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Aulão Especial Direitos Humanos

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Aulão Especial Direitos Humanos

XXV Concurso DP RJe Direitos Humanos

2

Pontos do Edital (priorizar os que se

repetem)

Examinadores da Banca de Direito

Público

• Marcia Fernandes

• Fabio Amado de Souza Barreto

• Diogo do Couto Esteves

• Renata Tavares da Costa

• Carlos Alberto Amaral Dourado

• Tatiana Romo

Bibliograf ia, Textos, Normativa, Casos,

Material de Aula.

• www.patriciamagno.com.br

Metodologia da aula

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Aulão Especial Direitos Humanos

Método de Distribuiçãodos Pontos no Edital

3

Direitos Humanos

I PARTE GERAL

II SISTEMAS UNIVERSAL (ONU; TPI) e REGIONAL, com ênfase no SIDH.

III ESTANDARES DA JUSTIÇA PENAL

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Aulão Especial Direitos Humanos

Defensor Público eLC 132/2009 + EC 80/2014

4

LC 80/94 modif icada pela LC 132/09 art . 1º.

• CRFB, 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional doEstado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrát ico ,fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos dire itos humanos e a defesa, emtodos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integrale gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.

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Aulão Especial Direitos Humanos

5

ela [refere-se a LC 132/09], a Defensoria deixou de ser uma instituição essencial a justiça,atuando como mero auxiliar do poder judiciário na defesa daqueles que não tem advogado, para setransformar numa inst ituição essencial ao regime democrát ico .

Renata Tavares

in: Ser Defensor não é fazer caridade... (e-book ANADEP)

• = vulneráveis

• Hipossuficiência econômica é uma das causas da vulnerabilidade.

Defensor Público e LC 132/2009 + EC 80/2014

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Aulão Especial Direitos Humanos

100 Regras de Brasília sobre Acesso a Justiçadas Pessoas em Condição de Vulnerabilidade

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(3) Consideram-se em condição de vulnerabilidade aquelas pessoas que, por razão da sua idade,gênero, estado físico ou mental, ou por circunstâncias sociais, econômicas, étnicas e/ou culturais,encontram especiais dif iculdades em exercitar com plenitude perante o sistema dejust iça os dire itos reconhecidos pelo ordenamento jur ídico.

(4) Poderão constituir causas de vulnerabilidade , entre outras, as seguintes: a idade, aincapacidade, a pertença a comunidades indígenas ou a minorias, a vitimização, a migração e odeslocamento interno, a pobreza, o gênero e a privação de liberdade.

A concreta determinação das pessoas em condição de vulnerabilidade em cada país dependerá dassuas caracter íst icas específ icas, ou inclusive do seu nível de desenvolvimento social e econômico.

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Aulão Especial Direitos Humanos

I Relatório da ANADEPPessoas em Situação de Vulnerabilidade

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01 - idade (crianças, adolescentes e pessoa idosa)02 - gênero03 - raça04 - vítima (p. ex.: a atuação como assistente de acusação)05 - pessoas LGBT06 - pessoas privadas de liberdade07 - pessoas com deficiência (física ou mental)08 - pessoas em situação de rua09 - catadores de materiais recicláveis

10 - pescadores artesanais11 - assentados e acampados rurais12 - indígenas13 - quilombolas14 - ciganos15 - migrantes (econômicos), refugiados e apátridas16 - deslocados internos 17 - pessoas que sofrem intolerância religiosa18 - saúde

Lançamento: Dezembro 2014

Exemplos:

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Aulão Especial Direitos Humanos

Desafio do(a) Candidato(a)

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E assim, na Defensoria do Estado do Rio, hoje, pelo menos uns 70% dos Defensores, estudaramem escolas privadas, cursaram faculdades públicas e foram aprovados com uma média de 25 anos.

O que me pergunto é como esses jovens que nunca tiveram dificuldades na vida, criados emcondomínios fechados, bem remunerados e vindos de uma realidade sócio político e ideológica que oscoloca como [ ] detentores da verdade, num país onde as classes mais baixas são historicamentesubmissas, vão exercer o novo rol [papel] da Defensor ia que os t ransforma eminstrumentos do Regime Democrát ico sem se deixarem inf luenciar pelo contexto histór icoque os condicionou, isto é, quando vão deixar de ser autoridades, transformando-se em instrumentosde efetivação dos direitos convencionais e fundamentais .

Renata Tavares

(Ser Defensor... ; e-book ANADEP)

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Aulão Especial Direitos Humanos

Conceito dos DH

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O que é ?

É o conjunto de faculdades e instituições que, em cada momento histór ico, concretizam asexigências de dignidade, liberdade e igualdade humanas, as quais devem ser reconhecidasposit ivamente pelos ordenamentos jurídicos em nível nacional e internacional .

(marco teórico dos DH. Antonio Peres Luño.

Derechos Humanos, Estado de Derecho y Const ituición. Madrid: Tecnos, 1995)

Direitos Humanos # Direitos Fundamentais

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Aulão Especial Direitos Humanos

As Grandes Etapas Históricasna Afirmação dos DH

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1ª chave: fluxos e refluxos

a cada grande surto de violência, os homens recuam, (p. 38)

2ª chave: sincronismo entre as grandes declarações e as grandes descobertas científicas

- p. 29: história moderna, esse movimento unificador tem sido claramente impulsionado, de umlado, pelas invenções técnico-científicas e, de outro lado, pela afirmação dos DH. São os 02 grandesfatores de solidar iedade humana, um de ordem técnica, transformador dos meios ouinstrumentos de convivência, mas indiferente aos fins; o outro de natureza ét ica, procurandosubmeter a vida social ao valor supremo da just iça .

Marco Teórico : Fabio Konder Comparato.

A Af irmação Histór ica dos Dire itos Humanos.São Paulo: Saraiva, 2008.

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Aulão Especial Direitos Humanos

Linha do Tempo Perspectiva Histórica

11

Sec. XI e X

a.C.Sec. VI a.C Sec. V Sec. XI Sec. XII Sec. XVII Sec. XVIII Sec. XIX Sec. XX Sec. XXI

Reino Unif icado

de Israel

Embrião do

Estado de

Dire ito

Atenas e

Roma

Democracia

ateniense le i

+

participação

cidadã

República

romana

Complexo

sistema de

contro les

recíprocos

Idade

Média

Época de

abusos!

Ano 1183:

Declaração das

Cortes de Leão

Valor da

liberdade

demanda

lim itação do

tradicional

arb ítr io do

poder polít ico

Ano 1215:

Magna

Carta

Valor da

liberdade

demanda

lim itação

do

tradiciona

l arb ítr io

do poder

polít ico

Todo e le

fo i um

tempo de

consciência

Ano 1776

Decl.

Independênci

a Americana

Registro de

nascimento

dos DH na

História!!

Ano 1789

Revoluçã

o

Francesa

Ano 1864

Conv.

Genebra

DIH:

vertente dos

DH na le i de

guerra.

1850-: mov.

socialista.

DESCs =

principal

benef ício

recolhido

pela

humanidade

Ano 1917

C. Mexicana

Ano

1919

C.

Weima

r

Ano 1948

DUDH

DCPs +

DESCs

+ d irs. dos

povos e da

humanidad

e

Ano

1966

PIDCP

PIDES

C

Cidadania

mundial

OU

esfacelamento

???

Sec XI XIII: época de

invenções técnicas que

revolucionaram a estrutura

produtiva.

1ª fase de internacionalização DH:

DIH + Liga das Nações + OIT

2ª fase de internacionalização DH:

1945 pós II GG

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Aulão Especial Direitos Humanos

DIDH. Conceito

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- sistema aberto e complexo de regras e princípios: Canotilho.

- dignidade é metavalor guia de todos DH + critério de ponderação: Claudio Nash

O DIDH consiste (...) no conjunto de direitos e faculdades que garantem a dignidade da pessoa humana ese beneficiam de garantias internacionais inst itucionalizadas (ACR, p. 49)

DIDH tem caráter específico e especial em relação ao DIPúblico em geral. Este disciplina as relações dereciprocidade entre Estados, por meio de negociações recíprocas que visam os interesses dos Estados. Já o DIDHobjetiva garant ir o exercício dos direitos da pessoa humana . (FP, p. 15)

Flávia Piovesan

Dire itos Humanos e o Dire ito Const itucional Internacional. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

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Aulão Especial Direitos Humanos

Como nascem os DH?

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1. Pelo consenso ~ parto natural

2. Por meio e construções jurisprudenciais ~ parto cesáreo

Questão da soberania: noção clássica vs. contemporânea

...) a elaboração de tratados, em qualquer tema, inclusive na seara de direitos humanos, não pode ser vista comoamesquinhamento da soberania, mas sim a sua plena manifestação, pois a celebração de um tratado é justamenteum dos mais importantes exercícios de soberania por parte do Estado. (p. 79)

Por quê?

André de Carvalho Ramos

Teoria Geral dos Dire itos Humanos na Ordem Internacional.Rio de Janeiro: Renovar, 2005.

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Aulão Especial Direitos Humanos

DIDH, DIH e DIR. Aproximações e Diferenças

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= 03 vertentes de proteção da pessoa humana no plano internacional

DIH: o componente de DH da lei de (FP, p. 112)

DIR: as pessoas que são perseguidas dentro de seu país de origem e que, portanto, são obrigadas a sedeslocar para outro local p. 57)

• 100 Regras de Brasilia

• Lei 9474/97

• NUDEDH: programa DIR

Liliana Jubilut

Dire ito Internacional dos Refugiados e sua aplicação no ordenamento jur ídico brasile iro . São Paulo: Ed. Método, 2007.

