dieta de alto grão com milho em confinamento de bovinos

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI PRÓ-REITORIA DE ENSINO ENGENHARIA AGRONÔMICA RAFAEL BARBOSA TEIXEIRA Dieta de alto grão com milho em confinamento de bovinos. Sete Lagoas 14 de Dezembro, 2015

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Page 1: Dieta de alto grão com milho em confinamento de bovinos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI

PRÓ-REITORIA DE ENSINO

ENGENHARIA AGRONÔMICA

RAFAEL BARBOSA TEIXEIRA

Dieta de alto grão com milho em confinamento de bovinos.

Sete Lagoas

14 de Dezembro, 2015

Page 2: Dieta de alto grão com milho em confinamento de bovinos

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RAFAEL BARBOSA TEIXEIRA

Dieta de alto grão com milho em confinamento de bovinos.

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao curso de Engenharia

Agronômica da Universidade Federal de

São João del-Rei como requisito parcial

para obtenção do título de Engenheiro

Agrônomo.

Área de concentração: Nutrição animal

Orientador: Cláudio Manoel Teixeira Vitor

Sete Lagoas

2015

Page 3: Dieta de alto grão com milho em confinamento de bovinos

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RAFAEL BARBOSA TEIXEIRA

Dieta de alto grão com milho em confinamento de bovinos.

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao curso de Engenharia

Agronômica da Universidade Federal de

São João Del Rei como requisito parcial

para obtenção do título de Engenheiro

Agrônomo.

Sete Lagoas, 14 de dezembro de 2015.

Banca examinadora:

_________________________________________________

Iran Dias Borges – Professor Doutor (UFSJ)

_________________________________________________

Gabriela Oliveira Almeida– Engenheira Agrônoma (UFSJ)

_________________________________________________

Claudio Manoel Teixeira Vitor – Professor Doutor (UFSJ)

Orientador

Page 4: Dieta de alto grão com milho em confinamento de bovinos

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por iluminar minha caminhada.

Aos meus pais, Marcio C. Teixeira e Silvia B. Teixeira por me apoiarem em todas as

ocasiões.

A minha namorada, Luísa K.C.L. Pacheco e meu filho Henrique L. Teixeira, pela

paciência e compreensão.

Ao meu Orientador e companheiro Claudio Manoel pelos ensinamentos.

E a todos os amigos que ajudaram a vencer essa etapa.

Page 5: Dieta de alto grão com milho em confinamento de bovinos

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RESUMO

A evolução da pecuária de corte tem propiciado a elevação do ganho por área nas

propriedades rurais e o desenvolvimento de tecnologias de produção dá suporte a essa

evolução. O uso de dietas de elevado concentrado tem proporcionado ao produtor traçar

estratégias, visando à elevação do lucro, devido ao menor investimento com a produção

ou aquisição de volumosos. As dietas de alto grão, constituídas por milho e pellet vem

ganhando espaço nas propriedades brasileiras, devido a sua versatilidade e eficiência,

tendo em vista que esta tecnologia deve estar atrelada a um conjunto de técnicas e

cuidados que viabilizam o seu sucesso. A dieta de alto grão para terminação de bovinos

de corte apresenta viabilidade técnica comprovada, o que amplia as opções tecnológicas

disponíveis para confinadores que buscam produzir carne bovina de forma eficiente.

Assim sendo o confinamento com o uso de dietas de alto grão se confirma como uma

opção rentável ao produtor. O presente trabalho teve como objetivo realizar uma

abordagem sobre dieta de alto grão com milho, em confinamento de bovinos. Para este

foram consultadas diversas fontes de literatura como: livros, revistas, artigos e sites.

Palavras-chave: milho, alto concentrado, pellets, volumoso, gado de corte.

Page 6: Dieta de alto grão com milho em confinamento de bovinos

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ABSTRACT

The development of beef cattle has led to the elevation gain per area on farms and

the development of production technologies supports this evolution. The use of high

concentrate diets has provided the producer strategize in order to increase profit due to

lower investment in the production or acquisition of bulky. The high-grain diets,

consisting of corn and pellet has been gaining ground in Brazilian properties, due to its

versatility and efficiency, considering that this technology should be linked to a set of

techniques and care that enable their success. The high-grain diet for finishing beef

cattle has proven technical feasibility, which expands the technological options

available for feedlots seeking to produce beef efficiently. Thus confinement using high

grain diets is confirmed as a cost option to the producer. This study aimed to carry out

an approach to high-grain diet with corn in cattle confinement. To this were consulted

various sources like literature: books, journals, articles and websites.

