diário da fazenda ed09

12
Abril de 2012 | Ano II | nº 9 O dia a dia do produtor rural www.diariodafazenda.com.br | Imperatriz/MA Câmara aprova novo Código Florestal A Câmara dos Deputados aprovou na noite de 25 de abril, por 274 votos favoráveis, 184 votos contrários e duas abstenções, o relatório que propõe a criação de um novo Código Florestal, com alterações à versão aprovada no final do ano passado pelos senadores. O texto define novas regras para a produção de alimentos e a preservação ambiental no País e passou pela análise dos parlamentares no Plenário da Casa. A matéria segue, agora, para sanção da presidente da República, Dilma Rousseff. PáGINA 8 OPORTUNIDADE DE CRéDITO REPRODUÇÃO PAINEL FLORESTAL O Programa Agricultura de Baixo Carbono engloba seis iniciativas rurais que visam contribuir para a preser- vação do meio ambiente e para a sustentabilidade da produção agropecuária, são elas: integração lavoura- -pecuária-floresta (modelo da foto acima), plantio dire- to na palha, recuperação de pastos degradados, plantio de florestas comerciais, fixação biológica de nitrogênio e tratamento de resíduos animais. Programa ABC tem R$ 3,15 bi para produtor Página 15. Imperatriz Ministro promete Mercado do Peixe Em visita à Imperatriz no dia 23, o Ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, garantiu a cons- trução do mercado ainda este ano. PáGINA 7 Pecuária Vale do Tocantins já abate 6 mil cabeças Com as atividades reiniciadas em setembro de 2011, o Frigo- rífico tem abatido cerca de 320 animais por dia com vendas di- recionadas para Recife. PáGINA 6 Açailândia NGA cria centro para beneficiar grãos Com investimentos iniciais de R$ 5 milhões, a estrutura deverá es- tocar até 30 mil toneladas. PáGINA 3

Upload: diario-da-fazenda

Post on 25-Mar-2016

229 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Jornal Diário da Fazenda - Edição 08

TRANSCRIPT

Page 1: Diário da Fazenda Ed09

Abril de 2012 | Ano II | nº 9 O dia a dia do produtor rural www.diariodafazenda.com.br | Imperatriz/MA

Câmara aprova novo Código FlorestalA Câmara dos Deputados aprovou na noite de 25 de abril, por 274 votos favoráveis, 184 votos contrários e duas abstenções, o relatório que propõe a criação de um

novo Código Florestal, com alterações à versão aprovada no final do ano passado pelos senadores. O texto define novas regras para a produção de alimentos e a preservação

ambiental no País e passou pela análise dos parlamentares no Plenário da Casa. A matéria segue, agora, para sanção

da presidente da República, Dilma Rousseff. página 8

oportunidade de créditoREPRODUÇÃO PAINEL FLORESTAL

O Programa Agricultura de Baixo Carbono engloba seis iniciativas rurais que visam contribuir para a preser-vação do meio ambiente e para a sustentabilidade da produção agropecuária, são elas: integração lavoura-

-pecuária-floresta (modelo da foto acima), plantio dire-to na palha, recuperação de pastos degradados, plantio de florestas comerciais, fixação biológica de nitrogênio e tratamento de resíduos animais.

programa aBC tem R$ 3,15 bi para produtor página 15.

imperatriz

Ministro promete Mercado do peixe Em visita à Imperatriz no dia 23, o Ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, garantiu a cons-trução do mercado ainda este ano.

página 7

pecuária

Vale do Tocantins já abate 6 mil cabeçasCom as atividades reiniciadas em setembro de 2011, o Frigo-rífico tem abatido cerca de 320 animais por dia com vendas di-recionadas para Recife.

página 6

açailândia

nga cria centro para beneficiar grãosCom investimentos iniciais de R$ 5 milhões, a estrutura deverá es-tocar até 30 mil toneladas.

página 3

Page 2: Diário da Fazenda Ed09

02 Abril 2012

De olho na Expoimp ditorialE

pecuária sustentável aproxima CBpS e Banco do nordeste

O Centro Brasileiro de Pe-cuária Sustentável (CBPS) participou - no último dia

18 - de uma reunião nas depen-dências do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), em Imperatriz, com representantes da instituição fi-nanceira. Em pauta, a apresen-tação do Centro pelo presidente, o pecuarista Mauroni Alves Can-gussu, e a discussão de possíveis parcerias entre as entidades, com linhas de financiamento do banco para implantação do Sistema Sil-vipastoril Intensivo em proprieda-

des da região. Segundo o gerente da agência do BNB em Imperatriz, Francisco de Assis Santos, o ban-co poderá contribuir sim com o CBPS. “Nós podemos enquadrar esse sistema em uma de nossas linhas de financiamento, a linha da agricultura familiar. Pois 90% dos nossos clientes são mini e mé-dios produtores, principalmente, de áreas de assentamento, e nós vemos esse modelo como próprio para eles, que são realmente o nosso público alvo”, afirma.

Impressionado com o CBPS, o

gerente ressaltou que a visão do Centro é o que viu de mais moder-no em relação à sustentabilidade na pecuária. “Esse modelo que o CBPS está implantando é muito evoluído para nossa realidade, en-tão, isso tem que ser disseminado para que realmente os produtores absorvam essa ideia e realmente consigam produzir sem degradar a natureza”, conclui. Na ocasião, o CBPS presenteou o banco com três livros que tratam da prática da pecuária sustentável no mun-do.

