dicas para fazer a prova discursiva - marcus silva
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Dicas para a realização de sua prova discursiva – elaborado por Professor Marcus Silva
Prof. Marcus Silva Dicas para realização da sua prova discursiva – Agosto de 2011
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Prezados (as) Concurseiros (as),
Vamos conversar sobre alguns temas voltados para a
realização da sua prova discursiva? Meu objetivo é, de uma
forma simples, orientá-los quanto à forma de redigir sua
resposta diante de uma questão discursiva de prova, seja qual
for a prova. Neste material, focarei um pouco mais no
concurso para o TCU, mas tudo pode ser utilizado para
qualquer concurso, ok? Beleza! Entendam as dicas como uma
simples orientação. Cada um pode desenvolver o próprio
método de elaboração da prova. Também, trouxe exemplos
selecionados de questões de provas discursivas de concursos
recentes, com a nota que foi concedida pela banca. Contudo, o
mais importante não é a nota, se foi o “gabarito” ou não, mas
sim que vocês possam observar atentamente como foi
desenvolvido o tema proposto, a estrutura da resposta, ou
seja, a forma de abordagem na introdução, desenvolvimento e
conclusão. Todos os exemplos que trouxe aqui foram de
pessoas que conseguiram seus objetivos, ou seja, uma nota
diferenciada que ajudou muito na aprovação, ok? A nota serve
somente como referência de uma redação considerada de bom
nível por uma banca examinadora de um concurso público
concorrido.
Outro ponto que considero importante comentar é em relação
aos critérios de correção das diversas bancas de concurso. É
lógico que é importante ir para a prova sabendo quais são os
critérios que serão utilizados para avaliar o seu texto. Mas não
fique muito preocupado com isso. Você não pode ficar
paranóico com estes detalhes, pois há muitas outras coisas
com que se preocupar! Todas as informações sobre tais
critérios estão no edital do seu concurso. Basta ler com calma,
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observando os limites de linhas a serem obedecidos, quais
serão os temas que podem ser cobrados no desenvolvimento
do texto, qual será o peso da discursiva na nota final, dentre
outros aspectos diversos. Contudo, não perca muito tempo
com isso. Não vale à pena! Repito: você já tem muitas coisas
com que se preocupar, não é verdade?! Portanto, preocupe-se
com a estrutura do seu texto, preocupe-se em como
desenvolvê-lo. Preocupe-se com o conhecimento teórico que
será necessário para responder à questão. Isto sim é o mais
importante! Preocupe-se, durante a sua preparação, com a
construção de uma base sólida, ou seja, com o aprendizado
dos conhecimentos básicos sobre as matérias. Sendo
bastante simples e direto: faça o básico! Não tente demonstrar
ser um escritor, com frases rebuscadas, com termos
excessivamente técnicos. Pense que qualquer pessoa, por
mais leiga no assunto abordado por seu texto, tem que ser
capaz de entender sobre o que você escreveu, ok? Seja
simples, sem deixar de responder à questão. Opte por frases
curtas, por parágrafos concisos. Tente entender o que o
examinador quer e escreva sobre cada ponto que ele lhe pede.
Simplicidade é a palavra de ordem para o seu sucesso! Ao
longo deste simples material, teremos a oportunidade de
conversar mais sobre todos estes pontos, ok?
Portanto, vamos começar? Espero poder ajudá-los e dar uma
força a vocês nesta dura jornada de estudos.
Enfim, vamos começar!
Marcus Silva
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1 – Introdução.
Pessoal, escrever não é um “bicho de 7 cabeças” ou, pelo menos, tão
difícil quanto vocês possam imaginar. Todos nós, alguns com mais e
outros com menos facilidade para redigir, somos capazes de criar
textos adequados, principalmente quando nos são fornecidas
informações que possam orientar na elaboração de nossas redações,
como acontece nas provas de concursos públicos, atualmente.
Entendo que o essencial para obter sucesso nas questões discursivas
de concursos públicos é ser simples e lógico. É necessário organizar
as idéias, mostrá-las de modo objetivo e fazer, com isso, o ponto de
partida para que você se expresse convenientemente e de forma
adequada.
2 – Descrição, narração ou dissertação?
Mas qual a maneira que você deve utilizar para responder às
questões discursivas que são propostas nos concursos, em especial, o
do Tribunal de Contas da União?
Bom, primeiramente, tudo o que se escreve recebe o nome genérico
de redação (ou composição). Contudo, existem 3 tipos de redação:
descrição, narração e dissertação. Vamos perceber a diferença entre
elas?
Descrição – é o tipo de redação na qual se apontam as
características que compõem um determinado objeto, pessoa,
ambiente ou paisagem.
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Narração – é a modalidade de redação na qual contamos um ou
mais fatos que ocorreram em determinado tempo e lugar, envolvendo
certos personagens.
Dissertação – é o tipo de composição na qual expomos idéias
gerais, seguidas da apresentação de argumentos que as
comprovem.
Percebam, então, que não há como confundir estes três tipos de
redação. Enquanto a descrição aponta os elementos que caracterizam
os seres, objetos, ambientes e paisagens, a narração implica uma
idéia de ação, movimento empreendido pelos personagens da
história. Já a dissertação assume um caráter totalmente
diferenciado, na medida em que não fala de pessoas ou fatos
específicos, mas analisa certos assuntos que são abordados de
modo impessoal.
Então, como tem sido a cobrança nas provas para o TCU?
Vejamos alguns exemplos de comando das questões discursivas
anteriores:
- TCU 2010:
A promulgação da Lei do Pregão Eletrônico — Lei n.º 10.520/2002 — foi um dos maiores avanços em prol da redução dos preços nas
compras realizadas pelo poder público. Embora sua aplicação não seja ampla e irrestrita, pois há situações às quais ela não se aplica,
essa lei traz constantes benefícios à administração pública. Nesse contexto, considere a situação hipotética a seguir.
As comissões de licitação de dois órgãos públicos receberam de sua
área de tecnologia da informação uma solicitação autorizada pela
diretoria de cada órgão para contratar empresa a fim de desenvolver
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aplicativo de grande complexidade e absolutamente inovador,
utilizando software de bancos de dados e de desenvolvimento de
aplicativos existentes no mercado. Para tal contratação, a comissão do primeiro órgão optou por realizar pregão, e a do segundo
considerou que a situação dispensava licitação, por entender que se tratava de caso de fornecedor exclusivo.
