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ESTUDO DO PERFIL DO PROFISSIONAL DE MARKETING DIGITAL NO MERCADO DE FORTALEZA

Laodiceia Amorim Weersma, Cristiana Glaudma Gomes Rocha, Eleazar de Castro

Ribeiro, Francisco Elino Luciano da Silva (Centro Universitário Estácio; Unichristus)

Resumo: As transformações tecnológicas têm promovido mudanças e, em decorrência, as agências de marketing identificaram um novo nicho de mercado diante do surgimento das mídias sociais direcionando suas ações na perspectiva digital, o que tem propiciando o surgimento de novos profissionais. Neste contexto, esse artigo tem como analisar o perfil do profissional junto às agências de marketing digital de Fortaleza. Para tanto, utiliza-se de pesquisa de natureza exploratória-descritiva, com abordagem quali-quantitativa, mediante método não probabilístico de amostragem e aplicação de questionário estruturado para preenchimento online junto a amostra composta por 70 profissionais e 15 agências, totalizando 85 respondentes. Os resultados permitiram caracterizar o perfil do profissional com maioria de sexo feminino, entre 20 e 30 anos de idade, ainda em formação acadêmica, principalmente nos cursos de publicidade e propaganda, jornalismo e marketing, atuando em agências de marketing digital, com salários de menos de R$ 1.000,00 a R$ 1.500,00 e com menos de um ano de experiência. Esses profissionais atuam principalmente nos cargos de: analista e coordenador de mídias sociais, analista de marketing digital e analista de métricas e monitoramento. Uma vez que as agências de marketing digital são, em sua maioria, com no máximo quatro anos de atuação no mercado e, portanto, caracterizando-o como um mercado ainda em desenvolvimento, cabe às agências capacitar esses profissionais que estão, por sua vez, ainda em desenvolvimento.

Palavras-chaves: Marketing Digital; Agências de Fortaleza; Perfil Profissional

ISSN 1984-9354

X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014

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1 INTRODUÇÃO

As transformações tecnológicas têm promovido constantes mudanças no meio social

corroborando para a difusão de novas regras e gerando demandas que antes não existiam. O fluxo

de comunicação tende a tornar-se intenso reconsiderando o ambiente de negócios. Em

decorrência, as agências de marketing identificaram esse nicho de mercado devido às mídias

sociais e passaram a direcionar suas ações na perspectiva digital.

Dessa forma, com o aparecimento das agências de marketing digital, surge uma gama de

novos profissionais que passaram a ser cada vez mais exigidos pelas empresas, com formação

especializada e experiência na área, fazendo surgir uma lacuna, proporcionada pela urgência das

agências digitais e das grandes marcas, por profissionais qualificados.

Tal necessidade fica evidenciada na pesquisa realizada pela Associação Brasileira das

Agências Digitais do Rio de Janeiro (ABRADI-RJ, 2012), na qual se comprovou que, nas 40

agências filiadas, onze diferentes profissionais citados na referida pesquisa, dentre eles Diretor de

Tecnologia, Planejamento Pleno e Designer Junior, estão em falta no mercado digital, “porém,

programadores, designers plenos e analistas de mídias sociais são os mais procurados e mais

escassos no mercado com quase 70% do total de vagas em aberto nas empresas”.

Para além dessa análise, a ABRADI-RJ (2012) salienta ainda que o mercado brasileiro está

“longe do ponto de saturação de usuários ativos na internet, com apenas 37% da população com

acesso a rede”. Assim, “o número aumenta a cada ano em função da redução de custo da conexão

doméstica, das ações do programa de inclusão digital do governo e pela força exercida pela

sociedade”. Esses dados demonstram o potencial do mercado digital com forte tendência a

continuar crescendo e com isso aumentar a demanda por mais profissionais na área.

A essencialidade do tema assume relevância pela natureza do marketing digital, como

sendo um meio dinâmico de comunicação e relacionamento com o cliente. Além disso, o interesse

pelo tema se deve à emergência da problemática relacionada ao crescimento e a oferta de

profissionais qualificados em conformidade com as exigências das agências frequentemente

divulgadas pela mídia especializada e/ou geral.