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Aulão Especial Direitos Humanos

Fontes dos DH

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1 tratados internacionais# carta # declaração # protocolo # convenção

Classif icação de ACR:1. t. gerais2. t. sobre temas específicos3. t. que protegem certas categorias de pessoas4. t. contra discriminação

2 costume e PGDI

Nota: internacional de direitos = DUDH + PIDCPs + PIDESCs

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Aulão Especial Direitos Humanos

Jus Cogens

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é característica de imperatividade dos DH, que são dotados de superioridade normativa.

v. OC 18/03 Corte IDH: p. igualdade e não discriminação (*!!!!)

99. Em sua evolução e por sua própria definição, o jus cogens não se tem limitado ao direito dos tratados. Odomínio do jus cogens tem se ampliado alcançando também o direito internacional em geral, e abarcandotodos os atos jurídicos. O jus cogens tem se manifestado, assim, também no direito internacional daresponsabilidade internacional dos Estados, e tem incidido, em última análise, nos próprios fundamentos daordem jurídica internacional . (trad. livre)

- Polêmica: quais normas pertencem ao jus cogens?

• 1ª Corrente - DCPs (direito à vida, integridade física e liberdade) majoritária.

• 2ª Corrente - todos os DH (Cançado Trindade v. voto em separado OC 18/03)

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Aulão Especial Direitos Humanos

Princípios de Interpretação DIDH

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Convenção de Viena sobre direito dos tratados, art . 31: boa fé.

Princíp ios:

1. pro homine ou pro persona: CADH, 29.a

2. effet ut ile (efetividade) interpretação dinâmicaa. evolutiva (cfe. historicidade dos DH)b. autônoma (cfe. sentido próprio)

3. pr imazia da norma mais favorável a vít imaa. interpretação integral (diversas fontes se influem reciprocamente) CADH, 29. b, 29.c, 29.d

4. teor ia da margem de apreciação (é europeia)• importa na autolim itação do poder jurisdicional da Corte Européia.• disfarce teórico para o relativismo no campo dos (ACR, p. 183).

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Aulão Especial Direitos Humanos

Principais Intérpretes

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CORTES

INTERNACIONAIS

SISTEMA GLOBAL

(não existe Corte de DH)

CIJ Papel secundário na proteção de DH

TPI É Tribunal de DH, mas tem competencia ratione materiae específica para crimes

Tribunal ad hoc para Ex Iugoslavia, Ruanda

SISTEMAS REGIONAIS

Corte Interamericana DH

Corte Europeia DH

Corte Africana DH

COMITÊS DE

MONITORAMENTO

E OBSERVAÇÕES

GERAIS

ONU

(órgãos de tratado)

Comitê de Direitos Humanos (PIDCP, art . 28)

Comitê de DESCs (PIDESC, por Resolução da ONU)

Comitê contra a Tortura (art . 22) + Subcomitê (P. Istambul)

Comitê de Direitos da Criança (art. 43)

Comitê de Direitos Mulher (art. 21)

Comitê contra Discriminação Racial (art. 14)

RELATORES E

ÓRGÃOS

ASSEMELHADOS

SISTEMA GLOBALProcedimentos especiais c/ base na Carta da ONU (ecanismos extraconvencionais)

geridos pelo Conselho DH produz relatórios e recomendações = SOFT LAW.

SISTEMA REGIONAL 08 Relatorias Temáticas afetas aos Comissionados (CIDH) e 01 Relatoria Especial para Liberdade de Expressão

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Aulão Especial Direitos Humanos

Características dos DH

19

1. Universalidadea. plano da titularidadeb. plano da temporalidadec. plano da culturalidade (questão do relativismo e teoria da margem da apreciação)

NOTA: questão da interculturalidade ou plurinacionalismo = atualiza o - (vide RenataTavares. Observaciones sobre El Debido Proceso Intercultural)

2. Indiv isib ilidadea. 1ª faceta: o direito protegido possui uma UNIDADE incindível em si.b. 2ª faceta: não é possível proteger apenas alguns dos DH.

Nota: questão das gerações de DH, a Guerra Fria e D. Viena/93.

3. Interdependência

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Aulão Especial Direitos Humanos

Proteção Internacional dos DH

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Os Sistemas Internacionais de Proteção e Defesados Direitos Humanos (SIPDH) são compostos porNORMAS + MECANISMOS.

Mecanismos = órgãos + procedimentos

Marco Teórico : Claudio Nash.

S istema internacional de protección de derechos humanos.Material preparado para o curso de pós graduação.

SIPDH

PROCEDIMENTOS

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Aulão Especial Direitos Humanos

Obrigações dos Estados

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1. CADH, art. 1.1 e art. 2

2. Caso Velasquez Rodriguez v. Honduras = o 1º e mais importante precedente sobre obrigações contraídas pelosEstados no marco da CADH. Sobre o art. 1.1., dispõe:

§ 162. Este artigo contém a obrigação contraída pelos Estados Partes em relação a cada um dos direitosprotegidos, de tal maneira que toda pretensão de que se tenha lesionado algum desses direitos, implicanecessariamente a de que se tenha infringido também o artigo 1.1 da Convenção. (trad. livre)

Obrigação Geral

DE RESPEITO

DE GARANTIA

DE NÃO DISCRIMINAÇÃO

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Aulão Especial Direitos Humanos

Obrigações Gerais de Respeito

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CADH, art. 1.1: consiste em cumprir diretamente a conduta estabelecida, seja de fazer ou não fazer.

Dividem-se em:

a. Negat ivas

• v. OC 06/86 e Velasquez Rodriguez v. Honduras, § 165:

A primeira obrigação assumida pelos Estados Partes, nos termos do citado artigo, é a deos direitos e reconhecidos na Convenção. O exercício da função

pública tem um dos limites que derivam de que os direitos humanos são atributos inerentesa dignidade humana e, em consequência, superiores ao poder do Estado. (...) Assim, naproteção dos direitos humanos, está necessariamente compreendia a noção da restrição aoexercício do poder . (trad. livre)

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Aulão Especial Direitos Humanos

23

b. Posit ivas• implicam em atividade de prestação• DESCs e DCPs, como no devido processo legal• CADH, art. 26: caracter íst ica da progressiv idade da OG de respeito positiva.

ELEMENTOS:

b.1. gradualidade

b.2. vedação ao retrocesso- OC 04/84 proibição aplicável aos DCP. Ex.: pena de morte.- Canotilho: a evolução reacionária

b.3. dever de justificar a impossibilidade de cumprimento- Obs. Ge n. 03 do PIDESC

Obrigações Gerais de Respeito

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Aulão Especial Direitos Humanos

Obrigações Gerais de Garantia

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Velasquez Rodriguez v. Honduras, § 166:

• A segunda obr igação dos Estados Partes é a de garant ir o livre e pleno exercício dos direitosreconhecidos na Convenção a toda pessoa sujeita a sua jurisdição. Esta obrigação implica o deverdos Estados Partes de organizar todo o aparato governamental e, em geral, todas asestruturas através das quais se manifesta o exercício do poder público, de maneira tal quesejam capazes de assegurar jur id icamente o livre e pleno exercício dos dire itoshumanos. Como consequência desta obrigação os Estados devem prevenir , invest igar esancionar toda violação dos direitos reconhecidos pela Convenção e procurar, ademais, orestabelecimento, se for possível, do direito violado e, nesse caso, a reparação dos danosproduzidos pela violação dos direitos humanos .

OG respeito e OG garantia são complementares (CADH, art. 1.1. + 2)

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Aulão Especial Direitos Humanos

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OG garantia: sempre implica a adoção de medidas positivas.

FORMAS DE CUMPRIMENTO da OG Garantia:

a. assegurar o pleno gozo e exercício DH• MEDIDAS GERAIS: legislar cfe art. 2º, campanhas etc.• MEDIDAS ESPECIAIS: para certas situações/contextos ou certos sujeitos em condições

específicas. Vide Caso Campo Algodonero e (§ 258).

b. amparar/proteger pessoas com direitos ameaçados por agentes pr ivados oupúblicos (Ex.: PPDDH)

c. dever de PREVENÇÃO GERAL frente a vio lações graves DH• EVITAR SITUAÇÕES DE IMPUNIDADE e a retroalimentação da vio lência estrutural (v. §

172)• obr igações de meio : investigar e punir (v. §§ 174-176)• questão da omissão sistemática do Estado

Obrigações Gerais de Garantia

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Aulão Especial Direitos Humanos

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d. dever de REPARAR a vít ima (restitutio in integrum)• v. Campo Algodonero, § 450:A Corte recorda que o conceito de (restitutio in integrum) implica o

restabelecimento da situação anter ior e a elim inação dos efeitos que a vio laçãoproduziu, assim como uma indenização como compensação pelos danos causados. Semembargo, tendo em conta a situação de discr im inação estrutural na qual se situam os fatosocorridos no presente caso e que foi reconhecida pelo Estado (parágrafos 129 e 152), asreparações devem ter uma vocação transformadora da dita situação, de tal forma que asmesmas tenham um efeito não só restitutivo senão também corretivo. Neste sentido, não éadmissível uma restituição a mesma situação estrutural de violência e discriminação. (...) Uma oumais medidas podem reparar um dano específico sem que estas se considerem uma duplareparação .

e. cooperar com órgãos internacionais• Ex.: PIDCP, art. 40 = informes periódicos (dever de fornecer info)

Obrigações Gerais de Garantia

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Obrigações Gerais de Não Discriminação

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v. CADH, art. 24: cláusula autônoma.

