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Determinação do comportamento físico-mecânico de pastas de gesso.
M. I.S.C. Lima, I. M. Rodrigues, C. P. Brandão, R. F. Carvalho
Rua Aristides Novis, 02, Federação, CEP 40210 – 630
Departamento de Construções e Estruturas, Escola politécnica, Universidade Federal da Bahia, Salvador – Ba.
RESUMO
A utilização das pastas de gesso na construção civil implica em uma grande geração de resíduos. Isso ocorre devido ao reduzido tempo útil de aplicação do material, que solidifica-se rapidamente. Nesse contexto, tem-se o objetivo de desenvolver uma matriz de gesso com tempo de pega estendido, e que apresente também comportamento mecânico satisfatório. Para isso foram estudadas experimentalmente pastas de gesso com diferentes relações água/sólido (0,40, 0,45 e 0,50) com e sem aditivo superplastificante do tipo policarboxilato. Realizaram-se os ensaios de tempo de pega, mini-slump, dureza e compressão. Na pasta que apresentou melhor comportamento físico-mecânico fez-se a caracterização reológica usando o reômetro rotacional. O melhor resultado foi obtido com a pasta de a/g 0,40 com adição de 1% de superplastificante. O tempo de fim de pega para essa pasta foi de 35 minutos e sua resistência à compressão 9,91MPa.
Palavras-chaves: gesso, comportamento físico-mecânico, reologia.
INTRODUÇÃO
O gesso comercial ou sulfato de cálcio hemidrato (CaSO4.1/2H2O) é obtido pela
calcinação do mineral gipsita. Apresenta propriedades aglomerantes, adquirindo
características ligantes e resistência após contato com água. É um material de fácil
moldagem, bom acabamento, boa aderência à alvenaria e concreto, produtividade
elevada, boas propriedades térmicas e acústicas e isolamento contra a propagação
de fogo.
A avaliação da propriedade reológica dos materiais permite caracterizá-lo no
estado fresco e estabelecer o comportamento adequado para cada tipo de
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aplicação. O acompanhamento da reologia serve como ferramenta para controle de
qualidade e desenvolvimento de novos produtos(1) A viscosidade relaciona-se com a
velocidade de deformação e também está relacionado com a consistência das
pastas diretamente, então quanto maior a viscosidade, maior a consistência. A
consistência tem influência da superfície específica, da relação água/aglomerante e
qualidade do aglomerante(2).
Os fluidos podem ser classificados como Newtonianos ou não - Newtonianos.
Quando um fluido apresenta uma relação linear saindo da origem entre a tensão e a
taxa de cisalhamento este é classificado como Newtoniano, sua viscosidade é
constante da razão entre a tensão cisalhante e a taxa de cisalhamento. O fluxo de
um fluido está relacionado com movimento de camadas adjacentes quando uma
força cisalhante é aplicada sobre ele(2). As curvas de tensão de cisalhamento (τ) em
função da taxa de cisalhamento (γ), conhecidas como curvas de fluxo permitem
definir o comportamento de fluidos, apresentado na Figura 1.
Figura 1- Curvas de fluxo de fluidos
Fonte: Adapatado de Nascimento (2008)
Existem fluidos em que a relação entre a taxa de cisalhamento e a tensão de
cisalhamento dependem do tempo e estes são os chamados fluidos tempo-
dependentes. Fluidos pseudoplásticos têm redução da viscosidade em função da
taxa de cisalhamento, acontece em polímeros fundidos, emulsões, suspensões e
dispersões. Fluidos dilatantes tem acréscimo da viscosidade com a taxa de
cisalhamento. Os materiais reopéticos, tem recomposição da estrutura mais rápido
do que o processo de destruição, com aumento da viscosidade com o tempo quando
submetidos a uma taxa de cisalhamento constante(1)(2) .
