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PAINEL DO LEITOR A criação do Dia Internacional do Homem foi sugerida pelo ex-Presidente russo Mikhail Gorbachev, para home- nagear os grandes homens de seu país que se destacaram no resto do mundo. Instituído por Jerome Teelucksing e apoiado pela Orga- nização das Nações Unidas (ONU), além de diversos gru- pos de defesa dos direitos masculinos da América do Norte, Europa, Ásia e África, o Dia Internacional do Homem foi consagrado em 19 de novembro de 1999, no país caribenho Trinidad e Tobago. Apesar dessa data comemorativa ser seguida por vários países, facultou-se a escolha daquela que se entendesse mais adequada aos interesses de cada país. No Brasil, o dia 15 de julho foi instituído como o Dia Nacional do Homem, talvez para homenagear a data – 20 de julho de 1969 – na qual o homem pisou na Lua pela primeira vez!! A criação do Dia do Homem no País objetivou a promo- ção do bem-estar do indivíduo do gênero masculino, ou seja, a saúde física, mental e espiritual desses trabalhado- res incansáveis que, em sua maioria, não se preocupam em dispor de tempo para buscar atendimento médico, assim como faz grande parte das mulheres. Aliás, talvez por isso, segundo dados do IBGE, o número de mortes entre os homens seja maior que entre as mulheres. Outro importante objetivo desta homenagem é pro- mover o equilíbrio da igualdade entre os gêneros, já que, conforme preconiza o Artigo 1º da Declaração Universal de Direitos Humanos: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros com espí- rito de fraternidade”. Homem não é, portanto, somente o indivíduo ignorante, machista, que se presta a carregar peso e a pagar contas quando envolvido em um relacionamento, ou então aquele que não pode ver um rabo-de-saia... Homem é toda figura masculina que, sem perder a alegria imprescindível a todo ser humano, reveste-se de guerreiro para bem desempenhar o seu papel na sociedade, quer na condição de esposo, companheiro, namorado, quer na de pai, trabalhador etc. Por essa razão, a recente passagem do Dia Nacional do Homem não deve servir apenas para rememorar os obje- tivos que ensejaram a instituição da data comemorativa no Brasil. É preciso enfatizar que, desde a edição da Lei Maria da Penha (nº 11.340, de 07.08.06), os homens vêm enfrentando inúmeros desafios no que toca às formas de se relacionar com as mulheres, inclusive obrigando-se a mudanças de comportamento em face do rigor da lei. MARIA VILMA DE SOUSA ARAÚJO é Defensora Pública do Estado do Pará, lotada na 1ª e 2ª Varas de Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. Executora do Núcleo Especializado de Atendimento ao Homem em Violência Doméstica e Familiar (NEAH). Membro do Grupo Interinstitucional de Trabalho e Prevenção à Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Estado do Pará. POR MARIA VILMA DE SOUSA ARAÚJO PIXMAC “A recente passagem do Dia Nacional do Homem não deve servir apenas para reme- morar os objetivos que ensejaram a instituição da data comemorativa no Brasil. É preciso enfatizar que, desde a edição da Lei Maria da Penha, os homens vêm enfren- tando inúmeros desafios no que toca às formas de se relacionar com as mulheres, inclusive obrigando-se a mudanças de comportamento em face do rigor da lei.” ARQUIVO PESSOAL DIA NACIONAL DO HOMEM DIA NACIONAL DO HOMEM 18 REVISTA JURÍDICA CONSULEX - ANO XV - Nº 349 - 1º DE AGOSTO/2011

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A criação do Dia Internacional do Homem foi sugerida pelo ex-Presidente russo Mikhail Gorbachev, para home-nagear os grandes homens de seu país que se destacaram no resto do mundo.

Instituído por Jerome Teelucksing e apoiado pela Orga-nização das Nações Unidas (ONU), além de diversos gru-pos de defesa dos direitos masculinos da América do Norte, Europa, Ásia e África, o Dia Internacional do Homem foi consagrado em 19 de novembro de 1999, no país caribenho Trinidad e Tobago.

Apesar dessa data comemorativa ser seguida por vários países, facultou-se a escolha daquela que se entendesse mais adequada aos interesses de cada país. No Brasil, o dia 15 de julho foi instituído como o Dia Nacional do Homem, talvez para homenagear a data – 20 de julho de 1969 – na qual o homem pisou na Lua pela primeira vez!!

A criação do Dia do Homem no País objetivou a promo-ção do bem-estar do indivíduo do gênero masculino, ou seja, a saúde física, mental e espiritual desses trabalhado-res incansáveis que, em sua maioria, não se preocupam em dispor de tempo para buscar atendimento médico, assim como faz grande parte das mulheres. Aliás, talvez por isso, segundo dados do IBGE, o número de mortes entre os homens seja maior que entre as mulheres.

Outro importante objetivo desta homenagem é pro-mover o equilíbrio da igualdade entre os gêneros, já que, conforme preconiza o Artigo 1º da Declaração Universal de Direitos Humanos: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros com espí-rito de fraternidade”.

Homem não é, portanto, somente o indivíduo ignorante, machista, que se presta a carregar peso e a pagar contas quando envolvido em um relacionamento, ou então aquele que não pode ver um rabo-de-saia...

Homem é toda figura masculina que, sem perder a alegria imprescindível a todo ser humano, reveste-se de guerreiro para bem desempenhar o seu papel na sociedade, quer na condição de esposo, companheiro, namorado, quer na de pai, trabalhador etc.

Por essa razão, a recente passagem do Dia Nacional do Homem não deve servir apenas para rememorar os obje-tivos que ensejaram a instituição da data comemorativa no Brasil. É preciso enfatizar que, desde a edição da Lei Maria da Penha (nº 11.340, de 07.08.06), os homens vêm enfrentando inúmeros desafios no que toca às formas de se relacionar com as mulheres, inclusive obrigando-se a mudanças de comportamento em face do rigor da lei.

MARIA VILMA DE SOUSA ARAÚJO é Defensora Pública do Estado do Pará, lotada na 1ª e 2ª Varas de Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. Executora do Núcleo Especializado de Atendimento ao Homem em Violência Doméstica e Familiar (NEAH). Membro do Grupo Interinstitucional de Trabalho e Prevenção à Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Estado do Pará.

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“A recente passagem do Dia Nacional do Homem não deve servir apenas para reme-morar os objetivos que ensejaram a instituição da data comemorativa no Brasil. É preciso enfatizar que, desde a edição da Lei Maria da Penha, os homens vêm enfren-tando inúmeros desafios no que toca às formas de se relacionar com as mulheres, inclusive obrigando-se a mudanças de comportamento em face do rigor da lei.”

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DiA NAcioNAL Do HoMeMDiA NAcioNAL Do HoMeM

18 revista JUrÍDiCa ConsUlex - ano xv - nº 349 - 1º De agosto/2011