apostila - processo civil - renato montans

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PROCESSO CIVIL Renato Montans AÇÃO Lide = pretensão resistida; A Jurisdição é inerte direito de ação Conceito Ação é o direito subjetivo público de se deduzir uma pretensão em juízo. Ação Direito Procedimento CF, 5º, XXXV (P.Inafastabilidade) 126, CPC, desde que o autor preencha as condições da ação Condições da ação ======> PLI a) Possibilidade jurídica do pedido – princípio da legalidade ampla (art. 5º, II). O pedido será juridicamente possível se aquilo que se pede no Judiciário esteja previsto em lei ou não seja vedado por ela. Exemplos clássicos: cobrança de dívida de jogo, usucapião de bem público, pacta corvina. b) Legitimidade da parte – parte é quem pede e contra quem se pede determinada providência. A qualidade de ser parte é estar dentro do processo (e não ter direitos e obrigações) – conceito geográfico. Para ter direitos ou obrigações, não basta ser parte, tem que ser parte legítima. Legitimidade é a congruência entre as partes que figuraram no direito material com as partes que estão no processo -Legitimação ordinária. Legitimação extraordinária é a permissibilidade que determinadas pessoas possuem para buscar o judiciário mesmo não tendo figurado na relação de direito material. Ex: MP na ação civil pública, sindicato no interesse de seus afiliados, gestores de negócios...

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PROCESSO CIVIL Renato Montans

AÇÃOLide = pretensão resistida; A Jurisdição é inerte direito de ação

ConceitoAção é o direito subjetivo público de se deduzir uma pretensão em juízo. Ação

Direito ProcedimentoCF, 5º, XXXV(P.Inafastabilidade)126, CPC, desde que o autorpreencha as condições da ação

Condições da ação ======> PLIa) Possibilidade jurídica do pedido – princípio da legalidade ampla (art. 5º, II). O

pedido será juridicamente possível se aquilo que se pede no Judiciário esteja previsto em lei ou não seja vedado por ela. Exemplos clássicos: cobrança de dívida de jogo, usucapião de bem público, pacta corvina.

b) Legitimidade da parte – parte é quem pede e contra quem se pede determinada providência. A qualidade de ser parte é estar dentro do processo (e não ter direitos e obrigações) – conceito geográfico. Para ter direitos ou obrigações, não basta ser parte, tem que ser parte legítima. Legitimidade é a congruência entre as partes que figuraram no direito material com as partes que estão no processo -Legitimação ordinária. Legitimação extraordinária é a permissibilidade que determinadas pessoas possuem para buscar o judiciário mesmo não tendo figurado na relação de direito material. Ex: MP na ação civil pública, sindicato no interesse de seus afiliados, gestores de negócios...

c) Interesse de agir – Necessidade (Ex: vencimento da dívida) / Adequação (utilização do instrumento processual adequado)

Falta das condições extinção sem resolução do mérito

Elementos da Ação ======> PCPa) Partes: autor e réub) Causa de pedir: por que você está entrando com a ação

b.1) Remota – é o vínculo que une autor e réu. Contrato de locaçãob.2) Próxima – é o vício que atinge esta relação.Não pagamento do contrato de locação.

c) Pedidoc.1) Imediato: sentença que condene, declare ou constitua algum direitoc.2) Mediato: o bem jurídico

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LISTISCONSÓRCIO (art.46, CPC)

ConceitoÉ a pluralidade de autores, réus ou ambos dentro do processo.Razões do litisconsórcio: economia processual e harmonia dos julgados (evitar decisões conflitantes).

Número de pessoas: não há limites Litisconsórcio multitudinário (art. 46, § único): o juiz pode desmembrar os processos – permissibilidade adstrita ao litisconsórcio facultativo. Assim, poderá o magistrado desmembrar o litisconsórcio facultativo quando pelo número excessivo de litigantes puder ocasionar prejuízo para a defesa ou dificuldade na rápida solução do litígio.

Classificaçãoa) Quanto à posição:

Ativo Passivo Misto

b) Quanto à obrigatoriedade: Facultativo – quando a parte tem a opção de formar o litisconsórcio. Ex:

condomínio e solidariedade. Necessário – quando a lei obriga a formar o litisconsórcio. Ex: marido e

mulher nas ações reais imobiliárias (art. 10, §1º).

c) Quanto ao momento de formação: Inicial (petição inicial) Ulterior – formado no curso da lide

d) Quanto a uniformidade da decisão: Simples – ocorre quando o juiz NÃO TIVER de decidir de maneira igual

a todos os litisconsortes. Unitário – é a regra: quando o juiz tem o dever de julgar de maneira

uniforme a todos os litisconsortes.

Posição dos Litisconsortes no Processo Uniformidade:

Simples – cada parte é considerada autônoma perante os demais. Assim, os atos e omissões de um não ajudam nem atrapalham aos demais.(7 anos de namoro)

Unitário – os atos positivos (recurso/contestação) ajudam aos demais, mas os negativos (confissão) não prejudica.(02 meses de namoro)

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INTERVENÇÃO DE TERCEIROSPreliminares:

Função de juiz no processo = dirimir lides, conflitos de interesses;Coisa julgada = imutabilidade dos efeitos da sentença que atinge, via de regra, as partes.Quem é o terceiro? Quem não é parte (autor ou réu).Tipos de terceiros:

a) Interessados – aqueles que, de algum jeito, a sentença vai atingir sua esfera jurídica;

b) Desinteressados – os quais não serão atingidos pela sentença.Intervenções:

a) que o interessado entra espontaneamenteb) que o terceiro é chamado.

Modalidades:

1. ASSISTÊNCIA Ocorre quando o terceiro tem interesse jurídico e que uma das partes vença a demanda.Pode ser:

a) Simples => se o terceiro tiver relação com apenas uma das partes, a assistência será simples;

b) Litisconsorcial => se o terceiro tem relação jurídica com as duas partes.

É feita por petição simples Momento: qualquer momento É facultativa Quando o assistente intervier no processo, as partes são intimadas para se manifestar em 5 dias. Se as partes concordarem, ocorrerá o simples ingresso do terceiro (há aceitação tácita se as partes não se manifestarem no prazo); se as partes não concordarem, o juiz decide, antes, porém, o juiz desentranha a petição do processo.

2. NOMEAÇÃO A AUTORIA (62/69) Conceito: É correção do pólo passivo da demanda em circunstâncias especiais.

Existe uma diferença entre “parte” e “parte legítima”. Ser parte é geográfico; quem está fora não é parte, mas se parte é quem está no processo, é possível que seja parte, mas não ser parte legítima (quem de fato participou da relação jurídica). Deve ser alegada em preliminar de contestação. Mas existem duas situações de exceção que não se faz por preliminar:

Nomeação a autoria (art. 62 e 63) Hipóteses:a) Mero detentor (62). Ex: caseiro

Gleba de terra que tem um dono (A) cujo esbulhador (B) coloca um caseiro (C). C é mero detentor e nomeia B que é quem tem a posse do bem. Obs: Se a pergunta tiver a palavra “caseiro”, a resposta é “nomeação”.

b) Mero executor (63) - mero cumpridor de ordem;O empregado nomeia a autoria o chefe que efetuou a ordem.

Processamento: por petição simples Momento: no prazo de defesa.

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Se a nomeação a autoria for julgada improcedente, o magistrado devolverá o prazo de defesa. Para que a nomeação à autoria seja efetivada é necessário a concordância do autor e do terceiro. Que terceiro concordaria? Aquele que tem razão. É obrigatória.