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O comportamento dos fluidos pseudoplásticos e dilatantes pode ser descrito
pelo modelo da lei das potências, onde a constante K é denominada de consistência
e o índice n uma medida do grau de “pseudoplasticidade” do fluido. Os fluidos
pseudoplásticos possuem valores de n < 1, já os fluidos dilatantes possuem n >1. Os
modelos de Bingham, Herschel – Bulkley e Casson levam em consideração um valor
de tensão crítica ou tensão de escoamento ou tensão de cedênca (τ0), que é o valor
mínimo de tensão para que ocorra o escoamento do material e abaixo desta tensão
de cedência, considera-se que o material possua viscosidade infinita. Para o modelo
de Herschel – Bulkley, tem-se a Equação A.
(A)
Onde, K é a consistência para este modelo e np é o índice de potência.
Na produção de componentes para a construção civil, é necessária uma
consistência fluida, com espalhamento em torno de 70 a 80 mm. Inicialmente, isso
implica no aumento da quantidade da água de amassamento, elevando a relação
a/g. Entretanto, o aumento da relação a/g pode reduzir significativamente a
resistência.
O tempo de secagem do hemidrato é denominado como seu tempo de pega.
Em geral, o tempo de pega do gesso é muito rápido, o que implica na grande
geração de resíduos, que não tendo um destino adequado podem causar impactos
ambientais como a sulfurização dos solos e a contaminação dos lençóis freáticos
quando o material é solubilizado. A redução de resíduos é uma alternativa bastante
válida para a redução desses problemas. E produzir pastas com um tempo de pega
estendido reduziria significativamente a geração de resíduos de gesso por
endurecimento durante a aplicação.
Com isso, torna-se essencial a utilização de outro material que melhore a
consistência e aumente o tempo de início de pega do gesso(3). Em geral, aditivos
modificam o processo de hidratação e as propriedades das superfícies dos cristais,
alterando o processo de nucleação, a cinética das reações de hidratação e
proporcionando uma formação diferenciada na morfologia, no tamanho, e no arranjo
dos cristais na forma hidratada(4)(5).
A ação dos aditivos plastificantes nas pastas de gesso depende da interação
do tipo de aditivo com o aglomerante. Alguns tipos de aditivos superplastificantes, à
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base de carboxilatos, são utilizados para aumentar a fluidez das pastas de gesso(6) .
A adição desse tipo de aditivo nas pastas de gesso altera o mecanismo de
hidratação do material, sendo quimicamente adsorvido na superfície dos grãos de
sulfato de cálcio hemi-hidratado, tornando mais lentos o processo de dissolução, a
formação dos pontos de nucleação, o crescimento dos cristais e o endurecimento da
pasta. Funcionam, portanto, como retardadores do tempo de pega(7)(4). A
incorporação de aditivo na pasta de gesso também pode gerar redução das
propriedades mecânicas devido à alteração na microestrutura do material(7).
O objetivo deste trabalho é estudar o comportamento físico-mecânico de
pastas de gesso com diferentes fatores água/gesso e incorporação de aditivo a fim
de obter uma pasta com desempenho satisfatório para aplicação na construção civil
e estudar suas propriedades reológicas.
MATERIAIS E MÉTODOS
O gesso – β fornecido por empresa da região de Araripe, Pernambuco, foi
utilizado para o desenvolvimento das pastas. As características físicas do
aglomerante empregado constam na Tabela 1(8).
Tabela 1 - Propriedades físicas do gesso em pó
Valor Unidade Limite NBR
Módulo de Finura
1,33 - >1,1 (grosso) 12.127
Massa unitária 712,87 kg/m³ > 700 12.127
Massa específica
2,63 g/cm³ - NM 23
Área superficial 1,4170 m²/g - B.E.T. Fonte: O autor, 2015.
Utilizou-se um aditivo superplastificante de terceira geração, um líquido branco
turvo, livre de cloretos, cuja densidade varia entre 1,067 g/cm³ e 1,107 g/cm³.