OC 18/03, § 101:

...) este Tribunal considera que o princípio da igualdade ante a lei, igual proteção da lei e não discriminaçãopertencem ao ius cogens, posto que sobre ele descansa todo o andaime jurídico da ordem pública nacional einternacional e é um princípio fundamental que permeia todo o ordenamento

OG de não

discr im inar(cláusula subordinada)

é Jus cogens OC 18/03, § 101

FormasDireta (por agentes do EE)

Indireta (omissão)

Diferença de tratamento com vistas a igualdade

Objetividade

Razoabilidade

Propósito legítimo

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Aulão Especial Direitos Humanos

Princípio da Igualdade

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Igualdade Formal e Igualdade Mater ial

Igualdade como não discr im inação e Igualdade como não submissão

v. conceito de discriminação: art. 1º da Convenção Internacional sobre Eliminação de Todas as Formasde Discriminação Racial de 1965

Igualdade como não discriminação:

• igualdade perante a lei = igualdade de trato em igualdade de circunstâncias

Marcos Teór icos:

• Owen Fiss. Grupos y la Clausula de Igual Protección. (1976).

• Roberto Saba. (Des)igualdad Estructural. In: Revista Derecho y Humanidades n. 11, Facultad de Derecho Universidad de Chile, 2005

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Aulão Especial Direitos Humanos

Princípio da Igualdade como não Submissão

29

concepção sociológica (Post) estrutural (Fiss) não derroga o p. igualdade como não discriminação, mas oamplia.

Crítica a concepção tradicional: insuf iciente para garantir a inclusão social dos grupossistematicamente excluídos.

Caracter íst icas para a Teor ia da Igual Proteção (Fiss):

1. constituir GRUPO SOCIAL (entidade + interdependência)2. grupo ter estado em situação de subordinação prolongada3. o poder político do grupo se encontrar severamente limitado

medida de distinção ou de preferência é a via ADEQUADA para obter uma autêntica igualdade de direitosdas pessoas pertencentes a grupos excluídos; mesmo que haja conflito com a meritocracia.

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Aulão Especial Direitos Humanos

30

Princípio da Igualdade como não Submissão

PRINCÍPIO DA IGUALDADE

Hipóteses (Fiss) Exemplos

Discr im inação Direta

ou de Pr imeira Ordem

Tratamento excludente em

prejuízo de um membro de um

grupo subjugado

Chuvas Morro do Bumba e pessoa deslocada interna

em casa de familiar, fora de abrigo municipal

Discr im inação

Indireta(supõe normas supostamente

neutras que têm efeito

desproporcionado sobre 01 grupo

ou pessoa)

De Segunda Ordem

(identidade de trato para

pessoas em situações diversas)

Concurso Público.

Mesma prova para cego e não cego, sem Braille

De Terce ira Ordem

(tratamento preferencial para

membros do grupo subjugado)

Cota para Afrodescendentes na Universidade

membro

GrupoSubjugado

GrupoSubjugado

GrupoSubjugado

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31

Princípio da Igualdade como não Submissão

Igualdade sob enfoque tradicional: PROÍBE TRATO PREFERENCIAL

Igualdade sob enfoque sociológico estrutural: PERMITE e EXIGE medidas de apoio ou redistributivas.

• Owen Fiss: princípio de apoio aos grupos em desvantagem

• Roberto Saba: IGUALDADE ...

enfoque individualista tradicional

cego quanto as diferenças

e razoável

enfoque estrutural-sociológico

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32

Princípio da Igualdade como não Submissão

PRINCIPIO DA IGUALDADE

CATEGORIAS

SUSPEITOSAS

• categoria suspeitosa= categoria

irrazoável = efeito: presunção de

ilicitude.

• = é vedada a ut ilização de qualquer

t ipo de categoria que não se ja

estr itamente funcional ou instrumental

aos f ins da regulação

• teste de razoabilidade . (ex: estatura,

nacionalidade, aparência exterior, sexo, raça,

religião).

• categoria

• =

associe com a caracterização de um grupo sistematicamente

excluído, submetido ou subjugado por outro(s) grupo(s)

dentro de uma estrutura social medianamente

cr istalizada

• não será qualquer categoria que não possa superar o teste de

razoabilidade que será qualificada de suspeitosa, apenas

aquelas categorias as quais corresponda um grupo

subjugado ou excluído

Exs.: gênero, raça, religião.

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100 Regras de Brasília

33

Cumbre Judicial Ibero-Americana: o que é?

Declaração, item 9:

9. CONVENCIDOS da transcendental importância que em nossas sociedades tem o acesso à just iça,entendido não só como acesso aos tr ibunais, senão também como acesso ao gozo pacíf ico e plenodos direitos, e em especial, dos diretos fundamentais, assim como a diversas alternat ivas para asolução pacíf ica dos conf litos;

Declaração, item 12:

12. AFIRMAMOS nosso compromisso com um modelo de just iça integrador , aberto a todos os sectoresda sociedade, e especialmente sensível com aqueles mais desfavorecidos ou vulneráveis.

100 Regrasnoções prelim inares + efet iv idade do acesso à

Just iça+ celebração de atos judiciais + ef icácia das regras

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Aulão Especial Direitos Humanos

34

sistema de resolução de conf litos dentro das comunidades indígenas

• R (48) Com fundamento nos instrumentos internacionais na matéria, éconveniente estimular as formas próprias de just iça na resolução deconf litos surgidos no âmbito da comunidade indígena, assim como propiciara harmonização dos sistemas de administração de justiça estatal eindígena baseada no princip io de respeito mútuo e de conformidade comas normas internacionais de direitos humanos.

• (49) Além disso, serão de aplicação as restantes medidas previstas nestasRegras nos casos de resolução de conf litos fora da comunidadeindígena por parte do sistema de administração de justiça estatal, onde éconveniente abordar os temas relativos a peritagem cultural e ao direito aexpressar-se no próprio idioma.

- just iça ord inár ia v just iça indígena: C 169 da OIT (povos indígenas #povos tribais)

- terra e terr itór io : v. CRFB, 231.

100 Regras.

Renata Tavares

Devido Processo Intercultural.

Monografia apresentada para a matéria PueblosIndígenas na Maestria em Derecho Internacional de los Derechos Humanos. Universidad de Buenos Aires. 2013

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Movimento Constitucional da América Latina

35

Estados Plur inacionais ou nação mult iétnica• luta pelo reconhecimento dos povos indígenas destruiu

a ideia de uma nação para cada estado. (RT, trad. livre)• foi com a luta dos povos indígenas que o direito ao tratamento igualitário chega ao seu ápice com a

incorporação do contexto histórico e social que rodeia o indivíduo no momento do conflito. Assim, o direito aotratamento igualitário não é mais uma categoria abstrata da lei. É algo concreto, uma carta de valores quedeve ser hierarquizada de acordo com o caso . (RT, trad. livre)

Ciclos da evolução da afirmação dos DH povos indígenas na AL:• 1º ciclo : dirs. coletivos a identidade cultural nas Constituições• 2º ciclo : incorporação das normas C 169 da OIT• 3º ciclo : estado plurinacional v. C. Bolivia e C. Equador

da tolerância simples a tolerância = RECONHECIMENTO - RT)

Cesar Augusto Baldi.

Do const itucionalismo moderno ao novo const itucionalismo lat ino -americano descolonizador.

In: BELLO, Enzo (org.). Ensaios críticos sobre direitos humanos e constitucionalismo. Caxias do Sul, RS: Edcus. p. 127-147.(e-book).

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Const ituição da Bolív ia

Art. 1º.

Bolívia se constitui em um Estado Unitár io Social de Direito Plur inacional Comunitár io , livre,independente, soberano, democrático, intercultural, descentralizado e com autonomia. Bolívia se funda napluralidade e o pluralism o polít ico, econômico, juríd ico, cultural e linguíst ico , dentro do processointegrador do país.

( # do chamado indigenismo integracionista da L. 6001/73 Estatuto do Índio)

Artigo 3º.

A nação boliviana está conformada pela totalidade das bolivianas e dos bolivianos, as nações e povosindígenas originários camponeses, e as comunidades interculturais e afroboliv ianas que em conjuntoconstituem o povo boliviano.

- várias nações

Movimento Constitucional da América Latina.

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37

Cap. IV Ef icácia das Regras

• Pr incíp io Geral De Colaboração

R (85) A eficácia das presentes Regras está diretamente ligada ao grau de colaboração entre os seusdestinatários, tal como vêm definidos na secção 3ª do Capítulo I.

• Diálogo das : Caso Chuvas comunidade Grota e Cachoeira 0103692-58.2010.8.18.0002: 1ª vezno cont inente (!!) que as 100 Regras são utilizadas como fundamento do decisium.

a decidir: II - Considerando que: a) presente ´situação de especial vulnerabilidade ´ dacoletividade em questão, cujos membros, conforme bem ressaltado pelo órgão de atuação daDefensor ia Pública, podem ser considerados ´deslocados internos´, a merecer proteção estatal,em prol da igualdade m ater ial, conforme definição aposta nas ´100 Regras de Brasília sobreAcesso à Just iça´, documento elaborado durante a realização da XIV Conferência Judicial Ibero-Americana pelos Presidentes dos Tribunais Superiores e Constitucionais dos países do continenteamericano, bem como os de Portugal e Espanha; (...

100 Regras.

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• Natureza Jur íd ica: soft law ?

