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diálogo JORNAL JORNAL SEMANAL DO SINDICATO DOS PETROLEIROS DA BAHIA anos Resgatando o passado para construir o futuro Mudança do Garcia C A R N A V A L 2 0 1 6 1º de Fevereiro 2016 | nº 189 NA Justiça Federal da Bahia suspendeu na terça (26/01), a venda de 49% da Gaspetro para a Mitsui. A liminar foi expedida pelo juiz João Paulo Pirôpo de Abreu, do muni- cípio de Paulo Afonso, atendendo a uma ação popular que questiona a transparên- cia da negociação. A Petrobrás pode recor- rer e apresentar ao juiz as documentações referentes ao processo, que foi concluído no dia 28 de dezembro. Desde que foi aprovada em outubro do ano passado pelo Conselho de Adminis- tração da Petrobrás, a venda da Gaspetro vem sendo contestada pela FUP, inclusive através de uma Ação Civil Pública que cor- re há três meses na Justiça Federal do Rio de Janeiro, questionando a legitimidade e transparência da negociação. Os petroleiros vêm denunciando há meses as suspeitas de tráfico de influên- cia e favorecimento na venda de 49% da Gaspetro para o grupo japonês Mitsui, que é um dos controladores da Vale, cujo diretor-presidente, Murilo Ferreira, ocupa- va na época da negociação a presidência do CA da Petrobrás. Além disso, as ações da subsidiária foram vendidas por R$ 1,9 bilhão, que é menos da metade das esti- mativas feitas pelos bancos JP Morgan e Brasil Plural, que calcularam o negócio em 1,3 bilhão de dólares, ou seja, mais de 5 bi- lhões de reais. A FUP também tem denunciado os prejuízos que essa negociação causará aos Em atendimento à reivindicação da FUP, a Petrobrás concordou em antecipar para sexta-feira, dia 05, o pagamento do adian- tamento do 13º salário. A empresa, no entanto, não se posicionou em relação à implementação das pendências referentes à equalização do ACT dos trabalhadores da Fafen-PR e informou que ainda está ana- lisando a reivindicação de abono dos dias da greve de novembro. Na reunião que teve com o RH, no último dia 25, a FUP se contra- pôs à proposta apresentada pela Petrobrás de descontar 50% dos dias parados e com- pensação dos outros 50%, deixando claro que essa conta não pertence aos trabalha- dores, pois é fruto da intransigência e da ir- responsabilidade dos gestores, que levaram a categoria à greve. A Federação cobrou o abono dos dias e uma nova reunião para que a empresa se posicionasse. Fonte FUP Justiça Federal suspende venda de 49% da Gaspetro PETROBRÁS ATENDE PEDIDO DA FUP E ANTECIPA ADIANTAMENTO DO 13º cofres da Petrobrás e o erro estratégico que significa para os negócios da estatal, já que o lucro médio da Gaspetro nos últimos anos tem sido de R$ 1,4 bilhão. Ou seja, ao perder metade do capital da subsidiária, a Petrobrás enfraquecerá o seu caixa em Na apuração realizada nesta segunda (01/02), a dupla 1010 venceu a eleição para o CA da Petrobrás com 4.415 votos; a segunda colocada teve 3.952 votos. Os dois agora disputam o 2º turno que ocorre entre os dias 20 e 28 de fevereiro. Deyvid Bacelar e Bob Ragusa agradecem a confiança de todos e convidam os candidatos que, apesar de obterem boas votações, não conseguiram passar para a segunda fase, a se unirem para construir uma aliança que garanta a vitória neste 2º turno, tornando possível um mandato plural, interativo, participativo e que represente os legítimos anseios da categoria. Leia mais: www.deyvidbacelar.com.br pelo menos R$ 750 milhões ao ano. Essas e outras irregularidades foram relatadas por Deyvid Bacelar, representan- te dos trabalhadores no CA da empresa, o único a votar contra a venda da Gaspetro. “Com certeza essa negociação não foi in- teressante para a Petrobrás, mas sim para a empresa japonesa, que fez um negócio da China”, declarou, lembrando que a Mit- sui, além de ter relações estreitas com o ex-presidente do CA da Petrobrás, Murilo Ferreira, é também uma das investigadas no cartel de trens e metrôs de São Paulo, que durante anos comandou um esque- ma de superfaturamento, favorecimento e fraudes nas licitações. Leia mais no site do sindicato www.sindipetroba.org.br Dupla 1010 vence 1º turno para o CA

