a política nacional de saúde mental

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A Política Nacional de Saúde Mental, apoiada na lei 10.216/01,busca consolidar um modelo de atenção à saúde mental aberto e de base comunitária. Isso é, que garanta a livre circulação das pessoas com transtornos mentais pelos serviços, comunidade e cidade, e oferece cuidados com base nos recursos que a comunidade oferece. Esse modelo conta com uma rede de serviços e equipamentos variados tais como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), os Centros de Convivência e Cultura e os leitos de atenção integral (em hospitais gerais, nos CAPS III). O programa de Volta para Casa que oferece bolsas para egressos de longas internações em hospitais psiquiátricos, também faz parte dessa Política. APRESENTAÇÃO Breve Histórico - A internação de pessoas portadoras de transtornos mentais no Brasil remonta à metade do século 19. Desde então, atenção aos portadores de transtornos mentais foi sinônimo de internação em hospitais psiquiátricos especializados. A oferta desse atendimento hospitalar concentrou-se nos centros de maior desenvolvimento econômico do país e deixou vastas regiões carentes de qualquer recurso de assistência em saúde mental. A partir dos anos 70, iniciam-se experiências de transformação da assistência, pautadas no começo pela reforma intramuros das instituições psiquiátricas (comunidades terapêuticas) e mais tarde pela proposição de um modelo centrado na comunidade e substitutivo ao modelo do hospital especializado. Com a promulgação da Constituição, em 1988, cria-se o Sistema Único de Saúde (SUS) e são estabelecidas as condições institucionais para a implantação de novas políticas de saúde, entre as quais a de saúde mental. Consoante com diversas experiências de reforma da assistência psiquiátrica no mundo ocidental e as recomendações da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) ,contidas na Carta de Caracas (1990), o Ministério da Saúde, a partir da década de 90, define uma nova política de saúde mental que redireciona paulatinamente os recursos da assistência psiquiátrica para um modelo substitutivo, baseado em serviços de base comunitária. Isso é, que oferecem cuidados na comunidade e em articulação com os recursos que a comunidade oferece. Incentiva-se a criação de serviços em saúde mental públicos e territorializados (território é a designação não apenas de uma área geográfica, mas das pessoas, das instituições, das redes e dos cenários nos quais se dão a vida comunitária), ao mesmo tempo em que se determina a implantação de critérios mínimos de adequação e humanização do parque hospitalar especializado. O que é Reforma Psquiátrica • É a ampla mudança do atendimento público em Saúde Mental, que garante o acesso da população aos serviços e o respeito a seus direitos e liberdade; • É amparada pela lei 10.216/2001, conquista de uma luta social que durou 12 anos; • Significa a mudança do modelo de tratamento: no lugar do isolamento, o convívio com a família e a comunidade; • O atendimento é feito em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Residências Terapêuticas, Ambulatórios, Hospitais Gerais, Centros de Convivência; • As internações, quando necessárias, são feitas em hospitais gerais ou nos Caps/24 horas. Os hospitais psiquiátricos de grande porte vão sendo progressivamente substituídos. Política Nacional de Saúde Mental O Governo brasileiro tem como objetivos: - reduzir de forma pactuada e programada os leitos psiquiátricos de baixa qualidade, - qualificar, expandir e fortalecer a rede extra-hospitalar formada pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) e

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A Política Nacional de Saúde Mental, apoiada na lei 10.216/01,busca consolidar um modelo de atenção à saúde mental aberto e de base comunitária. Isso é, que garanta a livre circulação das pessoas com transtornos mentais pelos serviços, comunidade e cidade, e oferece cuidados com base nos recursos que a comunidade oferece. Esse modelo conta com uma rede de serviços e equipamentos variados tais como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), os Centros de Convivência e Cultura e os leitos de atenção integral (em hospitais gerais, nos CAPS III). O programa de Volta para Casa que oferece bolsas para egressos de longas internações em hospitais psiquiátricos, também faz parte dessa Política.

 APRESENTAÇÃO

Breve Histórico - A internação de pessoas portadoras de transtornos mentais no Brasil remonta à metade do século 19. Desde então, atenção aos portadores de transtornos mentais foi sinônimo de internação em hospitais psiquiátricos especializados. A oferta desse atendimento hospitalar concentrou-se nos centros de maior desenvolvimento econômico do país e deixou vastas regiões carentes de qualquer recurso de assistência em saúde mental.A partir dos anos 70, iniciam-se experiências de transformação da assistência, pautadas no começo pela reforma intramuros das instituições psiquiátricas (comunidades terapêuticas) e mais tarde pela proposição de um modelo centrado na comunidade e substitutivo ao modelo do hospital especializado.Com a promulgação da Constituição, em 1988, cria-se o Sistema Único de Saúde (SUS) e são estabelecidas as condições institucionais para a implantação de novas políticas de saúde, entre as quais a de saúde mental.Consoante com diversas experiências de reforma da assistência psiquiátrica no mundo ocidental e as recomendações da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) ,contidas na Carta de Caracas (1990), o Ministério da Saúde, a partir da década de 90, define uma nova política de saúde mental que redireciona paulatinamente os recursos da assistência psiquiátrica para um modelo substitutivo, baseado em serviços de base comunitária. Isso é, que oferecem cuidados na comunidade e em articulação com os recursos que a comunidade oferece. Incentiva-se a criação de serviços em saúde mental públicos e territorializados (território é a designação não apenas de uma área geográfica, mas das pessoas, das instituições, das redes e dos cenários nos quais se dão a vida comunitária), ao mesmo tempo em que se determina a implantação de critérios mínimos de adequação e humanização do parque hospitalar especializado. 

  O que é Reforma Psquiátrica

• É a ampla mudança do atendimento público em Saúde Mental, que garante o acesso da população aos serviços e o respeito a seus direitos e liberdade; • É amparada pela lei 10.216/2001, conquista de uma luta social que durou 12 anos; • Significa a mudança do modelo de tratamento: no lugar do isolamento, o convívio com a família e a comunidade; • O atendimento é feito em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Residências Terapêuticas, Ambulatórios, Hospitais Gerais, Centros de Convivência; • As internações, quando necessárias, são feitas em hospitais gerais ou nos Caps/24 horas. Os hospitais psiquiátricos de grande porte vão sendo progressivamente substituídos. 

Política Nacional de Saúde MentalO Governo brasileiro tem como objetivos:- reduzir de forma pactuada e programada os leitos psiquiátricos de baixa qualidade,- qualificar, expandir e fortalecer a rede extra-hospitalar formada pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) e Unidades Psiquiátricas em Hospitais Gerais (UPHG),- incluir as ações da saúde mental na atenção básica,- implementar uma política de atenção integral voltada a usuários de álcool e outras drogas,- implantar o programa "De Volta Para Casa",- manter um programa permanente de formação de recursos humanos para reforma psiquiátrica,- promover direitos de usuários e familiares incentivando a participação no cuidado,- garantir tratamento digno e de qualidade ao louco infrator (superar o modelo de assistência centrado no Manicômio Judiciário),- avaliar continuamente todos os hospitais psiquiátricos por meio do Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares - PNASH/ Psiquiatria.

Cenário atual • Tendência de reversão do modelo hospitalar para uma ampliação significativa da rede extra-hospitalar, de base comunitária;• Entendimento das questões de álcool e outras drogas como problema de saúde pública e como

prioridade no atual governo;• Ratificação das diretrizes do SUS pela Lei Federal 10.216/01 e III Conferência Nacional de Saúde Mental.

Dados importantes• 3% da população geral sofre com transtornos mentais severos e persistentes;• mais de 6% da população apresenta transtornos psiquiátricos graves decorrentes do uso de álcool e outras drogas;• 12% da população necessita de algum atendimento em saúde mental, seja ele contínuo ou eventual;• 2,3% do orçamento anual do SUS é destinado para a Saúde Mental.

Desafios• Fortalecer políticas de saúde voltadas para grupos de pessoas com transtornos mentais de alta prevalência e baixa cobertura assistencial;• Consolidar e ampliar uma rede de atenção de base comunitária e territorial promotora da reintegração social e da cidadania;• Implementar uma política de saúde mental eficaz no atendimento às pessoas que sofrem com a crise social, a violência e desemprego;•Aumentar recursos do orçamento anual do SUS para a Saúde Mental.

PNASH PSIQUIATRIA E PROGRAMA DE REESTRUTURAÇÃO DA ASSISTÊNCIA

A Política Nacional de Saúde Mental tem como uma das suas principais diretrizes a reestruturação da assistência hospitalar psiquiátrica, objetivando uma redução gradual, pactuada e programada dos leitos psiquiátricos de baixa qualidade assistencial.Esta reestruturação da assistência hospitalar psiquiátrica acontece ao mesmo tempo em que uma rede de atenção aberta e inserida na comunidade se expande. Ao mesmo tempo em que leitos de baixa qualidade são fechados, um processo responsável de desinstitucionalização de pacientes longamente internados passa a ter início, com a implantação de Residências Terapêuticas e ainclusão de beneficiários no Programa de Volta para Casa. Simultaneamente, uma rede aberta e diversificada de atenção à saúde mental deve ser implantada, com Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Centros de Convivência e Cultura, ações de saúde mental na atenção básica e programas de inclusão social pelo trabalho.Deste modo, a redução de leitos psiquiátricos no país segue um determinado ritmo, que deve andar junto com a expansão dos serviços comunitários de atenção à saúde mental. Esta redução gradual, pactuada e programada de leitos é realizada através de 2 mecanismos, simultaneamente:1 - Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares – PNASH/Psiquiatria (PT GM 251, de 31 de janeiro de 2002) : este Programa já realizou vistorias em todos os hospitais psiquiátricos públicos e conveniados ao SUS em 2002 e 2003/2004 e 2006/2007. Os resultados dos processos avaliativos indicam os hospitais que apresentam sérios problemas na qualidade de assistência. Os problema mais comuns referem-se ao projeto terapêutico dos pacientes e da instituição, aos aspectos gerais da assistência (longo tempo de permanência, número alto de pacientes longamente internados) e aos aspectos gerais dos pacientes (limpeza, calçados e roupas, entre outros). Este instrumento gera uma pontuação que, cruzada com o número de leitos do hospital, permite classificar os hospitais psiquiátricos em quatro grupos diferenciados: aqueles de boa qualidade de assistência; os de qualidade suficiente; aqueles que precisam de adequações e devem sofrer revistoria; e aqueles de baixa qualidade, encaminhados para o descredenciamento pelo Ministério da Saúde, com os cuidados necessários para evitar desassistência à população.

