direito administrativo -...

148
DIREITO ADMINISTRATIVO JEFFERSON APARECIDO DIAS Procurador da República Procurador da República Twitter: @jeffdiasmpf Blog: jeffdiasmpf.wordpress.com

Upload: duongkien

Post on 05-Dec-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

DIREITO ADMINISTRATIVO

JEFFERSON APARECIDO DIASProcurador da RepúblicaProcurador da República

Twitter: @jeffdiasmpfBlog: jeffdiasmpf.wordpress.com

Page 2: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATOS ADMINISTRATIVOS

Principal fonte:DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo, 25 ed. São Paulo : Atlas, 2012.

Page 3: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO: Derivado do latim actus, de agere (levar, conduzir), tem o sentido de indicar de modo geral, toda ação resultante da manifestação da vontade

ou promovida pela vontade da pessoa. É tudo que acontece pela vontade de alguém (Vocabulário Jurídico, De Plácido e Silva, Volume I,

12.ª edição).

FATO: Derivado do latim factum, de facere (fazer, causar), é genericamente indicativo de todo acontecimento ou de todo ato, ou seja, de tudo que acontece, que se faz ou que é feito (Vocabulário Jurídico, De Plácido e

Silva, Volume II, 12.ª edição).

Page 4: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO x FATO

O direito civil faz distinção entre ato e fato; o primeiro é imputável ao homem; o segundo decorre de acontecimentos naturais, que

independem do homem ou que dele dependem apenas indiretamente.Quando o fato corresponde à descrição contida na norma legal, ele é chamado fato jurídico e produz efeitos no mundo do direito. Quando o

fato descrito na norma legal produz efeitos no campo do direito administrativo, ele é um fato administrativo.

Se o fato não produz qualquer efeito jurídico no direito administrativo, ele é chamado fato da Administração.

Page 5: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATOS DA ADMINISTRAÇÃO

Todo ato praticado no exercício da função administrativa é ato da Administração.

Essa expressão - ato da Administração - tem sentido mais amplo do que a expressão ato administrativo, que abrange apenas determinados atos

praticados no exercício da função administrativa.

Page 6: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATOS DA ADMINISTRAÇÃO

Dentre os atos da administração, incluem-se:

1) os atos de direito privado (doação, permuta, locação ...)2) os atos materiais da Administração (demolição de uma casa, apreensão

de mercadorias ...)3) atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor (atestados, certidões, 3) atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor (atestados, certidões,

pareceres, votos ...)4) os atos políticos

5) os contratos6) os atos normativos (decretos, portarias ...)

1) os atos administrativos propriamente ditos

Page 7: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

CONCEITOS

de Ato Jurídico:

Art. 81, do Código Civil de 1916 - todo ato lícito, que tenha por fim imediato Art. 81, do Código Civil de 1916 - todo ato lícito, que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos (não

existe conceito correspondente no novo Código Civil).

Page 8: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

CONCEITOS

de Ato Administrativo:

critério subjetivo, orgânico ou formal: ato administrativo é o que ditam os órgãos administrativos (mesmo os atos da administração)

critério objetivo, funcional ou material: ato administrativo é somente aquele praticado no exercício concreto da função administrativa, seja ele editado pelos órgãos administrativos ou pelos órgãos judiciais e

legislativos.

Page 9: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Entre os atos administrativos que não produzem efeitos jurídicos (e que seriam atos da administração):

1) atos materiais (reforma de um prédio);2) os despachos de encaminhamentos de papéis e processos;2) os despachos de encaminhamentos de papéis e processos;

3) os atos enunciativos ou de conhecimento;4) os atos de opinião (pareceres e laudos).

Page 10: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATRIBUTOS

1) Presunção de legitimidade e veracidade

A presunção de legitimidade diz respeito à conformidade do ato com a lei; em decorrência desse atributo, presumem-se, até prova em contrário, em decorrência desse atributo, presumem-se, até prova em contrário, que os atos administrativos foram emitidos com observância da lei.

A presunção de veracidade diz respeito aos fatos; em decorrência desse atributo presumem-se verdadeiros os fatos alegados pela

Administração.

Page 11: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATRIBUTOS

2) Imperatividade

Imperatividade é o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente de sua concordância.terceiros, independentemente de sua concordância.

Decorre da prerrogativa que tem o poder público de, por meio de atos unilaterais, impor obrigações a terceiros (Renato Alessi chama de

“poder extroverso”).

Page 12: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATRIBUTOS

2) Imperatividade

A imperatividade não existe em todos os atos administrativos, mas apenas A imperatividade não existe em todos os atos administrativos, mas apenas naqueles que impõem obrigações, quando se trata de ato que confere

direitos solicitados pelo administrado (como licença, autorização, permissão, admissão) ou de ato enunciado (certidão, atestado, parecer),

esse atributo inexiste.

Page 13: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATRIBUTOS

3) Autoexecutoriedade

Consiste a autoexecutoriedade em atributo pelo qual o ato administrativo pode ser posto em execução pela própria Administração Pública, sem

necessidade de intervenção do Poder Judiciário.Não existe em todos os atos administrativos, sendo possível apenas Não existe em todos os atos administrativos, sendo possível apenas

quando: expressamente prevista em lei ou quando se trata de medida urgente que, caso não adotada de imediato, possa ocasionar prejuízo

maior para o interesse público.a) exigibilidade

b) executoriedade

Page 14: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATRIBUTOS

4) Tipicidade

É o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados

resultados. Para cada finalidade que a Administração pretende alcançar existe um ato definido em lei. Decorre diretamente do princípio da

legalidade, impedindo que a Administração pratique atos inominados.

Page 15: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATRIBUTOS

4) Tipicidade

A tipicidade só existe com relação aos atos unilaterais; não existe nos contratos porque, com relação a eles, não há imposição de vontade da contratos porque, com relação a eles, não há imposição de vontade da Administração, que depende sempre da aceitação do particular; nada

impede que as partes convencionem um contrato inominado, desde que atenda melhor ao interesse público e ao do particular.

Page 16: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

Outros atributos:

RevogabilidadeEstabilidade

Impugnabilidade

Page 17: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

Elementos:

1) Sujeito1) Sujeito2) Objeto3) Forma4) Motivo

5) Finalidade

Page 18: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

Elementos:

1) Sujeito2) Objeto3) Forma3) Forma4) Motivo

5) Finalidade6) Conteúdo

7) Causa

Page 19: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

1) Sujeito

É aquele a quem a lei atribui competência para a prática do ato.No direito administrativo, não basta a capacidade; é necessário também No direito administrativo, não basta a capacidade; é necessário também

que o sujeito tenha competência.Competência é o conjunto de atribuições das pessoas jurídicas, órgãos e

agentes, fixadas pelo direito positivo.

Page 20: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

1) Sujeito

Aplicam-se à competência as seguintes regras:1) decorre sempre da lei

2) é inderrogável3) pode ser objeto de delegação ou de avocação

Critérios para a distribuição da competência:1) em razão da matéria (Ministérios / Secretarias)

2) em razão do território3) em razão do grau hierárquico

4) em razão do tempo5) em razão do fracionamento

Page 21: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

2) Objeto

Objeto ou conteúdo é o efeito jurídico imediato que o ato produz.

Alguns autores distinguem conteúdo e objeto: objeto é a coisa, a atividade, a relação de que o ato se ocupa e sobre a qual vai

recair o conteúdo do ato.

Page 22: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

2) Objeto

Como no direito privado, o objeto deve ser lícito (conforme à lei), possível Como no direito privado, o objeto deve ser lícito (conforme à lei), possível (realizável no mundo dos fatos e do direito), certo (definido quanto ao

destinatário, aos efeitos, ao tempo e ao lugar), e moral (em consonância com os padrões comuns de comportamento, aceitos como corretos,

justos, éticos).

Page 23: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

2) Objeto

Pode ser natural ou acidental.

Objeto natural é o efeito jurídico que o ato produz, sem necessidade de expressa menção; é o que decorre da própria natureza do ato.

Page 24: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

2) Objeto

Objeto acidental é o efeito jurídico que o ato produz em decorrência de cláusulas acessórias apostas ao ato pelo sujeito que o pratica; ele traz alguma alteração no objeto natural; compreende o termo, o modo ou alguma alteração no objeto natural; compreende o termo, o modo ou

encargo e a condição.Pelo termo, indica-se o dia em que inicia ou termina a eficácia do ato.

O modo é um ônus imposto ao destinatário do ato.A condição é a cláusula que subordina o efeito do ato a evento futuro e

incerto (suspensiva e resolutiva).

Page 25: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

3) Forma

Concepção restrita: exteriorização do atoConcepção ampla: não só a exteriorização do ato, mas todas as

finalidades que devem ser observadas durante o processo de finalidades que devem ser observadas durante o processo de formação da vontade da Administração

Na concepção restrita, considera-se o ato isoladamente e na concepção ampla, considera-se o ato dentro de um procedimento, mas tanto a

inobservância da forma quanto a do procedimento produzem a ilicitude do ato.

Page 26: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

3) Forma

Excepcionalmente, admitem-se ordens verbais, gestos, apitos, sinais luminosos. Há, ainda, casos excepcionais de cartazes e placas luminosos. Há, ainda, casos excepcionais de cartazes e placas

expressarem a vontade da Administração, como os que proíbem estacionar nas ruas, vedam o acesso de pessoas a determinados locais, proíbem fumar. Em todas essas hipóteses, tem que se tratar de gestos

ou sinais convencionais, que todos possam compreender.

