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Diagnóstico do Esgotamento Sanitário da Cidade de Palmas-TO. Cíntia dos Santos Lima Maria josé Janaína Ferreira sousa Saulo Gomes da Silva Graduandos em Tecnologia de Gestão Ambiental na Faculdade Católica do Tocantins (FACTO) [email protected] José Lopes Soares Neto Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade do Tocantins (Unitins), Mestre em Ciências do Ambiente pela Universidade Federal do Tocantins (UFT) e Professor Titular na Faculdade Católica do Tocantins (FACTO) RESUMO Investimentos em saneamento, principalmente no tratamento de esgotos, diminui a incidência de doenças e internações hospitalares e evita o comprometimento dos recursos hídricos do município. Atualmente Palmas têm quatro estações de tratamento de esgoto, porém existem muitas áreas no município que não são ainda contempladas pela rede pública de coleta de esgoto. Dessa forma é possível verificar alguns efeitos adversos da ausência desse serviço público essencial a qualidade de vida das pessoas. Palmas vêm crescendo muito rápido haja vista outras capitais do Brasil sendo presente grande especulação imobiliária. A metodologia utilizada para a elaboração deste trabalho consiste no estabelecimento de pesquisa através da coleta de dados junto aos órgãos ambientais, na aplicação de questionários, bem como realização de vistorias para verificar a presença de passivos ambientais significativos, servindo de base para construção de ações corretivas por parte do poder público e da coletividade presente no município de Palmas-TO. PALAVRAS CHAVE; Esgoto sanitário, Modalidades de tratamento, Sistemas individuais.. INTRODUÇÃO No que se refere aos recursos hídricos, o homem tem realizado esforços para evitar a poluição via lançamento de esgoto bruto ou outras águas residuárias, embora de forma dispersa, temporal e espacial pelo planeta. Os gregos foram um dos primeiros povos a se preocuparem com os esgotos domésticos gerado nas cidades, por meio de um sistema de drenos e canais, até áreas agrícolas, para que pudesse ser disposto e aplicado em lavouras. Na era moderna, a instalação de rede coletora de esgotos em algumas cidades teve início na Europa,no começo do século XIX; enquanto a implantação de

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Page 1: Diagnóstico do Esgotamento Sanitário da Cidade de Palmas-TO. · Segundo a NBR 9648 (ABNT, 1986) esgoto sanitário é o despejo líquido constituído de esgotos doméstico e industrial,

Diagnóstico do Esgotamento Sanitário da Cidade de

Palmas-TO.

Cíntia dos Santos Lima

Maria josé Janaína Ferreira sousa

Saulo Gomes da Silva

Graduandos em Tecnologia de Gestão Ambiental na Faculdade Católica do Tocantins (FACTO) [email protected]

José Lopes Soares Neto Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade do Tocantins (Unitins), Mestre em Ciências do

Ambiente pela Universidade Federal do Tocantins (UFT) e Professor Titular na Faculdade Católica do

Tocantins (FACTO)

RESUMO

Investimentos em saneamento, principalmente no tratamento de esgotos, diminui a

incidência de doenças e internações hospitalares e evita o comprometimento dos

recursos hídricos do município. Atualmente Palmas têm quatro estações de tratamento

de esgoto, porém existem muitas áreas no município que não são ainda contempladas

pela rede pública de coleta de esgoto. Dessa forma é possível verificar alguns efeitos

adversos da ausência desse serviço público essencial a qualidade de vida das pessoas.

Palmas vêm crescendo muito rápido haja vista outras capitais do Brasil sendo presente

grande especulação imobiliária. A metodologia utilizada para a elaboração deste

trabalho consiste no estabelecimento de pesquisa através da coleta de dados junto aos

órgãos ambientais, na aplicação de questionários, bem como realização de vistorias para

verificar a presença de passivos ambientais significativos, servindo de base para

construção de ações corretivas por parte do poder público e da coletividade presente no

município de Palmas-TO.

