desenvolvimento e aplicaÇÃo de um mÉtodo que...

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DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO DE UM MÉTODO QUE ENGLOBA A GESTÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS NO MAPEAMENTO DO FLUXO DE VALOR DA PRODUÇÃO ENXUTA Cristiano Roos (UFSC) [email protected] Edson Pacheco Paladini (UFSC) [email protected] O presente artigo descreve um método que visa inserir a gestão de riscos ocupacionais nos modelos de otimização dos processos produtivos. O método proposto tanto visa à redução da freqüência com que os acidentes acontecem quanto à minimizaçção da severidade destes acidentes. O método também investe na determinação da probabilidade da ocorrência de acidentes potenciais visando a reduzi- la. A gênese deste trabalho é um problema de pesquisa de ordem prática: verificou-se a necessidade de viabilizar procedimentos táticos e operacionais que promovessem uma integração entre os princípios de operação da produção enxuta e as técnicas de determinação, análise e avaliação dos riscos ocupacionais inerentes aos processos de uma organização distribuidora de derivados de petróleo, cujo ambiente de trabalho é de alta periculosidade. Em particular, o método foca a gestão de riscos ocupacionais no âmbito do mapeamento do fluxo de valor da produção enxuta. A atividade básica considerada foi o carregamento de combustíveis da organização em questão, no qual o método foi implementado. A aplicação foi conduzida seguindo os procedimentos metodológicos de um estudo de caso piloto. Os resultados obtidos permitem concluir que o método proporcionou mais dinamismo e praticidade ao processo de prevenção e controle de riscos ocupacionais presentes nas atividades. O método proporcionou um controle mais eficiente desses aspectos, fazendo com que a mentalidade preventiva fosse fortalecida na organização. Como considerações finais têm-se a verificação que o método pode ser empregado como meio para melhor gestão de riscos potenciais, mostrando a importância da integração da gestão de riscos ocupacionais com outros sistemas de gestão, como a produção enxuta. Palavras-chaves: Gestão de riscos ocupacionais, produção enxuta, mapeamento do fluxo de valor XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

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DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO

DE UM MÉTODO QUE ENGLOBA A

GESTÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS

NO MAPEAMENTO DO FLUXO DE

VALOR DA PRODUÇÃO ENXUTA

Cristiano Roos (UFSC)

[email protected]

Edson Pacheco Paladini (UFSC)

[email protected]

O presente artigo descreve um método que visa inserir a gestão de

riscos ocupacionais nos modelos de otimização dos processos

produtivos. O método proposto tanto visa à redução da freqüência com

que os acidentes acontecem quanto à minimizaçção da severidade

destes acidentes. O método também investe na determinação da

probabilidade da ocorrência de acidentes potenciais visando a reduzi-

la. A gênese deste trabalho é um problema de pesquisa de ordem

prática: verificou-se a necessidade de viabilizar procedimentos táticos

e operacionais que promovessem uma integração entre os princípios de

operação da produção enxuta e as técnicas de determinação, análise e

avaliação dos riscos ocupacionais inerentes aos processos de uma

organização distribuidora de derivados de petróleo, cujo ambiente de

trabalho é de alta periculosidade. Em particular, o método foca a

gestão de riscos ocupacionais no âmbito do mapeamento do fluxo de

valor da produção enxuta. A atividade básica considerada foi o

carregamento de combustíveis da organização em questão, no qual o

método foi implementado. A aplicação foi conduzida seguindo os

procedimentos metodológicos de um estudo de caso piloto. Os

resultados obtidos permitem concluir que o método proporcionou mais

dinamismo e praticidade ao processo de prevenção e controle de riscos

ocupacionais presentes nas atividades. O método proporcionou um

controle mais eficiente desses aspectos, fazendo com que a mentalidade

preventiva fosse fortalecida na organização. Como considerações

finais têm-se a verificação que o método pode ser empregado como

meio para melhor gestão de riscos potenciais, mostrando a

importância da integração da gestão de riscos ocupacionais com

outros sistemas de gestão, como a produção enxuta.