Keywords: corn, high concentrate, pellets, bulky, beef cattle.

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Sumário 1- INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 8

2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................... 10

2.1 DIETAS DE ALTO CONCENTRADO ........................................................................ 10

2.2 MILHO GRÃO NA DIETA DE RUMINANTES ........................................................ 11

2.3 COMPLEMENTOS NUTRICIONAIS ......................................................................... 15

2.4 CUIDADOS COM O ALTO GRÃO ............................................................................. 16

2.4.1 ADAPTAÇÃO A DIETA ......................................................................................... 16

2.4.2 COMPLICAÇÕES DIGESTIVAS ......................................................................... 17

2.5. DIETA DE ALTO GRÃO x DIETAS CONVENCIONAIS ....................................... 18

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................. 21

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 22

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1- INTRODUÇÃO

A cada ano a pecuária brasileira ganha mais espaço e força tanto no mercado

nacional como no exterior (ABIEC, 2015).

De acordo com dados divulgados no Relatório Anual 2015 sobre o Perfil da

Pecuária no Brasil, elaborado pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de

Carne (ABIEC, Brasília/DF) em conjunto com a Agência Brasileira de Promoção de

Exportações e Investimentos (APEX-Brasil, Brasília/DF), o Produto Interno Bruto

(PIB) do agronegócio brasileiro representou 22% no PIB total do País. Somente a

pecuária gerou riqueza de R$332.618 bilhões e foi responsável por cerca de 30% do PIB

do agronegócio, valor que representa 6,9% do total brasileiro (ABIEC, 2015). De

acordo com a FAO (2011), nos últimos 5 anos o Brasil se tornou o maior exportador de

carne bovina, 1 em cada 5 kg de carne comercializada no mundo é brasileira, chegando

a um volume exportado de 2.200 mil/toneladas, o que equivale a 20% da produção

nacional, os outros 80% restantes ficam no mercado interno.

Na pecuária, o melhor desempenho tem sido obtido pela carne bovina, que tem

previsão para crescer 10,4% no faturamento, em relação a 2014 (CNA 2015).

Entretanto, com o passar dos anos as margens de lucro desta atividade tem regredido,

especialmente devido ao acréscimo de custo da reposição diante o valor de venda do

animal terminado, e também a uma elevação dos valores das terras nos últimos anos.

Diante dessa situação, a pecuária para ser viável economicamente precisa elevar o

ganho por área, com introdução de tecnologias que possibilitam elevação da

produtividade, sendo a terminação de animais em dietas de elevado teor energético uma

das opções.

Existe no Brasil um aumento do uso de sistemas de criação de bovinos em

confinamento, acompanhada de uma crescente necessidade de informações a respeito

das questões nutricionais dos alimentos, e suas relações de digestibilidade e

aproveitamento, com o intuito de elevar a produtividade por área e diminuir as perdas

por distúrbios metabólicos.

Para o Brasil, o confinamento deve representar uma técnica de modernização da

pecuária de corte, melhorando os índices zootécnicos e desempenho de produção além

de ter como objetivo e desafio, ofertar um produto de qualidade elevada (Pedreira e

Primavesi, 2011).

A produção de volumoso para confinamento sempre foi uma tarefa árdua e

arriscada, demandando altos custos para aquisição de maquinário e sendo altamente

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dependente de fatores climáticos para a produção e armazenamento do alimento. Por

outro lado, devido às fronteiras de expansão agrícola e a inclusão tecnológica, a safra

nacional de cereais tem batido recordes de produtividade (IBGE, 2012).

Neste contexto, nos últimos anos, dietas ricas em concentrados e com pouca

quantidade de volumoso vêm se tornando uma opção mais comum. Uma dessas

modalidades de elevado concentrado e baixo volumoso é a dieta de alto grão com

elevados níveis de concentrado (Paulo, R. E.C e Rigo, J.E., 2012).

Como qualquer atividade do setor pecuário, para manutenção da competitividade,

esta atividade deve ser constantemente avaliada, principalmente no que tange aos

aspectos econômicos. Sendo assim, os custos de produção da atividade, incluindo a

receita líquida e a rentabilidade do capital investido são fatores importantes para o

sucesso de qualquer sistema de produção (Silva et al., 2010). O presente trabalho teve

como objetivo realizar uma abordagem sobre dieta de alto grão com milho, em

confinamento de bovinos.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 DIETAS DE ALTO CONCENTRADO

Ao longo da evolução, os ruminantes desenvolveram estratégias anatômicas,

fisiológicas e nutricionais que os tornaram herbívoros extremamente eficazes. Com isso,

a ingestão de dietas ricas em fibras acompanhou todo o processo evolutivo desses

animais, uma vez que as forragens compõem grande parte da sua dieta.