Redija um texto dissertativo a respeito da regularidade dos dois
procedimentos de contratação descritos na situação hipotética acima. Ao elaborar seu texto, responda, de modo justificado, aos
seguintes questionamentos.
- O órgão que realizou pregão agiu corretamente? - O órgão que dispensou a licitação agiu corretamente?
- A partir do pressuposto de que os processos teriam sido regulares, seria o caso de fazer-se registro de preço da contratação?
(O número máximo de linhas foi de 20)
- TCU 2010:
A sujeição de todos os atos praticados ou de todas as atividades desenvolvidas pela administração pública a controle constitui garantia
básica dos cidadãos, além de ser consequência direta e necessária da adoção da teoria da separação dos poderes. Além dessas duas
vertentes, o controle da atividade administrativa deve ser igualmente
considerado instrumento para a melhoria dos serviços prestados pelo Estado. A sujeição de todos os agentes públicos a diferentes
mecanismos de controle contribui para a melhoria das tarefas por eles desenvolvidas.
Lucas Rocha Furtado. Curso de direito administrativo. Belo Horizonte:
Forum, 2007, p. 1.052 (com adaptações).
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca dos
sistemas de controle na administração pública, em conformidade com a Constituição Federal de 1988. Ao elaborar seu texto, discorra sobre
os mecanismos de controle inseridos no ordenamento constitucional, abordando, necessariamente, a classificação doutrinária quanto
aos seguintes aspectos:
- momento em que se realiza;
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- órgãos responsáveis pelo seu exercício;
- natureza ou tipo de controle.
(O número máximo de linhas foi de 20)
- TCU 2010:
Considere a seguinte afirmação: o caminho da conformidade
normativa na gestão de tecnologia da informação (TI) leva à garantia de segurança da informação. A partir dessa afirmação e considerando
a gestão e governança de TI, redija um texto dissertativo acerca
das relações entre conformidade normativa na gestão de TI e garantia de segurança da informação. Ao elaborar seu texto, atenda,
necessariamente, as seguintes determinações:
- Defina conformidade normativa. - Defina garantia de segurança da informação.
- Explicite, de forma justificada, e exemplifique, como a conformidade normativa garante, ou não, segurança da informação.
(O número máximo de linhas foi de 20)
- TCU 2007:
1) ...”TEXTO”...
Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador,
redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema: Orçamento público: características gerais e peculiaridades da
experiência brasileira.
Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos, com ênfase na experiência brasileira:
- orçamento como expressão do programa de governo;
- participação dos cidadãos na elaboração e execução do orçamento;
- caráter impositivo ou autorizativo do orçamento.
2) ...”TEXTO”...
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Com referência ao trabalho de auditoria acima descrito, realizado pelo
TCU, redija um texto dissertativo que atenda aos seguintes
questionamentos/instruções:
- em que consiste a auditoria contábil, financeira e orçamentária do TCU? Em sua resposta, aborde a importância do aspecto técnico da
legalidade e de legitimidade na aplicação dos recursos pela auditada;
- em que consistem a avaliação dos controles internos e a auditoria interna da entidade auditada?
- que técnicas de amostragem probabilística o TCU pode utilizar em
situações como a descrita? Comente o risco na aplicação de cada uma dessas técnicas;
- a propósito do trabalho de auditoria em questão, quais são a função
e a competência do TCU nas irregularidades detectadas?
TCU 2005:
3) ...”SITUAÇÃO HIPOTÉTICA”...
Tendo em vista essa situação hipotética, elabore texto dissertativo
posicionando-se acerca da validade do referido contrato e da propriedade do argumento utilizado para afastar a exigibilidade da
licitação.
4) O Tribunal de Contas da União (TCU) exerce competências específicas que decorrem de comandos constitucionais e
infraconstitucionais. Nesse contexto, redija um texto dissertativo a respeito das competências que a Constituição de
1988 e, mais recentemente, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) atribuíram ao TCU, abordando, necessariamente, os
seguintes aspectos:
- competência do TCU no exame das contas de governo da República;
- competência do TCU no exame das contas dos administradores federais, indicando a eficácia da decisão proferida;
- competência legal do TCU em relação aos montantes fixados para a despesa total com pessoal e para o endividamento público;
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- competência do TCU no exame das contas dos administradores de
entidades privadas responsáveis pela gestão de recursos públicos
federais.
Portanto, pessoal, as cobranças têm sido no sentido da elaboração de
respostas no estilo dissertativo, inclusive com a orientação dos pontos a serem abordados pelo candidato na elaboração da sua
resposta. As provas de 2009 e de 2008 também foram na mesma linha de cobrança. Ou seja, pessoal, NA MAIORIA DAS VEZES, o
próprio comando da questão já nos dá a estrutura da nossa resposta! É muito mais fácil que elaborar uma redação
dissertativa quando o que se tem é somente um tema, solto, sem “amarrações”. O trabalho fica muito mais fácil, pois a própria
banca nos diz o que teremos que abordar em nossa resposta. Contudo, é necessário ter um conhecimento teórico sólido e bastante
abrangente. Esse é um dos motivos pelos quais é essencial “cobrir”
todo o conteúdo do edital, pois qualquer ponto da matéria poderá ser exigido neste momento.
Então, inicialmente, chegamos à seguinte conclusão sobre a forma de abordagem das respostas às questões discursivas:
- Exposição de idéias gerais, seguidas da apresentação de
argumentos que as comprovem; e
- Abordagem dos assuntos de modo impessoal.
3 – A questão do tema e título.
Tema é o assunto sobre o qual você irá escrever, ou seja, a idéia que será desenvolvida ao longo da sua resposta à questão.
Título é a expressão, geralmente curta, colocada no início do
trabalho. É, na verdade, uma vaga referência ao assunto que será abordado.
Exemplos:
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Título: O Brasil e a corrupção.
Tema: O Brasil enfrenta atualmente enormes problemas envolvendo a corrupção, não somente em relação aos recursos públicos, mas
também no âmbito privado.
Então, como proceder na prova do concurso? Dado o tema, é necessário elaborar um título para a sua resposta dissertativa? NÃO.
Por experiência própria, nunca vi este modo de cobrança. Portanto, ao menos que seja solicitado, não elabore um título para a sua
resposta à prova discursiva.
4 – O esquema para a dissertação.