Palavras-chaves: Gestão de riscos ocupacionais, produção enxuta,

mapeamento do fluxo de valor

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

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1. Introdução

Novos sistemas de gestão surgem constantemente em organizações atuantes nos mais

diferentes segmentos da economia, buscado a combinação racional de materiais,

equipamentos, informações, energias, ambientes e pessoas. Os novos sistemas de gestão

buscam basicamente projetar, implantar e melhorar sistemas de produção em operação, com

mais eficiência e eficácia. Neste trabalho, será abordada a gestão de riscos ocupacionais no

contexto de um sistema de gestão em ascensão no cenário técnico: a produção enxuta (Lean

Manufacturing).

De fato, diante do surgimento de novas atividades de trabalho, que requerem novos

procedimentos operacionais e novos equipamentos e, por conseqüência, novos procedimentos

de segurança, percebe-se a necessidade do aprimoramento da gestão de riscos ocupacionais.

Neste contexto está o problema de pesquisa descrito neste trabalho. Trata-se de um problema

de pesquisa de ordem prática, que requer investimentos na gestão de riscos ocupacionais.

Especificamente, verificou-se em uma distribuidora de combustíveis a necessidade de

considerar a gestão de riscos ocupacionais nos procedimentos táticos e operacionais da

produção enxuta. Em outras palavras, a distribuidora está implementando a produção enxuta

em seus processos e necessita englobar a gestão de riscos ocupacionais nos procedimentos

táticos e operacionais do novo sistema de gestão.

A distribuidora de combustíveis, aqui considerada, possui um ambiente de trabalho no qual os

riscos ocupacionais devem ser efetivamente gerenciados. A estabilidade da operação desta

organização está ligada à sua capacidade de planejar e desenvolver ações para evitar a

ocorrência de acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e incidentes críticos, que afetam o

equilíbrio das relações sociais, econômicas e ambientais. Neste sentido, o objetivo deste

trabalho é desenvolver e aplicar (em modo piloto) um método que considere a gestão de riscos

ocupacionais no mapeamento do fluxo de valor da produção enxuta.

O texto está organizado como segue: a segunda seção apresenta os procedimentos

metodológicos da pesquisa; a terceira seção traz uma breve revisão teórica sobre gestão de

riscos ocupacionais e sobre produção enxuta; a quarta seção apresenta o método desenvolvido

neste trabalho; a quinta apresenta a aplicação do método desenvolvido, cujos resultados

obtidos estão expostos na sexta seção; a sétima seção traz as considerações finais.

2. Procedimentos metodológicos

A Tabela 1 resume os métodos e as técnicas de pesquisa utilizados para abordar os objetivos e

as metas deste trabalho. Assim, com base nos objetivos, a pesquisa é exploratória (GIL, 2002)

e, com base nos procedimentos técnicos, trata-se de estudo de caso piloto (GIL, 2009).

Seguindo as definições de Bell (2008), a abordagem de pesquisa, que orientou o processo de

investigação e estabeleceu formas de aproximação aos objetivos deste trabalho, foi a

abordagem qualitativa. Segundo Salomon (2001), o método de pesquisa predominante

utilizado para dar sustentação aos resultados foi o indutivo. O método de pesquisa indutivo foi

utilizado porque se partiu de peculiaridades e se direcionou para generalizações.

A pesquisa quanto Classificações em relação aos procedimentos metodológicos

À natureza Aplicada

Aos objetivos Exploratória

Aos procedimentos técnicos Estudo de caso piloto

À abordagem Qualitativa

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Ao método Indutiva

Tabela 1 – Classificações do trabalho desenvolvido

Na prática, este trabalho foi desenvolvido por um grupo de pesquisa em conjunto com

engenheiros da distribuidora de combustíveis – apresentada brevemente na introdução deste

texto. O grupo de pesquisa conduziu inicialmente o desenvolvimento de um método a partir

do conhecimento teórico e prático sobre os respectivos assuntos. Na seqüência o grupo de

pesquisa conduziu, juntamente com os engenheiros da distribuidora, a aplicação do método

desenvolvido em um caso prático, classificando o procedimento como estudo de caso piloto.

Para a seleção do caso prático foi utilizada a amostragem de variação máxima (GIL, 2009).

