DIMENSÃO PESSOAL DIMENSÃO PESSOAL DO ESTADODO ESTADO

POPULAÇÃO E POPULAÇÃO E COMUNIDADE NACIONALCOMUNIDADE NACIONAL

POPULAÇÃOPOPULAÇÃO

É o conjunto das pessoas instaladas em É o conjunto das pessoas instaladas em caráter permanente sobre seu território: caráter permanente sobre seu território: uma vasta maioria de nacionais, e um uma vasta maioria de nacionais, e um contingente minoritário, de estrangeiros contingente minoritário, de estrangeiros residentes.residentes.

COMUNIDADE NACIONALCOMUNIDADE NACIONAL

É a dimensão pessoal do Estado É a dimensão pessoal do Estado soberano. É diferente de população. soberano. É diferente de população. Conjunto de nacionais, incluindo Conjunto de nacionais, incluindo aqueles, minoritários, que se tenham aqueles, minoritários, que se tenham estabelecido no exterior.estabelecido no exterior.

NACIONALIDADENACIONALIDADE

É um vinculo político entre o Estado É um vinculo político entre o Estado soberano e o indivíduo, que faz deste soberano e o indivíduo, que faz deste um membro da comunidade um membro da comunidade constitutiva da dimensão pessoal do constitutiva da dimensão pessoal do Estado.Estado.

PRINCÍPIOS GERAIS E NORMAS PRINCÍPIOS GERAIS E NORMAS COSTUMEIRASCOSTUMEIRAS

O Estado soberano não pode privar-O Estado soberano não pode privar-se de uma dimensão pessoal. se de uma dimensão pessoal.

Ele está obrigado, assim, a Ele está obrigado, assim, a estabelecer distinção entre seus estabelecer distinção entre seus nacionais e os estrangeiros.nacionais e os estrangeiros.

Princípio Geral de Direito das Princípio Geral de Direito das GentesGentes

Regra do Art. 15 da Declaração Regra do Art. 15 da Declaração Universal dos Direitos dos Homens. Universal dos Direitos dos Homens. (ONU 1948).(ONU 1948).

O Estado não pode arbitrariamente O Estado não pode arbitrariamente privar o indivíduo de sua privar o indivíduo de sua nacionalidade, nem do direito de nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.mudar de nacionalidade.

PRINCÍPIO DA EFETIVIDADEPRINCÍPIO DA EFETIVIDADE

O vínculo patrial não deve fundar-se O vínculo patrial não deve fundar-se na pura formalidade ou no artifício, na pura formalidade ou no artifício, mas na existência de laços sociais mas na existência de laços sociais consistentes entre o indivíduo e o consistentes entre o indivíduo e o Estado.Estado.

NACIONALIDADE ORIGINÁRIANACIONALIDADE ORIGINÁRIA

Aquela que a pessoa se vê atribuir Aquela que a pessoa se vê atribuir quando nasce resulta:quando nasce resulta:

1.1. ““Jus soliJus soli”- lugar do nascimento;”- lugar do nascimento;

2.2. ““Jus sanguinisJus sanguinis”- nacionalidade dos ”- nacionalidade dos pais.pais.

NACIONALIDADE DERIVADANACIONALIDADE DERIVADA

É a aquisição posterior de um outro É a aquisição posterior de um outro vínculo patrial, e deve se apoiar vínculo patrial, e deve se apoiar sobre fatos sociais indicativos da sobre fatos sociais indicativos da relação individuo-Estado.relação individuo-Estado.

Se obtém mediante naturalização e Se obtém mediante naturalização e quase sempre representa ruptura do quase sempre representa ruptura do vínculo anterior.vínculo anterior.

Requisitos: anos de residência no Requisitos: anos de residência no país, o domínio do idioma, ...país, o domínio do idioma, ...

TÍTULO COSTUMEIROTÍTULO COSTUMEIRO

Exclusão da atribuição da Exclusão da atribuição da nacionalidade “nacionalidade “jus soli”jus soli” os filhos de os filhos de agentes de Estados Estrangeiros- agentes de Estados Estrangeiros- diplomatas, cônsules, membros de diplomatas, cônsules, membros de missões especiais.missões especiais.

Proibição do Banimento- Nenhum Proibição do Banimento- Nenhum Estado pode expulsar nacional seu, Estado pode expulsar nacional seu, com destino a território estrangeiro com destino a território estrangeiro ou a espaço de uso comum.ou a espaço de uso comum.

TRATADOS MULTILATERAISTRATADOS MULTILATERAIS

A Convenção de Haia(12/04/1930), A Convenção de Haia(12/04/1930), proclama a liberdade do Estado para proclama a liberdade do Estado para determinar em direito interno quais determinar em direito interno quais são seus nacionais.são seus nacionais.

Condenar a repercussão de pleno direito Condenar a repercussão de pleno direito sobre a mulher, na constância do sobre a mulher, na constância do casamento, da eventual mudança de casamento, da eventual mudança de nacionalidade do marido, e a determinar nacionalidade do marido, e a determinar aos Estados cuja lei subtrai a aos Estados cuja lei subtrai a nacionalidade à mulher em razão do nacionalidade à mulher em razão do casamento com estrangeiro, que se casamento com estrangeiro, que se certifiquem da aquisição, por aquela, da certifiquem da aquisição, por aquela, da nacionalidade do marido, prevenindo nacionalidade do marido, prevenindo desse modo a perda não compensada, ou desse modo a perda não compensada, ou seja, a apatria.seja, a apatria.

NACIONALIDADE BRASILEIRANACIONALIDADE BRASILEIRA

O Estado soberano é livre para O Estado soberano é livre para conferir disciplina legal à sua conferir disciplina legal à sua nacionalidade.nacionalidade.

No Brasil é matéria constitucional.No Brasil é matéria constitucional.

BRASILEIROS NATOSBRASILEIROS NATOS

Qualifica-se como brasileiro nato Qualifica-se como brasileiro nato aquele que nascer no Brasil, ou seja aquele que nascer no Brasil, ou seja aqueles nascido em território aqueles nascido em território brasileiro, mesmo de pais brasileiro, mesmo de pais estrangeiros, desde que não estejam estrangeiros, desde que não estejam a serviço de seu país.a serviço de seu país.

O QUE É TERRITÓRIO O QUE É TERRITÓRIO BRASILEIRO?BRASILEIRO?