Qual a primeira providência que deve ser tomada por você ao se
deparar com um tema proposto na sua prova? Entrar em desespero?
Lógico que não será isso que você irá fazer, não é?
Uma boa sugestão pode ser a seguinte: - leia com bastante atenção e calma o tema, pausadamente;
- reflita sobre o tema e sobre possíveis pontos que você
poderia abordar sobre o mesmo;
- procure recordar-se do que já estudou a respeito do tema;
- com toda a certeza, você terá ao menos uma noção sobre o que está sendo proposto; e
- em seguida, organize suas idéias.
Isso é o que se chama de “brainstorm” ou, de forma mais simples,
“tempestade cerebral” ou “chuva de idéias”. É neste momento que você vai escrever no seu rascunho tudo aquilo que vem à sua cabeça
sobre o tema, sem maiores preocupações de organização ou ordem de apresentação no texto definitivo. Escreva tudo e somente depois
organize as idéias.
Obs.: A maioria das questões dissertativas dos últimos concursos
para o TCU, de certa forma, facilita a sua vida no que tange ao “brainstorm”. Vejam nos exemplos de questões citados anteriormente
que o examinador “amarra” os pontos sobre os quais você deverá escrever. Observem:
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“...abordando, necessariamente, os seguintes aspectos:
- competência do TCU no exame das contas de governo da República;
- competência do TCU no exame das contas dos administradores
federais, indicando a eficácia da decisão proferida;
- competência legal do TCU em relação aos montantes fixados para a despesa total com pessoal e para o endividamento público;
- competência do TCU no exame das contas dos administradores de
entidades privadas responsáveis pela gestão de recursos públicos federais.”
Portanto, na verdade, você vai fazer o seu “brainstorm” de uma
forma direcionada aos pontos que estão sendo objeto de cobrança.
Fica muito mais fácil que pensar de uma forma “solta”, desde que você tenha o conhecimento teórico bem solidificado, na base.
Geralmente, não são cobrados, como sempre falo para meus alunos, os detalhes mais difíceis da “NASA”, mas sim a base do
conhecimento, simples e objetivo.
4.1 – Introdução, Desenvolvimento e Conclusão.
A sua resposta deverá ter uma introdução, um desenvolvimento e
uma conclusão.
Após o “brainstorm”, você já vai ter elencado vários argumentos e selecionado aqueles que serão objeto do desenvolvimento de sua
resposta. Tome cuidado na hora da seleção desses argumentos. Não
escolha somente argumentos que retratem situações óbvias. O examinador poderá, neste caso, retirar pontos preciosos por questão
de argumentação fraca.
Pois, então, você já estará pronto para elaborar a introdução de sua resposta. Nela, você irá reunir o tema e seus argumentos. Apenas
mencione os argumentos na introdução. Desta forma, na introdução serão expostos o tema e cada argumento que serão
desenvolvidos nos parágrafos seguintes.
Repare que na introdução não há desenvolvimento de
argumento algum, mas somente a apresentação dos mesmos, além do tema. Palavras e expressões como “pois”, “além do mais” podem
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ser utilizadas para ligar os argumentos, na introdução. Frases curtas
representam a melhor opção a ser utilizada na introdução. A seguir,
no desenvolvimento, cada um dos argumentos será explicado, conforme o comando da questão direciona. Não fuja ao tema nem à
forma de abordagem proposta. Uma vez que as questões pedem “abordando, necessariamente, ...”, se você deixar de abordar algum
ponto solicitado, certamente será penalizado.
O desenvolvimento compreenderá tantos parágrafos quantos forem os argumentos selecionados por você. Isso não significa que você
deverá seccionar seus argumentos ao mínimo indivisível. Você pode reunir em um parágrafo idéias que sejam complementares, de
modo que sejam entendidas como um argumento único.
Desta forma, desenvolva seus parágrafos de forma clara, concisa, objetiva, coerente e coesa. Expresse-se com convicção sobre
aquilo que se está tratando. Não deixe dúvidas. Não seja prolixo.
Seja simples e objetivo. Utilize períodos curtos e de fácil entendimento.
Para que sua resposta fique completa, falta apenas elaborar um
último parágrafo que se denomina conclusão. Vamos analisar as suas partes.
A conclusão pode ser iniciada com uma expressão que remeta ao que
foi dito nos parágrafos anteriores (expressão inicial). A esta expressão deve seguir-se uma reafirmação do tema proposto no
início da redação. No final do parágrafo, é interessante colocar uma observação, fazendo um comentário sobre tudo o que foi
mencionado ao longo dos parágrafos do desenvolvimento. Um exemplo de expressão inicial para a conclusão pode ser: “Em virtude
dos fatos mencionados...”. Portanto, pessoal, o parágrafo de
conclusão é uma espécie de recapitulação de tudo o que foi elaborado antes, ou seja, a introdução e o desenvolvimento.
5 – Lembretes.
Vamos, agora, fazer algumas observações sobre alguns pontos
críticos. São exemplos de pontos corriqueiros que, se representarem erro no seu texto, poderão representar pontos a menos na sua nota.
Neste item, trouxe apenas alguns lembretes. Se você sente dificuldades e possui dúvidas específicas sobre ortografia,
acentuação, concordâncias verbal e nominal, dentre outros temas, é essencial que, neste momento de preparação, você esclareça TODAS
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as suas dúvidas. Não as leve para o dia da prova, jamais. Você tem
tempo suficiente para saná-las. Basta consultar um dicionário e/ou
uma boa gramática, como, por exemplo, a de Evanildo Bechara, ou outro autor que seja referência, como também Celso Cunha. Fica a
sugestão. Há como baixar grátis exemplares em links de sites como http://www.livrosgratis.net/download/205/moderna-gramatica-
portuguesa-evanildo-bachara.html.
Observação: O novo acordo ortográfico, ainda, pode deixar de ser utilizado por você, ao escrever seu texto. Isto está respaldado no
artigo 2º, parágrafo único, do Decreto nº 6.583/2008. Estamos no período de transição que vai até 31 de dezembro de 2012. Até lá,
“coexistirão a norma ortográfica atualmente em vigor e a nova norma estabelecida”. Portanto, se você quiser escrever como já escreve, não
há problemas. Só não cometa o erro de misturar regras estabelecidas pelo Decreto nº 6.583/2008 com as regras anteriores ao mesmo, ok?
5.1 - Diferença entre más, mas e mais.
- MÁS é o plural de MÁ, que significa ruim.