A definição da unidade de análise foi realizada com base em um critério determinante: um

processo em que a gestão de riscos ocupacionais seja de total relevância. Um protocolo de

coleta de dados foi desenvolvido para facilitar o estudo da unidade de análise. As fontes de

evidência primária utilizadas foram os relatos dos engenheiros da distribuidora e as

secundárias referem-se aos dados qualitativos e quantitativos obtidos no decorrer da aplicação

do método desenvolvido. Assim, a construção da base de dados foi realizada, com base nas

evidências, em um armazenamento por unidade de análise. Para a análise das evidências foi

utilizada a estratégia das descrições de caso (YIN, 2005). O detalhamento da pesquisa e os

respectivos resultados, bem como as considerações finais, estão apresentados no texto.

3. Revisão teórica

Buscando atingir o objetivo deste trabalho, inicialmente apresenta-se um suporte teórico para

o método que será desenvolvido e aplicado. Serão descritos, resumidamente, aspectos teóricos

para a gestão de riscos ocupacionais e para a produção enxuta.

3.1. Gestão de riscos ocupacionais

De forma geral, elementos, situações ou circunstâncias de risco são aqueles nos quais a saúde,

o bem estar e/ou a integridade física de um indivíduo (ou de terceiros) tornam-se

comprometidos por variados tipos de ameaças. O risco torna-se particularmente relevante

quando cada uma destas ameaças possui elevado potencial de determinar desconfortos, lesões

ou mesmo doenças e moléstias graves nas pessoas envolvidas no processo.

Variados autores têm definido os riscos ocupacionais e classificaram-nos, caso, por exemplo,

de Berkenbrock e Bassani (2010) e Lapa (2006). Segundo as linhas de pensamento destes

autores, definem-se aqui os riscos ocupacionais como sendo aqueles associados aos ambientes

de trabalho. Há variados tipos de riscos neste contexto. Eles podem envolver, por exemplo,

possíveis contaminações por vírus ou bactérias (riscos biológicos); agressões por radiações,

ruídos intensos, umidade excessiva ou calor muito forte (riscos físicos) ou exposição

exagerada a gases, vapores ou substâncias que podem causar lesões graves (riscos químicos).

A gestão de riscos ocupacionais prioriza o desenvolvimento de atividades nos quais o

trabalhador não se expõe a ameaças de qualquer ordem. Em particular, observam-se situações

do processo produtivo que potencialmente poderiam gerar acidentes (como arranjos físicos

inadequados; acionamento de máquinas sem que os operadores tenham a devida proteção;

exposição a fontes de energia; iluminação insuficiente etc.). Em geral, estas são características

da gestão operacional de riscos ocupacionais. Atenção aos esforços físicos dos operadores;

aos aspectos ergonômicos do trabalho; à adoção de posturas inadequadas ou a longas jornadas

constituem o componente tático da gestão de riscos ocupacionais. A gestão estratégica

associada a riscos ocupacionais envolve comportamentos mais de longo prazo, no sentido, por

exemplo, de criar-se uma cultura de prevenção de acidentes na organização ou de adotar

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cuidados específicos na elaboração de projetos de fábricas ou no design de produtos.

Várias normas focam a gestão de riscos ocupacionais. Pode-se citar, por exemplo, normas

regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego (2011) e as de outros centros de

estudos na área (FUNDACENTRO, 2005), no caso brasileiro. E normas como a BS 8800

(1996) e a OHSAS 18001 (1999), que tratam da mesma questão no Reino Unido.

Visando sempre a melhor qualidade de vida dos funcionários, as organizações produtivas têm

priorizado ações que evitem riscos ocupacionais, sobretudo em situações em que o

desenvolvem-se esforço para otimizar o próprio processo produtivo, como é o caso da

produção enxuta.

3.2. Produção enxuta

A produção enxuta é mais que uma técnica. É um sistema de gestão que cria uma cultura na

qual todos na organização melhoram os procedimentos estratégicos, táticos e operacionais

continuamente. A produção enxuta está alicerçada no Sistema Toyota de Produção e busca a

melhoria contínua no atendimento das necessidades do cliente, entregando valor, que deve ser

produzido com o mínimo de desperdícios e com o máximo de economia nos recursos

(MOTWANI, 2003; TISCHLER, 2006). Referenciais tradicionais de produção enxuta são:

Krafcik (1988); Womack, Jones e Ross (1990); Womack e Jones (1996) e; Liker (1997).

