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Construção discute como implementar a sua mais importante norma técnica

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Page 1: Desempenho viável
Page 2: Desempenho viável

Mais de 80 construtoras confirmadas - Exposição de projetos de contrutoras em ilhas de inovação Ambiente ideal para o desenvolvimento de novos parceiros       

O EVENTO DA CONSTRUÇÃO

CONSTRUBR

iNFORMAÇÕES SOBRE O EVENTO: 11 3032-5633 OU [email protected] | WWW.CONSTRUBR.COM.BR

201423-24 ABRIL

EXPO TRANSAMÉRICASÃO PAULOBRASIL

RODADAS DE NEGÓCIOS EXPOCONGRESSO

VEJA ALGUNS DOS PALESTRANTES CONFIRMADOS

WALTER COVERPresidente da ABRAMAT

COMPROMISSO COM A PRODUTIVIDADE

RUBENS MENINPresidente da MRV Engenharia e da ABRAINC

TRANSPARÊNCIA E DESBUROCRATIZAÇÃO: IMPACTO POSITIVO PARA A INDÚSTRIA

LUCIO SOIBELMAN PH.D.F.ASCE - Professor and Chair Astani Department of Civil and Environmental Engineering University of Southern California

NO LIMITE DO CONHECIMENTO:TENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL

SERGIO WATANABEPresidente da Simétrica e do SindusCon-SP

COMPROMISSO COM A PRODUTIVIDADE

O CONSTRUBR é feito pelo mercado da construção,dedicado à Inteligência, Tecnologia e Gestão para

o Desenvolvimento de Negócios da Construção. O evento conta com Congresso, Rodadas de Negócios e Expo, reunindo toda

a cadeia do segmento de construção civil em um só lugar.

AGÊNCIA OFICIAL: CIA AÉREA OFICIAL:

APOIO INSTITUCIONAL

APOIO DE MÍDIA:

REALIZAÇÃO: ORGANIZAÇÃO:

PATROCÍNIO:

JORGE GERDAUJOHANNPETER

JOSÉ R. BERNASCONIPresidente Nacional do Sinaenco

A QUALIDADE DO PROJETO COMO FATOR INDUTOR DA PRODUTIVIDADE NO CANTEIRO DE OBRAS

PROPOSTAS E PROJETOS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL

Presidente do Conselho de Administração daGerdau e Presidente da Câmara de Políticasde Gestão, Desempenho e Competitividade do Governo Federal

INSCREVA-SE JÁ

Page 3: Desempenho viável

Mais de 80 construtoras confirmadas - Exposição de projetos de contrutoras em ilhas de inovação Ambiente ideal para o desenvolvimento de novos parceiros       

O EVENTO DA CONSTRUÇÃO

CONSTRUBR

iNFORMAÇÕES SOBRE O EVENTO: 11 3032-5633 OU [email protected] | WWW.CONSTRUBR.COM.BR

201423-24 ABRIL

EXPO TRANSAMÉRICASÃO PAULOBRASIL

RODADAS DE NEGÓCIOS EXPOCONGRESSO

VEJA ALGUNS DOS PALESTRANTES CONFIRMADOS

WALTER COVERPresidente da ABRAMAT

COMPROMISSO COM A PRODUTIVIDADE

RUBENS MENINPresidente da MRV Engenharia e da ABRAINC

TRANSPARÊNCIA E DESBUROCRATIZAÇÃO: IMPACTO POSITIVO PARA A INDÚSTRIA

LUCIO SOIBELMAN PH.D.F.ASCE - Professor and Chair Astani Department of Civil and Environmental Engineering University of Southern California

NO LIMITE DO CONHECIMENTO:TENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL

SERGIO WATANABEPresidente da Simétrica e do SindusCon-SP

COMPROMISSO COM A PRODUTIVIDADE

O CONSTRUBR é feito pelo mercado da construção,dedicado à Inteligência, Tecnologia e Gestão para

o Desenvolvimento de Negócios da Construção. O evento conta com Congresso, Rodadas de Negócios e Expo, reunindo toda

a cadeia do segmento de construção civil em um só lugar.

AGÊNCIA OFICIAL: CIA AÉREA OFICIAL:

APOIO INSTITUCIONAL

APOIO DE MÍDIA:

REALIZAÇÃO: ORGANIZAÇÃO:

PATROCÍNIO:

JORGE GERDAUJOHANNPETER

JOSÉ R. BERNASCONIPresidente Nacional do Sinaenco

A QUALIDADE DO PROJETO COMO FATOR INDUTOR DA PRODUTIVIDADE NO CANTEIRO DE OBRAS

PROPOSTAS E PROJETOS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL

Presidente do Conselho de Administração daGerdau e Presidente da Câmara de Políticasde Gestão, Desempenho e Competitividade do Governo Federal

INSCREVA-SE JÁ

Page 4: Desempenho viável

4 revista notícias da construção / março 2014

CARGA TRIBUTÁRIA ................................. 39• Cessão de mão de obra: retenção é de 3,5%

SERVIÇOS ................................................ 40• Eletropaulo lança guia para instalações de energia

REGIONAIS ............................................... 49• Construção quer Casa Paulista em Bauru• Santos realiza seminário sobre segurança• Regional integra Conselho em Santo André• Rio Preto fecha parceria com fundos sociais• São José propõe revisão do Zoneamento• Prudente realiza dois cursos de capacitação

QUALIDADE .............................................. 14• Norma deverá profissionalizar as reformas

SINDUSCON-SP 80 ANOS .......................... 15• ConstruBr abrirá as comemorações

IMOBILIÁRIO ............................................ 18• Secretaria agiliza licenciamentos na Capital

HABITAÇÃO POPULAR ............................... 21• Caixa e BB divulgam balanço do MCMV

RESPONSABILIDADE SOCIAL .................... 23• ConstruSer é divulgado para as empresas

ESPECIAL ................................................ 24• Instalações hidráulicas: entraves à tecnologia• Instalações elétricas: certificação pelo Inmetro• Norma de água quente e fria na reta final• Revestimento cerâmico: indústria fortalecida• Normas serão modificadas• Telhas cerâmicas: qualidade ainda é crítica• Geração distribuída de energia avança• P&D: revestimentos cerâmicos

SINDUSCON-SP EM AÇÃO ......................... 37• Sindicato discute Lei do Aprendiz• Caixa recebe sugestões sobre preços• Grupo de Jovens Empresários reúne-se• SindusCon-SP integra Conselho do Isitec

C a p aSETOR DISCUTE IMPLEMENTAÇÃO DA NORMA DE DESEMPENHO ...................6• Mercado está maduro para enfrentar desafios• Universidades adaptam seus currículos• SindusCon-SP aponta avanços da norma• Lançado fórum sobre a questão na internet• Governo quer intensificar parcerias• Promotor sugere instituir câmara arbitral

Gestão da Obra | Maria angélica covelo Silva ..........12

Conjuntura | robSon gonçalveS ...........................16

Empreendedorismo | MarcoS HaSHiMoto ..............20

Gestão Empresarial | Maria angelica l. Pedreti ......22

Legislação | renato roMano FilHo ........................38

Jurídico | JoSé carloS baPtiSta Puoli .......................42

Segurança do Trabalho | JoSé carloS de a. SaMPaio ...44

Saúde | antonio carloS Salgueiro de arauJo ...............47

Soluções Inovadoras | alex Souza e tHiago barreiroS ..56

Construção da Carreira | FeliPe Scotti calbucci ....58

c o l u n i s t a s

ARBITRARIEDADEA Receita Federal cometeu uma arbitrariedade ao estabelecer, na Instrução Normativa 1.436, que, para se elidir da responsabilidade solidária, os contratantes de obras deverão continuar retendo à Previdência Social 11% do valor da nota fiscal ou fatura, mesmo das empresas incluídas na desoneração da folha de pagamento. Como estas empresas agora contribuem sobre a receita e não mais sobre a folha, será muito difícil compensar a totalidade dos 11% retidos.Sergio PortoRepresentante do SindusCon-SP junto à Fiesp

RETIFICAÇÃOCláudio Vicente Mitidieri Filho, que assina o artigo “Desempenho de vedações” (edição 130, pág. 48) é engenheiro civil, doutor em engenharia urbana e de construções civis pela Poli-USP, pesquisador do IPT no Laboratório de Componentes e Sistemas Construtivo, professor e coordenador da área de Tecnologia de Construção de Edifícios do Programa de Mestrado Profissionalizante do IPT, em Habitação - Planejamento e Tecnologia.

ESCREVA PARA ESTA SEÇÃOe-mail: [email protected]: R. Dona Veridiana 55, 2º andar, 01238-010, São Paulo-SP

v o z d o l e i t o rs u m á r i o

“O papel desta revista foi feito commadeira de florestas certificadas FSC

e de outras fontes controladas.”