3. OPOSIÇÃO (art. 56, CPC) Conceito: Quando o terceiro reivindica para si, no todo ou em parte, aquilo que as partes disputam em juízo.Ex: O terceiro se opõe porque o direito em discussão é seu.O terceiro irá se opor a um direito que está sendo discutido numa ação de conhecimento. A B <= C Processamento: a autuação é em apenso (é ação1, com todos os requisitos do 282, e não petição simples), se formulada antes da audiência. Momento: até a sentença. É facultativa.

Diferença entre Oposição e Embargos de Terceiro: Na oposição: o terceiro se opõe a um direito; Nos embargos: o terceiro não se opõe ao direito, mas tenta proteger seu bem

tendo em vista que houve uma penhora injusta; geralmente, ocorre no processo de execução. Ex: o bem penhorado não era da parte executada, mas o terceiro teve seu bem injustamente penhorado.EM SUMA:Oposição: protege o direitoEmbargos: protege o bem.

4. DENUNCIAÇÃO DA LIDE (Art. 70) (a que mais cai na prova)

O autor e o réu são legítimos.A B => C (futura demanda regressiva) Relação de garantiaÉ mais célere do que entrar com futura ação. Assim, com a denunciação à lide, C só sucumbirá se B perder.O Juiz faz 2 demandas e 2 sentenças numa só ação: A x B x CExemplo clássico: a seguradora

Conceito: é intervenção de garantia; permite-se que o terceiro seja trazido ao processo para responder pela obrigação, segundo o resultado da lide.

O art. 70 diz é obrigatória. O CPC está errado2. Casos:I. evicção (art.456) => é a perda da coisa por decisão judicial. A B => CA vendeu imóvel que não era seu para B. C entra com ação contra B pq o imóvel

é seu. Todo contrato tem uma cláusula resolutória implícita: se o direito não é de quem

1 Ação, quando se pede alguma bem ou direito; petição simples, quando não se reivindica algum bem ou direito.2 Conforme do 275, II CC.

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o alienou. Duas partes da sentença: B tem que devolver o imóvel a A e este tem que pagar a B.

II. posse indiretaIII. lei/contrato

Para a OAB, apenas a hipótese de evicção é obrigatória. As demais são facultativas.

5. CHAMAMENTO AO PROCESSO Conceito: É intervenção de solidariedade; permite-se que o réu traga ao processo os demais co-obrigados que não foram demandados. Credor 4 devedores solidários. Apenas 1 deles é demandado. Então este chama os demais para o processo. É facultativo Momento: prazo de defesa

DENINCIAÇÃO À LIDE CHAMAMENTO AO PROCESSOArt. 70 Art. 77Objetivo: formação de litisconsórcio Objetivo: formação de litisconsórcioFacultativa FacultativoPode ser apresentada pelo autor ou pelo réu

Apenas pelo réu

Implica numa responsabilidade subsidiária Responsabilidade solidária (sempre que cair “solidária”, é chamamento)

Maior exemplo: seguradora Ex: Locador Locatário=> Fiador(Ambos têm responsabilidade. O fiador chama o locatário)

Se for apresentada pelo autor deve ser feita na petição inicial;Se apresentada pelo réu, deve ser feita na contestação ou numa peça autônoma.

Apresentada na contestação ou numa peça autônoma

LITISCONSÓRCIO Pluralidade de partes; Discute-se direitos individuais (e não coletivos); Requisito: entre as partes deve existir a mesma relação jurídica identficável

através de um fato ou um contrato.

2.1 Classificaçãoa) Quanto às partes:

Ativo – autores Passivo – réus Misto – autores e réus

b) Quanto ao momento da sua formação: Anterior : antes da citação Ulterior: após à citação: denunciação a lide e chamamento

c) Quanto à decisão: Simples: quando o juiz tiver a possibilidade de proferir decisões diferentes para

cada litisconsorte;

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Unitário: quando o juiz tiver que proferir a mesma decisão para todos os litisconsortes. Ex: Cônjuges, se o bem pertence aos dois, ou vendem ou ficam com o bem.

d) Quanto à formação: Facultativo: fruto da vontade das partes. Ex: acidente da TAM.É possível que o número de partes dificulte o julgamento, assim o juiz poderá limitar o número de litisconsortes (parágrafo único do art. 46, CPC => litisconsórcio multitudinário)

Litisconsórcio Necessário (art. 47, CPC): por força da lei ou da natureza da relação jurídica

Ex: art. 42: usucapião => a Lei determina as partes que deverão compor o pólo passivo; Natureza => cônjuges: o bem pertence aos dois.O litisconsórcio obrigatório é condição de eficácia da sentença, isto é, se o juiz prolatar uma sentença de mérito sem a formação do litisconsórcio, esta será nula.

JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA

Ação (provocação) Estado Atividade Jurisdicional

Jurisdição (art. 1º, CPC) Contenciosa Voluntária

Soluciona conflitos Administra interesses Lides Não-conflitoJurisdição1. Princípios: a) Inércia (art. 2º, CPC). O Estado tem que ser provocado. Exceção: Inventário; é de ofício se nenhum legitimado o fizer (art. 989, CPC).

b) Inevitabilidade/Inafastabilidade – Havendo conflito, o cidadão é obrigado a buscar o Estado (monopólio estatal) para solucioná-lo. Exceções: 1. Justiça desportiva (art. 217, CF) 2. Arbitragem => (Lei 9.307/96): solução privada de um conflito (o Estado não participa) 3. Lei 11.441/07: separação/divórcio/inventário => cartório Requisitos: a) que não haja interesses de incapazes; b) que não exista conflito; c) presença do advogado.

2. Objetivos (art. 1º, CPC): a) solução de conflitos => Jurisdição contenciosa b) administração de interesses => Jurisdição voluntáriaO juiz pode deixar de homologar uma separação consensual que preenche todos os requisitos? R= Sim, se houver coação. Neste caso, será contenciosa.

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LER art. 1.104 e seguintes e fazer uma relação dos procedimentos de jurisdição voluntária. - Inventário é de jurisdição contenciosa; se todos entrarem em acordo ocorre uma composição;- Interdição é jurisdição voluntária, foge da vontade das partes, pois depende de perícia.

Competência

Jurisdição --------------------------- Estado É una sempre Órgãos jurisdicionais => Juízes Competência é o limite da jurisdição.Todo juiz tem jurisdição, mas nem todo juiz tem competência para analisar determinado caso concreto.

Fórmula para identificar a competência:1º) Verificar se ação é de competência internacional (se ação tem que ser promovida no Brasil) – art. 88 => competência concorrente tanto no país de origem do autor como no Brasil; art. 89 => competência exclusiva do Brasil (independente da nacionalidade do autor. Ex: qualquer ação relativa a imóveis situados no Brasil.

2º) Se ação for promovida no Brasil, verificar se ação é de competência originária (é aquela que é promovida diretamente num Tribunal. Ex: ação rescisória);

3º) Verificar qual é o tipo de justiça adequada ao caso concreta. a) Justiça Especial: Penal Militar Eleitoral TrabalhoOBSA ação de indenização por acidente do trabalho (indenização) é de competência da Justiça do Trabalho, mas a ação de acidente do trabalho (ação em si) é de competência da Justiça Comum estadual.

b) Justiça Comum: Federal (art. 109, CF): União, empresa pública federal e autarquias

federais CEF => empresa pública federal => Justiça Federal BB => sociedade de economia mista => Justiça Estadual Correios (sede) => Justiça Federal Correios (franquias) => Justiça Estadual

Justiça Estadual (determina-se pela exclusão da anterior) Lei de Organização Judiciária

4º) Verificar se é da Justiça Estadual.

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Competência Territorial Art. 94: regra geral => domicílio do réu Art. 95: direitos reais sobre imóveis => local do imóvel. Ex: ações possessórias (CA)3

Art. 96: Regra geral: Inventário => domicílio do autor da herança4 (de cujos) Exceções: Domicílio incerto => local dos bens Domicílio incerto e bens em locais diferentes => local do óbito. Art. 98: réu incapaz => a ação será promovida no domicílio do representante; Art. 100: casos específicos (vários) Pessoas Jurídicas => local da sede Indenização por acidente de automóvel => domicílio do autor ou no local dos fatos (parágrafo único) – não tem domicílio do réu.

COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA Interesse público”de ofício” (interesse público) Se o juiz não suscitar, as partes podem; As partes podem fazê-lo a qualquer momento; As partes utilizam simples petição Não gera preclusão5

Atos decisórios proferidos por juiz absolutamente incompetentes são nulos. Admite ação rescisória

Interesse das partes Não Réu No prazo da contestação

Exceção de incompetência Ocorre preclusão Atos decisórios válidos

Não se admite ação rescisória

Reconhecida a incompetência, absoluta ou relativa, o juiz tem a obrigação de remeter os autos ao juiz competente. Único ponto em comum.São conceitos opostos, portanto o que se aplica a uma não se aplica à outra.

Será relativa toda vez que for fixada em razão do território (Exceção: art. 95) ou do valor da causa (JEC – Juizado Especial Cível – causas de até 40 salários mínimos).Prorrogação da Competência: 1. Conceito: tornar competente um juiz relativamente incompetente.2. Espécies:a) Legal: nos casos de conexão (reunião de 02 ações no mesmo juízo) e de juízo universal (é o juízo, vg, de uma falência, pq atrai todas as ações pertinentes àquela massa falida)b) Voluntária:

Tácita => ocorre quando o réu deixa de apresentar a exceção de incompetência; Convencional => foro de eleição (é a cláusula inserida num contrato onde as

partes elegem o foro (território). Art. 112, parágrafo único, CPC – a nulidade da cláusula de eleição de foro pode ser declarada pelo juiz, desde que inserida no contrato de adesão.

3 Incompetência absoluta.4 É regra de competência relativa, a parte pode requerer onde quiser, mas é possível que os demais interessados ingressem com exceção de incompetência, sob pena de preclusão. Caso: morre em viagem de passeio.5 Perda do direito de exercer um ato procesual.

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Prof. Renato Montans

PETIÇÃO INICIAL

Doutrina Clássica: a lei não excluirá de apreciação qualquer lesão ou ameaça de lesão a direito.Os atos processuais não possuem forma própria – CPC, 154;Dado a ignorância do juiz sobre os fatos, a petição inicial deve narrá-los para que o magistrado possa entendê-los e aplicar o direito.

Art. 282: sete incisos:I – Endereçamento Juiz ou Tribunal (pq a competência originária pode ser do Tribunal) a que é dirigido: qualificação da jurisdição;

II – Partes com as suas qualificações – é importante saber se o réu é casado, pq o cônjuge pode ser citado, a depender da ação; tb a profissão, pq se for juiz ou militar, tem citação diferenciada;

III – Fatos e fundamentos = causa de pedir; teoria da substanciação (os fatos são mais prestigiados do que os fundamentos);

IV – Pedido com suas especificações (cai na prova). Artigos relacionados:

art. 286: Requisitos “certo ou determinado” (redação do CPC) => O PEDIDO DEVE SER CERTO E DETERMINADO. Certo é o pedido expresso; Determinado é pedido individualizado pelo seu gênero e pela sua quantidade.

Os requisitos são cumulativos. Regra: o pedido é sempre certo e determinado. Mas nem sempre o advogado pode determinar o vl. , vg, de uma indenização.

Exceção: pedido determinável = pedido genérico. Dois grupos:

a) ações universais – quando o autor não souber a universalidade de bens que compõem o seu direito. Ex: inventário, petição de herança.

c) ações de reparação de dano – “ato ou fato ilícito indeterminado” – quando o autor não puder quantificar a extensão do ato ilícito praticado pelo réu. Ex: dano moral, deve ou não ser atribuída o valor a causa? Corrente 1: sim, pq senão vc está assumindo o risco do juiz a possibilidade de valorar; Corrente 2: Não, pq é arriscado, o advogado coloca valor mais alto ou menor do que tem direito.

Na OAB, responder, optar por não atribuir valor, pq o inciso II diz que as ações de reparação de dano não precisam ter valor: quem atribui valor ao dano moral é o juiz.

Espécies de pedidos:a) Cominatório (287) – este cai –

As obrigações dentro do processo devem ser: em dinheiro (são mais fáceis de serem cumpridas, o Estado faz com que a obrigação se cumpra) ou obrigações específicas (fazer e não fazer – art. 461 e de entrega de coisa certa ou incerta – art. 461-A; o réu poderá ser condenado a cumprir a obrigação, sob pena de

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pagamento de multa pecuniária por dia de não cumprimento; são mais difíceis, pq o Estado não tem como fazer com que a obrigação se cumpra, mas possui o mecanismo da astreinte).Conceito: nas obrigações de entrega de coisa certa ou incerta (art. 461-A) e nas ações de obrigação de fazer ou não fazer (art.461) o réu poderá ser cominado a cumprir a obrigação específica sob pena do pagamento de multa pecuniária por dia de não cumprimento.

b) Alternativo (288) – ocorre quando o réu tem a sua disposição 2 ou mais maneiras de cumprir a obrigação. Características: 1) os pedidos têm a mesma hierarquia – de qualquer forma que a obrigação for cumprida, esta será resolvida; 2) quem escolhe é o réu (quem oferece a alternatividade é o autor). Estas ações são chamadas de ações edilícias, redibitórias ou quanti minoris.

c) Sucessivo (289) – existe uma hierarquia entre os pedidos (escala de interesses), assim, o magistrado apenas apreciará o segundo requerimento (subsidiário) caso o primeiro (principal) seja negado. Características: o 1º pedido é o principal e 2º é pedido subsidiário. Quem escolhe o pedido é o juiz. Se o juiz deu apenas o subsidiário, pode se recorrer com relação ao pedido principal? OAB Para a prova da Ordem, sim. É possível recorrer para obter do Tribunal o pedido principal, caso o magistrado tenha concedido somente o subsidiário.

d) Prestações periódicas (290) – nas relações de trato sucessivo, o réu pode dever ao autor diversas prestações que se perduram no tempo. Neste caso, formulando o autor a primeira parcela, as demais do curso da lide serão devidas de pleno direito. SEM SABER: CONSTITUI MODALIDADE DE PEDIDO IMPLÍCITO. Ex: ação de alimentos (provisórios, Lei 5.478/68, ou provisionais, quando não há prova do parentesco) – eficácia ex nunc.

e) Cumulados (292) – poderá o autor formular na mesma ação 2 ou mais pedidos cumulados para que todos sejam apreciados.Ex: dano material com dano moral. Limites da cumulação: art. 292,§ 1º: 3 requisitos: 1) os pedidos devem ser compatíveis entre si – pedidos que decorrem da mesma relação jurídica, do mesmo fato; 2) mesmo juízo competente – o mesmo juiz da mesma vara, mesmo que a comarca só tenha um juiz, não pode cumular pedidos que seriam de varas diferentes; 3) mesmo procedimento – identidade de procedimentos, quando não puder, admitir-se-á a cumulação SE o autor empregar o procedimento ordinário. § 2º - quando os procedimentos dos pedidos são diferentes verificar-se se todos podem ser transformados em oridnário.

Prof. Fábio Mena

Petição Inicial (cont.) Valor da Causa

Inciso V – Valor da Causa: a toda causa é atribuída um valor ainda que não tenha não tenha conteúdo econômico imediato. Arts 259 e 260, CPC; Efeitos: 1. determinação das custas 2. Procedimento: rito sumário (275, I: ações que não exceda a 60 salários mínimos # do Juizado Especial Cível: 40 sm

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3. Competência: Juizado Especial Cível JEC (o.099/95, art, 2º - 40 sm Valor: regras

1. Proveito econômico da demanda (o valor econômico é determinado na inicial)

2. Lei - a lei determina o valor da causa. Ex: ação de alimentos: 12 vezes os alimentos; as ações da lei de Locação (8.245/91): 12 x o valor do aluguel.

