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DIREITO CIVIL

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ISBN 978-85-7638-366-7

2.ª Edição

DIREITO CIVIL

© 2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor

dos direitos autorais. Todos os direitos reservados.

IESDE Brasil S.A.

Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 – Batel – Curitiba – PR

0800 708 88 88 – www.iesde.com.br

D192 Dantas Jr., Aldemiro Rezende.Direito civil/Aldemiro Rezende Dantas Jr.

– Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2006.228 p.

ISBN: 85-7638-366-7

1. Direito Processual Civil. 2. Processo Civil. I. Direito Civil.

CDD 347

Atualizado até março de 2008

SUMÁRIO

Parte Geral: Lei de Introdução ao Código Civil e pessoas

13 Lei de Introdução ao Código Civil (LICC)

16 Pessoa natural

20 Pessoa jurídica

Parte Geral: domicílio e bens25 Domicílio

26 Bens

Parte Geral: fatos jurídicos e de-feitos do negócio jurídico

33 Fatos jurídicos

36 Defeitos do negócio jurídico

Parte Geral: simulação, invalidade do negócio, ato ilícito, prescrição, decadência e prova

41 Simulação

41 Invalidade do negócio jurídico

43 Ato ilícito

43 Prescrição e decadência

45 Prova

SUMÁRIO

Obrigações em geral e modalidades

49 Obrigações em geral

50 Modalidades das obrigações

Obrigações: transmissão, adimplemento e extinção

57 Transmissão das obrigações

58 Adimplemento e extinção das obrigações

Obrigações: extinção e inadimplemento

67 Extinção das obrigações

69 Inadimplemento das obrigações

Contratos em geral: transação, compromisso e pagamento indevido

75 Transação

75 Do compromisso

76 Pagamento indevido

77 Contratos: disposições preliminares

SUMÁRIO

78 Classificação dos contratos: principais aspectos

79 Formação dos contratos

80 Promessa de fato de terceiro

80 Vícios redibitórios

Contratos em geral83 Evicção

84 Contratos aleatórios

85 Contrato preliminar

86 Contrato com pessoa a declarar

87 Extinção do contrato

Contratos em espécie: compra e venda

91 Compra e venda

93 Cláusulas especiais da compra e venda

Contratos em espécie: contrato estimatório, doação e locação

99 Contrato estimatório

99 Doação

102 Locação de coisas

SUMÁRIO

Contratos em espécie: empréstimo, empreitada, depósito e mandato

109 Contratos de empréstimo

111 Empreitada

112 Depósito

113 Mandato

Contratos em espécie: fiança, transporte e seguro

119 Fiança

120 Transporte

121 Seguro

Direito das Coisas: posse e propriedade em geral

127 Posse: noção geral

127 Classificação da posse

128 Aquisição e perda da posse

129 Efeitos da posse

131 Direitos reais em geral

131 Propriedade em geral

SUMÁRIO

Direito das Coisas: aquisição da propriedade e direitos de vizinhança

135 Aquisição da propriedade imóvel

138 Aquisição da propriedade de coisa móvel

139 Direitos de vizinhança

Condomínio, propriedade resolúvel, propriedade fiduciária e direitos reais sobre coisa alheia

