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i UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS REGIONAL JATAÍ CURSO DE ZOOTECNIA PROJETO ORIENTADO FLÁVIO DE CASTRO GARCIA JUNIOR DIETA DE ALTO GRÃO PARA CONFINAMENTO DE BOVINOS JATAÍ GO 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

REGIONAL JATAÍ

CURSO DE ZOOTECNIA

PROJETO ORIENTADO

FLÁVIO DE CASTRO GARCIA JUNIOR

DIETA DE ALTO GRÃO PARA CONFINAMENTO

DE BOVINOS

JATAÍ – GO

2018

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FLÁVIO DE CASTRO GARCIA JUNIOR

DIETA DE ALTO GRÃO PARA CONFINAMENTO DE BOVINOS

Orientadora: Profª Drª Ana Luisa Aguiar de Castro

Relatório de Projeto Orientado apresentado

à Universidade Federal de Goiás – UFG,

Regional Jataí, como parte das exigências

para a obtenção do título de Bacharel em

Zootecnia

JATAÍ – GO

2018

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FLÁVIO DE CASTRO GARCIA JUNIOR

Relatório de Projeto Orientado apresentado como parte das exigências para a obtenção do

título de Bacharel em Zootecnia, defendido e aprovado em 02 de julho de 2018, pela

seguinte banca examinadora:

Profa. Drª Ana Luisa Aguiar de Castro – UFG/REJ

Presidente da Banca

Profa. Drª Vera Lúcia Banys

Membro da Banca

Méd. Vet. Lidiane Silva Ribeiro Macedo

Membro da Banca

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Dedico este trabalho a Deus, que esteve

ao meu lado em todos os momentos.

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Agradecimentos

À professora e orientadora Dra. Ana Luísa, por compartilhar seu conhecimento e

experiência.

Aos meus pais, pelo apoio durante a caminhada.

Aos meus familiares, por acreditarem e investirem de todas as maneiras possíveis no meu

futuro.

Á minha namorada Olivia, por passar comigo todos os momentos difíceis, me convencendo

sempre que tudo acabaria da melhor maneira possível.

Aos todos meus docentes, que me indicaram por todo caminho, a melhor maneira de ser

ético e gostar da profissão, e por todo ensinamento.

Muito obrigado!!!

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RESUMO

O confinamento é um sistema de criação de bovinos, no qual lotes de animais são alojados

e alimentados em uma área restrita. Normalmente, é utilizado na terminação, fase ligada ao

acabamento e à qualidade da carcaça produzida. Nos últimos anos, nos confinamentos

brasileiros, tem-se adotado dietas ricas em concentrados e com baixa quantidade de

volumoso com o objetivo de reduzir a mão de obra para produção, armazenamento e

utilização do volumoso e proporcionar menor tempo de abate do animal, diminuir os gastos

com produção e aumentar a lucratividade do sistema. Porém dietas com alto grão são uma

ferramenta de manejo que podem (e devem) ser utilizada no confinamento com atenção e

conhecimento técnico, pois para tomar essa decisão é necessário conhecer o grão utilizado,

a genética, idade e saúde do animal e é de suma importância respeitar o período de

adaptação do animal.

Palavras-chave: acidose, concentrado, ganho de peso, milho

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“A maior recompensa para o trabalho de um homem, não é

o que ele ganha, mas o que ele se torna com isso”

John Ruskin

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INDICE

Dedicatória................................................................................................. iv

Agradecimento........................................................................................... v

Resumo...................................................................................................... vi

1. Introdução................................................................................................... 01

2. Revisão Bibliográfica.................................................................................. 02

2.1. Confinamento no Brasil.............................................................................. 02

2.2. Características e Saúde Ruminal............................................................... 04

2.3. Dieta de alto grão....................................................................................... 07

2.4. Adaptação à dieta de alto grão ................................................................... 12

2.5. Problemas causados pela dieta de alto grão ............................................. 15

2.6. Dieta de alto grão X dieta convencional .................................................... 17

3. Considerações finais .................................................................................. 17

4. Referencias bibliográficas .............................................................................. 18

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1. INTRODUÇÃO

A pecuária brasileira ganha cada vez mais espaço e força no mercado nacional e

internacional devido ao seu desempenho e ao seu faturamento. No Brasil, o confinamento é

uma técnica da pecuária de corte, capaz de expandir a oferta de carne bovina na

entressafra, incrementar a produtividade do rebanho, melhorar os índices zootécnicos e o

desempenho da produção além de ter como objetivo e desafio, produzir carne de qualidade

elevada.

O Brasil apresenta o segundo maior rebanho de bovinos do mundo, perdendo

apenas para Índia, país que não produz os bovinos de forma comercial, o que aumenta o

destaque do Brasil a nível mundial. O Brasil se tornou o segundo maior produtor e o maior

exportador de carne bovina do mercado mundial, dessa forma o número de confinamentos

teve crescimento expressivo nos últimos anos (RAUPP e FUGANTI, 2014).

Há uma variedade de dietas utilizadas em confinamento, mas nos últimos anos,

dietas ricas em concentrados e com baixa quantidade de volumoso são cada vez mais

comuns. Tal fato justifica-se uma vez que um dos maiores desafios do confinamento é a

produção de alimento volumoso, pois se faz necessária mão de obra e armazenamento,

aumentando os custos da produção (PAULO & RIGO, 2012). Além disso, dietas com alto

nível de concentrado vem apresentando inúmeras vantagens já que possibilitam melhor

rendimento, composição física, acabamento e conformação da carcaça e melhor

rendimento de cortes comerciais (DIAS et al, 2016).

MILLEN et al (2009) relatam que, no Brasil, o nível médio de volumoso utilizado em

dietas de terminação foi de 28,8%, com variação de 12 a 45%, sendo a concentração de

fibra em detergente neutro (FDN) média recomendada por esses nutricionistas de 26,4%,

evidenciando o não uso de dietas exclusivas de concentrado. Apesar disso há relatos

antigos da terminação bem-sucedida de bovinos de corte alimentados exclusivamente com

dietas de concentrados (WISE et al, 1968).