De olho na Expoimp, o maior evento agropecuário da região e que acontece em julho, o Jornal

Diário da Fazenda já vem elaborando sua campanha para atuar na cobertura da feira. A meta é veicular três edições que possam melhor informar nossos leitores

sobre tudo o que acontece no evento. A edição a ser veiculada em junho deve trazer as agendas oficiais, programações, novidades e metas da Expoimp. A edição de julho virá com a cobertura completa do que foi a exposição agropecuária de Imperatriz, desde a cavalgada de abertura

da feira até o último dia da programação. E, finalmente, a edição de agosto trará os resultados a serem divulgados pelo Sinrural quanto à movimentação de negócios que o evento proporciona na região. Portanto, participe e acompanhe tudo no Diário da Fazenda.

presidência aceita acordo que anistia desmate de pequenos e médios produtores rurais

A presidente Dilma Rousseff deu o sinal verde para um acor-do sobre a reforma do Código

Florestal que flexibiliza ainda mais a recomposição de áreas desmatadas ilegalmente, anistiando pequenos e médios produtores rurais. Segundo a Folha apurou, Dilma só aceita mudan-ças para beneficiar os pequenos agri-cultores, mas não quer alterações nas regras para os grandes produtores. O acordo prevê que a Câmara elimine do texto em tramitação o artigo que esta-belece as faixas mínimas de recompo-sição das APPs (áreas de preservação permanente) em margem de rio.

Simultaneamente, o Executivo editaria uma medida provisória ou enviaria ao Congresso um texto de lei dispensando pequenas e médias pro-priedades - com área equivalente a até 15 módulos fiscais, cujo tamanho é variável - de repor floresta. Para as grandes propriedades continuariam valendo os percentuais de reposição previstos no texto da lei aprovado pelo Senado: faixas de 15 m a 100 m de floresta em cada margem, dependen-do da largura do rio.

Na prática, o acordo consolida desmatamentos em APPs em ao me-nos 92% das propriedades rurais. Em

extensão territorial, elas representam 30% das terras agricultáveis do país, segundo o Ministério da Agricultura.

A eventual recomposição nas pe-quenas e médias propriedades, ainda a ser definida, será feita pelos chama-dos PRAs (Planos de Regularização Ambiental), a serem aplicados pelos Estados onde e quando for necessário. Retoma-se assim o espírito da polêmi-ca emenda 164, aprovada pela Câma-ra no ano passado. Ela visava anistiar (“consolidar”) todo e qualquer desmate em APP feito até 2008, com posterior definição pelo PRA de se e quanto ca-beria recompor.

Textos e FotosEquipe Diário da FazendaAntonio WagnerDiego Leonardo BoaventuraThays AssunçãoWilliam Castro

Conselho EditorialMarco A. Gehlen - Jornalista - MTB 132-MSDiego Leonardo Boaventura - JornalistaSindicato Rural de Imperatriz

Contatos:

[email protected](99) 8111.1818 | 9113.6191www.diariodafazenda.com.br

Distribuído e apoiado porManá Expresso e Sindicato Rural de Imperatriz

Participe do Diário da FazendaEnvie sua sugestões de pauta, de entrevistas e artigos para:

[email protected]

Identidade VisualLuciana Souza Reino

Editoração gráfica, edição e revisãoEquipe Diário da Fazenda

Expediente

Jornal Diário da FazendaAno II, Edição 9, Abril de 2012Mensal. Distribuição Dirigida.Tiragem: 2 mil exemplaresImperatriz, Maranhão.

Uma publicação mensal da

Código

imperatriz

Page 3: Diário da Fazenda Ed09

Abril 2012 03

produtores criam centro de beneficiamento de grãosProjeto contou com investimentos iniciais da ordem de R$ 5 milhões. No total, a estrutura deve estocar até 30 mil toneladas Diego Leonardo Boaventura

Integração lavoura/pecuária, agregar valor à propriedade, reforma de pasto e aumento

da produtividade por hectare. Fo-ram esses fatores que motivaram alguns agricultores do sudoeste maranhense, principalmente, da região de Açailândia, a apostar no plantio do milho rotacionado com soja. Hoje, porém, o bom preço do grão tem entusiasmado os produtores que, somente nes-sa região do Estado, devem plan-tar 200 mil hectares de milho nesta safra, um aumento de 30% em relação a 2011. No Maranhão, o milho ocupa hoje 590 mil hec-tares de área plantada.

Seguindo essa linha de am-pliação no cultivo está a Norte Grãos Agronegócios (NGA), loca-lizada às margens da BR-010, em Açailândia. Com 1.000 hectares plantados de milho, a empresa investe para atuar na produção, colheita, armazenamento e co-mercialização de Grãos. Segundo

o diretor da NGA, Levy Cangus-su, o planejamento é que a cada ano a empresa amplie em 500 hectares a área plantada. “Em Açailândia nossa área de traba-lho ficará em torno de 5.000 hectares no total. Esse ano fo-ram investidos R$ 2 milhões no campo agrícola, na aquisição de maquinário, na limpeza diária e com insumos. Já na parte indus-trial, na compra de secadores de grãos, foram investidos mais R$ 3 milhões”, conta.

estrutura nGa

Fundada em agosto de 2011 pelo grupo Agrosal e Fazenda Bola Branca, a NGA está cons-truindo um centro de beneficia-mento de grãos e armazenagem em Açailândia. “Nós vamos re-ceber o grão in natura, ainda úmido e com resíduos, e o be-neficiaremos - secando, limpan-do e armazenando. E no futuro iremos fazer um confinamento

para engorda de gado”. Além de armazenar sua própria produ-ção, a empresa vai terceirizar outras áreas agrícolas, podendo colher e guardar grãos de tercei-ros. Em 2012, o grupo só irá uti-lizar metade da sua capacidade

de armazenamento. A estocagem total prevista será de 30 mil to-neladas de grãos, com 160 tone-ladas por hora.

