manual confinamento 2602

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    Manual TcnicoConfinamento de Bovinos de Corte

    Campinas/SP - 19.3729 4477

    Sales Oliveira/SP - 16.3852-0011Par de Minas/MG - 37.3231-6055

    Anpolis/GO - 62.3316-1366Alm Paraba/MG - 32.3462-8585

    Goiana/PE - 81.3625.5055Centro de Distribuio de Natal/RN - 84.218-8044

    Centro de Distribuio de Fortaleza/CE - 85.3275-0483Servio de Atendimento ao Consumidor: 0800-169090

    www.guabi.com.br

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    MANUAL GUABI PARA CONFINAMENTO DEBOVINOS DE CORTE

    INTRODUO

    O confinamento de bovinos de corte uma atividade que cresceu acentuadamentenos ltimos 15 anos no Brasil. J praticada de forma mais intensa nos Estados Unidos nosltimos 40 anos, colocou este pas posicionado como o maior produtor de carne bovina do

    mundo. No Brasil, as pesquisas com este sistema de terminao, iniciaram-se na dcadade 80, e se intensificaram no incio da dcada de 90, propiciando o crescimento da atividadea partir das duas ltimas dcadas.

    Atualmente estima-se que o Brasil tenha de 1.500.000 a 2.500.00 de bovinosconfinados para abate por ano (FNP, 2006). Uma pequena parcela se compararmos estenmero, quantidade de animais abatidos terminados em pastagens (32.000.000 a36.000.000 de cabeas/ano). Esta atividade concentra-se nos estados das regies sudestee centro-oeste do Brasil, devido s condies topogrficas e edafo-climticas seremextremamente viveis produo de alimentos volumosos, alimentos concentrados, eadequadas ao alojamento dos animais em cu aberto.

    Os primeiros projetos de confinamento realizados no Brasil tinham como objetivo, aespeculao das grandes diferenas de preo existentes para a arroba do boi gordo entreas estaes das guas (safra) e secas (entressafra). Com o emprego mais intenso detecnologia pelos pecuaristas nos ltimos anos, e o aumento de produtividade destessistemas de criao, uma reduo na diferena de preos entre a safra e entressafra foi

    atingida. Esta menor diferena de preos, aliada necessidade de alojamento de maioresquantidades de animais na seca, dev ido ao aumento de produo de bovinos em pastagensno vero, transformou a tcnica, em um instrumento de manejo necessrio maioria dossistemas de produo intensivos estabelecidos nas fazendas de pecuria de corte noBrasil.

    Deste modo o confinamento de bovinos de corte deixou de ter um carterexclusivamente especulador, para se transformar em manobra estratgica.

    O confinamento caracterizado por ser uma atividade que exige investimentosmais elevados, quando comparados a sistemas de terminao em pastagens. No entanto, oretorno financeiro sobre o capital investido, pode ser muito elevado, quando a atividade realizada com critrio, o que eleva os riscos quando o sistema no conduzido comeficincia.

    O objetivo deste manual fornecer informaes necessrias aos pecuaristas quedesejam utilizar-se deste sistema de manejo para terminao de bovinos obtendolucratividade. Para isso iremos discutir sobre produo de volumosos, alimentosconcentrados, alimentao, aditivos, tipos de animais, manejo do confinamento e doenas

    mais importantes que podem acometer os animais.

    Ricardo Pereira ManzanoGerente de Produtos - Ruminantes

    NDICE

    - Introduo

    - Bovinos para Confinamento- Tipo e Conformao- Grupo Sexual- Peso de Entrada no Confinamento

    - Classificao dos Alimentos- Alimentos Volumosos- Concentrados Energticos- Concentrados Proticos- Minerais

    - Manejo de Cocho em Sistemas de Confinamento

    - Instalaes e Equipamentos- Piquetes ou Currais de Confinamento- Linha de Cocho- Curral de Manejo- Mquinas, Equipamentos e Outras Construes

    - Aspectos Sanitrios de Bovinos de Corte Confinados- Aquisio de Bovinos para Confinamento e Medidas Profilticas- Sinais e Sintomas Passveis de Observao por Funcionriose/ou Veterinrios no Confinamento- Anexo 1 - Exigncias Nutricionais de novilhos de corte- Anexo 2 - Exigncias Nutricionais de novilhas de corte

    - Produtos e Programa Guabi para Bovinos em Confinamento

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    2-BOVINOS PARA CONFINAMENTO

    Os trs principais elementos estru turais em um confinamento de bovinos de corte so osanimais, os alimentos e as instalaes. Os animais cosntituem, sem dvida, o elementomais importante, uma vez que representam, em ltima anlise, a prpria base deexplorao. Por esse motivo a escolha deve ser criteriosa, procurando identificar indivduosportadores de atributos capazes de garantir melhor desempenho, tendo em vista osobejtivos a alcanar.

    Sabe-se que os bovinos em disponibilidade para o confinamento, visando produode carne representam sob vrios aspectos uma grande fonte de variao, em virtude dadiversidade do ambiente criatrio anterior e da presena de tipos genticos muito variados,

    consequncia do largo e desordenado emprego dos cruzamentos na criao e doaproveitamento de indivduos descartados dos rebanhos leiteiros.

    Numerosas comparaes tm sido feitas entre as principais raas de corte, leiteiras eseus mestios. Em geral, tais estudos revelam que existem diferenas entre esses vriosgrupos genticos, em relao a caracters ticas como: peso maturidade, taxa decrescimento, quantidade e distribuio de gordura corporal e total de carne comercializvelproduzida por unidade animal. Aparentemente cada indivduo tem um potencial inato paracrescer e se desenvolver de uma maneira caracterstica, se colocado em um ambienteadequado e submetido a uma dieta apropriada (PEIXOTO, sem data).

    2.1. TIPO E CONFORMAO

    O tipo e conformao dos animais so representados por duas caractersticas bsicas:o tamanho maturidade e a musculosidade.

    Quanto ao tamanho maturidade (idade adulta), os diferentes tipos de bovinos podemser classificados em pequeno, mdio e grande. Do mesmo modo quanto a musculatura (queir definir a quantidade de carne comercializvel), os animais podem ser classificados emum dos seguintes tipos: musculatura grossa, moderada e fina (BARBOSA, 1998).

    Na Tabela 1 adaptada de MINISH & FOX (1982) por BARBOSA (1998) podemosobservar um resumo da classificao das principais raas de bovinos quanto ao tamanho maturidade e o grau de musculatura.

    Tam. maturidade Grau de Musculatura

    (idade adulta) Grossa Moderada Fina

    Pequeno AngusGirMurray GreyRed Angus

    Gir LeiteiroGuernseyJersyPitangueiras

    Mdio Belgian BlueGelbviehLimousin

    PiemontsPinzgauer

    BrahmanBrangusCanchim

    HerefordNeloreBraford

    AyrshireCaracShortorn Leiteiro

    Lincoln Red

    Grande Blonde D AquitaineCharolsChianinaFleckvieh

    Holands FrsioMarchigianaPardo SuoSimental

    Holands AmericanoSouth Devon

    TABELA 1. Classificao de algumas raas de bovinos de acordo com o tamanho maturidadee o grau de musculatura (adaptada de MINISH & FOX, 1982 por BARBOSA, 1998).

    Os dois critrios de classificao, proporcionam um sistema til para a determinao dotipo biolgico. As raas de tamanho grande e musculatura grossa tm taxas de crescimentomaiores (maior ganho de peso por dia), mas so mais tardias quanto habilidade paraacumular o mnimo necessrio de gordura na carcaa. As raas de tamanho pequeno emusculatura moderada, por outro lado, tm menores taxas de crescimento absoluto, masso mais precoces em termos de acabamento de carcaa, isto , tm maior habilidade paradeposio de gordura na carcaa do que as de tamanho grande (BARBOSA, 1998).

    Isto indica que animais com potencial gentico para maior tamanho maturidade,demoram mais tempo para atingir um mesmo grau de terminao, se comparados comanimais de menor potencial gentico para tamanho maturidade. Essa relao entretamanho na idade adulta e grau de maturidade tem conseqncias importantes no peso de

    abate e na composio da carcaa.

    2.2. GRUPO SEXUAL

    O sexo ou grupo sexual outro fator preponderante no desempenho animal emconfinamento. Tradicionalmente bovinos destinados engorda em pastagens socastrados em idades que variam segundo os sistemas de produo, tendo em vistaalgumas vantagens relacionadas com a facilidade de lida, manejo do gado, uniformidadeda carcaa e capacidade de deposio de gordura na carcaa. Dentro de um mesmo gruporacial, animais castrados apresentam maior deposio de gordura, quando comparados aanimais contemporneos de mesmo peso e/ou idade que no foram castrados.

    No entanto, com a utilizao da tcnica de confinamento, a ingesto de nutrientes, emespecial energia, pelos animais confinados, maior e mais constante, permitindo queanimais inteiros atinjam grau de acabamento da carcaa maior, quando comparados aanimais inteiros manejados em pastagens sem qualquer tipo de suplementaoenergtica.

    A adoo da tcnica de confinamento com dietas bem balanceadas e com nveisnutricionais adequados viabiliza a terminao de bovinos inteiros. Animais machos inteirosapresentam maior desempenho ponderal quando comparados a machos castrados emqualquer sistema de produo de carne (confinamento ou pastagem). O maiordesempenho apresentado por animais inteiros, comparados animais castrados, explica-se pela maior eficincia de ganho de peso representada por uma maior deposio de tecidomuscular. A maior eficincia de ganho dos bovinos inteiros, suficiente para sobrepor amaior demanda de energia para manuteno, apresentada por estes animais, devido aoacrscimo de atividade causado por esta condio sexual. Este acrscimo representadopelo comportamento mais agressivo e a monta sobre outros animais do grupo, em funode sua condio sexual. Este comportamento causa escoriaes e contuses queaumentam os custos com medicamentos e mo-de-obra veterinria. No entanto, odiferencial de ganho de peso na maioria das situaes suficiente para cobrir estes custos,e ainda proporcionar maior lucratividade no abate dos animais.

    Alguns produtores muitas vezes optam pela utilizao de fmeas para terminao emconfinamento. Muitos fatores determinam esta escolha. No entanto, ressalta-se que

    fmeas apresentam menor eficincia de ganho de peso e converso alimentar, quandocomparadas aos machos (tanto castrados quanto inteiros), devido maior taxa dedeposio de gordura na composio do ganho. O aparecimento de cio em intervalosfreqentes, tambm colabora para reduzir o ganho de peso durante o perodo deconfinamento.

    A Tabela 2 extrada de ARRIGONI et al. (1998) ilustra numericamente o efeito do grupo

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    sexual sobre o desempenho biolgico e econmico quando comparam-se machos inteiroscom novilhas de mesmo grupo racial, terminados em confinamento. Ao analisarmos osdados observa-se que os machos apresentam maior ganho de peso dirio e menor custo daarroba produzida.

