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DEVER DE CASA: Prática necessária para integrar Família-Escola

Maria Eunice Pereira da Costa1

José Carlos da Silva2

RESUMO O presente Artigo discorrerá sobre a importância da parceria entre escola e família que culminou na pesquisa sobre o Dever de Casa por ser a forma mais direta e comum de acompanhamento dos estudos pelos pais e/ou responsáveis. Decidiu-se estudar e buscar nas fontes de fundamentação teórica variável, pouco estudada na realidade brasileira. Os dados aqui relatados finalizou o terceiro período com a Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica PDE no Colégio Estadual “Professor Segismundo Antunes Netto” espaço de articulação entre teoria e prática. O relato dos educadores em conselho de classe diz que a maioria dos alunos não está realizando o dever de casa, portanto não está tendo um momento de estudo em casa, e as famílias demonstram ausência neste quesito. Por isso, a opção da problemática para esta pesquisa. A importância do projeto para a escola é conhecer melhor o seio familiar do educando e com esse entrelaçamento partir para um trabalho pedagógico além da sala de aula com resultados reais de uma ação participativa e comprometida da família com a educação. A partir do estudo que se realizou nesta pesquisa sobre família e escola e a função de cada uma desta instituição chegou-se ao resultado de que ambas necessitam ser parceiras para que a partir daí possa estar colaborando com uma educação integral do educando onde ele passa a ser co-autor de sua própria aprendizagem. Neste sentido, além do estudo, das estruturas e funções da família e da escola, o projeto busca desenvolver ações possíveis com as famílias para um maior comprometimento e envolvimento sobre o Dever de Casa como fundamental relevância para o desempenho escolar do aluno.

Palavras-chave: Família; Escola; Dever de Casa; Comprometimento.

1 Professora Pedagoga do Colégio Estadual Professor Segismundo Antunes Neto - EFMN

2 Professor da Universidade Estadual do Norte Pioneiro – UENP.

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INTRODUÇÃO

Diante da nova sociedade de hoje, fez-se necessário uma mudança na

maneira de ver o papel da família e da escola que busca neste processo de

aprender e ensinar uma escola que atenda ao perfil social vigente, sem perder o

compromisso de preparar indivíduo com conhecimento para viver e conviver de

forma competente e feliz. Nessa mudança constante de paradigmas pode-se

entender e coadunar com muitos escritos que afirmam que a fase que se está

vivendo, onde o descartável é moda e o ensino vem agregado a essa onda, o século

XXI vem priorizar de forma contundente e bastante significativa que os saberes não

são mais exclusividade de quem ensina. A informação hoje está acessível, fácil e

rápida. O objetivo do educador é oferecer meios e instrumentos adequados dentro

do contexto de sua disciplina para que o educando trilhe seu caminho escolar com

sabedoria e possa construir o seu saber podendo expressar o seu verdadeiro SER

buscando as informações necessárias e de valores para seu crescimento saudável e

humano.

É fundamental que o Projeto de Intervenção Pedagógica construído durante

o Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE valide-se para o Projeto Político

Pedagógico da escola para que esta pesquisa venha qualificar o trabalho realizado

na instituição escola. Não se pode perder de vista que as relações afetivas são

intransferíveis. Diante desse novo contexto é imprescindível que o educador repense

o seu desempenho enquanto profissional da educação e busque um novo olhar

frente a essa sociedade seletiva, pragmática, mas não menos renovada, porém com

enormes fendas de individualismo. Portanto, rever o planejamento pedagógico, a

estratégia de ensinar é sempre louvável porque está se formando seres humanos

que irão atuar nesta mesma sociedade aqui descrita. E isto tem sido uma premente

necessidade dos educadores. Tanto a família quanto a escola necessitam retomar

seus conceitos, desvendar seus mitos, reavaliar suas crenças, rever e reconstruir

suas práticas.

O artigo aborda a importância do projeto que se faz necessário por contribuir

significativamente no processo ensino-aprendizagem e por entender que é de suma

importância a relação entre escola e família. Neste sentido, além do estudo, das

estruturas e funções da família e da escola, busca-se desenvolver ações possíveis

com as famílias para um maior comprometimento e envolvimento sobre os deveres

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de casa, como fundamental relevância para o desempenho escolar do aluno.

O dever de casa é uma atividade que o professor propõe ao aluno, para que

o mesmo o realize em casa, com o objetivo de apoio ao processo que acontece em

sala de aula. O envolvimento e a participação dos pais no ambiente escolar nos dias

atuais são considerados componentes importantes para o desempenho ideal do

processo da aprendizagem.

Com base neste contexto é de suma importância refletir algumas questões

procedentes. Como está prescrito no Projeto Político Pedagógico o Dever de Casa?

Como têm sido elencadas as propostas dos educadores para com a turma referente

às questões dos deveres de casa? Ele tem sido valorizado como um conteúdo ou

uma atividade extraclasse? O que diz a escola? O que diz a Família? O que diz o

educando? Qual o comprometimento de cada uma das instituições para uma

aprendizagem significativa?

