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DETALHAMENTO DO MACROZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DO ESTADO DO PARÁ:
ÁREAS PARA PRODUÇÃO FLORESTAL MANEJADA
Relatório Preliminar para Discussão
EXECUÇÃO: Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia
EQUIPE TÉCNICA:
Coordenação: Adalberto Veríssimo e Carlos Souza Jr.
Equipe: Danielle Celentano, Rodney Salomão, Denys Pereira e
Cíntia Balieiro
Colaboradores: Sâmia Nunes, Júlia Ribeiro, Heron Martins e Katiuscia
Fernandes
Belém – Pará
Março 2006
2
Agradecimentos
Agradecemos a colaboração dos
funcionários do Instituto de Terras do
Pará (Iterpa) e do Núcleo Administrativo
Financeiro do Governo do Estado do
Pará. Agradecemos Brenda Brito pelo
auxílio nas análises sobre a situação
fundiária e Paulo Barreto pelo auxilio nas
análises de oferta e demanda.
3
Sumário
Lista de Figuras_________________________________________________________________ 6
Lista de Tabelas ________________________________________________________________ 8
Lista de Siglas_________________________________________________________________ 10
1. RESUMO EXECUTIVO _____________________________________________________ 11
2. INTRODUÇÃO ___________________________________________________________ 17
3. MÉTODOS______________________________________________________________ 21
3.1. Avaliação da Demanda por Áreas Florestais _________________________________ 21
3.2. Avaliação da Oferta de Áreas Florestais ____________________________________ 22
3.3. Identificação dos Polígonos Florestais ______________________________________ 23
3.4. Caracterização dos Polígonos Florestais ____________________________________ 23
3.5. Recomendações de Uso nos Polígonos Florestais _____________________________ 29
3.6. Potencial Florestal _____________________________________________________ 31
3.7. Bases de Informações__________________________________________________ 32
4. RESULTADOS ___________________________________________________________ 33
4.1. Avaliação da Demanda por Áreas Florestais _________________________________ 33
4.2. Avaliação da Oferta de Áreas Florestais ____________________________________ 35
4.3. Identificação dos Polígonos para Produção Florestal ___________________________ 38
4.4. Caracterização dos Polígonos Florestais _____________________________________ 39
Análise 1. Macrozoneamento Econômico Ecológico (ZEE-Pará) _________________________ 39
Análise 2. Vegetação __________________________________________________________ 42
Análise 3. Potencial Florestal ___________________________________________________ 46
Análise 4. Alcance Econômico __________________________________________________ 47
Análise 5. Pressão Humana _____________________________________________________ 49
Análise 6. Estradas não-oficiais__________________________________________________ 51
Análise 7. Exploração Florestal__________________________________________________ 52
Análises Secundárias __________________________________________________________ 54
4.5. Recomendações de Uso nos Polígonos Florestais ________________________________ 58
4.6. Área Potencial para Produção Florestal no Pará _________________________________ 60
5. CONCLUSÕES___________________________________________________________ 64
6. RECOMENDAÇÕES _______________________________________________________ 66
4
7. REFERÊNCIAS___________________________________________________________ 67
8. ANEXOS _______________________________________________________________ 69
Anexo I. Unidades de Conservação de Uso Sustentável ______________________________ 69
Anexo II. Figuras Extras_______________________________________________________ 70
Anexo III. Tabelas Extras______________________________________________________ 73
Anexo IV. Análises Secundárias _________________________________________________ 74
Anexo V. Resultados Específicos por Polígono Florestal _______________________________ 80
Polígono Florestal 1: Portel _____________________________________________________ 81
Polígono Florestal 2: Melgaço ___________________________________________________ 82
Polígono Florestal 3: Senador José Porfírio _________________________________________ 83
Polígono Florestal 4: Prainha____________________________________________________ 84
Polígono Florestal 5: Almeirim I _________________________________________________ 85
Polígono Florestal 6: Aveiro_____________________________________________________ 86
Polígono Florestal 7: Juriti ______________________________________________________ 87
Polígono Florestal 8: São Félix do Xingu ___________________________________________ 88
Polígono Florestal 9: Alenquer___________________________________________________ 89
Polígono Florestal 10: Óbidos ___________________________________________________ 90
Polígono Florestal 11: Oriximiná _________________________________________________ 91
Polígono Florestal 12: Faro _____________________________________________________ 92
Polígono Florestal 13: Iriri ______________________________________________________ 93
Polígono Florestal 14: Almeirim II________________________________________________ 94
5
Lista de Figuras
Figura 1. Zonas de produção madeireira do Estado do Pará. _____________________ 12
Figura 2. Áreas potenciais para a Produção Florestal no Pará. ____________________ 15
Figura 3. Sugestão para os novos polígonos para produção florestal no Pará.________ 16
Figura 4. Vegetação no Pará 2005 (IBGE 1997, Inpe 2005). _____________________ 17
Figura 5. Pólos e zonas madeireiras do Pará, 2004 (Lentini et al. 2005).____________ 18
Figura 6. Etapas usadas para a classificação da vegetação. ______________________ 25
Figura 7. Método para o mapeamento de estradas não-oficiais.___________________ 27
Figura 8. Método para estimar a área de floresta explorada. _____________________ 28
Figura 9. Zonas madeireiras do Estado do Pará._______________________________ 33
Figura 10. Polígonos potenciais para produção florestal no Pará. __________________ 38
Figura 11. ZEE e os polígonos potenciais para a produção florestal no Pará (Sectam
2005). _______________________________________________________________ 40
Figura 12. Vegetação nos polígonos potenciais para a produção florestal no Pará (IBGE).
____________________________________________________________________ 42
Figura 13. Vegetação nos polígonos potenciais para a produção florestal no Pará (Imazon
2005). _______________________________________________________________ 43
Figura 14. Alcance econômico madeireiro nos polígonos para produção florestal no Pará
(Lentini et al. em preparação). ____________________________________________ 47
Figura 15. Pressão humana nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará
(Barreto et al. 2005). ___________________________________________________ 49
Figura 16. Estradas não-oficiais nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará
(Souza Jr. et al. 2005). __________________________________________________ 51
Figura 17. Cicatrizes de exploração nos polígonos potenciais para produção florestal no
Pará (Imazon 2005). ____________________________________________________ 53
Figura 18. Planos de manejo nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará
(MMA 2004). __________________________________________________________ 53
6
Figura 19. Situação fundiária nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará
(Incra). ______________________________________________________________ 55
Figura 20. Áreas requeridas nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará.
(Iterpa).______________________________________________________________ 55
Figura 21. Recomendações de uso para os polígonos florestais. __________________ 58
Figura 22. Síntese da oferta potencial de áreas florestais no Estado do Pará. ________ 61
Figura 23. Cenário das áreas de uso sustentável existentes e propostas pelo presente
estudo. ______________________________________________________________ 63
Figura 24. Áreas Protegidas do Pará (ISA 2005). _____________________________ 70
Figura 25. Assentamentos rurais do Pará (Incra 2003). _________________________ 71
Figura 26. Macrozoneamento Econômico Ecológico do Pará (Sectam, 2005).________ 72
Figura 27. Assentamentos rurais em torno das áreas potenciais para produção florestal
no Pará (Incra 2003). ___________________________________________________ 75
Figura 28. Áreas Protegidas e polígonos potenciais para produção florestal no Pará (ISA
2005). _______________________________________________________________ 76
Figura 29. Biodiversidade nas áreas com potencial para produção florestal no Pará (ISA
et al., 2001). __________________________________________________________ 76
Figura 30. Aptidão agrícola nas áreas com potencial para produção florestal no Pará
(IBGE 2002). __________________________________________________________ 77
7
Lista de Tabelas
Tabela 1. Síntese da demanda por área florestal no Pará._______________________ 13
Tabela 2. Áreas potenciais para produção florestal no Pará.______________________ 14
Tabela 3. Sugestão para os novos polígonos para produção florestal no Pará ________ 16
Tabela 4. Bases de informações utilizadas.___________________________________ 32
Tabela 5. Características das zonas madeireiras no Pará.________________________ 34
Tabela 6. Demanda por área (km2) para produção madeireira no Pará._____________ 35
Tabela 7. Oferta de área (km²) para produção madeireira no Pará.________________ 35
Tabela 8. Unidades de Conservação de Uso Sustentável (exceto Resex) no Pará, 2006. 36
Tabela 9. Área potencial para produção madeireira manejada no Pará no Cenário 1. __ 36
Tabela 10. Área potencial para produção madeireira manejada no Pará no Cenário 2. _ 37
Tabela 11. Área potencial para produção madeireira manejada no Pará no Cenário 3. _ 37
Tabela 12. Área potencial para produção madeireira manejada no Pará no Cenário 4¹. 37
Tabela 13. Polígonos potenciais para produção florestal no Pará.__________________ 39
Tabela 14. ZEE e os polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Sectam 2005).
____________________________________________________________________ 41
Tabela 15. Vegetação nos polígonos para produção florestal no Pará (IBGE escala
1:2.500.000). _________________________________________________________ 44
Tabela 16. Vegetação nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Imazon,
escala 1:50.000). ______________________________________________________ 45
Tabela 17. Potencial de uso nos polígonos para produção florestal no Pará __________ 46
Tabela 18. Alcance econômico madeireiro nos polígonos potenciais para produção
florestal no Pará. _______________________________________________________ 48
Tabela 19. Pressão humana nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará
(Barreto et al. 2005). ___________________________________________________ 50
Tabela 20. Estradas não-oficiais nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará.
____________________________________________________________________ 52
8
Tabela 21. Exploração madeireira nos polígonos potenciais para produção florestal no
Pará (Imazon e MMA).___________________________________________________ 54
Tabela 22. Situação fundiária nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará
(Incra 2003) __________________________________________________________ 56
Tabela 23. Estimativa das áreas requeridas ao Iterpa (Iterpa 2005)¹.______________ 57
Tabela 24. Recomendação para os polígonos potenciais para produção florestal no Pará.
____________________________________________________________________ 59
Tabela 25. Recomendação por polígono potencial para produção florestal no Pará.____ 59
Tabela 26. Áreas potenciais para a produção florestal no Estado do Pará¹. __________ 60
Tabela 27. Áreas potenciais para a produção florestal no Estado do Pará de acordo com
as Zonas Madeireiras. ___________________________________________________ 62
Tabela 28. Critérios adotados nos levantamentos das formações florestais (IBGE 1996).
____________________________________________________________________ 73
Tabela 29. Biodiversidade nos polígonos com potenciais para produção florestal no Pará
(ISA et al., 2001). ______________________________________________________ 78
Tabela 30. Aptidão agrícola nos polígonos com potencial para produção florestal no Pará
(IBGE 2002). __________________________________________________________ 79
9
Lista de Siglas
APA Área de Proteção Ambiental
APP Área de Preservação Permanente
Arie Área de Relevante Interesse Ecológico
Flona Floresta Nacional
Flota Floresta Estadual
Ibama Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Imazon Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia
Inpe Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
Incra Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
Ipea Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas
Iterpa Instituto de Terras do Pará
ISA Instituto Socioambiental
MMA Ministério do Meio Ambiente
NASA Agência Espacial Norte-Americana
Oemas Órgãos Estaduais de Meio Ambiente
RDS Reserva do Desenvolvimento Sustentável
Resex Reserva Extrativista
Sectam Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Estado do Pará
Seprod Secretaria Especial de Produção do Governo do Estado do Pará
SIG Sistema de Informações Geográficas
Snuc Sistema Nacional de Unidades de Conservação
UC Unidade de Conservação
ZEE Macrozoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Pará.
10
1. RESUMO EXECUTIVO
Este relatório sintetiza os resultados preliminares do detalhamento do
Macrozoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Pará nas áreas potenciais para
produção florestal manejada. O estudo, uma iniciativa da Secretaria Especial de Produção
do Governo do Estado do Pará (Seprod), foi executado pelo Imazon no período de
novembro de 2005 a fevereiro de 2006. Os objetivos gerais do estudo foram: (i) avaliar a
demanda por áreas florestais para produção florestal manejada no Estado; (ii) avaliar o
potencial de oferta de áreas florestais para produção florestal manejada no Estado; e (iii)
identificar e avaliar novas áreas com potencial para produção florestal manejada no
Estado.
Potencial Florestal. O Estado do Pará (1,25 milhão km2) possui uma grande
extensão de florestas (70% do Estado), com predominância de florestas ricas em espécies
de valor comercial (madeireiro e não-madeireiro). As condições de relevo (em geral, plano
a suavemente ondulado), a grande extensão de rios navegáveis, uma ampla rede de
estradas e o clima chuvoso, porém com estação seca definida, oferecem condições
favoráveis para a atividade florestal. Esses fatores têm favorecido o rápido crescimento
da atividade madeireira no Estado do Pará.
Produção Florestal. Em 2004, as 860 indústrias madeireiras1 em funcionamento
no Pará extraíram 11, 1 milhões de metros cúbicos de madeira em tora, o que representou
46% da madeira em tora da Amazônia Legal. A produção de madeira processada (serrada,
beneficiada, laminas e compensados) foi cerca de 4,6 milhões de metros cúbicos. A renda
bruta gerada pela indústria madeireira no Estado alcançou US$ 1,1 bilhão, dos quais
metade foi proveniente de exportações. O número de emprego diretos e indiretos no setor
florestal do Pará foi aproximadamente 184 mil (Lentini et al. 2005).
A produção florestal está distribuída de forma heterogênea no território do Estado. A
indústria madeireira está concentrada nas zonas Leste e no Estuário, as quais representam
conjuntamente 74% da produção madeireira do Estado. Os outros 26% da produção do
Pará ocorrem nas zonas Central, Norte, Oeste e Sul (Figura 1).
1 Além disso, há 732 micro-serrarias operando na região do Estuário cujo consumo total de madeira em tora é inferior a 10% do total extraído no Pará (Lentini et al. 2005). Para maiores detalhes acessar o livro “Fatos Florestais da Amazônia 2005” na página do Imazon www.imazon.org.br
Apesar da importância econômica, o setor florestal enfrenta uma crise sem
precedentes, ocasionada pela falta de definição fundiária em áreas do Estado e escassez
de áreas designadas para produção florestal. Além disso, somente uma proporção
pequena da produção florestal é feita de acordo com as práticas de manejo florestal2.
Figura 1. Zonas de produção madeireira do Estado do Pará.
Demanda por área florestal. A indústria madeireira do Pará necessita de
aproximadamente 167 mil Km2 (16,7 milhões de hectares) de área florestal líquida3 para
manter o consumo de matéria-prima com base na produção de 2004 – aproximadamente
11,2 milhões de metros cúbicos de madeira em tora. Essa estimativa assume um ciclo de
corte de 30 anos e uma intensidade média de extração de 20 metros cúbicos por hectare.