Em decorrência do exposto, observa-se a importância que assume a natureza do marketing

digital como sendo um meio dinâmico de comunicação e relacionamento com o cliente. Tal

aspecto motivou a autora para uma investigação mais aprofundada, visando contribuir para a


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discussão do tema. Diante do exposto, o objetivo da pesquisa é analisar o perfil do profissional

junto às agências de marketing digital no mercado de Fortaleza.

Ademais o artigo consta além desta introdução de quatro outras seções. A segunda seção

constituiu-se no referencial teórico que embasa o estudo. Em seguida, tem-se a metodologia

utilizada na consecução da pesquisa, para, a partir daí, apresentar a análise dos resultados da

pesquisa. Por fim, delineiam-se as considerações finais acerca do estudo.

2 O MARKETING DIGITAL E A COMUNICAÇÃO COM O CLIENTE

A evolução da tecnologia, influenciada pelo acesso cada vez mais fácil a internet,

proporcionou uma evolução na forma de pensar a comunicação. Dessa forma, a comunicação

interativa - na qual as pessoas têm total liberdade para opinar, criticar e elogiar - tornou-se um

meio de aproximar o cliente da empresa por meio da rede, criando assim, uma nova cultura. Nesse

contexto, a internet trouxe um novo formato de comunicação baseado em três pontos básicos:

relacionamento, interatividade e não linearidade.

Sendo assim, as pessoas que já se encontram familiarizadas com este meio e aqueles que já

nasceram nele, não mais se satisfazem com a comunicação convencional, que os obriga a ter

contato com o que não têm interesse para, só depois, atingirem o conteúdo que realmente desejam

ver. Portanto, pensar em comunicação interativa é pensar nesses três pontos basilares da

comunicação.

Mesmo que seja o marketing digital uma variável do marketing, dito convencional, e

possua conceitos próprios deste, é necessário salientar que existem diferenças entre um e outro.

Segundo Kendzerski (2005), marketing digital são todas as ações feitas através da Internet que

visam: ampliar os negócios da empresa, desenvolver campanhas de relacionamento digital com

seu público alvo e fortalecer sua marca no mercado.

O marketing digital proporciona às empresas o aprimoramento do relacionamento com

seus clientes, por meio da utilização de ferramentas de comunicação digital, como as mídias

sociais e o e-mail marketing, e ainda permite a utilização de estratégias interativas, como fóruns

ou enquetes, proporcionando a aproximação dos usuários com a empresa.

No marketing digital o foco é desenvolver estratégias por meio da internet, onde as

organizações e os consumidores buscam interação, possibilitando a troca dinâmica de

informações. Em suma, “Marketing Digital, corresponde a toda concentração de esforços no


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sentido de adaptar e desenvolver estratégias de marketing no ambiente Web” (OLIVEIRA, 2000,

p. 4).

As empresas passaram, então, a desenvolver o marketing digital de maneira eficiente

aliando-o a possibilidade de estar em todos os locais ao mesmo tempo, por meio da mobilidade e

da interatividade. Entretanto, para que uma empresa obtenha sucesso com sua estratégia

direcionada ao marketing digital é necessário realizar um planejamento eficiente de suas ações.

Torres (2009), salienta que o segredo do sucesso do marketing digital é o valor que este

agrega, proporcionando melhor abordagem para cada empresa, focando em seus produtos,

serviços e área de competência, cabendo a cada empresa ajustar as informações que possui sobre

seu cliente para usá-las de forma adequada.

Cabe ressaltar que a comunicação, que antes era de “um para muitos” passa a ser de

“muitos para muitos”. O ambiente digital permite a criação de conteúdo, quer seja individual ou

colaborativa, assim como a distribuição deste, em forma de textos, imagens e vídeos, em uma ou

mais plataformas, passando a ser compartilhada sem o controle da empresa (GRAEFF, 2009).

Assim, como forma de divulgar seus produtos ou serviços, as empresas se depararam com uma

nova forma de fazer marketing digital, por meio das Mídias Sociais. Segundo Torres (2009, p.74),

“as mídias sociais são sites na Internet construídos para permitir a criação colaborativa de

conteúdo, a interação social e o compartilhamento de informações de diversos formatos”.

