direito adm. - fernanda marinela

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DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO

1- Introduo- Direito posto: o direito vigente num dado momento histrico, conjunto de normas impostas coativamente pelo Estado que disciplinam a coexistncia pacfica em sociedade.

- Divises Didticas Direito pblico e direito privado (rel. particulares)

Direito interno e direito internacional (rel. exteriores)

- Direito Administrativo

Ramo de Dir. pblico - Estado buscando a satisfao do interesse pblico

Ramo do Dir. interno - Relaes intra-territoriais

Obs. Norma de Direito pblico diferente de Norma de Ordem Pblica - Normas de Direito Pblico buscam a satisfao do interesse pblico (ex. norma tributria; dever de licitar). Regra de Ordem Pblica so imperativas, inafastveis pelo particular. H normas de ordem pblica tanto no direito pblico quanto no direito privado (ex. impedimento para casamento).

2 - Objeto de estudo e conceito do direito administrativo2.1- Escola Legalista ou ExegticaDireito adm. estuda a lei adm.2.2 - Escola do Servio PblicoServio pblico sentido amplo - Toda a atuao do Estado.Crtica - Muito abrangente, direito adm. estuda apenas parte das atividades estatais.

2.3 - Escola do Critrio do Poder ExecutivoDireito administrativo estuda a atuao do executivo. Crtica - Poder executivo, embora predomine, no o nico a exercer atividade adm.

2.4 - Critrio das relaes jurdicas do EstadoCrtica - no se estuda todas as relaes do Estado.

2.5 - Escola do Critrio Teleolgico Estudo de regras e princpios relativos aos fins do Estado-Administrao. Muito abrangente.2.6 - Escola do Critrio Residual/NegativoDireito adm. estuda o que no for funo legislativa ou jurisdicional. Crtica - Critrio insuficiente.2.7 - Escola do Critrio de distino entre Atividade Judiciria (atos jurdico-administrativos) e Atividade Social do Estado (atos polticos)O direito administrativo estuda atividade jurdica e no poltica do Estado.2.8 - Escola do Critrio da Adm. PblicaHely Lopes Meirelles (teoria ecltica com reunio de outros critrios) - Conjunto de regras e princpios que regulam os agentes, os rgos, entidades pblicas no desenvolvimento de atividade administrativa realizando de forma direta, concreta e de forma imediata os fins desejados pelo Estado.

Obs. Direito Constitucional define os fins desejados pelo Estado.3 - Classificao das Atividades do Estado3.1 - Funo/atividade direta do Estado: aquela que independe de provocao.

3.1 - Funo/atividade indireta do Estado: a funo que depende de provocao, atividade jurisdicional, no estudada em adm.3.2 - Funo/atividade concreta do Estado: tem um destinatrio determinado e possui efeitos concretos (ex. nomeao de servidor). Funo concreta definida por critrio negativo/residual.

3.2 - Funo/atividade abstrata do Estado: - funo legislativa, produo de normas em carter geral e abstrato.

3.3 - Funo/atividade imediata do Estado: atividade jurdica da adm. o exerccio da adm. pblica ordinria.

3.3 - Funo/atividade mediata do Estado: a atividade poltico-social do Estado, buscam fins mediatos do Estado, mdio e longo prazo. O direito administrativo se preocupa com a funo imediata = a atividade jurdica do Estado.

4 - Fontes do direito administrativo:- Fonte o que cria, o que define as normas de direito administrativo.

Aspecto formal - onde a norma se revela

Aspecto material - de onde se origina a norma - fatos sociais e rgos legislativos

4.1 - Lei - (Sentido Amplo)- Espcies normativas escalonadas em uma estrutura hierrquica, na qual as normas inferiores devem ser compatveis com normas superiores e todas elas com CF. Relao de compatibilidade vertical.

4.2 - Doutrina- Resultado do trabalho dos estudiosos

- O direito administrativo no tem cdigo, s legislao esparsa.

Crtica - Confuso e incerteza por grande divergncia.4.3 - Jurisprudncia - Julgamentos reiterados no mesmo sentido.

- Smula um enunciado de jurisprudncia cristalizada - podem ser Orientadoras ou Vinculantes. Smula com efeito Vinculante - vinculam o judicirio e a adm. pblica. Existem 31, sendo 13 de direito adm.

- Repercusso Geral: filtro recursal, exige que a matria seja de interesse geral para julgamento pelo STF, produz efeito vinculante quanto a deciso de mrito (leading case), o resultado prtico quase o mesmo das sm. vinculantes.4.4 - Princpios Gerais do DireitoRegras que esto no alicerce, denominadas de vigas mestras do sistema. Explcitos ou implcitos.

ex. Princ. do non laedere - Princ. do no enriquecimento ilcito

4.5 - Costumes - Direito Consuetudinrio- Elementos Prtica habitual (elemento material) + Convico de obrigatoriedade (elemento subjetivo)

Obs. Prevalece no Brasil que o direito costumeiro no cria nem exime obrigao, pode levar ao surgimento de norma.5 - Sistemas de controle dos atos administrativosPraticado um ato administrativo quem pode rev-lo?

- 2 Sistemas no Direito Comparado: a) Sistema da Dupla Jurisdio ou Contencioso Administrativo b) Sistema de Jurisdio nica

a) Sistema do Contencioso Administrativo ou Sistema Francs - o controle feito pela prpria administrao. H dupla jurisdio administrativa (controla atos praticados pela adm. em regime de direito pblico) e judiciria. b) Jurisdio nica (tambm chamado de Sistema Ingls) - adm. tambm pode controlar seus atos mas o que prevalece o julgamento pelo poder judicirio, a jurisdio atividade exclusiva do judicirio. 6 - Estado - Governo - Administrao6.1 - Estado pessoa jurdica - tem aptido para titularizar direitos e contrair obrigaes, sobre ele que recai a responsabilidade civil da administrao, conceito abrangente que no designa um ente ou PJ especfica. Estado PJ de Direito Pblico Interno (Unio) - Externo (Repblica Federativa). Obs. Teoria da dupla personalidade foi superada desde o cdigo civil de 1916. Preconizava que o Estado teria personalidade pblica nas relaes de direito pblico e personalidade privada nas relaes de direito privado.Estado de Direito: o estado politicamente organizado e que obedece s suas prprias leis, enunciados gerais de interesse coletivo.

- Elementos do Estado

- Povo

- Governo

- Territrio

- Finalidade

- Funes/Poderes do Estado- Executiva

- Legislativa

- Judiciria

- Poltica/Governo

- Curadora - MP

6.2 - Governo- Pressupe Soberania

- Independncia internacional

- Supremacia nacional

um dos elementos do Estado, representa atividade de comando, direo, exerccio do poder poltico centralizado.Estado de Direito - Imprio das leis

6.3 - Administrao PblicaAspectos:a) Subjetivo: Conjunto de rgos e agentes que compe a adm.b) Orgnico: Exerccio da atividade adm., execuo concreta, imediata e direta de leis em nome do povo.

c) Material: Estrutura administrativa - bens, patrimnio.d) Formal: Titulares da atividade adm. por determinao normativa.

- A administrao o instrumental de que dispe o Estado (enfoque formal-material) para por em prtica as decises do governo.

- Enquanto a funo de Governo constitui atividade poltica de ndole discricionria a Administrao implica atividade exercida nos limites da lei (critrio objetivo - legalidade estrita).

7 - Poderes e Funo PblicaObs. Funo Pblica - atividade a ser exercida em nome e interesse do povo. As trs principais funes pblicas correspondem tripartio dos poderes.

Obs. Funes dos Poderes:

a) Funo tpica/precpua: funo principal, funo tpica para a qual o poder foi criado.

b) Funo atpica/secundria: funo exercida de forma excepcional pelo poder.

7.1 - Poder Legislativo

Funo tpica - Legislar - inovando o ordenamento jurdico- Fiscalizar - CPI / TCUFuno atpica - Administrar - Assuntos das Casas Legis.- Julgar - Julgamento Poltico Impechtman- Caracterstica - Inova a ordem jurdica (cria novas situaes jurdicas, estabelece direitos e obrigaes).

Obs. Atividade - Geral (erga omnes) - Abstrata (no especfica) - Direta (independe de provocao).

7.2 - Poder JudicirioFuno tpica - Julgar - dizer o direito de forma definitivaFuno atpica - Administrar - Governo interno dos Tribunais

- Legislar - Sm. Vinc./Controle Abstrato de Const. - Caracterstica - Diz o direito ao caso concreto, substituindo as partes, de forma definitiva. Em tese no inova no ordenamento. - - Produz Intangibilidade Jurdica = efeitos da coisa julgada - impossibilidade de mudana da deciso.

Obs. Atividade - Especfica (caso concreto individualizado) - Indireta (depende de provocao) - Concreta (incide sobre um fato concreto e no em tese).7.3 - Poder ExecutivoFuno tpica - Administrar a coisa pblica aplicando a leiFuno atpica - Legislar - MP/Lei Delegada/Dec. Autnomo- Julga - PAD- Caracterstica - Aplicar o ordenamento de forma direta, imediata e concreta.

- No produz intangibilidade jurdica. Coisa julgada administrativa gera impossibilidade de mudana na via administrativa, mas passvel de reforma judicial, no uma verdadeira coisa julgada. Obs. Funo de Governo ou Funo Poltica

- Sano e veto do presidente da repblica - Declarao de guerra e celebrao de paz

- Decretao dos estados de defesa e de sitio

- Celebrar tratados

Alguns vm apontando como 4 Funo do Estado, a funo de governo, apartada da funo administrativa que cuida das questes rotineiras do dia-a-dia da Adm. (ex. compra de insumos, provimento de cargos).

II - REGIME JURDICO ADMINISTRATIVO

Conceito: Conjunto harmnico e sistematizado de princpios e regras que compem e disciplinam a atividade administrativa pblica. Princpios e regras guardam entre si uma coerncia lgica.

Obs. Regime jurdico (espcies normativas):

a) Regras: comando determinado, cuja incidncia ao caso afasta aplicao de outras regras. Juzo de Subsuno - Silogismo Lgico.

b) Princpios: podem ser aplicados mais de um princpio ao mesmo caso concreto, um princpio no excluiu o outro.

No h princpio absoluto. Os interesses devem ser ponderados. Obs. Teoria da ponderao dos interesses - No caso concreto no h um princpio absoluto, de incidncia nica, necessrio ponderar os interesses para saber qual o melhor equilbrio entre os princpios pertinentes ao caso em apreo.

1 - Pedras de toque do direito administrativo (CABM)

Seriam princpios que compe a estrutura bsica da administrao.

Obs. Conceito de Interesse Pblico: (ver artigo de Alice Gonzles)

a) Interesse Pblico Primrio: o interesse do povo, a vontade geral, formado com o somatrio dos interesses dos indivduos em sociedade.

b) Interesse Pblico Secundrio: a vontade do Estado enquanto PJ. Nem sempre o interesse primrio coincide com o secundrio, devendo prevalecer o primeiro.

1.1 - Princpio da Supremacia do Interesse PblicoPrinc. implcito, no expresso no texto const., representa um pressuposto para o convvio social.Significa sobreposio, superioridade do interesse pblico em face do interesse particular/individual. A superioridade indispensvel para a organizao social - Confere ao estado algumas prerrogativas (supremacia), mas ele no pode dispor desses interesses (indisponibilidade). Obs. Prerrogativas decorrentes da Supremacia:

- Poder de Polcia

- Auto-executoriedade dos atos administrativos

- Interveno na propriedade (Desapropriao/Requisio)

- Clusulas exorbitantes nos contratos administrativos

Corrente minoritria critica este princpio e pugna por sua desconstruo por ser fonte legitimadora de abusos, os defensores alegam que o problema a prpria no aplicao correta do princ.