143 Condomínio ordinário

143 Condomínio edilício

144 Propriedade resolúvel

145 Propriedade fiduciária

146 Alguns direitos reais sobre coisa alheia: direitos de gozo

Usufruto e direitos reais de garantia

151 Usufruto

152 Direitos reais de garantia: penhor, hipoteca e anticrese

SUMÁRIO

Direito de Família: casamento, separação e divórcio

159 Características básicas do Direito de Família

159 O casamento

160 Capacidade para o casamento e impedimentos matrimoniais

161 Formalidades da celebração

162 Casamento nulo e casamento anulável

163 Dissolução da sociedade e do vínculo conjugal

166 Das relações de parentesco

Direito de Família: filiação, colocação em família substituta e poder familiar

169 Filiação e presunção pater is est quem nuptiae demons-trant

170 Reconhecimento dos filhos de fora do casamento

171 Colocação em família substituta (guarda e tutela)

173 Poder familiar (arts. 1.630 e ss.)

Direito de Família: regime de bens e união estável

177 Regime de bens entre os cônjuges

179 Comunhão parcial

SUMÁRIO

179 Comunhão universal

180 Participação final nos aqüestos

180 Separação de bens

181 União estável

Direito de Família: alimentos e tutela

185 Alimentos

187 Ação de alimentos

188 Execução dos alimentos e prisão do devedor

189 Da tutela: aspectos gerais

Direito de Família: tutela e curatela, sucessão em geral

193 O exercício da tutela

193 Atos para os quais o tutor não precisa de autori-zação do juiz

195 Da curatela

196 Da sucessão em geral

Sucessão em geral e sucessão legítima

201 Aceitação e renúncia da herança

202 Exclusão do indigno

SUMÁRIO

202 Herança jacente

203 Sucessão legítima

Sucessão testamentária I209 O testamento

213 Codicilos

213 Testamentos especiais

214 Legado

215 Direito de acrescer

Sucessão testamentária II e responsabilidade civil

217 Das substituições

218 Deserdação

219 Revogação do testamento

220 Inventário e partilha

222 Alguns aspectos da responsabilidade civil

Referências 225

Anotações 227

Obrigações em geral e modalidades

Obrigações em geralO Direito Obrigacional e o Direito Real se diferenciam porque no primeiro (Di-

reito Obrigacional) os sujeitos são determinados ou determináveis, e o direito do credor é o de exigir o cumprimento de uma prestação em relação ao devedor, enquanto no segundo (Direito Real) o titular do direito pode exigi-lo contra todas as pessoas da sociedade.

As obrigações operam entre partes e seus herdeiros, exceto as personalíssimas (que se extinguem com a morte da parte), mas os sucessores do falecido podem invocar benefício de inventário (CC, art. 1.792), ou seja, não respondem além das forças da herança.

Os elementos constitutivos da obrigação são os sujeitos (credor e devedor), a relação jurídica e o objeto (que deve ser possível, lícito, determinado ou, pelo menos, determi-nável – art. 104).

As obrigações naturais se caracterizam por serem inexigíveis, mas é bom destacar que a obrigação natural existe, embora não possa ser exigida. Isto tem uma conseqüên-cia prática: se o devedor pagar, não pode pedir a repetição, pois não se trata de pagamen-to indevido (CC, art. 882), uma vez que a dívida existe. É o caso das dívidas de jogo, da dívida prescrita e, de modo geral, das obrigações judicialmente inexigíveis.

As obrigações propter rem, por sua vez, são aquelas em que os sujeitos são deter-minados, a cada momento, em função da titularidade de um direito real. É o caso, por exemplo, da obrigação de pagar a taxa de condomínio, na qual o devedor, a cada mo-mento, será identificado com o proprietário do imóvel, ou seja, se o imóvel for alienado, o adquirente passará a responder ao condomínio (CC, art. 1.345). Da mesma forma, as obrigações do direito de vizinhança (por exemplo, a obrigação de concorrer para a cons-trução do muro divisório – art. 1.297, §1.º) demonstram casos de obrigações propter rem.

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Modalidades das obrigações

Obrigações de dar: entrega de alguma coisa, certa ou incertaA obrigação de dar coisa certa caracteriza-se por estar identificada e individuali-

zada a coisa a ser entregue e segue o princípio da identidade da coisa devida, ou seja, o credor não é obrigado a aceitar outra, ainda que mais valiosa (CC, art. 313). A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios da coisa, salvo ajuste em contrário ou se o con-trário decorrer das circunstâncias (CC, art. 233).

Em relação ao risco, deve ser observada a regra res perit domino, ou seja, se a coisa foi destruída ou deteriorada sem culpa de alguém, quem deve sofrer o prejuízo é o dono, pouco importando se este é o credor ou o devedor. Há, contudo, algumas exceções, nas quais não cabe aplicar a regra res perit domino: na venda com reserva de domínio (CC, art. 524) e na propriedade fiduciária (CC, art. 1.363).

Mas só se fala em risco e em res perit domino se a destruição ou deterioração da coisa ocorreu sem culpa do devedor, pois, se agiu com culpa, como o culpado ele respon-de pelas perdas e danos sofridas pela outra parte.