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diálogoJ O R N A L

JORNAL SEMANAL DO SINDICATO DOS PETROLEIROS DA BAHIA

anos

Resgatando o passado para construir o futuro

Mudança do GarciaC A R N A V A L 2 0 1 6

1º de Fevereiro 2016 | nº 189

NA Justiça Federal da Bahia suspendeu na terça (26/01), a venda de 49% da Gaspetro para a Mitsui. A liminar foi expedida pelo juiz João Paulo Pirôpo de Abreu, do muni-cípio de Paulo Afonso, atendendo a uma ação popular que questiona a transparên-cia da negociação. A Petrobrás pode recor-rer e apresentar ao juiz as documentações referentes ao processo, que foi concluído no dia 28 de dezembro.

Desde que foi aprovada em outubro do ano passado pelo Conselho de Adminis-tração da Petrobrás, a venda da Gaspetro vem sendo contestada pela FUP, inclusive através de uma Ação Civil Pública que cor-re há três meses na Justiça Federal do Rio de Janeiro, questionando a legitimidade e

transparência da negociação.Os petroleiros vêm denunciando há

meses as suspeitas de tráfico de influên-cia e favorecimento na venda de 49% da Gaspetro para o grupo japonês Mitsui, que é um dos controladores da Vale, cujo diretor-presidente, Murilo Ferreira, ocupa-va na época da negociação a presidência do CA da Petrobrás. Além disso, as ações da subsidiária foram vendidas por R$ 1,9 bilhão, que é menos da metade das esti-mativas feitas pelos bancos JP Morgan e Brasil Plural, que calcularam o negócio em 1,3 bilhão de dólares, ou seja, mais de 5 bi-lhões de reais.

A FUP também tem denunciado os prejuízos que essa negociação causará aos

Em atendimento à reivindicação da FUP, a Petrobrás concordou em antecipar para sexta-feira, dia 05, o pagamento do adian-tamento do 13º salário. A empresa, no entanto, não se posicionou em relação à

implementação das pendências referentes à equalização do ACT dos trabalhadores da Fafen-PR e informou que ainda está ana-lisando a reivindicação de abono dos dias da greve de novembro. Na reunião que teve

com o RH, no último dia 25, a FUP se contra-pôs à proposta apresentada pela Petrobrás de descontar 50% dos dias parados e com-pensação dos outros 50%, deixando claro que essa conta não pertence aos trabalha-

dores, pois é fruto da intransigência e da ir-responsabilidade dos gestores, que levaram a categoria à greve. A Federação cobrou o abono dos dias e uma nova reunião para que a empresa se posicionasse. Fonte FUP

Justiça Federal suspendevenda de 49% da Gaspetro

PETROBRÁS ATENDE PEDIDO DA FUP E ANTECIPA ADIANTAMENTO DO 13º

cofres da Petrobrás e o erro estratégico que significa para os negócios da estatal, já que o lucro médio da Gaspetro nos últimos anos tem sido de R$ 1,4 bilhão. Ou seja, ao perder metade do capital da subsidiária, a Petrobrás enfraquecerá o seu caixa em