2 - Programa Anual de Reestruturação da Assistência Hospitalar no SUS (PRH) – PT GM 52, de 20 de janeiro de 2004 - A principal estratégia deste Programa é promover a redução progressiva e pactuada de leitos a partir dos macro-hospitais ( hospitais com mais de 600 leitos, muitas vezes hospitais-cidade, com mais de mil leitos) e hospitais de grande porte (com 240 a 600 leitos psiquiátricos). Assim, são componentes fundamentais do programa a redução do peso assistencial dos hospitais de maior porte, que tendem a apresentar assistência de baixa ou péssima qualidade, e a pactuação entre os gestores do SUS, os hospitais e as instâncias de controle social, da redução planejada de leitos, evitando a desassistência. Desta forma, procura-se conduzir o processo de mudança do modelo assistencial de modo a garantir uma transição segura, onde a redução dos leitos hospitalares possa ser planificada e acompanhada da construção simultânea de alternativas de atenção no modelo comunitário. Para tanto, são definidos no Programa os limites máximos e mínimos de redução anual de leitos para cada classe de hospitais (definidas pelo número de leitos existentes, contratados pelo SUS). Assim, todos os hospitais com mais de 200 leitos devem reduzir no mínimo, a cada ano, 40 leitos. Os hospitais entre 320 e 440 leitos podem chegar a reduzir 80 leitos ao ano (mínimo: 40), e os hospitais com mais de 440 leitos podem chegar a reduzir, no máximo, 120 leitos ao ano. Desta forma, busca-se a redução progressiva do porte hospitalar, de modo a situarem-se os hospitais, ao longo do tempo, em classes de menor porte (até 160 leitos).Como resultado destes mecanismos, foram retirados do sistema nos últimos anos leitos de péssima qualidade assistencial. O perfil dos hospitais psiquiátricos mudou. Se em 2002 apenas 24% dos leitos se localizavam em hospitais de pequeno porte (com até 160 leitos), em 2007, cerca de 44% leitos em psiquiatria encontram-se nestes hospitais.

  PROGRAMA PERMANENTE DE FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS PARA A REFORMA

PSIQUIÁTRICA 

Desde o ano de 2002, O Ministério da Saúde desenvolve o Programa Permanente de Formação de Recursos Humanos para a Reforma Psiquiátrica. São ações deste programa: 

• Incentivo, apoio e financiamento da implantação de núcleos de formação em saúde mental para a rede pública, por meio de convênios estabelecidos com a participação de instituições formadoras (especialmente universidades federais), municípios e estados. Existem 21 Núcleos Regionais de Formação em Saúde Mental para a Rede Pública já implantados, que realizam cursos de especialização e atualização em saúde mental para trabalhadores da atenção básica e dos CAPS. Ao todo, 29 cursos de especialização em saúde mental e 74 cursos de capacitação em saúde mental e álcool e outras drogas estão em funcionamento no país. 

• Estímulo à Supervisão Clínico-institucional dos CAPS, por meio de editais para Projetos de Qualificação dos CAPS (acesse a PT MS/GM 1174/2005, em anexo). Desde sua criação, em 2005, até outubro de 2008, 367 serviços, distribuídos em todos os estados brasileiros, receberam repasses para o desenvolvimento do Programa. 

• Apoio aos Programas de Residência Multiprofissional em Saúde Mental. Já existem três programas em andamento nos estados da Bahia, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Também está em andamento a primeira residência em psiquiatria mantida diretamente por uma rede municipal de cuidados em Saúde Mental, a Residência Médica em Psiquiatria do município de Sobral (CE). Esta rede conta com o apoio do Ministério da Saúde, além de Universidades Públicas. 

• Fomento e apoio a projetos que aceleram e consolidam o processo de reorientação da assistência em saúde mental. Em 2008, foi inaugurada a Escola de Saúde Mental do Rio de Janeiro, por meio de uma cooperação interinstitucional entre o Ministério da Saúde, a Prefeitura do Rio e a Universidade Federal do Rio de Janeiro. A escola formará novos quadros técnicos e vai educar de modo permanente a força de trabalho da rede pública de saúde mental do estado e municípios do Rio de Janeiro. 

 Supervisão Clínico-Institucional

Clique aqui para consultar os projetos selecionados pelos Editais do Ministério da Saúde.                                        O ofício da supervisão e sua importância para a rede de saúde mental do SUS 

Exercido por profissionais de formação teórica e prática diversas, o ofício da supervisão apresenta algumas características comuns, no entendimento da CNSM, apresentadas a seguir:1. A supervisão deve ser "clínico-institucional", no sentido de que a discussão dos casos clínicos deve sempre levar em conta o contexto institucional, isto é, o serviço, a rede, a gestão, a política pública. Assim, ao supervisor cabe a complexa tarefa de contextualizar permanentemente a situação clínica, foco do seu trabalho, levando em conta as tensões e a dinâmica da rede e do território. Em outras palavras: buscando sustentar o diálogo ativo entre a dimensão política da clínica e a dimensão clínica da política.2. Escolhido pelo município onde se localiza o serviço e a rede, espera-se que o supervisor inicie sua tarefa contando com condições propícias de acolhimento pela equipe, de modo a também acolhê-la em suas dificuldades, tensões internas, sobrecarga, construindo um ambiente de trabalho favorável. Estudos (em relatórios preliminares) do edital MS/CNPq 2005 vêm mostrando que as equipes dos CAPS têm uma representação positiva de seu trabalho, mas se mostram muito desgastadas com as dificuldades concretas da gestão pública (somadas à complexidade da tarefa clínica que realizam). Cabe ao supervisor compreender esta dinâmica, desvelando-a para a equipe – multidisciplinar, heterogênea, com tradições teóricas diversas e fenômenos grupais inevitáveis -, de modo a ajudar no andamento da vida do serviço e na construção permanente do trabalho da equipe (marcado por vitalidade e conflito).3. Qualquer que seja sua tradição teórica predominante, cabe ao supervisor enfrentar ele mesmo o desafio do novo cenário de sua prática (o CAPS e a rede pública de saúde), ajudando a equipe a buscar permanentemente, em cada caso clínico, a construção dos conceitos operativos de rede (de serviços de saúde, de outras políticas intersetoriais, familiar, social, cultural, laboral) e de território (o lugar da vida do sujeito, suas características culturais, suas interações significativas). Sujeito, rede e território articulam-se no projeto terapêutico, cujo objetivo final é ajudar o serviço e a rede a apoiarem o paciente e sua família na construção da autonomia possível.4. Este "novo cenário" da prática do supervisor é o espaço social concreto e histórico da vida dos sujeitos e da instituição, no âmbito de uma política pública, o SUS. O supervisor deve trabalhar na direção da construção do SUS, buscando sempre vencer a dicotomia, que com freqüência se instala, entre as diretrizes gerais da política e a construção particular do cuidado clínico, que seja capaz de levar em conta a complexidade da dimensão existencial de um sujeito singular em um determinado território.5. As 3 dimensões referidas (a supervisão como clínica e institucional; a integração da equipe de cuidado; e a construção do projeto terapêutico articulando os conceitos de sujeito, rede, território e autonomia) são características da tarefa da supervisão, e perfeitamente harmonizáveis com formações teóricas diversas (desde que o supervisor esteja aberto a exercer sua competência clínica no cenário peculiar da rede pública de saúde mental). Mas este desafio – de exercer a competência técnica no cenário da saúde pública, harmonizando as diversidades profissionais e teóricas - não é só dos supervisores, mas uma condição para o êxito mais permanente da Política Nacional de Saúde Mental.6. Embora recente, a supervisão clínico-institucional em saúde mental já tem uma história. É uma prática que surge no contexto dos inicialmente chamados "serviços substitutivos", que hoje integram a rede de atenção psicossocial. Os novos supervisores precisam apropriar-se desta história, da política nacional de saúde mental, dos problemas e desafios dos novos serviços, do contexto do SUS. Inicialmente, sugerimos, para aqueles que não os conhecem, a leitura de um conjunto de documentos básicos da política (Manual dos CAPS, Relatório de Gestão 2003-2006, Relatório Final da III Conferência Nacional de Saúde Mental, Saúde Mental e Economia Solidária, Saúde Mental da Criança e Adolescente, Legislação de Saúde Mental, WHO-AIMS Report Brazil 2007), facilmente acessíveis no endereço www.saude.gov.br/bvs/saudemental. Em seguida, vale a pena familiarizar-se com a recente produção teórica em torno do trabalho dos CAPS, da rede de atenção psicossocial e do próprio ofício de supervisão.7. Para propiciar um diálogo viável e permanente, o Ministério da Saúde está buscando concretizar a proposta de uma "Escola de Supervisores", nascida do I Congresso Brasileiro de CAPS (São Paulo, 2004), um dispositivo capaz de permitir a difusão e intercâmbio do ofício de supervisor. Uma "Escola" aberta, pública, que permita a articulação entre os supervisores dos diversos territórios do país.

  Programa Nacional de Avaliação de Centros de Atenção Psicossocial - AVALIAR CAPS

O Programa Nacional de Avaliação de Centros de Atenção Psicossocial - AVALIAR CAPS - apresentou sua terceira edição em 2008.

O programa tem como objetivos o levantamento de informação sobre estes serviços, possibilitando a caracterização dos CAPS, o acompanhamento, a estimativa de qualidade da assistência prestada e a proposição de indicadores.O AVALIAR CAPS é uma iniciativa da Área Técnica de Saúde Mental do Ministério da Saúde, que utilizará o instrumento de avaliação para o acompanhamento sistemático e permanente. Este ano, o questionário está disponibilizado em meio eletrônico (FORMSUS/DATASUS), o que torna mais ágil seu recebimento, o preenchimento e a devolução, evitando perda de informação e possibilitando mais rapidez no tratamento dos dados.O teste piloto foi aplicado em uma amostra de 10% dos CAPS, ou 120 serviços do país. Após a consolidação dos resultados, no mês de outubro, foi construído o questionário permanente, aplicado entre novembro e dezembro de 2008, com uma etapa de recoleta em janeiro de 2009, na totalidade dos serviços CAPS.O Programa de avaliação da qualidade e monitoramento dos CAPS se constitui em um instrumento de gestão, de indução da produção de informação nos serviços e uma oportunidade para uma atitude reflexiva diante das práticas cotidianas nos serviços de saúde mental. 

LEI N o 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:Art. 1o Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental, de que trata esta Lei, são assegurados sem qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer outra.Art. 2o Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus familiares ou responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos enumerados no parágrafo único deste artigo.Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental:I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades;II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade;III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas;V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização involuntária;VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento;VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.Art. 3o É responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de saúde mental, a assistência e a promoção de ações de saúde aos portadores de transtornos mentais, com a devida participação da sociedade e da família, a qual será prestada em estabelecimento de saúde mental, assim entendidas as instituições ou unidades que ofereçam assistência em saúde aos portadores de transtornos mentais.Art. 4o A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.§ 1o O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do paciente em seu meio.