Nash: força vinculante cfe CADH, 8 + 25 + 24 c/c 1.1 e 2. + PGDI + costume (DUDH) +resoluções OI + interpretação sistêmica

forma sintética, é possível sustentar que o dire ito internacional público contempla a possib ilidadede que certas normas que não tem uma origem convencional cheguem, por diversas v ias, a obr igarigualmente os Estados. No direito internacional dos direitos humanos, tal processo normativo contempla apossibilidade e de uma evolução no status e hierarquia das normas, assim como também no desenvolvimento de seuconteúdo e extensão através da atividade da doutrina e jurisprudência. Portanto, na interpretação do DIDH é possível, einclusive necessário, recorrer a diversas fontes na hora de determinar o sentido e alcance das disposições que por todasas óticas resultam obrigatórias para o Estado. Tudo isso nos permitiria sustentar que as Regras de Brasíliaconst ituem normas que concret izam um dire ito amplamente consagrado, que têm sido ditadas porórgãos dest inatár ios da aludida obr igação e que supõe uma das formas mais diretas de darefet iv idade a dito dire ito . Com efeito, são os mesmos órgãos capazes de comprometer a responsabilidade doEstado os que acordaram a adoção de pautas para a adequada aplicação do direito de acesso à justiça a respeito de umsegmento específico de seus titulares: as pessoas em condições de vulnerabilidade . (trad. livre)

100 Regras.Claudio Nash.

Minuta sobre fuerza normativa de las 100 Reglas de Brasilia .

Apuntes para una discusión. Material preparado para el curso de postitulo

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100 Regras. Gênero.

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SEXO GÊNERO (categoria socialmente construída)

GÊNERO: R (17) a (20)

• (17) A discriminação que a mulher sofre em determinados âmbitos pressupõe um obstáculo no acesso à justiça, que se vê agravadonaqueles casos nos quais concorra alguma outra causa de vulnerabilidade .

• (18) Entende-se por discr iminação contra a mulher toda a distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo que tenha por objeto ouresultado menosprezar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher, independentemente do seu estado civil, sobre a base daigualdade do homem e a mulher, dos direitos humanos e as liberdades fundamentais nas esferas política, econômica, social, cultural e civilou em qualquer outra esfera.

• (19) Considera-se violência contra a mulher qualquer ação ou conduta, baseada no seu gênero, que cause morte, dano ou sofrimentofísico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado, mediante o emprego da violência física ou psíquica.

• (20) Impulsionar-se-ão as medidas necessár ias para eliminar a discriminação contra a mulher no acesso ao sistema de justiça para atutela dos seus direitos e interesses legítimos, atingindo a igualdade efetiva de condições.

• Prestar-se-á uma especial atenção nos casos de violência contra a mulher, estabelecendo mecanismos eficazes destinados à proteção dosseus bens jurídicos, ao acesso aos processos judiciais e à sua tramitação ágil e oportuna.

Renata Tavares.

Entre la Libertad y la Igualdad .

aportes de las teorias Queer en la agenda del movimento feminista. Monografia apresentada para a matéria Géneroe derechos humanos na Maestria em DerechoInternacional de los Derechos Humanos. Universidad de Buenos Aires. 2013

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Aulão Especial Direitos Humanos

100 Regras. Gênero.

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Teor ia Queer e o processo de democrat ização da vida pr ivada

• RT, p. 20-21: o nome que se batiza o movimento teórico que busca a dissolução das fronteiras para quetanto outras identidades quanto a multiplicidade de identidades concentrem um reação de contestação asnormas sexuais. (...) [seu foco] é a luta pela desconstrução da heteronormatividade (...) [mediante] aabertura de significados, o confronto entre ambiguidades, a consciência da mult iplicidade . (trad.livre)

• não se trata de uma luta apenas por igualdade. E sim, liberdade.

• RT, p. 23- queer é considerar o gênero como uma construção social que permite pensar as identidades independentes da lógica binária dos sexos, com matriz heterossexual [de modo que] a questão passa a ser a luta por autonomia, uma questão de liberdade . Ser feminina ou ser masculina no trabalho, estar casada ou ser solteira, falar de uma maneira ou de outra, não

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Aulão Especial Direitos Humanos

Caso González y otras v. México(Campo Algodonero)

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caso de feminicíd io (mulher e adolescente: causas de vulnerabilidade)

contexto de v io lação estrutural de DH da mulher

(1) elemento subjetivo: a sociedade inv isib iliza ou just if ica a violação(2) inst itucionalidade que produz ou permite violações de DH de um certo setor da sociedade(3) necessidade de uma resposta complexa de distintos atores do EE

o contexto era conhecido pelo E. Mexicano : gera um especial dever de garantidor, com reflexos na CADH, 1.1 e 2 (OG garantia).

Corte: (des)inv isib iliza a mulher reconhecendo-a como sujeito de direitos no seu contexto específico.

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Aulão Especial Direitos Humanos

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Novos estandares:

(1) de investigar ex officio : § 290 amplia o dever de investigar, construído no Caso Velasquez Rodriguezpara o caso de desaparecimento forçado (!!!!)

(2) de adotar medidas de especial : § 293

(3) estabeleceu quando um caso pode ser identificado como violência de gênero: § 401

(4) o que são sócio culturais :§400

(5) a grande chave é a demonstração do padrão de violência + prova da omissão do EE.

(6) questão da reparação em caso de discriminação estrutural = vocação transformadora da realidade: §450-451

• Dire itos v io lados: . CADH, 4.1., 5.1, 5.2, 7, 8.1, 25.1, 19 c/c 1.1. e 2.. C Belém do Pará, 7.b e 7.c

Caso González y otras v. México (Campo Algodonero)

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Aulão Especial Direitos Humanos

Justiça Penal. Garantias Judiciais. Direito ao Recurso.

43

Cecilia Medina.

La Convención Americana: Teor ía y Jur isprudencia. Vida, Integr idad Personal, Libertad Personal, Debido Proceso y Recurso Judicial.Centro de Derechos Humanos 2003, pp. 266-356. (e-book).

CADH, 8

(garantias judiciais)

DIDH: devido processo legal

due process of law

pedra angular do SIDH

garantia dos outros DH (sequer pode ser suspensa OC 09/87)

requisito (condição elementar) do Estado de Direito

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Aulão Especial Direitos Humanos

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Devido Processo Legal: tem amplaprevisão na normativa internacional

• DUDH, 11.1; PIDCP, 14

• DADH, XVIII (direito de justiça) + XXVI(dir. a processo regular)

• C Européia, 6 e C Africana, 7

Justiça Penal. Garantias Judiciais. Direito ao Recurso.

CADH, 8.1(norma geral)

CADH, 8.2(norma especial p/ acusado proc. penal)

CADH, 29

INTERPRETAÇÃO AMPLA

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Aulão Especial Direitos Humanos

45

Características da Independência e Imparcialidade do órgão Judicial:

Justiça Penal. Garantias Judiciais. Direito ao Recurso.

Independência é do órgão.Decorre diretamente da separação de poderes.

Imparcialidade se afere na relação do Tribunal com as partes.(característica do juiz SEM preconceitos)

1ª faceta: independência sistêmica do Poder Judicial

2ª faceta: Independência do juiz (indivíduo)

Imparcialidade subjetiva: cfe. convicção pessoal do juiz

Imparcialidade objetiva: percepção razoável de imparcialidade que exclui qq dúvida de quem será julgado

Controle pelo sistema de suspeição.

Controle pelo sistema de impedimento.

- proteção princípios e garantias de inamovibilidade, remuneração, adequado processo de nomeação e duração pré estabelecida de mandato

Tem dupla finalidade: (a) atuar como garantia das partes no processo(b) buscar outorgar credibilidade à função jurisdicional

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Direito ao duplo grau de jur isd ição para Tr ibunal c/c CADH, 25.1

I. CADH, 8 é casado CADH, 25.1.

II. #: enquanto art. 8 se refere aos direitos da CADH, o art. 25.1 se refere a TODOS os direitos previstos,inclusive na lei interna. Logo, É PORTA ABERTA!!!

III. OC 08/87: diz o que é recurso de amparo (equivalente ao nosso mandado de segurança) e HC.

IV. OC 09/87: diz que recurso simples, rápido e efetivo é o HC.

V. Recurso efetivo = aquele capaz de produzir o resultado para o qual foi previsto.

Justiça Penal. Garantias Judiciais. Direito ao Recurso.

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Aulão Especial Direitos Humanos

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Processo de racionalização do com restrição pelo STF de HCsubstitutivo de recurso penal:

• Violado o direito a um recurso rápido, simples e ef icaz -CADH, 7.6, 8.2.h, 25.1.

• Requisitos jurisprudência Corte IDH:

o deve ser julgado por órgão jurisdicional com hierarquiasuperior

o deve possibilitar a real correção do erro ou do vício da decisãocombatida

o sua interposição não deve conter complexidades que tornemseu manejo ilusório.

• Vedação ao retrocesso + interpretação pro homine.

Justiça Penal. Garantias Judiciais. Direito ao Recurso.

Renata Tavares.

Uma Interpretação do Habeas Corpus à luz do S istema Interamericano de Dire itos Humanos.

In: Temas Aprofundados Defensoria Pública. Vol. 2. São Paulo: JusPodivm, 2014. pp. 733-755.

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Aulão Especial Direitos Humanos

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Questão do acusado penal que em audiência informa ao juízo que confessou o cr ime mediantetortura de agentes do Estado. Se o juiz não manda reduz o fato e envia peças para instruirinvest igação penal, o que fazer?

• Tese da Prova obtida por meio ilícito: para contamina toda a prova, pois viola avedação máxima da tortura.

