Um dado viciado ?

DESTAQUE DO MÊS DE ABRIL 09

Artefacto exposto na sala da arqueologia

Dado romano da Quinta da Bolacha Quinta da Bolacha, local do achado Pormenor do dado Esquema do dado em desenho( Foto MMAR) ( Foto MAAR) ( Foto MAAR)

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Dando continuidade às referências sobre achados arqueológicos, do período romano, no

Município, e que se encontram, quase invariavelmente associados à villa da Quinta da Bolacha, destaca-se um pequeno objecto, exemplar único na Amadora, que possui

características que lhe conferem um carácter excepcional, aliado ao facto da sua recolha ter sido fortuita e afortunada; um dado de jogo. Em época romana, como já em períodos anteriores, as populações praticavam passatempos

diversos, que incluíam, nessa época, jogos variados, entre os quais, o simples jogo da corda, os dados e os jogos de tabuleiro, que necessitavam, dependendo das características do

próprio jogo, de peças de jogo fabricadas em vidro, osso, ou cerâmica e igualmente, de dados.

Pela sua especificidade, da qual estavam inerentes a sorte e o azar, levavam ao recurso frequente a apostas por parte dos seus jogadores, permitidas em determinadas datas, mas

proibidas por lei, estas apostas tornavam ainda mais aliciantes os jogos. Este tipo de objectos, apesar de surgirem frequentemente em sítios arqueológicos, não são muito abundantes, por exemplo, conhece-se um da villa do Alto do Cidreira, em Cascais, o de

Conímbriga não apresenta qualquer tipo de marca e o da Quinta da Bolacha uma curiosidade. O dado recolhido à superfície, em 2001, por um particular e entregue ao Museu Municipal de

Arqueologia, é um cubo de 6 faces, em osso, com 8x9 mm, o que torna as suas faces irregulares, fazendo com que este esteja “viciado”, caindo tendencialmente para o mesmo

lado, para além deste facto, possui dois 6 e dois 5, estando ausentes de qualquer face o 1 e o 2, cronologicamente poderemos integrá-lo nos séculos III/IV, por associação à própria

cronologia da villa.