Torres (2009) amplia essa perspectiva, afirmando que os sites não permitem a criação, nem

tão pouco o compartilhamento de conteúdos e informações, pelas e para as pessoas. Essas mídias

recebem a denominação “social” por ser livres e abertas à interação de todos, assim como recebem

o termo “mídia” por ser um meio de transmissão de conteúdo e informações.

Dessa forma, à medida que as chamadas mídias sociais se tornam cada vez mais

expressivas, consumidores passam a influenciar cada vez mais outros consumidores, mediante

suas experiências e opiniões. Como são de baixo custo e pouco tendenciosas, elas despontam

como o presente e o futuro das comunicações de marketing (KARTAJAYA; KOTLER;

SETIAWAN, 2010).

Nesse sentido, pode-se perceber que as conexões entre amigos em sites de networking

social, como o Facebook e o Instagram, também podem ajudar as empresas a desenvolver insights

sobre o mercado. Essa possibilidade torna-se realidade ao passo que os profissionais de marketing

digital possuem ferramentas que permitem monitorar como os usuários interagem com suas

marcas, identificando seus interesses e seus concorrentes.


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Essas ferramentas permitem não apenas o monitoramento, mas também possibilitam a

mensuração de suas ações nas mídias sociais ou no ambiente virtual, de uma forma geral. Tal

mensuração ocorre através de números reais, como quantidade de cliques e/ou pessoas alcançadas,

indicações que, em um anúncio ou em uma ação off-line seria muito difícil de medir (TORRES,

2009).

Ante o exposto, nota-se a enorme visibilidade que as mídias sociais têm em virtude da forte

rede de comunicação fundamentada no relacionamento. Portanto uma comunicação realizada de

forma adequada, utilizando um conteúdo planejado e em grande volume tende a trazer grandes

benefícios a uma empresa e à sua marca.

2.1 Gestão do desenvolvimento de pessoas e o perfil do profissional

O talento e as capacidades humanas, na sociedade do conhecimento, são vistos como

fatores competitivos obrigatórios no mercado de trabalho atual. Entretanto, esses fatores precisam

ser vistos do ponto de vista dos colaboradores e não dos concorrentes. Assim, as definições para a

Gestão de Pessoas são o “conjunto de políticas e práticas necessárias para conduzir os aspectos da

posição gerencial relacionados com as pessoas ou recursos humanos, incluindo recrutamento,

seleção, treinamento, recompensas e avaliação de desempenho” (CHIAVENATO, 2010, p. 8).

Vale ressaltar que a Gestão de Pessoas emprestou às empresas o conceito de que seu

principal ativo, as pessoas, são elementos impulsionadores da organização, capazes de dotá-la de

talento, inteligência e conhecimentos indispensáveis à sua renovação contínua e competitividade

em um mundo de constantes desafios e mudanças.

Entretanto, a falta de mão de obra qualificada é um dos principais temas abordados por

empresas de todas as áreas, principalmente dos dirigentes da área digital e o seu constante

crescimento nos últimos anos, sendo um exemplo do superaquecido mercado de agências digitais

espalhadas por todo o país, atraindo profissionais de outras áreas, por suas características

generalistas.

O número de agências de marketing digital no Brasil cresceu de 2.787 em 2011, para 3.094

em 2012, um crescimento de 11,02% segundo dados divulgados pela Associação Brasileira das

Agências Digitais – ABRADI (2012). Ainda segundo a ABRADI (2012), o número de agências de

marketing digital tem crescido em média 24,87%, com decréscimo somente na região Sul que

passou de 596 agências em 2011, para 515 agências em 2012. Em número de agências ativas, o


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Sudeste possui o maior número de empresas ativas nessa área com 1.616 unidades, seguida pelo

Nordeste com 549 agências, depois pelo Sul com 515 agências, Centro Oeste com 246 agências e

finalmente em 5ª posição a região Norte com 168 agências.

Dessa forma, face ao crescimento desse mercado, a escassez de profissionais de marketing

digital e de mídias sociais deixou de ser uma novidade para quem atua no setor. Em quase todos

os estados brasileiros, torna-se cada vez mais caro e difícil contratar profissionais qualificados.