Em um cenário em que houvesse um incremento na produção em 1% ao ano (mantida
mesma intensidade de corte e ciclo de rotação), a demanda por área florestal líquida
aumentaria para aproximadamente 225 mil km2 (22,5 milhões de hectares). No caso de
2 Consiste em corte seletivo baseado no inventário florestal 100% das árvores comerciais; planejamento das estradas, pátios e ramais de arraste; corte prévio de cipós; corte direcionado das árvores e arraste planejado. Além disso, o plano de manejo deve conter técnicas para estimular a regeneração e o crescimento das árvores comerciais e um cronograma de exploração anual (Amaral et al. 1998). 3 Refere-se à área florestal a ser destinada para exploração madeireira manejada. Excluem-se as áreas sem valor comercial, áreas inacessíveis e as áreas de preservação permanente. A definição exata da área e do volume a ser extraído depende da realização do censo ou inventário florestal 100%.
12
ocorrer o mesmo incremento na produção de 1% ao ano, mas houver uma compensação
na melhoria do rendimento de 5% (isto é, maior eficiência na conversão de madeira em
tora para madeira processada), a demanda por área florestal seria aproximadamente 201
mil km2. Por outro lado, se houver uma melhoria de 5% no rendimento do processamento
industrial (isto é, maior eficiência na conversão de madeira em tora para madeira
processada) e se for mantida a produção florestal atual (madeira processada), a demanda
por área florestal líquida reduziria para 149 mil km2 (Tabela 1).
Tabela 1. Síntese da demanda por área florestal no Pará.
Demanda por Área (km²) Zonas
Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4
Central 10.500 9.319 14.152 12.561
Estuário 42.900 37.927 57.823 51.120
Leste 80.700 72.445 108.771 97.645
Oeste 20.400 18.204 27.496 24.536
Sul 9.900 8.845 13.344 11.922
Norte 2.850 2.462 3.841 3.318
Total Pará 167.250 149.202 225.428 201.101
Cenário 1. Manutenção do consumo atual de madeira em tora. Cenário 2. Redução no consumo de tora em função de uma melhoria (5%) no rendimento industrial. Cenário 3. Aumento significativo no consumo de tora em função do crescimento (1% ao ano) na demanda por
madeira processada durante um ciclo de 30 anos. Cenário 4. Aumento razoável no consumo de tora considerando maior demanda por madeira processada (1%
ao ano) parcialmente compensada por uma melhoria (5%) no rendimento industrial.
Oferta de áreas florestais. A área florestal bruta para produção florestal
potencial soma aproximadamente 456 mil km2 4. Porém, em torno de 206 mil km2 são
florestas sem aptidão para uso econômico por uma ou mais das seguintes razões:
florestas com muito baixo valor comercial, florestas já exploradas de forma predatória,
florestas situadas em áreas de topografia extremamente acidentada, florestas inseridas
nas áreas de preservação permanente. Além disso, o Estado possui aproximadamente 21
mil km2 de florestas em Resexs, as quais apresentam restrições para a exploração
florestal5. Portanto, as florestas com potencial para uso florestal no Pará somam
aproximadamente 250 mil Km2 (25 milhões de hectares). Essas áreas serão referidas
nesse relatório como “área florestal potencial” (Tabela 2).
4 Exclui todas as florestas existentes na Categoria de Unidade de Conservação de Proteção Integral, Terras Indígenas e Áreas Militares bem como as florestas destinadas a criação de futuras Unidades de Conservação de Proteção Integral de acordo com o Macrozoneamento Ecológico-Econômico do Pará. 5 Nas Resexs, a exploração madeireira poderá ocorrer somente em bases comunitárias (baixa intensidade) e sob condições específicas definidas no plano de manejo de cada unidade.
13
A área florestal potencial é composta pelas seguintes categorias: (i) 83 mil Km2 são
florestas potenciais existente nas Unidades de Conservação de Uso Sustentável (Flonas,
APAS, RDS) já estabelecidas; (ii) 120 mil km2 são florestas potencias nos polígonos
identificados neste estudo para o estabelecimento de novas Unidades de Conservação de
Uso Sustentável e, menor proporção, áreas para concessão florestal (fora de Unidade de
Conservação) e ou assentamento florestal; (iii) 7 mil km² são florestas em assentamentos
rurais, e (iv) aproximadamente 41 mil km2 compreende áreas florestal líquida dispersas no
território do Estado como áreas devolutas e áreas potencialmente privadas (Tabela 2,
Figura 2).
Tabela 2. Áreas potenciais para produção florestal no Pará.
Categorias Oferta Florestal
Bruta (km²) Potencial de Uso Oferta Potencial
Flonas Existentes 60.863 76% 45.960 18%
APAS Existentes 46.784 77% 35.969 14%
RDS Existentes 1.092 73% 794 0%
Polígonos Potenciais 165.581 72% 119.948 48%
Assentamentos Rurais 28.172 26% 7.208 3%
Outros1 153.680 26% 40.582 16%
Área total 456.172 55% 250.461 100%
¹ A categoria outros refere-se a áreas florestal líquida dispersas no território do Estado como áreas devolutas e
áreas potencialmente privadas
14
Figura 2. Áreas potenciais para a Produção Florestal no Pará.
Novas Áreas para Produção Florestal. Para identificar as novas áreas com
potencial para a produção florestal selecionamos 14 polígonos totalizando uma área
florestal bruta de aproximadamente 166 mil Km2 (16,5 milhões de hectares). Esses
polígonos foram definidos subtraindo-se da área do Pará as seguintes categorias: (i) áreas
de vegetação não florestal e as áreas já desmatadas; (ii) Terras Indígenas, Unidades de
Conservação e Terras Militares existentes; (iii) assentamentos de reforma agrária; (iv)
áreas de floresta remanescentes dispersas no território; e (v) áreas propostas pelo
governo estadual para a criação de Unidades de Conservação de Proteção Integral de
acordo com o Macrozoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Pará (Lei estadual nº
6.745/05).
Analisamos para cada polígono o potencial para uso florestal com base na aptidão
florestal (vegetação), acesso (alcance econômico), sinais de ocupação (pressão humana e
estradas não-oficiais) e destinação prevista de acordo com o Macrozoneamento Ecológico-
Econômico do Estado do Pará. Da área total analisada (166 mil km2) excluímos
aproximadamente 46 mil km2 por constituírem florestas sem potencial para uso econômico
(condições topográficas desfavoráveis, baixo valor florestal, exploração predatória etc.).
Portanto, a área florestal potencial nos polígonos analisados foi aproximadamente 120 mil
km2.
15
Destinação Potencial das Novas Áreas Florestais. De acordo com as análises
realizadas no âmbito do detalhamento do Macrozoneamento Ecológico-Econômico do
no Pará
Estado do Pará, sugerimos preliminarmente que as categorias de uso para as novas áreas
destinadas a produção florestal sejam seguintes (Tabela 3, Figura 3)
Tabela 3. Sugestão para os novos polígonos para produção florestal
Categoria de uso Área (km²) Área (%)
1 (Flonas/F
77.457 47% Florestas Nacionais ou Estaduais
lotas)
2 32.498 20% APAs Florestais
3 stal (fora de Unidade de
ou Assentamento Florestal38.503 23%
Concessão Flore
Conservação) e
4 Outras Unidades de Conservação de Uso
Sustentável 17.122 10%
Figura 3. Sugestão para os novos polígonos para produção florestal no Pará.
16
2. INTRODUÇÃO
sui aproximadamente 1,25 milhão de Km2 (15% do território
nacional). Em 2005, o Pará era predominantemente coberto por florestas (70%), com
18% d
dois por cento das terras do Estado são Áreas Protegidas6. Desse total,
21,7% são Terras Indígenas; enquanto 14,6% são formadas por Unidades de Conservação
de Uso
O Estado do Pará pos
e áreas desmatadas e 12% de vegetação não-florestal (Figura 4). Em 2004, a
população do Estado era de 6,9 milhões de habitantes (IBGE 2005). A economia no Pará é
largamente baseada na mineração industrial (especialmente, minério de ferro e bauxita),
exploração e processamento de madeira e agropecuária. Em 2002, o PIB do Estado atingiu
cerca de R$ 25,5 bilhões (Ipea 2002), enquanto a renda per capita foi R$ 3.887 (posição
20 entre os Estados)
Figura 4. Vegetação no Pará 2005 (IBGE 1997, Inpe 2005).
Quarenta e
Sustentável; e 5,6% são áreas compostas por Unidades de Conservação de
Proteção Integral. Além disso, o Estado abriga 5,1% de assentamentos de reforma agrária
e 1,9% de Terras Militares, áreas de quilombos e reservas estaduais para pesquisa
científica. De acordo com o Censo Agropecuário de 1994, as áreas privadas somam
apenas 18% do Estado (IBGE 1996). O restante (33%) são terras potencialmente
devolutas ou privadas em disputa.
6 Inclui as Unidades de Conservação criadas pelo Governo Federal no oeste do Pará (área de influência da BR-163) em 13 de Fevereiro de 2006, cujos decretos foram publicados dia 14 de fevereiro pelo Diário Oficial da União.
17
O Estado do Pará possui aptidão para a atividade florestal. Há abundância de
florestas ricas em madeiras de valor comercial; as condições de relevo (em grande parte,
plano
extraídos 11,2 milhões de metros
cúbicos
Figu 5).
Ap nfrenta
em precedentes com o cancelamento de centenas de planos de manejo e a
ameaça de fechamento de dezenas de empr
planos de manejo. Em resposta a essa crise foram adotadas algumas medidas
a suavemente ondulado) são favoráveis para exploração florestal, que é facilitada
pela grande extensão de rios navegáveis e pela localização estratégica do Estado em
relação aos mercados de madeira (interno e externo). Esses fatores têm contribuído para
expansão da atividade madeireira no Estado. Entretanto, a grande maioria da exploração
madeireira é ainda realizada de forma não manejada.
Em 2004, o Estado do Pará abrigava 1.592 empresas madeireiras distribuídas em
33 pólos madeireiros (Figura 5). Naquele ano, foram
de madeira em tora (46% da produção amazônica) e produzidos 4,6 milhões de
metros de madeira processada (madeira serrada, produtos beneficiados, lâminas e
compensados). O setor madeireiro empregou mais de 180 mil pessoas de forma direta e
indireta. A renda bruta gerada pelo setor florestal foi de aproximadamente US$ 1,1 bilhão
(Lentini et al. 2005). Em 2004, o valor das exportações de madeira do Pará atingiu US$
543 milhões (MDIC 2005).
ra 5. Pólos e zonas madeireiras do Pará, 2004 (Lentini et al. 200
esar de sua importância socioeconômica, o setor madeireiro do Pará e
uma crise s
esas. A principal causa dessa crise está
relacionada à falta de regulamentação fundiária, o que impossibilita a aprovação dos
18
estratégicas, entre as quais se destacam: (i) a elaboração e a aprovação da Lei de Gestão
de Florestas Públicas em março de 2006; (ii) decreto federal de criação do Distrito
Florestal no oeste do Pará, um instrumento de apoio ao desenvolvimento florestal naquela
região; e (iii) Macrozoneamento Ecológico Econômico do Estado do Pará em 2005 (Lei
estadual nº 6.745/05).
A lei de Gestão de Florestas Públicas, sancionada pelo Presidente da República em
março de 2006, tem por objetivos: (i) regulamentar a gestão das florestas em áreas
públicas (União, Estados e municípios); (ii) criar o Sistema Florestal Brasileiro (SFB) como
ividades previstas no distrito incluem
regular
crozoneamento são incentivar o desenvolvimento das atividades econômicas em
órgão regulador da gestão das florestas públicas e promotor do desenvolvimento florestal;
e (iii) criar o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal para promover o
desenvolvimento tecnológico, assistência técnica e incentivos para o desenvolvimento do
setor florestal. A lei define três formas de gestão: (i) Unidade de Conservação para
produção florestal (por exemplo, Flonas/Flotas); (ii) uso comunitário (assentamentos
florestais, Resex, PDS etc.); e (iii) concessões florestais fora de Unidade de Conservação.
A concessão só será aplicada após a constatação de que não existe demanda para a
criação de Unidade de Conservação e/ou uso comunitário. A escolha será feita com base
no melhor preço e menor impacto ambiental. A concessão não implica em qualquer direito
ou posse sobre as áreas. Nos 10 anos iniciais, a área total de concessão prevista será de
13 milhões de hectares (3% da Amazônia Legal).
O Distrito Florestal, criado em fevereiro de 2006 pelo Governo Federal, é um
instrumento para priorizar ações de políticas publicas direcionados para desenvolvimento
das atividades florestais manejadas. As principais at
ização fundiária, crédito rural, melhoria da infra-estrutura e apoio a modernização
do parque industrial, gestão de áreas públicas e assistência técnica. O Distrito Florestal,
situado no Oeste do Pará (área de influencia da BR 163), abrange uma área de 190 mil
km2.
O Macrozoneamento Ecológico Econômico do Estado do Pará, aprovado em 2005, é
um instrumento central da política de ordenamento territorial do Pará. Os objetivos gerais
do Ma
bases manejadas, a redução dos conflitos fundiários e a diminuição do desmatamento
ilegal. De acordo com o Macrozoneamento Ecológico Econômico, a área territorial do
Estado foi distribuída em quatro grandes zonas, a saber: (i) Terras Indígenas e
quilombolas, ocupando pelo menos 28% do Estado; (ii) Unidade de Conservação de Uso
Sustentável existentes e a serem criadas, ocupando pelo menos 27% do Estado; (iii)
Unidades de Conservação de Proteção Integral existente e proposta, ocupando um mínimo
10%. E, finalmente, uma zona para a consolidação de atividades produtivas de no máximo
35% do território estadual. Em resumo, o Macrozoneamento Ecológico Econômico prevê
19
65% da área do Estado para conservação e uso florestal e 35% para a consolidação de
atividades produtivas, principalmente a agropecuária.
Para atingir as metas estabelecidas pelo Macrozoneamento Ecológico Econômico na
zona destinada as Unidades de Conservação de Uso Sustentável, será necessário criar
cerca
áreas de florestas
de 15,6 milhões de hectares (12,4% do território) desse tipo de Unidade. Essa
categoria permite conciliar uso sustentável e conservação dos recursos naturais (Palmieri
et al.2005). A maior parte das categorias de Unidades de Conservação de Uso Sustentável
como Flonas/Flotas, RDS e APAS permitem o uso racional dos recursos florestais
madeireiros. Em condições especiais, é possível extrair madeira das Resexs sob regime de
manejo florestal comunitário. Para saber mais sobre as atividades econômicas permitidas
nas Unidades de Conservação de Uso Sustentável consulte o Anexo 1.
Os objetivos deste estudo são avaliar e quantificar a demanda de áreas para a
produção florestal no Estado do Pará; avaliar e quantificar a oferta de
para a produção florestal no Estado do Pará; identificar e caracterizar as áreas florestais
potenciais para produção florestal manejada.
20
3. MÉTODOS
3.1. Avaliação da Demanda por Áreas Florestais
Para a avaliação de demanda e oferta de áreas florestais, dividimos o Estado do
Pará em seis zonas madeireiras (Leste, Sul, Central, Oeste, Norte e Estuarina). As zonas
foram criadas a partir de uma análise de proximidade econômica das florestas aos pólos
madeireiros. Dessa forma, para cada uma das áreas de floresta foi possível identificar qual
o pólo madeireiro que teria maior rentabilidade para explorar aquela floresta. Nessas
zonas, estimamos a área florestal necessária para suprir a demanda de madeira e a área
florestal potencial disponível (oferta).