A indústria, localizada às margens da Rodovia Belém--Brasília, fica próxima à Ferrovia

Norte-Sul, o que irá possibilitar a exportação de grãos em bre-ve. De acordo com Companhia Nacional de Abastecimento (Co-nab), houve um aumento de 24% na área plantada com milho no Maranhão nesse ano.

çailândiaa

ARQUIVO NGA

Obras da NGA em Açailândia seguem com meta de inauguração e funcionamento ainda em 2012

Page 4: Diário da Fazenda Ed09

04 Abril 2012

emaU

projeto atende cavalos de carroças em imperatrizDiego Leonardo Boaventura

Um projeto acadêmico de extensão universitá-ria busca unir a teoria,

aprendida em sala de aula, com a prática, ao mesmo que contri-bui com a comunidade de Im-peratriz. Intitulado “Sanidade animal de cavalos de carroça”, encabeçado pelo professor do curso de Medicina Veterinária da Universidade Estadual do Mara-nhão (Uema), Manoel Dantas, o projeto conscientiza carroceiros da região de Imperatriz e atende gratuitamente os animais que necessitam de cuidados médi-cos.

Segundo o carroceiro Fran-cisco Divino Carneiro da Rocha, dono de 14 animais contempla-dos pelo programa, a universida-de está mostrando serviço e vem contribuindo com a comunidade carente. “O projeto está fazendo um serviço muito bom, se fosse pagar só com meus animais iria gastar cerca de R$ 5 mil. Outro

dia trouxe uma éguinha minha que parecia estar com anemia, mas quando cheguei aqui o dou-tor constatou que não havia ane-mia nenhuma, somente o sangue grosso. O doutor e os alunos passaram um soro, uns medica-mentos e foi bom demais”, conta Divino, animado com a iniciati-va.

Às terças-feiras os animais são submetidos a eletrocardio-grama, com um aparelho de últi-ma geração, e também são reali-zados hemogramas e bioquímica de sangue. Além de ser avaliada a condição corpórea dos animais - o peso, altura, além de a capa-cidade de suporte dele. “O carro-ceiro sai com a informação do peso que deve transportar, ele coloca mais se quiser”, enfatiza o professor. Nas sextas-feiras, com os resultados dos exames em mãos, os alunos prescrevem a medicação.

Em parceria com Fundação de Amparo à Pesquisa e ao De-senvolvimento Científico e Tec-

nológico do Maranhão (Fapema), o projeto que existe desde 2005 atua com alunos bolsistas e tam-bém voluntários, que estão co-locando em prática o ofício que escolheram. O professor ressalta que não é somente ele e sim uma equipe. “Eu tenho alunos aqui hoje que já são profissionais de mão cheia, saem para o campo,

fazem cirurgias, clínica e vieram para cá sentir o que é a profis-são. Isto aqui é uma residência, eu digo para eles que isso aqui é o SUS dos cavalos de carroça”.

A aluna do 8º período de Medicina Veterinária, Pâmela Ro-drigues da Silva - bolsista do pro-jeto - destaca a importância do trabalho e a experiência adquiri-

da por meio da prática veteriná-ria nos animais de carroça. “Todo o trabalho é feito para melhorar o estado de saúde desses animais de carroça que trabalham muito, um trabalho muito estressante por sinal. Nós fazemos todos os exames e damos também orien-tação de como alimentar o ani-mal de forma barata. Aprender mais sobre exames sanguíneos e interpretar esses exames, avaliar cada caso de saúde dos animais foi o que me motivou a partici-par do projeto”, diz ela.

Para o professor Manoel Dantas, um dos grandes proble-mas encontrados nos cavalos de Imperatriz é o manejo inadequa-do, ou seja, alimentação errada e maus tratos. Na maioria das vezes nem é por ignorância do carroceiro, mas sim pela falta de conhecimento. “Todos os car-roceiros que passaram por aqui saem com uma visão diferente, ele faz errado se quiser, mas saiu com uma visão de como deve cuidar do seu animal”, finaliza.

Carroçeiros do município tem a oportunidade de cuidar melhor dos seus animais por meio de um projeto de extensãoBÁRBARA FERNANDES

Equipe de professores e alunos da Uema atendendo animais de carroça

“O reconhecimento internacional está

previsto para 2013”

Page 5: Diário da Fazenda Ed09

Abril 2012 05

ventoE

William Castro

No último dia 18 de abril, o Hotel New Anápolis foi palco de mais uma edição

do leilão virtual do Maranhão, em Imperatriz. Fazendeiros, em-presários e produtores tiveram 1.200 animais colocados em ex-posição para a oferta, entre gado de corte, de elite e touros.

O leilão virtual ainda é uma novidade no Estado e a cidade é a primeira a realizar o negócio. Segundo o diretor de marketing do evento, Fabrício Gracioli, Im-peratriz possui o gado com a melhor genética da região. “Em breve, queremos oferecer 10.000 bois para o leilão e acredito que isso não demore muito, pois a pe-cuária aqui é bem forte”, ressalta.

A apresentação dos animais no leilão virtual pelo vídeo ou in-ternet é uma das vantagens com-paradas aos leilões tradicionais,

pois neste último é preciso dispo-nibilizar um espaço para que os bois fiquem expostos, enquanto no virtual não. Michel Turantti, representante da Brasil Genética, enfatiza a importância dessa ati-vidade no município. “Estamos no 3º leilão e a nossa expectati-va é que aumente a participação de público, pois é um evento que representa também desenvolvi-

mento para a região”, afirma. Presente também na noite

do leilão, Célio Luiz (ATR Leilões) que possui 16 anos de experiên-cia no ramo, destacou que essa nova modalidade é uma forma de incentivar a economia e pro-porcionar a compra e venda de animais de alta qualidade poden-do ser visualizados em maior nú-mero durante o evento.