Os bovinos requerem um mínimo de fibra na dieta para expressarem a

ruminação, garantindo saúde e bem estar e prevenindo desordens nutricionais como a

acidose, timpanismo, abcessos hepáticos e laminite. Entretanto, em dietas de

acabamento, quando se inclui volumosos, observa-se redução na energia líquida da

dieta, aumentando o custo por unidade de energia, complicando a eficiência econômica

em confinamentos comerciais. Ademais, com a evolução das unidades de engorda

intensiva no Brasil, que passaram a ganhar maior escala, a dependência de alimentos

volumosos passa a ser um entrave. Nesses sistemas, os animais são constantemente

desafiados nutricionalmente e não são raras as situações em que dietas com alta

proporção ou exclusivas de concentrado são utilizadas, principalmente durante a fase de

terminação.

No Brasil, segundo pesquisa realizada por Millen et al. (2009) junto a

nutricionistas envolvidos diretamente em trabalhos de consultoria em confinamentos, o

nível médio de volumoso utilizado em dietas de terminação foi de 28,8%, com variação

de 12 a 45%, sendo a concentração de fibra em detergente neutro (FDN) média

recomendada por esses nutricionistas de 26,4%, evidenciando o não uso de dietas

exclusivas de concentrado. Entretanto, existem relatos, como os de Wise et al. (1968),

de que bovinos de corte podem ser terminados com sucesso sendo alimentados

exclusivamente com dietas de concentrados.

De fato a participação de alimentos concentrados nas formulações de dietas de

bovinos em confinamento no Brasil vem aumentando consideravelmente, muito devido

ao aumento da escala dos nossos confinamentos, somado a crescente valorização das

terras, evitando a necessidade de grandes áreas para produção de volumoso.

A alta produção nacional de grãos e de seus resíduos deu suporte a esse

incremento de maneira econômica, visto que nas principais regiões produtoras do país o

custo por unidade de energia é menor para os grãos, favorecendo o uso de dietas mais

concentradas. Além disso, quando minimizada ou excluída a manipulação de forragens

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obtém-se melhor eficiência operacional nas etapas de mistura e distribuição da dieta,

estimulando a minimização de seu uso em dietas de confinamento de maior porte

(Paulino et al., 2010).

Uma das modalidades de dieta exclusiva de concentrado se caracteriza pelo

fornecimento aos animais confinados do milho grão inteiro misturado a um concentrado

em pellet, que contem em sua composição proteínas, vitaminas, minerais e aditivos

alimentares, visando balancear a dieta de acordo com a categoria animal e o

desempenho esperado. No balanceamento, a proporção utilizada contém 85% de milho

grão inteiro e 15% de concentrado em pellet, se tratando de uma dieta altamente

energética (Mandarino et al., 2013).

Esta dieta possui grande versatilidade, devido a determinados fatores como:

menor capital imobilizado, diminuição na utilização de máquinas e equipamentos

agrícolas, alto grau de eficiência alimentar, diminuição de riscos de acidentes,

diminuição do manejo e custos diversos causados pelas atividades em um

confinamento. Proporcionando assim, a possibilidade de uma maior eficiência na

terminação de bovinos, com um maior rendimento e acabamento de carcaça por animal

além elevado ganho de peso (Semenzin e Tenorio, 2010). O uso de altos níveis de

concentrado na dieta pode aumentar o custo total da mesma, porém, pode reduzir da

mesma forma os custos com mão-de-obra, depreciação de equipamentos, custo com

volumoso e custo de oportunidade da terra (Bulle et al., 2002; Missio et al., 2009).

A correta predição da eficiência alimentar pode representar o sucesso ou fracasso

na atividade e nesse contexto que se faz importante a interpretação técnica do

nutricionista (McMeniman et al., 2009).

2.2 MILHO GRÃO NA DIETA DE RUMINANTES

O uso de dietas a base de milho inteiro tem se difundido rapidamente pelo país,

uma vez que se tornam uma importante ferramenta na gestão das fazendas, pois

possibilitam a terminação de bovinos sem a necessidade de construção de grandes

estruturas e aquisição de maquinas, além de aumentar o desempenho produtivo. Há

fatores regionais de mercado que diferem e provocam percentuais diferentes de

oscilação de preços no grão, sendo essa oscilação importante variável a ser considerada

no planejamento do confinamento. A compra do grão na época de safra possibilita a

aquisição da saca de milho com menor preço, sendo uma relevante estratégia a ser

Page 12: Dieta de alto grão com milho em confinamento de bovinos

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considerada. O milho é um dos principais cereais produzidos no Brasil, com uma

produção de 70 milhões de toneladas (USDA, 2014), das quais cerca de 70% são

destinados à alimentação animal (Embrapa, 2013).