- Utilize MAS sempre que for possível substituí-la pela palavra
PORÉM.
- Utilize a palavra MAIS para indicar acréscimo ou aumento de intensidade.
5.2 – Diferença entre PORQUE, POR QUE, PORQUÊ e POR QUÊ.
- Utilizamos POR QUE quando a frase encerrar uma pergunta. Se a
expressão estiver no início da oração, o QUE não será acentuado. Se estiver no fim da oração, ele será acentuado (QUÊ).
- Nas respostas dadas, escrevemos PORQUE.
- Quando PORQUE for um substantivo, podendo ser antecedido pelo
artigo O, será obrigatoriamente grafado com acento circunflexo (PORQUÊ).
5.3 – Diferença entre MAU e MAL.
- Utilize a palavra MAL quando ela for ou um substantivo, ou um advérbio, ou uma conjunção. Exemplos:
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O bem e o mal são forças opostas. (substantivo).
O rapaz mal escreve o próprio nome. (advérbio). O acusado incriminou-se, mal começou seu depoimento. (conjunção).
- Utilize a palavra MAU quando ela for um adjetivo. Exemplo:
Fulano tem um mau hábito de mentir.
Outra forma, até mais fácil, é a seguinte:
-MAU é o contrário de BOM. Utilize MAU quando puder substituir MAU
por BOM.
- MAL é o contrário de BEM. Utilize MAL quando puder substituir MAL
por BEM.
5.4 – O que você NÃO deve fazer em uma dissertação.
Existem certos erros que fazem cair por terra seus esforços para
construir um texto dissertativo adequado na sua prova. Aqui, enumerei alguns desses erros mais frequentes para que vocês fiquem
atentos. Vamos a eles!
5.4.1 – Jamais use gírias em sua dissertação.
As gírias são completamente inadequadas quando usadas em uma
dissertação. A linguagem utilizada deverá ser formal, mas não
necessariamente erudita. Contudo, deverá ser bem elaborada.
5.4.2 – Não utilize provérbios ou ditos populares.
Um texto dissertativo costuma ser prejudicado pela má utilização de
frases feitas, provérbios e ditos populares. Estes tipos de expressões empobrecem a redação e fazem parecer que você, candidato, não
tem criatividade, pois lança mão de formas de expressão já batidas pelo uso frequente.
5.4.3 – Nunca se inclua em sua dissertação.
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Não conte fatos de sua vida particular. Dissertar é analisar um
assunto proposto, emitindo opiniões gerais. Deve ser feito de modo
impessoal e com total objetividade. Essa visão imparcial se perde quando você, candidato, confunde a problemática que está
analisando com os problemas particulares que possa ter. Você pode até se posicionar sobre o tema proposto, mas evite a forma
individualizada de fazê-lo.
5.4.4 - Não utilize sua dissertação para propagar doutrinas religiosas.
A religião não pode ser confundida com os argumentos que você
utilizará em seu texto. A dissertação é uma questão de argumentação que se baseia na lógica.
5.4.5 – Jamais analise os temas propostos movido por
emoções exageradas.
Existem alguns temas dissertativos que envolvem a análise de assuntos dramáticos, os quais comumente causam revolta e
indignação pela própria gravidade de sua natureza. (Exemplo: a corrupção em licitações de merenda escolar). Porém, por mais
revoltante que se mostre o assunto tratado, ele deve ser abordado, em uma dissertação, de modo, se não imparcial, pelo menos
comedido. Não devemos deixar nossas emoções interferirem demasiadamente na análise equilibrada e objetiva que precisa
transparecer nas respostas às questões de prova de concurso, mesmo porque elas impedem que ponderemos outros ângulos da
questão. Somente com a predominância da argumentação lógica, ela
se mostrará convincente.
5.4.6 – Não utilize exemplos contando fatos ocorridos com
terceiros, que não sejam de domínio público.
É normal utilizarmos exemplos que reforcem os fatos mencionados em uma dissertação. Entretanto, estes exemplos devem ser de
conhecimento público, ou seja, fatos que todos conheçam por terem sido divulgados pelos meios de comunicação como jornais, rádio,
televisão, internet, etc. O candidato não deve, em hipótese alguma, introduzir na dissertação fatos ocorridos com pessoas
que conhecemos particularmente. Isto daria um cunho pessoal a um tipo de redação que se propõe a analisar assuntos gerais.
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5.4.7 – Evite abreviações.
Procure escrever as palavras por extenso. As abreviações são consideradas incorretas. Por exemplo: c/ (com), p/(para), Tb
(também).
Contudo, não confunda abreviações com siglas. A utilização de siglas pode ser feita no seu texto. Por exemplo, quando
mencionado pela primeira vez no seu texto a expressão “Lei de Responsabilidade Fiscal” e, desde já, você saiba que a mesma
aparecerá mais vezes no seu texto, nada impede que você, na primeira vez em que a expressão apareça, o faça da seguinte
maneira: ...Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)... Nas próximas vezes, você poderá utilizar a sigla LRF, somente. Contudo, utilize esta
técnica somente com expressões conhecidas como, por exemplo,
Constituição Federal (CF) e Tribunal de Contas da União (TCU). Não a utilize no intuito de abreviar expressões incomuns, como, por
exemplo: ...uma vez que...(UVQ).
5.4.8 – Nunca repita várias vezes a mesma palavra.
Um dos erros que mais prejudica a expressão adequada de suas
idéias é a insistente repetição de uma mesma palavra. Isto denota pobreza vocabular, além de causar uma impressão desagradável a
quem lê sua redação, ou seja, o examinador da banca. Quando você constatar que repetiu várias vezes a mesma palavra, procure
imediatamente encontrar sinônimos que possam ser usados em substituição a ele.
5.4.9 – Procure não inovar, por sua conta, o alfabeto da língua
portuguesa.
Tome cuidado com a caligrafia ao escrever as palavras. Evite variações no modo de escrever determinadas letras do nosso
alfabeto. Não invente a escrita de letras, ao seu modo. Procure ser simples na escrita e mantê-la durante todo o seu texto, na prova. Dê
preferência à letra cursiva, mas nada impede que você utilize letra de forma.
5.4.10 – Não fuja ao tema proposto.
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Leia o tema proposto com bastante atenção e escreva sobre o que se
pede. Jamais fuja do assunto solicitado, mesmo que seus
conhecimentos sobre ele sejam mínimos. As bancas costumam atribuir nota zero a um texto/dissertação/redação que desenvolvam
temas diversos daquele que foi pedido.
