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Volume 17 suplemento Dezembro 1999 ISSN 0102-0536 Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999. ÍNDICE PALESTRAS Divergência genética entre acessos de moranga do banco de germoplasma de hortaliças da Universidade Federal de Viçosa. A.T. do A. Júnior. 3 Intercâmbio de germoplasma de cucurbitaceas. V. Gonzaga; J. N. L. Fonseca; P. G. Bustamante; R.C.V. Tenente. 6 Caracterização morfológica: experiência do BAG de cucurbitáceas da Embrapa Semi-Árido, com acessos de abóbora e moranga. S. R. R. Ramos; M. A. de Queiróz. 9 Avaliação de resistência a Sphaerotheca fuliginea e a Didymella bryoniae em melancia. R. de C. S. Dias; M. A. de Queiroz;M. Menezes; R. M. E. Borges. 13 Avaliação de germoplasma de melancia a viroses no Submédio do vale São Francisco. M. F. Lima; M. A. de Queiróz; R. de C. S. Dias. 20 Caracterização morfológica de acessos de melancia do Banco de Ativo de Germoplasma (BAG) de cucurbitáceas para o Nordeste do Brasil. R. L. Romão; M. A. de Queiróz; P. S. Martins; C. M. T. Cordeiro. 23 Situação atual e prioridades do Banco Ativo de germoplasma (BAG) de cucurbitáceas do Nordeste brasileiro. M. A. de Queiróz; S. R.R. Ramos; M. da C.C.L. Moura; M.S.V. Costa; M.A.S. da Silva. 25 Metodologia de avaliação da resistência de germoplasma de abóboras e morangas a Phytophthora capsici. J. F. Lopes; S. Brune; G. P. Henz 30 Coleção de base: Conservação de germoplasma de cucurbitáceas a longo prazo. M. G. R. Faiad; P. G. Bustamante 32 SOCIEDADE DE OLERICULTURA DO BRASIL Presidente Rumy Goto UNESP-Botucatu Vice-Presidente Nilton Rocha Leal UENF-CCTA 1º Secretário Arlete Marchi T. de Melo IAC 2º Secretário Ingrid B. I. Barros UFRGS-Porto Alegre 1º Tesoureiro Marcelo Pavan UNESP-Botucatu 2º Tesoureiro Osmar Alves Carrijo Embrapa Hortaliças COMISSÃO EDITORIAL DA HORTICULTURA BRASILEIRA Presidente Leonardo de Brito Giordano Embrapa Hortaliças Editor Antônio T. Amaral Jr. UENF-CCTA Editora Arminda Moreira Carvalho Embrapa Cerrado Editor Danilo F. Silva F o INPA Editor José Magno Q. Luz UFU Editor Marcelo Mancuso da Cunha IICA-MI Editora Maria Aparecida N. Sediyame EPAMIG Editora Maria do Carmo Vieira UFMS - CEUD - DCA Editora Mirtes Freitas Lima Embrapa Semi-Árido Editor Renato Fernando Amabile Embrapa Cerrados Editora Sieglinde Brune Embrapa Hortaliças CORRESPONDÊNCIA: Horticultura Brasileira Caixa Postal 190 70.359-970 - Brasília-DF Tel.: (061) 385-9000/9051 Fax: (061) 556-5744 www.hortbras.com.br [email protected]

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Volume 17 suplemento

Dezembro 1999ISSN 0102-0536

Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

ÍNDICE

PALESTRASDivergência genética entre acessos de moranga do banco de germoplasma de hortaliças daUniversidade Federal de Viçosa.A.T. do A. Júnior. 3Intercâmbio de germoplasma de cucurbitaceas.V. Gonzaga; J. N. L. Fonseca; P. G. Bustamante; R.C.V. Tenente. 6Caracterização morfológica: experiência do BAG de cucurbitáceas da EmbrapaSemi-Árido, com acessos de abóbora e moranga.S. R. R. Ramos; M. A. de Queiróz. 9Avaliação de resistência a Sphaerotheca fuliginea e a Didymella bryoniae em melancia.R. de C. S. Dias; M. A. de Queiroz;M. Menezes; R. M. E. Borges. 13Avaliação de germoplasma de melancia a viroses no Submédio do vale São Francisco.M. F. Lima; M. A. de Queiróz; R. de C. S. Dias. 20Caracterização morfológica de acessos de melancia do Banco de Ativo deGermoplasma (BAG) de cucurbitáceas para o Nordeste do Brasil.R. L. Romão; M. A. de Queiróz; P. S. Martins; C. M. T. Cordeiro. 23Situação atual e prioridades do Banco Ativo de germoplasma (BAG) de cucurbitáceasdo Nordeste brasileiro.M. A. de Queiróz; S. R.R. Ramos; M. da C.C.L. Moura; M.S.V. Costa; M.A.S. da Silva. 25Metodologia de avaliação da resistência de germoplasma de abóboras e morangas aPhytophthora capsici.J. F. Lopes; S. Brune; G. P. Henz 30Coleção de base: Conservação de germoplasma de cucurbitáceas a longo prazo.M. G. R. Faiad; P. G. Bustamante 32

SOCIEDADE DEOLERICULTURADO BRASILPresidenteRumy GotoUNESP-BotucatuVice-PresidenteNilton Rocha LealUENF-CCTA1º Secretário

Arlete Marchi T. de MeloI A C

2º SecretárioIngrid B. I. BarrosUFRGS-Porto Alegre

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Journal of the BrazilianSociety of Vegetable Science

Volume 17 supplementDecember 1999

ISSN 0102-0536

Hortic. bras., v. 17, Sup., dez. 1999.

INDEX

LECTUREGenetic divergency among pumpkin germplasm accesses from Universidade Federal de Viçosa.A. T. do A. Júnior. 3Cucurbits germplasm exchange.V. Gonzaga; J. N. L. Fonseca; P. G. Bustamante; R.C.V. Tenente. 6Morfological characterization: an experience from squash and pumpkin germplasm bank atEmbrapa Semi-Árido.S. R. R. Ramos; M. A. de Queiróz. 9Evaluation of watermelon to Sphaerotheca fuliginea and Didymella bryoniae resistance.R. de C. S. Dias; M. A. de Queiroz; M. Menezes; R. M. E. Borges. 13Watermelon germplasm evaluation for viruses at São Francisco valley.M. F. Lima; M. A. de Queiróz; R. de C. S. Dias. 20Watermelon morfological characterization from the cucurbits germplasm bank for thenortheast of Brazil.R. L. Romão; M. A. de Queiróz; P. S. Martins; C. M. T. Cordeiro. 23Currently situation and priorities of germplasm bank of cucurbits in Northeast of Brazil.M. A. de Queiróz; S. R.R. Ramos; M. da C. C. L. Moura; M.S.V. Costa; M. A. S. da Silva. 25Methodology of resistance evaluation to Phytophthora capsici Leonian in pumpkinand squash germplasm.J. F. Lopes; S. Brune; G. P. Henz. 30Cole-collection: long term cucurbits germplasm conservation.M. G. R. Faiad; P. G. Bustamante 32

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3Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

suplemento

AMARAL JÚNIOR, A.T. do. Divergência genética entre acessos de moranga do banco de germoplasma de hortaliças da Universidade Federal de Viçosa.Horticultura Brasileira, Brasília, v. 17, p. 03-06, 1999. Palestra. Suplemento.

Divergência genética entre acessos de moranga do banco degermoplasma de hortaliças da Universidade Federal de Viçosa.Genetic divergency among pumpkin germplasm accesses from Universida-de Federal de Viçosa.Antônio Teixeira do Amaral JúniorUENF – CCTA – LMGV, Av. Alberto Lamego, 2.000 – Horto, 28.015-620 Campos dos Goytacazes - RJ.

Palavras-chave: Cucurbita sp., biometria, genética molecular, análise de agrupamento, variáveis canônicas.

Keywords: Cucurbita sp., biometry, molecular genetics.

COMENTÁRIOSINTRODUTÓRIOS

A presente dissertação tem o propósito principal de descrever, sucinta-

mente, nosso trabalho de avaliação dadiversidade genética entre oito acessosde moranga do Banco de Germoplasmade Hortaliças do Departamento deFitotecnia da Universidade Federal deViçosa, em Viçosa, MG.

Sob a orientação do Prof. Dr. VicenteWagner Dias Casali e do aconselhamentodo Prof. Dr. Cosme Damião Cruz, propu-semos estabelecer uma associação entre aBiometria e a Genética Molecular, paraobter estimativas da divergência genéticaentre acessos de moranga. Com base nes-sa premissa, foram avaliados cinco siste-mas isoenzimáticos de folhas – viaeletroforese em géis de amido de milho –e sete caracteres morfoagronômicos, peloemprego de técnicas estatísticasmultivariadas, como Análise de Agrupa-mento e de Variáveis Canônicas.

À época do estudo, em 1991, pou-cas eram as instituições no País que dis-punham de equipamentos ideais para arevelação de sistemas isoenzimáticos. OLaboratório de Melhoramento de Hor-taliças do Departamento de Fitotecniada Universidade Federal de Viçosa, na-quele momento em fase de expansão,dispunha de alguns equipamentos bási-cos, além de reagentes para a revelaçãode alguns sistemas isoenzimáticos.

Especificamente em relação à diver-gência genética, tema central da pesqui-

sa, é oportuno destacar a grande impor-tância que suas estimativas representampara o Melhoramento de Plantas. Porfornecerem parâmetros para a identifi-cação de progenitores que, quando cru-zados, possibilitarão maior efeitoheterótico na progênie e,consequentemente, maior probabilida-de de obtenção de genótipos superioresem gerações segregantes. Tais estimati-vas são fundamentais para o sucesso nacondução de um programa de melhora-mento envolvendo hibridações.

Atualmente, grande aplicabilidadedos estudos de divergência genética estáno conhecimento do grau de variabili-dade genética das populações, devido àpreocupação que ora ocorre com a ero-são genética, ou seja, com a redução davariabilidade genética das populaçõesvegetais, decorrente da substituição dasantigas variedades por formasgenotípicas uniformes e também pelafalta de consciência do homem que, nogeral, é pouco cuidadoso com a preser-vação da natureza.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕESSOBRE ANÁLISEMULTIVARIADA

O termo Análise Multivariada refe-re-se à análise conjunta de diversas ca-racterísticas simultaneamente. Em ou-tras palavras, a Análise Multivariadaconstitui-se em um conjunto de técni-cas analíticas que permitem o trato das

características em conjunto, possibili-tando integrar as múltiplas informaçõesextraídas das avaliações experimentais.Portanto, pode ser considerada umaANÁLISE UNIFICADORA.

São exemplos de TécnicasMultivariadas: Análises de Agrupamen-tos, uso de Componentes Principais ede Variáveis Canônicas etc. Embora asAnálises de Agrupamento e de Variá-veis Canônicas tenham sido propostasno início dos anos 50, somente a partirdo final da década de 80 é que a utiliza-ção destes procedimentos alcançoumaior intensidade, em decorrência daevolução dos recursos computacionais.

As Análises de Agrupamentos têmpor finalidade reunir as amostras emvários grupos, de tal forma que existahomogeneidade dentro dos grupos eheterogeneidade entre grupos (Cruz &Regazzi, 1994). Dentre os procedimen-tos de Agrupamento, o Método Hierár-quico do “Vizinho Mais Próximo” e oMétodo de Tocher, têm sido bastanteutilizados pela comunidade científica,por serem eficientes na discriminaçãogenotípica.

As Variáveis Canônicas, à exemplodos Componentes Principais, nada maissão do que combinações lineares dasvariáveis originais que têm alto poderde discriminação, cuja grandeaplicabilidade é possibilitar a avaliaçãoda divergência genética por meio de dis-persão gráfica em que se consideram,em geral, dois eixos cartesianos, o que

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torna o procedimento de discriminaçãogenotípica mais facilmente perceptível. AsVariáveis Canônicas diferenciam-se, fun-damentalmente, dos Componentes Prin-cipais, por requererem a condução de ex-perimentos com repetições, o que é im-praticável em avaliações in situ de recur-sos genéticos mantidos em reservas natu-rais (Amaral Júnior & Thiébaut, 1998).

Avaliações em Bancos deGermoplasma: Identificação de Tiposde Variáveis e Forma de Analisá-las

Em avaliações em Bancos deGermoplasma, particularmente no estu-do da diversidade genética e de caracte-rizações, podem ser utilizadas caracte-rísticas expressas por variáveis quanti-tativas, qualitativas ou, mesmo, ordinais.A esse respeito, não é incomum aindefinição quanto ao(s) tipo(s) devariável(is) que se está trabalhando ecomo analisá-la(s), se separadamente ouem conjunto com demais tipos.

Para evitar classificações equivoca-das das categorias de variáveis, é opor-tuno detalhar suas conceituações. Istoposto, as variáveis quantitativas sãoaquelas que medem relações quantitati-vas; por conseguinte, podem sermensuradas, isto é, representadas peloseu valor numérico. Há dois tipos devariáveis quantitativas: contínuas edescontínuas (discretas). As quantitati-vas contínuas são aquelas que assumemquaisquer valores entre certos limites,tais como altura, diâmetro, produtivida-de etc. As discretas, por outro lado, as-sumem apenas valores específicos quenão são observados em uma escala con-tínua por causa da existência dedescontinuidades (lacunas) entre os va-lores. Geralmente expressa por núme-ros inteiros. Exemplo de variável dis-creta é a observação do número de plan-tas mortas por um doença em uma uni-dade experimental. Outro exemplo se-ria a contagem de plântulas emergidasem um ensaio de avaliação do vigor desementes.

As variáveis qualitativas são aque-las que expressam relações mutuamen-te exclusivas, portanto, não-mensuráveis, requerendo, assim, umacodificação. Podem ser binárias oumulticategóricas. As variáveis qualita-tivas binárias são aquelas que exibemapenas dois estados, como a presença

ou ausência de uma dada característica.Como exemplo, tem-se o comportamen-to de padrões genotípicos em análiseseletroforéticas de DNA, que se expres-sam pela presença ou ausência de de-terminada banda no gel, cuja codificaçãopode ser efetuada por meio de 1 (pre-sença) e 0 (ausência). As variáveis qua-litativas são multicategóricas quandoexistem mais de duas característicasmutuamente exclusivas, mas que não seapresentam numa seqüência lógica degraus de atributo, como é o caso do pa-drão de cor. Neste caso, a codificaçãopode ser feita por meio da utilização deuma variável fictícia (“dummyvariable”), pela transformação de cadacategoria em um caráter presença/ausên-cia (Sneath & Sokal, 1973; Steel &Torrie, 1980; Bussab et al., 1990).

Uma variável é denominada ordinalquando pode ser distribuída em determi-nado número de categorias mutuamenteexclusivas, porém, possuindo ordenaçãonatural. Este é o caso de variáveis quepodem ser ordenadas numa seqüêncialógica de magnitudes, como o grau deinstrução de uma população, estádio dedesenvolvimento de uma doença etc. Deacordo com Sneath & Sokal (1973), es-tas variáveis podem ser processadascomo características qualitativas.

Por envolver diversas técnicas ana-líticas, como Métodos de Agrupamen-to, Componentes Principais e VariáveisCanônicas, dentre outras, os Procedi-mentos Multivariados não devem seraplicados indiscriminadamente quandodiversas categorias de variáveis são oobjeto de estudo. Assim, é necessárioconhecer a peculiaridade dos procedi-mentos para a adequada avaliação de umgrupo de variáveis. Neste aspecto,quando existe repetição de dados, in-dependente do tipo de variável, o usodas Variáveis Canônicas permite, comelevada robustez, extrair informaçõessobre a diversidade genética presente.Quando, por outro lado, inexistem re-petições dos dados , os ComponentesPrincipais apresentam-se como a alter-nativa analítica mais conveniente. Éoportuno ressaltar que tanto para Variá-veis Canônicas quanto para Componen-tes Principais, quando diferentes tiposde variáveis estão presentes, cada cate-goria deve ser analisada separadamente

das demais, atentando-se para o fato deque as variáveis qualitativasmulticategóricas podem ser transforma-das simplesmente em variáveis binári-as, embora esta não seja uma condiçãoessencial para a análise (Amaral Júnior& Thiébaut, 1998).

Os Métodos de Aglomeração tam-bém apresentam peculiaridade no tratodos diferentes tipos de variáveis, o queé implementado via medidas de distân-cia genética, as quais apresentamespecificidade para determinada catego-ria de variável, bem como pela formacomo os dados foram obtidos, se comrepetição ou não (Amaral Júnior &Thiébaut, 1998).

DIVERSIDADEMORFOAGRONÔMICA NO

GERMOPLASMA DEMORANGA E SUAS

IMPLICAÇÕES

Na avaliação morfoagronômica dosacessos de moranga, as seguintes carac-terísticas foram utilizadas:

a) número de dias da semeadura àantese da primeira flor feminina: obti-do pela data de abertura da primeira florfeminina;

b) comprimento da rama principalaté a primeira flor feminina: expressoem centímetros, obtido a partir da pri-meira folha definitiva até a posição daprimeira flor feminina, no dia da antese;

c) comprimento da rama principalno dia da antese da primeira flor femi-nina: expresso em centímetros, obtido apartir da primeira folha definitiva, até oápice da rama principal;

d) número de nós da rama princi-pal até a primeira flor feminina: obtidopela contagem do número de nós darama principal, a partir da primeira fo-lha definitiva, até a posição da primeiraflor feminina, no dia da antese;

e) número de nós da rama princi-pal no dia da antese da primeira flor fe-minina: obtido pela contagem do núme-ro de nós da rama principal, a partir daprimeira folha definitiva, até o ápice darama principal;

f) comprimento médio dointernódio da rama principal até a pri-meira flor feminina: expresso em centí-

A.T. Amaral Júnior.

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5Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

metros, obtido pela razão entre as ca-racterísticas de ordem b e d;

g) comprimento médio dointernódio da rama principal no dia daantese da primeira flor feminina: expres-so em centímetros, obtido pela razãoentre as características expressas nosítens c e e.

As populações avaliadas, num totalde oito acessos, são descritas a seguir(Quadro 1), com as seguintescodificações e origens.

Em decorrência da Análise de Agru-pamento pelo Método de Tocher, foramformados quatros grupos, em que o gru-po I incluiu os acessos BGH 1.908, BGH5.618 e BGH 5.642; o grupo II, os aces-sos BGH 5.628 e 6.158; o grupo III, osacessos BGH 4.520 e BGH 5.615, en-quanto o grupo IV conteve apenas oacesso BGH 5.458. Resultados concor-dantes foram obtidos pelo Método Hie-rárquico do “Vizinho Mais Próximo”,em que foram formados os mesmos gru-pos e, em cada grupo, os mesmos aces-sos (Amaral Júnior et al., 1996).

Por estes resultados, percebe-se quenão houve associação entre a diversida-de de origem geográfica e a divergên-cia genética, haja vista que os acessosBGH 1.908 e BGH 5.618, provenientesde localidades diferentes (Quadro 1)estiveram presentes num mesmo grupo,ao passo que os acessos BGH 5.618 eBGH 5.628, originários do Ceará, per-tenceram a grupos diferentes.

Em decorrência, algumas indaga-ções foram enunciadas, como por exem-plo: Será que o ambiente pouco influen-ciou o componente genético dos aces-sos durante o processo evolutivo? Seráque a variabilidade detectada estariamais associada ao estádio dedomesticação das plantas? Será que hou-ve uma conservação da expressão deconteúdo gênico fixado, em decorrên-cia da manipulação pelo homem? To-davia, quaisquer respostas a estesquestionamentos seriam evasivas, dadaa falta de comprovações científicas pal-páveis. Neste aspecto, de forma sensa-ta, pôde-se simplesmente concluir quea avaliação dos acessos em um só am-biente limitou a possibilidade deinferências mais precisas sobre a expres-são do potencial genético dos acessos.Por conseguinte, sugeriu-se a inclusão

de novos ambientes em outros estudos,utilizando-se também um número maiorde características, principalmente, asrelacionadas à produção.

Quanto ao estudo das VariáveisCanônicas, as característicasmorfoagronômicas que menoscontribuíram para a divergência genéti-ca, entre os acessos, foram, hierarqui-camente: comprimento médio dointernódio da rama principal no dia daantese da primeira flor feminina, núme-ro de nós da rama principal até a pri-meira flor feminina, e número de diasda semeadura à antese da primeira florfeminina (Amaral Júnior et al., 1996).

A EXPERIÊNCIA COM OESTUDO DA VARIABILIDADE

ISOENZIMÁTICA NOGERMOPLASMA DE

MORANGA E RESULTADOSALCANÇADOS

Os sistemas isoenzimáticos avalia-dos, foram: esterase, fosfatase ácida,glutamato oxaloacetato transaminase,malato desidrogenase e peroxidase.

Invariavelmente ao que ocorre comdiversos trabalhos laboratoriais e espe-cificamente no presente caso, foram-nosimprescindíveis pelo menos três atribu-tos para que a pesquisa pudesse ter sidodesenvolvida da melhor forma possível:paciência, persistência e versatilidade.Os dois primeiros foram indispensáveisa quem se encorajou a obter uma dese-jável revelação de isoenzimas em géisde amido de milho nacional (maisena),enquanto os protocolos para revelaçõesisoenzimáticas em Cucurbita propu-nham o uso de géis de poliacrilamidaou de amido hidrolisado, muito embora

a proposta de utilização de amido demilho (maisena), preconizada em 1976por Carvalho et al., tivesse alcançadosucesso na separação de hemoglobinas.

Quanto ao terceiro atributo, versati-lidade, este é necessário em diversosmomentos a variadas pesquisas, comono presente trabalho em que o refrige-rador apropriado para a realização dascorridas eletroforéticas danificou-se.Como havia certa premência em efeti-var a pesquisa, um balcão frigorífico foiadaptado para este fim, com alteraçãodo seu sistema relé e acoplamento deum ventilador em seu interior, de talforma que a temperatura interna osci-lou entre 2 e 3oC, permitindo, então, acontinuidade do trabalho.

Além disso, diversas modificaçõesnos protocolos de coloração foramimplementadas, para a melhor resolu-ção das bandas isoenzimáticas, confor-me relatado em “Ajuste de metodologiada eletroforese de proteínas para a ob-tenção de fenótipos isoenzimáticos demoranga (Cucurbita maximaDuchesne)”, publicado na RevistaBragantia, em 1994, mais especifica-mente no volume 53, número 1.

De forma geral, os ajustes no tempode cozimento e de preparo dos géis deamido de milho permitiram boa elasti-cidade, transparência e translucidez dosgéis, com propriedades físicas propíciasàs corridas eletroforéticas.