Impugnação ao valor da causa: Natureza Jurídica: é um incidente processual Objetivo: é a adequação do valor da causa Momento: no prazo da contestação Forma: peça autônoma (não é preliminar de contestação) Autuação: em apenso Não tem efeito suspensivo Decisão interlocutória (cabe agravo)No rito sumário, a impuganação será apresentada na audiência, pois a contestação também deverá neste momento.

Inciso VI – Provas Na petição inicial não se requisita, mas apenas indica necessidade de produção de provas. O requerimento de provas é feita na fase do saneamento. Este requisito existe apenas para evitar a preclusão.

Inciso VII – Citação: Art. 213: Conceito - é o ato pelo qual se traz o réu ao juízo para se defender, desde que o autor requeira na petição inicial. Art. 214 – a citação é pressuposto de validade do processo (triangularização da relação processual) Art. 219 - Efeitos:

a) Faz litigiosa a coisa;b) Interrompe a prescrição;c) Induz a litispendência (ações idênticas). A que vai prosperar é a que ocorreu a

primeira citação. Meios de citação

1) Correio (regra) – carta com ARPrazo da contestação: conta da juntada do AR nos autos;Quem pode receber esta carta? Citação entregue a porteiro: Art. - só será válida se o próprio réu assinar o AR

2) Oficial de Justiça – hora certaa) Frustrada a citação pelo correio;b) Quando houver requerimento expresso na petição inicial;c) Nos casos previstos em lei (art.222): réu incapaz e nos processos de

execução fundada em título extrajudicial.

2.1 – Citação por hora certa a) ocultação do réu b) 03 vezes ao domicílio do réu

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3) EditalHipóteses:

a) Réu desconhecidob) Réu em lugar incertoc) Quando a lei assim determinar. Ex: ação de usucapião (art. 942).

Publicação: em diário oficial ou jornal de grande circulação. Quando o autor for beneficiário da justiça gratuita o edital será publicado apenas no Diário Oficial. O réu citado por edital que não contesta a ação tem o seu direito de defesa assegurado, visto que, conforme o art. 9ª,II do CPC, o juiz tem a obrigação de nomear um curador especial para defender seus interesses.

4) Meios eletrônicos

Tipos de citação que caem na prova: Modalidades:a) real (realmente aconteceu, o oficial goza de fé pública) – pelo correio (nos

termos do art. 222, a citação será feita pelos correios em todas as comarcas do país – regra!) ou pelo oficial de justiça (exceção) – casos: 1) execução; 2) quando as fazendas forem parte; 3) quando versar sobre o estado das pessoas (direito de família, via de regra). Só vai ser feita a citação por precatória se a modalidade de citação for por oficial de justiça. Ex: arresto.

b) ficta (não se sabe se de fato aconteceu, é presunção de citação) - por edital ou por hora certa.

Edital (art. 231) ocorre citação por edital quando não se souber quem é o réu ou este residir em local incerto ou de difícil acesso. Cidade que não tem jornal, se faz pelo rádio. Hipóteses de cabimento: local de difícil acesso é local que não chega nem o correio, nem o oficial de justiça; não se sabe onde mora o réu; não saber que é o réu - casos: invasão de terra (200 invasores); usucapião (art. 942);

Hora certa (art. 227) quando o oficial comparece por 3 vezes na casa do réu, que tem domicílio certo e presume que este esteja se ocultando da citação. Pressuposto básico: o réu possuir domicílio certo. Requisitos: objetivo – o oficial comparecer por 3 vezes, em dias e horários diferentes; subjetivo – suspeita de ocultação. O oficial só aplicará quando constatar que o sujeito está fugindo.

OBS: Quando a citação for ficta e sendo o réu revel o juiz nomeará um curador para defender os seus interesses.

Controle de Admissibilidade da Petição InicialO juiz tem 4 poderes:

1. Mandar citar (285, CPC);2. Mandar emendar ou aditar, no prazo de 10 dias (art. 284)3. Indeferir a petição inicial (art. 295): A) Momento: antes da citação B) Hipóteses: art. 295 1. Inépcia (ilógica) está relacionada não ao conteúdo, mas à forma, à técnica da petição inicial ( o juiz não consegue compreender o que o autor quis dizer. Será inepta quando da ação dos fatos não decorrer logicamente o pedido.

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2. Quando houver ilegitimidade de partes. O juiz verifica de ofício. 3. Falta de interesse de agir; 4. Quando o autor não atender ao disposto no art. 284. 5. Prescrição - nos termos do art. 219, § º a prescrição A PRESCRIÇÃO PODE SER CONHECIDA DE OFÍCIO A QUALQUER TEMPO E GRAU DE JURISDIÇÃO;

6. Decadência

IMPORTANTE! No caso de prescrição e decadência é com resolução do mérito. Nas quatro primeiras, o juiz extingue o feito sem resolução do mérito . C) Interposto o recurso de apelação contra sentença que indefere a petição inicial o juiz poderá se retratar, isto é, reconsiderar a sua decisão. Nos termos do art. 296 a sentença que indeferir a petição inicial, podendo o magistrado se retratar (se não citou o réu) em 48 horas; D) Momento: antes da citação E) Improcedentes – mérito F) Requisitos: Matéria de direito (é aquela onde não há necessidade de produzir provas) exclusivamente; Sentenças idênticas em casos semelhantes

A OAB entrou com ADIN contra o art. 285-A: “julgamento de processos repetitivos”. Isso se aplica mais para casos tributários e previdenciários na Justiça Federal – não se analisa o fato, mas o direito, não se aplica ao direito de família. Por economia processual, o juiz verifica a mesma tese de ações julgadas anteriormente, aplica a mesma sentença e julga improcedente, com julgamento de mérito, sem citar o réu. Cabe apelação e retratação.Poderá o juiz, ao receber a petição inicial do autor (veiculando matéria de direito) indeferir a petição inicial com resolução de mérito cuja matéria veiculada já tenha sido julgada improcedente naquele juízo por decisões anteriores. Da sentença caberá apelação podendo o magistrado se retratar em 5 dias. Se o juiz se retratar a ação seguirá normalmente, se o juiz não se retratar, o réu será citado para apresentar contra-razões.Sempre que o juiz indeferir a inicial, com ou sem mérito, cabe retratação.

Resposta do Réu

Princípios constitucionais: ampla defesa e contraditório.Art. 297 - 3 defesas:1. Contestação2. Reconvenção3. Exceções: incompetência,impedimento, suspeição

1. Contestação - é defesa clássica do réu contra o autor. Prazo: 15 dias. Cautelar: 5 dias. Rito sumário: defesa em audiênciaNatureza: defesa

Prazos: Sempre começam a correr da intimação. O único que não conta assim é o da contestação que conta da juntada do mandado ou do AR aos autos.

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- 188 – Ministério Público Fazenda Púbica, prazo em quadro para contestar e em dobro para recorrer;- 191 – havendo mais de um réu assistido por procuradores diferentes, o prazo se computa em dobro;- 241, III – havendo vários réus com juntada aos autos dos mandados ou ARs em dias distintos, o prazo para que todos se defendam começa a correr da juntada aos autos do último mandado.