Aqui fica uma dica particular: quando você não possuir muitos conhecimentos sobre o tema proposto, não desista de escrever. Recorra aos princípios. Com toda a certeza, será
possível escrever algo que não estará errado recorrendo-se a princípios como legalidade, legitimidade, publicidade,
impessoalidade, moralidade, eficiência, dentre outros.
5.5 – Aspectos a serem observados em uma dissertação.
5.5.1 – Utilize sempre a 1ª pessoa do plural ou 3ª pessoa do singular em vez da 1ª pessoa do singular.
Escreva “acreditamos”, “entendemos”, “analisamos”, e não
“acredito”, “entendo”, “analiso”. A 1ª pessoa do plural imprime à redação um cunho impessoal, além de elevar o nível da linguagem. É
esta a forma utilizada nas dissertações em geral.
Também pode ser utilizada a 3ª pessoa do singular.
5.5.2 – Revisão.
Após fazer todo o seu rascunho, e, antes de passá-lo a limpo para a folha definitiva de respostas, faça revisões quanto ao conteúdo e
também quanto à forma. Tome cuidado com a diferença de tamanho entre as folhas de rascunho e a folha definitiva de
resposta. Pode ser que, escrevendo “com letra de rascunho”, 20 linhas na folha de rascunho não correspondam às mesmas
20 linhas na folha definitiva de resposta.
Preocupe-se com aspectos de encadeamento lógico do assunto desenvolvido, com eventuais contradições que possam existir em seu
texto, com fatos e pontos que possam ter sido explicados de forma incompleta por você.
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Verifique se todos os pontos determinados ou sugeridos pela banca
examinadora foram efetivamente abordados em seu texto. Desta
forma, você evitará uma omissão total ou parcial de um tópico solicitado pela banca. Nunca deixe de falar sobre algum tópico exigido
pela banca. Mas vale tentar acertar que deixar de falar.
Procure por eventuais erros de ortografia, de regência verbal ou nominal, de concordância, de colocação pronominal, acentuação
gráfica ou de pontuação.
Procure evitar menção explícita a números de leis, artigos, parágrafos no seu texto. Por exemplo, não é necessário escrever explicitamente
“...de acordo com a Lei nº 8.666/1.993...”. Basta citar, por exemplo, “...de acordo com a Lei de Licitações...”. Este procedimento evita
erros que podem representar preciosos pontos na sua prova. Geralmente, na hora da prova, há uma tensão por parte do
candidato. Buscar lembrar-se de detalhes desnecessários pode levar
ao erro.
5.5.3 – Uso de expressões estrangeiras.
Não abuse deste recurso. Quando utilizá-lo, o faça sempre entre
aspas. Por exemplo: “accountability”.
6 - Exemplos REAIS de provas discursivas e respectivas notas
concedidas pela banca examinadora.
Neste tópico resolvi selecionar exemplos de questões discursivas reais com as respectivas notas concedidas pela banca examinadora,
em concursos recentes, de bom nível, como Analista de Planejamento
e Orçamento do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (APO – MPOG) e Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB).
Foram questões realizadas por mim, no concurso para APO - MPOG,
em que obtive a 3ª colocação geral, além de outras realizadas por meu irmão, Diogo, 10º colocado no último concurso para AFRFB.
Como o meu intuito aqui não é abordar aspectos de correção
específica de uma ou outra banca (repito: isto NÃO é o mais importante na fase de preparação! Basta ler o edital, com calma),
mas sim focar no conteúdo teórico a ser abordado nas questões, é plenamente válido explorar as questões sem a preocupação com qual
banca as elaborou. Logicamente, o nível deve ser elevado. Em tais exemplos, trouxe questões discursivas que foram propostas em
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concursos de primeiríssimo nível que foram realizados pela ESAF,
que, inclusive, já organizou concursos para o Tribunal de Contas da
União.
Não se preocupem também com o conteúdo teórico abordado nas questões abaixo. Tentem perceber como as idéias foram
desenvolvidas e como foram estruturados a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.
Portanto, observem que não há “bicho papão” em se tratando de
provas discursivas. O principal aspecto, no meu entendimento, para alcançar o sucesso neste tipo de prova é ter simplicidade e
humildade na hora de escrever. Não seja rebuscado. Procure ser simples nas suas palavras, de forma que qualquer examinador possa
compreender com facilidade a idéia que você pretende passar.
Vamos aos exemplos, então!
QUESTÃO 1 – Prova discursiva – cargo ANALISTA DE
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO – APO – ÁREA PLANEJAMENTO e ORÇAMENTO – CONCURSO PÚBLICO 2008 – ESAF.
(desenvolvimento mínimo de 30 e máximo de 50 linhas)
Tomando por base a tipologia clássica dos modelos de decisão em políticas públicas, aponte os desafios das políticas públicas
no Brasil e indique:
1- As limitações impostas pelos antecedentes históricos das decisões e dos compromissos governamentais prévios;
2- A tensão entre informação, técnica e política; 3- Os problemas da racionalidade e da maximização de
valores e objetivos;
4- O impacto das diferenças quanto à natureza das decisões.
Resposta:
Vários são os modelos de decisão em políticas públicas
existentes. Dentre os principais, podemos destacar o modelo
racional (que possui uma visão mais estratégica), o modelo
incremental (que possui uma visão mais de curto prazo) e um
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outro modelo denominado “mixed scanning” (que adota decisões
racionais para as questões que exigem resultados a longo prazo e
decisões incrementais para as que exigem resultados a curto
prazo). Tais modelos são utilizados para enfrentar os desafios
inerentes às políticas públicas no Brasil como propiciar uma
maior inclusão social e participação popular no processo de
formulação e implementação das políticas públicas, maximizar
a efetividade das políticas públicas, promover o atendimento das
necessidades coletivas e a busca da equidade no atendimento,
buscar a transparência e a regular prestação de contas à
sociedade como um todo e promover a descentralização das ações
para os Estados e Municípios.
Neste processo de implementação de políticas públicas, as
limitações impostas pelos antecedentes históricos das decisões e
dos compromissos governamentais prévios são vários, como por
exemplo: a setorização das políticas públicas no passado, o
clientelismo como prática adotada em políticas públicas, a
centralização das decisões no âmbito d União e também
compromissos assumidos por governos anteriores com
determinados setores no cenário econômico e político nacional.