OLIVEIRA e MILLEN (2014) relataram que, para rações de bovinos terminados em

confinamento no Brasil, a inclusão de volumoso é de 21% na matéria seca da dieta total e

há tendência é redução a cada ano.

O objetivo dessa revisão é compreender a utilização da dieta de alto grão, como ela

pode beneficiar os produtores e procurar entender e minimizar os problemas metabólicos

que a mesma pode causar aos animais.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. CONFINAMENTO NO BRASIL

Segundo o IBGE, o Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo, com total

aproximado de 209 milhões de cabeças e o país também é o segundo maior exportador de

carne bovina (ABIEC, 2015). Ainda segundo ABIEC (2013) a carne bovina responde por

2,5% do total de exportação do Brasil, um faturamento anual de, aproximadamente, U$ 6,5

bilhões, sendo que de cada 5 kg de carne consumida no mundo, 1 kg é proveniente do

Brasil.

A base da pecuária brasileira consiste em alimentar os animais de corte a pasto.

Apesar de evidente o potencial da produção de carne a pasto, a necessidade de aumentar

a produção e diminuir a interferência causada pela sazonalidade das forragens leva o

produtor a novas técnicas para produção. Entre elas, destaca-se o confinamento, um

método flexível quando relacionado aos parâmetros zootécnicos e regionais onde a

pecuária se encontra (PAULINO, 1999; SIQUEIRA et al., 1999). Os animais a pasto

demoram um maior período de tempo para atingirem o peso e o acabamento de gordura

adequado ao abate, sendo, dessa forma, abatidos com idade mais avançada o que

prejudica a qualidade da carne (LUCHIARI, 1998).

Na pratica do confinamento consiste em um sistema intensivo de produção para

carne em quantidade e de qualidade, com respeito aos aspectos sanitários, nutricionais e

comportamentais dos animais (DIAS, 2011). No confinamento os bovinos são encerrados

em piquetes ou currais com áreas restritas, onde alimentação e água são ofertados em

cochos. Segundo ALMEIDA et al., (2010) as terminações de bovinos no cocho trazem

benefícios como: liberação de pastagens, aumento do número de bovinos terminados e

maior velocidade de produção, redução do custo de fornecimento da dieta, aumento do

peso de abate, maior eficiência dos fretes na indústria frigorífica e redução dos custos de

processamento nas fases de abate e desossa.

No confinamento o gado recebe alimentação específica, que contém todos os

ingredientes necessários para um ganho de peso pretendido, fica, em média, de 100 a 120

dias estabulado e, nesse período, ganha em torno de 1,1 a 1,70 kg de ganho de peso

diário. O ganho de peso diário depende da alimentação fornecida, do manejo dos animais e

das instalações que a fazenda disponha. O ideal é confinar animais com peso inicial em

torno de 330 a 390 kg de peso corporal. Animais com peso inferior a 330 kg são

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praticamente inviáveis para o confinamento, porque precisariam de um período de tempo

mais longo para atingirem o peso exigido pelos frigoríficos para abate, em torno de 600 kg

de peso corporal (EZEQUIEL, et. al. 2006).

No Brasil, o confinamento é uma técnica para modernizar a pecuária de corte,

melhorando os índices e desempenho de produção que devem ser implantados com

eficiência na cadeia de produtiva. Seu objetivo e desafio é ofertar um produto de qualidade

elevada, atendendo os princípios da conservação da agua e solo, sanidade animal para que

novas parcerias comerciais sejam firmadas (PEDREIRA e PRIMAVESI, 2011).

O confinamento apresenta-se como uma estratégia para melhorar a uniformidade do

lote e diminuir o custo de produção (BURGI, 2013). PAULO e RIGO (2012), afirmaram que

o componente de maior custo na terminação de bovinos em confinamento é a alimentação,

representando, aproximadamente, 70% do custo total. A principal fonte energética nas

rações bovinas para confinamento são os grãos. O alto teor de energia proporciona ganho

de peso acelerado, melhor acabamento e rendimento de carcaça, melhor conversão

alimentar, tornando o confinamento rentável (BARROS, 2015). Essas dietas também

promovem boa conformação dos cortes comerciais da carne (COSTA et.al., 2002).

Nesse cenário, a maior parte das dietas utilizadas nos confinamentos é composta

por volumosos (silagem de milho, sorgo, cana), fator que pode ser negativo, pois dietas com

maior porcentagem de concentrado elevam o ganho de peso, reduzem o período para o

abate e podem ser economicamente mais interessantes dependendo dos custos da matéria

prima da região (PAULO e RIGO, 2012).

Com as transformações que a pecuária brasileira vive em relação ao crescimento

dos confinamentos no país, há necessidade de desenvolver estratégias nutricionais com

altos níveis de concentrado e baixos níveis de volumoso a fim de promover a melhoria no

desempenho produtivo, manipular a deposição de gordura de acabamento e o marmoreio

(SILVA, 2009). PANIAGO (2014) define que dietas que possuem acima de 65% de grãos na

matéria seca recebem a nomenclatura de dietas de alto grão ou alto concentrado.

A utilização de dietas com altas proporções de ingredientes concentrados tem

aumentado a cada ano nos confinamentos para a terminação de bovinos de corte. Oliveira e

Millen (2014) relataram que nos confinamentos brasileiros, o nível de inclusão de

ingredientes concentrados nas dietas é em média de 79%, número 7,8% maior quando

comparado ao levantamento anterior realizado por Millen et al. (2009).

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2.2. CARACTERISTICAS E SAÚDE RUMINAL

Há duas classes de animais classificados de acordo com características do sistema

digestório: animais ruminantes e não ruminantes (“monogástricos”), sendo a diferença entre

eles a compartimentação do estômago, os ruminantes apresentam tal órgão subdividido em

quatro câmaras (SISSON, 1986). E, devido à isso, apresentam características digestivas

que permitem melhor aproveitamento de matérias ricas em celulose e hemicelulose

(fermentação microbiana da digesta), que leva a compreender porque são caracterizados

como herbívoros (ZAMBOM et al., 2008).