3º Leilão Virtual do Ma é realizado em imperatrizEvento marca o fortalecimento da modalidade pioneira no Estado

Produtores assistem à transmissão e dão lances ao vivo pelo telefone

Leilão do Boi Branco marca 16 anos da aTRDiário da Fazenda

Em comemoração ao 16º aniversário da ATR Leilões será

realizada no dia 28 de abril mais uma edição do tradicio-nal Leilão do Boi Branco, em Estreito - MA. A previsão é que aproximadamente 4.600 animais de toda a região To-cantina sejam comercializa-dos no pregão. Criadores e produtores rurais de cidades vizinhas como Imperatriz e Açailândia, entre outras, es-tão sendo aguardados, a par-tir do meio dia, no certame, que promete gerar boa movi-mentação em negócios, além de divulgar os resultados de investimento nas raças parti-cipantes.

Segundo o proprietário da empresa ATR Leilões, or-ganizadora do evento, Célio Luís Rodrigues Mendes, a pro-

posta, como sempre, é trazer animais de qualidade e gerar boas oportunidades comer-ciais. “A expectativa é sempre das melhores, nosso evento já é uma tradição na cidade e nossos animais confirmam a qualidade do leilão”, afirma.

Há 16 anos na região pro-vendo leilões, a empresa co-memora o sucesso realizando o que mais sabe fazer.

raças

O gado é o alvo principal do pregão. Raças como a Ne-lore e a Brahma, entre outras, serão os grandes destaque do dia. Para o evento foram sele-cionados animais em ótimas condições físicas e escolhidos plantéis com excelência gené-tica. Esta edição do Leilão do Boi Branco conta com a par-ceria da Purinutre e da Puri-tec Gold.

WILLIAM CASTRO

Page 6: Diário da Fazenda Ed09

06 Abril 2012

mperatrizi

William Castro

Com as atividades reini-ciadas em setembro de 2011, o Frigorífico Vale

do Tocantins, hoje em parce-ria com um grupo de empre-sários de Recife (PE), tem aba-tido cerca de 320 animais por dia, o que totaliza média de 6 mil por mês. A maioria de sua produção de carne resfriada e congelada tem sido direcio-nada para Recife, a capital pernambucana, abrangendo em menor escala o mercado de Fortaleza com alguns sub-produtos. O fornecimento de gado para abate é feito na maior parte pela região sul do Maranhão, o que contribuiu para a economia do município de Imperatriz, gerando renda e negócios.

Em entrevista para o Diá-rio da Fazenda, o setor admi-nistrativo da empresa enfati-

za que antes da reabertura do frigorífico foi realizado um estudo sobre a potencialidade

do rebanho na região e que a produção de animais bovinos superou as expectativas dos

investidores no mercado de pecuária no Maranhão. Açai-lândia, Itinga e Imperatriz são

os principais polos no abaste-cimento de bovinos ao frigo-rífico, além de Cidelândia, São Francisco do Brejão, Senador La Roque, João Lisboa e muni-cípios vizinhos. Além de rigo-rosos cuidados efetuados por uma equipe interna no con-trole de qualidade, a empresa possui controle sanitário dos seus produtos com Serviço de Inspeção Federal (SIF), do Mi-nistério da Agricultura, Pecu-ária e Abastecimento, o que é garantia de qualidade aos consumidores.

Com a reabertura do fri-gorífico, foram gerados em torno de 180 empregos diretos e mais de 500 indiretos. A em-presa possui hoje um cadastro de aproximadamente 300 pe-cuaristas para o fornecimento dos animais bovinos na região e, hoje, a arroba vem sendo negociada pelo frigorifico a R$ 89,00.

Vale do Tocantins já abate 6 mil animais por mêsTodos os animais abatidos são de fornecedores da cidade e municípios vizinhos e produção tem sido direcionada para Pernambuco

WILLIAM CASTRO

Abate possui controle sanitário por meio do Serviço de Inspeção Federal (SIF), do Ministério da Agricultura

Sisbov: mais transparente e menos burocráticoDiário da Fazenda

Após quatro anos de traba-lho do Conselho Técnico Consultivo (CTC), institu-

ído pelo Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a reestruturação do Sis-bov está concluída. O Sisbov é um dos protocolos de rastreabi-lidade destinado aos produtores que pretendem comercializar seus animais ao mercado euro-peu. O assunto foi debatido du-rante seminário realizado nessa quinta-feira (1º de março) pela Federação da Agricultura e Pe-cuária de Mato Grosso (Famato).

Segundo o membro do CTC, Luiz Carlos Meister, o novo mo-

delo do Sisbov depende de um decreto presidencial para come-çar a sua vigência. “O trabalho técnico já foi realizado para tor-nar o sistema menos burocráti-co e de fácil operacionalidade. Agora, dependemos do Mapa para colocá-lo em vigência”, des-tacou Meister.

A obrigatoriedade de iden-tificação de todo o rebanho da propriedade continua, porém somente os animais que serão destinados ao abate para aten-der o mercado europeu deverão ser identificados com números individuais. Isso deve ser feito no mínimo 90 dias antes do aba-te. Os demais animais da fazen-da necessitarão apenas de um

número que identifique a pro-priedade como habilitada à ex-portação para a União Européia. Outra alteração significativa é a possibilidade do próprio produ-tor realizar as comunicações de nascimento, morte, abate e etc. dos animais rastreados.

pGa Uma ferramenta importan-

te que vem sendo desenvolvida pela Confederação da Agricultu-ra e Pecuária do Brasil (CNA) e o Mapa é a Plataforma de Gestão da Agropecuária (PGA). Ela re-presenta um banco nacional de dados desenvolvido para inte-grar as informações de todos os órgãos de defesa sanitária dos

estados brasileiros, como o Insti-tuto de Defesa Agropecuária (In-dea) de Mato Grosso. “A principal base do projeto é a formação de uma cadeia nacional com dados dos serviços de defesa de sanida-de animal. O Brasil não possui uma base constituída. Hoje, são dez sistemas informatizados in-dependentes fazendo a gestão do trânsito de animais nos esta-dos”, disse o coordenador execu-tivo da Comissão de Sanidade da CNA, Décio Coutinho.