1.2 - Princpio da Indisponibilidade do Interesse PblicoRepresenta um freio ao princpio da supremacia; caracterizado o interesse pblico o administrador no pode dispor desse interesse, no tem liberalidade sobre isso.

- Base principal - o administrador exerce funo pblica. Exerce atividade em nome e no interesse do povo.

Obs. Com base neste princ. o administrador no pode criar obstculos para a futura administrao, Lei de Resp. Fiscal.

Ex. Licitao - Busca zelar pelo Interesse Pblico na busca da melhor proposta, na defesa de outros princpios como a moralidade, impessoalidade, eficincia.

Ex. Concurso Pblico - Escolha do melhor candidato, busca evitar apadrinhamento.

2) - Princpios mnimosDirigidos a toda Adm. Pblica, direta e indireta, federal, estadual e municipal, dos trs poderes, esto relacionados no caput do artigo 37 da CF, alterado pela EC 19 (Reforma Administrativa):

Legalidade

Impessoalidade

Moralidade

Publicidade

Eficincia

2.1 - Princpio da Legalidade base do Estado Democrtico de Direito, traduz idia de supremacia da lei.

- art. 5, II - ningum obrigado a fazer ou deixar de fazer algo seno em virtude de lei - Legalidade Privada

- art. 5, XXXIX - Legalidade Penal

- art. 37, Legalidade Adm.

- art.150, Legalidade Tributria

Principais enfoques:

a) Legalidade particular: Direito privado, liberdade ampla. Particular pode tudo que no est proibido pela lei, critrio da no contradio lei.

b) Legalidade administrativa: Reg. Jur. Adm., administrao s pode fazer o que est previsto na lei (ex. no pode dar aumento por decreto).Obs. Legalidade para Seabra Fagundes: Administrar aplicar a lei de ofcio.

Obs. - Legalidade diferente de Reserva de lei - Reserva de lei indica escolha da espcie normativa, exemplo: quando a CF fala que determinada matria depende de lei complementar, reserva legal refere-se lei sentido estrito como veculo normativo. Princ. da legalidade indica necessria adequao com a lei - lato sensu.

Obs. Controle de Legalidade Sentido Estrito - lei, sentido estrito, tomada como parmetro.

Legalidade Sentido Amplo - obedincia lei + regras e princ. constitucionais. Ex. controle de razoabilidade, proporcionalidade, eficincia.

2.2 - Princpio da ImpessoalidadeO administrador no pode se pautar por interesses pessoais, ausncia de subjetivismos - 02 institutos exemplos do princ. da impessoalidade - Licitao / Concurso

Obs. STJ - Concurso pblico para provimento de cargo no se confunde com o concurso modalidade de licitao da L. 8.666 - escolha de trabalho tcnico, artstico, cientfico tendo em contrapartida direito a um prmio.

Obs. Modalidades de licitaoa) concorrncia

b) tomada de preos

c) convite

d) leilo

e) prego

f) concurso trabalho tcnico artstico ou cientfico.

- O princpio da impessoalidade traduz idia de que a administrao tem que tratar todos sem discries benficas ou detrimentosas favoritismos ou perseguies no so tolerados - CABM.

Obs. Princ. da Impessoalidade diferente de Princ. da Isonomia que diferente de Princ. da Finalidade que diferente de Princ. da Legalidade.

Doutrina Tradicional - Helly Lopes Meireles - princpio da imparcialidade seria sinnimo de princpio da finalidade e aps a const. de 88 o princ. da impessoalidade, veio substitu-los.

Doutrina Moderna - Celso Antnio Bandeira de Melo so princpios autnomos. Finalidade = buscar o esprito da lei. Impessoalidade = no buscar interesses pessoais. (Prevalece)

- O princpio da finalidade est ligado ao princpio da legalidade (artigo 2 da Lei 9784/99).

- Os atos administrativos no so dos servidores considerados particularmente, no devem ser pessoais, mas so da administrao, do ente pblico, so em nome e da pessoa jurdica, que representam (atos impessoais).

2.3 - Princpio da Moralidade- Exigncia de obedincia princ. ticos.

- Principais idias - honestidade, lealdade, boa-f, probidade.

Obs. A moralidade administrativa = correo de atitudes + boa administrao, mais rigorosa que a moralidade comum = correo de atitudes, regras de convvio comum.

Pela conotao de conceito indeterminado a moralidade dificilmente aplicada sozinha, geralmente est atrelada a outro motivo.

Obs. Improbidade Administrativa - L.8429/92 - art. 11 - violar princpios da adm. caracteriza ato de improbidade - improbidade tambm tutela a moralidade.

Obs. Nepotismo - Favoritismo parentalesco, familiar na nomeao dos integrantes da adm. pblica.

- O parente de autoridade pblica pode prestar concurso e ocupar cargo ou emprego pblico, o que no pode entrar sem concurso, nomeado em cargo em comisso ou nomeado sem licitao.

- EC/45 (Reforma do Judicirio - criou Sm. Vinculante, Modificou Comp. da Justia Federal e do Trabalho - Criou o CNJ e CNMP). CNJ e o CNMP so rgos, conselhos federais responsveis por controle administrativo, e passaram a editar regulamentos proibindo o parentesco no judicirio e MP.

- A Resoluo n 07 do CNJ deu incio discusso do nepotismo. ADC n 12 - STF disse ser constitucional a Resoluo n 07, porque proibir o nepotismo representa a aplicao de vrios princpios constitucionais, entre os quais: moralidade, isonomia, impessoalidade e eficincia. STF disse que o CNJ tem competncia para fazer controle adm. e organizar a atividade adm. do judicirio, atravs de Resoluo (que o ato normativo prprio do CNJ).

- Ento contra o Nepotismo, direto ou cruzado, inclusive nos poderes executivo e legislativo, o STF editou a Smula Vinculante n 13, tendo como principal precedente a ADC n 12. Crtica - no havia jurisprudncia estabilizada.Smula Vinculante n 13: A nomeao de cnjuge, companheiro ou parente, em linha reta, colateral ou por afinidade, at o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurdica investido em cargo de direo, chefia ou assessoramento, para o exerccio de cargo em comisso ou de confiana, ou ainda, de funo gratificada na administrao pblica direta e indireta em qualquer dos poderes da Unio dos Estados, do Distrito Federal, dos Municpios, compreendido o ajuste mediante designaes recprocas, viola a Constituio Federal.Sujeitos Internos da Adm. paradigmas vedao de nepotismo:

a) (Parente que indica) Autoridade Pblica Nomeante

b) (Parente que no indica) Servidor da mesma PJ investido em cargo de direo, chefia, assessoramento

Familiares de indicao vedada

a) Cnjuge ou Companheirob) Linha reta, colateral, ou por afinidade at terceiro grau.

Funo objeto de vedao

a) Cargo em comisso (confiana), e

b) Funo gratificada, na adm. pblica direta e indireta, em qualquer dos poderes, em qualquer ente federativo.

Obs. - Atribuies pblicas baseadas na confiana:a) Cargo em comisso: Antes de 88 era chamado de cargo de confiana. - O cargo em comisso serve para direo, chefia e assessoramento. baseado na confiana. Livre indicao e exonerao.

- Funo de confiana pode ser atribuda a qualquer pessoa. Mas a CF/88 reservou um percentual mnimo que deve ser ocupado por servidor de cargo de carreira (que prestou concurso).

b) Funo de confiana: A funo de confiana s pode ser atribuda a quem j tem um cargo efetivo (para quem j prestou concurso pblico), liberdade de indicao menor.

- A Funo de confiana tambm serve para direo, chefia e assessoramento. baseada na confiana.

- Funo um conjunto de atribuies e responsabilidades. Hoje a nica funo prevista no ordenamento para o servidor pblico (ocupante de cargo pblico) a funo de confiana.

- O servidor continua tendo o cargo efetivo e passa a exercer uma funo de confiana. Por esta funo de confiana ele ter a gratificao por funo de confiana.

Obs. Prefeito pode nomear o irmo como secretrio? Agente poltico est fora da proibio da Smula Vinculante n 13 essa questo j foi decidida pelo STF, alegando que a confiana entre o agente poltico e o nomeado essencial. Ainda pairam diversas polmicas sobre o regime do nepotismo, STF analisa possibilidade de reeditar a smula.

Obs. Smula Vinculante do Nepotismo no abrange contratao direta nem temporria. 2.4 - Princpio da Publicidade da Gesto PblicaEm razo de a Administrao Pblica ser o exerccio de atribuies legalmente estabelecidas de gesto da coisa pblica, ou seja, em nome e interesse pblico, advm o dever de prestar contas, dar cincia ao titular do poder, da gesto desempenhada. Obs. Publicidade Publicao

Publicidade - divulgao, tornar pblico.

Publicao - tornar pblico pela imprensa.

Publicidade mais ampla que Publicao, por esta ser uma de suas hipteses. A publicidade pode ser feita por vrias maneiras diferentes.

Obs. Publicao condio de eficcia do contrato adm. = requisito obrigatrio produo de efeitos (artigo 61, nico da Lei 8.666/93) e no de validade, mesmo que o procedimento esteja regular e vlido, os efeitos dependero da publicao do contrato, ex. prazo para incio do cumprimento do contrato o dia da publicao.Obs. Aspectos da Publicidade/Publicao- Condio de eficcia

- Incio da contagem de prazos- Ferramenta, mecanismo de controle e fiscalizao dos atos praticados pela adm. ex. contas municipais devem ficar disposio do povo para conferncia, fiscalizao e questionamento por 60 dias.

* Na licitao modalidade convite no h publicidade?

Falso. No convite no tem publicao do edital, mas existe a publicidade, divulgao da licitao por atos diversos, ex. encaminhar carta convite, afixar informaes no trio da repartio.

Obs. Habeas Data serve para obter informaes pessoais. O direito Publicidade/Informao se discute atravs de Mandado de Segurana cabvel nos casos de proteo a direito lquido e certo no amparado por HC ou HD.

Obs. O dever de publicar correlato ao direito informao. Regra geral a Publicidade obrigao do Administrador, regra que em alguns casos relativizada - Excees/Limites Publicidade: a) art. 5, X da CF: Inviolabilidade da intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas.

b) art.5, XXXIII da CF: Segurana da sociedade e do Estado.

c) art.5, LX da CF: Permite restrio publicidade de atos processuais para defesa da intimidade ou do interesse social. Parte da doutrina defende que seriam atos judiciais apenas, mas no verdade, porque alguns processos administrativos tambm correm em sigilo. ex. mdico no exerccio da profisso - suspeita que cometeu erro mdico e est sendo processado no Conselho de Medicina, o processo tico-disciplinar corre em sigilo para evitar a condenao precoce. Mas ao final do processo d-se a publicidade.

Obs. Dever de Publicar do Administrador Pblico

No publicar - Improbidade Administrativa - (Art. 11 da L. 8429/92 - LIA)

Publicar violando Princ. da Impessoalidade - Improb. Adm.