É possível perceber que o marketing assim como a comunicação digital, possuem

peculiaridades bem diversas do marketing e da comunicação tradicional. Em uma rápida busca nas

faculdades e universidades locais identifica-se o surgimento de alguns cursos mais específicos

relacionadas ao marketing digital, e-commerce ou mídias sociais.

Contudo, ainda são cursos muito superficiais, com profissionais que atuam no mercado,

mas não possuem maior especialização acadêmica na área. Tais cursos demonstram-se

insuficientes, ou mesmo, incapazes para formar um profissional na área. Assim, não basta uma

formação acadêmica em outras áreas sem um que haja foco no marketing digital, especificamente

(ARAÚJO, 2012).

Por outro lado, para realizar uma análise do perfil profissional na área do marketing digital

é necessário conceituar o perfil, como sendo os pré-requisitos profissionais do indivíduo. Segundo

Chiavenato (2010), perfil profissional é a relação das exigências da empresa com as competências

do indivíduo. O autor ressalta que o período de experiência do profissional em uma empresa serve

não apenas para que o mesmo se habitue as funções, mas também para que o empregador avalie a

necessidade e as possibilidades de avaliar e efetivar o candidato.

Sobre o perfil do profissional de marketing digital Torres (2009), afirma que o mesmo

deve ter formação básica em Marketing, conhecimento básico em metodologias de planejamento e

gestão de tempo, formação em marketing digital e planejamento estratégico para essa área, possuir

uma metodologia de trabalho como gestor ou consultor de marketing digital, desenvolver uma

rede de contatos em marketing digital e, finalmente, atualização constante através de livros,

artigos e blogs.

Nesse contexto, Araújo (2012) destaca que a falta de profissionais de marketing digital e

mídias sociais já não é uma novidade para quem atua no setor. Os sites e blogs especializados na

área, em quase todos os estados do Brasil, explanam a grande dificuldade das empresas em

contratar profissionais na área de marketing digital.


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Araújo (2012), em análise a essa referida dificuldade de contratação, comenta que as

reclamações mais frequentes das agências quando procuram um candidato para preencher uma

vaga são, conforme Quadro 1:

Motivo Descrição

Falta de capacitação técnica Os profissionais existentes no mercado atual possuem graduações em áreas como jornalismo, publicidade e marketing, mas sem especialização em marketing digital.

Falta de experiência profissional

As agências têm contratado estagiários com o intuito de preparar novos profissionais aptos a serem efetivados, devido a ausência de profissionais com experiência no mercado.

Salários praticados pelos grandes mercados

Os grandes mercados praticam salários altos, em virtude da escassez de profissionais experientes, pagando-os a preço de ouro para mantê-los.

Perfomance individual Devido a falta de experiência os profissionais demonstram baixa performance individual.

Relacionamento com a chefia e com a equipe

Os profissionais, devido a pouca experiência têm tido dificuldades em se relacionar com a chefia e com a equipe.

Quadro 1 – Dificuldades para contratação de profissionais Fonte: Adaptação a partir de Araújo (2012)

O autor salienta ainda que “a falta de profissionais capacitados para atuar nestes segmentos

tem causado dificuldades para muitas empresas que estão iniciando suas estratégias na web, e

impedido o crescimento de outras que já atuam com marketing digital” (ARAÚJO, 2012).

Em virtude da ausência de profissionais mais especializados na área, as agências de

marketing digital têm contratado profissionais com know row mais generalista, tanto na questão da

formação acadêmica quanto no que diz respeito à experiência profissional. As agências, na

maioria das vezes, tem urgência em preencher as necessitando de profissionais que consigam

aplicar seus conhecimentos e experiência de forma imediata em suas áreas de atuação (ARAÚJO,

2012).

Todavia, para que seja possível entender as nuances existentes no mercado de marketing

digital, é necessário definir dois termos muito utilizados na gestão de pessoas: cargo e função,

onde, segundo Chiavenato (2010), cargo é o nome que se dá a posição que uma pessoa ocupa

dentro da empresa e função é o conjunto de tarefas e responsabilidades relacionadas a esse cargo.


