direito administrativo - professora liliam pires

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  • 7/23/2019 Direito Administrativo - Professora Liliam Pires

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    Direito Administrativo Vanessa Almeida

    Professora Liliam

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    Direito Administrativo.

    Direito Pretoriano, isso , no codificado. No possui uma jurisdio administrativa.

    Trabalha-se com o artigo 37 da CF/88. Devido ao histrico ditatorial, a matriaadministrativa ainda foi pouco trabalhada/explorada. O governo no discutia com a

    administrao pblica, sempre determinava quais seriam as regras. Ramo do Direito

    com uma delegao do servio pblico cresceu imensamente. uma rea do Direito

    que no est saturada, ainda carece de profissionais. Direito Administrativo estuda a

    atividade administrada pelo Estado, essa atividade investida de poderes. Estuda os

    poderes do Estado, os limites e obrigaes de quem tem esse poder e o controle deste

    poder. Estudando sempre com base e fundamento nos princpios e as legislaes. Na

    Frana surge o Direito Administrativo com o advento da revoluo francesa. Haver o

    princpio do devido processo legal e o da legalidade. H um pacto entre a sociedadeem que eles seriam governados por leis e no mais por mais por vontade de um Rei.

    Sero leis escritas ou costumeiras que iriam estar a favor desse bem coletivo. o

    surgimento do Estado Constitucional. Montesquieu faz a diviso dos trs poderes

    como o conhecemos. O Estado nasce liberal, isto , o Estado mnimo. Adam Smith, em

    sua obra a mo invisvel falar A mo invisvel do mercado vai regular todas as

    relaes. O Estado no interfere no mercado. Por ser pequeno, esse Estado dever se

    ocupar de situaes. Ex: quem vai cuidar do lixo jogado nas ruas? O Estado se ocupar

    das necessidades coletivas. Privilegia-se as relaes que so privadas, mas o Estado se

    v obrigado a cuidar de questes coletivas. Em 1929 a bolsa quebra e o Estado precisa

    ser intervencionista. Keynes diz que Para que possamos sobreviver o Estado precisa

    ser o propulsor da economia, para criar demandas. Criar obras onde empregaro

    pessoas que tero salrios e iro consumir. Esse dinheiro gasto pagar impostos que

    voltaro para o Estado e esse Estado ser o grande formentador do desenvolvimento.

    Logo aps, teremos as constituies alem e mexicana que trs o Direito Social para

    dentro da CF. Economias que ficam a merc do mercado, como o Brasil, tero chefes

    de Estado ditatoriais (exemplo: Getlio Vargas, Stalin, Salzar, Hittler). Com a

    constituio alem e mexicana, o Estado comea a pensar no bem estar social. o

    chamado Estado do bem estar social (welfare state). O Estado no seria um fim em si

    mesmo, o Estado existe para a coletividade. O Estado deixa de ser patrimonialista e

    comea a perseguir o interesse pblico. Teremos 3 poderes: executivo, legislativo e

    judicirio. Os fins do Estado Brasileiro esto no art 3 da CF/88.

    Funes.

    A nossa constituio diz o que ns queremos. Cada poder tem uma funo tpica.

    Judicirio tem como funo tpica julgar, o legislativo o de fazer as leis e o Executivo de

    executar as leis. Mas eles podem exercer funes atpicas. Exemplo: abrir licitao paracompra de material de escritrio. Quando estes poderes exercem funes atpicas,

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    eles esto submetidos ao regramento do poder executivo, ou seja, ao regramento da

    administrao pblica. O Direito Administrativo um conjunto de regras e princpios

    que regem a chamada administrao pblica.

    A administrao pblica separada sobre o aspecto subjetivo e aspecto objetivo. A

    administrao pblica vista sob o aspecto subjetivo congrega pessoa jurdica, isto , as

    pessoas da administrao publica direta ou indireta. A unio, o estado e o municpio

    so unidades da federao e so pessoas jurdicas da administrao direta. As

    autarquias, federaes, organizaes, so pessoas jurdicas de administrao indireta.

    Dentro das pessoas jurdicas, h o rgo, que o centro de competncia desprovido

    de personalidade jurdica. Os agentes pblicos so pessoas fsicas incumbidas do

    desempenho da atividade estatal. O aspecto subjetivo a estrutura material da

    administrao pblica.

    Aspecto objetivo: faz-se a pergunta para qu e para quem a administrao pblicaexiste? A administrao pblica existe para tutelar o interesse pblico. O interesse

    pblico um conceito jurdico com um grau de indeterminao grande, ele est

    confinado na finalidade da norma. Exemplo: Desapropriar para construo de escola

    pblica. A atividade administrativa denominada funo administrativa, tem por meta

    alcanar o interesse pblico. Significa dizer que o dever do administrador de

    concretizar as finalidades previstas em lei. A funo administrativa o dever de

    concretizar o interesse pblico. A administrao pblica ter seu regime jurdico

    prprio. Regime jurdico de direito pblico um conjunto de prerrogativas e sujeies

    a que est submetida a administrao pblica e que a coloca em um patamar de

    superioridade, e portanto gera uma relao de verticalidade.

    Teoria da norma jurdica:regras e princpios. Regra a lei. Nosso sistema normativo

    diz que no podemos ter 2 leis tratando do mesmo assunto de maneira diferente. O

    sistema provoca uma tenso natural, para que uma delas seja expurgada do mundo

    jurdico. Principio existe e coexiste com outro principio, independente do seu atrito.

    Princpios no se colidem, eles vo sempre gravitar na constelao principiolgica.

    Princpio a luz que ilumina o interprete. Ofender um princpio muito mais grave que

    ofender uma lei.

    A Administrao Pblica possui princpios constitucionais que esto elencados no art.

    37 da CF/88.

    Princpios

    Legalidade Se origina na Frana com o nascimento do constitucionalismo, onde

    homens sero regidos por leis. Em nossa CF, estar normatizado na seguinteafirmao: Ningum ser obrigado afazer ou deixar de fazer no em virtude de lei. A

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    Administrao pblica ela tem que obedecer a lei, ela obrigada a seguir a lei

    (legalidade restrita). A administrao pblica obrigada a seguir a todo o sistema

    normativo, leis e princpios (legalidade extensiva). Existem apenas 3 excees para

    este princpio: Estado de stio, estado de defesa e medida provisria.

    Impessoalidade Ela tem duas faces. 1 aspecto- a qualidade de quem no

    especial e concretiza a isonomia na medida em que obriga tratar a todos no mesmo

    patamar de igualdade. Disso decorre que os atos praticados pela administrao pblica

    estejam desprovidos de privilgios ou prejuzo. Alguns autores dizem que a

    impessoalidade deriva da finalidade, j que quando a administrao vai perseguir o

    interesse pblico (sua finalidade), ela precisa ser impessoal. 2 aspecto: ausncia de

    rosto A administrao pblica no possui identidade personificada, isto significa que

    quando se relaciona com a administrao, no se tem nenhum sujeito identificado. Ex:

    Em uma obra realizada pela prefeitura, o funcionrio deixa algo mal feito. Pedestre

    passa e acaba se machucando devido a esse erro. O pedestre no processa o

    funcionrio, e sim a prefeitura (poder administrativo responsabilidade objetiva).

    Apenas nos casos de mandados de segurana, poderemos identificar os cargos, por ato

    de autoridades.

    Moralidade Moralidade administrativa que implica na obedincia de padres de

    tica e honestidade e obriga o dever de agir honestamente com a inteno de cumprir

    a lei no escopo em que ela foi concebida. A moralidade administrativa obriga a

    administrao pblica a agir adequadamente e corretamente. Podemos ter um ato

    que legal, mas que no atende a moralidade e que tambm no atende a

    impessoalidade. Ex: presidente e ministros usando o avio da FAB a trabalho um

    ato legal. Usar o mesmo avio para diverso, no moral. A moralidade conforma a

    atividade do administrador. A materializao da sua verificao a lei da improbidade

    administrativa, essa lei verifica a atitude do gestor que atingiu o princpio da

    moralidade.

    Publicidade2 faces -1: e tornar pblico e de conhecimento geral os atos praticados

    pelo administrador. 2: conceder eficcia a determinados atos. Exemplo: lei de

    licitao que determina que o contrato administrativo s tem eficcia depois depublicado.

    Eficincia Determina que a administrao pblica exera suas atividades pautada

    pela organizao, celeridade e qualidade, obrigando ao exerccio da administrao

    gerencial com planejamento visando o cumprimento de metas e avaliando o custo

    benefcio. No ponto de vista da organizao, temos o processo administrativo, em

    celeridade temos a lei do prego, da qualidade a tentativa das agncias reguladoras

    para fiscalizar a delegao do servio pblico.

    LIMPELegalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia.

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    A administrao pblica tem uma funo que a perseguio do interesse pblico. Ela

    toda regida pelo regime jurdico de direito pblico, que possui dois grandes

    princpios que a supremacia do interesse e a indisponibilidade do interesse pblico. A

    supremacia determina que esse interesse pblico (interesse pblico primrio) ele vai

    nortear as atividades e vai determinar as prerrogativas e sujeies que a administraopblica tem. A indisponibilidade diz respeito a essa administrao pblica, ela no

    pode decidir fazer ou no fazer, ela TEM que executar, ela no tem o poder de deciso

    em sua mo. A Administrao pblica tem uma conformao de atividades que toda

    centrada e estabelecida nos princpios constitucionais e informadores. Os princpios

    informadores do Direito Administrativo possuem razes constitucionais, tem por base o

    artigo 37 da CF/88.

    Princpios Informadores

    Presuno da legitimidade ou veracidade Ele deriva do princpio da legalidade, isto

    , em razo da obrigatoriedade da administrao pblica executar os seus atos em

    decorrncia do principio da legalidade, o administrador pblico est vinculado a

    executar todas as suas obrigaes com base na lei. Ento se presume que todo ato que

    se pratica legtimo e verdadeiro. Essa presuno relativa, ou seja, iuris tantum. No

    momento em que o particular faa um questionamento a esse ato, essa presuno se

    rompe. O ato surge, se ningum o contestar, mesmo possuindo alguma ilegalidade, ele

    continuar surtindo efeitos. Toda pratica administrativa se presume legtima everdadeira, e ela aceita mitigao e contraposio.

    Auto executoriedadeA administrao pblica no precisa socorrer ao judicirio para

    executar os prprios atos. Todo ato administrativo auto executrio? Todo ato tem

    presuno de legitimidade. A lei que define se o ato auto executrio ou no.

    Auto tutela Poder dever da administrao publica em rever os prprios atos,

    anulando os ilegais e revogando os inconvenientes e inoportunos. Portanto, a auto

    tutela vai se manifestar por meio da anulao e da revogao. Quando se fala de

    anulao, quando se tem uma ilegalidade, o ato praticado pela administrao pblica

    precisa ser ilegal. A competncia para anular os atos da prpria administrao

    pblica, porm ela bipartida com o poder judicirio. A escolha para discutir ato ilegal

    via administrao pblica ou via judicirio do administrado. O nico caso em que a

    constituio determina que, o esgotamento das vias administrativas para buscar a

    critrio o poder judicirio o Direito desportivo. Afora isso, quem decide a via o

    administrado. O efeito da anulao ele retroage s origens do ato. Revogao tem seu

    pressuposto de que o ato legal. um juzo de convenincia e oportunidade que a

    administrao pblica faz na anlise de um determinado caso concreto. A competncia

    para a revogao somente da administrao pblica. O poder judicirio jamais

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    revoga ato administrativo. Os efeitos da revogao se operam a partir do ato

    revogador. Efeitos ex nunc. O poder judicirio pode analisar o ato revogatrio, se ele

    foi legal ou ilegal.

    Motivao So os condicionantes de fato e de direito que determinam ou autorizam a

    prtica do ato. Todo ato administrativo ele tem que ser motivado. S se dispensa a

    motivao quando por si s a circunstncia j est fundamentada. Exemplo:

    aposentadoria compulsria. Motivo diferente de motivao. O motivo veculo da

    motivao

    Razoabilidade e Proporcionalidade Os meios que a administrao pblica emprega

    tem que ser proporcionais aos fins que ela deseja alcanar. A proporcionalidade a

    mtrica, ela faz a medio da razoabilidade. Ela faz a ponderao de alcanar o bom

    senso. Razoabilidade o devido processo legal. O aspecto substantivo do principio do

    devido processo legal diz respeito a igualdade na lei, que no isonomia (que aigualdade PERANTE a lei. Tratar os desiguais desigualmente na medida da sua

    desigualao). Na igualdade NA LEI estamos discutindo que a lei provoca uma

    desigualao. Exemplo: Autarquias da administrao indireta (Hospital das Clnicas,

    DR). Essas entidades tinham a possibilidade de escolher se seus concursos seriam

    regidos pela CLT (empregado pblico) ou por um estatuto (servidor pblico). Ex: Dois

    engenheiros, um CLT e o outro estatuto. O da CLT pode levantar seu fundo de

    garantia ao se aposentar, o do estatuto no possui FGTS, mas tem aposentadoria

    integral. O que CLT calcula e divide o FGTS em parcelas (baseado em quanto tempo

    ele ir ainda viver), mas ser que ele conseguir manter o seu salrio como se ativo

    ainda estivesse? Nesse caso, a lei provocou uma desigualao, pois permitiu que o

    gestor escolhesse qual regime de contratao teria cada engenheiro. Esse aspecto

    substantivo do devido processo legal no era discutido antes de 88. No confundir

    esse aspecto substantivo com as cotas para deficientes, j que est na CF/88 e em lei

    especfica (isso isonomiaa lei vem para regular uma desigualao)

    Princpio da Continuidade do Servio Pblico O servio pblico no pode parar. Em

    razo da complexidade que as relaes foram tomando e da possibilidade de deciso

    da delegao do servio pblico, teremos vrios derivativos disso. O reflexo disso que h vrias determinaes judiciais para que haja uma lei que regularize a greve dos

    servidores pblicos, para que possibilite uma parcela de servio que funcione nesse

    perodo. At hoje h omisso legislativa quanto a matria. Se usa, nessa lacuna, a lei

    de greve geral e se julgam todas as greves dos servidores como ilegais em razo do

    princpio da continuidade. Exe: em um contrato administrativo em que a

    administrao pblica no paga, o contratado no pode parar o servio em razo da

    ausncia de pagamento. No existe exceo do contrato no cumprido, o servio

    pblico no pode parar. Para que ele tenha a suspeno do seu contrato h a

    necessidade de entrar com um pedido administrativo ou judicial. Os servios pblicos

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    delegados para particulares, ex: servios de telefonia e eletricidade. Quando os

    particulares comearam a proporcionar esses servios pblicos (privatizaram), quando

    no havia o pagamento de contas, os servios eram cortados. Muitos processos foram

    abertos discutindo o devido processo legal por parte dos consumidores. Logo depois,

    nas contas desses servios, j havia uma anotao informando ao contribuinte daexistncia de um dbito e que em 30 dias, o servio seria interrompido. Isso foi feito

    para que no houvesse o descumprimento do devido processo legal. A lei que regula a

    concesso de servio pblico a 8987/?, que diz que o servio pode parar se houver

    uma questo tcnica ou uma ausncia de pagamento. A lei tem uma disposio que

    contraria um princpio. Muitos estudiosos dizem o seguinte: uma lei ordinria no

    pode modificar um princpio, ofender um princpio mais grave que ofender uma

    regra e portanto, o concessionrio tem que buscar por todos os meios que o direito lhe

    coloca a disposio para fazer a cobrana. Se o inadimplemento for tamanho que ele

    no consegue mais dar conta, ele precisa se dirigir ao Estado e solicitar um reequilbriodo contrato. As concessionrias foram buscar no cdigo do consumidor a proteo, j

    que o servio pblico estava ali elevando. Isso fez que todas as discusses fossem

    encaminhadas para a cmara de direito privado, que analisa sobre a tica do direito

    privado. Logo, houveram decises que permitiam que o servio poderia ser

    interrompido. O estado por sua vez desloca a competncia, quando ele consegue fazer

    isso para a cmara de direito pblico, as decises exigiam que o servio no poderia

    parar e que as concessionrias usassem das prerrogativas que possuam para fazerem

    as cobranas. Isso gerou uma divergncia nos tribunais. Uma parte tende para o lado

    consumerista da relao. Por outro lado, quando h casos de pessoas comnecessidades especiais, em que se utilizam dos servios a serem cortados, a empresa

    precisa fornec-los por conta do princpio da dignidade da pessoa humana e da

    continuidade do servio pblico. Em razo da possibilidade de delegao do servio

    pblico, esse princpio possui vrias vertentes e vrias circunstncias. O nosso regime

    jurdico est conformado pela supremacia e pela indisponibilidade e vai ser derivado

    dos princpios constitucionais e dos princpios informadores. Cada atividade da

    administrao pblica pode ter o descumprimento de mais de um princpio, mas

    princpios vivem harmoniosamente, diferente das leis.