Na obrigação de dar coisa incerta (também chamada de obrigação genérica), a coisa a ser entregue não é individualizada, mas sim indicada pelo gênero e pela quantidade.

Dentre todas as coisas do gênero, deverão ser escolhidas as unidades que serão entregues ao credor. Esta escolha, em princípio, será feita pelo devedor, salvo se houver ajuste em sentido contrário. Mas o devedor está obrigado a escolher um meio-termo de qualidade, ou seja, não pode ser exigido pelo melhor e nem poderá entregar o pior (CC, art. 244). Não há essa vinculação ao meio-termo quando o direito de escolha foi atribuído ao credor.

Uma vez feita a escolha, no momento em que o devedor dá ciência ao interessado de que a coisa está no local combinado à disposição do credor, passam a ser aplicadas as regras da obrigação de dar coisa certa (CC, art. 245).

É importante ressaltar que o gênero não perece (CC, art. 246), o que significa que o devedor não pode alegar a perda ou a impossibilidade antes da escolha, pois competirá a ele buscar a coisa em outro lugar, caso venha a perder aquela que pretendia entregar ao credor.

Obrigação de fazer (arts. 247 a 249)A obrigação de fazer consiste na prestação de um fato, podendo ser classificada

como fungível ou infungível. Fungível é aquela na qual o devedor pode ser substituído

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por outra pessoa, no cumprimento da prestação; infungível (ou personalíssima), por sua vez, é aquela em que só o próprio devedor pode cumprir a prestação ajustada.

A infungibilidade pode ser expressa ou tácita vale dizer, convencionada de modo explícito ou decorrer da natureza da própria obrigação. De qualquer modo, deve-se des-tacar que a infungibilidade é estipulada em favor do credor e este, portanto, pode renun-ciar a ela, ou seja, poderá aceitar que a prestação seja realizada por outra pessoa.

Se for verificada a impossibilidade da prestação, deverá ser aferido se esta se deu com ou sem culpa do devedor. Caso a prestação torne-se impossível sem culpa, a obri-gação simplesmente se resolve. Sendo por culpa, a obrigação não é extinguida, mas transforma-se em perdas e danos (CC, art. 248).

Diferente é a solução se, em vez de impossibilidade, o que ocorre é a recusa ao cumprimento, por parte do devedor. Neste caso, a solução dependerá de prestação ser infungível ou fungível. Caso seja infungível, resolve-se em perdas e danos (CC, art. 247); se fungível, será possível a execução por terceiro, além das perdas e danos (CC, art. 249). Mas este cumprimento por terceiro depende da obtenção de ordem judicial, e apenas em caso de urgência poderá ser feito sem ordem judicial, discutindo apenas o ressarcimento do credor (CC, art. 249, parágrafo único).

No entanto, mesmo no caso da obrigação de fazer infungível, é possível a obten-ção da tutela específica (CPC, art. 461), ou seja, o cumprimento em espécie da própria prestação convencionada ou a obtenção das providências que assegurem o resultado prático equivalente. Só será feita a condenação em perdas e danos se o autor o requerer ou se for impossível a obtenção da tutela específica.

Duas observações são importantes:

o juiz pode impor multa diária ao réu ( ■ astreinte), de ofício ou a pedido do autor;

essa multa pode ser imposta tanto nas obrigações de fazer quanto nas obriga- ■ções de dar (CPC, arts. 461, §4.º, e 461-A, §3.º).

Obrigações de não fazer (arts. 250 e 251)A obrigação de não fazer consiste em uma abstenção ou tolerância, ou seja, o

devedor fica comprometido a se abster de adotar um comportamento que, não fosse a obrigação, poderia adotar, ou então a tolerar um comportamento alheio, o qual, em regra, não fosse a obrigação assumida, deixaria de tolerar.

