dicas para fazer a prova discursiva - marcus silva

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Dicas para a realização de sua prova discursiva – elaborado por Professor Marcus Silva Prof. Marcus Silva Dicas para realização da sua prova discursiva Agosto de 2011 1 Prezados (as) Concurseiros (as), Vamos conversar sobre alguns temas voltados para a realização da sua prova discursiva? Meu objetivo é, de uma forma simples, orientá-los quanto à forma de redigir sua resposta diante de uma questão discursiva de prova, seja qual for a prova. Neste material, focarei um pouco mais no concurso para o TCU, mas tudo pode ser utilizado para qualquer concurso, ok? Beleza! Entendam as dicas como uma simples orientação. Cada um pode desenvolver o próprio método de elaboração da prova. Também, trouxe exemplos selecionados de questões de provas discursivas de concursos recentes, com a nota que foi concedida pela banca. Contudo, o mais importante não é a nota, se foi o “gabarito” ou não, mas sim que vocês possam observar atentamente como foi desenvolvido o tema proposto, a estrutura da resposta, ou seja, a forma de abordagem na introdução, desenvolvimento e conclusão. Todos os exemplos que trouxe aqui foram de pessoas que conseguiram seus objetivos, ou seja, uma nota diferenciada que ajudou muito na aprovação, ok? A nota serve somente como referência de uma redação considerada de bom nível por uma banca examinadora de um concurso público concorrido. Outro ponto que considero importante comentar é em relação aos critérios de correção das diversas bancas de concurso. É lógico que é importante ir para a prova sabendo quais são os critérios que serão utilizados para avaliar o seu texto. Mas não fique muito preocupado com isso. Você não pode ficar paranóico com estes detalhes, pois há muitas outras coisas com que se preocupar! Todas as informações sobre tais critérios estão no edital do seu concurso. Basta ler com calma,

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Dicas para a realização de sua prova discursiva – elaborado por Professor Marcus Silva

Prof. Marcus Silva Dicas para realização da sua prova discursiva – Agosto de 2011

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Prezados (as) Concurseiros (as),

Vamos conversar sobre alguns temas voltados para a

realização da sua prova discursiva? Meu objetivo é, de uma

forma simples, orientá-los quanto à forma de redigir sua

resposta diante de uma questão discursiva de prova, seja qual

for a prova. Neste material, focarei um pouco mais no

concurso para o TCU, mas tudo pode ser utilizado para

qualquer concurso, ok? Beleza! Entendam as dicas como uma

simples orientação. Cada um pode desenvolver o próprio

método de elaboração da prova. Também, trouxe exemplos

selecionados de questões de provas discursivas de concursos

recentes, com a nota que foi concedida pela banca. Contudo, o

mais importante não é a nota, se foi o “gabarito” ou não, mas

sim que vocês possam observar atentamente como foi

desenvolvido o tema proposto, a estrutura da resposta, ou

seja, a forma de abordagem na introdução, desenvolvimento e

conclusão. Todos os exemplos que trouxe aqui foram de

pessoas que conseguiram seus objetivos, ou seja, uma nota

diferenciada que ajudou muito na aprovação, ok? A nota serve

somente como referência de uma redação considerada de bom

nível por uma banca examinadora de um concurso público

concorrido.

Outro ponto que considero importante comentar é em relação

aos critérios de correção das diversas bancas de concurso. É

lógico que é importante ir para a prova sabendo quais são os

critérios que serão utilizados para avaliar o seu texto. Mas não

fique muito preocupado com isso. Você não pode ficar

paranóico com estes detalhes, pois há muitas outras coisas

com que se preocupar! Todas as informações sobre tais

critérios estão no edital do seu concurso. Basta ler com calma,

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observando os limites de linhas a serem obedecidos, quais

serão os temas que podem ser cobrados no desenvolvimento

do texto, qual será o peso da discursiva na nota final, dentre

outros aspectos diversos. Contudo, não perca muito tempo

com isso. Não vale à pena! Repito: você já tem muitas coisas

com que se preocupar, não é verdade?! Portanto, preocupe-se

com a estrutura do seu texto, preocupe-se em como

desenvolvê-lo. Preocupe-se com o conhecimento teórico que

será necessário para responder à questão. Isto sim é o mais

importante! Preocupe-se, durante a sua preparação, com a

construção de uma base sólida, ou seja, com o aprendizado

dos conhecimentos básicos sobre as matérias. Sendo

bastante simples e direto: faça o básico! Não tente demonstrar

ser um escritor, com frases rebuscadas, com termos

excessivamente técnicos. Pense que qualquer pessoa, por

mais leiga no assunto abordado por seu texto, tem que ser

capaz de entender sobre o que você escreveu, ok? Seja

simples, sem deixar de responder à questão. Opte por frases

curtas, por parágrafos concisos. Tente entender o que o

examinador quer e escreva sobre cada ponto que ele lhe pede.

Simplicidade é a palavra de ordem para o seu sucesso! Ao

longo deste simples material, teremos a oportunidade de

conversar mais sobre todos estes pontos, ok?

Portanto, vamos começar? Espero poder ajudá-los e dar uma

força a vocês nesta dura jornada de estudos.

Enfim, vamos começar!

Marcus Silva

[email protected]

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1 – Introdução.

Pessoal, escrever não é um “bicho de 7 cabeças” ou, pelo menos, tão

difícil quanto vocês possam imaginar. Todos nós, alguns com mais e

outros com menos facilidade para redigir, somos capazes de criar

textos adequados, principalmente quando nos são fornecidas

informações que possam orientar na elaboração de nossas redações,

como acontece nas provas de concursos públicos, atualmente.

Entendo que o essencial para obter sucesso nas questões discursivas

de concursos públicos é ser simples e lógico. É necessário organizar

as idéias, mostrá-las de modo objetivo e fazer, com isso, o ponto de

partida para que você se expresse convenientemente e de forma

adequada.

2 – Descrição, narração ou dissertação?

Mas qual a maneira que você deve utilizar para responder às

questões discursivas que são propostas nos concursos, em especial, o

do Tribunal de Contas da União?

Bom, primeiramente, tudo o que se escreve recebe o nome genérico

de redação (ou composição). Contudo, existem 3 tipos de redação:

descrição, narração e dissertação. Vamos perceber a diferença entre

elas?

Descrição – é o tipo de redação na qual se apontam as

características que compõem um determinado objeto, pessoa,

ambiente ou paisagem.

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Narração – é a modalidade de redação na qual contamos um ou

mais fatos que ocorreram em determinado tempo e lugar, envolvendo

certos personagens.

Dissertação – é o tipo de composição na qual expomos idéias

gerais, seguidas da apresentação de argumentos que as

comprovem.