Para a avaliação da demanda, analisamos dados da produção de madeira
fornecidos pelo levantamento primário conduzido pelo Imazon nos pólos madeireiros em
2004 (Lentini et al. 2005). Para isso (Quadro 1) inicialmente dividimos a produção
madeireira em tora (metros cúbicos de tora com ano base em 2004) pela intensidade de
exploração, em seguida, multiplicamos esse resultado pelo ciclo de corte. Por último,
dividimos o resultado por 100, transformando assim a unidade em Km2 (Quadro 1).
Quadro 1. Cálculo da demanda de área para produção florestal no Pará.
X Ciclo de corte (anos)Área demandada =
(km²)
Produção de madeira em tora (m³)
Intens tare) idade de exploração (m³ tora/hec
100
Para a avaliação da demanda, consideramos quatro cenários de produção - todos
adotando uma intensidade de exploração de 20 metros cúbicos por hectare e um ciclo de
corte de 30 anos:
• 1: Mantendo-se o consumo de madeira em tora igual a 20047.
• 2: Mantendo-se o consumo de madeira em tora igual a 2004, porém com um incremento
no rendimento de processamento de 5%8.
• 3: Aumento da produção processada de 1% ao ano, calculado por meio de juros
compostos (Quadro 2).
• 4: Aumento da produção processada de 1% ao ano calculado por meio de juros
compostos (Quadro 2) e aumento no rendimento de processamento em 5%.
7 Segundo Lentini et al. (2005), a produção de madeira em tora em 2004 foi de 11,2 milhões de m³. 8 Segundo Lentini et al. (2005), o rendimento do processamento mecânico da madeira no Estado do Pará varia conforme o pólo, apresentando uma média de 40,2%. Pare este ensaio, calculamos o rendimento de cada zona madeireira e projetamos o aumento de 5% para cada zona.
21
Quadro 2. Fórmula dos juros compostos.
M = C * (1 + i)t
Onde,
M = Montante final; C = Capital inicial; i = Taxa % por período de tempo e t = número de períodos de tempo
3.2. Avaliação da Oferta de Áreas Florestais
As análises de oferta foram conduzidas considerando as zonas madeireiras do
Estado (detalhes no item 3.1). Para contabilizar a área florestal disponível (oferta bruta),
excluímos as áreas antropizadas, as áreas não-florestais (cerrados, campos naturais etc) ,
as Terras Indígenas, as Unidades de Conservação de Proteção Integral (existentes e
propostas para atingir as metas propostas pelo Macrozoneamento) e as Áreas Militares
(Quadro 3). Entretanto, parte da floresta disponível (oferta bruta) não pode ser explorada.
Isso porque parte já foi explorada, porque as condições de relevo e declividade não são
favoráveis ou porque é proibido explorar nas Áreas de Preservação permanente. Por isso,
para calcular a oferta potencial de áreas florestadas para a produção de madeira,
estimamos o potencial de uso por zona (Quadro 3). Dessa forma, excluímos da área
florestal disponível parte das áreas já exploradas de forma predatória (descrição detalhada
no item 3.3.1) e as áreas com topografia acima de 800 metros obtidas a partir dos dados
da missão Shuttle Radar Topography Mission-SRTM (JPL 2006). Excluímos também as
áreas florestais situadas a uma distância de até 100 metros das margens da rede
hidrográfica principal. Finalmente, excluímos os focos de calor detectados até 2005 (Inpe
2005) com um raio de 2 quilômetros, bem como as áreas de influência das sedes
municipais até um raio de 20 quilômetros.
Quadro 3. Disponibilidade de áreas florestais (oferta bruta e potencial).
Área florestal disponível (oferta bruta)
Inclui (+) = Áreas Florestais (públicas, devolutas, privadas e assentamentos), Flonas,
APA, Resex e RDS.
Exclui (-) = Áreas Antropizadas (desmatamentos, queimadas e centro urbanos), áreas
não-florestais, Terras Indígenas, Áreas Militares e Unidade de Conservação de Proteção
Integral existentes e propostas.
Oferta Potencial = (Oferta Bruta X Potencial de Uso) /100
22
3.3. Identificação dos Polígonos Florestais
Utilizamos quatro análises para identificar os polígonos potenciais para a produção
florestal no Estado do Pará. Primeiro, excluímos áreas do Estado com vegetação não-
florestal (IBGE 1997) e as áreas desmatadas (Inpe 2005) (Figura 4). Em seguida,
excluímos da floresta remanescente as áreas já protegidas9, como Terras Indígenas e
Unidades de Conservação estabelecidas até fevereiro de 2006 (ISA 2005, MMA 2006)
(Figura 24, Anexo 2). Em seguida, excluímos as áreas de assentamento de reforma
agrária estabelecidas até 2002 (Incra 2003) (Figura 25 Anexo 2). Depois, excluímos
florestas remanescentes situadas nas zonas leste e sul do Pará por representarem áreas
insuficientes para formarem polígonos e por serem provavelmente privadas. Por último,
excluímos as áreas propostas para criação de Unidades de Conservação de Proteção
Integral pelo Governo do Estado do Pará no âmbito do Macrozoneamento Ecológico
Econômico (Sectam 2005) (Figura 26 Anexo 2). As áreas resultantes dessas subtrações
foram delimitadas em 14 polígonos florestais com potencial para produção florestal no
Pará.
3.4. Caracterização dos Polígonos Florestais
Os 14 polígonos florestais identificadas cobriram 29 cenas do satélite Landsat (185
x 185 km cada cena). Uma oferta limitada de imagens do satélite Landsat não permitiu a
utilização de imagens do mesmo ano para compor o mosaico (união de duas ou mais
imagens para compor a área de estudo) para o mapeamento detalhado das polígonos
florestais. Por isso, os mosaicos foram compostos por imagens dos anos 2003, 2004 e
2005. Inicialmente, as cenas de cada área florestal foram georeferenciadas para
coordenadas UTM e, em seguida, utilizadas para extrair áreas desmatadas, florestas,
florestas exploradas, estradas e corpos d’água. Posteriormente, caracterizamos essas
áreas florestais por meio das seguintes análises:
Análise 1. Macrozoneamento Ecológico Econômico do Estado do Pará (ZEE).
Sobrepusemos os polígonos florestais ao mapa do Macrozoneamento do Pará (Lei estadual
nº 6.745/05) para identificar as macro categorias de uso ou conservação estabelecidos no
âmbito do zoneamento.
Análise 2. Vegetação. A classificação da vegetação foi realizada na escala
1:50.000, por meio técnicas de sensoriamento remoto que utilizam imagens de satélite
das faixas do visível, infravermelho, radar e dados de topografia SRTM/NASA (Figura 6).
Para isso, combinamos esse mapeamento detalhado (1:50.000) com o mapa de cobertura
9 Inclui as Unidades de Conservação criadas pelo governo federal em 13 de Fevereiro de 2006, cujos decretos foram publicados dia 14 de fevereiro pelo Diário Oficial da União.
23
vegetal disponível pelo IBGE/SIVAM (2005) na escala 1:250.000. Além disso, utilizamos
os relatórios de campo sobre os levantamentos das formações florestais do Projeto
RadamBrasil (IBGE 1996) (Tabela 25 Anexo III).
No processamento das imagens, inicialmente eliminamos os sinais de neblina e
fumaça das imagens Landsat para reduzir possíveis erros na classificação. Em seguida,
georreferenciamos as imagens Landsat com as imagens do mosaico da Nasa, Projeto
ZULU. As imagens de RADAR (Jers – estação úmida e seca) e SRTM (Shuttle Radar
Topographic Mission 2000) foram registradas com base nas imagens Landsat,
prevalecendo à resolução espacial das imagens Landsat (30 metros). O passo seguinte foi
fundir as imagens de satélite Landsat (bandas 1-7) e as de radar e sobrepor o mapa de
vegetação do IBGE/Radam com as imagens fundidas (cobertura do solo mais topografia)
para a coleta visual de 2.000 amostras de treinamento por classe de formação florestal na
imagem. Essa amostragem foi aplicada na classificação automática por árvore de decisão,
método de classificação automático de rápido processamento e pouca interferência do
analista, que separa classes com características espectrais distintas (i.e., água, solos,
florestas). O produto da classificação automática foi combinado com a classificação de
desmatamento 2004, tornando possível distinguir o desmatamento das formações não-
florestais. Os ruídos gerados na classificação foram eliminados com filtros espaciais
baseados em segmentação de imagens que consideram as semelhanças espaciais dos
pixels. Após a aplicação dos filtros foi realizada a edição matricial da classificação final por
meio do programa ClassEdit (ENVI 3.2) na escala de 1:50.000 para corrigir eventuais
erros de classificação.
O mapa final foi sobreposto às regiões de Floresta Ombrófila Densa e Floresta
Ombrófila Aberta contidas no mapa IBGE e Sivam (1997) na escala de 1:250.000. Isso foi
feito para extrair informações das formações florestais densa e aberta, dado que o
classificador automático utilizado não conseguiu separar essas classes de vegetação. O
resultado é um mapa da cobertura florestal contendo nove classes:
1. Floresta Densa Aluvial
2. Floresta Densa de Terras Baixas
3. Floresta Densa Submontana
4. Floresta Aberta Aluvial
5. Floresta Aberta de Terras Baixas
6. Floresta Aberta Submontana
7. Formações Não-Florestais
8. Desmatamento
9. Corpos D’água
24
Mascara de
Desmatamento Landsat(basPRODES 2004
Classificação
automática
por árvore de
Figura 6. Etapas usadas para a classificação da vegetação.
Análise 3. Potencial Florestal. Para estimar o potencial florestal, inicialmente
calculamos o potencial de uso de cada polígono florestal identificado. Assim, excluímos da
área total as áreas já desmatadas, as manchas de formações não-florestais, as áreas
exploradas pela atividade madeireira (descrição do método no item 3.3.1), as áreas com
topografia acima de 800 metros obtidas a partir dos dados da missão Shuttle Radar
Topography Mission-SRTM (JPL 2006), 100 metros das margens da rede hidrográfica
principal, os focos de calor até 2005 (Inpe 2005) com um raio de 2 km e as áreas de
influência das sedes municipais com raio de 20 km. A área florestal resultante foi então
classificada com base nos dados de vegetação e volume do Projeto Radam (IBGE 1996)
(Quadro 4) em três classes de valor potencial: baixo, médio e alto.
Quadro 4. Potencial florestal das tipologias florestais (IBGE 1996).
Tipologia florestal Volume de madeira
DAP> 30cm (m³/ha) Potencial
madeireiro Densa Aluvial (Da) 110 Alto
Densa de Terras Baixas (Db) 115 Alto
Densa Submontana (Ds) 112 Alto
Floresta Ombrófila
Densa Densa Montana (Dm) 104 Alto
Aberta de Terras Baixas (As) 106 Alto Floresta Ombrófila
Aberta Aberta Submontana (Ab) 84 Médio
Coleta de
amostras
Fusão Antes
Depois
Aplicação
Jers-úmido
Filtro e
Jers-seco
SRTM
Resultado Final
Terras Baixas Aluvial Água
Submontana
Desmatamento Formações não-florestais
25
Análise 4. Alcance econômico. Utilizamos modelos de alcance econômico da
atividade madeireira desenvolvidos por Souza Jr. et al. (1997) e Veríssimo et al. (1998).
Esses modelos estimam a distância máxima dos atuais pólos madeireiros economicamente
viáveis para explorar madeira ao considerar os custos da extração, transporte e
processamento de madeira. Os dados de custo de produção e de transporte utilizados na
modelagem de alcance econômico atual são provenientes de levantamentos
socioeconômicos dos pólos madeireiros no Estado do Pará feitos pelo Imazon em 1998 e
2004 (Lentini et al. 2005)
O alcance econômico foi estimado por meio da modelagem de custo de superfície
na escala 1:50.000. Esse método determina o custo de transporte cumulativo para
transportar toras de madeira da floresta para o pátio das serrarias dos pólos madeireiros,
considerando-se os diferentes tipos de superfície. O modelo de alcance utiliza informações
de estradas (IBGE 1999), localização de centros de produção de madeira serrada,
navegabilidade dos rios e dados socioeconômicos da atividade madeireira (Verissimo et al.
1998, Souza Jr. et al. 1997). O resultado dessa análise indica as áreas com alta, média e
baixa acessibilidade para a atividade madeireira, bem como as áreas inaccessíveis.
Análise 5. Pressão humana. Essa análise revela as áreas com sinais de ocupação
humana, consolidada e incipiente, identificadas a partir de focos de calor, desmatamento,
estradas oficiais, centros urbanos, assentamentos de reforma agrária e áreas de
mineração. Para efeito dessa análise, consideramos o termo “pressão humana
consolidada” como “alta pressão” e as áreas com pressão humana incipiente como “média
pressão”.
Análise 6. Estradas não-oficiais As análises para a identificação das estradas não-
oficiais foram conduzidas por Souza Jr., de acordo com o método proposto por Brandão e
Souza Jr. (2006). As estradas foram mapeadas por meio de interpretação visual de
imagens Landsat (bandas 3, 4 e 5) na escala 1:50.000 (Figura 7). O software Arcgis 3.2
foi usado para digitalizar todas as estradas identificadas. Ao comparar as imagens
digitalizadas com o mapa de estradas oficiais de 2001 (Ministério dos Transportes 2002),
os autores puderam distinguir as estradas não-oficiais das estradas oficiais.
26
Figura 7. Método para o mapeamento de estradas não-oficiais.
Análise 7. Exploração madeireira. Mapeamos a exploração madeireira utilizando
imagens Landsat TM por meio do método desenvolvido por Souza Jr. (2005) (Figura 8).
Esse mapeamento consiste na identificação de pátios e estradas madeireiras e de áreas de
floresta que sofreram impacto no dossel. Para esse mapeamento, as imagens foram
transformadas para reflectância, utilizando o programa ACORN, o qual remove as
interferências atmosféricas das imagens restando apenas o sinal da superfície. Para
quantificar os componentes puros (floresta, solo, vegetação morta etc.) dentro de cada
pixel, aplicamos o Modelo de Mistura de Pixel nas imagens de reflectância, resultando nas
imagens de fração de solos, NPV (Non-photosynthetic vegetation -vegetação morta) e GV
(Green Vegetation – vegetação viva). As imagens de fração foram combinadas gerando
uma imagem NDFI (Normalized Difference Fraction Index) para realçar o sinal de
degradação causado pela exploração madeireira. A partir do NDFI realizamos a
interpretação visual digitalizando as feições das cicatrizes de exploração florestal,
caracterizadas pelas aberturas de pátios de estocagem de toras de madeira (1 a 3 pixels),
conectadas às estradas abertas nas áreas com floresta (ramais). A partir da delimitação da
área afetada pela exploração estimamos a área. Adicionalmente, utilizamos o número e a
área dos planos de manejo florestal existentes nos polígonos potenciais autorizados pelo
Ibama para os períodos de 2003 a 2004.