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Silva (2012) descreve os principais profissionais que trabalham com mídias sociais, a

saber, segundo Quadro 3.

Cargo Função

Analista de Mídias Sociais

Criar conteúdo para blogs e para redes sociais; fazer planejamento estratégico; realizar atendimento ao cliente – SAC 3.0; criar ações promocionais; gerar relatórios de desempenho.

Analista de Métricas e Monitoramento

Monitorar campanhas e presença online; interpretação de dados quanti e qualitativos; produção de relatórios de performance; recomendações a partir dos dados coletados.

Coordenador de Mídias Sociais

Coordenação da equipe mídias sociais; gestão dos profissionais da área, das atividades e criação/implementação de novos projetos voltados às redes sociais; gestão de conteúdo/pauta a desenvolvidos em redes sociais.

Analista de Marketing Digital

Planejar, criar, gerir e acompanhar os resultados de campanhas para ambiente on-line; identificar necessidade de campanhas específicas para cada seção/região; acompanhar e monitorar o desempenho das campanhas.

Assessor de Comunicação

Elaboração de relatórios periódicos; assessoria de imprensa; publicidade e propaganda e relações públicas; fazer a relação entre os projetos da instituição e a sociedade, divulgando seus valores e buscando novas parcerias.

Quadro 2 – perfis e responsabilidades dos profissionais de redes sociais Fonte: Adaptado a partir de Silva (2012)

A ABRADI (2012), em sua pesquisa salarial identificou que as maiores dificuldades para

contratação estão relacionadas à baixa performance individual, falta de capacitação técnica,

inadaptação a cultura da empresa, ausência de experiência na função, problemas de

relacionamento com chefia e/ou equipe, mudança de perspectiva de carreira, ausência de formação

acadêmica na área ou em áreas correlatas.

Silva (2012) identifica o perfil do profissional de monitoramento de mídias sociais da

seguinte forma: as mulheres são maioria entre os analistas de mídias sociais com 52,4%, a região

Sudeste possui maior número de profissionais com 54,7%, seguido do Nordeste representado por

26% dos entrevistados. O item escolaridade demonstra que 41,5% são graduados em sua maioria

em Publicidade e Propaganda ou Jornalismo, 33,9% possuem especialização/MBA, em sua

maioria, em Marketing e Marketing Digital e 19,7% são estudantes de graduação. Os cargos mais

indicados foram: o analista de mídias sociais com 21,98%, seguido pelo analista de métricas e

monitoramento com 6,04% das indicações.


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Waengertner (2013, p. 77), afirma que “o mercado de web apresenta dezenas de papéis,

que vão desde o programador até os especialistas em conteúdo e web analytics. Cada uma dessas

funções requer um conjunto bastante específico de conhecimentos e habilidades”. Atualmente, a

prática mais comum nas agências, é contratar profissionais a partir do conhecimento geral destes e

não por sua especialização na área. A maior parte das vagas, dentro desse mercado, se concentra

na produção de conteúdo e gestão das redes, no qual o profissional acaba sendo responsável “por

planejar campanhas, criar estratégias e ações táticas, além de pensar no visual dos canais e análise

de resultados” (WAENGERTNER, p. 77, 2013).

Pode-se perceber, então, com base no que foi discutido, que o perfil do profissional do

marketing digital, atualmente, ainda é o generalista, oriundo de outras áreas de atuação e que age

de forma multidisciplinar assumindo vários papéis e acumulando funções. Entretanto, esse

profissional busca agir estrategicamente com o intuito de atingir o público-alvo, melhorando o

posicionamento da marca e gerando relacionamento com seu cliente.

3 METODOLOGIA

Considerando a afirmação de que metodologia “é o conjunto de procedimentos e métodos

aplicáveis numa ciência. É o caminho do pensamento e a prática exercida na abordagem da

realidade” (BARBOSA, 2001, p. 172). Destaca-se que para o desenvolvimento do presente estudo,

foi realizada uma pesquisa exploratória e descritiva. A natureza exploratória, com abordagem

quantitativa, na qual se tem o método não probabilístico de amostragem e levando em conta o

critério de acessibilidade. Quanto ao aspecto descritivo, conta-se com a análise, comparação e

inferências feitas a partir dos resultados da pesquisa de campo.