PALAVRAS CHAVE; Esgoto sanitário, Modalidades de tratamento, Sistemas individuais..

INTRODUÇÃO No que se refere aos recursos hídricos, o homem tem realizado esforços para

evitar a poluição via lançamento de esgoto bruto ou outras águas residuárias, embora de

forma dispersa, temporal e espacial pelo planeta. Os gregos foram um dos primeiros

povos a se preocuparem com os esgotos domésticos gerado nas cidades, por meio de um

sistema de drenos e canais, até áreas agrícolas, para que pudesse ser disposto e aplicado

em lavouras. Na era moderna, a instalação de rede coletora de esgotos em algumas

cidades teve início na Europa,no começo do século XIX; enquanto a implantação de

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sistemas de tratamento de esgoto doméstico só ocorreu a partir do final do século XIX e

início do século XX (LEME, 2010).

O saneamento, além da sua grande importância para a preservação dos recursos

naturais, representa ação preventiva eficaz para a melhoria do bem-estar e da qualidade

de vida da população nas questões relacionadas à saúde pública. Entretanto, ainda são

escassos os recursos para os investimentos necessários às diversas áreas, inclusive

aquelas que atendem à população, especialmente a de baixa renda (JAVAREZ JÚNIOR,

et al., 2007).

Segundo Ayrimoraes Soares et al, (2004) a coleta dos esgotos sanitários é, pois,

também fundamental para a garantia da qualidade de vida da população. Entretanto, um

dos maiores fatores de degradação da qualidade da água é justamente a poluição

resultante do lançamento dos esgotos sanitários coletados em corpos d’água, o que

justifica a necessidade do tratamento desses esgotos, de modo a reduzir a carga

poluidora antes de sua disposição final.

Investimentos em saneamento, principalmente no tratamento de esgotos, diminui

a incidência de doenças e internações hospitalares e evita o comprometimento dos

recursos hídricos de determinada cidade. A coleta, o tratamentoe a disposição

ambientalmente adequada do esgoto sanitário são fundamentais para a melhoria do

quadro de saúde da população do município. Sabe-se que inúmeras doenças graves

estão relacionadas à poluição da água, o que justifica a utilização de todos os

instrumentos possíveis paracombatê-la, não só por razões ambientais, mas também por

razões de saúde pública.De acordo com Carvalho e Oliveira (2003), a água pode

constituir veículo de contaminaçãode doenças entre os seres vivos quando esta

contaminada por agentes microbianos ou poluída por agentes químicos. Pode também

ser excelente criadouro para larvas de mosquitos transmissores de moléstias infecciosas.

A poluição e contaminação da água são importantes fatores que rompem a harmonia

entre o homem e o meio ambiente, reduzindo a qualidade de vida.

O Brasil conseguiu melhorar o alcance da prestação dos serviços de coleta ede

tratamento de esgoto com a retomada dos investimentos no setor, desde Ministério das

Cidades, em 2003, mas não atingirá a universalizaçãodos serviços sem um maior

engajamento das prefeituras. Segundo o IBGE (2008), o percentual do esgoto que é

tratado passou de 35% em 2000 para 68% em 2008. Isso é um avanço considerável.

Ainda de acordo com o IBGE, o número de municípios servidos com alguma rede de

esgoto subiu de 52,2% para 55,2% na ultima pesquisa.

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O obetivo desse trabalho limitou-se em realizar um diagnóstico das condições do

esgotamento sanitário da cidade de Palmas-TO, compreendendo o processo de coleta

nas residências a fase do tratamento e posterior lançamento do efluente em corpo

hídrico com ênfase nas modalidades de lagoas adotadas no município assim como

verificar as condições sanitárias na área urbana de Palmas, a fim de analisá-los e propor

possíveis melhorias em seus sistemas de coleta e tratamento de esgoto adotados.