PreSidenteSergio Tiaki Watanabe

Vice-PreSidenteSCristiano GoldsteinEduardo May ZaidanFrancisco Antunes de Vasconcellos NetoHaruo IshikawaJoão Claudio RobustiJoão Lemos Teixeira da SilvaLuiz Antonio MessiasLuiz Claudio Minniti AmorosoMaristela Alves Lima HondaMaurício Linn BianchiOdair Garcia SenraPaulo Rogério Luongo SanchezYves Lucien de Melo Verçosa

diretoreSPaulo Brasil Batistella (Jurídico)Salvador de Sá Benevides (Rel. Internacionais)

diretoreS daS regionaiSEduardo Nogueira (Ribeirão Preto)Elias Stefan Junior (Sorocaba)Emilio Carlos Pinhatari (São José do Rio Preto)Luís Gustavo Ribeiro (Presidente Prudente)Márcio Benvenutti (Campinas)Renato Tadeu Parreira Pinto (Bauru)Ricardo Beschizza (Santos)Rogério Penido (São José dos Campos)Sergio Ferreira dos Santos (Santo André)

rePreSentanteS junto à FieSPTitulares: Eduardo Ribeiro Capobianco,Sergio Porto; Suplentes: João Claudio Robusti,José Romeu Ferraz Neto

aSSeSSoria de imPrenSaRafael Marko - (11) 3334-5662Nathalia Barboza - (11) 3334-5647Fabiana Holtz - (11) 3334-5701

conSelho editorialDelfino Teixeira de Freitas, Eduardo May Zaidan, José Romeu Ferraz Neto, Maurício Linn Bianchi, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Odair Senra, Salvador Benevides, Sergio Porto

SuPerintendenteJosé Luiz Machado

editor reSPonSáVelRafael Marko

redaÇÃoNathalia Barboza e Fabiana Holtz (São Paulo) com colaboração das Regionais: Ester Mendonça (São José do Rio Preto); Giselda Braz (Santos); Geraldo Gomes e Maycon Morano (Presidente Prudente); Enio Machado, Elizânio Silva e Tatiana Vitorelli (São José dos Campos); Marcio Javaroni (Ribeirão Preto); Sabrina Magalhães (Bauru); Ana Diniz e Simone Marquetto (Sorocaba); Sueli Osório (Santo André); Vilma Gasques (Campinas).Secretaria: Antonia Matos

arte e diagramaÇÃoMarcelo da Costa Freitas/Chefe de Arte

PuBlicidadeVanessa Dupont - (11) 3334-5627Pedro Dias Lima - (11) 9212-0312Vando Barbosa - (11) 99614-2513Jéssica Schittini - (11) 96646-6525André Maia - (21) 99468-4171Nayara Aquino - (11) 3334-5659Thiago Lippmã - (11) 3334-5637

endereÇoR. Dona Veridiana, 55, CEP 01238-010, São Paulo-SP

central de relacionamento Sinduscon-SP(11) 3334-5600

ctP/ impressão: Pancrom Indústria Gráfica

tiragem desta edição: 14 mil exemplares

opiniões dos colaboradores não refletem necessariamente posições do Sinduscon-SPnoticias@sindusconsp.com.brwww.sindusconsp.com.brfacebook.com/sindusconsptwitter.com/sindusconspyoutube.com/sindusconspmkt

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Page 5: Desempenho viável

5revista notícias da construção / março 2014

SERGIO WATANABEé presidente doSindusCon-SP, vice-presidente da CBICe diretor da Fiesp

Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temaspara esta coluna: [email protected]

tarefa prioritária

os governantes precisam agir pararestabelecer a confiança empresarial

e d i t o r i a l

Em fevereiro, o governo definiu a meta de superávit fiscal, de 1,9% do PIB. O Or-çamento da União foi cortado em R$ 44 bi-lhões, dos quais R$ 7 bilhões correspondem à supressão de investimentos do PAC.

Em entrevista à imprensa no anúncio dos cortes, os ministros Guido Mantega e Miriam Belchior reafirmaram o compromis-so de que “a locomotiva do crescimento será o investimento”. Portanto, era de se esperar que os cortes atingissem projetos já tidos como improváveis de serem executados, preservando-se aqueles iniciados. Vamos conferir, nos próximos meses.

Mesmo com os cortes, o governo previa que os gastos públicos com obras subiriam de R$ 63,2 bilhões em 2013 para R$ 73,8 bilhões em 2014. Tais investimentos são indispensáveis.

Balanço do PAC divulgado também em fevereiro mostrou, por exemplo, que dos 229 projetos de mobilidade urbana com investimentos federais em cidades grandes e médias, apenas 6 foram entregues e 47 estão em obras em 14 municípios. Grande número ainda se encontra em estudos ou sendo licitado. O governo atribui o atraso à falta de experiência de Estados e Municípios na elaboração de projetos. É urgente agilizar estes e outros projetos.

Integrante do PAC, o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) havia contra-tado 3,24 milhões de moradias: 1 milhão na fase 1 (2009-2010) e 2,24 milhões na 2 (2011-2014). Segundo o balanço divulgado, entre 2011 e 2013 foram investidos R$ 328,1

bilhões, tendo o governo entregue 1,51 mi-lhão de moradias.

É de se prever que os desembolsos ao programa não sejam afetados. E que no seu âmbito se intensifiquem parcerias com Es-tado e Municípios, a exemplo da realizada entre União, governo estadual e Prefeitura de São Paulo, que resultará na construção de 30 mil moradias na capital paulista.

Ao que parece, o ciclo de elevação da Selic, a taxa básica de juros, foi encerrado na reunião do Copom do final de fevereiro. Os indicadores de inflação em janeiro mos-travam declínio, inexistindo portanto razões para novos aumentos da taxa.

Cumpre agora aos governos da União, Estados e Municípios otimizarem os investi-mentos públicos e darem alento aos privados, de modo a elevar o quanto for possível a min-

guada taxa de crescimento prevista para o PIB.

Para o PIB crescer de forma mais robusta, somente investimentos públicos não bastam, até porque eles também con-

tribuem para elevar futuramente as despesas de governo e a demanda por produtos e serviços da sociedade.

Por isso, a tarefa à qual nossos gover-nantes deveriam dedicar grande parte das suas energias em 2014 é o restabelecimento da confiança do empresariado. Isto se faz com uma gestão pública desprovida da cha-mada “contabilidade criativa”, e voltada à eficiência administrativa e ao estímulo aos investimentos privados.

A construção segue reivindicando me-didas que melhorem o ambiente de negócios, diminuam a burocracia, agilizem processos de licenciamento de empreendimentos, aper-feiçoem a formação de mão de obra e elevem a produtividade.

Page 6: Desempenho viável

6 revista notícias da construção / março 2014

“Hoje temos 50% das Normas da construção civil atualizadas e até 2015 teremos 100%”, afirmou Paulo Sanchez, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP, ao palestrar no seminário “Impactos da Norma de Desempenho”, rea lizado em feve-reiro por CBIC, Sin-dusCon-SP e IPT, neste instituto. Em sua apresentação, o engenheiro afirmou considerar funda-mental que todos, dos projetistas aos fornecedores de insu-mos e mestres de obra, tenham profundo conhecimento de normalização e atendam às exigências de desempenho.

“Acredito que o mercado está maduro para atender aos requisitos da Norma de Desempenho, mas ainda temos alguns desafios, como a falta de laboratórios para testes e profissionais com conhecimento mais aprofundado de seu texto”, ponderou Sanchez. Em sua apresentação, o enge-nheiro trouxe um histórico do trabalho do sindicato para a conscientização da cadeia como um todo, que remete ao início dos anos 1990. Entre os momentos mais mar-cantes, o engenheiro destacou o ano em que o SindusCon-SP assumiu a missão de difundir a normalização do setor no Brasil (2000), como mantenedor do CB-02 (Comitê Brasileiro de Normalização para

Construção Civil) da ABNT. Nos anos seguintes, a entidade se man-

teve na linha de frente desse processo, como coordenadora das comissões de estudos da norma (2004) e de sua revisão (2010). Segundo ele, o comprometimento da alta

direção das empresas é fundamental para o sucesso desse tra-balho. “Projetar sem seguir a NBR 15.575 é inconcebível. Hoje isso é uma realidade que tende a melhorar

a partir de eventos como esse”, disse.“Nosso trabalho tem buscado atender

aos anseios da sociedade civil, abordan-do temas como reforma, acústica e guarda corpo”, acrescentou.

Na opinião de Carlos Alberto Borges, membro do Comitê de Tecnologia e Qualidade do SindusCon- SP e vice-presidente do Secovi- SP, a norma exigirá ajustes, como na questão tempo-ral. “Vida útil é referência técnica e não garantia”, explicou. Borges avaliou que o risco de o Judiciário considerar vida útil como garantia é real e precisa ser enfrentado. “Contamos com

c a p a

mercado estámaduro para enfrentar

desafios e atenderà nBr 15.575

impactos do desempenho

Fabiana Holtz e natHalia barboza

Para Sanchez, a falta de laboratórios para testes está entre os principais desafios para a implementação da norma

Page 7: Desempenho viável

7revista notícias da construção / março 2014

um arcabouço legal para esclarecer o tema, o Projeto de Lei de Responsabilidade na construção civil, mas precisamos trabalhar na conscientização do Judiciário.”

Segundo ele, parte da mídia se concen-trou na questão acústica ao tratar da norma, mas esse mal entendido está sendo resol-vido. Borges lamentou também que muitas empresas ainda encarem a normalização como problema e não como oportunidade de melhora.

Materiais Em sua apresentação, o presidente da

Abramat (Associação Brasileira da Indús-tria de Materiais de Construção), Walter Cover, disse ter uma visão otimista sobre o assunto. “Precisamos de investimentos em laboratórios, treinamento, mas vejo gran-des ganhos na implementação da norma, tais como: instrumentalização do Código de Defesa do Consumidor, melhora da rastreabilidade e redução da concorrência predatória”, afirmou. Cover também a con-sidera um instrumento de diferenciação de produtos e marcas.

Em nome dos arquitetos, Bárbara Kelch, coordenadora do Grupo Técnico da ASBEA (Associação Brasileira dos Escri-tórios de Arquitetura) fez um mea culpa ao ser questionada sobre a demora de seus pares em responder ao chamado para o debate. “Na verdade, esperamos ela virar obrigatória. Esse começo vai ser complica-do, vamos perder tempo estudando e enten-dendo a metodologia. É preciso tempo para que isso entre na rotina de trabalho”, disse. Na avaliação de Bárbara, a normalização representa a introdução de ferramentas que irão agregar qualidade ao projeto.

Para Suely Bueno, presidente da Abe-ce (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural), os questiona-mentos que têm surgido sobre a NBR 15.575 são os mais variados, bem como as interpretações do texto. “Diante disso, temos promovido encontros mensais para discutir item por item a norma”, afirmou.

A partir dos encontros, explicou Suely, o grupo pretende alinhar um entendimento, por parte dos projetistas, com recomenda-ções e sugestões para uma harmonização das regras. “Também vamos implantar um método de revisão sistemática de todas as nossas normas e trabalhamos com uma comissão permanente para debatê-lo”.