- Artigo 37, 1 da CF: A publicidade dos atos, programas, obras, servios e campanha dos rgos pblicos dever ter carter educativo, informativo ou de orientao social, no podendo constar nomes, smbolos ou imagens que caracterizem a promoo pessoal de autoridades ou servidores pblicos.

- Smbolos de campanha no podem ser utilizados em patrimnio administrativo - fere Princ. da Impessoalidade - que veda a promoo pessoal.

2.5 - Princpio da Eficincia Passou a ter previso expressa na CF a partir da EC 19/98 (Reforma Administrativa do Estado). Mas mesmo antes da reforma o dever de eficincia j existia, ex. art. 6, L.8987 - Regime de concesso e permisso de servio pblico.Eficincia a ausncia de desperdcios, tambm traz a idia de economia, resultados, produtividade, agilidade e presteza.

5.1 - Instrumentos para viabilizar a eficincia administrativaa) Novo regime de estabilidade dos servidores pblicos Eficincia de Pessoal - A EC/19 alm da incluso da Eficincia entre os princpios do art. 37 modificou o artigo 41 da CF, estabelecendo um regime de maior relativizao da estabilidade, (estabilidade gera acomodao e ineficincia), condicionando-a a diversos fatores de Aquisio e de Manuteno:

a.1) Aquisio da Estabilidade - Concurso - Nomeao - Estgio Probatrio (3 anos de exerccio) - Avaliao Especial de Desempenho - introduzida com o objetivo de melhorar a eficincia pessoal do servidor, ainda no regulamentada, portanto, depende da previso de cada carreira para que acontea.a.2) Manuteno da Estabilidade - O servidor aps adquirir estabilidade, servidor estvel, poder perder a estabilidade via:

1- PAD - com contraditrio e ampla defesa

2 - Processo Judicial - aps o trnsito em julgado

3 - Avaliao Peridica de Desempenho4 - Reduo de pessoal por excesso de despesas - art. 169Obs. A avaliao peridica de desempenho sempre existiu no Brasil, mas s a partir da EC 19 passou a ter o condo de retirar a estabilidade. Obs. Eficincia do Servidor - Ao entrar (Concurso) - Ao adquirir a estabilidade (Avaliao Especial de Desempenho) - Ao manter o cargo/funo (Avaliao Peridica de Desempenho).b) Limites de Despesa com PessoalEficincia econmico-financeira - Artigo 169 - Norma de eficcia limitada - o limite de despesas da Adm. com pessoal ser previsto em Lei Complementar.Racionalizao da mquina administrativa.Obs. LC 101/00 Lei de Responsabilidade Fiscal, estabelece limites de despesa de pessoal - artigo 19 - para a Unio 50%, para Estados e Municpios 60%.

Obs. Art. 169, 3 e 4, CF - Critrio para a reduo de pessoal por excesso de despesas:

1 - Cargo em comisso e funo de confiana - 20% (pelo menos)

2 - Servidores no estveis - sero cortados de acordo com a importncia, desnecessidade da funo, podendo atingir 100 %.3 - Servidores estveis (Regulado pela L. 9801/98)Obs. Art. 169, 4 a 6, CF - Exonerao com fundamentando no artigo 169 da CF, deve ser motivada e especificada, o cargo ser extinto e no poder ser recriado com funes idnticas ou assemelhadas durante 04 anos. - Servidor estvel exonerado com fundamento no 169 da CF o nico que tem direito a indenizao - calculada na base de um salrio por ano de servio. Obs. Demisso ExoneraoDemisso - Sano, pena por infrao graveExonerao - espcie de desatribuio das funes do cargo

Obs. Objetos da Eficincia

a) Eficincia quanto aos meios - melhor utilizao dos meios - ex. gastar o menor valor possvel.

b) Eficincia quanto aos resultados - busca do melhor resultado possvel.

- Parte da doutrina defende que o Princ. da Eficincia tem um conceito vago, fluido demais, dificultando sua efetivao, fazendo com que a eficincia continue sendo uma utopia, um sonho do constituinte de 1988.

3 - Princ. Const. no especficos da Adm. (fora do Art. 37)3.1 - Princpio da Isonomia- Tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual na medida de suas desigualdades. (- Problema - Quais so iguais? Quais so desiguais? Qual a medida da desigualdade?)1) deve ser verificado o fator de discriminao (Discrmen)

2) verificar se o fator de discriminao est compatvel com o objetivo da norma. Se no estiver compatvel no h isonomia.Discrmen = Fator de discriminao - critrio de diferenciao das pessoas que fundamenta tratamento desigual, um elemento de desigualdade ftica com reflexos na norma isonmica. ex. hipossuficincia da mulher, dos deficientes fsicos e crianas - racismo em relao aos negros - idade em relao aos muitos novos ou idosos - sexo - altura - peso etc.

Obs. Os requisitos para concurso pblico devem: I - ser compatveis e justificveis para as atribuies do cargo

II - devem estar previstos na lei da carreira, e III - previstos tambm no edital.- Exame psicotcnico? CABM indaga que quem garante que o examinador no mais maluco do que o candidato. Para ter exame psicotcnico precisa estar previsto na lei da carreira, estar no edital, ser justificvel s atribuies do cargo e possuir parmetros objetivos e garantir direito de recurso.

Obs. O limite de idade tambm deve seguir a todos os requisitos do exame psicotcnico.

- Caso do Delegado de 1.50 metro - no se admitiu o discrmen

- Caso do Gari Banguela - no se admitiu o discrmen

- Teste fsico da PF - admitiu discrmen

3.2 - Princ. do Contraditrio e Princ. da Ampla Defesa- A previso expressa desses princ. voltada ao proc. administrativo novidade da CF/88, esto no art. 5, LV. A inobservncia desses princpios a maior causa de nulidade dos proc. administrativos.Contraditrio - exerccio da bilateralidade da relao jurdico-processual. Processado como sujeito processual ativo e no objeto do processo. Pressupe a cincia, o conhecimento da existncia do processo e de seus elementos.

Ampla Defesa - uma garantia reconhecida ao processado de se defender das acusaes, situaes discutidas no processo de seu interesse. Tambm pressupe conhecimento dos atos processuais, oportunidade de defesa com possibilidade real de produo de provas e anlise fundamentada dos argumentos afim de que se possa assegurar a efetiva participao na formao da deciso.Obs. Exigncias para concretizao do direito de Ampla Defesa:a) Direito de informao e acesso ao processo - essencial e pr-requisito ao contraditrio e ampla defesa o direito de saber o que est sendo discutido para manifestar sua opinio, no existe processo secreto ao processado, processado sujeito e no objeto do proc.- A administrao obrigada a viabilizar cpias do processo, (dir. informao e ampla defesa), pois no se faz carga de proc. administrativo, contudo as custas ficam a cargo do interessado.b) Procedimento e penas pr-estabelecidos - exigncias para possibilitar ao processado organizar estratgia, evitar a surpresa, o arbtrio e a insegurana jurdica.

c) Defesa anterior ao julgamento - para assegurar a participao na formao do convencimento do juiz e na construo da deciso. (Defesa tcnica facultativa - Sm Vinc. 5)d) Direito produo e anlise das provas produzidas - Alm da oportunidade e condies para se produzir provas, a prova produzida deve ser avaliada, deve interferir na deciso do julgador.

e) Deciso fundamentada e possibilidade de recurso - (extenso dos princ. ao contraditrio e da ampla defesa, princ. da falibilidade das decises, princ. da resignao humana), precisa ser motivada, tambm assegurando o direito participao e considerao dos argumentos levados ao processo, imparcialidade do julgador, racionalidade e legalidade das decises etc.

Obs. Defesa tcnica em Processo Administrativo

- H vrias espcies de proc. administrativos, o PAD uma espcie de proc. adm. requisito para se aplicar sano ao servidor pblico que cometeu infrao administrativa. No proc. adm. comum a defesa tcnica sempre foi facultativa.

- No Proc. Adm. Disciplinar - PAD (cada ente tem o seu processo disciplinar, est previsto no seu estatuto). Lei 8112/90 Estatuto dos servidores da Unio, traz o PAD Federal - diz que a presena do advogado uma faculdade da parte. O STJ construiu o entendimento de que o advogado deve estar presente em todas as fases do processo disciplinar sob pena de nulidade - Smula 343 do STJ. - Conseqentemente os servidores que foram demitidos sem a presena do advogado durante o processo deveriam ser reintegrados ao cargo com todas as garantias. - Mas em 2008 a matria chegou ao STF que editou a Smula Vinculante n 05 que acabou por derrubar a Smula 343 do STJ ao dizer que a presena do advogado facultativa: A falta de defesa tcnica no processo disciplinar no viola a Constituio Federal.

- O advogado presena facultativa da parte, entretanto a administrao pblica no pode criar obstculos que impeam a defesa tcnica - entendimento jurisprudencial.

Obs. possvel condicionar o recurso a depsito prvio?NO, o STF e STJ entendem ser inconstitucional a exigncia de preparo para exercer o direito de recurso. Smula Vinculante n 21 STF: inconstitucional a exigncia de depsito ou arrolamento prvios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

- A Smula Vinculante n 21 se refere a qualquer recurso administrativo.

Obs. Smula Vinculante n 03 STF: nos processos perante o Tribunal de Contas da Unio asseguram-se o contraditrio e a ampla defesa quando da deciso puder resultar anulao ou revogao de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciao da legalidade do ato de concesso inicial de aposentadoria, reforma e penso.

- Contraditrio no TCU - Em todo processo adm. que afete direitos, e no mera expectativas, o contraditrio deve ser observado. Inclusive quando ocorridos no TCU - ex. TCU analisando contrato da adm., notifica administrador, mas se este ato afete direitos de 3, este 3 tambm dever participar do procedimento, e do contraditrio. No caso da anlise de concesso de penso e aposentadoria, h uma particularidade, pois tal concesso, que geraria o direito, depende de ato do prprio TCU, ento nesse caso se o TCU discorda, no precisa notificar o possvel beneficirio, pois este no tem direito atingido, mas a mera expectativa frustrada, o contraditrio ocorrer, mas em sede do rgo da administrao responsvel pelo primeiro ato.Obs. Atos Complexos - dependem de duas manifestaes de vontade de rgos diversos. Atos Compostos - dependem de duas manifestaes de vontade em rgos da mesma estrutura estando em situao de hierarquia. Concesso e reforma de aposentadoria ato complexo, por isso no era ato perfeito, nem havia ainda direito a ser lesado quando da apreciao pelo TCU.4 - Princpio da Razoabilidade e Princpio da ProporcionalidadeRazoabilidade agir de forma lgica, com coerncia, no despropositada.

Proporcionalidade agir de forma equilibrada, o equilbrio entre os atos e as medidas.

- Para os administrativistas o princpio da Proporcionalidade contedo no princpio da Razoabilidade.

Obs. Razoabilidade e Proporcionalidade so princpios implcitos da norma constitucional e expressos na norma infraconstitucional. L.9784/99, artigo 2. Lei do Processo Administrativo.Proporcionalidade Adequao - entre meio e fim

Necessidade - da medidaProporcionalidade (sentido estrito) - equilbrio entre custo-benefcio

- A EC/45 inseriu no artigo 5 da CF o inciso LXXVIII, onde diz que os processos administrativos e judiciais devem durar o prazo razovel. Num primeiro momento foi chamado de razoabilidade do processo, mas hoje a orientao que prevalece de que o dispositivo se refira ao princ. da durao razovel do processo.