Dentre os sistemas isoenzimáticosavaliados, apenas a peroxidase apresen-tou polimorfismo inter eintrapopulacional. Porém, a variabilida-de isoenzimática presente nos acessosnão correspondeu à discriminada pormeio das característicasmorfoagronômicas utilizadas, o que

ProcedênciasBGH 1.908 Aimorés - MG.BGH 4.520 Embrapa - Brasília - DF.BGH 5.458 ESALQ - Piraciaba - SP.BGH 5.615 Embrapa - Brasília - DF.BGH 5.618 Ceará - CE.BGH 5.628 Ceará - CE.BGH 5.642 Embrapa - Brasília - DF.BGH 6.158 EPAGRI - SC.

QUADRO 1. Acessos de moranga com as respectivas codificações e procedências.

Divergência genética entre acessos de moranga do banco de germoplasma de hortaliças da Universidade Federal de Viçosa.

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6 Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

pode ser atribuído ao fato dasisoenzimas não serem eficientes parauma completa “cobertura” do genoma.

Atualmente, com o advento demarcadores moleculares ao nível doDNA (RAPD, AFLP, SCARs etc), osquais são mais potentes na discrimina-ção genotípica, novos estudos devem serimplementados, utilizando classes demarcadores que permitam uma fidedig-na descrição dos genomas avaliados e,por conseguinte, da diversidade genéti-ca presente.

LITERATURA CITADA

AMARAL JÚNIOR, A.T.; CASALI, V.W.D.;MORAES, C.F.; SEDIYAMA, M.A.N. Ajus-te de metodologia da eletroforese de proteínaspara obtenção de fenótipos isoenzimáticos demoranga (Cucurbita maxima Duchesne).Bragantia , Campinas, v. 53, n. 1, p. 19-24,1994.

AMARAL JÚNIOR, A.T.; CASALI, V.W.D.;CRUZ, C.D.; FINGER, F.L. Utilização de va-riáveis canônicas e de análise de agrupamen-tos na avaliação da divergência genética entreacessos de moranga (Cucurbita maximaDuchesne). Horticultura Brasileira, Brasília,v. 14, n. 2, p. 182-184, 1996.

AMARAL JÚNIOR, A.T.; THIÉBAUT, J.T.L.Análise multivariada na avaliação da diversi-dade em recursos genéticos vegetais. Camposdos Goytacazes: UENF/FENORTE, 1998. 53p. (no prelo)

BUSSAB, W.O.; MIAZAKI, E.S.; ANDRADE,D.F. Introdução à análise de agrupamento. SãoPaulo: Associação Brasileira de Estatística(ABE), 1990. 105 p.

CARVALHO, R.E.S.; BYRNE, M.C.G.; AZEVE-DO, E.S. Melhoria na separação eletroforéticadas hemoglobinas humanas com utilização deamido brasileiro comercial em mistura com oamido da Sigma, EUA. Ciência e Cultura, v.28, p. 271-272, 1976. (Suplemento).

CRUZ, C.D.; REGAZZI, A.J. Modelos biométricosaplicados ao melhoramento genético. Viçosa,MG: Editora UFV, 1994. 394 p.

SNEATH, P.H.A.; SOKAL, R.R. Numericaltaxonomy: the principles and practice ofnumerical classification. San Francisco: W. H.Freeman, 1973. 573 p.

STEEL, R.G.D.; TORRIE, J.H. Principles andprocedures of statistics: a biometrical approach.New York: McGraw-Hill, 1980. 634 p.

GONZAGA, V.; FONSECA, J.N.L.; BUSTAMANTE, P.G.; TENENTE, R.C.V. Intercâmbio de germoplasma de cucurbitáceas. Horticultura Brasileira ,Brasília, v. 17, p. 06-09, 1999. Palestra. Suplemento.

Intercâmbio de germoplasma de cucurbitaceas.Cucurbits germplasm exchange.Vilmar Gonzaga; José Nelson L. Fonseca; Patricia G. Bustamante; Renata C.V. TenenteEmbrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, SAIN Parque Rural W5/Norte, C. Postal 02372, 70.849-970 Brasília – DF. e.mail:[email protected]

Palavras chaves: Cucurbitaceae, germoplasma, intercâmbio, quarentena, legislação.

Keywords: Cucurbitaceae, germplasm, exchange, quarantine, acts.

A família Cucurbitaceae é conheci-da pela versatilidade e valor ali-

mentício dos frutos de algumas espéci-es dos gêneros Cucurbita (abóboras,abobrinhas e morangas), Cucumis (pe-pinos, melões, e maxixe), Sechium(chuchu), Citrulus (melancia),Lageraria (abobrinha dágua oumarimba), Luffa (bucha) e Mormodica(Melão de São Caetano).

Assim como a maior parte dos pro-dutos que fazem parte da alimentaçãodos brasileiros, as cucurbitáceas não sãooriginárias do Brasil. A abobrinha(Cucurbita pepo) tem sua origem nonorte do México e na região oeste dosEUA; a abóbora (Cucurbita moschata)que é a espécie mais importante naAmérica Tropical, pela área em que seexpandiu e pela variabilidade, tem comocentro de diversidade a América Cen-tral e o México. A moranga (Cucurbitamaxima) é de origem Sul-Americana,

onde foi cultivada na época Pré Colom-biana. Trata-se de uma das mais antigasespécies cultivadas.

O melão (Cucumis melo) é de ori-gem africana e o pepino (Cucumissativus) tem como origem mais prová-vel a Índia. A origem da melancia(Citrulus lanatus) é africana, emboraseja encontrada na Índia grande varia-bilidade da espécie. O chuchu(Langenaria siceraria) tem sua origemprovável na América Central e México.

As cucurbitáceas, como outras espé-cies que não são originárias do Brasil,têm se beneficiado da introdução degermoplasma de diversos países, o quepermitiu ao país obter variedades maisadaptadas às nossas condiçõesedafoclimáticas, mais produtivas e maisresistentes às pragas. Entretanto, a in-trodução de germoplasma deve estarbaseada numa regulamentaçãofitossanitária segura e eficaz, pois o

movimento desordenado degermoplasma vegetal, inevitavelmente,envolve riscos de introdução de pragasem novas áreas. Importações inadverti-das de material vegetal têm causado sé-rios prejuízos à agricultura brasileira. Osexemplos mais conhecidos são: o can-cro-cítrico, causado pela bactériaXanthomonas campestris pv. citri(Hasse) Dye, quando foram gastos aci-ma de 5 milhões de dólares para suaerradicação, entretanto, ela continua pre-sente em São Paulo e em outras partesdo país; o vírus da tristeza do Citrus, quena época da sua introdução dizimou par-te dos nossos pomares; a ferrugem docafeeiro, causada pelo fungo Hemileiavastatrix Berk & Br., introduzida noBrasil em 1970, que pode causar perdasem torno de 30% na produção quandonão controlado, o que equivale a apro-ximadamente 500 milhões de dólares(Mônaco, 1978).

A.T. Amaral Júnior.

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7Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

O bicudo do algodoeiro,Anthonomus grandis Boh., detectadopela primeira vez nas proximidades deCampinas, SP, em fevereiro de 1983,instalou-se definitivamente no mesmoano na região Nordeste devido ao trans-porte de caroço de algodão infestadocom o inseto proveniente de São Paulo,(Burke, 1986; De Grande, 1991), ocasio-nando perdas irreparáveis na produçãode algodão, principalmente em relaçãoao algodoeiro arbóreo.

Recentemente, foram detectadosdois novos patógenos da cultura de soja,o nematóide do cisto, Heteroderaglycines I chinohe em 1992 (Mendes &Dickson, 1993) e o fungo Diaporthephaseolorum (Cke. & Ell) Sace. f. sp.meridionalis agente do cancro da haste,em 1988, que tornaram-se uma ameaçaa essa cultura, com níveis de perdas deaté 100% (Yorinori, 1990).

O Ministério da Agricultura e doAbastecimento (MA), signatário da“Convenção Internacional de Proteçãode Vegetais”, é o órgão fiscalizador daintrodução de vegetais junto às alfân-degas de portos, aeroportos e correios.Cada estado possui um representanteoficial do MA nas “Delegacias Federaisde Agricultura” – DFA, juntamente como Ministério da Fazenda (Alfândegas daReceita Federal), que fiscalizam os ve-getais importados, tanto para pesquisacomo para o comércio, nos principaispostos de ingresso do país.

Através do Decreto no 24.114 de 12de abril de 1934 e Portarias complemen-tares, entre elas a de no 224 de 03 demaio de 1977, o Ministério da Agricul-tura e do Abastecimento – MAcredencia a Empresa Brasileira de Pes-quisa Agropecuária (Embrapa), atravésdo Centro Nacional de Pesquisa de Re-cursos Genéticos e Biotecnologia, a exe-cutar o intercâmbio e a quarentena degermoplasma vegetal destinado à pes-quisa. As “Normas para Importação deMaterial Destinado à Pesquisa Científi-ca” estão detalhadamente descritas naInstrução Normativa No 1, de 15 de de-zembro de 1998 do Diário Oficial.

A Embrapa coordena o Sistema Na-cional de Pesquisa Agropecuária(SNPA), que inclui as Universidades eos órgãos oficiais de pesquisa. Os pedi-dos de importação de germoplasma das

unidades da Embrapa devem ser enca-minhados diretamente à Embrapa Recur-sos Genéticos e Biotecnologia/Laborató-rio de Quarentena Vegetal (LQV), queelaborará um processo para obtenção da“Permissão de Importação” junto ao De-partamento de Defesa e Inspeção Vege-tal (DDIV/MA). Neste processo deveconstar a solicitação da Embrapa Recur-sos Genéticos e Biotecnologia ao DDIVpara importação do material; o formulá-rio de requerimento, com os dados dosolicitante e do produto; e o parecer téc-nico, que é providenciado pela Gerênciade Curadoria da Embrapa Recursos Ge-néticos e Biotecnologia. De posse daPermissão de Importação o LQV envia-rá a mesma ao fornecedor dogermoplasma, juntamente com a etique-ta de importação, o que possibilitará aentrada do material no Brasil. Os reque-rimentos de importação de germoplasmasolicitados pelos demais órgãos oficiaisde pesquisa deverão ser enviados a De-legacia Federal de Agricultura (DFA) doEstado correspondente, que o encami-nhará ao DDIV e este solicitará um pa-recer técnico da Embrapa Recursos Ge-néticos e Biotecnologia, antes de emitira “Permissão de Importação”. Os proce-dimentos posteriores à chegada dogermoplasma ao País, cabem à DFA, sen-do a quarentena realizada pela EmbrapaRecursos Genéticos e Biotecnologia.

Nos últimos 10 anos foramintercambiados 1114 acessos degermoplasma de cucurbitáceas (Tabela1), entre materiais importados, expor-tados e de trânsito interno no País.

Toda importação de material vege-tal deve estar munida da documentaçãoprópria, como estabelece a legislaçãofitossanitária vigente, a ser provi-denciada única e exclusivamente pelaEmbrapa Recursos Genéticos eBiotecnologia junto ao MA.

Para a importação de produtos ve-getais a única exigência requerida é oCertificado Fitossanitário expedido pelopaís exportador, desde que concedida aPermissão de Importação pelo DDIV. AEmbrapa Recursos Genéticos eBiotecnologia envia à entidade doado-ra o pedido de solicitação do materialjuntamente com a etiqueta de importa-ção.

A Portaria n.º 437 de 25 de novem-

bro de 1985, regulariza as importaçõesde sementes e/ou mudas para o comér-cio. Neste caso o pedido é formulado àDFA do Estado correspondente que sefor necessário solicita parecer técnico aalguma instituição para assegurar a im-portação. Os demais procedimentos sãoestabelecidos pelo DDIV que prescre-ve as medidas de quarentena, ficandoestas acompanhadas e fiscalizadas pelaDFA do Estado até a liberação (Batistaet al., 1998).

No que se refere à exportação de ve-getais para o comércio, as normas estãoestabelecidas na Portaria n.º 93 de 14 deabril de 1982, Diário Oficial (Brasil,1982).

O intercâmbio com os países doCone Sul segue as normas específicasaprovadas pelo COSAVE. Ascurcubitáceas devem vir acompanhadasde Certificado Fitossanitário específicodo COSAVE.

Procedimentos adotados para im-portação de germoplasma:

O material ao chegar ao aeroporto,porto ou correio, é inspecionado peloinspetor da Delegacia Federal de Agri-cultura (DFA), que examina as suas con-dições sanitárias e a documentação.Caso seja constatada a presença de pra-gas quarentenárias, a DFA procede a suadestruição ou prescreve a quarentenapós-entrada.

O material ao ser liberado pela DFAé levado à Embrapa Recursos Genéticose Biotecnologia, onde é registrado e emseguida é rigorosamente examinado emsala à prova de insetos para inspeção equalquer inseto ou ácaro presente é cap-turado e identificado. Posteriormente, ogermoplasma, em sua embalagem origi-nal, é fumigado com fosfeto de alumínio(fosfina) transferindo-se cada acesso paranova embalagem. Amostras de cada aces-so do germoplasma são providenciadase examinadas nos respectivos laborató-rios para detecção de fungos, vírus,viróides, bactérias e nematóides. O nú-mero de sementes que compõe a amos-tra para as análises depende da disponi-bilidade de material, entretanto, em ge-ral varia de 2 a 10% do mesmo.

Todo material vegetal importado é sub-metido à quarentena de pós-entrada, queconsiste em estabelecer as plantas em casade vegetação apropriada (quarentenário)

Intercâmbio de germoplasma de cucurbitáceas.

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8 Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

Gênero Procedência Destino Número de AcessosCucumis Embrapa Hortaliças El Salvador 1Cucumis Embrapa Hortaliças França 2Cucumis Embrapa Hortaliças Peru 1Cucumis Embrapa Hortaliças Paquistão 3Cucumis Embrapa Hortaliças El Salvador 1Cucumis Embrapa Hortaliças Bolívia 2Cucumis Embrapa Hortaliças China 1Cucumis USA Embrapa Hortaliças 9Cucumis USA Embrapa Agroind. Tropical 18Cucumis Japão Embrapa Hortaliças 4Cucumis EPAGRI Embrapa Recur. Gen. Biotec. 1Cucumis EMPASC Embrapa Recur. Gen. Biotec. 2Cucumis Embrapa Recur. Gen. Biotec. UNESP/Jaboticabal 2Cucurbita Embrapa Hortaliças Paquistão 1Cucurbita Embrapa Hortaliças Nari - Guyana 1Cucurbita Chile Embrapa Hortaliças 13Cucurbita Rússia Universidade F. Viçosa 7Cucurbita Embrapa Hortaliças Embrapa Recur. Gen. Biotec. 497Cucurbita Brasília (coleta) Embrapa Recur. Gen. Biotec. 1Cucurbita Paraná (coleta) Embrapa Recur. Gen. Biotec. 1Cucurbita EPAGRI Embrapa Recur. Gen. Biotec. 8Cucurbita Universidade F. Viçosa Embrapa Recur. Gen. Biotec. 370Cucurbita Embrapa Recur. Gen. Biotec. UNESP/Jaboticabal 37Cucurbita Embrapa Recur. Gen. Biotec. Indios Kraho-Tocantins 72Citrullus USA Embrapa Semi Árido 12Citrullus Embrapa Semi Árido UNESP/Jaboticabal 1Citrullus Brasília (coleta) Embrapa Recur. Gen. Biotec. 1Citrullus Universidade F. Viçosa Embrapa Recur. Gen. Biotec. 38Citrullus Embrapa Semi Árido EMGOPA 4Mormodica Embrapa Recur. Gen. Biotec. Universidade F. Uberlândia 1Mormodica Embrapa Hortaliças Embrapa Recur. Gen. Biotec. 1Sechium Itália Embrapa Recur. Gen. Biotec. 1

TOTAL: 1114

Tabela 1. Número de acessos de germoplasma de cucurbitáceas intercambiados pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia no período de 1989 a 1998.

Praga Erva DaninhaChromatomyia horticola Cirsium arvenseDacus spp. Striga spp.Agrotis segetum Taenatherum caput-medusae

Tabela 2. Pragas e ervas daninhas quarentenárias de cucurbitáceas para o Brasil.onde ficam em observação por um perío-do de pelo menos uma estação de cresci-mento (mínimo de 6 semanas após a che-gada do material na Embrapa RecursosGenéticos e Biotecnologia). Durante esteperíodo são realizados os testes paradetecção de fungos, nematóides, bactérias,vírus e viróides.

As informações sobre o germoplasmasão conferidas pelo curador de hortali-ças, no caso, e registradas no SistemaBrasileiro de Informação de Recursos

Genéticos (SIBRARGEN).Procedimentos adotados para ex-

portação de vegetais:Ressalvadas as exigências ou requi-

sitos do país importador, poderão os pró-prios técnicos dos serviços de DefesaSanitária Vegetal, nos Estados, emitir oCertificado Fitossanitário, afixar as eti-

V. Gonzaga, et al.

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9Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

quetas de identificação, e adotar os de-mais procedimentos normativos para re-messa, ao exterior, de vegetais, atenden-do inclusive aos pré-requisitos da Leino 5.197, de 03.01.67, de proteção àfauna. Todo interessado, representanteou responsável pela expedição, emba-lagem, identificação e demais requisi-tos normativos, deverá anexar, devida-mente instruídos, os originais de Permis-são ou Autorização de Importação, doServiço de Proteção Vegetal, do país im-portador.

LITERATURA CITADA

BATISTA, M.F.; FONSECA, J.N.L.; TENENTE ,R.C.V.; MENDES, M.A.S.; URBEN, A.F.;OLIVEIRA M.R.V.; FERREIRA D.N. Inter-câmbio e quarentena de germoplasma vege-tal. Biotecnologia, Piracicaba, v. 6, 1998.

BURKE, H.R.; Situação taxonômica do bicudodo algodoeiro no Brasil e em outras áreas daAmérica do Norte e do Sul. In: BARBOSA,S.: LUKEFAHR, M.J.; BRAGA SOBRINHO,R., ed. O bicudo do algodoeiro. Brasília,EMBRAPA-DDT, 1986. p. 89-134.(EMBRAPA-DDT. Documentos, 4).

DEGRANDE, P.E. Aspectos biológicos do bicudo.In: DEGRANDE, P.E., ed. Bicudo do Algodo-eiro: manejo integrado. Dourados, UFMS/

EMBRAPA-UEPAE Dourados, p. 11-27, 1991.BRASIL. Ministério da Agricultura, do Abaste-

cimento e da Reforma Agrária Diário Oficial,n. 71. 1982.

BRASIL. Ministério da Agricultura, do Abaste-cimento e da Reforma Agrária Diário Oficial,n. 241, dez. 1998.

MENDES, M.L.; DICKSON, D.W. Detection ofHeterodera glycines on soybean in Brazil.Plant Disease, v. 77 n. 5, p. 499-500, 1993.

MONACO, L.C. Consequences of theintroduction of coffee leaf rust into Brazil. Ann.New York. Ac. Soc. v. 287, p. 57-71, 1978.

YORINORI, J.T. Cancro da haste (Diaporthephaseolorum f. sp. Meridionalis): uma sériaameaça a cultura da soja no Brasil.Fitopatologia Brasileira, Brasília, v. 15, p. 124.1990. (Resumo).

RAMOS, S.R.R.; QUEIRÓZ, M.A. de Caracterização morfológica: experiência do BAG de cucurbitáceas da Embrapa Semi-Árido, com acessos de abóborae moranga. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 17, p. 09-12, 1999. Palestra. Suplemento.

Caracterização morfológica: experiência do BAG de cucurbitáceas daEmbrapa Semi-Árido, com acessos de abóbora e moranga.Morfological characterization: an experience from squash and pumpkingermplasm bank at Embrapa Semi-Árido.Semíramis R. R. Ramos; Manoel Abílio de QueirózEmbrapa Semi-Árido, C. Postal 23, 56.300.000 Petrolina – PE. E.mail: [email protected]

Palavras-chave: Cucurbita moschata, Cucurbita maxima, descritores, germoplasma, recursos genéticos.

Keywords: Cucurbita moschata, Cucurbita maxima, germplasm, genetic resources.

O Banco Ativo de Germoplasma(BAG) da Embrapa Semi - Árido

conta atualmente com 1.527 acessos deCucurbita moschata, Cucurbitamaxima, Citrullus lanatus, Cucumismelo, Cucumis anguria e Lagenariasiceraria. Deste total, 735 acessos sãode Cucurbita sp. Visando valorizar emaximizar a utilização dos acessos deabóbora e moranga preservados no ban-co, desde 1991, foram desenvolvidasatividades de caracterizaçãomorfológica. Para tanto, foramimplementados estudos nos campos ex-perimentais da Embrapa Semi-Árido,objetivando diferenciar os acessos, se-lecionar variáveis mais importantes nadescrição da variabilidade presente nobanco, obter estimativa da divergênciagenética entre as entradas, promovendoo seu agrupamento. Neste informe apre-sentam-se algumas indicações e resul-

tados obtidos pela Embrapa Semi-Ári-do, com a caracterização morfológica deabóbora e moranga.

CARACTERIZAÇÃOMORFOLÓGICA: PONTOS

PRELIMINARES ACONSIDERAR

O Banco Ativo de Germoplasma deCucurbitáceas (BAG) da EmbrapaSemi-Árido teve inicio em 1985 comuma pequena coleta de acessos deCitrullus lanatus em seis municípios dosemi-árido brasileiro (Queiróz, 1993).Posteriormente, as coletas ampliaram-se para outras espécies da família dascucurbitáceas e para diversas áreas dosestados da Bahia, Pernambuco,Maranhão, Ceará, Paraíba, Piauí, RioGrande do Norte e Sergipe (Queiróz,1992; Ramos & Queiróz, 1992b;

Queiróz et al., 1993; Queiróz, 1994;Queiróz et al, 1994; Moura & Queiróz,1997; Ramos et al., 1997). Atualmente,o banco conta com 1.527 acessos deCucurbita moschata, Cucurbitamaxima, Citrullus lanatus, Cucumismelo, Cucumis anguria e Lagenariasiceraria. Deste total, 735 acessos sãode Cucurbita sp.(Queiróz, 1998).

A utilidade dessa coleção está basi-camente em função da informação quea mesma possa dispor, para os progra-mas de melhoramento, principalmenteno que se refere ao fornecimento de in-formações sobre a variabilidade intra einterpopulacional, estrutura genética dapopulação, duplicações e estabeleci-mento das coleções nucleares.

Na medida em que os acessos esta-vam sendo resgatados, uma série de ano-tações sobre a amostra e sobre o ambien-te geográfico estavam sendo feitas em

Intercâmbio de germoplasma de cucurbitáceas.

