dia 8 junho

1
08 | | Vitória, 8 de junho de 2010 | Vitória, 8 de junho de 2010 | 09 À FLOR DA Viagem. Capixabas estão prontos para embarcar rumo à África do Sul para acompanhar o maior evento esportivo do planeta. No grupo, há torcedores que irão à Copa pela primeira vez e não veem a hora de empurrar o Brasil rumo ao hexa THIERRY GOZZER [email protected] nn Sonhar, programar e, en- fim – ufa! –, realizar o sonho. Acompanhar de perto uma Copa do Mundo. O dia de pi- sar o solo da África do Sul e se familiarizar com as vuvuze- las está batendo à porta. Pela primeira vez disputada no continente africano, o maior evento esportivo da terra se- gue atraindo bilhões. E esse magnetismo, que desperta de quatro em quatro anos, faz muitos torcedores capixabas de reféns. Com as malas prontas, eles contam as horas, os minutos e os segundos para embarcar rumo à terra de Nelson Man- dela. Alguns pela primeira vez, como o empresário Paulo Erlacher, de 52 anos. Chegou a hora de ele ver uma Copa do Mundo de perto. “Sou virgem de Copa. Te- nho 52 anos. E quero viver a vi- da. Por isso resolvi ir. Não sei se em 2014 estarei vivo, então quero ver o Brasil campeão”, brinca Paulo. Outros, como o jovem Ede- valdo Favato, vão para a se- gunda Copa do Mundo. É hora de arriscar um pouco. E, se possível, gastar menos, já que a aventura não deixa de ser “salgada”. A Alemanha, em 2006, foi a primeira experiên- cia. Agora, em 2010, ele deu um jeito de economizar na hospedagem. Além de ter conhecido pela internet uma família e conse- guido na casa dela uma hospe- dagem sem custos em Dur- ban, onde o Brasil enfrentará Portugal, ele também garantiu – de lambuja – um apartamen- to em Johannesburgo, onde também não pagará nada. “Essa era a minha maior preocupação para a Copa: a hospedagem. Quando conse- gui esse esquema sem pagar nada, não pensei duas vezes”, disse Edevaldo, que viaja ama- nhã e só volta em 15 de julho, de preferência com o Brasil hexacampeão. Na mala, além da ansieda- de, muitas roupas de frio. É que a previsão térmica para os jogos do Brasil é de até ze- ro grau. Fora isso, Bernardo Mendes garante que não conseguiu pensar muito no que o espera em Johannes- burgo. “A ficha ainda não caiu. Acho que só vou me dar conta de que estou na Copa quando tocar o hino da Fifa no primeiro jogo”. Torcendo na direção certa Atrações para os capixabas na África do Sul Amigos se “e s c a l a ra m” na Copa de 2006 nn Ele também vai curtir a Se- leção Brasileira, mas terá uma missão pela frente. Será o moto- rista da turma na África do Sul. A tarefa ficou nas mãos do ad- vogado Hamilton Loureiro, de 58 anos. Não parece nada de- mais, mas – acredite! – é sim. Isso porque, na África do Sul, assim como na Austrália e na In- glaterra, a direção é “inglesa”, ou seja, do lado direito do auto- móvel. Se para atravessar a rua já é difícil, já que sempre olha- mos para o lado errado quando vigiamos o próximo carro, faça ideia então para dirigir. Mas Hamilton tira de letra, já que teve a oportunidade de guiar em Londres e Sydney, na Austrá- lia. Assim, aproveita para dar as dicas aos marinhei- ros de primeira viagem na direção sul-africana. “É só você prestar atenção do lado esquerdo e ver a faixa (proteção, meio-fio) da es- querda. Assim fica mais fá- cil”, garante o “p i l o to” Ha- milton Loureiro. Projeto África Em 2006, estávamos no boteco e resolvemos que iríamos para a África do Sul. Abrimos conta no banco e cada um depositava sua parte por mês” LUCAS FIDALGO ADVOGADO JOHANNESBURGO Museu do Apartheid (foto), que reúne várias histórias do período de segregação racial O bairro do Soweto, que guarda a essência sul-africana A casa onde Mandela viveu por vários anos O Montecassino, maior complexo de entretenimento da África do Sul Museu Maropeng, tombado pela Unesco e considerado um dos berços da humanidade, onde foram encontrados os mais antigos fósseis humanos No Lion Park, além de um mini-safari, é possível até tocar em leões e leopardos CIDADE DO CABO MARCOS FERNANDEZ nn Imagine a cena. Vários amigos assistindo a um jogo do Brasil na última Copa do Mundo, em 2006, na Alemanha. Normal, certo? Mas, de repente, um deles “sol- tou”uma ideia. “Vamos à próxima Copa do Mundo?”. Parece brin- cadeira, mas foi assim que uma turma de oito capi- xabas começou a programar a viagem à África do Sul, para acompanhar o primeiro Mun- dial em solo africano. A iniciativa seguinte foi mais organizada. Daquele momento em diante eles abriram uma conta no banco. E todos eram “obrigados” a depositar uma quantia por mês, para realizarem o gran- de sonho. A primeira parcela, ainda em 2006, foi de R$ 50, a última, um pouco mais salga- da, de R$ 300. Mas a organização não é 100%. Sempre tem um porém. Se a reserva dos hotéis está “ok”, e o carro alugado, idem, eles não têm ingresso. Só que se engana quem pensa que eles estão desesperados. “Acho que vamos conse- guir os ingressos lá, na hora do jogo. Sempre tem alguém para vender. O preço pode ser um pouco maior em re- lação ao ingresso de quem comprou antes, mas vai ter que ser assim”, brincou Flá- vio Campos, outro integran- te da turma. Table Moutain, formação rochosa que dá vista para toda a cidade Cabo da Boa Esperança, no encontro dos oceanos Atlântico com Índico A cidade é um grande pólo de produção de vinho (foto), com belos vales e vinhedos Mergulho com tubarões Robben Island, a Ilha de Mandela, onde o ex-presidente sul-africano ficou preso por décadas DURBAN Museu dos Tubarões (foto) Feiras livres Litoral recortado por belas praias Um belo aquário aberto para visitação Paraíso dos surfistas, com grandes ondas o ano todo Cultura Zulu, maior tribo sul-africana PORT ELIZABETH O maior bungee jump do mundo, são 216 metros de altura na ponte Garden Route, uma belíssima rodovia que liga Cidade do Cabo a Port Elizabeth Belas praias e a costa de Jeffreys Bay, onde rola uma das mais tradicionais etapas do mundial de surfe Port Elizabeth Oceanarium (foto) é um aquário, especilizado em golfinhos NELSPRUIT Kruger Park, um dos melhores e maiores safáris africanos RUSTEMBURGO O resort Sun City já teve como hóspede até mesmo Michael Jackson. Muito luxuoso, tem muitas opções de lazer O Valley of the Waves (Vale das Ondas) é uma das grandes atrações de Rustemburgo. Muita beleza e clima aconchegante EUFORIA. Se depender do entusiasmo desse grupo de capixabas que vão à Africa do Sul, o hexa está no papo AMISTOSO DA SELEÇÃO