Nessa plataforma, estarão as informações de todas as pro-priedades rurais do Brasil - simi-lar ao que existe em cada estado - contendo número de rebanho, faixa etária e sexo dos animais,

comunicação de vacinação, en-tre outras informações que se-rão interligadas da central com os estados. Isso significa, por exemplo, que no ato de uma propriedade vender os animais em Mato Grosso com destino ao estado de Minas Gerais, es-sas informações estarão interli-gadas entre os órgãos de defesa desses dois estados. Hoje, Os estados do Espírito Santo, Tocantins, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Rondônia e Pará já começaram a fazer os testes com a plataforma. Porém, estão aguardando autorização do governo federal para migrar os dados das agências estaduais ao PGA.

Page 7: Diário da Fazenda Ed09

07Abril 2012

escap

Thays Assunção

Em visita à Imperatriz na segunda-feira, 23, o Ministro da Pesca e

Aquicultura, Marcelo Crivella, garantiu a construção do mer-cado do peixe, antiga reivindi-cação da colônia de pescado-res. “Com certeza o mercado do peixe vai sair. Hoje uma das maiores preocupações que nós temos é com o alto grau de intermediação que existe no pescado. Quem dá duro para pegar o pescado, para pegar o peixe acaba ganhando pouco, por que o peixe vai passando na mão de um monte de inter-mediário até chegar ao mer-cado. Agora é melhor a gente ter um mercado do peixe em Imperatriz para que os pesca-dores possam comercializar diretamente o produto do seu suor, do seu esforço, do seu trabalho e é isso que o minis-tério irá fazer. E espero voltar aqui ainda esse ano para inau-gurar com uma grande festa”, afirmou.

O pronunciamento foi feito durante o I Seminário de Pesca e Aquicultura Fami-liar do Meio Norte realizado no Centro de Convenções. O evento discutiu a integração e o fortalecimento do setor pes-queiro artesanal e da agricul-tura familiar e reuniu colônias de pescadores e federações do Maranhão, Ceará, Piauí, Pará, Tocantins, Rio Grande do Nor-te e outros estados. Para o pre-sidente da colônia de pesca-dores de Imperatriz, Salomão Santana, o seminário permi-tiu com que o setor da pesca e suas necessidades fossem conhecidas pela sociedade e pelo poder público. “No leito do rio Tocantins, nós temos a construção de hidrelétricas, extrativismo, desmatamento, assoreamento, e tudo isso pre-judica o habitat das espécies. Em eventos como esse, é que a gente mostra para as autorida-des a necessidade de controle dessas atividades para a repro-dução dos peixes e a continua-ção da profissão de pescador”,

declarou. Na ocasião, o ministro

assinou termos de permissão para o uso de 15 escavadeiras hidráulicas nos municípios maranhenses de Alto Alegre do Pindaré, Bacabal, Boa Vista do Gurupi, Campestre, Conceição do Lago Açu, Icatu, Lagoa do Mato, Lajeado Novo, Matinha, Santa Rita, Santo Antônio dos Lopes, São Bento, São Bernar-do, Vargem Grande e Vila Nova dos Martírios.

A solenidade contou com a presença do presiden-te da Confederação Nacional de Pescadores e Aquiculto-res (CNPA), Abraão Lincoln, do secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca (Sagrima), Cláudio Azevedo, do prefeito de Imperatriz, Sebastião Ma-deira, dos deputados federais, Cleber Verde, Lourival Mendes e Davi Alves da Silva Júnior, do presidente da Associação Comercial e Industrial de Im-peratriz (ACII), Euclides An-tonio Viêra, do presidente do Sindicato Rural, Sabino Costa,

e nomes importantes do setor da pesca. O secretário Cláudio Azevedo aproveitou o semi-nário para ressaltar o poten-cial do Maranhão, que possui o segundo maior litoral do Brasil, com 640 quilômetros de costa marítima e 11 bacias hidrográficas. “Nosso Estado possui aproximadamente 550 mil hectares de manguezais, representando 50% da totali-

dade do manguezal brasilei-ro”, informou.

posse

O encerramento do I Se-minário de Pesca e Aquicultu-ra Familiar do Meio Norte foi marcado pela posse dos no-vos secretários da Confedera-ção Nacional de Pescadores e Aquicultores (CNPA).

Mercado do peixe de imperatriz será construído ainda este ano, garante ministro da pescaEvento realizado no dia 23 de abril em Imparatriz trouxe o ministro e outros representantes da pesca e aquicultura

William Castro

Durante as primei-ras fases do peixe, todo cuidado é in-

dispensável para que ele cresça e se desenvolva. O importante nesse início é a forma como os alevinos vão ser colocados nos tanques, por exemplo. É neces-

sário que eles permaneçam pró-ximo ao local durante alguns minutos para que não sofram com a mudança de temperatura. Em seguida, a água do local que eles vão permanecer deve ser misturada à embalagem que os transporta para que sejam evita-dos os choques de PH, oxigênio e amônia. Então, os alevinos de-

vem ser soltos.Nesse momento ainda deli-

cado para a sua sobrevivência, os peixes devem ser alimenta-dos com ração de boa qualida-de, como as extrusadas flutu-antes, que são mais digestivas e facilitam a observação diária, segundo o técnico Cláudio Bri-to. Ele afirma que as rações ini-

ciais devem possuir de 36% a 55% de proteína bruta.