Estes são questionamentos necessários para atingir os objetivos propostos

na realização desta pesquisa, alicerçado em compreender a importância da relação

família-escola para o processo de ensino-aprendizagem distinguindo o papel de

cada instituição no processo escolar entendendo que a escola só cumprirá com sua

função social com a colaboração de todos, onde ambos atuem coerentemente em

uma mesma direção, possibilitando uma reflexão sobre um real projeto de vida

alicerçado em objetivos e perspectivas comprometidas com a transformação social.

No entanto, vale lembrar que a escola e a família são parceiras na

construção do cidadão. Contudo, uma não faz o papel da outra – são parceiras. A

família além de constar na lei sua responsabilidade legal tem sido incentivada

através de chamamento para participar na escola nos momentos de capacitação que

acontece na semana pedagógica com todo o colegiado escolar.

DESENVOLVIMENTO

A Função Social da Escola como Instituição que Integra Família e Escola

A escola emerge, como uma instituição fundamental para o indivíduo e sua

constituição, assim como para a evolução da sociedade e da humanidade (Davies &

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cols., 1997; Rego, 2003). Como um microssistema da sociedade, ela não apenas

reflete as transformações atuais como também tem que lidar com as diferentes

demandas do mundo globalizado. Uma de suas tarefas mais importantes, embora

difícil de ser implementada, é preparar tanto alunos como professores e pais para

viverem e superarem as dificuldades em um mundo de mudanças rápidas e de

conflitos interpessoais, contribuindo para o processo de desenvolvimento do

indivíduo, Dessen e Polônia (2007, p.25).

Um dos grandes desafios da escola, é fazer com que o aprendizado seja

prazeroso para que o educando busque no ambiente escolar uma forma de adquirir

conhecimentos, conforme Libâneo (2005, p.117):

Devemos inferir, portanto, que a educação de qualidade é aquela mediante. a qual a escola promove, para todos, o domínio dos conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas e afetivas indispensáveis ao atendimento de necessidades individuais e sociais dos alunos.

No entanto as mudanças pelas quais a sociedade tem passado atualmente

em decorrência de grande carga de informação, dos avanços tecnológicos e tantos

outros fatores, tem influenciado na estruturação da família e como conseqüência na

estrutura da escola.

A escola é para a sociedade uma extensão da família, porque através dela

desenvolvem-se pessoas críticas e conscientes de seus direitos e deveres. Assim

sendo, um ambiente conveniente e favorável a todos, constitui-se num grande

desafio para escola. Diante desse contexto, percebe-se que o papel da escola

supera a condição de mera transmissora de conhecimento.

A escola tem um papel preponderante na contribuição do sujeito, tanto do ponto de vista de seu desenvolvimento pessoal e emocional, quanto da constituição da identidade, além de sua inscrição futura na sociedade. (SYMANSKI, 2001, p 90)

É desafiador fazer com que a instituição escolar assuma sua

responsabilidade de que seu compromisso com os educandos é primordial e

relevante neste processo. É de fato a primeira a tomar frente na construção de uma

sociedade promissora de transformação salutar e cientificamente produtiva, de

alcance com bons resultados da genuína função social que a escola precisa

desempenhar.

A cultura organizacional é decisiva para o sucesso ou fracasso da qualidade

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do ensino atribuída dentro do ambiente escolar. É fundamental saber de como ele é

conduzido. De acordo com Libâneo (2005, p.302):

Características organizacionais positivas eficazes para o bom funcionamento de uma escola: professores preparados, com clareza de seus objetivos e conteúdos, que planejam suas aulas, cativem os alunos. Um bom clima de trabalho, em que a direção contribua para conseguir o empenho de todos, em que os professores aceitem aprender com a experiência dos colegas.

Apresentação da necessidade de relação entre família e escola e seus

aspectos gerais.

Considerando a importância do Dever de Casa para estreitar o elo de

integração entre família e escola faz se necessário dizer, que esta atividade é um

elemento indispensável no momento. Busca-se neste estudo fundamentação teórica

para que o presente artigo proponha uma reflexão com a família com o intuito de

melhorar o entendimento do educando nesta prática. O Dever de Casa é um dos

elementos que os familiares se utilizam para emitir suas opiniões a respeito da

escola. Isso faz sentido, porque fora dos muros da escola o dever de casa é o que

há de mais visível de todo trabalho escolar.

Assim diz o texto de Padilha (2005, p.7),

os deveres de casa de diferentes escolas costumam ser comparados a partir de dois critérios: Um deles é o tempo gasto pelo filho para fazê-lo. E, conforme os valores da família; esse tempo é considerado excessivo ou insuficiente. Esse critério é extremamente subjetivo e as escolas não têm como satisfazer as famílias nesse particular.

Outro critério a ser analisado é a quantidade de deveres de casa. Muitas

vezes se pensa que quanto mais atividade para casa melhor é a escola. Passa

despercebida que, o que importa é qualidade neste dever de casa. É importante

propiciar ao educando para que este momento de estudo esteja sob o olhar da

família e que o aluno relembre o que foi trabalhado em sala de aula. A família muitas

vezes não tem como saber no dia-a-dia como seu filho/aluno está se desenvolvendo

nos estudos, por não ter acesso diretamente na participação em sala de aula, devido

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a circunstância do trabalho. Não faz idéia, se o que está sendo realizado na escola

diariamente é de boa qualidade e o quanto o educando consegue aprender durante

a aula.