Destaca-se que o ambiente investigado é composto pelas agências marketing digital através

do meio virtual, com o qual foi aplicado questionário para preenchimento online, garantindo,

assim, o anonimato dos entrevistados.

O questionário foi aplicado junto aos proprietários, sócios, executivos e demais

funcionários das agências de marketing durante o mês de maio de 2013, contando com uma

amostra composta por 70 profissionais e 15 agências, totalizando 85 respondentes.

4. ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA


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4.1 Perfil dos respondentes

Com o intuito de analisar o perfil do profissional de marketing digital no mercado de

Fortaleza os resultados da presente pesquisa foram divididos em duas etapas: o estudo do perfil

dos profissionais por eles mesmos; e, o estudo do perfil dos profissionais por meio dos gerentes de

agências de marketing digital que atuam na área digital no mercado de Fortaleza.

Gráfico 1: Perfil dos profissionais quanto ao sexo e quanto a faixa etária dos profissionais Fonte: Dados da pesquisa, 2013

Quanto ao sexo dos respondentes percebe-se a predominância do sexo feminino com

53,03% dos resultados, enquanto 46,97% dos respondentes são do sexo masculino. Apesar de a

maioria dos respondestes terem sido identificado como sendo do sexo feminino a diferença entre

os dois foi muita pequena. Quanto à idade dos profissionais 43,94% dos respondentes têm entre 20

e 25 anos de idade, 31,82% têm entre 26 e 30 anos de idade, caracterizando os profissionais como

jovens, em sua maioria, uma vez que os profissionais acima de 36 anos de idade totalizam apenas

7,58% dos respondentes.


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Gráfico 2: Quanto a faixa salarial e quanto a escolaridade Fonte: Dados da pesquisa, 2013

Quanto à faixa salarial 36,36% dos profissionais responderam receber uma faixa salarial

entre R$ 1.001,00 e R$ 1.500,00 seguidos dos respondentes que disseram receber menos de R$

1.000,00 pelos serviços representando 22,73% dos respondentes, depois 19,70% responderam

receber entre R$ 1.501,00 e R$ 2.000,00. Quanto à escolaridade dos entrevistados, 43,94% possui

ensino superior incompleto e 28,79% já são graduados, seguidos dos que já possuem

especialização ou MBA que representam 22,73% da amostra. Os resultados encontrados sobre a

faixa salarial estão relacionados ao fato de que a maioria da amostra ainda não possui formação

acadêmica superior completa.

Gráfico 3: Quanto ao curso de graduação e quanto ao tipo de empresa Fonte: Dados da pesquisa, 2013

Quanto ao curso de graduação cursado pelos entrevistados 37,88% respondeu estar

cursando ou ter cursado o curso de publicidade e propaganda, 24,24% cursa ou está cursado o

curso de marketing e 16,67% cursou ou cursa jornalismo, ratificando os principais cursos descritos

anteriormente neste artigo por especialistas do mercado. Quanto ao tipo de empresa na qual os

entrevistados atuam 37,88% trabalham em agências de marketing digital, enquanto 25,76% atuam

em empresas que trabalham sua marca nas redes sociais e utilizam os serviços de um profissional

para isso. O resultado demonstra que agências ainda são as maiores empregadoras e que as demais

empresas têm buscado profissionais da área para desenvolver o trabalho.


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Gráfico 4: Quanto ao cargo que ocupa atualmente e quanto ao tempo de experiência Fonte: Dados da pesquisa, 2013

Quanto ao cargo que os entrevistados ocupam atualmente 30,30% responderam que atuam

como analista de mídias sociais e 27,27% ocupam o cargo de analista de marketing digital.

Enquanto apenas 3,03% dos entrevistados ocupam o cargo de analista de métrica e

monitoramento. Outros profissionais que atuam na área de marketing digital também responderam

a pesquisa, tais como: coordenador de projetos, desenvolvedor web, web designer, social media

planner, assistente de marketing, analista SEO, consultor de e-commerce, consultor de marketing e

webwriter.