§ 2o O tratamento em regime de internação será estruturado de forma a oferecer assistência integral à pessoa portadora de transtornos mentais, incluindo serviços médicos, de assistência social, psicológicos, ocupacionais, de lazer, e outros.§ 3o É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos mentais em instituições com características asilares, ou seja, aquelas desprovidas dos recursos mencionados no § 2o e que não assegurem aos pacientes os direitos enumerados no parágrafo único do art. 2o.Art. 5o O paciente há longo tempo hospitalizado ou para o qual se caracterize situação de grave dependência institucional, decorrente de seu quadro clínico ou de ausência de suporte social, será objeto de política específica de alta planejada e reabilitação psicossocial assistida, sob responsabilidade da autoridade sanitária competente e supervisão de instância a ser definida pelo Poder Executivo, assegurada a continuidade do tratamento, quando necessário.Art. 6o A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo médico circunstanciado que caracterize os seus motivos.Parágrafo único. São considerados os seguintes tipos de internação psiquiátrica:I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário;II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a pedido de terceiro; eIII - internação compulsória: aquela determinada pela Justiça.Art. 7o A pessoa que solicita voluntariamente sua internação, ou que a consente, deve assinar, no momento da admissão, uma declaração de que optou por esse regime de tratamento.Parágrafo único. O término da internação voluntária dar-se-á por solicitação escrita do paciente ou por determinação do médico assistente.Art. 8o A internação voluntária ou involuntária somente será autorizada por médico devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado onde se localize o estabelecimento.§ 1o A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta e duas horas, ser comunicada ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no qual tenha ocorrido, devendo esse mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta.§ 2o O término da internação involuntária dar-se-á por solicitação escrita do familiar, ou responsável legal, ou quando estabelecido pelo especialista responsável pelo tratamento.Art. 9o A internação compulsória é determinada, de acordo com a legislação vigente, pelo juiz competente, que levará em conta as condições de segurança do estabelecimento, quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e funcionários.Art. 10. Evasão, transferência, acidente, intercorrência clínica grave e falecimento serão comunicados pela direção do estabelecimento de saúde mental aos familiares, ou ao representante legal do paciente, bem como à autoridade sanitária responsável, no prazo máximo de vinte e quatro horas da data da ocorrência.Art. 11. Pesquisas científicas para fins diagnósticos ou terapêuticos não poderão ser realizadas sem o consentimento expresso do paciente, ou de seu representante legal, e sem a devida comunicação aos conselhos profissionais competentes e ao Conselho Nacional de Saúde.Art. 12. O Conselho Nacional de Saúde, no âmbito de sua atuação, criará comissão nacional para acompanhar a implementação desta Lei.Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Brasília, 6 de abril de 2001; 180o da Independência e 113o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSOJose GregoriJosé SerraRoberto Brant

PORTARIA N° 224/MS, DE 29 DE JANEIRO DE 1992.item 4.2 alterada(o) por: Portaria nº 147, de 25 de agosto de 1994O Secretário Nacional de Assistência à Saúde e Presidente do INAMPS, no uso das atribuiçõesdo Decreto N° 99244 de 10 de maio de 1990 e tendo em vista o disposto no artigo XVIII da Lei n°.8.080 de 19 de setembro de 1990, e o disposto no parágrafo 4 da Portaria 189/91, acatandoExposição de Motivos (17/12/91), Coordenação à Saúde Mental, do Departamento de Programasde Saúde, da Secretaria Nacional de Assistência à Saúde, do Ministério da Saúde, estabelece asseguintes diretrizes e normas:Resolve:1 - DIRETRIZES:- organização de serviços baseada nos princípios de universalidade, hierarquização,regionalização e integralidade das ações;- diversidade de métodos e técnicas terapêuticas nos vários níveis de complexidade assistencial;- garantia da continuidade da atenção nos vários níveis;- multiprofissionalidade na prestação de serviços;- ênfase na participação social desde a formulação das políticas de saúde mental até o controlede sua execução;- definição dos órgãos gestores locais como responsáveis pela complementação da presentePortaria normativa e pelo controle e avaliação dos serviços prestados. 2 - NORMAS PARA O ATENDIMENTO AMBULATORIAL (SISTEMA DE INFORMAÇÕESAMBULATORIAIS DO SUS) 1 - Unidade Básica, Centro de Saúde e Ambulatório1.1 - O atendimento em saúde mental prestado em nível ambulatorial compreende um conjuntodiversificado de atividades desenvolvidas nas unidades básicas/centros de saúde e/ouambulatórios especializados, ligados ou não a policlínicas, unidades mistas ou hospitais. 1.2 - Os critérios de hierarquização e regionalização da rede bem como a definição da populaçãoreferência de cada unidade assistencial serão estabelecidas pelo órgão gestor local.1.3 - A atenção aos pacientes nestas unidade de saúde deverá incluir as seguintes atividadesdesenvolvidas por equipes multiprofissionais:- atendimento individual (consulta, psicoterapia, dentre outros);- atendimento grupal (grupo operativo, terapêutico, atividades socioterápicas, grupos deorientação, atividades de sala de espera, atividades educativas em saúde);- visitas domiciliares por profissional de nível médio ou superior;- atividades comunitárias, especialmente na área de referência do serviço de saúde.

1.4 - Recursos HumanosDas atividades acima mencionadas, as seguintes poderão ser executadas por profissionais denível médio:- atendimento em grupo (orientação, sala de espera);- visita domiciliar;,- atividades comunitárias.A equipe técnica de Saúde Mental para atuação nas unidades básicas/centros de saúde deveráser definida segundo critérios ao órgão gestor local, podendo contar com equipe composta porprofissionais especializados médico psiquiatra, psicólogo e assistente social) ou com equipeintegrada por outros profissionais (médico generalista, enfermeiro, auxiliares, agentes de saúde).No ambulatório especializado, a equipe multiprofissional deverá ser composta por diferentescategorias de profissionais especializados l médico psiquiatra, médico clínico, psicólogo,enfermeiro, assistente social, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, neurologista e pessoalauxiliar), cuja composição e atribuições serão definidas pelo Órgão Gestor Local.2 - NÚCLEOS / CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (NAPS / CAPS):2.1- Os NAPS/CAPS são unidades de saúde locais/regionalizadas, que contam com umapopulação adscrita definida pelo nível local e que oferecem atendimento de cuidadosintermediários entre o regime ambulatorial e a internação hospitalar, em um ou dois turnos de 4horas, por equipe multiprofissional.2.2 - Os NAPS/CAPS podem constituir-se também em porta de entrada da rede de serviços paraas ações relativas à saúde mental, considerando sua característica de unidade de saúde local eregionalizada. Atendem também a pacientes referenciados de outros serviços de saúde, dosserviços de urgência psiquiátrica ou egressos de internação hospitalar. Deverão estar integradosa uma rede descentralizada e hierarquizada de cuidados em saúde mental.2.3 - São unidades assistenciais que podem funcionar 24 horas, por dia, durante os sete dias dasemana durante os cinco dias úteis, das 8:00 às 18:00h, segundo definições do Órgão GestorLocal. Devem contar com leitos para repouso eventual. 2.4 - A assistência ao paciente no NAPS/CAPS inclui as seguintes atividades:- atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação entre outros);- atendimento grupos (psicoterapia, grupo operativo, atendimento em oficina terapêutica,atividades socioterápicas, dentre outras);- visitas domiciliares;- atendimento à família;- atividades comunitárias enfocando a integração do doente mental na comunidade e sua inserçãosocial;- Os pacientes que frequentam o serviço por 4 horas (um turno) terão direito a duas refeições; osque frequentam por um período de 8 horas (2 turnos) terão direito a três refeições.2.5 - Recursos HumanosA equipe técnica mínima para atuação no NAPS/CAPS, para o atendimento a 30 pacientes porturno de 4 horas, deve ser composta por:

- 1 médico psiquiatra;- 1 enfermeiro;- 4 outros profissionais de nível superior (psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional e/ououtro profissional necessário à realização aos trabalhos);- profissionais de níveis médio e elementar necessários ao desenvolvimento das atividades. 2.6 - Para fins de financiamento pelo SIA/SUS, o sistema remunerará o atendimento de até 15pacientes em regime até 2 turnos (8 horas por dia) e mais 15 pacientes por turno de 4 horas, emcada unidade assistencial. 3. NORMAS PARA O ATENDIMENTO HOSPITALAR (SISTEMA DE INFORMAÇÕESHOSPILARES DO SUS) 1. Hospital - dia1.1. - A instituição de hospital dia na assistência em saúde mental representa um recursointermediário entre a internação e o ambulatório, que desenvolve programas de atenção decuidados intensivos por equipe multiprofissional, visando substituir a internação integral. Àproposta técnica deve abranger um conjunto diversificado de atividades desenvolvidas em até 5dias da semana (de 2° feira à 6° feira), com uma carga horária de 8 horas diárias para cadapaciente.1.2. - O hospital dia deve situar-se em área específica, independente da estrutura hospitalar,contando com salas para trabalho em grupo, sala de refeições, área externa para atividades ao arlivre e leitos para repouso eventual. Recomenda-se que o serviço de hospital dia sejaregionalizado, atendendo a uma população de uma área geográfica definida, facilitando o acessodo paciente à unidade assistencial, Deverá estar integrada a uma rede descentralizada ehierarquizada de cuidados de saúde mental.1.3 - A assistência ao paciente em regime de hospital dia incluirá as seguintes atividades: - atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, dentre outros; - atendimento grupal (psicoterapia, grupo operativo, atendimento em oficina terapêutica,atividades socioterápicas, dentre outras;)- visitas domiciliares;- atendimento à família;- atividades comunitárias visando trabalhar a integração do paciente mental na comunidade e suainserção social;- Os pacientes em regime hospital dia terão direito a três refeições: café da manhã, almoço elanche ou jantar. 1.4 - Recursos HumanosA equipe mínima, por turno de 4 horas, para 30 pacientes /dia, deve ser composta por:- 1 médico psiquiatra;- 1 enfermeiro;- 4 outros profissionais de nível superior (psicólogo, enfermeiro, assistente social, terapeutaocupacional e/ou outro profissional necessário à realização dos trabalhos :- profissionais de nível médio e elementar necessários ao desenvolvimento das atividades.

1.5 - Para fins de financiamento pelo SIH-SUS . Os procedimentos realizados no hospital /diaserão remunerados por AIH - para um máximo de 30 pacientes /dia. As diárias serão pagas por 5dias úteis por semana, pelo máximo de 45 dias corridos. Nos municípios cuja proporção de leitospsiquiátricos supere a relação de um leito para 3.000 hab., o credenciamento de vagas emhospital /dia estará condicionado à redução de igual número de leitos contratados em hospitalpsiquiátrico especializado, segundo critérios definidos pelos órgãos gestores estaduais emunicipais.2. serviço de Urgência Psiquiátrica em Hospital Geral2.1. - Os serviços de urgência psiquiátrica em prontos-socorros gerais funcionam diariamentedurante 24 horas e contam com o apoio de leitos de internação para até 72 horas, com equipemultiprofissional. O atendimento resolutivo e com qualidade dos casos de urgência tem porobjetivo evitar a internação hospitalar, permitindo que o paciente retorne ao convívio social, emcurto período de tempo.2.2. - Os serviços de urgência psiquiátrica devem ser regionalizados, atendendo a uma populaçãoresidente em determinada área geográfica.2.3. - Estes serviços devem oferecer, de acordo com a necessidade de cada paciente, asseguintes atividades:a) avaliação médica , psicológica e social;b) atendimento individual (medicamentoso, de orientação, dentre outros;c) atendimento grupal (grupo operativo, de orientação);atendimento á família (orientação, esclarecimento sobre o diagnóstico, dentre outros). Após a alta, tanto no pronto atendimento quanto na internação de urgência, o paciente deverá,quando indicado, ser referenciado a um serviço extra-hospitalar regionalizado, favorecendo assima continuidade do tratamento próximo a sua residência. Em caso de necessidade de continuidadeda internação, deve-se considerar os seguintes recursos assistenciais, hospital dia, hospitalgeral , e hospital especializado .2.4 - Recursos HumanosNo que se refere aos recursos humanos, o serviço de urgência psiquiátrica deve ter a seguinteequipe técnica mínima, período diurno serviço até l0 leitos para internações breve): - l médico psiquiatra ou 1médico clínico e 1psicólogo;- 1assistente social;- 1 enfermeiro;- profissionais de níveis médio e elementar necessários ao desenvolvimento das atividades.2.5 - Para fins de remuneração no Sistema de Informações Hospitalares SIH, o procedimentoDiagnóstico e/ou Primeiro Atendimento em Psiquiatria será remunerado exclusivamente nosprontos-socorros gerais. 3. Leito ou Unidade Psiquiátrica em Hospital Geral3.1. - O estabelecimento de leitos/unidade psiquiátricas em hospitais Geral ou especializado, que