No campo da gestão e fiscalização de obras, Fernando Mentone, vice-presidente de Relações Trabalhistas Intersindicais do Sinaenco, destacou que ainda existe um desconhecimento sobre o comporta-mento sistêmico dos materiais. Em sua apresentação, Mentone sugeriu caminhos a se seguir, como fazer um diagnóstico das edificações em uso, diagnóstico das obras, formar parcerias com fornecedores, não usar produtos sem conhecer as suas características e solicitar relatórios de ensaios de terceiros.

Habitação PopularMarcos Penido, diretor técnico da

CDHU e secretário-adjunto da Secretaria Estadual de Habitação, informou que já foi instituído um comitê de estudos para implementação e adequação da Norma de Desempenho na CDHU. “Esse grupo fará uma avaliação de materiais, componentes e sistemas construtivos, com ajuda do IPT, para a análise técnica dos ensaios e demais documentos apresentados pelos interessa-dos em obter certificação. Já cumprimos plenamente todas as exigências da NBR

Público lotou o auditório do iPt nos dois dias do seminário

Page 8: Desempenho viável

8 revista notícias da construção / março 2014

capa

15.575”, afirmou. Entre outras ações, Penido destacou a realização de treina-mentos para interpretação e divulgação da norma, através de seminários diri-gidos aos técnicos de projetos, fisca-lizadores e projetistas, enfatizando o impacto na produção.

Segundo Paulo Giaquinto, secre-tário adjunto da Secretaria Municipal de Licenciamento de São Paulo, os téc-nicos da secretaria, em conjunto com representantes do SindusCon-SP e da Asbea, vão produzir um texto base para o Código de Obras. “Esse documento será discutido pela secretaria e depois aber-to para discussão com o público”, disse. Em sua exposição, Giaquinto deixou claro que o grupo está buscando excluir todas as superposições de temas entre o Código e o Plano Diretor. “Nosso código tratará exclusivamente da obra, não de relatório de impacto.”

Uso do poder de compraRepresentante do Ministério das Ci-

dades, Maria Salette Weber, coordenadora geral do PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habi-tat), pontuou em sua apresentação o que considera os próximos desafios: promover a adequação dos projetos habitacionais e melhorar sua qualidade arquitetônica e urbanística. De acordo com ela, com o PBQP-H consolidado, agora a missão de sua equipe é trazer a adoção dos novos padrões para o debate. “O aperfeiçoamento do SiAC (Sistema de Avaliação da Con-formidade de Serviços e Obras) também é importante para que se consiga, por meio do poder de compra, trazer a norma para dentro do programa.”

No curto prazo, acrescentou a co-ordenadora, serão divulgadas instruções provisórias e análise de dados de ensaios existentes. No médio prazo, a intenção é realizar ensaios laboratoriais e de campo para avaliação de comportamento dos sub-sistemas tradicionais. Com os resultados,

o plano é estruturar e disponibilizar um catálogo eletrônico no portal do Ministério das Cidades.

Compromisso contratualPara Luiz Guilherme Matos Zigman-

tas, gerente de Desenvolvimento Urbano e Rural em São Paulo da Caixa, o principal ganho trazido pela norma foi ter pereni-zado a evolução do processo construtivo de habitações populares. Entre os passos já dados pelo banco, o gerente citou a inclusão de uma cláusula contratual nos financiamentos para construtoras, esta-belecendo que a Caixa poderá exigir que a empresa comprove o atendimento da norma, responsabilizando a mesma pelas adequações necessárias.

Aliado a isso, a instituição promoveu diversas mudanças na declaração do cons-trutor, enfatizando a importância da NBR 15.575. “Ela é um marco, um salto de qualidade e vejo um esforço para melho-rar o padrão geral da habitação popular”, afirmou. Entre os esforços para atender as novas especificações, Zigmantas disse que a Caixa tem trabalhado na criação de um Código de Práticas, que substituirá o docu-mento “Condições Mínimas do MCMV”. Embora otimista, o gerente ressalvou que para continuar a evoluir é preciso conside-rar outros componentes, como o urbanismo. “Conseguimos consolidar um salto de qualidade, e a norma tem contribuído como indutor para um novo salto.”

Para Salette, desafio está em promover a adequação dos projetos habitacionais e melhorar sua qualidade arquitetônica e urbanística

Page 9: Desempenho viável

9revista notícias da construção / março 2014

Cardoso: conceito de desempenho requer um novo modo de transmitir o conhecimento

Para o promotor Mauricio lopes, setor ganharia com um “meio

alternativo de soluções”

ensino em atualização

O conceito de desempenho já faz parte da grade curricular dos cursos de Enge-nharia Civil e Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP). Segundo o chefe do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Poli, Francisco Ferreira Cardoso, e a chefe do Departamento de Tecnologia da Arquitetura da FAU, Rosario Ono, os graduandos das duas faculdades começaram a aprender conteúdos sobre os requisitos da Norma de Desempenho (NBR 15.575:2013 – Edificações Habitacionais – Desempenho).

A FAU já ensinava o desempenho desde as décadas de 1980 e 90, mas desde 2008, com a primeira versão da norma, é que foi destacada a sua importância em uma série de disciplinas da graduação, principalmente nas áreas de Projetos e de Tecnologia da Construção. Além de obter

maior adesão dos professores, Rosario ainda vislumbra ser preciso “mais aproxi-mação com o mercado”.

Na Poli, houve a necessidade também de alterar a forma de ensinar e envolver os alunos em “assuntos desafiadores e sistêmi-cos”, como é o caso de toda a complexidade que envolve a Norma de Desempenho. Uma das novidades na Poli-USP está na estrutura curricular no curso de engenharia civil, a terceira mudança nos últimos anos.

Algumas disciplinas obrigatórias já abordam a norma de modo distinto, como as que envolvem concretos, aço e outros materiais de construção, tecnologias etc.

Disciplinas optativas livres referentes à Norma de Desempenho nos cursos de graduação também foram criadas. Um exemplo é a de Inovação Tecnológica. “O tema do desempenho é totalmente sistêmico e envolve o conceito de competência pro-fissional. Não é só conhecimento, abrange atributos e atitude, ou seja, a aplicação produtiva do conhecimento e condição de mover-se no espaço”, disse Cardoso.

duas faculdades mudam grade curricular para ensinar desempenho

MP sugere uma câmara arbitralO promotor de Justiça de Habitação e

Urbanismo da Capital, Mauricio Antonio Ribeiro Lopes, propôs no evento a criação de uma câmara de arbitragem multissetorial capaz de resolver as contendas que possam advir da aplicação da Norma de Desempe-nho (ABNT NBR 15.575).

Para o representante do Ministério Pú-blico paulista, esta seria a melhor forma de ter “um meio alternativo de soluções” com a presença de todos os agentes, evitando que as diferenças cheguem ao Judiciário. “Está claro que um dos conceitos da norma é a responsabilidade compartilhada entre o construtor e usuário. Por isso me parece

bastante razoável antecipar as demandas na câmara arbitral, garantindo um ponto de vista técnico na análise dos fatos”, disse.

Para Carlos Pinto Del Mar, membro do Conselho Jurídico do Secovi-SP, no lado prático, cotidiano das empresas, os reflexos jurídicos da norma já se sentem no escopo da contratação e das responsabilidades, no trabalho de cada um e nas formalidades das ARTs e RRTs. Mas o mais importante é fornecer informação precisa e completa, ostensiva (manuais), até porque o usuário é que tem agora o ônus da prova, de ter feito a manutenção conforme indicado pelo construtor, afirmou.

Page 10: Desempenho viável

10 revista notícias da construção / março 2014

capa

Governo quer parcerias“Além de usar o poder de compra, va-

mos intensificar parcerias com construtoras, universidades, prefeituras, laboratórios e bancos e utilizar o Programa Minha Casa, Minha Vida para popularizar a adoção da Norma de Desempenho”, afirmou a secretá-ria Nacional de Habitação, Inês Magalhães, na abertura do evento. “O governo não abre

mão do atendimento à ela. Atender a uma habitabilidade melhor deve ser um compro-misso de todos”, disse a coordenadora do PBQP-H, Maria Salette Weber.

O secretário adjunto da Secretaria Espe-cial de Licenciamento de São Paulo, Paulo Giaquinto, anunciou a intenção da Prefeitura de, na revisão do Código de Obras, “delegar

as exigências para as normas”. Já o pre-sidente da CDHU, José Milton Dalla-ri, disse que deverá atender, “de modo gradual” ao conforto acústico.

compromisso com o produto“Desempenho é cumprir aquilo que a

gente prometeu”, definiu Fabio Villas-Boas, membro do CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade) do SindusCon-SP e coordenador da comissão que revisou a NBR 15.575.

Segundo ele, a norma “é uma induto-ra de melhorias, como a qualificação dos projetistas” e dá um horizonte maior de responsabilidades aos intervenientes, com as definições de vida útil e prazo de garantia.

Outro avanço, apontou, foi ter conse-guido que os fornecedores aceitassem fazer a caracterização dos seus produtos. Além disso, “conseguimos extinguir a palavra ‘similar’. A comparação entre produtos requer características de desempenho com-paráveis. Dois produtos de revestimento de pisos só serão ‘equivalentes’ se as caracte-rísticas definidas na NBR 13.818 forem as mesmas.”

“A norma atribui muito mais responsa-bilidades do que entregar o projeto”, afirmou o pesquisador do Centro Tecnológico do Ambiente Construído (Cetac), do IPT, Ercio Thomaz. Uma das regras é pensar sempre no

impacto de corpos moles (batidas, fissuras ou destacamentos por peças suspensas), que produzem muitos acidentes nas edificações. Segundo ele, as exigências de segurança contra incêndios mudam conforme a cida-de, mas a Norma de Desempenho veio para padronizar os requisitos, dificultar o início do incêndio, facilitar a fuga e evitar pontos de confinamento e a propagação das chamas entre ambientes e entre edifícios.