    TABELA 2. Desempenho e custos de produo em um sistema super-precoce.

    Avaliaes Machos Fmeas

    Nmero de animais 96 96Peso vivo inicial (kg) 370 230Peso vivo final (kg) 460 435aC.M.S. (kg/dia) 7,50 6,50Ganho de peso (kg/dia) 1,46 1,28Custo dirio confinamento (R$/dia) 1,12 1,00bEficincia alimentar 5,13 5,10Dias de confinamento 130 160Rendimento de carcaa (%) 56 54Custo da arroba no confinamento(R$)

    20,53 21,68

    a bC.M.S. = consumo de matria seca, kg de matria seca utilizada para ganho de 1 kgde peso vivo.

    Ressalta-se que os custos apresentados na Tabela 2 esto desatualizados, no entantopodem ser utilizados como referncia para comparao entre animais de grupos sexuaisdiferentes.

    2.3. PESO DE ENTRADA NO CONFINAMENTO

    At o final do sculo passado, a preferncia dos confinadores era por animais machoscom peso vivo entre 360 a 390 kg. Animais escolhidos nesta faixa de peso eram submetidosa um perodo de alimentao de 100 a 120 dias sendo abatidos com 16 a 18 arrobasdependendo do peso de entrada e da taxa de ganho de peso diria proporcionada pela dietautilizada, que geralmente encontrava-se entre 0,9 a 1,2 kg.

    Atualmente com a utilizao mais acentuada de alimentos concentrados, animais compesos menores esto sendo utilizados em sistema de produo de animais precoces esuper-precoces. Estes animais so confinados inteiros, com pesos entre 260 e 300 kg. Sosubmetidos a dietas que permitem ganhos entre 1,3 e 1,5 kg/dia, possibilitando o abateaps 130 a 150 dias de confinamento, produzindo 16 a 17,5 arrobas.

    Outra modalidade crescente em nosso meio, o confinamento de animais com pesosiniciais em patamares mais elevados, submetidos a dietas com maiores densidades deenergia (alta proporo de gros), permitindo que um mesmo curral de

    confinamento produza dois a trs lotes de bois terminados durante o perodo seco do ano,poca mais indicada para o confinamento de bovinos de corte. Os produtores que optam poresta estratgia, acreditam em maior rotatividade de animais, exploram intensamente oganho compensatrio, e otimizam o capital invest ido em equipamentos e instalaes. Nestecaso os animais acabam sendo confinados com peso vivo entre 420 e 450 kg.

    O ganho compensatrio explica-se por um desempenho acima do programado em umcurto espao de tempo. A justificativa para esse maior desempenho, reside no fato de que osanimais recebendo um plano nutricional inferior ao fornecido durante o confinamento,apresentam maior eficincia de uso de energia e protena para sua manuteno gerandoexcedentes maiores destes nutrientes para o ganho de peso.

    Quando optamos pela utilizao de fmeas, existem duas categorias de animais

    utilizados. Vacas de descarte e novilhas que entraro com pesos variados dependendo daraa e do tamanho maturidade. Os pecuaristas que confinam vacas de descarte,procuram explorar ao mximo o efeito do ganho compensatrio, enquanto os confinadoresde novilhas, esto atrelados aos mesmos princpios discutidos anteriormente para machos

    jovens.De forma geral, recomenda-se a seleo para confinamento, de novilhas com 240 a 330

    kg de peso vivo, dependendo da raa, do tamanho maturidade, do perodo deconfinamento desejado e do nvel nutricional da dieta utilizada, com objetivo destes animaisatingirem um peso de abate entre 11 e 15 arrobas.

    3.CLASSIFICAO DOS ALIMENTOS

    Os alimentos destinados alimentao animal so classificados em categorias deacordo com a sua composio qumica. Neste manual iremos abordar estas categoriasprocurando posicionar os alimentos mais utilizados para composio de dietas de animaisconfinados. No caso dos alimentos volumosos iremos discutir um pouco mais sobre aqualidade e os efeitos das condies edafo-climticas sobre a sua composio

    bromatolgica.Antes de iniciar o estudo dos alimentos nas suas respectivas classes, importante

    definirmos alguns termos constantemente utilizados pelo pessoal da rea tcnica.

    Valor Nutritivo x Qualidade

    Estes termos muitas vezes so utilizados com o intuito de classificar e/ou comparar osalimentos para animais ruminantes.

    Muitos tcnicos confundem estes termos considerando os mesmos sinnimos.Entretanto h grande diferena entre eles.

    O termo Valor Nutritivo corresponde apenas s caractersticas qumicas(bromatolgicas) do alimento em questo. O Valor Nutritivo de um alimento mensuradoem laboratrio, exceto o seu contedo energtico o NDT (Nutrientes Digestveis Totais), que mensurado em ensaios de digestibilidade com animais, ou estimado atravs de sistemasde equaes aplicadas com o auxlio dos valores de nutrientes determinados no laboratrio.

    Quando nos referimos a um alimento com o termo Qualidade, alm de considerarmosa composio qumica, soma-se ao mesmo o seu consumo. Desta forma o termoQualidade de um determinado alimento, muito mais justo para comparar alimentos entresi, uma vez que no adianta um alimento ou mesmo uma dieta apresentar uma anlisebromatolgica com nutrientes bem equilibrados, em relao s exigncias de umadeterminada categoria animal, se o seu consumo for restrito em funo de uma baixapalatabilidade ou excesso de fibra de baixa qualidade.

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    Para exemplificarmos esta situao podemos utilizar dois exemplos corriqueiros: oprimeiro o exemplo de uma silagem mal fermentada, que utilizada para confeco deuma dieta bem formulada que atende as exigncias de uma determinada categoria animal.

    A presena de cido butrico em determinados nveis em silagens, exercem efeitodepressor sobre o consumo de matria seca pelos bovinos uma vez que este o cidoorgnico pouco palatvel para os animais ruminantes. Como segundo exemplo, podemoscitar a cana-de-acar corrigida com uria, que embora tenha o problema do dficit deprotena resolvido com adio de nitrognio no protico, e em funo desta adio tem umconsumo mais elevado, quando comparado mesma sem ser corrigida com uria, estaforrageira ainda apresenta um consumo de matria seca muito aqum do potencial deoutros volumosos em funo da baixa digestibilidade da fibra.

    A baixa digestibilidade da cana ocorre porque a parede celular da planta, apresentaelevados teores de lignina, substncia que dificulta a digesto da fibra pelosmicrorganismos ruminais.

    Uma vez esclarecido estes termos vamos nos concentrar nas classes e nos alimentosque pertencem a cada uma delas.

    Basicamente podemos distribuir os alimentos em trs classes. Dentre estas podemosfazer uma primeira diferenciao em alimentos volumosos e alimentos concentrados. Osalimentos volumosos so aqueles alimentos mais fibrosos que apresentam em suacomposio bromatolgica nveis de fibra bruta (FB) na matria seca superiores a 18%.

    Alimentos com nveis de FB na matria seca inferiores a 18%, so classificados comoalimentos concentrados, e os alimentos concentrados por sua vez so subdivididos emduas classes: concentrados energticos e concentrados proticos.O que diferencia as duas classes de alimentos concentrados o nvel de protena bruta (PB)na matria seca dos alimentos. A classe dos alimentos concentrados proticos formadapor alimentos com mais de 20% de PB na matria seca, enquanto aqueles alimentos commenos de 20% de PB na matria seca so classificados como alimentos concentradosenergticos.

    Alimentos Volumosos(FB > 18%) Concentrados Energticos

    (PB < 20%)Alimentos Concentrados

    (FB < 18%) Concentrados Proticos(PB > 20%)

    3.1. ALIMENTOS VOLUMOSOS

    Na classe dos alimentos volumosos podemos citar: a silagem de milho, silagem desorgo, silagem de capim, silagem de cana, fenos de gramneas, feno de alfafa, cana-de-acar, capins para corte em capineiras, capins para pastejo, bagao de cana cru e obagao de cana hidrolisado.

    3.1.1. SILAGEM DE MILHO

    Na Tabela 3 observam-se os valores nutritivos dos volumosos mais utilizados naformulao de dietas para bovinos de corte.A silagem de milho o volumoso de melhor valor nutritivo dentre todas as opes que

    podemos utilizar na alimentao de ruminantes, apresentando custo de produo maiselevado, que acaba sendo compensado pela menor utilizao de gros na dieta,principalmente em pocas em que o preo dos gros (milho e sorgo) ou de resduosagroindstriais (caroo de algodo, polpa ctrica, refinazil etc...) encontram-se com preos

    elevados. Em lavouras bem conduzidas consegue seproduzir 11 a 13 toneladas de matria seca (MS) desilagem de milho por ha.

    Quando se decide pela utilizao de silagem demilho devemos definir j no momento do plantio, autilizao da lavoura, uma vez que a produo desilagem para alimentao de ruminantes requer aescolha de variedades adequadas, ajustes na adubaoe momento da ensilagem. Muitos produtores ensilammilho com o gro leitoso (ponto de pamonha), em vez deesperarem o aparecimento da linha do leite no gro,

    momento em que o gro apresenta consistnciafarincea mole. Observa-se a linha do leite no gro,quando cortamos o gro ao meio longitudinalmente.

    Quando a linha est posicionada em 2/3 da altura dogro de milho devemos iniciar o processo de corte domaterial, que dever ser terminado antes da linha estarabaixo da altura de 1/3 do gro.

    Silagens colhidas com o gro de milho comconsistncia leitosa, apresentam teor de matria secaabaixo dos 30% e teores de protena bruta na matriaseca acima dos 8,5%. No entanto quando colhemos omilho para ensilagem com o aparecimento da linha doleite, conforme exposto anteriormente, iremos obter umasilagem com teor de matria seca acima dos 30% eteores de protena bruta inferiores a 8,0%, conformepodemos observar na Tabela 4.

    Foto 1. Milho para silagem. Observeo tamanho das espigas que iro garantiruma elevada participao de grosna massa ensilada

    TABELA 3. Composio nutricional dos principais volumosos utilizados na alimentao debovinos de corte confinados.

    TEM** VOLUMOSOSil. de Capim Cana Sil. de Sorgo Sil. de Milho

    MS 18-25% 25-30% 30 33% 30 35%PB 6-8% 2-3% 7 9% 7 8%EE 1,5-2,2% 1-2% 2,0 3,0% 2,5 3,5%

    FDA 40-45% 28-35% 40 - 42% 30 32%FDN 71-76% 44-51% 62 65% 49 51%Ca 0,35-0,40% 0,18-0,25% 0,26 0,28% 0,20 0,23%

    P 0,15-0,20% 0,08-0,13% 0,20 0,24% 0,18 0,22%NDT 55-58% 56-60% 60 62% 63 66%

    ** PB = protena bruta, EE = extrato etreo, FB = fibra bruta, FDA = fibra em detergente cido, FDN = fibra emdetergente neutro, MS = matria seca, MM = matria mineral, P = fsforo, Ca = clcio, NDT = nutrientes digestveistotais.