Portanto, é imprescindível que o Dever de Casa seja bem atribuído ao aluno

no decorrer do bimestre e do ano letivo, pois ele vem contribuir com a família para

que se realize este acompanhamento em casa.

E a família vai perceber quanto tempo seu filho se dedica aos estudos e vai

conferir de perto sua presença no colégio. Por isso que a escola ao redimensionar

sua Proposta Pedagógica precisa pontuar com relevância, as estratégias e ações

sobre a função social da escola para que se efetive de fato este trabalho priorizando

neste processo um ensino-aprendizagem de qualidade.

Os aspectos importantes da família e da escola como parceiras na educação

por Sutter (2007), Romanelli(2008),entre outros que questiona. Mas o que é família?

Segundo Sutter (2007) família é um conjunto de pessoas que se unem pelo desejo de estarem juntas, de construírem algo e de se complementarem. É por meio dessas relações que as pessoas podem se tornar mais humanas, aprendendo a viver e a conviver social e afetivamente de maneira adequada. Famílias constituem instituições marcadas pela diversidade, associada às diferentes condições sociais, econômicas e culturais.

Para Romanelli (2008) “a família é a base para a formação dos sujeitos” o

que implica reconhecer que nela, ou a partir dela, um importante processo educativo

se inicia. Para esta reflexão surge a seguinte questão:

Mas de que famílias estão falando? Comumente as imagens veiculadas pelos meios de comunicação mostram famílias constituídas por um casal, homem e mulher,e poucos filhos, quase sempre dois, um menino e uma menina.Esporadicamente, aparece uma pessoa idosa: avô ou avó ou outros parentes. E é este modelo de família, o “nuclear”, que é apresentado, ainda hoje, também nos livros didáticos, como se fosse único, o correto, o “ideal”, o “desejável”, reforçando a falsa idéia de “modelo”. Quando na realidade a família se apresenta na contemporaneidade partir da diversidade em diferentes arranjos. O desafio na organização de novos arranjos familiares que não seguem o modelo é tomado como “desestruturação” e não como possibilidade de superação, distanciando principalmente as camadas populares do modelo familiar hegemônico.

Sabe-se que existem inúmeras instituições que auxiliam na formação e

educação do ser humano. Com a reflexão podemos comentar que a relevância

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desta integração é fundamental para o desenvolvimento de todos os aspectos das

relações humanas. O envolvimento e a participação dos pais no ambiente escolar

nos dias atuais são considerados componentes importantes para o desempenho

ideal do processo da aprendizagem. Portanto, se faz necessário que a família

procure acompanhar o desenvolvimento de seu filho em todo seu processo de

ensino aprendizagem, para que a concepção sobre o DEVER DE CASA proposto

pelos educadores da turma tenha relevância pelos familiares, como uma atividade

importante até mesmo para fortalecer vínculos.

Tanto a família quanto a escola necessitam retomar seus conceitos

desvendar seus mitos, reavaliar suas crenças, rever e reconstruir suas práticas.

Dever de Casa: Uma Reflexão Necessária à Aprendizagem

A educação perpassa tanto o ambiente escolar quanto o familiar e caminha

na mesma direção por caminhos concomitantes. É quase impossível separar

educando/filho, por isto, quanto maior o fortalecimento dessa relação família-escola

tanto melhor será o desempenho escolar do filho/educando. Nesse sentido, é

importante que família e escola saibam aproveitar os benefícios desse estreitamento

de relações, pois isto irá resultar em princípios facilitadores da aprendizagem e

formação social da criança. É o que se pode observar nas palavras de Parolin

(2003),

[...] tanto a família quanto a escola desejam a mesma coisa: preparar as crianças para mundo; no entanto, a família tem suas particularidades que a diferenciam da escola, e suas necessidades que a aproximam dessa mesma instituição. A escola tem sua metodologia e filosofia para educar uma criança, no entanto ela necessita da família para concretizar o seu projeto educativo. (p. 99).

Considerando que o ser humano aprende o tempo todo, nas mais diversas

instâncias que a vida lhe apresenta, o papel da família é fundamental, pois é ela que

tem em suas mãos a responsabilidade de construir o caminho que seu filho irá

trilhar. Porém, a escola enquanto instituição formadora que complementa a família

tem o direito e o dever de fazer essa parceria salutar para que ambas venham dar

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ao ser humano de hoje uma formação digna para atuar na sociedade como pessoas

de bem e preparadas para transformá-la.

Conforme a LDB (Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional)

(BRASIL, 1996) em seu Art.1° diz:

A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. (LDB, 1996).

Os autores Montandon e Perrenoud citado por Faria Filho (2000) afirmam

que "de uma maneira ou de outra, onipresente ou discreta, agradável ou

ameaçadora, a escola faz parte da vida cotidiana de cada família".