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1 0 Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

caderneta de coleta, constituindo os cha-mados dados de passaporte. No entan-to, para melhor conhecimento dos da-dos relativos a cada um dos acessos con-servados, além dos dados de passapor-te, é necessário que se obtenham infor-mações que possam facilitar o maisamplo conhecimento dos acessos. Paratanto, é necessário que os acessos se-jam submetidos às etapas de caracteri-zação e, posteriormente, avaliação pre-liminar e avaliação aprofundada.

A caracterização consiste em esta-belecer uma identidade para cada en-trada, tratando-se de conhecer uma sé-rie de dados que permitam estudar a va-riabilidade genética da amostra, queseja de interesse para o usuário da co-leção. Os caracteres estudados na ca-racterização, podem ser morfológicos,fisiológicos, citológicos, bioquímicosou moleculares. A maioria desses da-dos podem ser obtidos através dedescritores, os quais constituem umatributo ou caráter observado nos aces-sos de um banco de germoplasma e quepode ser identificável e mensurável(Howes, 1981). Estes descritores po-dem ter alguns estados, os quais se re-ferem aos valores que um descritorpode ter especificamente (Querol,1993). Um bom descritor deverá per-mitir a distinção entre os acessos dife-rentes de uma mesma cultura, deve serpraticável, útil e deve evitar redundân-cia, ser ambientalmente estável, monoou oligogênico e de fácil manipulaçãopelo melhorista (Howes, 1981; Esqui-nas-Alcazar & Gullick, 1983;Chapman, 1989).

Normalmente, os descritores estãodistribuídos em listas, as quais, a prin-cípio, deveriam reunir, de uma formaordenada e detalhada, todos osdescritores individuais utilizados parauma espécie ou grupo de espéciescorrelacionadas. No entanto, o que seconstata normalmente, é que grandeparte das listas descritivas convencio-nais geram alguns obstáculos como apresença mesclada de descritores decaracterização morfológica e de avalia-ção; não enquadramento dos acessos nosestados previstos para algunsdescritores; podendo ainda alguns esta-dos dos descritores listados variarementre acessos além do previsto nas lis-

tas, como também a constatação da exis-tência de descritores que não são úteispara a quantificação da divergênciagenética entre os acessos, sendo tambémde difícil obtenção (Valls, 1995). Taisdificuldades são também sentidas quan-do da aplicação prática da lista descriti-va para Cucurbita sp., publicadas peloInternational Plant Genetic ResourcesNewsletter Institute (IPGRI), de autoriade Esquinas-Alcazar & Gullick (1983).

Considerando a necessidade de conhe-cer, valorizar e utilizar os acessos da cole-ção de Cucurbita sp. conservados no ban-co de germoplasma da Embrapa Semi-Árido, a equipe da área de recursos gené-ticos tem por objetivo informar sobre oprocesso de caracterização morfológicadesenvolvido nesta Instituição.

TRABALHOSDESENVOLVIDOS NA

EMBRAPA SEMI-ÁRIDO

Primeiro experimento:especificações e resultados

Os trabalhos desenvolvidos com ca-racterização morfológica de Cucurbitasp. na Embrapa Semi-Árido, tiveraminicio em 1991, com um experimentode campo de moranga. Foram planta-dos 16 acessos, provenientes de coletasrealizadas nos estados da Bahia eMaranhão.

Os acessos foram plantados em linhascontínuas, num espaçamento de 4m x 3m,com doze plantas por fileira, sem repeti-ção. Para descrever os acessos, foi utili-zada a lista descritiva de Esquinas-Alcazar & Gullick (1983), sendo avalia-dos os dados vegetativos e deinflorescência, a saber: altura de plântula;cor e pilosidade do cotilédone; dia daantese da primeira flor masculina e fe-minina e localização do respectivo nó;tipo de sexo; tamanho e pilosidade dafolha; margem e faceamento foliar; cor eformato da folha; comprimento dointernó; formato do caule; hábito de cres-cimento e vigor da planta.

Após a tomada e comparação dosdados obtidos, constatou-se diferençaentre os acessos analisados (Ramos &Queiróz, 1992a).

Entretanto, nessa primeira etapa,questionou-se sobre a aplicação prática

de alguns descritores (como, por exem-plo, “tamanho e coloração decotilédone”) e sentiu-se dificuldadescom relação à obtenção de alguns da-dos. De forma geral, essa dificuldade foirelacionada à subjetividade de algunsdescritores (entre outros, pode-seexemplificar o descritor “separação dopedúnculo”, “separação da semente daplacenta”, os quais deveriam ser classi-ficados subjetivamente nas escalas defácil, intermediário e difícil); descritorescom número limitado de estados (for-mato de fruto, por exemplo); não defi-nição precisa sobre a metodologia paraobtenção de alguns dados (pilosidade defolha, matéria seca, sólidos solúveis,textura, entre outros).

Devido aos pontos acima citados, otrabalho de caracterização teve poucosfins práticos. No entanto, com base nasdificuldades identificadas, elaborou-seum novo trabalho que teve por princi-pais objetivos a avaliação da praticidadee aplicabilidade dos descritores propos-tos por Esquinas-Alcazar & Gullick(1983), na diferenciação de acessos, se-lecionando variáveis mais importantesna descrição da variabilidade presenteno banco de germoplasma e, ao mesmotempo, obtendo uma estimativa da di-vergência genética entre os acessos, pro-movendo o seu agrupamento.

Segundo experimento:especificações e resultados

Foram utilizados 40 acessos de C.moschata provenientes de coletas reali-zadas nos estados da Bahia, Maranhãoe Piauí. Utilizou-se o delineamento deblocos ao acaso com três repetições.Para fins de análise estatística, utilizou-se, inicialmente, somente os descritoresquantitativos referentes a dadosvegetativos e de inflorescência (compri-mento médio do internódio; diâmetromédio do caule; comprimento médio dopecíolo; comprimento médio do limbo;largura média do limbo; número médiode dias para florescimento da primeiraflor masculina; nó da primeira flor mas-culina; número médio de dias paraflorescimento da primeira flor femini-na e nó da primeira flor feminina); defruto (peso médio; comprimento médio;diâmetro maior e menor do fruto; espes-sura do epicarpo; espessura da polpa;diâmetro da cavidade interna; sólidos

S.R.R. Ramos & M.A. de Queiroz

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1 1Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

solúveis e matéria seca) e de semente(número médio de sementes por fruto;comprimento médio de semente; pesomédio de cem sementes e número mé-dio de sementes/grama), totalizando 22descritores.

Foi realizada análise de variânciapara cada caráter pesquisado. A diver-gência genética entre os acessos foi ava-liada com base na análise multivariada,utilizando a Distância Generalizada deMahalanobis (D2) (Rao, 1952) comomedida de dissimilaridade para determi-nar o grau de divergência entre os paresde acessos. Os grupos foram formadosde acordo com o método de Tocher, oqual utiliza o critério de que a distânciamédia intragrupo é inferior às distânci-as intergrupo (Cruz & Regazzi, 1994).A dispersão relativa dos acesos foi de-terminada utilizando-se a técnica da dis-persão de escores em gráficosbidimensionais, tendo como eixos asprimeiras variáveis canônicas. A esco-lha da metodologia de variáveiscanônicas deveu-se, basicamente, à ne-cessidade de selecionar os descritoresmais importantes, na quantificação davariabilidade presente no banco, bemcomo avaliar o grau de similaridade ge-nética entre os acessos, para fins de iden-tificação de grupos similares em gráfi-cos de dispersão. A seleção dosdescritores foi realizada de acordo como critério proposto por Singh (1981), noqual os mesmos foram identificadoscom base na contribuição relativa paraa divergência, cujo valor foi obtido pe-los componentes de D2 , identificando-se os descritores correspondentes aosmais altos valores do componentes.

ALGUNS RESULTADOS

Como resultado desse segundotrabalho de caracterização, verificou-se que:

- houve a formação de dez grupospelo método de agrupamento de Tocher,onde 65% dos acessos analisados for-maram um único grupo;

- os resultados provenientes da aná-lise por dispersão gráfica mostraram-seconcordantes com os obtidos pela téc-nica de agrupamento baseado na distân-cia generalizada de Mahalanobis (D2);

- o critério de descarte utilizado per-mitiu reduzir os 22 descritores quanti-tativos originalmente propostos parasete descritores o que, a principio, faci-litaria o trabalho de caracterizaçãomorfológica;

- os descritores selecionados paracaracterização foram: comprimento desemente, comprimento de fruto, diâme-tro do caule, número de dias paraflorescimento da primeira flor femini-na, peso de fruto, número de dias paraflorescimento da primeira flor masculi-na, número de sementes/grama;

- o descritor diâmetro do caule foiproposto neste trabalho, sendo selecio-nado como sensível na detecção da va-riabilidade de abóbora;

- os descritores selecionados apre-sentaram coeficientes de correlação debaixa magnitude (r < 0,4279), indican-do que o método de seleção empregadofoi relativamente eficiente na identifi-cação de descritores discriminantes. Osredundantes estariam indiretamente re-presentados.

No entanto, considerando a influên-cia ambiental na expressão dessesdescritores quantitativos analisados nasegunda etapa, optou-se por avaliar, emmais um ano, a consistência dosdescritores propostos para a caracteri-zação.

Terceiro experimento:especificações e possíveis indicações

Nesse trabalho avaliou-se 20 aces-sos dos 40 originalmente avaliados nosegundo experimento e os mesmos 22descritores quantitativos. A opção porse avaliar em outro ambiente deve-se aofato de que alguns estudos têm relatadonão só números variáveis de “clusters”em diferentes ambientes, mas diferen-tes “clusters” de genótipos de umambiente para outro quando osgenótipos foram avaliados em condiçõesdistintas (Bainiwal & Jatarsa, 1980; Jainet al.,1981; Singh & Gill, 1984).

No entanto, apesar das recomenda-ções de se avaliarem genótipos em múl-tiplos ambientes, não existem indicaçõesdo número mínimo de ambientes aosquais os genótipos devam ser submeti-dos, nem se as condições devam ser fa-voráveis ou não à manifestação do po-tencial produtivo dos mesmos.

As mudanças nos constituintes dosgrupos de um ambiente para outro po-dem ser explicadas com base na expres-são do gene que, dependendo das con-dições ambientais, pode ser diferente.Quando se considera o desempenho emdiferentes ambientes, com diferentescaracteres, com correlação genética en-tre eles, podem ocorrer duas situações:1- se a correlação genética for alta, odesempenho de um caráter em dois am-bientes será representado, aproximada-mente, pelo mesmo grupo de genes; 2 -se a correlação for baixa, então oscaracteres serão muito diferentes e exi-girão um grupo diferente de genes(Falconer, 1987).

SITUAÇÃO ATUAL DOSTRABALHOS DE

CARACTERIZAÇÃO ERECOMENDAÇÕES GERAIS

Até o momento, não foi concluída aanálise estatística dos dados obtidosnesse último experimento descrito an-teriormente. Mas, acredita-se que, como resultado da análise morfológica dosdois anos, haja possibilidade de compa-rar o padrão de redução do número dedescritores e melhor indicar aqueles aserem utilizados em futuros trabalhos decaracterização de acessos de abóbora emoranga em bancos de germoplasma.

A princípio, pensou-se em adotar aseguinte estratégia para seleção dosdescritores:

- selecionar como descritores quemais discriminaram os acessos, aquelesque não forem descartados em nenhu-ma das duas avaliações;

- os descritores que foram descarta-dos nas duas avaliações, podem ser con-siderados de menor importância edesconsiderados na caracterização;

- aqueles descritores que forem se-lecionados em apenas uma avaliaçãopodem ser considerados de importânciaintermediária;

- finalmente, recomenda-se utilizar umavariedade comercial ou híbrido para servirde parâmetro referencial aos descritores aserem obtidos, bem como, realizar análiseisoenzimática ou molecular para compa-rar os grupos de divergência que foram for-mados por meio da análise multivariada.

Caracterização morfológica: experiência do BAG de cucurbitáceas da Embrapa Semi-Árido

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1 2 Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

A análise estatística dos dados qualitativosdeverá ser realizada o mais breve para quea caracterização dos acessos torne-se maiscompleta.

AGRADECIMENTOS

Os autores expressam os seus agra-decimentos ao Prof. Vicente Wagner DiasCasali e ao Prof. Cosme Damião Cruz,pela participação nas etapas de desenvol-vimento desse trabalho; à FACEPE,CAPES e CNPq, pelo financiamento departe deste projeto de pesquisa; à equipedos campos experimentais da EmbrapaSemi-Árido e aos estagiários que contri-buíram na coleta dos dados.

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S.R.R. Ramos & M.A. de Queiroz

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1 3Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

Atualmente, o cultivo da melancia(Citrullus lanatus) vem se expan-

dindo, com áreas de produção em váriosestados brasileiros. O Nordeste se des-taca como a maior região produtora,onde a espécie é cultivada tanto na agri-cultura de sequeiro, por pequenos agri-cultores, quanto na agricultura irrigada.Segundo o IBGE (1997), a área colhidade melancia, em 1994, foi de 72.213hectares e a região nordestina contribuiucom 46,69%, sendo os principais pro-dutores os Estados do Maranhão, Bahia,Piauí e Pernambuco. Dados deMakishima (1991) demonstram que amelancia contribuiu com 30% do volu-me total das hortaliças comercializadasna Central de Abastecimento Geral doestado de São Paulo (CEAGESP) em1989, tendo índices superiores a outrascucurbitáceas como melão, chuchu, pe-pino e abobrinha.

Em agricultura irrigada, a proximi-dade das áreas e o cultivo do solo du-rante todo o ano, frequentemente, sema rotação de culturas, contribuem paraa sobrevivência de patógenos e o aumen-to de muitas pragas e doenças. Dentreas doenças que atacam a cultura da me-lancia e outras espécies do gênero, des-tacam-se o oídio e o cancro das hastes,que ocorrem em diversas regiões domundo e afetam grande número decucurbitáceas.

Nas condições do Vale do São Fran-cisco, o oídio ocorre durante todo o anoe é causado por Sphaerotheca fuliginea(Schlect.) Salmon. Entretanto, a formaimperfeita do fungo, correspondente aOidium sp., é predominante na maiorparte do mundo (Yarwood, 1978), in-

SOUZA DIA, R. de C.; QUEIROZ, M.A. de; MENEZES, M.; BORGES, R.M.E. Avaliação de resistência a Sphaerotheca fuliginea e a Didymella bryoniaeem melancia. Horticultura Brasileira, Brasília, v.17, p. 13 – 19, 1999. Palestra. Suplemento.

Avaliação de resistência a Sphaerotheca fuliginea e a Didymella bryoniaeem melancia.Evaluation of watermelon to Sphaerotheca fuliginea and Didymellabryoniae resistance.Rita de Cássia Souza Dias1; Manoel Abilio de Queiroz1 ;Maria Menezes2 ; Rita Mércia Estigarribia Borges1

1Embrapa Semi–Árido, Caixa Postal 23, 56.300-000 Petrolina - PE; 2 UFRPE/Agronomia, Depto. Fitossanidade, 52l.171-900 Recife - PE.

Palavras-chave: Citrullus lanatus, oídio, cancro das hastes, melhoramento.

Keywords: Citrullus lanatus, powdery mildew, gummy stem blight, breeding.

cluindo o Brasil (Bedendo,1995). Estefungo é um parasita obrigado que so-brevive somente em hospedeiro. Osesporos são disseminados pelo vento esobrevivem nos restos de cultura. Ossintomas da doença se caracterizam pelapresença de uma eflorescênciapulverulenta, formada por micélio,conidióforos e conídios do patógeno,infectando todos os tecidos clorofiladosdas folhas, hastes e frutos (Bedendo,1995). Em infecção severa, poderecobrir toda a folhagem, tornando-aseca, determinando o amadurecimentoprematuro dos frutos que apresentammodificações no sabor e diminuição noteor de açúcar. Os frutos tardios não com-pletam a maturação, ficando pequenos ede qualidade muito ruim.

A podridão gomosa, crestamentogomoso do caule ou cancro das hastes écausada por Didymella bryoniae (Auersw)Rehm [sinonímia Mycosphaerellacitrulina (C.O.Sm. Gross.), cujo anamorfoé Phoma cucurbitacearum (Fr.:Fr.) Sacc.(sinonímia Ascochyta Phoma cucumisFautrey & Roum)]. A severidade destadoença se evidencia pela destruição dosfrutos e pela morte das plantas. Os sinto-mas ocorrem em plântulas, causandodamping-off característico, bem como le-sões nos cotilédones, em forma de man-chas necróticas circulares, que produzemnecrose desses órgãos. Nos ramos, o fun-go causa a formação de manchasnecróticas, a princípio circulares, depoisabrangendo grandes extensões do órgãoafetado, e que tendem a se transformarem cancros, com fendilhamento de córtexe exposição do lenho, resultando na morteda planta (Kimati et al., 1980).

Muitos autores enfatizam que umgrande objetivo do uso de plantas resis-tentes é a diminuição dos custos refe-rentes à utilização de agrotóxicos. Tam-bém a preocupação crescente com o meioambiente, com a saúde pública e a ex-pansão competitiva do mercado agríco-la, vêm motivando os produtores ruraisa otimizar as práticas culturais utilizan-do menos defensivos químicos e optan-do pela utilização de cultivares resisten-tes a doenças (Cohen et al., 1993).

O ambiente afeta a adaptação dopatógeno, a resistência do hospedeiro oua interação hospedeiro-patógeno(Prabhu & Morais, 1993). O objetivo dopresente trabalho foi relacionar algunsaspectos fundamentais dos fungosSphaerotheca fuliginea (Schlect.)Salmon e Didymella bryoniae (Auersw)Rehm, especialmente os relacionados àvariabilidade e interação com suas hos-pedeiras e descrever a metodologia deavaliação de genótipos de melanciaquanto à resistência aos referidospatógenos.

Epidemiologia do oídio e influên-cia de fatores ambientais no desenvol-vimento da doença

A doença se inicia com a germina-ção dos conídios sobre o hospedeiro,pela formação de um tubo germinativo,geralmente curto, em cuja extremidadeforma-se um apressório. A partir deste,uma hifa fina rompe a cutícula e a pare-de da célula epidérmica, penetrando nohospedeiro e o ápice da hifa se dilata,formando o haustório que retira os nu-trientes do citoplasma de células hos-pedeiras para o patógeno. A penetraçãopode ocorrer também através dos

Avaliação de resistência a Sphaerotheca fuliginea e a Didymella bryoniae em melancia.

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1 4 Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

estômatos (Bedendo, 1995; Sitterly,1978).

Hashioka (1938) relata que em S.fuliginea, a temperatura de 280C é con-siderada ideal para a germinação dosconídios e formação de haustórios, sen-do, portanto, uma temperatura ótimapara a infecção. Yarwood (1957) obser-vou que o desenvolvimento luxuriantedo fungo é favorecido por grande quan-tidade de luminosidade, aumentando ograu de severidade do fungo com o au-mento da duração da luz (dias longos).

Segundo Sitterly (1978), durantemuito tempo, confundiu-se Erysiphecichoracearum com S. fuliginea, devi-do ao fato de estas duas espécies terem,aparentemente, conidióforos idênticos.Porém, segundo Kooistra (1968), osconídios de S. fuliginea são caracteriza-dos pela presença de corpúsculos defibrosina (estrutura encontrada entre osvacuolos, nos conídios) bem desenvol-vidos, enquanto que, em E.cichoracearum, essa estrutura encontra-se em forma granular. Segundo Kable& Ballantyne (1963), os corpúsculos defibrosina tornam-se claramente visíveisquando montados em hidróxido de po-tássio (3%) aquoso, sendo uma técnicaimportante para a identificação precisado patógeno.

McCreight et al. (1987), realizandoestudos com isolados de S. fuligineacoletados em Monfavet, na França, eRiverside, na Califórnia (Estados Uni-dos), com hospedeiros diferenciais demelão, identificaram três diferentes ra-ças na espécie citada.

No Brasil, Reifschneider (1985), fa-zendo estudos sobre identificação doagente causal do oídio em melão, pepi-no e abóbora, baseado em característi-cas conidiais, caracterizou o patógenocomo a raça 1 de S. fuliginea. Na regiãodo Submédio São Francisco, Borges(1997) também definiu o patógeno comoS. fuliginea, raça 1.

Resistência ao oídio em melanciaAo contrário do que ocorre em me-

lão, existem poucos trabalhos na litera-tura relacionados à resistência a oídioem melancia.

Robinson & Provvidenti (1975) ava-liaram a reação ao oídio em 583 intro-duções de Citrullus lanatus, juntamen-te com as cultivares Charleston Gray e

Sugar Baby, em casa-de-vegetação. Osautores constataram resistência ao fun-go em quase todas as introduções demelancia, contrariando os resultadosobtidos em outros países, onde a maio-ria das populações de melancia se com-portam como suscetíveis. Os autoresargumentaram que, provavelmente, issoaconteceu devido à ocorrência de E.cichoracearum ou de uma raça de S.fuliginea como agente causal no estadode New York.

Duarte (1996) avaliou cinco intro-duções de melancia, tidas como resis-tentes ao oídio nas condições norte ame-ricanas, juntamente com uma introdu-ção, previamente observada como imu-ne ao patógeno, denominada 91-24.Concluiu que as introduções proceden-tes dos Estados Unidos são suscetíveisa S. fuliginea raça 1 de melão, mas aintrodução 91-24 OP é imune aopatógeno. No estudo de herança da imu-nidade desta introdução, o autor tambémverificou que ela é controlada por umsimples par de genes recessivos, e pro-pôs o símbolo de pmw-l para designá-lo.

No Brasil, Araújo et al. (1987) ava-liaram populações locais de melancia,juntamente com quatro variedades co-merciais (Crimsom Sweet, Pérola,Sunshade e Charleston Gray), em con-dições de campo, sob inoculação natu-ral e ausência de fungicidas. Constata-ram alta resistência ao oídio no acessoCPATSA-2 (registrado como 85-030) eum nível de infecção reduzido nosgenótipos U-16, CPATSA 3, CPATSA 4,CPATSA 7, CPATSA 8 e CPATSA 10.Todas as cultivares comerciais foramcompletamente infectadas pelo oídio.

A partir dos resultados obtidos, es-tes acessos foram submetidos a obser-vações mais precisas em casa de vege-tação e inoculação artificial por Souzaet al. (1988). Oito acessos de melancia,inclusive o 85-030, e as variedades co-merciais Charleston Gray e CrimsonSweet, foram avaliados, utilizando-secomo principais parâmetros a presençade oídio nos cotilédones e na haste daplanta, porcentagem de área infectada edesenvolvimento da epidemia. Os resul-tados obtidos confirmaram a resistên-cia de 85-030 ao patógeno.