As décadas de 1990 e 2000 foram períodos de transformações da manufatura tradicional para

a produção enxuta. Muitas organizações adotaram o sistema ou nele se basearam para criar

novos sistemas. Enquanto algumas obtiveram êxito, outras fracassaram, conforme se pode

observar em referências bibliográficas como Moore e Gibbons (1997); Spear e Bowen (1999);

Bamber e Dale (2000); Emiliani (2001); Ahls (2001); Parks (2002); Alavi (2003); Stamm

(2004); Taj (2005) e; Taj (2008).

No Brasil os conceitos da produção enxuta vêm sendo largamente aplicados em diversas

organizações como, por exemplo, a Volkswagen, a General Motors, a Ford, a Toyota, a

Visteon, a Gerdau, a Eaton, a Delphi, e a Meritor (LEAN INSTITUTE BRASIL, 2011).

Outros setores produtivos brasileiros também vêm crescentemente buscando os benefícios da

produção enxuta. Contudo, muitas organizações não estão conseguindo obter os resultados

almejados utilizando os conceitos do sistema enxuto de produção (CORDEIRO, 2007).

A produção enxuta é freqüentemente associada a benefícios como redução do inventário,

redução do tempo de fabricação, aumento da flexibilidade e aumento da satisfação do cliente

(ROSS e FRANCIS, 2003). De fato, procedimentos táticos e operacionais específicos estão

disponíveis para auxiliar na obtenção de tais benefícios. Neste trabalho em particular, um

procedimento tático e operacional será utilizado como base para o método que será

desenvolvido e aplicado. Trata-se do mapeamento do fluxo de valor, um procedimento

específico da produção enxuta que pode melhorar o fluxo de valor, isto é, um o estudo do que

de fato está sendo feito e quanto isto está agregando valor ao produto (CHANESKI, 2005).

4. Método desenvolvido

O método proposto divide-se em três atividades chaves: o “mapeamento do fluxo de valor”, a

“abordagem preliminar”, e a “abordagem sistêmica”. A “abordagem sistêmica” é de caráter

opcional, isto é, pode-se finalizar o método na atividade chave “abordagem preliminar”. Na

seqüência estão apresentadas detalhadamente cada uma dessas atividades.

4.1. Mapeamento do fluxo de valor

As organizações que implementam a produção enxuta costumam conduzir mapeamentos dos

fluxos de valor. O método desenvolvido aqui requer uma alteração simples na forma de

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apresentação destes mapeamentos, seja no mapa do estado atual ou no mapa do estado futuro.

A Figura 1 ilustra a maneira de apresentação requerida para o método, em que “S” é o valor

associado à severidade do risco ocupacional caso este ocorrer; “O” é o valor associado à

ocorrência no sentido da quantidade de acidentes ocorridos no processo ou sub-processo em

questão; “D” é o valor da probabilidade de se detectar o acidente de caráter ocupacional antes

que este ocorra; “T” corresponde à soma da severidade, ocorrência e detecção; o número que

aparece no canto superior esquerdo de cada retângulo identifica o processo ou sub-processo

em questão. Processos ou sub-processos com os maiores valores de “T” estarão no topo do

ranking e serão prioritários para intervenção com melhorias.

Figura 1 – Alteração requerida no mapeamento do fluxo de valor para o método desenvolvido

Nota-se que o modelo assemelha-se à ferramenta Failure Modes and Effects Analysis

(FMEA) em relação aos índices abordados (severidade, ocorrência e detecção), porém a sua

forma de apresentação tem como vantagens a objetividade, tornando o método dinâmico e

prático. O escopo da ferramenta FMEA é determinar um conjunto de ações corretivas ou

ações que minimizem a ocorrência de modos ou causas de falha em potencial (MORETTI e

BIGATTO, 2006; STAMATIS, 2003; HELMAN, 1995).

A justificativa de se apresentar desta maneira os índices do método desenvolvido é simples:

na produção enxuta tem-se o contato permanente com o mapeamento do fluxo de valor. Ao se

acrescentar os índices a cada processo, os riscos ocupacionais estão sendo qualificados. É

importante que os mapeamentos dos processos estejam visíveis e acessíveis para todos na

organização, alertando quanto aos riscos ocupacionais. Assim, a forma de apresentação torna-

se objetiva e interessante, pois sinaliza os riscos ocupacionais como um kanban.