O milho consiste em um dos alimentos tradicionais mais empregados para suprir

as demandas energéticas dos bovinos, tida como um dos nutrientes de maior

importância para terminação dos mesmos. Além do milho, vários subprodutos

agroindustriais podem ser empregados como fontes alternativas de energia em dietas

para ruminantes, como por exemplo, os farelos de gérmen de milho e de arroz integral

(Kazama et al., 2008).

O grão de milho apresenta em média 72% de amido, 9,5% proteínas, 9% de fibra

e 4% de óleo, é constituído por quatro estruturas físicas principais, sendo elas o

pericarpo, gérmen, ponta e endosperma que irá se dividir em endosperma farináceo e

vítreo. Os grãos do tipo farináceo ou dentado (Dent – Zea mays ssp. Indentura)

fisiologicamente apresenta amido mole, poroso de baixa densidade e com a maturação

fisiológica do grão, reduz o seu volume, no entanto as camadas externas do endosperma

continuam com a mesma conformação, originando então a endentação. Já os grãos do

tipo duro ou flint (Flint – Zea mays spp. Indentura) possuem endosperma duro

ocupando grande proporção do volume e apresentam alta vitreosidade e densidade

(EMBRAPA, 2006) (Figura 1).

Figura 1: Milho duro e dentado, adaptado (EMBRAPA, 2006).

No Brasil o grão mais cultivado é do tipo duro, devido a suas características

físicas e morfológicas que propiciam maior resistência a pragas e doenças, tanto a

campo quanto em condições de armazenamento, já nos Estados Unidos se faz mais o

uso do tipo dentado. O milho do tipo dentado seria uma ótima opção para os

confinamentos brasileiros devido a sua elevada degradabilidade, sendo a sua produção

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em nosso país um tanto inviável, devido a sua alta suscetibilidade a ataque de pragas e

doenças, principalmente no armazenamento dos grãos. Correa et.al. (2002) ao

comparar híbridos de alta dureza do grão cultivados no Brasil, com híbridos dentados

cultivados nos Estados Unidos, pôde aferir que a vitreosidade dos híbridos do tipo duro,

no estágio maduro variou de 64,2 a 80,0% do endosperma, enquanto os híbridos do tipo

dentado variavam entre 34,9 a 62,3, tendo em vista que a degradabilidade ruminal do

amido varia com a porcentagem de endosperma vítreo, o hibrido de maior dureza

americano apresentou maior degradabilidade do que o de menor dureza brasileiro

(Figura 2). O desenvolvimento genético do rebanho brasileiro superou em grande parte

as características especificas do grão do tipo duro que reduziam a sua degradabilidade,

possibilitando a obtenção de resultados satisfatórios ao se referir à degradação ruminal.

Figura 2: Degradação ruminal do amido em relação à concentração de endosperma

vítreo (Correa et al., 2002).

Em dietas de alto grão deve se ter o cuidado em manter a integridade física do

grão, uma vez que esse tipo de dieta só se torna viável devido às condições físicas e

morfológicas do mesmo. Owens e Basalan (2013) apresentaram um comparativo de

desempenho de bovinos de corte alimentados com dietas à base de milho submetidos a

diferentes tipos de processamento. Os animais alimentados com dietas à base de milho

inteiro apresentaram ganho de peso 7,45% menor, consumo 6,82% inferior, eficiência

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alimentar 1,71% pior e energia líquida para ganho 4,18% inferior, em relação aos

animais que receberam as dietas à base de milho moído.

Em dietas exclusivas de grão a mastigação exerce papel fundamental na melhor

utilização do alimento, visto que se os grãos integrais não são fisicamente danificados a

digestão é severamente limitada, uma vez que a mastigação reduz o tamanho das

partículas, libera nutrientes solúveis para a fermentação, expõe o interior do alimento

para a colonização bacteriana e hidrata a ingesta durante a salivação, resultando em

maior facilidade para a digestão (Berchielli et al., 2011).