• Violação da imparcialidade subjet iva. Impugnar a imparcialidade do juízo. Arguir suspeição . Cfe.caso Piersack c. Belgica da Corte Européia que define teste subjetivo de imparcialidade como aquele queverifica a opinião pública sobre preconceitos sociais do juiz.

• Jurisprudência SIDH: a única resposta estatal admissível em casos de tortura é a persecução penal.

• Cria ambiente de impunidade que perpetua a prática.

Justiça Penal. Garantias Judiciais. Direito ao Recurso.

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Aulão Especial Direitos Humanos

49

Questão do réu submet ido a júr i e absolv ido pelo Conselho de Sentença que respondeuafirmat ivamente a pergunta quanto a autor ia, mas decid iu absolver o acusado. Decisãoimpugnada pelo MP que conseguiu novo júr i. O que fazer?

• HC para suspender o novo Plenário até decisão do TJ. Com os argumentos acima + violação da soberaniados jurados

• Recurso defensivo com fundamento em decisão contrária a prova dos autos = soberania dos jurados• Recurso ministerial com mesmo fundamento = provimento

Questão do Provimento do TJ que impede a requisição de réus presos para se entrev istaremcom o Defensor .

• ANADEP aprovou requerimento que pugna pelo ajuizamento de ADI/ADPF, a fim de que seja realizado ocontrole de constitucionalidade da Resolução TJ/OE/RJ n. 45, de 11 de novembro de 2013 por violação aodisposto no art. 5º, inciso LV.

• Fundamento: CADH, 7.a c/c 8.d.

Justiça Penal. Garantias Judiciais. Direito ao Recurso.

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SIDH. Organização. Órgãos.

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Carta da OEA, art. 53.

Órgãos de proteção de DH: Corte e CIDH. (CADH, 33)

Por que a Corte não aparece na lista do art. 53, da Carta da OEA?

Por que a CIDH aparece no art. 53 da Carta OEA + na CADH?

1959 1965 1967 1969 1978

Resolução Reunião de Consulta de Ministros de Relações Exteriores

Resolução AssembléiaGeral OEA: início petições individuais

Protocolo de Buenos Aires inclui CIDH na Carta OEA (art.13): órgão principal

CADH Início de vigência da CADH

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Princípio da Subsidiariedade.

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A jurisdição internacional é SEMPRE complementar à jurisdição interna.

Regra: exigência de esgotamento de recursos internos (CADH, 46.1.a)

• Exceção: CADH, 46.2 c/c OC 11/90

• Inexistir recurso interno para tutela do direito violado (46.2.a)

• Impossibilidade de acesso aos recursos internos (46.2.b)

• Demora injustificada na decisão sobre os recursos internos interpostos (46.2.c) +vio lação do CADH, 8 e 25 (prazo razoável)

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Doutrina da Quarta Instância.

52

CADH, 46.1.b = exigência de coisa julgada como esgotamento dos recursos internos.

É tese defensiva utilizada pelos EE.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: feito pelos órgãos judiciais internos; análise dacompatibilidade da norma e a Constituição nacional.

CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE: Corte.

• não se pretende a das sentenças e sim o pronunciamento da Cortequanto a compatib ilidade dos atos estatais (dentre os quais se incluem osjudiciais) e a CADH.

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• Caso Gomes Lund v. Brasil, §§ 48 e 49

o 48. A demanda apresentada pela Comissão Interamericana não pretende revisar a sentença doSupremo Tribunal Federal, decisão que nem sequer havia sido emitida quando aquele órgão apresentou suademanda perante a Corte Interamericana, mas que se estabeleça se o Estado vio lou determinadasobr igações internacionais d ispostas em diversos preceitos da Convenção Americana, em prejuízo dassupostas vít imas (...)

o 49. Em numerosas ocasiões, a Corte Interamericana afirmou que o esclarecimento quanto à violação ou não, peloEstado, de suas obrigações internacionais, em virtude da atuação de seus órgãos judiciais, pode levar este Tribunal aexaminar os respect ivos processos internos, inclusive, eventualmente, as decisões de tr ibunaissuper iores, para estabelecer sua compatib ilidade com a Convenção Americana, o que inclui,eventualmente, as decisões de tribunais superiores. No presente caso, não se solicita à Corte Interamericana arealização de um exame da Lei de Anist ia com relação à Const ituição Nacional do Estado, questão dedireito interno que não lhe compete e que foi matéria do pronunciamento judicial na Arguição de Descumprimento nº153 (par. 136 infra), mas que este tr ibunal realize um CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE, ou seja, aanálise da alegada incompatib ilidade daquela le i com as obr igações internacionais do brasil cont idasna convenção americana.

Doutrina da Quarta Instância.

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Aulão Especial Direitos Humanos

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• ACR, p. 179: ...) o controle internacional de convencionalidade existejustamente para que se evite uma interpretação equivocada [pelascortes nacionais], que possa levar a violação dos direitos protegidos .

• Casos Gomes Lund (voto Roberto Caldas juiz ad hoc Brasil) §4:

o

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE E CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE

4. (...) se aos tribunais supremos ou aos constitucionais nacionais incumbeo contro le de const itucionalidade e a última palavra judicial noâmbito interno dos Estados, à Corte Interamericana de DireitosHumanos cabe o controle de convencionalidade e a últ ima palavraquando o tema encerre debate sobre direitos humanos. É o quedecorre do reconhecimento formal da competência jurisdicional da Cortepor um Estado, como o fez o Brasil.

Doutrina da Quarta Instância.

André de Carvalho Ramos.

Crimes da ditadura militar : a ADPF 153 e a Corte Interamericana de Dire itos Humanos.

In: GOMES, Luiz Flávio e MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Crimes da Ditadura Militar: uma análise à luz da jurisprudência atual da Corte Interamericana de Direitos Humanos. São Paulo: RT, 2011.

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Aulão Especial Direitos Humanos

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Tese da do ACR.

Importância do diálogo entre o judiciário doméstico e os órgãos judiciais e quase judiciaisinternacionais.

Como o Defensor Público pode cobrar do Judiciário brasileiro o controle interno deconstitucionalidade de acordo com os ditames do contro le de convencionalidadeinternacional de modo a evitar a responsabilização internacional do Brasil?

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Aulão Especial Direitos Humanos

O caso Belo Monte.

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• Situando a controvérsia...

o Belo monte não é caso. É medida cautelar.

MC 382/10 - Comunidades Indígenas da Bacia do Rio Xingu, Pará, Brasil

Em 1 DE ABRIL DE 2011, a CIDH outorgou medidas cautelares a favor dos membros das comunidadesindígenas da bacia do Rio Xingu, no Pará, Brasil (...) A solicitação de medida cautelar alega que a vida eintegr idade pessoal dos beneficiários estariam em risco pelo impacto da construção da usinahidroelétr ica Belo Monte. A CIDH solicitou ao Governo Brasileiro que suspenda imediatamente oprocesso de licenciamento do projeto da UHE de Belo Monte e impeça a realização de qualquerobra mater ial de execução até que sejam observadas as seguintes condições mínimas: (1) realizarprocessos de consulta (...); (2) garantir, (...) para que a consulta seja informativa, (...) acesso a um Estudo deImpacto Social e Ambiental do projeto, em um formato acessível, incluindo a tradução aos id iomasindígenas respect ivos; (3) adotar medidas para proteger a vida e a integridade pessoal dos membros dospovos indígenas em isolamento voluntário da bacia do Xingú, (...).

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Aulão Especial Direitos Humanos

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• Caos ...

o Governo brasileiro sapateia! Retira a candidatura do ex-ministro da Secretaria Especial de DH PauloVanucchi para a vaga de comissionado na CIDH! (CADH, 36.1)

o Instala-se, ainda em 2011, o chamado de do SIDH. (Processo de Reflexão sobreo Funcionamento da CIDH para o fortalecimento do sistema interamericano de direitos humanos)

o 24.março 2013: conclusão do processo de e edição da AG/RES 1 (XLIV-E/13) com novoregulamento e... enfraquecimento do sistema de medidas cautelares.

Convênio AIDEF e CIDH alargamento do DI (março 2013).

o AIDEF participou ativamente 2011-2013 e enviou contribuição para o grupo de trabalho (v. documento)

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Aulão Especial Direitos Humanos

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• Quanto a MC Belo Monte.... um recuo estratégico...

o 29 de julho de 2011, durante o 142o Período de Sessões, a CIDH avaliou a MC 382/10 com base na

informação enviada pelo Estado e pelos peticionários, e modificou o objeto da medida, solicitando ao

Estado que: 1) Adote medidas para proteger a vida, a saúde e integridade pessoal dos membros das

comunidades indígenas (...). Adicionalmente, a CIDH decid iu que o debate entre as partes no

que se refere a consulta previa e ao consent imento informado em relação ao projeto Belo

Monte se t ransformou em uma discussão sobre o mérito do assunto que transcende o

âmbito do procedimento de medidas cautelares.

• Quanto ao Vanucchi? Posição atual: Comissionado da CIDH mandato 1/1/2014 31/12/2017

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Aulão Especial Direitos Humanos

CIDH. Organização. Competência. Funções.

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• CADH, 33 a 40: organização

o Regulamento da CIDH (RCom) atual: vigor em 01/08/2013

• Natureza Jur íd ica: quase jurisdicional e política.

• Funções:

o Dimensão política

Vide Deliberação CS/DPGE n. 82, art. 14

o Dimensão judicial = sistema de petições individuais

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Aulão Especial Direitos Humanos

60

CIDH. Organização. Competência. Funções.

DIMENSÃO POLÍTICA

1ª Observações ou

visitas in loco

Geram informe especial (IE) com ou sem comunicados de imprensa.