Já Fulvio Vittorino, também pesquisa-dor do Cetac-IPT, destacou o atendimento a requisitos mínimos de conforto térmico, acústico e lumínico. Segundo ele, o que se busca “são os níveis de desempenho nos quais as condições dentro do ambiente sejam melhores que as de fora”.

Pensando nisso, Cláudio Mitidieri Fi-lho, pesquisador do Cetac-IPT e colunista de Notícias da Construção, ressaltou que o incorporador que incluir no material publi-citário destaque para um produto “de nível superior” precisa lembrar que este patamar se aplica apenas a certo item, “senão a defi-nição passará a valer para tudo!”.

“norma de Desempenho é divisor de águas”, disse Watanabe, ladeado por Giaquinto, José Carlos Martins (CbiC), Fernando landgraf (iPt), Salette e Dallari

Page 11: Desempenho viável
Page 12: Desempenho viável

12 revista notícias da construção / março 2014

MARIA ANGELICA COVELO SILVA é engenheira civil, mestre e doutora em engenharia, diretora da NGI Consultoria e Desenvolvimento

Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temaspara esta coluna:[email protected]

melhor desempenho

G e s t à o d a o B r a

A Norma de Desempenho (NBR 15.575), após quase 15 anos do início de sua elabora-ção e 5 anos depois de sua primeira publica-ção, ainda vem causando grande discussão no setor. Motivos:

1) décadas de modesta escala de produ-ção levaram a uma cultura de obter baixos custos “depenando” o produto, em vez de buscar diminuí-los pela alta produtividade, única maneira economicamente eficaz de ter custos reduzidos;

2) nesta “depenagem”, muitas empresas, projetistas e profissionais de engenharia e ar-quitetura não tiveram pruridos em passar por cima, desconhecer ou ignorar um conjunto de normas que já estabeleciam desempenho, desconhecendo também riscos e responsa-bilidades;

3) projetistas e fabricantes nunca foram obrigados a demonstrar conformidade às nor-mas que já definiam um desempenho mínimo – mesmo o desempenho acústico não é novo, a norma NBR 10.152, publicada em 1987, já definia níveis máximos de ruído admissíveis em ambientes;

4) nas obras, o conhecimento existente sobre a influência da execução sobre este desempenho é muito baixo, com exceções de profissionais e empresas que se esmeram em buscar a boa engenharia. Mas poucos engenheiros e técnicos que estão no canteiro sabem o que de fato uma boa cura do concreto ou o cobrimento correto de armadura segundo o projeto representam para o desempenho estrutural e vida útil;

5) educamos de forma pouco eficaz o

usuário para saber usar e fazer manutenção, achando que basta entregar manuais de uso e manutenção que a lei obriga a oferecer;

6) e, com o advento da dedicação exclu-siva e carreira acadêmica de todas as áreas do conhecimento niveladas pelos critérios de avaliação focados em titulação acadêmica e publicações internacionais, os docentes dos cursos de engenharia e arquitetura estão cada vez mais brutalmente distantes da realidade de projeto e execução dos empreendimentos atuais. Por mais que algumas escolas, de forma louvável, ministrem disciplinas com a abordagem de desempenho, e que em al-gumas delas exista um alto conhecimento científico e tecnológico sobre aspectos como desempenho estrutural, acústico, térmico, etc., elas não mostram como se aplicam os

conceitos, pelo efetivo desconhecimento dos processos de projeto e construção segundo a realidade atual das empresas.

A efetiva aplica-ção da Norma de Desempenho depende, em primeiro lugar, de enxergar que o fato de ela ter chegado à grande imprensa e despertado o consumidor reservou-lhe um tratamento diferente das demais normas existentes. Isso é sinal de uma sociedade que vem evoluindo e vai paulatinamente exigir bens imóveis com melhor desempenho.

Há quem diga que o grande desafio da norma são os custos envolvidos. Não é ver-dade. São poucos os itens que trazem novos custos para quem já tinha uma prática de atender outras normas. O grande desafio é a falta de conhecimento tecnológico, é vencer a perda de engenharia que anos e anos de baixa exigência legal e baixa escala de produção provocaram no nosso setor.

Grande desafio da norma não são oscustos mas a falta de conhecimentos

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14 revista notícias da construção / março 2014

q u a l i d a d e

adeus, “zé da colher”No final de fevereiro, a Comissão de

Estudo de Reformas em Edificações do Co-mitê Brasileiro da Construção Civil (CB-02) entregou à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) o texto final da norma técnica “Reforma em Edificações – Sistema de Gestão de Reformas”. A ABNT tem 30 dias para publicar a norma.

A iniciativa de solicitar à ABNT a cria-ção de uma norma específica para reformas foi do presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, logo após o desastre ocorrido no Rio de Janeiro, no início de 2012.

Segundo o secretário da Comissão de Estudo da norma, Jerônimo Cabral Fagundes Neto, que também é diretor do Departamen-to de Engenharia de Produção do Instituto de Engenharia, o regramento “fecha um circuito” completado pelas normas técnicas de Manutenção (NBR 5.674), Manual de Uso, Operação e Manutenção (NBR 14.037) e Norma de Desempenho (NBR 15.575). “A perda de desempenho da edificação com modificações nos sistemas prediais e na estrutura é uma das preocupações contidas na norma, assim como as interferências no entorno da obra”, afirma Cabral.

Para ele, a nova norma esquematiza as etapas da obra e lista os requisitos para antes, durante e depois de uma reforma em um prédio ou em uma unidade. Ela afasta definitivamente o chamado “‘Zé da Colher’, o faz-tudo, o curioso ou o amadorismo” e “privilegia a boa técnica”.

Segundo Ricardo Pina, coordenador da Comissão de Estudos e membro do Comasp

(Comitê de Meio Ambiente) do SindusCon -SP, o texto traz as exigências para que uma reforma aconteça de modo legal, com um projeto feito por profissional habilitado e as autorizações da Prefeitura. “Um dos cuida-dos é com a alteração no comportamento de certos sistemas. A mudança do comando dos sprinklers na casa de máquinas, por exemplo, pode ser aparentemente pequena, mas muito importante para o edifício como um todo”, afirma Pina.

Controle do processoA norma indica ainda a consulta prévia

ao incorporador ou responsável técnico pelo projeto original da edificação ou, na falta deles, a um profissional habilitado, para saber quais as condições da construção e o que precisa ser feito. “O controle do processo é fundamental. Além de fazer os projetos e identificar os responsáveis por todas as fases da obra, é preciso registrar tudo isso, documentar e arquivar os papéis”, diz.

A norma orienta ainda o proprietário ou responsável legal pelo prédio a informar em detalhes o usuário ou o síndico sobre o plano de manutenção a partir da reforma. “A norma não serve só para os condomínios. É também para as demais edificações, como um prédio locado para vários inquilinos”, destaca Pina. “O texto define as condições de manutenção, que não podem cessar nem durante a obra. A reforma não pode bloquear as rotas de fuga e as saídas de emergência”, aponta.

(Nathalia Barboza)

norma de reformas define plano de ação e as responsabilidades

de cada um

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15revista notícias da construção / março 2014

s i n d u s c o n - s p 8 0 a n o s

construBr abre as comemorações de 80 anos

Uma combinação de feira, congresso e rodada de negócios, o ConstruBr, que reunirá especialistas, empresários e entidades no Expo Transamérica entre 23 e 24 de abril, marcará o início das comemorações de 80 anos do SindusCon-SP. Realizado pelo sindi-cato, em conjunto com a Abramat, a parceria tem como objetivo aproximar a cadeia de fornecedores das construtoras.

Próximo da conclusão de seu segundo mandato, que termina em agosto, o presiden-te Sergio Watanabe vê no evento a realização de um desejo antigo do sindicato. “Nos últi-mos anos a diretoria do SindusCon-SP vinha amadurecendo essa ideia, de congregar em um encontro anual todos os membros da indústria de materiais e serviços”, afirmou.

Walter Cover, presidente da Abramat, considera inovadora a ideia de unir o inte-resse das construtoras e da indústria de ma-teriais. “Em especial a rodada de negócios, da maneira que está organizada, é um grande diferencial”, afirmou.

Estudo – Com painéis distribuídos em três eixos temáticos – Inteligência, Gestão e Tecnologia – o Congresso reunirá espe-cialistas renomados no Brasil e no exterior.

No primeiro dia o público terá acesso aos resultados do estudo “Principais barrei-ras regulatórias e burocráticas no desenvolvi-mento do setor imobiliário e de construção”, realizado pela Booz&Co. Na sequência, Eduardo Capobianco, representante do SindusCon-SP junto à Fiesp, coordenará um debate ao lado do vice-presidente da CBIC, José Carlos Martins, e do presidente da Abrainc (Associação Brasileira das In-corporadoras), Rubens Menin.

Jorge Gerdau, presidente da Gerdau e da Câmara de Políticas de Gestão, Desem-penho e Competitividade do governo federal, discorrerá sobre Propostas e projetos para

construção. O tema Eficiência na gestão da execução de obras será tratado por Fabio Villas Bôas, membro do Comitê de Tecno-logia e Qualidade (CTQ) do SindusCon-SP. Eduardo Zaidan, vice-presidente de Econo-mia do sindicato, apresentará um cenário para a construção civil no biênio 2014-2015.

As moderações dos debates ficarão a cargo do representante junto à Fiesp, José Romeu Ferraz Neto , do conselheiro Artur Quaresma Filho, e dos vice-presidentes Odair Senra (Imobiliário), Maurício Bian-chi (Institucional), Francisco Vasconcellos (Meio Ambiente) e Haruo Ishikawa (Rela-ções Capital-Trabalho).

Também estão programadas as parti-cipações de Lucio Soilbelman, PHD em sistemas de engenharia civil pelo MIT e chefe do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade do Sul da Cali-fórnia; Jorge Batlouni, coordenador do CTQ; Luiz Henrique Ceotto, diretor da Tishman Speyer; Ubiraci Espinelli, professor doutor da Poli-USP; José Roberto Bernasconi, pre-sidente nacional do Sinaenco, e Antonio de Sousa Ramalho, presidente do Sintracon-SP.