    Poderes

    Poder competncia conferida a administrao pblica para a concretizao das

    finalidades pblicas. Portanto, uma autorizao para o administrador concretizar o

    interesse pblico. Essa autorizao consiste em um dever. Poder um dever de ao

    da atividade administrativa. Quem tem o exerccio do poder tem a obrigao de agir,

    um dever de agir. A omisso ser ilegal. Portanto, nasce para o administrado o direito

    de exigir um cumprimento do ato omissivo. Toda vez que houver a obrigao de um

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    dever, isso significa que a administrao tem que fazer. a omisso especfica. A

    autoridade competente tem x dias para proferir a deciso. Se ela no cumprir o prazo,

    o particular pode exigir o cumprimento da omisso. A omisso genrica ela vai estar

    abenoada pelo princpio da reserva do possvel (exemplo: So Luis do Paraitinga) A

    omisso em regra, ela ilegal. J a genrica perde o carter da ilegalidade porque ela blindada pelo princpio da reserva do possvel, que no significa que vai ser qualquer

    ato omissivo. Ela precisa responder a algumas etapas.

    Correo do exerccio em aula.

    1 Questo sobre o poder judicirio ter instaurado licitao.

    O poder judicirio est no exerccio da funo atpica, portanto, est como se fosse a

    administrao pblica. Em razo de juzo de convenincia e oportunidade motivado,

    ele pode revogar o ato administrativo. Na sua funo tpica, de poder judicirio, ele

    jamais pode revogar ato administrativo. Em razo de fato subserviente

    consubstanciado em convenincia e oportunidade, que so os elementos para a

    revogao, devidamente justificado pela motivao e observado o contraditrio e a

    ampla defesa. Ele revogou o procedimento, o ato reveste de licitude.

    2Edital de concurso para engenheiro.

    Concurso pblico regra da constituio. No existe lei que regulamente o concursopblico. As regras do concurso esto estabelecidas pelo instrumento edital e devem

    atender os princpios constitucionais e informadores da administrao pblica. Sempre

    que houver afronta aos princpios, haver ofensa a legalidade extensiva. Ateno:

    responder que ofendeu a legalidade necessariamente no correto. Toda vez que

    houver um principio ofendido, ter a ilegalidade sensvel. Sobre os 10 pontos a mais

    para quem j houvesse prestado servios a administrao pblica: o discrimines ele

    permitido no edital, desde que ele respeite a razoabilidade e a proporcionalidade, EX:

    Carcereiro de priso masculina, precisa ser homem e ter certa estatura. Portanto os

    meios que a administrao empregou no so equiparveis, no so razoveis. Nessecaso a proporcionalidade foi ofendida. A impessoalidade tambm foi, j que quem no

    trabalhou na administrao teve prejuzo. No h qualquer justificativa para pontuar

    qualquer cargo.

    3- Sobre o edital para deficientes.

    O edital estava em ordem, mas nenhuma publicao aconteceu. Quem no

    deficiente soube sua ordem de classificao. E nem quem era deficiente. Teve prejuzo

    para ambos e nenhum privilgio. Nesse caso, o princpio da impessoalidade foi

    afrontado. A lei determina a publicao de duas listas, o que no ocorreu. A principio

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    da legalidade foi ofendido. A publicidade no foi ofendida porque no houve lista. Se

    houvesse a lista e ela no tivesse sido publicada, esse principio seria ofendido.

    Poder

    2 parte

    Poderes administrativos so instrumentais para a consecuo da atividade pblica

    consistentes em uma autorizao para a administrao pblica cumprir os deveres

    impostos para a satisfao do interesse pblico. Poder o dever de agir da

    administrao pblica. um dever de agir em perseguio do interesse pblico. O

    regime jurdico um conjunto de prerrogativas e sujeies, as prerrogativas se

    revestem nesses poderes: a supremacia e a superioridade que a administrao tem

    para perseguir o interesse pblico. A regra que a omisso ilegal. Quando a

    administrao tem um facere, uma obrigao de fazer. Existe situaes em que aadministrao se v em um momento de deciso perante certas circunstncias.

    Lembrar de So Luis do Paraitinga. A administrao pblica desse municpio deixou de

    honrar com seu plano oramentrio para socorrer seus muncipes da catstrofe

    provocada pelas chuvas. Objetivamente ela praticou uma ilegalidade em se omitir a

    esse plano oramentrio. A omisso genrica pode ser justificada pelo principio da

    reserva do possvel, com isso a ilegalidade no incide em penalidade na administrao

    pblica.

    Poder Hierrquico

    Confere a administrao a competncia para distribuir as diversas funes entre seus

    rgos, implicando em uma relao de subordinao. Trata-se de poder intimamente

    ligado ou a desconcentrao (transferncia de competncia dentro da mesma pessoa

    jurdica). Quando se fala de poder hierrquico, se fala de hierarquia e subordinao.

    Quem tem poder tem dever, quem estiver investido no poder hierrquico tem a

    obrigao de exercer esse poder, ele no escolhe. Desse poder hierrquico decorre 4

    poderes:

    Dar ordens: se a ordem for ilegal, para que o subordinado no incorra no ilcito

    administrativo da insubordinao, este dever representar a ordem ilegal

    determinada. Exemplo: se o superior hierrquico emitiu um comando, o subordinado

    tem que obedecer. Em razo dos poderes que o superior hierrquico est investido,

    ele pode emitir uma ordem ilegal. O que o subordinado faz para no cometer ilcito?

    Registra o seguinte Cumpro ordem determinada pelo superior imediato, embora

    discorde em razo de tal lei.

    Fiscalizao dos atos: Quem d ordem, tem que fiscalizar. O superior hierrquico

    precisa fiscalizar o trabalho de seus subordinados, j que corre o risco de ser omisso e

    correr o risco de ser punido administrativamente.

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    Rever os atos: O superior tem o poder de rever os atos do subordinado. Pode revoga-

    los, anul-los ou solicitar que sejam refeitos.

    Delegar as competncias: o poder de transferir a competncia para algum e do

    mesmo modo a avoca, ou seja, a chama para si.

    Poder Disciplinar.

    Confere a administrao a competncia de punir as infraes funcionais de seus

    servidores bem como de todos aqueles que se sujeitam a disciplina administrativa. O

    servidor pblico regido por um estatuto. Ele regula o trabalho do servidor. Para o

    regime estatutrio, a demisso uma pena. Alm do servidor pblico, todos aqueles

    que possuem um contrato com a administrao esto em uma relao com ela, ou

    sejam, podem sofrer o poder disciplinar. O ilcito administrativo praticado precisa serapurado. O poder disciplinar no pode ser exercido de forma discricionria (escolher se

    apura ou no, se penaliza ou no). necessrio ser respeitado o devido processo legal,

    que sujeio da administrao pblica e uma proteo constitucional. Abre-se um

    procedimento para investigar o ato ilcito, mas respeitando o devido processo legal.

    Aps a apurao, aplica-se a penalidade. A penalidade no pode ficar sob livre critrio

    de escolha. A penalidade aplicada precisa ser proporcional ao ilcito cometido. A

    penalidade precisa respeitar os princpios da razoabilidade e da proporcionalidade. Ex:

    demitir servidor s por faltas injustificadas. A penalidade que ofender os princpios

    ser anulada. No h revogao, pois s se revoga o que est em ordem.

    Poder normativo regulamentar

    atribuio conferida ao chefe do executivo (presidente da republica) para

    regulamentar lei nos termos do artigo 84, inciso 4 da CF/88 (pelo principio da simetria

    constitucional, esse poder conferido aos chefes do executivo estadual e municipal).

    Ou seja, prefeitos e governadores possuem o mesmo poder de emitir decreto. Decreto

    explica lei, ele s existe em razo de lei anterior. Quando se fala em poder normativo,

    temos originariamente o poder confinado no poder legislativo. o poder competente

    para criar leis (poder originrio). O poder normativo regulamentar um poder

    derivado cuja competncia do chefe do executivo. O decreto representa a existncia

    de uma lei, ou seja, s temos um decreto que explica a lei. Portanto, o nosso sistema

    normativo no admite o decreto autnomo, que um decreto que surge no mundo

    jurdico sem uma lei anterior. Decreto autnomo ilegal. No se pode criar obrigao,

    extinguir ou direitos por meio de poder normativo regulamentar. Para isso, s por

    meio de lei (reserva legal). Os ministros, os diretores, eles tambm podem

    regulamentar normas por outros atos. Exemplo: instruo normativa, ordem de

    servio, resoluo, portarias. S temos uma exceo que a prpria constituio d que

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    a possibilidade da edio de decreto sem a legislao (letras a e b do art. 84 da

    CF/88), que quando vai se extinguir cargos. S nesse caso permitido decreto

    autnomo.