REFERENCIAL TEÓRICO

Segundo a NBR 9648 (ABNT, 1986) esgoto sanitário é o despejo líquido

constituído de esgotos doméstico e industrial, água de infiltração e a contribuição

pluvial parasitária. Ainda segundo a mesma norma, esgoto doméstico é o despejo

líquido resultante do uso da água para higiene e necessidades fisiológicas humanas;

esgoto industrial é o despejo líquido resultante dos processos industriais, respeitados os

padrões de lançamento estabelecidos; água de infiltração é toda água proveniente do

subsolo, indesejável ao sistema separador e que penetra nas canalizações; contribuição

pluvial parasitária é a parcela do deflúvio superficial inevitavelmente absorvida pela

rede de esgoto sanitário.

Os esgotos costumam ser classificados em dois grupos principais: os esgotos

sanitários e industriais. Os primeiros são constituídos essencialmente dedespejos

domésticos, uma parcela de águas pluviais água de infiltração, e eventualmente uma

parcela não significativa de despejos industriais, tendo características bem definidas. Os

esgotos domésticos ou domiciliares provêm principalmente de residências, edifícios

comerciais, instituições ou quaisquer edificações que contenham instalações de

banheiros, lavanderias, conzinhas ou qualquer dispositivo de utilização da água para

fins domésticos. Compõem-se essencialmente da água de banho, urina, fezes, papel,

restos de comida, sabão, detergentes, águas de lavagem. Já os esgotos industriais,

extremamente diversos, provêm de qualquer utilização da água para fins industriais, e

adquirem características próprias em função do processo industrial empregados. Assim

sendo, cada indústria deverá ser considerada separadamente, uma vez que seus efluentes

diferem até mesmo em processos industriais similares (JORDÃO, 2009).

Geralmente a própria natureza possui a capacidade de decompor a matéria

orgânica que porventura são lançados em rios ou lagos. Segundo Pessôa (2009), a

capacidade de autodepuração de um rio é função de uma série de fatores, e típica para

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cada rio e cada condição. Será justamente esta capacidade de depuração que deverá

indicar a quantidade de esgotos, ou de matéria orgânica, que poderá ser lançada no

curso d’água, a fim de que a uma determinada distância do ponto de lançamento

existam condições de vida aquática e de uso benéfico da água. A este processo de

decomposição biológica que ocorre naturalmente nos cursos d’água, denomina-se

autodepuração.

A coleta dos resíduos líquidos gerados é feita por meio da coleta individual ou

coletiva. Segundo Sobrinho (1999), os sistemas de esgotos adotados podem ser de três

tipos: Sistema de esgotamento unitário ou sistema combinado, em que as águas

residuárias (domésticas e industriais), águas de infiltração (água de subsolo que penetra

no sistema através de tubulações e órgãos acessórios) e águas pluviais veiculam por um

único sistema. Sistema de esgotamento parcial acontece quando uma parcela das águas

de chuva, provenientes de telhados e pátios das economias são encaminhados

juntamente com as águas residuárias para um único sistema de coleta e transporte dos

esgotos. Nesse contexto o separador absoluto acaba por seu o mais utilizado nos

projetos de saneamento atualmente, já que se trata da coleta separada das águas

residuárias e águas de infiltração, que constituem o esgoto sanitário, veiculam em um

sistema independente, denominado sistema de esgoto sanitário. As águas pluviais são

coletadas e transportadas em um sistema de drenagem pluvial totalmente independente

(TSUTIYA, 1999).

Uma Estação de Tratamento de Efluente (ETE) deverá promover a remoção da

matéria orgânica, sólidos em suspensão e os organismos patogênicos, presentes nos

esgotos domésticos da cidade, por meio de processos primários e secundários de

tratamento. Em alguns casos, a ETE municipal poderá remover nitrogênio e fósforo,

compostos tóxicos e os compostos não-biodegradáveis. De acordo Leme (2010), o

tratamento de esgotos consiste na eliminação das impurezas incorporadas que resultam

em poluição e contaminação. Os processos utilizados para tratamento de esgotos podem

ser classificados como: processos físicos, biológicos e químicos. O mecanismo de

remoção das partículas e agentes patogênicos variam em função do processo utilizado.