Quanto ao tempo de experiência 36,36% dos entrevistados atuam na área a menos de um

ano e 33,33% possuem entre 1 e 2 anos de experiência. Mais uma vez os resultados comprovam

uma das reclamações mais citadas pelo mercado, de um modo geral, uma vez que os profissionais

não possuem muita experiência na área de marketing digital. Quanto as agências de marketing

digital e demais empresas, encontrou-se os seguintes resultados:

Gráfico 5: Core Competence e quanto ao porte da empresa Fonte: Dados da pesquisa, 2013


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Quanto à competência estratégica da empresa, 58,33% os gestores responderam que atuam

como agência de marketing digital e o mesmo percentual afirma ser uma microempresa, no qual

50% operam em ambiente off & online e 41,67% atuam somente em ambiente online e somente

8,33% atuam somente em ambiente off-line. Quanto à quantidade de funcionários, as empresas

possuem de 3 a 25 colaboradores.

Quanto ao principal produto da empresa, os entrevistados apontaram os produtos a seguir:

marketing digital, monitoramento de redes sociais, atendimento 2.0, desenvolvimento de

aplicativos, cursos de capacitação, varejo, conteúdo web, website, lojas virtuais, gestão de redes

sociais e consultoria de marketing. Quanto ao tempo de atuação, há empresas com seis meses de

mercado e de dois até quinze anos de atuação no mercado.

4.2 Principais cargos nas agências digitais de Fortaleza

Proporcionando o alcance do primeiro objetivo que visava identificar quais os cargos mais

importantes nas agências de marketing digital em Fortaleza, chegou-se aos seguintes resultados:

Quando perguntou-se aos profissionais o que poderia torna-los mais aptos para contratação

no mercado de marketing digital, considerando as exigências do mesmo, os fatores

profissionalização, formação acadêmica, especialização na função, participação em cursos e

eventos e domínio de tecnologias e ferramentas online, nessa ordem, possuem nível de

importância entre moderado e muito forte. Desataca-se, entretanto que a profissionalização, com

47,69% das indicações e o domínio de tecnologia e ferramentas online, com 43,08% das

indicações, demonstraram maior importância na pesquisa, enquanto a formação acadêmica

alcançou resultado entre forte e moderado.

Gráfico 6: Quanto ao cargo que ocupa atualmente Fonte: Dados da pesquisa, 2013


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A mesma pergunta foi feita aos gestores das agências de marketing digital com o objetivo

de confrontar os dados para proporcionar uma resposta mais consolidada ao primeiro objetivo

específico deste estudo, com resultados a saber:

Gráfico 7: Quanto aos cargos mais importantes para a empresa Fonte: Dados da pesquisa, 2013

Perguntou-se também aos gestores sobre os cargos mais importantes para o

desenvolvimento das atividades da empresa, obtendo que o analista de mídias sociais com 66,67%

das indicações é o cargo mais importante para as empresas, seguido do coordenador de mídias

sociais e o analista de marketing digital com 50% das indicações e por fim, pelo analista de

métricas e monitoramento com 41,67% de indicações dos gestores.

Tal resultado demonstra a importância das mídias sociais e do marketing digital para as

empresas em questão. As empresas indicaram ainda outros cargos, tais como: o desenvolvedor

web, o jornalista, o profissional de atendimento, mídi, analista de links patrocinados, o redator, o

analista SEO, o diretor de criação e o coordenador de planejamento.

4.3 Principais dificuldades para contratação de novos profissionais

A pesquisa seguiu no intuito de alcançar o segundo objetivo específico que visa identificar

quais as principais dificuldades das empresas para contratar novos profissionais de marketing

digital em Fortaleza, com resultados a saber:


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Gráfico 8: Quanto as maiores dificuldades para a contratação de novos profissionais Fonte: Dados da pesquisa, 2013

