dimensão da política nacional de abastecimento para a saúde e … · 2010-05-11 · • integra...

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Audiência Pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal Dimensão da Política Nacional de Abastecimento para a Saúde e a Seguranca Alimentar e Nutricional Ana Beatriz Vasconcellos Coordenação-geral da Política de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde

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Audiência Pública da Comissão de Agricultura e Reforma

Agrária do Senado Federal

Dimensão da Política Nacional de

Abastecimento para a Saúde e a Seguranca

Alimentar e Nutricional

Ana Beatriz Vasconcellos

Coordenação-geral da Política de Alimentação e Nutrição do

Ministério da Saúde

Sistema Único de Saúde

Art. 2º A saúde é um direito fundamental, devendo o Estado prover

as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.

§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e

execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos

de doenças e de outros agravos ...

• Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes,

entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o

meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o

lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde

da população expressam a organização social e econômica do

País.

Determinantes da Saúde

Fonte:Dahlgren e Whitehead)

Por que enfatizar os determinantes

sociais?

• Os determinantes sociais tem um impacto

direto na saúde

• Os determinantes sociais estruturam outros

determinantes da saúde

• São as ‘causas das causas’

Política Nacional de Alimentação e Nutrição

• Alimentação e nutrição é requisito básico de promoção e

proteção da saúde, possibilitando a afirmação do potencial

pleno do desenvolvimento humano, com qualidade de vida e

cidadania.

• Compromisso do SUS com a erradicação da fome, com a

redução da desnutrição e das deficiências nutricionais e com

a promoção da alimentação saudável.

• Integra a Política Nacional de Saúde e insere-se no campo da

Segurança Alimentar e Nutricional do país.

Fundamentos• Direito Humano à Alimentação Adequada

– Estar Livre da Fome e Ter Acesso aos Alimentos

• Intersetorialidade

– Alimentação como determinação social da saúde

• Segurança Alimentar e Nutricional– realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a

alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem

comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo

como base práticas alimentares promotoras de saúde que

respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural,

econômica e socialmente sustentáveis.

Diretrizes

1. Estímulo às ações intersetoriais com vistas ao acesso universal aos alimentos

2. Garantia da segurança e da qualidade dos alimentos

3. Monitoramento da situação alimentar e nutricional

4. Promoção de práticas alimentares e estilos de vida saudáveis

5. Prevenção e controle de doenças associadas à alimentação e nutrição

6. Desenvolvimento de linhas de investigação e pesquisa

7. Capacitação de recursos humanos

o Transição Demográficao Envelhecimento acelerado da população – esperança de vida

(72,8 anos – 2008)o Urbanização (82,1%)o Queda da fecundidade

o Transição Epidemiológicao Mortalidade por doenças crônicas supera a mortalidade por

doenças infecto contagiosas (Dupla Carga de Doenças)

o Transição Nutricional o Mudanças no perfil alimentar e nutricional da população

Perfil de Saúde e Nutrição

Transição Epidemiológica

Principais fatores de risco responsáveis pela maior parte

das mortes e doenças no mundo :

Hipertensão

Sobrepeso e obesidade

Hipercolesterolemina

Consumo de tabaco

Baixo consumo de frutas e verduras

Inatividade física

The World Health Report 2002: Reducing risks, promoting healthy life, Geneva: World Health Organization, 2002

31,2%

81,2%

68,8%

18,8%

1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000

Urbana Rural

Transição Demográfica

- Variação da população brasileira por local de

residência-

Fonte:Monteiro,2005; PNDS, 2006

18,4

7,15,9

51,7

1975 1989 1996 2003 2006

Déficit P/I

22

15,7

10,58,7

7

1975 1989 1996 2003 2006

Déficit A/I

Transição Nutricional

- Tendência secular da desnutrição em crianças-

Fonte:Monteiro,2005; PNDS, 2006

18,6

29,5

41

1975 1989 2003

HOMENS

28,6

40,739,2

43

1975 1989 2003 2006

MULHERES

2,2x1,5x

Transição Nutricional - Tendência secular do excesso de peso no Brasil

Transição Nutricional - Tendência secular da obesidade

(IMC≥30kg/m2) no Brasil -

Fonte: Monteiro,2005; PNDS, 2006

2,8

5,1

8,8

1975 1989 2003

HOMENS

7,8

12,8 12,7

16

1975 1989 2003 2006

MULHERES

2,05 x3,14 x

Prevalência de obesidade, segundo renda.