Informações e inscrições http://www.construbr.com/ (Fabiana Holtz)

Na avaliação de Watanabe, para o sindicato este é o momento de honrar a memória dos fundadores e ex-presidentes, que ao longo dos anos construíram um legado de credibilidade. “Eles são um símbolo da seriedade do nosso trabalho. Estar aqui nesse momento é motivo de orgulho e satisfação” disse.

Entre os pontos marcantes de sua gestão, o presidente des-tacou a realização do Enic (Encontro Nacional da Indústria da Construção), em 2011, a consolidação de importantes eventos como o ConstruSer e a intensificação de seminários técnicos.

legado de credibilidade

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16 revista notícias da construção / março 2014

ROBSON GONÇALVES é professor dos MBAs da FGV e consultor da FGV Projetos

Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna:[email protected]

Um repórter solicitou-me uma entrevis-ta sobre os 20 anos do Plano Real. Marcamos a conversa para o dia seguinte. Eu acreditava que a pauta fosse histórica, um grande flash back para os anos 90. Qual não foi minha surpresa quando o jornalista começou inda-gando: “Como o senhor avalia o Plano Real hoje? Ele precisa de ajustes?”

Fiquei perplexo. Vinte anos depois, um plano de estabilização ainda era confundido com a moeda lançada por ele. Ainda temos o Real, a moeda, mas há muito tempo não vivemos mais sob o Real, o plano. Isso porque o plano acabou em janeiro de 1999, quando adotamos um tripé idealizado pelo então presidente do Banco Central, Armínio Fraga: equilíbrio fiscal, metas de inflação e câmbio administrado. Esse novo padrão de política econômica, o “Plano Armínio”, foi mantido por anos e também acabou. Isso aconteceu em 31 de agosto de 2011, quando o Banco Central decidiu, sob pressão do Executivo, baixar os juros mesmo com a inflação em alta.

Expliquei isso para o repórter que, do outro lado da linha, suspirou. “Quer dizer que minha pauta não é válida, professor?” Eu respondi: “Não que não seja válida. Você apenas está quinze anos atrasado...” Fui cruel, eu sei. Mas, como economista, não consegui resistir.

Hoje, vivemos um certo vácuo. O go-verno Dilma tentou uma tal “nova matriz macroeconômica” combinando juros me-nores, mais flutuação cambial e mais gastos públicos com contabilidade criativa. Mas, ao

menos em termos de inflação e crescimento, não deu certo. Agora se fala em retorno, na volta à política econômica anterior. Em Da-vos, a presidente falou em austeridade fiscal e inflação no centro da meta. Mas, será mesmo?

As expectativas coletadas pelo Boletim Focus do Banco Central sugerem mais um ano de inflação em torno de 5,5%. Mas, e quanto à austeridade nas contas públicas? Com baixo crescimento do PIB, isso não será consequência do aumento da arrecadação. Então, sobram os cortes de gasto. Acontece que a maioria das despesas do governo são incomprimíveis. Mais: os maiores aumentos estão vindo da Previdência, por força dos aumentos reais do salário mínimo, e dos pro-gramas sociais. Resta o investimento público, que tem estado em níveis incompatíveis com o crescimento econômico. Então, de onde virá a austeridade fiscal?

O ano de 2014 será atípico. Vamos pis-car os olhos e estaremos na Copa. Mais uma piscada, eleições, e o ano acabou. Em 2015,

vamos precisar arru-mar a casa, encontrar um novo padrão de política econômica e desatar o nó fiscal. Mas, sem crescimen-to e sem investimento

privado, nada feito. Ou abrimos caminho para ele, ou teremos que nos acostumar com a ar-madilha atual de baixo crescimento, inflação pressionada e erosão das contas públicas e externas. Isso não é bom.

É preciso acabar de vez com a contra-dição falsa de que inclusão social é incom-patível com economia de mercado. Afinal, o melhor programa social é a garantia de cres-cimento sustentado, não o assistencialismo, essa bandagem provisória para a chaga da desigualdade.

desatar o nó fiscal

sem investimento privado seguiremosna armadilha que perpetua o “pibinho”

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18 revista notícias da construção / março 2014

i m o B i l i á r i o

cara e espírito renovados

Após oito meses de atividade, a SEL (Secretaria de Licenciamentos) da Prefeitura de São Paulo está totalmente implantada com seu novo perfil administrativo e uma parceria em andamento com SindusCon-SP, Secovi-SP e AsBea-SP para modernizar sua infraestrutura. A secretária Paula Motta Lara recebeu Notícias da Construção para falar sobre isto e muito mais. Veja os principais pontos da entrevista exclusiva.

Implantação da SELO primeiro desafio já foi cumprido.

A SEL está de fato funcionando como foi projetada. O segundo desafio é finalizar as acomodações físicas da nova estrutura e, para isso, contamos com a parceria funda-mental das três entidades, que nos ajudaram no novo layout, a configurar as estações de trabalho, com as especificidades de cada uma das coordenadorias. Diferente de outras parcerias, elas colaboram conosco no dia a dia, levantam os problemas mas buscam as soluções, dão respostas. Quatro coor denadorias já estavam instaladas com condições adequadas. O gabinete ficará por último e deverá estar pronto no final do ano. O terceiro desafio era produzir aquilo que se espera da SEL. Avançamos, apesar de todas as precariedades de espaço, de não ter uma lei que nos respaldasse no início do ano e de contar com novas equipes e deslo-camentos pelos andares. Por 3 semanas a SEL praticamente parou, para a adaptação da informática. Apesar disso, a produtividade foi significativa: em 2013, emitimos 2.575 alvarás de edificações. É muito mais do que

foi aprovado anualmente desde 2009. Em janeiro, emitimos 217 novos alvarás. É mais do que os janeiros dos cinco anos anteriores.

Mudança de culturaEncontramos um clima muito negativo.

Parecia a “secretaria do não”. O espírito dos técnicos da Prefeitura em geral era encontrar como poderiam dizer não. Agora, está sendo feito um trabalho de mudança desta cultura, explicável pelo histórico recente do Aprov, que criou entre os técnicos um certo receio de licenciar, também pela atuação assertiva do Ministério Público. Faltava ainda uma orientação, uma liderança que desse a regra do jogo e indicasse como fazer as coisas, que dissesse a eles “não temam, estamos aqui”. Não foi à toa que ela se chamou Secretaria de Licenciamentos. Isto aos poucos vem refletindo no trabalho.

Em 2013, recebemos 46 concursados, que já estão treinados, assim como uma turma que chegou há um ano e meio e está produzindo conforme nossa expectativa.

licenciamentos supera falta de estrutura e

bate recordes

novas instalações da Comin (Coordenadoria de Edificação de Uso Comercial e industrial), da Sel, que ganharam novíssima infraestrutura em um dos andares do Prédio Martinelli

fotos: divulgação/sel

Page 19: Desempenho viável

19revista notícias da construção / março 2014

Também temos equipes menores, e os coor-denadores conseguem controlar melhor o que está sendo produzido. Temos um projeto de modernização da SEL, que vai desde o sistema eletrônico até o envolvimento dos mais de 500 servidores. Neste mês, iniciare-mos uma série de oficinas de sensibilização para motivá-los a fazer a diferença e trazer uma consciência coletiva da importância deste trabalho.

HIS como prioridadeTemos um prefeito interessado no de-

senvolvimento urbano. Isto reflete muito na produção de Habitação de Interesse Social (HIS). A aprovação vinha com números pí-fios e subiu para 47 projetos (em 2007, foram 27 aprovados; em 2012, só 24). Dobrou num ano atípico porque é prioridade: agora, temos equipes dedicadas a HIS e HMP.

Uma grande novidade em 2014 é a cria-ção de uma subcomissão dentro da Caieps (formada por representantes das secretarias para discutir os grandes empreendimentos) para analisar os projetos de Plano Integrado de HIS. Ela de fato está trabalhando como a gente quer que a Caieps opere com todos os projetos no futuro. O processo passa por uma fase de diretrizes, uma de aprovação e vai para o Graprohab (órgão do Estado). O interessado reúne as pastinhas em um úni-co processo e a secretaria da subcomissão se encarrega de distribuí-las e de marcar a

audiência de res-posta. Se estiver em ordem, bate-se o carimbo. Se não, o cidadão tem 30 dias para atender o comunique-se. Mas, se, na segun-da chamada, não tiver atendido à mudança, vamos indeferir.

Informatização X burocraciaEstamos procurando soluções. Ques-

tões como autorização para abertura de estande de vendas, alvará de demolição ou de instalação de elevadores são alguns dos que estamos resumindo dentro dos siste-mas eletrônicos existentes, para fazer um procedimento mais básico, declaratório. E iniciamos a revisão do Código de Obras. É fundamental mudá-lo, até para depois alterarmos o marco legal e não repetir na di-gitalização a burocracia como ela está hoje.

A comunicação também evoluiu. Os bo-letins eletrônicos (mensais) são uma forma de dar transparência e alimentar a parceria com quem nos ajuda a montar a SEL, assim como estamos fazendo por meio da nossa página no Facebook (facebook/pmsp.sel). O site também foi totalmente reformulado, com todas as informações necessárias e as guias de procedimentos.

(Nathalia Barboza)

Parceria com asbea-SP, SindusCon-SP e Secovi-SP possibilitou à Sel obter um projeto personalizado de layout e de configuração das novas estações de trabalho, conforme as especificidades de cada uma das coordenadorias

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20 revista notícias da construção / março 2014

um documento vivo

Para que serve um Plano de Negócio? O arquiteto desenha seu projeto no papel, faz testes de alternativas, simula com a ajuda de vários softwares as projeções sobre as varia-ções do terreno, as possibilidades de fachadas e circulação, as simulações de luz, sombra e vento em diversas épocas do ano, e tudo o mais que ele pode vislumbrar no papel antes de executar.