    Poder de polcia

    Competncia da administrao, que tem por objetivo condicionar direitos e liberdades,

    objetivando o bem estar social e coletivo. Tal poder assenta-se na supremacia do

    estado perante bens, direitos estado atividades

    carter judicirio

    Incide sobre a pessoa sempre ser repressivo. Direito penal.

    carater administrativoIncide sobre a atividade e possui carter preventivo, podendo ser repressivo. Age

    condicionando atividades.

    Fiscalizao de o trnsito, ambiental, etc. Poder dele polcia

    Caractersticas

    Discricionario - poder de escolher hora em que vai exercer

    Autoexecutorio - deve estar escrito em lei

    Parte da doutrina, Celso Antnio, principalmente, abrem para a caracterstica da

    exigibilidade

    Coercitivo

    Atos da administrao

    toda manifestao unilateral da Administrao Pblica que, agindo nessa qualidade,

    tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar

    direitos, ou impor obrigaes aos administrados ou a si prpria. So chamados de atos

    porque so atos executados pela administrao pblica. Em face desta expedir esses

    atos, recebem essa denominao, para diferenci-los dos atos judiciais e legislativos.

    Atos legislativos dizem respeito a leis. Atos judiciais dizem respeito a julgamento, via

    sentenas, acrdos. Isso no quer dizer que o legislativo e judicirio no faam atos

    administrativos, eles os fazem tambm.

    a forma pela qual a administrao pblica manifesta a sua vontade, tendo por

    finalidade a satisfao do interesse pblico. A diferena essencial entre ato jurdico e

    ato administrativo reside em que o ato administrativo tem finalidade pblica. Ato

    administrativo uma espcie de ato jurdico.

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    Ato administrativo bilaterais: So os contratos administrativos. Necessitam de duas

    ou mais vontades, como no direito privado.

    Ato administrativo unilateral: o ato tpico, pois se forma da vontade nica da

    administrao pblica.

    Ato administrativo no se confunde com fato administrativo. Este a realizao

    material da administrao pblica, ele a consequncia do ato administrativo. Ex.: fala

    para fazer uma ponte (ato), a ponte construda (fato). A demolio (fato) vem de

    mandar demolir.

    Requisitos dos atos administrativos

    CompetnciaNo direito administrativo no competente quem quer, mas quem pode

    nos termos da lei (Caio Tcito). Ex.: Contrato com a prefeitura. A assinatura deve ser

    do prefeito. Se h dvida da competncia de algum deve-se ir nos registros daquele

    rgo, no regimento, para saber quem competente para o que.

    A competncia jamais pode ser transferida. Mas ela pode ser delegada, quando se

    delega a responsabilidade continua com quem delegou. E, a qualquer momento, pode

    ser avocada. Todo rgo tem uma autoridade superior, uma relao piramidal de

    hierarquia. Para saber se a pessoa tem competncia para assinar deve-se ver a

    delegao. Se no h a delegao o documento invlido.

    Forma A forma no direito privado livre. No direito administrativo a liberdade aexceo, em regra aquela prevista em lei. Existe formal verbal do ato, so as

    excees, mas existem. Por exemplo o guarda de trnsito que manda parar, encostar.

    Finalidade a satisfao do interesse pblico. Um ato que no visa a satisfao do

    interesse pblico um ato invlido, por estar contaminado com desvio de finalidade.

    Motivo a situao de direito ou de fato que determina ou autoriza a realizao do

    ato administrativo. Pode vir expresso em lei como pode ser deixado ao critrio do

    administrador. o fundamento do ato, a razo pela qual o ato est sendo expedido,

    a fundamentao. Por isso o motivo se identifica com o objeto, por causa do motivo oobjeto deve ser coerente. O motivo, principalmente o discricionrio, deve existir no

    ato administrativo, seno ele se torna arbitrrio.Mas no necessariamente ele precisa

    vir expresso, ele pode ser implcito. Ex.: cargos em comisso so cargos para nomear e

    exonerar, a qualquer momento, pessoas de confiana e no pessoas concursadas.

    Quando nomeia ou exonera-se algum no se diz o por qu, implcito que tem a ver

    com a confiana. Isso no quer dizer que no h motivo, ele apenas implcito.

    Objeto Se identifica com o motivo do ato.A lei no estabelece cada caso possvel para

    a aplicao dos tipos de sano (advertncia, multa, suspenso). Por isso deve ter omotivo e o objeto.A autoridade superior investiga, ouve testemunhas, para depois dar

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    a fundamentao e decidir o que vai fazer. Ele pode fazer as trs coisas ou no aplicar

    sano nenhuma, desde que d a devida motivao (atos discricionrios).

    Atos discricionrios

    So aqueles que a lei no prev o motivo e objeto, o administrador quem os define. A

    lei da a liberdade para o administrador escolher o motivo e objeto. Quando a lei

    estabelece todos os elementos, h um ato vinculado. No h, aqui, nenhuma margem

    de liberdade. Ex.: para preencher cargos necessrios na repartio pblica no h

    margem de escolha, deve ser feito o concurso pblico. Atos discricionrios so os quea administrao pode praticar com liberdade de escolha de seu contedo, de sua

    convenincia e oportunidade, nas condies que repute mais convenientes ao

    interesse pblico. assim pois h a impossibilidade do legislador prever todos os

    casos. Atos vinculados so aqueles para os quais a lei estabelece todos os requisitos de

    sua realizao. Alguns dizem que esses atos transformam a entidade administrativa em

    robs. Isso no verdade, a administrao pode ver quando pode ser feito ou no o

    ato vinculado. Quando o ato for levado ao poder judicirio Ex: Tive um problema com

    um colega e levei uma suspenso, fiquei irresignada com essa pena. Posso me socorrer

    do poder judicirio para anular a sano.

    Quando se trata de um ato discricionrio, pode o judicirio analisar o ato inteiro?

    A competncia a forma e a finalidade so sempre previstos em lei. O motivo e o objeto

    que so discricionrios. O juiz somente pode analisar, com certeza, os 3 primeiros atos.

    No ausncia de lei no motivo e objeto, mas sim a lei dando liberdade ao

    administrador. No tocante ao motivo e objeto o judicirio no pode substituir a

    vontade da administrao pblica Em relao aos atos vinculados, todos os atos esto

    previstos em lei e, portanto, podem ser revistos pelo judicirio. Ato discricionrio no

    se confude com ato arbitrrio. Arbitrariedade agir sem base legal.

    Teoria dos Motivos Determinantes

    Essa teoria diz que, embora o judicirio no possa substituir o mrito administrativo,

    ele pode analisar se o motivo que foi dado verdadeiro, vlido, real. O juiz pode

    requisitar documentos para ver se aquilo que est escrito verdadeiro. Se estiver

    incorreto ele pode anular o ato. Invalida-se todo o ato, pois a finalidade no foi

    pblica, foi pessoal. O judicirio s pode julgar o ato legal ou ilegal, ele no pode

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    determinar o que a administrao pblica deve ou no fazer. Poder discricionrio e

    vinculado no se trata de poderes, mas sim de atos administrativos.

    Atributos dos atos administrativos

    Presuno de legitimidade. Todos os atos administrativos nascem com a presuno de

    legitimidade, de terem sido elaborados em conformidade com a lei. Essa presuno

    juris tantum (legtima at que se prove o contrrio). Em razo dessa presuno, quem

    achar que o ato de ilegtimo que deve provar, ou seja, inverte o nus da prova. Por

    causa dessa presuno pode a administrao pblica expedir e executar o ato

    imediatamente, e esse ato vlido e deve ser cumprido e observado at que ele seja

    declarado ilegal. Enquanto no declarado ilegal vlido e deve ser observado Ex.:

    Municpio criou uma taxa, a taxa do lixo. Enquanto no declarada a ilegalidade dessa

    taxa, todos devem pagar, sob pena. Por mais que o ato seja absurdo, a dele se deve

    obedincia at que declarado nulo ou retirado do ordenamento jurdico.

    Eficcia e exequibilidade: Um ato pode ser eficaz e no exequvel. Quando um ato feito, elaborado, ele um ato eficaz, ou seja, pronto para produzir efeitos. A eficcia sed quando o ato est completo, mas a eficcia perante terceiros se d atravs da suapublicidade.Pode ser eficaz mas no exequvel quando h alguma condio suspensiva no ato. Ato

    administrativo perfeito: ato eficaz e exequvel. Acabado e completo. Se depois surgir

    uma lei dizendo que aquilo imperfeito, ela no vlida, no retroage, no pode

    fulminar o ato administrativo perfeito. Ex.: foi dada a iseno tributria. Lei posterior

    diz que no ter a iseno. No pode, ela no pode retroagir.