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    A ensilagem do milho mais tardia, do ponto de vista de seu desenvolvimento fenolgico,embora reduza o teor de protena bruta, aumenta os teores de energia (NDT) e matria secana massa ensilada. O aumento no teor de matria seca na silagem importante, pois reduzos riscos de fermentaes indesejveis, como a produo de cido butrico, e reduz asperdas de nutrientes solveis atravs da produo de efluentes. Recomenda-se que osteores de matria seca nas silagens estejam sempre acima de 30%. Na silagem de milhomais especificamente, recomenda-se que ela seja produzida com teor de matria secaentre 32 e 35%.

    Ao analisarmos a Tabela 4 podemos observar que quando colhemos o milho em idademais avanada, ocorre uma reduo no teor de parede celular (FDN) na forragem ensilada.Isto ocorre devido a maior participao de gros na massa ensilada, que dilui a quantidade

    de FDN. A ensilagem do milho num ponto mais avanado, que o ponto de pamonha (groleitoso), permite que a planta aumente o peso das espigas, devido a um aumento naquantidade de amido acumulada pela planta, justificando o maior nvel de NDT em relao forragem colhida em estgios anteriores.

    TABELA 4. Variao na composio nutricional da silagem de mi lho em funo do momentode colheita da planta para ensilagem.

    Fraes analisadas** Silagem de milho Silagem de milhoGro leitoso Gro farinceo mole

    PB 9,50 7,98EE 2,38 3,99FB 26,93 21,40

    FDA 33,65 24,93FDN 58,52 47,98

    MS 100C 22,13 32,19MM 6,10 4,04

    P 0,32 0,23Ca 0,39 0,13

    NDT estimado 61,22 66,29

    Fonte: LabTec Guabi (2006).** PB = protena bruta, EE = extrato etreo, FB = fibra bruta, FDA = fibra em detergente cido, FDN = fibra em

    detergente neutro, MS = matria seca, MM = matria mineral, P = fsoforo, Ca = clcio, NDT = nutrientesdigestveis totais.

    De forma geral os materiaisselecionados e indicados paraproduo de silagem, devem sercolhidos com idade de 90 a 100dias aps a germinao (foto 2).

    Foto 2. Colheita de milho para ensilagemcom ensiladeira de uma linha.

    3.1.2. SILAGEM DE SORGO

    O sorgo para produode silagem deve ser o deduplo propsito para que as i la g e m se ja d e b o aqualidade. Estes materiaisapresentam altura mdia daplanta entre 2,2 a 2,5 metros(foto3), possuindo uma

    pancula de porte razovel,permitindo produes dematria seca por hectare nosmesmos patamares dasilagem de milho, quando asl a v o u r a s s o b e mconduzidas. As variedadesde sorgo forrageiro, emborat e n h a m p o t e n c i a l d eproduo superior, atingindoprodues ao redor de 16 a

    Foto 3. Variedade de sorgo recomendada para ensilagem.Plantas com 2,2 a 2,5 metros de altura.

    19 toneladas de MS/ha, devido ao porte da planta ser de aproximadamente 3 metros dealtura, apresentam maiores riscos de acamamento por ventos, elevando as chances deperda. Alm disso, apresentam valor nutritivo inferior, muito prximo ao de uma silagem decapim, criando limitaes ao uso mais amplo deste material forrageiro.

    O produtor rural no deve se iludir com custos menores da silagem de sorgo em relao silagem de milho, quando for definir sobre a produo de volumosos. Lavouras de sorgocomo de milho bem conduzidas, apresentam mesmos custos de produo, para produzir de11 a 13 ton de MS/ha com bom valor nutritivo. Sendo assim a escolha em produzir silagemde milho em detrimento da silagem de sorgo, dever ser a melhor opo na maioria dassituaes, exceto em regies do pas com acentuado dfici t hdrico como o norte e nordestedo estado de Minas Gerais, a regio Nordeste do pas, quando a lavoura for estabelecidaem perodo de safrinha ou quando a rea de plantio for prxima a reas urbanas. Em

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    regies de precipitao pluviomtrica adequada como a maioria das reas agrcolas docentro-sul brasileiro, quando a opo for pelo plantio de sorgo para ensilagem, e esteocorrer nos meses de outubro ou novembro, a cultura do sorgo permitir um segundo cortecom uma produo de massa de at 60% do primeiro corte, dependendo das condiesclimticas e de fertilidade do solo.

    O valor nutritivo da silagem de sorgo feita com material de duplo propsito encontra-sena Tabela 3. Para obtermos silagens com esta caracterstica devemos ensilar a planta desorgo com 21 a 28 dias aps o florescimento (ZAGO, 1999).

    Na Tabela 5 construda com dados produzidos por ANDRADE & CARVALHO (1992)podemos observar o efeito da consistncia dos gros sobre o valor nutritivo da silagem desorgo. Ao analisarmos estes dados observa-se que o sorgo a exemplo do milho dever ser

    ensilado quando a consistncia do gro for farincea, momento em que planta apresentarteor de matria seca prximo a 30%.

    TABELA 5. Efeito do estgio de maturao da planta aferido atravs da consistncia dogro sobre o valor nutritivo de silagens produzidas com sorgo de duas variedadescomerciais utilizadas no Brasil.

    Es t g io d e ma tu ra o AG 2 0 0 2 BR 5 0 6

    M S F B D M S D F B M S F B D M S D F B

    Lei toso 23,2 35,5 57,3 51,2 26,6 31,4 61,4 54,2

    Far inceo 30,3 24,3 61,7 42,2 28,2 25,9 63,7 52,2

    Duro 31,0 28,8 59,0 43,5 29,2 28,0 62,0 44,2

    Fonte: Andrade & Carvalho (1992).

    De forma geral tanto para silagem de sorgo como para a silagem de milho, devemos estaratentos para o tamanho de corte das partculas de forragem, que dever possuir umtamanho mdio de 10 a 12 mm, ou seja 1,0 a 1,2 cm para permitir uma adequadacompactao da forragem colhida no momento do enchimento dos silos. Esta compactaose faz necessria, para expulsar ao mximo o oxignio da massa a ser ensilada, garantindoque a fermentao anaerbica ocorra de forma eficiente, com adequada produo de cidoltico, o principal agente conservante da forragem ensilada.

    3.1.3. CANA DE ACAR

    A cana de acar um volumoso com maior potencial de produo quando comparadoao milho, ao sorgo e ao girassol. Entretanto apresenta nveis nutricionais inferiores,principalmente quanto ao teor de protena bruta. A cana um volumoso extremamente

    deficiente em protena, uma vez que o nvel mnimo para um bom funcionamento ruminal de 7% (MINSON, 1990). Os nveis de PB da cana de acar raramente sero superiores a3% quando a planta atinge seu ponto de maturao (perodo seco do ano). Na foto 4podemos observar uma variedade de cana com porte ereto, no momento ideal para corte.Este material encontra-se maduro com grande participao de colmos, local onde ocorre aconcentrao de acares, como a sacarose, importante fonte de energia para bovinos emconfinamento.

    Em contrapartida a cana umvolumoso interessante quandocomparado aos demais, pois aocontrrio dos outros volumosos elaapresenta melhora intensa no seunvel energtico (% de NDT namatria seca), em funo doacmulo de sacarose no colmo amedida que a p lan ta va imaturando ao redor dos 8 a 10meses de crescimento vegetativo.

    Este acmulo de sacaroseapresenta um efeito de diluiosobre a frao fibrosa, paredecelular da planta (Fibra emDetergente Neutro FDN),apresentando nveis de fibrainferiores a outros volumosos maisnobres como pode ser observadona Tabela 3.

    Foto 4. Canavial com variedade de porte ereto, maduro,com grande participao de colmos.

    Embora a cana apresente valores inferiores para a FDN, a fibra da cana de baixaqualidade, o que diminui acentuadamente a taxa de digesto e o potencial de digestoruminal desta frao pelos microrganismos ruminais, reduzindo o consumo de matriaseca, mesmo quando o teor de PB da cana tenha sido corrigido com alguma fonte deprotena e/ou nitrognio no protico. Sendo assim a utilizao da cana como volumoso,exige a utilizao de maiores quantidades de alimentos concentrados com nveis maiselevados de PB, caso a cana no tenha sido corrigida com uria.

    A grande vantagem da cana asua elevada produo de matriaseca por hectare, atingindo valoresentre 20 e 30 toneladas, e o seubaixo custo de produo quandocomparado silagem de milho esorgo representando algo em tornode 50 a 60% do custo de produodestas silagens.

    Devemos ficar atentos necessidade do produtor plantarpelo menos duas variedades decana, quando optar pelo uso destea l i m e n t o v o l u m o s o n oarraoamento de bovinos de corte.

    A indicao de uma variedadeprecoce para ser utilizada entre

    junho a agosto, e outra mais tardiapara ser utilizada nos meses finaisdo confinamento, agosto a outubro, conduta desejvel para quesempre os animais recebamfo r ra g e m co m b o m va lo r energtico.

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    Na Figura 1 extraida de PATE (1977) podemos observar o efeito dos dias decrescimento vegetativo sobre a composio qumica da cana de acar. medida que acana avana seu estgio de crescimento, ocorre uma reduo nos teores de fibra e protenabruta devido ao acmulo de sacarose (contedo celular), promovendo um efeito de diluio.

    Um fator muito importante na colheita da cana para alimentao de ruminantes,especialmente para bovinos confinados, o tamanho da partcula. Este no dever excederum tamanho mdio de 10 mm, ou seja, 1 cm. Partculas com tamanho mdio superior a esteprovocaro queda no consumo devido baixa qualidade da fibra da cana.

    Animais com consumo abaixo da mdia projetada tero o ganho de peso comprometidopodendo inviabilizar o resultado econmico do confinamento,uma vez que esta umaatividade de alto risco. Sugere-se muita ateno com o corte das facas que devero ser

    amoladas diariamente ou at duas vezes ao dia dependendo da quantidade de canacolhida. Quando o desgaste das facas chega no seulimite, onde no se permite fazer uma amolao adequada, a troca das facas dever serconsiderada.

    3.1.4. SILAGEM DE CAPIM

    A silagem de capim um volumoso que vem sendo cada vez mais utilizado pelospecuaristas, apresentado um dos menores custos de produo. Entretanto estes custosso atingidos apenas quando o pecuarista apresenta tamanho suficiente, que justifique aaquisio de mquinas dimensionadas para a colheita e picagem do capim, que custambem mais do que as mquinas utilizadas para produo de silagens de milho e sorgo.

    Outra observao importante o fato, que diversas vezes foi divulgado nos meiosacadmicos, que a grande vantagem da ensilagem de capim seria a conservao doexcendente de produo das pastagens no perodo do vero.