Princípios:a) Regra da eventualidade – toda matéria de defesa deve ser alegada em

contestação, sob pena de preclusão, por mais conflitantes que sejam as matérias deduzidas na defesa. Exceções à regra do princípio da eventualidade - art. 303 – três hipóteses: 1) direito superveniente (o direito surge depois da contestação); 2) as matérias que o juiz pode conhecer de ofício (quando houver expressas autorização legal, de ordem pública: prescrição e decadência).

b) Ônus da impugnação específica – tudo que se escrever deve ter o “conforme faz prova”. É a exigência que o réu se defenda especificamente dos fatos alegados, formulando provas para elidir a pretensão do autor. Somente é possível a defesa por negativa geral ao advogado dativo, o curador especial e o MP (art. 302) – quando a citação for por edital ou hora certa.

2. Preliminares: primeiro o juiz analisa o processo, depois analisa o direito. O juiz pode ser obrigado a extinguir o processo sem analisar o mérito. Quando o réu quer atacar o processo faz isso nas preliminares.Pelas preliminares o réu arguirá defeitos no processo que veicula a pretensão do autor. Já a matéria de mérito objetiva atacar o próprio direito postulado.Art. 311, CPP e os 11 incisos:OAB: Não constitui preliminar:a) inépcia da petição inicial;b) perempçãoc) coisa julgadad) pagamento XQuando o juiz resolver a “treta” é mérito; se não resolver a “treta” é preliminar. Sempre que D. Leninha não falar é preliminar, quando falar é mérito.

3. Exceções – é o incidente destinado a argüir a incompetência do juízo ou afastar a parcialidade do juiz.Natureza: ação

Modalidades:a) incompetênciab) impedimentoc) suspeição

Disposições gerais:1. A exceção é um incidente cujo recurso cabível é o agravo;

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2. Prazo da exceção: 15 dias, contados da data em que se tomou ciência do fato (não é o mesmo prazo da defesa). Não é preciso protocolizar as duas (contestação e exceção) ao mesmo tempo.

3. O protocolo da exceção acarreta a suspensão do processo (arts. 306 e 265, III). O processo fica parado e só volta a andar quando a exceção for julgada. Muitos advogados entram com a exceção para suspender e ganhar tempo para fazer com calma a contestação.

a) Incompetência – incidente destinado a corrigir a comarca eleita pelo autor para a propositura da demanda. O foro de eleição prevalece ao da lei. A exceção deve correr no fórum onde está correndo a ação, a fim de que o processo seja transportado pela comarca certa. Incompetência territorial é relativa. O juiz tem que aguardar a outra parte alegar a exceção de incompetência, se isso não ocorrer ocorrerá a prorrogação de competência. Assim, o magistrado não poderá declarar a sua incompetência de ofício. Se o réu não opuser exceção de incompetência no prazo legal, o juiz que era relativamente incompetente, torna-se absolutamente competente para a causa (PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA – art. 114).

Exceção: Art 112, CDC – matéria de ordem pública. Portanto: poderá o magistrado conhecer da sua incompetência de ofício quando verificar que no contrato de adesão que deu ensejo à demanda contiver cláusula de eleição de foro abusiva.

b) Impedimento (art. 134) e suspensão (art. 135) são vícios de parcialidade: o problema é a pessoa do juiz - vícios de parcialidade; o juiz não pode julgar. As causas de impedimento são mais graves que as de suspensão. No impedimento sempre a prova vai ser de plano (certidão de casamento, de nascimento, procuração etc). A suspeição demanda dilação probatória (amigo íntimo, não tem certificado, nem tampouco o inimigo capital).

PARTE JUIZINCOMPETÊNCIA 15 dias NãoSUSPEIÇÃO 15 dias Qualquer momentoIMPEDIMENTO Qualquer momento Qualquer momento

4. Reconvenção (315, CPC) – é o contra-ataque do réu contra o autor no mesmo processo.

Contestação é defesa estática que visa eliminar o direito que o autor diz que tem. Regra: não se pode pedir nada em contestação. Na reconvenção o réu tem o direito não só de elidir o direito alegado pelo autor, como tb de pedir alguma coisa contra o autor.

A reconvenção tem natureza jurídica de petição inicial; é ação (art. 282);

Preclusão consumativa – preclusão é perda da possibilidade de praticar um ato no tempo e forma devidos. Modalidades:

1. Temporal – quando se pratica o ato fora do tempo;

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2. Lógica – quando a parte pratica dois atos logicamente incompatíveis entre si. Ex: Uma petição renuncia ao direito de contestar, depois outra petição faz a contestação.

3. Consumativa – OAB - quando a lei exigir que dois ou mais atos sejam praticados simultaneamente. Ex: contestação e reconvenção devem ser apresentadas simultaneamente.

Causas que não cabem reconvenção:1. Juizado Especial – aqui não se cria peça autônoma2. Rito sumário;3. Despejo;4. Prestação de contas;5. Possessórias (a OAB entende o contrário)

OBS: estas causas têm procedimento menor e a reconvenção faz o processo andar mais devagar. Estas causas são de natureza dúplice em que se formula pedido contraposto (contra-ataque que se chama pedido contraposto e não reconvenção) que se apresenta na mesma peça processual, diferente da reconvenção.

Prof. Fábio Mena

4ª FASE DO PROCESSO DE CONHECIMENTO:SENTENÇA

Lei 11.232/05 => Cumprimento de sentença nos mesmos autos => art. 475 A e ss do CPP. Atinge sentenças condenatórias cujo objeto é o pagamento de soma em dinheiro.

Importante:Não necessita de requerimento: se dá por impulso oficial ( o juiz de ofício dá impulso ao cumprimento de sentença). Se a sentença for ilíquida, deverá existir a fase intermediária da liquidação de sentença.

1. Liquidação de sentenças (475- C, ss)Objetivo = atribuir liquidez à sentença.Na liquidação não é possível rediscutir a matéria da ação de conhecimento que transitou em julgado.

Espécies:a) por simples cálculo – atualização de valores (divergência doutrinária se é

espécie, mas para a OAB é);

b) por arbitramento – é aquela que exige prova pericial. Ex: avaliação de bens.

c) por artigo – é aquela que exige um fato novo (nota fiscal, recibo)

Fato novo => artigoProva pericial => arbitramento

A decisão da liquidação é interlocutória, tendo em vista que se trata de um incidente, cujo recurso hábil é o agravo.

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2. Cumprimento de sentençaCom o trânsito em julgado da sentença o devedor terá o prazo de 15 dias para pagar. É necessário a intimação do devedor? O STJ e a OAB entende que não.Se não efetivar o pagamento será aplicada uma multa de 10% sobre o débito. STJ: se o devedor disser (e provar) que o advogado não informou. A responsabilidade é do advogado: é o advogado que paga. A multa de 10% prevista, prevista no art. 475-J poderá ser de responsabilidade do advogado se o devedor demonstrar que não foi devidamente comunicado pelo seu advogado com relação à sua aplicação.

3. Requerimento do credor para que haja a penhora, após a aplicação da multa. Se o devedor, ao invés de pagar, oferece o bem à penhora, tem multa? Sim. Penhora não é pagamento, é garantia da execução;

4. Com a penhora nos autos o devedor terá 15 dias para apresentar a impugnação. Não se fala em embargos (extrajudicial) e sim em impugnação (título judicial); Não tem natureza de ação.

5. Impugnação => incidente. Matérias previstas no CPC (475-L)Efeitos:

Regra => não suspende ( princípio da celeridade) Exceção => possibilidade de ocorrer um dano (indeterminado, depende

do caso concreto). Ex: o bem penhorado é o único bem: casa de moradia (bem de família), enquanto o juiz analisa à questão, suspende a questão.