    Imperatividade o atributo que impe a coercibilidade. Todo ato j nasce com a fora

    de obrigar o administrado a cumprir. E em razo disso ela pode obrigar o particular a

    cumprir, se valer de fora fsica e pedir auxlio ao judicirio, por mais absurdo que oato seja.

    Auto-executoriedade Possibilidade de a administrao executar direta e

    imediatamente os atos administrativos. A administrao pblica pode auto-executar

    os atos administrativos que lhe so prprios. Os atos prprios so aqueles que a

    administrao pblica executa imediatamente sem a necessidade de ordem judicial ou

    auxlio do judicirio.Os atos imprprios fazem com que a administrao pblica tem

    que se socorrer do judicirio. Ex.: Ttulos da dvida pblica. Se o administrado entrega

    o ttulo como garantia e descumpre a obrigao, a administrao no pode ela mesmaexecutar o ttulo, ela tem que ingressar com ao judicial para execut-lo. Por isso so

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    atos imprprios, ela no consegue com sua prpria fora, estrutura executar o ato, ela

    precisa do auxlio do poder judicirio. Isso porm no descaracteriza a auto-

    executoriedade, ela est auto-executadando, pois determina a auto-execuo. Ela

    precisa do auxlio do poder judicirio e no da anuncia dele.

    Extino dos atos administrativos

    As formas mais comuns so anulaao e revogao. Os atos sao extintos normalmente

    quando acaba o seu cumprimento. Mas muitas vezes h outras situaes que podem

    extinguir os atos administrativos. A extino pode se dar por:

    Cumprimento de seus efeitos: Esgotamento de seu contedo jurdico. Os efeitos sefluem ao longo do tempo, se esgotam ao longo do prazo. Ex.: frias, elas se esgotam

    ao longo do prazo que so usufrudas; licena mdica.

    Execuo material: A providncia determinada cumprida. Ex.: ato de determiao de

    demolio de imvel, o imvel demolido extingue o ato.

    Implemento de condio resolutiva ou termo final: Supe a ocorrncia de um evento

    futuro incerto. Ex.: autorizao de utilizar as aguas desde que elas no dominuam at o

    nvel x, assim sendo a autorizao extinta. Toda vez que se defere uma coisa

    condicionada a algo.

    Desaparecimento de sujeito ou objetoQuando nomeia-se algum e esse algum vem

    a falecer, o ato se extingue. Se h um ato de demolio mas antes o imvel cai por um

    vendaval, extingue o ato relacionado a ele. comum a administrao pblica revogar

    um ato relacionado com a morte do sujeito ou objeto, o que errado, pois no d pra

    revogar ato j extinto.

    Retirada do ato Cassao:Quando o ato que autorizou a coisa a ser feita est sendo

    efetuado de forma incorreta, ento tem efeito punitivo. Ex.: autoriza-se a instalao de

    um hotel, que vir um bordel, cassa-se a licena.Contraposio:Retirada do ato por

    emisso de outro ato com efeitos contrapostos ao daquele. Ex.: se nomeia uma

    pessoa, para extinguir o ato, h a desonerao. Caducidade a retirada de um ato em

    razo da supervenincia de norma jurdica que tornou inadmissvel a situao antes

    permitida. Ex.: Algum quer abrir um bar, e recebe alvar. Mas em seguida vem uma

    lei de zoneamento classificando aquele local como zona residencial, proibindo

    comrcio. uma norma superveniente tornando o que antes era permitido em no

    permitido, ento a licena caducou, houve a caducidade do ato.A caducidade uma

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    exceo ao ato administrativo perfeito.Revogao e. AnulaoExiste, assim como a

    anulao, como um grande poder dado administrao pblica. O poder judicirio s

    pode julgar o ato como legal ou ilegal, no pode falar pra fazer diferente. A

    administrao pblica, alm de poder rever o seu ato e julg-lo ilegal, ela pode

    tambm revogar o ato, ou seja, retir-lo por critrios de convenincia e oportunidade.Por isso se diz que a administrao pblica tem amplos poderes de seus prprios atos.

    Porque ela pode anular um ato por critrios de convenincia e oportunidade?

    Para atender o interesse pblico, o qual no parado no tempo, dinmico. Ontem

    aquele ato podia ser oportuno e conveniente, mas hoje j no mais o . A revogao

    feita para atos legais, eles apenas se tornaram inoportunos e inconvenientes. Se o ato

    ilegal, deve haver a anulao. Se s se revoga atos legais, a revogao se d para

    frente, ex nunc. No caso da revogao, no perodo procedente a revogao do ato, em

    que ele ainda era legal, o administrado recebe indenizao. Mas depende do tipo deato a ser revogado. Os atos gerais podem ser revogados a qualquer momento, sem

    direito a indenizao. Porque o ato no foi endereado a ningum especfico, no gera

    direito subjetivo. Ex.: poca em que todo o carro deveria ter estojo de primeiros

    socorros. Revogou-se o ato. O ato individual gera efeito subjetivo, ento pode dar

    ensejo a indenizao quando revogado. Deve comprovar os prejuzos.

    Renncia a rejeio do ato pelo prprio beneficirio. Ex.: presidenta Dilma pedir a

    renncia de seu cargo.

    Classificao dos atos administrativos

    Critrio da margem de escolha: atos discricionrios e vinculados.Critrio do mbito de repercusso: atos administrativos internos e externos. Osinternos se do na entidade que determinou o ato.Critrio dos destinatrios: atos individuais ou gerais. Individual no relacionado a um

    indivduo. O uso de cinto de segurana geral, todos so alcanados. Desapropriaode 10 casas um ato individual.Critrio do objetoleva-se em conta o objetivo pelo qual o ato foi editado:

    Critrio da forma de expresso:

    Decretopode ser individual (desapropriao) ou normativo (regulamentotributrio, regulamento do imposto de renda), sendo dotado dos atributos degeneralidade e abstrao.

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    Regimentoato normativo que visa disciplinar o funcionamento dedeterminados rgos pblicos. de competncia exclusiva desses rgos dopoder do Estado edit-los.No legislativo o regimento estabelece normas para o desenvolvimento dostrabalhos legislativos, o funcionamento das comisses temticas e para as

    atividades administrativas. No judicirio os regimentos internos estabelecemnormas para o funcionamento dos tribunais.

    Resoluoato normativo visando estabelecer normas pertinentes a matriade competncia do rgo. editado por autoridades de alto escalo doExecutivo ou por dirigentes de rgos - como por exemplo o ministrio daeducao. Muito embora, geralmente, a resoluo tenha carter normativo, ela editada, muitas vezes, tendo destinatrio determinado, sem se revestir dosatributos de generalidade e abstrao.

    Deliberaocarter normativo e resulta da deciso de rgo colegiado, oqual delibera sobre assunto de sua competncia. Pode, contudo, tal como aresoluo, ter carter individualizado.

    Portariaseu mbito de repercusso pode ser interno (uniforme) ou externo,afetando particulares (detectores de metais). Seus efeitos tanto podem sergenricos ou individuais. Neste caso, individuais, a portaria comumenteutilizada para nomeao, designao, aposentadoria, formao de grupos detrabalho. ato administrativo editado, como regra, por dirigentes de rgos da

    administrao direta e, tambm, por dirigentes de autarquias. No planomunicipal, prefeitos tambm a editam, em alguns casos.

    Circularseu mbito de repercusso interno, visando estabelecer ordens ediretrizes aos subordinados, existindo, no Brasil, hipteses em que arepercusso externa (INSS). editada por um superior hierrquico aosagentes que lhe so subordinados.Muito embora a doutrina tenha concevido essa espcie para que surtisse efeitoapenas internamente, no Brasil no so raros os casos em que seus efeitosatingem os particulares, notadamente no que tange a assuntos econmicos,

    financeiros ou tributrios.

    Ordem de serviode mbito interno, visa estabelecer regras aossubordinados para a execuo de seus trabalhos. Pode ainda, ser instrumentomediante o qual se determina sejam inciadas execues de contratosadministrativos. Nesse segundo caso, todavia, no pode ser confundida com aordem de servio, que admitida como instrumento de ajustes nodecorrentes de concorrncias e tomadas de preos.

    Alvarlicena ou autorizao.

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    Autarquia.

    Autarquia pessoa jurdica de direito publico criada por lei, com especialidades e fins,

    autonomia administrativa e financeira. Qual a certido de nascimento dela? uma lei.Ela pessoa jurdica criada por lei, ela est submetida ao regime jurdico de direito

    pblico. A lei a criou com determinada atividade. Exemplo: Hospital das clnicas, a

    finalidade vinculada a sade pblica, logo, est vinculado ao ministrio da sade.