    A produo da silagem de capim no deve ser encarada desta forma, uma vez que area destinada produo de capim para ser ensilado dever ser formada j com esteintuito, para que a operao de ensilagem possa ser conduzida sem danos aosequipamentos de corte. Alm disso, em uma simulao realizada por Nussio et al. (2001),os autores observaram que os menores custos de produo com silagem de capim, foramatingidos quando a ensilagem foi realizada com material produzido em reas com elevadaprodutividade de matria seca, proporcionada por adubaes corretivas e de reposio denutrientes.

    A principal vantagem da silagem de capim que este material apresenta elevadaprodutividade, atingindo valores entre 25 e 30 toneladas de MS/ha, com baixo custo deproduo por tonelada de matria original (sem descontar a umidade). No entanto quandoconsideramos o custo por tonelada de matria seca e principalmente por tonelada denutrientes digestveis totais, o preo se equivale aos outros volumosos. Soma-se a isto amaior quantidade de alimentos concentrados necessrios para permitir bonsdesempenhos, o uso da silagem de capim dever ser considerado em operaes ondeoutras opes de volumosos so inv iveis ou ento em ocasies quando o preo dos grose resduos agroindustriais encontram-se baixos.

    No processo de produo da silagem de capim devemos considerar as principais

    limitaes para uma adequada fermentao do material ensilado, o elevado teor deumidade e a baixa concentrao de carboidratos solveis. Estas duas limitaes deveroser transpostas para garantirmos que a silagem apresente fermentao mais adequada,minimizando a produo de cido butrico e maximizando a fermentao ltica.

    A polpa ctrica um aditivo que consegue atuar sobre as duas limitaes bsicasapresentadas pelos capins tropicais no momento da ensilagem. Isto porque a polpa possuigrande quantidade de carboidratos solveis que estimulam o processo de fermentao e

    pectina, carboidrato com elevada capacidade adsorvente de gua aumentando o teor dematria seca da massa ensilada inviabilizando a proliferao de microrganismosindesejveis responsveis pela protelise e produo de cido butrico. A polpa ctricadever ser includa na proporo de 10 a 13% do total de capim ensilado.

    No entanto, h regies do pas em que no h disponibilidade de polpa ctrica a um baixocusto, devido distncia em relao s indstrias de suco de laranja. Nestes locais, torna-se invivel a utilizao deste material, obrigando a utilizao de aditivos enzimo-bacterianos, com o objetivo de aumentar a disponibilidade de carboidratos solveis, a partirda degradao de parte da hemicelulose presente na parede celular do capim, queposteriormente ser fermentado para produo de cidos orgnicos, principalmente cidoltico. No entanto uma das limitaes apresentadas pelos capins tropicais continua sem ser

    solucionada, que o elevado teor de umidade. Assim os resultados obtidos com o usodestes produtos presentes na literatura internacional, demonstram que em 50% dasavaliaes os resultados foram positivos contra 50% de resultados em que a adio deaditivos enzimo-bacterianos no promoveu alteraes significativas na qualidade do capimensilado.

    Do mesmo modo que para o milho, o sorgo e a cana de acar o capim tem umdeterminado momento em que a colheita dever ocorrer. Este momento escolhido emuma fase de desenvolvimento da planta forrageira em que procuramos conciliar umadequado rendimento forrageiro (toneladas/ha) sem grandes prejuzos ao valor nutritivo daplanta. Na Tabela 6 podemos observar o momento ideal, em dias de crescimento aps ocorte, que devemos ensilar as espcies de capins tropicais mais cultivadas em territrionacional.

    Na Tabela 7 encontram-se outros volumosos que so utilizados com menor freqnciana alimentao de bovinos de corte confinados. So silagem de cana, o bagao de canaauto hidrolisado, a silagem de girassol e o bagao cr.

    TABELA 6. Idade de crescimento mais indicada para o corte das principais espcies e

    variedades de capins tropicais para produo de silagem.

    Espcies ou variedades Dias de crescimento

    Brachiaria decumbens 30 a 25 diasBrachiaria brizantha, Marand (Braquiaro) 35 a 40 diasBrachiaria brizantha, MG 5 35 a 40 diasPanicum maximum, Tanznia 28 a 32 diasPanicum maximum, Mombaa 28 a 32 diasPenisetum purpureum, Capim Elefante ouNapier

    45 a 50 dias

    Estes volumosos so utilizados em menor quantidade na terminao de bovinos por umasrie de dificuldades. Entretanto alguns deles vm tendo seu uso mais difundido em funode novas pesquisas que foram realizadas com o intuito de viabilizar a utilizao destesalimentos.

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    3.1.5. BAGAO DE CANA IN NATURA

    Com a reduo no preo dos gros no ano de 2006, muitos confinadores optaram porimplantar dietas com elevada participao de gros, no se importando mais com aqualidade do volumoso, viabilizando a utilizao do bagao de cana cr em sistemas deconfinamento, prximos a reas produtoras de cana de acar.

    A utilizao de grandes quantidades de gros e/ou resduos agrodindustriais na dieta debovinos confinados, devido a mudanas na microfolora ruminal, dificulta a degradao dafibra de volumosos de boa qualidade (DIXON & STOCKDALE, 1999), o que muitas vezesaproxima a degradabilidade ruminal de volumosos de elevada e baixa qualidade nutricional .No caso do bagao cru, quando comparado ao bagao auto hidrolisado, MEDEIROS (1992)

    no observou diferenas quando os dois bagaos foram testados em dietas com mais de70% de alimentos concentrados.

    O uso de grandes quantidades de gros, ao elevar o desempenho ponderal de bovinosde corte confinados, promove maior diluio das exigncias nutricionais de manuteno,reduzindo o custo do ganho de peso. Maiores ganhos de peso sempre so favorveis,mesmo em pocas onde o preo dos gros e resduos agroindustriais, encontram-se empatamares superiores, devido a diluio dos custos fixos do confinamento, inclusive aquantidade de alimentos consumida para permitir a manuteno dos animais. Nestecontexto vm crescendo a demanda por bagao cr uma vez que a utilizao de dietas commaiores quantidades de alimentos concentrados permite que pecuaristas sem tradio eknow how agrcolas possam tornar-se grandes confinadores, devido a baixa demanda poralimentos volumosos nestes sistemas de produo.

    TABELA 7. Composio nutricional de outros volumosos utilizados na alimentao debovinos de corte confinados.

    TEM VOLUMOSOSilagem de cana B.A.H. B.I.N. Sil. de Girassol

    MS 25-30% 48 53% 50-55% 22 27%PB 2 3 % 1- 2% 0,5 1,0% 10 12%EE 1-2% 8 9% 0,2-0,8% 10 12%

    FDA 30-37% 50-54% 52-57% 30 - 38%FDN 48-55% 52-57% 87-92% 58 65%Ca 0,18-0,25% 0,16 0,20% 0,08-0,11% 1,2 1,5%P 0,08-0,13% 0,08 0,11% 0,02-0,06% 0,24 0,29%

    NDT 50-55% 52-56% 28-32% 70 - 74%

    3.1.6. SILAGEM DE CANA

    A silagem de cana de acar, que um dos maiores anseios dos pecuaristas, devido reduo no uso de mo de obra diria, deve ser analisada dentro do sistema de produo,considerando todos os pontos positivos e negativos de sua ensilagem, devido aoincremento no custo, que o processo de ensilagem provoca.

    Uma das justificativas para no ensilar a cana, que esta planta forrageira atinge opice de seu valor nutricional justamente no perodo seco do ano, coincidindo com omomento de maior demanda por alimentos volumosos. Entretanto alguns produtores

    justificam a necessidade da ensilagem da cana, em funo da facilidade de manejo daalimentao dos animais durante o perodo de confinamento. O uso da silagem de canareduz a utilizao de mo de obra neste perodo, pois as operaes de colheita e picagem,

    j foram realizadas no momento da ensilagem. A alimentao dos animais nos finais desemana e feriados, poder ser conduzida com a participao de plantonistas, reduzindo ocusto de horas extras e os problemas trabalhis tas.

    No entanto, a ensilagem da cana leva a problemas de fermentao no silo, difceis deserem controlados atualmente. O principal a produo de lcool etlico. A fermentao

    alcolica alm de reduzir o consumo do volumoso pelos animais, reduz a concentrao deenergia na MS do volumoso (NDT), porque a transformao dos acares solvies(sacarose) em lcool, promove perdas de 50% da energia no processo de transformao naforma de CO2, alm das perdas por volatilizao do lcool etlico produzido. Esta situaopode ser observada quando comparamos os nveis de energia presentes na cana de acar(tabela 3), com os nveis apresentados pela silagem de cana na tabela 7.

    Atualmente pesquisas vm sendo conduzidas na ESALQ-USP com o intuito deminimizar estas perdas com resultados satisfatrios, quando se utiliza bactriasheterolticas como o Lactobacillus buchneri em vez das tradicionais cepas homolticasutilizadas como aditivos estimulantes de fermentao presentes na maioria dos produtoscomerciais destinados a produo de silagens de milho e sorgo, Lactobacillus plantarum,Pediococcus sp. e Streptococcus faecium.

    Assim a deciso pela ensilagem da cana de acar dever ser tomada baseada numasrie de condies pr-estabelecidas, considerando custo e disponibilidade de mo deobra, custo de concentrado, aditivo a ser utilizado no processo, sobra de cana, fogoacidental, proximidade de usinas que possam adquirir as sobras, custo de produo dasilagem etc...

    3.1.7. SILAGEM DE GIRASSOL

    A silagem de girassol apresenta bons nveis nutricionais apresentando-se como opo paraconfinamento. Ressalta-se que neste caso o bom valor nutricional da silagem de girassol,ocorre devido aos nveis mais elevados de gordura nesta planta, compensando a baixapresena de amido no girassol. O teor mais elevado de gordura na silagem de girassol podeser visualizado pelos nveis de extrato etreo que constam na tabela 7. A presena demaiores nveis de gordura na silagem de girassol, limita o uso de algumas matrias primaisricas em leo como o caso do caroo de algodo na formulao de dietas para bovinosconfinados.No entanto devemos ressaltar que os custos de produo da silagem de girassol

    encontram-se muito prximo da silagem de milho e de sorgo, o que no justifica a escolhadesta, em detrimento das culturas de milho em situaes normais. A escolha entre o girassole o sorgo dever ser bem avaliada, uma vez que os riscos de insucesso com o girassol somaiores quando comparados ao sorgo, uma vez que o excesso de gordura limita a

    fermentao do material, alm dos riscos de pragas e da falta de know how na produodo girassol.