Percebam, então, que não há como confundir estes três tipos de

redação. Enquanto a descrição aponta os elementos que caracterizam

os seres, objetos, ambientes e paisagens, a narração implica uma

idéia de ação, movimento empreendido pelos personagens da

história. Já a dissertação assume um caráter totalmente

diferenciado, na medida em que não fala de pessoas ou fatos

específicos, mas analisa certos assuntos que são abordados de

modo impessoal.

Então, como tem sido a cobrança nas provas para o TCU?

Vejamos alguns exemplos de comando das questões discursivas

anteriores:

- TCU 2010:

A promulgação da Lei do Pregão Eletrônico — Lei n.º 10.520/2002 — foi um dos maiores avanços em prol da redução dos preços nas

compras realizadas pelo poder público. Embora sua aplicação não seja ampla e irrestrita, pois há situações às quais ela não se aplica,

essa lei traz constantes benefícios à administração pública. Nesse contexto, considere a situação hipotética a seguir.

As comissões de licitação de dois órgãos públicos receberam de sua

área de tecnologia da informação uma solicitação autorizada pela

diretoria de cada órgão para contratar empresa a fim de desenvolver

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aplicativo de grande complexidade e absolutamente inovador,

utilizando software de bancos de dados e de desenvolvimento de

aplicativos existentes no mercado. Para tal contratação, a comissão do primeiro órgão optou por realizar pregão, e a do segundo

considerou que a situação dispensava licitação, por entender que se tratava de caso de fornecedor exclusivo.

Redija um texto dissertativo a respeito da regularidade dos dois

procedimentos de contratação descritos na situação hipotética acima. Ao elaborar seu texto, responda, de modo justificado, aos

seguintes questionamentos.

- O órgão que realizou pregão agiu corretamente? - O órgão que dispensou a licitação agiu corretamente?

- A partir do pressuposto de que os processos teriam sido regulares, seria o caso de fazer-se registro de preço da contratação?

(O número máximo de linhas foi de 20)

- TCU 2010:

A sujeição de todos os atos praticados ou de todas as atividades desenvolvidas pela administração pública a controle constitui garantia

básica dos cidadãos, além de ser consequência direta e necessária da adoção da teoria da separação dos poderes. Além dessas duas

vertentes, o controle da atividade administrativa deve ser igualmente

considerado instrumento para a melhoria dos serviços prestados pelo Estado. A sujeição de todos os agentes públicos a diferentes

mecanismos de controle contribui para a melhoria das tarefas por eles desenvolvidas.

Lucas Rocha Furtado. Curso de direito administrativo. Belo Horizonte:

Forum, 2007, p. 1.052 (com adaptações).

Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca dos

sistemas de controle na administração pública, em conformidade com a Constituição Federal de 1988. Ao elaborar seu texto, discorra sobre

os mecanismos de controle inseridos no ordenamento constitucional, abordando, necessariamente, a classificação doutrinária quanto

aos seguintes aspectos:

- momento em que se realiza;

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- órgãos responsáveis pelo seu exercício;

- natureza ou tipo de controle.

(O número máximo de linhas foi de 20)

- TCU 2010:

Considere a seguinte afirmação: o caminho da conformidade

normativa na gestão de tecnologia da informação (TI) leva à garantia de segurança da informação. A partir dessa afirmação e considerando

a gestão e governança de TI, redija um texto dissertativo acerca

das relações entre conformidade normativa na gestão de TI e garantia de segurança da informação. Ao elaborar seu texto, atenda,

necessariamente, as seguintes determinações:

- Defina conformidade normativa. - Defina garantia de segurança da informação.

- Explicite, de forma justificada, e exemplifique, como a conformidade normativa garante, ou não, segurança da informação.

(O número máximo de linhas foi de 20)

- TCU 2007:

1) ...”TEXTO”...

Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador,

redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema: Orçamento público: características gerais e peculiaridades da

experiência brasileira.

Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos, com ênfase na experiência brasileira:

- orçamento como expressão do programa de governo;

- participação dos cidadãos na elaboração e execução do orçamento;

- caráter impositivo ou autorizativo do orçamento.

2) ...”TEXTO”...

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Com referência ao trabalho de auditoria acima descrito, realizado pelo

TCU, redija um texto dissertativo que atenda aos seguintes

questionamentos/instruções:

- em que consiste a auditoria contábil, financeira e orçamentária do TCU? Em sua resposta, aborde a importância do aspecto técnico da

legalidade e de legitimidade na aplicação dos recursos pela auditada;

- em que consistem a avaliação dos controles internos e a auditoria interna da entidade auditada?

- que técnicas de amostragem probabilística o TCU pode utilizar em

situações como a descrita? Comente o risco na aplicação de cada uma dessas técnicas;

- a propósito do trabalho de auditoria em questão, quais são a função

e a competência do TCU nas irregularidades detectadas?

TCU 2005:

3) ...”SITUAÇÃO HIPOTÉTICA”...

Tendo em vista essa situação hipotética, elabore texto dissertativo

posicionando-se acerca da validade do referido contrato e da propriedade do argumento utilizado para afastar a exigibilidade da

licitação.

4) O Tribunal de Contas da União (TCU) exerce competências específicas que decorrem de comandos constitucionais e

infraconstitucionais. Nesse contexto, redija um texto dissertativo a respeito das competências que a Constituição de

1988 e, mais recentemente, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) atribuíram ao TCU, abordando, necessariamente, os

seguintes aspectos:

- competência do TCU no exame das contas de governo da República;

- competência do TCU no exame das contas dos administradores federais, indicando a eficácia da decisão proferida;

- competência legal do TCU em relação aos montantes fixados para a despesa total com pessoal e para o endividamento público;

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- competência do TCU no exame das contas dos administradores de

entidades privadas responsáveis pela gestão de recursos públicos

federais.

Portanto, pessoal, as cobranças têm sido no sentido da elaboração de

respostas no estilo dissertativo, inclusive com a orientação dos pontos a serem abordados pelo candidato na elaboração da sua

resposta. As provas de 2009 e de 2008 também foram na mesma linha de cobrança. Ou seja, pessoal, NA MAIORIA DAS VEZES, o

próprio comando da questão já nos dá a estrutura da nossa resposta! É muito mais fácil que elaborar uma redação

dissertativa quando o que se tem é somente um tema, solto, sem “amarrações”. O trabalho fica muito mais fácil, pois a própria

banca nos diz o que teremos que abordar em nossa resposta. Contudo, é necessário ter um conhecimento teórico sólido e bastante

abrangente. Esse é um dos motivos pelos quais é essencial “cobrir”

todo o conteúdo do edital, pois qualquer ponto da matéria poderá ser exigido neste momento.