    Autonomia significa que ela no se mantm em regime de subordinao com aquele

    seu ente superior da finalidade a qual ela tem. H um regime de vinculao e no de

    subordinao, portanto o ministro no manda na autarquia. Essa autarquia, ela tem

    imunidade tributria, pq ela pessoa jurdica de direito publico, tem prerrogativas

    processuais: prazo em quadruplo para contestar e em dobro para recorrer. Os bens

    que integram que integram essa autarquia so bens pblicos, e ela est submetida aoregime de responsabilidade objetivaestabelecido na constituio.

    6 As pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de

    servios pblicos respondero pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,

    causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsvel nos casos

    de dolo ou culpa.

    Com relao aos seus funcionrios, antes de 88 existiam diversas autarquias, existiam

    regimes diferentes que convivem, porque era possvel que tivesse regime estatutrio e

    CLT. A cf/88 estabeleceu o regime jurdico nico, que na administrao publica no

    pode ter CLT, a emenda n 19 ela derrubou o regime jurdico nico. Houve uma ADin

    que contestou a emenda 19 unicamente no que diz respeito a derrubada do regime

    jurdico nico, ela apresenta um aspecto formal, s houve uma casa que se

    manifestou. No STF esse processo tem uma deciso liminar que diz que a partir de

    agora, com efeitos ex nunc, at a deciso definitiva, restitui-as o regime nico. Isso

    implica que todos os concursos que iam rolando, os dois regimes eram vlidos, no h

    na adin uma deciso definitiva. Paralelo a isso, se institui as agencias reguladoras, que

    so de regime especial, a lei que constitui o pessoal da agncia reguladora diz oseguinte: os funcionrios sero de CLT. Essa lei foi objetio de uma ADin prpria, que

    contesta o regime CLT e pede para que sejam de regime nico. O que se entende hoje?

    A autarquia uma cpia da administrao direta.

    Sociedade de economia mista

    Pessoa jurdica de direito privado constituda na forma de sociedade annima cujo

    capital majoritariamente pblico. Sociedade de economia mista a lei autoriza acriao, ao contrrio da autarquia, em que a lei a cria. Ela precisa respeitar tudo o que

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    a lei estabelece e define, portanto estamos falando de regras de direito privado. Ela

    tambm ter uma finalidade especfica. Ela s se perfaz no mundo jurdico quando ela

    perfaz os requisitos exigidos pela lei das sociedades annimas estabelece. Toda s/a

    economia mista? Para ser mista, seu capital precisa ser majoritariamente pblico. Pode

    existir uma s/a com participao estatal, no que diz respeito ao poder de deciso. Nade economia mista, o regime jurdico incidente o de direito pblico e privado, ele

    misto. A s/a de economia mista, ela para contratar pessoas de carreira para trabalhar,

    ela no pode contratar sem concurso. Passou no concurso, qual a relao de emprego?

    Vai ser CLT, porque mista e estatuto no caberia. Quando verifica o ato preciso

    observar se o ato de direito pblico ou privado. Sendo pessoa jurdica de direito

    privado, ela precisa obedecer esse regramento. Sociedade annima tem patrimnio,

    estes bens so privados.

    Pode se penhorar os bens da sociedade mista? Se o bem em questo ter uma

    finalidade pblica, no, pois sofre o influxo do direito pblico. O bem privado, mas

    quando este bem est afetado a uma destinao pblica ele sofre o influxo do bem

    pblico, ele fica blindado.

    Se ela for prestadora de servio pblico ter responsabilidade objetiva. No possui

    imunidade tributria ou privilgios processuais.

    Empresa Pblica

    Pessoa jurdica de direito privado constituda sob qualquer forma de direito admitida

    cujo capital integralmente pblico. Embora ela possa assumir qualquer forma em

    direito admitida, inclusive forma de s/a, o capital tem que ser 100% pblico. Tal qual a

    s/a, ela tem que ser autorizada por lei e ambas tem regime de vinculao, igual a

    autarquia, no h subordinao. Tudo o que para a s/a para a empresa pblica.

    nica diferena a forma de constituio e a participao deste capital. No que diz a

    respeito a responsabilidade, ela objetiva quando presta servio pblico.

    Fundao

    Criadas a partir de 1967 depois de uma alterao legislativa. A fundao independente

    de ser pblica ou privada, ela tem uma diferena das sociedades comerciais. Na

    sociedade comercial, as pessoas se juntam e criam conforme o sistema normativo a

    fico jurdica pessoa jurdica. O que de dotado de patrimnio em qualquer

    fundao, o patrimnio dotado de personalidade jurdica. No momento da

    instituio da fundao, ela decide se ela vai ser publica ou privada. E ela decide ser

    pblica, ela se assemelha a autarquia. Se for privada, regime jurdico hibrido e se

    assemelha a s/a e a empresa pblica.

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    PROCESSO ADMINISTRATIVO.

    A palavra processo tem vrias representaes: um documento com vrias folhas, por

    exemplo. O instrumental. Pode ser um procedimento, uma srie concatenada de atos.

    E o processo no sentido jurdico, quando se estabelece um litigio no mbito judicial ouno mbito administrativo. Esse litigio precisa de uma deciso e sobre ele incide uma

    srie de regras e de principiologia e portanto o processo em sentdo estrito,

    sancionatrio e disciplinar, que pr todo aquele que est sob a disciplina

    administrativa, servidor pblico ou algum com uma relao com a administrao, e o

    processo de reviso. O processo administrativo no sentido estrito, existem princpios

    que incidem sobre ele. Lei federal do processo administrativo e leis federais e

    municipais. No h norma geral.

    Principio do devido processo legal Dois aspectos. Diz respeito aocontraditrio e a ampla defesa. O aspecto substantivo do devido processo legal

    diz respeito ao direito do administrado de ter uma deciso justa. Aquela

    deciso que atendeu o principio da proporcionalidade e razoabilidade. Uma

    deciso que no tiver motivada, alm de ofender esse principio, ofende o

    aspecto objetivo do devido processo.

    Principio da gratuidadetem uma dimenso a exceo daqueles regramentos

    em lei especifica e que a administrao publica no pode impor situaes e

    circunstancias e imposies que inibam a discusses judiciais, ela no pode

    onerar a discusso judicial. Salvo se legislao prpria assim definir.

    Diferente do poder judicirio, que inerte, a administrao pblica pode ser

    provocada para o inicio do processo ou pode fazer de vontade prpria

    comear. Se ela no comear, independentemente da solicitao da parte, ela

    vai fazer que esse processo acontea. A administrao tem que buscar o

    resultado e a verdade. Diferente do processo judicial, o processo

    administrativo, o administrativo no est obrigado a ter defesa tcnica, isto ,

    ter advogado. Em razo disso, concorre a favor do administrado o formalismo

    moderado, isto no significado que estamos falando de ausncia de forma. O

    documento tem que chamar contestao. A administrao pblica

    impulsionada de ofcio j que o processo vai para anlise independentemente

    da movimentao da parte, ela tem a obrigao de buscar todos os meios de

    provas licitas para solucionar o caso,

    Princpio da motivao aqui ele ganha uma fora bastante intensa. por

    meio da motivao da deciso, na deciso, no aspecto substantivo do devido

    processo legal diz respeito a decises justas, decises que atendem a

    proporcionalidade. A motivao consegue identificar os princpios

    desconsiderados pela administrao pblica.

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    O processo administrativo possui trs fases: instauratria (que acontece de ofcio ou a

    pedido), a instrutria onde h a necessidade da observncia do devido processo legal

    em seu aspecto adjetivo, e a decisria significa que esta deciso precisa estar

    motivada. Se no houver na lei prpria e especifica disposio diferente, prazos eregras especificas, so 10 dias o prazo de recurso, e a administrao publica tem 30

    dias para decidir, se no decidir omisso. Surge para o administrado o direito de

    exigir o ato omissivo da administrao pblica. A deciso no processo administrativo,

    ela no tem efeitos suspensivo. A lei diz que existem decises que implementadas, elas

    podem colocar o administrado numa situao delicada. Tem deciso com efeitos de

    sano na licitao, onde a parte pode ficar proibida de licitar por 2 anos, ou ela est

    suspensa ou impedida por 5 anos de participar. Pode ser uma deciso que demite o

    funcionrio pblico. A prpria lei possibilita dependendo do grau e do resultado ou

    que a administrao de fonte prpria d um efeito suspensivo ou que a parte faa essasolicitao. Exemplos: processos de multas contratuais.