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    3.1.8. BAGAO AUTO HIDROLISADO

    Nesta seo iremos discutir a utilizao do bagao de cana hidrolisado na alimentaode animais ruminantes. O bagao hidrolisado (B.A.H.) como iremos nos referir a partir desteponto, um volumoso obtido atravs do processamento do bagao de cana in natura naagroindstria sucro-alcooleira. Cada tonelada de cana de acar processada na indstriagera aproximadamente 250 kg de bagao in natura (BURGI, 1986). Este resduo criavaproblemas de descarte at a alguns anos atrs, pois alm de sua queima para gerao devapor nas usinas e destilarias do setor e tambm nas indstrias de suco de laranja, agerao de energia eltrica com o excedente nem sempre era lucrativa para as usinas.Entretanto com a crise energtica de 2001/2002 algumas unidades produtoras se

    reequiparam com caldeiras mais eficientes, atravs de financiamentos via BNDES,gerando maiores excedentes que foram destinados produo de energia eltrica,comprada pelo governo para repasse s distribuidoras por preos elevados, garantidosatravs de contratos para os prximos seis anos o que tornou invivel o custo deoportunidade para uso do bagao hidrolisado para terminao de bovinos no estado de SoPaulo.

    Com o trmino da crise energtica, novas unidades de produtoras de energia eltricaatravs da queima do bagao no conseguiram os preos elevados que o governo pagounos primeiros contratos firmados no pico da crise, o que poder gerar juntamente com oaumento na produo de cana no pas novos excedentes de bagao para ser autohidrolisado.

    O B.A.H. um volumoso obtido atravs do tratamento do bagao in natura compresso e calor, atravs da injeo controlada de vapor na cmara de hidrlise, para queseja atingida uma presso de 17 kgf/cm2 por 5 minutos a uma temperatura entre 190 e200C. Neste processo ocorrer uma desestabilizao das ligaes acetil existentes entre alignina e a hemicelulose produzindo cido actico, que no momento da descompressorepentina, provoca uma expanso da parede celular (fibra), rompendo a estrutura damesma e solubilizando a hemicelulose, que transforma-se em furfural e acares solveis.Desta forma ocorrem transformaes qumicas e fsicas no bagao de cana in natura, que um volumoso de baixo valor nutritivo com apenas 30% de NDT, transformando o mesmonum volumoso de mdio valor nutrit ivo com NDT entre 50 e 55%.

    O B.A.H. apresenta valores baixssimos de protena bruta (tabela 7), e uma fibra debaixa efetividade com elevada taxa de passagem ruminal, causando um elevado consumode MS, ao redor de 3% do peso vivo, fato no observado com outros volumosos.Para o uso de B.A.H. na alimentao animal, h a necessidade de correo dos nveis deprotena e energia com a utilizao de elevadas quantidades de concentrados, e a correodos nveis de fibra efetiva com incluso de 5 a 10% de bagao in natura na matria seca dadieta.

    Um inconveniente do B.A.H. a distancia entre o local de produo e o local deutilizao, pois o frete do B.A.H. um tem que poder onerar o custo de produo da arrobade bovinos confinados com dietas contendo B.A.H. Por outro lado este volumoso porapresentar pH 3, em funo da produo de cido actico durante o processo de hidrlise,pode ser armazenado ao ar livre, no requerendo investimentos adicionais em

    armazenagem.Como pode ser observado, a escolha entre um ou outro volumoso, dever ser baseadanuma srie de fatores, que sinalizaro a melhor opo em funo do mercado de gros,regies produtoras, sistemas de produo, localizao da propriedade, disponibilidade derecursos tcnicos, know how entre outros.

    3.2.CONCENTRADOS ENERGTICOS

    A utilizao dos concentrados energticos depende da disponibilidade e custos destesalimentos nas diferentes regies de explorao pecuria. Como exemplo, podemos citarque na regio central e noroeste do estado de So Paulo poderemos encontrar polpa ctricae refinazil que so resduos da agroindstria, em abundncia e a custos razoveis,enquanto nos estados de Gois e Mato Grosso poderemos encontrar caroo de algodo,milho e sorgo a preos bem menores quando comparados aos praticados em So Paulo.Desta forma a utilizao destes produtos muitas vezes encontra-se regionalizada.

    Abaixo na tabela 8 apresentamos a descrio de alguns alimentos concentradosenergticos que podero ser utilizados na alimentao de bovinos de corte confinados e/ou

    semi-confinados.

    TABELA 8. Composio nutricional dos alimentos concentrados energticos utilizados naalimentao de bovinos de corte confinados e semiconfinados (nutr ientes em % da MS).

    Alimento MS PB EE FDN Ca P NDT

    % % % % % % %

    Milho gro modo 88 8-10 4,5 12 0,03 0,35 88Sorgo gro modo 88 9-10 3,0 18 0,03 0,32 82Grmen de milho 89 11-12 11,0 10 0,04 0,30 85Refinazil 89 23 2,4 45 0,36 0,80 81Farelo de Arroz 90 14 15,0 33 0,08 1,50 70Farelo de Trigo 89 16 4,4 51 0,13 1,38 70Polpa Ctrica 88 6,5 3,5 27 3,00 0,13 77Casca de soja 89 12 2,0 67 0,46 0,20 70Caroo de algodo 90 22 20,0 43 0,20 0,60 94Raspa de Mandioca 88 4 0,6 13 0,21 0,08 73

    Dentre estes alimentos devemos estar atentos aos nveis de incluso dos materiais comelevado nvel de gordura (EE), como o caroo de algodo, farelo de arroz e o grmen demilho. Na dieta de animais confinados a porcentagem de gordura na MS da dieta no deveultrapassar 5%. Sendo assim uma restrio dever ser criada durante a formulao dadieta, limitando o nvel de gordura em 5%.

    3.2 .CONCENTRADOS PROTICOS

    Os concentrados proticos atualmente encontram-se com disponibilidade limitada nomercado devido limitao gerada pela Encefalopatia Espongiforme Bovina (Doena daVaca Louca). Em funo desta patologia todos os produtos de origem animal como afarinha de sangue, farinha de penas, farinha de carne e farinha de carne e ossos, estoproibidos de serem util izados na alimentao de ruminantes. O uso da cama de frango e dasfezes de poedeiras, devido possibilidade de contaminao cruzada pela presena destesingredientes nas raes de aves tambm est proibido.

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    Assim as opes de concentrados proticos para alimentao de bovinos de corte emconfinamento e semiconfinamento, restringem-se aos seguintes alimentos expostos natabela 09.

    TABELA 9. Composio nutricional dos alimentos concentrados proticos utilizados naalimentao de bovinos de corte confinados e semiconfinados (nutrientes em % da MS).

    Alimento MS PB EE FDN Ca P NDT

    % % % % % % %

    Farelo de soja 45 89 50 1,8 10 0,32 0,66 81Farelo de algodo 38 89 42 1,6 31 0,18 1,16 74Farelo de algodo 28 89 31 1,7 45 0,22 1,10 70Farelo de Amendoim 89 48 1,8 14 0,22 0,65 77Levedura Seca de Cana 90 32-29 1,2 0 0,36 1,60 77Uria 100 280 0 0 0 0 0

    Dentre estes alimentos devemos destacar a uria que uma fonte de nitrognio noprotico, que deve no ultrapassar mais do que 1/3 de todo a PB da dieta. Por exemplo umanimal em terminao ingerindo 1100 gramas de PB por dia, dever consumir no mximo360 gramas de Equivalente Protico proveniente da uria. Isto resulta em uma ingestodiria de uria de 129 gramas por d ia. Significando uma incluso de 1% a 1,2% de uria namatria seca da dieta.

    Outra observao importante que para uma utilizao eficiente da uria, h anecessidade de que haja uma relao nitrognio:enxofre na dieta de 12:1. Para que istoocorra podemos utilizar a mistura uria + sulfato de amnio na proporo de 9:1. Estamistura que dever ser colocada na proporo de 1 a 1,2% da matria seca da dieta,porque o sulfato de amnio possui 20% de nitrognio o que gera um equivalente protico de125% (20 x 6,25).

    Outro alimento protico que merece ateno o farelo de amendoin, devido possibilidade de contaminao do mesmo por aflatoxinas durante o processo de colheitado amendoim. Para que este produto seja utilizado na alimentao de ruminantes os nveisde aflatoxinas devem estar abaixo de 50 ppb.

    3.3. MINERAIS

    Os minerais so nutrientes importantes na alimentao de bovinos. Alguns mineraiscomo o clcio, fsforo e enxofre apresentam funes estruturais fazendo parte de tecidosque do sustentao ao organismo como os ossos e a musculatura esqueltica. Outros

    elementos como sdio, cloro, ferro, zinco, cobalto, iodo, cobre e selnio, atuam de formamais funcional no organismo animal, participando de reaes enzimticas e hormonais,absoro de alimentos, manuteno da homeostase orgnica, transporte de gases entreoutras funes que poderiam ser citadas.

    A maior dificuldade da suplementao de minerais para ruminantes manejados empastagens, a certeza de que quantidades adequadas de cada elemento est sendoingerida pelos animais, uma vez que o consumo dos suplementos varivel e sofre

    interferncia de fatores do meio ambiente das pastagens e do prprio suplemento(MANZANO et al. 2006).

    Assim a forma mais prtica de fornecer elementos minerais aos animais atravs darao concentrada. Esta forma torna-se de uso limitado em sistemas de pastejo uma vezque a maioria destes em nosso pas baseiam-se na utilizao exclusiva de forragem para aalimentao dos animais.

    No entanto em sistemas de confinamento e semi-confinamento onde quantidadesapreciveis de concentrados so fornecidas aos bovinos, os elementos minerais que tmsua suplementao necessria, podem ser veiculados via rao, eliminando a necessidadede construo de cochos apropriados para fornecimento de suplementos minerais nasinstalaes de confinamento.

    4. MANEJO DE COCHO EM SISTEMAS DE CONFINAMENTO

    O manejo de cocho em sistemas de confinamento uma combinao de fatores demanejo envolvidos para obter-se o mximo de desempenho, o mnimo de distrbiosdigestivos e manter o gado se alimentando. O manejo de cocho e o controle de qualidadeso diretamente ligados ao desempenho bio-econmico do confinamento (ESMINGER,1987).

    Atualmente a utilizao de sistemas de formulao e/ou avaliao de dietas a customnimo ou lucro mximo, tornou-se prtica comum na maioria dos projetos de terminaointensiva e semi-intensiva de bovinos de corte. Estes sistemas so operados por tcnicoscompetentes, conectados ao mercado de aquisio de matrias primas, o que lhes conferea capacidade de formular dietas bem equilibradas e capazes de propiciar excelentesdesempenhos durante o perodo de confinamento.

    No entanto por melhor otimizada que seja uma dieta, se ela no chegar de forma farta ebem misturada ao sistema digestivo dos animais confinados, o resultado ponderal no sero desejado, na foto 5 podemos observar a distribuio de rao para animais confinados.

    Assim o manejo de mistura e fornecimento, constitui-se numa das mais importantes fasesde todo o sistema, pois poder ser ponto de estrangulamento no resultado final doempreendimento.

    Menor ingesto de nutrientes, desequilbrio na proporo destes nutrientes, falta deadaptao dos microorganismos ruminais s mudanas na dieta, so alguns pontos quepodero ser controlados com um bom manejo de cocho.Evolutivamente os bovinos so adaptados ingesto de dietas baseadas em forragens.