Em situações onde o grão é fornecido inteiro, seu aproveitamento é totalmente

dependente da extensão em que sua estrutura física é rompida pelo processo de

mastigação. Animais mais jovens tendem a mastigar de forma mais intensa o alimento

ingerido, aumentando o aproveitamento do amido presente no grão de milho. Animais

mais velhos, criados em sistemas a pasto por períodos mais prolongados, por outro lado,

exercem menos essa parte crítica do processo de digestão dos alimentos. O plano

nutricional prévio a que o animal foi submetido também influencia a eficiência

mastigatória.

Segundo Reinhardt et al. (1998), a redução do tamanho de partícula do milho

inteiro diminuiu em 48% quando os animais foram previamente restritos em relação aos

alimentados a vontade.

Conforme observado por Beauchemin et al. (1994), ao coletarem amostras de

extrusa de milho fornecido inteiro, um número limitado de grãos é deglutido inteiro,

sendo detectado danos físicos substanciais aos grãos. Entretanto, mesmo que alguns

grãos sejam deglutidos inteiros, durante a ruminação terão grande chance de sofrerem

alteração física, permitindo que ocorra a digestão microbiana no rúmen.

Beauchemin et al. (1994) constataram que o tempo de mastigação por

quilograma de alimento foi maior para o milho grão inteiro do que para a cevada ou

trigo e todos os grãos de milho foram danificados após a mastigação, sendo que a

maioria dos grãos foram quebrados em pedaços pequenos, reduzindo a necessidade de

processamento físico. A salivação foi semelhante para as dietas de cevada e milho e

menor para o trigo.

Em relação à extensão da digestão do amido, Owens e Basalan (2013)

apresentaram valores de 78.1, 57.8 e 90.8% para digestibilidade ruminal, pós-ruminal e

total, respectivamente, para o grão de milho fornecido inteiro para os animais. Esses

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valores são médias observadas em quatro experimentos, envolvendo animais jovens

confinados logo após a desmama e referem-se à porcentagem de amido digerido em

relação à quantidade que entrou em cada compartimento. Comparativamente a outras

formas de processamento, o milho inteiro apresentou a pior digestibilidade pós-rúmen e

se equiparou ao milho moído a seco quanto a digestibilidade ruminal e total, e ambos

ficaram aquém de processamentos mais eficazes, como a floculação e a silagem de grão

úmido. Os valores de digestibilidade total observados para as diferentes formas de

processamento do milho variaram de 90,8 a 99,1%.

2.3 COMPLEMENTOS NUTRICIONAIS

Conforme Paniago (2009) esse tipo de dieta denominado “Alto Grão”, necessita

de aditivos que tem por objetivo a manutenção da saúde do rúmen. Estes atuam

evitando o abaixamento do pH ruminal, que limitaria o desempenho dos animais que se

alimentassem de dietas que contenham mais de 65% de grãos em sua composição.

Dietas com essa característica são bastante difundidas em sistemas intensivos

nos Estados Unidos, proporcionando melhores resultados de acabamento e cobertura de

gordura, produzindo uma carne de qualidade (Leme et al. 2002). Ao se trabalhar com

esse tipo dieta faz-se necessário associá-la a um núcleo peletizado composto por fibras,

minerais, vitaminas e tamponantes, pois o fornecimento apenas do milho grão

certamente ocasionaria distúrbios metabólicos interferindo negativamente no resultado

da atividade (Machado et al, 1990). Esses núcleos nutricionais conhecidos comumente

como pellets são indispensáveis para o desenvolvimento das dietas de alto grão, estes

possibilitam a complementação das necessidades nutricionais dos animais, controle e

seleção da microflora ruminal e estabilização do Ph.

O Pellet deve ser fornecido juntamente com o milho, variando suas proporções

de acordo com os fabricantes e objetivos no decorrer do confinamento. Estes devem

possuir tamanho semelhante ao do grão de milho para evitar a seleção pelo animal

durante a alimentação, o que poderia gerar distúrbios alimentares. Deve-se tomar

cuidado para evitar quebra dos pellets, assim como não se deve usar milho de outra

forma a não ser o grão inteiro. A mistura da dieta poderá ser feita diretamente no cocho

desde que haja uma boa homogeneização. Dietas com essa característica possuem a

vantagem de não proporcionarem desafios ao animal quando relacionado à ingestão da

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16

dieta final, pois a mesma possui uma característica adensada não requerendo maiores

volumes em consumo.

2.4 CUIDADOS COM O ALTO GRÃO

2.4.1 ADAPTAÇÃO A DIETA

Um ponto importante no uso da dieta de grão de alto grão é a adaptação dos

animais, que geralmente estão ingerindo dietas baseadas em 100% de alimentos

volumosos, principalmente no pasto, nesse caso necessitamos efetuar uma adaptação

adequada, que deverá seguir protocolos de acordo com a disponibilidade de alimentos

volumosos e das características dos animais, pois o não cumprimento desse protocolo

pode levar o animal a distúrbios metabólicos (Barbosa et al, 2011). A correta adaptação

dos animais a dieta é um ponto chave no confinamento de alto grão, sendo a mesma

responsável pelo perfeito desenvolvimento do planejamento nutricional dos animais. Ao

analisar vários experimentos Brown et al. ( 2006) explicam que a adaptação não deve

ser inferior a 14 dias. Já Silva (2009), estabeleceu o período de 21 dias de adaptação

como o ideal.

Turgeon et al, (2010) estabeleceu um protocolo de adaptação à dieta de alto grão,

descrito a seguir:

1º ao 5º dia: oferecer 1,3 a 1,5% do peso vivo.

6º ao 10º dia: oferecer 1,5 a 1,7% do peso vivo.

10º ao 14º dia: oferecer 1,8 a 2,0% do peso vivo.

Após o 15º dia: aumentar gradativamente a cada três dias conforme aceitação

dos animais até 2,3% de peso vivo.

O período de adaptação a uma nova dieta, quando modificamos o balanço entre

volumoso e concentrado é importante, pois os microrganismos ruminais responsáveis

pela metabolização dos alimentos fibrosos e os amilolíticos necessitam de pH em faixas

distintas para seu desenvolvimento. Os protozoários e bactérias celulolíticas necessitam

de pH de 6,2 ou mais alto, enquanto bactérias amilolíticas são ativas em condições mais

ácidas com pH em torno de 5,8. Portanto, o pH do fluido ruminal afeta a degradação dos

alimentos e o seu valor ideal varia de 5,5 a 7,0, sendo a salivação uma das maneiras que

o ruminante utiliza para manter o pH do rúmen em níveis mais neutros (Berchielli et al.,

2011). Um fato a ser observado ao se usar dietas de alto grão é a redução no volume de

fezes, assim como as mudanças em textura, odor e densidade da massa. A presença de

Page 17: Dieta de alto grão com milho em confinamento de bovinos

17

um determinado volume de grãos inteiros nas fezes é comum, visto que parte da dieta

não é aproveitada por deficiência na mastigação, esta que é fundamental para a quebra

do grão.

2.4.2 COMPLICAÇÕES DIGESTIVAS

Ao se fazer escolha por um sistema de confinamento em alto grão, deve-se ter em

mente as complicações digestivas que poderão ser causadas pelo alto teor de

carboidratos, além das mudanças fisiológicas e morfológicas do sistema digestivo do

animal. De acordo com Owens et.al (1998), as complicações digestivas causadas pela

quantidade reduzida de volumoso usado na dieta podem ser: acidose ruminal, laminite e

timpanismo dentre outras.

A acidose ruminal ou acidose lática é uma doença metabólica aguda, ocasionada

principalmente pela ingestão de uma grande quantidade de grãos ou outra fonte de

carboidratos não fibrosos que tenham rápida fermentação. Caracteriza-se pela queda do

PH ruminal levando a morte de parte da flora microbiana, podendo ocasionar ulceras na

parede do rúmen. Os principais sinais clínicos são: falta de apetite, depressão, pouca

ruminação e laminite. O volume de alimentos necessário para causar um quadro agudo

depende da espécie do grão de contato anterior do animal com este alimento, do estado

nutricional e do tipo de microflora ruminal apresentado pelo bovino (Aiello & Mays,

1991). Como prevenção desse problema é fundamental ter a quantidade ideal de fibra

efetiva para haver a mastigação e com isso a produção de saliva, que serve como

tamponante evitando mudanças do pH ruminal. Também podemos usar aditivos como

os ionóforos (monensina, lasalocida) que inibem o crescimento de bactérias produtoras

de ácido lático, e inibem a produção de metano que causa gasto de energia. (Macedo

et.al.2010)

A laminite consiste em um processo inflamatório agudo das estruturas sensíveis

da parede dos cascos, levando o animal a ter dificuldades locomotoras, visitando menos

os cochos, levando a quedas de consumo. Fator este que está diretamente ligado a dietas

contendo grandes quantidades de grãos (Greenough et al.,1990). São três as formas de

classificação da doença: aguda, crônica e subclínica.