ADPF n 45 - Controle de polticas pblicas pelo JudicirioA poltica pblica escolha do administrador, mas deve ser razovel, pois se assim no for, o judicirio poder controlar. Esse controle controle de legalidade em sentido amplo.

Obs. Controle de legalidade em sentido amplo: Controle dos atos administrativos pelo judicirio segundo parmetros normativos diversos, lei, constituio e tratados.

1 - Controle de legalidade sentido estrito - controle tendo apenas a lei, norma infraconst. como parmetro2 - Controle de constitucionalidade - controle tendo normas constitucionais (regras e princ. expressos e implcitos) como parmetro e tratados assimilados com status de emenda.3 - Controle de convencionalidade - controle segundo normas de tratados e convenes internacionais- Ato vinculado - o ato que no tem liberdade, preenchido os requisitos o administrador deve realiz-lo, no h juzo de valor.

- Ato discricionrio - o ato que tem liberdade, o administrador tem juzo de valor, tem convenincia e oportunidade.

O Poder judicirio pode controlar atos administrativos, seja ato vinculado ou discricionrio. Contudo o controle um controle de legalidade (lei + regras e princpios constitucionais + convenes). O mrito do ato discricionrio, campo de liberdade do administrador no pode ser usurpado, seria violao de funes e da separao dos poderes, esse pode ser controlado indiretamente quando se analisa a razoabilidade e proporcionalidade dos atos, princpios constitucionais implcitos com importantes reflexos na atividade administrativa.- Os princpios da razoabilidade e da proporcionalidade restringem, limitam a liberdade do administrador. Estes princpios acabam por atingir o mrito do ato administrativo. ex. Municpio tem dinheiro para construir escola, hospital ou praa - se houver deficincia na educao e na sade no pode optar por praa.5 - Princpio da Continuidade- A Administrao pblica atividade que deve ser exercida de forma direta, imediata e contnua.

- O servio pblico, funo atinente administrao um dever do Estado, e tambm deve ser prestado de forma ininterrupta, continuamente.Continuidade do servio e Direito de greve do servidor- Servidor pblico tem direito de greve artigo 37, VII da CF nos limites previstos na lei, at a EC/19 a lei era complementar, agora a lei ordinria. Trata-se de uma norma constitucional de eficcia limitada entendimento majoritrio na jurisprudncia.

- Durante vrios anos o STF julgando Mandados de Injuno reconhecia a inexistncia da lei e comunicava ao Congresso que no tomava qualquer providncia para a elaborao da lei. Aps o julgamento dos MI 670/708/712 o STF passou a conferir efeitos concretos deciso em sede de MI, dizendo que enquanto no fosse aprovada a lei do servidor, seria aplicada, no que coubesse, a lei 7.783/89 (lei que regula greve do trabalhador comum).- O STF decidiu tambm sofre os efeitos do mandado de injuno, dizendo que o MI nesse caso especfico teria efeito erga omnes.

- Neste caso, reconhecendo sua excepcionalidade, o STF afastou duas caractersticas do MI, que seriam I - efeitos apenas declaratrios - em regra deveria comunicar ao congresso a omisso de lei sobre direitos constitucionalmente previstos II - efeitos inter partis STF atuando como legislador positivo.(ver vdeo no injur sobre greve do servidor)

Continuidade do servio e casos de inadimplncia- Usurio de servio pblico que no paga a conta, pode ter o servio cortado? SIM, artigo 6, 3 da Lei 8987/95: 3o No se caracteriza como descontinuidade do servio a sua interrupo em situao de emergncia ou aps prvio aviso, quando: I - motivada por razes de ordem tcnica ou de segurana das instalaes; e II - por inadimplemento do usurio, considerado o interesse da coletividade.

Corte Legtimo:a) Por emergnciab) Com prvio aviso - por razes tcnicas ou de segurana; - por inadimplemento do usurio,- O artigo 6, 3 a posio majoritria, mesmo para os servios essenciais. H uma tese minoritria no STJ que defende que no pode cortar utilizando como fundamento o CDC, artigos 22 e 42.

- Em nome da supremacia do interesse publico e da continuidade do servio para os adimplentes e em nome do princpio da isonomia, o servio deve ser cortado - entendimento jurisprudencial. Mas essa posio no absoluta, por exemplo, no pode cortar a energia de uma pessoa que sobrevive dependendo de um aparelho que ligado na energia.

Obs. se a Administrao for inadimplente ela tambm poder sofrer o corte, mas devem ser mantidos os hospitais, iluminao em logradouros pblicos e servios pblicos essenciais funcionando.

6 - Princpio da Autotutela- Aplicaes:a) A administrao pode rever, (dever de fiscalizao) os seus prprios atos quando forem:

I - Ilegais (anulando) e II - Inconvenientes (revogao) b) Maria Silvia Zanella de Pietro diz que a autotutela tambm traz o dever de cuidado, de zelo, do patrimnio e de seus prprios bens. (Princpio da Retido Administrativa e Tutela da Coisa Pblica).- Smula 346 do STF: A Administrao pblica pode declarar a nulidade dos seus prprios atos.

- Smula 473 do STF: A Administrao pode anular seus prprios atos, quando eivados de vcios que os tornam ilegais, porque deles no se originam direitos; ou revog-los, por motivo de convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciao judicial.- Art. 53, L.9784/96 Lei de Processo Adm.

7 - Princpio da Especialidade Adm. Pblica

I - Direta - Entes Polticos - Unio

- Estados e DF

- Municpios

II - Indireta

- PJ de D. Pblico - Autarquias

- Fundaes Pblicas

- PJ de D. Privado - Empresas Pblicas

- Soc. de Econ. Mista

Obs. Para criar pessoas da adm. indireta, preciso lei, que especificar o fim para o qual o ente foi criado. O Principio da especialidade vincula pessoas da adm. indireta aos fins que a justificaram. Finalidade prevista em lei e administrador no pode alter-la.

Princpio da Especialidade tambm passou a ser aplicado Adm. Direta. 8 - Princpio da Presuno de Legitimidade

- A presuno de legitimidade dos atos decorre do dever de legalidade do administrador, possibilitando aplicao imediata dos atos, autoexecutoriedade, em nome do interesse pblico.

- Presuno relativa - pode ser afastada - nus da prova cabe a quem alega.

Obs. A presuno abrange

- legitimidade - obedincia a regras morais- legalidade - adequao normativa- veracidade - correspondncia com a verdadeORGANIZAO DA ADMINISTRAO PBLICA1 - Formas de prestao da atividade administrativa

I - Prestao direta ou centralizada - realizada pela prpria administrao direta, ncleo da administrao - Entes Polticos (Unio, Estados e Municpios)II - Prestao indireta ou desconcentrada - pode o poder pblico criar rgos, pessoas jurdicas de direito pblico ou privado da adm. indireta, ou ainda se associar ao particular no desempenho de sua atividade. Obs. Formas de distribuio de competncia adm.:a) Desconcentrao: deslocamento de atividade entre rgos da mesma pessoa jurdica. A relao de hierarquia.

b) Descentralizao: pressupe transferncia da execuo do servio a outra pessoa, fsica ou jurdica. H controle, h fiscalizao, mas no h hierarquia. Descentralizao pode ocorrer por uma transferncia para a administrao indireta ou para particulares, pessoas pblicas ou privadas.

Obs. O direito adm. estuda o deslocamento da atividade administrativa, a descentralizao poltica entre os entes polticos estudada no direito constitucional.

Descentralizao- A descentralizao da atividade administrativa pressupe a transferncia de um servio a uma pessoa fsica ou jurdica. A descentralizao pode ser feita PJ de Direito pblico ou PJ de Direito Privado.

Descentralizao PJ de D. Pblico - Outorga

Descentralizao PJ de D. Privado - Delegao

A descentralizao para o particular - Delegao - pode se dar por concesso, permisso ou autorizao. A concesso restrita PJ, mas a permisso pode ser pessoa fsica ou jurdica. Artigo 2 da Lei 8987/95: IV - permisso de servio pblico: a delegao, a ttulo precrio, mediante licitao, da prestao de servios pblicos, feita pelo poder concedente pessoa fsica ou jurdica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.Descentralizao do Servio Pblico: a) por outorga: transfere a titularidade + execuo do servio. S pode ser feita por meio de lei. Prevalece que s as pessoas da administrao indireta de direito pblico (autarquias e fundaes pblicas de direito pblico) podero receber a outorga.b) por delegao: pode ser realizada por lei, contrato ou ato administrativo. A delegao transfere apenas a execuo do servio, a administrao retm a titularidade do servio. conferida s pessoas jurdicas de direito pblico ou privado da administrao indireta, como tambm aos particulares. Pode ser feito por ato uni ou bilateral.- delegao por lei - delegao de servio para adm. indireta ou particular

- delegao por contrato - aos particulares (concesso e permisso) ex: concessionria de servio pblico (transporte pblico)- delegao por ato administrativo - recebida pelo particular ex: autorizao de servio pblico (txi).

Obs. Sum vinculante n 3 - Caso a administrao aprove o pedido de aposentadoria, o servidor fica provisoriamente aposentado e esperando a manifestao do TCU para completar o ato complexo, durante este perodo o servidor recebe aposentadoria - pode o TCU demorar 10 anos e dizer que a aposentadoria foi ilegal e chamar o servidor de volta ativa - STF com esta demora toda compromete a segurana jurdica, o TCU deveria avaliar isto em 5 anos. Se o TCU passar de 5 anos, ter que dar o contraditrio e ampla defesa diretamente no prprio TCU - Julgamento de dois MS 25116 e MS 26053.2 - Relao Estado-Agente - Teorias sobre a manifestao de vontade do EstadoEstado (Pessoa Jurdica) - Agente (Pessoa Fsica):

Por ser o Estado uma Pessoa Jurdica, ou seja, um ente abstrato (t. da realidade tcnico-jurdica), no dotado de vontade prpria, de forma que a exteriorizao de seus atos por meio dos agentes pblicos tornou-se objeto de algumas teorias:

1 Teoria Teoria do mandato: Estado e agente constituem a relao atravs de um contrato de mandato e os poderes dos agentes so inerentes relao contratual. Crtica - Como o Estado celebraria contrato com os agentes se para celebrar tais contratos pressupe agentes contratando em nome do Estado? 2 Teoria Teoria da representao: tem a mesma ideia da representao na relao de tutela e curatela. O sujeito incapaz, no pode praticar sozinho atos da vida civil. Crtica - Estado no sujeito incapaz, no demanda este tipo representao. No se diferencia graus de capacidade das PJs.

3 Teoria Teoria da imputao ou T. do rgo : relao Estado-Agente decorre da lei, a lei determina e fundamenta os poderes do agente e o modo de agir em nome do Estado. A legitimidade se dar segundo desempenho das atribuies, nos termos legalmente dispostos.Obs. A vontade do agente na funo pblica se confunde com a vontade do Estado. Quando agente manifesta sua vontade nos limites estabelecidos por lei como se fosse a manifestao do prprio Estado. A vontade manifestada no exerccio da funo publica se confunde com a do Estado.

Obs. Adm. Direta (unio, estados e municpios), no estudada em Direito Adm., as PJ de D. Pblico, entes polticos, matria de Direito Const. Mas a subdiviso administrativa desses entes em rgos pblicos matria adm.O agente pblico nos termos da lei atuando em nome do Estado, no mandatrio, nem representante do Estado, ele o prprio Estado.