seja referência regional e/ou estadual, a complementação normativa de que trata o últimoparágrafo do item 1 da presente Portaria, será de competência das respectivas SecretariasEstaduais de Saúde.3.2 - O número de leitos psiquiátricos em hospital geral não deverá ultrapassar 10% dacapacidade instalada do hospital, até um máximo de 30 leitos. Deverão, além dos espaçospróprios de um hospital geral, ser destinadas salas para trabalho em grupo terapias, grupooperativo, dentre outros. Os pacientes deverão utilizar área externa do hospital para lazer,educação física e atividades sócio terápicas.3.3 - Estes serviços devem oferecer, de acordo com a necessidade de cada paciente, asseguintes atividades:a) avaliação médico psicológica e social; b) atendimento individual (medicamentoso, psicoterapia breve, terapia ocupacional , dentre outros;c) atendimento grupal (grupo operativo, psicoterapia em grupo, atividades sócio terápica);d) abordagem a família: orientação sobre o diagnóstico, o programa de tratamento, alta hospitalare a continuidade do tratamento;e) preparação do paciente para a alta hospitalar garantindo sua referencia para a continuidade dotratamento em unidade de saúde com programa de atenção compatível com, sua necessidadeambulatorial, hospital dia, núcleo/centro de atenção psicossocial, visando prevenir a ocorrência deoutras internações. 3.4 - Recursos HumanosA equipe técnica mínima para um conjunto de 30 leitos, no período diurno, deve ser compostapor:- 1médico psiquiatra ou 1médico clínico e 1psicólogo;- 1 enfermeiro;- 2 profissionais de nível superior (psicólogo, assistente social e/ou terapeuta ocupacional;- profissionais de níveis médio e elementar necessários ao desenvolvimento das atividades.3.5 - Para fins de financiamento pelo Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS): oprocedimento 63.001.l0-1 (Tratamento Psiquiátrico em Hospital Geral ) será remunerado apenasnos hospitais gerais.4. Hospital Especializado em Psiquiatria4.1 - Entende-se como hospital psiquiátrico aquele cuja maioria de leitos se destine ao tratamentoespecializado de clientela psiquiátrica em regime de internação. -4.2 - Estes serviços devem oferecer, de acordo com a necessidade de cada paciente, asseguintes atividades:a) avaliação médico psicológica e social;b) atendimento individual medicamentos , psicoterapia breve, terapia ocupacional, dentre outros ;c) atendimento grupal (grupo operativo, psicoterapia em grupo, atividades socioterápicas ;d) abordagem á família: orientação sobre o diagnóstico, o programa de tratamento, a alta

hospitalar e a continuidade ao tratamento;e) preparação ao paciente para a alta hospitalar garantindo sua referência para a continuidade datratamento em unidade de saúde com programa de atenção compatível com sua necessidadeambulatorial, hospital dia, núcleo/centro de atenção psicossocial), visando prevenir a ocorrênciade outras internações. 4.3 - Com vistas a garantir condições físicas adequadas ao atendimento de clientela psiquiátricainternada, deverão ser observados o parâmetros das Normas Específicas referentes à área deengenharia e arquitetura em vigor expedidas pelo Ministério da Saúde,4.4. - O hospital psiquiátrico especializado deverá destinar 1 enfermeira para intercorrênciasclínicas, com um mínimo de 6m2/leito é número de leitos igual a 1/50 do total do hospital, comcamas Fowler, oxigênio, aspirador de secreção, vaporizador, nebulizador e bandeja ou carro deparada, e ainda:- sala de curativo ou, na inexistência desta, 01 carro de curativos para cada 3 postos deenfermagem ou fração;- área externa para deambulação e/ou esportes, igual ou superior à área construída.4.5. - O hospital psiquiátrico especializado deverá ter salas de estar, jogos, etc., comum mínimode 40m2, mais 20m2 para cada100 leitos a mais ou fração, com televisão e música ambiente nassalas de estar.4.6. - Recursos HumanosOs hospitais psiquiátricos especializados deverão contar com, no mínimo: -- l médico plantonista nas 24 horas;- 1 enfermeiro das 7:00 às 19:00 horas, para cada 240 leitos;E ainda: - para cada 40 pacientes, com 20 horas de assistência semanal distribuídas no mínimo em 4 dias,1 médico psiquiatra e 1 enfermeiro. - Para cada 60 pacientes, com 20 horas de assistência semanal, distribuídas no mínimo em 4dias, os seguintes profissionais: - 1 assistente social;- 1 psicólogo;- 1 terapeuta ocupacional;- 2 auxiliares de enfermagem;E ainda:- 1clínico geral para cada 120 pacientes.- l nutricionista. Frmacêutico.O psiquiatra plantonista poderá também compor uma das equipes básicas como psiquiatraassistente, desde que, além de seu horário de plantonista cumpra 15 horas semanais em, pelomenos, três outros dias da semana.4 . DISPOSIÇÕES GERAIS

1)- Tendo em vista a necessidade de humanização da assistência, bem como a preservação dosdireitos de cidadania aos pacientes internados, os hospitais que prestam atendimento empsiquiatria deverão seguir as seguintes orientações:- está proibida a existência de espaços restritivos ,celas fortes;- deve ser resguardada a inviolabilidade da correspondência dos pacientes internados;- deve haver registro adequado dos procedimentos diagnósticos e terapêuticos efetuados nospacientes;- os hospitais terão prazo máximo de 1 um 1 ano para atenderem estas exigências a partir decronograma estabelecido pelo Órgão Gestor Local. 2)- Em relação ao atendimento em regime de internação em hospital geral objetiva oferecer umaretaguarda hospitalar para os casos em que a internação se faca necessária, após esgotar todasas possibilidades de atendimento em unidades extra-hospitalares e de urgência. Durante operíodo de internação, a assistência ao cliente será desenvolvida por equipe multiprofissional.RICARDO AKELPORTARIA Nº 147/SAS, DE 25 DE AGOSTO DE 1994O Secretário de Assistência à Saúde, no uso de suas atribuições e tendo em vista o disposto nosartigos 141 e 143 do Decreto nº 99.224, de 10 de maio de 1990 e no artigo 16 do Anexo I doDecreto nº 809, de 24 de abril de 1993, e Considerando a necessidade de melhorar a qualidade da assistência prestada às pessoasportadoras de transtornos mentais;Considerando as Normas para Atendimento Hospitalar/hospital Especializado em Psiquiatriaestabelecidas pela Portaria MS/SNAS Nº 224/92, de 29.01.92 (DOU de 30.01.92) e pela PortariaMS/SAS nº 88 de 31.07.93 (DOU de 27.07.93), que regulamentam os hospitais psiquiátricosautorizados para cobrança do grupo de procedimento Internação em Psiquiatria IV (código63-100-04-5);Considerando, ainda, o consenso quanto as conceito de Projeto Terapêutico, deliberado nocolegiado de Coordenadores Estaduais de Saúde Mental e no Grupo de Trabalho convocado pelaPT MS/SNAS nº 321/92, reconvocado pela PT MS/SAS nº 47/93 (DOU DE 22.03.93);Resolve:1. Ampliar o item 4.2 da PT MS/SNAS nº 224/92 de 29.01.92 (DOU de 30.01.92), que passa a Tera seguinte redação:1.1 - Estes serviços devem oferecer, de acordo com a necessidade de cada paciente, asseguintes atividades: a - avaliação médico-psicológica e social;b - atendimento individual (medicamentoso, psicoterapico breve, terapia ocupacional, dentreoutros);c - atendimento grupal (grupo operativo, psicoterapia em grupo, atividades sócio- terápicas);d - abordagem à família incluindo orientação sobre o diagnóstico, o programa de tratamento, aalta hospitalar e continuidade do tratamento;

e - preparação do paciente para a alta-hospitalar, garantindo sua preferência para a continuidadedo tratamento em unidade de saúde com programa de atenção compatível com sua necessidade(ambulatorial, hospital-dia, núcleo/centro de atenção psicossocial), visando prevenir a ocorrênciade outras internações;f - essas atividades deverão constituir o projeto terapêutico da instituição, definido como oconjunto de objetivo e ações, estabelecidos e executados pela equipe multiprofissional, voltadospara a recuperação do paciente, desde a admissão até a alta. Inclui o desenvolvimento deprogramas específicos e interdisciplinares, adequados à características da clientela,compatibilizando a proposta de tratamento com a necessidade de cada usuário e de sua família.Envolve ainda, a existência de um sistema de referência e contrareferência que permita oencaminhamento do paciente após a alta, para a continuidade do tratamento. Representa, enfim,a existência de um filosofia que norteia e permeia todo o trabalho institucional, imprimindoqualidade à assistência prestada. O referido projeto deverá ser apresentado por escrito.2 - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação revogada as disposições em contrário.GILSON DE CASSIA MARQUES DE CARVALHO

SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA À SAÚDEPORTARIA Nº 21, DE 27 DE JANEIRO DE 1999O Secretário de Assistência à Saúde, no uso de suas atribuições legais,Considerando a necessidade de regulamentar o pagamento dos procedimentos constantes das Portarias GM/MS nº 2413/98 e SAS/MS nº 38/98 - Cuidados Prolongados, resolve:Art.1º - Determinar que o percentual do Fator de Incentivo ao Desenvolvimento do Ensino e Pesquisa Universitária em Saúde- FIDEPS, não incida sobre os valores dos grupos de procedimentos e procedimentos abaixo relacionados:

Grupo:85.100.05-6Proced.:85.300.71-3Proced.:85.500.73-9

Atendimento a pacientes sob cuidados prolongados IPacientes sob cuidados prolongados por enfermidades cardiovascularesPacientes sob cuidados prolongados por enfermidades cardiovasculares

Grupo:85.100.06-4Proced.:85.300.72-1Proced.:85.500.74-5

Atendimento a pacientes sob cuidados prolongados IIPacientes sob cuidados prolongados por enfermidades pneumológicasPacientes sob cuidados prolongados por enfermidades pneumológicas

Grupo: 85.100.07-2Proced.:85.300.73-0Proced.:85.500.75-5

Atendimento a pacientes sob cuidados prolongados IIIPacientes sob cuidados prolongados por enfermidades neurológicasPacientes sob cuidados prolongados por enfermidades neurológicas

Grupo:85.100.08-0Proced.:85.300.74-8

Atendimento a pacientes sob cuidados prolongados IVPacientes sob cuidados prolongados por enfermidades osteomuscular e

Proced.:85.500.76-3 do tecido conjutivoPacientes sob cuidados prolongados por enfermidades osteomuscular e do tecido conjutivo

Grupo: 85.100.09-9Proced.:85.300.75-6Proced.:85.500.77-1

Atendimento a pacientes sob cuidados prolongados VPacientes sob cuidados prolongados por enfermidades oncológicasPacientes sob cuidados prolongados por enfermidades oncológicas

Grupo:85.100.10-2Proced.:85.300.76-4Proced.:85.500.78-0

Atendimento a pacientes sob cuidados prolongados VIPacientes sob cuidados prolongados por enfermidades decorrentes da AIDSPacientes sob cuidados prolongados por enfermidades decorrentes da AIDS