27
DN - Número Digital
Figura 8. Método para estimar a área de floresta explorada.
Análise Secundária
Situação fundiária. A situação fundiária de cada polígono foi classificada de acordo
com dados fornecidos pelo Incra e pelo Iterpa. O Incra disponibilizou informações
cartográficas para o Estado por meio dos polígonos das áreas arrecadadas (resultantes de
arrecadação sumária), discriminadas (resultantes de ações discriminatórias) e dos imóveis
rurais. O Iterpa disponibilizou informações cartográficas por meio das linhas (contornos) das
áreas requeridas para titulação. Os dados de requerimentos fornecidos pelo Iterpa foram
considerados como indicativo de pressão, embora não haja informação sobre ocupação.
Mesmo que essas áreas não estejam desmatadas, há um presumível interesse de ocupação.
As áreas não identificadas como federais, imóveis rurais e assentamentos de reforma
agrária foram classificadas como potencialmente devoluta.
Situação do entorno. Por meio da sobreposição de mapas, analisamos a presença
de áreas protegidas e de assentamentos rurais no entorno dos polígonos florestais
identificados. Consideramos importante o conhecimento da situação de entorno dessas
áreas, uma vez que é possível localizar tanto as futuras pressões (no caso de
assentamentos) como os corredores ecológicos potenciais (no caso de Áreas Protegidas).
Biodiversidade. Analisamos a importância biológica nos polígonos florestais
identificados de acordo com o mapa elaborado no seminário de Macapá em 1999 (ISA et
al. 2001).
Reflectância
Correção
Atmosférica
Imagens
de Modelo de
Mistura Fração
GV
NPV
Solos
Interpretação
Mapa de
exploração
madeireira NDFI
visual
Normalized Difference Fraction Index
28
Potencial agrícola. Analisamos o potencial agrícola dos polígonos florestais com
base no mapa do potencial agrícola produzido pelo IBGE (2002). Esse mapa classifica o
território de acordo com a potencialidade agrícola dos solos, levando em conta fatores
como fertilidade, características físicas e morfológicas, principais limitações e topografia.
3.5. Recomendações de Uso nos Polígonos Florestais
Elaboramos um resumo para cada um dos 14 polígonos florestais analisados
(Anexo V). Os critérios para as recomendações estão relacionados principalmente à
cobertura florestal (aptidão florestal), pressão antrópica e destinação de uso prevista pelo
Macrozoneamento Ecológico Econômico do Estado do Pará (Lei estadual nº 6.745/05).
Nesse relatório, sugerimos quatro categorias para destinação das áreas: (i) área com
potencial para criação de Flonas/Flotas; (ii) área com potencial para criação de APAs
florestais; (iii) área com potencial para concessão florestal fora de Unidade de
Conservação; e (iv) área com potencial para outras categorias de Unidades de
Conservação, tais como APAS, RDS etc.
Categoria 1: Florestas Nacionais ou Estaduais (Flonas/Flotas)
As Flonas/Flotas são Unidades de Conservação de Uso Sustentável caracterizadas pela
cobertura florestal de espécies nativas, cujo objetivo principal é o uso múltiplo dos seus
recursos florestais com base em técnicas de manejo florestal (Artigo 17 do Snuc).
Adicionalmente, as Flonas tem a função de garantir a proteção dos serviços ambientais,
propiciar as atividades de recreação e apoiar pesquisa científica. As Flonas/Flotas
permitem que a população residente e empresas interessadas – por meio de concessão –
utilizem os recursos naturais de acordo com o plano de manejo da Unidade. As Flonas/
Flotas requerem desapropriação, indenização e retirada de ocupantes. Entretanto, as
populações tradicionais podem permanecer residindo na unidade.
As principais variáveis utilizadas para selecionar as áreas destinadas à criação de
Flonas/Flotas no Estado Pará são: (i) área prevista para a criação de Unidades de
Conservação de Uso Sustentável pelo Macrozoneamento do Pará; (ii) aptidão florestal; e
(iii) baixa e média pressão humana.
Categoria 2: APAs Florestais
APA é uma área extensa, com sinal de ocupação humana, dotada de atributos
abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de
vida e o bem-estar das populações humanas. Os objetivos são proteger a diversidade
biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos
29
recursos naturais. As APAs são constituídas por terras públicas ou privadas (MMA 2005). A
APA florestal10 sugerida é uma APA na qual há garantia legal da conservação da cobertura
florestal. Por exemplo, a APA Tapajós (criada pelo governo federal em fevereiro de 2006)
tem essa característica, pois no seu decreto de criação foram estabelecidos a manutenção
da cobertura florestal e o domínio público de suas terras. As principais variáveis utilizadas
para selecionar as áreas destinadas à criação da APA Florestal no Estado Pará são: (i) área
prevista para a criação de Unidades de Uso Sustentável pelo Macrozoneamento Ecológico-
Econômico; (ii) aptidão florestal; (iii) alta pressão humana
Categoria 3: Concessão florestal fora de Unidade de Conservação e ou Assentamento
Florestal
Área com potencial para uso florestal na forma de concessão florestal em áreas
públicas fora de Unidade de Conservação podendo ser tanto concessões para empresas
privadas como também para uso florestal por parte das populações tradicionais e ou
agricultores familiares por meio dos “assentamentos florestais”. Esses assentamentos são
uma nova modalidade de área para uso social definida pelo governo federal cuja finalidade
é promover o manejo florestal comunitário ou em pequena escala. As principais variáveis
utilizadas para selecionar as áreas destinadas à criação da APA Florestal no Estado Pará
são: (i) área prevista para consolidação pelo Macrozoneamento Ecológico-Econômico; (ii)
aptidão florestal; (iii) baixa ou média pressão humana.
Categoria 4: Outras categorias de Unidades de Conservação
Nas áreas previstas para a criação de Unidades de Conservação de Uso Sustentável
pelo Macrozoneamento Ecológico-Econômico, mas com baixa aptidão para produção
florestal (especialmente, baixo potencial madeireiro) e baixa ou média pressão humana
recomendamos considerar outras categorias de Unidades de Conservação de Uso
Sustentável como RDS e Resex. Se a pressão humana for alta, então a sugestão seria o
estabelecimento de uma APA.
RDS: É uma área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência
baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao
longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um
papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica. É
de domínio público, portanto, as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser,
quando necessário, desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei (MMA 2005).
10 O termo APA florestal refere-se a um tipo de APA onde o uso será florestal e, portanto, haverá restrições as atividades de conversão florestal. Além disso, como foi adotado no caso da APA do Tapajós, estabelecida em fevereiro de 2006, as áreas devolutas existentes na APA serão alocadas como “floresta pública” e, portanto, não haverá titulação privada.
30
Resex: É uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja
subsistência baseia-se no extrativismo e na agricultura de subsistência e na criação de
animais de pequeno porte. Tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a
cultura dessas populações e assegurar o Uso Sustentável dos recursos naturais da
unidade. É de domínio público com seu uso concedido às populações extrativistas
tradicionais (MMA 2005).
3.6. Potencial Florestal
Compilamos os dados referentes às áreas para uso florestal existentes no Pará,
bem como os polígonos florestais identificados nesse levantamento. Em seguida,
apresentamos uma estimativa da área florestal potencial desses polígonos no Pará levando
em conta as áreas existentes e aquelas propostas para uso florestal (descrita no item 3.2
dos métodos).
31
3.7. Bases de Informações
Para a elaboração deste relatório utilizamos as informações resumidas na Tabela 4.
Tabela 4. Bases de informações utilizadas.
Informação Ano Fonte Escala
Cobertura Vegetal 1997 IBGE 1:2.500.000
Desmatamento
Focos de Calor 2005 Inpe 1: 250.000
Pólos e Zonas Madeireiras 2005 Imazon _
Áreas Protegidas 2005
2006
ISA
MMA 1:1.000.000
Assentamentos Rurais 2002 Incra 1:50.000
Macrozoneamento Ecológico-Econômico do Pará 2005 Sectam 1:6.000.000
Alcance Econômico 2005 Imazon 1:2.500.000
Pressão Humana 2005 Imazon 1:2.500.000
Estradas Não-Oficiais 2005 Imazon 1:50.000
Planos de Manejo Florestal 2004 MMA _
Situação Fundiária (Federal) 2002 Incra -
Situação Fundiária (Estadual) 2005 Iterpa _
Biodiversidade 2001 MMA 1:2.500.000
Base
s C
art
og
ráfi
cas
Aptidão Agrícola 2002 IBGE 1:5.000.000
Estatísticas Florestais 2005 Imazon -
Potencial Madeireiro 1996IBGE/
Radam -
Unidade de Conservação 2000 Snuc -
População 2000 IBGE -
Ou
tras
Base
s
Dados socioeconômicos 2002 Ipea -
32
4. RESULTADOS
4.1. Avaliação da Demanda por Áreas Florestais
O Estado do Pará foi dividido em seis zonas, a saber: Central, Estuarina, Leste,
Norte, Oeste e Sul (Figura 9, Tabela 5). A Zona Central (153 mil Km2), cujo pólo principal
é Altamira, foi responsável por 6% da produção madeireira em 2004. A zona Estuarina
(171 mil Km2), cujo principal pólo é Breves, foi responsável por 26% da produção
madeireira do Estado. A zona Leste (126 mil Km2), cujo pólo madeireiro principal é
Paragominas, respondeu por 48% da produção madeireira do Pará. A zona Oeste (313 mil
Km2), cujo pólo principal é Novo Progresso, foi responsável por apenas 12% da produção
madeireira do Estado. Finalmente, a zona Norte (252 mil Km2), cujo pólo principal é
Santarém, foi responsável por apenas 2% da produção madeireira em 2004.
Figura 9. Zonas madeireiras do Estado do Pará.
33
Tabela 5. Características das zonas madeireiras no Pará.
Zonas Área (km²) Consumo tora
2004 (m³)
Consumo tora
2004 (%)
Produção
Processada
2004 (m³)
Rendimento
processamento
Central 153.314 700.000 6,28% 276.191 39%
Estuário 171.296 2.860.000 25,65% 1.090.642 38%
Leste 126.189 5.380.000 48,25% 2.360.799 44%
Oeste 313.384 1.360.000 12,20% 563.574 41%
Sul 232.125 660.000 5,92% 276.678 42%
Norte 251.692 190.000 1,70% 60.221 32%
Total Pará 1.248.000 11.150.000 100% 4.628.105 42%
A área florestal necessária para a manutenção da produção madeireira atual
(cenário 1) fica em torno de 167 mil Km2 (Tabela 6). Em um cenário otimista (cenário 2)
caracterizado pela melhoria no rendimento industrial sem crescimento da produção
madeireira, a área florestal cairia para aproximadamente 149 mil Km2. Por outro lado,
assumindo um crescimento na demanda por madeira processada de 1% ao ano (cenário
3), a área florestal necessária subiria para cerca 225 mil Km2. Finalmente, em um cenário
no qual a produção processada crescesse 1% ao ano, mas ao mesmo tempo houvesse
uma melhoria de 5% no rendimento de processamento, a área florestal necessária seria
aproximadamente 201 mil Km2.
A demanda sofre grande variação entre as zonas madeireiras em todos os cenários
estudados. Quase metade da demanda ocorre na zona Leste. Isso porque essa zona é
responsável por 48% da produção madeireira atual do Pará. Por outro lado, a demanda é
menor na zona Norte, onde há poucas indústrias instaladas em função das difíceis
condições de acesso.
34
Tabela 6. Demanda por área (km2) para produção madeireira no Pará.
Demanda por Área (km²) Zonas
Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4
Central 10.500 9.319 14.152 12.561
Estuário 42.900 37.927 57.823 51.120
Leste 80.700 72.445 108.771 97.645
Oeste 20.400 18.204 27.496 24.536
Sul 9.900 8.845 13.344 11.922
Norte 2.850 2.462 3.841 3.318
Total Pará 167.250 149.202 225.428 201.101
Cenário 1. Manutenção do consumo atual de madeira em tora. Cenário 2. Redução no consumo de tora em função de uma melhoria (5%) no rendimento industrial. Cenário 3. Aumento significativo no consumo de tora em função do crescimento (1% ao ano) na demanda por
madeira processada durante um ciclo de 30 anos. Cenário 4. Aumento razoável no consumo de tora considerando maior demanda por madeira processada (1%
ao ano) parcialmente compensada por uma melhoria (5%) no rendimento industrial.
4.2. Avaliação da Oferta de Áreas Florestais
A oferta bruta de áreas florestais total foi 456 mil Km2 enquanto a oferta potencial
atingiu 250 mil Km2 (Tabela 7). Essa oferta potencial inclui as Flonas, APAs e RDS
existentes no Estado (Tabela 8), os polígonos florestais avaliados por este estudo, bem
como uma fração de áreas privadas (principalmente na zona Leste) ainda com cobertura
florestal.
Tabela 7. Oferta de área (km²) para produção madeireira no Pará.
Zonas Uso
potencial¹
Oferta bruta
(km²)
Oferta Potencial²
(km²)
Central 41% 56.204 23.044
Estuário 64% 93.142 59.611
Leste 22% 34.243 7.533
Oeste 62% 138.715 86.003
Sul 14% 47.727 6.682
Norte 78% 86.141 67.190
Total Pará 55% 456.172 250.461 ¹ Uso potencial das áreas florestais disponíveis para a atividade florestal (ver item 3.2 dos métodos).
² Oferta Potencial = Oferta Bruta * Potencial de Uso
35
Tabela 8. Unidades de Conservação de Uso Sustentável (exceto Resex) no Pará, 2006.
Unidade de Conservação
de Uso Sustentável Área Total¹ Área Florestal² Área Potencial³
Flonas 63.749 60.863 45.960
APAS 87.455 46.784 35.969
RDS 1.857 1.092 794
Total 153.062 108.739 82.723
¹Área publicada no decreto de criação.
²Exclui da área total as áreas já desmatadas e as formações não-florestais.
³ Para estimar a área útil, usamos o método do potencial de uso (apresentado no item 3.2 dos métodos).
Consideramos os resultados das análises de demanda, oferta e o uso potencial de
cada zona para calcular o saldo de área para exploração florestal em cada cenário
(Tabelas 9, 10, 11 e 12). O saldo total de áreas para a produção florestal no Estado varia
de um mínimo de 25 mil Km2 a um máximo de 101 mil Km2, dependendo do cenário. Em
todos os cenários, as zonas Leste e Sul apresentam saldo negativo, o que corrobora com
levantamentos de campo que mostram uma redução da exploração madeireira e migração
das indústrias madeireiras nessa região. A zona do Estuário apresenta saldo bastante
baixo em todos os cenários. Por sua vez, a zona Central, Oeste e Norte apresentam saldo
positivo de área para exploração florestal em todos os cenários estudados.
Tabela 9. Área potencial para produção madeireira manejada no Pará no Cenário 1.