A anatomia do trato digestivo dos ruminantes apresenta duas particularidades que

vem sendo discutidas pelos pesquisadores de pontos de vista como o filogenético e

ontogenético. Alguns acreditam que a morfologia apresentada com a anatomia do pré-

estômago tem colocado esses animais em diferenciação entre os mamíferos, por outro lado

alguns pesquisadores também acreditam esta característica anatômica juntamente com a

capacidade de a ruminação é o que os difere dos outros grupos (BERCHIELLI, 2006).

O estômago dos ruminantes é multicavitário e deriva embriologicamente do

estômago simples, que segundo alguns autores seria evidencia do avanço evolutivo desses

animais. Os compartimentos são: reticulo, rúmen, omaso e abomaso. Os três primeiros

estão associados à funções fermentativas, uma vez que uma das características de seu

epitélio é a ausência de glândulas. E o último compartimento, conhecido como estômago

verdadeiro, é glandular e com capacidade de digerir enzimaticamente os alimentos.

(BERCHIELLI, 2006).

O complexo rúmen-retículo desempenha papel central no desdobramento de

insumos energéticos em subprodutos de fermentação microbiana e, por essa importante

função, seu funcionamento é muito estudado. Sua morfologia é altamente variável e

dependente de fatores como espécie, tamanho corporal, sexo, idade, período reprodutivo e

do dia, além da composição da dieta (BONIN, 2016). No entanto, os ruminantes não

possuem o rúmen funcional ao nascer. É durante o período do aleitamento que ocorre o

desenvolvimento dos compartimentos que compõem o trato digestivo e a colonização do

rúmen e retículo por microrganismos que participam da digestão (AZEVEDO, 2013).

As três primeiras câmaras, denominadas pré-estômago ou proventrículos, são

responsáveis pela degradação enzimática de carboidratos fibrosos como a celulose e, com

a fermentação dos alimentos, há produção de ácidos graxos de cadeia curta ou ácidos

graxos voláteis (AGV) que são fonte de energia para o ruminante.

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O rúmen tem aspecto de um saco comprimido lateralmente. Possui uma face parietal

e uma visceral e os pilares ruminais que são inflexões da parede que dividem o rúmen,

neste também encontramos as papilas ruminais, responsáveis por aumentar a área de

contato da região e promover a passagem dos produtos produzidos no rúmen para a

corrente sanguínea do animal (KÖNIG, 2016).

O retículo tem função estreitamente relacionada ao rúmen, tanto que alguns autores

citam estas regiões em conjunto como ruminoreticular. Tem forma esférica e se apresenta

muito menor em relação ao rúmen, sua mucosa tem numerosas pregas que estão situadas

na forma de retículo ou favos de mel (BERCHIELLI, 2006; KÖNIG, 2016). O omaso tem

formato ovóide com curvatura dorsolateral direcionada ao fígado, ele é constituído de

centenas de pregas que são controladas por sua musculatura específica, quando se realiza

um corte transversal nestas é possível ver a presença de pregas menores, devido essas

características essa região apresenta uma capacidade absortiva 10x maior que a região do

rúmen (KÖNIG, 2016).

O abomaso é formado pelas regiões fúndica, pilórica e corpo, como já dito essa

região é correspondente ao estômago unicavitário dos animais “monogástricos”, este é

revestido por uma mucosa glandular que possui glândulas gástricas próprias e glândulas

pilóricas (BERCHIELLI, 2006; KÖNIG, 2016).

A saúde ruminal tem influência direta sobre a saúde do animal dada a importância

dos eventos que ocorrem neste compartimento digestivo e os produtos gerados nele. Os

eventos que geram problemas podem ser separados nos que decorrem de carências

nutricionais e nos associados ao excesso de carboidratos rapidamente fermentáveis na

dieta (carboidratos não fibrosos) associados à deficiência de fibra (CABRAL et al., 2016).

No rúmen é possível encontrar uma elevada concentração de microrganismos

(bactérias, protozoários e fungos) mantidos pelo fornecimento de nutrientes via consumo de

alimentos pelo animal e pelas condições físico-químicas ruminais (pH, temperatura,

anaerobiose e osmolalidade), as quais também são influenciadas pela dieta (HUNGATE,

1966; RUSSEL, 2002). O rúmen em estado sadio, apresenta temperatura variando entre 37

e 39º C; anaerobiose ou baixíssima concentração de oxigênio (potencial redox de -250 a -

350); pH entre 6,0 e 7,0; concentração de AGV variando de 60 a 110 mMol/L; osmolaridade

entre 250-280 mOsm/L; contrações rumino-reticulares; concentração e tipos de

microrganismos normais; proporção de líquidos em torno de 80-85%; concentração de N-

NH3 variando de 8-15 mg/dL (OWENS e GOESTSCH, 1993). O ecossistema do rúmen

consiste principalmente de bactérias (1010-1011 células/mL), protozoários (104 -106/mL),

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fungos anaeróbios (103-105 zoospóro/mL) e bacteriófagos (108-109/mL). O sinergismo e o

antagonismo desses diferentes grupos de microrganismos resultam na bioconversão dos

alimentos na forma que é utilizada pelo animal. A qualidade e quantidade dos produtos da

fermentação são dependentes do tipo e atividade dos microrganismos no rúmen (REECE,

2006).