A CF não preceitua. Mas vamos A CF não preceitua. Mas vamos adotar a posição de Pontes de adotar a posição de Pontes de Miranda: “ Entendem-se nascidos no Miranda: “ Entendem-se nascidos no Brasil, os nascidos a bordo de navios Brasil, os nascidos a bordo de navios ou aeronaves de bandeira brasileira ou aeronaves de bandeira brasileira quando trafeguem por espaços quando trafeguem por espaços neutros.neutros.

BRASILEIRO NASCIDO NO BRASILEIRO NASCIDO NO ESTRANGEIROESTRANGEIRO

1. 1. A Serviço PúblicoA Serviço Público: São também : São também brasileiros natos, os nascidos no brasileiros natos, os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço do Brasil.( encargos esteja a serviço do Brasil.( encargos derivados dos poderes da União, dos derivados dos poderes da União, dos Estados e Municípios ou serviço de Estados e Municípios ou serviço de organização internacional de que a organização internacional de que a república faça parte).república faça parte).

Sem Serviço Público: São Brasileiros Sem Serviço Público: São Brasileiros Natos os nascidos no estrangeiro, de pai Natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desvinculados brasileiro ou mãe brasileira, desvinculados embora do serviço público, desde que embora do serviço público, desde que venham residir no território nacional e venham residir no território nacional e optem, em qualquer tempo, pela optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira.nacionalidade brasileira.

RISCO DE BRASILEIROS RISCO DE BRASILEIROS APATRIDASAPATRIDAS

Há uma possibilidade se filhos de Há uma possibilidade se filhos de brasileiros no exterior serem considerados brasileiros no exterior serem considerados apátridas.apátridas.

Tal ocorreria, por exemplo, quando um Tal ocorreria, por exemplo, quando um casal de brasileiros tivesse um filho na casal de brasileiros tivesse um filho na Itália, pais que adota o Itália, pais que adota o jus sanguinis. jus sanguinis. Tendo em vista essa situação, tramita, no Tendo em vista essa situação, tramita, no Congresso Nacional, proposta de emenda Congresso Nacional, proposta de emenda constitucional que visa a impedi-la constitucional que visa a impedi-la

NATURALIZAÇÃONATURALIZAÇÃO

É forma derivada de aquisição da É forma derivada de aquisição da nacionalidade. Sua concessão, em regra, nacionalidade. Sua concessão, em regra, é feita discricionariamente pelo Estado, é feita discricionariamente pelo Estado, segundo suas conveniências. segundo suas conveniências.

Assim a naturalização é um ato unilateral Assim a naturalização é um ato unilateral e discricionário do Estado no exercício de e discricionário do Estado no exercício de sua soberania sua soberania

Desse modo, ainda que preenchidos Desse modo, ainda que preenchidos determinados requisitos, por não haver, determinados requisitos, por não haver, em princípio, direito público subjetivo à em princípio, direito público subjetivo à naturalização, pode ao estrangeiro ser naturalização, pode ao estrangeiro ser negada a aquisição da nacionalidade negada a aquisição da nacionalidade brasileira. No Brasil, a concessão da brasileira. No Brasil, a concessão da naturalização é de competência exclusiva naturalização é de competência exclusiva do Poder Executivo, da esfera do Poder Executivo, da esfera administrativa.administrativa.

NÃO-ORIGINÁRIOS DE PAÍSES NÃO-ORIGINÁRIOS DE PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESADE LÍNGUA PORTUGUESA

Os estrangeiros que não sejam oriundos Os estrangeiros que não sejam oriundos da Comunidade dos Países de Língua da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, de acordo com o art. 112 do Portuguesa, de acordo com o art. 112 do Estatuto do Estrangeiro, interessados em Estatuto do Estrangeiro, interessados em naturalizar-se devem preencher, naturalizar-se devem preencher, genericamente, as seguintes exigências:genericamente, as seguintes exigências:

1. Capacidade civil segundo a lei brasileira; 1. Capacidade civil segundo a lei brasileira; 2. Possuir visto permanente; 2. Possuir visto permanente; 3. Residência contínua por quatro anos; 3. Residência contínua por quatro anos; 4. Ler e escrever em português; 4. Ler e escrever em português; 5. Boa conduta e boa saúde; 5. Boa conduta e boa saúde; 6. Exercício de profissão ou posse de bens suficientes à 6. Exercício de profissão ou posse de bens suficientes à

manutenção própria e da família; manutenção própria e da família; 7. Bom procedimento; e7. Bom procedimento; e 8. Inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação 8. Inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação

no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja cominada pena mínima de prisão, abstratamente cominada pena mínima de prisão, abstratamente considerada superior a um ano. considerada superior a um ano.

ORIGINÁRIOS DE PAÍSES DE ORIGINÁRIOS DE PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESALÍNGUA PORTUGUESA

Os estrangeiros originários de países de língua Os estrangeiros originários de países de língua portuguesa devem ter apenas:portuguesa devem ter apenas:

1. Capacidade civil; 1. Capacidade civil; 2. Residência por um ano ininterrupto no Brasil; 2. Residência por um ano ininterrupto no Brasil;

e e 3. Idoneidade moral, para requererem a 3. Idoneidade moral, para requererem a

nacionalidade brasileira. nacionalidade brasileira. A primeira exigência justifica-se, pois o A primeira exigência justifica-se, pois o

requerimento de naturalização é uma ato de requerimento de naturalização é uma ato de vontade. Os demais estão previstos no art. 12, vontade. Os demais estão previstos no art. 12, II, a, em atenção aos laços culturais comuns II, a, em atenção aos laços culturais comuns entre os povos de língua portuguesa. entre os povos de língua portuguesa.

  NATURALIZAÇÃO NATURALIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIAEXTRAORDINÁRIA

É concedida em razão, substancialmente, da É concedida em razão, substancialmente, da permanência do estrangeiro por longo período permanência do estrangeiro por longo período de tempo no Brasil. Inicialmente, esse prazo era de tempo no Brasil. Inicialmente, esse prazo era de trinta anos. Hoje, é de quinze, conforme de trinta anos. Hoje, é de quinze, conforme alteração introduzida pela emenda revisional n. alteração introduzida pela emenda revisional n. 3 de 1994. Os requisitos para a naturalização 3 de 1994. Os requisitos para a naturalização extraordinária, a ser requerida, são: extraordinária, a ser requerida, são:

1. Residência fixa no Brasil há mais de 15 anos; 1. Residência fixa no Brasil há mais de 15 anos; 2. Ausência de condenação penal. 2. Ausência de condenação penal.