    Mas, tradicionalmente nas ltimas dcadas, a necessidade de aumentar aprodutividade e a lucratividade de sistemas de produo de bovinos de corte, vem exigindoa adaptao destes animais, dietas com propores cada vez maiores de gros e/ouresduos agroindustriais, utilizando-se dietas com elevaes gradativas nos nveis dealimentos concentrados (isto 60%, 40%, 20% e 10% de volumosos apenas na dieta).Isto se faz necessrio para adaptao dos microorganismos ruminais.

    Perodo Volumoso % da MS da dieta Concentrad o % da MS da dietaPrimeiras 48 horas 100% 0%

    3o ao 7o dia 80% 20%2a Semana 60% 40%3a Semana 50% 50%4a Semana 40% 60%5a Semana 30% 70%6a Semana 20% 80%7a Semana 10% 90%

    TABELA10 -Programade adaptaoao consumode alimentosconcentradospor bovinosconfinados(MS = matria seca).

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    Resultados de pesquisa demonstram queelevaes no nvel de concentrado na dieta deanimais confinados de 0% at 55%, podem serfeitas com menores perodos de adaptao(PRESTON, 1998). Quando o nvel deconcentrado na dieta estiver entre 55% e 80%,PRESTON (1998) sugere que o perodo deadaptao sejam mais prolongado, pois foiobservado que exatamente nesta faixa deutilizao de alimentos concentrados, ocorrema maioria dos distrbios digestivos em animais

    confinados. Depois de atingido o nvel de 80%de concentrado, caso seja necessrio reduzirmais ainda o nvel de volumoso na dieta, amudana poder ser realizada com maiorrapidez novamente.

    Foto5. Distribuio de rao para bovinosconfinados com vago misturador.

    Em nosso meio, a maioria dos confinadores trabalham com dietas contendo umarelao volumoso:concentrado entre 60:40 e 40:60, permitindo que perodos de adaptaode 10 a 15 dias sejam utilizados. Nos projetos com maior utilizao de alimentosconcentrados perodos de adaptao de 30 a 40 dias so desejveis, para reduzir aincidncia de acidose ruminal, timpanismo, ruminite e formao de abcessos hepticos.

    O objetivo principal de um projeto de confinamento de bovinos maximizar o consumode uma rao ou dieta de alta qualidade, uma vez que a taxa e a eficincia de ganho de pesoesto relacionadas ingesto de nutrientes, principalmente energia (ESMINGER, 1987).

    Quanto maior a ingesto de nutrientes por um animal maior ser a diluio dasexigncias de manuteno, resultando em maior ganho de peso e eficincia alimentar, commelhor relao custo benefcio no ganho de peso e consequentemente produtocomercializado. Na figura 2 extrada de ESMINGER (1987) pode-se observar o efeito noaumento da ingesto de alimentos, sobre o desempenho de bovinos confinados com dietasformuladas com alta proporo de alimentos concentrados.

    1,36

    1,13

    0,91

    0,68

    0,45

    0,23

    GanhoDirioPrevisto(Kg)

    Kg Alimento/Dia

    2,72 3,63 4,54 5,45 6,36 7,26 8,17

    1,85 kg de alimento = 0,5 Kg de ganho

    Fig. 2 - Relao entre a ingesto diria de alimento e a taxa de ganho de um novilho confinado com peso vivo de 273 Kg, consumindouma dieta composta por 85% de concentrado (Fonte: Esminger, 1987)

    Experimentos e nossa experincia demonstram claramente que um aumento nafreqncia de alimentao (mais do que uma vez por dia), melhora o desempenho animal aum nvel de retorno financeiro que excede os custos adicionais de fornecimento dealimentos. Por esta razo, a maioria dos confinamentos comerciais adotam, a freqncia detrs perodos de alimentao (tratos) por dia. Em algumas situaes observa-se que umafreqncia de alimentao superior a trs vezes por dia, produz resultados melhores deganho de peso e eficincia de ganho, quando comparados ao fornecimento de trs tratosdirios. Entretanto o aumento de desempenho conseguido com nesta ltima opo (mais doque trs tratos dirios) nem sempre suficiente para compensar o aumento de custos.

    Apenas em situaes extremamente particulares uma freqncia de alimentao diriasuperior a trs, seria compensada com aumento na taxa e eficincia de ganho de peso.

    Estes casos ocorrem quando no h espao de cocho ou mesmo capacidade de cocho(volume) suficiente para alimentao de um determinado lote de animais. Neste casopodemos observar que 100% dos animais de um determinado lote se dirigem ao cocho nomomento do arraoamento, e neste momento no espao suficiente que para que todos osanimais se posicionem na linha de cocho simultaneamente. A presena de mais de 70% dosanimais do lote na linha de cocho no momento de distribuio da rao indica falta desaciedade, demonstrando que est ocorrendo falta de alimento nos cochos. Em lotes deanimais bem alimentados observa-se que 30% dos indivduos do lote permanecem em cioou ruminante no momento da alimentao do lote.

    Outro fator que devemos observar so as sobras. Uma pequena sobra de alimentosdever ocorrer nos cochos antes do prximo trato dos animais. Esta sobra dever ser de 5 a10% da dieta fornecida em cada trato, e composta pela maioria dos ingredientes da dieta,demonstrando claramente que o consumo no ocorreu pela saciedade dos animais, e nodevido falta de palatabilidade e/ou seleo. Na foto 6 podemos observar um cocho semnenhuma sobra de alimentos e na foto 7 um cocho com sobra apenas de partculasgrosseiras do volumoso utilizado (cana-de-acar), que os animais no ingerem, portantono podemos considerar como sobra.

    No entanto a capacidade depermitir que sobras no sejamsuperiores ou inferiores a faixasugerida anteriormente, a d q u i r i d a c o m m u i t aobservao e convvio diriocom os lotes de animaisc o n f i n a d o s , s e n d oconsiderada muito mais uma

    arte do que um procedimentocientfico (PRESTON, 1998).

    Foto 6. Cocho de confinamentosem sobra, alguns instantes antesdo trato matinal.

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    Outras observaes importantes queexercem efeito sobre o consumo dealimentos devem ser consideradas. Ar e g u l a r i d a d e d o s h o r r i o s d efornecimento de alimentos, a limpeza doscochos, a qualidade da gua e o efeito dotempo (temperatura, umidade do solo,ventos e chuvas), devem ser observadas:

    a) A regularidade nos horrios dealimentao justifica-se pela observao

    de que os bovinos so animais que criamhbitos, principalmente os ligados aoconsumo de alimentos e gua.

    b) Todos os cochos devero ser limpos deuma a trs vezes por semana durante operodo de confinamento quando no hocorrncia de chuvas. A freqncia de limpeza estar diretamente ligada ao teor deumidade das dietas. Dietas mais midas com maior proporo de volumosos exigemlimpeza mais freqente.

    c) A gua o alimento mais barato! Assim os animais devem ter acesso pleno a gua limpa efresca durante todo o perodo de confinamento. Bovinos confinados consomem de 30 a 60litros de gua diariamente, dependendo do peso dos animais, do teor de umidade das dietasutilizadas e da temperatura local. Animais submetidos a fontes de gua sujas com terra,algas e microorganismos apresentam consumo restrito de gua e ao mesmo tempo em que

    deprimem o consumo de alimentos, reduzindo a desempenho ponderal. Assim,recomendamos limpar os bebedouros semanalmente.

    d) Em regies de climas quentes como as regies sudeste e centro oeste do Brasil osanimais concentram o consumo de alimentos durante o incio da manh e o final da tarde,momento em que as temperaturas so mais amenas. Por outro lado em dias mais frios ouregies mais frias do pas, como nos estados da regio sul, os animais concentram oconsumo de alimentos no meio do dia, momento de temperatura mais elevada. O tratadordever desenvolver senso crtico capaz de detectar estas mudanas no hbito dos animaise programar os horrios de arraoamento e as quantidades de alimentos a seremfornecidas.

    5. INSTALAES E EQUIPAMENTOS

    As instalaes para confinamento de bovinos de corte so, de maneira geral,extremamente simples. No entanto so de fundamental importncia para o sucesso daatividade quando consideramos os problemas que as chuvas podem causar reduzindo

    consideravelmente o ganho de peso durante este perodo. O manejo do confinamentotambm pode ser seriamente afetado, se no forem obedecidas algumas regras deplanejamento do lay out das instalaes.

    'No Brasil a alguns anos atrs, o confinamento de bovinos para engorda eraconsiderada uma atividade de inverno (seca) devido a principalmente a aspectoseconmicos e de mercado.

    Foto 7. Cocho com sobra composta por partculasextremamente fibrosas (palha de cana) que os animaisno consomem.

    Desta forma a maioria das instalaes em utilizao so aquelas que permitem oconfinamento de bovinos nos meses de junho a outubro, mais simples que instalaesrecomendadas para confinamento de bovinos na estao chuvosa. No entanto com anecessidade de freqncia de fornecimento de carcaas de boa qualidade para aexportao e com a implantao de grandes projetos de terminao por grandes gruposeconmicos e frigorficos, cada vez mais animais so confinados no vero que caracterizado por clima quente e mido.

    5.1. PIQUETES OU CURRAIS DE CONFINAMENTO

    Os piquetes ou currais de confinamento construdos com o objetivo de abrigar animaisdurante o perodo da seca devem ser construdos a cu aberto de forma que proporcionem2uma rea por animal entre 15 e 40m (foto 8). Esta variao na rea destinada por animal

    alojado explica-se pela necessidade de ajuste em funo do tipo de solo (drenagem),declividade mdia do terreno e do ndice pluviomtrico na regio onde o projeto implantado.

    Terrenos com maior declividade permitiro maior escorrimento da gua por cima dosolo, diminuindo o risco de formao de lama. A declividade mnima do terreno para que apavimentao no seja necessria dever ser entre 2 e 4%. Terrenos com declividadeinferior a 2% iro exigir a pavimentao do piso dos piquetes de confinamento (PEIXOTO,sem data).

    Foto 8. Vista geral de um curral de confinamento a cu aberto.

    Quanto ao ndice pluviomtr ico da regio onde o projeto est sendo conduzido podemoscomparar duas regies bem dist intas dentro do estado de So Paulo, o noroeste do estado eo vale do Paraba. No vale do Paraba podemos observar ndices pluviomtr icos maiores no

    durante os meses de outono e inverno quando comparado regio noroeste do estado,facilitando o acmulo de lama nos piquetes de confinamento. Portanto sugere-se oplanejamento de currais de confinamento com maior rea por animal alojado no vale doParaba quando comparado necessidade de rea por animal de confinamentosprojetados no noroeste do estado de So Paulo. Na foto 9 podemos observar a formao delama em currais de confinamento, com elevada densidade de animais, no ms de outubroem regio com elevado ndice pluviomtrico.