Se a obrigação de não fazer foi descumprida (ou seja, se o devedor praticou o ato de que deveria se abster) sem culpa, neste caso extingue-se a obrigação. Mas se o des-cumprimento ocorreu com culpa do devedor, poderá o credor exigir que o devedor desfa-

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ça, sob pena de ser desfeito à sua custa. Este desfazimento às custas do devedor depende da obtenção de ordem judicial, sendo que, em caso de urgência, poderá ser desfeito pelo próprio credor, independente de ordem judicial, discutindo depois apenas a indenização a ser paga pelo devedor.

Se for impossível desfazer o que já foi feito (por exemplo, foi divulgado um se-gredo que não deveria ser revelado), a solução depende de ter ou não havido culpa do devedor: se não houve culpa, simplesmente se extinguirá a obrigação; se houve culpa, transforma-se em perdas e danos.

Obrigações alternativas, cumulativas e facultativasObrigações cumulativas (ou conjuntivas) são aquelas em que há duas ou mais

prestações a serem cumpridas, e o devedor só se libera caso cumpra todas as prestações ajustadas.

Nas alternativas (disjuntivas), por sua vez, também existem várias prestações convencionadas, mas o devedor se libera cumprindo apenas uma destas prestações, e não todas. Em algum momento terá de ser feita a escolha da prestação específica, a qual será entregue ao credor.

A escolha (ou concentração) será feita pelo devedor, se nada foi ajustado em con-trário. Mas o credor não pode ser obrigado a receber parte em uma prestação e parte em outra se assim não foi ajustado.

Ocorrendo a impossibilidade de uma prestação, do devedor, a obrigação con-centra-se na prestação remanescente (teoria da redução do objeto). Caso todas tenham se tornado impossíveis, sem que haja culpa do devedor, a obrigação se extingue.

Havendo a impossibilidade de uma das prestações, com culpa, com direito de escolha pertence ao devedor, a obrigação concentra-se na prestação remanescente (CC, art. 253), pois apenas significa que o devedor escolheu a outra prestação. Mas se a esco-lha era do credor, este poderá optar entre a prestação remanescente ou o valor da que se impossibilitou, mais as perdas e danos (CC, art. 255, primeira parte).

Nas obrigações facultativas (com faculdade alternativa ou com faculdade de subs-tituição), não há alternativa entre prestações, existindo uma única prestação a ser cum-prida pelo devedor. Este, no entanto, tem a faculdade de, na execução, optar por outra prestação. Um exemplo de obrigação facultativa, trazido pelo próprio Código Civil (CC), é o contrato estimatório (CC, art. 534).

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Obrigações divisíveis e indivisíveisA divisibilidade ou indivisibilidade é da prestação a ser cumprida, e acaba por

qualificar a própria obrigação como divisível ou indivisível. Qualquer obrigação pode ser divisível, mesmo a de não fazer.

A obrigação indivisível caracteriza-se pelo fato de cada devedor se obrigar pela dívida toda (CC, art. 259), e por isso cada um deles pode ser cobrado por toda a dívida. Mas o que paga se sub-roga no direito do credor (CC, art. 259, parágrafo único).

No entanto, na pluralidade de credores, embora cada um deles possa exigir o cumprimento total da prestação, o devedor pode exigir caução, ou então a presença de todos (CC, art. 260).

Deixa de ser indivisível quando se resolve em perdas e danos. É que a indivisibi-lidade é objetiva, ou seja, liga-se ao objeto da obrigação. Logo, se o objeto for alterado, passando da prestação original para perdas e danos, desaparece a indivisibilidade, e cada devedor passa a responder apenas por sua própria cota.

Se todos os devedores forem culpados pela impossibilidade da obrigação, todos respondem pelas perdas e danos, em partes iguais. Mas se apenas um deles for culpado, só este responderá ao credor pelas perdas e danos (CC, art. 263, §2.º).

Obrigações solidáriasAs principais características das obrigações solidárias estão a seguir.

A solidariedade não se presume: ■ decorre da lei ou da vontade das partes (esta é a principal característica e a mais cobrada no Exame de Ordem). São casos de solidariedade legal, por exemplo, o artigo 154 (na coação por terceiro, se o beneficiário sabia, ele e o terceiro respondem solidariamente pelos danos causados ao paciente); pelo artigo 1.752, parágrafo 2.º (o tutor, o protutor e o terceiro causador do dano ao menor sob tutela, todos respondem solidaria-mente pelo dano).