Page 27: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

3) Forma

Até mesmo o silêncio pode significar forma de manifestação de vontade, quando a lei assim o prevê; normalmente ocorre quanto a lei fixa um prazo, findo o qual o lei assim o prevê; normalmente ocorre quanto a lei fixa um prazo, findo o qual o

silêncio da Administração significa concordância ou discordância.Alguns aplicam no direito administrativo a classificação das formas em essenciais e

não essenciais; no entanto esta distinção deve ser repelida, vez que não existem critérios seguros para distinguir umas e outras.

Page 28: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

3) Forma

É só o exame de cada caso concreto que permite concluir se a forma é ou É só o exame de cada caso concreto que permite concluir se a forma é ou não essencial; terá essa qualidade necessariamente quando for estabelecida como garantia de respeito aos direitos individuais.

Page 29: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

Quanto à forma, a Lei 9784/99 estabelece em seu art. 22:

Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.

§§§§1º Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade

responsável.

Page 30: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

Quanto à forma, a Lei 9784/99 estabelece em seu art. 22:

§§§§2º Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida de autenticidade.

§§§§3º A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo.

§§§§4º O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas.

Page 31: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

4) Finalidade

Finalidade é o resultado que a Administração quer alcançar com a prática do ato.

Enquanto o objeto é o efeito jurídico imediato que o ato produz (aquisição, Enquanto o objeto é o efeito jurídico imediato que o ato produz (aquisição, transformação ou extinção de direitos) a finalidade é o efeito mediato.

Distingue-se do motivo, porque este antecede a prática do ato, enquanto a finalidade sucede à prática do ato, porque corresponde a algo que a

Administração quer alcançar com a sua edição.

Page 32: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

4) Finalidade

Pode-se falar em fim ou finalidade em dois sentidos:a) sentido amplo: a finalidade sempre corresponde à consecução de um

resultado de interesse público (finalidade pública)resultado de interesse público (finalidade pública)b) sentido estrito: é o resultado específico que cada ato deve produzir,

conforme definido em lei.Seja infringida a finalidade legal do ato (em sentido estrito), seja

desatendido o seu fim de interesse público (sentido amplo), o ato será ilegal, por desvio de poder.

Page 33: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

4) Finalidade

Exemplos de violações:

Transferência de funcionário público para puni-lo - sentido estrito

Desapropriação visando prejudicar inimigo político - sentido amplo

Page 34: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

5) Motivo

Motivo é o pressuposto de fato (conjunto de circunstâncias, de acontecimentos, de situações que levam a Administração a praticar o

ato) e de direito (dispositivo legal em que se baseia o ato) que serve de ato) e de direito (dispositivo legal em que se baseia o ato) que serve de fundamento ao ato administrativo e corresponde ao conjunto de

circunstâncias, de acontecimentos, de situações que leva a Administração a praticar o ato.

A ausência de motivo ou a indicação de motivo falso invalidam o ato administrativo.

Page 35: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

5) Motivo

Não se confundem motivo e motivação do ato. Motivação é a exposição dos motivos, ou seja, é a demonstração, por escrito, de que os

pressupostos de fato realmente existiram. Para punir, a Administração pressupostos de fato realmente existiram. Para punir, a Administração deve demonstrar a prática da infração. A motivação diz respeito às

formalidades do ato, que integram o próprio ato, vindo sob a forma de “consideranda”; outras vezes, está contida em parecer, laudo, relatório, emitido pelo próprio órgão expedidor do ato ou por outro órgão, técnico

ou jurídico.

Page 36: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

5) Motivo

Discute-se se a motivação é ou não obrigatória. Para alguns, ela é obrigatória quando se trata de ato vinculado, pois, nesse caso, a

Administração deve demonstrar que o ato está em conformidade com Administração deve demonstrar que o ato está em conformidade com os motivos indicados na lei; para outros, ela somente é obrigatória no

caso dos atos discricionários, porque nestes é que se faz mais necessária a motivação, pois, sem ela, não se teria meios de conhecer e

controlar a legitimidade dos motivos que levaram a Administração a praticar o ato.

Page 37: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

5) Motivo

Entendemos que a motivação é, em regra, necessária, seja para os atos vinculados, seja para os atos discricionários, pois constitui

garantia de legalidade.garantia de legalidade.Ainda relacionada com o motivo, há a teoria dos motivos

determinantes, pela qual a validade do ato se vincula aos motivos indicados como seu fundamento, de tal modo que, se

inexistentes ou falsos, implicam a sua nulidade.

Page 38: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

Causa:

é a correlação lógica entre o motivoé a correlação lógica entre o motivo(pressuposto de fato para o citado ato)e o conteúdo em função da finalidade

legal do ato editado.

Page 39: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

DISCRICIONARIEDADEDISCRICIONARIEDADEE

VINCULAÇÃO

Page 40: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

DISCRICIONARIEDADE E VINCULAÇÃO

A Administração Pública, no exercício da função administrativa é vinculada quando a lei estabelece a única solução possível diante de determinada

situação de fato; ela fixa todos os requisitos, cuja existência a Administração deve limitar-se a constatar, sem qualquer margem de Administração deve limitar-se a constatar, sem qualquer margem de

apreciação subjetiva.E a atuação é discricionária quando a Administração, diante do caso

concreto, tem a possibilidade de apreciá-lo segundo critérios de oportunidade e conveniência e escolher uma dentre duas ou mais

soluções, todas válidas para o direito.

Page 41: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

1) Sujeito 2) Objeto 3) Forma 4) Motivo 4) Motivo 5) Finalidade

V – vinculado D - discricionário

Page 42: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

1) Sujeito - V2) Objeto - V/D3) Forma - V/D3) Forma - V/D4) Motivo - V/D5) Finalidade - V/D

V – vinculado D - discricionário

Page 43: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

DISCRICIONARIEDADE E VINCULAÇÃO

1) com relação ao SUJEITO, o ato é sempre vinculado; só pode praticá-lo aquele a quem a lei conferiu competência

2) quanto à FINALIDADE, também existe vinculação, embora seja possível 2) quanto à FINALIDADE, também existe vinculação, embora seja possível uma diferenciação: a finalidade em sentido amplo é sempre

discricionário, vez que a lei usa noções vagas e imprecisas (ordem pública, moral, segurança, bem-estar) e em sentido estrito, é sempre

vinculado, pois cada ato tem um fim específico.

Page 44: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

DISCRICIONARIEDADE E VINCULAÇÃO

3) com relação à FORMA, os atos são em geral vinculados porque a lei previamente a define. Eventualmente, se prevê mais de uma forma para praticar o mesmo ato, casos em que existe discricionariedade quanto a

forma.4) o MOTIVO pode ser vinculado ou discricionário: quando a lei usar 4) o MOTIVO pode ser vinculado ou discricionário: quando a lei usar

noções precisas, será vinculado (aposentadoria compulsória aos 70 anos) e será discricionário quando a lei não o definir, deixando-o ao

inteiro critério da Administração (exoneração ex officio) ou quando a lei define-o utilizando noções vagas, vocábulos plurissignificativos (falta

grave)..

Page 45: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

DISCRICIONARIEDADE E VINCULAÇÃO

5) com relação ao OBJETO ou conteúdo, o ato será vinculado quando a lei estabelecer apenas um objeto como possível para atingir determinado fim (uma única punição) e discricionário quando houver vários objetos fim (uma única punição) e discricionário quando houver vários objetos

possíveis para atingir o mesmo fim, sendo todos válidos perante o direito (quando para a mesma infração, existe várias penas que podem

ser aplicadas).

Page 46: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

LEGALIDADELEGALIDADEe

MÉRITO ADMINISTRATIVO

Page 47: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

A partir da idéia de que certos elementos do ato administrativo são sempre vinculados (a competência e a finalidade, em sentido estrito), pode-se

afirmar que não existe ato administrativo inteiramente discricionário. No ato vinculado, todos os elementos vêm definidos em lei; no ato

discricionário, alguns elementos vêm definidos em lei, com precisão, e outros são deixados à decisão da Administração, com maior ou menor outros são deixados à decisão da Administração, com maior ou menor

liberdade de apreciação da oportunidade e conveniência.Por isso se diz que o ato vinculado é analisado apenas sob o aspecto da

legalidade e o ato discricionário deve ser analisado sob o aspecto da legalidade e do mérito.

Page 48: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

LIMITES DA DISCRICIONARIEDADEee

CONTROLE DO PODER JUDICIÁRIO

Page 49: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Com relação aos atos vinculados, não existe restrição, pois sendo todos os elementos definidos em lei, caberá ao Judiciário examinar, em todos os

seus aspectos, a conformidade do ato com a lei, para decretar a sua nulidade se reconhecer que essa conformidade inexistiu.

Com relação aos atos discricionários, o controle judicial é possível mas terá que respeitar a discricionariedade administrativa nos limites em

que ela é assegurada à Administração Pública pela lei.

Page 50: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

A rigor, pode-se dizer que, com relação ao ato discricionário, o Judiciário pode apreciar os aspectos da legalidade e verificar se a Administração não ultrapassou os limites da discricionariedade; neste caso, pode o Judiciário invalidar o ato, porque a autoridade ultrapassou o espaço

livre deixado pela lei e invadiu o campo da legalidade.

Teoria relativa ao desvio de poder: o desvio de poder ocorre quando a autoridade usa do poder discricionário para atingir fim diferente

daquele que a lei fixou. Nestes casos, pode o Judiciário decretar a nulidade do ato.

Page 51: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Teoria dos motivos determinantes: quando a Administração indica os motivos que a levaram a praticar o ato, este somente será válido se os

motivos forem verdadeiros.

Outras interpretações visam limitar a discricionariedade administrativa: conceitos legais indeterminados, razoabilidade, moralidade, etc.