Na apuração realizada nesta segunda (01/02), a dupla 1010 venceu a eleição para o CA da Petrobrás com 4.415 votos; a segunda colocada teve 3.952 votos. Os dois agora disputam o 2º turno que ocorre entre os dias 20 e 28 de fevereiro. Deyvid Bacelar e Bob Ragusa agradecem a confiança de todos e convidam os candidatos que, apesar de obterem boas votações, não conseguiram passar para a segunda fase, a se unirem para construir uma aliança que garanta a vitória neste 2º turno, tornando possível um mandato plural, interativo, participativo e que represente os legítimos anseios da categoria. Leia mais: www.deyvidbacelar.com.br

pelo menos R$ 750 milhões ao ano.Essas e outras irregularidades foram

relatadas por Deyvid Bacelar, representan-te dos trabalhadores no CA da empresa, o único a votar contra a venda da Gaspetro. “Com certeza essa negociação não foi in-teressante para a Petrobrás, mas sim para a empresa japonesa, que fez um negócio da China”, declarou, lembrando que a Mit-sui, além de ter relações estreitas com o ex-presidente do CA da Petrobrás, Murilo Ferreira, é também uma das investigadas no cartel de trens e metrôs de São Paulo, que durante anos comandou um esque-ma de superfaturamento, favorecimento e fraudes nas licitações. Leia mais no site do sindicato www.sindipetroba.org.br

Dupla 1010 vence 1º turno para o CA

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1º de Fevereiro 2016 | nº 189 anos

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Mudança do GarciaC A R N A V A L 2 0 1 6

RLAM

SEGURANÇA

Ambulância UTI faz um ano paradae refinaria paga aluguel a Humana

Mais um acidente assusta e preocupa trabalhadores na RLAM

Coisas muito estranhas ocorrem na RLAM, ora por gestão que prima pelo descaso, ora por algum benefício que alguém te-nha sem que nada seja apurado. Aos fatos.

Os trabalhadores denunciam que desde fevereiro de 2015, portanto faz um ano semana que vem, que a ambulância UTI da RLAM está sem uso e no pátio da ATRAN, sob a alegação de que tem pro-blema de bateria. Detalhe: a ambulância é nova e tem apenas dois mil quilômetros rodados, equipamentos de qualidade, mesmo assim continua parada, com um custo de mais de 300 mil reais. Certa vez,

diz a denúncia, instalaram um sensor de ré, mas ficou cortando carga, sem poder circular e nunca mais procuraram solucio-nar o problema.

Ainda segundo os trabalhadores, to-dos tem conhecimento desse fato, sem que ninguém tenha tomado qualquer providência. O inusitado é que enquanto a ambulância fica “inativa” no pátio da RLAM, a empresa paga aluguel a Humana, todo santo mês, por uso de ambulância do hospital de queimados.

A Gerência de Saúde Ocupacional foi procurada para tratar do assunto. Segundo

A RLAM volta a ser palco de mais um acidente, felizmente sem vítimas, com o ocorrido às 22h45 na noite de terça (26/01), com registro de ignição de coque no domo do topo do vaso separador da U-39. A combustão do coque cessou so-mente às 23h20, após o eficiente trabalho da equipe de SMS.

Mais uma vez também a equipe de

técnicos de segurança mostrou profissio-nalismo e eficiência ao combater o incên-dio na U-39, com a brigada sendo aciona-da por volta das 21h. Segundo relato feito ao Sindipetro Bahia, a equipe foi orientada a encostar BVs do costado e manter a inci-dência de vapor na área do topo do vaso, onde ficou acumulado o coque. A equipe de segurança foi obrigada a montar linha

de mangueira do chão até o topo, duas vezes, numa altura superior a 40 metros, para controlar a situação.

A U-39 está parada para manutenção e diante do acidente os serviços estão sendo replanejados. Pelas informações iniciais, um vaso separador da unidade foi responsável pelo acidente. Depois da ação da equipe de SMS, o vapor foi alinhado

para dentro do vaso, para garantir que não volte a entrar em combustão. Não chegou a haver pânico, mas os trabalhadores pas-saram por um grande susto, inclusive por causa da hora do acidente.