Grupo: 85.100.11-0Proced.:85.300.77-2Proced.: 85.500.79-8

Atendimento a pacientes sob cuidados prolongados VIIPacientes sob cuidados prolongados devidos a causas externasPacientes sob cuidados prolongados devidos a causas externas

Grupo:91.100.08-9 Proced.:91.500.20-6

Hospital Geriátrico IAtendimento em Hospital Dia Geriátrico(um turno)

Grupo: 91100.09-7Proced.:91.500.21-4

Hospital Geriátrico IIAtendimento em Hospital Dia Geriátrico(dois turnos)

Grupo: 91.100.10-0Proced.:91.300.20-7Proced.:91.500.22-2

Hospital Dia IHospital Dia até 06 horas de permanênciasHospital Dia até 06 horas de permanências

Art. 2º - Determinar que as internações de pacientes sob cuidados prolongados somente podem ser realizadas em hospitais de apoio ou em hospitais gerais que possuam estruturas física e operacional de acordo com as exigências do item 5 da Portaria/GM/MS nº 2413 de 23.03.98, publicada no DO nº 58, de 267.03.98, tendo em operação no mínimo um módulo para 40 (quarenta) leitos.Art. 3º - Alterar o subitem 5.1 da Portaria/GM//MS nº 2413/98 que passa a ter a seguinte redação:5.1 contar com equipe técnica multiprofissional para prestar atendimento multidisciplinar e integral aos pacientes internados, obedecidos os quantitativos de horas trabalhadas por especialidade para cada módulo de 40 leitos, conforme relação abaixo:Médico Assistente - 8 horas/diaMédico Plantonista - 24 horas/diaEnfermeiro - 6 horas/diaAuxiliar de Enfermagem - 80 horas/diaFisioterapêuta - 8 horas/diaNutricionista - 4 horas/diaAssistente Social - 4 horas/diaFonoaudiólogo - 2 horas/diaPsicólogo - 3 horas/diaTerapeuta Ocupacional - 8 horas/dia

Farmacêutico - 4 horas/dia.Art. 4º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir de 01 de fevereiro de 1999. RENILSON REHEM DE SOUZA PUBLICADA NO DOU DE 27/01/99 - SEÇÃO - I

Portaria/GM nº 106 - De 11 de fevereiro de 2000

Saúde Mental

Institui os Serviços Residenciais TerapêuticosO Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas atribuições, considerando:a necessidade da reestruturação do modelo de atenção ao portador de transtornos mentais, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS;a necessidade de garantir uma assistência integral em saúde mental e eficaz para a reabilitação psicossocial;a necessidade da humanização do atendimento psiquiátrico no âmbito do SUS, visando à reintegração social do usuário;a necessidade da implementação de políticas de melhoria de qualidade da assistência à saúde mental, objetivando à redução das internações em hospitais psiquiátricos, resolve:Art. 1.º Criar os Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental, no âmbito do Sistema Único de Saúde, para o atendimento ao portador de transtornos mentais.Parágrafo único. Entende-se como Serviços Residenciais Terapêuticos, moradias ou casas inseridas, preferencialmente, na comunidade, destinadas a cuidar dos portadores de transtornos mentais, egressos de internações psiquiátricas de longa permanência, que não possuam suporte social e laços familiares e, que viabilizem sua inserção social.Art.2.º Definir que os Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental constituem uma modalidade assistencial substitutiva da internação psiquiátrica prolongada, de maneira que, a cada transferência de paciente do Hospital Especializado para o Serviço de Residência Terapêutica, devese reduzir ou descredenciar do SUS, igual n.º de leitos naquele hospital, realocando o recurso da AIH correspondente para os tetos orçamentários do estado ou município que se responsabilizará pela assistência ao paciente e pela rede substitutiva de cuidados em saúde mental.Art. 3.º Definir que aos Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental cabe :garantir assistência aos portadores de transtornos mentais com grave dependência institucional que não tenham possibilidade de desfrutar de inteira autonomia social e não possuam vínculos familiares e de moradia;atuar como unidade de suporte destinada, prioritariamente, aos portadores de transtornos mentais submetidos a tratamento psiquiátrico em regime hospitalar prolongado;promover a reinserção desta clientela à vida comunitária.Art. 4º Estabelecer que os Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental deverão ter um Projeto Terapêutico baseado nos seguintes princípios e diretrizes:ser centrado nas necessidades dos usuários, visando à construção progressiva da sua autonomia nas atividades da vida cotidiana e à ampliação da inserção social;ter como objetivo central contemplar os princípios da reabilitação psicossocial, oferecendo ao usuário um amplo projeto de reintegração social, por meio de programas de alfabetização, de reinserção no trabalho, de mobilização de recursos comunitários, de autonomia para as atividades domésticas e pessoais e de estímulo à formação de associações de usuários, familiares e voluntários.respeitar os direitos do usuário como cidadão e como sujeito em condição de desenvolver uma vida com qualidade e integrada ao ambiente comunitário.Art. 5º Estabelecer como normas e critérios para inclusão dos Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental no SUS.serem exclusivamente de natureza pública;a critério do gestor local, poderão ser de natureza não governamental, sem fins lucrativos, devendo para isso ter Projetos Terapêuticos específicos, aprovados pela Coordenação Nacional de Saúde Mental;

Portaria GM/MS nº 336/02 Portaria GM/MS nº 336/02 - estabelece as modalidades de CAPS - I, II e III Portaria n.º 336/GM Em 19 de fevereiro de 2002. O Ministro da Saúde, no uso de suas atribuições legais;Considerando a Lei 10.216, de 06/04/01, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental;Considerando o disposto na Norma Operacional de Assistência à Saúde NOAS SUS 01/2001, aprovada pela Portaria GM/MS nº 95, de 26 de janeiro de 2001;Considerando a necessidade de atualização das normas constantes da Portaria MS/SAS nº 224, de 29 de janeiro de 1992, resolve:Art.1º Estabelecer que os Centros de Atenção Psicossocial poderão constituir-se nas seguintes modalidades de serviços: CAPS I, CAPS II e CAPS III, definidos por ordem crescente de porte/complexidade e abrangência populacional, conforme disposto nesta Portaria;§ 1º As três modalidades de serviços cumprem a mesma função no atendimento público em saúde mental, distinguindo-se pelas características descritas no Artigo 3o desta Portaria, e deverão estar capacitadas para realizar prioritariamente o atendimento de pacientes com transtornos mentais severos e persistentes em sua área territorial, em regime de tratamento intensivo, semi-intensivo e não-intensivo, conforme definido adiante.§ 2º Os CAPS deverão constituir-se em serviço ambulatorial de atenção diária que funcione segundo a lógica do território;Art. 2º Definir que somente os serviços de natureza jurídica pública poderão executar as atribuições de supervisão e de regulação da rede de serviços de saúde mental.Art. 3º Estabelecer que os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) só poderão funcionar em área física específica e independente de qualquer estrutura hospitalar.Parágrafo único. Os CAPS poderão localizar-se dentro dos limites da área física de uma unidade hospitalar geral, ou dentro do conjunto arquitetônico de instituições universitárias de saúde, desde que independentes de sua estrutura física, com acesso privativo e equipe profissional própria.Art. 4º Definir, que as modalidades de serviços estabelecidas pelo Artigo 1º desta Portaria correspondem às características abaixo discriminadas:4.1 - CAPS I Serviço de atenção psicossocial com capacidade operacional para atendimento em municípios com população entre 20.000 e 70.000 habitantes, com as seguintes características:a - responsabilizar-se, sob coordenação do gestor local, pela organização da demanda e da rede de cuidados em saúde mental no âmbito do seu território;b - possuir capacidade técnica para desempenhar o papel de regulador da porta de entrada da rede assistencial no âmbito do seu território e/ou do módulo assistencial, definido na Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS), de acordo com a determinação do gestor local;c - coordenar, por delegação do gestor local, as atividades de supervisão de unidades hospitalares psiquiátricas no âmbito do seu território;d - supervisionar e capacitar as equipes de atenção básica, serviços e programas de saúde mental no âmbito do seu território e/ou do módulo assistencial;

Institui os Serviços Residenciais TerapêuticosO Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas atribuições, considerando:a necessidade da reestruturação do modelo de atenção ao portador de transtornos mentais, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS;a necessidade de garantir uma assistência integral em saúde mental e eficaz para a reabilitação psicossocial;a necessidade da humanização do atendimento psiquiátrico no âmbito do SUS, visando à reintegração social do usuário;a necessidade da implementação de políticas de melhoria de qualidade da assistência à saúde mental, objetivando à redução das internações em hospitais psiquiátricos, resolve:Art. 1.º Criar os Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental, no âmbito do Sistema Único de Saúde, para o atendimento ao portador de transtornos mentais.Parágrafo único. Entende-se como Serviços Residenciais Terapêuticos, moradias ou casas inseridas, preferencialmente, na comunidade, destinadas a cuidar dos portadores de transtornos mentais, egressos de internações psiquiátricas de longa permanência, que não possuam suporte social e laços familiares e, que viabilizem sua inserção social.Art.2.º Definir que os Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental constituem uma modalidade assistencial substitutiva da internação psiquiátrica prolongada, de maneira que, a cada transferência de paciente do Hospital Especializado para o Serviço de Residência Terapêutica, devese reduzir ou descredenciar do SUS, igual n.º de leitos naquele hospital, realocando o recurso da AIH correspondente para os tetos orçamentários do estado ou município que se responsabilizará pela assistência ao paciente e pela rede substitutiva de cuidados em saúde mental.Art. 3.º Definir que aos Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental cabe :garantir assistência aos portadores de transtornos mentais com grave dependência institucional que não tenham possibilidade de desfrutar de inteira autonomia social e não possuam vínculos familiares e de moradia;atuar como unidade de suporte destinada, prioritariamente, aos portadores de transtornos mentais submetidos a tratamento psiquiátrico em regime hospitalar prolongado;promover a reinserção desta clientela à vida comunitária.Art. 4º Estabelecer que os Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental deverão ter um Projeto Terapêutico baseado nos seguintes princípios e diretrizes:ser centrado nas necessidades dos usuários, visando à construção progressiva da sua autonomia nas atividades da vida cotidiana e à ampliação da inserção social;ter como objetivo central contemplar os princípios da reabilitação psicossocial, oferecendo ao usuário um amplo projeto de reintegração social, por meio de programas de alfabetização, de reinserção no trabalho, de mobilização de recursos comunitários, de autonomia para as atividades domésticas e pessoais e de estímulo à formação de associações de usuários, familiares e voluntários.respeitar os direitos do usuário como cidadão e como sujeito em condição de desenvolver uma vida com qualidade e integrada ao ambiente comunitário.Art. 5º Estabelecer como normas e critérios para inclusão dos Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental no SUS.serem exclusivamente de natureza pública;a critério do gestor local, poderão ser de natureza não governamental, sem fins lucrativos, devendo para isso ter Projetos Terapêuticos específicos, aprovados pela Coordenação Nacional de Saúde Mental;