Page 52: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

TEMAS IMPORTANTES DA ATUALIDADE

PRINCÍPIO DA RESERVA DO POSSÍVEL

XX

PRINCÍPIO DO NÃO-RETROCESSO SOCIAL EPRINCÍPIO DO MÍNIMO EXISTENCIAL

Page 53: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

CLASSIFICAÇÃO

1) quanto às prerrogativas com que atua a Administração, os atos podem ser de império e de gestão.

a) atos de império: praticados pela Administração com todas as prerrogativas e privilégios de autoridade e impostos unilateral e prerrogativas e privilégios de autoridade e impostos unilateral e

coercitivamente ao particular independentemente de autoridade judicial.b) atos de gestão: os praticados pela Administração em situação de igualdade com os particulares, para a conservação e desenvolvimento

do patrimônio público e para a gestão de seus serviços

Page 54: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

CLASSIFICAÇÃO

2) quanto à função da vontade, os atos administrativos classificam-se em atos administrativos propriamente ditos e puros ou meros atos

administrativos.a) no ato administrativo propriamente dito há uma declaração de vontade

da Administração, voltada para a obtenção de determinados efeitos da Administração, voltada para a obtenção de determinados efeitos jurídicos definidos em lei

b) no mero ato administrativo, há uma declaração de opinião (parecer), conhecimento (certidão) ou desejo (voto num órgão colegiado). Pela definição de Maria Silvia, não são atos administrativos, mas sim, atos

da Administração.

Page 55: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

CLASSIFICAÇÃO

3) quanto à formação da vontade, os atos podem ser simples, complexos ou compostos.

a) simples: são os que decorrem da declaração de vontade de um único órgão, seja ele singular ou colegiado.

Page 56: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

CLASSIFICAÇÃO

b) complexos: são os que resultam da manifestação de dois ou mais órgãos, sejam eles singulares ou colegiados, cuja vontade se funde

para formar um ato único (decreto assinado pelo Presidente e referendado pelo Ministro)

c) composto: é o que resulta da manifestação de dois um mais órgãos, em que a vontade de um é instrumental em relação a de outro, que edita o que a vontade de um é instrumental em relação a de outro, que edita o ato principal. Enquanto no ato complexo fundem-se vontades praticar

um ato só, no ato composto, praticam-se dois atos, um principal e outro acessório; este último pode ser pressuposto ou complementar daquele

(nomeação do Procurador-Geral da República)

Page 57: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

O que é efeito O que é efeito

PRODRÔMICO?

Page 58: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Fernanda Marinela ensina que alguns atos administrativos além do efeito típico podem produzir efeitos secundários, também chamados atípicos. Efeito típico é aquele esperado, específico a certa categoria de ato. Já os efeitos atípicos podem

ser reflexos ou prodrômicos.O efeito atípico reflexo do ato atinge terceiros estranhos a sua prática. O efeito atípico

prodrômico do ato, por sua vez, ocorre nos atos complexos ou compostos, e surge antes do ato concluir seu ciclo de formação, consubstanciando-se em situação de antes do ato concluir seu ciclo de formação, consubstanciando-se em situação de

pendência de alguma outra formalidade.Marinela explica que o efeito prodrômico do ato se dá, por exemplo, quando a

primeira autoridade se manifesta e surge a obrigação de um segundo também fazê-lo, constatado neste meio tempo; o efeito prodrômico independe da vontade

do administrador e não pode ser suprimido.

Page 59: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

CLASSIFICAÇÃO

4) quanto aos destinatários, os atos administrativos podem ser gerais ou individuais

a) os atos gerais atingem todas as pessoas que se encontram na mesma situação; são os atos normativos praticados pela Administração.

b) atos individuais são os que produzem efeitos jurídicos no caso concreto.

Page 60: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

CLASSIFICAÇÃO

5) quanto à exigibilidade, o ato administrativo pode ser perfeito, imperfeito, pendente e consumado.

a) perfeito: é aquele que está em condições de produzir efeitos jurídicos, porque já completou todo o seu ciclo de formação.porque já completou todo o seu ciclo de formação.

Não se confundem perfeição e validade. O ato pode ter completado o seu ciclo de formação mas ser inválido e vice-versa.

Page 61: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

CLASSIFICAÇÃO

b) imperfeito: é o que não está apto a produzir efeitos jurídicos, porque não completou o seu ciclo de formação.

c) pendente: já completou se ciclo de formação, mas está sujeito a condição ou termo para que comece a produzir efeitos.condição ou termo para que comece a produzir efeitos.

d) consumado: é o que já exauriu os seus efeitos. Ele se torna definitivo, não podendo ser impugnado, administrativa ou judicialmente; quando muito pode gerar responsabilidade administrativa ou criminal quando

se trata de ato ilícito.

Page 62: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

CLASSIFICAÇÃO

6) quando aos efeitos, o ato administrativo pode ser constitutivo, declaratório ou enunciativo.

a) constitutivo: é aquele pelo qual a Administração cria, modifica ou extingue um direito ou uma situação do administrado (permissão,

autorização)b) declaratório: é aquele em que a Administração apenas reconhece um b) declaratório: é aquele em que a Administração apenas reconhece um

direito que já existia antes do ato (admissão, licença, homologação, isenção, anulação)

c) enunciativo: é aquele pelo qual a Administração apenas atesta ou reconhece determinada situação de fato ou de direito. Para Maria Sylvia

seriam apenas atos da Administração.

Page 63: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE

1) Quanto ao conteúdo

a) autorização: ato administrativo unilateral, discricionário e precário, pelo a) autorização: ato administrativo unilateral, discricionário e precário, pelo qual a Administração faculta ao particular o uso privativo de bem público, ou o desempenho de atividade material, ou a prática de ato que se, sem

esse consentimento, seriam legalmente proibidos.

Page 64: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE

b) licença: é o ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a Administração faculta àquele que preencha os requisitos legais o

exercício de uma atividade.A diferença entre licença e autorização, acentua Cretella Júnior, é nítida, A diferença entre licença e autorização, acentua Cretella Júnior, é nítida,

porque o segundo desses institutos envolve interesse, “caracterizando-se como ato discricionário, ao passo que a licença envolve direitos,

caracterizando-se como ato vinculado”.A autorização é ato constitutivo e a licença é ato declaratório de direito

preexistente.

Page 65: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE

c) admissão: é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração reconhece ao particular que preencha os requisitos legais o direito à

prestação de um serviço público.

d) permissão: em sentido amplo, designa o ato administrativo unilateral, discricionário e precário, gratuito ou oneroso, pelo qual a Administração

Pública faculta ao particular a execução de serviço público ou a utilização privativa de bem público.

Page 66: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE

e) aprovação: é o ato unilateral e discricionário pelo qual se exerce o controle a priori ou a posteriori do ato administrativo. No controle a

priori, eqüivale à autorização para a prática do ato; no controle a posteriori equivale ao seu referendo.posteriori equivale ao seu referendo.

f) homologação: é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pública reconhece a legalidade de um ato jurídico. Ela se realiza sempre a posteriori e examina apenas o aspecto de legalidade, no que distingue

da aprovação.

Page 67: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE

g) parecer: é o ato pelo qual os órgãos consultivos da Administração emitem opinião sobre assuntos técnicos ou jurídicos de sua

competência: Podem ser: facultativo (quando pode ou não ser solicitado), obrigatório (quando a lei o exige como pressuposto de

validade para a prática do ato final) e vinculante (quando a Administração é obrigada a solicitá-lo e a acatar a sua conclusão).é obrigada a solicitá-lo e a acatar a sua conclusão).

a) visto: é o ato administrativo unilateral pelo qual a autoridade competente atesta a legitimidade formal de outro ato jurídico. Não significa

concordância com o seu conteúdo. Não encerra manifestação de vontade.

Page 68: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE

Apesar do parecer ser, em regra, ato meramente opinativo, que não produz efeitos jurídicos, o Supremo Tribunal Federal tem admitido a

responsabilização de consultores jurídicos quanto o parecer for responsabilização de consultores jurídicos quanto o parecer for vinculante para a autoridade administrativa, desde que proferido com

má-fé ou culpa.

(STF, MS 24.631/DF)

Page 69: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

2) Quanto a forma:

a) decreto: é a forma de que se revestem os atos individuais ou gerais, emanados do Chefe do Poder Executivo (Presidente da República,

Governador e Prefeito).Governador e Prefeito).

Regulamentar ou de execução - quando expedido para fiel execução da lei

Page 70: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

2) Quanto a forma:

Independente ou autônomo - quando disciplina matéria não regulada em lei. A partir da Constituição de 1988, não há fundamento para esse tipo de

decreto no direito brasileiro, salvo nas hipóteses previstas no art. 84, VI, decreto no direito brasileiro, salvo nas hipóteses previstas no art. 84, VI, da Constituição, com a redação dada pela Emenda Constitucional n.

32/01; assim mesmo, é uma independência bastante restrita porque as normas do decreto não poderão implicar aumento de despesa nem

criação ou extinção de órgãos públicos.

Page 71: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

2) Quanto a forma:

b) resolução e portaria: são formas de que se revestem os atos, gerais ou individuais, emanados de autoridades outras que não o Chefe do

Executivo.

c) circular: é o instrumento de que se valem as autoridades para transmitir ordens internas uniforme a seus subordinados.

Page 72: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

2) Quanto a forma:

d) despacho: é o ato administrativo que contém decisão das autoridades administrativas sobre assunto de interesse individual ou coletivo

submetido à sua apreciação.submetido à sua apreciação.

e) alvará: é o instrumento pelo qual a Administração Pública confere licença ou autorização para a prática de ato ou exercício de atividades sujeitos

ao poder de polícia do Estado.