É importante uma proteção com telas no tanque para evitar o ataque de pássaros aos alevi-nos. A temperatura da água e a qualidade precisam ser observa-das sempre que possível. A lim-peza dos tanques, quando ne-cessária, deve ser realizada com

a adubação feita com cuim de arroz e ureia. Os peixes devem ser alimentados no máximo cin-co vezes por dia, dependendo sempre da quantidade ideal de ração na fase e no peso dos ani-mais. Todos esses cuidados vão ser intensificados com a prática do tratador dos peixes, determi-nados pela sua observação.

Dica: cuidados com alevinos criados em tanques

07

Seminário foi realizado no Centro de Convenções e discutiu o fortalecimento do setor

THAYS ASSUNÇÃO

Page 8: Diário da Fazenda Ed09

08 Abril 2012

Fone/Fax: (67) 3354.9955

www.salbloco.com.br

ai e vemV

CNA

A Câmara dos Deputados aprovou na noite da quar-ta-feira (25/4), por 274 vo-

tos favoráveis, 184 votos contrá-rios e duas abstenções, o relatório do deputado Paulo Piau (PMDB--MG) ao substitutivo do Senado ao Projeto de Lei 1.876/99, que propõe a criação de um novo Có-digo Florestal, com alterações à versão aprovada no final do ano passado pelos senadores. O texto define novas regras para a produ-ção de alimentos e a preservação ambiental no País e passou pela análise dos parlamentares depois de um dia inteiro de discussões sobre o tema em sessões extra-ordinárias no Plenário da Casa. Os deputados rejeitaram, ainda, os destaques apresentados ao relatório. A matéria segue, agora, para sanção da presidente da Re-pública, Dilma Rousseff.

O novo texto consolida as áreas utilizadas com a produção agropecuária abertas até 22 de julho de 2008, incluindo as ati-vidades de ecoturismo e turismo rural em áreas de APPs (Áreas de Preservação Permanente) con-solidadas até esta data. Também foram mantidos os percentuais vigentes de reserva legal, área que deve ser preservada com ve-getação nativa nas propriedades. Os índices exigidos são de 80% na Amazônia, 35% no Cerrado amazônico e 20% nas demais re-giões do País. A nova legislação autoriza o cômputo das APPs no cálculo das áreas de reserva legal, inclusive nos casos de re-generação, recomposição e com-pensação. Nos Estados com mais de 65% do território ocupados com unidades de conservação e terras indígenas na Amazônia, o

percentual de reserva legal cai de 80% para 50%.

Segundo o texto aprovado, os manguezais e veredas pas-sam a ser considerados APPs e a inclusão de novas modalidades destas áreas poderá ser feita pos-teriormente, desde que seja clas-sificada como de interesse social, por ato do Poder Executivo. Pela proposta, apicuns e salgados se-rão áreas de uso restrito e a ocu-pação destes locais, de agora em diante, será definida a partir da criação do Zoneamento Econô-mico Ecológico (ZEE).

O relator reintroduziu o dispositivo do texto do Senado que prevê faixa mínima de 15 metros de Área de Preservação Permanente (APP) na beira dos cursos d’água com até 10 metros de largura. Para rios com largu-ra maior, a responsabilidade das metragens ficará com os Estados, no âmbito dos Programas de Re-gularização Ambiental (PRAs), considerando as características

de cada bioma, das propriedades rurais e da produção agropecu-ária de cada região, para que os produtores rurais façam a re-composição de mata ciliar em suas propriedades. No caso das propriedades rurais com até qua-tro módulos fiscais, segundo o

relatório, a APP a ser recuperada não poderá ultrapassar o limite de reserva legal estabelecido para o imóvel.

Pela proposta aprovada na Câmara, a adesão dos produtores rurais ao PRA é uma das princi-pais exigências do texto para a

regularização ambiental da pro-priedade. Estes programas devem ser criados no prazo de um ano após a sanção presidencial do projeto. Caberá à União definir as normas gerais, enquanto aos Estados caberá a regulamentação das normas específicas. Esta ade-são está condicionada à apresen-tação de um projeto definindo as áreas de recomposição de APPs, reserva legal e de produção, que precisará ser aprovado pelo Sis-tema Nacional de Meio Ambien-te (Sisnama). Com esta medida, as multas aos produtores ficam sus-pensas e poderão ser convertidas em serviços de preservação am-biental, caso obtenham a aprova-ção dos órgãos ambientais.

O relator suprimiu do texto do Senado o dispositivo que tra-ta da proibição de concessão de crédito para quem não tiver sua regularização ambiental conclu-ída em cinco anos. O relatório também definiu prazo de 180 dias, após a publicação da lei,

para que o Governo Federal im-plante um programa de apoio e incentivo à proteção ambiental, prevendo, entre outros benefí-cios, o pagamento por serviços ambientais, mas retirou o en-quadramento dos produtores em categorias para fins de re-muneração pela proteção do meio ambiente. Retirou, ainda, a exigência de implantação e ma-nutenção de faixas mínimas de áreas verdes nas zonas urbanas, assim como as regras restritivas para o pousio, prática que con-siste na interrupção temporária do uso do solo com o objetivo de proporcionar descanso à ter-ra, para torná-la mais fértil.