4.2. Abordagem preliminar

Na abordagem preliminar inicia-se o estudo dos processos ou sub-processos. Essa abordagem

está descrita na seqüência de maneira sucinta. Foram utilizados como base os procedimentos

da ferramenta FMEA, visto tratar-se de uma ferramenta muito utilizada pelas empresas e,

assim, seus respectivos procedimentos são bem conhecidos e difundidos (ROOS et al., 2009).

Ao se iniciar a abordagem preliminar, assim como na FMEA, um dos erros mais comuns da

implantação é a execução de um planejamento deficiente, ou seja, pode-se incorrer em

desvios de objetivo e limitar a utilidade dos resultados do estudo. Assim, apresentam-se os

principais pontos que devem ser planejados antes do inicio da pesquisa: (1) o processo a ser

estudado; (2) as pessoas participantes e formas de participação; (3) a pessoa responsável; (4) o

que se deve avaliar primeiro; (5) o momento de início; (6) o cronograma parcial da pesquisa;

(7) o investimento financeiro necessário e; (8) a aprovação da direção.

FORMULÁRIO ALFA Descrição: Descrição Descrição Descrição

Nome / Cargo: Nome 1/Cargo Nome 2/Cargo Nome 3/Cargo

Abreviações: S: severidade O: ocorrência D: detecção

Página X de X Original: Modificado: Modificação nº.: Número do Formulário:

Risco Potencial Efeitos S Causas O Controles D

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Total: → →

Média arredondada: → →

Figura 2 – Modelo de formulário alfa do método desenvolvido

Após o término do planejamento e das respectivas definições, passa-se à etapa seguinte. Esta

etapa refere-se ao início do preenchimento de um formulário. Este formulário será chamado

de formulário alfa, e é mostrado na Figura 2. Preenche-se o cabeçalho com as informações

pertinentes, tais como título, descrição do processo ou sub-processo, data, participantes do

grupo, e número do processo ou sub-processo ao qual o formulário se refere. Este número

deve constar no canto superior esquerdo de cada retângulo do processo ou sub-processo.

A seguir, preenche-se a coluna„„risco potencial‟‟. Deve-se descrever de maneira sucinta o

modo (ou modos) de riscos ocupacionais associados ao processo ou sub-processo em questão,

considerando-se que os riscos ocupacionais serão sempre reduções do nível de segurança

esperado. Na seqüência preenche-se a coluna„„efeito‟‟, em que se descrevem as conseqüências

de um acidente relacionado aos modos de riscos potenciais. Em outras palavras, como as

pessoas seriam atingidas se um acidente ocorresse. Completa-se a coluna correspondente à

severidade (S), que avalia a gravidade do efeito do acidente de ordem ocupacional, medida

segundo uma escala. Atribui-se valores aos índices de cada processo utilizando-se a escala

proposta na Figura 3, em que, para cada valor, existe uma justificativa e uma cor associada.

Figura 3 – Escalas aplicáveis ao formulário alfa do método desenvolvido

A coluna para indicação das possíveis „„causas‟‟ é preenchida com as condições que

propiciam a ocorrência do acidente relacionado aos modos de riscos ocupacionais. Esta etapa,

mais do que as outras, deve ser sustentada por dados ou registros da empresa, que também

servirão para facilitar o preenchimento da coluna seguinte que é a ocorrência (O). Na coluna

ocorrência apresenta-se uma avaliação que estima com que freqüência um acidente de ordem

ocupacional tem chances de ocorrer. Esta avaliação, como no caso da severidade, também é

feita através de uma escala, Figura 3.

Na coluna„„controle‟‟, identificam-se e descrevem-se as formas de controle existentes para o

acompanhamento do produto, processo ou serviço ou possibilidades que a organização possui

para identificar os acidentes de ordem ocupacional, ou causas destes, antes que estes ocorram.

A coluna detecção (D) está relacionada à anterior, pois é nela que a equipe será solicitada a

avaliar a eficácia de detectar cada acidente ocupacional ou as causas correspondentes.