Page 73: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

EXTINÇÃO

Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, um ato administrativo extingue-se por:

A) ATO EFICAZ

I - cumprimento de seus efeitos;a) esgotamento do conteúdo jurídico (gozo de férias do funcionário)

b) execução material (demolição da casa)c) implemento de condição resolutiva ou termo formal

II - desaparecimento do sujeito ou do objeto;

Page 74: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

EXTINÇÃO

A) ATO EFICAZ

III - retirada, que abrange: a) revogaçãob) invalidaçãob) invalidação

c) cassação (o destinatário descumpriu condições)d) caducidade (nova lei que formou impossível ato – lei de zoneamento)

e) contraposição (ou derrubada: praticado um novo ato com efeitos contrapostos, ex: exoneração e nomeação)

IV – renúncia (renúncia do cargo)

Page 75: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

EXTINÇÃO

B) ATO INEFICAZ

a) mera retirada (revogação ou invalidação);

b) recusa.

Page 76: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Vícios relativos ao SUJEITO:

1) Incompetência:

a) usurpação de função: quando a pessoa que pratica o ato não foi por qualquer modo investida no cargo, emprego ou função (crime previsto qualquer modo investida no cargo, emprego ou função (crime previsto

no art. 328 do CP).

b) excesso de poder: ocorre quando o agente público excede os limites de sua competência.

Page 77: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Vícios relativos ao SUJEITO:

1) Incompetência:

Abuso de poder: vício do ato administrativo que ocorre quando o agente público exorbita de suas atribuições (excesso de poder) ou pratica o ato público exorbita de suas atribuições (excesso de poder) ou pratica o ato com finalidade diversa da que decorre implícita ou explicitamente da lei

(desvio de poder). Pode configurar crime de abuso de autoridade.

Page 78: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Vícios relativos ao SUJEITO:

1) Incompetência:

c) função “de fato”: ocorre quando a pessoa que pratica o ato está irregularmente investida no cargo, emprego o função, mas a sua situação

tem toda a aparência de legalidade.tem toda a aparência de legalidade.Ao contrário do ato praticado por usurpador de função, que a maioria dos

autores considera como inexistente, o ato praticado por funcionário de fato é considerado válido, precisamente pela aparência de legalidade de

que se reveste; cuida-se de proteger a boa-fé do administrado.

Page 79: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Vícios relativos ao SUJEITO:

2) Incapacidade:

Além dos vícios de incompetência, ainda existem os de incapacidade, previstos nos artigos 5.º e 6.º do Código Civil, e os resultantes de erro,

dolo, coação, simulação ou fraude.dolo, coação, simulação ou fraude.

Nota do professor: parte da Jurisprudência entende que, nos atos estritamente vinculados (exemplo: aprovação de planta para construção civil), apenas a incapacidade do agente não provoca, necessariamente,

ao vício do ato.

Page 80: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Vícios relativos ao OBJETO

A ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo (art. 2.º, violação de lei, regulamento ou outro ato normativo (art. 2.º,

parágrafo único, “c”, da Lei n.º 4.717).

Page 81: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Ocorrerá quando o objeto for:

a) proibido pela lei: um Município que desaproprie bem imóvel da União;b) diverso do previsto na lei para o caso sobre o qual incide: a autoridade

aplica a pena de suspensão, quando cabível a de repreensão;c) impossível, porque os efeitos pretendidos são irrealizáveis, de fato ou de

direito: a nomeação para um cargo inexistente;direito: a nomeação para um cargo inexistente;d) imoral: parecer emitido sob encomenda, apesar de contrário ao

entendimento de quem profere;e) incerto em relação aos destinatários, às coisas, ao tempo, ao lugar:

desapropriação de bem não definido com precisão.

Page 82: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Vícios relativos à FORMA

“O vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou

seriedade do ato” (art. 2.º, parágrafo único, “b”, da Lei n.º 4.717).

Page 83: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Vícios quanto ao MOTIVO

Ocorrerá vício do ato administrativo nas hipóteses de inexistência Ocorrerá vício do ato administrativo nas hipóteses de inexistência ou falsidade dos motivos que fundamentaram o ato.

Page 84: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Vícios relativos à FINALIDADE

Desvio de poder ou desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato com inobservância do interesse público ou com

objetivo diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na lei.objetivo diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na lei.A grande dificuldade com relação ao desvio de poder é a sua

comprovação, pois o agente não declara a sua verdadeira intenção; ele procura ocultá-la para produzir a enganosa impressão de que o

ato é ilegal.

Page 85: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Por isso mesmo, o desvio de poder comprova-se por meio de indícios; são os “sintomas” a que se refere Cretella Júnior:

a) a motivação insuficienteb) a motivação contraditória

c) a irracionalidade do procedimento, acompanhada da edição do atoc) a irracionalidade do procedimento, acompanhada da edição do atod) a contradição do ato com as resultantes dos atos

e) a camuflagem dos fatosf) a inadequação entre os motivos e os efeitos

g) o excesso de motivação

Page 86: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

EXISTEM ATOS ADMINISTRATIVOSEXISTEM ATOS ADMINISTRATIVOSANULÁVEIS ??

Page 87: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

EXISTEM ATOS ADMINISTRATIVOSANULÁVEIS ??

Hely Lopes Meirelles – não, apenas ato nulo

Celso Antonio Bandeira de Mello - sim

Page 88: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

CONVALIDAÇÃO (SANEAMENTO OU SANATÓRIA)

É o ato administrativo discricionário (ou vinculado – mudança de posição) pelo qual é suprido o vício existente em um ato ilegal, com

efeitos retroativos à data em que este foi praticado.Ela é feita, em regra, pela Administração, mas eventualmente poderá ser Ela é feita, em regra, pela Administração, mas eventualmente poderá ser

feita pelo administrado, quando a edição do ato dependia da manifestação de sua vontade e a exigência não foi observada.

No entanto, não poderá ser convalidado um ato que cause prejuízo a terceiros ou que tenha sido produzido de má-fé.

Page 89: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

É POSSÍVEL A CONVALIDAÇÃOSE O VÍCIO FOR:

1) Sujeito? 1) Sujeito? 2) Forma? 3) Motivo? 4) Finalidade? 5) Objeto?

Page 90: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

É POSSÍVEL A CONVALIDAÇÃOSE O VÍCIO FOR:

1) Sujeito? SIM2) Forma? SIM2) Forma? SIM3) Motivo? NÃO4) Finalidade? NÃO5) Objeto? NÃO

(cabe CONVERSÃO)

Page 91: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Quanto ao sujeito, se o ato for praticado com vício de incompetência, admite-se a convalidação, que nesse caso recebe o nome de

ratificação, desde que não se trate de competência outorgada com exclusividade, hipótese em que se exclui a possibilidade de

delegação ou de avocação.

Em relação à forma, a convalidação é possível se ela não for essencial.

Quanto ao motivo e à finalidade, nunca é possível a convalidação.

Page 92: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

O objeto ou conteúdo ilegal não pode ser objeto de convalidação. É possível a conversão, que consiste na substituição de um ato por outro: a Administração converte um ato inválido em ato de outra categoria, com efeitos retroativos à data do ato original, visando

aproveitar os efeitos já produzidos.

Não se confunde conversão com reforma, pois aquela atinge ato ilegal e retroage, enquanto esta afeta ato válido, se faz por motivos de oportunidade e conveniência, e produz efeitos para o futuro.

Page 93: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

CONVERSÃO: exemplo – uma concessão de uso feita sem licitação, quando a lei exige, pode ser convertida em permissão precária, em

que não há a mesma exigência.

REFORMA: um decreto que expropria parte de um imóvel é reformado para abranger o imóvel inteiro.

Page 94: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

QUANDO A CONVALIDAÇÃOSERÁ:

DISCRIONÁRIA?

VINCULADA?

Page 95: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Weida Zancaner: “só existe uma hipótese em que a Administração Pública pode optar entre o dever de convalidar e o dever de invalidar segundo critérios discricionários. É o caso de ato discricionário praticado pela

autoridade incompetente”autoridade incompetente”

No caso de ato vinculado, a convalidação também será vinculada.

Page 96: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

CONFIRMAÇÃOÉ a decisão da Administração que implica renúncia ao poder de anular

o ato ilegal.No direito administrativo, a Administração não pode ficar sujeita à

vontade do particular para decretar ou não a nulidade. Mas a própria administração pode deixar de fazê-lo por razões de

interesse público quando a anulação possa causar prejuízo maior interesse público quando a anulação possa causar prejuízo maior do que a manutenção do ato.

Somente é possível quando não causar prejuízo a terceiros, uma vez que estes, desde que prejudicados pela decisão, poderão impugná-

la pela via administrativa ou judicial.Outra hipótese de confirmação é a que ocorre em decorrência da

prescrição do direito de anular o ato.

Page 97: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

REVOGAÇÃO

É o ato administrativo discricionário pelo qual a Administração extingue um ato válido, por razões de oportunidade e conveniência.

Como a revogação atinge um ato que foi editado em conformidade com a lei, ela não retroage; os seus efeitos se produzem a partir da própria lei, ela não retroage; os seus efeitos se produzem a partir da própria

revogação; são efeitos ex nunc (a partir de agora).Enquanto a anulação pode ser feita pelo Judiciário e pela Administração, a

revogação é privativa desta última porque os seus fundamentos -oportunidade e conveniência - são vedados à apreciação do Poder

Judiciário.