3 - rgos Pblicosrgo - ncleo, centro especializado de atribuies para a busca da eficincia.

Ideia originria da medicina, especializao orgnica, eficincia de unidades com atribuies particulares. A administrao foi repartida em unidades de atribuies especialidades objetivando melhor eficincia em sua atividade.Obs. Artigo 1 da Lei 9.784/99 - possvel a subdiviso administrativa em rgos pblicos tanto na administrao direta quanto na indireta.Caractersticas dos rgos pblicos:1 - rgo pblico no tem personalidade jurdica

2 - rgo pblico pode ir a juzo enquanto sujeito ativo em busca de prerrogativas funcionais3 - rgo pblico pode ter representante, procurador prprio

1 - rgo pblico no tem personalidade jurdica, no sujeito de direito e obrigaes.Obs. Prefeitura e Escolas so rgos, no tm personalidade jurdica, no pode ser sujeito de direito ou de obrigaes, a responsabilidade neste caso ser da PJ da qual o rgo parte.Obs. rgo pblico pode celebrar contrato? Regra: rgo pblico no pode celebrar contrato, porque no tem personalidade jurdica. O contrato celebrado em nome da PJ, o rgo pblico apenas licita e cuida da gesto, administrao e execuo do contrato, pois recebe delegao para tanto.Obs. Em regra o chefe do executivo assina os atos em que os rgos da PJ seja parte, mas a lei pode transferir a outras pessoas o direito de formalizar tais atos, delegar atribuies a outros administradores.

Obs. Artigo 37, 8, CF - EC 19 - possvel Contrato de GestoEntre rgo pblicos

Entre administradores

Crtica - doutrina alega ser inconstitucional o dispositivo quando prev possibilidade de contrato celebrado entre rgos e entre administradores. Redao estaria equivocada porque no pode contrato entre rgos pblicos. CNPJ de rgo - a Receita Federal confere CNPJ ao rgo pblico para fins de fiscalizao Instruo Normativa 1005/10 (Receita Federal cria o CPF e o CNPJ para acompanhar e controlar o fluxo de recurso, recebimento e imposto de renda), isto no descaracteriza o a natureza de rgo nem confere personalidade aos rgos.2 - rgo pblico pode ir a juzo enquanto sujeito ativo em busca de prerrogativas funcionais - A jurisprudncia fala que apesar de rgo pblico no ter personalidade jurdica, excepcionalmente, ele poder ir a juzo como sujeito ativo (autor) em busca de prerrogativas funcionais. Ex: a cmara de vereadores por ir a juzo pedindo que o prefeito repasse o duodcimo (valor para cobrir as despesas da cmara). Obs. rgos por vezes se aproximam das quase pessoas, entes de personalidade anmala, - esplio, massa falida, condomnio. Excepcionalmente podem ir a juzo, so dotados de personalidade judiciria. (ver) A personalidade judiciria do rgo em juzo - Jos dos Santos Carvalho Filho

Obs. rgo no celebra contrato nem para estabelecer sua sede, quem realiza a PJ, e caso no pague ser cobrado da PJ e no do rgo. Ex. TJ.

Obs. J se admitiu rgos especficos em juzo como parte passiva de demandada, sobretudo em aes const. ex HD, MI.3 - rgo pblico pode ter representante, procurador prprio, no significa que sempre ocorrer - pode concentrar na procuradoria do Estado.Classificao dos rgos pblicos:1 - Quanto posio na estrutura estatal:

a) rgos independentes: rgos que esto no topo da hierarquia, gozam de independncia, no sofrem qualquer relao de subordinao. rgos que exercem os poderes/deveres exec., judic., e legislativo. Ex: comando do executivo (presidncia, governadoria e prefeituras), comando do legislativo (congresso nacional, assembleias legislativas, cmaras municipais) e comando do judicirio (tribunais e juzes) - esto sujeitos fiscalizao apenas.

b) rgos autnomos: gozam de autonomia, tm poder de deciso, no so independentes, mas possuem ampla liberdade. Secretarias de estados, ministrios. Obs. - autonomia tcnica, financeira, administrativa, no teria autonomia poltica. c) rgos superiores: tem poder de deciso, mas esto subordinados aos autnomos e aos independentes (gabinetes, procuradorias administrativas e judiciais).

d) rgos subalternos: no tem poder de deciso, mero rgo de execuo (zeladoria, seo administrativa, departamento de cpias, RH, almoxarifado).

2) Quanto estrutura dos rgos:a) rgos simples: no tm rgos agregados sua estrutura, no tem ramificao (gabinetes)

b) rgos compostos: tem ramificao, tm desdobramentos, outros rgo agregados a sua estrutura (delegacia de ensino, hospitais).

3) Conforme a atuao funcional:a) rgo singular: possui um agente s, ou unipessoal - tomada de deciso feita de forma singular (juzo monocrtico, prefeitura municipal, presidncia da rep.)

b) rgo colegiado: composto de vrios sujeitos, tomada de deciso feita de modo coletivo (tribunais, casas legislativas).

Obs. Juiz e promotor no so rgos, so agentes pblicos, os rgos seria a promotoria e o juzo monocrtico.

Prevalece que MP e Tribunal de Contas so rgos autnomos. E independncia funcional? Essa continuar tendo, mas estruturalmente, administrativamente, s so independentes os trs rgo referentes classificao antiga de Montesquieu.

ADMINISTRAO INDIRETAObs. Servios Sociais Autnomos, ONGs, OS, OSCIPs, concessionrias e permissionrias, autorizados, no constituem a adm. Indireta.1 - Caractersticas Comuns aos entes da Administrao Indiretaa) personalidade jurdica prpria

b) criao e extino mediante lei

c) finalidade especfica

d) no tem fins lucrativos

e) no h relao de hierarquia entre administrao direta e indireta

Obs. Adm. Indireta

Autarquia - (agncia reguladora - agncia executiva - conselho de classe - consrcio pblico - autarquia sentido estrito - fundao pblica de direito pblico)

Fundao Pblica de Direito Privado (e agncia executiva)

Empresa Pblica

Soc. de Economia Mista

a) personalidade jurdica prpria - pessoas jurdicas da adm. indireta tm personalidade prpria, responde pelos seus atos. Ex. prejuzo causado pelas autarquias, fundaes, emp. pblica e SEM, sero arcados pelas prprias PJs.

Possuem patrimnio e receita prpria, gozam de autonomia tcnica, administrativa e financeira.

Obs. as pessoas da administrao indireta gozam de capacidade ou autonomia poltica. FALSO, capacidade poltica prpria de ente poltico. Agencia reguladora regula, mas no legisla.

Personalidade I - responde pelos seus atos II - tem receita e patrimnio prprio III - tem autonomia tcnica adm. e financeira - no tem autonomia poltica

b) criao e extino mediante lei - artigo 37, XIX da CF: somente por lei especfica poder ser criada autarquia e autorizada a instituio de empresa pblica, de sociedade de economia mista e de fundao, cabendo lei complementar, neste ltimo caso, definir as reas de sua atuao;

Lei ordinria especfica - (matria restrita)

- Cria Autarquia

- Autoriza Emp. Pblica Soc, de Economia Misto e Fundao

Obs. seja lei criando ou autorizando ser sempre necessria para constituio de PJ da adm. Indireta, devendo ser especfica, no tratando assuntos diversos. Se a lei cria, ato bastante para sua existncia, quando a lei apenas autoriza a sua criao, outros atos sero necessrios. Ex. Registro no rgo competente de PJ - se de natureza civil - CRPJ; se de natureza empresarial - Junta comercial.

Obs. Paralelismo de formas se alei cria a autarquia exige-se lei para extingui-la quando a lei autoriza sua criao a lei dever autorizar a sua extino.

Lei complementar vai definir as finalidades das fundaes. Lei abstrata com lista de possveis finalidades da fundao. Mas a LC no cria e nem autoriza a criao da fundao c) finalidade especfica: as pessoas jurdicas da administrao indireta tm finalidade especfica definida na sua lei especfica de criao.

Obs. A finalidade instituda por lei, no pode ser alterada pelo adm. Por paralelismo de forma s pode ser modificada por nova lei.

Princpio da especialidade - a PJ e o administrador esto vinculados finalidade.

d) no tem fins lucrativos: as pessoas da administrao indireta no tm fins lucrativos. O lucro possvel, mas no foram criadas em razo dele, com esse objetivo. O objetivo no o lucro, ser a segurana nacional e o interesse pblico.

- artigo 173 da CF: Ressalvados os casos previstos nesta Constituio, a explorao direta de atividade econmica pelo Estado s ser permitida quando necessria aos imperativos da segurana nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

Difcil visualizar essa caracterstica nas SEM e Emp Publica - Finalidades do Estado Empresa - SEM ou Emp. Pblica

Prestador de servio pblico Explorar atividade econmica - regime mais prximo de direito privado.Prof. no caso da SEM, principalmente, haveria um intuito de lucro.

e) no h relao de hierarquia entre administrao direta e indiretaExiste descentralizao. H controle, mas sem subordinao. Ex: Tribunal de Contas - rgo da adm direta controlando adm indireta l; CPI para controlar administrao indireta; Superviso Ministerial - (poder executivo) controle da administrao direta sobre a indireta. * At 2005 o Tribunal de Contas no controlava sociedade de economia mista. Hoje ele controla tudo.Superviso ministerial - o ministrio controla, de acordo com a finalidade da pessoa. Pertinncia entre ministrio e atividade controlada. Normas tcnicas, normas de segurana, controle de desempenho, de finalidade (desempenho da atividade fim)

- Adm. Direta nomeia os dirigentes da indireta. O chefe do executivo normalmente nomeia e exonera de forma livre os dirigentes da indireta. (a lei de criao que ir definir)Excepcionalmente a nomeao depende da prvia aprovao do Senado Federal, exemplo: Banco Central e Agncias Reguladoras (artigo 52 da CF), casos em que a destituio tambm no ser livre.

2 - FUNDAO- Fundao um patrimnio livre, destacado por um fundador e afetado a uma finalidade, um patrimnio personalizado para uma finalidade especfica. Universitas bonorum.Obs. Quanto a sua natureza, a fundao pode ser pblica ou privada a depender do seu instituidor.

Fundao privada - patrimnio institudo pelo particular - localiza-se fora da adm. indireta - ex. Fundao Ayrton Sena; Fundao pblica - patrimnio institudo pelo poder pblico

- Inciso XIX do artigo 37 da CF - Poder pblico pode escolher o regime da fundaoa) fundao pblica de direito pblico regime pblico

b) fundao pblica de direito privado regime privado

I - Fundao pblica de direito pblico uma espcie do gnero autarquia, chamada de autarquia fundacional. Na sua constituio o regime de autarquia e na sua finalidade tem papel mais assistencial, de fundao.

- criada por lei. Fundao pblica de direito pblico segue o regime das autarquias.

II - Fundao pblica de direito privado constituda pelo poder pblico, mas com o regime privado. O regime no totalmente privado um regime igual ao da empresa pblica e da sociedade de economia mista - regime hbrido, misto. chamada de fundao governamental. Neste caso a lei autoriza a sua criao. Posio majoritria da doutrina e STF, a partir da EC 10 alterou-se o art. 37, admitindo duas espcies.