Quanto à tensão entre informação, técnica e política podemos
dizer que uma questão somente integrará a agenda decisória do
governo quando os três fluxos (o ambiente político, a técnica na
implementação e as informações) acontecerem simultaneamente.
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Tratando-se dos problemas da racionalidade e da
maximização de valores e objetivos é notório que a questão da
limitação do conhecimento impede a utilização desse modelo
racional na sua plenitude. Essa característica é mais notória no
âmbito municipal, no caso brasileiro.
Diferenças quanto à natureza das decisões em políticas
públicas existem e geram distorções nas expectativas de
resultados esperados pelos cidadãos. Deve-se buscar o equilíbrio
nas decisões e neste ponto o modelo “mixed scanning” leva
vantagem sobre os modelos racional e incremental quando
isolados.
Portanto, a realidade brasileira quanto às políticas públicas
possui vários desafios a serem superados. A inclusão social e a
participação popular no contexto das políticas deve ser
incentivados por parte dos governos. Os antecedentes históricos
que são prejudiciais devem ser superados. A busca da
convergência de opiniões deve ser buscada sempre através do
diálogo público. O equilíbrio no modelo de decisão é
fundamental para o sucesso das políticas públicas no Brasil.
Enfim, todos os desafios devem ser superados para que aconteça o
atendimento das necessidades dos cidadãos.
Nota concedida pela banca:
- Nota conteúdo: 19,5 - Nota uso do idioma: 10,0
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- Nota total do candidato: 29,5
- Nota máxima possível: 30,0
- APROVEITAMENTO DE 98,3%
QUESTÃO 2 – Prova discursiva – cargo ANALISTA DE
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO – APO – ÁREA PLANEJAMENTO e ORÇAMENTO – CONCURSO PÚBLICO 2008 – ESAF.
(desenvolvimento mínimo de 30 e máximo de 50 linhas)
Comente os desafios do uso de indicadores sociais para políticas públicas. Observe os seguintes tópicos:
a- Definição mínima do que é um indicador social e a sua
importância para a formulação de política pública; b- Cite dois exemplos de indicadores sociais quantitativos
que podem ser usados na formulação de políticas
públicas no Brasil; c- Justifique a escolha dos seus exemplos citados;
d- Comente as dificuldades de cada um dos seus exemplos citados para o uso na formulação de políticas públicas no
Brasil.
Resposta:
O uso de indicadores sociais para políticas públicas é
fundamental para a obtenção dos resultados pretendidos. Através
deles é que será possível medir o grau de atendimento à
população assistida e verificar se a política pública está sendo
efetiva. Contudo, a utilização de indicadores sociais possui
desafios a serem vencidos. Por exemplo, há que ser buscada a
representatividade do indicador escolhido, fato que não é tão
fácil. O indicador também deverá ser adequado á situação fática.
Também deverá o indicador ser de fácil entendimento por
qualquer pessoa.
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Como exemplos de indicadores sociais quantitativos que
podem ser usados na formulação de políticas públicas no Brasil
podemos citar, tendo como exemplo um programa de assistência
odontológica, um indicador que meça o número de atendimentos
efetuados em certo período de tempo em comparação com um
número esperado; e outro que indique a quantidade de
materiais utilizados nos atendimentos, expresso monetariamente,
em comparação com o planejado. No primeiro caso, o indicador é
medidor do produto (atendimentos efetuados). No segundo caso, o
indicador mede os insumos (materiais utilizados expressos
monetariamente).
Percebe-se em tais indicadores a preocupação em medir a
efetividade do programa. É neste ponto que tocamos na
característica definidora de um indicador social: a preocupação
em medir a efetividade de uma política pública. A sua
importância na formulação de uma política pública reside no
fato de que com ele é possível comparar o resultado de uma
política com o que fora planejado para a mesma.
No caso do indicador que mede o produto, neste hipotético
programa citado anteriormente, a justificativa da escolha é que o
mesmo propicia medir quantitativamente a execução da
política/programa. No caso do indicador que mede os insumos, a
justificativa é que ele propicia adequar a utilização dos meios
destinados a atingir o resultado que é esperado. Eventualmente,
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poderá ser adequada a quantidade de insumos utilizados na
execução dos atendimentos para propiciar um maior número de
atendimentos.
As dificuldades de implementação de cada um desses
indicadores também é a adequada representatividade, a escolha
de meios que propiciem um fácil entendimento, utilização de
termos compreensíveis e claros e também a escolha de um
período de tempo adequado para a medição.
Enfim, os desafios são muitos na busca de indicadores sociais
adequados para as políticas públicas. Contudo, deve-se buscar
sempre um indicador que realmente consiga medir a efetividade
do programa, que possibilite comparar os resultados reais de
uma política pública com os resultados que foram planejados
para a mesma.
Nota concedida pela banca:
- Nota conteúdo: 18,5 - Nota uso do idioma: 10,0
- Nota total do candidato: 28,5
- Nota máxima possível: 30,0 - APROVEITAMENTO DE 95%
QUESTÃO 3 – Prova discursiva – cargo AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL - AFRFB – CONCURSO PÚBLICO
2010 – ESAF. (desenvolvimento mínimo de 40 e máximo de 60 linhas) – Tema I: Direito Tributário.
O Supremo Tribunal Federal tem entendido que não se tipifica
crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º,
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inciso I, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do
tributo. Sobre o lançamento tributário:
a- Conceitue-o, mencionando, entre outros aspectos, a
competência para efetuá-lo, seus requisitos e sua finalidade;
b- Explique e exemplifique as suas diferentes modalidades; c- Para cada modalidade de lançamento, mencione o prazo
que possui a autoridade administrativa para efetuá-lo, e quando se dá o termo inicial da contagem desse prazo; e
d- Cite as hipóteses em que, de acordo com o Código Tributário Nacional, admite-se a revisão do lançamento
por parte da autoridade administrativa.
Resposta:
O lançamento é um procedimento administrativo vinculado,
que tem por finalidade a constituição do crédito tributário. A
competência para sua realização é privativa da autoridade
administrativa, que vai verificar a ocorrência do fato gerador,
identificar o sujeito passivo da obrigação e calcular o montante
do tributo devido. Conforme o Código Tributário Nacional (CTN),
são três as modalidades de lançamento: por declaração, de ofício
e por homologação.