Calcula-se a média correspondente aos índices de severidade, ocorrência e detecção e os

resultados inteiros, arredondados para mais, são transcritos para os espaços correspondentes

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no mapeamento do fluxo de valor. Para cada processo ou sub-processo calcula-se “T”. É

importante que todos os funcionários da organização tenham acesso aos resultados, de

preferência em murais ou meios digitais, tal como no ambiente principal da intranet, alertando

por meio das cores empregadas a localização e as características dos riscos ocupacionais.

4.3. Abordagem sistêmica

A abordagem sistêmica do método desenvolvido está relacionada com a melhoria do cenário

identificado na abordagem preliminar. Em outras palavras, trata-se de uma abordagem que

visa auxiliar no desenvolvimento do mapa do estado futuro dentro da produção enxuta. Esta é

uma abordagem opcional, ou seja, pode-se utilizá-la como seqüência do método ou não. Nesta

abordagem pretende-se zerar os índices (severidade, ocorrência e detecção) relacionados a

cada processo ou sub-processo. Para tanto, criou-se um fluxograma de melhoria, Figura 4,

para auxiliar na investigação a ser realizada em cada um dos processos ou sub-processos.

Figura 4 – Abordagem sistêmica do método desenvolvido

Na Figura 4, observa-se o uso de metodologias conhecidas para a investigação dos riscos

ocupacionais e a elaboração de ações de melhoria: a ferramenta FMEA e o diagrama dos

cinco porquês (ROTHWELL, HOHNE e KING, 2007; MILLER, 2002). Pode-se utilizar no

tratamento dos processos também outras metodologias associadas àquelas sugeridas na Figura

4, como o diagrama de causa e efeito, gráfico de Pareto, brainstorming e a matriz GUT

(ROTHWELL, HOHNE e KING, 2007; FITZSIMMONS e FITZSIMMONS, 2005).

Cabe ressaltar que os processos ou sub-processos com maior índice total ("T" na Figura 1)

deverão ser tratados prioritariamente. Na seção seguinte deste texto será apresentada a

aplicação do método desenvolvido e aqui apresentado.

5. Aplicação do método

A aplicação do método foi realizada em modo piloto em um processo de carregamento de

combustíveis pertencente a uma organização que atua na distribuição de derivados de

petróleo. No ano de 2009, esta organização distribuiu 7,84 mil metros cúbicos de derivados de

petróleo. É deste processo de carregamento de combustíveis que o problema de pesquisa

ascendente deste trabalho foi relatado. Em particular, foi exposta por engenheiros da

distribuidora a necessidade em considerar a gestão de riscos ocupacionais nos procedimentos

táticos e operacionais da produção enxuta. Isto porque os engenheiros estão implementando a

produção enxuta e querem aproveitar para englobar a gestão de riscos ocupacionais. Cabe

ressaltar que, de modo geral, organizações que trabalham com produção, transporte,

armazenamento e distribuição de derivados de petróleo apresentam um elevado grau de riscos

associado às suas atividades rotineiras, o que torna prioritária a gestão de riscos ocupacionais.

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Em função da limitação de espaço físico deste texto, não será apresentada a implementação da

produção enxuta e derivadas conseqüentes, como por exemplo, a redução e eliminação de

desperdícios no fluxo de valor. Será apresentada unicamente a aplicação do método

desenvolvido neste trabalho.

No processo de carregamento de combustíveis em questão tem-se o carregamento de

derivados de petróleo no modal ferroviário. Resumidamente são ações básicas do processo:

(1) verificar se os vagões estacionados estão de acordo com a ordem de carregamento; (2)

acionar os procedimentos de segurança; (3) alinhar os dutos de carregamento com cada vagão;

(4) liberar válvulas para carregar cada vagão; (5) carregar cada vagão de acordo com a ordem

de carregamento; (6) fechar as válvulas após o carregamento dos vagões; (7) obter amostras

dos produtos carregados nos vagões; (8) proceder com as inspeções gerais após o

carregamento dos vagões; (9) retirar os dutos de carregamento; (10) lacrar e liberar os vagões.