HUNGATE (1966) afirmou que a diversidade da microbiota ruminal pode ser

explicada através dos alimentos, considerando que são relativamente complexos na sua

composição e, consequentemente, apenas uma espécie microrganismo provavelmente não

seria capaz de produzir a variedade de enzimas necessárias para utilizar estes compostos

de forma eficiente e com máximo crescimento celular. Nesse ambiente as bactérias são

classificadas de acordo com a atuação de cada grupo no processo fermentativo

As bactérias fermentadoras de carboidratos estruturais degradam a celulose e

hemicelulose da parede celular dos vegetais, apresentam uma taxa de crescimento

relativamente mais lenta e dependem de amônia e de ácidos graxos de cadeia ramificada

para formação de proteínas. Já as fermentadoras de carboidratos não-estruturais,

degradam os carboidratos de natureza não estrutural (amido, dextrinas, frutosanas e

açúcares), apresentam a taxa de crescimento alta e podem utilizar amônia, aminoácidos e

peptídeos para síntese de suas proteínas (REECE, 2006).

Nesse cenário, o pH no rúmen é determinado pela relação entre a produção de

ácidos pela microbiota ruminal e a eficiência dos mecanismo de tamponamento desses. A

produção de ácidos é dependente da quantidade de carboidratos consumida e da sua taxa

e extensão de digestão ruminal, enquanto que o tamponamento desses é mantido pela

ação da saliva (neutralização por íons bicarbonato e fosfato) e remoção desses ácidos do

rúmen, via absorção pelo epitélio ruminal ou passagem para o trato digestivo inferior

(CABRAL et al.,2016). Então se tem um efeito cascata: quanto mais fibrosa for a dieta, mais

o animal vai mastigar, mais saliva será produzida e mais tamponado seu rúmen estará.

A maior produção de AGV começa com aumento de consumo de amido, que leva ao

acelerado crescimento de bactérias amilolíticas, culminando com o rápido aumento da

produção de AGV’s e, consequente redução do pH ruminal (<6,0). A manutenção da

elevada ingestão de amido e do pH do rúmen abaixo de 6,0, favorece o rápido crescimento

de Streptococcus bovis, uma bactéria gram-positiva anaeróbia facultativa. Sob estas

condições, S. bovis muda seu metabolismo e produz ácido láctico como produto principal da

fermentação da glicose, pela utilização da enzima lactato desidrogenase (LDH), reduzindo

com isso a produção de acetato e formato (OWENS et al., 1998).

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2.3. DIETA DE ALTO GRÃO

Os ruminantes evoluíram e desenvolveram estratégias anatômicas, fisiológicas e

nutricionais que os tornaram herbívoros eficazes. A ingestão de fibras acompanhou todo o

processo evolutivo desses animais, sendo as forragens grande parte da sua dieta. Dessa

forma bovinos requerem um mínimo de fibra para a ruminação. Entretanto, em dietas de

acabamento, quando se inclui volumosos, observa-se redução na energia líquida da dieta,

aumentando o custo por unidade de energia, reduzindo a eficiência econômica de

confinamentos comerciais. Nesses sistemas, os animais são constantemente desafiados

nutricionalmente e não são raras as situações em que dietas com alta proporção ou

exclusivas de concentrado são utilizadas, principalmente durante a fase de terminação

(SILVA, 2011).

TEIXEIRA (1998) cita que a Associação America Oficial de Controle de Alimentos e

o Conselho Nacional de Pesquisa dos EUA (NRC) classificam os alimentos da alimentação

animal da seguinte forma:

a) Alimentos volumosos – alimentos de baixo teor energético (NDT< 60%) e com altos

teores em fibra bruta (FB > 18%). Podem ser divididos em secos e úmidos como fenos e

pastagens;

b) Alimentos concentrados – alimento com alto teor de energia (NDT > 60%) e baixa fibra

(FB < 18%), sendo divididos em:

b.1) Energético: alimentos concentrados com PB < 20% (PB) - milho, sorgo, trigo, arroz,

melaço, polpa cítrica, sebos e gordura animal;

b.2) Protéicos: alimentos concentrados com PB > 20% - farelo de soja, farelo de algodão,

farelo de girassol, soja grão, farelo de amendoim, caroço de algodão, cama de frango e

farinha de sangue, de peixe, carne e ossos (sendo que o uso de alimentos concentrados

proteicos de origem animal estão proibidos pelo Ministério Agricultura para uso em

ruminantes);

b.3) Minerais - compostos de minerais usados na alimentação animal: fosfato bicálcico,

calcário, sal comum, sulfato de cobre, sulfato de zinco, óxido de magnésio, etc.;

b.4) Vitaminas - compostas das vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis;

b.5) Aditivos - compostos de substâncias como antibióticos, hormônios, probióticos,

antioxidante, corantes, etc.

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b.6) Outros alimentos - aqueles que não se classificam nos itens anteriores.

Dietas ricas em concentrado aumentam o teor de propionato durante a ruminação,

esse fator é importante para formação da carcaça, isso porque o aumento de tal elemento

eleva a insulina, que aumenta a síntese de gordura e proteína, além de inibir a degradação

de gordura e a proteína em nível tecidual (MANDARINO, 2013). Aumentando o nível de

concentrado na dieta a qualidade da carcaça dos bovinos tende a melhorar (Tabela 1).

Tabela 1.

Pontuações atribuídas à conformação das carcaças; textura, coloração e marmoreio da carne segundos os níveis de concentrado na dieta.

Variável Nível de concentrado (% peso vivo)

CV(%) 0,8 1,1 1,4

Conformação (1) 12,17 13,00 13,67 15,47

Textura (2) 4,17 4,33 4,33 14,18

Coloração (3) 4,5 4,5 4,5 12,17

Marmoreio (4) 4,5 4,5 5,33 26,66

Médias seguidas de letras iguais na linha, não diferiram pelo teste de Tukey ao nível de 5%. (1)18= Superior mais, 17= Superior média, 16= Superior menos, 15= Muito boa mais, 14= Muito boa média, 13= Muito boa menos, 12= Boa mais, 11=Boa média, 10= Boa menos, 9= Regular mais, 8= Regular média, 7= Regular menos, 6= Má mais, 5= Má média, 4= Má menos, 3= Inferior mais, 2= Inferior média, 1= Inferior menos. (2)5= Muito fina, 4= Fina, 3= Levemente grosseira, 2= Grosseira, 1= Muito Grosseira. (3)5= Vermelha viva, 4= vermelha, 3=vermelha levemente escura, 2= vermelha escura, 1= escura . (4)16-18= Abundante, 13-15= Moderado, 10-12= Médio, 7-9= Pequeno, 4-6= Leve, 1-3= Traços. Fonte: Feijó, 1996

As dietas com alta quantidade de concentrado objetivam altas taxas de ganho de

peso, melhor eficiência alimentar, finalizando com custo de produção de carcaça (R$/@)

bastante competitivo. A utilização de dietas alto grão, além de maior densidade energética,

visa facilitar o manejo diário do fornecimento de alimentos, transportes, redução de mão de

obra e ainda possibilitam a realização de um menor número de tratos (BULLE et al, 1999).