Nota: Nem todo informe especial decorre de visita in loco. Mas, toda visita gera um IE.

2ª. Informes

GERAIS: sobre situação geral de DH em determinado EE e publicados no Informe Anual OEA. Os informes de seguimento também podem ser incluídos no Geral.

TEMÁTICOS: sobre tema específico; incluído no Geral.

ESPECIAIS: detalhados; guardam relação às visitas in loco.

3ª Outras funções

RELATORIAS

São divididas entre os 07 comissionados e

divididas POR TEMAS e POR PAÍS.

Algumas são entregues a relatores especiais.

ESPECIAL: Liberdade de Expressão Catalina Botero (1997)

Direitos dos Povos Indígenas (1990)

Direitos das Mulheres (1994)

Direitos dos Migrantes (1996)

Diretos das Crianças (1998)

Direitos dos Defensores e Defensoras de DH (2001)

Direitos das Pessoas Privadas de Liberdade (2004)

Direito das Pessoas afrodescendentes e contra a discriminação racial (2005)

LGTBI (2011)

Unidade sobre DESCS (2012)

Função consultiva (Estatuto CIDH, 18)

Submeter a AG OEA pedidos de protocolos à CADH

Solicitar OC a Corte

Solicitar Medidas Provisórias a Corte

Apresentar CASOS CONTENCIOSOS a Corte

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CIDH. Organização. Competência. Funções.

SISTEMA DE PETIÇÕES INDIVIDUAIS

DIM

EN

O J

UD

ICIA

L

LEGITIMIDADE

ATIVA

(Conceito de Vít ima

e de Pet icionár io )

Pessoa

Grupo de pessoas

ONG

EE (comunicação interestatal)

Defensoria? NÃO, mas Defensor, sim na representação da

v ít ima.

PASSIVA EE Partes da OEA (Nunca o ente federativo)

COMPETÊNCIA

Ratione loci Território de Estado Parte OEA

Ratione materiaeCADH + Convenções especiais cfe. RCom, 23

DADH (CADH sem ratificação)

Ratione temporae

(prazo razoável e 46.b)

Fatos pós CADH: CADH

Fatos antes CADH: DADH

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Aulão Especial Direitos Humanos

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CIDH. Organização. Competência. Funções.

• Questão da competência ratione materiae :

Normas de jus cogens do SIDH

Norma Assinatura Ratificação pelo Brasil

Carta OEA 1948 1948

DADH 1948 não se ratifica

CADH 1969 1992

Protocolo San Salvador 1988 1996

Protocolo Pena de Morte 1990 -

C Tortura 1985 1989

C Desaparecimento Forçado 1994 2013 (!)

C Belém do Pará 1994 1995

C Portadores de Deficiência 1999 2001

C Toda forma de Discriminação e Intolerância 2013 - (nem em vigor internacional está)

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Aulão Especial Direitos Humanos

63

PROCEDIMENTO ANTE A COMISSÃO PETIÇÕES INDIVIDUAISTr

âm

ite

s In

icia

is

Petição Individual (CADH,44 + RCom,28)

Secretaria Executiva da CIDH (RCom, 29,2) : acusa recebimento + nº de petição + comunicação ao peticionário

Regra GeralAnálise

cfe. a ORDEM DE ENTRADA (RCom, 29,2)

Exceções: Critério de Prioridade (RCom, 29.2.a-d + 36.3.b, 36.4, 36.3.c, 36.4)

A. Transcurso do tempo priva efeito útil (idoso, criança, enfermo terminal, condenado a pena de morte, objeto da pet. CONEXO c/ MC ou MP vigor).

B. Vítima é pessoa privada de liberdade.

C. EE manifeste intenção na Solução Amistosa.

D. Circunstâncias especiais: decisão RCom possa remediar situações estruturais graves c/ impacto no gozo DH ou possa impulsionar mudanças legislativas e evite múltiplas petições no SIDH.

Urgência ou Gravidade (CADH, 48.2 + RCom, 29.7 c/c 30.4 c/c 30.7)

RequisitosINCOMPLETOS (RCom, 29.3)

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

1 Petição com FATOS , SECRET.

EXEC. PODE (RCom, 29.3)2 Petições c/ FATOS =, SECR. EXEC. PODE

+ EXEC. PODE (RCom, 29.3)

NOTIFICAÇÃO AOS PETICIONÁRIOS (29:5)

TRANSMISSÃO DA PETIÇÃO AO ESTADO (RCom, 30.2)

Se Se Se Se

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Aulão Especial Direitos Humanos

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PROCEDIMENTO ANTE A COMISSÃO PETIÇÕES INDIVIDUAIS

Fase

de

Ad

mis

sib

ilid

ad

e

Observações do Estado (CADH, 48.1 + RCom, 30.3) / PRAZO: 3 meses até 4 meses

Observações do Peticionário (RCom, 30.6)

Audiência p/ discutir Admissibilidade - Opcional (Rcom, 30.5 + 62 + 64) / PRAZO: 64.2

DECISÃO SOBRE ADMISSIBILIDADE (PÚBLICA) Informe de Arquivo (CADH, 48.1.b + RCom, 42)Aqui

DPI

Registro como caso (RCom, 36.1)

CIDH Promove Solução Amistosa (CADH, 48) / (RCom, 40)

Há solução amistosa

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Aulão Especial Direitos Humanos

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Fase

de

rito

Não há solução amistosa (Rcom, 40.6)

Observações do Peticionário (RCom, 37.1) / PRAZO: 4 meses até 6 meses

Observações do Estado e/ou Peticionário (RCom, 37.1) / PRAZO: 4 meses até 6 meses

CIDH: Carta notifica peticionário do informe do ART. 50, CADH

INFORME CADH, 49

Transmitido:• aos Peticionários• aos EE partes da CADH• a OEA

RCor, 48Audiência p/ discutir o mérito Opcional (RCom, 62+64) ) / PRAZO: 64.2

DECISÃO SOBRE O MÉRITOCIDH: INFORME ART.50, CADH: só transmitido ao Estado questões

de fato e violações à CADH = PRELIMINAR + CONFIDENCIAL(RCom, 43 = PRAZO 3 meses p/ cumprir recomendações)

PROCEDIMENTO ANTE A COMISSÃO PETIÇÕES INDIVIDUAIS

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Aulão Especial Direitos Humanos

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Re

sult

ad

os

do

pro

ced

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an

te a

co

mis

são

CIDHPublica INFORME do art.51

DEFINITIVO

CIDH / ESTADORegra: CADH, 61 (RCor, 45)

Submete caso à CORTE dentro de 90 dias do INFORME do art. 50.

CIDH Supervisiona o cumprimento das recomendações (RCor, 48)

POR INFORMES ESCRITOS

POR AUDIÊNCIAS

Desde que:

• Reconhecimento da jurisdição da corte.

• Manifestação do peticionário

(RCom, 44.3)

EXCEÇÃO:Decisão fundamentada da maioria absoluta da

CIDH.

PROCEDIMENTO ANTE A COMISSÃO PETIÇÕES INDIVIDUAIS

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Aulão Especial Direitos Humanos

Corte Interamericana de DH. Organização. Competência. Funções.

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• CADH, 52 a 60: organização

o Regulamento da Corte (RCor) atual 2009: vigor desde 01/01/2010

• Natureza Jurídica: jurisdicional. Última palavra do controle de convencionalidade .

• Brasil: 10.12.1998 (CADH, 62.3)

• Funções:

o Contenciosa

o Consultiva

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Aulão Especial Direitos Humanos

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PROCEDIMENTO ANTE A CORTE INTERAMERICANA DE DH

Submissão do caso pela CIDH (CADH,50 + R.Cor,35)

Exame preliminar de requisitos pela Secretaria da Corte Exame preliminar de requisitos pela Secretaria da Corte

NOTIFICAÇÃO DA DEMANDA (RCor, art.39)

A vítima, familiares e representantes, ou DPI, tem 02 meses improrrogáveis para apresentar seu ESCRITO DE DEMANDA (RCor, 42.1)

O Estado tem 02 meses (após a vítima) para responder a demanda da CIDH e das vítimas, seus familiares ou representantes (RCor, 41.1)

Exceções preliminares no mesmo escrito de Resposta (RCor, 42)Partes tem 30 dias para se pronunciar sobre as exceções (RCor, 42.1)

AUDIÊNCIA (RCor, 51-55)A corte pode designar audiências separadas sobre as exceções preliminares, o mérito e as reparações ou uma sobre os 3 aspectos.

PROCEDIMENTO FINAL ESCRITO (RCor, art. 56)

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Aulão Especial Direitos Humanos

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Alegações Finais EscritasPrazo: simultâneo deferido pela PresidênciaVítima, representantes, EE e, se quiser, CIDH

PROCEDIMENTO ANTE A CORTE INTERAMERICANA DE DH

AMICUS CURIAE (art. 44)Prazo: até 15 dias após Audiência ou após notificação

p/ Alegações Finais.

SENTENÇA (art. 65)

A Corte pode ditar 1 só sentença ou sentenças p/

exceções preliminares, mérito e reparações.CADH, 67 definitiva inapelável

PEDIDO de INTERPRETAÇÃOPrazo: 90 dias CADH, 67 RCor, 68

PEDIDO de RETIFICAÇÃO de ERROS MATERIAISPrazo: 30 dias RCor, 76

SUPERVISÃO de CUMPRIMENTO (RCor, art. 69)

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Aulão Especial Direitos Humanos

Defensor Interamericano

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Conceito

• RCor, 2.11.: expressão significa apessoa que a Corte designe para assumir a representaçãolegal de uma suposta vítima que não tenha designado umdefensor por si mesma .