Upload: thierry-e-rafaela-gozzer

Post on 17-Mar-2016

233 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

Table Moutain, formação rochosa que dá vista para toda a cidade Cabo da Boa Esperança, no encontro dos oceanos Atlântico com Índico A cidade é um grande pólo de produção de vinho (foto), com belos vales e vinhedos Mergulho com tubarões Robben Island, a Ilha de Atrações para os capixabas na África do Sul Belas praias e a costa de Jeffreys Bay, onde rola uma das mais tradicionais etapas do mundial de surfe Port Elizabeth Oceanarium (foto) é um aquário, especilizado em golfinhos

TRANSCRIPT

Page 1: Dia 8 junho

08 | | Vitória, 8 de junho de 2 010 | Vitória, 8 de junho de 2010 | 09

À FLOR DA

Viagem. Capixabas estão prontospara embarcar rumo à África do Sulpara acompanhar o maior eventoesportivo do planeta. No grupo, hátorcedores que irão à Copa pelaprimeira vez e não veem a hora deempurrar o Brasil rumo ao hexa

THIERRY GOZZERtg ozze r @ re d e g a zeta .co m . b r

nn Sonhar, programar e, en-fim – ufa! –, realizar o sonho.Acompanhar de perto umaCopa do Mundo. O dia de pi-sar o solo da África do Sul e sefamiliarizar com as vuvuze-las está batendo à porta. Pelaprimeira vez disputada nocontinente africano, o maiorevento esportivo da terra se-gue atraindo bilhões. E essemagnetismo, que desperta dequatro em quatro anos, fazmuitos torcedores capixabasde reféns.

Com as malas prontas, elescontam as horas, os minutos eos segundos para embarcarrumo à terra de Nelson Man-dela. Alguns pela primeiravez, como o empresário PauloErlacher, de 52 anos. Chegou ahora de ele ver uma Copa doMundo de perto.

“Sou virgem de Copa. Te-nho 52 anos. E quero viver a vi-da. Por isso resolvi ir. Não seise em 2014 estarei vivo, entãoquero ver o Brasil campeão”,brinca Paulo.

Outros, como o jovem Ede-valdo Favato, vão para a se-gunda Copa do Mundo. É horade arriscar um pouco. E, sepossível, gastar menos, já que

a aventura não deixa de ser“sa l gad a ”. A Alemanha, em2006, foi a primeira experiên-cia. Agora, em 2010, ele deuum jeito de economizar nah o s p e d a ge m .

Além de ter conhecido pelainternet uma família e conse-guido na casa dela uma hospe-dagem sem custos em Dur-ban, onde o Brasil enfrentaráPortugal, ele também garantiu– de lambuja – um apartamen-to em Johannesburgo, ondetambém não pagará nada.

“Essa era a minha maiorpreocupação para a Copa: ahospedagem. Quando conse-gui esse esquema sem pagarnada, não pensei duas vezes”,disse Edevaldo, que viaja ama-nhã e só volta em 15 de julho,de preferência com o Brasilh exa c a m p e ã o.

Na mala, além da ansieda-de, muitas roupas de frio. Éque a previsão térmica paraos jogos do Brasil é de até ze-ro grau. Fora isso, BernardoMendes garante que nãoconseguiu pensar muito noque o espera em Johannes-burgo. “A ficha ainda nãocaiu. Acho que só vou me darconta de que estou na Copaquando tocar o hino da Fifano primeiro jogo”.

Torcendo na direção certa

Atrações para os capixabas na África do Sul

Amigos se “e s c a l a ra m” na Copa de 2006

nn Ele também vai curtir a Se-leção Brasileira, mas terá umamissão pela frente. Será o moto-rista da turma na África do Sul.A tarefa ficou nas mãos do ad-vogado Hamilton Loureiro, de58 anos. Não parece nada de-mais, mas – acredite! – é sim.

Isso porque, na África do Sul,assim como na Austrália e na In-

glaterra, a direção é “i n g l e sa ”,ou seja, do lado direito do auto-móvel. Se para atravessar a ruajá é difícil, já que sempre olha-mos para o lado errado quandovigiamos o próximo carro, façaideia então para dirigir.

Mas Hamilton tira de letra, jáque teve a oportunidade de guiarem Londres e Sydney, na Austrá-

lia. Assim, aproveita paradar as dicas aos marinhei-ros de primeira viagem nadireção sul-africana.