Obs. (Prof.) Toda fundao instituda pelo poder pblico ser fundao pblica contudo pode ter o regime de direito pblico ou regime de d. privado (hbrido). Fundao publica de direito pblico espcie do gnero autarquia - uma autarquia fundacional criada por lei, no propriamente fundao.

Obs. Fundao pblica de direito privado fundao governamental e tem o mesmo regime da empresa pblica e da soc. de economia mista, regime hbrido, regime misto, mas no espcie de empresa ou sociedade de economia mista. Lei autoriza a sua criao.

Criao de uma Fundao pblica de direito privado

1 - Lei complementar genrica prev lista de finalidades possveis s fundaes governamentais2 - Lei ordinria - autoriza criao daquela pessoa

3 - Registro no rgo competente - aquisio de personalidadeObs. Para Helly Lopes toda fundao teria o regime privado, fundamento decreto lei 200- Crtica - texto antigo no teria sido recepcionado pela norma. CABM - toda fundao pblica deve ter regime pblico - fundao pblica com regime privado no vista com bons olhos, porque teria o regime privado? Facilita fraudes,seria forma de flexibilidade. 3 - AUTARQUIA- Pessoa da administrao indireta, pessoa jurdica de direito pblico. Serve para prestar servios pblicos tpicos, prprios do Estado - Atividades tpicas de Estado. Autarquia se aproxima muito da adm. direta. - Tem personalidade prpria

1 - Regime jurdico da Autarquia: Regime jurdico de direito pblico1 - atos praticados por uma autarquia so atos administrativos - atos de regime pblico, atos administrativos - atributos especiais: presuno de legitimidade, imperatividade, autoexecutoriedade.2 - contratos celebrados pela autarquia tambm um contrato administrativo - sujeito licitao L.8666/93

3 - Clusula exorbitante - conferem prerrogativas, privilgios

2 - Responsabilidade Civil Autarquia- artigo 37, 6 da CF: pessoas jurdicas de direito pblico. A regra a teoria objetiva, no precisa da prova da culpa (conduta + dano + nexo), independe do elemento subjetivo (culpa ou dolo).

Teoria subjetiva ou objetiva da responsabilidade - se a vtima precisa provar culpa - t. subjetiva, se no precisa provar culpa ou dolo, t. objetiva. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADOS - TEORIA OBJETIVA - na omisso, responsabilidade subjetiva.T. objetiva - conduta, dano, nexo de causalidade

T. subjetiva - conduta, dano, nexo de causalidade, culpa

Obs. Se um motorista de autarquia atropela algum, vtima processa autarquia, se for insolvente - (regime de qualquer prestadora de servio - se o Estado transferiu o servio, ele continua responsvel, subsidiariamente). Primeiro paga a autarquia, depois o Estado.

A responsabilidade do Estado por ato de autarquia subsidiria (relao de ordem) e objetiva (elemento culpa).

3 - Regime de pessoal - servidor pblico, porque atua em pessoa pblica. Pode ser celetista ou estatutrio.

Quem trabalha em autarquia servidor pblico. Regime jurdico nico, todos os servidores seguiro o mesmo regime, ou estatutrio ou celetista na mesma pessoa jurdica. No existe obrigatoriedade de regime, mas preferencialmente adota-se regime estatutrio.

4 - Bens autrquicos - Autarquia PJ de D. Pblico - bens pblicos - seguem o regime de direito pblico, tem proteo especial.- Caractersticas:

a) Inalienvel de forma relativa - preenchido requisitos pode alienar os bens. So alienveis de forma condicionada - Carvalhinho. Requisitos: art. 17, L. 8666/93.

b)Impenhorveis no podem ser objeto de penhora, arresto ou sequestro.Penhora - uma garantia, uma restrio de ao patrimnio dentro de uma ao de execuo.

Arresto - restrio a bens indeterminadosSequestro - restrio a bens determinadosObs. Pode-se propor cautelar de arresto e sequestro para limitar, garantir a efetividade da execuo, o cumprimento da obrigao.c) Impossibilidade de onerao = direito real de garantia (penhor e hipoteca aparecem fora da ao judicial, fora do juzo). No podem ser objeto de penhor, hipoteca nem anticrese.

Obs. Penhor (Bem Empenhado) Penhora (garantia da execuo) - Bem Penhorado.

Penhor direito real de garantia de bens mveis fora de ao judicial - ex. joias da caixa.

Hipoteca direito real de garantia sobre bens imveis.

Anticrese - explorao pelo credor do patrimnio do devedor para pagamento do dbito, para saldar obrigao.d) Imprescritveis, no podem ser objeto de usucapio - prescrio aquisitiva.Poder pblico pode adquirir por usucapio, mas no pode ser usucapido.

4 - Regime de dbitos- Dbitos judiciais de autarquia esto sujeitos ao regime de precatrio (artigo 100 da CF EC 6209). Garantia s obrigaes das autarquias - precatrio.Regime de precatrio

- constitudo ate 01 07 sero pagos no ano seguinteConstitudos aps 01/07 pagar no ano posterior ao seguinte.

Mas o Estado pagara se tiver dinheiro, e a fila, por ordem de apresentao, (sentena transita em julgado e espedido precatrio) - EC 62 Parcelamento em 8 anos.

Obs. Cada autarquia tem a sua fila - INSS, Universidade Federal.

5 - PrescrioPrazo prescricional para cobrar da Autarquia - Prazo prescricional contra PJ de D. Pblico - 5 anos - dec. lei 20920/32.Obs. Polmica - hiptese de reparao civil. Art. 10, DL 20910 - prazo de 5 anos, se no existir outro mais benfico - mas o novo CC em 02 - prazo 03 anos - seria mais benfico adm. (art. 206, 3 - reparao civil 3 anos) - STJ restabelece posicionamento de prazo de 5 anos.6 - Procedimento financeiro pblico (contabilidade pblica) Lei 4320/64 e LC 101/00 Lei de Responsabilidade Fiscal.

Privilgios das Autarquias

1 - Tributrios

Regime tributrio artigo 150, VI, a CF - Imunidade Recproca: um ente poltico no pode instituir imposto para outro ente poltico. Obs. Imunidade recproca expressa para os impostos (no atinge taxa e nem contribuio).

- A Imunidade dos entes polticos extensvel s autarquias, artigo 150, 2 da CF. Somente na finalidade especfica da CF. Se a finalidade no for especfica, estar sujeito a tributao de imposto.

2 - ProcessuaisRegime processual: a autarquia tem tratamento de fazenda pblicaa) Prazo processual dilatado - Qudruplo para contestar e em Dobro para recorrer (artigo 188 do CPC)

b) Reexame necessrio (recurso de ofcio) = duplo grau de jurisdio obrigatrio quando a autarquia for parte no processo. Independente de recurso pelas partes, o juiz envia o processo ao tribunal. Art. 475, CPC.

Obs. Reexame necessrio a regra, excepcionalmente no ocorrer. Se no mandar para o tribunal, ningum recorreu: a falta de reexame impede o trnsito em julgado, s transitar aps deciso do tribunal.- Excees ao reexame necessrio, previstas no artigo 475 do CPC

a) aes de at 60 salrios mnimos

b) se a matria j tiver sido julgada pelo pleno do tribunalExemplos: INSS, INCRA, Universidades Federais, Bacen, IBAMA

Conselhos de Classe: autarquias profissionais

1 - Conselho de classe surgiu no ordenamento jurdico como autarquia. CFM CF Enfermagem, Engenharia, Contabilidade...2 - Lei 9649/98 Conselho de classe passaria a ter natureza jurdica de direito privado. Receberiam delegao de servio pblico.- Fiscaliza e controla o exerccio de diversas profisses, exerce o chamado poder de polcia. Pode cassar carteira de outros.3 - ADIN 1717/STF: o STF disse que conselho de classe exerce poder de polcia. E poder de polcia nas mos de uma pessoa privada compromete a segurana jurdica. Em nome da segurana jurdica o STF decidiu que o conselho de classe no poderia ter natureza privada, declarando a lei 9649/98 inconstitucional nesta parte. O conselho de classe voltou a ser uma autarquia novamente.

- A anuidade do conselho de classe tem natureza tributria de contribuio. Se no for paga cobra atravs de execuo fiscal.

Anuidade com natureza Tributria

Execuo Fiscal

Contabilidade Pblica - Lei de Resp. Fiscal

Controle pelo Tribunal de Contas.

OABSTJ e STF - Anuidade da OAB, em razo do estatuto, no tem natureza tributria, no segue anuidade tributria. Se a anuidade no for paga cobra atravs de execuo comum, e no a fiscal.

Contabilidade da OAB privada, no controlada pelo Tribunal de Contas. No segue lei de responsabilidade fiscal.Anuidade no tributo

Execuo comum

Contabilidade Privada

No Controle pelo Tribunal

- o quadro da OAB composto por celetistas.

PGR - ADIN 3026: buscava que os empregados da OAB fossem celetistas, mas com concurso pblico. O STF decidiu que: no procede a alegao de que a OAB sujeita-se aos ditames da administrao publica direta e indireta. A OAB no uma entidade da administrao indireta, a OAB um servio pblico independente, categoria mpar no elenco das personalidades jurdicas existentes no Brasil. A OAB no est includa na categoria das autarquias especiais, no se confunde com os demais entes de classe. OAB no est sujeita a controle da administrao e nem a qualquer das suas partes est vinculada. A OAB no est voltada a finalidades corporativas, incabvel a admisso de concurso pblico para a contratao de funcionrios que compe o quadro da OAB.

- o STF disse que a OAB pessoa jurdica mpar no ordenamento jurdico brasileiro. OAB tem privilgios de autarquia, mas no considerada uma autarquia, porque no tem as obrigaes de uma autarquia. OAB no est na adm. pblica direta nem indireta.OAB Imunidade tributria - no paga imposto, tem privilgio processual, julgada na justia federal. Anuidade no tributo - no faz concurso - TCU no controla, contabilidade privada.AUTARQUIA TERRITORIAL - Territrios

Territrio tem natureza de ente pblico, mas no ente poltico. Foi classificado como autarquia, mas tem tratamento diferente. Pode ser criado no futuro.

Obs. Territrio considerado uma autarquia, embora no tenha nada prprio de autarquia autarquias territoriais (hoje no tem nenhuma autarquia territorial).

AGNCIAS REGULADORAS- uma autarquia de regime especial - o termo autarquia de regime especial uma expresso antiga que era utilizada para falar de universidade pblica. A universidade pblica tem autonomia pedaggica e escolha do dirigente, de gesto.

- Hoje o termo autarquia de regime especial - designa Agncia Reguladora, fiscaliza, normatiza, regulamenta e disciplina diversas atividades.

- Agncia reguladora uma autarquia de regime especial, tem mais autonomia, mais liberdade do que as demais autarquias, em alguns pontos tm tratamento diferenciado. A agncia reguladora no legisla, s define normas tcnicas complementares previso legal. Obs. A partir de 95 o Governo passou a instituir a Poltica Nacional de Privatizao (venda) - Politica Nacional de Desestatizao (delegao). Como transferiu os servios, elas devem ser controladas e fiscalizadas, assim surge as agncias reguladoras.

Finalidade - Regular, controle, normatizar diversas atividades.