Então, inicialmente, chegamos à seguinte conclusão sobre a forma de abordagem das respostas às questões discursivas:

- Exposição de idéias gerais, seguidas da apresentação de

argumentos que as comprovem; e

- Abordagem dos assuntos de modo impessoal.

3 – A questão do tema e título.

Tema é o assunto sobre o qual você irá escrever, ou seja, a idéia que será desenvolvida ao longo da sua resposta à questão.

Título é a expressão, geralmente curta, colocada no início do

trabalho. É, na verdade, uma vaga referência ao assunto que será abordado.

Exemplos:

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Título: O Brasil e a corrupção.

Tema: O Brasil enfrenta atualmente enormes problemas envolvendo a corrupção, não somente em relação aos recursos públicos, mas

também no âmbito privado.

Então, como proceder na prova do concurso? Dado o tema, é necessário elaborar um título para a sua resposta dissertativa? NÃO.

Por experiência própria, nunca vi este modo de cobrança. Portanto, ao menos que seja solicitado, não elabore um título para a sua

resposta à prova discursiva.

4 – O esquema para a dissertação.

Qual a primeira providência que deve ser tomada por você ao se

deparar com um tema proposto na sua prova? Entrar em desespero?

Lógico que não será isso que você irá fazer, não é?

Uma boa sugestão pode ser a seguinte: - leia com bastante atenção e calma o tema, pausadamente;

- reflita sobre o tema e sobre possíveis pontos que você

poderia abordar sobre o mesmo;

- procure recordar-se do que já estudou a respeito do tema;

- com toda a certeza, você terá ao menos uma noção sobre o que está sendo proposto; e

- em seguida, organize suas idéias.

Isso é o que se chama de “brainstorm” ou, de forma mais simples,

“tempestade cerebral” ou “chuva de idéias”. É neste momento que você vai escrever no seu rascunho tudo aquilo que vem à sua cabeça

sobre o tema, sem maiores preocupações de organização ou ordem de apresentação no texto definitivo. Escreva tudo e somente depois

organize as idéias.

Obs.: A maioria das questões dissertativas dos últimos concursos

para o TCU, de certa forma, facilita a sua vida no que tange ao “brainstorm”. Vejam nos exemplos de questões citados anteriormente

que o examinador “amarra” os pontos sobre os quais você deverá escrever. Observem:

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“...abordando, necessariamente, os seguintes aspectos:

- competência do TCU no exame das contas de governo da República;

- competência do TCU no exame das contas dos administradores

federais, indicando a eficácia da decisão proferida;

- competência legal do TCU em relação aos montantes fixados para a despesa total com pessoal e para o endividamento público;

- competência do TCU no exame das contas dos administradores de

entidades privadas responsáveis pela gestão de recursos públicos federais.”

Portanto, na verdade, você vai fazer o seu “brainstorm” de uma

forma direcionada aos pontos que estão sendo objeto de cobrança.

Fica muito mais fácil que pensar de uma forma “solta”, desde que você tenha o conhecimento teórico bem solidificado, na base.

Geralmente, não são cobrados, como sempre falo para meus alunos, os detalhes mais difíceis da “NASA”, mas sim a base do

conhecimento, simples e objetivo.

4.1 – Introdução, Desenvolvimento e Conclusão.

A sua resposta deverá ter uma introdução, um desenvolvimento e

uma conclusão.

Após o “brainstorm”, você já vai ter elencado vários argumentos e selecionado aqueles que serão objeto do desenvolvimento de sua

resposta. Tome cuidado na hora da seleção desses argumentos. Não

escolha somente argumentos que retratem situações óbvias. O examinador poderá, neste caso, retirar pontos preciosos por questão

de argumentação fraca.

Pois, então, você já estará pronto para elaborar a introdução de sua resposta. Nela, você irá reunir o tema e seus argumentos. Apenas

mencione os argumentos na introdução. Desta forma, na introdução serão expostos o tema e cada argumento que serão

desenvolvidos nos parágrafos seguintes.

Repare que na introdução não há desenvolvimento de

argumento algum, mas somente a apresentação dos mesmos, além do tema. Palavras e expressões como “pois”, “além do mais” podem

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ser utilizadas para ligar os argumentos, na introdução. Frases curtas

representam a melhor opção a ser utilizada na introdução. A seguir,

no desenvolvimento, cada um dos argumentos será explicado, conforme o comando da questão direciona. Não fuja ao tema nem à

forma de abordagem proposta. Uma vez que as questões pedem “abordando, necessariamente, ...”, se você deixar de abordar algum

ponto solicitado, certamente será penalizado.

O desenvolvimento compreenderá tantos parágrafos quantos forem os argumentos selecionados por você. Isso não significa que você

deverá seccionar seus argumentos ao mínimo indivisível. Você pode reunir em um parágrafo idéias que sejam complementares, de

modo que sejam entendidas como um argumento único.

Desta forma, desenvolva seus parágrafos de forma clara, concisa, objetiva, coerente e coesa. Expresse-se com convicção sobre

aquilo que se está tratando. Não deixe dúvidas. Não seja prolixo.

Seja simples e objetivo. Utilize períodos curtos e de fácil entendimento.

Para que sua resposta fique completa, falta apenas elaborar um

último parágrafo que se denomina conclusão. Vamos analisar as suas partes.

A conclusão pode ser iniciada com uma expressão que remeta ao que

foi dito nos parágrafos anteriores (expressão inicial). A esta expressão deve seguir-se uma reafirmação do tema proposto no

início da redação. No final do parágrafo, é interessante colocar uma observação, fazendo um comentário sobre tudo o que foi

mencionado ao longo dos parágrafos do desenvolvimento. Um exemplo de expressão inicial para a conclusão pode ser: “Em virtude

dos fatos mencionados...”. Portanto, pessoal, o parágrafo de

conclusão é uma espécie de recapitulação de tudo o que foi elaborado antes, ou seja, a introdução e o desenvolvimento.

5 – Lembretes.

Vamos, agora, fazer algumas observações sobre alguns pontos

críticos. São exemplos de pontos corriqueiros que, se representarem erro no seu texto, poderão representar pontos a menos na sua nota.

Neste item, trouxe apenas alguns lembretes. Se você sente dificuldades e possui dúvidas específicas sobre ortografia,

acentuação, concordâncias verbal e nominal, dentre outros temas, é essencial que, neste momento de preparação, você esclareça TODAS

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as suas dúvidas. Não as leve para o dia da prova, jamais. Você tem

tempo suficiente para saná-las. Basta consultar um dicionário e/ou

uma boa gramática, como, por exemplo, a de Evanildo Bechara, ou outro autor que seja referência, como também Celso Cunha. Fica a

sugestão. Há como baixar grátis exemplares em links de sites como http://www.livrosgratis.net/download/205/moderna-gramatica-

portuguesa-evanildo-bachara.html.