Dias et al. (1989), avaliando novetratamentos, sendo duas variedades co-

merciais (Crimson Sweet e CharlestonGray) e os genótipos 88-027, 88-037 88-071, 88-072 (gerações descendentes doacesso 85-030), 88-073, 88-074 e a ge-ração F2 do cruzamento de 88-072 comCharleston Gray, observaram que algunsacessos foram tão suscetíveis ao oídioquanto as variedades comerciais, porém,os acessos 88-071, 88-072 e 88-027apresentaram baixo percentual (abaixode 5%) de ataque de oídio ao final dociclo, tendo o acesso 87-027 apresenta-do o menor percentual (apenas 1,7%).Contudo, por este acesso apresentar vá-rias características indesejáveis, comoplantas muito tardias, cor branca da pol-pa e baixo obrix, optou-se pelo acesso85-030 como fonte de resistência aooídio a ser trabalhada. Posteriormente,o acesso 87-027 foi identificado comoCitrullus lanatus , variedade citroides(Assis, 1994).

Trabalhos de melhoramento genéti-co visando a incorporação da resistên-cia ao oídio (S. fuliginea raça1) de 85-030 foram estabelecidos (Dias &Queiroz,1992) através deretrocruzamentos, visando a transferên-cia dessa resistência para a cultivar co-mercial Crimson Sweet. Hoje, existemlinhas homozigotas com característicasde frutos comerciais e resistentes aooídio. Duas destas linhagens estão sen-do trabalhadas através de indução depoliploidia, para obtenção de híbridossem sementes (Souza et al., 1997).

Borges (1997), utilizando a linhaexperimental 90-251, resultante do cru-zamento de 85-030 com o parental sus-cetível, cv. Crimson Sweet, estudou aherança da resistência em condições decampo e de casa-de-vegetação, cominoculação artificial de oídio em todosos tratamentos. Concluiu-se que a he-rança da resistência ao oídio é conferidapor um gene dominante, onde na gera-ção F2 se observou uma segregação detrês resistentes para um suscetível.

Epidemiologia da Didymellabryoniae (Auersw) Rehm e influênciade fatores ambientais no desenvolvi-mento da doença

Wiant (1945), Chiu (1948) e Chiu& Walker (1949) observaram que D.bryoniae cresce lentamente a 12o C, ten-do como temperatura máxima de cres-cimento 36oC e ótima, entre 20 e 24oC.

R. de C. S. Dias et al.

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1 5Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

No entanto, o maior desenvolvimentoda doença, causado por este fungo emplântulas de melancia, ocorreu a 24oC,enquanto que em melão foi em torno de16 a 20o C (Chiu & Walker, 1949).

Arny & Rowe (1991), estudando oefeito da temperatura e duração do pe-ríodo da umidade na produção deesporos e infecção de pepino por D.bryoniae, verificaram que a infecção emfolhas e pecíolos foi mais influenciadapela duração da umidade na superfíciedas plantas que pela temperatura.Svedelius & Unestan (1978) observaramque a umidade nas folhas era necessáriapara iniciar a infecção e que a persis-tência de 100% de umidade relativa eranecessária para subsequente expansãodas lesões. Van Steekelenburg (1985)mencionou que folhas de pepino rara-mente eram infectadas em 65% de umi-dade relativa, sendo a doença mais fre-qüente a 95%, e muito severa quando asuperfície foliar estava sempre úmida.Uma hora de água livre nas folhas foisuficiente para a infecção. No entanto,a expansão das lesões exige maior per-sistência da umidade nas mesmas. Ou-tros autores também destacaram a ne-cessidade de condições de umidade re-lativa elevada, por 48 horas, apósinoculação, para se obter infecção emmelão, melancia e pepino (Sowell &Pointer, 1962; Sowell et al. 1966; Brown& Preece, 1968).

O modo de penetração de D.bryoniae nos tecidos hospedeiros foiestudado por diversos autores, haven-do, no entanto, discordância entre eles.Chiu & Walker (1949) mencionaramque a penetração nas folhas se dá dire-tamente ou através dos espaçosintercelulares, ao redor da célula basalde um tricoma desgastado. No entanto,no caule e hipocótilo, a penetração ocor-re, aparentemente, através de ferimentode lesões nos cotilédones e folhas. Craw& Decker (1956) relataram a ocorrên-cia de infecção em fruto de melanciasomente após ferimentos na casca.Schenck (1962) não observou penetra-ção direta quando inoculou frutos demelancia, verificando que nestes, a pe-netração se dá através de ferimentos eestômatos. O autor concluiu que, pro-vavelmente, a infecção natural por meiode ferimento tem maior importância do

que pelos estômatos. De acordo comSvedelius & Unestam (1978), a injúriamecânica facilita a invasão do fungo emfolhas de pepino, devido à liberação denutrientes das células afetadas, promo-vendo o crescimento do mesmo. Essesautores ainda afirmam que D. bryoniaeé um parasita fraco, requerendo tecidosenescente e condições especiais parainvasão e infecção.

Resistência ao Cancro das hastesem melancia

Prasad & Norton (1967) afirmaramque um alto nível de resistência ao can-cro das hastes era devido a um genedominante, denominado Mc, sugerindo,também, que uma fonte com moderadograu de resistência tem um outro genedominante independente, denominadoMc1. No entanto, Robinson et al. (1976)sugeriram a mudança para Mc2, porquea representação Mc1 indica um alelo dolocus Mc.

O controle do cancro das hastes comfungicidas tem se mostrado ineficiente,devido à necessidade de freqüentes apli-cações, não tendo quase efeito sobre asinfecções nos frutos, como, também, hárelatos de resistência do patógeno afungicidas (Malathrakis &Vabalounakis, 1983). Assim, o controlede doenças através de variedades resis-tentes se reveste de grande importância.Contudo, poucos trabalhos de resistên-cia a D. bryoniae em melancia são rela-tados. Sowell & Pointer (1962) estuda-ram 439 acessos ou introduções da re-ferida espécie e identificaram resistên-cia ao patógeno (isolado CS-1, obtidode melão) no acesso PI 189225, justifi-cando o seu uso como fonte de resistên-cia. Norton & Cosper (1985) relataramque a descoberta das introduções PI189225 e PI 271778, que foram resis-tentes ao cancro das hastes e àantracnose raça 2, determinou o iníciode um projeto de melhoramento de me-lancia em 1971. As fontes de resistên-cia foram utilizadas em programas deretrocruzamentos com as cultivaresJubilee e Crimson Sweet, resultando nolançamento de AU-Jubilant e AU-Producer, respectivamente, em 1983.Estas duas cultivares mostraram resis-tência a D. bryoniae, Fusariumoxysporum f.sp. niveum eColletotrichum lagenarium raça 2.

Lhotsky et al. (l991) avaliaram es-pécies selvagens de Cucumis quanto àresistência a D. byoniae, utilizando umaescala de notas que considerava sinto-mas visíveis, leve e intensoamarelecimento ou lesões úmidas. Meeret al. (1978) consideraram que os sinto-mas nos cotilédones e pontos de cresci-mento não são bases consistentes deavaliação. Dusi et al. (1994) avaliaramgenótipos de melão quanto à resistên-cia a D. byoniae, 60 dias após ainoculação, vertendo a suspensão deesporos diretamente no solo, com baseem uma escala de notas que considera-va o surgimento de lesão encharcada nocolo da planta. Dias et al. (1996) adota-ram uma escala que possibilitou umamaior abrangência de reação das plantasinoculadas, permitindo uma melhor ava-liação dos acessos de melancia a D.bryoniae em um curto espaço de tempo.

METODOLOGIA DEAVALIAÇÃO QUANTO À

RESISTÊNCIA ASPHAEROTHECA FULIGINEA

Os trabalhos desenvolvidos no Cen-tro de Pesquisa Agropecuária do Trópi-co Semi-Árido desde 1987, para avalia-ção de genótipos de melancia quanto àresistência ao oídio, são feitos em con-dições de casa-de-vegetação e a nívelde campo. No primeiro caso, os isola-dos de oídio são obtidos, coletando-seo inóculo em plantios de cucurbitáceasmuito infectados. Procede-se à identifi-cação, que poderá ser feita de acordocom a metodologia descrita porReifschneider et al. (1985), com a utili-zação de Eosina a 5 ppm para coloraçãodos conídios e observação da presençade corpos de fibrosina, característico daespécie S. fuliginea. O inóculo é multi-plicado em plantas de melancia, cv.Charleston Gray, ou em Curcubita pepocv. Caserta. A inoculação é feita aos 20dias após a germinação, através de umasuspensão de conídios, em água desti-lada, à qual se adiciona o espalhanteadesivo Tween 80 a 0,005%. A concen-tração dos esporos utilizada é em tornode 104 conídios/ml. Outra forma deinoculação nas plantas hospedeiras éespargir os esporos com pincel, direta-mente sobre as folhas das plantas. Como

Avaliação de resistência a Sphaerotheca fuliginea e a Didymella bryoniae em melancia.

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1 6 Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

o vento dissemina rapidamente osesporos, este método de inoculação,apesar de não muito uniforme, é demuita praticidade e eficácia. Em ambosos métodos, logo após a inoculação, asplantas são mantidas em câmara úmida,por 24 horas, formada por sacos plásti-cos transparentes e umedecidos interna-mente, tendo-se o cuidado de evitar aformação de lâmina de água sobre asfolhas das plantas.

S. fuliginea se desenvolve melhorsob condições secas do que sob condi-ções úmidas. A baixa umidade favore-ce os processos de colonização,esporulação e dispersão dos conídios,enquanto as condições úmidas favore-cem a infecção e sobrevivência dosesporos (Reuveni & Rotem, 1974). Por-tanto, as plantas, onde será multiplica-do o inóculo, ou aquelas que serão ava-liadas quanto à resistência, deverão tero suprimento hídrico através de um sis-tema de irrigação localizado ou irrigadaspor mangueiras no seu colo.

A semeadura dos acessos de melan-cia a serem avaliados quanto à resistên-cia ao oídio, é feita em bandejas deisopor, contendo substrato composto decinzas vegetais e vermiculita, tratadocom brometo de metila. As mudas sãotransplantadas aos doze dias após a se-meadura, para sacos de polietileno, pre-enchidos com 10 litros de solo esterili-zado com brometo de metila, ficandouma planta por saco.

A inoculação dos genótipos é reali-zada de duas a três vezes consecutivas,a intervalos de cinco dias, conforme ametodologia descrita anteriormente,sendo a primeira no estádio de três a cin-co folhas definitivas.

São realizadas duas avaliações. Aprimeira leitura é feita sete dias após aúltima inoculação e a avaliação final, nascondições ambientais do Vale do SãoFrancisco, em torno de 70 dias do plan-tio, isto é, na fase correspondente à pri-meira colheita, quando as plantas come-çam a entrar na fase de senescência.Duarte (1996), citando diversos autores,relata que o processo de infecção teminício nas folhas mais velhas, isto é, nasfolhas mais baixas, enquanto as folhasjovens são mais resistentes. Omicroclima criado pela cobertura de fo-lhas superiores pode, também, influen-

ciar no desenvolvimento das folhas maisvelhas. Portanto, coleta-se duas folhaspor planta, sendo uma das folhas maisvelhas e a outra na altura mediana daplanta, que são examinadas à lupa, sen-do classificadas através de um métodoadaptado de McKinney (BUREOU OFPLANT INDUSTRY, SOILS, ANDAGRICULTURAL ENGINEERING.Division of Mycology and DiseaseSurvey, 1950) em que as plantas são clas-sificadas em uma das cinco notas, de au-sência de oídio a severamente atacada(0,00; 0,75; 1,00; 2,00 e 3,00). Calcula-se, então, o Índice da Doença (ID) quevaria de 0 a 100 [onde: 0 = altamente re-sistente e 100 = altamente suscetível; ID= (Nota x Frequência da Nota)100/ 3xtotal de folhas avaliadas]; a escala denotas utilizada varia de 0 a 3, onde 0 = 0colônias (altamente resistente - AR); 0,75= 1-30 colônias (resistente - R); 1 = 31-60 colônias (moderadamente resistente -MR); 2 = 61-90 colônias (suscetível - S);3 = > 90 colônias (altamente suscetível -AS) (Dias et al., no prelo).

Na avaliação, as folhas da regiãobasal (folhas mais velhas) são atenta-mente observadas nas duas faces, poisnelas existe a possibilidade de encon-trar alguma colônia de oídio em plantasmoderadamente resistentes. SegundoSitterly (1978), em folhas de cutículamais espessa, o patógeno requer maiorenergia para penetração, que ocorremecânica e enzimaticamente. Além dis-so, as folhas superiores, que recebemmaior incidência de luz e mais calor,causam aumento na respiração dosconídios, levando a uma exaustão dosnutrientes do patógeno.

Como as condições ambientais doVale do São Francisco são muito favo-ráveis ao oídio, a maioria das avaliaçõesdos acessos e das progênies, visandoselecionar plantas de melancia com re-sistência ao oídio (Sphaerothecafuliginea) e com características agronô-micas desejáveis, foram feitas em con-dições de campo, sob infecção natural eausência de oidicida. A cv. CrimsonSweet é utilizada como controle susce-tível, colocando-se duas bordas lateraise uma linha no centro do experimento.

Citando-se como exemplo, no períodode maio a setembro de 1996, na EstaçãoExperimental de Bebedouro, município de

Petrolina -PE, com o objetivo de selecio-nar plantas resistentes ao oídio e com ca-racterísticas agronômicas desejáveis, ava-liou-se 27 linhas de melancia, oriundas dedois e de três retrocruzamentos, a nível decampo, em condições de infecção naturale ausência de oidicida. Utilizou-se a cv.Crimson Sweet como controle suscetível etestemunha. O delineamento experimentalfoi de blocos ao acaso, com quatro repeti-ções, e parcela útil de 36 m2 . Antes da pri-meira colheita, fez-se a última avaliação daslinhas de melancia quanto à resistência aooídio, calculando-se o ID, através da esca-la de notas, método adaptado de McKinney(BUREOU OF PLANT INDUSTRY,SOILS, AND AGRICULTURALENGINEERING. Division of Mycologyand Disease Survey, 1950) em que as plan-tas são classificadas em uma das cinco no-tas, descritas anteriormente, variando de 0a 3, onde zero representa a ausência de sin-tomas e três a superfície foliar totalmenteinfectada.

Verificou-se que os tratamentos di-feriram estatisticamente da testemunha,pelo Teste de Tukey, quanto ao ID, àprodutividade, ao brix, ao peso médiodo fruto e à largura da casca.

Observou-se que cv. Crimson Sweete a linhagem 97.0214.001 (tratamento22) foram altamente suscetíveis ao oídio(ID =100), enquanto, 22,2% das linha-gens estavam segregando para o carátere 74,07% tiveram reação de alta resis-tência (ID = 0), isto é, todas as plantasisentas de colônias de oídio (Tabela 1).

Quanto ao rendimento, os tratamen-tos 25, 20, 16 e 26 foram, em média, 75%mais produtivos que a testemunha. Comexceção do tratamento 22, todas as linha-gens superaram, no mínimo em 45,4%,a produtividade da cv. Crimson Sweet .

O peso médio de fruto das linhagensvariou de 9,4 a 5,7 kg , mas 96,3% apre-sentaram frutos com peso médio supe-rior a 6 kg .

Quanto ao teor de sólidos solúveis(oBrix), apenas três linhagens foram di-ferentes de Crimson Sweet (tratamen-tos 12, 13 e 23). O maior oBrix foi ob-servado no tratamento 6 (12,650), sen-do superior à testemunha em 1,30 .

Destacaram-se entre as demais, as li-nhagens 97.0194.001, 97.0199.001,97.0203.001, 97.0206.001e 97.0207.001,por reunirem as características de resis-tência ao oídio e boas características de

R. de C. S. Dias et al.

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fruto. Estas linhagens serão utilizadas nostrabalhos de obtenção de híbridos expe-rimentais de melancia destinados ao mer-cado interno do Brasil.

METODOLOGIA DEAVALIAÇÃO QUANTO À

RESISTÊNCIA A D.BRYONIAE

Nos trabalhos realizados naEmbrapa Semi-Árido, com o objetivode selecionar acessos de melancia resis-tentes à podridão gomosa, tem-se utili-

zado a metodologia descrita em Dias etal. (1996).

As sementes dos acessos sãosemeadas em bandejas de isopor, conten-do substrato composto de cinzas vege-tais e vermiculita, tratado com brometode metila. As mudas serão transplanta-das aos doze dias, após a semeadura, parasacos de polietileno, preenchidos com 10litros de solo esterilizado com brometode metila, podendo ser colocadas até qua-tro plantas por saco.

O isolado de D. bryoniae utilizadodeve ser devidamente identificado e fei-to o teste de patogenicidade.

Em câmara asséptica, efetua-se atransferência de estruturas do patógeno(picnídio e micélio), para placas de Petri,contendo batata-dextrose-ágar (BDA).Estas devem ser incubadas à tempera-tura de aproximadamente 25oC, em re-gime de luminosidade constante, sob luznegra, por dez dias.

O inóculo deve consistir de uma sus-pensão de conidiósporos na concentra-ção entre 105 e 106 conidiósporos/ml, àqual adiciona-se espalhante adesivoTween 80 a 0,005%.

A inoculação das plantas deve serefetuada em torno de doze dias após o

Tratamento1 Índice do Oídio(ID) Produtividade(t/ha) Peso Médiode

Frutos (kg)oBrix

1-Crimson Sweet 100,00 a 11.70b 4.8b 11.35 e f g h2-97.0194.001 0,00 e 38.20 ab 7.7 ab 11.80 a b c d e f g3-97.0195.001 35,83bcd 27.80 a b 9.2 a 12.00 a b c d e f4-97.0196.001 17,36 de 32.40 a b 8.0 a b 12.27 a b c d e5-97.0197.001 38,70 bc 21.43 a b 7.1 a b 12.57 a b6-97.0198.001 44,05 b 24.30 a b 7.7 a b 12.65 a7-97.0199.001 0,00 e 27.70 a b 8.1 a b 12.35 a b c d8-97.0200.001 19,25cde 28.40 a b 7.7 a b 12.47 a b c9-97.0201.001 0,00 e 35.30 a b 6.5 a b 11.17 f g h10-97.0202.001 0,00 e 36.90 a b 7.7 a b 11.32 d e f g h11-97.0203.001 0,00 e 31.20 a b 7.6 a b 11.72 a b c d e f g12-97.0204.001 6,25 e 32.70 a b 6.1 a b 10.50 h i j13-97.0205.001 0,00 e 34.00 a b 5.7 a b 9.82 i j14-97.0206.001 0,00 e 38.80 a b 9.3 a 11.55 b c d e f g h15-97.0207.001 0,00 e 36.80 a b 9.4 a 11.57 a b c d e f gh16-97.0208.001 0,00 e 45.60 a 8.8 a 11.15 f g h17-97.0209.001 0,00 e 33.1 a b 7.1 a b 11.17 f g h18-97.0210.001 0,00 e 41.10 a b 7.5 a b 10.92 f g h19-97.0211.001 0,00 e 42.10 a b 7.6 a b 11.25 e f g h20-97.0212.001 0,00 e 47.73 a 7.6 a b 10.97 f g h

21-97.0213.001 0,00 e 40.90 a b 7.8 a b 11.10 f g h

22-97.0214.001 100,00 a 17.50 a b 7.1 a b 11.15 f g h23-97.0215.001 0,00 e 34.30 a b 8.2 a b 9.60 j24-97.0216.001 0,00 e 44.00 a b 8.4 a b 11.22 e f g h25-97.0217.001 0,00 e 48.90 a 7.7 a b 11.40 c d e f g h26-97.0218.001 0,00 e 45.30 a 7.9 a b 11.42 c d e f g h27-97.0219.001 0,00 e 39.60 a b 8.5 a b 10.90 g h i28-97.0220.001 0,00 e 34.4 a b 9.4 a 11.50 b c d e f g hC.V. (%) 56,26 35,08 18,52 3,54

Tabela 01. Índice do oídio (ID), produtividade, peso médio de frutos e oBrix de linhagens de melancia. Petrolina-PE, 1996.

1/Médias seguidas por mesma letra nas colunas não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey.

Avaliação de resistência a Sphaerotheca fuliginea e a Didymella bryoniae em melancia.

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semeio, através de pulverização da par-te aérea das plantas, no estádio da emis-são da primeira folha verdadeira, apósa realização dos ferimentos na região docolo, cotilédones e folhas definitivas.

Após a inoculação, as plantas devemser mantidas por 48 horas em câmaraúmida, formada por sacos plásticostransparentes e umedecidos internamen-te. As plantas utilizadas como controle,para cada acesso, têm o mesmo trata-mento das plantas inoculadas, sendo oinóculo substituído por água destilada eesterilizada mais Tween 80 na mesmaconcentração.

A avaliação da resistência dos aces-sos de melancia é realizada aos sete diasapós a inoculação, através de uma esca-la de notas, adaptada de Sowell &Pointer (1962) e Van Steekelenburg(1985), variando de 1 a 5, onde: 1 - au-sência de sintomas visíveis (altamenteresistente - AR); 2 - manchas pequenas,raras, de contorno bem delimitado e quenão evoluem para necrose nas folhas jo-vens; nenhum escurecimento na regiãodo colo (resistente - R); 3 - leve queimados bordos dos cotilédones, suavemalformação foliar e leve escurecimentona região do colo (medianamente resis-tente - MR); 4 - necrose dos cotilédones,malformação foliar, colo com acentuadoescurecimento ou hiperplasia e início defendilhamento; plantas com poucaschances de sobrevivência (suscetível - S);5 - necrose severa dos cotilédones e dasfolhas jovens, acentuado fendilhamentono colo, incluindo morte da planta (alta-mente suscetivel - AS). Para a média dasnotas, é utilizada a seguinte faixa de va-riação: AR = 1; R = > 1 até 2,5; MR =2,6 até 3,5; S = 3,6 até 4,5; AS = > 4,5(Dias, 1993).

Na Tabela 2, estão expressos os re-sultados de um experimento relatado emDias et al. (1996), que mostra o desem-penho das principais fontes de resistên-cia a D. bryoniae do Banco deGermoplasma de Cucurbitáceas para oNordeste brasileiro da Embrapa Semi-Árido. Finalmente, os resultados obti-dos nos experimentos de avaliação deacessos de melancia mostram a possi-bilidade de se avaliar um grande núme-ro de acessos com boarepresentatividade e, assim, selecionargenótipos mais promissores quanto àresistência a D. bryoniae no estádio ju-venil, levando para o campo as plantasselecionadas. Tal metodologia tem sidode grande utilidade em trabalhos detransferência da referida resistência paracultivares comerciais, bem como na ava-liação das gerações segregantes visan-do selecionar plantas resistentes.