Cada um dos devedores é responsável por toda a dívida, e cada credor o é de ■toda a dívida, o que significa que cada devedor pode ser chamado para o paga-mento total, assim como cada credor, independentemente do consentimento dos demais, pode exigir toda a dívida. Disso decorrem diversas conseqüências jurídicas:

Cada um dos credores, sendo credor do todo, pode receber ou perdoar a ■dívida toda (CC, arts. 269 e 272), mas em tal caso responderá aos demais pela cota de cada um.

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A remissão concedida a um dos co-devedores ou o pagamento parcial por ■ele feito não extinguem a solidariedade, mas reduzem o valor da dívida, pois deverá ser abatida a parcela perdoada ou paga (CC, art. 277).

O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um ou de todos os ■devedores. Nesse caso, deverá cobrar os demais com o abatimento da cota daquele que foi liberado da solidariedade, mas esta subsistirá em relação aos demais devedores.

O devedor que paga pode cobrar a cota de cada um dos demais, sendo que ■todos rateiam entre si a cota do insolvente, inclusive o que tiver sido liberado da solidariedade pelo credor (CC, arts. 283 e 284).

É o credor quem escolhe como quer cobrar dos devedores, só de um, de ■alguns ou de todos, e pode também escolher entre cobrar toda a dívida ou apenas uma parte dela (CC, arts. 275, 277 e 282).

A solidariedade se mantém quando a obrigação se resolve em perdas e danos, ■pois, ao contrário da indivisibilidade, a solidariedade é subjetiva, ou seja, se liga aos sujeitos, e não ao objeto da obrigação. Por outro lado, se houver alteração nos sujeitos (por exemplo, com a morte de um dos devedores solidários), os herdeiros não são solidários: os do credor só podem cobrar o que corresponder ao seu quinhão (CC, art. 270); os do devedor, por sua vez, só respondem pelo que corresponder ao seu quinhão hereditário (CC, art. 276), mas todos juntos correspondem ao falecido, ou seja, respondem como um devedor solidário em relação aos demais.

Havendo pluralidade de devedores ou de credores, a interrupção da prescrição feita por um dos credores não beneficia os demais, assim como a interrupção feita con-tra um dos devedores não afeta os demais. No entanto, se forem devedores ou credores solidários, a interrupção da prescrição feita por um dos credores beneficiará aos demais, assim como a interrupção da prescrição feita contra um dos devedores a todos atingirá (CC, art. 204, §1.º).

Obrigações de meio e de resultadoAs obrigações de meio são aquelas em que o devedor se obrigar apenas a ser dili-

gente, mas sem se obrigar a atingir um determinado resultado que interesse ao credor. A título de exemplo, pode-se citar o advogado, que apenas se compromete, em relação ao seu cliente, em ser diligente na condução do processo, e esse advogado, sendo diligente e zeloso, terá cumprido sua obrigação, ainda que não seja alcançado o resultado que o cliente pretendia vale dizer, ainda que o cliente venha a ser vencido em sua pretensão.

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Nas obrigações de resultado, por sua vez, o devedor só se libera caso atinja o resultado esperado, não sendo suficiente que seja cuidadoso e diligente. É o caso, por exemplo, da empreitada, na qual o empreiteiro só é liberado de sua obrigação se efetiva-mente entregar ao comitente a obra que foi ajustada, não sendo suficiente ser diligente e zeloso. Assim, por mais cuidadoso que seja o empreiteiro, se antes de entregar a obra (o resultado do seu trabalho) a outro contratante, por acaso essa obra venha a se perder, destruída por uma tempestade, o empreiteiro não cumpriu sua obrigação e, portanto, não terá direito ao recebimento de sua contraprestação. Pouco importa que a obra tenha sido destruída por uma tempestade, sem que se possa imputar culpa ao empreiteiro, pois o que interessa é que a obra não foi entregue.

Dicas de Estudo

Leia atentamente os artigos 252 a 256 (obrigações alternativas) e 264 a 285 (obri-gações solidárias), pois costuma haver alta incidência de questões referentes a eles.