A direção do Sindipetro Bahia mais uma vez parabeniza e reconhece o traba-lho profissional e a eficiência da SMS da RLAM

Dirigentes, trabalhadores e militantes participam do tradicional bloco de protestos da Lavagem do Garcia, na segunda de carnaval. Durante toda a folia haverá manifestação, bem humorada, lembrando temas que os petroleiros têm defendido nos atos realizados desde 2015: “Em Defesa da Petrobrás e do Brasil”, “Dilma, não deixe desmontarem a Petrobrás”, “Governador, a produção de petróleo nos campos terrestres não pode ser privatizada” e “Tirem as mãos do pré-sal, ele pertence ao povo brasileiro”, entre outros.

a gerente, “durante esse período procura-mos diversas autorizadas para reparo da fa-lha na ambulância, porém sem êxito”. Ainda segundo ela, “em dezembro de 2015 a Ma-

rimar Veículos esteve na refinaria, quando foi feito o diagnóstico solicitado e o envio do orçamento. Estávamos em negociação do valor e por fim chegamos a um acordo. A ambulância será encaminhada para o re-paro definitivo na próxima semana”.

Os trabalhadores e a direção do Sin-dipetro Bahia aguardam que de fato isso ocorra e não se tenha que comemorar outro fevereiro –2017 – com a ambulância UTI da RLAM no pátio e a Humana conti-nuando a receber aluguel todo mês.

Ou talvez se tenha que convocar um Sherlock Holmes para elucidar o mistério.

Sindicato na Mudança do Garcia

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nº 189 | 1º de Fevereiro 2016anos

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Na terça (26/01), os trabalhadores da terceirizada CKL realizavam um serviço de troca de válvulas, na parada geral do Satélite de óleo C73, próximo da entra-da do Malembá de baixo, município de Candeias.

Enquanto trabalhavam, foram sur-preendidos por cinco bandidos bem armados, com revólveres e espingar-

da calibre 12, para assaltar justamente quem estava trabalhando. Os marginais não tiveram muita sorte, pois foram também surpreendidos pela Patrulha da Segurança Patrimonial, ocorrendo troca de tiros. Um trabalhador da em-presa CKL foi feito refém e agredido pelos ladrões.

Felizmente chegou mais patrulhas da Segurança, obrigando os ladrões a libertarem o refém e fugirem. Lamentá-vel que estes fatos virem rotina e tam-bém ocorram em outras áreas, como o

que aconteceu recentemente, quando uma trabalhadora foi assaltada em Ca-maçari.

A direção do Sindipetro Bahia adverte a Gerência da UO-BA que a situação de insegurança nas áreas compromete a integridade física e põe em risco a vida dos trabalhadores. O sindicato reafirma aos companheiros que utilizem o “direito de recusa”, ga-rantido pelo ACT, sempre que as con-dições para a realização de um serviço coloque em risco a vida do trabalhador.

UO-BA

EXTERRAN

OPCAN

Gerente muda regime de turnoe prejudica trabalhadores

Insegurançafaz mais vítimas

Empresa terceirizada campeãem atos antissindicais

Poluição por H2S na estação Marapé

A política de redução de custos a qualquer preço e a aceleração do desmonte que vem ocorrendo na Petrobrás tem levado os tra-balhadores de diversas áreas da UO-BA a viverem dias de pânico, intranquilidade.

É isso o que ocorre sob a responsabili-dade do gerente do OPAG/TQ Diego, que iniciou o desmonte nas áreas de Taquipe e Água Grande. Nestas duas áreas, ele quer a mudança de regime de operação, onde era 24h de turno passou a operar em regime de sobreaviso. Por coincidência, após efeti-var a mudança ocorreu no último domingo (24/01) um derrame de óleo na Estação Rio Pojuca, que poluiu uma área de pastos e plantações. As Estações Sapé, Rio Taquipe e Massapê estão na “lista” do gerente Diego.

Segundo o diretor do Sindipetro Bahia,

Caso não bastasse a atitude dos geren-tes da Exterran em mandar supervisores participar de assembleia geral na sede do sindicato para forçar na aprovação da pro-posta indecorosa de 7% de reposição sala-rial, os coordenadores e supervisores estão ameaçando os operadores que procuram o sindicato para relatar as demandas da base. Criando um clima hostil no local de

trabalho, estes “senhores feudais” vivem a amedrontar os trabalhadores, dizendo que os “insatisfeitos” procurem entregar currículo em outras empresas.