A avaliação de plantas para resistên-cia a doenças requer o conhecimento pro-fundo do hospedeiro e do patógeno. Aresistência ou suscetibilidade de umaplanta é sua maior ou menor resposta aopatógeno, avaliada sob condiçõesepifitóticas, além de um suficiente perí-odo de tempo para descobrir os limitesverdadeiros de sua reação. Escapes dedoenças podem ser desastrosos em pro-gramas que desejam detectar e avaliarcomparativamente níveis de resistênciaentre plantas de uma população.

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AcessoSeveridade

(nota)1Nível de

Resistência2 AcessoSeverida de

(nota)1Nível de

Resistência2

PE11 2,62 MR** BA6 2,87 MR**PE12 2,81 MR** BA19 3,03 MR**PI 189225 2,41 R** MA7 2,69 MR**BA5 2,75 MR** C.SWEET 4,41 SControle não inoculado) 1,00

Tabela 2. Classificação dos acessos de melancia, de acordo com a reação à D. bryoniae.

Fonte: Dias et al. (1996); (1) Médias de 32 plantas ;(2) Resistente (R); Medianamente Resistente (MR); Suscetível (S).*Diferente significativamente a nível de 5% pelo contraste ortogonal entre a testemunha suscetível (cv. Crimson Sweet) e o acesso.**Diferente significativamente a nível de 1% pelo contraste ortogonal entre a testemunha suscetível (cv. Crimson Sweet) e o acesso.

R. de C. S. Dias et al.

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Avaliação de resistência a Sphaerotheca fuliginea e a Didymella bryoniae em melancia.

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2 0 Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

VIROSES EMCUCURBITÁCEAS

Entre as doenças que infectam plan-tas da família Cucurbitaceae, aque-

las causadas por vírus são complexas epodem ser bastante destrutivas. A inci-dência e a severidade destas doenças po-dem variar segundo a relação patógenox hospedeiro x vetor e sua interação comas condições ambientais (Provvidenti,1996). Cerca de 50 vírus já foram rela-tados em Cucurbitáceas, entretanto, ape-nas 25 infectam naturalmente plantasdesta família. No Brasil, até 1991, seteviroses haviam sido registradasinfectando Cucurbitáceas: mancha ane-lar do mamoeiro - estirpe melancia(Papaya ringspot virus – typewatermelon, PRSV-w), mosaico damelancia 2 (Watermelon mosaic virus2 - WMV-2), mosaico do pepino(Cucumber mosaic virus - CMV), mo-saico da abóbora (Squash mosaic virus- SqMV), mosaico amarelo da abobri-nha-de-moita (Zucchini yellow mosaicvirus – ZYMV), vírus da clorose letalda abobrinha (Zucchini lethal chloroticvirus - ZLCV) (Kurosawa & Pavan,1997) e uma estirpe do vírus do vira-cabeça do tomateiro (Tomato spottedwilt virus - TSWV). Entre estes, PRSV-w, CMV, ZYMV, SqMV e WMV-2constituem o grupo de vírus mais im-portante para espécies desta família (Linet al., 1974; 1980; Lima & Vieira, 1992;Cupertino et al.,1988; Pavan et al., 1989;Zambolin et al., 1989; Dusi et al., 1990).

O PRSV-w é o vírus relatado commaior freqüência, encontrando-se am-plamente distribuído em todo o mundo,sendo mais comum em áreas tropicais e

LIMA, M.F.; QUEIRÓZ, M.A. de; DIAS, R. de C.S. Avaliação de germoplasma de melancia a viroses no Submédio do vale São Francisco. HorticulturaBrasileira, Brasília, v. 17, p. 20-22, 1999. Palestra. Suplemento.

Avaliação de germoplasma de melancia a viroses no Submédio do valeSão Francisco.Watermelon germplasm evaluation for viruses at São Francisco valley.Mirtes F. Lima; Manoel Abílio de Queiróz; Rita de Cássia Souza DiasEmbrapa Semi-Árido C.Postal 23 CEP 56.300-000 Petrolina-PE.

Palavras-chave: Citrullus lanatus, melhoramento, caracterização, PSRV-w, WMV-2.

Keywords: Citrullus lanatus, breeding, characterisation, PSRV-w, WMV-2.

subtropicais, entretanto, pode causarepidemias ocasionais em regiões tem-peradas. No Brasil, este é o vírus demaior ocorrência e importância econô-mica em Cucurbitáceas (Zambolim &Dusi, 1995). O vírus pertence ao grupoPotyvirus, sendo constituído por partí-culas flexuosas, em bastão, medindocerca de 780 x 12 nm, contendo umafita simples de RNA (Provvidenti,1996). O PRSV-w pode ser encontradoem associação com outros vírus comoWMV-2, ZYMV e CMV (Provvidenti,1996). O seu círculo de hospedeiras érestrito às Cucurbitáceas, infectando 40espécies em 11 gêneros, além de duasespécies da família Chenopodiaceae,com abóbora, melancia, pepino e me-lão entre as hospedeiras economicamen-te mais importantes. O PRSV-w é trans-mitido de maneira não persistente porafídeos, 24 espécies em 15 gêneros(Purcifull et al., 1982) e mecanicamen-te, entretanto, não há evidências detransmissão via sementes.

As espécies mais suscetíveis deCucurbitáceas respondem à infecção porPRSV-w com sintomas foliares carac-terísticos e severo enfezamento. Os sin-tomas nas folhas de plantas infectadassão de severo mosaico, malformação,rugosidade, embolhamento, distorção eestreitamento da lâmina foliar, ficandoreduzidas às nervuras principais. Plan-tas severamente atacadas não frutificamou produzem frutos deformados. Emplantas de melancia infectadas, o PRSV-w pode também causar encurtamento darama principal e das ramas laterais, re-dução do tamanho de folhas e do núme-ro e peso de frutos.

Perdas na produção devido às viro-ses ocorrem em plantas infectadas em

quaisquer estádios de desenvolvimen-to, entretanto, os prejuízos são maioresquanto mais cedo as plantas foreminfectadas. Demski & Chalkey (1974)observaram perdas de 19% (infecçãotardia) a 73% (infecção precoce).

Com relação aos outros vírus, SqMVé menos importante que PRSV-w, CMVe WMV-2, já tendo sido relatado noDistrito Federal, São Paulo e em Esta-dos das regiões Norte e Nordeste, sen-do disseminado através de sementesinfectadas. Esta virose é mais importanteem abóbora e melão, embora, seja en-contrado infectando plantas de melan-cia. O ZYMV é uma virose de grandeimportância econômica, registrada em1992, nas culturas da melancia e do pe-pino, em São Paulo e no Estado de SantaCatarina, respectivamente. O WMV-2 foiprimeiro relatado em abobrinha, em1985, em Campinas, São Paulo, entre-tanto, este vírus pode infectar a maioriadas espécies de Cucurbitáceas e muitasespécies de Leguminosas. Embora sejabastante comum em regiões temperadas,pode ocorrer também em regiões tropi-cais (Kurosawa & Pavan, 1997).

Viroses em melancia no SubmédioSão Francisco

O Submédio do Vale São Francisco,abrangendo parte dos Estados da Bahiae Pernambuco, devido às suas condiçõesclimáticas favoráveis, aliadas à irriga-ção, possui grande potencial para a pro-dução de melancia, terceira hortaliçamais comercializada no Brasil. Emboraos Estados do Centro-Sul, como Goiás,São Paulo e Rio Grande do Sul sejamgrandes produtores, o cultivo de melan-cia expandiu-se nos Estados da Bahia,Minas Gerais e Pernambuco, com índi-

M.F. Lima et al.

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2 1Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

ces de cerca de 20% no final da décadade 80, início da década de 90(Makishima, 1991). No Brasil, a áreaplantada com melancia em 1994 foi de72.726 ha, dos quais 14.619 ha nos Es-tados da Bahia e Pernambuco. Nestemesmo ano, a produção nacional foi de149.321 t e para aqueles dois estados,33.777 t (IBGE, 1996).

As condições climáticas doSubmédio São Francisco são tambémpropícias ao surgimento de problemasfitossanitários, principalmente aquelesrelacionados a pragas. Neste contexto,apesar da mosca branca (Bemisia sp.)detectada na região no final de 1995(Haji et al.,1997), as viroses transmiti-das por afídeos-vetores e relatadas emCucurbitáceas no Submédio São Fran-cisco desde 1984 (Ávila et al., 1984;Dusi et al., 1991; Lima et al., 1997),constituem-se em um dos principais pro-blemas fitossanitários de plantas destafamília, sendo responsável por perdassignificativas na produção. Dentre asviroses, o PRSV-w tem ocorrido commaior freqüência, constituindo-se emfator limitante ao cultivo deCucurbitáceas, destacando-se a melan-cia como uma das hospedeiras econo-micamente mais importantes. Em áreasde Projetos de Irrigação do SubmédioSão Francisco, o PRSV-w tem causadoperdas drásticas na produção, onde tem-se observado perdas de até 100% emalgumas áreas, principalmente quandoa infecção ocorre na fase inicial de de-senvolvimento das plantas.

Em levantamento de viroses realiza-do na cultura da melancia no SubmédioSão Francisco, amostras, exibindo sin-tomas típicos de vírus, foram coletadasem plantios dos Projetos de IrrigaçãoSenador Nilo Coelho, Maniçoba, Tourãoe do Projeto Bebedouro e analisadas emELISA-indireto, contra os antissoros dePRSV-w, WMV-2, SqMV e CMV (Limaet al., 1997). Os resultados indicaram apredominância de PRSV-w em melan-cia, tendo sido identificado em 132(49,1%) das 269 amostras analisadas. OWMV-2 foi detectado em 35 amostras(13%); CMV em apenas 5 (1,9%) eSqMV não foi detectado em nenhumadas amostras analisadas.

A alta incidência de viroses em me-lancia em regiões como o Submédio São

Francisco, onde perdas na produção temsido freqüentes e significativas deve-sea diversos fatores tais como: a alta efi-ciência de afídeos-vetores na dissemi-nação destas viroses e ao modo de trans-missão, de maneira não-persistente; àsobrevivência de afídeos, que sãopolífagos, em outras plantas hospedei-ras; à falta de cultivares resistentes e aoamplo cultivo de ‘Crimson Sweet’, sus-cetível a viroses; às condições climáti-cas da região, favoráveis à manutençãode populações do vetor em campo, seminterrupção do seu ciclo de vida; às con-dições de cultivo de melancia noSubmédio São Francisco, em áreas ad-jacentes e às vezes em plantios sucessi-vos; à não eliminação de restos cultu-rais ao final da colheita ou a presençade plantas daninhas dentro e nas proxi-midades da área cultivada, o que favo-rece a sobrevivência de afídeos-vetorese também à baixa eficiência do controlequímico dos insetos-vetores, mesmocom a utilização de inseticidassistêmicos, considerando que os afídeos,na grande maioria dos casos, já têm ino-culado o vírus nas plantas, antes quepossam sofrer a ação dos inseticidas.

Entretanto, a melhor e a mais eficien-te forma de controle destas viroses é evi-tar a infecção através da incorporação deresistência genética em cultivares comer-ciais, considerando que aquelas disponí-veis no mercado são suscetíveis. Estu-dos de avaliação de germoplasma demelancia a viroses têm exibido resulta-dos promissores com a identificação dealguns materiais resistentes (Sowll &Demski, 1969; Hojo et al., 1990;Gillaspie et al., 1993; Azevedo et al.,1998). Gillaspie et al. (1993) avaliaram670 acessos de Citrullus ao WMV-2, emcampo e em casa de vegetação, identifi-cando nove acessos de C. lanatus resis-tentes e cinco acessos de C. colocynthiscom algum nível de resistência a esta vi-rose. Azevedo et al. (1998) identificarama introdução PI 595201 como o materialmais promissor, tendo apresentado umbom nível de tolerância ao PRSV-w.Hojo et al. (1990) avaliaram vinte culti-vares e híbridos de melancia ao PRSV-w. Entretanto apenas uma introdução sel-vagem da África, BT 8501, mostrou al-gum nível de tolerância ao vírus, sendoconsiderada uma fonte promissora, no

caso da incorporação de tolerância emcultivares comerciais (Kurosawa &Pavan, 1997).

Avaliação de germoplasma de me-lancia na Embrapa Semi-Árido

Como parte do Programa de Melho-ramento de Cucurbitáceas da EmbrapaSemi-Árido, Petrolina-PE, acessos demelancia, provenientes dos Estados daBahia, Maranhão e Pernambuco e per-tencentes ao Banco Ativo deGermoplasma de Cucurbitáceas, têmsido avaliados ao PRSV-w (Araújo &Souza, 1988; Araújo et al., 1989) eWMV-2 (Lima et al., 1998). Estas pes-quisas visam identificar fontes de resis-tência a estes vírus para que possam serutilizadas em Programas de Melhora-mento de Cucurbitáceas no desenvolvi-mento de cultivares resistentes com aincorporação de genes de resistência/tolerância em cultivares comerciais.Araújo & Souza (1988) avaliaram a re-sistência de 28 introduções de melanciaao PRSV-w e selecionaram um acessocoletado em Ouricuri-PE, como toleran-te ao vírus. A partir de cruzamentos en-tre o acesso ‘Ouricuri’ e ‘CharlestonGray’ (Araújo et al., 1989) estes pes-quisadores obtiveram diversas linha-gens, das quais ’88-127' foi considera-da tolerante ao vírus, porém o trabalhofoi descontinuado.

O WMV-2 tem sido detectado emCucurbitáceas em diferentes estados (Sáet al., 1988; Dusi et al., 1991), o queindica a sua expansão no Brasil. Limaet al. (1998) avaliaram a resistência desetenta e sete acessos de melancia(Citrullus lanatus) ao WMV-2, em casa-de-vegetação telada (anti-afídeos). Ainoculação mecânica foi realizada emduas etapas, sendo a primeira no está-dio cotiledonar, dez dias após o plantiodas sementes e a segunda na primeirafolha verdadeira, quatro dias após a pri-meira inoculação. A cv. Crimson Sweetfoi o padrão suscetível ao vírus. A ava-liação, trinta dias após a primeirainoculação, foi feita segundo escala denotas (Hojo & Pavan, 1990) onde: 1=au-sência de sintomas; 2=clareamento denervuras e/ou mosqueado; 3=mosaicosem embolhamento e/ou deformaçãofoliar e 4=mosaico severo comembolhamento. Sete dias após a primei-ra inoculação, sintomas como

Avaliação de germoplasma de melancia a viroses no Submédio do vale São Francisco.

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2 2 Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

mosqueado, clareamento de nervuras epontos cloróticos já eram facilmentevisíveis. Aos trinta dias observaram-sesintomas típicos do WMV-2, com mo-saico severo, malformação,retorcimento, embolhamento e reduçãoda lâmina foliar. Todos os acessos tes-tados foram suscetíveis ao WMV-2, semdiferença significativa da testemunha‘Crimson Sweet’, apresentando notasque variaram de 2,9 a 4,0. Entretanto,observou-se variação com relação aossintomas entre plantas dentro de ummesmo acesso. As plantas dos acessosavaliados, distribuíram-se da seguinteforma, com relação à escala de notasutilizada na avaliação: 1=2 plantas(0,15%); 2=17 (1,15%); 3=187(12,47%); 4=1.293 (86,25%). Os mes-mos acesso serão avaliados para PRSV-w e WMV-2. A avaliação de acessos demelancia continua, considerando quefontes de resistência ao WMV-2 aindanão foram identificadas, além de haverdisponibilidade de um grande númerode acessos e gerações segregantes quecompõem o BAG da Embrapa Semi-Árido que ainda não foram avaliados.

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2 3Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

Nas últimas décadas o esforço dedi-cado aos recursos genéticos, ini-

cialmente, quase que exclusivamente àcoleta de acessos em muitas espéciesvegetais, começa a se deslocar para asfases de conhecimento do material co-letado como a caracterização. Isto por-que, para um número expressivo deespécies já se dispõe no mundo, de cer-ca de dois milhões de amostras nas co-leções sendo conservadas. No entanto,a sua utilização está muito aquém doesperado (Peeters & Williams, 1984;Nass et al., 1993). A modesta utiliza-ção do germoplasma conservado estáassociada a vários fatores, sendo que afalta de informações sobre os acessosconservados é uma delas (Peeters &Williams, 1984).

A coleta de acessos de melancia noNordeste do Brasil teve início em 1985,quando foram realizadas visitas a áreasde produtores em Petrolina-PE e a al-guns municípios vizinhos, ou colhidosfrutos das plantas que vegetavam espon-taneamente nas Estações Experimentaisda Embrapa, no município de Petrolina- PE (Queiróz et al., s.d.).

A partir de 1991 foram intensifica-das as coletas de acessos de melanciaem diversos municípios do Nordestebrasileiro (Queiróz, 1992; Ramos &Queiróz, 1992; Queiróz, 1994; Costa,1992; Moura & Queiróz, 1997).

Tendo em vista que, muitas vezes, onúmero de sementes coletadas era re-duzido, houve a necessidade inicial demultiplicação das amostras conseguidas.

ROMÃO, L.R.; QUEIRÓZ, M.A. de; MARTINS, P.S.; CORDEIRO, C.M.T. Caracterização morfológica de acessos de melancia do Banco de Germoplasma(BAG) de cucurbitáceas do Nordeste brasileiro. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 17, p. 23-25, 1999. Palestra. Suplemento.

Caracterização morfológica de acessos de melancia do Banco Ativo deGermoplasma (BAG) de cucurbitáceas para o Nordeste do Brasil.Watermelon morfological characterization from the cucurbitsgermplasm bank for the Northeast of Brazil.Roberto L. Romão1/; Manoel Abílio de Queiróz 2/; Paulo S. Martins3/; Célia Maria T. Cordeiro4/

1/UEFS - Laboratório de Ecologia Evolutiva, Departamento de Ciências Biológicas, Feira de Santana-BA; [email protected]; 2/EmbrapaSemi-Árido; Caixa Postal 23, 56.300-000 Petrolina-PE, Fone 081-862 1711, Fax 081-862 1744, [email protected]; 3/ ESALQ -Departamento de Genética, Piracicaba-SP; 4/Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, C. Postal 02372, 70.770-900 Brasília – DF,[email protected].

Palavras-chave: Citrullus lanatus, recursos genéticos, descritores morfológicos.

Keywords: Citrullus lanatus, genetic resources, morphological descriptors.

Primeiro experimentoConsiderando-se que não havia

descritores para serem usados na carac-terização das amostras de melancia, oprimeiro passo foi o estabelecimento deuma lista preliminar contendo 20descritores qualitativos e quantitativoscom base no conhecimento de caracteresmorfológicos variáveis observados emcampo nos experimentos de multiplica-ção, registros na literatura e adaptaçãodas listas de descritores dos gênerosCucurbita e Cucumis (Romão et al., s.d.;Esquinas-Alcazar & Gulick, 1983;Henderson, 1992).

A lista preliminar continha 20descritores qualitativos e quantitativose seis dados de manutenção (Romão etal., s.d.). Utilizando esta lista, 25 aces-sos, sendo quatorze da região de Irecê-BA e onze da região de Pastos Bons-MA,foram colocados em campo utilizando-se quinze plantas por parcela, em fileiraúnica no espaçamento de 3,0 m entre filae 0,8 m entre planta. O experimento ins-talado na Estação Experimental de Be-bedouro, Petrolina-PE, foi irrigado porsulcos de infiltração. Os demais tratosculturais foram aqueles adotados para acultura da melancia irrigada.

O resultado obtido no experimentomostrou uma grande variabilidade paraos caracteres quantitativos entre asamostras estudadas, pois o número defrutos por planta variou de 1,2 a 7,7; opeso médio de fruto, de 1,4 a 8,4 kg; onúmero de sementes por fruto, de 203 a870; o comprimento do fruto, de 15,7 a

41,5 cm e o diâmetro do fruto, de 13,8 a20,2 cm. Para os caracteres qualitativos,observou-se variação na cor externa dofruto e na cor da polpa.

Com o aumento do número deacessos conservados no BAG e combase nos resultados do primeiro experi-mento de melancia surgiram váriasquestões, como: magnitude da variabi-lidade existente entre os acessos de me-lancia coletados; se os acessos coletadosfaziam parte de um mesmo conjunto devariabilidade ou a variabilidade encon-trada seguia um padrão regional; comorealizar a caracterização de todos osacessos do BAG, e, quais seriam os prin-cipais descritores responsáveis pelamaior discriminação entre os acessos demelancia existentes.

Para responder a estas questões, sedelineou um outro experimento, comadequação do número de tratamentos erepetições bem como da origem dos tra-tamentos, tendo-se escolhido acessosprovenientes de três regiões distintas.

Segundo experimento

Foram estudadas 39 populações demelancia (Citrullus lanatus) provenien-tes da região de Irecê-BA, Pastos Bons-MA e Petrolina-PE. Foram utilizadastreze populações por região. Estasregiões são bastante isoladas pela dis-tância e apresentam condições climáti-cas bem diferenciadas (Romão, 1996).

O delineamento experimental utiliza-do foi de blocos ao acaso, com quatrorepetições. A parcela experimental totalfoi constituída de uma linha com oito

Caracterização morfológica de melancia do Banco Ativo de Germoplasma de cucurbitáceas do Nordeste brasileiro.

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2 4 Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

plantas, num espaçamento de 3,0 m x 1,0m, sendo a parcela útil de quatro plantas.

A caracterização foi realizada combase nas seguintes categorias dedescritores: a) descritores de plântula(avaliados ao nível de indivíduo); b)descritores vegetativos (avaliados aonível de indivíduo); c) descritores deinflorescência (avaliados ao nível deindivíduo); d) descritores de fruto (da-dos tomados de um fruto maduro porplanta), e) descritores de semente (ava-liados de um fruto maduro por planta).

Foram avaliados 26 descritores, sen-do 18 quantitativos (1 - tamanho docotilédone; 2 - comprimento docotilédone; 3 - tamanho do limbo; 4 -tamanho do pecíolo; 5 - comprimentodo internó; 6 – número de ramos; 7 –diâmetro do caule; 8 - início doflorescimento; 9 - distância da primeiraflor feminina; 10 – comprimento do fru-to; 11 – diâmetro do fruto; 12 - espessu-ra da casca; 13- espessura da polpa; 14- peso; 15 – ºBrix; 16 - número de se-mentes por fruto; 17 - peso de 50 se-mentes; 18 - tamanho da semente) e oitoqualitativos (1 - formato do fruto; 2 -cor externa predominante; 3 - padrão decasca; 4 -cor das listras; 5 - espessuradas listras; 6 - textura de polpa; 7 - du-reza da casca; 8 - cor de semente).

