigação por três anos ou sem um termo. Se a fiança é prestada por tempo determinado durante o prazo da

fiança o fiador não pode se exonerar dela, tem que cumprir todo o período contratado. Quando assume

obrigação com prazo indeterminado (ou prorrogado para prazo indeterminado) (art. 835) – qualquer contrato

de fiança assinado sem limitação de tempo, o fiador poderá a qualquer momento não querer mais ser fiador,

pois isso não quebra expectativa do credor, e quando não há pode existir a denuncia, mas com aviso prévio.

A lei diz que, no dia que foi notificado, 60 dias após o fiador continua respondendo pelas obrigações dele.

Ex: fiador de um posto de gasolina notifica ao credor que não será mais fiador.

QUESTÃO DE PROVA: Exceção – 8245/91, art. 39(?), art. 40, X – se a fiança é num contrato de locação

de imóvel urbano, se a locação se prorrogar por prazo indeterminado o fiador pode se exonerar, mas não

será aplicado o art. 835, será observado o art. 40, X – o prazo não é de 60 dias, mas de 120 DIAS contados

do dia da notificação. (se é comodato, prestação de serviço, locação de imóvel rural – não aplicam-se os 120

dias, mas os 60 dias gerais)

5. EXTINÇÃO DA FIANÇA

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A fiança extingue pela morte (do fiador ou do afiançado) e pelas hipóteses do art. 838, CC.

(30/05/2012)

QUARTA FEIRA

01. Zé do brejo, pretendendo vender um imóvel de sua propriedade, contratou por escrito pelo prazo

de 90 dias os serviços de Bolitão, corretor credenciado, para intermediar a alienação, fixando a

remuneraçao em 5% do valor da venda. Pois bem, durante o prazo do contrato de corretagem, Zé

do Brejo vende o imóvel diretamente para Jão Azeitona, pelo preço de R$ 800.000,00. Acontece

que Bolitão pretende receber a remuneração contratada de Zé do Brejo, além das despesas que ele

teve na tentativa de vender o imóvel. Indaga-se: Zé do Brejo é obrigado a pagar tais valores?

Justifique.

02. Zé gazoza celebra um contrato de empreitada com a industria