• RCor, 37. Defensor Interamericano.

Em casos de supostas vítimas sem representação legaldevidamente credenciada, o Tribunal poderá designa umDefensor Interamericano de ofício que as represente durante atramitação do caso.

María Fernanda López Puleio

La puesta em escena del defensor publico interamericano .Annuario de Derechos Humanos. N. 9, 2013. (disponível internet)

Renata Tavares

A f igura do Defensor Interamericano e o Movimento de Dire itos Humanos na América Lat ina: acertos e desaf ios .

(no prelo, gentilmente cedido pela autora)

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Aulão Especial Direitos Humanos

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RT: Sendo o DPI um agente público pode ser considerado parte do Movimento deDire itos Humanos (MDH)?

...) complicado entender a perplexidade de alguns organismos de proteção de direitos humanos não estatais coma cr iação da Defensor ia Interamericana. Se os defensores públicos que irão fazer parte da DefensoriaInteramericana, especialmente no Brasil, gozam (ou devem gozar) das mesmas garantias de independência eimparcialidade que tem os juízes e os promotores e se seu objetivo institucional é a defesa e a promoção de DH,não há por que, genericamente, rechaçar a instituição sob o argumento de que é Estado. Neste sentido, é precisoentender melhor a figura do defensor publico e do defensor interamericano e enriquecer o debate democrático .

(...)

Falar da Defensor ia é, antes de tudo, falar sobre o acesso a just iça. Tema crucial dos debates do MDHdesde os idos de sua fundação. Isto porque as origens do movimento relacionam-se diretamente com o acesso ajustiça de cidadãos presos

Defensor Interamericano.

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Aulão Especial Direitos Humanos

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(...)

independência é hoje uma prerrogativa estendida não só aos membros do poder judicial, mas também aquelesque exercem função essencial à just iça, como a Defensoria Pública e o Ministério Público.

Desta forma, a independência funcional aparece, agora, como garant ia judicial do cidadão.

(...)

defensor imparcial será aquele que age com impessoalidade, colocando todos, defensores, juízes,promotores, funcionários, etc...no mesmo patamar. Por outro lado, esse defensor deve gerar na população queatende certa confiança: a certeza que será bem defendido. (...) Para a confiança ser gerada, a população temque ter a sensação de que faz parte do processo de construção da Defensor ia .

• 100 Regras BSB + Declaração BSB: modelo de just iça integrador.

Defensor Interamericano.

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Aulão Especial Direitos Humanos

Defensor Interamericano. Linha do Tempo

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• AG/RES 2656 (XLI-O/11): Garantia de acesso a justiça: o papel dos Defensores Públicos Oficiais

• AG/RES 2714 (XLII-O/12): Defensoria Pública como garantia de acesso a justiça das pessoas em condições de vulnerabilidade

• AG/RES 2801 (XLIII-O/13): Em direção a autonomia da Defensoria Pública como garantia de acesso a justiça

• AG/RES 2821 (XLIV-O/14): Em direção a autonomia e fortalecimento da Defensoria Pública como garantia de acesso a justiça

2003 2008 25.09.2009 nov.2009 jun.2011 jun.2012 mar.2013 jun.2013 jun.2014

AIDEF é

criada no RJ.

100 Regras

Brasilia

Acordo AIDEF

e Corte

Novo Regula

mento da

Corte (RCor)

AG/RES 2656

(XLI-O/11)

AG/RES 2714

(XLII-O/12)

Acordo AIDEF

e CIDH

AG/RES 2801

(XLIII-O/13)

AG/RES 2821

(XLIV-O/14)

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Aulão Especial Direitos Humanos

DI DP nacional com atuação no SIDH

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DI: 6ª cláusula do Acordo da Corte + cláusula 3.1.4 do Acordo da CIDH = mesma redação:

impede a AIDEF nem seus associados a levar por si mesmos casos ante o

o 04 casos na Corte, sendo 03 sentenças favoráveis as vítimas e 01 em andamento.

o 03 casos na CIDH, em fase de exame do mérito

DP nacional atua no SIDH

a) com base na LC 80/94 cfe. LC 132/09, arts. 1º, 3º e 4º, VI c/c EC 80/94: perante os sistemasinternacionais de proteção dos direitos humanos, postulando perante seus

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Aulão Especial Direitos Humanos

DI DP nacional com atuação no SIDH

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b) NUDEDH-DP RJ, cfe. Res. 260, 07.02.2004 c/c Deliberação CS/DPGE n. 82, de14.12.2011.

b.1) é o 1º núcleo especializado do Brasil a peticionar no SIDH.

b.2) Casos:

• Caso 12615. Alan Felipe da Silva e outros (aguardando relatório de mérito)

• Caso _____. Flavio Mendes Pontes (P-302-07 e Informe 8/12 - aguardandorelatório de mérito)

• P-1116-07: autistas (em análise de admissibilidade)

• MC 236-08 + P-1017-08 (em vigor)

A Defensoria Pública e os Dire itos Humanos: 05 anos de histór ia do Núcleo de Defesa dos Dire itos Humanos.

Livro impresso pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro. 2009.

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Aulão Especial Direitos Humanos

Democracia e DH

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Existe um direito a democracia no SIDH? (RenataTavares)

• Sim. DADH, art. 20 + CADH, preâmbulo c/c art. 23 + CartaDemocrática + CRFB, art. 1º c/c 14 c/c 37, § 3º.

• ...) a democracia nasce como um método paraassegurar a participação de todos nos processos de decisõespolíticas, passando a um valor quando limita a decisão damaioria estabelecendo como fim a emancipação humana detodas as formas de opressão. Por f im, como direitoprevisto em todas as normas citadas e, por isso, exig íveljur id icamente é capaz de levar um Estado a sentar nobanco dos réus no Sistema Interamericano de Direitos

. (p. 176)

Renata Tavares

O Dire ito a uma Ouvidor ia Independente e a Responsabilidade Internacional do Estado Brasile iro .

Tese premiada com menção honrosa e apresentada no X Congresso Nacional de Defensores Públicos, Nov. 2011

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Aulão Especial Direitos Humanos

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Participação popular: art . 6º

• Questão do PNPS Decreto Federal 8243/2014: cria a Política Nacionalde Participação Social

o Democracia deliberat iva: procura conciliar Estado de Direito esoberania popular.

o Críticas: esfera legislativa? burocratização processo decisório?vide art. 1º, § Ú e 2º, § Ú

• Questão da Ouvidor ia na LC 80/94 e Renata Tavares

o o direito a uma Ouvidoria autônoma e independente como umdireito político da democracia participativa, capaz de gerar aresponsabilidade internacional do estado brasileiro no SistemaInteramericano de Direitos (p. 173)

Democracia e DH.

Ricardo Lodi

Execução da Part icipação Social dever ser acompanhada.

Consultor Jurídico. 2014 (online)

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Aulão Especial Direitos Humanos

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• Garantia de existência e eficácia da atuação do ouvidor: INDEPENDÊNCIA e AUTONOMIA.

• Independência do ouvidor refere-se a: (1) forma de nomeação (nome em lista, p.ex.); (2) mandato.

• LC 132/09, art. 105-A

• E, por fim, o direito à participação democrática nas instituições previsto em todas as normas jáindicadas, impede que o ouvidor seja defensor público, impondo ao estado a obrigação de assegurar aparticipação cidadã, sendo uma de suas vertentes. . 180)

Democracia e DH.

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Aulão Especial Direitos Humanos

Justiça Transicional. Estado de Direito

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Rodrigo Uprimny, perito, durante a Audiência do Caso GomesLund v Brasil, na Corte IDH: o Brasil é uma democracia,mas ainda não é um Estado de Direito (...) No Brasil fo irealizada transição sem just iça transicional .

JRC Estado de Direito Universal: é INCLUSIVO.

JRC, p. 212: o DIDH, o ideal do estado de direito foielevado ao plano internacional, transformando o cidadãonacional em cidadão do mundo. (...) Com isso, o estado dedireito alcança a máxima pretensão inclusiva, isto é,reconhece e assume que somente se realizará na medida emque incluir toda e qualquer pessoa sob sua esfera deproteção, tanto na ordem nacional como na ordem

.

José Ricardo Cunha e Nadine Borges

Dire itos Humanos, (não) realização do estado de dire ito e o problema da exclusão.

In: Direitos Humanos, Poder Judiciário e sociedade. Rio de Janeir: FGV Ed., 2011. pp. 207-247

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JCR Estado Direito está em permanente construção (p. 215)

JCR: ...) é imprescindível que seja levado em conta o problema da exclusão de pessoas e grupos sociais daégide do estado de direito. (...) o fato de haver pessoas e grupos que [do estado de direito] se excluem ou sãoexcluídos representa uma falha estrutural . 216)

JCR excluídos para cima e excluídos para baixo.

Justiça Transicional. Estado de Direito.

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Justiça Transicional.

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é o conjunto de esforços e est ratégias adotado pelassociedades que saem de ditaduras ou guerras, para reparar osdireitos das vít imas das graves violações de DH.

São essenciais para combater a cultura da impunidade.

Glenda Mezarobba

O que é just iça de transição? Uma análise a part ir do caso brasile iro .

In: Memória e verdade: a justiça de transição no Estado Democrático Brasileiro. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2009. pp. 37-53.