Foram realizadas análisesunivariadas e multivariadas dosdescritores quantitativos e estudada afreqüência dos descritores qualitativos.Observou-se que: a) existe grande varia-bilidade entre os acessos coletados; b) avariabilidade encontrada apresenta umaforte correlação com as regiõescoletadas; c) existem diferenças de va-riabilidade tanto entre populações den-tro de região quanto entre regiões.

A partir da análise multivariada, uti-lizando dezessete descritores quantita-tivos, foi realizada a análise canônicadiscriminante e o resultado mostrou queos acesso são agrupados de acordo comas regiões, cada região compondo umgrupo particular em variabilidade.

Também utilizando análisemultivariada se estudou a eliminação dedescritores, para os acessos das regiõesestudadas, utilizando-se comoparâmetro a magnitude dos coeficien-tes canônicos pela variação dentro degrupos para indicar a retirada de variá-

veis selecionando aquelas com valoresacima de |0,70| em pelo menos um doscoeficientes canônicos - CAN 1 e CAN2. Utilizando esse procedimento foi pos-sível reduzir de dezessete para nove onúmero de descritores para se estudar adivergência entre os grupos estudados(Romão, 1996).

Os resultados obtidos até agora coma caracterização de germoplasma demelancia indicam alguns possíveis ca-minhos a seguir:

1 - O trabalho se inicia durante amultiplicação em campo que deverá serfeita sem repetições com fileiras dequinze plantas por parcela. Devido aonúmero grande de acessos a serem tra-balhados e à limitação de área, não épossível a caracterização de acessos doBAG com um grande número de repeti-ções. Entretanto, é fundamental que sejautilizado um procedimento em que sepossa comparar as caracterizações rea-lizadas umas com as outras. Para tantoé indicado que as caracterizações sejamrealizadas utilizando, além dos acessosa serem caracterizados, dois materiaiscomerciais por experimento. Os mes-mos materiais comerciais devem ser re-petidos a cada experimento. Estes for-necem parâmetros de comparação en-tre as diferentes caracterizações e, des-se modo, possibilitam a análise dessesexperimentos utilizando-se ametodologia desenvolvida por Federer(1956) e Federer (1957) que possibilitaa obtenção de informações básicas so-bre os acessos de forma rápida;

2 - Uma vez identificadas as carac-terísticas gerais de um acesso, osmelhoristas poderão realizar avaliaçõesaprofundadas para identificação de ca-racterísticas específicas que exigemmetodologia apropriada para cada ob-jetivo. Por exemplo, resistência a doen-ças, resistência a estresses abióticos edivergência genética entre outros;

3 – É possível o descarte dedescritores utilizando a Análise de Com-ponentes Principais;

4 – Depois de realizada a caracteri-zação dos acessos do BAG e com basenos dados obtidos, também é possível aidentificação de agrupamentos entre osacessos, o que poderá ser utilizado tan-to pelos melhoristas, para identificaçãode grupos divergentes que poderão ser

utilizados na obtenção de híbridos,quanto pelos curadores de BAGs, naidentificação de acessos duplicados e,ainda, na organização de uma coleçãonuclear que reúna o máximo de variabi-lidade com o menor número de acessos.

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Cucurbitáceas no Nordeste brasi-leiro

A família das cucurbitáceas contemespécies de importância para o

Nordeste brasileiro, seja pela expressãode cultivos comerciais, seja pela diver-sidade de tipos encontrados. Os culti-vos comerciais normalmente são irriga-dos e conduzidos com uso intenso deagroquímicos e práticas culturais preci-sas, visando produzir frutos para osmercados externo e interno. O cultivode maior expressão é o de melão(Cucumis melo), seguido pela melancia(Citrullus lanatus) e jerimum(Cucurbita moschata), cujas cadeiasprodutivas consideradas no conjuntopoderão somar um bilhão de reais porano, uma vez que a do melão está esti-mada em cerca de R$ 650 milhões (Diaset al., 1998). Os genótipos utilizados noscultivos são poucos, foram introduzidosnas últimas décadas e melhorados paracondições diferentes daquelas prevale-centes no Nordeste do Brasil, especial-mente no semi-árido irrigado. Devido àreduzida variabilidade genética, apre-sentam, ainda, suscetibilidade a algumasdoenças das cucurbitáceas como o oídio(Sphaeroteca fuliginea), micosferela(Didymella bryoniae), murcha de fusário

QUEIRÓZ, M.A.de; RAMOS, S.R.R.; MOURA, M.da C.C.L.; COSTA, M.S.V.; SILVA, M.A.S. da. Situação atual e prioridades do Banco Ativo de Germoplasma(BAG) de cucurbitáceas do Nordeste brasileiro. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 17 p. 25-29, 1999. Palestra. Suplemento.

Situação atual e prioridades do Banco Ativo de germoplasma (BAG) decucurbitáceas do Nordeste brasileiro.Currently situation and priorities of germplasm bank of cucurbits inNortheast of Brazil.Manoel A. de Queiróz 1; Semíramis R.R. Ramos 1; Maria da Cruz C.L. Moura 2; Márcio S.V. Costa 1;Magnólia A.S. da Silva1.1/ Embrapa Semi-Árido, C. Postal, 23, 56300-000, Petrolina – PE; 2/ Universidade Estadual do Maranhão, C. Postal , São Luís-MA.

Palavras-chave: Cucumis melo, Citrullus lanatus, Cucurbita spp.

Keywords: Cucumis melo, Citrullus lanatus, Cucurbita spp.

(Fusarium oxysporum f.sp. niveum) e aosvírus PRSV-w e WMV-2.

Por outro lado, na agricultura tradi-cional da região, destacam-se os culti-vos de melancia comum (Citrulluslanatus) e forrageira (C. colocynthis var.citroides), os jerimuns (C. moschata eC. maxima), o maxixe (Cucumisanguria) e o melão (Cucumis melo). Empequena escala, há cultivo de algumasplantas de cabaça (Lagenaria siceraria)ao redor das residências dos agriculto-res. Os genótipos disponíveis são mui-tos e apresentam uma grande variabili-dade entre si (Queiróz, 1993; Romão,1996; Dias, 1993; Ferreira, 1996; Ra-mos; 1996). As espécies do gêneroCitrullus e Cucumis foram aquiintroduzidas da África há muitos anos(Whitaker & Davis, 1962) tendo sido acosta nordestina local de várias intro-duções africanas (Romão, 1996).

O sistema de produção destas espé-cies é geralmente consorciado com di-ferentes culturas alimentares, com áre-as variando, por família, de poucas plan-tas até cultivos comerciais (Queiroz etal., 1993; Queiroz et al., 1994; Silva,1994; Moura & Queiroz, 1997). As se-mentes utilizadas para o plantio são pro-venientes dos próprios campos ou do

intercâmbio entre agricultores, em umsistema de manejo próprio de cada fa-mília (Queiróz, 1993; Queiróz et al.,1993; Romão, 1996). Em contraposiçãocom os cultivos irrigados, o cultivo dasespécies, na agricultura tradicional, épraticado na quase ausência absoluta deagroquímicos.

Entretanto, apesar da existência degrande variabilidade genética nos culti-vos de espécies de cucurbitáceas na agri-cultura tradicional, observa-se que exis-tem riscos reais de perda desta variabi-lidade devido à introdução de cultiva-res melhoradas, especialmente melan-cias, e ao abandono do cultivo pelospequenos produtores, seja pelas perdasdos cultivos nas secas prolongadas sejapelo êxodo rural motivado por váriascausas (Queiróz, 1992; Queiróz, 1993).Por esta razão, decidiu-se formar umbanco de germoplasma de cucurbitáceaspara o Nordeste brasileiro, com os se-guintes objetivos: ampliação da varia-bilidade genética de cucurbitáceas atra-vés da coleta de amostras de frutos ousementes das populações locais e da in-trodução de acessos de melancia comvariabilidade genética específica comocor vermelho intenso da polpa, resistên-cia à murcha de fusariose, ao cancro das

ROMÃO, R.L. Dinâmica evolutiva e variabilida-de de populações de melancia Citrulluslanatus (Thunb.) Matsum & Nakai em trêsregiões do Nordeste brasileiro. Piracicaba:USP - ESALQ, 1996. 75 p. (Tese mestrado)

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Caracterização morfológica de melancia do Banco Ativo de Germoplasma de cucurbitáceas do Nordeste brasileiro.

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2 6 Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

hastes (Didymella bryoniae), ao vírusWMV-2 além de acessos precoces e defrutos pequenos; multiplicação dos aces-sos coletados; caracterizaçãomorfológica dos acessos de Cucurbitamoschata e Cucumis sp. coletados naregião Nordeste; estabelecimento da lis-ta de descritores para Citrullus lanatus;identificação de caracteres de interessepara o melhoramento através da avalia-ção preliminar e aprofundada dos aces-sos; avaliação dos acessos de melancia ejerimuns quanto à resistência aos princi-pais estresses bióticos (oídio, micosferela,viroses, antracnose e murcha de fusariose);estabelecimento de amostras representa-tivas dos acessos coletados visando pre-servação a longo prazo.

Fases de estudos no BAG decucurbitáceas do Nordeste brasileiro

As atividades do banco degermoplasma começaram, de modo mui-to incipiente, nos anos de 1985 com a co-leta de algumas amostras de melancia emPetrolina e municípios vizinhos (Queiróz,1993). A partir de 1991 os trabalhos seintensificaram, não somente com coletassistematizadas, bem como com o estudodas demais fases que caracterizam umbanco de germoplasma vegetal, a saber:além da coleta na agricultura tradicional,multiplicação e avaliação preliminar, ca-racterização morfológica, preservação eavaliação aprofundada.

Foram adotadas estratégias distintaspara o desenvolvimento das diversasfases. Por exemplo, para as coletas de

amostras de sementes e frutos na agri-cultura tradicional, contou-se com a ex-periência dos técnicos da assistência téc-nica, professores e pesquisadores comvivência nos locais escolhidos, paraorientarem os itinerários de coleta (áre-as de expressão de cultivo, feiras livreslocais, entre outros), bem como fazer osprimeiros contatos com os agricultores.

Para os estudos de caracterizaçãomorfológica e avaliação aprofundadaforam feitas parcerias com centros depós-graduação do país, de modo que fos-sem desenvolvidas teses de mestradosobre os diversos temas de interesse dobanco de germoplasma. Assim, foramdesenvolvidos estudos de caracterizaçãomorfológica e citológica em parceria como Departamento de Fitotecnia da Univer-sidade Federal de Viçosa, em Minas Ge-rais, o Departamento de Fitotecnia daUNESP - Jaboticabal e o Departamentode Genética da Escola Superior de Agri-cultura Luiz de Queiroz, ambas em SãoPaulo. Os estudos de avaliaçãoaprofundada foram realizados em parce-ria com o Departamento de Fitossanidadeda Universidade Federal Rural dePernambuco, o Departamento deFitotecnia da UNESP - Jaboticabal, SãoPaulo e o Departamento de Biologia daUniversidade Federal de Pernambuco.

Principais atividades realizadasno NO BAG

Coleta de acessosOs locais de coleta de acessos de

cucurbitáceas foram selecionados a par-

tir de informações sobre a importânciasócio-econômica da produção de umadeterminada espécie na agricultura tra-dicional.

Entre 1985 e 1987 foram feitas váriasexpedições no município de Petrolina emunicípios vizinhos, tendo-se coletado42 amostras de melancia. A partir desseperíodo, várias expedições foram reali-zadas, a saber: 1991 - expedições a vári-os municípios das regiões de Irecê - BAe de Pastos Bons - MA; 1992 - expedi-ções às região de Jacobina - BA, Juazeiro- BA, Teresina - PI e Tacaimbó - PE; 1994- expedição ao município deMaxaranguape - RN; 1995 a 1997 - vári-as expedições a municípios do estado doMaranhão; 1996 a 1997 - expedições àsregiões de Paripiranga e Brumado, noEstado da Bahia. Até o momento foramfeitas coletas em 33 municípios da Bahia,30 municípios do Maranhão, doze mu-nicípios do Piauí e quatro municípios dePernambuco e do Rio Grande do Norte.Ao longo dos doze anos foram resgata-dos 1527 acessos das diversas espéciesde cucurbitáceas (Tabela 1).

O número de plantas amostrado, emcada local, variou de acordo com as con-dições do local de coleta. Por exemplo,no caso do resgate de plantas espontâ-neas, a coleta foi feita a partir do frutodisponível de uma planta. Em áreas decultivo, o número de plantas amostradasdependeu do número e da variabilidadeapresentada pelas plantas e frutos, bemcomo da disponibilidade do agricultor

Tabela 1. Número de acessos/1 no BAG de cucurbitáceas do Nordeste brasileiro. Petrolina, Embrapa Semi-Árido, 1998.

AnosNúmero de acessos das diferentes espécies de cucurbitáceas

C. moschata C. maxima C. lanatus C. melo C. anguria L. siceraria Total1985/87 - - 42 - - - 421991 220 69 125 23 38 4 4791992 109 40 245 07 17 - 4181993 01 51 03 03 - - 581994 02 - - - - - 21995 90 17 38 18 - - 1631996 85 7 28 16 43 6 1851997 36 8 91 36 39 - 180Total 543 192 572 103 107 10 1527

1/Não estão incluídos os acessos que foram introduzidos dos EUA (fontes de resistência à micosferela, virus WMV-2) bem como os acessosconstituídos por variedades comerciais e outros que constituem o “pool” gênico disponível no BAG.

M.A.de Queiróz et al.

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para doação ou venda dessas amostras. Emalguns casos, a coleta foi realizada empontos de venda às margens das rodovias,em feiras livres ou por uma pequena amos-tra de sementes mantidas pelos agriculto-res para plantios posteriores.

Multiplicação dos acessos coletados

O número de frutos ou sementesobtidos por meio das coletas é limitado.Sendo assim, para compor a amostra aser utilizada e/ou preservada no bancoé necessário que esse número seja am-pliado através de multiplicação do nú-mero de sementes. Dependendo da es-pécie, as multiplicações foram realiza-das em campo ou em casa-de-vegeta-ção telada. Normalmente, foram utili-zados cerca de 25 a 30 acessos por ex-perimento, com 20 plantas por acesso,tendo sido este número freqüentementealterado em função da germinação dassementes disponíveis no acesso original-mente coletado. As polinizações foramcontroladas e dependendo da sincroniana antese das flores femininas e mascu-linas, realizou-se três tipos de cruzamen-tos, a saber: cruzamento em cadeia; cru-zamento em cadeia alternada eautofecundação.

Até o momento já foram multipli-cados 290 acessos de Citrullus lanatus,108 de Cucurbita moschata, dez de C.maxima, onze de Cucumis anguria e oitode Cucumis melo, perfazendo, no total,427 acessos.

Quando da condução dos experi-mentos com Citrullus lanatus, Cucumisanguria e Cucumis melo, verificou-seque quando conduzidos a campo, opegamento de frutos foi ao redor de20%, ao passo que em casa-de-vegeta-ção telada, o pegamento foi ao redor de95%. Tal dado demonstra que o númerode polinizações controladas a serem fei-tas nos experimentos de campo, é cercade cinco vezes maior, além da necessi-dade de mão-de-obra para se fazer o iso-lamento individual de flores masculinase femininas. Por outro lado, na casa-de-vegetação telada, não foi necessário fa-zer a proteção individual das flores.Contudo, enfatiza-se a necessidade deverificar cuidadosamente a presença deinsetos não tradicionais polinizadores decucurbitáceas como moscas e formigas,os quais poderão polinizar as flores.Acrescenta-se, ainda, o fato de o am-

biente de cultivo estar bastante altera-do, não permitindo a expressão decaracteres que sofrem influência doambiente, como tamanho de frutos eprolificidade, entre outros. No caso es-pecífico da melancia, observou-se, tam-bém, que quando o acesso não é prolífi-co, após o pegamento do primeiro fru-to, dificilmente se obtém um segundo.

Nos experimentos de multiplicação,o número adequado de plantas, por aces-so, para cada espécie, ainda não foi de-terminado, tendo implicações com arepresentatividade e composição daamostra final a ser preservada ou utili-zada em programas de melhoramento.Estimava-se obter, no mínimo, um fru-to polinizado por planta, na metodologiade cruzamento em cadeia. No entanto,devido a problemas diversos como au-sência de sincronização em cadeia daantese de flores masculinas e femininase índice elevado de aborto de frutos nosexperimentos feitos a campo, durante osperíodos de temperaturas elevadas, nemsempre foi possível obter o número mí-nimo de frutos provenientes dapolinização em cadeia.

Caracterização morfológica e ava-liação aprofundada

Até o momento já foram realizadosquatro experimentos de campo para ca-racterizar morfologicamente acessos deCucurbita moschata e Citrullus lanatus.No primeiro caso foram utilizados par-te dos descritores recomendados porEsquinas-Alcazar & Gulick (1983) en-quanto que para Citrullus lanatus, de-vido à inexistência de descritores espe-cíficos, foram utilizados descritores con-cebidos a partir de vários trabalhos exis-tentes na literatura (Romão et al., 1994),bem como de experimentos prelimina-res conduzidos na Embrapa Semi-Ári-do. Também foram feitos estudoscitológicos em um acesso de melanciacoletado no município de Ouricuri-PEe que é utilizado para alimentação ani-mal, constatando-se que do ponto devista taxonômico o mesmo poderá serdesignado de Citrullus lanatus var.citroides (Assis, 1994) o qual contemintrogressão de caracteres de C.colocynthis . No tocante à avaliaçãoaprofundada, foram avaliados acessosquanto à resistência ao oídio(Sphaeroteca fuliginea) (Araújo et al.,

1987) e à micosferela (Didymellabryoniae) (Dias, 1993). Os resultados dosdiversos experimentos serão relatados in-dividualmente em trabalhos específicos.

PreservaçãoAs atividades desenvolvidas na etapa

de preservação objetivam o armaze-namento, a médio prazo, dos acessoscoletados ou introduzidos no banco, comas respectivas multiplicações, que estãoarmazenados em câmara fria a 10ºC e40% da umidade relativa.

Os acessos foram armazenados emcaixas plásticas, tipo “Tupperware”, ten-do sido contabilizado devidamente onúmero de suas sementes. Já foram de-senvolvidas atividades com o objetivode estudar a preservação da qualidadedas sementes em diferentes tipos deembalagens e ambientes de arma-zenamento. Para tanto, foram realizadostestes de teor de umidade, germinação,primeira contagem de germinação,condutividade elétrica, envelhecimentoacelerado e emergência de plântulas emcampo.

No entanto, visando melhor conser-vação e monitoramento das sementes,será adotado um novo tipo de embala-gem para armazenamento, que consisteem potes de vidros hipotérmicos. Serátambém utilizada uma fina camada desílica gel, a qual será um indicador docontrole da umidade das sementes.

Para a preservação a longo prazo,pretende-se formar uma coleção de basecom as diversas espécies multiplicadase enviá-las ao Centro Nacional de Re-cursos Genéticos e Biotecnologia(CENARGEN) da Embrapa.

Variabilidade genética encontrada

Durante as fases de multiplicação ecaracterização morfológica dos acessos,vários caracteres quantitativos e qualita-tivos de importância para o melhoramen-to de plantas foram observados. Oscaracteres identificados em Citrulluslanatus foram: fontes de resistência aooídio (Sphaeroteca fuliginea) e àmicosferela (Didymella bryoniae); for-mato e coloração da folha; plantas prolí-ficas, precoces e com variação em vigor;formato e tamanho de frutos; teor de só-lidos solúveis; tamanho, cor, peso edormência de sementes; cor da polpa ecor externa do fruto. Os caracteres iden-tificados em Cucurbita moschata foram:

Situação atual e prioridades do Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de cucurbitáceas do Nordeste brasileiro.

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2 8 Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

formato e coloração da folha; formato etamanho dos frutos; cor e espessura dapolpa; cor externa do fruto; teor de sóli-dos solúveis e matéria seca nos frutos.Os caracteres identificados em Cucumisanguria e C. melo foram os seguintes:tamanho e formato dos frutos, resistên-cia ao oídio e teor de sólidos solúveis emC. melo e variações na distribuição equantidade de espículos, tamanho e for-mato do fruto em C. anguria.

As plantas que apresentaramcaracteres importantes foramautofecundadas e as geraçõessegregantes foram trabalhadas em ex-perimentos específicos, visando estudospertinentes, em cada caso. Estudos adi-cionais são necessários para que taiscaracteres sejam considerados em pro-gramas de melhoramento. Por exemplo,foi determinado o modo de herança dooídio em melancia (Borges, 1996), bemcomo foram realizados estudos de ca-pacidades geral e específica de combi-nação em melancia (Ferreira, 1996).

Paralelamente aos experimentos demultiplicação e caracterizaçãomorfológica do BAG, identifica-secaracteres de importância para o melho-ramento. Essa etapa tem sido designadade avaliação preliminar e tem contribuí-do de forma significativa para o aumentodo uso dos recursos genéticos das espé-cies do referido BAG. Esse procedimen-to, juntamente com os experimentos deavaliação aprofundada, permitiu o uso,

no caso da melancia, de 349 acessos.Considerando-se que o BAG tem 572acessos de melancia (Tabela 1), o usodos mesmos para fins de melhoramentopoderá ser considerado como 61%. Nocaso de acessos do gênero Cucumis, oBAG tem 210 acessos e 74 foram utili-zadas nos diversos experimentos (Sil-va,1997), o que representa 35% de usodos acessos. Em ambas as situações, ouso é bem superior aos valores corren-tes da literatura para outras culturas(Peeters & Williams, 1984; Nass et al.,1993).

Prioridades para o desenvolvi-mento de ações de pesquisa com re-cursos genéticos de cucurbitáceas noNordeste do Brasil

Os estudos desenvolvidos com me-lancia (Romão, 1996) e jerimum (Ra-mos, 1996) mostraram que a variabili-dade genética encontrada nas popula-ções de regiões distintas era relativa-mente diferente e, portanto, as coletasdeveriam continuar a fim de se obternovos variantes, embora já se conte comum número razoável de acessoscoletados e estudados. Apenas os esta-dos do Maranhão e Bahia tiveram maiornúmero de municípios cobertos pelascoletas.