“Esta é uma antiga reivin-dicação dos produtores rurais brasileiros, que convivem hoje com uma legislação há muito tempo incompatível com o grau de evolução do agronegócio bra-sileiro. Esta nova legislação difi-cultará ainda mais a realização de novos desmatamentos, mas também reconhece a importân-cia do setor agropecuário para a economia brasileira. Se não é a lei ideal, teremos a lei possível, que não expulsará nenhum pro-dutor de suas terras nem fragili-zará a proteção ambiental”, des-tacou o presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Assue-ro Doca Veronez. Para o vice-pre-sidente diretor da CNA, Carlos Sperotto, com a aprovação do novo Código Florestal “foi dado um grande passo, que permitirá aos produtores um quadro iné-dito de segurança jurídica e le-gitimação da atividade, porque antes estávamos todos em um estado de vulnerabilidade”, en-fatizou.

Câmara aprova novo Código Florestal BrasileiroForam 274 votos a favor e 184 contrários, além de duas abstenções. O novo texto define novas regras para a produção de alimentos

Estados com mais de 65% de conservação

e terras indígenas na Amazônia, o percentual

de reserva legal cai de 80% para 50%

Mobilização para aprovação do Código reuniu dia 05/04 mais de 20 mil produtores rurais de todo o País, em Brasília (DF)

CNA

Page 9: Diário da Fazenda Ed09

Abril 2012 09

réditoC

DIÁRIO DA FAZENDA

O Programa Agricultu-ra de Baixo Carbono (ABC) foi instituído

pelo Governo Federal em ju-nho de 2010, com o objetivo de apoiar o desenvolvimento de uma agricultura sustentá-vel, incentivando boas práticas agropecuárias que contribuam para a redução da liberação de gás carbônico na atmosfera.

Como financiador do agronegócio brasileiro, o Ban-co do Brasil, alinhado às Polí-ticas Públicas do Governo Fe-deral, adotou entre suas ações de concessão de crédito medi-das no sentido de priorizar os financiamentos de atividades rurais no âmbito do Programa ABC.

Entre essas ações, vem desenvolvendo treinamento de técnicos, divulgação junto aos produtores e entidades re-presentativas, automatização de processos e celebração de parcerias com empresas inte-gradoras e cooperativas. Esse conjunto de iniciativas tem contribuído para evolução do Programa e para o crescente incremento nas contratações.

Nesse contexto, dos re-cursos totais do Programa, que somam R$ 3,15 bilhões na safra 2011/2012, R$ 850 mi-lhões foram disponibilizados pelo Banco do Brasil. O Banco está em condições de atender outras demandas que superem esse valor.

As linhas de crédito atre-ladas ao programa, que são

oferecidas pelo Banco do Bra-sil, atendem as atividades de implantação de viveiros de mudas florestais, de sistema lavoura-pecuária-floresta, re-composição de áreas de pre-servação permanente ou reser-va legal, produção orgânica, recuperação de pastagens, implantação e manutenção de florestas comerciais, im-plantação e melhoramento de sistemas de plantio direto na palha.

O valor financiado pode ser de até R$ 1 milhão por be-neficiário, contemplando até 100% do valor dos bens objeto

do financiamento, com taxa de 5,5% a.a. e prazo de até 15 anos. Com recursos do Fundo Constitucional de Financia-mento do Centro Oeste - FCO, o valor financiado pode che-gar a até R$ 20 milhões.

Além disso, especifica-mente para a produção orgâni-ca, são disponibilizadas linhas de crédito para atender as de-mandas de pessoas físicas ou jurídicas que comprovem sua condição de produtor rural orgânico. As linhas cobrem despesas com investimento, custeio e comercialização das atividades.

programa agricultura de Baixo Carbono tem recursos R$ 3,15 bilhões para produtoresAté o momento, Banco do Brasil liberou R$ 850 milhões pelo programa, sendo que São Paulo aparece com o maior número de contratos

PANORAMIO/WANDER DE SOUzA

Integração lavoura-pecuária-floresta é uma entre seis iniciativas apoiadas pelo programa, que visa dar sustentabilidade para a produção agropecuária no Brasil

programa aBc - são seis as iniciativas apoiadas, que visam contribuir para a preservação do meio ambiente e para a sustentabilidade da produção agropecuária:

• Plantio direto na palha• Recuperação de pastos degradados• Integração lavoura-pecuária-floresta• Plantio de florestas comerciais• Fixação biológica de nitrogênio• Tratamento de resíduos animais

Beneficiários: Produtores rurais, pessoas físicas ou jurídicas, e suas cooperativas.

Valor Financiável: Até R$ 1 milhão por beneficiário, por ano-safra.

Limite de Financiamento: Até 100% do valor do investimento.

encargos: 5,5% ao ano.

*Prazos podem variar de 5 a 15 anos

Page 10: Diário da Fazenda Ed09

10 Abril 2012

O Berrante é um informativo mensal do:

Diego Leonardo Boaventura

A diminuição da produção de leite é um dos primei-ros sinais de alteração

na glândula mamária da vaca: cuidado, o animal pode estar com mastite. É o que alerta o professor doutor em medici-na veterinária da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Manoel Dantas. A mastite, de acordo com a Empresa Brasi-leira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é uma inflamação da glândula mamária, geral-mente causada pela infecção de microrganismos, sobretu-do, bactérias. Hoje é a doença mais encontrada nos rebanhos leiteiros do mundo, devido à alta incidência de casos clíni-cos, alta incidência de infec-ções não perceptíveis a olho nu (infecções subclínicas) e aos prejuízos econômicos que traz ao produtor. O professor afir-ma que o problema da mastite no rebanho bovino é o manejo inadequado, e ressalta alguns cuidados básicos de higiene para evitar essa enfermidade. Entre eles, lavar o ubre da vaca com um produto antisséptico todas às vezes antes e após a ordenha. Em relação à situação da doença na região de Impe-ratriz, o professor narra uma experiência recente em uma propriedade local. “Outro dia mesmo tive em uma proprie-dade próxima a Imperatriz e de 84 vacas que estavam em lacta-ção, 70 tinham mastite”, conta.