    Processo administrativo disciplinar

    Quando tem um processo para aplicar uma penalidade em um servidor pblico

    estatutrio, existem penas a serem aplicadas como a advertncia, suspenso e a

    demisso desse servidor. Portanto, h uma regra chamada processo administrativo

    disciplinar, onde se usa a lei de processo e o estatuto do servidor pblico. A cf/88 diz oseguinte: quando o servidor estiver sob a anlise de uma infrao ela pode resultar em

    pena de demisso, precisa ter esse processo disciplinar. O processo disciplinar vai ter

    inicio, constitui uma comisso chamada Comisso Processante, que vai ter integrada

    por no mnimo 3 pessoas. Iniciado esse processo, a presena do servidor pode gerar

    um problema ou prejuzo para a investigao, esse servidor afastado, pode ser no

    prazo de 60 dias prorrogado por mais 60 dias, mas sendo remunerado. Essa comisso,

    o presidente tem que ter cargo superior a quem est sendo investigado. O processo

    adm disciplinar ele tem as mesmas 3 fases, instaurao, a instruo se chama inqurito

    administrativo, a decisria julgamento. De igual modo, essa deciso h de ser

    motivada. Tem que ter advogado nesse processo por se tratar da demisso de um

    servidor. Sumula do STF que diz que essa presena no obrigatria, mas h

    divergncias. A chefia imediata s pode solicitar a punio, mas ela no pode fazer

    parte da comisso. Quem determina a criao da comisso, o secretrio

    municipal/estadual. Publicada a comisso, prazo de 60 dias para julgar o servidor. No

    o fez em 60 dias, se houver uma justificativa motivada ou autorizao da autoridade

    competente, ela pode pedir uma prorrogao. Se em 120 dias o processo no

    terminar, o afastamento termina e o servidor volta ao seu posto. S o afastamento

    cessa. Se houver um nico indiciado, o prazo vai ser de 10 dias para apresentar a

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    defesa. O servidor precisa ser comunicado do processo pessoalmente. Se houver mais

    de um indiciado, o prazo ser comum de 20 dias para apresentar defesa. Se o indiciado

    estiver em lugar incerto e no sabido, o prazo de defesa ser de 15 dias. Concludo o

    processo, ele vai para a autoridade competente para que ela em 20 dias d sua

    deciso. No deu em 20 dias, surge para o administrado o direito de exigir o atocomissivo da administrao. A comisso no decide, ela apura e prepara um relatrio.

    Decidido o processo, cabe recurso. Aps o trnsito em julgado possvel a qualquer

    tempo que se pea a reviso do processo. Pode ser de ofcio ou a pedido da parte. A

    reviso tem prazo para comear e terminar e no cabe reformatio in pejus, que

    significa que no pode ter agravamento do pedido de reviso. Ele vai para a autoridade

    que aplicou a penalidade. Toda vez que houver suspeno por mais de 30 dias, s pode

    ser por rito ordinrio. Se a penalidade for para suspeno de at 30 dias possvel

    utilizar do processo de rito sumrio chamado sindicncia. Qual a diferena da

    sindicncia, de rito sumrio para o processo de rito ordinrio? Enquanto no ritoordinrio a resultado sai em 60 dias, o sumrio sai em 30 dias. Processo para aplicao

    de penalidade que seja penalidade de suspeno at 30 dias, pode ser rito sumrio,

    mas tambm pode usar o rito sumrio quando no se conhecer a autoria. A sindicncia

    para averiguao de autoria ela no implica no devido processo, j que no est

    apenando ningum. Descobrindo a autoria, averigua qual processo aplicar. E pode ter

    uma outra sindicncia para aplicar pena, h devido processo legal. Para apurao, no

    se fala em devido processo legal, ela indicativa. Todos os estatutos da federao,

    existiam antes de 88, no foram revisados pelo texto constitucional, s o da unio.

    Nestes textos, existe algo chamado de verdade sabida, onde se o superior tomasseconhecimento da infrao, aplicaria a pena sem o devido processo legal. Essa verdade

    sabida no foi recepcionada pela constituio.

    Perdi uma parte

    O resultado da infrao civil no tem reflexo no processo administrativo, o resultado

    da infrao penal tem reflexo se a absolvio for de negativa de autoria. De for por

    insuficincia de provas, no faz coisa julgada no processo administrativo.

    Controle da administrao pblica.

    A administrao pblica tem a autotutela e o poder dever de rever os prprios atos.

    Quando se fala de controle, temos o controle interno e o controle externo, controle de

    legalidade e controle de mrito. Quando se fala de controle de legalidade, tem a

    analise se o ato est conforme o sistema normativo ou no.

    Controle de legalidade feito pela administrao pblica ou pelo poder judicirio, j

    que estamos falando da autotutela. O controle do mrito diz respeito a revogao do

    ato administrativo, s a administrao o faz. Esse controle pode ser prvio,

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    concomitante ou a posteriori. No h regra, vai da vontade da administrao pblica.

    No h regra para o tempo do controle. Quando tem a disposio constitucional do

    direito de petio, esse direito vai se manifestar e se perfazer de vrios modos. O

    administrado pode fazer uma reclamao, ela diz respeito a um ato de interesse

    individual, uma circunstancia que no trs conforto ao particular. Para fazer areclamao, tem prazo de 1 ano e prescricional. Derivado do direito de petio,

    temos a representao. A representao ela pode ser feita por qualquer interessado, e

    ela diz respeito ao apontamento de ilegalidade e no tem vinculao ao ato dirigido a

    uma determinada pessoa. Tem um controle feito por qualquer pessoa e ela se ope a

    isso. Pode representar ao tribunal de contas, ministrio pblico e a administrao

    pblica. A reconsiderao, no processo disciplinar quando a pena foi excessiva ou tem

    um fato novo. O pedido de reconsiderao no interrompe a prescrio, sumula 430

    do STF. No existe uma forma de fazer o pedido de reconsiderao. A administrao

    tem rito prprio para esse pedido. No se interrompe os prazos da reconsiderao porter natureza prpria e rito prprio. O recurso hierrquico, toda a deciso

    administrao tem uma origem que lhe d a deciso e todo mundo tem o direito de

    fazer um recurso at a ltima estncia definida pela administrao pblica. Todo

    pedido de reexame quando ele est no ambiente da adm publica, chamado de

    recurso prprio. Ex: comisso de licitao d uma deciso, eu recorro. Sobe para a

    autoridade superior. Quando submeto o pedido ao ente diferente do ambiente do

    rgo. Quando esgotei a via recursal e interponho um recurso para a pasta onde h a

    vinculao pela matria, estou diante de um recurso de natureza impropria. prprio

    quando est dentro do rgo e imprprio quando interposto fora dele. No que dizrespeito a emenda constitucional n 40, existe a fiscalizao financeira e fiscal que est

    muito ligada responsabilidade fiscal. Houve um reordenamento do art 163, e ele

    admitiu que a lei complementar discipline essa fiscalizao financeira. Alm da lei de

    responsabilidade fiscal, pode ter outro tipo de regra legislativa que esse controle

    ocorra concomitante. A smula vinculante vinculante para a administrao pblica e

    para o poder judicirio. Se a administrao descumpre a sumula, o administrado pode

    fazer uma reclamao ao STF. Estamos dentro do poder executivo e podemos ter o

    legislativo e o judicirio trabalhando de forma atpica, exercendo atividade como se

    administrao pblica fosse. Todas as intervenes tambm so possveis nesse caso.

    No que diz respeito a esses recursos, existe um tema polmico que possui grandes

    divergncias.

    Admissibilidade do processo

    No existe um cdigo de processo administrao. Empresta-se coisas do processo civil.

    A administrao precisa usar todos os meios lcitos de prova para chegar a uma

    concluso, principio da busca da verdade. A administrao no pode onerar o

    processo, a no onerao do processo est diretamente ligada a imposies que a

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    administrao passa para inibira discusso com a administrao pblica. O que

    polmico ainda o que diz respeito ao depsito. Na lei de improbidade administrativa

    diz que se a denuncia for apcrifa, ou seja, for annima, ela no vai ser considerada.

    Outra questo a sobre a denuncia apcrifa, independentemente da improbidade

    diante da administrao pblica. A administrao tem ou no tem que receber essarepresentao? H um entendimento que diz que conveniente que se recebe, pois

    ela pode ser omissa em dados casos. No unnime.