O primeiro tipo é aquele em que o contribuinte ou o
responsável fornece, através de uma declaração, todas as
informações necessárias para que a autoridade fazendária
realize o lançamento. Caso o sujeito passivo queira retificar a
declaração e isso implique em redução do tributo devido, deverá
comprovar o erro antes do lançamento. Ressalte-se que
declarações inexatas e que não mereçam fé podem ensejar um
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arbitramento da base de cálculo para que se chegue a um valor
razoável.
A segunda espécie, conforme o próprio nome diz, é aquela em
que a própria autoridade administrativa realiza o lançamento
sem participação do sujeito passivo. Ocorre nas situações
elencadas no CTN, dentre as quais: fraude, sonegação, conluio,
não atendimento às diligências e não confecção da declaração de
tempestividade. O Imposto sobre Propriedade de Veículos
Automotores (IPVA) e o Imposto sobre Propriedade Territorial
Urbana (IPTU) são lançados desta forma.
Por fim, a terceira modalidade, também denominada pela
doutrina de auto-lançamento, é aquela em que o sujeito passivo
declara o montante do tributo devido e realiza o pagamento
antes do lançamento propriamente dito. Diz-se, nesse caso, que o
pagamento antecipado extingue o crédito tributário sob condição
resolutória. Exemplos concretos desse tipo de lançamento são os
que acontecem com o Imposto de Renda (IR) e com o Imposto de
Importação (II).
Cumpre acrescentar que a Fazenda Pública tem um prazo de
cinco anos para efetivar o lançamento, pois, caso contrário,
extingue-se o seu direito. A esse instituto jurídico dá-se o nome
de prazo decadencial, cujo termo inicial é, em regra, o primeiro
dia do exercício financeiro seguinte àquele em que o lançamento
poderia ter sido efetuado. A exceção encontra-se nos casos de
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lançamento por homologação, cuja contagem de prazo inicia-se
no dia da ocorrência do fato gerador. Neste caso, caso a
autoridade administrativa não lance o tributo, ocorrerá a
homologação tácita e o crédito considerar-se-á extinto.
O CTN elenca, também, um rol taxativo de hipóteses em que
é possível a revisão do lançamento. A primeira delas são os
recursos e as reclamações feitas tempestivamente e de acordo com
o processo administrativo fiscal. Além desse caso, pode haver
revisão de lançamento por intermédio dos recursos de ofício
interpostos pela própria Fazenda e por força de decisões
judiciais. Ressalte-se que a revisão de ofício só pode ocorrer
desde que não extinto o direito do Estado, ou seja, dentro do
prazo decadencial.
Dito o exposto, observa-se que o instituto do lançamento é
totalmente regrado pela legislação tributária. Essa vinculação
permite, inclusive, a responsabilização do agente público omisso,
além de reforçar os princípios da legalidade e da segurança
jurídica.
Nota concedida pela banca:
- Nota conteúdo: 30 - Nota uso do idioma: 29,5
- Nota total do candidato: 59,5 - Nota máxima possível: 60,0
- APROVEITAMENTO DE 99,16%
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QUESTÃO 4 – Prova discursiva – cargo AUDITOR-FISCAL DA
RECEITA FEDERAL DO BRASIL - AFRFB – CONCURSO PÚBLICO
2010 – ESAF. (desenvolvimento mínimo de 15 e máximo de 30 linhas) – Direito Constitucional e/ou Administrativo.
Considerando as atribuições inerentes aos ocupantes do cargo
de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil e partindo-se da idéia da divisão de funções entre os três Poderes do Estado,
podendo-se, assim, afirmar, em sentido amplo, que todo ato praticado no exercício da função administrativa é ato da
Administração, desenvolva, objetivamente, um texto abordando os seguintes tópicos:
a- Produção de efeitos jurídicos do Ato Administrativo;
b- O “motivo” do ato administrativo e os conceitos jurídicos indeterminados;
c- A convalidação do ato administrativo e seus efeitos;
Resposta:
O Poder Estatal é uno e indivisível, porém há uma repartição
funcional nítida entre os três Poderes, cada qual com suas
funções típicas. Ao Executivo cabe, precipuamente, implementar
as políticas públicas através da expedição de diversos atos
administrativos. Esses atos produzem efeitos jurídicos concretos, à
medida que são dotados de imperatividade (em regra), de
presunção de legitimidade e de auto-executoriedade.
Dentre os cinco elementos dos atos administrativos
(competência, finalidade, forma, motivo e objeto), destaca-se o
motivo, que são os pressupostos fáticos e jurídicos que ensejam a
prática do ato. Quando a lei apenas fixa limites para a atuação
do agente público, deixando em aberto os elementos motivo e
objeto, diz-se que o ato é discricionário. A doutrina e a
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jurisprudência entendem que a utilização de conceitos jurídicos
indeterminados pela lei também dá margem à
discricionariedade administrativa. Isso porque em todo conceito
desse tipo existe, além das zonas de certeza positiva e negativa,
um halo de incerteza que possibilita diversas interpretações.
Outro ponto importante sobre o tema é o instituto da
convalidação. Trata-se de um ato discricionário que visa
retificar atos administrativos com defeitos sanáveis nos elementos
competência (desde que não seja sobre matéria nem seja
exclusiva) e forma (desde que não essencial à validade do ato).
Além desses possíveis casos de convalidação, a Administração
Pública tem um prazo de cinco anos para anular de ofício atos
ilegais que gerem efeitos favoráveis aos administrados, salvo
comprovada má-fé, fraude ou conluio. Caso contrário, ocorrerá
aquilo que a doutrina denomina de convalidação tácita.
Nota concedida pela banca:
- Nota conteúdo: 10,0
- Nota uso do idioma: 10,0 - Nota total do candidato: 20,0
- Nota máxima possível: 20,0 - APROVEITAMENTO DE 100%
QUESTÃO 5 – Prova discursiva – cargo AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL - AFRFB – CONCURSO PÚBLICO
2010 – ESAF. (desenvolvimento mínimo de 15 e máximo de 30 linhas) – Auditoria.
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Considerando a classificação de riscos apresentada na Matriz
de Risco abaixo e estabelecendo que a mesma representa
respectivamente a ocorrência de riscos das áreas de: 1 – imobilizado, 2 – contas a receber e 3 – estoques, elabore uma
redação abordando os níveis de riscos apontados na matriz em relação aos testes de circularização e inventário físico, a
serem aplicados, justificando a resposta.