PERDA DA NACIONALIDADE PERDA DA NACIONALIDADE BRASILEIRABRASILEIRA

As formas de perda da nacionalidade As formas de perda da nacionalidade brasileira encontram-se previstas no brasileira encontram-se previstas no art.12, § 4º, da Constituição.art.12, § 4º, da Constituição.

Perde-se a condição de brasileiro de duas Perde-se a condição de brasileiro de duas formas: cancelamento da naturalização formas: cancelamento da naturalização (perda-punição) e naturalização voluntária (perda-punição) e naturalização voluntária (perda-mudança).(perda-mudança).

Ocorre cancelamento da naturalização, Ocorre cancelamento da naturalização, quando recair sobre o naturalizado quando recair sobre o naturalizado sentença penal condenatória transitada sentença penal condenatória transitada em julgado, por ato nocivo ao interesse em julgado, por ato nocivo ao interesse nacional (art. 12, § 4º, I). Os efeitos da nacional (art. 12, § 4º, I). Os efeitos da cancelamento da naturalização não cancelamento da naturalização não retroagem, são retroagem, são ex nuncex nunc..

A segunda hipótese de perda da A segunda hipótese de perda da nacionalidade brasileira consiste na nacionalidade brasileira consiste na naturalização voluntária, que compreende naturalização voluntária, que compreende o pedido o pedido e e a aceitação da nacionalidade a aceitação da nacionalidade de outro Estado.de outro Estado.

                      

Dessa forma, a aceitação de nacionalidade Dessa forma, a aceitação de nacionalidade originária concedida por lei estrangeira não originária concedida por lei estrangeira não importa a perda da nacionalidade brasileira, pois importa a perda da nacionalidade brasileira, pois a nacionalidade do outro país não decorre da a nacionalidade do outro país não decorre da vontade, de pedido, do indivíduo.vontade, de pedido, do indivíduo.

Da mesma forma, a imposição de naturalização, Da mesma forma, a imposição de naturalização, por lei estrangeira, a brasileiro residente no por lei estrangeira, a brasileiro residente no exterior, como condição de permanência e de exterior, como condição de permanência e de exercício de direitos civis, não lhe retira a exercício de direitos civis, não lhe retira a nacionalidade brasileira, por faltar nacionalidade brasileira, por faltar voluntariedade.voluntariedade.

PERDA DA NACIONALIDADEPERDA DA NACIONALIDADE A competência do Departamento de Estrangeiros A competência do Departamento de Estrangeiros

da Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da da Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça, mais se acentua em relação à situação Justiça, mais se acentua em relação à situação jurídica do estrangeiro no Brasil e não à de jurídica do estrangeiro no Brasil e não à de brasileiros no exterior.brasileiros no exterior.

Verifica-se a exceção em relação à perda da Verifica-se a exceção em relação à perda da cidadania brasileira, originária ou derivada, cidadania brasileira, originária ou derivada, quando ocorre opção por outra nacionalidade, quando ocorre opção por outra nacionalidade, nos termos do que dispõe § 4º do artigo 12 da nos termos do que dispõe § 4º do artigo 12 da Constituição Federal de 1988, com redação dada Constituição Federal de 1988, com redação dada pela Emenda Constitucional de revisão nº 03/94:pela Emenda Constitucional de revisão nº 03/94:

Naturalização - SNATNaturalização - SNATDivisão de Nacionalidade e NaturalizaçãoDivisão de Nacionalidade e Naturalização

E-mail: E-mail: estrangeiros@mj.gov.brestrangeiros@mj.gov.br “ “ § 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro § 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro

que:que: I. tiver cancelada a sua naturalização, por sentença judicial, I. tiver cancelada a sua naturalização, por sentença judicial,

em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II. adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:II. adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei

estrangeira;estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira,

ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.”exercício de direitos civis.”

A única condição de perda da nacionalidade brasileira é a A única condição de perda da nacionalidade brasileira é a demonstração do desejo expresso e inequívoco de perdê-la demonstração do desejo expresso e inequívoco de perdê-la e de mudar de nacionalidade.e de mudar de nacionalidade.

ESTATUTO DE IGUALDADEESTATUTO DE IGUALDADE

De acordo com o De acordo com o caput caput do art. 5º da CF/88, do art. 5º da CF/88, todos são iguais perante a lei (isonomia), de todos são iguais perante a lei (isonomia), de forma que os iguais devem ser tratados de forma que os iguais devem ser tratados de forma igual e os desiguais, de forma desigual.forma igual e os desiguais, de forma desigual.

O art. 3º, IV, afirma que constitui objetiva O art. 3º, IV, afirma que constitui objetiva fundamental da República Federativa do Brasil fundamental da República Federativa do Brasil promover o bem de todos, vedadas quaisquer promover o bem de todos, vedadas quaisquer formas de discriminação.formas de discriminação.

O art. 19 veda aos entes federados promover O art. 19 veda aos entes federados promover distinções entre brasileiros ou preferências entre distinções entre brasileiros ou preferências entre si.si.

Pode-se dizer que, em princípio, não há Pode-se dizer que, em princípio, não há distinção entre brasileiros natos e naturalizados. distinção entre brasileiros natos e naturalizados. As únicas distinções que devem existir estão As únicas distinções que devem existir estão previstas na Constituição, não podendo a lei previstas na Constituição, não podendo a lei estabelecer outras (art. 12, § 2º).estabelecer outras (art. 12, § 2º).

Os casos previstos na Constituição são quatro:Os casos previstos na Constituição são quatro: extradição (art. 5º, LI),extradição (art. 5º, LI), cargos (art. 12, § 3º), cargos (art. 12, § 3º), função (art. 89, VII) função (art. 89, VII) direito de propriedade (art. 222).direito de propriedade (art. 222).

EXTRADIÇÃOEXTRADIÇÃO

O brasileiro nato em nenhuma O brasileiro nato em nenhuma hipótese pode ser extraditado, o que hipótese pode ser extraditado, o que não ocorre com o naturalizado, que não ocorre com o naturalizado, que poderá ser entregue à Justiça de poderá ser entregue à Justiça de outra país, competente para julgá-lo outra país, competente para julgá-lo e puni-lo, em caso de crime comum, e puni-lo, em caso de crime comum, cometido antes da naturalização, ou cometido antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes ou tráfico ilícito de entorpecentes ou drogas afins, na forma da lei.drogas afins, na forma da lei.