perdas econômicas

As perdas econômicas que ocorrem causadas pela mas-tite são devidas à redução na produção, ao descarte de leite e de animais, aos gastos com medicamentos, com serviços veterinários e com o aumento de mão-de-obra e, em alguns

casos, à morte do animal. Es-tudos realizados no Brasil pela Embrapa mostraram que quartos mamários com masti-te subclínica produziram em média 25 a 42% menos leite do que quartos mamários nor-mais. Nos Estados Unidos, es-tima-se que o custo por vaca/ano devido à mastite seja de

aproximadamente US$ 185, o que corresponde a um custo anual de US$ 1,8 bilhão. Esse valor corresponde a aproxi-madamente 10% do total de leite vendido pelos produto-res. Deste, cerca de dois terços corresponde à redução na pro-dução de leite devido à masti-te subclínica.

agentes de contaminação

A mastite bovina pode ser causada por uma grande variedade de agentes, incluin-do bactérias, microplasmas, leveduras, fungos e algas. Po-rém, a maioria das infecções é causada por bactérias. Apesar da diversidade de agentes que causam mastite, o primeiro passo para o início do proces-so infeccioso é a contamina-ção da extremidade da teta via mão do ordenhador ou copo da ordenhadeira contamina-da, ou seja, não existe outra forma de contrair essa doença numa vaca a não ser por via ascendente - a bactéria entra pelo canal galactófago (canal excretor do leite) e se instala no ubre. Às lesões do tecido mamário, as células secretoras se tornam menos eficientes, isto é, com menor capacidade de produzir e secretar o leite. Ocorre também a morte das cé-lulas e a liberação de enzimas dentro da glândula, que con-tribuem para agravar o pro-cesso inflamatório. Tudo isso prejudica a qualidade do leite e causa redução na produção. Preocupado com esta situação, o professor destaca: “Isso é um assunto de saúde publica, a conjuntura é preocupante, nós já alertamos as autoridades sa-nitárias nesse sentido, graças a Deus houve uma melhora con-siderável na região de Impera-triz, mas ainda há muito a ser feito”.

Mastite bovina reduz até 42% a produção de leiteQueda da produção de leite das vacas pode indicar alteração na glândula mamária e animal pode estar com a doença

Cuidados simples, como lavar o ubre da vaca com produto antisséptico antes e depois da ordenha, podem reduzir o risco da mastite

ANTONIO WAGNER

Page 11: Diário da Fazenda Ed09

Abril 2012 11

gendaa

Diego Leonardo Boaventura

O Encontro Nordestino do setor de Leite e De-rivados (Enel) - maior

feira do setor lácteo da região Nordeste - será realizado pela primeira vez no Maranhão e Im-peratriz foi a cidade escolhida para sediar a décima edição do evento. O objetivo da feira, que acontecerá entre os dias 24 e 26 de outubro deste ano, é difun-dir a bacia leiteira nordestina por meio de discussões temáti-cas sobre a cadeia produtiva do leite na região, de acordo com as características de cada estado. Segundo a Embrapa, a região nordeste representa 12% da pro-dução de leite do país, e entre os nove estados, o Maranhão apa-rece como quarto maior produ-tor, com cerca de 365 milhões de litros por ano. Hoje, a região Tocantina detém a maior parte

do rebanho bovino do estado e assume 46% dessa produção. De cada quatro empregos diretos no setor da agropecuária, três são da atividade leiteira.

A intensa atividade no se-tor produtivo de leite e deriva-dos, com instalação de indús-

trias de laticínios na região foi determinante para a escolha da cidade de Imperatriz como sede do X Enel. Na região To-cantina são coletados cerca de 35 mil litros de leite por dia e 90% desta produção é transfor-mada em queijo. Para a analista

do Sebrae em Imperatriz, Már-cia Maria Martins Ferreira, a escolha de Imperatriz foi mais que acertada. “O local foi es-colhido pela as peculiaridades que a região apresenta, sendo a maior produtora de leite do Maranhão, segundo maior mu-nicípio do Estado e tendo um elevado crescimento dos negó-cios nos últimos anos”, enfati-za.

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Em-presas (Sebrae) aposta no su-cesso do evento e acredita que o grande desafio é gerar um impacto produtivo para Impe-ratriz, com investimentos em tecnologia e em negócios seto-riais da cadeia produtiva do lei-te. No entanto, para a analista, a região como um todo irá se beneficiar dos grandes inves-timentos que poderão surgir através desse evento.

parceiros

O (Sebrae) tem apoiado de forma sistêmica a realização do evento que conta, ainda, com a parceria do Governo do Maranhão, Prefeitura de Im-peratriz, Associação Comer-cial e Industrial de Imperatriz (ACII), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Se-nai), a Federação das Indús-trias do Estado do Maranhão (Fiema), o Sindicato Rural de Imperatriz (Sinrural), agentes financeiros e empresas agro-pecuárias. Os produtores do setor industrial da região To-cantina estão animados com a possibilidade da troca de experiência, acesso à infor-mação e inovação tecnológica disponibilizadas pelo encon-tro. No total, mais de 20 mil pessoas de todo o país são es-peradas no evento.

Maior encontro de leite e derivados do nordeste será realizado em imperatrizEsta será a primeira vez que o encontro acontece no Maranhão. Segundo a programação, evento será realizado de 24 a 26 de outubro deste ano

A analista do Sebrae, Márcia Ferreira, avalia como acertada a escolha de Imperatriz

THAYS ASSUNÇÃO

Page 12: Diário da Fazenda Ed09