À medida que os estudos sobre osacessos coletados estão sendo realiza-dos, observa-se que acessos importan-tes têm aparecido em locais distintos.Assim, para melancia, prolificidade foi

encontrada num acesso proveniente deuma planta de vegetação espontânea naFazenda de Produção de Sementes Bá-sicas, Petrolina - PE, bem como em umacesso coletado no município deItaguaçu - BA. Frutos redondos e pe-quenos foram encontrados em acessosde Petrolina - PE e de Itaguaçu - BA,sendo que nos mesmos acessos foramencontradas fontes de resistência a oídio(Sphaeroteca fuliginea). As caracterís-ticas alto teor de açúcar e cor de polpavermelha intensa foram encontradas emacessos coletados em São Luís - MA eCamamu - BA. Resistência a Didymellabryoniae foi encontrada em plantas deacessos coletados em Petrolina-PE ePastos Bons - MA. Para este caráter, noentanto, observou-se uma maior fre-qüência de plantas resistentesprovenientes das coletas realizadas nomunicípio de Pastos Bons - MA e mu-nicípios vizinhos do que nos acessoscoletados nas regiões de Irecê e Catin-ga do Moura, na Bahia, ou Petrolina, emPernambuco (Queiróz et al., 1994). Osautores sugerem que o ambiente úmidoda área de Pastos Bons tenha favoreci-do a seleção natural de genótipos tole-rantes a Didymella bryoniae.

No entanto, a multiplicação dosacessos coletados tem sido bem abaixodo esperado, pois apenas um terço dosmesmos foram multiplicados. A carac-terização morfológica também está bemabaixo do desejado, pois se dispõe ape-

Espécie Coleta IntroduçãoAvaliaçãoagronô-

mica

Caracterizaçãomorfológica

Caracterizaçãomolecular

Documen-tação

ImportânciaSocial

RegionalNacional

Multiplicaçãode Acessos

Conservação

Citrullus lanatus 1 3 1 1 1 2 1 1 1 1

Cucurbita maxima 1 3 1 1 2 2 1 2 1 1

Cucurbita moschata 1 3 1 1 1 2 1 2 1 1

Cucurbita pepo - - - - - - - - -

Cucumis melo 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1

Cucumis anguria 1 3 1 1 3 2 1 3 1 3

Cucumis sativus - - - - - - - - -

Lagenaria siceraria 3 3 - - - 3 3 3 1 1

Luffa cylindrica 2 3 - - - 3 3 3 1 1

Sechium edule - - - - - - 2 3 - -

Tabela 2. Escala de notas 1/ para as principais atividades das espécies de cucurbitáceas existentes no Nordeste brasileiro. Petrolina, EmbrapaSemi-Árido, 1998

1/: 1 - alta prioridade; 2 - média prioridade; 3 - baixa prioridade

M.A.de Queiróz et al.

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2 9Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

nas de uma lista preliminar de descritorespara melancia, necessitando-se confirmara consistência dos descritores, especial-mente daqueles que forem mais suscetí-veis aos efeitos ambientais. Parajerimum, a análise da consistência dosdescritores ainda não foi concluída. Aavaliação aprofundada, embora já reali-zada para alguns caracteres como resis-tência a oídio e micosferela, ainda ne-cessita ser exercitada para as viroses efusariose, nas principais espécies culti-vadas (Citrullus lanatus , Cucurbitamoschata e Cucumis melo).

À medida que novos estudos foremsendo efetuados, mais informações so-bre o germoplasma de cucurbitáceasestarão disponíveis de modo a orientaras ações a serem executadas no futuro.

Partindo-se do conhecimento geralsobre as diversas espécies de cucurbitáceasexistentes no Nordeste do Brasil, pode-sevisualizar quais as ações que deverão serrealizadas no futuro, atribuindo-se umaescala de prioridades (Tabela 2).

LITERATURA CITADA

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3 0 Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

RESUMO

Phytophthora capsici é o agente cau-sador do tombamento de plântulas

e da podridão de frutos em abóboras emorangas. A importância da doençavem sendo acentuada pela gravidade deseus danos e incidência crescente. Anecessidade de se identificar materiaisresistentes a essa doença é de suma im-portância para programas de melhora-mento visando obter variedades resis-tentes. Esse trabalho teve como objeti-vo descrever técnicas de avaliação rá-pida de germoplasma de abóboras emorangas através da inoculação do fun-go Phytophthora capsici em plântulas epolpa de frutos de abóboras e morangas.Em campo as plântulas são inoculadasaos 14 dias após a semeadura, atravésda aplicação de um jato com o inóculona forma de suspensão de zoósporos.Outra alternativa é a inoculação deplântulas em casa de vegetação, no es-tádio cotiledonar (10 dias) aplicando3ml da suspensão de zoósporos no colode cada plântula. Para a avaliação da re-sistência de frutos, o fungo (micélio ezoósporos) é inoculado na polpa junta-mente com o meio de cultura. Pela rapi-dez e facilidade de execução, estes méto-dos permitem a avaliação de grande quan-tidade de genótipos, sendo ideal para usoem bancos de germoplasma. Os materiaisidentificados como resistentes podem sermultiplicados, reavaliados ou incluídos emprogramas de melhoramento.

As variedades cultivadas de abóbo-ra e moranga têm-se mostrado suscetí-veis a Phytophothora capsici. Essa do-ença é de origem fúngica, de distribui-ção cosmopolita, afetando diversas cul-turas em regiões de clima tropical,subtropical e temperado (Chellemi &Sonoda, 1983). Em abóboras e morangas,

LOPES, J.F.; BRUNE, S.; HENZ, G.P. Metodologia de avaliação da resistência de germoplasma de abóboras e morangas a Phytophthora capsici. HorticulturaBrasileira, Brasília, v. 17, p. 30-32, 1999. Palestra. Suplemento.

Metodologia de avaliação da resistência de germoplasma de abóboras emorangas a Phytophthora capsici.Methodology of resistance evaluation to Phytophthora capsici Leonian inpumpkin and squash germplasm.José Flávio Lopes; Sieglinde Brune; Gilmar Paulo HenzEmbrapa Hortaliças, C. Postal 218, 70.359-970 Brasília – DF.

Palavras-chave: Cucurbita moschata, Cucurbita maxima, doença, tombamento de plântulas.

Keywords: Cucurbita moschata, Cucurbita maxima, disease, damping-off.

o patógeno causa podridão de frutos,além do tombamento em plântulas, po-dridão das raízes e do colo e lesões nocaule. A doença pode surgir em qualquerestádio de desenvolvimento da planta(Cruz Filho & Pinto, 1982), sendo con-siderado fator limitante à produção devárias espécies cultivadas (Café Filho etal., 1995; Chupp & Sherf, 1960).

É crescente a importância dessadoença pela gravidade dos danos quecausa, sendo considerada uma das maisrelevantes no cultivo de cucurbitáceasno Brasil, com registros de perdas emSão Paulo, Minas Gerais, Goiás, SantaCatarina e Distrito Federal (Cruz Filho& Pinto, 1982; Kuroda et al., 1984;Azevedo & Silva, 1986; Brune & Lopes,1994). Esta doença ocorre principalmen-te durante o verão no Brasil Central, ouem regiões quentes e úmidas. NaEmbrapa Hortaliças, a presença destadoença tem sido constatada em plantiospara multiplicação de materiais genéti-cos suscetíveis (cultivares Alice, Coroae exposição) e naqueles para produçãode sementes do híbrido experimental deabóbora Jabras, especialmente nos pe-ríodos quentes e chuvosos, causandograndes perdas. Em trabalhos desenvol-vidos na Embrapa Hortaliças, já foramidentificadas algumas linhagens resis-tentes (Peixoto et al., 1991). Em umaavaliação de resistência de 32 genótiposde C. moschata e C. maxima do BancoAtivo de Germoplasma de cucurbitáceasda Embrapa Hortaliças, Lima & Henz(1994) identificaram seis genótipos re-sistentes (número 407, 408, 197, 398,399 e 405) e 16 medianamente resisten-tes (152, 318, 349, 350 entre outros). Emuma avaliação da resistência de 63 cul-tivares de cucurbitáceas disponíveis nomercado brasileiro, incluindo pepino,

melão, melancia, abobrinha, moranga,abóbora e mogango (Henz & Lima,1998), as mais resistentes foram as cul-tivares de pepino, enquanto que a maio-ria das cultivares de abóbora, abobrinhae moranga foram suscetíveis. Em rela-ção à resistência de frutos, Kuroda et al.(1984) testaram 40 introduções de C.moschata (“baianinha”) e 22 introdu-ções de C. maxima, detectando dentrodo grupo “baianinha” linhagens resis-tentes e susceptíveis bem definidas. Emoutra avaliação, Henz et al. (1994) ava-liaram a resistência de frutos de 80genótipos de Cucurbita moschata, iden-tificando 6 como resistentes e 16 comointermediário-resistentes.

Sendo o controle desta doença difí-cil e onerosa, é importante a identifica-ção de fontes de resistência em abóbo-ras e morangas a Phytophothora capsici,e usar a diversidade genética de bancosde germoplasma. O objetivo deste tra-balho é descrever detalhadamente o pre-paro de inóculo, métodos de inoculaçãoe avaliação e análise estatística.

MÉTODOS DE AVALIAÇÃODA RESISTÊNCIA

Preparo do inóculoPara o preparo do inóculo de

Phytophothora capsici, deve-se utilizarum isolado de alta virulência e boaesporulação em meio de cultura(Reifschneider et al., 1986). O fungo érepicado para placas de Petri em meioBDA, permanecendo incubado a 25ºCdurante 7 dias. Para produção dezoósporos, faz-se uma nova repicagemdo fungo para meio composto de 200mlde suco de tomate temperado

J.F. Lopes et al.

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3 1Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

“Superbom”, 3g de CaCO3, 18g de ágare 800 ml de água destilada (Urben,1980). Em seguida, as placas sãomantidas a 23 ± 1ºC na presença de luzpor 7 dias. Para a liberação dezoósporos, adiciona-se às placas 10mlde água destilada, mantendo-as a 4ºCpor duas horas em geladeira e durante40 minutos à temperatura ambiente(25ºC). A superfície das placas é entãoraspada e os zoósporos coletados e di-luídos em água destilada, ajustando-sea concentração de acordo com as neces-sidades, em geral em torno de 104

zoósporos/ml.Avaliação da resistência em

plântulas a campoEssa metodologia permite avaliar

um grande número de plântulas. Con-siste em semear cento e cinquenta se-mentes de cada genótipo em canteiros,dividas em três repetições de 50 semen-tes cada. As parcelas podem ser dispos-tas em um delineamento experimentalde blocos ao acaso. Cada parcela deveser constituída de 50 sementes dispos-tas em duas fileiras distanciadas de 10cm. Um grande número de genótipospode ser avaliado. Os dados desse exem-plo são baseados numa avaliação feitapara 150 genótipos.

A suspensão de zoósporos deve serinoculada na região do colo dasplântulas, 14 dias após a semeadura. Ainoculação é feita com a ajuda de umpulverizador costal manual, aplicando-se um jato de 1 ml de suspensão porplântula, preferentemente à tardinhaquando a temperatura é mais amena. Oscanteiros devem ser previamente irriga-dos para facilitar a disseminação dopatógeno, conforme sugerido por CruzFilho & Pinto (1982). A avaliação é fei-ta com base na leitura do número deplântulas sobreviventes aos 7 dias apósa inoculação, de acordo com Brune etal. (1990). As plântulas sobreviventespodem ser transplantadas para o campopara multiplicação e assim obter-semaior número de sementes dosgenótipos resistentes.

Avaliação da resistência emplântulas em casa-de-vegetação

Utiliza-se caixas plásticas (40 x 28x 11cm) contendo 8 litros de soloautoclavado, com 1/3 de esterco curti-do, 1/3 de latossolo vermelho ou outrotipo de terra e 1/3 de areia. Pode-se

conduzir o experimento em blocos aoacaso, com quatro repetições e oito plan-tas por parcela. A inoculação é feita emtorno de 10 dias após a semeadura, noestádio cotiledonar, sendo o solo ume-decido 30 minutos antes. A inoculaçãoé feita à tardinha depositando-se 3 mldo inóculo com um pipetador automáti-co no colo de cada planta.

A avaliação é feita três dias após ainoculação, arrancando-se as plantas elavando-se o sistema radicular em águacorrente. Observa-se os sintomas no sis-tema radicular e no colo da planta e atri-bui-se uma nota de acordo com a escalamodificada de Bosland & Lindsey(1991), onde 0= planta aparentementesem sintomas; 1= leve escurecimento daraiz; 3= lesões na raiz e/ou colo da plan-ta; 5= anelamento na raiz e/ou colo; 7=planta morta. Em alguns casos, pode-seatribuir notas intermediárias (númerospares). É conveniente usar-se materiaiscom resistência já determinada comopadrões de resistência e susceptibilida-de. Dependendo do número degenótipos avaliados, pode-se usar testede comparação de médias ou análise deagrupamento para separar os materiaisem termos de resistência (Henz & Lima,1994; Henz & Lima, 1998).

Avaliação da resistência em polpade frutos

Para a avaliação da resistência empolpa, depois de colhidos os frutos sãolevados ao laboratório, descartando-seaqueles que apresentam defeitos oudesuniformidade em relação ao tamanhoe cor padrão do genótipo. Os frutos sele-cionados são então lavados em água cor-rente e depois desinfestados com uma so-lução de hipoclorito de sódio (NaClO, 1%)durante 2 minutos, sendo posteriormentedeixados para secar em temperatura am-biente. Utiliza-se 10 frutos por genótipoou mais, dependendo da disponibilidade.Cada fruto representa uma repetição e ostratamentos podem ser expostos em umdelineamento experimental de blocos aoacaso (Henz et al., 1994).

A inoculação é feita retirando-se umdisco da polpa com um perfurador derolha, de 0,5cm de diâmetro e aproxi-madamente 0,4cm de profundidade, naparte mediana do fruto, substituindo-opor um disco contendo meio de culturae micélio de Phytophthora capsici cres-cido em BDA por 8 dias, com a partesuperior (com micélio) voltada para o

interior do fruto (Kuroda et al., 1984;Henz et al., 1994). Após a inoculação,os frutos devem ser mantidos em câma-ra úmida (25oC e 95-100% UR), sendoavaliados três dias após a inoculaçãoatravés da medida do diâmetro médiodas lesões, que ficam amolecidas eapodrecidas.

Os métodos descritos anteriormentepermitem avaliar convenientemente a re-sistência de cucurbitáceas à Phytophthoracapsici, tanto de plântulas como de fru-tos. Portanto, é possível avaliar-se umgrande número de genótipos de maneirarelativamente fácil e rápida, inclusive debancos de germoplasma. O número deartigos publicados sobre o tema no Brasilcobre diferentes aspectos relativos àinteração patógeno x hospedeira, taiscomo virulência de isolados, fatores queafetam a expressão de sintomas, além daavaliação da resistência de diferentes ma-teriais, inclusive cultivares comerciais.

LITERATURA CITADA

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Metodologia de avaliação da resistência de germoplasma de abóboras e morangas a Phytophthora capsici.

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Entende-se por Coleção de Base, umconjunto de acessos de

germoplasma conservados a longo pra-zo. A Coleção de Base é vista como umaestratégia de segurança, abrigando emseu acervo a duplicação dos BancosAtivos de Germoplasma e Coleções deTrabalho de pesquisadores. Desta for-ma, os materiais conservados não têmcomo objetivo serem utilizados para in-tercâmbio.

Para conservar sementes ortodoxas,como as de Cucurbitáceas a longo pra-zo, a Embrapa Recursos Genéticos eBiotecnologia tem utilizado técnicas eprocedimentos de conservação especí-ficos, como a manutenção em tempera-tura baixa (-20°C) e o controle dos teo-res de umidade das sementes entre 5%e 7%, que visam garantir a conservaçãopor até cem anos.

Outra importante característica daColeção de Base é a sua dimensão. Defato, enquanto as coleções de trabalhodos melhoristas são utilizadas como fontede material, aumentando e diminuindo onúmero de acessos, a Coleção de Base,que não abrange apenas as necessidadesatuais, tende unicamente a aumentar estenúmero. Esta situação é uma conseqü-ência da finalidade da Coleção de Base,que visa principalmente preservar o má-ximo possível de alelos para o futuro.

FAIAD, M.G.R.; BUSTAMANTE, P.G. Coleção de base: Conservação de germoplasma de cucurbitáceas a longo prazo. Horticultura Brasileira, Brasília, v.17, p. 32-33, 1999. Palestras. Suplemento.

Coleção de base: Conservação de germoplasma de cucurbitáceas a longoprazo.Cole-collection: long term cucurbits germplasm conservation.Marta Gomes Rodrigues Faiad; Patricia Goulart BustamanteEmbrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, SAIN Parque Rural W5;Norte, C. Postal 02372, 70,849-970 Brasília-DF.

Palavras-chave: Cucurbitaceae, abóbora, coleção de base, bancos ativos, conservação de longo prazo, germoplasma.

Keywords: Cucurbitaceae, pumpkin, base collection, active bank, long term conservation, germplasm.

O Banco Ativo de Germoplasma(BAG), ao contrário da Coleção de Base,é constituído pelo germoplasma imedia-tamente disponível para multiplicaçãoe distribuição aos usuários. Por esta ra-zão, freqüentemente os Bancos Ativosmantêm condições de armazenamentode médio prazo.

Quanto à distribuição de material, asColeções de Base são consideradasrepositórios de germoplasma para supri-mento exclusivo de material a ser utili-zado nos BAG’s e coleções de trabalho,através da introdução de novogermoplasma ou pela ativação de mate-rial que os BAGs previamente tinham“desativado”. Apenas excepcionalmentea Coleção de Base é utilizada como fontede distribuição de material para progra-mas de pesquisa ou para uso direto pe-los usuários.

O enriquecimento da variabilidadegenética dos Bancos Ativos é, geralmen-te, obtido pela introdução de material deoutros países, realizada pelos melhoristas,através das coleta de materiais silvestresnas diversas regiões do Brasil ou atravésde melhoramento e procedimentosbiotecnológicos. Para dinamizar as ativi-dades de intercâmbio, coleta, conservaçãoe demais atividades relativas ao manejodos recursos genéticos, existem oscuradores de produtos, que são pesquisa-

dores da Embrapa Recursos Genéticos eBiotecnologia que, entre outras atividades,atuam como principal elo de união entreos Bancos Ativos de Germoplasma e aColeção de Base.

No Sistema Brasileiro de PesquisaAgropecuária (SNPA), a conservação delongo prazo é feita exclusivamente pelaEmbrapa Recursos Genéticos eBiotecnologia. Três dos Bancos Ativosde Germoplasma de Cucurbitáceas exis-tentes no Brasil, estão localizados emUnidades da Embrapa (Hortaliças, Semi-Árido e Clima Temperado). Outros doisBAGs estão localizados no InstitutoAgronômico de São Paulo (IAC) e naUniversidade Federal de Viçosa (UFV).

A conservação da variabilidade ge-nética é fundamental aos melhoristas.Eles não podem prescindir da reservade possibilidades evolutivas existentesna gama de variabilidade das espéciessilvestres. A conservação destegermoplasma é a principal garantia deque vão dispor de matéria prima paraseus trabalhos de melhoramento.

Para o armazenamento a longo pra-zo, é necessário seguir determinadasnormas e padrões estabelecidos peloInternational Plant Genetic ResourcesInstitute (IPGRI) (1992), com adequa-ções para as condições brasileiras, queestabelece a quantidade e a viabilidadepreferíveis para cada acesso. Para ma-

J.F. Lopes et al.

REIFSCHNEIDER, F.J.B.; CAFÉ FILHO, A.C.;REGO, A.M. Factors affecting expression ofresistance in pepper (Capsicum annuum) toblight caused by P. capsici in screening trials.Plant Pathology, v. 35, n. 4, p. 451-456, 1986.

URBEN, A.F. Phytophthora capsici Leonian,agente etiológico da mancha de Capsicumannuum L. Viçosa: UFV, 1980. 63 p. (TeseMestrado).

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3 3Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

nutenção na Coleção de Base, é reco-mendado que sejam mantidas 1.500 a2.000 sementes viáveis.

Antes de serem armazenados paraconservação na Coleção de Base, osacessos passam por um processo de re-gistro dos dados referentes à origem,procedência, código e nome da espéciee do gênero, denominação da amostra ecódigo do acesso (BRA) para identifi-cação no Brasil e no exterior.

As atividades desenvolvidas no pro-cesso de armazenamento inicial das co-leções se referem à inspeção visual, lim-peza, determinação do teor de umida-de, secagem, quantificação do númerode sementes, teste de germinação, testede sanidade e documentação.

Após o armazenamento, monito-rações periódicas dos acessos são reali-zadas para o acompanhamento da via-bilidade das sementes e definição dosprocessos de multiplicação (para obten-ção de sementes de alta qualidade equantidade suficiente para atender àsnormas da conservação de longo prazo)e regeneração (para manutenção de suaintegridade genética e obtenção de se-

mentes de alta qualidade fisiológica).Segundo o IPGRI (1994), a regenera-ção dos acessos de germoplasma deveser feita quando a viabilidade das se-mentes armazenadas reduzir-se paramenos de 85% da porcentagem de ger-minação inicial.

Os dados da Coleção de Base estãodisponíveis para a comunidade científi-ca através do Sistema Brasileiro de In-formação de Recursos Genéticos,SIBRARGEN. Pelos dados apresenta-dos nos relatórios verifica-se que das750 espécies da família das Cucur-bitáceas, 10 são mantidas na Coleção deBase, por serem consideradas as maisimportantes como recursos genéticospara o trabalho de melhoramento vege-tal: Citrulus lanatus (01), Cucurbitamaxima (499), Cucurbita moschata(48), Cucurbita pepo (06), Cucumismelo (01), Cucumis anguria (01),Cucumis sativus(03), Langenariasiceraria (22), Luffa cylindrica (06) eCucumis sp. (01).

A Coleção de Base de Cucur-bitáceas está atualmente constituída de588 acessos, sendo que cerca de 50%

das amostras é proveniente do BAG daEmbrapa Hortaliças, localizado emBrasília/DF. Grande contribuição tam-bém foi dada pelo BAG da Universida-de Federal de Viçosa (45%).

Os recursos genéticos constituemfatores da maior importância para o de-senvolvimento da agricultura e para as-segurar a alimentação de mais de 6 bi-lhões de pessoas que habitam o nossoplaneta. A redução da diversidade ge-nética nos centros de origem das plan-tas cultivadas, exige uma ação efetivapara que o germoplasma seja guardadocom segurança.

A conservação de longo prazo dos re-cursos genéticos, mais que preservargermoplasma e contribuir com matériaprima indispensável ao trabalho demelhoristas, também possibilita às popu-lações tradicionais recuperarem germo-plasma que julgavam perdido. A conser-vação de longo prazo em coleções de baserepresenta um seguro e um investimento,ambos necessários para a manutenção daprodução e para fornecer opções futurasao agronegócio brasileiro.