Page 98: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Limites à revogação:

1) não podem ser revogados os atos vinculados; quando a lei preveja impropriamente a revogação de ato vinculado, ocorre uma verdadeira

desapropriação de direito, a ser indenizada na forma da lei;desapropriação de direito, a ser indenizada na forma da lei;2) não podem ser revogados os atos que exauriram os seus efeitos; como

a revogação não retroage, ela pressupõe ato que encontra-se produzindo efeitos

Page 99: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Limites à revogação:

3) a revogação não pode ser feita quando já se exauriu a competência relativamente ao objeto do ato; apresentado recurso, apenas a

autoridade superior poderá revogar o ato.4) a revogação não pode atingir os meros atos administrativos como

certidões, atestados, etc.certidões, atestados, etc.5) também não podem ser revogados os atos que integram um

procedimento, pois a cada novo ato ocorre a preclusão com relação ao ato anterior

6) não podem ser revogados os atos que geram direitos adquiridos (Súmula 473, STF)

Page 100: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

PROCESSO E PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVOPROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

Page 101: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Processo e Procedimento

ModalidadesModalidades

1) Contencioso (adotado na França)2) Gracioso (adotado no Brasil)

Page 102: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Classificação paraHely Lopes Meirelles:

1) Processos administrativos1) Processos administrativospropriamento ditos

2) Processo de expediente

Page 103: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

PRINCÍPIOS

Publicidade

OficialidadeOficialidade

Obediência à forma e aos procedimentos

Gratuidade

Page 104: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

PRINCÍPIOS

Ampla defesa e contraditório

AtipicidadeAtipicidade

Pluralidade de instâncias(e o depósito prévio?)

Page 105: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

PRINCÍPIOS

Economia processual

Duração razoável do processoDuração razoável do processo

Page 106: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

PROCESSO ADMINISTRATIVODISCIPLINAR

Fases:1) Instauração1) Instauração

2) Instrução3) Defesa

4) Relatório5) Decisão

Page 107: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

PROCESSO SUMÁRIO

SindicânciaFatos ou pessoas ?Fatos ou pessoas ?

Verdade sabida

Page 108: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

A PRESCRIÇÃO NODIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVO

Page 109: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Notas extraídas de:DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella.

Direito administrativo,Direito administrativo,25 ed. São Paulo : Atlas, 2012.

Page 110: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

ATO ADMINISTRATIVO

PRESCRIÇÃO:1) Perda do prazo para recorrer de decisão

administrativa;administrativa;2) Perda do prazo para que a Adm reveja

os seus próprios atos;3) Perda do prazo para aplicação de

penalidades administrativas.

Page 111: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

1) Perda do prazo para recorrer de decisãoAdministrativa:

Lei 8112/90 – 5 anos

Lei 9784/99 – 10 dias

Page 112: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

2) Perda do prazo para que a Adm revejaos seus próprios atos:

Régis Fernandes de Oliveira – não existe prazo

Celso Antonio – 20 anos (atos nulos) e4 anos (atos anuláveis)

Hely e Maria Sylvia – 5 anos (Decreto 20.910/32)Direito real – Código Civil

5 anos (Lei 9784/99)

Page 113: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

3) Perda do prazo para aplicação depenalidades administrativas:

Lei 8112/90: 180 dias (advertência),2 anos (suspensão) e 5 anos 2 anos (suspensão) e 5 anos

(demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição do cargo

PODER DE POLÍCIA: 5 anos

Page 114: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Notas extraídas do livro: BANDEIRA DE MELLO, Celso Antonio.

Curso de Direito Administrativo. Curso de Direito Administrativo. 28 ed. Malheiros : São Paulo, 2011.

Page 115: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

I. Prescrição, decadência e preclusão

PRESCRIÇÃO

“Prescrição é ... “a perda da ação judicial, vale dizer, do meio de defesa de uma pretensão jurídica, pela exaustão do prazo legalmente previsto para utilizá-la” (lição de Câmara Leal).legalmente previsto para utilizá-la” (lição de Câmara Leal).

A perda da ação não significa, ou, pelo menos, não necessariamente significa, a perda do direito.

Page 116: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

DECADÊNCIA

Decadência é a perda do próprio direito, em si mesmo, por não utilizá-lo no prazo previsto na seu exercício, evento, não utilizá-lo no prazo previsto na seu exercício, evento, este, que sucede quando a única forma de expressão do direito coincide conaturalmente com o direito de ação.

Page 117: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

A distinção entre os institutos da prescrição e da decadência é importante porque o prazo prescricional pode ser suspenso

ou interrompido, ao passo que o prazo de decadência é ou interrompido, ao passo que o prazo de decadência é fatal: nem se interrompe, nem se suspende.

Page 118: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Suspensão da prescrição é a paralisação temporária da fluência do prazo prescricional – por força de fato ou ato a

que a lei atribua tal efeito -, o qual, uma vez cessada a que a lei atribua tal efeito -, o qual, uma vez cessada a causa suspensiva, recomeça a correr, computando-se o

período transcorrido antes da suspensão.

Page 119: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Interrupção da prescrição é a inutilização do lapso temporal prescritivo já transcorrido, de maneira a recomeçar a

contagem de seu prazo a partir do ato ou fato a que a lei contagem de seu prazo a partir do ato ou fato a que a lei reconheça tal efeito.

Page 120: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Preclusão é a perda de uma oportunidade processual (logo, ocorrida depois de instaurada a relação processual), pelo

decurso do tempo previsto para seu exercício, acarretando a superação daquele estágio do processo (judicial ou

administrativo). Difere da prescrição em que nesta o que se administrativo). Difere da prescrição em que nesta o que se perde é o direito de ação, pelo quê seu termo inicial é sempre anterior ao processo (salvo nas excepcionais

hipóteses de prescrição intercorrente).

Page 121: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

II. Prescrição (ou outro prazo extintivo) da pretensão do administrado a pleitear direito na via administrativa.

O prazo (prescricional) para o exercício do direito de “reclamação administrativa”, se outro não estiver previsto em lei especial, é de um

ano, a teor do art. 6º do Decreto 20.910.

Os prazos para a interposição de recursos são previstos nas leis atinentes a Os prazos para a interposição de recursos são previstos nas leis atinentes a cada matéria. Se não o forem, devem observar as leis de processo

administrativo (federal, estadual, municipal ou distrital).

Exemplo: prazo recursal nos casos de licitação – preclusão.

Page 122: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

6. Importa advertir, entretanto, que, mesmo preclusa a via administrativa, ou estando prescrita, nesta via, a possibilidade de o administrado

insurgir-se, por escoamento dos limites temporais próprios, a Administração não poderá ignorar sua manifestação se esta contende procedentemente o ato impugnado, salvo se já estiver prescrita na via

judicial.judicial.

Mas se já tiver ocorrido a prescrição da via judicial? A Administração não mais poderá interferir (posição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro).

Page 123: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

III. Prescrição de ações judiciais do administrado contra o Poder Público

7. As ações judiciais do administrado contra o Poder Público, nos termos do art. 1º do Decreto 20.910, deveriam, em regra, prescrever em cinco

anos.

Por força do Decreto-lei 4.597 (art. 2º) a prescrição qüinqüenal foi expressamente estendida às autarquias, e deve-se considerar que o expressamente estendida às autarquias, e deve-se considerar que o

mesmo vale para as fundações de Direito Público.

No caso de prestações periódicas, o que prescreve não é o débito em si, mas as parcelas vencidas e não exigidas no prazo de cinco anos.

Page 124: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

III. Prescrição de ações judiciais do administrado contra o Poder Público

Sobre o tema: Súmula 85/STJ – “Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge apenas as

prestações vencidas antes do quinquenio anterior a propositura da ação."prestações vencidas antes do quinquenio anterior a propositura da ação."

Súmula 443/STF – “A prescrição das prestações anteriores ao período previsto em lei não ocorre, quando não tiver sido negado, antes daquele

prazo, o próprio direito reclamado, ou a situação jurídica de que ele resulta."

Page 125: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

III. Prescrição de ações judiciais do administrado contra o Poder Público

Também há expressa menção ao prazo de cinco anos para propositura de ação objetivando indenização por danos causados por pessoa de Direito Público ou de Direito Privado prestadora de serviços públicos (art. 1ºC, Público ou de Direito Privado prestadora de serviços públicos (art. 1ºC,

Lei 9.494).

A ação popular prescreve em cinco anos (Lei 4.717).

Page 126: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

8. Apesar do art. 1º do Decreto 20.910 estabelecer o prazo prescricional de 5 anos para as dividas passivas do Poder Público, durante a vigência do Código Civil de 1916 a jurisprudência fixou o entendimento de que esse

prazo se aplicava apenas para as ações pessoais, sendo que, para as ações reais, o prazo seria de 10 anos entre presentes e 15 anos entre

ausentes, nos termos do art. 177, do CC 1916. O objetivo era evitar um usucapião em 5 anos.

Com o Código Civil de 2002, que não difere ações pessoas e reais, prevê, como regra geral, o prazo prescricional de dez anos, “quando a lei não

lhe haja fixado prazo menor”.

Page 127: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Não é possível prever qual será a posição do STF, já que o novo Código Civil prevê que o prazo do usucapião, sem justo título e boa-fé, é de 15

anos (art. 1238), podendo ser reduzido para 10 anos se o possuído houver estabelecido sua moradia habitual no imóvel ou nele tiver

realizado obras ou serviços de caráter produtivo, ou seja o caso de justo realizado obras ou serviços de caráter produtivo, ou seja o caso de justo título e boa-fé.