Zonas Consumo de
Tora (m³/ano)
Demanda
(km²)
Oferta
(km²)
Saldo
(km²)
Central 700.000 10.500 23.044 12.544
Estuário 2.860.000 42.900 59.611 16.711
Leste 5.380.000 80.700 7.533 -73.167
Oeste 1.360.000 20.400 86.003 65.603
Sul 660.000 9.900 6.682 -3.218
Norte 190.000 2.850 67.190 64.340
Total Pará 11.150.000 167.250 250.461 82.813
* Intensidade de corte de 20m³/ha e ciclo de 30 anos.
36
Tabela 10. Área potencial para produção madeireira manejada no Pará no Cenário 2.
Zonas Consumo de
Tora (m³/ano)
Demanda
(km²)
Oferta
(km²) Saldo (km²)
Central 621.270 9.319 23.044 13.725
Estuário 2.528.478 37.927 59.611 21.684
Leste 4.829.684 72.445 7.533 -64.912
Oeste 1.213.572 18.204 86.003 67.800
Sul 589.669 8.845 6.682 -2.163
Norte 164.111 2.462 67.190 64.728
9.946.784 149.202 250.461 100.861
* Intensidade de corte de 20m³/ha, ciclo de 30 anos e aumento de 5% no rendimento.
Tabela 11. Área potencial para produção madeireira manejada no Pará no Cenário 3.
Zonas Consumo de
Tora (m³/ano)¹
Demanda
(km²)
Oferta
(km²) Saldo (km²)
Central 943.494 14.152 23.044 8.891
Estuário 3.854.848 57.823 59.611 1.788
Leste 7.251.427 108.771 7.533 -101.238
Oeste 1.833.075 27.496 86.003 58.507
Sul 889.580 13.344 6.682 -6.662
Norte 256.091 3.841 67.190 63.349
Total Pará 15.028.515 225.428 250.461 24.635 * Intensidade de corte de 20m³/ha, ciclo de 30 anos e aumento da produção processada de 1% ao ano
¹ Montante final (consumo no ano 30) de acordo com a fórmula dos juros compostos.
Tabela 12. Área potencial para produção madeireira manejada no Pará no Cenário 4¹.
Zonas Consumo de
Tora (m³/ano) ¹
Demanda
(km²)
Oferta
(km²)
Saldo
(km²) Central 837.378 12.561 23.044 10.483
Estuário 3.408.006 51.120 59.611 8.491
Leste 6.509.685 97.645 7.533 -90.112
Oeste 1.635.712 24.536 86.003 61.468
Sul 794.785 11.922 6.682 -5.240
Norte 221.197 3.318 67.190 63.872
Total Pará 13.406.763 201.101 250.461 48.962
* Intensidade de corte de 20m³/ha, ciclo de 30 anos e aumento de 5% no rendimento.
¹ Montante final (consumo no ano 30) de acordo com a fórmula dos juros compostos (aumento da produção
processada de 1% ao ano).
37
4.3. Identificação dos Polígonos para Produção Florestal
Identificamos 14 polígonos potenciais para a produção florestal no Estado do Pará
(Figura 10), cuja soma atinge 166 mil Km2 (Tabela 13). Além disso, consideramos
aproximadamente 109 mil Km2 (área florestal bruta) já estabelecidos11 (Tabela 8).
Figura 10. Polígonos potenciais para produção florestal no Pará.
11 Flonas, APAs e RDS existentes.
38
Tabela 13. Polígonos potenciais para produção florestal no Pará.
Polígonos
Florestais Nomes Sugeridos¹
Área
(km²)
1 Portel 25.705
2 Melgaço 4.687
3 Senador José Porfírio 3.868
4 Prainha 13.001
5 Almerim I 3.114
6 Aveiro 1.449
7 Juriti 12.562
8 São Felix do Xingu 17.122
9 Alenquer 33.809
10 Óbidos 19.262
11 Oriximiná 14.244
12 Faro 7.008
13 Iriri² 5.252
14 Almerim II 4.495
Total - 165.578
¹ Os nomes sugeridos são os nomes dos municípios com maior contribuição em área.
² Nome sugerido pelo governo estadual.
4.4. Caracterização dos Polígonos Florestais
Nesta seção, apresentamos os resultados gerais das análises principais e
secundárias conduzidas para a caracterização dos polígonos florestais identificadas. No
Anexo V, apresentamos os resultados específicos (uma figura e uma ficha resumo) para
cada polígono florestal identificado.
Análise 1. Macrozoneamento Econômico Ecológico (ZEE-Pará)
O Macrozoneamento Ecológico Econômico aprovado pela Lei estadual nº 6.745/05
estabelece quatro zonas de uso e conservação para o Estado do Pará. A primeira zona
inclui as Terras Indígenas e os quilombolas e representam 28% do Estado. Uma segunda
zona é destinada para as Unidades de Conservação de Uso Sustentável, as quais somam
27% do território considerando as unidades existentes bem como aquelas a serem
criadas. A terceira zona é alocada para as Unidades de Conservação de Proteção Integral
(Parques, Reservas Biológicas e Estação Ecológica) existentes e a serem criadas
totalizando até 10% do território. Por fim, estabelece uma zona para a consolidação e
desenvolvimento de atividades produtivas (35%). Portanto, de acordo com o
39
macrozoneamento, o Estado será dividido em 65% das áreas para uso sustentável e
conservação florestal e 35% para a consolidação de atividades produtivas.
Dos 14 polígonos florestais identificadas, 10 polígonos (77% da total estudada)
estão total ou parcialmente na zona destinada às Unidades de Conservação de Uso
Sustentável. Por outro lado, os outros 4 polígonos florestais estão totalmente localizados
em zonas destinadas à consolidação do desenvolvimento de atividades produtivas
(somando 23% da área estudada). Os resultados dessa análise estão apresentados na
Figura 11 e Tabela 14.
Figura 11. ZEE e os polígonos potenciais para a produção florestal no Pará (Sectam 2005).
40
Tabela 14. ZEE e os polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Sectam 2005).
Zona Consolidada e
Expansão Zona Uso Sustentável Polígonos
Florestais Km2
km² % km² %
1 25.705 7.057 27 18.648 72
2 4.687 0 0 4.687 100
3 3.868 3.868 100 0 0,0
4 13.001 8.454 65 4.547 35
5 3.114 3.114 100 0 0
6 1.449 1.449 100 0 0
7 12.562 12.562 100 0 0
8 17.122 0 0 17.122 100
9 33.809 0 0 33.809 100
10 19.262 2.124 11 17.138 89
11 14.244 0 0 14.244 100
12 7.008 25 0,4 6.983 99,6
13 5.252 0 0 5.252 100
14 4.495 111 3 4.384 97
Total 165.578 38.764 23 126.814 77
41
Análise 2. Vegetação
A grande maioria (83%) da área florestal contida nos 14 polígonos estudados
possui florestas densas, enquanto 12% da área florestal são cobertas por florestas abertas
e apenas 5% são formações não-florestais e desmatamentos.
Para uma análise mais detalhada da vegetação (considerando-se os tipos aluvial,
terras baixas, submontana e montana), observamos pequenas diferenças entre os
resultados gerados pelo método do IBGE e Imazon. Essas diferenças ocorrem em função
das diferentes escalas adotadas nas duas análises. Para o IBGE, a escala foi
(1:2.500.000), enquanto na análise do Imazon a escala adotada foi bem mais detalhada
(1:50.000) (Tabelas 15 e 16, Figuras 12 e 13). Uma maior precisão dos tipos de
vegetação florestal somente será obtida com os estudos de campo a serem realizados
durante a etapa de elaboração dos planos de manejo dos polígonos florestais.
Figura 12. Vegetação nos polígonos potenciais para a produção florestal no Pará (IBGE).
42
Figura 13. Vegetação nos polígonos potenciais para a produção florestal no Pará (Imazon
2005).
43
Tabela 15. Vegetação nos polígonos para produção florestal no Pará (IBGE escala 1:2.500.000).
Densa Aberta
Aluvial Terras Baixas
Submontana Aluvial Terras Baixas
Submontana Formações
Não-Florestais Desmatamento
Poígono km²
% % % % % % % % 1 25.705 7 89 0 0 0 0 0 4 2 4.687 35 61 0 0 0 0 2 2 3 3.868 2 2 0 0 42 54 0 1 4 13.001 0 48 44 0 0 0 6 2 5 3.114 6 35 56 0 0 0 0 3 6 1.449 0 67 32 0 0 0 0 1 7 12.562 2 86 9 0 0 0 0 3 8 17.122 0 0 34 0 0 48 5 14 9 33.809 3 2 86 0 0 5 3 0
10 19.262 0 2 96 0 0 1 1 0 11 14.244 2 2 95 0 0 1 0 0 12 7.008 1 87 12 0 0 0 0 0 13 5.252 0 0 17 0 0 83 0 0 14 4.495 4 8 17 0 9 29 31 2
Total 165.578 3 32 48 0 1 11 3 3
44
45
Tabela 16. Vegetação nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Imazon, escala 1:50.000).
Densa Aberta
Aluvial Terras Baixas
Submontana Aluvial Terras Baixas
Submontana
Formações Não-
Florestais Desmatamento Nuvem/Sombra
Polígono km²
% % % % % % % % % 1 25.705 7 82 6 0 0 0 0 4 1 2 4.687 40 55 0 0 0 0 1 2 2 3 3.868 1 0 40 0 0 57 0 1 1 4 13.001 6 21 67 0 0 2 1 2 2 5 3.114 6 49 36 0 0 0 3 3 3 6 1.449 0 16 82 0 0 0 0 1 1 7 12.562 3 73 18 0 0 0 0 3 3 8 17.122 0 0 39 0 0 42 1 14 4 9 33.809 1 0 92 0 0 7 0 0 0
10 19.262 0 5 92 0 1 2 0 0 0 11 14.244 1 10 89 0 0 0 0 0 0 12 7.008 4 46 50 0 0 0 0 0 0 13 5.252 0 0 18 0 0 80 0 0 0 14 4.495 3 7 57 0 0 25 4 2 2
Total 165.578 4 26 55 0 0 11 1 3 1
Análise 3. Potencial Florestal
A cobertura vegetal é o principal determinante do potencial florestal (IBGE
1996). Os polígonos florestais 1 (Portel), 2 (Melgaço), 4 (Prainha), 5 (Almeirim I),
6 (Aveiro), 7 (Juruti), 9 (Alenquer), 10 (Óbidos), 11 (Oriximiná), 12 (Faro) e 14
(Almeirim II) são cobertas por florestas consideradas com alto potencial florestal.
Por sua vez, os polígonos 3 (Senador José Porfírio), 8 (São Félix do Xingu) e 13
(Iriri) estão cobertos por tipologias florestais consideradas com médio potencial.
A maioria (72%) da área total dos polígonos avaliados possui potencial
para uso florestal. Por outro lado, 28% do território analisado tem baixo potencial
florestal por abrigar formação não florestal, desmatada ou área florestal com
relevo extremamente acidentado. Os resultados do potencial de uso e potencial
florestal de cada polígono estão resumidos na Tabela 17.
Tabela 17. Potencial de uso nos polígonos para produção florestal no Pará
Área Total Potencial de Uso Potencial
Florestal Polígonos
Florestais km² % km²
1 25.705 76% 19.440 Alto
2 4.687 90% 4.220 Alto
3 3.868 84% 3.265 Médio
4 13.001 72% 9.310 Alto
5 3.114 72% 2.250 Alto
6 1.449 81% 1.173 Alto
7 12.562 86% 10.750 Alto
8 17.122 16% 2.820 Médio
9 33.809 66% 22.335 Alto
10 19.262 92% 17.750 Alto
11 14.244 91% 13.000 Alto
12 7.008 94% 6.575 Alto
13 5.252 87% 4.590 Médio
14 4.495 55% 2.470 Alto
Total 165.578 72% 119.948 Alto
46
Figura 14. Alcance econômico madeireiro nos polígonos para produção florestal no Pará (Lentini et al. em preparação).
47
A maioria (63%) da área dos polígonos está economicamente acessível
para a atividade madeireira. Por outro lado, 31% da área desses polígonos
encontram-se inacessíveis nas condições atuais de infra-estrutura de transporte.
Mesmo os polígonos da calha norte, onde estão as áreas inacessíveis, possuem
parte de suas áreas acessíveis para a exploração florestal (Figura 14 e Tabela
18).
Análise 4. Alcance Econômico
48
Tabela 18. Alcance econômico madeireiro nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará.
Área Alta
Acessibilidade Média
Acessibilidade Baixa
Acessibilidade Inacessível Não-Floresta Desmatamento
Polígono
km² % % % % % %
1 25.705 30 43 23 0 0 4
2 4.687 40 33 23 0 2 2
3 3.868 10 13 60 16 0 1
4 13.001 7 30 54 0 6 2
5 3.114 18 28 51 0 0 3
6 1.449 0 1 92 6 0 1
7 12.562 0 9 86 2 0 3
8 17.122 1 1 25 54 5 14
9 33.809 0 4 43 50 3 0
10 19.262 0 2 53 44 1 0
11 14.244 0 1 41 59 0 0
12 7.008 0 2 74 24 0 0
13 5.252 0 0 0 100 0 0
14 4.495 13 22 32 0 31 2
Total 165.578 7 13 43 31 3 3
Figura 15. Pressão humana nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Barreto et al. 2005).
49
Revela a dimensão e a localização da pressão humana nas áreas potenciais
para a produção florestal no Pará. Quanto maior é a pressão, menor é o potencial
de uso florestal, uma vez que haveria maior probabilidade de a área florestal ter
sido explorada. As áreas de alta pressão humana incluem desmatamento, centros
urbanos e assentamentos rurais. As áreas de pressão média englobam as áreas
em torno dos focos de calor e áreas de interesse para a mineração. Nos polígonos
florestais analisados há um gradiente de pressão humana. As áreas de alta
pressão humana representam menos de 4% do território dos polígonos. Por sua
vez, as áreas de média pressão somam 50% do território, enquanto as áreas sem
pressão humana atingem 46% do território (Figura 15, Tabela 19). Em termos
específicos, os polígonos 8 (São Félix do Xingu), 5 (Almeirim I) e 1 (Portel)
apresentam maior pressão humana. Por outro lado, os polígonos 9 (Alenquer), 10
(Óbidos), 11 (Oriximiná) e 12 (Faro), situados na zona Norte do Estado, sofrem
menor pressão humana.
Análise 5. Pressão Humana
50
Tabela 19. Pressão humana nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Barreto et al. 2005).
Pressão Humana
Área Total Sem Pressão Não-floresta Alta Média
Polígonos
km² % % % % 1 25.705 8 0 5 872 4.687 34 0 3 63 3 3.868 44 0 1 554 13.001 12 0 3 85 5 3.114 3 0 10 886 1.449 21 0 2 77 7 12.562 41 0 3 568 17.122 0 0 17 83 9 33.809 77 2 0 21
10 19.262 86 0 0 14 11 14.244 91 0 0 812 7.008 78 0 0 22 13 5.252 56 0 0 4414 4.495 5 3 3 90
Total 165.578 46 1 4 50
Análise 6. Estradas não-oficiais
As estradas não-oficiais estão definindo uma nova dinâmica de ocupação na
Amazônia (Souza et. al , 2005). Essas estradas são construídas em terras públicas
por agentes privados (principalmente madeireiros) e funcionam como catalisadoras
da exploração madeireira predatória e grilagem de terras. Além disso, as estradas
estão diretamente ligadas ao desmatamento e representam um forte indicador de
pressão humana. A maior densidade de estradas não-oficiais ocorre nos polígonos 4
(Prainha) apresenta (1.171 km/ 10.000 km²) e 8 (São Félix do Xingu) (1.133 km/
10.000 km²). Por outro lado, nos polígonos 2 (Melgaço) e 13 (Iriri) não foram
detectados ocorrência de estradas não-oficiais (Figura 16, Tabela 20).