A Exterran, porém, não é somente isso. Ela não cumpre a política de SMS que é implantada pela Petrobrás, exem-plo disso foi a constatação feita na visita à Estação de Manati, quando os direto-

res do Sindipetro Bahia listaram graves irregularidades e que deverão ser enca-minhadas ao Ministério Público do Tra-balho e à SRTE, ex-Delegacia Regional do Trabalho.

NA AGE que foi realizada na sex-ta (22/01), o sindicato encaminhou as propostas de criação de uma comissão tripartite para estudo e implantação do

plano de cargos e salários e a eleição do delegado de base. Essa ficou sendo a condição para a aprovação do ACT, mas a Exterran, logo após a assembleia, deixou explícito que não aceita incluir as pro-postas do sindicato, caracterizando mais uma prática antisindical. Diante desses fatos, os trabalhadores estão mobiliza-dos e o sindicato de olho!

Em visita à estação Marapé/D. João, o diretor Gilson Morotó constatou a pre-sença de poluição por H2S (Sulfeto de Hidrogênio) na área externa da estação. Segundo ele, o sulfeto de hidrogênio é

um composto corrosivo, venenoso e gasoso no seu estado natural, com odor similar a “ovos podres e carne em de-composição”.

Moradores da região de Baixa Fria,

no município de São Francisco do Con-de, também relataram ao diretor do Sindipetro Bahia que o cheiro do gás é insuportável e já atingie uma área de 5 km. O sindicato vai adotar providências e

cobra da gerência do OPCAN que resolva este problema de poluição na comuni-dade, dada a sua responsabilidade, além do fato de que a poluição por H2S pode causar danos à saúde das pessoas.

Gilson Sampaio Morotó, o sindicato soli-citou uma reunião com o gerente para

tratar dessa demanda, repudiada pelos trabalhadores e que só irá prejudicar os

técnicos de operação que trabalham em regime de turno.

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1º de Fevereiro 2016 | nº 189 anos

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Deputados federais e senadores retomam os trabalhos em fevereiro, logo após o Car-naval, e terão na agenda um pacote com ao menos 10 projetos muito polêmicos. A lista faz de 2016 um ano essencial na atua-ção dos movimentos sindical e sociais em defesa da democracia, da manutenção de direitos e contra o conservadorismo.

O primeiro passo anunciado pela CUT será uma manifestação marcada para março, em que os movimentos marcharão em Brasília para pressionar os parlamen-tares contra qualquer tidpo de retrocesso.

Em entrevista, o analista político do Diap (Departamento Intersindical de As-sessoria Parlamentar) Antônio Augusto Queiroz, o Toninho, avaliou que a temática trabalhista deve tomar o lugar dos temas ditos sociais na agenda do parlamento. Es-pecialmente, se o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deixar a Casa.

Isso, porém, não significa que assuntos como a lei antiterrorismo, o Estatuto do Desarmamento e a privatização das es-tatais saiam de cena. A depender de quão acuado estiver Cunha, é possível que o parlamentar jogue no quanto pior melhor, ao lado da oposição, que busca desgastar o governo federal com uma agenda negativa.

A pedido da CUT, Toninho avalia quais as perspectivas para cada um desses tex-tos e reforça que o sucesso ou fracasso de cada um dos pontos passa diretamente pela capacidade de mobilização da classe trabalhadora.

Câmara e senado iniciam atividadesde 2016 com pacote de maldades

TODOS ÀS RUAS

Boletim Informativodos Trabalhadores do

Sistema Petrobrás

E X P E D I E N T E

Rua Boulevard América 55, Jardim Baiano, Salvador, BahiaCEP 40050-320 – Tel.: 71 3034-9313E-mail: [email protected] – Site: www.sindipetroba.org.br

Diretores de Imprensa: Leonardo Urpia e Paulo César MartinTextos e Edição: Alberto Sobral e Carol de AthaydeEditoração: Márcio Klaudat – Tiragem: 6.000 exemplares – Gráfica: Contraste

Estatuto da Família (PL 6583/2013)

Autor: Dep. Anderson Ferreira (PR-PE)

Resumo: determina que a família é formada exclusivamente por homens e mulheres e exclui, portanto, casais LGBTs desse conceito

Situação: aprovado por comissões, aguarda a resposta ao recurso do PT, que é contra o texto ser incluído na pauta da Câmara.