Observação: O novo acordo ortográfico, ainda, pode deixar de ser utilizado por você, ao escrever seu texto. Isto está respaldado no

artigo 2º, parágrafo único, do Decreto nº 6.583/2008. Estamos no período de transição que vai até 31 de dezembro de 2012. Até lá,

“coexistirão a norma ortográfica atualmente em vigor e a nova norma estabelecida”. Portanto, se você quiser escrever como já escreve, não

há problemas. Só não cometa o erro de misturar regras estabelecidas pelo Decreto nº 6.583/2008 com as regras anteriores ao mesmo, ok?

5.1 - Diferença entre más, mas e mais.

- MÁS é o plural de MÁ, que significa ruim.

- Utilize MAS sempre que for possível substituí-la pela palavra

PORÉM.

- Utilize a palavra MAIS para indicar acréscimo ou aumento de intensidade.

5.2 – Diferença entre PORQUE, POR QUE, PORQUÊ e POR QUÊ.

- Utilizamos POR QUE quando a frase encerrar uma pergunta. Se a

expressão estiver no início da oração, o QUE não será acentuado. Se estiver no fim da oração, ele será acentuado (QUÊ).

- Nas respostas dadas, escrevemos PORQUE.

- Quando PORQUE for um substantivo, podendo ser antecedido pelo

artigo O, será obrigatoriamente grafado com acento circunflexo (PORQUÊ).

5.3 – Diferença entre MAU e MAL.

- Utilize a palavra MAL quando ela for ou um substantivo, ou um advérbio, ou uma conjunção. Exemplos:

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O bem e o mal são forças opostas. (substantivo).

O rapaz mal escreve o próprio nome. (advérbio). O acusado incriminou-se, mal começou seu depoimento. (conjunção).

- Utilize a palavra MAU quando ela for um adjetivo. Exemplo:

Fulano tem um mau hábito de mentir.

Outra forma, até mais fácil, é a seguinte:

-MAU é o contrário de BOM. Utilize MAU quando puder substituir MAU

por BOM.

- MAL é o contrário de BEM. Utilize MAL quando puder substituir MAL

por BEM.

5.4 – O que você NÃO deve fazer em uma dissertação.

Existem certos erros que fazem cair por terra seus esforços para

construir um texto dissertativo adequado na sua prova. Aqui, enumerei alguns desses erros mais frequentes para que vocês fiquem

atentos. Vamos a eles!

5.4.1 – Jamais use gírias em sua dissertação.

As gírias são completamente inadequadas quando usadas em uma

dissertação. A linguagem utilizada deverá ser formal, mas não

necessariamente erudita. Contudo, deverá ser bem elaborada.

5.4.2 – Não utilize provérbios ou ditos populares.

Um texto dissertativo costuma ser prejudicado pela má utilização de

frases feitas, provérbios e ditos populares. Estes tipos de expressões empobrecem a redação e fazem parecer que você, candidato, não

tem criatividade, pois lança mão de formas de expressão já batidas pelo uso frequente.

5.4.3 – Nunca se inclua em sua dissertação.

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Não conte fatos de sua vida particular. Dissertar é analisar um

assunto proposto, emitindo opiniões gerais. Deve ser feito de modo

impessoal e com total objetividade. Essa visão imparcial se perde quando você, candidato, confunde a problemática que está

analisando com os problemas particulares que possa ter. Você pode até se posicionar sobre o tema proposto, mas evite a forma

individualizada de fazê-lo.

5.4.4 - Não utilize sua dissertação para propagar doutrinas religiosas.

A religião não pode ser confundida com os argumentos que você

utilizará em seu texto. A dissertação é uma questão de argumentação que se baseia na lógica.

5.4.5 – Jamais analise os temas propostos movido por

emoções exageradas.

Existem alguns temas dissertativos que envolvem a análise de assuntos dramáticos, os quais comumente causam revolta e

indignação pela própria gravidade de sua natureza. (Exemplo: a corrupção em licitações de merenda escolar). Porém, por mais

revoltante que se mostre o assunto tratado, ele deve ser abordado, em uma dissertação, de modo, se não imparcial, pelo menos

comedido. Não devemos deixar nossas emoções interferirem demasiadamente na análise equilibrada e objetiva que precisa

transparecer nas respostas às questões de prova de concurso, mesmo porque elas impedem que ponderemos outros ângulos da

questão. Somente com a predominância da argumentação lógica, ela

se mostrará convincente.

5.4.6 – Não utilize exemplos contando fatos ocorridos com

terceiros, que não sejam de domínio público.

É normal utilizarmos exemplos que reforcem os fatos mencionados em uma dissertação. Entretanto, estes exemplos devem ser de

conhecimento público, ou seja, fatos que todos conheçam por terem sido divulgados pelos meios de comunicação como jornais, rádio,

televisão, internet, etc. O candidato não deve, em hipótese alguma, introduzir na dissertação fatos ocorridos com pessoas

que conhecemos particularmente. Isto daria um cunho pessoal a um tipo de redação que se propõe a analisar assuntos gerais.

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Dicas para a realização de sua prova discursiva – elaborado por Professor Marcus Silva

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5.4.7 – Evite abreviações.

Procure escrever as palavras por extenso. As abreviações são consideradas incorretas. Por exemplo: c/ (com), p/(para), Tb

(também).

Contudo, não confunda abreviações com siglas. A utilização de siglas pode ser feita no seu texto. Por exemplo, quando

mencionado pela primeira vez no seu texto a expressão “Lei de Responsabilidade Fiscal” e, desde já, você saiba que a mesma

aparecerá mais vezes no seu texto, nada impede que você, na primeira vez em que a expressão apareça, o faça da seguinte

maneira: ...Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)... Nas próximas vezes, você poderá utilizar a sigla LRF, somente. Contudo, utilize esta

técnica somente com expressões conhecidas como, por exemplo,

Constituição Federal (CF) e Tribunal de Contas da União (TCU). Não a utilize no intuito de abreviar expressões incomuns, como, por

exemplo: ...uma vez que...(UVQ).

5.4.8 – Nunca repita várias vezes a mesma palavra.

Um dos erros que mais prejudica a expressão adequada de suas

idéias é a insistente repetição de uma mesma palavra. Isto denota pobreza vocabular, além de causar uma impressão desagradável a

quem lê sua redação, ou seja, o examinador da banca. Quando você constatar que repetiu várias vezes a mesma palavra, procure

imediatamente encontrar sinônimos que possam ser usados em substituição a ele.