O mesmo grupo de pesquisa que conduziu o desenvolvimento do método apresentado neste

trabalho também conduziu a aplicação do método em modo piloto no processo em questão. O

grupo de pesquisa acompanhou o inicio do mapeamento do fluxo de valor, que foi realizado

por engenheiros da distribuidora. Na seqüência, atuou juntamente com os engenheiros

buscando aplicar no mapeamento do fluxo de valor o método desenvolvido, mais exatamente

no mapa do estado atual. O mapa do estado atual foi construído pelos envolvidos sem

limitações de tempo e recursos. Com o mapa do estado atual, Figura 5, foi possível ilustrar

mais fidedignamente os riscos ocupacionais associados ao processo de carregamento em

questão. O resultado apresentado na Figura 5 está associado à primeira e à segunda atividade

chave do método desenvolvido.

A Figura 6 apresenta o formulário alfa desenvolvido para o sub-processo 3. Por limitações de

espaço físico do texto, os demais formulários alfa (demais sub-processos) não puderam ser

apresentados.

O formulário da Figura 6 e os demais documentos desenvolvidos para os outros sub-processos

são o resultado preliminar do estudo piloto na organização, concebido pelo grupo de pesquisa

que atuou no desenvolvimento do método e que participou das atividades de mapeamento do

fluxo de valor, revisão e discussão sobre os riscos ocupacionais presentes no ambiente de

trabalho da distribuidora. Contudo, cabe ressaltar que a direção da distribuidora está

interessada na aplicação completa do método desenvolvido e, deste modo, pretende executar a

terceira atividade chave: a abordagem sistêmica.

6. Resultados

Com a aplicação do método no processo de carregamento de combustíveis, foi realizado o

mapeamento do fluxo de valor e, posteriormente, a análise do processo sob o ponto de vista

da gestão de riscos ocupacionais. Esses procedimentos possibilitaram que os engenheiros da

organização pudessem analisar o processo considerando a gestão de riscos ocupacionais nos

procedimentos táticos e operacionais da produção enxuta. Constatou-se, mesmo em modo

piloto, que o método foi útil para a organização, pois tornou os pontos críticos visíveis e de

fácil interpretação para todos os envolvidos no processo abordado.

De fato, a aplicação do método desenvolvido permitiu adicionalmente observar e constatar o

seguinte perfil da distribuidora de combustíveis: apesar do grande porte da organização, das

atividades envolvendo grandes volumes de derivados de petróleo, o que torna o ambiente de

trabalho altamente perigoso e sujeito a graves acidentes, não existem procedimentos táticos

formais de controle de acidentes e procedimentos operacionais que registrem as ações

preventivas realizadas. No entanto, os funcionários são treinados e preparados para ações

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corretivas e conhecem os procedimentos a serem seguidos em suas funções.

Neste contexto, a visualização dos índices dos riscos ocupacionais diretamente nos

mapeamentos dos fluxos de valor permitiu um entendimento mais rápido do que ocorre no

contexto do risco ocupacional. Em particular, a visualização dos índices despertou a

preocupação dos engenheiros em formalizar as políticas de prevenção de acidentes e

documentar as ações preventivas, já que estes engenheiros são os responsáveis pela segurança

do trabalho na respectiva organização.

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Figura 5 – Mapa do estado atual do caso prático considerado para aplicação do método desenvolvido

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FORMULÁRIO ALFA Descrição: Sub-processo 3 Acoplagem do cabo terra

Nome / Cargo: Nome 1/Engenheiro Nome 2/Engenheiro Nome 3/Supervisor Nome 4/Pessoa externa Nome 5/Pessoa externa

Abreviações: S: severidade O: ocorrência D: detecção

Página 3 de 15

Original: 28/fevereiro/2010 Modificado: 16/março/2010 Modificação nº.: 000001 Número do Formulário:2010010