Page 128: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

O STJ, no REsp 1.137.354, em uma caso de indenização por ferimento por bala provocado pelo Poder Público, entendeu que o prazo prescricional no caso de responsabilidade civil contra o Estado é de 3 anos (art. 206, §§§§ 3º, V, do CC), em consonância com o art. 10 do Decreto 20.910, que 3º, V, do CC), em consonância com o art. 10 do Decreto 20.910, que manda aplicar prazo inferior aos 5 anos nele genericamente previsto, quando haja, em prol do Poder Público, norma que acaso estabeleça

período mais breve.

Page 129: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

9. A prescrição das ações contra o Poder Público pode ser suspensa nas hipóteses comuns de suspensão previstas na legislação civil e,

notadamente, pela interposição de recursos e reclamações administrativas.

Pode também ser interrompida, conforme previsto no art. 202 do Código Civil.

Ver Súmula 383, do STF: A prescrição em favor da Fazenda Pública recomeça a correr, por dois anos e meio, a partir do ato interruptivo, mas não fica

reduzida aquém de cinco anos, Embora o titular do direito a interrompa

Durante a primeira metade do prazo.

Page 130: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Afora isto, existem previsões específicas de prazos decadenciais, ainda que nominados de prescricionais, como, por exemplo, o da Lei 7.144, de 23.11.83, que fica em um ano o prazo para exercer o direito de ação

contra atos relativos a concursos para provimento de cargos e contra atos relativos a concursos para provimento de cargos e empregos na Administração Federal direta e suas autarquias, contados

a partir da homologação do concurso.

Page 131: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

IV. Pretensões da Administração contra o administrado.

As ações judiciais e o poder de anular atos da Administração contra o As ações judiciais e o poder de anular atos da Administração contra o administrado também pode se extinguir pelo decurso do prazo.

Page 132: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

V. “Prescrição” da possibilidade de a Administração prover, ela própria, sobre certa específica situação

O art. 54 da Lei que trata do processo administrativo determina que decai em cinco anos o direito da Administração anular ato do qual decorram em cinco anos o direito da Administração anular ato do qual decorram

efeitos favoráveis para os destinatários, contados da data em que foi praticado, salvo comprovada má-fé. O prazo, portanto, é decadencial.

Tal prazo também se aplica aos contratos.

Page 133: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

E se restar comprovada a má-fé?

Para o autor, o prazo é de 10 anos (aplicação por analogia do art. Para o autor, o prazo é de 10 anos (aplicação por analogia do art. 205 do CC)

Page 134: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Já a Lei 9.873, fixa “em cinco anos a prescrição da ação punitiva da Administração Pública Federal, direta e indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor, contados

da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado”. Dita lei estatui, ainda, que, tratando-se de processo administrativo paralisado por mais de três tratando-se de processo administrativo paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, neste prazo incidirá a

prescrição e os autos serão arquivados. Dispõe, também que, nos casos em que a conduta constituir crime, o prazo prescricional será o mesmo

da ação penal.

Page 135: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Causas interruptivas: (I) citação do indiciado ou acusado, inclusive por meio de edital; (II) qualquer ato inequívoco que importe apuração do

fato e (III) decisão condenatória recorrível. Causas suspensivas: a vigência de certos compromissos legalmente suscetíveis de serem travados entre os inculcados de infração à ordem

econômica ou à de mercado de capitais.econômica ou à de mercado de capitais.

Finalmente dispõe que ressalvadas as referidas hipóteses de interrupção mencionadas, a prescrição das infrações ocorridas há mais de três anos,

contados do dia 1 de julho de 1988, ocorrerá em dois anos.

Page 136: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

VI. Prescrição das ações judiciais contra o administrado.

12. Não há regra geral fixando tais prazos.No caso de débitos tributários, o prazo é de cinco anos (art. 174, do CTN). No caso de débitos tributários, o prazo é de cinco anos (art. 174, do CTN).

Para os outros casos, o autor defendia (até a 11ª edição de seu livro), que os prazos a serem observados eram os da lei civil, mas

reconsiderou tal posição.

Page 137: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Atualmente defende que devem ser observados as seguintes orientações:

1) a relativa à prescrição em casos inversos, isto é, prescrição de ações do administrado contra o Poder Público. Em regra tal prazo é de 5 anos

(Decreto 20.910).(Decreto 20.910).

2) a concernente ao prazo de prescrição para o Poder Público cobrar débitos tributários ou decadencial para constituir o crédito tributário.

O qual, também, é de 5 anos.

Page 138: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Assim, na falta de regra específica, o prazo para a Administração proceder judicialmente contra eles é, em regra, de cinco anos, quer se trate de

atos nulos, quer se trate de atos anuláveis.

Entretanto, dito prazo só começará a correr depois que findar-se o período Entretanto, dito prazo só começará a correr depois que findar-se o período em que a autoridade, durante cuja gestão foi praticado o ilícito, esteja

no governo. Regra similar está no art. 23, I, da Lei de Improbidade Administrativa.

Page 139: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

12-A. Até a 26ª edição de seu livro, o autor defendeu a imprescritibilidade das ações de ressarcimento (art. 37, §§§§ 5º, da Constituição).

Porém, a partir das alegações de Emerson Gabardo, para quem tal imprescritibilidade representa uma “minimização ou eliminação prática

do direito de defesa daquele a quem se houvesse increpado dano ao erário”, mudou de posição, passando a defender que “os prazos erário”, mudou de posição, passando a defender que “os prazos

prescricionais serão os mesmos acima apontados para a decretação de invalidade dos atos viciados. Cinco anos, quando não houver má-fé e dez

anos, no caso de má-fé – sempre contados a partir do término do mandato do governante em cujo período foi praticado o ato danoso.

Page 140: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

MUITO OBRIGADO

JEFFERSON APARECIDO DIASJEFFERSON APARECIDO DIASProcurador da República

Twitter: @jeffdiasmpfBlog: jeffdiasmpf.wordpress.com

Page 141: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Atos Administrativos

Ø Ato: é toda a manifestação humana; Exemplo: andar correr, comprar;

Ø Fato: é algo mais amplo, pois é tudo que ocorre, tudo que é feito; Se o fato tem consequência jurídica, este passa a ser chamado de fato jurídico. Se esse fato atingir o âmbito do direito administrativo, será chamado de fato administrativo. Deve ser diferenciado do fato da administração, aquele que não interessa à Administração Pública;.

Atos da Administração: é todo o ato praticado no exercício da função administrativa. Esse é um termo mais amplo, que engloba o ato administrativo. São eles: atos de direito privado, atos materiais da administração, atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor (a administração não manifesta vontade) atos políticos, contratos, atos normativos e os atos administrativos propriamente ditos. Aqui não se verificam todos os pressupostos para a administração pública manifestar a sua supremacia, em relação aos indivíduos privados.

Conceito de ato jurídico (art. 81 do CC/1916): Todo o ato lícito, que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos, se denomina ato jurídico (não há conceito correspondente no novo Código Civil). Conceito de Ato Administrativo: Existem 2 critérios utilizados pela doutrina:

· Critério Subjetivo: leva em consideração quem realiza tal ato. Assim, todo o ato praticado por órgão público é considerado ato administrativo. Por esse conceito constata-se o ato da administração. Não é a posição adotada;

· Critério Objetivo: é somente aquele realizado de forma concreta pela função administrativa. Assim, deve-se verificar que foram utilizados os pressupostos impostos pela lei. Posição adotada.

Atos administrativos que não produzem efeitos jurídicos (atos da administração): esse rol é considerado atos da administração:

a. Atos materiais (reforma de um prédio);

b. Despachos de encaminhamentos de papéis e processos;

c. Atos enunciativos ou de conhecimento;

d. Atos de opinião (pareceres e laudos): São os seus atributos:

· Presume-se que o ato é verídico e legítimo. A presunção tem um efeito processual, pois inverte o ônus da prova. Exemplo: autuação de trânsito presume-se que esse ato foi realizado, observando as regras, bem como verdadeiro, de acordo com a lei.

· Imperatividade (Poder Extroverso): o ato produz efeito, independentemente da concordância de particulares. Não existe em todos os atos administrativos, apenas naqueles que impõem obrigação ao administrado.

· Autoexecutoriedade: a administração pública pode atuar de forma independente do poder judiciário.

A executoriedade é a possibilidade de a administração pública executar de forma material o ato, por exemplo, a interdição. Já a exigibilidade pode ser exercida de forma indireta pela administração pública, por exemplo, a multa.

Page 142: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

· Tipicidade: a administração pública só age de acordo com a lei. Decorre do princípio da Legalidade. Não há atos inominados por parte da administração pública. Somente existe em relação aos atos. No que diz respeito aos contratos administrativos, o seu objeto pode depender da vontade da administração pública. Assim como nos atos multilaterais (convênio e consórcio).

· Revogabilidade: ocorre apenas nos atos discricionários, aqueles que são feitos de acordo com a

conveniência e oportunidade.

· Estabilidade: decorre do princípio da segurança jurídica;

· Impugnabilidade: o particular pode impugnar o ato da administração, mediante recursos administrativos ou pelo meio jurídico.