5.4.9 – Procure não inovar, por sua conta, o alfabeto da língua

portuguesa.

Tome cuidado com a caligrafia ao escrever as palavras. Evite variações no modo de escrever determinadas letras do nosso

alfabeto. Não invente a escrita de letras, ao seu modo. Procure ser simples na escrita e mantê-la durante todo o seu texto, na prova. Dê

preferência à letra cursiva, mas nada impede que você utilize letra de forma.

5.4.10 – Não fuja ao tema proposto.

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Dicas para a realização de sua prova discursiva – elaborado por Professor Marcus Silva

Prof. Marcus Silva Dicas para realização da sua prova discursiva – Agosto de 2011

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Leia o tema proposto com bastante atenção e escreva sobre o que se

pede. Jamais fuja do assunto solicitado, mesmo que seus

conhecimentos sobre ele sejam mínimos. As bancas costumam atribuir nota zero a um texto/dissertação/redação que desenvolvam

temas diversos daquele que foi pedido.

Aqui fica uma dica particular: quando você não possuir muitos conhecimentos sobre o tema proposto, não desista de escrever. Recorra aos princípios. Com toda a certeza, será

possível escrever algo que não estará errado recorrendo-se a princípios como legalidade, legitimidade, publicidade,

impessoalidade, moralidade, eficiência, dentre outros.

5.5 – Aspectos a serem observados em uma dissertação.

5.5.1 – Utilize sempre a 1ª pessoa do plural ou 3ª pessoa do singular em vez da 1ª pessoa do singular.

Escreva “acreditamos”, “entendemos”, “analisamos”, e não

“acredito”, “entendo”, “analiso”. A 1ª pessoa do plural imprime à redação um cunho impessoal, além de elevar o nível da linguagem. É

esta a forma utilizada nas dissertações em geral.

Também pode ser utilizada a 3ª pessoa do singular.

5.5.2 – Revisão.

Após fazer todo o seu rascunho, e, antes de passá-lo a limpo para a folha definitiva de respostas, faça revisões quanto ao conteúdo e

também quanto à forma. Tome cuidado com a diferença de tamanho entre as folhas de rascunho e a folha definitiva de

resposta. Pode ser que, escrevendo “com letra de rascunho”, 20 linhas na folha de rascunho não correspondam às mesmas

20 linhas na folha definitiva de resposta.

Preocupe-se com aspectos de encadeamento lógico do assunto desenvolvido, com eventuais contradições que possam existir em seu

texto, com fatos e pontos que possam ter sido explicados de forma incompleta por você.

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Dicas para a realização de sua prova discursiva – elaborado por Professor Marcus Silva

Prof. Marcus Silva Dicas para realização da sua prova discursiva – Agosto de 2011

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Verifique se todos os pontos determinados ou sugeridos pela banca

examinadora foram efetivamente abordados em seu texto. Desta

forma, você evitará uma omissão total ou parcial de um tópico solicitado pela banca. Nunca deixe de falar sobre algum tópico exigido

pela banca. Mas vale tentar acertar que deixar de falar.

Procure por eventuais erros de ortografia, de regência verbal ou nominal, de concordância, de colocação pronominal, acentuação

gráfica ou de pontuação.

Procure evitar menção explícita a números de leis, artigos, parágrafos no seu texto. Por exemplo, não é necessário escrever explicitamente

“...de acordo com a Lei nº 8.666/1.993...”. Basta citar, por exemplo, “...de acordo com a Lei de Licitações...”. Este procedimento evita

erros que podem representar preciosos pontos na sua prova. Geralmente, na hora da prova, há uma tensão por parte do

candidato. Buscar lembrar-se de detalhes desnecessários pode levar

ao erro.

5.5.3 – Uso de expressões estrangeiras.

Não abuse deste recurso. Quando utilizá-lo, o faça sempre entre

aspas. Por exemplo: “accountability”.

6 - Exemplos REAIS de provas discursivas e respectivas notas

concedidas pela banca examinadora.

Neste tópico resolvi selecionar exemplos de questões discursivas reais com as respectivas notas concedidas pela banca examinadora,

em concursos recentes, de bom nível, como Analista de Planejamento

e Orçamento do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (APO – MPOG) e Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB).

Foram questões realizadas por mim, no concurso para APO - MPOG,

em que obtive a 3ª colocação geral, além de outras realizadas por meu irmão, Diogo, 10º colocado no último concurso para AFRFB.

Como o meu intuito aqui não é abordar aspectos de correção

específica de uma ou outra banca (repito: isto NÃO é o mais importante na fase de preparação! Basta ler o edital, com calma),

mas sim focar no conteúdo teórico a ser abordado nas questões, é plenamente válido explorar as questões sem a preocupação com qual

banca as elaborou. Logicamente, o nível deve ser elevado. Em tais exemplos, trouxe questões discursivas que foram propostas em

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concursos de primeiríssimo nível que foram realizados pela ESAF,

que, inclusive, já organizou concursos para o Tribunal de Contas da

União.

Não se preocupem também com o conteúdo teórico abordado nas questões abaixo. Tentem perceber como as idéias foram

desenvolvidas e como foram estruturados a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.

Portanto, observem que não há “bicho papão” em se tratando de

provas discursivas. O principal aspecto, no meu entendimento, para alcançar o sucesso neste tipo de prova é ter simplicidade e

humildade na hora de escrever. Não seja rebuscado. Procure ser simples nas suas palavras, de forma que qualquer examinador possa

compreender com facilidade a idéia que você pretende passar.

Vamos aos exemplos, então!

QUESTÃO 1 – Prova discursiva – cargo ANALISTA DE

PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO – APO – ÁREA PLANEJAMENTO e ORÇAMENTO – CONCURSO PÚBLICO 2008 – ESAF.

(desenvolvimento mínimo de 30 e máximo de 50 linhas)

Tomando por base a tipologia clássica dos modelos de decisão em políticas públicas, aponte os desafios das políticas públicas

no Brasil e indique:

1- As limitações impostas pelos antecedentes históricos das decisões e dos compromissos governamentais prévios;

2- A tensão entre informação, técnica e política; 3- Os problemas da racionalidade e da maximização de

valores e objetivos;

4- O impacto das diferenças quanto à natureza das decisões.