Os processos físicos caracterizam-se pela remoção por meio de mecanismos

físicos, sendo geralmente usados nos níveis preliminares e primários. Nos processos

biológicos a remoção é feita a partir de mecanismos biológicos, por meio da ação

metabólica e da floculação de partículas em suspensão. Nos processos químicos a

remoção é feita por meio de reações químicas, sendo de forma geral empregado para

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remover fósforo, nitrogênio, organismos patogênicos etc. Os processos químicos são

utilizados no tratamento terciário ou avançados, sendo ainda pouco empregado no Brasil

(LEME, 2010).

Segundo Oliveira (2008), os sistemas individuais são representados por fossas

sépticas ou fossas secas. As fossas sépticas são constituídas de dois compartimentos, o

tanque séptico e o sumidouro ou o filtro anaeróbico. O tanque séptico remove a maior

parte dos sólidos em suspensão que sedimenta e passam pelo processo de digestão

anaeróbica. O líquido efluente desse tanque passa para o sumidouro, tanque permeável

que permite a infiltração no solo do efluente tratado. (MOTA, 1999).

Para monitoramento e garantia da conservação do corpo receptor é necessário o

atendimento à Resolução CONAMA N° 357, de março de 2005 (MMA,2006) o efluente

deve ser encaminhado para Estações de Tratamentos de Esgotos-(ETEs), onde receberá

tratamento antes do lançamento em corpos d’água ou infiltração no solo, para evitar a

contaminação ambiental e possíveis riscos à saúde pública.

METODOLOGIA

Os métodos adotados foram pesquisa bibliográfica, pesquisa documental,

pesquisa descritiva e investigação explicativa fundamentada pela teoria, seguida de

análise dos resultados, com visitas aos órgãos responsáveis por fiscalizar, monitorar e

deliberar assuntos as referentes ao esgotamento sanitário do município mais

precisamente a SEMASP-Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos. Optou-se

pela aplicação de questionário por nortear as condições sanitárias e o comportamento da

população diante dessa problemática. O numero de entrevistados chegou a ordem de 30

pessoas em áraes da cidade não contempladas pela rede coletora e 30 usuários do

serviço de regiões em que o serviço de coleta de esgoto esta operando.

Dessa forma será possível averiguar os dados para verificação de falhas e

consequentemente apontar possíveis soluções aos problemas notados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para melhor visualização das condições do esgotamento municipal da cidade

foram elaborados gráficos para levantamento das reais circunstâncias vivenciadas pela

população não atentida e atendida pela rede coleta de esgoto.

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Gráfico 01: Grau de escolaridade dos entrevistados.

Fonte: Diagnóstico do Esgotamento Sanitário da Cidade de Palmas-TO, 2011.

A maior parte dos entrevistados concluiu o 2º grau e somente 8% tem o 3º grau.

Afinal o grau de escolaridade é o ponto de partida para entedermos o que ocorre a nossa

volta. Apesar do grau de escolaridade não ser alto, a pesquisa não foi de forma alguma

comprometida em decorrência desse fato social, porém não podemos desconsiderar que

a baixa instrução dos entrevistados possa ter dificultado o entendimento e gerado

dúvidas no momento da aplicação dos questionários.

Gráfico 02: Destino do esgoto de águas servidas.

Fonte: Diagnóstico do Esgotamento Sanitário da Cidade de Palmas-TO, 2011.

Observa-se que, as águas servidas são dispostas grande parte, em fossa séptica

64%, que é um sistema individual, outra parte é despejada no próprio lote do

entrevistado. Em alguns casos fazem uso de sumidouros ou não. Nisso ainda temos os

que lancem essas águas nas ruas e galerias pluviais, sendo causa de prejuízos para as

pessoas que residem nessas localidades e para os corpos hídricos que podem receber

esses constituintes indesejáveis.