Especialidades do regime da Agencia reguladoraa) mais liberdade, mais autonomia - papel de normatizar

b) investidura ou nomeao especial do dirigente - diferente das demais PJ da adm. indireta, depende de indicao pelo Presidente e sabatina pelo Senado.c) mandato com prazo determinado/fixo - O prazo do mandato vai ser de acordo com a lei de cada agncia. H um projeto de lei tramitando no Congresso Nacional com o objetivo de unificar o prazo em 04 anos. O dirigente s sai do cargo antes do mandato por renncia ou condenao. Por enquanto o prazo variado.Ex. Avio da TAM - Dirigente da ANAC - Presidente no podia mand-la embora. Acabou renunciando.

Obs. Quarentena do dirigente - encerrado o mandato o dirigente passa por um perodo de quarentena, em que ele ficar impedido de exercer na iniciativa privada naquele ramo de atividade, pode outros ramos de atividade ou iniciativa pblica. Durante o prazo de quarentena o dirigente continua recebendo o salrio de dirigente. O prazo da quarentena regra geral 04 meses, h agencias com prazo de 12 meses. Busca evitar informaes privilegiadas. Ex. ANEL (apago), ANATEL (telefonia campe de reclamao), ANA (agncia nacional da gua - gua passa a ter valor econmico), ANTT (transportes terrestres), ANS (problemas de sade), ANVISA (vigilncia sanitria), ANTAQ (transportes aquavirios), ANAC (aviao civil), ANP (petrleo), ANCINE (cinema - medida provisria ainda no convertida em lei).

Regime jurdico da Agncia Reguladora - Autarquia Especial

- O mesmo da autarquia - bens, privilgios processuais, tributrios, contratos administrativos etc.

- lei 9472/97 instituiu a ANATEL (normas gerais das telecomunicaes) e estabeleceu que a agncia reguladora estaria fora da lei 8666/93, regime especial de licitao, e que cada agncia reguladora iria definir o seu procedimento de licitao. Estabeleceu duas modalidades de licitao: Prego e Consulta essa matria ao STF para controle de constitucionalidade ADIN 1668. O STF disse que a lei inconstitucional, que agncia reguladora enquanto autarquia no pode ficar fora da lei 8666/93. O STF ainda disse a agncia reguladora poderia ter modalidades especficas de prego e consulta. Agncia Reguladora - deve seguir lei 8.666 - pode adotar Prego e Consulta. - Hoje Prego L. 10.520 no mais modalidade prpria, s consulta ainda permanece como modalidade prpria, mas no tem lei regulando.Regime de pessoal: lei 9.986/00 estabeleceu regime celetista com contrato temporrio (sem concurso). ADIN 2310. O STF disse que a lei inconstitucional, no pode ser contrato temporrio, porque a necessidade permanente. O STF disse que o regime no poderia ser celetista e nem estatutrio, mas deveria ser adotado um regime de cargo, por concurso pblico. Os contratos que estavam em andamento deveria permanecer at o final do termo do contrato. essa deciso foi em sede de cautelar de ADIN. Regime preferencial deve ser de cargo, estatutrio, celetista em situao excepcional. - MP 155/03 foi convertida na Lei 10871/04, que alterou a lei 9986/00 e criou os cargos. A ADIN 2310 foi extinta sem julgamento de mrito por perda do objeto.

- Quando a ADIN 2310 foi extinta o presidente da repblica editou a MP 269 que acarretou na lei 11292falando que os contratos dos empregados das agncias reguladoras estariam prorrogados. A matria foi novamente levada ao STF, ADIN 3678, que est para ser julgada pelo STF - na prova o regime de pessoal da agncia reguladora deve ser cargo efetivo.Deve licitar Esta sujeita a lei 8.666

Duas modalidades especficas de licitao: prego (todos entes podem usas) e consulta

Regime de pessoal STF - regime de cargo, por concurso pblico

Obs. Nem tudo que tem nome de agncia agncia reguladora.

AEB - agencia espacial brasileira - autarquia mas no reguladora

ABIN - rgo da adm. direta.

CVM - agncia reguladora

AGNCIA EXECUTIVA: (cai pouco)- uma velha autarquia ou fundao pblica que precisava ser reformulada. (planejamento de reforma - dinheiro, liberdade, pessoal) - Plano Estratgico de Reestruturao - e celebra Contrato de Gesto com a Adm. Direta.Regime jurdico - seria o mesmo da autarquia.

Plano estratgico de Reestruturao Adm. Pblica - Contrato de Gesto. Recurso e Autonomia - Celebrado o contrato de gesto o presidente da repblica publica um ato que declara o status de agncia executiva. O status temporrio, permanece enquanto estiver em andamento o contrato. Quando terminar o contrato ele volta a ser uma autarquia ou fundao. - Exemplo de agncia executiva: INMETRO, Agncia de Desenvolvimento da Amaznia ADA (velha SUDAM), a velha SUDENE virou a ADENE.

Crtica - a autarquia no devia estar falida, ento mais dinheiro e autonomia seria prmio ineficincia. Se as finalidades foram estabelecidas por lei, o contrato no poderia conferir-lhes mais poderes, autonomia, que devia estar prevista em lei. - Lei 9649/98 traz a previso da agncia executiva.

EMPRESA ESTATAL

Empresas Estatais - so aquelas em que o Estado participa, faz parte. Pode ser Emp. Pblica ou SEM.

1 - Empresa pblica2 - Soc. de Economia MistaEMPRESAS PBLICAS:- PJ de Direito Privado Regime Jurdico Hbrido - no totalmente pblico nem totalmente privadoCapital exclusivamente pblico - mas pode ser de mais de um ente

Finalidadea) Prestar servio pblicob) Explorar atividade econmica.

Obs. Pode ser constituda por qualquer modalidade empresarial. Ltda., S.A. etc.

O estado pode participar de empresa que no SEM ou EP e neste caso seguir regime comum de direito privado e no far parte da adm. indireta.O nome empresa pblica no est ligado natureza jurdica da pessoa, mas sim ao seu capital.

SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA- Pessoa Jurdica de direito privado- Regime jurdico Misto- Capital misto, mas a maioria votante deste capital tem que estar nas mos do poder pblico, controle do capital votante. O Estado deve estar a frente dessa pessoa jurdica, ele deve ter a gesto e a direo da sociedade.

Finalidade

1 - Prestao de servio pblico

2 - Explorao da atividade econmica.Obs. Deve ser constituda na forma de S/A Sociedade Annima.

Diferenas entre Empresa Pblica e Sociedade de Economia Mista:

Empresa Pblica FederalSociedade de Economia Mista

- capital exclusivamente pblico- capital misto

- constituio: pode ser de qualquer modalidade empresarial- constituio: s pode ser Sociedade Annima

- competncia: art. 109 da CF Justia Federal- competncia: Justia Estadual (no est prevista no art. 109 da CF)

Obs. Se a empresa pblica e a S/A for estadual ou municipal a competncia da justia estadual.

Ateno - Quando se tratar de empresa pblica ou sociedade de economia mista e que no processo existir interesse da Unio o processo ser levado pelo interesse da Unio Justia Federal.Finalidade: Empresas Estatais1 - Prestar Servio

2 - Explorar atividade econmica

Ateno - Se a empresa pblica ou sociedade de economia mista for prestadora de servio pblico o regime mais pblico do que privado. Se a empresa pblica ou sociedade de economia mista explorar atividade econmica o regime ser mais privado do que pblico.

Fundamento - Artigo 173, 1 da CF: O estado no intervir na atividade econmica salvo: (razes de interesse pblico)

a) segurana nacional

b) interesse coletivo. 1 - A lei estabelecer o estatuto jurdico da empresa pblica, da sociedade de economia mista e de suas subsidirias que explorem atividade econmica de produo ou comercializao de bens ou de prestao de servios, dispondo sobre: I - sua funo social e formas de fiscalizao pelo Estado e pela sociedade; II - a sujeio ao regime jurdico prprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigaes civis, comerciais, trabalhistas e tributrios; III - licitao e contratao de obras, servios, compras e alienaes, observados os princpios da administrao pblica; IV - a constituio e o funcionamento dos conselhos de administrao e fiscal, com a participao de acionistas minoritrios; V - os mandatos, a avaliao de desempenho e a responsabilidade dos administradores.- o Estado pode, excepcionalmente, explorar atividade econmica atravs da EP e S/A desde que observadas duas exigncias: segurana nacional e relevante interesse coletivo. - interesse pblico.

- a lei estabelecer um estatuto prprio para a empresa pblica e sociedade de economia mista quando atuarem como exploradoras de atividade econmica.

REGIME JURDICO: Empresas Estatais1 - Licitaes e Contratos:- Empresa pblica na atividade fim no precisa licitar

1 - Se a SEM ou EP quando prestadora de servio pblico - tem que licitar. Aplica-se o artigo 37, XXI da CF.

2 - Artigo 1 da Lei 8666/93 dispe quem est sujeito licitao, define o dever de licitar, se forem exploradoras de atividade econmica deve ser analisado o artigo 173, 1, III da CF, que dispe que tais empresas podero ter estatuto prprio para licitaes e contratos. No entanto, esse estatuto ainda no existe. Portanto deve ser aplicada a regra geral, ou seja, segue o artigo 1 da Lei 8666/90.

Obs. A empresa pblica e a sociedade de economia esto sujeitas lei 8666/90, mas na prtica s vezes no licitam porque a lei tambm prev dispensas e inexigibilidade. Exemplo de dispensa: artigo 24, pargrafo nico da lei 8666/90 fala sobre a dispensa no que tange ao valor. Regra geral os entes da administrao pblica tem uma dispensa que corresponde a 10% do limite do convite que significa: para obras e engenharia R$ 15.000,00 e para outros servios R$ 8.000,00. O pargrafo nico fala que empresa pblica e sociedade de economia mista tm esses limites dobrados, ou seja, a dispensa corresponde a 20% do limite do convite, com R$ 30.000,00 e R$ 16.000,00. Exemplo de inexigibilidade de licitao: artigo 25 da Lei 8666/90, a licitao inexigvel quando a competio for invivel. O rol do artigo 25 meramente exemplificativo. Esta inviabilidade acontece quando a licitao prejudicar o interesse pblico. Se a licitao prejudicar a atividade fim que o servio pblico fim de todas empresas estatais, ela tambm estar prejudicando o interesse pblico. Se a licitao prejudicar a atividade econmica que a segurana nacional e o interesse coletivo, ela tambm estar prejudicando o interesse pblico, o que justifica a inexigibilidade de licitao quando da realizao da atividade fim e a licitao o prejudicaria ao invs de ser um meio otimizador. 2) Responsabilidade Civil:- Artigo 37, 6 da CF: 6 As pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de servios pblicos respondero pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsvel nos casos de dolo ou culpa.

a) Se for prestadora de servio pblico ela estar prevista no artigo 37, 6. A responsabilidade ser objetiva, em regra.

Obs. Se a vtima cobra da empresa e a empresa no tem patrimnio para pagar a conta, o Estado pode ser chamado a pagar essa responsabilidade? Servio pblico dever do Estado, portanto, ele continua responsvel, embora a responsabilidade do Estado por servio pblico descentralizado seja subsidiria.

b) EP ou SEM exploradoras da atividade econmica elas no esto no artigo 37, 6. Portanto, vale o direito civil, aplicado o Cdigo Civil, que aplica a responsabilidade subjetiva, em regra. Prevalece na jurisprudncia e na doutrina, apesar da divergncia, que o Estado no responde por essas empresas.