Resposta:

Vários são os modelos de decisão em políticas públicas

existentes. Dentre os principais, podemos destacar o modelo

racional (que possui uma visão mais estratégica), o modelo

incremental (que possui uma visão mais de curto prazo) e um

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outro modelo denominado “mixed scanning” (que adota decisões

racionais para as questões que exigem resultados a longo prazo e

decisões incrementais para as que exigem resultados a curto

prazo). Tais modelos são utilizados para enfrentar os desafios

inerentes às políticas públicas no Brasil como propiciar uma

maior inclusão social e participação popular no processo de

formulação e implementação das políticas públicas, maximizar

a efetividade das políticas públicas, promover o atendimento das

necessidades coletivas e a busca da equidade no atendimento,

buscar a transparência e a regular prestação de contas à

sociedade como um todo e promover a descentralização das ações

para os Estados e Municípios.

Neste processo de implementação de políticas públicas, as

limitações impostas pelos antecedentes históricos das decisões e

dos compromissos governamentais prévios são vários, como por

exemplo: a setorização das políticas públicas no passado, o

clientelismo como prática adotada em políticas públicas, a

centralização das decisões no âmbito d União e também

compromissos assumidos por governos anteriores com

determinados setores no cenário econômico e político nacional.

Quanto à tensão entre informação, técnica e política podemos

dizer que uma questão somente integrará a agenda decisória do

governo quando os três fluxos (o ambiente político, a técnica na

implementação e as informações) acontecerem simultaneamente.

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Tratando-se dos problemas da racionalidade e da

maximização de valores e objetivos é notório que a questão da

limitação do conhecimento impede a utilização desse modelo

racional na sua plenitude. Essa característica é mais notória no

âmbito municipal, no caso brasileiro.

Diferenças quanto à natureza das decisões em políticas

públicas existem e geram distorções nas expectativas de

resultados esperados pelos cidadãos. Deve-se buscar o equilíbrio

nas decisões e neste ponto o modelo “mixed scanning” leva

vantagem sobre os modelos racional e incremental quando

isolados.

Portanto, a realidade brasileira quanto às políticas públicas

possui vários desafios a serem superados. A inclusão social e a

participação popular no contexto das políticas deve ser

incentivados por parte dos governos. Os antecedentes históricos

que são prejudiciais devem ser superados. A busca da

convergência de opiniões deve ser buscada sempre através do

diálogo público. O equilíbrio no modelo de decisão é

fundamental para o sucesso das políticas públicas no Brasil.

Enfim, todos os desafios devem ser superados para que aconteça o

atendimento das necessidades dos cidadãos.

Nota concedida pela banca:

- Nota conteúdo: 19,5 - Nota uso do idioma: 10,0

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- Nota total do candidato: 29,5

- Nota máxima possível: 30,0

- APROVEITAMENTO DE 98,3%

QUESTÃO 2 – Prova discursiva – cargo ANALISTA DE

PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO – APO – ÁREA PLANEJAMENTO e ORÇAMENTO – CONCURSO PÚBLICO 2008 – ESAF.

(desenvolvimento mínimo de 30 e máximo de 50 linhas)

Comente os desafios do uso de indicadores sociais para políticas públicas. Observe os seguintes tópicos:

a- Definição mínima do que é um indicador social e a sua

importância para a formulação de política pública; b- Cite dois exemplos de indicadores sociais quantitativos

que podem ser usados na formulação de políticas

públicas no Brasil; c- Justifique a escolha dos seus exemplos citados;

d- Comente as dificuldades de cada um dos seus exemplos citados para o uso na formulação de políticas públicas no

Brasil.

Resposta:

O uso de indicadores sociais para políticas públicas é

fundamental para a obtenção dos resultados pretendidos. Através

deles é que será possível medir o grau de atendimento à

população assistida e verificar se a política pública está sendo

efetiva. Contudo, a utilização de indicadores sociais possui

desafios a serem vencidos. Por exemplo, há que ser buscada a

representatividade do indicador escolhido, fato que não é tão

fácil. O indicador também deverá ser adequado á situação fática.

Também deverá o indicador ser de fácil entendimento por

qualquer pessoa.

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Como exemplos de indicadores sociais quantitativos que

podem ser usados na formulação de políticas públicas no Brasil

podemos citar, tendo como exemplo um programa de assistência

odontológica, um indicador que meça o número de atendimentos

efetuados em certo período de tempo em comparação com um

número esperado; e outro que indique a quantidade de

materiais utilizados nos atendimentos, expresso monetariamente,

em comparação com o planejado. No primeiro caso, o indicador é

medidor do produto (atendimentos efetuados). No segundo caso, o

indicador mede os insumos (materiais utilizados expressos

monetariamente).

Percebe-se em tais indicadores a preocupação em medir a

efetividade do programa. É neste ponto que tocamos na

característica definidora de um indicador social: a preocupação

em medir a efetividade de uma política pública. A sua

importância na formulação de uma política pública reside no

fato de que com ele é possível comparar o resultado de uma

política com o que fora planejado para a mesma.

No caso do indicador que mede o produto, neste hipotético

programa citado anteriormente, a justificativa da escolha é que o

mesmo propicia medir quantitativamente a execução da

política/programa. No caso do indicador que mede os insumos, a

justificativa é que ele propicia adequar a utilização dos meios

destinados a atingir o resultado que é esperado. Eventualmente,

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poderá ser adequada a quantidade de insumos utilizados na

execução dos atendimentos para propiciar um maior número de

atendimentos.

As dificuldades de implementação de cada um desses

indicadores também é a adequada representatividade, a escolha

de meios que propiciem um fácil entendimento, utilização de

termos compreensíveis e claros e também a escolha de um

período de tempo adequado para a medição.

Enfim, os desafios são muitos na busca de indicadores sociais

adequados para as políticas públicas. Contudo, deve-se buscar

sempre um indicador que realmente consiga medir a efetividade

do programa, que possibilite comparar os resultados reais de

uma política pública com os resultados que foram planejados

para a mesma.

Nota concedida pela banca:

- Nota conteúdo: 18,5 - Nota uso do idioma: 10,0

- Nota total do candidato: 28,5

- Nota máxima possível: 30,0 - APROVEITAMENTO DE 95%

QUESTÃO 3 – Prova discursiva – cargo AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL - AFRFB – CONCURSO PÚBLICO

2010 – ESAF. (desenvolvimento mínimo de 40 e máximo de 60 linhas) – Tema I: Direito Tributário.

O Supremo Tribunal Federal tem entendido que não se tipifica

crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º,

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inciso I, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do

tributo. Sobre o lançamento tributário:

a- Conceitue-o, mencionando, entre outros aspectos, a

competência para efetuá-lo, seus requisitos e sua finalidade;

b- Explique e exemplifique as suas diferentes modalidades; c- Para cada modalidade de lançamento, mencione o prazo

que possui a autoridade administrativa para efetuá-lo, e quando se dá o termo inicial da contagem desse prazo; e

d- Cite as hipóteses em que, de acordo com o Código Tributário Nacional, admite-se a revisão do lançamento

por parte da autoridade administrativa.