Coleção de base: Conservação de germoplasma de cucurbitáceas a longo prazo.

normasNORMAS PARA PUBLICAÇÃO

Instruções para apresentação de trabalhos à revistaHorticultura Brasileira:

I. O periódico, em português, é composto das seguintesseções:

1. Artigo Convidado; 2. Carta ao Editor; 3. Pesquisa; 4. Eco-nomia e Extensão Rural; 5. Página do Horticultor; 6. Insumos eCultivares em Teste; 7. Nova Cultivar; 8. Expediente.

II. Definição das seções:1. ARTIGO CONVIDADO: sobre tópico de interesse

atual, a convite da Comissão Editorial, tendo forma livre, po-rém devendo atender obrigatoriamente às alíneas (b) e (d) dePESQUISA, além de apresentar resumo, palavras-chave,abstract, título em inglês e keywords (observe instruções naalínea (e) de PESQUISA). Caso haja co-autores, é obrigató-ria a sua anuência à publicação. Caso haja citação de literatu-ra, obedecer às alíneas (f) e (g) de PESQUISA. Caso hajatabelas, figuras, fórmulas químicas, referências a agrotóxicosou inclusão de fotografias, obedecer as alíneas (j), (k), (l), (m)e (n) de PESQUISA;

2. CARTA ao EDITOR: publicada a critério da Comis-são Editorial, tendo forma livre, porém devendo atender à alí-nea (b) de PESQUISA;

3. PESQUISAa) Artigo relatando um trabalho original, referente a re-

sultados de pesquisa, ainda não relatados ou submetidos si-

multaneamente à publicação em outro periódico ou veículode divulgação, com ou sem corpo editorial, e que, após sub-metidos a Horticultura Brasileira, não poderão ser publica-dos, parcial ou totalmente, em outro local sem a devida auto-rização por escrito da Comissão Editorial de HorticulturaBrasileira;

b) Os originais deverão ser submetidos em três vias, pro-cessados em microcomputador, em programa Word 6.0 ousuperior, em espaço dois, fonte arial, tamanho doze. O disquetecontendo o arquivo deverá ser incluído;

c) Cada artigo submetido deverá ser acompanhado daanuência à publicação de todos os autores, assim como decópia do recibo ou comprovante que o valha de quitação daanuidade corrente da Sociedade de Olericultura do Brasil depelo menos um dos autores;

d) Os artigos serão iniciados com o título do trabalho,que não deve incluir nomes científicos para quaisquer espé-cies, sejam plantas ou outros organismos, a menos que nãohaja nome comum em português. Ao título deve seguir o nomee endereço postal completo dos autores (veja padrão de apre-sentação nos artigos publicados em Horticultura Brasileira,a partir do v. 14). Anotações como novo endereço de algumautor, referência a trabalho de tese, etc (veja padrão de apre-sentação nos artigos publicados em Horticultura Brasileira,a partir do v. 14) devem ser colocadas em notas de rodapé,com numeração consecutiva. Anotações como entidadesfinanciadoras e concessão de bolsas devem ser colocadas emAGRADECIMENTOS;

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3 4 Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

e) A estrutura dos artigos obedecerá ao seguinte roteiro:1. Resumo em português, com palavras-chave ao final. Aspalavras-chave devem ser sempre iniciadas com o(s) nome(s)científico(s) da(s) espécie(s) em questão e nunca devem re-petir termos para indexação que já estejam no título; 2.Abstract, em inglês, acompanhado de título e keywords . Oabstract, o título em inglês e keywords devem ser versõesperfeitas de seus similares em português; 3. Introdução; 4.Material e Métodos; 5. Resultados e Discussão; 6. Agradeci-mentos; 7. Literatura Citada; 8. Figuras e tabelas.

f) Referências à literatura no texto deverão ser feitas con-forme os exemplos: Esaú & Hoeffert (1970) ou (Esaú & Hoeffert,1970). Quando houver mais de dois autores, utilize a expressãolatina et alli, de forma abreviada (et al.), sempre em itálico, comosegue: De Duve et al. (1951) ou (De Duve et al., 1951);

g) As referências bibliográficas citadas no texto deverãoser incluídas em LITERATURA CITADA, em ordem alfabé-tica, pelo primeiro autor. Quando houver mais de um artigodo(s) mesmo(s) autor(es), no mesmo ano, indicar por umaletra minúscula, logo após a data de publicação do trabalho,como segue: 1997a, 1997b. A ordem dos itens em cada refe-rência deverá obedecer as normas vigentes da AssociaçãoBrasileira de Normas Técnicas - ABNT, como segue:

Periódico: NOME DOS AUTORES (em caixa alta,separados por ponto-e-vírgula. Independente do número deautores, todos devem ser relacionados, vedando-se, emHorticultura Brasileira, o uso de et alli na LITERATURACITADA). Título do artigo. Título do Periódico (emHorticultura Brasileira sempre em itálico, vedando-se a uti-lização de abreviações), cidade de publicação (apenas paraperiódicos brasileiros), volume, número do fascículo (quan-do a informação estiver disponível), paginação inicial e fi-nal, mês (indicando com inicial maiúscula os meses paraperiódicos em inglês e, com inicial minúscula, para periódi-cos em português, e abreviando-se na terceira letra quandoo nome do mês possuir mais de quatro letras), ano de publi-cação. Recue o início de uma eventual segunda linha de re-ferência até alinhar-se com a terceira letra da linha inicial.Veja o exemplo:VAN DER BERG, L.; LENTZ, C.P. Respiratory heat

production of vegetables during refrigerated storage.Journal of the American Society for HorticulturalScience, v. 97, n. 3, p. 431 - 432, Mar. 1972.

Livro: NOME DOS AUTORES (em caixa alta, sepa-rados por ponto-e-vírgula. Independente do número de auto-res do artigo, todos devem ser relacionados, vedando-se, emHorticultura Brasileira, o uso de et alli na LITERATURACITADA). Título do livro (em Horticultura Brasileira sem-pre em itálico, vedando-se a utilização de abreviações). Ci-dade de publicação: editora, ano de publicação. Número totalde páginas. Recue o início de uma eventual segunda linha dereferência até alinhar-se com a terceira letra da linha inicial.Veja o exemplo:ALEXOPOULOS, C.J. Introductory mycology. 3 ed. New

York: John Willey, 1979. 632 p.Capítulo de livro: NOME DOS AUTORES DO CA-

PÍTULO (em caixa alta, separados por ponto-e-vírgula. In-dependente do número de autores, todos devem ser relacio-nados, vedando-se, em Horticultura Brasileira, o uso de etalli na LITERATURA CITADA). Título do capítulo. In:

NOME DOS EDITORES OU COORDENADORES DO LI-VRO (em caixa alta, separados por ponto-e-vírgula. Indepen-dente do número de autores, todos devem ser relacionados,vedando-se, em Horticultura Brasileira, o uso de et alli naLITERATURA CITADA). Título do livro (em HorticulturaBrasileira sempre em itálico, vedando-se a utilização de abre-viações). Cidade de publicação: editora, ano de publicação.Páginas inicial e final. Recue o início de uma eventual segun-da linha de referência até alinhar-se com a terceira letra dalinha inicial. Veja o exemplo:ULLSTRUP, A.J. Diseases of corn. In: SPRAGUE, G.F. ed.

Corn and corn improvement. New York: Academic Press,1955. p. 465 - 536.

Tese: NOME DO AUTOR (em caixa alta). Título datese (em Horticultura Brasileira sempre em itálico, vedando-se a utilização de abreviações). Cidade de publicação: insti-tuição, ano de publicação. Número total de páginas. (Tesemestrado ou doutorado). Recue o início de uma eventual se-gunda linha de referência até alinhar-se com a terceira letrada linha inicial. Veja o exemplo:SILVA, C. Herança da resistência à murcha de Phytophthora

em pimentão na fase juvenil. Piracicaba: ESALQ, 71 p.(Tese mestrado).

Trabalhos apresentados em congressos (quando nãoincluídos em periódicos): NOME DOS AUTORES (em cai-xa alta, separados por ponto-e-vírgula. Independente do nú-mero de autores do artigo, todos devem ser relacionados, ve-dando-se, em Horticultura Brasileira, o uso de et alli na LI-TERATURA CITADA). Título do trabalho. In: NOME DOCONGRESSO (em caixa alta, vedando-se, em HorticulturaBrasileira, o uso de abreviações na LITERATURA CITADA),número do congresso. (seguido de ponto), ano de realizaçãodo congresso, cidade de realização do congresso. Título dapublicação... (Anais...; Proceedings..., etc..., seguido de reti-cências): Local de edição da publicação: editora ou institui-ção responsável pela publicação, ano de publicação. Páginasinicial e final do trabalho. Recue o início de uma eventualsegunda linha de referência até alinhar-se com a terceira letrada linha inicial. Veja o exemplo:HIROCE, R; CARVALHO, A.M., BATAGLIA, O.C.; FURLANI, P.R.; FURLANI,

A.M.C.; SANTOS, R.R.; GALLO, J.R. Composição mineral de frutos tropi-cais na colheita. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA,4., 1977, Salvador. Anais... Salvador: SBF, 1977. p. 357 - 364.

www site

- Autor(es):MASSRUHÁ, S.M.F.S.; MANCINI, A.L.; MEIRA, C.A.A.; MÁXiMO, F.A.;

FILETO, R.; PASSOS, S.L.Z.

Quando o site não indicar autoria, entrar pelo título(ver exemplo 2).- Título: indica-se o título do documento consultadoAmbiente de desenvolvimento de software para o do-mínio de administração rural.- Fonte (location, site ou host): indica-se, em itálico ena língua do texto, o nome do site onde o documentoestá armazenado, seguido da data, entre parênteses,em que o mesmo tomou-se disponível na lntemet.Disponível: site Agrosoft (07 fev. 1996)Disponível: Middlebuty College site (Feb. 7, 1996)URL: indica-se o endereço completo do site, prece-

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3 5Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

dido da sigla URL.URL:http:/Awww.agrosoft.com/agroport/docs95/doc10.htm- Notas: data de consulta - indica-se, na língua portu-guesa, a data em que a consulta foi efetuada.Consultado em 12 fev. 1996.Exemplo 1

MASSRUHÁ, S.M.F.S.; MANCINI, A.L.; MEIRA, C.A.A.; MÁXIMO, F.A.;FILETO, R.; PASSOS, S.L.Z. Ambiente de desenvolvimento desoftware para o domínio de administração rural. Disponível: s i t eAgrosoft (07 fev. 1996). URL: http://www.agrosoft.com/agroport/docs95/doc10.htm Consultado em 12 fev.1996.

Exemplo 2MARY Cassatt biographical sketch and paintings. Disponível: WebMuseum

Paris site (1994). URL: http://www.oir.ucf.edu/louvre/paintauth/cassatConsultado em 10 abr. 1995.

www page

- Autor(es): indica-se o(s) nome(s) do(s) autor(es) eem sua ausência, entra-se pelo título

- Título: indica-se o título do documento consultado- Fonte (location, site ou host): indica-se, em itálico ena língua do texto, o nome do site onde o documentoestá armazenado, seguido da data, entre parênteses,em que o mesmo tomou-se disponível na intemet- Disponível: site EMBRAPA (25 set. 1995)- Endereço URL:http:/www.hortbras.com.br/resu-mos_ dos_artigos.htm- Notas: indica-se na língua portuquesa, a data em quea consulta foi efetuada

Horticultura Brasileira. Resumos dos artigos (10 nov. 1998). URL: http://www.hortibras.com.br/resumos_dos_artigos.htm. consultado em 19 nov. 1999.

FTP (file transfer protocol)

Citação de arquivo disponível para transferência, através do serviço ftp.- Autor(es), quando conhecidos indica-se o(s) autor(es)

BRUCKMAN, A.

- Título: indica-se o nome completo do documento,em itálicoApproaches to managing deviant behavior in virtualcommunities.- Fonte: URL ou endereço do site ftp - indica-se o endereço completo do siteURL: ftp.media.mit.edu pub/asb/papers/deviancechi94ouftp: ftp.media.mit edu pub/asb/papers/deviance-chi94- Notas: data de acesso - indica-se, na língua portuguesa, a data em que a consulta foi efetuada. Consultado em 4 dez. 1994.

BRUCKMAN, A. Approaches to managing deviant behavior in virtualcommunities. ftp.media.mit edu pub/asb/papers/deviance-chi94 Consul-tado em 4 dez. 1994.

Mensagem pessoal

Documentos originados do correio eletrônico- Autoria: indica-se o nome do autor

FERREIRA, S.M.S.

- Assunto: indica-se o assunto, em itálico, no campocorrespondente ao título, utilizando as informações contidas na linha de assunto do e-mail.

Notícias- Fonte: endereço - indica-se o endereço eletrônico doautor (o endereço pessoal poderá ser omitido, indican-do em seu lugar o endereço da lista da qual o autor éassinante).smferrei@spider. usp.brindicação do tipo da mensagem - Mensagem pessoal- Notas: data da mensagem enviada14 maio 1996

FERREIRA, S.M.S. Notícias. [email protected]. Mensagem pessoal.14 mai 1996

Artigos de periódico (em CD-ROM e na lnternet)- Autoria.- Título do artigo.- Título do periódico, por extenso, com iniciais maiúscu-las.- Local de publicação, se houver.- Número do volume e fascículo e, se houver, o nomeda seção.- Páginas (inicial e final) do artigo, ou número pará-grafos (quando não apresentar paginação).- Data.- Endereço/protocolo (quando se tratar de documentodisponível na intemet).- Indicação do tipo de mídia.- Data de acesso: indica-se, na língua portuguesa, adata em que a consulta foi efetuada, apenas quando setratar de documentos disponível na lntemet.Exemplos:

BARTSCH, S. Actors in the audience. Bryn Mawr Classícal Revíew, v.3, n.2,10 par., 1995. Disponível: gopher:gopher. lib.virginia.edu:7OlOOIalpha/bmrciv95195-3-2 Consultado em 07 ago 1996.

WENTWORTH, E.P. Pitfalls of conservative garbage collection. Software - Practice& Experience, v.20, n.7, p.719-727, July 1990. CD-ROM. SP & E archive.

Eventos Científicos Considerados em parte (emCD-ROM)- Autoria- Título e subtítulo da parte- Nome do evento- Número do evento- Data e local de realização- Título e subtítulo do evento- Local de edição- Editor- Ano de publicação- Páginas (inicial ou final) ou número de parágrafos(quando não apresentar paginação)- Indicação do tipo de mídia

CARRILHO, J. Z.; SOARES, J. V.; VALÉRIO FILHO, M. Detecção auto-mática de mudanças como recurso auxiliar no monitoramento da cober-tura do terreno. ln: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTOREMOTO, 8., 1996, Salvador. Anais. São Paulo: INPE / Sociedade Lati-no-Americana de Sensoriamento Remoto e Sistemas de lnforrnações Es-paciais, 1996.26 par. CD-ROM. Seção artigos.

h) A citação de resumos apresentados em congressos deveser limitada a no máximo 20% do total de referências, exceto nocaso de assuntos onde não há literatura em quantidade razoável;

i) A citação de trabalhos com mais de dez anos de idade

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3 6 Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.

deve ser limitada a no máximo 50% do total de referências,exceto no caso de assuntos onde não há literatura em quanti-dade razoável;

j) Somente deverão ser incluídas tabelas e figuras queapresentem dados relevantes à interpretação do assunto e quenão possam ser apresentados em poucas linhas de texto. Da-dos apresentados em figuras não devem ser apresentados no-vamente em tabelas e vice-versa. As tabelas e figuras devemser apresentadas ao final do artigo, uma por página, com nu-meração consecutiva;

k) Utilize o padrão da revista para títulos de tabelas,rodapés e legendas, indicando no título ou legenda, nesta or-dem: local, instituição e ano de realização do trabalho. Tabe-las e figuras devem ser sempre autoexplicativas, ou seja, oleitor deve entender o que está sendo demonstrado, sem sernecessário que consulte o texto. As tabelas devem ser confi-guradas no padrão SIMPLES do processador de textos Word,ou similar. Linhas verticais não são utilizadas e linhas hori-zontais devem aparecer somente entre o título e o corpo databela; entre o cabeçalho e o conteúdo da tabela e, quando foro caso, entre o conteúdo da tabela e a última linha;

l) Ao longo do texto, as fórmulas químicas devem serindicadas de acordo com a nomenclatura adotada pelaChemical Society (Journal of the Chemical Society, p. 1067,publicado em 1939). Em tabelas, as fórmulas químicas de-vem ser apresentadas no rodapé;

m) No caso de agrotóxicos é vedada a utilização de no-mes comerciais. Deve ser utilizado o nome técnico ou a refe-rência ao princípio ativo;

n) No caso do trabalho conter fotografias, a ComissãoEditorial deve ser consultada. No caso de fotografias colori-das, os autores devem cobrir os custos adicionais.

4. ECONOMIA E EXTENSÃO RURAL: trabalho naárea de economia aplicada ou extensão rural, tendo formalivre porém devendo atender obrigatoriamente às alíneas (a),(b), (c), (d), (f), (g), (h) e (i) de PESQUISA, além de apresen-tar resumo, palavras-chave, abstract, título em inglês e keywords (observe instruções na alínea (e) de PESQUISA). Casohaja co-autores, é obrigatória a sua anuência à publicação.Caso haja tabelas, figuras, fórmulas químicas, referências aagrotóxicos ou inclusão de fotografias, obedecer as alíneas(j), (k), (l), (m) e (n) de PESQUISA.

5. PÁGINA DO HORTICULTOR: Comunicação ounota científica, passível de utilização imediata pelo horticultor.Observar o mesmo padrão de PESQUISA.

6. INSUMOS E CULTIVARES EM TESTE: comuni-cação ou nota científica relatando ensaio com agrotóxicos,fertilizantes ou cultivares, tendo forma livre, mas devendoobedecer, obrigatoriamente as alíneas (a), (b), (c) e (d) dePESQUISA e, quando aplicável, as alíneas (f), (g), (h) e (i)de PESQUISA, além de apresentar resumo, palavras-chave,abstract, título em inglês e keywords (observe instruções naalínea (e) de PESQUISA). Caso haja co-autores, é obrigatóriaa sua anuência à publicação. Caso haja tabelas, figuras, fórmu-las químicas, referências a agrotóxicos ou inclusão de fotogra-fias, obedecer as alíneas (j), (k), (l), (m) e (n) de PESQUISA.

7. NOVA CULTIVAR: Comunicação relatando o regis-tro de nova cultivar, tendo forma livre, mas devendo obede-cer, obrigatoriamente as alíneas (a), (b), (c) e (d) de PESQUI-SA e, quando aplicável, as alíneas (f), (g), (h) e (i) de PES-QUISA, além de apresentar resumo, palavras-chave, abstract,

título em inglês e keywords (observe instruções na alínea (e)de PESQUISA). Caso haja co-autores, é obrigatória a suaanuência à publicação. Caso haja tabelas, figuras, fórmulasquímicas, referências a agrotóxicos ou inclusão de fotogra-fias, obedecer as alíneas (j), (k), (l), (m) e (n) de PESQUISA.

8. EXPEDIENTE: seção destinada à comunicação en-tre os leitores e a Comissão Editorial e vice-versa, na formade breves avisos, sugestões e críticas. O texto não deve exce-der 300 palavras (1.200 caracteres) e deve ser enviado emduas cópias devidamente assinadas, acompanhadas dedisquete e indicação de que o texto se destina à seçãoExpediente. Por questões de espaço, nem todas as notas rece-bidas poderão ser publicadas e algumas poderão ser publicadasapenas parcialmente.

9. Trabalhos que não atendam às alíneas (a), (h) e (i) dePESQUISA não serão aceitos.

10.Trabalhos que não atendam às alíneas (b), (d), (e), (f),(g), (j), (k), (l), (m) de PESQUISA serão devolvidos aos au-tores para que sejam adequados sem serem registrados nasecretaria da revista.

11.Trabalhos que não atendam à alínea (c) de PESQUI-SA permanecerão na secretaria da revista, com processo detramitação suspenso, por 90 dias a contar da data constanteno aviso de recebimento do trabalho enviada aos autores pelaComissão Editorial. Findo esse prazo, caso as indicações con-tidas na referida alínea não tenham sido atendidas pelos auto-res, os originais dos trabalhos serão destruídos e o trabalhoserá excluído dos registros da secretaria da revista.

III. Os manuscritos submetidos à publicação nas seçõesPESQUISA e ECONOMIA e EXTENSÃO RURAL serãoapreciados por no mínimo dois assessores ad hoc, especialis-tas no tema do artigo apresentado, que darão parecer sobre aconveniência de sua publicação do trabalho, com base na qua-lidade técnica do trabalho e do texto. Os artigos submetidos àpublicação nas demais seções, a critério da Comissão Edito-rial, podem também ser apreciados por assessores ad hoc. Aoseu critério, os assessores ad hoc poderão sempre que con-sultados indicar alterações que adequem o artigo ao padrãode publicação da revista.

IV. Em caso de dúvidas, consulte a Comissão Editorialou verifique os padrões de publicação em Horticultura Bra-sileira, v. 14 em diante.

V. Os casos omissos serão decididos pela Comissão Edi-torial. Se necessário, modificações nas normas de publicaçãoserão feitas posteriormente.

VI. Os originais devem ser enviados para:Horticultura BrasileiraC. Postal 19070.359-970 Brasília - DFTel.: (061) 385.9051 / 385.9000Fax: (061) 556.5744E.mail: [email protected]

VII. Assuntos relacionados a mudança de endereço,filiação à Sociedade de Olericultura do Brasil - SOB, paga-mento de anuidade, devem ser encaminhados à diretoria daSOB, no seguinte endereço:

UNESP - FCA-C. Postal 237-18.603-970 Botucatu - SPTel: (014) 820 7172; Fax: (014) 821 3438

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Programa de apoio a publicações científicas

A revista Horticultura Brasileira é indexadapelo CAB, AGROBASE, AGRIS/FAO,TROPAG e sumários eletrônicos/IBICT.

Horticultura Brasileira, v. 1 nº1, 1983 - Brasília, Sociedade deOlericultura do Brasil, 1983.

Quadrimestral (1983 - 1998)

Títulos anteriores: v. 1-3, 1961-1963, Olericultura.v. 4-18, 1964-1981, Revista de Olericultura.

Não foram publicados os v. 5, 1965; 7-9, 1967-1969.

Periodicidade até 1981: Anualde 1982 a 1989: Semestrala partir de 1999: Quadrimestral

1. Horticultura - Periódicos. 2. Hortaliças - Periódicos. I.Sociedade de Olericultura do Brasil.

CDD 635.05

Tiragem: 1.000 exemplares