Figura 16. Estradas não-oficiais nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Souza Jr. et al. 2005).
51
Tabela 20. Estradas não-oficiais nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará.
Polígonos
Florestais
Área
km²
Total
Estradas
(km)
Densidade de Estradas
(km/ 10.000 km²)
1 25.705 1.553 604
2 4.687 0 0
3 3.868 16 42
4 13.001 1.523 1.171
5 3.114 205 659
6 1.449 12 85
7 12.562 511 407
8 17.122 1.940 1.133
9 33.809 11 3
10 19.262 123 64
11 14.244 96 67
12 7.008 3 4
13 5.252 0 0
14 4.495 41 90
Total 165.578 6.035 364
Análise 7. Exploração Florestal
Identificamos 93 cicatrizes de explorações madeireiras recentes (2004-
2005) nos 14 polígonos analisados. A área total afetada pela exploração madeireira
nesses polígonos foi de 118,3 mil hectares (Figura 17, Tabela 21). Os polígonos
florestais 1 (Portel) e 4 (Prainha) apresentaram o maior número de cicatrizes de
exploração. Por outro lado, nos polígonos 6 (Aveiro), 8 (São Felix do Xingu), 9
(Alenquer), 12 (Faro), 13 (Iriri) e 14 (Almerim II) não foram identificadas cicatrizes
de exploração madeireira recente.
Há 93 planos de manejo florestal autorizados pelo Ibama nos polígonos
analisados (Figura 18, Tabela 21). Entre os anos de 2003 e 2005, a área autorizada
para a exploração foi cerca de 110 mil hectares. Como nesse período também
houve a suspensão e até mesmo o cancelamento de muitos planos, o número de
planos de manejo florestal serve como um indicador de interesse da área pelo setor
madeireiro. A maioria (70%) dos planos de manejo florestal estava situada no
polígono 1 (região de influência do município de Portel). Por outro lado, os
polígonos 3 (Senador José Porfírio), 8 (São Félix do Xingu), 9 (Alenquer), 11
52
(Oriximiná), 12 (Faro), 13 (Iriri) e 14 (Almeirim II) não abrigavam nenhum plano
de manejo florestal.
Figura 17. Cicatrizes de exploração nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Imazon 2005).
Figura 18. Planos de manejo nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (MMA 2004).
53
Tabela 21 . Exploração madeireira nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Imazon e MMA).
Polígonos
Florestais
Exploração madeireira
(No)
(em 2004/2005)¹
Área Explorada (ha)
(em 2004/2005)¹
Planos de
Manejo
(No) ²
Área
autorizada
(2003-2005)
(ha)²
1 59 72.527 70 85.015
2 1 2.023 6 2.070
3 1 331 0 0
4 26 37.301 12 10.326
5 3 2.807 1 7.530
6³ 0 0 1 1.200
7 1 3.150 2 3.321
8³ 0 0 0 0
9³ 0 0 0 0
10 1 0,22 1 476
11 1 175 0 0
12³ 0 0 0 0
13³ 0 0 0 0
14³ 0 0 0 0
Total 93 118.318 93 109.938
¹ fonte: Imazon
² fonte: MMA
³ Não foram identificadas cicatrizes de exploração madeireira recente.
Análises Secundárias
Os resultados das análises secundárias, exceto as análises de situação
fundiária, estão apresentadas no Anexo IV.
Situação fundiária
A grande maioria (83%) da área nos polígonos florestais é potencialmente
devoluta. Por sua vez, 14% são áreas federais (arrecadada e/ou discriminada) e 3%
são áreas potencialmente privadas. Os polígonos com maior proporção de áreas
devolutas (>80%) são: 2 (Melgaço), 5 (Almeirim I), 6 (Aveiro), 7 (Juriti), 8 (São
Félix do Xingu), 9 (Alenquer), 10 (Óbidos), 11 (Oriximiná), 12 (Faro) e 14 (Almeirim
II). Por outro lado, o polígono 13 (Iriri) possui a menor proporção de áreas
devolutas.
54
Cerca de 21% da área dos polígonos foi requerida ao Iterpa, com destaque
para os polígonos florestais 7 (Juriti) e 8 (São Felix do Xingu). As estatísticas da
situação fundiária (incluindo uma estimativa das áreas requeridas no Iterpa) estão
resumidas nas Tabelas 22 e 23 e Figura 19 e 20.
Figura 19. Situação fundiária nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Incra).
Figura 20. Áreas requeridas nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará. (Iterpa).
55
Tabela 22. Situação fundiária nos polígonos potenciais para produção florestal no Pará (Incra 2003)
Áreas (%)
Federais Polígonos
Florestais Imóvel
Rural Discriminada Arrecadada
Potencialmente
Devolutas¹
1 4 48 2 47
2 5 0 0 96
3 0 29 0 71
4 0 42 0 58
5 0 0 0 100
6 0 0 0 100
7 0 3 0 97
8 0 0 14 86
9 0 0 0 100
10 0 5 0 94
11 0 0 0 100
12 0 0 0 100
13 70 0 0 30
14 0 0 0 100
Total 3 12 2 83
¹ Diferença entre a área total e as áreas federais, imóveis rurais e assentamentos.
56
Tabela 23. Estimativa das áreas requeridas ao Iterpa (Iterpa 2005)¹.
Áreas com requerimento
estimadas Polígonos Florestais
km² %
1 3.983 15
2 1.082 23
3 1.191 31
4 1.232 9
5 74 2
6 12 1
7 7.891 63
8 9.619 56
9 6.787 20
10 943 5
11 0 0
12 436 6
13 1.359 26
14 958 21
Total 35.568 21
¹ Para estimar a área requerida, as linhas fornecidas pelo Iterpa foram primeiramente
transformadas em polígonos e, em seguida calculamos as áreas dos polígonos.
57
4.5. Recomendações de Uso nos Polígonos Florestais
As recomendações de uso nos polígonos florestais identificados nesse estudo
estão apresentadas na Figura 21, Tabela 24 e 25. Os critérios para as
recomendações de uso e a definição das categorias estão apresentados no item 3.5
dos métodos.
Figura 21. Recomendações de uso para os polígonos florestais.
58
Tabela 24. Recomendação para os polígonos potenciais para produção florestal no Pará.
Categoria de uso Área (km²) Área (%)
1 Florestas Nacionais ou Estaduais
(Flonas/Flotas) 77.457 47%
2 APAs Florestais 32.498 20%
3 Concessão florestal fora de Unidade de
Conservação 38.503 23%
4 Outras categorias de Unidades de Conservação 17.122 10%
Total 165.580 100%
Tabela 25. Recomendação por polígono potencial para produção florestal no Pará.
Categoria Polígono Nome Área
1 2 3 4
1 Portel 25.705 - 18.765 6.940 -
2 Melgaço 4.687 - 4.687 - -
3 Senador José
Porfírio 3.868 - - 3.868 -
4 Prainha 13.001 - 4.550 8.450 -
5 Almerim I 3.114 - - 3.113 -
6 Aveiro 1.449 - - 1.449 -
7 Juriti 12.562 - - 12.561 -
8 São Felix do
Xingu 17.122 - - - 17.122
9 Alenquer 33.809 33.809 - - -
10 Óbidos 19.262 17.144 - 2.119 -
11 Oriximiná 14.244 14.244 - - -
12 Faro 7.008 7.008 - - -
13 Iriri 5.252 5.252 - - -
Almerim II 4.495 - 4.495 - -
Total 165.578 77.457 32.497 38.503 17.122
59
4.6. Área Potencial para Produção Florestal no Pará
A oferta potencial de áreas florestais no Pará para é de 250 mil km², dos
quais 18% são Flonas; 14% são APAs, 0,3% por RDS; 48% são os polígonos
florestais identificados nesse estudo, 3% são em Assentamentos rurais e,
finalmente 16% são outras categorias, como áreas privadas, devolutas e ou em
disputa (Tabela 26 e Figura 22). Na Tabela 27, apresentamos as áreas potenciais
para a produção florestal no Estado do Pará de acordo com as Zonas Madeireiras
(Figura 9). Além disso, apresentamos na Figura 23 um cenário das áreas de uso
sustentável existentes e propostas pelo presente estudo, incluindo o Distrito
Florestal criado pelo Governo federal.
Tabela 26. Áreas potenciais para a produção florestal no Estado do Pará¹.
Categorias Oferta Florestal Bruta³ (km²)
Potencial de Uso4 Oferta Potencial
Flonas Existentes 60.863 76% 45.960 18%
APAS Existentes 46.784 77% 35.969 14%
RDS Existentes 1.092 73% 794 0%
Polígonos Potenciais 165.581 72% 119.948 48%
Assentamentos Rurais 28.172 26% 7.208 3%
Outros² 153.680 26% 40.582 16%
Área total 456.172 55% 250.461 100% ¹ Além das áreas descritas na tabela, o Pará tem 21 mil km² de florestas potenciais em Resex. Essas áreas só
podem ser exploradas em caráter especial, por isso suas áreas não estão inseridas nos cálculos de Oferta. ²Outros inclui áreas privadas, públicas, devolutas e/ou em disputa; ³Áreas identificadas por sensoriamento remoto; e 4 Ver maiores detalhes do potencial de Uso no item 3.2 dos Métodos.
60
61
Figura 22. Síntese da oferta potencial de áreas florestais no Estado do Pará.
62
Tabela 27. Áreas potenciais para a produção florestal no Estado do Pará de acordo com as Zonas Madeireiras.
Zonas Área Total
Oferta Potencial ²
Flona APA RDS Polígonos Florestais³
Assentamentos Outros4 Estado do Pará
Madeireiras¹ km² km² km² % km² % km² % km² % km² % km² % km² %
Central 153.315 23.066 572 2 0 0 0 0 11.450 50 1.840 8 9.204 40 23.066 100
Estuário 251.692 67.121 5.397 8 0 0 0 0 55.808 83 2.466 4 3.450 5 67.121 100
Leste 232.125 6.641 1.430 22 25 0 0 0 2.974 45 115 2 2.097 32 6.641 100
Oeste 313.384 86.218 36.000 42 16.517 0 0 0 19.420 23 2.195 3 12.086 14 86.218 100
Sul 126.189 7.438 0 0 51 0 15 0 0 0 487 7 6.885 93 7.438 100
Norte 171.296 59.978 2.561 4 19.376 0 779 1 29.280 49 105 0 7.877 13 59.978 100
Total Pará 1.248.000 250.461 45.960 0 35.969 0 794 0 119.948 47 7.208 3 40.582 17 250.462 100
² Oferta potencial estimada de acordo com o potencial de uso, na qual se excluem áreas já desmatadas, as formações não-florestais, as áreas já exploradas, as áreas com topografia acidentada, 100 m das margens dos rios principais, focos de calor com raio de 2 km e área de influência das sedes municipais com raio de 20km (ver maiores detalhes no item 3.2 dos Métodos).
4 Outros inclui áreas privadas, públicas, devolutas e/ou em disputa.
¹ Zonas apresentadas no item 4.1 dos resultados (Figura 9).
³ Polígonos identificados no presente estudo.
Figura 23. Cenário das áreas de uso sustentável existentes e propostas pelo presente estudo.
63
5. CONCLUSÕES
• O setor florestal tem importância socioeconômica estratégica para o Estado do Pará
na geração de renda, emprego; porém esse segmento enfrenta uma crise sem
precedente com o cancelamento de planos de manejo e a ameaça de fechamento de
dezenas de empresas;
• Medidas estratégicas foram adotadas pelos governos federal e estadual para
enfrentar essa crise a partir de 2006 com destaque para a lei de gestão de florestas
públicas (âmbito federal) e o Macrozoneamento Ecológico Econômico do Estado do
Pará.
• A indústria madeireira do Pará necessita de aproximadamente 167 mil Km2 (16,7
milhões de hectares) de área florestal líquida para manter o consumo de matéria-
prima com base na produção de 2004 – aproximadamente 11,2 milhões de metros
cúbicos de madeira em tora. Essa estimativa assume um ciclo de corte de 30 anos e
uma intensidade média de extração de 20 metros cúbicos por hectare. Em um
cenário em que houvesse um incremento na produção em 1% ao ano, a demanda
aumentaria para aproximadamente 225 mil km2. No caso de ocorrer o mesmo
incremento na produção de 1% ao ano, mas houver uma compensação na melhoria
do rendimento de 5% a demanda por área florestal seria aproximadamente 201 mil
km2.
• O Estado do Pará possui aproximadamente 250 mil Km2 (25 milhões de hectares)
de florestas potenciais para produção florestal manejada. Além disso, o Estado
possui aproximadamente 21 mil km2 de florestas em Resexs, as quais apresentam
restrições para a exploração florestal
• A área florestal potencial é composta pelas seguintes categorias: (i) 83 mil Km2
são florestas potenciais existente nas Unidades de Conservação de Uso Sustentável
(Flonas, APAS, RDS) já estabelecidas; (ii) 120 mil km2 são florestas potencias nos
polígonos identificados neste estudo para o estabelecimento de novas Unidades de
Conservação de Uso Sustentável e, menor proporção, áreas para concessão florestal
(fora de Unidade de Conservação) e ou assentamento florestal; (iii) 7 mil km² são
florestas em assentamentos rurais, e (iv) aproximadamente 41 mil km2 compreende
áreas florestal líquida dispersas no território do Estado como áreas devolutas e áreas
potencialmente privadas
• Identificamos 14 novos polígonos com potencial para a produção florestal
totalizando uma área florestal bruta de aproximadamente 166 mil Km2 Da área total
analisada excluímos aproximadamente 46 mil km2 por constituírem florestas sem
potencial para uso econômico (condições topográficas desfavoráveis, baixo valor
64
florestal, exploração predatória etc). Portanto, á área florestal potencial nos
polígonos analisados foi aproximadamente 120 mil km2.
• De acordo com as análises realizadas no âmbito do detalhamento do
Macrozoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Pará,
• 77% da área dos polígonos potenciais para produção florestal coincidem com as
áreas definidas pelo Macrozoneamento Ecológico Econômico do Pará para a criação
de Unidades de Conservação de Uso Sustentável.
• 23% das áreas potenciais para produção florestal estão localizadas zonas destinadas
à consolidação do desenvolvimento econômico de acordo com Macrozoneamento
Ecológico Econômico do Pará.
• Da área total dos polígonos potenciais (166 mil km2) sugerimos que 47% sejam
estabelecidas como Unidades de Conservação de Uso Sustentável como Flona/Flota;
enquanto 20% seja destinado para APAs Florestais; e 10% como APAS ou RDS.