Resposta:

O lançamento é um procedimento administrativo vinculado,

que tem por finalidade a constituição do crédito tributário. A

competência para sua realização é privativa da autoridade

administrativa, que vai verificar a ocorrência do fato gerador,

identificar o sujeito passivo da obrigação e calcular o montante

do tributo devido. Conforme o Código Tributário Nacional (CTN),

são três as modalidades de lançamento: por declaração, de ofício

e por homologação.

O primeiro tipo é aquele em que o contribuinte ou o

responsável fornece, através de uma declaração, todas as

informações necessárias para que a autoridade fazendária

realize o lançamento. Caso o sujeito passivo queira retificar a

declaração e isso implique em redução do tributo devido, deverá

comprovar o erro antes do lançamento. Ressalte-se que

declarações inexatas e que não mereçam fé podem ensejar um

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arbitramento da base de cálculo para que se chegue a um valor

razoável.

A segunda espécie, conforme o próprio nome diz, é aquela em

que a própria autoridade administrativa realiza o lançamento

sem participação do sujeito passivo. Ocorre nas situações

elencadas no CTN, dentre as quais: fraude, sonegação, conluio,

não atendimento às diligências e não confecção da declaração de

tempestividade. O Imposto sobre Propriedade de Veículos

Automotores (IPVA) e o Imposto sobre Propriedade Territorial

Urbana (IPTU) são lançados desta forma.

Por fim, a terceira modalidade, também denominada pela

doutrina de auto-lançamento, é aquela em que o sujeito passivo

declara o montante do tributo devido e realiza o pagamento

antes do lançamento propriamente dito. Diz-se, nesse caso, que o

pagamento antecipado extingue o crédito tributário sob condição

resolutória. Exemplos concretos desse tipo de lançamento são os

que acontecem com o Imposto de Renda (IR) e com o Imposto de

Importação (II).

Cumpre acrescentar que a Fazenda Pública tem um prazo de

cinco anos para efetivar o lançamento, pois, caso contrário,

extingue-se o seu direito. A esse instituto jurídico dá-se o nome

de prazo decadencial, cujo termo inicial é, em regra, o primeiro

dia do exercício financeiro seguinte àquele em que o lançamento

poderia ter sido efetuado. A exceção encontra-se nos casos de

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lançamento por homologação, cuja contagem de prazo inicia-se

no dia da ocorrência do fato gerador. Neste caso, caso a

autoridade administrativa não lance o tributo, ocorrerá a

homologação tácita e o crédito considerar-se-á extinto.

O CTN elenca, também, um rol taxativo de hipóteses em que

é possível a revisão do lançamento. A primeira delas são os

recursos e as reclamações feitas tempestivamente e de acordo com

o processo administrativo fiscal. Além desse caso, pode haver

revisão de lançamento por intermédio dos recursos de ofício

interpostos pela própria Fazenda e por força de decisões

judiciais. Ressalte-se que a revisão de ofício só pode ocorrer

desde que não extinto o direito do Estado, ou seja, dentro do

prazo decadencial.

Dito o exposto, observa-se que o instituto do lançamento é

totalmente regrado pela legislação tributária. Essa vinculação

permite, inclusive, a responsabilização do agente público omisso,

além de reforçar os princípios da legalidade e da segurança

jurídica.

Nota concedida pela banca:

- Nota conteúdo: 30 - Nota uso do idioma: 29,5

- Nota total do candidato: 59,5 - Nota máxima possível: 60,0

- APROVEITAMENTO DE 99,16%

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QUESTÃO 4 – Prova discursiva – cargo AUDITOR-FISCAL DA

RECEITA FEDERAL DO BRASIL - AFRFB – CONCURSO PÚBLICO

2010 – ESAF. (desenvolvimento mínimo de 15 e máximo de 30 linhas) – Direito Constitucional e/ou Administrativo.

Considerando as atribuições inerentes aos ocupantes do cargo

de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil e partindo-se da idéia da divisão de funções entre os três Poderes do Estado,

podendo-se, assim, afirmar, em sentido amplo, que todo ato praticado no exercício da função administrativa é ato da

Administração, desenvolva, objetivamente, um texto abordando os seguintes tópicos:

a- Produção de efeitos jurídicos do Ato Administrativo;

b- O “motivo” do ato administrativo e os conceitos jurídicos indeterminados;

c- A convalidação do ato administrativo e seus efeitos;

Resposta:

O Poder Estatal é uno e indivisível, porém há uma repartição

funcional nítida entre os três Poderes, cada qual com suas

funções típicas. Ao Executivo cabe, precipuamente, implementar

as políticas públicas através da expedição de diversos atos

administrativos. Esses atos produzem efeitos jurídicos concretos, à

medida que são dotados de imperatividade (em regra), de

presunção de legitimidade e de auto-executoriedade.

Dentre os cinco elementos dos atos administrativos

(competência, finalidade, forma, motivo e objeto), destaca-se o

motivo, que são os pressupostos fáticos e jurídicos que ensejam a

prática do ato. Quando a lei apenas fixa limites para a atuação

do agente público, deixando em aberto os elementos motivo e

objeto, diz-se que o ato é discricionário. A doutrina e a

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jurisprudência entendem que a utilização de conceitos jurídicos

indeterminados pela lei também dá margem à

discricionariedade administrativa. Isso porque em todo conceito

desse tipo existe, além das zonas de certeza positiva e negativa,

um halo de incerteza que possibilita diversas interpretações.

Outro ponto importante sobre o tema é o instituto da

convalidação. Trata-se de um ato discricionário que visa

retificar atos administrativos com defeitos sanáveis nos elementos

competência (desde que não seja sobre matéria nem seja

exclusiva) e forma (desde que não essencial à validade do ato).

Além desses possíveis casos de convalidação, a Administração

Pública tem um prazo de cinco anos para anular de ofício atos

ilegais que gerem efeitos favoráveis aos administrados, salvo

comprovada má-fé, fraude ou conluio. Caso contrário, ocorrerá

aquilo que a doutrina denomina de convalidação tácita.

Nota concedida pela banca:

- Nota conteúdo: 10,0

- Nota uso do idioma: 10,0 - Nota total do candidato: 20,0

- Nota máxima possível: 20,0 - APROVEITAMENTO DE 100%

QUESTÃO 5 – Prova discursiva – cargo AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL - AFRFB – CONCURSO PÚBLICO

2010 – ESAF. (desenvolvimento mínimo de 15 e máximo de 30 linhas) – Auditoria.