Risco

Potencial Efeitos S Causas O Controles D

Acidente com

pequena descarga

elétrica do vagão

Possível choque

elétrico de baixa

voltagem e

amperagem no

trabalhador

Possível

queimadura de

primeiro grau no

trabalhador

1 Vagão com pequena carga

elétrica 2 Teste prévio de carga elétrica 1

1 Vagão sem manutenção

elétrica 1

Procedimento padrão de

manutenção do vagão 2

1 Trilhos com problemas de

aterramento 0

Manutenção preventiva nos

trilhos 0

1 Trabalhador sem

equipamentos de proteção 1

Auditorias do dep. de

segurança do trabalho 0

1 Erro humano em geral 1 Sem controle aparente 1

1 Falhas elétricas em geral 1 Procedimento padrão de

manutenção elétrica 0

Incidente com

pequena descarga

térmica do vagão

Possível

queimadura de

primeiro grau no

trabalhador

1 Vagão com pequena carga

térmica 2 Teste prévio de carga térmica 1

1 Vagão com problemas

mecânicos 1

Procedimento padrão de

manutenção do vagão 2

1 Trabalhador sem

equipamentos de proteção 0

Auditorias do dep. de

segurança do trabalho 0

1 Erro humano em geral 1 Sem controle aparente 0

Incidente com

desprendimento

do cabo terra do

vagão

Possível

hematoma no

trabalhador

0 Plugue com problemas 1 Manutenção preventiva dos

cabos terra 1

0 Plugue mal acoplado por erro

humano 1

Possível instalação de um

Poka Yoke 1

0 Trabalhador sem

equipamentos de proteção 0

Auditorias do dep. de

segurança do trabalho 1

0 Vagão com problemas no

plugue 1

Procedimento padrão de

manutenção do vagão 1

Total: 10 → 13 → 11

Média arredondada: 1 → 1 → 1

Figura 6 – Formulário alfa do sub-processo 3 do caso prático considerado

Assim, com a aplicação em modo piloto, pode-se afirmar que uma investigação mais

aprofundada sobre a segurança do ambiente de trabalho fez com que as pessoas tivessem a

real percepção da necessidade da utilização de métodos de detecção e avaliação de riscos

ocupacionais. E no que tange a esta necessidade, o método desenvolvido e aplicado aqui se

mostrou adequado, sem gerar custos excessivos à organização. De fato, a organização

considerou os investimentos realizados nesse âmbito como capazes de gerar um retorno de

qualidade e confiabilidade para o cliente, à organização, à sociedade e ao meio ambiente.

7. Considerações finais

Um método que considera a gestão de riscos ocupacionais no mapeamento do fluxo de valor

da produção enxuta foi desenvolvido e aplicado em modo piloto em um caso prático.

Contudo, a continuidade desta pesquisa está sendo conduzida com a aplicação do método em

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outros casos práticos. Esta continuidade é motivada principalmente pela intenção em obter

resultados mais consistentes da real viabilidade em utilizar o método proposto neste trabalho.

De fato, não se pretende sustentar a tese de que o método desenvolvido neste trabalho é um

meio efetivo para a gestão de riscos ocupacionais no mapeamento do fluxo de valor da

produção enxuta. Pretende-se apenas apresentar uma opção, entre tantas disponíveis, para

gerenciar riscos ocupacionais, tendo-se como principal motivador a importância da segurança

do trabalho no contexto dos diferentes sistemas de gestão, como no caso, da produção enxuta.

Verificou-se com a aplicação em modo piloto que o método desenvolvido apresenta baixa

complexidade e baixo custo de utilização, gerando uma análise customizada dos riscos

ocupacionais. Visualizando uma situação prática, observa-se a importância de customizar a

análise. Por exemplo: em uma organização distribuidora de combustíveis, no processo de

verificação do volume contido em tanques de armazenagem, tem-se o risco de incêndio do

tanque quando o trabalhador mergulha o instrumento de medição no combustível. Neste caso,

a organização deve priorizar a detecção deste risco, pois mais importante que saber o quanto

severo é o eventual acidente ou quais as chances de ocorrência deste, é saber quais as chances

que se tem para detectar o acidente antes que este de fato venha a ocorrer.

Assim, a realização deste estudo proporcionou uma reflexão acerca da gestão de riscos

ocupacionais, além de mostrar a importância da utilização do método desenvolvido no sistema

de gestão denominado produção enxuta. A limitação deste estudo são os resultados derivados

de apenas um caso prático – estudo de caso piloto. Ainda que o estudo forneça evidências da

viabilidade em utilizar o método desenvolvido neste trabalho, deve-se reconhecer que são

limitadas a um único caso prático. Metodologicamente, não se podem generalizar as

inconsistências específicas nos resultados para outros contextos. Pesquisas futuras devem

enfocar novas aplicações do método para investigar se existem diferenças significantes nos

resultados quando confrontadas as diversas situações práticas em estudo. De todo modo, o

presente trabalho relata um método que se mostrou viável do ponto de vista de sua aplicação

prática e capaz de alcançar os objetivos pretendidos.

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