Errar no papel no processo de pesquisa e aprendizado é muito mais barato do que errar com protótipos reais. Assim é o Plano de Negócio para o empreendedor, uma forma de testar uma ideia de negócio no papel, um guia para garantir que o empreendedor não tenha se esquecido de questões importantes e estratégicas que farão a diferença no seu negócio.

O Plano serve como um documento que consolida o modelo de negócios proposto sob todos os aspectos: financeiros, mercadológi-cos, operacionais, estratégicos e estruturais, de forma a integrar os diferentes elementos que envolvem a abertura de um novo empreendi-mento sob uma visão holística e abrangente.

Um plano de negócio é importante porque nem todos nós possuímos as características dos empreendedores de sucesso. Não temos aquele famoso “faro para negócios” e uma forma de compensar estas carências é mediante o profissionalismo e racionalismo que o Plano de Negócio propõe. Um documento bem feito nos força a aprender alguns fundamentos de administração geral que poucos empreende-dores possuem.

Mas ele não representa a panaceia uni-

versal. De nada adianta ter um bom Plano de Negócio se o empreendedor não tiver a capacidade de executar o que foi planejado. Ele só será útil se o empreendedor souber conquistar o apoio necessário, seja de clien-tes, fornecedores, parceiros, investidores ou governo. O Plano não serve para nada se não forem previstas alternativas de ação para as dificuldades operacionais que surgirão, so-bretudo as variáveis não previstas no próprio documento, mesmo porque nenhum plano consegue prever tudo.

Quando o seu plano estiver bem enca-minhado, já poderá ser usado. As possíveis aplicações são:

• analisar a viabilidade de uma ideia de negócio;

• obter um financiamento;• conquistar um

sócio ou investidor;• estabelecer uma

parceria estratégica;• atender a requi-

sitos de órgãos de fo-mento;

• dar segurança para um potencial cliente;• convencer fornecedores a vender para

você;• preparar o plano de projeto de implan-

tação do negócio;• dar um senso de direção para a equipe;• contratar um profissional-chave;• identificar possíveis gargalos ou riscos

do negócio.O Plano de Negócio é um documento

vivo. Você nunca acaba de escrevê-lo. Enquan-to as variáveis do ambiente mudam, o plano muda também. Quanto mais você aprende sobre o setor, o mercado, as operações, o ambiente, mais fundamentos você tem para enriquecê-lo e torná-lo mais robusto e comple-to, consequentemente, mais confiável.

plano de negócio deve ser revistoe atualizado sempre que necessário

e m p r e e n d e d o r i s m o

MARCOS HASHIMOTO é pesquisador daFaculdade Campo Limpo Paulista e coor-denador do Centro de Empre en dedorismo e professor da Faap. É autor de vários livros

Envie seus comentá-rios, críticas, pergun-tas e sugestões de temas para esta colu-na: [email protected]

Page 21: Desempenho viável

21revista notícias da construção / março 2014

ANDAIME FACHADEIRO

ANDAIME INDUSTRIAL

ANDAIME MULTIDIRECIONAL

ANDAIME TUBULAR

BALANCIM DUPLO

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H a B i t a Ç Ã o

caixa e BB divulgam balanço do mcmvO número de contratações do Programa

Minha Casa, Minha Vida 2 atingiu 2,239 milhões de unidades habitacionais ao final de 2013, segundo balanço divulgado pelo di-retor de Habitação da Caixa, Teotônio Costa Resende, durante reunião com membros da CBIC, em Brasília.

Do encontro, realizado em fevereiro, também participaram o diretor de Crédito Imobiliário do Banco do Brasil, Hamilton da Silva Rodrigues, e, representando o Sin-dusCon-SP, o vice-presidente de Habitação Popular, João Claudio Robusti, e o gerente de Produção e Mercado, Elcio Sigolo.

Do total das contratações da Caixa, 47% são da Faixa 1. Já as Faixas 2 e 3 responde-ram por 41% e 12%, respectivamente. Nas duas etapas do programa, foram contratadas 3,239 milhões de unidades.

Por faixa de renda, entre 2011 e 2013 a

Caixa observou que, desde o lançamento da segunda etapa, foi apurado um aumento das contratações na Faixa 1 em âmbito nacional. Segundo a instituição, a expectativa é atingir a meta de 60% do total de contratações nessa faixa até o final de 2014.

No quesito unidades entregues, as Faixas 1 e 3 representaram apenas 30% em relação ao total contratado, enquanto a Faixa 2 já atingiu 72%.

O BB, por sua vez, informou já ter atingido um total de 150,2 mil contratações na Faixa 1. O resultado representa 82% da meta proposta pelo banco no início de 2014. Comparando com fevereiro de 2013, o montante indica um acréscimo de 173%. Nas Faixas 2 e 3, o BB contratou cerca de 125 mil unidades (55% da sua meta prevista para o período de 2012 a 2014).

(Fabiana Holtz)

Page 22: Desempenho viável

22 revista notícias da construção / março 2014

MARIA ANGELICA LENCIONE PEDRETI é professora de Contabilidade e Finanças da FGV e mestra em Administração de Empresas; trabalha em Planejamento Estratégico

Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temaspara esta coluna: [email protected]

as duas dimensões

estratégia envolve capacidade de criarvalor e facilidade de ser compreendida

G e s t à o e m p r e s a r i a l

Em nosso artigo na última edição, con-cluímos que, se uma empresa acredita em sua estratégia, por mais complexa que seja, seu desafio é investir nela, mesmo que esta não seja compreendida. Nesta edição, vamos entender melhor as diferentes estratégias, para buscar uma solução ao desafio proposto.

Podemos classificar as estratégias de acordo com duas dimensões, como propõe o professor Todd Zenger, da St. Louis’ Olin Business School:

• A dimensão da qualidade se refere à capacidade de criação de valor sustentável, ou seja, de criar e manter fluxos de caixa pelo maior tempo possível;

• A dimensão da facilidade de avaliação se refere à facilidade de ser compreendida, à exatidão com que se podem estimar seus resultados. Obviamente, quanto mais fácil de ser entendida, mais fácil de ser imitada e provavelmente menor sua capacidade de sus-tentar fluxos de caixa mais elevados por mais tempo, devido à entrada de concorrentes, como se pode esperar.

Podemos, assim, construir uma matriz para avaliar em qual dos quadrantes se encai-xa determinada estratégia, proposta por certa companhia, conforme o quadro desta página.

Fica fácil perceber que as companhias devem evitar as estratégias tipo 4, tanto por sua baixa capacidade de criação de valor, quanto pela dificuldade de compreensão, que por si só as levaria a um valor menor de mercado, conforme comentamos na edição passada.

As estratégias 1 e 2 contam com a van-tagem da facilidade de avaliação e, portanto,

não serão desvalorizadas pelo mercado. No entanto, é justamente por serem fáceis de compreender que podem se tornar fáceis de copiar. A imitação da concorrência limita sua capacidade de sustentar os fluxos de caixa ele-vados por maior tempo e, como consequência, limita a capacidade de criação de valor.

As estratégias tipo 3, objetos de estudo das pesquisas que comentamos na última edi-ção, apesar de criadoras de valor, são muitas vezes mal compreendidas e, por isso mesmo, subestimadas, concentrando sobre si o dilema que pretendemos resolver.

A questão piora quando temperamos tudo isso com o conflito de agência, aquele em que os administradores profissionais escolhem certas estratégias porque os beneficiem em particular, independentemente do seu potencial de criação de valor ao acionista.

Assim, embora as estratégias do tipo 3 sejam as mais adequadas em termos de cria-ção de valor, muitas vezes os administradores optam por estratégias dos tipos 1 ou 2, que não correm risco de serem subestimadas, garan-

tindo altos preços das ações e, como conse-quência, altos bônus aos executivos. E o dilema se complicou!

Na próxima edi-ção, discutiremos como resolver o problema, mantendo o foco na criação de valor ao acio-nista e superando os desafios do conflito de agentes e da governança corporativa.

alta baixa

TIPO 1 TIPO 2

TIPO 3 TIPO 4

baixa

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AltA tecnologiA em tubos e conexões de cobre pArA A construção civil.

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23revista notícias da construção / março 2014

r e s p o n s a B i l i d a d e s o c i a l

AltA tecnologiA em tubos e conexões de cobre pArA A construção civil.

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Agende A visitA de um de nossos tÉcnicos:

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construser é divulgado às empresasA vice-presidente de Respon-

sabilidade Social do SindusCon -SP, Maristela Honda, recebeu em fevereiro, em um café da manhã, representantes das construtoras paulistas para explicar como será o 7º ConstruSer (Encontro Estadual da Construção Civil em Família), em 29 de março, em 10 unidades CAT (Centros de Ativi-dades do Trabalhador) do Sesi-SP. O evento da Capital desta vez será realizado no CAT Luis Eulálio de Bueno Vidigal Filho, em Osasco. A sétima edição do encontro pre-tende atrair 52 mil pessoas e terá como tema “ConstruSer Desperta a Inclusão do Esporte na Família”.

O objetivo foi incentivar as empresas a abrir seus canteiros de obra para que os agentes do sindicato convidem pes soalmente os trabalhadores e lhes transmitam o máximo

de informações sobre o evento.Os técnicos de segurança e represen-

tantes dos RHs das construtoras receberam informações sobre a programação e o CAT de Osasco, conheceram os técnicos de segu-rança do SindusCon-SP e puderam conversar com eles para agilizar o agendamento das visitas aos canteiros de obra. (NB)

Maristela (ao centro) recebe técnicos das construtoras para apresentar-lhes o ConstruSer 2014

Page 24: Desempenho viável

24 revista notícias da construção / março 2014

e s p e c i a l

Instalações hidráulicas: entraves à tecnologia

PâMela reiS

A onda de calor que estacionou sobre o Sudeste do País em fevereiro baixou os reservatórios de água para níveis alarmantes e chamou atenção para a sensibilidade dos recursos hídricos. O uso racional e o rea-proveitamento de água são hoje caminhos inescapáveis e, não por acaso, têm se tornado a tônica do setor de instalações hidráulicas.

