direito civil iv - direito das coisas

31
DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS Aula 3- Efeitos da Posse

Upload: portia-melendez

Post on 30-Dec-2015

228 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS. Aula 3- Efeitos da Posse. Conteúdo Programático desta aula. Estudar os efeitos da posse quanto aos frutos e as benfeitorias; Compreender, material e processualmente, as ações possessórias. Dentre os efeitos da posse, destacam-se: a) percepção de frutos; - PowerPoint PPT Presentation

TRANSCRIPT

Page 1: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Aula 3- Efeitos da Posse

Page 2: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Conteúdo Programático desta aula

Estudar os efeitos da posse quanto

aos frutos e as benfeitorias;

Compreender, material e

processualmente, as ações

possessórias.

Page 3: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Dentre os efeitos da posse, destacam-se:

a) percepção de frutos;

b) indenização e retenção por benfeitorias;

c) indenização por prejuízos sofridos;

d) defesa da posse (interditos possessórios);

e) usucapião.

Page 4: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

A) Direito aos Frutos

Frutos são bens

acessórios que quando

utilizados não esgotam a

fonte, ou seja, possuem

reposição automática.

Page 5: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Classificação: Frutos quanto à origem:

Frutos naturais: Aqueles que surgem e se renovam pela própria força.

Frutos industriais: Aqueles que surgem e se renovam pela atuação do homem.

Frutos civis: São os rendimentos que os bens produzem em razão da sua utilização por outrem que não o proprietário.

Page 6: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Frutos quanto ao estado em que se encontram:

Frutos pendentes: Aqueles que ainda não foram colhidos ou retirados, ou seja, que ainda encontram-se presos à coisa.

Frutos percipiendos: Aqueles que deveriam ser, mas ainda não foram colhidos.

Frutos percebidos ou colhidos: Aqueles que já foram colhidos ou retirados, ou seja, já foram separados da coisa.

Page 7: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Possuidor de Boa-Fé

Art. 1.214. O possuidor de boa-

fé tem direito, enquanto ela

durar, aos frutos percebidos.

Parágrafo único. Os frutos

pendentes ao tempo em que

cessar a boa-fé devem ser

restituídos, depois de

deduzidas as despesas da

produção e custeio; devem ser

também restituídos os frutos

colhidos com antecipação.

Page 8: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Possuidor de Má-Fé

Art. 1.216. O possuidor de

má-fé responde por todos

os frutos colhidos e

percebidos, bem como

pelos que, por culpa sua,

deixou de perceber,

desde o momento em que

se constituiu de má-fé;

tem direito às despesas

da produção e custeio.

Page 9: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

B) Direito às benfeitorias

São acréscimos ou

melhoramentos,

realizados pela

atuação do homem,

em coisa já existente.

Page 10: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Classificação:

Benfeitorias necessárias: Art. 96- §3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.

Benfeitorias úteis: Art. 96- § 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.

Benfeitorias voluptuárias: Art. 96- § 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.

Page 11: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Possuidor de Boa-Fé

Art. 1.219. O possuidor de boa-

fé tem direito à indenização

das benfeitorias necessárias e

úteis, bem como, quanto às

voluptuárias, se não lhe forem

pagas, a levantá-las, quando o

puder sem detrimento da

coisa, e poderá exercer o

direito de retenção pelo valor

das benfeitorias necessárias e

úteis.

Page 12: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

OBS: DIREITO DO LOCATÁRIO Lei nº 8.245 Art. 35. Salvo expressa disposição contratual em

contrário, as benfeitorias necessárias introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas pelo locador, bem como as úteis, desde que autorizadas, serão indenizáveis e permitem o exercício do direito de retenção.

Art. 36. As benfeitorias voluptuárias não serão indenizáveis, podendo ser levantadas pelo locatário, finda a locação, desde que sua retirada não afete a estrutura e a substância do imóvel.

Page 13: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

STF Súmula nº 158

Salvo estipulação contratual averbada no registro imobiliário, não responde o adquirente pelas benfeitorias do locatário.

Page 14: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Possuidor de Má-Fé

Art. 1.220. Ao possuidor

de má-fé serão

ressarcidas somente as

benfeitorias necessárias;

não lhe assiste o direito

de retenção pela

importância destas, nem

o de levantar as

voluptuárias.

Page 15: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Obs: Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual.

Obs: as benfeitorias são compensadas com os danos.

Enunciado n° 81, I Jornada de Direito Civil: O direito de retenção previsto no CC 1219, decorrente da realização de benfeitorias necessárias e úteis, também se aplica às acessões (construções e plantações) nas mesmas circunstâncias.

Page 16: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

C) Interditos Possessórios

Art. 1.210. O possuidor

tem direito a ser mantido

na posse em caso de

turbação, restituído no de

esbulho, e segurado de

violência iminente, se

tiver justo receio de ser

molestado.

Page 17: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Os meios utilizados devem ser proporcionais à agressão, assim, o excesso poderá levar à indenização.

Legítima defesa: Cabível no caso de turbação

(quando há ameaça grave, concreta e eminente ao direito de posse. O possuidor está na iminência de perder a posse).

Quando o possuidor é turbado no exercício de sua

posse, poderá manter-se por sua própria força (sem a utilização do Judiciário ou da Polícia), contanto que o faça logo.