• 23% sejam destinados para Concessão Florestal fora de Unidade de Conservação ou
Assentamentos Florestais (Ver maiores detalhes sobre as recomendações específicas
no Anexo 4)
65
6. RECOMENDAÇÕES
• Recomendamos estudos mais detalhados sobre a situação fundiária e ocupação
humana nos polígonos florestais.
• Adotar os princípios de consulta pública previstos pela lei do SNUC. Para orientar a
realização dessas consultas sugerimos utilizar o “Guia de Consultas Públicas para
Unidades de Conservação” (disponível gratuitamente na página do Imazon
www.imazon.org.br).
• Priorizar a criação da Flota do Iriri (polígono 13), a qual já foi submetida à consulta
pública em setembro de 2005.
• Priorizar ações nos polígonos florestais recomendadas como APA Florestais por
abrigarem maior pressão humana e, portanto, maior risco de desmatamento e
ocupação desordenada. Nesse caso, os polígonos são (em ordem de prioridade): 1 a
(Portel), 2 (Melgaço), 4 (Prainha) e 14 (Almeirim II).
• Acelerar o processo para a criação das Flotas nos polígonos florestas situados na
Calha Norte, a saber (em ordem de prioridade): 9 (Alenquer), 12 (Faro), 10 (Óbidos)
e 11 (Oriximiná). Esses polígonos apresentarem menor pressão humana e, portanto,
menor potencial de conflitos com ocupantes. Dado que esses polígonos possuem
baixa acessibilidade econômica, a criação dessas Flotas servirá também como
reservas florestais estratégicas para uso futuro.
• Estabelecer o polígono 8 (São Félix do Xingu) como APA em função da pressão
humana significativa.
• O Polígono florestal 7 (Juriti) tem recebido grande quantidade de requerimento para
titulação (via Iterpa) e, portanto, a destinação desse polígono para Concessão
Florestal (fora de Unidade Conservação) ou Assentamento Florestal deve ser tratado
com prioridade.
66
7. REFERÊNCIAS
Amaral, P., Veríssimo, A., Barreto, P. & Vidal, E. 1998. Floresta para sempre: um
manual para a produção de madeira na Amazônia. Belém, Imazon, WWF e Usaid.
137 p.
Barreto, B.; Souza Jr., C.; Anderson, A.; Salomão, R. & Wiles, J. 2005. Pressão Humana no Bioma Amazônia. O Estado da Amazônia n. 3, Maio de 2005. http://www.imazon.org.br/.
Brandão Jr., A. & Souza Jr., C. No prelo. Mapping unofficial roas with Landsat imagens: a new tool to improve the monitoring of the Brazilian Amazon rainforest. International Journal of Remote Sensing.
ISA. 2004. Terras Indígenas e Unidades de Conservação da Natureza: o desafio das sobreposições. São Paulo: Instituto Socioambiental. 687 p.
IBGE. 1996. Recursos naturais e meio ambiente: uma visão do Brasil. 2ª Edição. Rio de Janeiro: IBGE
IBGE. 1997. Diagnóstico ambiental da Amazônia Legal. Rio de Janeiro: IBGE/ DGC/ Derna - Degeo-Decar.
IBGE. 2005. Censo Demográfico. <www.ibge.gov.br>. Acesso em 10/2/2006.
IBGE. 2002. Potencial Agrícola. Atlas Nacional do Brasil – 4ª Edição.
Incra. 2003. Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Divisão de Ordenamento Territorial. Cartografia/Geoprocessamento. Braília.
Inpe. 2005. Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite – Projeto Prodes. <www.obt.inpe.br/prodesdigital/cadastro.php>. Acesso em 3/5/2005.
Ipea. 2002. Ipeadata: Dados Macroeconômicos e Regionais. <http://www.ipeadata.gov.br>. Acesso em 26/5/2005.
JPL - Jet Propulsion Laboratory. 2006. Shuttle Radar Topography Mission. <http://www2.jpl.nasa.gov/srtm/>. Acesso em 10/02/2006.
Knowles, O.H. 1971. Perspectivas das oportunidades de investimentos no desenvolvimento da indústria florestal da Amazônia brasileira. Belém: Sudam.
Lentini, M.; Pereira, D.; Celentano, D. & Pereira, R. 2005. Fatos Florestais da Amazônia 2005. Belém: Imazon. 141 p.
Ministério do Meio Ambiente (MMA). 2005. Áreas Protegidas no Brasil <http://www.mma.gov.br/port/sbf/dap/apbconc.html> acesso em 2/12/2005.
MDIC. 2005. Secretaria de Comércio Exterior (Secex). <http://aliceweb.mdic.gov.br>. Acesso em 30/6/2005.
MMA. 2001. Avaliação e Identificação de Ações Prioritárias para Conservação, Utilização Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade da Amazônia Brasileira. MMA – Ministério do Meio Ambiente, Instituto
67
Socioambiental - ISA, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia- Ipam, Grupo de Trabalho Amazônico - GTA, Instituto Sociedade, População e Natureza – ISPN, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia - Imazon e Conservation Internacional. Brasília: MMA/SBF, 2001.
Palmieri, R., Veríssimo, A., e Ferraz, M. 2005. Guia de Consultas Públicas para Unidades de Conservação. Piracicaba: Imaflora; Belém: Imazon. 81p.
Projeto Radam Brasil, 1974-1976. As regiões fitoecológias, sua natureza e seus recursos econômicos. Levantamento dos Recursos Naturais (v.4, v.5, v.7, v.9, v.10) . Ministro das Minas e Energia. Departamento de Produção Mineral
Snuc. 2000. Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Lei n°. 9.985, de 18/7/2000.
Souza Jr., C.; Brandão Jr., A.; Anderson, A. & Verissimo, A. 2005. Avanço das Estradas Endógenas na Amazônia. O Estado da Amazônia. n. 1, Maio de 2005. http://www.imazon.org.br/.
Souza Jr., C; Roberts, D. A. & Cochrane, M. A. 2005. Combining spectral and spatial information to map canopy damages from selective logging and forest fires. Remote Sensing of Environment 98: 329-343.
Sectam. 2005. Macrozoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Pará. Lei Nº 6.745, de 6 de Maio de 2005.
Veríssimo, A.; Lima, E. & Lentini, M. 2002. Pólos madeireiros do Estado do Pará. Belém: Imazon. 75 p.
68
8. ANEXOS
Anexo I. Unidades de Conservação de Uso Sustentável
Atividades Permitidas dentro das Unidades de Conservação de Uso Sustentável
(extraído de Palmieri et al. 2005)
69
Anexo II. Figuras Extras
Figura 24. Áreas Protegidas do Pará (ISA 2005).
70
Figura 25. Assentamentos rurais do Pará (Incra 2002).
71
Figura 26. Macrozoneamento Econômico Ecológico do Pará (Sectam, 2005).
72
Anexo III. Tabelas Extras
Tabela 28. Critérios adotados nos levantamentos das formações florestais (IBGE 1996).
Tipo Florestal Espécies predominantes Altitude
(m) Localização
Seringueira,envira-preta Terraços e planícies
pente-de-macaco,uxirana ao longo dos rios
Aluvial
e cuiarana (4º N a 16º S)
mata-matá,abio-seco, Planícies costeiras
Floresta taxi,abio-casca-grossa 5 a 100 terraços que sucedem a
Densa
Terras Baixas
e louro-preto faixa aluvial ao longo dos rios
fanerófitas de grande porte Dissecamento do
lianas herbáceas, palmeiras relevo montanhoso
mata-matá,abio-seco, 100-600 e planaltos de solos
louro-preto,cupiúba profundos
Submontana
e uxirana 4º N a 16º S
mata-matá, louro-preto, Planaltos e serras
Montana ingá-xixica, cernambi 600 -2000 4º N a 16º S
e cabari
Seringueira,envira-preta Terraços e planícies
pente-de-macaco,uxirana periodicamente ou permanentemente
Aluvial
cuiarana, lianas lenhosas e herbáceas inundados
(Cipoal, palmeiras) Terrenos pré-campianos a leste,
mata-matá,abio-seco, 5 a 100 (4º N a 16º S)
abio-mocambo, abio-branco
Floresta
Terras Baixas
e seringueira
Aberta floresta com palmeiras,
breu-manga,moracea-chocolate encostas
jutaí-pororoca, 100-600 planaltos e serras
pente-de-macaco e 4º N a 16º S
Submontana
pau'd arco-amarelo
mata-matá, louro-preto, Planaltos(sul) e serras(norte) da
Montana ingá-xixica, cernambi 600 -2000 Amazônia
e cabari 4º N a 16º S
73
Anexo IV. Análises Secundárias
74
Contexto Polígonos Florestais
Assentamentos Rurais. Estudos recentes indicam forte correlação entre
assentamentos e desmatamento. Os polígonos florestais 1 (Portel), 3 (Senador
José Porfírio), 4 (Prainha), 6 (Aveiro), 7 (Juriti), 9 (Alenquer) e 10 (Óbidos)
possuem fronteira com assentamentos rurais de reforma agrária (Figura 15).
Figura 27. Assentamentos rurais em torno das áreas potenciais para produção florestal no Pará (Incra 2002).
Áreas Protegidas (Figura 15). A quase totalidade dos polígonos (exceto, os
polígonos 5 e 14) possue limites com áreas protegidas. Portanto, se os polígonos
potenciais forem definidos para uso florestal sustentável poderão possibilitar a
não fragmentação dos ecossistemas. Os polígonos florestais 3 (Senador José
Porfírio), 7 (Juriti), 8 (São Félix do Xingu), 10 (Óbidos), 11 (Oriximiná) e 13 (Iriri)
possuem fronteira com terras indígenas. Por sua vez, os polígonos florestais 6
(Aveiro), 7 (Juriti), 8 (São Félix do Xingu), 10 (Óbidos), 11 (Oriximiná) e 12
(Faro) têm fronteira com as Unidades de Conservação de Proteção Integral. Por
sua vez, os polígonos 1 (Portel), 2 (Melgaço), 4 (Prainha), 6 (Aveiro) 7 (Juriti), 9
(Alenquer) e 12 (Faro) possuem fronteira as Unidades de Conservação de Uso
Sustentável.
.
75
Figura 28. Áreas Protegidas e polígonos potenciais para produção florestal no Pará (ISA 2005).
Biodiversidade. Os polígonos 3 (Senador José Porfírio), 9 (Alenquer), 10
(Óbidos), 11 (Oriximiná) e 12 (Faro) têm mais de 25% de sua superfície coberta
por floresta com altíssima biodiversidade e extrema importância para conservação
(Figura 16 e Tabela 26). No total, 32% dos polígonos estudados possuem
extrema importância para conservação.
Figura 29. Biodiversidade nas áreas com potencial para produção florestal no Pará (ISA et al., 2001).
76
77
Aptidão Agrícola. Os polígonos 3 (Senador José Porfírio), 6 (Aveiro), 9
(Alenquer), 10 (Óbidos) e 11 (Oriximiná) estão localizados em zonas com baixa
aptidão agrícola. Por sua vez, os polígonos 1 (Portel), 2 (Melgaço), 4 (Prainha) e
5 (Almeirim I) estão principalmente inseridos em zona com aptidão regular.
Somente os polígonos 8 (São Félix do Xingu) e 13 (Iriri) apresentam aptidão
agrícola considerada ligeiramente superior (Figura 17, Tabela 27).
Figura 30. Aptidão agrícola nas áreas com potencial para produção florestal no Pará (IBGE 2002).
Tabela 29. Biodiversidade nos polígonos com potenciais para produção florestal no Pará (ISA et al., 2001).
Sem prioridade Extrema importância Muito alta importância Alta importância Insuficiente
conhecimento Novas áreas
Áreas Florestais Km2
km² % km² % km² % km² % km² % km² %
1 25.705 13.897 54 0 0 11.661 45 0 0 0 0 147 1
2 4.687 2.719 58 0 0 1.968 42 0 0 0 0 0 0
3 3.868 62 2 1.010 26 49 1 0 0 0 0 2.747 71
4 13.001 12.139 93 863 7 0 0 0 0 0 0 0 0
5 3.114 3.065 98 12 0 37 1 0 0 0 0 0 0
6 1.449 1.425 98 25 2 0 0 0 0 0 0 0 0
7 12.562 11.360 90 719 6 483 4 0 0 0 0 0 0
8 17.122 0 0 37 0 6.749 39 1.494 9 4.875 29 3.968 23
9 33.809 15.214 45 10.081 30 8.514 25 0 0 0 0 0 0
10 19.262 8.293 43 10.970 57 0 0 0 0 0 0 0 0
11 14.244 9.376 66 4.620 32 249 2 0 0 0 0 0 0
12 7.008 3.523 50 3.473 50 12 0 0 0 0 0 0 0
13 5.252 147 3 0 0 1.922 37 0 0 0 0 3.183 61
14 4.495 2.709 60 850 19 936 21 0 0 0 0 0 0
Total 165.581 83.927 67 32.658 33 32.580 0 1.494 0 4.875 0 10.046 0
78
79
Tabela 30. Aptidão agrícola nos polígonos com potencial para produção florestal no Pará (IBGE 2002).
Restrita Regular Desaconselhável Regular e boa Boa e regular Áreas
Florestais Km²
km² % km² % km² % km² % km² %
1 25.705 2.301 9 23.118 90 286 1 0 0 0 0
2 4.687 0 0 3.482 74 0 0 1.206 26 0 0
3 3.868 3.868 100 0 0 0 0 0 0 0 0
4 13.001 4.617 36 7.793 60 0 0 591 5 0 0
5 3.114 0 0 2.858 92 0 0 256 8 0 0
6 1.449 798 55 651 45 0 0 0 0 0 0
7 12.562 12 0 12.549 100 0 0 0 0 0 0
8 17.122 0 0 0 0 2.433 14 0 0 14.689 86
9 33.809 30.920 92 2.889 9 0 0 0 0 0 0
10 19.262 14.571 76 981 5 3.078 16 0 0 633 3
11 14.244 13.486 95 659 5 100 1 0 0 0 0
12 7.008 773 11 6.086 87 150 2 0 0 0 0
13 5.252 0 0 0 0 0 0 0 0 5.252 100
14 4.495 852 19 2.304 51 1.215 27 125 3 0 0
Total 165.581 72.197 44 63.370 38 7.261 4 2.178 1 20.574 12
Anexo V. Resultados Específicos por Polígono Florestal
80
Polígono Florestal 1: Portel
Polígono Florestal 1
Nome sugerido: Portel
Área (km²) 25.705
Cobertura Vegetal: Floresta Densa (96%)
Desmatamento: 4%
Alcance Econômico: Alta (30%), Média (43%)
Pressão Humana: Alta (5%), Média (87%), Sem Pressão (8%)
Potencial Madeireiro Alto
Estradas Não-Oficiais 604 km de estradas/ 10.000 km²
Situação Fundiária: Propriedade Privada (4%), Áreas Federais (49%), Potencialmente Devolutas¹ (47%).