Elementos do Ato Administrativo:

a. Sujeito (vinculado): agente capaz, competente para a execução de determinado ato. Sempre estará previsto em lei. É inderrogável, o agente competente não pode abrir mão dela (poder-dever de agir). Pode ser objeto de delegação ou avocação; Os critérios de distribuição da competência: em razão da matéria, território, hierarquia, tempo ou fracionamento.

b. Objeto ou conteúdo (vinculado ou discricionário): é o efeito jurídico imediato que o ato jurídico produz. Para alguns autores há uma distinção: objeto (é a coisa material sobre a qual o ato produzirá efeitos) e o conteúdo (efeito jurídico imediato obtido). O objeto deve ser lícito, possível, certo e moral. Ainda, pode ser natural (essência do ato) e acidental (efeito de cláusula acessória – termo, modo, encargo e condição).

c. Forma (vinculado ou discricionário): concepção restrita: é como o ato se exterioriza e a concepção ampla: são todas as formalidades legais necessárias para a exteriorização do ato. Pode haver vícios em relação às concepções. Vide art. 22 da lei 8794.

d. Motivo (vinculado ou discricionário): antecede a prática do ato. Serve de fundamento para a prática de um determinado ato, sob pena de invalidação deste. Não confunda com a motivação, a qual é a forma de exteriorização do motivo. A motivação sempre será necessária. Alguns casos estarão previstos ou não na lei. Importante: Teoria dos Motivos Determinantes: os motivos condicionam a validade do ato.

e. Finalidade (vinculado ou discricionário): é o que se quer alcançar com a prática do ato. É o efeito mediato do ato. Dois sentidos: sentido amplo: o ato deve atender ao interesse público. Caráter genérico. Interesse público primário (interesse da sociedade); interesse secundário (interesse da administração pública). O ideal é que esses dois interesses sejam os mesmos. Sentido estrito: é o efeito preciso que cada ato deve atender.

f. Conteúdo: pode ser vinculado ou discricionário. O estabelecimento de penalidade pode haver ou não possibilidades de mais de uma modalidade de aplicação, de acordo com a conveniência ou oportunidade (mérito administrativo).

g. Causa: não é uma posição majoritária. É a correlação lógica entre o motivo e o conteúdo do ato editado. Ato vinculado: quando a lei estabelece uma única solução possível quando se está diante de um determinado fato. A lei não dá opção ao agente público. Ato Discricionário: quando a lei prevê alternativas de ação ao agente público. O mérito administrativo (oportunidade e conveniência) não poderá ser objeto de análise do poder judiciário.

Page 143: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Classificação: 1. Quanto às prerrogativas com que atua a Administração, os atos podem ser de império e de gestão:

a. Atos de império: praticados pela Administração com todas as prerrogativas e privilégios de autoridade e

impostos de forma unilateral e coercitiva ao particular, independentemente de autoridade judicial.

b. Atos de gestão: os praticados pela Administração em situação de igualdade com os particulares, para conservação e desenvolvimento do patrimônio e para a gestação de seus serviços.

2. Em relação à formação da vontade:

a. Simples: manifestação de um colegiado ou um indivíduo. Ato complexo: manifestação de dois órgãos,

onde as duas vontades se fundem em um ato.

b. Composto: todos os atos seguem para atingir um único fim, mas não ocorre mediante apenas um ato. Ex.: nomeação do PGR.

Efeito PODRÔMICO: O efeito atípico podrômico do ato ocorre nos atos complexos ou compostos, e surge antes do ato concluir seu ciclo de formação, consubstanciando-se em pendência de alguma outra formalidade consubstanciando-se em situação de pendência de alguma outra formalidade.

3. Quanto aos destinatários:

a. Geral: dirigido a todos; exemplo: Resolução; b. Individual: dirigido a uma pessoa. Exemplo: admissão.

4. Quanto à exigibilidade do ato:

a. Perfeito: já está em condições de produzir efeitos, pois já terminou seu ciclo de formação; b. Imperfeito: não pode produzir efeitos, pois está com seu ciclo de formação incompleto; c. Pendente: muito embora esteja com seu ciclo de formação completo, para produzir efeitos depende de

uma condição ou termo; d. Consumado: é aquele ato que já exauriu seus efeitos, não podendo sofrer impugnação, quando muito,

poderá ser alvo de responsabilidade administrativa ou criminal, se for um ato ilícito.

5. Quanto aos efeitos do ato: a. Constitutivo: é aquele pelo qual a Administração cria, modifica ou extingue um direito de um

administrado; b. Declaratória: a Administração reconhece um direito pré-existente ao ato; c. Enunciativo: a Administração apenas atesta ou reconhece determinada situação de fato ou de direito.

Atos Administrativos em espécie: dependerá do conteúdo.

a. Autorização: unilateral, discricionário e precário; b. Licença: é unilateral e vinculado, pois a Administração faculta a aquela que preencha os requisitos impostos

para sua atividade; c. Admissão: ato unilateral e vinculado, pelo qual a Administração reconhece ao particular que preencha os

requisitos legais o direito à prestação de um serviço público; d. Permissão: em sentido amplo, designa o ato administrativo unilateral, discricionário e precário, gratuito ou

oneroso, pelo qual a Administração Pública faculta ao particular a execução de serviço público ou a utilização privativa de bem público.

e. Aprovação: é o ato unilateral e discricionário pelo qual se exerce o controle a priori ou a posteriori do ato administrativo.

Page 144: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

f. Homologação: o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pública reconhece a legalidade de um ato jurídico. Ela se realiza sempre a posteriori e examina apenas o aspecto de legalidade, no que distingue da aprovação.

g. Parecer: pode ser facultativo ou obrigatório, mas não precisa ser observado, ou vinculante (deve ser observado);

h. Visto: observa as formalidades legais externas do ato em questão.

6. Quanto à forma:

a. Decreto: é um ato individual e geral emanado pelo chefe do Poder Executivo. Pode ser regulamentar ou de execução, quando observa uma lei, ou decreto independente ou autônomo, quando disciplinada por lei;

b. Resolução e portaria: são formas de que se revestem os atos, gerais ou individuais, emanados de autoridades outras que nãoo Chefe do Executivo.

c. Circular: é o instrumento de que se valem as autoridades para transmitir ordens internas, uniforme a seus subordinados.

d. Despacho: é o ato administrativo que contém decisão das autoridades administrativas sobre assunto de interesse individual ou coletivo submetido à sua apreciação.

e. Alvará: é o instrumento pelo qual a Administração Pública confere licença ou autorização para a prática de ato ou exercício de atividades sujeitos ao poder de polícia do Estado.

Extinção do Ato Administrativo: A. Ato Eficaz:

I. Cumprimento de seus efeitos, pelo esgotamento do conteúdo jurídico, por exemplo, o gozo de férias de um servidor; pela execução material (demolição de uma casa), ou implemento de condição resolutiva ou termo formal;

II. Desaparecimento do sujeito ou do objeto (por exemplo, titular da CNH faleceu ou porte de arma furtada ou destruída).

III. Retirada:

a. Revogação: ato que deixou de ser conveniente ou oportuno pela Administração; b. Invalidação: é a retirada do ato que contém vício ou ilegalidade. Atinge tanto o ato vinculado

como discricionário, com efeito ex tunc (retroagem os efeitos); c. Cassação: ocorre quando o destinatário do ato deixou de cumprir as imposições exigidas pela

Administração, por exemplo, cassação de alvará. d. Caducidade: ocorre quando nasce uma nova lei que altera uma situação prevista em lei anterior. e. Contraposição: quando é praticado um novo ato de maneira contrária a um ato anterior.

IV. Renúncia: é o fim do ato administrativo, quando o titular do direito abre mão deste. (renúncia de

permissão) B. Ato Ineficaz:

a. Mera retirada: revogação ou invalidação; b. Recusa: é quando o particular abre mão do ato administração. Pode ser implícita ou expressa.

Vícios relativos ao sujeito: 1. Incompetência:

a. Usurpação de função: é quando o praticante do ato nunca esteve investido no cargo, emprego ou função (art. 328 do CP);

b. Excesso de poder: age, excedendo o poder que lhe foi dado; c. Função de Fato: ocorre quando o praticante do ato está irregularmente investido no cargo, emprego

ou função, mas a sua situação tem toda a aparência de legalidade. Esse ato pode ser considerado válido pela teoria da Aparência.

Page 145: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

2. Incapacidade, em relação ao servidor público: Além dos vícios de incompetência, ainda existem os de incapacidade, previstos nos artigos 5.º e 6.º do Código Civil, e os resultantes de erro, dolo, coação, simulação ou fraude. Nota do professor: parte da Jurisprudência entende que, nos atos estritamente vinculados (exemplo: aprovação de planta para construção civil), apenas a incapacidade do agente não provoca, necessariamente, ao vício do ato.

Vícios referentes ao objeto: A ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo (art. 2.º, violação de lei, regulamento ou outro ato normativo(art. 2.º, parágrafo único, “c”, da Lei n.º 4.717. Vícios relativos à FORMA “O vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato” (art. 2.º, parágrafo único, “b”, da Lei n.º 4.717). Vícios quanto ao MOTIVO Ocorrerá vício do ato administrativo nas hipóteses de inexistência. Ocorrerá vício do ato administrativo nas hipóteses de inexistência ou falsidade dos motivos que fundamentaram o ato. Vícios relativos à FINALIDADE Desvio de poder ou desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato com inobservância do interesse público ou com objetivo diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na lei. Objetivo diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na lei. A grande dificuldade com relação ao desvio de poder é a sua comprovação, pois o agente não declara a sua verdadeira intenção; ele procura ocultá-la para produzir a enganosa impressão de que o ato é ilegal. Atos Administrativos Anuláveis:

· Hely Lopes Meirelles – não, apenas ato nulo. · Celso Antonio Bandeira de Mello – sim. Convalidação (saneamento ou sanatória): É o ato administrativo discricionário (ou vinculado– mudança de posição) pelo qual é suprido o vício existente em um ato ilegal, com efeitos retroativos à data em que este foi praticado. Ela é feita, em regra, pela Administração, mas eventualmente poderá ser. Ela é feita, em regra, pela Administração, mas eventualmente poderá ser feita pelo administrado, quando a edição do ato dependia da manifestação de sua vontade e a exigência não foi observada. No entanto, não poderá ser convalidado um ato que cause prejuízo a terceiros ou que tenha sido produzido de má-fé. Revogação É o ato administrativo discricionário pelo qual a Administração extingue um ato válido, por razões de oportunidade e conveniência. Como a revogação atinge um ato que foi editado em conformidade com a lei, ela não retroage; os seus efeitos se produzem a partir da própria lei, ela não retroage; os seus efeitos se produzem a partir da própria revogação; são efeitos ex nunc (a partir de agora). Enquanto a anulação pode ser feita pelo Judiciário e pela Administração, a revogação é privativa desta última porque os seus fundamentos -oportunidade e conveniência - são vedados à apreciação do Poder Judiciário.