CARGOSCARGOS

A Constituição, no art.12, § 3º, reserva A Constituição, no art.12, § 3º, reserva alguns cargos aos brasileiros natos, em alguns cargos aos brasileiros natos, em atenção à linha sucessória (arts. 79 e 80) atenção à linha sucessória (arts. 79 e 80) e à segurança nacional. Dessa forma, são e à segurança nacional. Dessa forma, são privativos de brasileiro nato os cargos de privativos de brasileiro nato os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, Presidente e Vice-Presidente da República, de Presidente da Câmara dos Deputados, de Presidente da Câmara dos Deputados, de Presidente do Senado Federal, de de Presidente do Senado Federal, de Ministro do Supremo Tribunal Federal, da Ministro do Supremo Tribunal Federal, da carreira diplomática e de Ministro de carreira diplomática e de Ministro de Estado da Defesa.Estado da Defesa.

FUNÇÃOFUNÇÃO

O art. 89, ao tratar do Conselho da O art. 89, ao tratar do Conselho da República, órgão superior de consulta do República, órgão superior de consulta do Presidente da República, reserva seis Presidente da República, reserva seis vagas (art. 89, VII) para brasileiros natos. vagas (art. 89, VII) para brasileiros natos. Como o Conselho da República é Como o Conselho da República é integrado, também, pelo Ministro da integrado, também, pelo Ministro da Justiça e pelos líderes da maioria e da Justiça e pelos líderes da maioria e da minoria na Câmara ou no Senado, que minoria na Câmara ou no Senado, que podem ser brasileiros naturalizados, não podem ser brasileiros naturalizados, não lhes está vedada a o participação no órgão lhes está vedada a o participação no órgão referido.referido.

DIREITO DE PROPRIEDADEDIREITO DE PROPRIEDADE O art. 222 prescreve que a propriedade de O art. 222 prescreve que a propriedade de

empresa empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, aos quais caberá a naturalizados há mais de dez anos, aos quais caberá a responsabilidade por sua administração e orientação responsabilidade por sua administração e orientação intelectual. Não se trata de impedir, de forma absoluta, intelectual. Não se trata de impedir, de forma absoluta, aos naturalizado tais propriedades, mas de condicioná-la aos naturalizado tais propriedades, mas de condicioná-la a prazo de dez anos de naturalização. Tendo em vista a a prazo de dez anos de naturalização. Tendo em vista a notável influência do sistema midiático na formação da notável influência do sistema midiático na formação da opinião pública, andou bem o Constituinte nesse passo, opinião pública, andou bem o Constituinte nesse passo, pois não seria compatível com o interesse nacional, pois não seria compatível com o interesse nacional, deixar na mão de estrangeiros grande parte do fluxo de deixar na mão de estrangeiros grande parte do fluxo de informações, já filtradas segundo critérios pouco nobres. informações, já filtradas segundo critérios pouco nobres.

CONDIÇÃO JURÍDICA DO CONDIÇÃO JURÍDICA DO ESTRANGEIROESTRANGEIRO

Nenhum Estado soberano é obrigado, Nenhum Estado soberano é obrigado, por princípio de direito das gentes, a por princípio de direito das gentes, a admitir estrangeiros em seu admitir estrangeiros em seu território, seja em definitivo, seja a território, seja em definitivo, seja a título temporário.título temporário.

Mas, admitindo, em geral, em Mas, admitindo, em geral, em relação aos estrangeiros, é relação aos estrangeiros, é reconhecido, pelo menos, um padrão reconhecido, pelo menos, um padrão mínimo de direitos, pela simples mínimo de direitos, pela simples razão de serem dotados de razão de serem dotados de personalidade humana. Devem, personalidade humana. Devem, portanto, ao menos, serem-lhe portanto, ao menos, serem-lhe respeitados os direitos humanos, sob respeitados os direitos humanos, sob pena de responsabilização pena de responsabilização internacional do Estado infrator. internacional do Estado infrator.

DIPLOMAS INTERNACIONAISDIPLOMAS INTERNACIONAIS

Destaca-se, de início, a Declaração Destaca-se, de início, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, Universal dos Direitos do Homem, que dispõe, em seu art. 2º, serem os que dispõe, em seu art. 2º, serem os direitos por ela enunciados comuns a direitos por ela enunciados comuns a todas as pessoas, sem distinção todas as pessoas, sem distinção quanto à origem nacional. Por essa quanto à origem nacional. Por essa razão, declara direitos do homem, razão, declara direitos do homem, direitos humanos.direitos humanos.

O estrangeiro, para entrar no Brasil, deve O estrangeiro, para entrar no Brasil, deve satisfazer as condições estabelecidas no Estatuto satisfazer as condições estabelecidas no Estatuto do Estrangeiro, dentre as quais ressalta a do Estrangeiro, dentre as quais ressalta a exigência da obtenção de visto de entrada, que exigência da obtenção de visto de entrada, que pode ser de trânsito, de turista, temporário, pode ser de trânsito, de turista, temporário, permanente, de cortesia, oficial ou diplomático. permanente, de cortesia, oficial ou diplomático. Como nessa área predomina o poder Como nessa área predomina o poder discricionário do Estado, o visto constitui mera discricionário do Estado, o visto constitui mera expectativa de direito.expectativa de direito.

Tendo ingressado no território brasileiro, o Tendo ingressado no território brasileiro, o estrangeiro passa a se submeter às regras de estrangeiro passa a se submeter às regras de extradição, expulsão e deportação. extradição, expulsão e deportação.

O Código Bustamante, no art. 1º, prescreve que O Código Bustamante, no art. 1º, prescreve que "os estrangeiros que pertençam a qualquer dos "os estrangeiros que pertençam a qualquer dos Estados contratantes gozam, no território dos Estados contratantes gozam, no território dos demais, dos mesmos direitos civis que se demais, dos mesmos direitos civis que se concedem aos nacionais. Cada Estado concedem aos nacionais. Cada Estado contratante pode, por motivos de ordem pública, contratante pode, por motivos de ordem pública, recusar ou sujeitar a condições especiais o recusar ou sujeitar a condições especiais o exercício de determinados direitos civis aos exercício de determinados direitos civis aos nacionais dos outros, e qualquer desses Estados nacionais dos outros, e qualquer desses Estados pode, em caos idênticos, recusar ou sujeitar a pode, em caos idênticos, recusar ou sujeitar a condições especiais o mesmo exercício dos condições especiais o mesmo exercício dos nacionais do primeiro".nacionais do primeiro".