Melhorar a eficiência é uma preocupa-ção crescente nos projetos e a indústria tem respondido a essa demanda. De acordo com Renato Soffiatti de Oliveira, coordenador da Comissão de Sistemas Prediais do CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade) do SindusCon-SP, “hoje há muitas tecnologias aparecendo no mercado para uso racional da água, desde sistemas de restrição de vazão e aparelhos economizadores, até sistemas de reaproveitamento de águas pluviais”. No entanto, algumas soluções esbarram em limitações técnicas ou econômicas que impedem sua aplicação em escalas maiores.

Sérgio Kater, presidente da Abrasip (Associação Brasileira de Sistemas Pre-diais), conta que o reaproveitamento de água das chuvas tem sido bastante adotado em obras com terrenos amplos, como clubes e escolas, mas o uso da solução ainda é tímido nos prédios residenciais. “Como esses edi-fícios são bastante verticalizados, a área de captação de água é pequena em relação ao número de usuários e nem sempre compensa instalar o sistema”, esclarece o projetista.

Outra tecnologia que tem sua adoção limitada é o reúso de águas cinzas. Segundo Alberto J. Fossa, diretor executivo da Abrins-tal (Associação Brasileira pela Conformi-dade e Eficiência de Instalações), o sistema possui “complexidades técnicas, normativas

e regulatórias” que o tornam pouco empregado na práti-ca. “Se houvesse incentivos para a adoção do reúso, um processo natural de captura de tecnologias e análise de soluções já poderia estar em curso no país. Mas sem regras específicas, o tema fica restrito a iniciativas iso-ladas”.

PolêmicaA redução do consumo

de energia também ganha espaço no debate e, nesse cenário, destaca-se o aque-cimento solar da água. O sistema se tornou obriga-tório para parte das edificações novas na cidade de São Paulo com a publicação da Lei municipal nº 14.459, de 2007, mas construtores criticam a exigência e apontam entraves técnicos.

“Numa torre de 20 andares não há espaço na cobertura para instalar painéis solares suficientes para abastecer o prédio”, diz Renato Soffiati de Oliveira. Além disso, a água perde calor com a distância entre os andares, argumenta ele, o que ajuda a tornar o sistema ineficiente. “E o custo disso não vai para a construtora: entra no preço final do imóvel”, diz o construtor.

Alberto Fossa garante haver tecnologia disponível para solucionar os desafios. “A engenharia nacional ainda está engatinhan-do no conhecimento e na aplicação dessas possibilidades. Poucos projetistas e instala-dores dominam as tecnologias possíveis e é necessário um esforço de difusão dessas soluções”, preconiza.

aquecimento solar de água é objeto de lei em São Paulo, mas a construção questiona eficiência do sistema em edifícios altos

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25revista notícias da construção / março 2014

Para alguns profissionais, publicação do raC pelo inmetro é um indício de que a certificação de instalações será obrigatória no futuro

instalações elétricas: certificação pelo inmetro

O ano de 2014 começou com uma no-tícia importante para o setor de instalações elétricas: o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) publicou no dia 28 de janeiro uma porta-ria definindo os Requisitos de Avaliação da Conformidade (RAC) para Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Na prática, o documento lança no mercado a certificação voluntária de instalações elétricas com aval do órgão.

Até agora, a certificação de instalações era concedida pela Certiel (Associação Brasileira de Certificação de Instalações Elé-tricas), mas o processo não tinha o reconhe-cimento do Inmetro, já que não havia regras para isso. A partir da publicação do RAC, tanto a Certiel quanto outros Organismos de Certificação de Produtos poderão pedir a acreditação e oferecer o certificado com o selo do Inmetro. De acordo com Eduardo Daniel, superintendente da Certiel Brasil, a associação já está na fila para conseguir a acreditação.

Obrigatoriedade na miraHoje, o Inmetro já exige a certificação

compulsória de componentes elétricos como fios e cabos, e alguns profissionais veem na publicação do novo RAC um indício claro de que a certificação da instalação também será obrigatória em breve. “Para mim, é apenas questão de tempo, porque essa é a tendência mundial”, avalia Paulo Barreto, vice-presidente de Atividades Técnicas da Abrasip (Associação Brasileira de Sistemas Prediais).

Antes que isso aconteça, porém, será preciso desatar um nó: definir quem será responsável pela fiscalização dessas insta-lações. “Quando se trata de certificação de

mercadorias, o Inmetro é o órgão regulatório e o Ipem (Instituto de Pesos e Medidas) é o fiscalizador, que vai às lojas, fábricas e revendas”, explica Barreto. “Já no caso de instalações elétricas, o Ipem não tem autoridade para entrar numa obra e fazer a fiscalização.”

O projetista acredita que o melhor modelo, adotado em países da Europa, é condicionar a ligação da energia elétrica do empreendimento à apresentação do certifica-do de conformidade. Mas para isso, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) deveria exigir este procedimento das conces-sionárias de energia. Barreto conta que isso chegou a ser proposto pelo setor à agência no início dos anos 2000, mas o assunto não progrediu. “Sempre houve omissão por parte da Aneel”, comenta Eduardo Daniel. Na ausência de um poder fiscalizador, restou ao Inmetro lançar a certificação em caráter voluntário, o que, para Barreto, é um sinal de que o órgão quer testar a reação do mercado.

Do ponto de vista das construtoras, a perspectiva de uma nova certificação não foi recebida com entusiasmo. Segundo Renato Soffiatti de Oliveira, coordenador da Comissão de Sistemas Prediais do CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade), “no caso das construtoras formais, que têm projetos e responsáveis técnicos, não há qualquer benefício na certificação”, seja ela compulsória ou não. “Temos que estar atentos à indústria de certificações, que tem pressionado os órgãos públicos”, conclui o empre-sário.

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26 revista notícias da construção / março 2014

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norma de água quente e fria entra na reta final

Está prevista para este semestre a conclusão da nova norma técnica para sis-temas de água quente e fria, que está sendo desenvolvida pela Comissão de Estudos (CE) 02:146.03 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O documento vai substituir e unificar duas normas em vigor atualmente: NBR 5626:1998 - Instalação predial de água fria e NBR 7198:1993 - Projeto e execução de instalações prediais de água quente.

De acordo com Carlos Barbara, coor-denador da Comissão de Estudos e membro do CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade) do SindusCon-SP, a norma vai uniformizar elementos que antes eram tratados de forma diferente, mas que devem ser os mesmos para água quente e fria. “Existem semelhan-ças nos critérios de dimensionamento e nos cálculos hidráulicos (perdas de carga, vazões de projeto, verificação de pressões etc.), além de restrições similares na concepção sistêmica.”

O texto também terá novidades, como os mecanismos para prevenir a contami-nação da água por colônias de bactérias, entre elas a Legionella pneumophila. Este microorganismo prolifera em reservatórios de água quente e, se aspirado junto com o vapor do banho, causa um tipo raro de pneu-monia que pode levar à morte. A norma deve estabelecer meios para exterminar a bactéria e evitar que os reservatórios passem longos períodos dentro da faixa de temperatura em que ela prolifera (de 25ºC a 55ºC).

Carlos Barbara destaca também o anexo informativo com recomendações para uso racional da água, estabelecendo parâmetros de dimensionamento das vazões de apare-lhos hidráulicos.

Serão previstos ainda novos meios

de proteção contra escaldamento (jato repentino de água em alta temperatura), maior acessibilidade às instalações para manutenção e maior liberdade para que o projetista escolha diferentes metodologias de dimensionamento.

“Existem inúmeros métodos de cálculo além dos comumente utilizados. Métodos muito adotados no passado, como o dos pesos [que consta na norma atual], podem ser pouco eficientes em algumas situações”, diz Barbara. “Por isso, a norma dará liber-dade ao projetista para escolher o método que melhor se adapte às características do empreendimento, tendo, para isso, apenas a obrigação de justificá-lo no memorial descritivo das instalações.”

Todo o texto terá um enfoque menos prescritivo e mais voltado ao desempenho, o que facilitará a adoção de novas tecnolo-gias, desde que haja testes de desempenho para embasar sua utilização. A expectativa é de que o trabalho se encerre até o final do primeiro semestre de 2014, quando a norma deve seguir para consulta pública.

nova norma terá enfoque menos prescritivo e mais voltado para desempenho, o que facilitará a adoção de novas tecnologias

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28 revista notícias da construção / março 2014

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revestimento cerâmico: indústria fortalecida

O Brasil é hoje o segundo maior pro-dutor mundial de revestimentos cerâmicos, atrás apenas da China. Essa posição, con-quistada em 2007, é reflexo do importante avanço tecnológico pelo qual a indústria passou na última década e pode ser percebi-do na ampliação do leque de revestimentos disponíveis no mercado brasileiro.

De acordo com Luis Fernando Bueno, coordenador da Comissão de Vedações e Acabamentos do CTQ (Comitê de Tecno-logia e Qualidade) do SindusCon- SP, “a indústria tem se modernizado bastante e conseguiu passar de peças de 20 cm x 20 cm para cerâmicas de 30 cm x 30 cm com custos equivalentes. Além deste produto básico, hoje temos peças nacionais de 60 cm x 60 cm ou mesmo de 1,20 m x 0,60 m com boa qualidade e aparência estética, e a preços muito competitivos”.

O porcelanato é um dos produtos que se tornaram mais acessíveis. “Se antes o preço partia de R$ 60/m2, hoje já é possível encontrar placas na faixa de R$ 30/m2”, diz o construtor. Porém, não foi apenas o desen-volvimento interno que motivou a redução de preços: a concorrência com importados também teve seu papel. Segundo Antonio Carlos Kieling, diretor-superintendente da Anfacer (Associação Nacional dos Fabrican-tes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres), a mercadoria es-trangeira já representa cerca de metade do mercado de porcelanatos no Brasil.