“É só você prestar atençãodo lado esquerdo e ver a faixa(proteção, meio-fio) da es-querda. Assim fica mais fá-cil”, garante o “p i l o to” Ha -milton Loureiro.

Projeto África

Em 2006,estávamos no boteco eresolvemos que iríamospara a África do Sul.Abrimos conta no bancoe cada um depositavasua parte por mês”LUCAS FIDALGOA DVO G A D O

JOHANNESBURGO

Museu do Apartheid (foto),que reúne várias histórias doperíodo de segregação racial

O bairro do Soweto, queguarda a essência sul-africana

A casa onde Mandela viveupor vários anos

O Montecassino, maiorcomplexo de entretenimento

da África do SulMuseu Maropeng, tombado

pela Unesco e considerado umdos berços da humanidade,onde foram encontrados osmais antigos fósseis humanos

No Lion Park, além de ummini-safari, é possível atétocar em leões e leopardos

CIDADE DO CABO

MA

RC

OS

FER

NA

ND

EZ

nn Imagine a cena. Váriosamigos assistindo a umjogo do Brasil na últimaCopa do Mundo, em2006, na Alemanha.Normal, certo? Mas, derepente, um deles “sol-to u”uma ideia. “Va m o sà próxima Copa doM u n d o? ”. Parece brin-

cadeira, mas foi assim

que uma turma de oito capi-xabas começou a programar aviagem à África do Sul, paraacompanhar o primeiro Mun-dial em solo africano.

A iniciativa seguinte foimais organizada. Daquelemomento em diante elesabriram uma conta no banco.E todos eram “o b r i gad o s ” adepositar uma quantia por

mês, para realizarem o gran-de sonho. A primeira parcela,ainda em 2006, foi de R$ 50, aúltima, um pouco mais salga-da, de R$ 300.

Mas a organização não é100%. Sempre tem um porém.Se a reserva dos hotéis está“ok”, e o carro alugado, idem,eles não têm ingresso. Só quese engana quem pensa que

eles estão desesperados.“Acho que vamos conse-

guir os ingressos lá, na horado jogo. Sempre tem alguémpara vender. O preço podeser um pouco maior em re-lação ao ingresso de quemcomprou antes, mas vai terque ser assim”, brincou Flá-vio Campos, outro integran-te da turma.

Table Moutain, formaçãorochosa que dá vista paratoda a cidade

Cabo da Boa Esperança, noencontro dos oceanosAtlântico com Índico

A cidade é um grande pólode produção de vinho (foto),com belos vales e vinhedos

Mergulho com tubarõesRobben Island, a Ilha de

Mandela, onde oex-presidente sul-africanoficou preso por décadas

DURBANMuseu dos Tubarões (foto)Feiras livresLitoral recortado por belas

p ra i a sUm belo aquário aberto para

v i s i ta ç ã oParaíso dos surfistas, com

grandes ondas o ano todoCultura Zulu, maior tribo

s u l -a f r i ca n a

PORT ELIZABETHO maior bungee jump do

mundo, são 216 metros dealtura na ponte

Garden Route, umabelíssima rodovia que ligaCidade do Cabo a PortEl i za b et h

Belas praias e a costa deJeffreys Bay, onde rola umadas mais tradicionais etapasdo mundial de surfe

Port Elizabeth Oceanarium(foto) é um aquário,especilizado em golfinhos

NELSPRUITKruger Park, um dos melhores e maiores safáris africanos

R U ST E M B U R G OO resort Sun City já teve

como hóspede até mesmoMichael Jackson. Muitoluxuoso, tem muitas opçõesde lazer

O Valley of the Waves (Valedas Ondas) é uma dasgrandes atrações deRustemburgo. Muita beleza eclima aconchegante

EUFORIA. Sedepender doentusiasmo dessegrupo de capixabasque vão à Africa doSul, o hexa está nopa p o

AMISTOSO DA SELEÇÃO