Brasil, 2003

Fonte: Brasil/MS/CGPAN/Guia Alimentar para População Brasileira, 2005

Transição Nutricional - Distribuição do peso elevado por estatura entre

crianças menores de 10 anos, SISVAN, segundo Regiões.

Brasil, 2003 - 2008

Transição Nutricional - Evolução da participação relativa de grupos

de alimentos no total de calorias da aquisição alimentar domiciliar -

Redução ao longo dos anos:

19,09

13,36

8,13

4,85

1,15

14,71

10,29

5,68

3,34

0,18

Arroz Açúcar Feijões Raízes e tubérculos Ovos

1974-1975 1987-1988 1995-1996 2002-2003

76%72%

68% 67% 65%

46%

18%

frutas feijão carne comida de panela

Verd. e leg. leite vendo TV

Transição Nutricional - Análise da dieta de crianças entre 6 e 24

meses com acompanhamento registrado no SISVAN Web. Brasil, 2009-

-

44%

42%

Consumo de papa salgada/ comida de panela**

Consumo de bebidas ou preparações adoçadas**

Inserção precoce de alimentos (antes 6m de idade)

45%

43%

refrigerante*** suco industrializado ou refresco em pó***

Inserção de alimentos ricos em açúcar na dieta

Transição Nutricional - Freqüência de consumo de alimentos/bebidas

entre crianças de 5 a 10 anos de idade com registro no SISVAN Web em

2008. Brasil, 2009-

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Não consumiu De 1 a 2 dias 3 a 4 dias 5 ou mais dias

feijão Frutas frescas ou salada de frutas Leite/iogurte Salada crua Legumes e verduras cozidos

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

Não consumiu nos últimos sete dias De 1 a 2 dias 3 a 4 dias 5 ou mais dias

Batata frita Hambúrguer e embutidos Biscoitos salgados/salgadinhos Biscoitos doces/recheados & doces Refrigerantes

Participação relativa de (frutas, legumes e verduras) no total de

calorias, por classe de rendimentos.

Brasil - POF 2002-2003

Fonte: Monteiro, 2004

alcançar equilíbrio energético e pesosaudável com acesso a uma dietadiversificada

limitar a ingestão energética procedentede gorduras; substituir as gordurassaturadas por insaturadas e liminar asgorduras trans

aumentar o consumo de frutas ehortaliças, feijões, cereais integrais e grãos

limitar a ingestão de açúcar livre

limitar a ingestão de sal (sódio) de todaprocedência e consumir sal iodado

DIRETRIZES ALIMENTARES BRASILEIRAS

Promoção da Alimentação Saudável

• Reorientação dos serviços de saúde para

abordagem de Nutrição no ciclo da vida

(infância ate envelhecimento)

• Ambientes saudáveis (oferta de frutas e

hortaliças em escolas, ambientes de

trabalho e regulação da publicidade de

alimentos não saudáveis)

• Informação e educaçao sobre alimentos e

processos alimentares sustentáveis e

seguros( produção e consumo).

Promover a articulação de políticas públicas,

estimular o consumo seguro, da produção sustentável e do

abastecimento ampliado de frutas e hortaliças,

sem perder de vista a segurança alimentar e nutricional, a

alimentação saudável e e a promoção da saúde.

(Congresso Pan americano de Incentivo ao Consumo de Frutas

e Hortaliças para a Saúde , setembro de 2009)

Incentivo ao Consumo de Frutas e

Hortaliças para a Promoção da

Saúde

Evidências em abastecimento e

alimentação saudável

• Claro et al (2007) mostraram a participação direta da

renda no padrão de consumo: a

• cada 1% no aumento da renda, observa-se um aumento

de 0,04% das frutas, legumes e

• verduras na composição da dieta;

• por outro lado, o decréscimo de 1% no preço destes

produtos aumenta sua participação na dieta em 0,2%.

Este estudo aponta para a necessidade de políticas

públicas voltadas para o barateamento dos alimentos

saudáveis.

• Fonte: CNDSS, 2008.

Saúde e Abastecimento

• Ampliar acesso pela população de alimentos de

qualidade e promover uma alimentação

saudável

• Valorizar formas equitativas e sustentáveis de

produção e comercialização de alimentos

• Promover a diversidade de hábitos alimentares

• Reduzir as inequidades no acesso aos

alimentos de qualidade e

• Promover a saúde .

OBRIGADA!

Ana Beatriz Vasconcellos

Coordenação-Geral da

Política de Alimentação e Nutrição

http://nutricao.saude.gov.br

[email protected]