e - realizar, e manter atualizado, o cadastramento dos pacientes que utilizam medicamentos essenciais para a área de saúde mental regulamentados pela Portaria/GM/MS nº 1077 de 24 de agosto de 1999 e medicamentos excepcionais, regulamentados pela Portaria/SAS/MS nº 341 de 22 de agosto de 2001, dentro de sua área assistencial;f - funcionar no período de 08 às 18 horas, em 02 (dois) turnos, durante os cinco dias úteis da semana;4.1.1 - A assistência prestada ao paciente no CAPS I inclui as seguintes atividades:a - atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, entre outros);b - atendimento em grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividades de suporte social, entre outras);c - atendimento em oficinas terapêuticas executadas por profissional de nível superior ou nível médio;d - visitas domiciliares;e - atendimento à família;f - atividades comunitárias enfocando a integração do paciente na comunidade e sua inserção familiar e social;g - os pacientes assistidos em um turno (04 horas) receberão uma refeição diária, os assistidos em dois turnos (08 horas) receberão duas refeições diárias.4.1.2 - Recursos Humanos:A equipe técnica mínima para atuação no CAPS I, para o atendimento de 20 (vinte) pacientes por turno, tendo como limite máximo 30 (trinta) pacientes/dia, em regime de atendimento intensivo, será composta por:a - 01 (um) médico com formação em saúde mental;b - 01 (um) enfermeiro;c - 03 (três) profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais: psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico.d - 04 (quatro) profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão;4.2 - CAPS II Serviço de atenção psicossocial com capacidade operacional para atendimento em municípios com população entre 70.000 e 200.000 habitantes, com as seguintes características:a - responsabilizar-se, sob coordenação do gestor local, pela organização da demanda e da rede de cuidados em saúde mental no âmbito do seu território;b - possuir capacidade técnica para desempenhar o papel de regulador da porta de entrada da rede assistencial no âmbito do seu território e/ou do módulo assistencial, definido na Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS), por determinação do gestor local;c - coordenar, por delegação do gestor local, as atividades de supervisão de unidades hospitalares psiquiátricas no âmbito do seu território;d - supervisionar e capacitar as equipes de atenção básica, serviços e programas de saúde mental no âmbito do seu território e/ou do módulo assistencial;e - realizar, e manter atualizado, o cadastramento dos pacientes que utilizam medicamentos essenciais para a área de saúde mental regulamentados pela Portaria/GM/MS nº 1077 de 24 de agosto de 1999 e medicamentos excepcionais, regulamentados pela Portaria/SAS/MS nº 341 de 22 de agosto de 2001, dentro de sua área assistencial;

Institui os Serviços Residenciais TerapêuticosO Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas atribuições, considerando:a necessidade da reestruturação do modelo de atenção ao portador de transtornos mentais, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS;a necessidade de garantir uma assistência integral em saúde mental e eficaz para a reabilitação psicossocial;a necessidade da humanização do atendimento psiquiátrico no âmbito do SUS, visando à reintegração social do usuário;a necessidade da implementação de políticas de melhoria de qualidade da assistência à saúde mental, objetivando à redução das internações em hospitais psiquiátricos, resolve:Art. 1.º Criar os Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental, no âmbito do Sistema Único de Saúde, para o atendimento ao portador de transtornos mentais.Parágrafo único. Entende-se como Serviços Residenciais Terapêuticos, moradias ou casas inseridas, preferencialmente, na comunidade, destinadas a cuidar dos portadores de transtornos mentais, egressos de internações psiquiátricas de longa permanência, que não possuam suporte social e laços familiares e, que viabilizem sua inserção social.Art.2.º Definir que os Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental constituem uma modalidade assistencial substitutiva da internação psiquiátrica prolongada, de maneira que, a cada transferência de paciente do Hospital Especializado para o Serviço de Residência Terapêutica, devese reduzir ou descredenciar do SUS, igual n.º de leitos naquele hospital, realocando o recurso da AIH correspondente para os tetos orçamentários do estado ou município que se responsabilizará pela assistência ao paciente e pela rede substitutiva de cuidados em saúde mental.Art. 3.º Definir que aos Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental cabe :garantir assistência aos portadores de transtornos mentais com grave dependência institucional que não tenham possibilidade de desfrutar de inteira autonomia social e não possuam vínculos familiares e de moradia;atuar como unidade de suporte destinada, prioritariamente, aos portadores de transtornos mentais submetidos a tratamento psiquiátrico em regime hospitalar prolongado;promover a reinserção desta clientela à vida comunitária.Art. 4º Estabelecer que os Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental deverão ter um Projeto Terapêutico baseado nos seguintes princípios e diretrizes:ser centrado nas necessidades dos usuários, visando à construção progressiva da sua autonomia nas atividades da vida cotidiana e à ampliação da inserção social;ter como objetivo central contemplar os princípios da reabilitação psicossocial, oferecendo ao usuário um amplo projeto de reintegração social, por meio de programas de alfabetização, de reinserção no trabalho, de mobilização de recursos comunitários, de autonomia para as atividades domésticas e pessoais e de estímulo à formação de associações de usuários, familiares e voluntários.respeitar os direitos do usuário como cidadão e como sujeito em condição de desenvolver uma vida com qualidade e integrada ao ambiente comunitário.Art. 5º Estabelecer como normas e critérios para inclusão dos Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental no SUS.serem exclusivamente de natureza pública;a critério do gestor local, poderão ser de natureza não governamental, sem fins lucrativos, devendo para isso ter Projetos Terapêuticos específicos, aprovados pela Coordenação Nacional de Saúde Mental;

f - funcionar de 8:00 às 18:00 horas, em 02 (dois) turnos, durante os cinco dias úteis da semana, podendo comportar um terceiro turno funcionando até às 21:00 horas.4.2.1 - A assistência prestada ao paciente no CAPS II inclui as seguintes atividades:a - atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, entre outros);b - atendimento em grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividades de suporte social, entre outras);c - atendimento em oficinas terapêuticas executadas por profissional de nível superior ou nível médio;d - visitas domiciliares;e - atendimento à família;f - atividades comunitárias enfocando a integração do doente mental na comunidade e sua inserção familiar e social;g - os pacientes assistidos em um turno (04 horas) receberão uma refeição diária: os assistidos em dois turnos (08 horas) receberão duas refeições diárias.4.2.2 - Recursos Humanos:A equipe técnica mínima para atuação no CAPS II, para o atendimento de 30 (trinta) pacientes por turno, tendo como limite máximo 45 (quarenta e cinco) pacientes/dia, em regime intensivo, será composta por:a - 01 (um) médico psiquiatra;b - 01 (um) enfermeiro com formação em saúde mental;c - 04 (quatro) profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais: psicólogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico.d - 06 (seis) profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão.4.3 - CAPS III Serviço de atenção psicossocial com capacidade operacional para atendimento em municípios com população acima de 200.000 habitantes, com as seguintes características:a - constituir-se em serviço ambulatorial de atenção contínua, durante 24 horas diariamente, incluindo feriados e finais de semana;b - responsabilizar-se, sob coordenação do gestor local, pela organização da demanda e da rede de cuidados em saúde mental no âmbito do seu território;c - possuir capacidade técnica para desempenhar o papel de regulador da porta de entrada da rede assistencial no âmbito do seu território e/ou do módulo assistencial, definido na Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS), por determinação do gestor local;d - coordenar, por delegação do gestor local, as atividades de supervisão de unidades hospitalares psiquiátricas no âmbito do seu território;e - supervisionar e capacitar as equipes de atenção básica, serviços e programas de saúde mental no âmbito do seu território e/ou do módulo assistencial;f - realizar, e manter atualizado, o cadastramento dos pacientes que utilizam medicamentos essenciais para a área de saúde mental regulamentados pela Portaria/GM/MS nº 1077 de 24 de agosto de 1999 e medicamentos excepcionais, regulamentados pela Portaria/SAS/MS nº 341 de 22 de agosto de 2001, dentro de sua área assistencial;g - estar referenciado a um serviço de atendimento de urgência/emergência geral de sua região, que fará o suporte de atenção médica.4.3.1 - A assistência prestada ao paciente no CAPS III inclui as seguintes atividades:

a - atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, orientação, entre outros);b - atendimento grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividades de suporte social, entre outras);c - atendimento em oficinas terapêuticas executadas por profissional de nível superior ou nível médio;d - visitas e atendimentos domiciliares;e - atendimento à família;f - atividades comunitárias enfocando a integração do doente mental na comunidade e sua inserção familiar e social;g - acolhimento noturno, nos feriados e finais de semana, com no máximo 05 (cinco) leitos, para eventual repouso e/ou observação;h - os pacientes assistidos em um turno (04 horas) receberão uma refeição diária; os assistidos em dois turnos (08 horas) receberão duas refeições diárias, e os que permanecerem no serviço durante 24 horas contínuas receberão 04 (quatro) refeições diárias;i - a permanência de um mesmo paciente no acolhimento noturno fica limitada a 07 (sete) dias corridos ou 10 (dez) dias intercalados em um período de 30 (trinta) dias.4.3.2 - Recursos Humanos:A equipe técnica mínima para atuação no CAPS III, para o atendimento de 40 (quarenta) pacientes por turno, tendo como limite máximo 60 (sessenta) pacientes/dia, em regime intensivo, será composta por:a - 02 (dois) médicos psiquiatras;b - 01 (um) enfermeiro com formação em saúde mental.c - 05 (cinco) profissionais de nível superior entre as seguintes categorias: psicólogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico;d - 08 (oito) profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão.4.3.2.1 - Para o período de acolhimento noturno, em plantões corridos de 12 horas, a equipe deve ser composta por:a - 03 (três) técnicos/auxiliares de enfermagem, sob supervisão do enfermeiro do serviço;b 01 (um) profissional de nível médio da área de apoio;4.3.2.2 - Para as 12 horas diurnas, nos sábados, domingos e feriados, a equipe deve ser composta por:a - 01 (um) profissional de nível superior dentre as seguintes categorias: médico, enfermeiro, psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, ou outro profissional de nível superior justificado pelo projeto terapêutico;b - 03 (três) técnicos/auxiliares técnicos de enfermagem, sob supervisão do enfermeiro do serviçoc - 01 (um) profissional de nível médio da área de apoio.4.4 CAPS i II Serviço de atenção psicossocial para atendimentos a crianças e adolescentes, constituindo-se na referência para uma população de cerca de 200.000 habitantes, ou outro parâmetro populacional a ser definido pelo gestor local, atendendo a critérios epidemiológicos, com as seguintes características:a - constituir-se em serviço ambulatorial de atenção diária destinado a crianças e adolescentes com transtornos mentais;