Quanto as maiores dificuldades para a contratação de novos profissionais de marketing

digital, 58,33% destacaram a falta de experiência como a maior dificuldade enfrentada pelo

mercado atual, 50% das indicações apontam a falta de capacitação técnica como um fator de

dificuldade para novas contratações muito forte, enquanto 33,33% apontaram o déficit de

performance individual como uma grande dificuldade para novas contratações. Destaca-se ainda

que os salários praticados pelos grandes mercados representam uma dificuldade moderada para as

agências do mercado local, com 66,67% das indicações, complementando os resultados

encontrados na parte da pesquisa realizada com os profissionais.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados demonstraram que o perfil do profissional de marketing digital no mercado

de Fortaleza corrobora o perfil indicado pelos especialistas e agências digitais do restante do

Brasil, conforme evidenciado na pesquisa. Fatores como experiência, formação acadêmica e

profissionalização confirmaram-se como quesitos de extrema relevância para a realização das

atividades de uma agência de marketing digital ou para empresas que desenvolvem trabalhos

nessa área, posicionando sua marca em ambiente virtual.

Destaca-se que o estudo permitiu cruzar os dados provenientes da pesquisa empirica,

possibilitando identificar os principais cargos procurados pelas empresas e os cargos mais

exercidos pelos profissionais entrevistados, que neste caso são o analista e o coordenador de

mídias sociais e o analista de marketing e o analista de marketing digital, o que possibilitou


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também o alcance do primeiro objetivo específico, que visava verificar quais os cargos mais

procurados pelas agências de marketing digital em Fortaleza.

A pesquisa permitiu ainda perceber que a principal dificuldade das empresas está em

encontrar profissionais formados e com experiência, dificuldade ratificada quando o resultado com

os profissionais demonstrou que estes têm menos de um ano a dois anos de experiência em suas

atividades profissionais, sendo que a maioria ainda se encontra em processo de formação

acadêmica.

Ademais, os profissionais indicaram a profissionalização e o domínio das tecnologias e

ferramentas online como os principais fatores de melhoria para ajudar na contratação no mercado

de marketing digital no mercado atual. Em contrapartida, as empresas apontaram a performance

individual como uma importante dificuldade em contratar novos profissionais.

As empresas, por sua vez, em sua maioria, agências de marketing digital, são novas no

mercado, do tipo microempresa e que possuem, em sua maioria, no máximo 25 colaboradores,

com atuação no mercado off-line e online e que tem como principal produto aqueles relacionados

ao ambiente web.

Diante do exposto, é possível perceber que objetivo geral proposto foi alcançado uma vez

que foi possível identificar que a maioria dos profissionais é do sexo feminino, além de serem

relativamente jovens, com faixa etária entre 20 e 30 anos de idade, ainda em formação acadêmica,

principalmente nos cursos de publicidade e propaganda, jornalismo e marketing, em sua maioria

atuando em agências de marketing digital, com salários que variam de menos de R$ 1.000,00 a R$

1.500,00 e com menos de um ano de experiências em suas funções nessa área. Portanto, pode-se

afirmar que a pesquisa cumpriu todos os objetivos estabelecidos.

Entender o mercado de marketing digital de Fortaleza, mesmo em decorrência da ausência

de outros estudos no segundo maior mercado brasileiro nessa área, é essencial para direcionar as

diversas empresas, bem como, os profissionais que atuam no mesmo atualmente.

Desse modo, com base nas informações aqui descritas, pode-se sugerir como ações de

melhoria ao processo de maior profissionalização: a contratação desses novos profissionais em

regime de estágio, inicialmente, para ajudar no treinamento, auxiliando-os a obter experiência em

suas atividades, ao passo que ainda estão em processo de formação acadêmica.

Uma vez que as agências de marketing digital são recentes, em sua maioria com no

máximo quatro anos de atuação no mercado e, portanto, caracterizando-o como um mercado ainda

em desenvolvimento, cabe às agências capacitar esses profissionais que estão, por sua vez, ainda

em desenvolvimento.


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REFERÊNCIAS

ARAÚJO, O. Falta de Profissional de Marketing Digital e Mídias Sociais preocupa agências e empresas. 2012. Site Gestor de Marketing. Disponível em: <http://www.gestordemarketing.com/faltam-profissionais-de-marketing-digital-e-midias-sociais> Acesso em 24 mar 2013.

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estudo do perfil do profissional de marketing … · agências de marketing identificaram um novo...

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