Aptidão Agrícola: Regular
Macrozoneamento: Uso Sustentável (73%), Zona Consolidada e Expansão (27%)
Informações
adicionais:
Assentamentos próximos à extremidade sul e Unidade de Conservação de Proteção
Integral na extremidade noroeste.
Recomendação:
73% Categoria 2 (1A): APA Florestal
27% Categoria 3 (1B): Concessão Florestal (fora de Unidade de Conservação) e ou
Assentamento Florestal.
¹O Estado possui as terras devolutas, exceto aquelas descritas como da União no artigo 20 (II) da Constituição
Federal de 1988.
81
Polígono Florestal 2: Melgaço
Polígono Florestal 2
Nome sugerido: Melgaço
Área (km²) 4.687
Cobertura Vegetal: Floresta Densa (95%), Não-Floresta (3%)
Desmatamento: 2%
Alcance Econômico: Alta (40%) e Média (33%) Acessibilidade
Pressão Humana: Alta (3%), Média (63%), Sem Pressão (34%)
Potencial Madeireiro Alto
Estradas Não-Oficiais 0 km de estradas/ 10.000 km²
Situação Fundiária: Propriedade Privada (4%), Potencialmente Devolutas¹ (96%).
Aptidão Agrícola: Regular
Macrozoneamento: Uso Sustentável (100%)
Informações Adicionais: Unidade de Conservação de Proteção Integral na extremidade sudoeste.
Recomendação: 100% Categoria 2: APA Florestal
¹O Estado possui as terras devolutas, exceto aquelas descritas como da União no artigo 20 (II) da Constituição
Federal de 1988.
82
Polígono Florestal 3: Senador José Porfírio
Polígono Florestal 3
Nome sugerido: Senador José Porfírio
Área (km²) 3.868
Cobertura Vegetal: Floresta Aberta (57%), Floresta Densa (41%), Não-Floresta (1%)
Desmatamento: 1%
Alcance Econômico: Alto (10%), Médio (13%), Baixo (60%), Inacessível (17%)
Pressão Humana: Alta (0,6%), Média (55,4%), Sem Pressão (44%)
Potencial Madeireiro Médio
Estradas Não-Oficiais 42 km de estradas/ 10.000 km²
Situação Fundiária: Área Federal (29%), Potencialmente Devolutas¹ (71%).
Aptidão Agrícola: Baixa
Macrozoneamento: Consolidação e Expansão (100%)
Informações Adicionais:
Terra Indígena na extremidade sul, sudoeste e sudeste. Assentamentos
rurais na extremidade norte.
Recomendação: 100% Categoria 3: Concessão Florestal ( fora de Unidade de Conservação) e
ou Assentamento Florestal
Observações: Há grande quantidade de áreas requeridas (via Iterpa). Necessidade de
levantamento fundiário mais detalhado
¹O Estado possui as terras devolutas, exceto aquelas descritas como da União no artigo 20 (II) da Constituição
Federal de 1988.
83
Polígono Florestal 4: Prainha
Polígono Florestal 4
Nome sugerido: Prainha
Área (km²) 13.001
Cobertura Vegetal: Floresta Densa (94%), Floresta Aberta (2%), Não-Floresta (2%)
Desmatamento: 2%
Alcance Econômico: Alto (7%), Médio (30%), Baixo (54%) e Inacessível (9%)
Pressão Humana: Alta (3%), Média (85%), Sem Pressão (12%)
Potencial Madeireiro Alto
Estradas Não-Oficiais 1.171km de estradas/ 10.000 km²
Situação Fundiária: Área Federal (42%), Potencialmente Devolutas¹ (58%).
Aptidão Agrícola: Baixa e Regular
Macrozoneamento: Consolidação e Expansão (65%), Uso sustentável (35%)
Informações Adicionais:
Reserva Extrativista na extremidade leste. Assentamentos rurais na
extremidade oeste, sudoeste e sudeste
Recomendação:
35% Categoria 2 (4A): APA Florestal
65% Categoria 3 (4B e 4C): Concessão Florestal (fora de Unidade de
Conservação) ou Assentamento Florestal
¹O Estado possui as terras devolutas, exceto aquelas descritas como da União no artigo 20 (II) da Constituição
Federal de 1988.
84
Polígono Florestal 5: Almeirim I
Polígono Florestal 5
Nome sugerido: Almeirim I
Área (km²) 3.113
Cobertura Vegetal: Floresta Densa (92%), Não-Floresta (5%)
Desmatamento: 3%
Alcance Econômico: Alto (18%), Médio (28%), Baixo (55%) e Inacessível (3%)
Pressão Humana: Alta (9%), Média (88%), Sem Pressão (3%)
Potencial Madeireiro Alto
Estradas Não-Oficiais 659 km de estradas/ 10.000 km²
Situação Fundiária: Áreas Potencialmente Devolutas¹ (100%).
Aptidão Agrícola: Regular
Macrozoneamento: Consolidação e Expansão (100%)
Informações Adicionais:
Recomendação:
100% Categoria 3 : Concessão Florestal (fora de Unidade de Conservação)
ou Assentamento Florestal
¹O Estado possui as terras devolutas, exceto aquelas descritas como da União no artigo 20 (II) da Constituição
Federal de 1988.
85
Polígono Florestal 6: Aveiro
Polígono Florestal 6
Nome sugerido: Aveiro
Área (km²) 1.449
Cobertura Vegetal: Floresta Densa (98%), Nao-Floresta (1%)
Desmatamento: 1%
Alcance Econômico: Baixo (92%), Médio (1%) e Inacessível (7%)
Pressão Humana: Alta (2%), Média (77%), Sem Pressão (21%)
Potencial Madeireiro Alto
Estradas Não-Oficiais 85 km de estradas/ 10.000 km²
Situação Fundiária: Áreas Potencialmente Devolutas¹ (100%).
Aptidão Agrícola: Baixa e Regular
Macrozoneamento: Consolidação e Expansão (100%)
Informações Adicionais: Assentamentos rurais ao sul e Unidades de Conservação no norte e sudoeste.
Recomendação: 100% Categoria 3: Concessão Florestal (fora de Unidade de Conservação)
ou Assentamento Florestal
¹O Estado possui as terras devolutas, exceto aquelas descritas como da União no artigo 20 (II) da Constituição
Federal de 1988.
86
Polígono Florestal 7: Juriti
Polígono Florestal 7
Nome sugerido: Juriti
Área (km²) 12.562
Cobertura Vegetal: Floresta Densa (94%), Não-Floresta (3%)
Desmatamento: 3%
Alcance Econômico: Baixo (86%), Média (9 %) , Inacessivel (5%)
Pressão Humana: Alta (4%), Média (56%), Sem Pressão (40%)
Potencial Madeireiro Alto
Estradas Não-Oficiais 407 km de estradas/ 10.000 km²
Situação Fundiária: Áreas Federais (3%) e Potencialmente Devolutas¹ (97%).
Aptidão Agrícola: Regular
Macrozoneamento: Consolidação e Expansão (100%)
Informações Adicionais:
Área faz fronteira com o Estado do Amazonas. Terra Indígena no sudoeste,
Unidade de Conservação de Proteção Integral no su, Flona ao leste e
assentamento do Incra ao norte.
Recomendação: 100% Categoria 3: Concessão Florestal (fora de Unidade de Conservação) ou
Assentamento Florestal.
Observações: Há grande quantidade de áreas requeridas (via Iterpa). Requer levantamento
fundiário mais detalhado.
¹O Estado possui as terras devolutas, exceto aquelas descritas como da União no artigo 20 (II) da Constituição
Federal de 1988.
87
Polígono Florestal 8: São Félix do Xingu
Polígono Florestal 8
Nome sugerido: São Felix do Xingu
Área (km²) 17.122
Cobertura Vegetal: Floresta Aberta (42%), Densa (39%) e Não Floresta (5%)
Desmatamento: 14%
Alcance Econômico: Alto e Médio (2%), Baixo (26%), Inacessível (54%) e sem interesse (18%).
Pressão Humana: Alta (17%), Média (83%).
Potencial Madeireiro Médio
Estradas Não-Oficiais 1.133 km de estradas/ 10.000 km²
Situação Fundiária: Áreas Federais (14%) e Potencialmente Devolutas¹ (86%).
Aptidão Agrícola: Regular
Macrozoneamento: Unidade de Conservação de Uso Sustentável (100%)
Informações Adicionais:
Terra Indígena no sul, Unidade de Conservação (Estação Ecológica da Terra
do Meio) ao norte, noroeste, oeste e sudoeste.
Recomendação: 100% Categoria 4: Unidade de Conservação de Uso Sustentável
Observações:
Grande quantidade de áreas requeridas para titulação no Iterpa Área possui
ocupação humana moderada a alta, por isso é maior a probabilidade de se
tornar uma APA.
¹O Estado possui as terras devolutas, exceto aquelas descritas como da União no artigo 20 (II) da Constituição
Federal de 1988.
88
89
Polígono Florestal 9: Alenquer
Polígono Florestal 9
Nome sugerido: Alenquer
Área (km²) 33.809
Cobertura Vegetal: Floresta Densa (93%), Floresta Aberta (7%)
Desmatamento: 0%
Alcance Econômico: Médio (7%), Baixo (43%), Inacessível (50%)
Pressão Humana: Sem Pressão (78%), Média (22%)
Potencial Madeireiro Alto
Estradas Não-Oficiais 3 km de estradas/ 10.000 km²
Situação Fundiária: 100% potencialmente devoluta¹
Aptidão Agrícola: Baixa
Macrozoneamento: 100% Uso Sustentável
Informações Adicionais:
Assentamento rural ao Sul e Unidade de Conservação de Proteção Integral
(Estação Ecológica do Jarí) a sudeste
Recomendação: 100% Categoria 1: Flona/Flota
¹O Estado possui as terras devolutas, exceto aquelas descritas como da União no artigo 20 (II) da Constituição
Federal de 1988.
Polígono Florestal 10: Óbidos
Área Florestal 10
Nome sugerido: Óbidos
Área (km²) 19.262
Cobertura Vegetal: Floresta Densa (97%), Floresta Aberta (3%)
Desmatamento: 0%
Alcance Econômico: Médio (2%), Baixo (53%), Inacessível (45%)
Pressão Humana: Sem Pressão (86%), Média (14%)
Potencial Madeireiro Alto
Estradas Não-Oficiais 64 km de estradas/ 10.000 km²
Situação Fundiária: Áreas Federais (6%) e potencialmente devoluta¹ (94%)
1% Consolidação
Informações Adicionais:
89
estal (fora de Unidade de
Conservação) ou Assentamento Florestal.
Aptidão Agrícola: Baixa (76%)
Macrozoneamento: 89% Uso Sustentável e 1
Assentamento rural ao sul e Terra indígena ao Leste
% Categoria 1 (10 A): Flona/Flota
Recomendação: 11% Categoria 3 (10B): Concessão Flor
¹O Estado possui as terras devolutas, exceto aquelas descritas como da União no artigo 20 (II) da Constituição
Federal de 1988.
90
P
Po 1
olígono Florestal 11: Oriximiná
lígono Florestal 1
Nome sugerido: Oriximiná
Área (km²) 14.244
Cobertura Vegetal: Floresta Densa (100%)
Desmatamento: 0%
Alcance Econômico: Média (1%), Baixo (41%) e Inacessível (58%)
Informações Adicionais:
Terra Indígena ao
Pressão Humana: Sem Pressão (91%), Média (9%)
Potencial Madeireiro Alto
Estradas Não-Oficiais 67 km de estradas/ 10.000 km²
Situação Fundiária: 100% potencialmente devoluta¹
Aptidão Agrícola: Baixa
Macrozoneamento: 100% Uso Sustentável
Unidade de Conservação de Proteção Integral ao sul e
oeste
Recomendação: 100% Categoria 1: Flona/Flota
¹O Estado possui as terras devolutas, exceto aquelas descritas como da União no artigo 20 (II) da Constituição
Federal de 1988.
91
Polígono Florestal 12: Faro
Polígono Florestal 12
Nome sugerido: Faro
Área (km²) 7.008
Cobertura Vegetal: Floresta Densa (100%)
Desmatamento: 0%
Alcance Econômico: Médio (2%), Baixo (74%), Inacessível (24%)
Pressão Humana: Sem Pressão (78%), Média (22%)
87%)
tra de uso sustentável no sudeste
Potencial Madeireiro Alto
Estradas Não-Oficiais 4 km de estradas/ 10.000 km²
Situação Fundiária: 100% potencialmente devoluta¹
Aptidão Agrícola: Regular (
Macrozoneamento: 99,6% Uso Sustentável
Informações Adicionais:
Terra Indígena ao norte, Unidade de Conservação de Proteção Integral ao
leste e ou
Recomendação: 100% Categoria 1: Flona/Flota
¹O Estado possui as terras devolutas, exceto aquelas descritas como da União no artigo 20 (II) da Constituição
Federal de 1988.
92
Polígono Florestal 13: Iriri
Polígono Florestal 13
Nome sugerido: Iriri
Área (km²) 5.252
Cob ta Aberta (80%), Floresta Densa (19%)
Alcanc ssível (100%)
8).
Pot
de estradas/ 10.000 km²
lmente Devolutas¹ (30%).
Macr el (100%)
, Estação Ecológica da Terra do Meio ao
Recomendação: 100% Categoria 1: Flona/Flota
ertura Vegetal: Flores
Desmatamento: < 1,0%
e Econômico: Inace
Pressão Humana: Alta (0,2%), Média (44%), Sem Pressão (55,
encial Madeireiro Médio
Estradas Não-Oficiais 0 km
Situação Fundiária: Imóveis Rurais (70%) e Potencia
Aptidão Agrícola: Regular
ozoneamento: Uso Sustentáv
Informações Adicionais:
Terra Indígena no norte e sul
leste e Flona de Altamira ao oeste Floresta Nacional. Integra mosaico da
área de influência da BR-163.
Observações: realizada em setembro de 2006 por ocasião da consulta geral para
Foi proposta a criação da Floresta Estadual Iriri. Consulta pública foi
o
mosaico de Unidades de Conservação da BR-163.
¹O Estado possui as terras devolutas, exceto aquelas descritas como da União no artigo 20 (II) da Constituição
Federal de 1988.
93
Polígono Florestal 14: Almeirim II
Polígono Florestal 14
Nome sugerido: Almerim II
Área (km²) 4.495
Cobertura Vegetal: ), Floresta Aberta (25%) e Não-Floresta (5%)
Média (22%), Baixa (32%) , Inacessível ( 32%)
ssão (7%)
Pot
Estr estradas/ 10.000 km²
.
Aptidão Agrícola:
Macrozoneamento:
stal
Floresta Densa (68%
Desmatamento: < 2%
Alcance Econômico: Alta (14%),
Pressão Humana: Alta (3%), Média (90%), Sem Pre
encial Madeireiro Alto
adas Não-Oficiais 90 km de
Situação Fundiária: Potencialmente Devolutas¹ (100%)
Baixa
Uso sustentável (97,4%)
100% Categoria 2: APA FloreRecomendação:
¹O Estado possui volutas, exceto aquel ão no artigo 20 (II) da Constituição
Federal de 1988.
as terras de as descritas como da Uni
94