b - possuir capacidade técnica para desempenhar o papel de regulador da porta de entrada da rede assistencial no âmbito do seu território e/ou do módulo assistencial, definido na Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS), de acordo com a determinação do gestor local;c - responsabilizar-se, sob coordenação do gestor local, pela organização da demanda e da rede de cuidados em saúde mental de crianças e adolescentes no âmbito do seu território;d - coordenar, por delegação do gestor local, as atividades de supervisão de unidades de atendimento psiquiátrico a crianças e adolescentes no âmbito do seu territórioe - supervisionar e capacitar as equipes de atenção básica, serviços e programas de saúde mental no âmbito do seu território e/ou do módulo assistencial, na atenção à infância e adolescência;f - realizar, e manter atualizado, o cadastramento dos pacientes que utilizam medicamentos essenciais para a área de saúde mental regulamentados pela Portaria/GM/MS nº 1077 de 24 de agosto de 1999 e medicamentos excepcionais, regulamentados pela Portaria/SAS/MS nº 341 de 22 de agosto de 2001, dentro de sua área assistencial;g - funcionar de 8:00 às 18:00 horas, em 02 (dois) turnos, durante os cinco dias úteis da semana, podendo comportar um terceiro turno que funcione até às 21:00 horas.4.4.1- A assistência prestada ao paciente no CAPS i II inclui as seguintes atividades:a - atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, entre outros);b - atendimento em grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividades de suporte social, entre outros);c - atendimento em oficinas terapêuticas executadas por profissional de nível superior ou nível médio;d - visitas e atendimentos domiciliares;e - atendimento à família;f - atividades comunitárias enfocando a integração da criança e do adolescente na família, na escola, na comunidade ou quaisquer outras formas de inserção social;g - desenvolvimento de ações inter-setoriais, principalmente com as áreas de assistência social, educação e justiça;h - os pacientes assistidos em um turno (04 horas) receberão uma refeição diária, os assistidos em dois turnos (08 horas) receberão duas refeições diárias;4.4.2 - Recursos Humanos:A equipe técnica mínima para atuação no CAPS i II, para o atendimento de 15 (quinze) crianças e/ou adolescentes por turno, tendo como limite máximo 25 (vinte e cinco) pacientes/dia, será composta por:a - 01 (um) médico psiquiatra, ou neurologista ou pediatra com formação em saúde mental;b - 01 (um) enfermeiro.c - 04 (quatro) profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais: psicólogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico;d - 05 (cinco) profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão.4.5 CAPS ad II Serviço de atenção psicossocial para atendimento de pacientes com transtornos decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas, com capacidade operacional para atendimento em municípios com população superior a 70.000, com as seguintes características:

a - constituir-se em serviço ambulatorial de atenção diária, de referência para área de abrangência populacional definida pelo gestor local;b - sob coordenação do gestor local, responsabilizar-se pela organização da demanda e da rede de instituições de atenção a usuários de álcool e drogas, no âmbito de seu território;c - possuir capacidade técnica para desempenhar o papel de regulador da porta de entrada da rede assistencial local no âmbito de seu território e/ou do módulo assistencial, definido na Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS), de acordo com a determinação do gestor local;d - coordenar, no âmbito de sua área de abrangência e por delegação do gestor local, a atividades de supervisão de serviços de atenção a usuários de drogas, em articulação com o Conselho Municipal de Entorpecentes;e - supervisionar e capacitar as equipes de atenção básica, serviços e programas de saúde mental local no âmbito do seu território e/ou do módulo assistencial;f - realizar, e manter atualizado, o cadastramento dos pacientes que utilizam medicamentos essenciais para a área de saúde mental regulamentados pela Portaria/GM/MS nº 1077 de 24 de agosto de 1999 e medicamentos excepcionais, regulamentados pela Portaria/SAS/MS nº 341 de 22 de agosto de 2001, dentro de sua área assistencial;g - funcionar de 8:00 às 18:00 horas, em 02 (dois) turnos, durante os cinco dias úteis da semana, podendo comportar um terceiro turno funcionando até às 21:00 horas.h - manter de 02 (dois) a 04 (quatro) leitos para desintoxicação e repouso.4.5.1. A assistência prestada ao paciente no CAPS ad II para pacientes com transtornos decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas inclui as seguintes atividades:a - atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, entre outros);b - atendimento em grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividades de suporte social, entre outras);c - atendimento em oficinas terapêuticas executadas por profissional de nível superior ou nível médio;d - visitas e atendimentos domiciliares;e - atendimento à família;f - atividades comunitárias enfocando a integração do dependente químico na comunidade e sua inserção familiar e social;g - os pacientes assistidos em um turno (04 horas) receberão uma refeição diária; os assistidos em dois turnos (08 horas) receberão duas refeições diárias.h - atendimento de desintoxicação.4.5.2 - Recursos Humanos:A equipe técnica mínima para atuação no CAPS ad II para atendimento de 25 (vinte e cinco) pacientes por turno, tendo como limite máximo 45 (quarenta e cinco) pacientes/dia, será composta por:a - 01 (um) médico psiquiatra;b - 01 (um) enfermeiro com formação em saúde mental;c - 01 (um) médico clínico, responsável pela triagem, avaliação e acompanhamento das intercorrências clínicas;d - 04 (quatro) profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais: psicólogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico;

e - 06 (seis) profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão.Art.5º Estabelecer que os CAPS I, II, III, CAPS i II e CAPS ad II deverão estar capacitados para o acompanhamento dos pacientes de forma intensiva, semi-intensiva e não-intensiva, dentro de limites quantitativos mensais que serão fixados em ato normativo da Secretaria de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde.Parágrafo único. Define-se como atendimento intensivo aquele destinado aos pacientes que, em função de seu quadro clínico atual, necessitem acompanhamento diário; semi-intensivo é o tratamento destinado aos pacientes que necessitam de acompanhamento freqüente, fixado em seu projeto terapêutico, mas não precisam estar diariamente no CAPS; não-intensivo é o atendimento que, em função do quadro clínico, pode ter uma freqüência menor. A descrição minuciosa destas três modalidades deverá ser objeto de portaria da Secretaria de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde, que fixará os limites mensais (número máximo de atendimentos); para o atendimento intensivo (atenção diária), será levada em conta a capacidade máxima de cada CAPS, conforme definida no Artigo 2o.Art. 6º Estabelecer que os atuais CAPS e NAPS deverão ser recadastrados nas modalidades CAPS I, II, III, CAPS i II e CAPS ad II pelo gestor estadual, após parecer técnico da Secretaria de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde.Parágrafo único. O mesmo procedimento se aplicará aos novos CAPS que vierem a ser implantados.Art.7º Definir que os procedimentos realizados pelos CAPS e NAPS atualmente existentes, após o seu recadastramento, assim como os novos que vierem a ser criados e cadastrados, serão remunerados através do Sistema APAC/SIA, sendo incluídos na relação de procedimentos estratégicos do SUS e financiados com recursos do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação FAEC.Art.8º. Estabelecer que serão alocados no FAEC, para a finalidade descrita no art. 5o, durante os exercícios de 2002 e 2003, recursos financeiros no valor total de R$52.000.000,00 (cinqüenta e dois milhões de reais), previstos no orçamento do Ministério da Saúde.Art.9o.. Definir que os procedimentos a serem realizados pelos CAPS, nas modalidades I, II (incluídos CAPS i II e CAPS ad II) e III, objetos da presente Portaria, serão regulamentados em ato próprio do Secretário de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde.Art.10. Esta Portaria entrará em vigor a partir da competência fevereiro de 2002, revogando-se as disposições em contrário.JOSÉ SERRA Caps - Perguntas & Respostas.Instrutivo divulgado pela Coordenação de Saúde Mental do Ministério da Saúde no ano de 2002, pela ocasião da publicação da Portaria GM 336/02, que traz nova sistemática de funcionamento dos CAPS. O instrutivo responde perguntas como :O que é um CAPS? Qual o projeto terapêutico de um CAPS? O que é cuidado Intensivo, Semi-intensivo e Não-Intensivo em Saúde Mental ? Trata-se de instrutivo importante para gestores e trabalhadores da saúde mental.CAPS – Nova sistemática de cadastramento, funcionamento e registro de dados epidemiológicos – Portarias 336/02 e 189/02. Perguntas & Respostas. Primeira Edição (perguntas 01 a 12).

MS/SAS/ASTECÁrea Técnica de Saúde MentalCAPS –Nova sistemática de cadastramento, funcionamento e registro de dados epidemiológicos – Portarias 336/02 e 189/02Perguntas & RespostasPrimeira Edição (perguntas 01 a 12)1. O que é um CAPS mais exatamente? De que se trata?O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), presente nas Portarias MS-336 e SAS-189 de 2002, como Tipo de Unidade 37 e Tipo de Serviço 14 (Serviço de Atenção Psicossocial), é um serviço comunitário ambulatorial que toma para si a responsabilidade de cuidar de pessoas que sofrem com transtornos mentais, em especial os transtornos severos e persistentes, no seu território de abrangência. Deve garantir relações entre trabalhadores e usuários centradas no acolhimento, vínculo e na definição precisa de responsabilidade de cada membro da equipe. A atenção deve incluir ações dirigidas aos familiares e comprometer-se com a construção dos projetos de inserção social, respeitando as possibilidades individuais e princípios de cidadania que minimizem o estigma e promovam a melhor qualidade de vida e inclusão social possíveis. 2. Qual é o projeto terapêutico de um CAPS?Os projetos terapêuticos dos CAPS serão singulares, respeitando-se diferenças regionais, contribuições técnicas dos integrantes de sua equipe, iniciativas locais de familiares e usuários e articulações intersetoriais que potencializem suas ações. Os CAPS deverão obedecer a alguns princípios básicos: devem se responsabilizar pelo acolhimento de 100% da demanda dos portadores de transtornos severos de seu território, garantindo a presença de profissional responsável durante todo o período de funcionamento da unidade (plantão técnico) e criar uma ambiência terapêutica acolhedora no serviço que possa incluir pacientes muito desestruturados que não consigam acompanhar as atividades estruturadas da unidade. Devem ainda trabalhar com a idéia de gerenciamento de casos, personalizando o projeto de cada paciente na unidade e fora dela e desenvolver atividades para a permanência diária no serviço. O CAPS deve considerar o cuidado intra-, inter- e transubjetivo, articulando recursos de natureza clínica, incluindo medicamentos, de moradia, de trabalho, de lazer, de previdência e outros, através do cuidado clínico oportuno e programas de reabilitação psicossocial.3. O que é cuidado Intensivo, Semi-intensivo e Não-Intensivo em Saúde Mental ?As noções de atendimento “Intensivos”, “Semi-intensivos” e “Não-intensivos” foram concebidas para caracterizarem os projetos terapêuticos de cada paciente em atendimento pelo CAPS. A intenção é substituir a lógica de “turnos de atendimento”, da portaria 224/92, por uma nomenclatura operativa que permita o registro das configurações mais “regulares” de projeto terapêutico. O quadro clínico atual do paciente e o tipo de acompanhamento necessário, definido em um projeto terapêutico personalizado, definirão o procedimento SIA/SUS a ser cobrado. Todos os procedimentos incluídos na Tabela SIA/SUS pela Portaria 189, seguem este raciocínio. Assim, o cuidado intensivo, por exemplo, consistirá em um conjunto de atendimentos que será oferecido pelo CAPS a um paciente que, por causa de seu quadro clínico, necessita de um cuidado diário, por parte de uma equipe multiprofissional e especializada (até 25 dias no mês). Isto não quer dizer que este paciente tenha que participar das atividades do CAPS nos dois turnos do dia, ou mesmo todos os dias. Ele poderá, por exemplo, ser cuidado intensivamente através de atendimento domiciliar, durante um período. As noções de Cuidado Intensivo, Semi-intensivo e Não-intensivo não são vinculadas aos turnos,