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    Foto 9. Acmulo de lama em curral de confinamento. Os animais encontram-se com lama at o meiodos ossos da canela.

    erro na construo destes currais. Observa-se que o terreno mais elevado no fundo. Estecurral foi construdo de forma totalmente inversa ao que recomendado.

    De forma geral recomenda-se a construo de piquetes com capacidade de alojamentode um determinado nmero de animais que seja mltiplo de 18, com o objetivo de facilitar oembarque e o transporte dos mesmos at ao local de abate. Caso o transporte sejarealizado por carretas de dois andares, o dimensionamento poder ser realizado compiquetes possuindo capacidade de alojamento mltiplo da capacidade de transporte destascarretas.

    SEWELL et al. (1992) recomendam de forma geral que os piquetes de confinamentodeveriam ser dimensionados com capacidade para alojar 100 animais, com uma dimensode 50 metros de frente (linha de cocho) por 35 metros de fundo, proporcionando uma rea

    2de 17,5 m por cabea alojada, para uma declividade mnima de 3 a 5%. Em locais maischuvosos e de solo com menor eficincia de drenagem, estes autores recomendam oaumento da rea total do piquete que refletir na rea por animal alojado.

    Em reas muito midas sem revestimento do piso com concreto PEIXOTO (sem data),2recomenda que cada animal alojado tenha a sua disposio uma rea entre 35 e 40m , ou

    at mais se necessrio.Segundo levantamento realizado no estado de Minas Gerais entre os anos de 1978 e

    1979 por PAULINO et al. (1980), a rea disponvel por animal registrada nos confinamento2em execuo naquele perodo, variou entre 7,4 a 50 m .

    Para construo dos piquetes para alojamento de animais durante o ano todo, inclusivedurante as chuvas, exige-se a pavimentao do curral com camada de concreto de 7 cm de

    2espessura. Neste caso podemos alojar um animal a cada 4 m . A declividade dever ser de

    3% e no necessidade de se cobri r o piquete (SEWELL et al. 1992).Em ambos casos, tanto em currais com piso de cho batido, quanto em curraispavimentados, a conteno dos animais dever ser feita por uma cerca com 1,5 m de alturaconstruda com 6 fios de arame liso, com moures de madeira tratada colocada a 3 metrosum do outro. O acesso ao piquete ser feito atravs de uma porteira de 4,00 metros delargura, permitindo assim o trnsito de caminhes e carretas que eventualmentenecessitem trabalhar no interior do piquete.

    Ressaltamos que a linha de cocho nesta foto est exatamente na lama, mostrando um

    padrod

    edrenagem

    bebedouro

    cocho

    pista para circulao de maquinrio

    2 - 4%

    .5 - .75%

    2 - 4%

    .5 - .75%

    Na figura 3 podemos observar uma planta de confinamento. Nela constam a declividadedo terreno, posio dos bebedouros, cochos para alimentao, pista para circulao d emaquinrio e padro de drenagem.

    Fig. 3. Planta baixa de currais para confinamento de bovinos de corte.

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    LMINA 08 - FTE

    22

    As suas dimenses devem ser basicamente as seguintes: 0,6 metros de largura de bocae 0,5 metros de altura em relao ao solo. No entanto a medida a medida mais importante o espao linear por cabea alojada que dever ser de no mnimo 0,5 m (Fig. 4), permitindoassim um rodzio normal de animais no cocho, no hora do pico de fornecimento de rao.

    No entanto algumas recomendaes de espaos entre 0,6 e 0,7 m por cabea alojadaso observadas na literatura, e esto ligados ao tamanho corporal dos animais alojados(PEIXOTO, sem data), mas tambm devero ser considerados quando a homogeinidadeda rao total for questionvel, permitindo que todos os animais possam ter acesso aococho simultaneamente.

    0,4m

    0,5m

    2 m0,6 m

    0,65m

    0,07m

    A conteno dos animais na linha de cocho feita por um fio de cordoalha e dois fios dearame liso, passando por moures perfurados instalados ao longo da linha de cocho comuma distncia mdia de 2,5 metros um do outro. A cordoalha e o fio de arame liso maisprximo do cocho devero ser encapados com tubos de PVC flexvel (borracha preta)conforme pode ser observado na foto 10 para evitar leses na base dos chifres dos animaisconforme pode ser observado na foto 11.

    Ao longo de toda a linha de cocho, dolado interno dos piquetes, deve serconstruda uma faixa de concretomedindo 2,0 metros de largura e 7,0

    cm de espessura (fig. 4), para evitarformao de lama e/ou eroso nolocal de maior acmulo de animais.Do la d o e x te rn o d e ve se r considerada uma faixa cascalhadade 2,00 metros de largura, parafacilitar o trnsito das carretas dedistribuio de rao.

    Foto 11. Animal confinado com leso na base do chifre. Observe que o fio de aramena linha de cocho no est encapado, com tubo de PVC preto.

    5.3. CURRAL DE MANEJO

    Ao entraram no confinamento, os animais passam por um processo chamado depreparo dos animais, que feito no curral de manejo conforme orientaes que constamno tem 6 desse manual. Para talpreparo o curral de manejo deve serconstitudo por quatro a cincocompart imentos (curra le tes),permitindo uma boa apartao dosanimais, visando a constituio delotes homogneos e a separao deanimais pequenos ou doentes. Essecurral deve conter ainda um bretepara imobilizao do animal, balanapara pesagem de animais (foto 12),com capacidade determinada emfuno da capacidade de alojamento

    d e a n i m a i s d o p r o j e t o d econf inamento e t ronco paravacinao. A capacidade da balanapoder variar de um a animal apenas,at balanas que conseguem pesarsimultaneamente dez a quinzeanimais.

    Foto 12. Manejo de animais em curral de manejo. Observea presena de balana (seta branca) e brete de conteno(seta escura) no curral.

    5.2. LINHA DE COCHO

    A construo da linha de cocho poder serconstruda com diversos tipos de materiais comomadeira, tambores plsticos e alvenaria. De formageral os cochos de alvenaria ou calhas de concreto soos mais recomendados, devido elevada resistnciadestes materiais, facilidade de aquisio e instalao eprincipalmente elevada durabilidade.

    A linha de cocho dever ser instalada numa dasextremidades do curral de forma que a distribuio de

    rao seja feita por veculos circulando fora do curral. Ainstalao de cochos dentro dos currais deconfinamento obriga o trnsito de carretasdistribuidoras de rao dentro dos currais, dificultandoo manejo dos animais, a distribuio da rao edanificando o piso do curral, alm de aumentar oacmulo de lama em determinadas pocas do ano.

    Foto 10. Detalhe do revestimentoda cordoalha com tubo de PVC pretopara evitar leses nos chifresdos animais.

    Cabo de ao encapadocom tubo de PVC

    Piso concretadoCocho

    Fig. 4. Linha de cocho para confinamento (vista lateral).

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    cobertura comlona plstica

    h = alturada parede

    FUNDOcomprimento do silo

    fundo fechado

    final doenchimento

    6. ASPECTOS SANITRIOS DE BOVINOS DE CORTE CONFINADOS

    6.1. AQUISIO DE BOVINOS PARA CONFINAMENTO E MEDIDAS PROFILTICAS

    Na maioria dos sistemas de confinamento brasileiros os animais utilizados paraterminao so comprados de outros pecuaristas. Mesmo quando o pecuarista se dedica cria e recria, uma quantidade substancial dos animais ainda adquirida de outrosprodutores e o histrico sanitrio dos animais desconhecido.

    Sendo assim, algumas medidas de manejo na recepo dos animais, devero serseguidas. Logo aps a chegada os animais devero receber gua e alimentos (depreferncia pasto), alojados em grupos de mesma origem num primeiro momento esubmetidos a uma rigorosa inspeo com a finalidade de se detectar animais traumatizadosou qualquer outra forma de anormalidade.

    Nos primeiros dois dias, os animais devero ser molestados o mnimo possvel, exceofeita aos animais apresentando elevada infestao com endo e ectoparasitas. No combateaos endoparasitas, sugere-se a utilizao de vermfugos a base de sulfxido de albendazolinjetvel, como forma de reduzir a incidncia de condenao de carcaas no momento doabate, devido presena de cisticercos vivos na carcaa dos animais.

    As vacinaes em animais estressados devero ser feitas duas a trs semanas aps achegada, se o calendrio prevendo o incio do arraoamento permit ir.

    5.4. MQUINAS, EQUIPAMENTOS E OUTRAS CONSTRUES

    As mquinas e equipamentos tm grandeimportncia no sucesso do confinamento. Antes deadquiri-los h a necessidade de se avaliar vriosfatores importantes como a capacidade dealojamento dos animais e tipo de volumoso a serutilizado.

    Em funo do tipo de volumoso a ser utilizadoexistem dois tipos bsicos de mquinas de corte:as que picam a forragem grosseiramente em

    partculas de 15 a 5 mm, derivadas de forrageiraspara colheita de rea total tipo Taarup, maisutilizadas para ensi lagem de capim; e as que picamfino culturas plantadas em linha como o milho,sorgo ou cana, desintegrando a forragem empartculas de 5 a 3 mm.

    O tipo de picagem define o tipo de misturadorde rao total quando o tamanho do confinamentopermite a aquisio deste tipo de equipamento.Confinamentos grandes com capacidade de alojamento acima de 500 animais justificam aaquisio deste tipo de equipamento. Para forragens picadas de forma grosseira, o nicomodelo de misturador de rao total que funciona efetivamente o horizontal. Os verticaissomente trabalham adequadamente com forragens picadas finamente (3 a 5 mm).

    Ao adquirirmos o conjunto mecanizado, devemos faz-lo de forma adequada escalade produo do confinamento (capacidade de alojamento), j que algumas mquinastornam-se muito onerosas se subutilizadas. Confinamentos com 100 bois, por exemplo, no

    remuneram suficientemente o investimento feito no mais barato misturador de rao total.Neste caso a rao total poder ser misturada acima de um piso concretado, manualmente,e depois distribuda com uma carreta simples ou at com uma carroa de trao animal. Noentanto quanto maior o confinamento, mais diludo ser o investimento em maquinrio emenores os riscos do empreendimento.

    Para distribuio de rao completa necessrio um conjunto tratorcarreta/misturadora para cada grupo de 1000 animais confinados se utilizado vages

    3forrageiros com capacidade de 10 m de rao com uma capacidade de 3500 a 4000 kg dedieta total em funo da formulao util izada, conforme pode ser observado na foto 13.

    Quanto s construes complementares,podemos ressaltar os silos trincheiras paraensilagem de volumosos ou gros midos(Fig.5), silos para gros secos, barracessubdivididos em box (foto 14) paraarmazenagem de outras matrias primascomo resduos agroindustriais e escritriopara coordenao do empreendimento.

    Foto 13. Vago distribuidor de raoem confinamento.

    largura do silo

    Foto 14. Box para armazenagem de alimentoscomprados granel

    Fig. 5. Silos para armazenamento de volumosos ou gros midos.