No preparo da pasta é importante o controle adequado das etapas a fim de
garantir a qualidade do corpo de prova. As etapas de preparo são(9): mistura do
aditivo à água; polvilhamento do gesso em pó sobre a água durante 1 min; descanso
da mistura por 2 min; mistura dos materiais por 1 min. As análises na pasta foram
feitas para diferentes composições, conforme Tabela 2.
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Tabela 2 - Relação de pastas avaliadas.
Aditivo (%)
0,50 1,0 0,50 1,0 0,50 1,0
Fator a/g 0,40 0,45 0,50 Fonte: O autor, 2015.
MINI SLUMP E TEMPO DE PEGA
A consistência das pastas é uma propriedade que pode ser obtida por meio do
ensaio do mini slump, que permite a análise das condições de trabalhabilidade do
material por meio da sua fluidez através da determinação da deformação causada
na pasta de gesso pelo seu próprio peso. Utilizando um molde tronco – cônico com
dimensões definidas (bases de 2 e 4 cm e altura 6 cm) e uma placa de vidro sobre
papel milimetrado, faz-se o cálculo da fluidez da pasta pela medida do diâmetro de
espalhamento do material sobre a placa.
O início do tempo de pega ocorre quando a agulha de Vicat estaciona a 1 mm
da placa de vidro. A partir deste momento são feitas leituras até o instante em que a
agulha não deixe impressões na superfície das pastas – fim de pega(9). O tempo útil
para utilização da pasta é o intervalo decorrido entre o instante em que se iniciou a
pega e o instante em que se constatou o fim de pega da pasta.
DUREZA E COMPRESSÃO
A dureza superficial e resistência à compressão foram determinadas em corpos
de prova cúbicos com 50 mm de aresta(10) utilizando uma máquina de ensaio marca
Pavitest, com capacidade de 5 toneladas força.
REOMETRIA
A partir do comportamento reológico de argamassas explicado pelo modelo
bighamiano na curva de fluxo(2), pode-se fazer uma analogia com os parâmetros de
ajuste da curva torque versus velocidade de rotação, que são as grandezas medidas
ou controladas durante um ensaio reológico em cisalhamento simples num reômetro
rotacional. O valor de tensão de cisalhamento é obtido através de uma relação com
o torque e a taxa de cisalhamento é obtida por uma relação com a velocidade de
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rotação. Para materiais pseudoplásticos com limite de tensão de escoamento utiliza-
se a lei das potências combinada com o valor de tensão de cedência.
A utilização de reômetro para avaliar as propriedades reológicas de pasta de
fator a/g de 0,40 com 1% de aditivo foi importante para obtenção mais precisa de
respostas dos parâmetros reológicos. O equipamento utilizado nesse trabalho foi o
reômetro rotacional da marca Rheotest Medingen GmbH - RN 4.1 com torque
máximo de reômetro (150 mN.m), ilustrado na Figura 2.
Figura 2 - Reômetro Rotacional Fonte: O autor, 2015.
A análise reológica foi realizada por dois perfis. O primeiro perfil é denominado
patamar, em que a velocidade de rotação permanece constante em 80 rpm e 100
rpm em intervalo de 2 minutos e apresenta descidas até a velocidade de 0 rpm em
intervalos de 2 em 2 minutos, evidenciando a variação instantânea de velocidade
com o tempo. A Figura 3 ilustra o procedimento.
Figura 3 - Velocidade versus tempo. Tipo patamar. Fonte: O autor, 2015.
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O segundo perfil, denominado escada, foi empregado no intervalo de 5 minutos
de subida e 5 minutos de descida de velocidade para avaliar a influência da adição
do superplastificante no teor de 1% na reologia do material, com esse método é
possível avaliar a viscosidade e tensão de cedência, apresentado na Figura 9.
Figura 4 - Velocidade versus tempo. Tipo escada. Fonte: O autor, 2015.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados das propriedades físico-mecânicas das pastas de gesso nos
estados fresco e endurecido foram determinadas realizando-se ensaios de mini
slump, tempo de pega, dureza e compressão. Os parâmetros de consistência
superior a 10 cm(3) e tempo de início pega entre 20 e 30 minutos foram adotados.