3 - Regime de bens:- Bens de empresa pblica e de sociedade de economia mista em regra so privados, em regra, bens penhorveis, seguem o regime privado, salvo bens diretamente ligados prestao de um servio pblico, fundamento para proteo dos bens o princ. da continuidade.- Ficam protegidos e excepcionalmente seguiro o regime pblico aqueles bens que estiverem diretamente ligados prestao de servios pblicos. O bem precisa de proteo para no comprometer a continuidade do servio, seguem regime de direito pblico.- Bens de empresa pblica prestadora de servio pblico so penhorveis. VERDADEIRO. S no pode penhorar os bens que estiverem diretamente ligados prestao do servio pblico. Obs. EBCT - tem um regime prprio de fazenda pblica, seus bens so bens pblicos, impenhorveis. ADPF 46. Tratamento diferenciado da EBCT. Regime de precatrio. Servio exclusivo.4 - Regime Tributrio:

a) Se a EP ou SEM for exploradora de atividade econmica ela no ter privilgios no extensveis iniciativa privada. Artigo 173, 2 da CF: As empresas pblicas e as sociedades de economia mista no podero gozar de privilgios fiscais no extensivos s do setor privado. (igualdade com iniciativa privada).

b) Quando a EP e a atividade de SEM prestar servio pblico artigo 150, 3 da CF: Se repassar carga tributria ao consumidor no recebe imunidade, se no repassa, ento recebe.

Obs. EBCT regime de imunidade recproca - prximo ao das autarquias.

Obs. EP e SEM no gozam de privilgios processuais.5 - Regime falimentar: - No esto sujeitas falncia.

- Lei 11.101/05 antes de 2005 - Se elas estivessem dentro da atividade econmica elas estariam sujeitas falncia. A partir da lei 11.101/05 essa posio foi superada, uma vez que a lei diz expressamente que empresa pblica e sociedade de economia mista no esto sujeitas falncia. * No entanto, CABM ainda estabelece essa diferena, mas essa posio no prevalece no concurso, prevalece a lei.

6 - Regime de Pessoal:Somente PJ pblica pode ter servidor pblico. Os demais so servidores de entes governamentais de direito privado.

Eles so chamados de servidores de entes governamentais de direito privado. So agentes pblicos, mas no servidores pblicos.- Regime de pessoal de emprego, regime celetista. So empregados, mas se equiparam aos servidores pblicos em algumas questes. Equiparao:

a) Esto sujeitos a concurso pblico.

b) Regra de teto remuneratrio - Salvo quando as empresas no dependam de repasse do poder pblico, da adm. direta para custeio.

c) Esto sujeitos regra geral de no acumulao. No possvel acumulao de cargo e emprego, salvo excees.

d) Esto sujeitos lei de improbidade administrativa lei 8429/92.

e) Tambm esto sujeitos lei penal artigo 327 do CP considerado funcionrio pblico para a lei penal.

f) Esto sujeitas aos remdios constitucionais, so utilizados especialmente na prestao de servios pblicos. Exploradora de atividade econmica no esto sujeitos aos remdios.Obs. A dispensa dos empregados imotivada Smula 390 do TST: Estabilidade. Art. 41 da CF/1988. Celetista. Administrao direta, autrquica ou fundacional. Aplicabilidade. Empregado de empresa pblica e sociedade de economia mista. Inaplicvel. I - O servidor pblico celetista da administrao direta, autrquica ou fundacional beneficirio da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. II - Ao empregado de empresa pblica ou de sociedade de economia mista, ainda que admitido mediante aprovao em concurso pblico, no garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988.

- OJ 247: SERVIDOR PBLICO. CELETISTA CONCURSADO. DESPEDIDA IMOTIVADA. EMPRESA PBLICA OU SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. POSSIBILIDADE. 1. A despedida de empregados de empresa pblica e de sociedade de economia mista, mesmo admitidos por concurso pblico, independe de ato motivado para sua validade; 2. A validade do ato de despedida do empregado da Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos (ECT) est condicionada motivao, por gozar a empresa do mesmo tratamento destinado Fazenda Pblica em relao imunidade tributria e execuo por precatrio, alm das prerrogativas de foro, prazos e custas processuais. a dispensa imotivada, no precisa de processo, ressalvada a situao da empresa de correios e telgrafos (ECT).

Obs. STF repercusso geral: RE 589998/STF

ECT Empresa de Correios e Telgrafos:Natureza hbrida entre empresa pblica e fazenda pblica.- Aps o Decreto-Lei 509/69 passou a ter tratamento de fazenda pblica, uma vez que tinha exclusividade na prestao do servio.

- o STF atravs da ADPF 46 decidiu que a ECT tem exclusividade no servio postal (correspondncia pessoal), mas no no servio da encomenda. A doutrina sempre falou em monoplio (atividade econmica em sentido estrito), mas o STF disse que era exclusividade (privilgio de ter o tratamento de fazenda pblica). - A ECT tem regime de autarquia em razo da exclusividade dada pelo STF que a ela o tratamento de fazenda pblica.

Bens impenhorveis

Regime de precatrio (art. 100, CF)

Imunidade tributria recproca - de impostos (art. 150, VI)

Dispensa de empregados motivada - RE 589998Consrcios Pblicos: ser estudado no Intensivo II- Surgiu em 2005 - Lei 11.107/05

- Integram a administrao indireta.

- Entes polticos celebram contrato de consrcio e surge nova PJ chamada Associao (que poder ter regime pblico ou regime privado)Associao

a) Regime Pblico - Associao Pblica (espcie de autarquia)

b) Regime Privado - Associao Privada (regime hbrido - de EP e SEM)

ENTES DE COOPERAO Entes Paraestatais esto ao lado cooperando com o Estado. Esto fora da administrao indireta, mas cooperam com o Estado.

Obs. Classificao

- 1 setor: Participao do Estado na Economia- 2 setor: Iniciativa privada

- 3 setor: ONGs algumas ONGs, no todas, cooperam com o Estado.

- 4 setor: Pirataria, economia informal, criminalidade em geral- Nem toda ONG ente de cooperao, s ser ente de cooperao se estiver cooperando com o Estado.

- a economia brasileira reconhece um 4 setor: pirataria (economia informal)

Obs. O 3 setor (entes de cooperao) esto fora da administrao pblica, so chamados de entes paraestatais (ao lado de).

- so pessoas jurdicas de direito privado.

- no possuem fins lucrativos

- desenvolvem atividades pblicas ajudando o Estado, cooperando.

1. SERVIOS SOCIAIS AUTNOMOS: - Tambm chamado de sistema S: SESI, SEBRAE, SENAI, SENAC e etc.

- Tem como finalidade fomentar e apoiar as diversas categorias profissionais. No prestam efetivamente servio pblico, no tem fins lucrativos; Desenvolver a indstria o comrcio.- Remunerao/Custeio: pode receber recursos/dotaes oramentrios e tambm ser beneficirio da parafiscalidade (tem a aptido para cobrar tributos).

PARAFISCALIDADE -

a) competncia tributria aptido para instituir tributos, indelegvel, prpria dos entes polticos.

b) capacidade tributria aptido para cobrar tributos, delegvel, pode ser transferida chamada de parafiscalidade = delegao da capacidade tributria.

Parafiscalidade - atividade tributria sem natureza fiscal.

Estado pode delegar capacidade a quem persegue interesse pblico. Cobram contribuio parafiscal.

- Cobra a contribuio parafiscal, beneficirio da delegao da capacidade tributria, e por cobrar tributo esto sujeitas ao controle pelo Tribunal de Contas, consequentemente esto sujeitos licitao artigo 1 da Lei 8666/90 a licitao seguir um Procedimento simplificado do sistema S. - Regime Jurdico - Direito privado - as pessoas jurdicas no possuem privilgios tributrios, no tem privilgios processuais.

- No integram adm. indireta, mas so fiscalizados pelo TCU.

- Pessoal privado, so celetistas, empregados.

- Competncia para julgar as aes da Justia Estadual.

2. ORGANIZAO SOCIAL- OS - previstas na lei 9637/98

- uma pessoa privada

- Nasce da extino de estruturas da administrao pblica. Com a extino de um rgo ou estrutura e h uma celebrao de um Contrato de Gesto que cria e que transfere para a organizao social as atividades. Dotao oramentria, Utilizao de Bens Pblicos, Cesso de servidores pblicos. Crtica tem bem pblico, tem servidor pblico, mas no integram adm. indireta.- OS uma pessoa jurdica de direito privado que nasce com a assinatura de um contrato de gesto. No h exigncia de experincia anterior, no precisa existir no mercado.

- gerida pelo Conselho de Administrao que composto por administradores + particulares

- a OS em razo do contrato de gesto pode receber recursos oramentrios, permisso de bens pblicos, cesso de servidores pblicos.

- o Tribunal de Contas deve controlar - Recebe dotao oramentria, mas tem dispensa de licitao - Dispensa de licitao para os contratos decorrentes do contrato de gesto. Art. 24, XXIV, L. 8.666. (est sendo analisada a sua constitucionalidade em sede de ADIN 1923/STF que ainda no teve o seu mrito julgado, tendo apenas a cautelar indeferida, sem periculum in mora - possvel que toda a lei seja declarada inconstitucional).3. OSCIP Organizao da Sociedade Civil de Interesse Pblico- Previso na lei 9.790/99 - para projetos especficos

- PJs que j existem no mercado h pelo menos 01 ano naquele ramo de atividade

- Celebra com o poder pblico um Termo de parceria para execuo de um projeto determinado, pode ser assistncia cultural, social, patrimnio histrico e etc.- No presta servio pblico exclusivo, pode desenvolver atividades sociais, de pesquisa, meio ambiente.

- No recebe recursos oramentrios diretos do oramento como das OSs, mas pode receber recursos pblicos como pagamento.

- No se transfere bens, nem servidores pblicos.- Deve ser controlada pelo Tribunal de Contas. A gesto privada, sem interferncia de Adm. pblico. Regime jurdico privado.- A doutrina defende que elas deveriam licitar com o mesmo procedimento do sistema S, mas na prtica isso no ocorre.

OS - contrato de gesto - Recebe bens pblicos, servidores, dotao oramentria - Pessoa - Nasce da extino de estrutura pblica - Adm. por conselho - pblico-privado

OSCIP - Termo de Parceria - ao especfica - Recurso pblico - pagamento de servios - Associao que j existia h pelo menos um ano - Gesto privada

4 - ENTIDADES DE APOIOSucateamento de Universidades e Hospitais - Servidores constituem uma entidade - fundao ou associao privada que funciona dentro da prpria universidade, pessoal da unidade - normalmente vende alguns cursos e aproveita o valor na universidade.

- No presta servio pblico exclusivo do estado, na verdade apenas coopera com o Estado, estimulam a pesquisa. - No tem fins lucrativos e no faz parte da administrao - Constituda com natureza jurdica de associao, fundao ou cooperativa. - Presta atividades sociais de cooperao.

Crtica - Funcionam na prpria universidade, com servidores da universidade. Pessoas privadas que cooperam com o Estado.

- Privilgios: recebem dotaes oramentrias e possuem permisso de uso de bem pblico. Quem atua nesses entes so os servidores pblicos das universidades e hospitais.

- A entidade de apoio celebra convnios com o Estado para que passe receber os privilgios.

No sofrem controle pelo Tribunal de Contas - no precisam licitar.

Obs. para a doutrina o Tribunal de Contas deve controlar e deve haver lici