    B=base maior

    b=base menorVISTA LATERAL

    h = 2 m

    comprimento = 20 m

    Para calcularmos a capacidade de armazenagem de silagem no silo tipo trincheira(Fig. 5) devemos utilizar as seguintes frmulas:

    Todas as medidas utilizadas na frmula devero estar em metros, para obtermos como3resultado final o volume em m . Como exemplo demonstraremos o clculo considerando as

    seguintes medidas.

    3A quantidade de silagem a ser armazenada por m depender da espcie forrageira(milho, sorgo, cana, capim), do tamanho de partcula picado, da umidade da plantaforrageira no momento da ensilagem e da capacidade de compactao da forragem dentro

    3do silo. De forma geral, 1 m do silo armazenar 500 a 600 kg de forragem. Utilizando o3 3

    exemplo acima, e 550 kg de forragem por m como parmetro, um silo trincheira com 174 mde volume ir armazenar aproximadamente 95 ton de silagem.

    REA DE FUNDO = ((B + b ) / 2) x h VOLUME = REA DE FUNDO x COMPRIMENTO

    b = 3,8 m

    B = 4,9 m

    REA DE FUNDO = ((4,9 + 3,8)/2) x 2

    REA DE FUNDO = 8,7 m2

    VOLUME = 8,7 X 203VOLUME = 174 m

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    A vacinao contra clostridioses, e possivelmente contra um conjunto de doenasrespiratrias como rinotraquete infecciosa bovina (IBR), Parainfluenza tipo 3 (PI3), vrusrespiratrio sincial bovino (BRSV), diarria bovina a vrus (BVD ou doena das mucosas)devem ser realizadas, alm da vacina contra febre aftosa obrigatria dentro de umcalendrio pr-definido para cada estado ou regio do pas.

    6.2. SINAIS E SINTOMAS PASSVEIS DE OBSERVAO POR PEES E/OUVETERINRIOS NO CONFINAMENTO

    Em pequenas estruturas de confinamento o prprio tratador deve se constituir em umobservador dos animais com o intuito de detectar alguma alterao de comportamento,

    sinais ou sintomas indicativos de alguma doena que possa acometer os animais durante operodo de arraoamento. No entanto em empreendimentos muito grandes este trabalhodever ficar sob responsabilidade de pessoas exclusivamente dedicadas a esta funo,devido a grande quantidade de animais que devem ser inspecionados, manejados etratados diariamente.

    Abaixo relacionamos alguns sinais e sintomas sugeridos por Spano (1998), quedevemos estar atentos na tentativa de estabelecer um diagnstico rpido na tentativa deobter sucesso no controle das enfermidades:

    a) Animais que no visitam o cocho (animais que se isolam nos cantos dos currais);b) Animais apresentando pelagem spera e com aspecto ressequido e pelos eriados(arrepiados);c) Animais que apresentam flanco vazio (vazio fundo);d) Olhos afundados na rbita;e) Sialorria (salivao excessiva);f) Lacrimejamento;g) Focinho com crostas ou catarros;

    h) Tosse, corrimento nasal e respirao acelerada;i) Dificuldade para urinar, acompanhada de gemidos e agitao da cauda;

    j) Urina com presena de sangue ou com hemoglobina (urina variando entre um tomavermelhado e amarronzado);k) Cabea e orelhas cadas;l) Dorso arqueado;m) Inchaos na superfcie corporal sugestivos de edemas, abcessos ou hematomas;n) Baixa taxa de ganho de peso (muito abaixo do esperado em funo da formulao dadieta);o) Relutncia em se erguer ou mover-se;p) Estar claudicante (mancando) ou exibir locomoo anormal, como boletamentos oudgitos arrastados;q) Paresias ou paralisias;r) Diarria com presena de sangue e muco ou compresena de fibrina (pelculaamarelada recobrindo parte do bolo fecal);s) Fezes ressecadas com volume do bolo fecal inferior ao apresentado pelos outrosanimais do lote.

    O gado exibindo estes ou outros sinais provveis de doena dever ser removido a umcurral de manejo, por profissional capacitado (mdico veterinrio) e se necessrio sermedicado e transportado a um curral de convalescena. Aps a completa recuperaodestes animais os mesmos devero retornar aos currais de origem para continuar oprocesso de engorda.

    PV(kg)

    GPV(kg/dia)

    CM S(kg/dia)

    PB(% na MS)

    ND T(% na MS)

    Ca(% na MS)

    P(% na MS)

    318 0,9 8,1 9,8 63,5 0,31 0,211,1 8,2 10,5 67,5 0,36 0,221,4 8,2 11,1 72,0 0,40 0,231,6 8,0 12,0 78,5 0,45 0,26

    364 0,9 8,9 9,3 63,5 0,32 0,201,1 9,0 9,8 67,5 0,35 0,211,4 9,0 10,4 72,0 0,40 0,221,6 8,8 11,1 78,5 0,45 0,24

    409 0,9 9,7 8,9 63,5 0,29 0,201,1 9,9 9,3 67,5 0,31 0,201,4 9,9 9,8 72,0 0,36 0,211,6 9,6 10,4 78,5 0,40 0,24

    454 0,9 10,5 8,6 63,5 0,27 0,181,1 10,7 8,9 67,5 0,29 0,191,4 10,7 9,3 72,0 0,32 0,201,6 10,4 9,8 78,5 0,35 0,21

    ANEXO 1EXIGNCIAS NUTRICIONAIS DE NOVILHOS DE CORTE

    Fonte: NRC Beef Cattle (1984).

    ANEXO 2EXIGNCIAS NUTRICIONAIS DE NOVILHAS DE CORTE

    Fonte: NRC Beef Cattle (1984).

    PV(kg)

    GPV(kg/dia)

    CM S(kg/dia)

    PB(% na MS)

    ND T(% na MS)

    Ca(% na MS)

    P(% na MS)

    273 0,7 6,7 9,6 64,0 0,33 0,190,9 6,8 10,3 69,5 0,38 0,221,1 6,6 11,2 77,0 0,44 0,24

    318 0,7 7,5 9,0 64,0 0,29 0,190,9 7,6 9,6 69,5 0,33 0,201,1 7,5 10,3 77,0 0,38 0,22

    364 0,7 8,3 8,6 64,0 0,25 0,180,9 8,5 9,0 69,5 0,28 0,191,1 8,2 9,6 77,0 0,33 0,21

    409 0,7 9,1 8,2 64,0 0,23 0,180,9 9,2 8,6 69,5 0,26 0,181,1 9,0 9,0 77,0 0,29 0,20

    BRA

  • 7/28/2019 Manual Confinamento 2602

    18/18

    DOB

    BRA

    32 33

    PRODUTOS GUABI PARA BOVINOS

    EM CONFINAMENTO

    Caractersticas e Indicao dos Produtos

    Produto Caractersticas Indicao

    Gordolot 40 RM Concentrado proteico com 40 % de protena bruta, energia,formulado com promotor de crescimento e eficinciaalimentar (Rumensin), uria, minerais e vitaminas,desenvolvido para produo de raes para terminao debovinos em confinamento ou semi-confinamento.

    Gordolot 40 RM indicado para preparo deraes, a partir de sua mistura com gros, como omilho, conforme recomendao expressa naTabela 1.

    GordolotConfinamento

    Rao com 14 % de protena bruta, alta energia,de crescimento e eficincia alimentar (Rumensin), minerais

    e vitaminas, formulada para atender s exignciasnutricionais dos bovinos de corte terminados em regime deconfinamento ou semi-confinamento durante o vero.

    promotor Gordolot Confinamento uma rao prontadesenvolvida para ser fornecida de 1 a 1,5 %

    do peso vivo junto com volumoso de boaqualidade em sistemas de confinamento oufornecida ao nvel de 1 a 1,2 % do peso vivopara animais semi-confinados no vero.

    Gordolot Mix Concentrado proteico de baixa incluso com 85 % deprotena bruta, formulado com promotor de crescimento eeficincia alimentar (Rumensin), uria, minerais evitaminas, desenvolvido para produo de raes paraterminao de bovinos em confinamento ou semi-confinamento.

    Gordolot Mix indicado para preparo de raes,a partir de sua mistura com gros (milho e sorgo) efarelos proteicos conforme recomendaoexpressa na Tabela 2. para terminao de bovinosem confinamento ou semi-confinamento ou parapreparo de dietas totais com uso de vagesmisturadores (para preparo de dietas totais consulte

    o departamento tcnico da Guabi).Guabiphos 25 RMConfinamento

    Guabiphos 25 RM Confinamento um suplementomineral com promotor de crescimento (Rumensin),formulado com fosfato biclcico e elementos minerais dealta biodisponibilidade, especialmente para atendernecessidades minerais dos bovinos em confinamento.

    Guabiphos 25 RM Confinamento deve serfornecido misturado s fontes de energia, protenae volumoso do confinamento, na quantidade de200 g/animal/dia. Para formulao de dietasconsulte o departamento tcnico da Guabi.

    Tabela 1. Diluio do Concentrado GordoLot 40 RMNveis PB/NDT (%) Milho / GordoLot 40 (%)

    13 / 77

    15 / 76

    16 / 75

    18 / 74

    20 / 73

    85 / 15

    80 / 20

    75 / 25

    70 / 30

    65 / 35

    Obs.: As diluies tambm podem ser feitas com sorgo, rolo de milho e polpa ctrica, sendo que para o rolo e para polpa ctrica haver umadiminuio no nvel energtico e proteico da mistura. Consulte o departamento tcnico da Guabi, quando surgir dvidas. recomendado que seuse nveis de protena mais elevados nas fases de cria e recria, enquanto que na fase de engorda ou para suplementao de vacas, asformulaes mais energticas so recomendadas.

    Obs.: As raes indicadas para utilizao em confinamento com cana-de-acar, silagem de capim ou silagem de milho/sorgo foram formuladas para umganho esperado de 1.100 a 1.200 g/dia. As raes indicadas para semi-confinamento (pasto) devem proporcionar ganhos entre 600 a 1.000 g/dia,dependendo da qualidade e disponibilidade da pastagem.

    Tabela 2. Diluio do Concentrado GordoLot Mix

    tens

    Gordolot Mix (%)Farelo de Soja 45 (%)

    Farelo de Algodo 38 (%)

    Milho/Sorgo (%)Ingesto % P.V.

    Silagem Capim

    A B

    SilagemMilho/Sorgo

    Pasto(sca)

    A B

    P.B./NDT ( %)

    Cana-de-acar

    A B

    10

    4

    -

    86

    1,5

    17/74

    8

    -

    10

    82

    1,5

    17/73

    8

    1,5

    -

    90,5

    1,5

    15/76

    8

    -

    2

    90

    1,5

    15/75

    9,5

    -

    -

    90,5

    1,2

    15/75

    9

    14

    -

    77

    1,1

    20/72

    8,5

    -

    14,5

    77

    1,2

    19/71