O art. 2º do Código Bustamante reforça o O art. 2º do Código Bustamante reforça o anterior, estabelecendo igualdade entre anterior, estabelecendo igualdade entre nacionais e estrangeiros quanto às nacionais e estrangeiros quanto às garantias individuais, "salvo as restrições garantias individuais, "salvo as restrições que em cada um estabeleçam a que em cada um estabeleçam a Constituição e as leis". Em relação ao Constituição e as leis". Em relação ao acesso às funções públicas e ao exercício acesso às funções públicas e ao exercício de direitos políticos, o diploma admite o de direitos políticos, o diploma admite o tratamento desigual entre indígenas e tratamento desigual entre indígenas e alienígenas.alienígenas.

A Convenção de Havana, 1928, A Convenção de Havana, 1928, estabelece, em seu art. 5º, o dever estabelece, em seu art. 5º, o dever de todos os Estados "concederem de todos os Estados "concederem aos estrangeiros domiciliados ou de aos estrangeiros domiciliados ou de passagem em seu território todas as passagem em seu território todas as garantias individuais que concedem garantias individuais que concedem a seus próprios nacionais e o gozo a seus próprios nacionais e o gozo dos direitos civis essenciais".dos direitos civis essenciais".

Além dos diplomas referidos, que Além dos diplomas referidos, que procuram estabelecer tratamento procuram estabelecer tratamento semelhante a nacionais e estrangeiros, semelhante a nacionais e estrangeiros, podem-se citar o Pacto Internacional de podem-se citar o Pacto Internacional de Direitos Econômicos Sociais e Culturais, Direitos Econômicos Sociais e Culturais, Nova Iorque, 19.12.1996, art. 2º, o Pacto Nova Iorque, 19.12.1996, art. 2º, o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, Internacional de Direitos Civis e Políticos, Nova Iorque, 19.12.1966, arts. 2º e 26, Nova Iorque, 19.12.1966, arts. 2º e 26, ambos realizados sob a égide da ONU, e a ambos realizados sob a égide da ONU, e a Convenção Americana Sobre Direitos Convenção Americana Sobre Direitos Humanos, de São José da Costa Rica, Humanos, de São José da Costa Rica, 22.11.1969, art. 1º. 22.11.1969, art. 1º.

TÍTULOS DE INGRESSOTÍTULOS DE INGRESSO

Imigrante- aquele que se instala no país Imigrante- aquele que se instala no país com o ânimo de permanência definitiva;com o ânimo de permanência definitiva;

Forasteiro temporário- turistas, Forasteiro temporário- turistas, estudantes, missionários, pessoas de estudantes, missionários, pessoas de negócios, desportistas,...negócios, desportistas,...

São diversos os paises que mediante São diversos os paises que mediante tratado bilateral ou mero exercício de tratado bilateral ou mero exercício de reciprocidade dispensam a prévia reciprocidade dispensam a prévia oposição de um visto. Ex.: Brasil e os oposição de um visto. Ex.: Brasil e os paises da América latina.paises da América latina.

Dessa forma, o estrangeiro, para entrar no Dessa forma, o estrangeiro, para entrar no Brasil, deve satisfazer as condições Brasil, deve satisfazer as condições estabelecidas no Estatuto do Estrangeiro, estabelecidas no Estatuto do Estrangeiro, dentre as quais ressalta dentre as quais ressalta a exigência da a exigência da obtenção de visto de entradaobtenção de visto de entrada, que pode , que pode ser de trânsitoser de trânsito, , de turistade turista, , temporário, temporário, permanentepermanente, , de cortesiade cortesia, , oficial ou oficial ou diplomáticodiplomático. .

Como nessa área predomina o poder Como nessa área predomina o poder discricionáriodiscricionário do Estado, o visto constitui do Estado, o visto constitui mera expectativa de direito.mera expectativa de direito.

Tendo ingressado no território Tendo ingressado no território brasileiro, o estrangeiro passa a se brasileiro, o estrangeiro passa a se submeter às regras de submeter às regras de extradição, extradição, expulsão e deportação.expulsão e deportação.

EXCLUSÃO DO ESTRANGEIRO EXCLUSÃO DO ESTRANGEIRO POR INICIATIVA LOCALPOR INICIATIVA LOCAL

DEPORTAÇÃO:DEPORTAÇÃO: A deportação é a saída A deportação é a saída compulsória do estrangeiro, sempre compulsória do estrangeiro, sempre que estiver com a que estiver com a estada irregularestada irregular (excesso de prazo ou exercício de (excesso de prazo ou exercício de trabalho remunerado, no caso de trabalho remunerado, no caso de turista) ou entrar no território turista) ou entrar no território nacional sem a observância das nacional sem a observância das formalidades legais, geralmente formalidades legais, geralmente clandestina. Diferencia-se da clandestina. Diferencia-se da expulsão quanto à causa, ao processo expulsão quanto à causa, ao processo e aos efeitose aos efeitos

IMPEDIMENTO Á ENTRADA DE IMPEDIMENTO Á ENTRADA DE ESTRANGEIROESTRANGEIRO

Não deve ser confundido com Não deve ser confundido com impedimento á entrada de estrangeiroimpedimento á entrada de estrangeiro, , que ocorre quando lhe falta justo título que ocorre quando lhe falta justo título para ingressar no Brasil. No caso de para ingressar no Brasil. No caso de impedimento, o estrangeiro não ultrapassa impedimento, o estrangeiro não ultrapassa a barreira policial da fronteira, porto ou a barreira policial da fronteira, porto ou aeroporto: é mandado de volta, sempre aeroporto: é mandado de volta, sempre que possível a expensas da empresa que que possível a expensas da empresa que para aqui o transportou sem certificar-se para aqui o transportou sem certificar-se da prestabilidade de sua documentação.da prestabilidade de sua documentação.