Assim, considera-se que é fundamental que escola e família criem parcerias

para promover a educação de seus educando/filho e muitos dos conflitos hoje

observados em sala de aula, serão aos poucos superados. Com tal processo em

evidência torna-se importante que a família realmente participe da vida escolar de

seus filhos, demonstrando comprometimento, envolvimento com a escola,

possibilitando que a escola se torne além do ambiente de formação uma

oportunidade de integração.

Dessa forma é preciso entender que, a escola avalia o desempenho do

aluno seu desenvolvimento intelectual e cultural, mas não isenta a família de

responsabilidades, como complementa a mesma Constituição em seu Capítulo III,

Seção I, da educação, artigo 205:

A educação, direito de todos e dever do Estado e da Família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988).

A escola não deve apenas visar à construção do conhecimento, mas a

formação de valores, atitudes e personalidade do educando.

A participação da família é a base para qualquer ser humano, não fazendo

referência aqui somente à família com laços de sangue, mas também as famílias

construídas através de laços afetivos.

É neste contexto que a escola assume papel essencial, pois pode

intensificar ações que mobilizem a participação da família no processo de formação

de conceitos e referências que irão proporcionar vínculos. Com isso pode-se

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conceituar a escola como uma instituição social que se caracteriza como um local de

trabalho coletivo voltado para a formação das jovens gerações.

No Estatuto da Criança e do Adolescente no seu artigo 4° prescreve:

É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. (ECA, 1990, p.4).

Sendo assim família, educadores e educando devem partilhar experiências e

trabalhar as questões envolvidas no seu dia a dia procurando compreender cada

situação, uma vez que tudo o que se relaciona ao educando tem a ver de algum

modo, com os pais e vice-versa e tudo que se relaciona ao educando tem a ver com

a escola e vice-versa. A escola e a família, cada qual com seus valores e objetivos

específicos na educação de uma pessoa, constituem uma estrutura intrínseca, onde

quanto mais diferentes são, mais necessitam uma da outra.

Duarte (2000) explica que, desde a década de 90, as políticas educacionais

vêm demonstrando uma cobrança da participação dos pais na escola,seja de forma

limitada na gestão escolar através dos “Conselhos Escolares”,seja de forma ampla

através do dever de casa.

Segundo Cunha (1997) citado por Silva (2009), pode-se observar que o

dever de casa é importante porque,

Se nem todos os familiares responsáveis pelos estuda. Podem ir à escola a fim de participar e reuniões de “Pais e Mestres”, segundo queixas corriqueiras das professoras, a escola vai a casa através do dever de casa, oferecendo-lhes a oportunidade de acompanhar os estudos dos filhos. (CUNHA, 1997, p.27).

Este artigo objetiva-se analisar como a família vê a importância de sua

participação no processo da educação. Assim se fundamenta essa necessidade de

que a sociedade, não apenas os setores relacionados à educação devem possibilitar

a transformação do cotidiano da escola e da família, através de pequenas ações

modificadoras, para que compreendam a importância dos objetivos traçados pela

escola, assim como o seu lugar de co-responsável nesse processo de relação;

família, escola e sociedade.

Diante de tal realidade a escola tem a possibilidade de criar relações de

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trabalho com a família, levando-a a vivenciar situações que lhes proporcionem se

sentir participantes ativos no processo de formação de cada indivíduo. Vale ainda

ressaltar que escola e família necessitam unir-se e juntas buscarem entender o que

é Família, o que é Escola, quais são os seus papéis na aprendizagem do aluno.

Percebe-se que a interação família e a escola são necessárias, para que

ambas conheçam suas realidades e suas limitações, e busquem caminhos que

permitam e facilitem o entrosamento entre si, para o sucesso educacional do

filho/aluno. Em vista disso, cada uma apresenta valores e objetivos próprios no que

se refere à educação de um filho e necessita uma da outra, pois, quanto maior a

diferença maior será a necessidade de relacionar-se. Portanto, é necessário

destacar que, nem a escola e nem a família precisam modificar a forma de se

organizarem, basta que estejam abertas à troca de experiências mediante uma

parceria significativa.

A escola não funciona isoladamente, faz-se necessário que cada uma dentro

da sua função, trabalhe na busca de atingir uma construção coletiva, contribuindo

assim para uma educação de qualidade. Por meio da relação da família no processo

educacional dos filhos é possível destacar que é fundamental, integrar essas duas

instituições para o bom desempenho escolar do aluno. Assim, a integração entre os

pais e a instituição de ensino tende a contribuir para uma estabilidade educacional

do aluno (CHECHIA; ANDRADE) citado por Alves (2008).

Dessa forma, Paro (2007, p. 39) afirma que “na mesma medida em que

enfatizam a importância e a necessidade de os pais participarem, em casa, da vida

escolar de seus filhos, os professores reclamam da falta dessa participação”.

Carvalho (2000) ressalta que uma das tarefas que a família deve exercer na vida

estudantil dos filhos é justamente a de acompanhar seus estudos, e que essa

participação pode ser espontânea ou proposta pela própria instituição de ensino.

Bhering e Blatchford (1999) apontam que os pais necessitam conhecer

melhor o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola, bem como suas regras. O

PPP de uma escola é um documento que representa um referencial teórico-filosófico

e político da mesma. Deve incluir estratégias e propostas práticas de ação, além de

aspirações e ideais da comunidade escolar.