Page 18: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Desforço imediato: Cabível no caso de esbulho (quando há perda da posse, através de meios violento, clandestino ou com abuso de confiança).

Quando o possuidor é esbulhado, poderá restituir-se

por sua própria força (sem a utilização do Judiciário ou da Polícia), contanto que o faça logo.

Page 19: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Art. 12012(...)

§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.

§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.

Page 20: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Ação de Manutenção da Posse

Art. 926. O possuidor

tem direito a ser

mantido na posse em

caso de turbação(...)

Page 21: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Ação de Reintegração de Posse

Art. 926. O possuidor

tem direito a ser

mantido na posse em

caso de turbação e

reintegrado no de

esbulho.

Page 22: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Interdito Proibitório

Art. 932. O possuidor direto

ou indireto, que tenha justo

receio de ser molestado na

posse, poderá impetrar ao juiz

que o segure da turbação ou

esbulho iminente, mediante

mandado proibitório, em que

se comine ao réu determinada

pena pecuniária, caso

transgrida o preceito.

Page 23: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Características da Ações Possessórias:1- Liminar (art. 924 c/c art. 928, CPC):

possibilidade de concessão de liminar em caso de posse nova.

Obs: antecipação de tutela (art. 273, CPC) → 1ª corrente (majoritária): a antecipação de tutela de mérito não pode ser concedida em caso de posse velha, pois ela seria uma forma de burlar a impossibilidade de concessão de liminar.

2ª corrente: pode haver a concessão de antecipação de tutela em caso de posse velha, pois esta é baseada em verossimilhança, que é uma prova mais cabal da existência do direito. Esta corrente, apesar de minoritária, está crescendo.

Page 24: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

2) Duplicidade (art. 922, CPC): possibilidade de se fazer pedido contraposto, sem necessidade de reconvenção. Na própria contestação, o réu pode fazer o pedido.

3) Fungibilidade (art. 920, CPC): Existe uma celeridade na dinâmica, portanto poderá ser julgado mesmo que a ação não seja a adequada.

4) Cumulatividade (art. 921, CPC): você pode cumular oitros pedidos: ação indenizatória; multas diárias previstas no caso de novo esbulho ou turbação; devolução no mesmo estado anterior.

Page 25: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Obs:

Ação de Imissão na Posse → Ação Ordinária, de rito comum (serão utilizadas regras gerais do CPC).

Quando se tem prova da propriedade, mas não chegou a ser possuidor.

O objetivo desta ação é que o proprietário seja imitido na posse. Além de proprietário, ter a posse. Não é ação possessória.

Page 26: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Condições das Ações Possessórias:

- Possibilidade jurídica do pedido; - Interesse de agir;

- Legitimidade.

Page 27: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Exercícios Semana 3Caso concreto 01Jorge teve seu imóvel invadido, sem violência, por

Pedro em 2008, que passou a praticar atos de poder sobre a coisa abertamente e sem oposição alguma. Em janeiro de 2011, Jorge decide ajuizar ação possessória contra Pedro, combinada com reparação de perdas e danos.

Considerando os dados acima, responda JUSTIFICADA E FUNDAMENTADAMENTE:

a) Qual ação é a mais adequada para o caso? Caso a ação manejada seja outra, isso obstará a obtenção de tutela judicial?

b) Que despesas poderá Pedro compensar com as eventuais perdas e danos?

Page 28: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Questão objetiva 01(Ministério Público/SP – 83°) De acordo com o que

estabelece o art. 1.200 do Código Civil, é justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. E nos termos do art. 1.201 do mesmo diploma, está dito que é de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. Diante de tais enunciados:

(A) quem pacificamente ingressar em terreno de outrem, sem ter a preocupação de ocultar a invasão, estará praticando esbulho, apesar de sua conduta não se identificar com nenhum dos três vícios referidos no art. 1.200 do Código Civil.

(B) presume-se ser possuidor de boa-fé quem, de forma não violenta, obtiver e apresentar justo título para transferir o domínio ou posse, não se admitindo prova em contrário em nenhuma hipótese.

Page 29: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

(C) a boa-fé mostra-se como sendo circunstância essencial para o uso das ações possessórias, mesmo que a posse seja justa, e o possuidor de má-fé não tem ação para se proteger de eventual ataque à sua posse.

(D) obtida a posse por meio clandestino, será injusta em relação ao legítimo possuidor e injusta também no que toca a um eventual terceiro que não tenha posse alguma.

(E) caso venha a ser produzida em juízo prova visando a mudança do caráter primitivo da posse, esta não perderá aquele caráter com que foi adquirida, ainda que alguém que tendo a posse injusta do bem obtido por meio de violência, venha a adquiri-lo posteriormente por meio de escritura de compra e venda.

Page 30: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Questão objetiva 02Marque a alternativa CORRETA:(A) Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-

se-á provisoriamente qualquer uma delas, independente de quem tenha a coisa.

(B) Os rendimentos reputam-se colhidos no momento em que forem separados do capital.

(C) O possuidor de má-fé não tem direito aos frutos colhidos, nem a ser restituído pelas despesas.

(D) Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.

(E) O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará sempre pelo valor de custo.

Page 31: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS