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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA CAMILA GARCIA NEVES FLAVOMICINA E MANANOLIGOSSACARÍDEOS EM DIETAS DE MILHO GRÃO INTEIRO PARA NOVILHAS EM CONFINAMENTO CUIABÁ 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA

CAMILA GARCIA NEVES

FLAVOMICINA E MANANOLIGOSSACARÍDEOS EM DIETAS DE MILHO GRÃO INTEIRO PARA NOVILHAS EM CONFINAMENTO

CUIABÁ 2015

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CAMILA GARCIA NEVES

FLAVOMICINA E MANANOLIGOSSACARÍDEOS EM DIETAS DE MILHO GRÃO INTEIRO PARA NOVILHAS EM CONFINAMENTO

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientador: Prof. Dr. Daniel de Paula Sousa

CUIABÁ 2015

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Aos meus pais Ataide Longuinho Neves e Marinalva Garcia Neves por todo ensinamento, ao meu irmão Thiago Garcia Neves pelo companheirismo.

Dedico.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por me iluminar e proteger sempre. Aos meus pais, por

todo o ensinamento, amor e dedicação. Ao meu irmão, por toda a proteção e

companheirismo.

À Isabela (Isinha), que sempre esteve comigo em todos os momentos, posso dizer que ganhei não apenas uma amiga, mas uma irmã, assim como Ana Paula

(Ana P), Anna Flávia (Nê), Amanda (Amandinha) que são pessoas maravilhosas que

Deus me presenteou.

À Isis (Titi), uma mulher guerreira, inteligente, amiga, uma mãezona, aquela

que sempre me ajudou, tirou minhas duvidas, até mesmo nas horas de retirar sobras

do cocho na época do experimento, rsrs. E que experimento, hein? Tinha muito serviço, dia de comportamento então, que sacrifício! Haha.Celebrar a amizade,

nossa tarefa predileta, rsrs...

À Dona Lu, seu Manezinho, bicudo, Léo, Manú, Jaraca, Sandrex, Ana

(Mocoronga), Farpa, Rose, Dona Ivonete e seu Pedro, obrigada por todo carinho e

amizade de vocês. Agradeço ao Leite e Agregados (Karine (KarinA, brincadeira lora), Amanda

(Amandinha), Juliam (Kell), Jhonatan (Garrô), Armando, Luiz Henrique (Mineiro),

Alan, Pedro (Pedrão), Isabela (Isinha), Ronyatta , Silvio (Poeta) pela amizade,

risadas, brincadeiras e pelos churrascos, que tempo bom galera.

À Ronyatta pela parceria e amizade, enfrentamos um desafio e tanto, mas

que com a graça de Deus, conseguimos vencer, foi difícil, mas não impossível.

Ao Wagner (boss), pelo carinho e palhaçadas. Como esquecer do “Deu

Neves” afinal, foi você que inventou rsrs e cada vez que alguém fala, me lembro de

você, com muitas saudades.

À Camilla (Xará) e Joelson (Jojo), casal nota 10, se existe almas gêmeas,

com certeza vocês são a prova disso! Esquecer das risadas da xará? Jamais!

Risadas gostosas, verdadeiras, e um pouquinho altas, mas não dá nada, hehe. Agradeço à Bruna e Peri, pelo estagio em Porto dos Gaúchos, experiências

únicas, desafios que ficarão guardados em minha mente.

À Bruninha Savizcki, obrigada pelas baladas, risadas e estudos, amiga leal,

doidinha, animada, que vou levar da faculdade

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Agradeço ao professor Cabral, por toda atenção e paciência em sanar minhas

duvidas, pessoa que admiro, e que me espelho muito.

Ao professor Nelcino, por sempre estar disposto a ajudar com o experimento, a estatística.

Ao professor Daniel pelas criticas construtivas, que nos faz sermos

profissionais melhores.

Ao NERP, por todas as experiências vividas, seja em viagens técnicas ou

eventos, pelo aprendizado em ler, entender e criticar artigos.

À Universidade Federal de Mato Grosso, pela oportunidade de obter

conhecimentos e experiências incríveis.

Muito Obrigada!

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“ O homem paciente resiste até o momento oportuno, e será recompensado no final com a alegria”.

Eclesiástico, cap 1; vs. 20

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Novilha com timpanismo ............................................................................. 9 Figura 2 - Conteúdo ruminal espumoso ...................................................................... 9

Figura 3 - Parede ruminal com lesão ........................................................................ 10

Figura 4 - Parede ruminal com coloração escura ...................................................... 10

Figura 5 - Parede ruminal com presença de tecido conjuntivo .................................. 10 Figura 6- População de F. necrophorum no rúmen de bovinos alimentados com

forragem ou alto grão. ............................................................................................... 11

Figura 7 - Fígado com presença de abcessos .......................................................... 12

Figura 8- Casco de animal com laminite crônica ....................................................... 13

Figura 9 - Bloqueio de fixação bacteriana por mananoligossacarídeos. ................... 16

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Média dos quadrados mínimos para os parâmetros de desempenho para

as diferentes dietas experimentais ............................................................................ 22

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LISTA DE ABREVIATURAS

CMS Consumo de matéria seca EA Eficiência alimentar

GMD Ganho médio diário GMC Ganho médio em carcaça GMCVZ Ganho médio de corpo vazio GPT Ganho peso total GC Ganho em carcaça MOS Mananoligossacarídeos NDT Nutrientes digestíveis totais PB Proteína bruta PCQ Peso carcaça quente PCIJ Peso corporal inicial em jejum PCFJ Peso corporal final em jejum

PCVZi Peso corpo vazio inicial PCVZf Peso corpo vazio final

RC Rendimento de carcaça RG Rendimento do ganho

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 2

2. OBJETIVO ............................................................................................................. 4

3. REVISÃO ............................................................................................................... 5

3.1. MILHO ........................................................................................................... 5

3.2. DIETA DE MILHO GRÃO INTEIRO EM CONFINAMENTO .......................... 6

3.3 DISTÚRBIOS METABÓLICOS ..................................................................... 7

3.3.1. Acidose ......................................................................................................... 7

3.3.2. Timpanismo................................................................................................... 8

3.3.3 Ruminite ........................................................................................................ 9

3.3.4 Abcesso hepático ........................................................................................ 10

3.3.5 Laminite ...................................................................................................... 12

3.4 ADITIVOS ................................................................................................... 13

3.4.1 Antibióticos .................................................................................................. 14

3.4.1.1 Não ionóforos ............................................................................................. 14

3.4.2 Aditivos terapêuticos ................................................................................... 15

3.4.2.1 Mananoligossacarídeos (MOS) .................................................................. 16

3.4.2.2. Flavomicina x MOS..................................................................................... 17

4. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 19

6. CONCLUSÕES .................................................................................................... 24

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 25

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 26

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RESUMO

Objetivou-se com o presente estudo avaliar o desempenho produtivo de novilhas

submetidas à flavomicina, mananoligossacarideos e a interação desses. O

experimento foi conduzido na fazenda experimental da Universidade Federal de

Mato Grosso entre Setembro de 2014 a Janeiro de 2015. Utilizaram-se 68 novilhas

com peso inicial médio de 205 kg ± 20 kg, as quais foram distribuídas aleatoriamente

em 16 baias, sendo 4 baias para cada tratamento. A dieta continha apenas milho

grão inteiro (85%) e núcleo proteico mineral (15%), onde foram incluídos os aditivos.

Os tratamentos foram: controle (C), o qual não havia nenhum aditivo; Flavomicina

(F); Mananoligossacarideos (M) e Flavomicina + Mananoligossacarideos (F+M). Não

foi observada diferença significativa (P>0,05) para ganho médio diário, ganho médio

em carcaça, rendimento de carcaça, rendimento do ganho, ganho médio de corpo vazio, peso corporal inicial e final, peso de corpo vazio inicial e final, ganho de peso

total, ganho em carcaça, consumo de matéria seca e eficiência alimentar. É possível

substituir antibiótico por um prebiótico em dietas para animais em confinamento sem

interferir no desempenho animal.

Palavras-chaves: desempenho, não ionóforos, nelore, prebiótico

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1. INTRODUÇÃO

O sistema intensivo visa aumentar a produção animal em menor área

possível, aumentando o giro de capital. O confinamento é um sistema intensivo de

alto nível tecnológico que preconiza reduzir tempo de abate e aumentar volume de produção a ser ofertado ao mercado.

Nesse contexto, para melhores resultados, um dos planos nutricionais

aplicados nesse sistema, é a utilização de dieta com milho grão inteiro, em que se

utiliza uma única dieta, que também desempenha a função de agir como fonte de

volumoso, por estimular a salivação e a motilidade ruminal (PORDOMINGO, 2002).

Essa estratégia de alimentação é adequada em épocas em que se observa

redução do preço do milho, o que gera redução nos custos de produção, e ainda,

disponibiliza alimento com elevado valor nutricional ao animal.

Com essa técnica, se reduz o espaço utilizado para armazenamento do

alimento, já que com o uso do volumoso, há demanda por locais de armazenamento

maiores, o que leva a um aumento nos custos gerais de produção (SCHALCH et al., 2012).

Com a sua utilização não há necessidade de ter na propriedade moinhos para

triturar o grão e há redução na demanda por terras para plantação de forrageiras

que seriam utilizadas como fonte de volumoso, os quais impactam diretamente no

custo de produção do produtor.

Além disso, a sua utilização aumenta a densidade energética da dieta, o que melhora conversão alimentar, rendimento e qualidade de carcaça. O fornecimento

de carboidrato altamente fermentescível (amido) aumenta a taxa de crescimento da

microbiota, o que eleva o fluxo de proteína microbiana e aumenta o aporte de AGV’s

para o animal, o que atende mais eficientemente sua exigência nutricional.

Contudo, o uso de dietas com alta densidade energética demanda rigorosa

atenção e acompanhamento do comportamento animal, isso porque pode provocar

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distúrbios metabólicos. Esses distúrbios podem levar a redução do consumo,

desempenho e morte dos animais, em função da alta quantidade de amido, que

aumenta a produção de AGV's, que pode reduzir o pH ruminal, o qual pode levar a problemas como: acidose ruminal (clínica e subclínica), timpanismo (espumoso ou

gasoso), abscesso hepático e laminite (NAGARAJA, 2011).

Assim, os aditivos são utilizados para reduzir a incidência de desordens

metabólicas e aumentar a eficiência alimentar (REIS et al., 2006).

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2. OBJETIVO

Avaliar o desempenho produtivo de novilhas nelore em confinamento

recebendo dietas de milho grão inteiro com diferentes aditivos alimentares.

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3. REVISÃO 3.1. MILHO

O milho (Zea mays L.) é uma espécie diploide, pertencente à família Poacea

(Gramineae), originado aproximadamente de sete a dez mil anos atras no México e

na América Central. É considerado uma das plantas cultivadas mais antigas e um

dos vegetais superiores mais estudados. Alem de ser o principal grão energético

utilizado na alimentação animal (BERDEJO, 2010).

O Brasil produziu em torno de 78,985 milhões de toneladas de milho na safra de 2014/2015, o que representa variação de 1,3% em relação à safra anterior

(CONAB, 2015). Chegando a uma área plantada de 0,73% e uma produção de

2,67% (MAPA, 2015). Desse montante, em torno de 70% é destinado à produção

animal. Junto com a Argentina, o Brasil terá um aumento significativo das

exportações, dado aos ganhos na produtividade.

Com o aumento da utilização do sistema de confinamento de bovinos, o milho se tornou a base da alimentação bovina, pois apresenta em média 72% de amido,

9,5% proteínas, 9% de fibra e 4% de óleo. O grão do milho é constituído por quatro

estruturas físicas principais, sendo o pericarpo, gérmen, ponta e endosperma que irá

se dividir em endosperma farináceo e vítreo (PERES, 2011).

Em relação à textura do grão, este pode ser classificado como duro, dentado,

semidentado ou semiduro, sendo a vitreosidade, um parâmetro importante para

avaliar com maior precisão a textura do grão, em virtude de estar relacionada com a

quantidade de endosperma vítreo e farináceo, ou seja, quanto mais duro o grão,

maior a quantidade de endosperma vítreo, por outro lado, quanto mais dentado o

grão, maior a quantidade de endosperma farináceo (CORRÊA, 2001).

Nos Estados Unidos e Europa, o milho dentado (endosperma farináceo) é o

mais utilizado enquanto no Brasil o mais cultivado é o flint ou duro (endosperma vítreo) devido as suas características físicas e morfológicas apresentam menores

perdas de grãos durante a colheita e armazenamento.

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Em experimento conduzido por CORREA et.al. (2002), híbridos brasileiros

representando extrema dureza do grão, foram comparados com híbridos de milho

cultivados nos Estados Unidos. A vitreosidade dos híbridos brasileiros no estágio maduro variou de 64,2 a 80,0% do endosperma, enquanto os híbridos americanos

variavam entre 34,9 a 62,3. Constatando-se então que o híbrido brasileiro menos

vítreo teve mais vitreosidade que o mais vítreo dos Estados Unidos. 3.2. DIETA DE MILHO GRÃO INTEIRO EM CONFINAMENTO

Segundo Paula (2014), a utilização de dieta de grão inteiro possibilita regular

o consumo alimentar, de modo a não interferir no desempenho animal, o que leva a

redução de custo com alimentação e por consequência, redução dos custos gerais

de produção. De acordo com esse autor, essa dieta possibilita obter melhor acabamento de

carcaça, e ainda, melhor rendimento, de carcaça e ganho, isso porque,

considerando o volume da dieta, redução de consumo e significativa taxa de

fermentação há diminuição do TGI, e isso interfere no rendimento de carcaça (RC),

já que esse ao ser calculado leva em consideração os componentes não carcaças

(CNC), como digesta, órgãos, vísceras, cabeça, pés e o componente carcaça. Considerando a dieta, o animal terá um ganho significativo em carcaça, o qual

reduz o ganho médio em função de ter pouca influência da digesta, o que é um fator

positivo para o produtor que recebe por quantidade de @ produzidas.

Além disso, a utilização dessa dieta no confinamento tem como vantagem,

fornecer uma única dieta, de modo a não ter necessidade de recorrer a uma fonte de

volumoso, já que esse alimento desempenha o papel de fibra fisicamente efetiva, a

qual estimula a ruminação, aumenta a produção de saliva e tem efeito direto no

tamponamento do rúmen, o que aumenta a taxa de diluição, o fluxo ruminal, e ainda

disponibiliza íons fosfato e bicarbonato para o fluido ruminal (PORDOMINGO, 2002).

Além disso, apresenta uma alta densidade energética, e o custo por unidade

de energia digestível acaba sendo baixo quando comparado à utilização de volumoso, que tem uma disponibilidade de energia significativamente menor que o

milho.

A utilização dessa dieta faz com que seja possível armazenar o grão em um

local menor, o que não é possível com a utilização de volumoso, em que é

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necessário um espaço maior para seu armazenamento, o que incorre em aumento

do custo de produção do produtor em função do aumento da depreciação.

Ainda que o milho inteiro não tenha uma digestibilidade tão eficiente, esse apresenta menor taxa de passagem e menor extensão de digestão do amido, o que

possibilita regular a fermentação desse carboidrato e assim evitar desordens

digestivas (PAULA, 2014). 3.3 DISTÚRBIOS METABÓLICOS

É preciso se atentar quanto à quantidade de amido fornecido, pois isso

poderá incorrer em produção de AGV’s superior a sua absorção, o que acarretará

em redução do pH, e se não for dada a devida atenção, isso resultará em uma

cascata de distúrbios metabólicos, como acidose clínica, timpanismo, ruminite, laminite e abcesso hepático, em que todos afetarão de forma direta o consumo e

desempenho animal (NAGARAJA, 2011).

3.3.1. Acidose

A acidose é causada por uma mudança abrupta da dieta, de fonte volumosa para concentrado, e ainda, por irregularidade no fornecimento do trato, onde os

animais terão fome e assim, consumirão elevada quantidade de carboidrato não

fibroso, o que aumentará aporte de energia para bactérias amilolíticas, gerando

maior produção de AGV’s e por consequência, queda do pH, que afetará

diretamente o consumo (BERCHIELLI et al., 2011).

O fornecimento de dieta de milho grão inteiro disponibiliza ao animal um

elevado aporte de amido, que pode gerar desequilíbrio na fermentação ruminal, de

modo a afetar o consumo e por sua vez, o seu desempenho.

O aumento no fornecimento de energia pode incidir em glicose livre no meio

ruminal, que é utilizada por bactérias oportunistas, tendo como produto final de

fermentação o ácido lático, que reduz significativamente o pH ruminal (OWENS, 1998).

Com a alta utilização de glicose por essas bactérias haverá elevada taxa de

oxidação dessa molécula, a qual incidirá em aumento na concentração de piruvato e

NADH, que são moléculas presentes no metabolismo da via glicolítica.

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Dessa forma, a grande quantidade de glicose no interior da bactéria incidirá

em excesso de NADH e frutose 1,6 difosfato, os quais ativarão a enzima lactato

desidrogenase que reduzirá o piruvato a lactato de forma rápida, de modo a acelerar a taxa de reciclagem do NADH para NAD+ (KOZLOSKI, 2011).

Concomitante a isso, haverá ativação da enzima H-ATPase que está presente

na membrana da bactéria, e por uma força próton motriz, o H+ do ambiente ruminal

entra na célula, e é utilizado, através dessa enzima, para a síntese de ATP, que

expulsa o próton contra gradiente de concentração (KOZLOSKI, 2011).

A síntese de lactato, que é um acido orgânico dez vezes mais forte que os

demais ácidos causarão queda significativa do pH, o que é caracterizado como

acidose lática.

Até certo ponto, tem-se a molécula L-lactato, que é rapidamente metabolizado por bactérias, como Selenomonas ruminantiun e Megasphaera elsedeni. Contudo, a

taxa de produção desse ácido é superior a sua utilização, e isso acarreta em queda expressiva do pH, ocorrendo a morte dessas bactérias e mudança da isomeria para

D-Lactato (KOZLOSKI, 2011).

Por ter um fluxo continuo no rúmen, essa molécula segue pelo trato posterior

e então é absorvida, o qual atinge o fígado e é metabolizado lentamente, como a

quantidade que chega aos hepatócitos é superior à sua utilização, esse será

direcionado para a corrente sanguínea, reduzindo o pH sanguíneo, caracterizando, dessa forma a acidose metabólica (OWENS, 1998). 3.3.2. Timpanismo

O timpanismo pode ser classificado em dois tipos, o gasoso e espumoso,

ambos são causados pelo acumulo excessivo de gás, diferenciando-se apenas por

estar livre no ambiente ruminal (gasoso) ou preso no fluido ruminal (espumoso).

Observa-se em ambos os casos, distensão abdominal, sendo de fácil

identificação. Dessa forma, é possível realizar a verificação diária do lote, pois esse

distúrbio pode limitar consumo do animal, o que tem efeito direto em seu

desempenho (BERCHIELLI, 2011)

Em caso de animais em confinamento, o timpanismo gasoso ocorre em função da falta de fibra, que leva a uma hipomotilidade ruminal, não ocorrendo o

processo de eructação, e pela queda no pH em que bactérias gram Θ liberam

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endotoxinas que cessam a motilidade ruminal como uma estratégia para reduzir o

acesso da bactéria a partícula, de forma a cessar a fermentação e equilibrar a

concentração de solutos (NAGARAJA, 2011).

No timpanismo espumoso, em função da alta disponibilidade de energia, as

bactérias tendem a armazenar polissacarídeos no seu interior ou em sua superfície,

como a S. bovis que por estar em alta concentração, os polissacarídeos

encapsulados tornam o fluido ruminal grosso e viscoso, o que torna mais lento a

liberação dos gases (NAGARAJA, 2011).

Figura 1 - Novilha com timpanismo

Fonte: Acervo pessoal

Figura 2 - Conteúdo ruminal espumoso

Fonte: Acervo pessoal

3.3.3 Ruminite

A ruminite é uma das sequelas da acidose ruminal, em que a acidez do

ambiente ruminal causa ulcerações na parede ruminal e tem como consequência redução na absorção de AGV’s, o que leva a diminuição da quantidade de energia

para o hospedeiro, e dificulta a neutralização do ambiente ruminal, já que esses

ácidos ficam retidos no rúmen, de modo a intensificar a queda do pH.

Em função da alta osmolalidade do ambiente ruminal, a água da corrente

sanguínea é direcionada para o fluido ruminal para diluir a alta concentração de solutos, mas isso tem como efeito o intumescimento das células que constituem as

papilas ruminais e por consequência o rompimento de sua membrana (OWENS,

2011).

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Com a desintegração do tecido, esse é substituído por células do tecido

conjuntivo, caracterizando paraqueratose ruminal, onde as papilas ruminais se

tornam escuras, maiores, grossas, irregulares e comprimidas umas contra as outras

(Figuras 3, 4 e 5 ; NAGARAJA, 2011).

Essa substituição limita a absorção de AGV’s, dificultando ainda mais a

neutralização do ambiente ruminal.

Figura 3 - Parede ruminal com lesão Figura 4 - Parede ruminal com coloração escura

Fonte: Acervo pessoal

Fonte: Acervo pessoal

Figura 5 - Parede ruminal com presença de tecido conjuntivo

Fonte: Acervo pessoal

3.3.4 Abcesso hepático

Pode ocorrer em todas as idades, contudo, tem importância econômica em

bovinos confinados, os quais recebem dietas de alta densidade energética para

atingirem o peso de abate rapidamente (NAGARAJA, 1998).

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O aparecimento de abcesso hepático tem como consequência redução do

consumo alimentar, ganho de peso e eficiência alimentar (NAGARAJA, 1996).

Esses autores acreditam que bovinos com abcesso hepático grande ou

múltiplos abcessos pequenos apresentam redução no consumo alimentar (acima de

13,8%), ganho de peso (acima de 11,4%), eficiência alimentar (acima de 29,5%) e

peso de carcaça (acima de 4,6%). Além disso, a ruptura do abcesso e consequente contaminação da carcaça

leva a redução no preço de compra do produto, o qual tem impacto significativo na

Receita do produtor.

A lesão da parede ruminal facilita o escape de microrganismos causadores de abcessos hepáticos, como a Fusobacterium necrophorum, que produz leucotoxinas

e lipopolissacarideos, considerados os principais fatores de virulência responsáveis

pela formação do abcesso (NAGARAJA, 2011).

Segundo esses autores, a concentração dessa bactéria no rúmen aumenta

aproximadamente dez vezes depois da dieta ser mudada de forragem (7x105/g) para

alto grão (3-7x106/g)48, pois como mencionado acima, utiliza como fonte de energia o lactato, o qual está presente no fluido ruminal quando fornecido alta quantidade de

carboidrato não fibroso, como em dieta de milho grão inteiro (Figura 6).

Figura 6- População de F. necrophorum no rúmen de bovinos alimentados

com forragem ou alto grão.

Fonte: Nagaraja (1996).

70% grão

85% grão

100% feno de alfafa

100% feno de alfafa

DIAS

Núm

ero

prov

ável

(x10

5 )

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O fato de apresentar lesão na parede ruminal, em função da acidez no

ambiente, facilita o escape da bactéria pela veia porta-hepática que dá acesso ao

fígado, que é altamente irrigado e oxigenado, onde contem células fagocitárias,

responsáveis pela destruição de organismos estranhos. Numa tentativa de

proliferação e defesa contra as células de defesa do organismo, as bactérias liberam endotoxinas e enzimas lisossomais, que destroem os fagócitos, os eritrócitos, e

ainda, danificam o parênquima hepático, tendo como efeito a formação de abcessos,

que proporciona um microambiente adequado para essas bactérias (NAGARAJA,

1998).

Figura 7 - Fígado com presença de abcessos

3.3.5 Laminite

É uma doença caracterizada por um processo inflamatório agudo ou crônico

das estruturas sensíveis da parede do casco que resulta em claudicação e

deformidade permanente do casco. É observado maior incidência em animais

confinados, que recebem dietas com alta quantidade de concentrado.

A laminite é uma sequela da acidose, isso porque a queda do pH é resultante do acumulo de AGV’s e ácido lático, os quais causam a desintegração da parede

celular das bactérias de modo a liberar lipolissacarídeos, e podem causar acidose

Fonte: Tostes (2011).

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sistema, que juntamente com as endotoxinas, desencadeiam a vasoconstrição, que

limita a oxigenação das extremidades do corpo do animal, como os cascos, e

causam necrose e deformidade dessa parte do corpo (SOUSA, 2002).

Figura 8- Casco de animal com laminite crônica

Fonte: Corsini (2013)

3.4 ADITIVOS

Uma das estratégias utilizadas para evitar desordens metabólicas é a

utilização de aditivos alimentares que alterem o ambiente ruminal.

Esses aditivos agem no ambiente ruminal, de modo a reduzir produtos da

fermentação como ácido lático, metano e amônia, de forma a diminuir perdas de

energia e proteína dos alimentos (REIS et al., 2006).

Os aditivos que podem interferir no ambiente ruminal são os antibióticos, as

enzimas microbianas, os tamponantes, os probióticos, os prebióticos, dentre outros

(BERCHIELLI et al., 2011). A alteração da fermentação ruminal trata-se da modificação da relação

acetato: propionato, que disponibiliza mais energia ao animal, por aumentar a

proporção de propionato e ainda reduzir o processo de metanogênese, o qual pode

melhorar a eficiência alimentar, e reduzir o consumo de matéria seca. Além de reduzir bactérias produtoras de ácido lático, como a Streptococcus bovis, uma das

causadoras da acidose ruminal (REIS et al., 2006) .

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3.4.1 Antibióticos

Os antibióticos são utilizados em subdosagens a fim de selecionar microrganismos que afetam a eficiência de utilização dos nutrientes, como bactérias

proteolíticas, metanogênicas e produtoras de lactato (FLEMMING, 2005).

São classificados em ionóforos e não ionóforos agem em bactérias

gram +, alterando o seu metabolismo celular, o que tem reflexo direto na eficiência

energética e proteica do animal, mantendo a estabilidade da fermentação ruminal

(BERCHIELLI et al., 2011).

3.4.1.1 Não ionóforos

O uso de antibióticos não ionóforos como promotores de crescimento para

bovinos tem apresentado efeitos positivos sobre a eficiência alimentar e ganho de peso, além de promover uma maior inibição na produção de lactato em relação a

outros aditivos (LANNA, MEDEIROS, 2007).

Os não ionóforos agem nas subunidades 50S dos ribossomos, inibindo a

formação de ligações peptídicas durante a síntese de proteína, o que causa redução

no crescimento (bacteriostase) ou morte da célula bacteriana (atividade bactericida)

(COCITO, 1979). Dentre os antibióticos não ionóforos utilizados na alimentação como

promotores de crescimento de bovinos estão a bacitracina de zinco, sulfato de

tilosina, flavomicina e virginiamicina.

A flavomicina é um fosfoglicolipideo que inibe de forma competitiva a enzima

transglicosilase responsável pela síntese da cadeia linear de glucanos que compõe

a camada peptidoglicana (SANCHEZ, 2014).

Dentre as bactérias mais susceptíveis à ação desse aditivo, há dois grupos,

as bactérias deaminadoras, responsáveis por converter aminoácidos dietéticos em amônia, e as Fusobacterias (gram Θ), que deveriam estar inseridas no grupo acima,

em função da sua alta taxa de deaminação (MOGENTALE, 2005).

A atuação nesses dois grupos de bactérias possibilita que o animal tenha

maior aporte de aminoácidos para seu desempenho, e ainda, evite a formação de abcesso hepático, uma vez que fusobactérias são as principais bactérias envolvidas

nesse processo, como descrito em tópicos anteriores (NAGARAJA, 1998).

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Assim, a inclusão desse aditivo em dietas de milho grão inteiro pode reduzir a

incidência de abcesso hepático, já que nesse tipo de dieta pode haver significativa

produção de lactato, que é utilizado como fonte de energia pelas principais bactérias responsáveis pela formação do abcesso.

Quanto ao tipo sistêmico da flavomicina, adota-se como mesmo efeito dos

ionóforos, os quais envolve mudança na proporção de AGV’s, redução na produção

de metano, modificação no consumo de alimentos, utilização da proteína, dentre outros (MOGENTALE, 2005). Esse aditivo também atua na bactéria S.bovis, de

modo a eliminá-lo do ambiente ruminal e assim controlar a produção de lactato.

3.4.2 Aditivos terapêuticos

Apesar dos antibióticos terem um efeito benéfico no desempenho animal,

alguns países tem receio em deixar resíduos na carne, pois ao consumi-la o ser humano pode criar resistência a determinados antibióticos.

O aparecimento de bactérias resistentes a antibióticos em seres humanos

vem sendo relacionado com o uso de antibióticos em alimentação animal. A

utilização de antibióticos como promotores de crescimento em espécies domésticas,

em baixas dosagens podem levar ao aparecimento de linhagens resistentes a

antibióticos. Assim, uma das alternativas vistas pelos nutricionistas é a substituição desses por aditivos terapêuticos que podem ser classificados em probióticos ou

prebióticos. Esses aditivos além de agirem como promotores de crescimentos

podem reduzir a competição por nutrientes a nível ruminal e intestinal, e ainda

melhorar sua absorção (FLEMMING, 2005).

Os probióticos são microrganismos vivos adicionados na dieta, como a

levedura que retira do ambiente oxigênio e disponibiliza cofatores para crescimento

de microrganismos benéficos ao ambiente e bactérias ácido-láticas que melhoram o

ambiente ruminal, por utilizar produtos de fermentação do carboidrato, como lactato, que interferem de maneira significativa no pH ruminal.

Os prebióticos são moléculas orgânicas não digeríveis por enzimas, sais e

ácidos produzidos pelo organismo animal, selecionam microrganismos que

interferem no equilíbrio benéfico da microbiota intestinal (SILVA et al., 2003). Podem ser classificados em galactoligossacarídeos, fosfoligossacarídeos e

mananoligossacarídeos (MOS).

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3.4.2.1 Mananoligossacarídeos (MOS)

O MOS é uma molécula complexa de carboidrato, que não é absorvida pelo TGI e está presente na parede celular da levedura Saccharomyces cerevisae, a qual

está ligada a proteína, ou a polissacarídeos formados por monômeros de alfa-D-manose (SPRING et al., 2015).

Essa molécula se liga às lecitinas (proteína que reconhece resíduos de

açúcar), presentes na superfície das fimbrias tipo-1 das bactérias patogênicas, a

qual impede sua adesão, colonização e subsequente multiplicação na parede

intestinal, sendo movida juntamente com o bolo fecal (Figura 9) (FLEMMING, 2005). Dessa forma, a eliminação de bactérias patogênicas reduz a competição por

nutrientes entre o patógeno e o hospedeiro, o que aumenta o aporte de nutrientes

para o animal, aumenta a área de superfície de contato das vilosidades, já que não

há patógenos para aderir à parede intestinal, e ainda, reduz a incidência de doenças

intestinais (FLEMMING, 2005).

Figura 9 - Bloqueio de fixação bacteriana por mananoligossacarídeos.

Fonte: SPRING et al. (2015).

Segundo Ferket (2002), o MOS aumenta o tamanho, comprimento e a

dimensão das microvilosidades intestinais, de modo a aumentar a área de superfície

de contato e assim, melhora a absorção de nutrientes.

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Outro fato interessante é quanto à redução do tamanho das criptas intestinais,

que leva a uma menor taxa de renovação celular, e assim as células tornam-se mais

“maduras”, de modo a melhorar a produção de enzimas digestivas e assim aumentar a absorção intestinal.

As criptas intestinais de animais suplementados com MOS apresentam

aumento na quantidade de células globulares, que são as responsáveis pela

produção de muco, o que protege a vilosidade intestinal (SPRING et al., 2015).

Assim, a utilização de MOS em dietas de milho grão inteiro para animais

confinados torna-se um ponto positivo, já que pode haver três efeitos importantes, a

saber:

a) O MOS ao passar pelo rúmen pode selecionar bactérias patogênicas, e assim

reduzir a competição por nutrientes entre os microrganismos, beneficiando

sua utilização por bactérias benéficas, que terão maior taxa de crescimento, de modo a viabilizar maior fluxo de proteína ao animal.

b) Por aumentar a eficiência de produção de enzimas digestivas, o milho que

passa intacto pelo rúmen, pode ser mais bem digerido no intestino, não

totalmente, já que o ruminante não digere eficientemente o amido, mas

possivelmente pode ser mais eficientemente digerido em relação à digestão

de animais que não receberam o aditivo.

c) Por aumentar o número de células globulares, e por consequência a produção

de muco em animais suplementados com MOS, esse possivelmente

protegeria a parede intestinal, evitando ulcerações e redução na absorção de

nutrientes de animais em confinamento submetidos a dietas “desafiadoras”,

com alta quantidade de amido.

3.4.2.2. Flavomicina x MOS

A adição de flavomicina e MOS na dieta de ruminantes pode trazer resultados

interessantes para o desempenho animal, melhorando índices de conversão e

eficiência alimentar e de rendimento e ganho em carcaça.

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A interação desses dois aditivos pode interferir na manipulação ruminal e no

trato posterior do animal, o que pode aumentar a eficiência de utilização dos

nutrientes pela microbiota, gerando aumento no fluxo de proteínas e disponibilidade de AGV’s, além de ter melhor eficiência de digestão no trato posterior, o que pode

aumentar o aporte de nutrientes a serem utilizados pelo animal.

Essa interação ainda não é bem entendida, contudo, ao adicionar ambos

aditivos à dieta, possivelmente potencializará resultados de desempenho, isso

porque a flavomicina e também o MOS agirão a nível ruminal, selecionando microrganismos, como S. bovis, e outros que interferem na utilização adequada dos

nutrientes, reduzindo a sua competição, de modo a disponibilizá-los a microbiota

benéfica, para que essas aumentem sua taxa de crescimento.

O MOS terá efeito expressivo a nível intestinal, que selecionará patógenos

que interferem na absorção de nutrientes, ou seja, haverá redução na competição

entre patógenos e hospedeiro. Além disso, esse prebiótico aumentará a produção de enzimas e muco, os

quais agirão de modo efetivo na hidrolise do quimo alimentar e proteção das

vilosidades, respectivamente. Considerando dieta de milho grão inteiro o que terá

como resposta melhor absorção dos nutrientes disponíveis, e assim, melhores

resposta de desempenho.

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4. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental da Universidade

Federal do Mato Grosso - UFMT, localizado no município de Santo Antônio do

Leverger - MT, entre os meses de setembro de 2014 a janeiro de 2015.

Foram utilizadas 68 novilhas Nelore, com idade média de 14 meses e peso

médio inicial de 205 ±20 kg, para a avaliação do desempenho produtivo e

rendimento de carcaça. Os animais foram distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado, sendo 4 baia por tratamento, com 4 animais por baia, a

baia foi considerada a unidade experimental.

. A área experimental destinada aos animais foi constituída de 16 baias de

1600 m² cada, providos de bebedouros e cochos.

O experimento constituiu-se de 120 dias, sendo que os abates foram

escalonados em 81, 84, 87, 90 e 120 dias, Foram abatidos quatro animais no início do experimento para serem utilizados

como referência do rendimento de carcaça e composição corporal inicial. Os abates

ocorreram por concussão cerebral e posterior secção da veia jugular.

A dieta experimental de confinamento de milho grão inteiro apresenta

proporção de 85% de milho e 15% de núcleo proteico mineral peletizado,onde os

aditivos foram incluídos. Os tratamentos utilizados foram: controle (C), sem inclusão de aditivo; Flavomicina(F); Mananoligossacarideo (M) e Flavomicina +

Mananoligossacarideos (F+M).

O fornecimento da dieta foi realizado diariamente às 09h00 e às 15h00. Para

a adaptação dos animais foi fornecido o equivalente a 1% do peso corporal de cana-

de-açúcar picada, e 1,2% do peso corporal em ração, nos primeiros 7 dias. Após a

primeira semana o fornecimento de cana-de-açúcar foi reduzido gradativamente, aumentando o fornecimento da ração até atingir o consumo de 2,5% do peso

corporal por volta do 21º dia.

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Os animais foram pesados no início e final do período experimental sendo

submetidos a um jejum de 14 horas.

Para obtenção do GMD, se considerou a diferença entre PCFJ e PCIJ em relação ao tempo de abate dos animais, enquanto que para GMC foi a diferença

entre peso de carcaça quente (PCQ) final e inicial em relação ao período

experimental do animal.

Avaliou-se Rendimento de Carcaça (RC):

Peso da carcaça *100 Peso da carcaça+ CNC+ Peso da digesta

Calculou-se o ganho em carcaça (GC) obtido a partir da diferença entre peso

de carcaça (PCQ) final e inicial, RG em que se considerou o GC em relação ao

ganho de peso vivo obtido no período experimental multiplicado por 100. O PCVZ foi obtido pela soma dos componentes carcaça e não carcaça, e o GPCVZ foi obtido

pela diferença do PCVZF e PCVZI sobre o tempo de abate.

Avaliou-se a incidência de claudicação, em que se consideraram os animais

com claudicação em relação ao total de animais de cada tratamento multiplicando-se

por 100.

Para análise estatística adotou-se como critério de avaliação o desempenho

médio, os quais foram considerados os tempos de abate 81, 83, 87, 90 e 120 dias.

Para as variáveis Peso corporal inicial (PCI), Peso corporal final (PCF), Ganho de

peso total (GPT), Ganho em carcaça (GC), Peso de corpo vazio inicial (PCVZI),

Peso de corpo vazio final (PCVZF) se considerou o abate aos 120 dias.

As variáveis estudadas foram analisadas em delineamento inteiramente casualizado utilizando o procedimento MIXED do SAS (versão 9.3). Os tratamentos

foram considerados efeito fixo. O procedimento LS MEANS foi utilizado para

obtenção da média para cada tratamento. As médias foram comparadas pelo teste

DMS de proteção de Fisher. Significâncias foram consideradas quando P <0,05.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nenhum dos aditivos utilizados alterou o consumo de matéria seca (CMS) das dietas experimentais, que em média foi 7,5 kg/dia ou 2,38 % do peso vivo (P>0,05;

Tabela 3).

Resultados corroboram com os de Sandi et al. (2001), que trabalhando com

suplementação de 3g de MOS no leite para bezerros não verificaram diferenças no

CMS total dos animais que receberam o aditivo em relação a dieta controle.

Do mesmo modo que Mogentale (2005), em experimento com fêmeas bovinas mestiças, não lactantes e não gestante recebendo dieta a base de 60% de

concentrado e 40% de volumoso de cana de açúcar com adição de flavomicina que

também não observou diferença (P>0,05) no consumo.

A adaptação dos animais de forma gradativa a dieta de alto grão e a utilização

de grão inteiro podem tem contribuído para não haver diferenças no CMS entre as

dietas experimentais. Os aditivos não influenciaram no ganho de peso total (GPT) e ganho de

carcaça (GC) (P>0,05) dos animais entre as dietas, no entanto a adição de apenas

MOS na dieta proporcionou um ganho superior em 25% no GPT e em 14% no GC

em relação a dieta controle. Segundo Ferket (2002), o MOS aumenta o tamanho,

comprimento e a dimensão das microvilosidades intestinais, de modo a aumentar a

área de superfície de contato e assim, melhora a absorção de nutrientes, o que pode

ter contribuído para um maior ganho de peso total e de carcaça dos animais

recebendo MOS.

A adição de MOS pode não ter afetado o ambiente ruminal, não impedindo a

queda de pH ruminal, o que afetaria o consumo, e, por sua vez, o seu desempenho.

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Tabela 1- Média dos quadrados mínimos para os parâmetros de desempenho para as diferentes dietas experimentais

Variáveis Aditivos

C F M F+M EPM Valor P

CMS (kg/d) 7,19 7,54 7,90 7,55 0,390 0,658

PCI, Kg

196,50 203,25 198,54 199,25 3,448 0,585

PCF, Kg

303,57 313,92 332,63 308,23 8,799 0,154

GPT, Kg 107,07 110,67 134,09 108,98 8,789 0,156

GMD (kg/d) 1,022 0,929 1,131 0,997 0,069 0,268

PCVZI, Kg 167,16 172,90 168,90 169,50 4,148 0,585

PCVZF, Kg 269,58 276,22 288,72 268,83 6,489 0,166

GMCVZ (kg/d) 0,898 0,852 0,983 0,865 0,476 0,258

PCQ, Kg 171,67 176,56 182,17 172,50 4,517 0,377

GC, Kg 65,08 66,31 74,47 64,42 4,381 0,374

GMC (kg/d) 0,565 0,538 0,590 0,551 0,027 0,577

RC (%) 55,12 55,65 53,72 54,92 0,007 0,291

RG (%) 56,90 60,06 52,69 56,20 0,020 0,137

EA (GMD/CMS) 0,141 0,123 0,145 0,132 0,100 0,446

PCI- Peso corporal inicial; PCF- Peso corporal final; GPT- Ganho de peso total; GC- Ganho em carcaça; PCQ- Peso de carcaça quente; PCVZI- Peso corpo vazio inicial; PCVZF- Peso corpo vazio final; GMD- Ganho médio diário; GMC- Ganho médio em carcaça; RC- Rendimento de carcaça; RG- Rendimento do ganho; GMCVZ- Ganho médio de corpo vazio; CMS- Consumo de matéria seca; EA- Eficiência alimentar; C- Controle; F- Flavomicina; M- Mananoligossacarideos; EPM- Erro padrão da média.

Van der Merwe et al. (2001), Aitchison et al. (1989), Murray et al. (1992)

trabalhando com inclusão de flavomicina para vacas leiteiras e ovinos, verificaram

melhorias no desempenho dos animais que receberam este aditivo. No entanto

neste estudo não foram verificadas diferenças com a adição deste aditivo em relação a dieta controle. A incidência de chuvas pode ter sido um dos fatores que interferiu

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na resposta animal, pois a chuva ao molhar a ração pode ter eliminado o efeito do

antibiótico, o que pode ter levado a um quadro de acidose ruminal.

Ao verificar a incidência de claudicação nos animais, observou que a adição de F + M reduziu a incidência de claudicação a 0% enquanto animais recebendo

dietas apenas de MOS apresentaram incidência de 31,3%, no entanto dietas com

apenas flavomicina apresentaram a mesma incidência de 50% que as dietas

controle.

Assim, neste estudo, a alta incidência de claudicação pode ter afetado a

identificação da resposta do aditivo no desempenho do lote, já que para os animais

que apresentaram claudicação observou-se ganhos de até 0,333 kg/d, o que reduziu

os parâmetros de desempenho da baia.

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6. CONCLUSÕES

O antibiótico flavomicina pode ser substituído pelo prebiótico MOS, sem afetar

o desempenho animal, de modo a atender as exigências de países que solicitam

carne oriunda de animais que não recebem dietas com antibióticos.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o experimento foi possível desenvolver uma visão crítica sobre a

pesquisa, de modo a ser mais atenta a detalhes que fazem diferença no decorrer do

período experimental.

A partir desse desafio, ainda que experimental, foi possível vivenciar a rotina

de um confinamento, considerando tempos de chuvas, falta de água, e até mesmo

presença de timpanismo e laminite em algumas novilhas, fatos que só quem está

diariamente presente no confinamento sabe explicar.

Com a pesquisa, foi possível verificar na prática casos de acidose, e em

alguns casos oscilação de consumo, em função de chuva, estresse, e aplicar

estratégias para reduzir essa situação. Desde o início da graduação trabalhando com bovinos leiteiros, experimentos

e manejo, e no penúltimo semestre ter uma experiência com bovinos de corte, teve

uma grande valia por ter a oportunidade de conhecer de forma prática, o manejo de

cocho e manejo dos animais de corte.

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REFERÊNCIAS

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