DEVERES DOS ESTADOS DIREITOS DAS VÍTIMAS

Investigar, processar e punir os violadores de DH Direito à justiça

Revelar a verdade para as vítimas, seus familiares e

toda a sociedadeDireito à verdade

Oferecer reparação adequada Direito a compensação (moral, simbólica e material)

Afastar os criminosos de órgãos relacionados ao

exercício da lei e de outras posições de autoridade

Direito a instituições reorganizadas = Desmonte Do

Aparato De Poder Repressivo Ditator ial

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Justiça Transicional. Caso Guerrilha do Araguaia.

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A única luta que se perde é a que se abandona . (fraseescrita nas camisetas que os familiares usaram durante a audiênciado caso na Corte em maio.2010 e na qual estavam estampados osrostos dos desaparecidos políticos na década de 70)

ADPF 153: Conselho Federal da OAB pugnou por interpretação cfe. aCRFB, art. 5º caput (isonomia), 5º, XXXIII (direito à verdade), 1º, §Ú(princípio republicano e democrático) e 1º, III (dignidade p. humana)a fim de ser revista a anistia concedida na Lei 6683/79 quanto aosagentes de repressão do Estado, durante o regime militar .

STF: 7x2 improcedência

André de Carvalho Ramos

Crimes da Ditadura militar : a ADPF 153 e a Corte Interamericana de Dire itos Humanos.

In: Crimes da Ditadura Militar: uma análise a luz da jurisprudência atual da Corte Interamericana de Direitos Humanos. São Paulo: RT, 2011. pp. 174-225..

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CASO GOMES LUND

• 07.08.1995: protocolo na CIDH

• 13 anos de processamento... até Relatório de Mérito (31.10.2008)

• 26.03.2009: demanda enviada a Corte

• Estandares:

o Competência temporal da Corte: para analisar os atos de caráter contínuo e permanente. (§17)

o Questão da anistia geral, prescrição, ou qualquer causa excludente de responsabilidade que impede ainvestigação e sanção das graves violações de DH: são (1) incompatíveis com a CADH; (2) carecem deefeitos jurídicos; (3) não podem seguir representando obstáculo para a identificação e punição dosresponsáveis pelos fatos do caso e outros do mesmo período. (§ 171, 175, 176)

Justiça Transicional. Caso Guerrilha do Araguaia.

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o Questão da justiça militar: § 257 implica mudança legislativa.

o Questão da falta de tipificação específica: não pode impedir a persecução, pois os tipos de sequestro,lesão corporal, homicídio estão no OJ.

o Questão da falta de acesso a informação: CADH, 13

o Comissão da Verdade (vide Marlon Weichert): não houve condenação a instaurar CV. Houve pedidodos representantes das vítimas, mas a Corte só exortou o Brasil e não o condenou. (§297)

o Corte violação:

Desaparecimento forçado: CADH, 3 (reconhecimento da personalidade jurídica); 4 (vida); 5(integridade pessoal); 7 (liberdade pessoal) c/c 1.1.

Como consequência da interpretação que foi dada a Lei de Anistia: CADH, 8.1 e 25.1 c/c 1.1 e 2.

Direito a informação em prazo razoável: CADH, 13 c/c 8.1 e 25.1 c/c 1.1

Justiça Transicional. Caso Guerrilha do Araguaia.

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o Voto em separado:

30. Finalmente é prudente lembrar que a jurisprudência, o costume e a doutrina internacionaisconsagram que nenhuma lei ou norma de direito interno, tais como as disposições acerca daanistia, as normas de prescrição e outras excludentes de punibilidade, deve impedir que um Estadocumpra a sua obrigação inalienável de punir os crimes de lesa-humanidade, por serem elesinsuperáveis nas existências de um indivíduo agredido, nas memórias dos componentes deseu círculo social e nas transmissões por gerações de toda a humanidade.

31. É preciso ultrapassar o positivismo exacerbado, pois só assim se entrará em um novo per íodode respeito aos direitos da pessoa, contr ibuindo para acabar com o círculo deimpunidade no Brasil. É preciso mostrar que a Justiça age de forma igualitár ia na puniçãode quem quer que pratique graves crimes contra a humanidade, de modo que a imperatividade doDireito e da Justiça sirvam sempre para mostrar que prát icas tão cruéis e desumanasjamais podem se repet ir, jamais serão esquecidas e a qualquer tempo serãopunidas.

Justiça Transicional. Caso Guerrilha do Araguaia.

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Justiça Transicional. Papel da Defensoria Pública.

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Atualidade das práticas violentas na repressão de crimese contra as pessoas mais pobres, como os jovens desaparecidos de Acari.

Analise da sentença do caso Gomes Lund v. Brasil e ADPF 153

Questão: Brasil pode continuar pretendendo que a ditadura já passou, mesmo que suas práticas persistam?Em caso negativo, qual é o papel da Defensoria Pública brasileira para a

• Defesa dos militares nos processos criminais que punirão os abusos

• Atuação como assistente de acusação

• Ações declaratórias impulsionadas pelos familiares das vítimas para obter a verdade

• Atuação perante as Comissões da verdade criadas pelo Executivo, o contato dos Defensores coma população pode ajudar a esclarecer os acontecimentos do .

• Assessoramento das vítimas

Renata Tavares

El Rol de la Defensor ia Pública emEl Proceso d Just icia Transicional en Brasil.

Trabalho apresentado para a disciplina Justicia Transicional da Facultad de Derecho da Universidad de Buenos Aires. 2013.

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• Difusão e educação em DH que demanda atuação em rede com os movimentos de DH, nos conselhosnacionais e regionais, nas escolas etc

Defensor = atuação a ser inventada nos moldes da Associação de Juízes pela Democracia que estápreparando um documentário sobre o papel do Judiciário nos anos de chumbo.

Atuação do NUDEDH em relação ao caso Guerrilha do Araguaia:

• A DP, contatada pelo CEJIL, disponibilizou espaço para o último atendimento dos familiares e vítimas docaso.

• A DP acompanhou, na Costa Rica, a audiência do Caso Gomes Lund.

• Após a sentença, atendeu os familiares hipossuficientes para elaborar e encaminhar representações aoMPF a fim de que fossem instaurados inquéritos policiais para dar cumprimento a sentença (vide peça nosite).

Justiça Transicional. Papel da Defensoria Pública.

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Implementação Decisõesem âmbito nacional.

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Natureza Jurídica dos Tratados de DH na CRFB

• CRFB, art. 5º, §§1º, 2º e 3º c/c 60, §4º

• STF: norma supralegal

Força vinculante das decisões de mecanismos internacionais DH:

1. Força jur íd ica interna da jur isprudência internacional: a interpretação dos direitosconstitucionais deve ser guiada pela jurisprudência internacional dos órgãos de controle. Diálogo dasCortes.

2. Força jur íd ica interna de decisões concretas contra o EE: Teoria do Duplo Grau ou do DuploControle (ACR) a convivência entre normativas justapostas na defesa dos .

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ACR, p. 213:

que adiantaria a Constituição pregar o respeito a tratados internacionais de direitos humanos se oBrasil continuasse a interpretar os direitos humanos neles contidos nacionalmente?

(...)

Essa interpretação nacional desconectada da interpretação internacional destrói a própria essência dainternacionalização dos direitos humanos, que consiste em impedir que as paixões de momento dasmaior ias mesmo aquelas entronizadas nos órgãos judiciais máximos possam sacr if icar os direitosde todos. Por isso, a proteção de direitos humanos passou a ser tema internacional, em especial após aCarta da Organização das Nações Unidas de 1945 e a Declaração Universal de Direitos Humanos (1948).

Implementação Decisões em âmbito nacional.

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Sobre aplicação da teoria do duplo controle. ACR, p. 218:

caso da ADPF 153, houve o controle de constitucionalidade. No caso Gomes Lund, houve o controle deconvencionalidade. A anistia aos agentes da ditadura, para subsistir, deveria ter sobrevivido intacta aos doiscontroles, mas só passou (com votos contrários, diga-se) por um, o controle de constitucionalidade. Foidestroçada no controle de convencionalidade .

CADH, 68: duas regras sobre execução de sentenças da Corte

1ª regra: boa fé; cfe. cada sistema.

2ª regra: parte dispositiva referente a indenização compensatória pode ser executada.

CR, 105, I, : independe de homologação, pois só se homologa sentença estrangeira e não sentençainternacional de Corte a que o país concordou se submeter.

Implementação Decisões em âmbito nacional.

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ONU

Conselho Econômico e

Social

Conselho de Segurança

Conselho de DH

PAZDESENVOLVIMENT

ODH

Sistemas Universal de DH. ONU.

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Mecanismos da ONU

Vinculados ao Conselho DH

Órgãos de Tratado

(convencionais)

Procedimentos Especiais

Comitês

Exame Per iódico Universal

(UPR)

Mecanismos de Denúncias

Sistemas Universal de DH. ONU.

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COMITÊS

Formado por expertos

independentes

Sistemas Universal de DH. ONU.

A atuação se dá em razão

da rat if icação do tratado e

se o EE aceitar

espef icamente o mandato

do Comitê

Sistema quase-

jur isd icional

Função: superv isão

do compromisso

assumido pelos EE ao rat if icar os

t ratados

MÉTODOS

Informes

Queixas

Invest igações

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Apresentação de informes

pelo EF

Sistemas Universal de DH. ONU.

Queixas Indiv iduais ou de Grupo

Indiv idualizado

Invest igações

CAT: Comitê contra

a Tortura

CERD: Comitê pela

elim inação da

Discr im inação Racial

MÉTODOS

Informe sombra da Sociedade

Civ il

Se omissão

Informe só Sociedade

Civ il

Pode adotar Procedimento de

Exame

Exige esgotamento

recursos internos

Produz Lit ispendência Internacional