Essa ferramenta deve permitir que a escola faça suas escolhas sobre a

melhor forma de educar a todos. Por ter como princípio uma transformação ou uma

mudança da realidade educacional. Deve englobar os diversos segmentos da escola

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de forma participativa, o que inclui os pais dos alunos.

De acordo com os apontamentos de Bhering e Blatchford (1999), Paro

(1992) defende que conhecendo fatores relacionados à escola, é possível criar

situações que possam agir de maneira a aproximar escola e família.

Destaca-se também que um fator importante para a aproximação entre

família e escola é o diálogo (PARO, 2007). Para que o mesmo aconteça é

necessário que os pais sintam-se respeitados, valorizados e tratados “de igual para

igual” na escola dos filhos.

Referindo-se aos fatores que prejudicam o rendimento escolar dos alunos,

Paro (2007) destaca a falta de condições favoráveis para o estudo, principalmente

nas classes menos favorecidas. O mesmo relata ainda que nessas camadas sociais

possam ser evidenciadas situações bastante diversas, desde extrema precariedade

até realidades na qual a família oferece boas condições de trabalho. Na situação das

famílias menos favorecidas, há ausência de ambientes adequados aos estudos. Isto

fica claro a todos nós.

Com isso, Paro (2007) ainda afirma que “a precariedade dos recursos e dos

espaços para o estudo no interior dos lares não deixa de ser uma realidade que

dificulta o trabalho estudantil das crianças e jovens” (p. 48). Percebe-se, então, que

famílias menos favorecidas financeiramente possuem uma dificuldade muito maior

em poder proporcionar aos filhos condições favoráveis de estudo.

Contudo, Oliveira (2008) confirma essa constatação defendendo em seu

artigo que o fator condição social exerce fundamental influência no insucesso do

estudo por parte dos alunos.

Outro fator apontado por Paro (2007) como prejudicial à integração família e

escola é a comunicação ineficiente. Em relação a isso, ele afirma que a

comunicação eficiente entre a família e a escola está muito distante da realidade

atual, e que os valores importantes no que diz respeito ao ensino ficam prejudicados

nesse tipo de relação.

De acordo com o mesmo autor, a falta de iniciativa dos educadores contribui

de maneira significativa para este quadro. Para ele, os docentes deixam a desejar

nas atitudes, além de haver escassez de trabalho em conjunto com a família dos

alunos. Paro (2007) relata que os docentes não têm iniciativa de trabalho junto à

família do aluno, e que esta também é carente de habilidade e incentivo para que os

filhos tenham bons hábitos escolares.

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Ainda em relação às tarefas de casa, Parolin (2010) ressalta:

Verdadeiros dramas se desenvolvem nos lares, com dia e hora marcados e, muitas vezes, não envolvendo apenas a criança ou o jovem com suas tarefas escolares, mas avós, tios, vizinhos, irmãos, empregadas e, até mesmo, secretárias. A lição de casa tem sido objeto de preocupação e de muito desentendimento entre família e a escola. Para ser mais precisa o desencontro acontece entre professores e seus alunos, entre os alunos e seus pais, entre os pais e os professores. (p.48).

O professor, quando encaminha uma tarefa para casa, tem por objetivo

exercitar algo que já foi trabalhado em sala de aula; disparar temas que serão

trabalhados nos próximos dias; avaliar a aprendizagem que se está construindo

como decorrência, avaliar a maturidade e autonomia de seu aluno. Quando um

aluno apresenta uma tarefa para seu professor, ou deixa de apresentá-la, ele é

avaliado não apenas no que conseguiu desenvolver sob a ótica das habilidades,

mas todo o entorno que compõe uma tarefa: compromisso, discernimento,

adequação de resposta, entre outros aspectos. O resultado final é importante, porém

o processo em que a tarefa foi executada é, igualmente, importante! Vale afirmar que

o aluno pode apresentar uma tarefa incompleta ou, até mesmo, incorreta e

demonstrar esforço, comprometimento e trabalho, objetivando o cumprimento do seu

“Dever de Casa”.

Essa demonstração do aprendiz torna o momento da correção da tarefa tão

valioso quanto se ele tivesse obtido sucesso pleno em seu trabalho. O contrário

pode acontecer também. O Dever de Casa pode estar impecável, bem apresentável,

correto, sem refletir, no entanto, que não foi realizado pelo educando e ele nem

partilhou com este momento tão significativo para seu aprendizado. Porque alguém

fez por ele.

O papel da família diante do Dever de Casa é dar apoio, criar rotinas, dar

espaço, estar ao lado, oferecer materiais se necessário, potencializar este momento,

para que o aluno aprenda a pensar discernir, escolher, priorizar, enfim resolver

problemas. A família trai o contrato que ela fez com a escola quando poupa seu filho

da dificuldade que o Dever de Casa demanda. É preciso entender que esta atividade

faz parte de todo um conjunto de procedimento que a escola propõe.

E assim não é diferente quando o professor trai também o contrato que tem

com seu aluno de ser o mediador de sua aprendizagem, quando aceita o exercício

que não foi realizado por ele. (normalmente estes alunos não apresentam o mesmo

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desempenho em sala de aula). É relevante este questionamento com o aluno para

que ele entenda e construa seu pensamento de ajuste de conta. E que há uma

estratégia para contemplar todo o conteúdo que ele se comprometeu a trabalhar.

O papel da escola é o de ensinar e neste vôo do conhecimento ser o

mediador da aprendizagem, buscando fazer a história do educando que na escola

emerge como sede do saber. Se Família e Escola entender esse jogo de

cumplicidade, o andar adulto da criança, do adolescente e do jovem, fará outros

caminharem a uma perspectiva melhor de vida e uma nova sociedade eclodirá.

Escola como extensão da família ou família como extensão da escola? O dever

de casa e as relações família-escola.

A reflexão sobre o dever de casa leva a entender sua importância no

processo de ensino aprendizagem, com o objetivo de que a família e a escola se

integrem de forma mais especifica.

Embora pouco estudado, ou problematizado, o Dever de Casa é uma prática cultural que integra as relações família/escola e a divisão do trabalho educacional entre estas instituições. Pode ser visto como uma necessidade educacional, reconhecida por pais e professores, sendo concebido como uma ocupação adequada para os estudantes em casa. É um componente importante do processo ensino–aprendizagem e do currículo escolar; bem como uma política tanto da escola quanto do sistema de ensino, objetivando ampliar a aprendizagem em quantidade e qualidade, para além do tempo/espaço escolar, visando estimular o progresso educacional e social dos descendentes. (CARVALHO, 2003).

Nos aspectos psicológicos e moral, tem sido justificado pela construção da

independência, autonomia e responsabilidade do estudante por meio do

desenvolvimento de construir um momento de estudo em casa, junto à família.

Segundo Carvalho (2000) diz:

Meu interesse pela questão do dever de casa surgiu da minha própria experiência com mãe e professora de pedagogia, ao comparar experiências escolares no Brasil e Estados Unidos.No contexto brasileiro da jornada escolar de meio período,percebia a família na base tanto no sucesso quanto no fracasso escolar,ao

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compensar (ou não ) as deficiências escolares e as dificuldades dos estudantes,oferecendo(ou não) alguma forma de reforço escolar...

Entretanto buscou-se baseado neste contexto de estudo a realidade vivida

pelo educando em relação ao estudo em casa trazendo a nomenclatura de dever de

casa de como está este procedimento junto a família.Concluiu-se que a

necessidade de um fundamento teórico para esta prática é visível,tanto para o

estudante quanto para a família para que ambos tenham clareza do valor adquirido

deste momento de estudo.

Relato das atividades da implementação

A implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na escola com o

título “Dever de Casa”: prática necessária para integrar família-escola deu-se

inicialmente no retorno do recesso escolar, do mês de julho quando estava presente

todo o segmento desta instituição escolar (Direção, Equipe Pedagógica,

Professores, Funcionários, representante do NRE, APMFS, Conselho Escolar e

Grêmio Estudantil) para a formação continuada naquele período.

O objetivo a atingir, durante a implementação do projeto PDE, é obter a

colaboração de todo o colegiado, principalmente os educadores e as famílias por

estarem diretamente em contato com o nosso educando razão desta pesquisa.

Num segundo momento o projeto foi apresentado aos alunos do colégio de

todas as turmas do período diurno do ensino fundamental, (6°ano a 9°ano) ensino

médio e formação de docentes.

A turma, foco da implementação do projeto foi o 6º ano (5ª série B), teve um

momento específico em contraturno para uma conversa esclarecendo a eles este

momento tão importante que versava sobre o Dever de Casa e que eles estariam

participando juntamente com a família em encontros que se daria no período noturno

respeitando assim o trabalho dos familiares.

Durante o período de implementação, buscou-se valorizar o depoimento ali

posto por eles. O encontro com as famílias deu-se a partir de um convite especial,

bem criativo, motivador, onde relatava o horário, local e a finalidade de estarem

presentes num momento tão relevante para a vida escolar de seus filhos/

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estudantes. As famílias foram recepcionadas em uma sala do colégio e pôde assistir

a um vídeo com a palestra do Professor Doutor da PUC/SP Mário Sergio Cortella

que se intitulava “Seminário: Família, Escola e Cidadania” - Quais os Caminhos!

Em outros momentos as famílias e os alunos participaram juntos onde os

depoimentos foram enriquecedores para o trabalho. Dentre os vários depoimentos

dos alunos pode-se destacar o de uma aluna que retrata o desenvolvimento do

projeto e seu objetivo

O dever de casa tem importância porque ajuda entender e escrever melhor. Em minha opinião o dever de casa ajuda entender o que estudou na sala de aula. Aprendi que é importante ter momento de estudo em casa com a família acompanhando. (ALUNA-5ª série).

Outro relato importante que um aluno abordou é sobre a responsabilidade dos pais na participação do processo de ensino aprendizagem dele, como filho, o que é um dos enfoques principais do projeto desenvolvido, Eu gostei de ouvir que estudar em casa é importante, pois posso recapitular o que a professora me ensinou durante as aulas. Não tinha esse costume. Mas, agora meus pais também aprenderam que precisam me apoiar e ajudar nas minhas atividades da escola. Então já comecei a fazer. (ALUNO - 5ª série).