Autuação: Apenso – caso não seja atribuído o efeito suspensivo Nos próprios autos – se for atribuído o efeito suspensivo Apartado

Decisão: Extinção => será sentença; recurso cabível é a apelação;

Não extinção => decisão interlocutória, cabe agravo de instrumento

RECURSOS

Conceito: é um meio de impugnação de uma decisão (quem decide o que é recurso é o legislador – são oito tipos de recursos), mas não é a única forma (Ex. ação rescisória), para:

Modificar: refazer Invalidar: tornar sem efeito Esclarecer: sentença obscura, contraditória ou ambigüidade

Princípios:

1. Taxatividade => Lei – CPC art. 496 - LER:

1. apelação2. agravo de instrumento3. agravo retido4. embargos de declaração

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5. embargos de divergência6. embargos infringentes7. recurso extraordinário8. recurso especial9. recurso ordinário constitucional (roc)

2. Princípio do Duplo Grau de Jurisdição – todo recurso deve ser analisado por outro órgão julgador.

STF STJ 2º

Significa que tem que ser outro grau e sim outro órgão julgador.

3. Princípio da Fungibilidade – o juiz recebe um recurso em lugar de outro. Requisitos:

a) inexistência de erro grosseiro; b) dúvida fundada (objetiva entre a lei e a doutrina ou a jurisprudência; não é a

dúvida do advogada, mas do próprio sistema)

Todos os recursos passam pelos:Juízo de AdmissibilidadePressupostos de admissibilidade:

1. Legitimidade – art. 499: as partes, o MP e o terceiro juridicamente prejudicado. Ex: pessoa compra carro numa concessionária que apresenta um defeito e entra com ação contra a concessionária, a montadora pode recorrer. Tem que ter interesse jurídico.

2. Interesse – o vencido3. Cabimento – 4. Tempestividade

Tabela de Prazo05 dias 10 dias 15 dias

Embargos de Declaração e o Agravo Interno/Regimental

Agravos de instrumento e retido e o Recurso inominado para o Juizado Especial Cível

Todos os outros

Exceções: Prazos em dobroArt. 191, CPC: litisconsortes com diferentes procuradores: contados em dobro;Art. 188, CPC: Parte a Fazenda Pública e o MP => contados para contestar em quádruplo e recorrer em dobro.Lei 9469/07 – Autarquia e fundação públicaArt. 5º, §5º da lei 1060/50 – Defensoria Pública

OAB => É tempestivo o recurso interposto antes do prazo? STJ: é intempestivo pq ainda não publicou.

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5. Preparo – recolhimento de custas necessárias ao recebimento do recurso. A exigência do recolhimento do preparo é constitucional, uma vez que a nossa Constituição não assegura o acesso gratuito ao Poder Judiciário. => Momento: ato de interposição do recurso. Caso o recorrente não recolha o preparo o recurso será considerado deserto, isto é, não será admitido ou recebido. Nos termos do art. 511, as custas da apelação devem acompanhar o recurso. No juizado especial, o preparo será apresentado quarenta e oito horas após a interposição do recurso inominado.

=> E se recolher recurso inferior? (art. 511, §2º) implicará deserção, se o recorrente, intimado, não vier supri-lo em 5 dias. Valor ínfimo o STJ entendeu que é litigância de má-fé.=> Quem recolhe?Recursos que não têm preparo:

a) Embargos de declaraçãob) Agravo retidoc) Recursos para o ECAd) Agravo interno/regimentale) Agravo do art. 544

Pessoas que não recolhem preparo:a) Fazenda Públicab) MPc) Autarquiad) Fundação públicae) Beneficiário da gratuidade da justiça

Prof. Fábio MennaEMBARGOS DE DECLARAÇÃO

1. Prazo: dias05 dias 10 dias 15 diasEmbargo de Declaração Agravo Os demais Se o recuso for interposto com base nas regras do CPC vai causar a interrupção.Mas se interposto no Juizado Especial Cível vai causar a suspensão.

2. Não tem preparo

3. Cabimento: contra Decisão interlocutória Sentença Acórdão

4. Objetivos a) esclarecimento - Requisitos: decisão clara e lógica - Cabimento: quando houver Omissão

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Obscuridade Contradição - Fins protelatórios multa correspondente a 1% sobre o valor da causa devida à parte contrária. Se houver a reiteração desses embargos com fins protelatórios, a multa poderá ser elevada até 10% (pressuposto de admissibilidade dos demais recursos – tem que comprovar o recolhimento dela para ingressar com qualquer outro recurso – art. 538)

c) prequestionamentoÉ um pressuposto de admissibilidade tanto do recurso especial quanto do recurso extraordinário. Existe para demonstrar para o Tribunal que a matéria não é nova, já foi préquestionada. Quando os embargos são interpostos para fins de prequestionamento, o órgão julgador não poderá aplicar a multa protelatória conforme súmula 98 do STJ

RECURSO DE AGRAVO

a) Cabimento: contra decisão interlocutória;

b) Espécies (522, CPC): Retido De instrumento

A regra é o agravo retido. Particularidades:É retido pq fica nos autos aguardando uma eventual sentença. Só será processado se for interposto o recurso de apelação. Para que o agravo seja processado é necessário que o agravante requeira de forma explícita na apelação. Diante deste requerimento, o juiz encaminhará os autos ao Tribunal. No Tribunal, ambos (agravo retido e apelação) serão julgados na mesma sessão sendo que o agravo retido será julgado primeiro por se tratar de uma questão prejudicial à apelação. Se o Tribunal der provimento ao agravo retido, a apelação fica sem efeito e os autos retornarão ao juiz de 1º grau. Negado provimento ao agravo retido, o Tribunal julgará a apelação.Não tem preparo, porque a apelação já tem.Prazo 10 dias, se escrito; mas se a decisão foi proferida na audiência de instrução será interposto na forma oral.

Exceção: o agravo de instrumento. Duas situações:1. Perigo de lesão ou dano de difícil reparação;2. toda vez que a decisão interlocutória for proferida após a sentença (decisões

que envolve o recebimento da apelação, o cumprimento de sentença); Quando a decisão é proferida antes da sentença tem que demonstrar a existência de um dano ou lesão.

Agravo de Instrumento:a) Prazo: 10 diasb) Aspectos formais:

1. Tem preparo

2. Competência: Tribunal (interposto diretamente no Tribunal)

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3. Art. 525, CPC: “peças”= cópias do processo.- Peças obrigatórias: cópia da decisão agravada; certidão de intimação; cópia das procurações; - Peças facultativas: petição inicial; contestação, cópias das procurações, e outras peças que o agravante entender úteis.

4. Art. 526, CPC: o agravante tem 3 dias para apresentar a devida informação ao juiz singular quanto à interposição do agravo. § único: o não cumprimento, desde que agudo e provado pelo agravado, importa inadimissibilidade do agravo.

5. O agravante tem que informar o nome e o endereço dos advogados;

c) art. 527 – Tribunal => Câmara => relatorInciso II – o relator converterá o agravo de instrumento em agravo retido e determina a remessa dos autos ao juiz singular (quando o agravo é interposto após a sentença e quando não apresenta o perigo de lesão). Contra essa decisão não cabe recurso;

Inciso III – Efeitos, caso não convertido em retido:1. Devolutivo – todos os recursos de agravo. Devolve-se ao Tribunal a

matéria recorrida;2. Suspensivo – é a regra. Objetivo: suspender a eficácia da decisão;3. Ativo (antecipação da tutela recursal) – é a exceção; é uma liminar

dentro do agravo. – toda liminar revela urgência. Será efeito ativo: 1. quando o juiz indeferir uma tutela antecipada; 2. o juiz indefere uma liminar. De plano, o Tribunal modifica a decisão interlocutória.