Cuida-se da exclusão por iniciativa Cuida-se da exclusão por iniciativa das autoridades locais, sem das autoridades locais, sem envolvimento da cúpula do governo.envolvimento da cúpula do governo.

No Brasil, os policiais federais têm No Brasil, os policiais federais têm competência para promover a competência para promover a deportação de estrangeiros, quando deportação de estrangeiros, quando entendam que não é o caso de entendam que não é o caso de regularizar sua documentação.regularizar sua documentação.

A medida não é punitiva, nem deixa A medida não é punitiva, nem deixa seqüelas. O deportado pode retornar seqüelas. O deportado pode retornar ao país desde o momento em que se ao país desde o momento em que se tenha provido de documentação tenha provido de documentação regular para o ingresso.regular para o ingresso.

EXPULSÃO:EXPULSÃO: é um modo coativo de retirar é um modo coativo de retirar o estrangeiro do território nacional por o estrangeiro do território nacional por delito ou infração ou atos que o tornem delito ou infração ou atos que o tornem inconveniente, dentre os quais podemos inconveniente, dentre os quais podemos destacar aqueles que atentem contra a destacar aqueles que atentem contra a segurança nacional, a ordem política ou segurança nacional, a ordem política ou social, a tranqüilidade ou moralidade social, a tranqüilidade ou moralidade pública, a economia popular e, de forma pública, a economia popular e, de forma geral, os interesses nacionais. geral, os interesses nacionais.

O caso mais recente que originou um O caso mais recente que originou um processoprocesso de expulsão, no de expulsão, no BrasilBrasil, foi o , foi o cancelamento do visto do correspondente cancelamento do visto do correspondente do jornal do jornal The New York Times The New York Times em em decorrência de uma matéria publicada decorrência de uma matéria publicada sobre o envolvimento do presidente sobre o envolvimento do presidente brasileiro, Luis Inácio Lula da Silva, com brasileiro, Luis Inácio Lula da Silva, com bebidas alcoólicas. Segue, abaixo, a nota bebidas alcoólicas. Segue, abaixo, a nota expedida pelo Ministério da Justiça: expedida pelo Ministério da Justiça:

O repórter William Larry Rohter Junior não chegou a ser O repórter William Larry Rohter Junior não chegou a ser expulso tendo em vista a nota de retratação enviada ao expulso tendo em vista a nota de retratação enviada ao governo brasileiro: governo brasileiro:

““William Larry Rohter afirmou jamais ter tido a intenção de William Larry Rohter afirmou jamais ter tido a intenção de ofender a honra do Excelentíssimo Senhor Presidente da ofender a honra do Excelentíssimo Senhor Presidente da República, a quem já pôde, até mesmo, entrevistar em República, a quem já pôde, até mesmo, entrevistar em algumas ocasiões e reafirma seu grande afeto pelo algumas ocasiões e reafirma seu grande afeto pelo BrasilBrasil e e seu profundo respeito às instituições democráticas seu profundo respeito às instituições democráticas brasileiras, incluindo a Presidência da República", brasileiras, incluindo a Presidência da República", completando que o "mal entendido" foi ampliado porque "a completando que o "mal entendido" foi ampliado porque "a versão de seu texto para o português não é fidedigna". De versão de seu texto para o português não é fidedigna". De posse da carta, o ministro Márcio Thomaz Thomaz Bastos posse da carta, o ministro Márcio Thomaz Thomaz Bastos reuniu-se com o presidente Luis Inácio Lula da Silva, que reuniu-se com o presidente Luis Inácio Lula da Silva, que decidiu pela não expulsão do jornalista.” decidiu pela não expulsão do jornalista.”

““Em face da reportagem leviana, mentirosa e Em face da reportagem leviana, mentirosa e ofensiva à honra do Presidente da República do ofensiva à honra do Presidente da República do BrasilBrasil, com grave prejuízo à imagem do país no , com grave prejuízo à imagem do país no exterior, publicada na edição de 9 de maio exterior, publicada na edição de 9 de maio passado do jornal passado do jornal The New York TimesThe New York Times, o , o Ministério da Justiça considera, nos termos do Ministério da Justiça considera, nos termos do artigo 26 da Lei nº 6.815, inconveniente a artigo 26 da Lei nº 6.815, inconveniente a presença em território nacional do autor do presença em território nacional do autor do referido texto. Nessas condições, determinou o referido texto. Nessas condições, determinou o cancelamento do visto temporário do sr. William cancelamento do visto temporário do sr. William Larry Rohter Junior”.Larry Rohter Junior”.

Ministério da Justiça, Nota Oficial em 11/05/2004. Ministério da Justiça, Nota Oficial em 11/05/2004.

Brasileiros não podem ser expulsos, Brasileiros não podem ser expulsos, pois a constituição veda o pois a constituição veda o banimento.banimento.

A expulsão é ato discricionário do A expulsão é ato discricionário do governo. A lei não obriga o governo a governo. A lei não obriga o governo a expulsar.expulsar.

Assim, é a exclusão por iniciativa das Assim, é a exclusão por iniciativa das autoridades locais, e sem destino autoridades locais, e sem destino determinado- embora só o Estado determinado- embora só o Estado patrial do expulso tenha o dever de patrial do expulso tenha o dever de recebê-lo quando indesejado alhures.recebê-lo quando indesejado alhures.

A conseqüência é a impossibilidade- A conseqüência é a impossibilidade- em princípio- de retorno ao país em princípio- de retorno ao país

A expulsão pressupõe um inquérito que A expulsão pressupõe um inquérito que tem curso no âmbito do Ministério da tem curso no âmbito do Ministério da Justiça, e ao longo do qual assegura ao Justiça, e ao longo do qual assegura ao estrangeiro o direito de defesa. Ao estrangeiro o direito de defesa. Ao presidente da República incumbe decidir, presidente da República incumbe decidir, afinal, sobre a expulsão, e materializa-la afinal, sobre a expulsão, e materializa-la por meio de decreto. Só a edição de um por meio de decreto. Só a edição de um decreto futuro, revogando o primeiro, decreto futuro, revogando o primeiro, faculta ao expulso o retorno ao Brasil.faculta ao expulso o retorno ao Brasil.