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Considerando a classificação de riscos apresentada na Matriz

de Risco abaixo e estabelecendo que a mesma representa

respectivamente a ocorrência de riscos das áreas de: 1 – imobilizado, 2 – contas a receber e 3 – estoques, elabore uma

redação abordando os níveis de riscos apontados na matriz em relação aos testes de circularização e inventário físico, a

serem aplicados, justificando a resposta.

Matriz de Risco:

Nível de Risco

1

Baixo

2

Médio

3

Alto

1 2

Baixa

Média 3

Alta

Probabilidade de ocorrência

Resposta:

Risco de auditoria é a possibilidade do auditor

independente emitir uma opinião incorreta sobre demonstrações

contábeis significativamente incorretas. Esse conceito é

fundamental na fase de planejamento, pois permite ao auditor

identificar áreas de maior e de menor risco e, com isso,

direcionar os procedimentos de auditoria para as áreas com

maior probabilidade de ocorrência de erros relevantes.

Considerando a matriz e risco apresentada, nota-se que as

áreas de estoque, contas a receber e imobilizado possuem,

respectivamente, um grau de risco alto, médio e baixo. Apesar do

risco ser médio, a área de contas a receber apresenta uma

probabilidade de ocorrência de desvios baixa.

Diante do exposto, o auditor deve estabelecer diferentes níveis

de aceitação de desvios. Como a relação “risco x nível de

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aceitação” é inversa, os estoques requerem maior atenção.

Portanto, para reduzir o risco a um nível aceitável, o inventário

físico deve ser realizado no intuito de checar a veracidade do

saldo dessa conta patrimonial. Apesar de não ser o objetivo

principal do auditor, a possibilidade de ocorrência de ativos

fictícios ou de ativos ocultos deverá ser considerada.

No caso das contas a receber, por ter apresentado uma baixa

probabilidade de ocorrência de desvios, o auditor pode obter

evidências suficientes para formar sua opinião através de

circularizações junto a terceiros. Esse teste aliado ao inventário

físico proporcionará ao auditor uma real situação das saídas de

estoque.

Por fim, o imobilizado, por ser uma área de pouco risco, de

acordo com a matriz apresentada, deve apresentar uma menor

extensão nos procedimentos de auditoria.

Nota concedida pela banca:

- Nota conteúdo: 10,0

- Nota uso do idioma: 10,0 - Nota total do candidato: 20,0

- Nota máxima possível: 20,0 - APROVEITAMENTO DE 100%

7 – Dicas avançadas.

Prezados(as) colegas concurseiros(as), aqui, neste tópico, darei umas

dicas que considero avançadas. Vou explicar. Até o momento, quando falei das dicas de estruturação de sua redação/discursiva, mencionei

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a elaboração de um rascunho que deve ser revisado e, após, passado

para a folha definitiva de resposta.

Esta é uma forma bastante segura de realizar uma prova discursiva,

inclusive, evitando e minimizando possíveis erros. Contudo, pessoal, ela exige a reserva de um tempo considerável da prova até

chegarmos à folha definitiva de respostas.

Atualmente, como sabemos, nos concursos públicos deste nível do TCU, MPOG, CGU, AFRFB, BACEN, SUSEP, dentre outros, não são

corrigidas todas as provas discursivas de todos os candidatos. Existe uma nota “de corte” para a correção de um número estabelecido no

edital para correções pela banca examinadora. Neste ponto é que venho com esta dica.

Você tem que obter uma nota muito boa na prova objetiva para ter a

sua discursiva corrigida pela banca. Não adiante nada gastar, por

exemplo, metade do seu tempo de prova na elaboração da sua discursiva e ficar “apertado” para resolver as questões objetivas, que

são as que proporcionarão a correção da sua prova discursiva. Como resolver este problema?

Por experiência própria, pois assim fiz, por exemplo, as duas

questões que vocês tiveram a oportunidade de observar, no concurso para APO-MPOG, adotei uma forma mais rápida de realização das

questões discursivas. Não fiz rascunhos. Somente fiz uma estrutura daquilo que decidi abordar nos meus parágrafos. Fiz um

“brainstorm”, estruturei e dei um “esqueleto” aos meus parágrafos, e, assim, parti direto para a folha definitiva de respostas. Arriscado?

Poderia responder que sim, caso não estivesse com a parte teórica bem estruturada e sedimentada. Contudo, caso você se sinta bem na

parte teórica, com a base bem formada, digo que não é tão arriscado.

Aliás, é a melhor maneira de fazer a sua prova. No caso do concurso para o TCU, em que as provas objetivas são realizadas juntamente

com as discursivas, é a melhor estratégia de realização de prova. Desta forma, você vai ter um tempo maior para realização das

questões objetivas, que são as questões que irão garantir uma pontuação suficiente para te colocar “na briga” por uma vaga,

entende?

Erros podem acontecer? Claro que sim. Isso não é um problema, desde que não sejam exagerados. Um risco simples sobre a palavra,

sem rasuras e rabiscos não retira seus pontos. Enfim, são dicas que considero úteis e que cada um deverá avaliar se poderá usá-las ou

não.

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8 – “Colar ou não colar as placas?”

Neste tópico trago para vocês um pergunta de resposta óbvia. O que

acham? Se ao começar a ler a questão discursiva você se deparar,

por exemplo, com a citação de uma jurisprudência do STF, ou um

artigo de uma lei, acompanhado de um inciso, que você nunca ouviu

falar o que você faz? “Cola as placas” ou fica calmo e lê toda a

questão?

É lógico que você deve manter a calma e confiar em si próprio. Ficar

nervoso não vai resolver o seu problema.

Repare, por exemplo, na questão resolvida trazida anteriormente

sobre Direito Tributário, da Receita Federal. Logo no início, a questão

começou falando de entendimento do STF e de um artigo de uma lei.

Conversando com meu irmão sobre esta questão tive a informação

que o fato de, ao deparar-se, logo no início da questão, com uma lei

que ele não conhecia até trouxe uma preocupação e tensão

inicialmente. Contudo, ao perceber que a questão somente queria

saber aspectos sobre o lançamento tributário, logo a calma retornou

e ele conseguiu desenvolver o tema. Portanto, não entrem em

desespero. Leia toda a questão e raciocinem com calma, ok? Desta

forma, você vai conseguir o seu objetivo.

Bom, pessoal, espero que tenham gostado!

Um forte abraço a todos!

Marcus Silva.

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9 - Bibliografia consultada:

- “As últimas do português – Volume I”; Décio Sena –

Editora Ferreira; e

- “Técnicas Básicas de Redação” – Branca Granatic –

Editora Scipione.

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