    A exceo do esgotamento das vias administrativas o direito desportivo, no

    preciso esgotar a via administrativa para se socorrer do judicirio. Recurso exercer o

    Direito de se opor e de questionar, derivado do direito de petio. No h

    obrigatoriedade de discordar via administrativa antes para ir para o judicirio. A nica

    exceo o direito desportivo por expressa disposio constitucional. No que diz

    respeito a coisa julgada, ela ocorre quando se esgota todas os recursos administrativosao administrado. Mas sempre resta o poder judicirio. Ex: Quando se tem a falha de

    habilitao, e tem-se a deciso, cabe recurso. 5 dias para recorrer, 5 dias para a

    impugnao e 5 dias para decidir. Terminada essa fase, a administrao pblica s

    pode passar para a fase de habilitao quando esgota as vias administrativas. Qual o

    esgotamento? a deciso do recurso. O particular na via administrativa no tem mais

    nada a se fazer. Ele vai pedir reviso, reanlise. No suspende e no resolve. No

    processo licitatrio ns temos a figura da coisa julgada naquela fase. Esgotou a

    estncia, julgada coisa julgada administrativa. Lembrando que tudo pode ser levado

    ao judicirio. Todas as dvidas, todas as decises, todas as discusses. Terminada adiscusso administrativa, vai-se para o recurso hierrquico imprprio. No h mais

    para quem reclamar. Ainda resta a discusso no mbito do poder judicirio.

    Controle Externo

    Ocorre tanto no Ministrio Pblico quando no Legislativo. O brao do poder legislativo

    o tribunal de contas. Se verifica alguma circunstancia de ilegalidade, pode se

    representar diretamente no tribunal das contas. Quem auxilia o poder legislativo no

    que diz respeito ao controle financeiro o tribunal de contas. Art 70 da cf/88. Quando

    se fala do controle poltico, existe o poder normativo regulamentar, isso significa que a

    administrao pode produzir atos que regulamentam a lei. Ela expede decretos ou

    outros atos administrativos. Se extrapolam, tem o controle poltico, que a assembleia

    legislativa que far. No caso de tribunal de contas, ele avalia a questo fiscal, ele

    ampliou sua anlise. Quando ele observa as contas, ele observa o ato pblico. Se as

    contas forem reprovadas por este tribunal, que rgo de controle, que tem

    competncia para reprovar, ter vrias consequncias no ambiente da aplicao do

    tribunal. Quando o tribunal de contas d o ato como irregular, sejam contas ou atos,

    essa deciso tem repercusso. Essa deciso vai para o ministrio pblico, que vai

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    analisar se h improbidade ou no. Como o tribunal faz sua anlise? Ele ter vrios

    pontos onde ele far a sua verificao e a sua anlise, afinal tudo tem a ver com os

    gastos pblicos, a fim de questionar a administrao quanto a que forma ela gastou o

    dinheiro. A primeira tipologia de agente pblico se chama agente poltico, que so os

    cargos que derivam da constituio federal, temos o agente eleito, e tem 3 agentes doministrio pblico, a magistratura e os integrantes do tribunal da contas. MP e

    magistratura ingressam via concurso pblico. O representante do tribunal de contas

    ele nomeado e recebe todas as prerrogativas que a cf/88 trs para essa funo.

    Existem regras estabelecidas para a composio do tribunal de contas. o chefe do

    executivo que faz a nomeao dos membros do tribunal de contas. E eles tem todas as

    prerrogativas de um servidor pblico. O tribunal de contas faz a anlise da questo do

    dinheiro que foi gasto ele acaba entrando em todos os espaos, ele analisa todas as

    questes. Ele no analisa o mrito, ele faz anlises que so objetivas e que no fazem

    escolhas. Como o judicirio no verifica o mrito, o tribunal de contas tambm no. Asanlises esto sempre ligadas ao gasto do dinheiro pblico. O nosso poder judicirio

    tem um poder de verificar os atos, os atos que so vinculados controle de legalidade,

    no tem discusso. No que diz respeito aos atos discricionrios ele no avalia o mrito,

    lembrando que o mrito escolha, mas ele vai fazer uma avaliao se a escolha foi a

    melhor. Ou ele mantem o ato ou ele anula o ato. Ele no escolhe pela administrao

    pblica.

    Remdios constitucionais.

    A CF/88 ela nos d remdios que acabam tambm sendo meios de controle. Temos o

    controle administrativo, que o controle interno, tem o controle externo que feito

    pelo legislativo e pelo judicirio. O legislativo com o brao do tribunal de contas, que

    o controle financeiro que acaba entrando no controle de legalidade e temos os

    remdios constitucionais que so colocados disposio do administrado. Temos

    regras que so muito especficas e prprias.

    Habeas Corpus: toda vez que algum sofrer ou se ver ameaado da sua

    liberdade, impetra-se um HC. Quem pode fazer isso? Qualquer pessoa, no

    existe HC coletivo, no precisa de advogado. E o que acontece com a pessoa

    jurdica, que uma fico que o direito criou? A pessoa jurdica no vai

    impetrar mandado de segurana, mas tem o representante da empresa que

    pessoa fsica. Ele, em razo de atos praticados pela pessoa jurdica, nessa

    qualidade o faz (impetra mandado de segurana). No cabe pedido de HC para

    pessoa jurdica, mas o dirigente da empresa sim. Exemplo: Quando a

    administrao fecha um local, exercendo o seu poder de polcia, para reabrir,

    s mandado de segurana. O gerente que responde pela empresa, como

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    responsvel e pessoa fsica, for preso ou for eminncia em decorrncia de atos

    que ele praticou em nome da pessoa jurdica, ele pode pedir um HC.

    Habeas data: Remdio utilizado em situaes em que se precisa de uma

    informao que seja importante, relevante, que esteja sendo sonegada por

    alguma razo. Se a administrao pblica nega, entra-se com o habeas data.Cabe para pessoa jurdica, pois a administrao pode ter os dados dela que so

    importantes. Para qualquer pessoa interessada, sempre ser individual, no

    cabe coletivo. No precisa de advogado e no tem gastos. O que acaba

    restando em controle da administrao pblica, mesmo sendo garantia

    constituio.

    Mandado de injuno: Toda vez que no houver norma regulamentadora.

    Como obriga a regulamentar mesmo com deciso? Como se sanciona por no

    fazer? Grande discusso. Ele pode ser para pessoa jurdica e ele pode ser

    coletivo. Ao Popular: Ao popular feita por cidado, requisito para ser cidado

    preciso ter ttulo de eleitor. Pessoa jurdica no pode entrar com ao popular.

    Pode ser coletiva, no precisa de advogado e nem custas. Existe a questo da

    m f. A ao popular um meio de oposio que tem que ser justa e legtima.

    Todos podem se colocar contra um ato que lese o patrimnio e que venha a

    ferir a moralidade. No pode usar desse instrumento para uma questo de

    vingana. Se comprovada a m f, sero cobradas as sucumbncias.

    Mandado de segurana: Usa-se quando no cabe o HC e o HD. Precisa que haja

    uma autoridade que pratique esse ato ilegal. O prazo para se interpor o

    mandado de segurana de 120 dias. Em circunstncias em que a

    administrao for omissa, conta-se 120 dias aps a cincia pelo interessado do

    ato impugnado. Esse prazo no se interrompe. Quem tem legitimidade para

    interpor mandado de segurana? Pessoa fsica, partido politico, entidade de

    classe, associaes, etc. Pode ser individual ou coletivo. Houve abuso de poder

    praticado por uma autoridade pblica, mesmo as submetidas ao sistema

    hbrido. Embora o Mackenzie seja entidade privada, ato ilegal cabe-se

    mandado de segurana, porque ele tem uma autorizao do ministrio da

    educao para prestar esse servio. Mandado de segurana precisa de

    advogado, as custas que existem so para efeitos fiscais. No existe

    sucumbncia, a exceo quando o Estado perde o mrito.

    Ao Civil Pblica: A improbidade administrativa acontece via ao civil

    pblica. Os legitimados so o MP, as pessoas jurdicas de direito pblico (direta

    e indireta). Associaes, defensorias podem. Pessoas jurdicas de direito

    privado (empresa pblica e sociedade annima) no podem. H uma

    condenao em dinheiro ou cumprimento de uma obrigao. A infrao

    administrativa pode ser sob o aspecto penal e sob o aspecto administrativo.Servidor pblico vai ser apurado, com a mesma infrao. Com essa ao, ele vai

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    sair do servio, vai ter multas a serem pagas, direitos polticos cassados, e a

    infrao cometida por ele pode ser tipificada no direito penal. Lembrar que no

    direito penal, se faz coisa julgada quando for absolvio por negativa de

    autoria. Na ao de improbidade tem 4 punies punio: a suspeno dos

    direitos polticos, recolhe-se o ttulo que ser carimbado e suspenso. Perda dafuno pblica, indisponibilidade de bens e ressarcimento ao valor errio. Essa

    infrao pode ser penal e julgada no mbito penal.