MAZON JUNIOR et al (2017) realizou experimento em confinamento, onde foram

ofertados três tipos de dieta (alto grão, silagem de milho/concentrado e silagem de

milho/azevém/concentrado) e observaram o ganho de peso diário e custo da produção. Em

tal estudo não foi encontrada diferença significativa no ganho de peso diário dos animais

recebendo as três dietas (Tabela 2), porém foram encontradas diferenças relacionadas ao

custo de cada dieta (Tabela 3).

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Tabela 2. Ganho de peso diário (kg/dia) e ganho de peso total (kg) de bovinos confinados recebendo dietas a base de alto grão, silagem de milho + concentrado e silagem de milho + azevém + concentrado.

Tratamentos Ganho de Peso

Diário (kg/dia)

Ganho de Peso Total (kg)

Alto grão 1,30 a 91,00 a Silagem de milho, azevém e ração 1,32 a 92,50 a Silagem de milho e ração 1,52 a 106,00 a

CV (%) 32,73 32,73

Erro padrão 0,1429 10,01 *Letras iguais na mesma coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey, com 5% de significância. FONTE: JUNIOR et al, 2017.

.

Tabela 3. Consumo de Alimentos (kg/cabeça) e Custo total de produção (R$) de bovinos confinados submetidos a três diferentes dietas.

Alto Grão

Custos R$/kg Consumo/kg/cab Consumo (kg) Total (R$)

Alto grão 1,006 552,4 5524 5.557,14 Adaptação 0,15 150 1500 225,00 Mão-de-obra - - - 1.000,00 Custo total - - - 6.782,14

Silagem de milho + Concentrado

Custos R$/kg Consumo/kg/cab Consumo (kg) Total (R$)

Concentrado 0,7289 380 3800 2.769,82 Silagem 0,15 1140 11400 1.710,00 Mão-de-obra - - - 1.000,00 Custo total - - - 5.479,82

Silagem de milho + Azevém + Concentrado

Custos R$/kg Consumo/kg/cab Consumo (kg) Total (R$)

Azevém 18,00 - - 450,00 Silagem de milho 0,15 912 9120 1.368,00 Concentrado 0,7289 304 3040 2.215,86 Mão-de-obra - - - 1.000,00 Custo total - - - 5.033,86 FONTE: JUNIOR et al, 2017

Os autores concluíram que a produção em confinamento é vantajosa, porém é

necessária atenção ao escolher o tipo de dieta a ser ofertada.

DIAS et al. (2016) em estudo, na terminação, com animais Nelores (cadastrados e

não cadastros) utilizando dieta de alto grão sem volumoso (milho grão e núcleo mineral-

proteico-vitamínico na proporção de 850,0 g/kg de milho grão inteiro e 150,0 g/kg de

núcleo), que, segundo os autores, permite padronização do lote e possibilita máximo

aumento de peso.

Os autores relataram ganho de peso diário de 1,29 kg para os animais cadastrados

e 1,50 kg para os não cadastros (Tabela 4).

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Tabela 4. Desempenho produtivo e características de carcaça de bovinos Nelore, castrado e não castrado, terminados em confinamento, recebendo dieta alto grão.

Variável Classe sexual

CV P Castrado Não castrado

Peso corporal inicial (kg) 411,07 420,20 19,60 0,986 Peso de abate (kg) 494,34 514,59 16,07 0,001 Ganho de peso total (kg) 81,27 94,39 5,46 0,001 Ganho médio diário (kg/dia) 1,29 1,50 5,46 0,001 Rendimento de carcaça (%) 52,67 53,23 4,12 0,001 Peso de carcaça quente (kg) 260,37 273,92 4,12 0,001 Espessura de gordura subcutânea (mm) 4,80 3,40 18,05 0,006 Conversão alimentar 5,90 5,31 3,52 0,001 Peso em arrobas (@) 17,36 18,26 4,52 0,001 Conversão alimentar = CMS diário/GMD. Fonte: DIAS et al. 2016

PAULINO et al. (2014), sugeriram fornecer a dieta sem volumoso somente nos

últimos 30-40 dias da fase de terminação. Tal técnica foi utilizada em dois confinamentos

comerciais de grande porte e os ganhos zootécnicos e econômicos relatados foram

bastante significativos, com redução no consumo alimentar entre 9 – 18,5%, para um

mesmo ganho de peso, resultando em melhorias na eficiência alimentar da ordem de 10 –

18,4% (Tabelas 5 e 6).

Tabela 5.

Resultados zootécnicos de dietas de terminação tradicionais ou associadas ao uso de grão inteiro nos últimos 30-40 dias do confinamento (confinamento comercial A no estado do MT).

Item Dieta tradicional

+ grão inteiro Dieta tradicional de terminação

Valor P

Nº de animais 2.108 7.304 - Nº de currais 20 77 - Dias na dieta de grão inteiro (fase inicial) 29 0 - Dias de trato 83 89 - PV inicial (kg) 391,33 383,50 0,171 PV final (kg) 527,92 530,27 0,379 GMD (kg/dia) 1,654 1,651 0,479 Peso carcaça (kg) 296,53 294,69 0,350 Rendimento de carcaça (%) 56,16 55,56 0,010 Ganho de carcaça (kg/dia) 1,222 1,160 0,038 Rendimento do ganho (%) 74,41 70,75 0,005 CMS (kg/dia) 10,02 10,94 0,001 CMS (% PV) 2,18 2,39 < 0,001 Conversão alimentar 6,14 6,77 0,020 Eficiência biológica (kg MS/@ganha) 123,81 142,96 < 0,001 Fonte: PAULINO et al. (2014)

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Tabela 6.