APELAÇÃO1. Cabimento : contra qualquer sentença terminativa ( quando o juiz extingue o

feito sem resolução do mérito) ou definitiva (com resolução do mérito);2. Objetivos :

a) a anulação da sentença – tornar sem efeito. Via de regra, a sentença é terminativa.Petição => Juiz extingue sem resolução de mérito=> apelação do TJ que anula a sentença => devolve al juiz para prosseguir o processo

b) a reforma da sentença - a modificação do dispositivo. Via de regra, a sentença é definitiva.Petição => Juiz decide errado => apelação no TJ => TJ muda a sentença

3. Prazo : 15 dias4. Processamento da Apelação:

1. Endereçamento =>Juiz da Causa: 15 dias2. Juiz da causa:

a) admissibilidade, b) contra-razões : o juiz abre vistas para contra-razões (a parte

vai ser intimada para se defender da apelação)c) efeitos – nos termos do art. 520, toda apelação será recebida

nos seus efeitos devolutivo (porque a matéria é devolvida pelo Tribunal) e suspensivo (ato do Tribunal suspender a

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sentença do magistrado), exceto os casos das hipóteses do art. 520 e incisos. Ex: alimentos

3. Não se permite retratação do juiz (art. 463) Se o juiz indeferir a petição inicial, caberá apelação, podendo o juiz se retratar em 48 horas. Poderá se retratar também na apelação interposta nos casos de julgamento de processos repetitivos (art. 284-A)

5. Aspectos formais :a) Competência: Tribunal

b) Admissibilidade: Juiz singular (interposição)

c) Tem preparo

d) Admissibilidade

4. Verifica a presença dos pressupostos processuais;

5. Verifica se não há súmula impeditiva (§1º do 518). Se a sentença do juiz estiver em conformidade com a súmula (do STJ ou STJ), este não deverá receber o recurso de apelação. Havendo a coincidência entre a apelação e a súmula, embora o juiz não esteja obrigado a julgar de acordo com a súmula. Não é súmula vinculante.

OBS: É diferente de súmula vinculante que é exclusiva do STF e vincula todo o Poder Judiciário.

6. O juiz deverá declarar os efeitos em que a apelação será recebida (art. 520 – taxativo – inciso VII: “confirmar” = “conceder”)

a) Devolutivo: Todosb) Suspensivo: Suspende a eficácia da sentença – regra.

e) Juízo de Retratação. A regra é o juiz não pode se retratar. Só pode se retratar quando houver um erro material (463 – erro de redação da sentença) ou no caso de indeferimento da petição inicial (296).

f) Intimação da parte contrária para apresentação das contra-razões. Prazo: 15 dias.

g) O juiz encaminha para o Tribunal.

Obs: A execução provisória é feita no fórum. Carta de sentença é o instrumento para a execução provisória.

6. Tribunal: distribui para uma Câmara (pode ser pré-estabelecida? Sim, a mesma câmara que julgou o agravo é preventa para julgar a apelação). A Câmara é composta de 5 membros e um deles é o relator que pode determinar aplicação do 515, §3º: anulação da sentença e proceder novo julgamento. Para tanto são necessários os seguintes requisitos;

a) sentença terminativab) que a matéria seja apenas de direito (não há necessidade de produzir

provas)c) que o processo esteja em condições para o julgamento (Citação).

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OBS: O Tribunal pode de ofício determinar de ordem pública (decadência, ilegitimidade etc.)

EMBARGOS INFRINGENTESArt. 530 => Cabem Embargos Infringentes das decisões não unânimes:a) que reformar, em grau de apelação a sentença de mérito;b) que julgar procedente a ação rescisória6.

A sentença tem que ser de mérito e o acórdão tem que reformar a sentença.Princípio da vedação da dupla sucumbência (eu não posso tomar 2 “buxa”)A divergência para cabimento dos embargos infringentes deve ser verificada na parte dispositiva da decisão. Assim, as diferentes fundamentações apresentadas pelos desembargadores são irrelevantes.Os embargos infringentes são dirigidos ao próprio relator, no prazo de 15 dias e, conforme dispuser o Regimento Interno do Tribunal, será sorteado um novo relator para julgar o recurso.

Prof. MenaRECURSO EXTRAORDINÁRIO E RECURSO ESPECIAL

RE REspCF 102, III 105, IIICPC 541, ss 541, ssComp. STF STJCabimento Qq. acórdão Acórdão dos TJ estaduais e federaisInterposição A quo A quoAdmissibilidade Tribunal TribunalPrazo 15 dias 15 diasEfeito Devolutivo DevolutivoMatéria Constitucional Lei federalRepercussão Geral Pressuposto Não

OBS 1: Acórdão proferido pelo colégio recursal do Juizado Especial Cível admite apenas RE (porque colégio recursal não é tribunal)

Se o acórdão do Tribunal de Justiça negar vigência tanto a Constituição quanto a uma lei federal, o RE e o REsp serão interpostos simultaneamente em peças separadas

OBS 2: A Repercussão Geral7 (art. 543-A, CPC) é um pressuposto de admissibilidade exclusivo da RE que é analisado apenas pelo STF.Há também repercussão geral quando o acórdão recorrido contrariou uma Súmula.

OUTROS MEIOS DE IMPUGNAÇÃO6 Ação rescisória objetiva desconstituir uma sentença de mérito transitada em julgada, desde que:

a) seja no prato de até 2 anos;b) tenha previsão no art. 485.

7 A matéria discutida tem que repercutir para toda a sociedade, não apenas para as partes; ultrapassa o interesse das partes.

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1. Pedido de Reconsideração – não é recurso. Não cabe contra sentença de mérito. .Exceção: erro material. Sentenças que admitem reconsideração: contra sentença que indeferir a petição inicial; art. 527, § único – contra o ato do relator que converte o agravo de instrumento em agravo retido não cabe recurso, no entanto, o agravante poderá formular um pedido de reconsideração.

2. Duplo grau de jurisdição obrigatório ou Remessa ex ofício ou Reexame Necessário (art. 475) - toda vez que o poder público (U/E/DF/M) for parte vencida, mesmo que o procurador não interponha o recurso cabível. O juiz de ofício tem que remeter ao segundo grau. O Tribunal necessariamente fará o reexame obrigatório.

3. Ação Rescisória – é ação, não é recurso, porque exige o trânsito em julgado de uma sentença de mérito. => Requisitos:

a) até 2 anos após o trânsito em julgado;b) depósito correspondente até 5% sobre o valor da causa;

=> É de competência originária, porque é promovida diretamente no Tribunal. => Hipóteses taxativas (art. 485, CPC) – Exemplos:

a) incompetência absolutab) quando houver impedimento do juizc) prova falsa

=> Tem citação e contestação (prazo de 15 a 30 dias: o relator é quem vai determinar)=> Tem produção de provas (art. 492). Tanto a prova pericial quanto as provas orais são admissíveis na ação rescisória, no entanto, serão produzidas perante um juiz monocrático competente.

=> Cabe tutela antecipada (art. 489). Objetivo: suspender o cumprimento de sentença.

MEDIDAS DE URGÊNCIACautelares e Tutela Antecipada

TUTELA ANTECIPADA – objetiva antecipar o próprio direito; é o ato de se usufruir da sentença antes dela ser proferida.Se o pedido liminar coincidir com aquilo que a parte deseja na sentença é caso de tutela antecipada. Se for diferente, cautelar.

Requisitos Obrigatórios: Prova inequívoca – prova certa, clara Verossimilhança – fumus boni iuris Reversibilidade – nos termos do art. 273, § 2º, o magistrado não concederá a

tutela antecipada se a decisão for irreversível.

Requisitos facultativos/modalidades:

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Urgência – receio de dano irreparável ou de difícil reparação (periculum in mora)

Tutela punitiva – abuso do direito defesa ou manifesto propósito protelatório do réu; não decorre da urgência, mas do comportamento do réu;

Incontroverso – (art. 273,§6º) poderá o magistrado antecipar um ou alguns dos pedidos ou parcela deles quando se mostrarem incontroversos. A incontrovérsia pode se dar pela revelia, pela confissão ou pelo não cumprimento do ônus da impugnação específica (se defende mal).