Quanto à consistência, a quantidade de água nas pastas com adição de 0,5%
influenciou mais na fluidez da pasta que o aditivo. Já ao se aplicar 1% de aditivo, os
espalhamentos para os diferentes fatores água/gesso (a/g) foram similares,
podendo-se inferir que neste teor o aditivo apresentou maior influência no processo
de hidratação. Conforme dados apresentados na Tabela 3, apenas as pastas de
fator a/g 0,40 e 0,50 com 1% de aditivo atenderam à consistência mínima
estabelecida.
Observa-se que o aumento da quantidade de água e de aditivo provocam
proporcionalmente o aumento do tempo de endurecimento da pasta. Apenas as
pastas com 1% de aditivo atenderam ao tempo de pega determinado.
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Tabela 3- Dados dos ensaios com as pastas
Fator a/g
Aditivo (%)
Estado Fresco Estado Endurecido
Tempo de Pega Inicial
(min)
Tempo de Pega Final
(min)
Mini Slump (cm)
Dureza (N/mm²)
Compressão (MPa)
0,40
Ref. 6,30 11,30 0,00 93,40 18,97
0,5 8,43 10,50 3,90 31,02 8,89
1,0 27,92 35,00 11,70 39,76 9,91
0,45
Ref. 7,15 13,29 0,00 53,05 8,81
0,5 13,00 20,00 9,60 10,93 8,98
1 25,00 50,00 9,10 14,03 10,73
0,5
Ref. 7,12 15,56 0,00 38,1 9,03
0,5 20,00 30,00 13,77 7,60 6,64
1 35,00 47,00 11,10 10,33 7,41 Fonte: O autor, 2015.
O aditivo provocou uma significativa redução da dureza e da resistência à
compressão do material. Como pode-se observar na Figura 5, somente as pastas
referência e as de fator a/g 0,40 com aditivo atenderam à dureza mínima de
30N/mm²(10). Quanto à compressão mínima, apenas as pastas de fator a/g 0,50 com
aditivo não alcançaram o valor mínimo de 8,4MPa(10).
(a) (b) Figura 5 - Dureza versus % Aditivo Resistência à compressão versus % aditvo
Fonte: O autor (2015)
Dentre as pastas com fluidez e tempo de pega satisfatórios, a composição
selecionada foi a pasta de fator a/g 0,40 e 1,0% de aditivo por apresentar o melhor
desempenho físico-mecânico, apresentando 39,76N/mm² de dureza e 9,91MPa de
resistência à compressão. Após essa definição, para melhor compreender o
0
15
30
45
60
75
90
105
0 0,5 1,0
Du
reza
(N
/mm
²)
%Aditivo
0,4
0,45
0,5
0
4
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16
20
0 0,5 1,0
Resis
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(M
Pa)
% Aditivo
0,4
0,45
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comportamento reológico dessa pasta selecionada realizou-se o ensaio de
reometria, obtendo-se as análises conforme Figura 6.
Figura 6 - Curvas Torque versus tempo Fonte: O autor, 2015.
É possível observar que no início de cada ciclo para as velocidades de 80 rpm
e 100 rpm houve um pico inicial no torque em 35 mN.m e 25 mN.m, e em seguida,
esse torque foi levemente reduzido a cada ciclo. Esse comportamento indica uma
energia maior para desorganizar os pontos de nucleação que iniciaram formação
nas velocidades mais baixas, próximas a zero. É possível inferir que existe uma
rápida formação de cristais durante o tempo de repouso do sistema, já que em
velocidade de 100 rpm a energia para quebra da inércia é inferior à obtida na
velocidade de 80 rpm, em que a rotação baixa, há mais dificuldade de iniciar o ciclo.