Matriz de Risco:
Nível de Risco
1
Baixo
2
Médio
3
Alto
1 2
Baixa
Média 3
Alta
Probabilidade de ocorrência
Resposta:
Risco de auditoria é a possibilidade do auditor
independente emitir uma opinião incorreta sobre demonstrações
contábeis significativamente incorretas. Esse conceito é
fundamental na fase de planejamento, pois permite ao auditor
identificar áreas de maior e de menor risco e, com isso,
direcionar os procedimentos de auditoria para as áreas com
maior probabilidade de ocorrência de erros relevantes.
Considerando a matriz e risco apresentada, nota-se que as
áreas de estoque, contas a receber e imobilizado possuem,
respectivamente, um grau de risco alto, médio e baixo. Apesar do
risco ser médio, a área de contas a receber apresenta uma
probabilidade de ocorrência de desvios baixa.
Diante do exposto, o auditor deve estabelecer diferentes níveis
de aceitação de desvios. Como a relação “risco x nível de
Dicas para a realização de sua prova discursiva – elaborado por Professor Marcus Silva
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aceitação” é inversa, os estoques requerem maior atenção.
Portanto, para reduzir o risco a um nível aceitável, o inventário
físico deve ser realizado no intuito de checar a veracidade do
saldo dessa conta patrimonial. Apesar de não ser o objetivo
principal do auditor, a possibilidade de ocorrência de ativos
fictícios ou de ativos ocultos deverá ser considerada.
No caso das contas a receber, por ter apresentado uma baixa
probabilidade de ocorrência de desvios, o auditor pode obter
evidências suficientes para formar sua opinião através de
circularizações junto a terceiros. Esse teste aliado ao inventário
físico proporcionará ao auditor uma real situação das saídas de
estoque.
Por fim, o imobilizado, por ser uma área de pouco risco, de
acordo com a matriz apresentada, deve apresentar uma menor
extensão nos procedimentos de auditoria.
Nota concedida pela banca:
- Nota conteúdo: 10,0
- Nota uso do idioma: 10,0 - Nota total do candidato: 20,0
- Nota máxima possível: 20,0 - APROVEITAMENTO DE 100%
7 – Dicas avançadas.
Prezados(as) colegas concurseiros(as), aqui, neste tópico, darei umas
dicas que considero avançadas. Vou explicar. Até o momento, quando falei das dicas de estruturação de sua redação/discursiva, mencionei
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a elaboração de um rascunho que deve ser revisado e, após, passado
para a folha definitiva de resposta.
Esta é uma forma bastante segura de realizar uma prova discursiva,
inclusive, evitando e minimizando possíveis erros. Contudo, pessoal, ela exige a reserva de um tempo considerável da prova até
chegarmos à folha definitiva de respostas.
Atualmente, como sabemos, nos concursos públicos deste nível do TCU, MPOG, CGU, AFRFB, BACEN, SUSEP, dentre outros, não são
corrigidas todas as provas discursivas de todos os candidatos. Existe uma nota “de corte” para a correção de um número estabelecido no
edital para correções pela banca examinadora. Neste ponto é que venho com esta dica.
Você tem que obter uma nota muito boa na prova objetiva para ter a
sua discursiva corrigida pela banca. Não adiante nada gastar, por
exemplo, metade do seu tempo de prova na elaboração da sua discursiva e ficar “apertado” para resolver as questões objetivas, que
são as que proporcionarão a correção da sua prova discursiva. Como resolver este problema?
Por experiência própria, pois assim fiz, por exemplo, as duas
questões que vocês tiveram a oportunidade de observar, no concurso para APO-MPOG, adotei uma forma mais rápida de realização das
questões discursivas. Não fiz rascunhos. Somente fiz uma estrutura daquilo que decidi abordar nos meus parágrafos. Fiz um
“brainstorm”, estruturei e dei um “esqueleto” aos meus parágrafos, e, assim, parti direto para a folha definitiva de respostas. Arriscado?
Poderia responder que sim, caso não estivesse com a parte teórica bem estruturada e sedimentada. Contudo, caso você se sinta bem na
parte teórica, com a base bem formada, digo que não é tão arriscado.
Aliás, é a melhor maneira de fazer a sua prova. No caso do concurso para o TCU, em que as provas objetivas são realizadas juntamente
com as discursivas, é a melhor estratégia de realização de prova. Desta forma, você vai ter um tempo maior para realização das
questões objetivas, que são as questões que irão garantir uma pontuação suficiente para te colocar “na briga” por uma vaga,
entende?
Erros podem acontecer? Claro que sim. Isso não é um problema, desde que não sejam exagerados. Um risco simples sobre a palavra,
sem rasuras e rabiscos não retira seus pontos. Enfim, são dicas que considero úteis e que cada um deverá avaliar se poderá usá-las ou
não.
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8 – “Colar ou não colar as placas?”
Neste tópico trago para vocês um pergunta de resposta óbvia. O que
acham? Se ao começar a ler a questão discursiva você se deparar,
por exemplo, com a citação de uma jurisprudência do STF, ou um
artigo de uma lei, acompanhado de um inciso, que você nunca ouviu
falar o que você faz? “Cola as placas” ou fica calmo e lê toda a
questão?
É lógico que você deve manter a calma e confiar em si próprio. Ficar
nervoso não vai resolver o seu problema.
Repare, por exemplo, na questão resolvida trazida anteriormente
sobre Direito Tributário, da Receita Federal. Logo no início, a questão
começou falando de entendimento do STF e de um artigo de uma lei.
Conversando com meu irmão sobre esta questão tive a informação
que o fato de, ao deparar-se, logo no início da questão, com uma lei
que ele não conhecia até trouxe uma preocupação e tensão
inicialmente. Contudo, ao perceber que a questão somente queria
saber aspectos sobre o lançamento tributário, logo a calma retornou
e ele conseguiu desenvolver o tema. Portanto, não entrem em
desespero. Leia toda a questão e raciocinem com calma, ok? Desta
forma, você vai conseguir o seu objetivo.
Bom, pessoal, espero que tenham gostado!
Um forte abraço a todos!
Marcus Silva.
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9 - Bibliografia consultada:
- “As últimas do português – Volume I”; Décio Sena –
Editora Ferreira; e
- “Técnicas Básicas de Redação” – Branca Granatic –
Editora Scipione.
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