O Grupo de Trabalho em Rede desenvolvido durante o período do PDE

abordou vários apontamentos e considerações importantes que possibilitou uma

integração valiosa a qual auxiliou na reafirmação da importância do dever de casa

para o processo de ensino - aprendizagem, como se pode verificar nos relatos dos

professores participantes,

O projeto no meu ponto de vista está bem elaborado, com um tema bem instigante fazendo com que esta articulação família – escola realmente aconteça em nossas práticas pedagógicas, com um título que vai de encontro aos anseios do educador junto ao educando. Isto faz com que o conhecimento seja apreendido e estendido para os pais que devem fazer parte deste aprendizado. A sua justificativa na sua íntegra é necessária para a integração do processo ensino – aprendizagem. A problematização está considerando os componentes importantes para o desempenho do educando como o Dever de Casa proposto pelo educador. Os objetivos estão elaborados de forma clara e precisa para um bom trabalho na escola. A fundamentação teórica muito significativa, pois, reafirma aquilo que vários autores e pensadores da educação diz a respeito da família na escola e da sua importância para o processo ensino – aprendizagem,juntamente com tudo isso as estratégias de ação que será a forma de colocar o projeto em andamento,Tem um cronograma para o ano letivo que busca uma organização desta prática.Tenho certeza que este projeto será bem aceito em todas as

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escolas da rede pública da educação básica,porque vai de encontro com todas as dificuldades enfrentadas pelas escolas com relação a participação da família.É sempre importante fazer com que a família sinta-se acolhida por ser a responsável pela formação do educando e que esta troca seja recíproca.

Observando este segundo relato ele prescreve justamente o que está no

contexto do trabalho e que alimentou toda a discussão no GTR.

A família é muito importante no processo da aprendizagem, pois ela é a base, é nela que as crianças aprendem ater regras. Os pais devem dar mais importância a vida escolar dos filhos, sempre ir a escola conversar com a equipe pedagógica e professores sobre o desempenho do filho, olhar as tarefas, cadernos. Infelizmente não é o que acontece em muitas casas, alguns pais não têm tempo para os filhos, porque trabalham fora e chegam cansados. A escola deve trabalhar esse conceito através de reuniões, pois escola e família devem andar juntas. (CURSISTA-GTR)

A participação dos professores da rede estadual no Grupo de Trabalho em

Rede - GTR foi de grande relevância, pois tiveram a oportunidade de colocar suas

opiniões, após tomar conhecimento do titulo do projeto, do material didático

elaborado e do feedback que enriqueceu a discussão.

Em seguida apresentavam seus depoimentos conforme as questões

solicitadas na temática, com uma contribuição significativa. O grupo demonstrou

entendimento do assunto e postaram suas opiniões e desabafos, o que fortaleceu a

implementação do projeto.

Em relação à família, Capellato (2011, p.16) ressalta:

Hoje, percebe-se que a escola não pode viver sem a família e a família não pode viver sem a escola são instituições interdependentes e complementares. Algumas delas têm incluído os pais no programa de ensino, convidando-os a participar de eventos e discutindo com eles a questões dos jovens. Temos que ter sempre em mente que o que o jovem faz em casa, faz na escola; ele transfere para a escola coisas da casa, e isso constitui o maior fundamento para justificar a união constante e perpétua dessas únicas duas instituições de educação. A escola deve se conscientizar de que é uma instituição afetiva que complementa a família. Sem essa consciência, criaremos um bando de sujeitos que aprenderam, mas não sabem usar o que aprenderam porque estão afetivamente empobrecidos. O jovem só vai gostar da escola quando houver afetividade, quando sentir que cuidam dele. A escola,quando trabalha em parceria com a família,consegue atingir os objetivos a que se propõe.

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Considera-se relevante a fala do autor, Capellato, porque relata, o que de

fato acontece com os estudantes dentro do espaço da instituição escolar, quando

sentem-se inserido no processo educacional como um todo.O estudante na verdade

tem prazer em estar dentro do ambiente da escola.Acredita-se que com as políticas

públicas que estão sendo implementadas atualmente tende a enriquecer este

ambiente.E a família enquanto parceira deste processo também está tendo um novo

olhar para a educação e assim as mudanças vão acontecendo.

A autora, Zagury (2008, p.175s) relata alguns tópicos importantes que

utilizado como leitura e reflexão nos encontros da família na escola converge em

uma estratégia benéfica.

Como fazer de seu filho um bom estudante? Melhor que brigar é criar bons hábitos, desde cedo. Como fazer isso?Prestigie as tarefas escolares. Arrume um espaço que será o local de estudo do seu filho. Demonstre orgulho e prazer. Combine com a criança o horário das tarefas. Sua tarefa é supervisionar, atenha-se a ela. Lembre-se que nenhuma criança obedece a tudo, sempre. Quem está realmente imbuído do propósito. Sempre arruma um jeito... Cuidar não é Espionar. Elogio a melhor arma. Tenha paciência. Não espere que seu filho acerte todo trabalho. Explique o que seu filho lhe perguntou, e apenas isso.