Na laminite aguda o animal apresenta muita dor e sensibilidade, apresenta ainda

uma expressão de grande ansiedade com tremor muscular, sudorese e aumento da

Page 18: Dieta de alto grão com milho em confinamento de bovinos

18

frequência cardíaca e respiratória; os cascos estão quentes e com sinais visíveis de

inflamação; o animal apresenta relutância em se mover, permanecendo deitado e quando

forçado a andar tenta caminhar sobre os talões. Na crônica os cascos crescem em

comprimento e a sola perde a sua elasticidade e a densidade normal, tornando-se mais

quebradiça. Na subclínica o animal apresenta alterações no casco que irá levar a perdas

econômicas expressivas devido à evolução para outros tipos de doença como: abscesso

da sola/talão, úlcera de sola, lesão de linha branca entre outras (Embrapa, 2015).

O timpanismo é uma doença associada a fatores que impeçam o animal de

eliminar gases produzidos durante a fermentação ruminal. É caracterizada pela

distensão acentuada do rúmen e retículo, que acarreta um quadro de dificuldade

respiratória e circulatória, com asfixia e morte do animal. O timpanismo é a causa

comum da morte súbita em bovinos (Van Kruininge, 1995), pode ser dividido em

primário e secundário, sendo que o primário ocorre uma rápida distensão do rúmen,

geralmente 15 minutos depois de o animal ter ingerido o alimento, seja ele em dietas

ricas em concentrados ou pastagens (Blood, et. al., 1997). Um sintoma característico do

timpanismo primário é a dispersão de gases em pequenas bolhas que ficam suspensas no

liquido ruminal, dando aspecto de viscoso (Jones, 1985). Já o timpanismo secundário

ocorre quando o animal tem dificuldades de eructar. Este distúrbio pode levar a

obstrução física de parte do sistema digestório (faringe e esôfago). Um sinal clinico é o

engasgo, que é devido a presença de corpos estranhos. E a característica mais evidente

do problema é a distensão (inchaço) abdominal, especialmente do lado esquerdo do

animal. O tratamento, quando possível realiza-lo, poderá ser feito através da

administração de antitoxinas específicas. A prevenção pode ser feita através de boa

adaptação na entrada do confinamento, ou seja, utilização de fibras de alta qualidade.

No entanto em casos graves, deve-se fazer intervenção mecânica para expulsão dos

gases do rúmen (EMBRAPA, 1996). Como forma de prevenção deve se tomar cuidado

no balanceamento das dietas, evitando mudanças drásticas do Ph ruminal.

2.5. DIETA DE ALTO GRÃO x DIETAS CONVENCIONAIS

Segundo Wise et al. (1968), com o uso de dietas exclusivas de concentrado o

peso final dos animais confinados foi reduzido cerca de 20 kg, porém, em comparação

com os sistemas de alimentação mais convencionais, a quantidade de ração necessária

por unidade de ganho foi reduzido, reduzindo também o trabalho de mistura e manuseio

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19

Existem questionamentos relacionados aos benefícios da inclusão de fibras em

dietas ricas em concentrado. Cole et al. (1976), avaliaram a digestibilidade de dietas de

milho grão inteiro mais pellets contendo, 0%, 7%, 14% e 21% de volumoso constataram

os mesmos valores para digestibilidade total do amido nas dietas com 0%, 7% e 21%,

sendo o menor valor para a dieta contendo 14%. A dieta exclusiva de grão inteiro e

pellet apresentou a melhor digestibilidade do amido no rúmen sendo maior que a

digestibilidade ruminal das dietas contendo volumoso. A digestão intestinal foi

semelhante para 0%, 7% e 21% de volumoso, sendo menor para o nível de 14%. Essas

diferenças são explicadas pela taxa de passagem da digesta pelo rúmen e intestino, que é

influenciada pelo tamanho de partícula, causando alterações no tempo de ruminação.

Sobre a digestão da celulose, o coeficiente de digestibilidade da celulose total e ruminal

foram maiores para a dieta exclusiva de concentrado, provavelmente devido às

diferenças no nível e fonte de celulose na dieta. Por fim, a digestibilidade total da

matéria seca foi maior para a dieta sem volumoso (84,3%). A Tabela 1 mostra um

comparativo da composição nutricional entre a dieta composta por 85% milho grão

inteiro e 15% de pellet e convencional.

Tabela 1: Composição nutricional da dieta composta por 85% milho grão inteiro e 15%

de pellet e convencional. *Dieta com relação volumoso concentrado 25:75 composta

por silagem de milho, casca de soja, farelo de algodão, mineral e calcário. (Adaptado de

Mandarino et al., 2013).