Perspectiva: desde que se readotou o poder terminativo para aprovação projetos, foram apresentados centenas de recursos e poucos foram apreciados. Não faria sentido votar esse texto furando a fila em detrimento dos demais. Mas, se for votado, tem a tendência de ser aprovado.

Maioridade Penal (PEC 171/1993)

Autor: Dep. Benedito Domingos (PP-DF)

Resumo: reduz a maioridade penal para 16 anos

Situação: aprovado na Câmara, está agora no Senado.

Perspectiva: o Senado não aprova e vai optar por modificar o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), aumentando o tempo de reclusão e, eventualmente, retirando a condição de primário do até então menor de idade.

Lei Antiterrorismo (PL 2016/2015)

Autor: Poder Executivo

Resumo: altera a lei para reformular o conceito de organização terrorista

Situação: aprovado na Câmara, já foi modificado pelo Senado e volta à Câmara.

Perspectiva: da forma como está redigido, pode permitir que

manifestações de trabalhadores possam ser entendidas como um atentado à estabilidade democrática. O movimento sindical precisa pressionar o governo para que imponha vetos a artigos com o objetivo de impedir que a definição de terrorismo alcance manifestações populares. A tendência é que seja aprovado como está.

Criminalização da vítima de violência sexual (PL 5069/2013)

Autores: deputado Eduardo Cunha e outros

Resumo: abre brechas para punir qualquer pessoa que oriente o uso de método contraceptivo e preste orientações sobre o aborto legal definido pela Constituição

Situação: Aguarda inclusão na pauta da Câmara. Esse projeto deve perder densidade, caso Cunha seja afastado. Não tem apoio político suficiente para, sem ele, ser pautado. Depende de alguém muito conservador, mas a tendência é que não passe pelo colégio de líderes da Câmara.

Terceirização (PLC 30/2015)

Autor: Dep. Sandro Mabel (PMDB-GO)

Resumo: permite a terceirização sem limites

Situação: o projeto é a continuidade do PL 4330, aprovado na Câmara, e aguarda votação no Senado

Perspectiva: tinha a tendência de ser rejeitado pelo relator, senador Paulo Paim (PT-RS). Mas começa a haver sinalização de que o Renan Calheiros (presidente do Senado) não vai mais dar o tempo que se imaginava para discuti-lo. Senado deve retirar a atividade-fim e aprová-lo, independente do parecer do

Paim. O risco é o texto voltar à Câmara, onde há muitos parlamentares eleitos com recursos de empresários que pressionam pela aprovação da matéria.

Altera participação da Petrobrás na exploração do pré-sal (PLS 131/2015)

Autor: senador José Serra (PSDB-SP)

Resumo: retira a obrigatoriedade da Petrobrás como exploradora exclusiva do pré-sal

Situação: aguarda votação no Senado

Perspectiva: a tendência é que seja aprovado, ainda que possa haver mudança no seu conteúdo para que a condição da Petrobrás, como operadora única, seja facultativa e não mais obrigatória.

Privatização das Estatais (PLS 555/2015)

Autor: substitutivo aos projetos de lei do Senado 167/2015, dos senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), e 343/2015, de Aécio Neves (PSDB-MG); e do anteprojeto apresentado por Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

Resumo: permite a terceirização de empresas estatais como Correios e Caixa Econômica

Situação: aguarda apreciação do Senado

Perspectiva: como parte da Agenda Brasil, proposta pelo Senado, tem altíssima chance de aprovação já que, segundo o Jereissati, conta com apoio do atual ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. Com neutralidade do governo, apoio do poder econômico para terceirizar e o líder do PSDB comandando, é o que conta com maior chance de aprovação dessa lista.

Leia a matéria na íntegra no site do sindicato www.sindipetroba.org.br