Resultados zootécnicos de dietas de terminação tradicionais ou associadas ao uso de grão inteiro nos últimos 30-40 dias do confinamento (confinamento comercial B no estado do MT).

Item Dieta tradicional

+ grão inteiro Dieta tradicional de terminação

Valor P

Nº de animais 2.766 1.897 - Nº de currais 20 19 - Dias na dieta de grão inteiro (fase final) 40 0 - Dias de trato 116 118 - PV inicial (kg) 383,46 374,74 0,219 PV final (kg) 544,41 545,88 0,451 GMD (kg/dia) 1,375 1,431 0,123 Peso carcaça (kg) 297,95 296,78 0,438 Rendimento de carcaça (%) 54,73 54,33 0,148 Ganho de carcaça (kg/dia) 0,916 0,929 0,342 Rendimento do ganho (%) 66,86 65,00 0,100 CMS (kg/dia) 9,35 11,08 < 0,001 CMS (% PV) 2,02 2,41 < 0,001 Conversão alimentar 6,85 7,83 0,003 Eficiência biológica (kg MS/@ganha) 154,94 183,52 <0,001 Fonte: PAULINO et al. (2014)

Para alguns autores a proporção ideal em uma dieta de alto grão é de 85% de milho

inteiro e 15% do pellet concentrado (PAULINO et al. 2014). Owens & Basalan (2013)

realizaram um comparativo em dietas com milho inteiro e milho moído a seco, e relatam que

animais alimentados com grão inteiro apresentaram ganho de peso 7,45% menor, consumo

6,82% (kg/dia) – 2,59% (% PV) inferior, eficiência alimentar 1,71% pior e energia líquida

para ganho 4,18% inferior, em comparação com os animais que receberam as dietas à base

de milho moído.

Alguns autores afirmam que inserir uma fonte de fibra na dieta teria efeito benéfico

para o desempenho. Porém pesquisadores avaliaram dietas de grão de milho inteiro e com

a inclusão de três níveis de bagaço de cana in natura (0, 3 % ou 6% na MS da ração total) e

relatam que o desempenho dos bovinos alimentados sem inclusão de bagaço foi inferior

àqueles animais que receberam dietas com 3 ou 6% de bagaço (MARQUES et al., 2011).

Paulino et al. (2014) indicam que a melhor dieta seria constituída por 85% de milho inteiro,

10% de pellet e 5% de uma fonte de proteína associada a um pouco de fibra, sendo mais

recomendado o uso de torta gorda de algodão, o que permitiria o balanceamento da dieta,

mantendo a homogeneidade da mistura.

Lima et al. (2013) analisaram a interferência da dieta de alto grão sobre as

características de carcaça em cordeiros. Para isso foram utilizadas três dietas com

diferentes níveis de concentrado (60%, 80% e 100%), sendo esta constituída por 15% de

suplemento nutricional + 85% de milho inteiro. O volumoso utilizado foi feno de aveia. Os

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autores relatam rendimento verdadeiro da carcaça superior para os animais que receberam

o tratamento 100% de concentrado na dieta, em média 58,3%.

Santos et al. (2011), em revisão de literatura sobre processamento de grãos para

bovinos de corte, verificaram que experimentos realizados no Brasil com milho duro, a

silagem do grão úmido diminui o consumo e aumentou o ganho diário dos animais em

comparação ao milho moído fino. O aumento na eficiência alimentar relatado nos trabalhos

nacionais avaliando a silagem de milho úmido em comparação ao milho moído fino é maior

que a relatada nos trabalhos norte-americanos que compararam o milho ensilado úmido

com o milho laminado. O ganho em eficiência alimentar induzido pela ensilagem do grão

duro no Brasil foi em média de +13,7% (+5,5% a +17,24%) em quatro experimentos,

enquanto o ganho médio em seis ensaios conduzidos nos Estados Unidos foi de +8,6%

(+1,8% a +17,7%).

Neumann et al. (2015) avaliando consumo e desempenho de novilhos holandeses

confinados alimentados com dietas 100% concentrado em diferentes processamentos: T1 –

Dieta 100% concentrado composta por 80% de grão de milho inteiro e 20% de núcleo

proteico peletizado (MG+NP) e T2 – dieta 100% concentrada peletizada (CP). Animais

alimentados com dieta MGI + NP obtiveram maior (P < 0,05) ganho de peso (1,354 versus

1,257 kg dia-1) e melhor eficiência alimentar (4,31 versus 4,50 kg de matéria seca kg de

ganho de peso-1) em relação à dieta 100% concentrado na forma peletizada. O tipo de

fornecimento de dietas com alta proporção de concentrado alterou o desempenho de

novilhos holandeses confinados, sendo que a dieta MGI + NP apresentou melhores

resultados.

2.4. ADAPTAÇÃO À DIETA DE ALTO GRÃO

Bovinos que iniciam no confinamento, sofrem mudanças fisiológicas à medida que

são aclimatados à nova dieta. Algumas dessas mudanças são reposição de água corporal

perdida, estabelecimento da imunidade contra patógenos e adequação dos microrganismos

no rúmen (Brown e Millen, 2009).

Em revisão publicada sobre a adaptação de bovinos ao confinamento com dietas de

alto concentrado, Moreira (2011) afirmou que no processo de transição a diminuição de

volumoso é o que mais causa impactos na microbiota ruminal. O desequilíbrio das espécies

microbianas pode abrir porta para organismos facultativos oportunistas que podem acarretar

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distúrbios ruminais. Protocolos de adaptação em períodos excessivamente curtos podem

permitir a ocorrência de distúrbios ruminais, e doutra forma, períodos excessivamente

longos comprometem o ganho de peso diário (GPD) e a exploração eficiente por parte do

confinamento, do ganho de peso compensatório, além de aumentar o custo da arroba

produzida (Torquato, 1983).