EXTRADIÇÃO:  é o ato mediante o EXTRADIÇÃO:  é o ato mediante o qual um Estado entrega a outro, e a qual um Estado entrega a outro, e a pedido deste, indivíduo acusado de pedido deste, indivíduo acusado de haver cometido crime de certa haver cometido crime de certa gravidade ou que já se ache gravidade ou que já se ache condenado por aquele, após haver-se condenado por aquele, após haver-se certificado de que os direitos certificado de que os direitos humanos do extraditando serão humanos do extraditando serão garantidos. garantidos.

Em regra, conforme foi visto , apenas Em regra, conforme foi visto , apenas estrangeiros podem ser extraditados.estrangeiros podem ser extraditados.

Assim, Assim, éé o “ato pelo qual um Estado o “ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo acusado ou entrega um indivíduo acusado ou reconhecido como culpado de uma reconhecido como culpado de uma infração cometida fora de seu infração cometida fora de seu território, a outro Estado que o território, a outro Estado que o reclama e que é competente para reclama e que é competente para julgá-lo e puni-lo”. julgá-lo e puni-lo”.

Cuida-se de uma relação executiva, com Cuida-se de uma relação executiva, com envolvimento judiciário de ambos os envolvimento judiciário de ambos os lados: o governo requerente da extradição lados: o governo requerente da extradição só toma essa iniciativa em razão da só toma essa iniciativa em razão da existência de processo penal- findo ou em existência de processo penal- findo ou em curso- ante sua Justiça; e o governo do curso- ante sua Justiça; e o governo do Estado requerido( ou Estado “de asilo”) Estado requerido( ou Estado “de asilo”) não goza, em geral, de uma prerrogativa não goza, em geral, de uma prerrogativa de decidir sobre o atendimento do pedido de decidir sobre o atendimento do pedido senão depois de um pronunciamento da senão depois de um pronunciamento da Justiça local.Justiça local.

A extradição pressupõe sempre um A extradição pressupõe sempre um processo penal: ela não serve para a processo penal: ela não serve para a recuperação forçada do devedor recuperação forçada do devedor relapso ou do chefe de família que relapso ou do chefe de família que imigra para desertar de seus deveres imigra para desertar de seus deveres de sustento da prole.de sustento da prole.

O fundamento jurídico de todo pedido de O fundamento jurídico de todo pedido de extradição é um tratado entre os dois extradição é um tratado entre os dois paises envolvidos, no qual se estabeleça paises envolvidos, no qual se estabeleça que, em presença de determinados que, em presença de determinados pressupostos, dar-se á a entrega da pressupostos, dar-se á a entrega da pessoa reclamada. pessoa reclamada.

Na falta de tratado, o pedido só fará Na falta de tratado, o pedido só fará sentido se o Estado de refúgio do individuo sentido se o Estado de refúgio do individuo tiver reciprocidade, na forma de seu tiver reciprocidade, na forma de seu direito interno, e também crime prescrito direito interno, e também crime prescrito na legislação de ambos. na legislação de ambos.

A EXTRADIÇÃO NO BRASILA EXTRADIÇÃO NO BRASIL

Conforme estipulado no artigo 83 do Conforme estipulado no artigo 83 do Estatuto do Estrangeiro: “nenhuma Estatuto do Estrangeiro: “nenhuma extradiçãoextradição será concedida sem será concedida sem prévio pronunciamento do Plenário prévio pronunciamento do Plenário do Supremo Tribunal Federal sobre do Supremo Tribunal Federal sobre sua legalidade e procedência, não sua legalidade e procedência, não cabendo recurso da decisão”. cabendo recurso da decisão”.

PRINCÍPIOS DA EXTRADIÇÃOPRINCÍPIOS DA EXTRADIÇÃO

a) princípio da especialidade: concedida a a) princípio da especialidade: concedida a extradiçãoextradição, o Estado requerente não , o Estado requerente não poderá julgar o extraditando por delito poderá julgar o extraditando por delito diferente daquele que fundamentou seu diferente daquele que fundamentou seu pedido de pedido de extradiçãoextradição. .

Conforme rege o Estatuto do Estrangeiro, Conforme rege o Estatuto do Estrangeiro, no artigo 91: “não será efetivada a no artigo 91: “não será efetivada a entrega sem que o Estado requerente entrega sem que o Estado requerente assuma o compromisso: I – de não ser o assuma o compromisso: I – de não ser o extraditando preso nem processado por extraditando preso nem processado por fatos anteriores ao pedido”. fatos anteriores ao pedido”.

b) Princípio da Identidade ou dupla b) Princípio da Identidade ou dupla incriminação: não se concederá a incriminação: não se concederá a extradiçãoextradição quando o fato que motivar o quando o fato que motivar o pedido não for considerado crime no país pedido não for considerado crime no país de refúgio. de refúgio.

Conforme rege o Estatuto do Estrangeiro, Conforme rege o Estatuto do Estrangeiro, no artigo 77: “não se concederá a no artigo 77: “não se concederá a extradiçãoextradição quando: quando:

II – fato que motivar o pedido não for II – fato que motivar o pedido não for considerado crime no considerado crime no BrasilBrasil ou no Estado ou no Estado requerente” requerente”

C) C) Alguns autores inserem o pressuposto Alguns autores inserem o pressuposto Nom bis in idemNom bis in idem (evitar que o indivíduo (evitar que o indivíduo seja punido duas vezes pelo mesmo crime) seja punido duas vezes pelo mesmo crime) no rol dos princípios do no rol dos princípios do processoprocesso extradicional. extradicional.

O pressuposto foi consagrado no Código O pressuposto foi consagrado no Código Bustamante, artigo 358. Bustamante, artigo 358.

““Se o agente já está aqui, sendo Se o agente já está aqui, sendo processado, ou se já foi condenado ou processado, ou se já foi condenado ou absolvido, não se justifica entregá-lo a absolvido, não se justifica entregá-lo a outro Estado”. outro Estado”.

FASES DO PROCESSO DE FASES DO PROCESSO DE EXTRADIÇÃOEXTRADIÇÃO

a) administrativa: compreende o a) administrativa: compreende o recebimento do pedido até o envio recebimento do pedido até o envio dos autos para o STF; dos autos para o STF;

b) judicial: consiste na verificação da b) judicial: consiste na verificação da legalidade e no julgamento do legalidade e no julgamento do pedido; pedido;

c) entrega do extraditando. c) entrega do extraditando.