Seis ensaios em confinamentos comerciais no sul dos Estados Unidos contendo

ao todo 6.895 novilhos foram realizados visando comparar os efeitos do uso de dietas de

Page 20: Dieta de alto grão com milho em confinamento de bovinos

20

acabamento contendo milho grão inteiro sem volumoso e dietas tradicionais. O peso

final foi maior para os novilhos alimentados com dietas tradicionais em 5 dos 6 ensaios.

O fornecimento de dietas de acabamento contendo milho inteiro sem volumoso resultou

em diminuição do ganho de peso médio diário e ganho em carcaça, também em 5 dos 6

ensaios. No entanto, o consumo de matéria seca também foi menor em todos os ensaios

sem volumoso, melhorando a eficiência alimentar em 2 dos 6 ensaios com base no peso

vivo e em 5 dos 6 ensaios com base no peso morto. Sobre a partição da energia, a

energia líquida para ganho de peso foi maior para novilhos alimentados com milho grão

inteiro. Os resultados indicaram que o uso de dietas contendo milho inteiro sem

volumoso tende a diminuir o ganho médio diário e o consumo de matéria seca

(kg/bovino/dia) em novilhos em terminação, mas melhora a eficiência alimentar e

aumenta a energia líquida para ganho de peso (Turgeon et al., 2010).

Mandarino et al. (2013), em trabalho desenvolvido no Brasil com animais

zebuínos (Nelore e Nelore x Brahman) recebendo três dietas, sendo duas exclusivas de

concentrado (concentrado peletizado e milho grão e pellet) e uma convencional com

silagem de milho como volumoso, constataram que o tratamento com dieta exclusiva de

concentrado peletizado apresentou o menor ganho de peso (0,95 kg/dia), seguido pela

dieta de milho grão inteiro e pellet (1,25 kg/dia) e a dieta convencional (1,55 kg/dia). Já

nas características eficiência alimentar, consumo de matéria seca e rendimento de

carcaça não houve diferença entre os tratamentos.

Traxler et al. (1995), ao avaliarem dietas de alto grão adicionadas em diferentes

porcentagens de volumoso (0 a 15%), em confinamento de novilhos da raça Holandesa,

observaram que os animais que consumiram milho inteiro e pellets apresentaram maior

eficiência alimentar e foram mais lucrativos em comparação aos outros tratamentos.

Independente do tipo de dieta utilizada, a economicidade da mesma deve ser

avaliada para a tomada de decisão. No Brasil, Mandarino et al., (2013) demostraram

que a dieta milho grão inteiro e pellet teve viabilidade técnica e principalmente

econômica para bovinos de corte em terminação. Nesse estudo, o indicador econômico

margem líquida da dieta foi estatisticamente semelhante entre as dietas convencional e

de milho grão inteiro e pellet, fato explicado pela semelhança da eficiência alimentar de

ambas, apesar do menor ganho médio diário da dieta exclusiva de concentrado.

Page 21: Dieta de alto grão com milho em confinamento de bovinos

21

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em dietas com alta quantidade de energia é de suma importância o

direcionamento da categoria animal a ser suplementada, sendo animais em fase de

acabamento os mais indicados. Isso porque com animais em categorias mais jovens se

têm resultados satisfatórios, porem o tempo de permanência no confinamento será

maior, situação esta que elevará os custos com a dieta.

O sucesso do confinamento é dependente de um planejamento estratégico

financeiro, que é relacionado com a compra dos ingredientes da dieta, sendo o milho o

de maior volume e o mais oneroso.

Precisamos ter em mente que a dieta de Alto Grão é uma ferramenta de manejo,

está deve ser usada de forma adequada e em momentos oportunos. Diante a essa

afirmação conclui-se que o confinamento de alto grão tem alcançado excelentes

resultados econômicos, uma vez que a aquisição do milho em épocas adequadas reduz o

investimento na obtenção da matéria prima. Quando comparado a outros sistemas de

confinamento alguns quesitos se sobressaem: como o menor uso de mão de obra e

redução dos investimentos com maquinários e estruturas. Entretanto algumas

desvantagens também podem ser apresentadas, como o desenvolvimento de doenças

como acidose ruminal e o timpanismo, o custo da dieta é mais cara se comparado ao

volumoso, e em regiões que não se tem a produção de grão o custo fica mais elevado

ainda pelo frete de transporte do grão.

No entanto é imprescindível lembra que a dieta de Alto Grão só alcançará seus

objetivos se diversos fatores da cadeia forem respeitados, bem como: período de

adaptação, sanidade e genética dos animais, qualidade da matéria prima utilizada para

produção dos pellets assim como do milho usado, área de cocho, conforto térmico entre

outros.

Page 22: Dieta de alto grão com milho em confinamento de bovinos

22

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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