13%

42%

8%5%

13%17%

2%

1º Grau Completo

2º Grau Completo

3º Grau Completo

1º Grau Incompleto

2º Grau Incompleto

3º Grau completo

Sem Instrução

3% 3%

64%

30%

0%Rede pluvial de água.Logradouros

Fossa Séptica.

Próprio Lote

Terrenos Baldios

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Gráfico 03: Destino do esgoto dos banheiros.

Fonte: Diagnóstico do Esgotamento Sanitário da Cidade de Palmas-TO, 2011.

As águas residuárias advindas do banheiro são exclusivamente dispostas em

sistema individual, mas precisamente fossa séptica. Nela as matérias insolúveis do

esgoto domésticos são sedimentadas, formando um lodo que sofre decomposição por

meio da ação de bactérias anaeróbicas.

Gráfico 04: Opinião dos entrevistados quanto cobrança de coleta e transporte de esgoto.

Fonte: Diagnóstico do Esgotamento Sanitário da Cidade de Palmas-TO, 2011.

Mais da metade dos entrevistados disseram que a tarifa cobrada sobre o

consumo de água é muito elevada. Outros 17% disseram ser condizentes com o serviço

oferecido pela concessionária de água e esgoto, enquanto 13% concordaram em parte.

Gráfico 05: Existêcia de caixa de gordura na residências dos entrevistados.

Fonte: Diagnóstico do Esgotamento Sanitário da Cidade de Palmas-TO, 2011.

0%0%

100%

0%0% Rede de água pluvial

Terrenos baldios

Fossa séptica

Fossa seca

Sim17%

Não67%

Parcialmente13%

Não sabe3%

Sim

Não

Parcialmente

Não sabe

Sim80%

Não7%

Não sabe13%

Sim

Não

Não sabe

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Dos entrevistados 80% disseram possuir caixa de gordura enquanto 7% não a

utilizam e 13% não sabem de sua existência em sua residência. A caixa de gordura trata-

se de um dispositivo enterrado no solo, feita de concreto, impermeável e fechada à

tampa, serve para coletar as águas servidas da conzinha e do tanque de lavar roupas

antes que cheguem á rede coletora de esgoto.

Gráfico 06: Limpeza da caixa de gordura por parte dos usuários.

Fonte: Diagnóstico do Esgotamento Sanitário da Cidade de Palmas-TO, 2011.

Os números apontaram que 77% dos pesquisados realizam a limpeza de suas

caixas de gordura periodicamente, enquanto outros 10% disseram não realizar essa

limpeza com muita frequência e do mesmo jeito13% responderam não saber se alguma

vez foram inspecionadas. Segundo a SABESP- Companhia de Saneamento Básico do

Estado de São Paulo, as caixas de gordura têm o objetivo de evitar transtornos para o

próprio usuário, mais em grande quantidade não deixa de ser um problema para o

esgotamento sanitário. Sugere a instalação de caixas retentoras de gorduranas

residências e nos estabelecimentos comerciais como restaurantes, lanchonetes e

padarias.

Foram observadas também algumas ações da prefeitura em relação ao processo

de licenciamento de lavajato e similares que se utilizam de grandes quantidades de óleos

e graxas que muito passam a prejudicar as condições de tratamento caso essas

substâncias chequem nas estações.

Com o objetivo de coibir essas práticas a Secretaria de Meio Ambiente e

Serviços Públicos tem feito um trabalho criterioso em seu processo de licenciamento e

fiscalização ambiental. Portanto, uma das maiores exigências desse órgão municipal é

que cada oficina mecânicapossua uma espécie de nota fiscal, que comprove que ela

devolve o óleo usadoe também seja dotada de uma caixa separadora de água e óleo.

Essas são condições para que esses estabelecimentos possam obter licença ambiental

Sim77%

Não 10%

Não sabe13%

Sim

Não

Não sabe

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para funcionar, já que é sabido que óleos lubrificantes e graxas, não só prejudicam a

vida de nossos rios e lagos como dificultam os esforços em despoluí-los. As estaçõesde

tratamento de esgotos da SANEATINS (concessionária que presta o serviço em

Palmas)trabalham comum processo biológico bastante sensível aos óleos.Sendoassim,

empresas como oficinas mecânicas e similares podemdificultar o tratamentose estiver

lançando tais elementos na rede coletora.