mas aos cuidados clínicos e projetos terapêuticos dos pacientes.O mesmo raciocínio vale para os chamados cuidados Semi-intensivos e Não-intensivos. O cuidado semi-intensivo consiste, então, num conjunto de atendimentos oferecido pelo CAPS ao paciente, que por sua condição clínica, necessita de uma atenção freqüente (até 12 dias no mês). Vale ressaltar, mais uma vez, que os procedimentos não estão atrelados aos turnos. Entenda-se, por conjunto freqüente de atendimentos, o cuidado dispensado ao paciente que necessita participar algumas vezes por semana das atividades do CAPS. Já os chamados cuidados não-intensivos referem-se àquele conjunto de atendimentos prestados mensalmente ou quinzenalmente ao paciente, que por seu quadro clínico e projeto terapêutico, necessita de um acompanhamento mais espaçado, ou mesmo mensal (até 3 dias no mês).4. Certamente, e isto dependerá exclusivamente da clínica. Do ponto de vista operacional, a única limitação será, dentro do mês corrente, a mudança do registro do procedimento, porque a cada paciente corresponde um único instrumento de “cobrança”, chamado APAC (Autorização para Procedimento de Alto Custo). Esta questão – mudança da APAC de um mesmo paciente – será explicada melhor adiante. Quanto ao projeto terapêutico, é de se esperar, mesmo, que os pacientes que demandem cuidados intensivos vão progressivamente deixando de precisar comparecer diariamente ao CAPS. Do mesmo modo, um paciente que comece sendo atendido poucas vezes ao mês (“não-intensivo”) pode necessitar de mudança em seu projeto terapêutico, passando a ser atendido mais de uma vez por semana (“semi-intensivo”) ou diariamente (até 25 vezes no mês, ou “intensivo”). Esta é uma metodologia de registro da atividade clínica do CAPS – e de cobrança dos procedimentos no sistema SIA-SUS – que está sendo iniciada agora, e poderá ser progressivamente aperfeiçoada, com a experiência e o experimento da clínica dos CAPS.5. Como cobrar os primeiros atendimentos do paciente ?Até que se defina o projeto terapêutico do paciente, o CAPS poderá cobrar os primeiros atendimentos necessários através do BPA (Boletim de Produção Ambulatorial). O atendimento será registrado e cobrado como “consulta”.6. Como fazer quando o paciente, que antes precisava de cuidados intensivos, passar a necessitar de cuidados semi-intensivos ou não-intensivos ?A depender da evolução do quadro clínico do paciente, deve-se ajustar o projeto terapêutico. A mudança de uma forma intensiva de cuidado para uma forma aqui chamada de não-intensiva, é altamente desejada, quando realizada progressivamente e segundo critérios psicossociais e clínicos. Quando ocorrer um ajuste no projeto terapêutico do paciente, o CAPS deve também mudar o tipo de procedimento cobrado. O CAPS poderá cobrar, portanto, para o mesmo paciente (mas não ao mesmo tempo), procedimentos semi-intensivos e não-intensivos, por exemplo. Isto significará que houve mudanças do projeto terapêutico do paciente.7. Na definição dos procedimentos (PT 189), existe a fixação de um número máximo ou limite de pacientes que poderão ser atendidos pelo CAPS. Como isto funciona ?Tomemos o exemplo de um CAPS I . O CAPS I poderá cobrar o atendimento de até 25 pacientes por mês em regime de cuidados intensivos. Em atendimento semi-intensivo, o CAPS I poderá cobrar até 50 pacientes por mês. Já em regime de cuidados não-intensivos, o CAPS I poderá cobrar o atendimento de até 90 pacientes por mês. Somando as três possibilidades – tipos de atendimento – o CAPS I poderá cobrar o atendimento, por APAC, de até 165 pacientes. É possível que um CAPS I, por problemas ou especificidades da rede local de

atenção à saúde mental, receba uma demanda maior do que as possibilidades de cobrança de procedimentos por APAC. Para o manejo desta situação, lembramos que permanece a possibilidade para os CAPS de cobrança do BPA (Boletim de Produção Ambulatorial) em atendimentos individuais e grupais.8. Qual a origem dos recursos que financiam os dois grupos de procedimentos que um CAPS pode realizar ?Os procedimentos específicos de um CAPS são os atendimentos intensivos, semi-intensivos e não-intensivos, os quais são registrados e cobrados através das APACs. Os valores dos procedimentos-APAC são aqueles definidos na Portaria 189/02. O financiamento das APACs origina-se de fonte específica, diretamente do Ministério da Saúde, através do FAEC (Fundo de Ações Estratégicas e Compensação) . Os recursos para esta finalidade estão alocados no orçamento do MS para 2002 e 2003, e já planejados para o orçamento dos anos seguintes. Em termos de política de financiamento, esta é a novidade principal, porque desobriga os fundos municipais de saúde de custearem mensalmente os CAPS. Por isto se diz que os CAPS, a partir de agora (outubro de 2002), são financiados por recursos “extra-teto”. Os demais procedimentos que um CAPS pode realizar (consultas individuais, consultas em grupo, atendimento domiciliar) são registradas e cobradas através do BPA, com recursos do teto municipal para atendimentos ambulatoriais (SIA-SUS).9. A Portaria 189/02 define os procedimentos como “conjunto de atendimentos”. Quais atendimentos compõem este conjunto ?O conjunto de atendimentos a que se refere a Portaria 189/02 e que será cobrado através de APAC inclui: atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, entre outros), atendimento em grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividades de suporte social, entre outras), atendimento em oficinas terapêuticas, atendimento à família e atividades comunitárias. A Portaria 336/02 descreve, de acordo com o tipo de CAPS e sua complexidade, as atividades do CAPS. A maioria delas, como relatado acima, fazem parte do conjunto de atendimentos que será cobrado por APAC. Note-se que o valor de cada procedimento descrito na Portaria inclui todos os atos, atividades e materiais necessários à sua realização.Existem, no entanto, atividades típicas do CAPS que poderão ser cobradas de outras maneiras : as visitas domiciliares, por exemplo, podem ser cobradas pelo BPA (Boletim de Produção Ambulatorial). Já o procedimento de acolhimento noturno a pacientes de Centro de Atenção Psicossocial, somente disponível para CAPS III, faz parte da Tabela de Procedimentos do SIH-SUS.10. O CAPS pode cobrar o procedimento “atendimento em oficina terapêutica (I e II)”, definidos pela portaria 224/92 ?Não. Esta é uma atividade intrínseca aos CAPS, e portanto não pode ser registrada ou cobrada duplamente. Espera-se de um CAPS que sempre realize oficinas terapêuticas, ou não será um CAPS. Outros serviços – ambulatórios de saúde mental, por exemplo – podem cobrar o procedimento de oficina terapêutica. Para resolver alguns aspectos operacionais da questão, está sendo redefinido pela SAS o procedimento “oficina terapêutica”, que continuará a existir no sistema ambulatorial. 11. Como devem ser compostas as equipes de nível superior dos CAPS ?A composição das equipes de nível superior dos CAPS foi definida pela PT 336/02 de modo a preservar uma das características mais importantes dos serviços abertos e comunitários: a

multiprofissionalidade. Esta é uma característica exigida das equipes de todos os tipos de CAPS. A depender do porte e da complexidade do CAPS, no entanto, as equipes terão diferentes configurações mínimas. Tomemos como exemplo o CAPS II. A equipe mínima de nível superior do CAPS II é composta por psiquiatra, enfermeiro(a) e “... 4 (quatro) profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais : psicólogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico.” Neste ponto, temos um problema de interpretação. A expressão “ quatro profissionais ... entre as seguintes categorias profissionais ...”, não é clara. Dado, no entanto, que a exigência mínima para a composição das equipes do CAPS é a multiprofissionalidade, este trecho deverá ser interpretado da seguinte maneira : quatro técnicos de nível superior, de categorias profissionais diferentes, entre as seguintes categorias...” Isto significa que uma equipe de CAPS II deverá ser composta no mínimo por psiquiatra e enfermeiro(a) e quatro outros técnicos de categorias diversas. Um exemplo de equipe mínima de CAPS II poderia ser : psiquiatra, enfermeiro(a), psicólogo(a), assistente social, terapeuta ocupacional e outro profissional, por exemplo pedagogo, musicoterapeuta, professor de educação física ou, ainda, profissional de outra área que vir a exercer atividades no CAPS. Note-se, por estes exemplos, a exigência de diversidade nas equipes multiprofissionais. Esta exigência se repete para todos os tipos de CAPS.A definição das equipes na Portaria 336/02 pretende preservar a diversidade das equipes multiprofissionais, sem, no entanto, engessar o funcionamento daqueles CAPS que não tenham hoje equipe mínima de nível superior. Por esta razão e para estes casos, será dado o prazo de 6 (seis) meses para adequação à Portaria 336/02, contados a partir do dia da publicação da Portaria de Habilitação ( cadastramento ) publicada pela Secretaria de Assistência à Saúde/MS.12. O que é APAC e quais são as vantagens da cobrança de procedimentos por este sistema ? É um subsistema, integrante do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS), de caráter relevante na operacionalização dos procedimentos ambulatoriais de alta complexidade/custo. A cobrança de vários procedimentos se utilizam, hoje, de APAC : quimioterapia, radioterapia, tomografia computadorizada e ressonância magnética, entre outros. Os chamados “procedimentos de acompanhamento” também necessitam de APAC : acompanhamento de pós-transplante, distrofia muscular, deficiência auditiva, etc. Na área de saúde mental, o procedimento de acompanhamento em residência terapêutica em saúde mental é cobrado por APAC desde o ano 2000. A partir da Portaria SAS 189/02, passam a ser cobrados por APAC o acompanhamento de pacientes em serviços de atenção diária – Centros de Atenção Psicossocial. Este subsistema é composto por dois instrumentos : APAC - I / Formulário e APAC II / Meio Magnético. Quando utilizados corretamente, estes instrumentos registram todas as informações relativas ao usuário e às terapias instituídas. Ao mesmo tempo, propicia os meios necessários para a criação de um importante banco de dados que permite a identificação do paciente, a cobrança dos procedimentos realizados e a geração de relatórios que auxiliam os gestores no desenvolvimento de suas atividades de controle e avaliação.A APAC – I / Formulário é um documento ( anexo II da Portaria SAS 189/02 ) que autoriza a realização dos procedimentos ambulatoriais de alta complexidade/custo. O preenchimento de Laudo ( Anexo I da Portaria SAS 189/02 ) também é necessário para a emissão de APAC. O

Laudo deverá ser corretamente preenchido pelo profissional que acompanha o paciente. A APAC – II / Magnético é um instrumento que permite digitar e armazenar as informações contidas na APAC – I / Formulários e no Laudo, identificar o paciente e cobrar os procedimentos de alto custo. Somente através da APAC – II / Meio Magnético, poderão ser cobrados os procedimentos realizados mensalmente.Os CAPS deverão manter arquivado a APAC – I / Formulário autorizada, o relatório demonstrativo de APAC – II / Magnético e o resultado de exames, para fins de auditoria. É necessário que em cada CAPS exista um profissional, treinado na área de controle e avaliação da secretaria municipal de saúde, especificamente encarregado do preenchimento das APACs. No primeiro momento, a dificuldade operacional será maior, por tratar-se de um método novo: entretanto, cada autorização tem validade de 3 meses, e só é preenchida uma vez por mês, por paciente. Brasília, 1o. de outubro de 2002 (Anexo à Circular 26/02)Pedimos aos coordenadores estaduais, regionais e municipais que leiam e divulguem as orientações acima. Por favor, encaminhem novas perguntas, sugestões de forma de redação melhor, indagações quanto ao que foi dito acima, etc. Estas perguntas e respostas foram elaboradas a partir de demanda oriunda dos diversos municípios onde funcionam os CAPS. Novas informações serão aos poucos acrescentadas, em circulares seguintes. Respondam para o endereço [email protected]. Cordialmente, Área Técnica de Saúde Mental.