Na Figura 7, é possível verificar que a área formada pela curva de histerese
indica a energia necessária para destruição da estrutura dos cristais da pasta e uma
maior velocidade de rotação gera menor área encerrada pela curva(2) . Essa região
tende a diminuir com o aumento da velocidade, pode-se observar a ocorrência do
comportamento oposto, a região de histerese indica maior viscosidade. A curva de
subida da velocidade de 80 rpm apresentou torque superior à curva de subida de
100 rpm, o que pode indicar a maior resistência para destruição da estrutura. A
curva de retorno da velocidade máxima até zero foi superior a curva de crescimento
de velocidade em ambas as pastas que tiveram comportamento semelhante.
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Figura 7 - Curva de fluxo com histerese da pasta gesso 1% Fonte: O autor, 2015.
Mediante o modelo de fluidos pseudoplásticos com tensão de cedência
conforme método de Herschel – Bulkley aplicado aos fluxos nos momentos de
desaceleração do reômetro, apresentado na Figura 8, foi possível determinar por
analogia os parâmetros proporcionais à tensão de escoamento de 7mN.m e 18
mN.m para as velocidades de 80 e 100 rpm respectivamente, a partir do início da
curva , e o parâmetro de consistência K aumentou com a velocidade, este parâmetro
é relacionado à viscosidade, obtido a partir do coeficiente da curva de ajuste por
potência com np < 1, que confirma o índice pseudoplástico do material.
Figura 8 - Curva Torque versus Velocidade de retorno da pasta de gesso 1%. Fonte: O autor, 2015.
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CONCLUSÕES
O aditivo adotado serviu como retardador do tempo de pega das pastas de
gesso estudadas e aumentou a fluidez das mesmas. Este comportamento ocorreu
proporcionalmente com a quantidade de aditivo usada. No entanto, sua presença
reduziu a dureza e resistência à compressão das mesmas.
Dentre as pastas que tiveram tempo de pega e consistência dentro dos
parâmetros definidos, a que apresentou dureza e resistência à compressão
satisfatórias foi a composição com fator a/g 0,40 e 1% de aditivo. A resistência de
9,91MPa dessa pasta se deve em grande parte pela menor quantidade de água
presente na mistura e a maior fluidez e tempo de trabalho ocorreram em função da
utilização do superplastificante.
Com a análise da curva de fluxo da pasta fator a/g 0,40 e 1% de aditivo, fez-
se analogia com o modelo de Herschel – Bulkley aplicado aos fluxos nos momentos
de desaceleração do reômetro e foi possível confirmar a pseudoplasticidade com
limite de tensão de cedência do gesso, que tem aumento da viscosidade
dependente do tempo em regime reopético.
AGRADECIMENTOS Os autores agradecem à CAPES, CNPQ, PNAES (Plano Nacional de Assistência Estudantil) - UFBA pelas bolsas dos pesquisadores e às empresas BASF S/A e MAxGesso do Brasil pelo fornecimento de materiais utilizados na pesquisa.
REFERÊNCIAS
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(8) ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12127 (MB-3468): Gesso para construção - Determinação das propriedades físicas do pó. Rio de Janeiro. 1991a.
(9) ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12128 (MB-3469): Gesso para construção - Determinação das propriedades físicas da pasta. Rio de Janeiro. 1991.
(10) ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12129 (MB-3470): Gesso Para Construção - Determinação das propriedades mecânicas. Rio de Janeiro. 1991.
Determination of physical and mechanical behavior of plaster folders
ABSTRACT
The use of gypsum binders in construction implies a great waste generation. In this context, it has been the aim to develop a gypsum matrix having extended setting time, and which also present satisfactory mechanical behavior. For that were studied experimentally plaster folders with different relationships water / solid (0.40, 0.45 and 0.50) with and without superplasticizer polycarboxylate type. There were the setting time tests, mini-slump, hardness and compression. In the folder that showed better physical and mechanical behavior became the rheological characterization using the rheometer. O melhor resultado foi obtido com a pasta de a/g 0,40 com adição de 1% de superplastificante. O tempo de fim de pega para essa pasta foi de 35 minutos e sua resistência à compressão 9,91MPa. Keywords: plaster, physical-mechanical behavior, rheology.
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