Diversos sistemas vêm sendo empregados para promover a adaptação do gado a

dietas com alto teor de concentrado. Estes utilizam procedimentos para prevenir o consumo

excessivo de amido prontamente fermentescível dos grãos das dietas (Owens, 2007) –

Tabela 7.

Tabela 7. Protocolo de adaptação à dieta 100% concentrado

Dias Alimentação

Volumoso Concentrado*

1º e 2º dias À vontade 0

3º e 4º dias À vontade 0,8

5º e 6º dias À vontade 1,6

7º em diante À vontade À vontade

Proporção concentrado => milho: núcleo = 80:20 * % do peso corporal. Fonte: BELTRAMEN et al.,2011.

Castro (2009) recomenda adaptação prévia na utilização da técnica “confinamento a

pasto sem volumoso”, pois os animais sentem muito a mudança da dieta com volumoso

para uma dieta sem volumoso. A recomendação do autor seria manter os animais a pasto,

permitindo o acesso livre ao volumoso durante o período de adaptação. Neste sistema, os

animais são mantidos a pasto, com lotação de 30 a 40 cabeças por hectare, dependendo

da quantidade de forragem disponível. Com alta taxa de lotação, tem-se disponibilidade de

forragem apenas durante a adaptação dos animais à nova dieta na primeira quinzena do

confinamento. Após o período de adaptação, os animais podem permanecer no pasto

(piquete) ou em currais de confinamento. O importante é não haver forragem disponível. Em

outra revisão, Brown et al., (2006) concluíram que adaptar bovinos com aumentos graduais

de concentrado de 55 a 90% na matéria seca, em período inferior ou igual a 14 dias,

geralmente resulta em desempenho reduzido durante a adaptação ou ao longo de todo o

período de alimentação.

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Segundo Vasconcelhos (2007) existem três tipos de dietas de adaptação para

animais em confinamentos:

1. Diferentes dietas de adaptação: Os animais vão receber diferentes dietas com

diferentes quantidades de volumoso e concentrado, de 3 a 4 semanas, são

utilizados de 2 a 5 diferentes dietas sendo fornecidas de 5 a 10 dias cada uma delas.

2. Oferta controlada: Feita com a restrição a uma única ração, com o aumento lento e

progressivo na quantidade.

3. “Two-ration blending”: Adaptação feita com apenas duas dietas: uma dieta de

adaptação e a dieta final, período de 3 semanas. A dieta de adaptação é misturada

com a dieta final em diferentes proporções até a dieta final ser a única

disponibilizada.

A grande maioria dos nutricionistas animais no Brasil utilizam o método e adaptação

de dietas múltiplas (Tabela 8), tal preferência ocorre devido à competição de cocho, fazendo

com que exista consumo desigual entre os animais (Millen et al, 2009).

Tabela 8. Métodos de adaptação utilizados por consultores no Brasil

Item Nº de respostas %

Métodos utilizados para adaptação às dietas de terminação

Múltiplas dietas 15 48,

Dieta final limitada em quantidade 6 19,4

Única dieta contendo menos energia 3 9,7

Outros ou mais de um método 6 19,4

Nenhuma adaptação 1 3,2

Métodos utilizados para recepção dos animais

Nenhuma adaptação 11 35,5

Feno mais concentrado 6 19,4

Período em pastejo 6 19,4

Período em pastejo mais concentrado 4 12,9

Outro ou mais de um método 4 12,9

FONTE: MILLEN et al., 2009

No Brasil, pesquisadores iniciaram a investigação no Brasil a respeito da adaptação

de bovinos Nelore confinados à dietas de alto concentrado utilizando os protocolos de

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escada e restrição, com os períodos de 21 e 14 dias; 14 e 9 dias; 9 e 6 dias,

respectivamente (PERDIGÃO et al, 2013; BARDUCCI et al, 2012; PARRA et al, 2011). Os

protocolos de adaptação foram escolhidos por serem os mais utilizados no Brasil e os

períodos de 21 e 14 dias, indicado por pesquisadores americanos (VASCONCELOS e

GALYEN, 2007; BROWN et al., 2006) e a diminuição desses períodos teve como objetivo

desafiar cada vez mais os animais.

2.5. PROBLEMAS CAUSADOS PELA DIETA DE ALTO GRÃO

Apesar dos benefícios que a dieta de alto grão traz, temos também a presença de

desvantagens para o animal, uma vez que dietas ricas em concentrado podem causar

problemas como acidose, timpanismo, ruminite e paraqueratose (SILVA, 2009). A mudança

de dieta provoca grandes alterações ruminais, entre elas alterações sistêmicas como

aumento de ácidos orgânicos, como o ácido lático, redução do pH, ruminites e

paraqueratose (PARRA, 2011).

Geralmente no rúmen há equilíbrio entre a população de bactérias celulolíticas e as

que utilizam outros carboidratos e alterações neste mecanismo ocasionam indigestão,

disfunção ruminal e absorção de toxinas. Após 2 a 6 horas da ingestão de quantidades

excessivas de alimentos altamente fermentáveis (amido) pelo ruminante é verificada

mudança na população microbiana do rúmen. Há acentuado aumento no número de

Streptococcus bovis, os quais utilizam os carboidratos para produzir grandes quantidades

de ácido láctico que diminuirá ainda mais o pH ruminal, a tal ponto que serão destruídas as

bactérias celulolíticas e os protozoários. A concentração de ácidos graxos voláteis

inicialmente também é aumentada (ácido propiônico) e contribui para diminuir o pH ruminal.