Page 146: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Processo e Procedimento Administrativo: Modalidades: I. Contencioso (adotado pelo França): as causas que envolvem a administração pública são julgadas por uma

espécie de tribunais especiais. Esse modelo não é adotado pelo Brasil, em virtude do princípio da Inafastabilidade da Jurisdição (tudo pode ser submetido ao Poder Judiciário.).

II. Gracioso – O Brasil adota essa modalidade.

Classificação para Hely Lopes Meirelles: 1) Processos administrativos propriamente ditos: é aquele que busca uma finalidade; 2) Processo de expediente: é aquele que visa atingir uma mera formalidade. Processo Administrativo Disciplinar Processo Sumário: Sindicância: é considerada uma investigação prévia.

a. De fatos: objetiva apurar quem efetuou determinado ato. b. De pessoas: quando já se sabe quem efetuou tal ato. c. Verdade sabida: antes da CF/88 havia a possibilidade de a Administração, ao “ver” o agente cometer tal

infração, poder aplicar diretamente uma sanção. Atualmente isso é impossível, em virtude do princípio do Contraditório e da Ampla Defesa, mediante o devido processo legal.

Prescrição no Direito Administrativo: I. Posição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro:

1) Perda do prazo para recorrer de decisão administrativa: dependera da lei: 8112/90 – 5 anos e Lei

9784/99 – 10 dias. Se não houver prazo específico, deverá ser aplicada, por analogia, a lei 8794/99.

2) Perda do prazo para que a Administração reveja os seus próprios atos: · Régis Fernandes de Oliveira – não existe prazo; · Celso Antonio – 20 anos (atos nulos) e 4 anos (atos anuláveis); · Hely e Maria Sylvia – 5 anos (Decreto 20.910/32) Direito real – Código Civil: 5 anos (Lei 9784/99).

3) Perda do prazo para aplicação de penalidades administrativas: dependerá do regime jurídico aplicado.

· Lei 8112/90: 180 dias (advertência), 2 anos (suspensão) e 5 anos (demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição do cargo).

· PODER DE POLÍCIA: 5 anos.

II. Posição de Celso Antônio Bandeira de Mello: PRESCRIÇÃO: “Prescrição é ... “a perda da ação judicial, vale dizer, do meio de defesa de uma pretensão jurídica, pela exaustão do prazo legalmente previsto para utilizá-la” (lição de Câmara Leal). Ø A perda da ação não significa, ou, pelo menos, não necessariamente significa, a perda do direito.

DECADÊNCIA: Decadência é a perda do próprio direito, em si mesmo, por não utilizá-lo no prazo previsto no seu exercício, evento, este, que sucede quando a única forma de expressão do direito coincide conaturalmente com o direito de ação.

Page 147: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

A distinção entre os institutos da prescrição e da decadência é importante porque o prazo prescricional pode ser suspenso ou interrompido, ao passo que o prazo de decadência é fatal: nem se interrompe, nem se suspende.

Suspensão da prescrição é a paralisação temporária da fluência do prazo prescricional – por força de fato ou ato a que a lei atribua tal efeito -, o qual, uma vez cessada a que a lei atribua tal efeito -, o qual, uma vez cessada a causa suspensiva, recomeça a correr, computando-se o período transcorrido antes da suspensão.

Interrupção da prescrição é a inutilização do lapso temporal prescritivo já transcorrido, de maneira a recomeçar a contagem de seu prazo a partir do ato ou fato a que a lei reconheça tal efeito.

Preclusão é a perda de uma oportunidade processual (logo, ocorrida depois de instaurada a relação processual), pelo decurso do tempo previsto para seu exercício, acarretando a superação daquele estágio do processo (judicial ou administrativo). Difere da prescrição em que nesta o que se perde é o direito de ação, pelo quê seu termo inicial é sempre anterior ao processo (salvo nas excepcionais hipóteses de prescrição intercorrente).

Prescrição (ou outro prazo extintivo) da pretensão do administrado a pleitear direito na via administrativa. O prazo (prescricional) para o exercício do direito de “reclamação administrativa”, se outro não estiver previsto em lei especial, é de um ano, a teor do art. 6º do Decreto 20.910.

Os prazos para a interposição de recursos são previstos nas leis atinentes a cada matéria. Os prazos para a interposição de recursos são previstos nas leis atinentes a cada matéria. Se não o forem, devem observar as leis de processo administrativo (federal, estadual, municipal ou distrital). Exemplo: prazo recursal nos casos de licitação – preclusão.

Prescrição de ações judiciais do administrado contra o Poder Público. As ações judiciais do administrado contra o Poder Público, nos termos do art. 1º do Decreto 20.910, deveriam, em regra, prescrever em cinco anos. Por força do Decreto-lei 4.597 (art. 2º) a prescrição quinquenal foi expressamente estendida às autarquias, e deve-se considerar que o expressamente estendida às autarquias, e deve-se considerar que o mesmo vale para as fundações de Direito Público. No caso de prestações periódicas, o que prescreve não é o débito em si, mas as parcelas vencidas e não exigidas no prazo de cinco anos.

Prescrição de ações judiciais do administrado contra o Poder Público Sobre o tema: Súmula 85/STJ – “Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do quinquênio anterior a propositura da ação." prestações vencidas antes do quinquênio anterior a propositura da ação."

Súmula 443/STF – “A prescrição das prestações anteriores ao período previsto em lei não ocorre, quando não tiver sido negado, antes daquele prazo, o próprio direito reclamado, ou a situação jurídica de que ele resulta."

Prescrição de ações judiciais do administrado contra o Poder Público: também há expressa menção ao prazo de cinco anos para propositura de ação objetivando indenização por danos causados por pessoa de Direito Público ou de Direito Privado prestadora de serviços públicos (art. 1ºC, Público ou de Direito Privado prestadora de serviços públicos (art. 1ºC, Lei 9.494). A ação popular prescreve em cinco anos (Lei 4.717).

A prescrição das ações contra o Poder Público pode ser suspensa nas hipóteses comuns de suspensão previstas na legislação civil e, notadamente, pela interposição de recursos e reclamações administrativas. Pode também ser interrompida, conforme previsto no art. 202 do Código Civil.

Ver Súmula 383, do STF: A prescrição em favor da Fazenda Pública recomeça a correr, por dois anos e meio, a partir do ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém de cinco anos, Embora o titular do direito a interrompa Durante a primeira metade do prazo.

Page 148: DIREITO ADMINISTRATIVO - aulas.verbojuridico3.comaulas.verbojuridico3.com/.../Jefferson_Administrativo.pdf · ATOS ADMINISTRATIVOS Principal fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella

Pretensões da Administração contra o administrado. As ações judiciais e o poder de anular tos da Administração contra o particular: as ações judiciais e o poder de anular atos da administração contra o administrado também pode se extinguir pelo decurso do prazo.

“Prescrição” da possibilidade de a Administração prover, ela própria, sobre certa específica situação O art. 54 da Lei que trata do processo administrativo determina que decai em cinco anos o direito da Administração anular a todo qual decorram em cinco anos o direito da administração anular a todo qual decorram efeitos favoráveis para os destinatários, contados da data em que foi praticado, salvo comprovada má-fé. O prazo, portanto, é decadencial. Tal prazo também se aplica aos contratos.

Já a Lei 9.873, fixa “em cinco anos a prescrição da ação punitiva da Administração Pública Federal, direta e indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor, contados da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado”. Dita lei estatui, ainda, que, tratando-se de processo administrativo paralisado por mais de três, pendente de julgamento ou despacho, neste prazo incidirá a prescrição e os autos serão arquivados. Dispõe, também que, nos casos em que a conduta constituir crime, o prazo prescricional será o mesmo da ação penal.

Causas interruptivas: (I) citação do indiciado ou acusado, inclusive por meio de edital; (II) qualquer ato inequívoco que importe apuração do fato e (III) decisão condenatória recorrível. Causas suspensivas: a vigência de certos compromissos legalmente suscetíveis de serem travados entre os inculcados de infração à ordem econômica ou à de mercado de capitais.

Finalmente dispõe que ressalvadas as referidas hipóteses de interrupção mencionadas, a prescrição das infrações ocorridas há mais de três anos, contados do dia 1 de julho de 1988, ocorrerá em dois anos.

Atualmente defende que devem ser observadas as seguintes orientações:

1) a relativa à prescrição em casos inversos, isto é, prescrição de ações do administrado contra o Poder Público. Em regra tal prazo é de 5 anos (Decreto 20.910).

2) a concernente ao prazo de prescrição para o Poder Público cobrar débitos tributários ou decadencial para constituir o crédito tributário, o qual, também, é de 5 anos.

Assim, na falta de regra específica, o prazo para a Administração proceder judicialmente contra eles é, em regra, de cinco anos, quer se trate de atos nulos, quer se trate de atos anuláveis.

Entretanto, dito prazo só começará a correr depois que findar-se o período em que a autoridade, durante cuja gestão foi praticado o ilícito, esteja no governo. Regra similar está no art. 23, I, da Lei de Improbidade Administrativa.