Entretanto a reflexão desta colocação de Zagury realizou-se num dos

encontros com as famílias e foi uma leitura enriquecedora dentro do tema que se

vivenciou naquele momento.As famílias se identificaram com os tópicos aqui

apresentados e os depoimentos informais foram de grande valia para o grupo que

ali buscava firmar uma integração e uma parceria efetiva.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho procurou-se refletir sobre a importância e a necessidade de

maior aprofundamento e conhecimento das relações família e escola no que se

refere à participação desta instituição família na vida escolar dos filhos,

particularmente sobre os detalhes do Dever de Casa.

Ambas, instituições são referenciais que juntas dão sustentação ao bom

desenvolvimento do mesmo. Portanto, quanto mais efetiva for esta parceria entre

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elas, mais significativo será o desempenho escolar dos filhos/educando. Porém, a

participação da família na educação formal dos filhos precisa ser constante e

consciente, pois vida familiar e vida escolar se complementam. No estudo pode-se

verificar que as famílias, em parceria com a escola e vice-versa, são peças

fundamentais ao desenvolvimento pleno do estudante.

Conseqüentemente são pilares imprescindíveis para o bom desempenho

escolar. A família através da prática do “Dever de Casa” possa estar fundamentando

esta relação. Entretanto, para conhecer a família é necessário que a escola abra

suas portas, intensificando e garantindo sua permanência através de reuniões mais

interessantes e motivadoras.

À medida que a escola abrir espaços e criar mecanismos para atrair a

família para o ambiente escolar, novas oportunidades com certeza irão surgir para

que seja desenvolvida uma educação de qualidade, sustentada justamente por esta

relação FAMÍLIA/ESCOLA. Essa parceria deve ter como ponto de partida a escola,

visto que professores/educadores são vistos como “especialistas em educação”.

Portanto, cabe a escola dar início a construção desse relacionamento. Os

pais não conhecem o funcionamento da escola, tão pouco tem conhecimento sobre

as características do desenvolvimento cognitivo, afetivo, moral e social ou conhecem

o processo ensino-aprendizagem.

Porém, não existe uma fórmula mágica para se efetivar a relação

família/escola, pois, cada família, cada escola, vive uma realidade diferente. Nesse

sentido, essa interação se faz necessário para que ambas conheçam suas

realidades e construam coletivamente uma relação de diálogo mútuo, procurando

meios para que se concretize essa parceria, apesar das dificuldades e diversidades

que as envolvem.

O diálogo entre ambas tende a colaborar para um equilíbrio no desempenho

escolar dos alunos. Sendo assim, pode-se perceber a importância da escola

encontrar formas que sejam eficientes na comunicação com as famílias.

É fundamental que o colegiado da escola (Direção, Equipe Pedagógica e

Professores) busque de forma clara orientar as famílias para que elas encontrem

maneiras apropriadas para orientar seus filhos nas atividades escolares que levam

como “Dever de Casa” levando em consideração o nível cultural, o tempo disponível,

entre outros problemas enfrentados pela família. Assim, é possível estabelecer uma

condição de parceria e confiança mútua - condições essenciais para o sucesso do

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processo educacional. Porém, esta parceria deve ser fortalecida com encontros

bimestrais ou quando se fizer necessário e perceber que a família está se

distanciando do colégio.com reuniões de pais e professores

Esta relação de parceria depois de constituída e solidificada vai compartilhar

os aspectos essenciais no que diz respeito ao aproveitamento escolar, qualidade na

realização do “Dever de Casa”, relacionamento com professores e colegas, atitudes,

valores e respeito às regras.

Enfim, a relação familiar e escolar tende a fazer parte no processo educativo

e desenvolver a sociabilidade, a afetividade e o bem estar físico e intelectual dos

estudantes. Porque o ideal está sendo posto mesmo com as dificuldades que

certamente se instalarão. Mas, família e escola já se envolveram numa relação

recíproca. Não se pode esquecer que a educação se constitui num grande desafio

que deve ser compartilhado entre escola /família/sociedade. O apoio dos pais e

familiares é muito importante para que os filhos consigam levar adiante as

responsabilidades escolares e da vida.

Uma aprendizagem satisfatória e profícua que demonstre interesse e

caminha com a família vai ensinar a construir caminhos.

Portanto, enquanto instituição escolar precisa-se acreditar em uma

educação sólida que se inicia com um momento importante de estudo através do

“Dever de Casa”, como prática necessária para integrar família /escola.

Portanto, cabe a escola dar início a construção desse relacionamento. Os

pais não conhecem o funcionamento da escola, tão pouco tem conhecimento sobre

as características do desenvolvimento cognitivo, afetivo, moral e social ou conhecem

o processo ensino-aprendizagem. E com essa motivação firmou-se uma parceria

com o grupo de pais e responsável que fizeram parte deste projeto no primeiro

momento.A família é a célula originária da vida social e tem um grande legado para

contribuir com as mudanças que se faz necessária.Entretanto quando se delega

parceria com confiança e objetivo traçado, planejado as ações vão acontecendo e

transformando para algo esperado.

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