Em decorrência do crescimento urbano do município principalmente na região

sul com a aberta de loteamentos, a implantação de redes coletoras não acompanhou esse

crescimento. Dessa forma as pessoas adotam alternativas para tratar seus resíduos

líquidos onde a fossa séptica seguida de sumidouro ou não é a mais adotada. Nesse

contexto foi de crescimento e desenvolvimento da capital Palmas-TO foi possível notar

os problemas advindos de fossas sépticas que por sua vez foram escavas em locais

desapropriados já que, o lençol freático esta muito próximaà superfície.

Em uma das extremidades da cidade temos o Setor Morado do Sol precisamente

às etapas I e II, estão sofrendo com a falta desse serviço de tão grande importância que é

o saneamento de esgoto sanitário. Assim, as fossas foram encontradas em

extravasamento devido ao nível do lençol fazendo com que o esgoto contido ficasse a

céu aberto, sendo causa de contaminação hídrica.

Figura 07: Caixa separadora de água e óleo. Fonte: SEMASP, 2011.

Figura 08: Efluente após passagem pela caixa. Fonte: SEMASP, 2011.

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Atualmente Palmas conta com duas Estações cujos sistemas adotados é o de

lagoas: ETE Aureny e Vila União. As duas juntas recebem a maior parte das águas

residuarias da cidade. Na ETE Aureny o processo de tratamento é constituído das

seguintes etapas: O processo de tratamento da ETE Aureny é constituído de:Tratamento

preliminar; grades de limpeza manual, desarenador tipo canal, Medidor de vazão tipo

Parshall. Tratamento primário correspondeà lagoa anaeróbia; tratamento secundário a

lagoa facultativa e terciário completando a lagoa de maturação.

Na região norte temos a ETE Vila União que atualmente está sendo ampliada

para atender novas contribuições, outrora coberta por outra ETE na região central de

Palmas. Por isso seu tratamento esta sendo otimizado para dar a eficiência a seu

tratamento. Sendo assim foram introduzidas na ETE Vila União, aeradores mecânicos

flutuantes de eixo vertical, distribuídos homogeneamente pela lagoa. Dessa forma o que

segundo Sperling (2002), antes teria uma detenção na lagoa usualmente de pelo menos

20 dias, passará a contar de 5 a 10 dias de detenção do esgoto.

Figura 09: Fossa com extravasamento de

esgoto.

Fonte: SEMASP, 2011.

Figura 10: Solo deteriorado pelo afundamento

das fossas.

Fonte: SEMASP, 2011.

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CONCLUSÃO

Após uma série de estudos realizados no município de Palmas-TO, foi

constatada que o crescimento da periferia do Plano Diretor não foi acompanhado pela

infraestrutura básica, notadamente em relação ao saneamento, exigindodo poder público

de Palmas ações concentradas na solução desses problemas. Existe a real necessidade de

que a rede coletora seja ampliada, pois como os números apontam existe uma

necessidade impar de implantação dos sistemas de coleta e seu prévio tratamento.

Portanto pode-se anotar que atualmente a coletividade tem abraçado a idéia do

quanto é importante manter-se em condições sanitárias adequadas, contribuindo para

eliminação de vetores de doença de veiculação hídrica e risco de acidentes com o meio

individual de disposição de esgoto mais usual que é a fossa séptica, ou seja, são

extremamente importantes para formação de hábitos saudáveis e melhoria da qualidade

de vida.

Figura 11: Lagoa de Estabilização ETE

Vila União.

Fonte: SANEATINS, 2011.

Figura 12: Introdução de aeradores no

tratamento da ETE Vila União.

Fonte: SEMASP

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REFERÊNCIAS

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http://www.abnt.org.br/m3.asp?cod_pagina=931> . Acesso em 28 de maio de 2011.

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