Processamento:Princípio da fungibilidade (273, § 7º) – nos termos deste artigo, o magistrado pode receber uma medida de urgência pela outra como se correta fosse.

Juiz pode conceder tutela antecipada de ofício? A tutela antecipada não pode ser concedida de ofício (caput do art. 203), entretanto, as medidas cautelares podem ser concedidas independentemente de provocação à luz do poder geral de cautela (art. 797 e 799). Medida cautelar o juiz pode dar de ofício, mas não pode ingressar com ação cautelar de ofício (exceção do inventário).

O réu pode pedir tutela antecipada? Via de regra, o réu não pode requerer tutela antecipada, salvo quando formular pedido (reconvenção, pedido contraposto, ADI –ação declaratória incidental e denunciação da lide).

CAUTELAR

1) Natureza de ação

2) Objetivo: assegurar a finalidade de um processo denominado principal (meramente assecuratória): bens (arresto); provas (exibição de documentos) e pessoas (separação de corpos).

NÃO EXISTE CAUTELAR SATISFATIVA

3) Pode ser: preparatória (é aquela que exige no futuro a propositura de uma ação principal) ou incidental (promovida no curso de uma ação de conhecimento). A lei brasileira não contempla a cautelar satisfativa. O único exemplo é a de busca e apreensão de menor. Prazo para ingresso da ação principal: 30 dias a partir da efetivação da liminar.

4) Pode ser:a) Típica ou nominada – tem previsão legal (são 14 tipos previstos do art.

813 ao 888)b) Atípica ou inominada (art. 798) – não tem previsão legal, concedidas no

poder geral de cautela.

5) Competência (art. 800): preparatória : juízo da ação principal; a parte tem o prazo de 30 dias, contados da

efetivação da liminar, para ajuizar a ação principal (art. 806) – prazo decadencial (não se interrompe e nem se suspende – se o prazo se esgotar no sábado, deve

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ingressar com a ação na sexta). A regra do art. 806 (o prazo de 30 dias) somente se aplica as cautelares constritivas (todas que procedem a constrição de bens ou direitos do requerido)8

incidental: juízo da ação de conhecimento; se houver recurso interposto: Tribunal (sobe todo o processo), salvo agravo de

instrumento

6) Requisitos (art. 801, IV):a) fumus boni iuris => direito ameaçadob) periculum in mora => dano/lesão

7) Liminar (art. 804) É todo provimento concedido pelo magistrado no curso do processo sem ouvir a

outra parte. Ex: tutela antecipada com liminar; cautelar com liminar. Não se promove liminar por que não tem natureza de ação; sua natureza é de

pedido; é um pedido que expressa urgência. A ação é cautelar com pedido liminar. O habeas corpus tb tem pedido liminar.

8) Recursos: Contra a decisão que analisa liminar cabe agravo; Contra decisão de cautelar cabe apelação;

9) Procedimentos (tipos de cautelares nominadas) Arresto : apreensão de bens indeterminados; pressupõe obrigação pecuniária; seu

objetivo inibir a dilapidação; visa bens indeterminados; a ação principal do arresto é uma ação de execução contra devedor solvente.

# Seqüestro = entrega de coisa. Objetivo: garantir o recebimento de coisa determinada. A ação principal é uma execução para entrega de coisa certa

Busca e apreensão - menor Produção antecipada de provas Cautelar de exibição - documentos Sustação de protesto : Objetivo: evitar o protesto cambial. Ação principal: ação

declaratória Alimentos provisionais : não existe prova da obrigação de alimentar (vem de

“prover”= dar assistência # provisórios (ação de alimentos onde se pede os alimentos provisórios (“provisório” tem a ver com tempo, serão fixados enquanto não se decide os alimentos definitivos). Se não pagar os alimentos provisionais o “pai” pode ir preso, e se não for o pai não recebe de volta. Pode haver litisconsórcio passivo.

EXECUÇÃO – Título Executivo JudicialSoma em dinheiro: Processo sincrético Toda vez que a sentença for ilíquida será necessária a liquidação. Liquidação a) tem natureza de incidente b) Previsão legal: 475-B c) Decisão interlocutória agravo de instrumento d) Modalidades: 1. Simples cálculo = atualização de valores

8 Diferente das conservativas que apenas asseguram o direito.

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2. Por arbitramento = toda vez que houver necessidade de uma prova pericial. Ex: avaliação de bens. 3. Por artigos – depende de um fato novo relacionado aos valores. Ex: nota fiscal, recibos.

Cumprimento de SentençaArt. 475-J

1º. Com o trânsito em julgado da sentença, o devedor terá 15 dias para efetivar o pagamento (STJ: o devedor não precisa ser intimado para pagar);

2º. O devedor não faz o pagamento no prazo será aplicada uma multa correspondente a 10% sobre o valor do débito. STJ: A multa de 10% será de responsabilidade do advogado se o devedor comprovar que não tinha conhecimento da sua existência;

3º. Aplicada a multa, o credor deverá aplicar um requerimento expresso a fim de que seja efetivada a penhora (garantia da execução, através de bens do devedor; penhora = constrição judicial). A execução não recai sobre a pessoa do devedor, mas sobre o patrimônio do devedor (por isso não há prisão por dívida).Penhora online – Convênio entre o Tribunal de Justiça e o Banco Central; o CPC, art. 154, parágrafo único.Penhora não implica desapossamento do bem.

4º. Com a penhora nos autos, o devedor terá 15 dias para apresentar a impugnação9;

5º. Impugnação:a) Natureza: incidente (polêmico)b) Matéria: restrita (art. 475-L)c) Regra: não tem efeito suspensivo

Exceção: o juiz pode atribuir efeito suspensivo se houver a possibilidade de haver um dano.

d) Autuação: se não tiver efeito suspensivo, será autuada em apenso; se, excepcionalmente, for recebida no efeito suspensivo, será autuada nos mesmos autos;

e) Decisão da impugnação: se o juiz determinar a extinção do cumprimento, a decisão será uma sentença (apelação); se o juiz não determinar a extinção do cumprimento, será uma decisão interlocutória (agravo de instrumento) – 475-M.

Não tem a sua origem no Juízo Cível: sentença penal condenatória sentença estrangeira sentença arbitralOBS: são sentenças judiciais que devem ser executadas no juízo cível através de uma ação de cumprimento de sentença. O devedor será citado para pagar em 15 dias, sob pena de multa. (475-N)

Título Executivo Extrajudicial

9 Impugnação para processo judicial e embargos para processo extrajudicial

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1. Requisito: título certo (existência), líquido (valor) e exigível (decorre da lei: art. 585). Não existe liquidação para título extrajudicial. Atr. 585 (rol de títulos extrajudiciais).

2. O vencimento está atrelado à propositura da ação.3. Processamento: distribuída a execução, haverá a citação do devedor. O prazo

tem início da juntada da citação nos autos. A partir da juntada, o devedor terá 3 dias para efetivar o pagamento ou 15 dias para oferecer embargos. Para oposição dos embargos não há necessidade de penhora. Os embargos, como regra, não têm efeito suspensivo. Exceção: pode ter efeito suspensivo, mas para isso é necessário demonstrar a possibilidade de um dano, mais uma penhora. Estes embargos têm natureza de ação e são autuados em apartado. A decisão dos embargos será uma sentença e o recurso cabível é a apelação.

4. Mecanismos de Alienação do Bem Penhorado (art. 647)a) Preferência é a adjudicação: o bem fica com o credor;b) Alienação por iniciativa particular: o bem será alienado a um terceiroc) Hasta pública: leilão (para bens móveis) e praça (para bens imóveis)d) UsufrutoO devedor, no prazo para os embargos, poderá requerer o parcelamento da dívida, da seguinte forma: 30% de entrada e o restante em 6 parcelas iguais.