Nesse cenário, além do S. bovis, multiplicam-se lactobacilos e bastonetes gram-positivos,

que em pH baixo, utilizam grandes quantidades de carboidratos do rúmen para produzir

mais ácido láctico. Ambas as formas D e L de ácido láctico são produzidas, aumentando a

osmolaridade que, por sua vez, retira água do sistema circulatório causando

hemoconcentração e desidratação. Uma parte do ácido láctico é tamponada pelos tampões

ruminais, mas quantidades consideráveis são absorvidas pela parede ruminal, ao passo que

o restante é absorvido pelo trato intestinal. À medida que o pH ruminal cai, a amplitude e a

freqüência dos movimentos do rúmen diminuem e com o pH ao redor de 5 há completa

parada ruminal. O ácido láctico absorvido pode ser metabolizado no fígado, sendo oxidado

ou formando glicose, utilizando para tal íons H+, o que produz indiretamente efeito tampão.

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Com quantidade não tóxica, o equilíbrio ácido básico é mantido pela utilização de

bicarbonato e eliminação de CO2 pelo aumento da freqüência respiratória. Em casos graves

de acidose láctica, as reservas plasmáticas de bicarbonato estão reduzidas, o pH

sangüíneo cai violentamente, a pressão sangüínea cai, causando diminuição na pressão

de perfusão e no fornecimento de oxigênio aos tecidos periféricos, resultando num

progressivo aumento de ácido láctico para a respiração celular (REECE, 2006).

Resumidamente, a acidose ruminal é originada pelo excesso da fermentação dos

carboidratos no rúmen, acarretando desequilíbrio na produção de ácidos. Isso ocorre,

principalmente, em animais que ingerem altas concentrações de carboidratos em dietas de

confinamento (SANTOS 2011).

O timpanismo ruminal pode ocorrer pela inibição da eliminação de gases gerados no

momento da fermentação ruminal. No caso o timpanismo primário, há distensão do rúmen

aproximadamente 15 minutos após a alimentação do animal, fazendo com que a haja

desconforto e o animal permaneça deitado, tal problema se baseia na dispersão do gás em

forma de bolhas que ficam sobre o liquido ruminal dando aparência de viscosidade (JONES,

1985).

Dietas de confinamento podem levar ao timpanismo devido à alta ingestão de grãos

rapidamente fermentados e desestabilização a microbiota ruminal, de modo que,

carboidratos rapidamente fermentados permitem a proliferação de bactérias ácidos tolerante

(Streptococcus bovis e Lactobacillus spp) e produção de quantidades excessivas de

fermentação ácida, resultando em pH ruminal excessivamente baixo, e isto, prejudica a

motilidade ruminal favorecendo a maior produção de gases e acúmulo dos mesmos.

Portanto, o adequado manejo da dieta e até mesmo a utilização de aditivos pode ser fator

fundamental no controle do timpanismo (CHENG et al., 1998).

THOMPSON et al. (1965) citados por OWENS et al. (1988) relataram que novilhos

alimentos com ração concentrada e sem feno, quando comparada a novilhos que se

alimentaram de feno longo e triturado, o pH do rúmen era inferior. A diminuição do pH pode

levar a um quadro de acidose aguda, que é causada pela alta ingestão de carboidratos

prontamente fermentado. Em tal quadro ocorre aumento na osmolaridade e o acumulo de

glicose, que pode danificar a parede ruminal e intestinal. E, para controlar a acidose, pode-

se utilizar aditivos que inibem a proliferação de organismos produtores de ácido láctico,

estimulando a atividade de bactérias que utilizam de lactato.

Outro processo que pode alterar a qualidade de carcaça e o rendimento é a laminite,

que consiste em uma inflamação aguda de estruturas sensíveis da parede dos cascos,

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levando o animal a dificuldade locomotores, dessa forma ele visita menos os cochos

diminuindo o consumo de alimento. Essa alteração está diretamente relacionada à ingestão

de grande quantidade de grãos (Greenough et al.,1990).

A acidose láctica ruminal (ALR) também é causa da diminuição do desempenho do

bovino, devido alto teor de ácido lático produzido no rúmen pela fermentação dos grãos

(VECHIATO e ORTOLANI, 2008).

2.6. DIETA DE ALTO GRÃO X DIETA CONVENCIONAL

A dieta alto grão sem volumoso possibilita ao sistema do confinamento um máximo

ganho de peso individual, proporciona a produção de animais precoces e permite uma

padronização no lote. O que torna o sistema vantajoso e de fácil implantação é a ausência

do fornecimento de volumoso, pois reduz o manejo pelos funcionários e os gastos que

envolvem a produção e o armazenamento de um alimento volumoso em uma propriedade

(DIAS et al., 2016).

Em um trabalho realizado no Brasil, animais zebuínos receberam três dietas, sendo

duas exclusivas de concentrado e uma com silagem de milho como volumoso, e

observaram que a dieta com silagem de milho como volumoso, constataram que o

tratamento com dieta exclusiva de concentrado peletizado apresentou o menor ganho de

peso (0,95 kg/dia), seguido pela dieta de milho grão inteiro e pellet (1,25 kg/dia) e a dieta

convencional (1,55 kg/dia). Porém as características comerciais como rendimento de

carcaça não apresentaram diferenças (MANDARINO et al., 2013).

Quando se avaliou dietas de alto grão em confinamento da raça Nelore com

diferentes porcentagens de volumoso (0 – 15%), foi possível verificar que os animais que

consumiram milho inteiro e pellets apresentaram maior eficiência alimentar e foram mais

lucrativos em comparação aos outros tratamentos (TRAXLER et al.,1995).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dietas com alto grão é uma ferramenta de manejo que pode (e deve) ser utilizada no

confinamento, pois tem potencial para diminuir o tempo de abate do animal, diminuir os

gastos com produção e aumentar a lucratividade do sistema, porém para essa decisão é

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necessário ter conhecimento dos grãos utilizados, da genética e saúde do animal, conforto

térmico e é de suma importância respeitar o período de adaptação do animal.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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