(1ª fase): O Ministério das Relações (1ª fase): O Ministério das Relações Exteriores, encaminha ao Ministério Exteriores, encaminha ao Ministério da Justiça.da Justiça.

o MJ, por meio do Aviso Ministerial de o MJ, por meio do Aviso Ministerial de Solicitação de Medida da Solicitação de Medida da ExtradiçãoExtradição, remete a solicitação de , remete a solicitação de extradiçãoextradição ao STF. ao STF.

( 2ª fase): O Supremo Tribunal Federal ( 2ª fase): O Supremo Tribunal Federal apreciará a legalidade do pedido sem, apreciará a legalidade do pedido sem, entretanto, apreciar o mérito, pois o entretanto, apreciar o mérito, pois o julgamento do extraditando realizar-se-á julgamento do extraditando realizar-se-á no país requerente. no país requerente.

O Supremo Tribunal Federal (STF) é a O Supremo Tribunal Federal (STF) é a autoridade competente a Pronunciar sobre autoridade competente a Pronunciar sobre os pedidos de os pedidos de extradiçãoextradição..

A função do STF no A função do STF no processoprocesso está está regulamentada nos seguintes instrumentos: regulamentada nos seguintes instrumentos:

Estatuto do EstrangeiroEstatuto do Estrangeiro, artigo 83: “Nenhuma , artigo 83: “Nenhuma extradiçãoextradição será concedida sem o prévio será concedida sem o prévio pronunciamento do Plenário do Supremo Tribunal pronunciamento do Plenário do Supremo Tribunal Federal sobre sua legalidade e procedência, não Federal sobre sua legalidade e procedência, não cabendo recurso da decisão”. cabendo recurso da decisão”.

Constituição Federal, artigo 102, I, gConstituição Federal, artigo 102, I, g: : “Compete ao Supremo Tribunal Federal, “Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe processar e julgar, originariamente, cabendo-lhe processar e julgar, originariamente, a a extradiçãoextradição solicitada por Estado estrangeiro”. solicitada por Estado estrangeiro”.

Regimento Interno do STF, artigo Regimento Interno do STF, artigo 207207: “Não se concederá : “Não se concederá extradiçãoextradição sem o prévio pronunciamento do sem o prévio pronunciamento do Supremo Tribunal Federal sobre a Supremo Tribunal Federal sobre a legalidade e a procedência do legalidade e a procedência do pedido, observada a legislação pedido, observada a legislação vigente”. vigente”.

Adicionados aos princípios que Adicionados aos princípios que regem os pedidos de regem os pedidos de extradiçãoextradição, há , há aspectos pertencentes à solicitação aspectos pertencentes à solicitação que devem ser analisados pelo STF. que devem ser analisados pelo STF.

Artigo 77. Não se concederá a Artigo 77. Não se concederá a extradiçãoextradição quando: quando:

II - o fato que motivar o pedido não for II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no considerado crime no BrasilBrasil ou no Estado ou no Estado requerente; requerente;

IV - a lei brasileira impuser ao crime a IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou inferior a 1 (um) pena de prisão igual ou inferior a 1 (um) ano; ano;

VI - estiver extinta a punibilidade pela VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a lei brasileira ou a do prescrição segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente; Estado requerente;

Artigo 78. São condições para concessão Artigo 78. São condições para concessão da da extradiçãoextradição: :

I - ter sido o crime cometido no território I - ter sido o crime cometido no território do Estado requerente ou serem aplicáveis do Estado requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as leis penais desse ao extraditando as leis penais desse Estado; Estado;

II - existir sentença final de privação de II - existir sentença final de privação de liberdade, ou estar a prisão do liberdade, ou estar a prisão do extraditando autorizadaextraditando autorizada

por Juiz, Tribunal ou autoridade por Juiz, Tribunal ou autoridade competente do Estado requerente, salvo o competente do Estado requerente, salvo o disposto no artigo disposto no artigo

Artigo 77. Não se concederá a Artigo 77. Não se concederá a extradiçãoextradição quando: quando:

III - o III - o BrasilBrasil for competente, segundo suas leis, for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao extraditando; para julgar o crime imputado ao extraditando;

V - o extraditando estiver a responder a V - o extraditando estiver a responder a processoprocesso ou já houver sido condenado ou ou já houver sido condenado ou absolvido no absolvido no BrasilBrasil pelo mesmo fato em que se pelo mesmo fato em que se fundar o pedido; fundar o pedido;

A Corte Suprema brasileira analisa a quem A Corte Suprema brasileira analisa a quem compete julgar o extraditando e busca evitar que compete julgar o extraditando e busca evitar que o indivíduo, envolvido no o indivíduo, envolvido no processoprocesso de de extradiçãoextradição, seja punido duas vezes pelo mesmo , seja punido duas vezes pelo mesmo crime. crime.

EFETIVAÇÃO DA ENTREGA DO EFETIVAÇÃO DA ENTREGA DO EXTRADITANDOEXTRADITANDO

Negada a extradição pela corte, o Negada a extradição pela corte, o extraditando é libertado e o extraditando é libertado e o P.Executivo comunica esse desfecho P.Executivo comunica esse desfecho ao Estado requerente.ao Estado requerente.

Deferida, imcumbe-lhe efetivá-la, Deferida, imcumbe-lhe efetivá-la, não antes de exigir a assunção de não antes de exigir a assunção de certos compromissos.certos compromissos.

EXEMPLOS DE EXEMPLOS DE COMPROMISSOSCOMPROMISSOS

anterioridade, anterioridade, desconto de pena cumprida,desconto de pena cumprida, transformação de pena de morte transformação de pena de morte

em pena privativa de liberdade, em pena privativa de liberdade, não entrega do extraditando a outro não entrega do extraditando a outro

Estado sem prévia comunicação do Estado sem prévia comunicação do Brasil, Brasil,

não levará em conta a motivação não levará em conta a motivação política para agravar a pena.política para agravar a pena.

O governo pela voz do Itamaraty, O governo pela voz do Itamaraty, coloca-o à disposição do Estado coloca-o à disposição do Estado requerente, que dispõe de um prazo requerente, que dispõe de um prazo flexível de 60 dias, salvo disposição flexível de 60 dias, salvo disposição diversa em tratado, para retirá-lo por diversa em tratado, para retirá-lo por sua conta, do território nacional, sem sua conta, do território nacional, sem o que será solto não se podendo o que será solto não se podendo renovar o processo.renovar o processo.