O atenuante, segundo Kieling, é que a importação de revestimentos cerâmicos se concentra na área de porcelanato, que res-ponde por apenas 10% da produção nacio-nal. “Por isso, o impacto que as importações têm na indústria como um todo é baixo”, diz o dirigente.

Polo de expansãoAnalisando a produção nacional,

Kieling destaca a expansão do Nordeste como polo produtor. Ele comenta que o agravamento da infraestrutura no país tem encarecido o deslocamento da mercadoria das regiões Sul e Sudeste para o Nordeste. E considerando que a região é um mercado consumidor em crescimento, as empresas passaram a admitir a implantação de fábri-cas locais. “Além disso, muitos fabricantes usam a unidade do Nordeste como base para exportação”, afirma Kieling.

Nessa ponta, porém, o cenário não é favorável. Pelos dados da Anfacer, as expor-tações regrediram drasticamente nos últimos anos, passando de quase 30% da produção nacional para os atuais 6% a 7%.

Vale lembrar que a crise econômica derrubou o setor da construção nos Estados Unidos, principal mercado importador do Brasil. Kieling cita ainda a valorização do real, a queda de competitividade do país no mercado mundial e a concorrência da China como fatores que comprometeram as vendas externas.

Com a evolução da indústria, hoje é possível encontrar no mercado cerâmicas nacionais de grandes dimensões, com bom acabamento e a preços competitivos

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29revista notícias da construção / março 2014

Normas serão modificadasEstão em revisão atualmente cinco

normas que tratam da execução de reves-timentos cerâmicos em paredes e pisos: NBR 13753:1996, NBR 13754:1996, NBR 13755:1996, NBR 8214:1983 e NBR 9817:1987. Os textos estão sendo analisados por uma única comissão (CE 189:000.03) da Associação Brasileira de Normas Técnicas e, ao que tudo indica, serão reunidos em apenas duas normas: uma para revestimento de paredes internas e externas e outra para pisos. É o que prevê Max Junginger, coor-denador da Comissão de Estudos. O grupo vem se reunindo desde julho de 2013 e já há alterações importantes na parte de fachadas.

Junginger cita, por exemplo, que serão ampliadas as opções de juntas e que haverá mudanças no método de colagem para pla-cas de grandes dimensões. Mas a principal alteração, na opinião do coordenador, será a forma como a norma trata os casos em que

o revestimento é crítico. “Estamos tentando criar uma tabela com fatores de criticidade”, revela Junginger. Entre eles estarão, por exemplo, os climas com flutuação térmica muito grande e a utilização de peças cerâ-micas de grande dimensões.

A ideia é que o construtor insira na tabe-la os dados de sua obra e, caso as condições sejam qualificadas como críticas, haverá cri-térios especiais –como valores de aderência mais rigorosos–, além da recomendação para a consulta a um projetista. “Assim como há um responsável pelo cálculo da estrutura de concreto, deve existir um responsável pelo projeto de revestimento de fachada, mas isso não acontece hoje”, diz o coordenador.

A previsão é de que o texto para fa-chadas e paredes internas esteja pronto até o final de 2014. Já a norma de pisos será revisada na sequência e deverá levar mais algum tempo para ser concluída.

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30 revista notícias da construção / março 2014

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telhas cerâmicas: qualidade ainda é crítica

A evolução do mercado de telhas cerâ-micas está intimamente ligada à habitação popular e, portanto, nos últimos anos, ao pro-grama Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Frente a isso, Cesar Vergílio Oliveira Gon-çalves, presidente da Anicer (Associação Nacional da Indústria Cerâmica), relata que o setor tem mostrado bom desempenho e que a perspectiva é otimista, a despeito da desa-celeração econômica ou mesmo do encerra-mento da segunda fase do MCMV em 2014. “Certamente o programa será refeito numa terceira etapa, por isso a expectativa para o mercado é positiva”, avalia Gonçalves.

Atualmente, existem cerca de 2,5 mil fabricantes de telhas no Brasil. Num merca-do com essas dimensões e com um produto tão tradicional, a demanda não costuma ser um gargalo. Por outro lado, o controle de qualidade e a inovação tecnológica, estes sim, são temas preocupantes para o segmen-to. “O setor é bastante carente de projetos de inovação e a tecnologia está defasada em pelo menos 30 anos”, afirma Lilian Lima Dias, gerente de projetos do Centro Cerâmico do Brasil (CCB).

Gonçalves destaca que o segmento de telhas é um dos maiores dentro do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Habitat (PBQP-H) e que a Anicer tem se empenhado para atrair os fabricantes para o programa. “Porém, fazer isso num universo de 2,5 mil empresas não é tarefa simples”, afirma o dirigente. A fim de complementar este esforço, a entidade também se apoia em parcerias com o Sistema S. Numa das mais recentes, Anicer e Sebrae se propuseram a financiar 70% do valor dos ensaios para que empresas –ligadas ou não à associa-ção– pudessem avaliar seus produtos. Cada fabricante tinha direito a três ensaios por

produto, além de contar com a consultoria técnica das entidades.

“No intervalo entre o primeiro, o segun-do e o terceiro ensaio já foi possível notar um aumento da conformidade”, relata Bruno Frasson, engenheiro cerâmico e gerente téc-nico da Anicer. Nos quatro anos da iniciativa, que se encerrou em 2013, foram feitos 253 ensaios de telhas para 96 empresas.

Os fabricantes também dispõem da certificação do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), mas o órgão avalia apenas questões dimensionais e não quesitos como resistência mecânica e absorção de água. Por isso, a melhora da qualidade vai depender da soma destes e de outros esforços de fiscalização. “O setor de modo geral ainda tem dificuldade com o atendimento às normas técnicas, mas a Anicer tem buscado minimizar a não confor-midade”, afirma Bruno Frasson. “Felizmen-te, a cada mês percebemos um aumento da procura de empresas interessadas em aderir ao PSQ (Programa Setorial da Qualidade) e se qualificar”, observa o gerente técnico da Anicer.

Segundo a anicer, segmento de telhas é um dos maiores dentro do PbQP-H, mas a pulverização dificulta o controle de qualidade

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32 revista notícias da construção / março 2014

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Geração distribuída de energia avança

A energia solar fotovoltaica está pre-sente no Brasil há vários anos, mas sua utilização ainda é bastante restrita e não tem representatividade na matriz energética na-cional. Nesse sentido, 2013 foi marcado por um avanço importante: começou a valer, na prática, a resolução normativa 482 da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que estabelece as condições para que pessoas fí-sicas ou jurídicas instalem sistemas de micro ou minigeração de energia em seus imóveis.

A resolução permite que os micro e minigeradores “vendam” o excedente de energia para a rede elétrica e recebam, em troca, créditos em quilowatt-hora (kWh), que podem ser descontados da conta de luz. Este mecanismo –batizado de geração distribuí-da– dispensa a necessidade de baterias para armazenar energia e torna o sistema muito mais vantajoso para o usuário final.

Embora a resolução tenha sido publi-cada em abril de 2012, as distribuidoras tiveram oito meses para se adaptar, e foi em 2013 que as iniciativas começaram a surgir. No Rio de Janeiro, o primeiro caso aconteceu em agosto: uma casa no bairro de Santa Teresa, na capital do Estado, instalou nove módulos fotovoltaicos em seu telhado e foi conectada à rede da con-cessionária Light.

O sistema gera, em média, 228 kWh por mês, e a energia é consumida, priorita-riamente, pela residência. “Mas quando o consumo é baixo e há excesso de geração, esse excedente vai para a rede da Light ”, explica Hans Rauschmayer, proprietário da casa e sócio-gerente da empresa Solarize, que idealizou o projeto.

À noite, o inverso acontece e a casa usa energia da rede. O medidor registra tanto a energia que entra quanto a que sai do imóvel

–cujo consumo médio é de 350 kWh/mês– e, no final do mês, a energia injetada na rede pode ser abatida dos kWh consumidos.

“Casos como este estão acontecendo todo dia e vão se replicar aos borbotões”, preconiza Ricardo Rüther, diretor técnico do Instituto Ideal, voltado à disseminação de energias renováveis. Ele destaca que o custo dos equipamentos tem baixado muito e que há, inclusive, diversas construtoras consultando o Instituto Ideal sobre como adotar a geração distribuída.

Uma delas foi o Grupo Get, que está construindo um condomínio horizontal na Ilha de Santa Catarina. O empreendimento tem 28 painéis fotovoltaicos sobre o pórtico de entrada gerando energia para abastecer as áreas comuns, e também troca energia com a rede da concessionária local.

Hans Rauschmayer também já está desenvolvendo outros projetos em empre-sas, condomínios, shoppings e residências, e aposta que, agora, a expansão do modelo no país será um caminho sem volta.

Gráfico dos totais ano a ano da potência instalada de sistemas fotovoltaicos conectados à rede no Brasil. *Valores referentes a sistemas em fase de instalação

Ranking dos quatro primeiros estados brasileiros com maior potência instalada até o momento:

1 – Santa Catarina com 3,25 MWp 2 – Bahia com 2,52 MWp 3 – São Paulo com 1,31 MWp 4 – Ceará com 1,17 MWp

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1 Dados compilados pelo engenheiro e pesquisador andrigo Filippo antoniolli, como parte de sua dissertação de mestrado, “Sistemas fotovoltaicos conectados à rede no brasil, incluindo características de performance”, na Universidade Federal de Santa Catarina

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34 revista notícias da construção / março 2014

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pesquisa em revestimentosO avanço tecnológico da indústria de

revestimento cerâmico foi significativo nos últimos anos e pode ser medido não apenas pela otimização de processos na fabricação, mas também pelo aumento da tecnologia embarcada nos materiais.

“O processo produtivo passa por uma ampliação da automação, que permite maior flexibilidade de produtos (formatos, design e propriedades) e processos (produção de pequenos lotes para entregas sob encomen-das), além da redução de desperdícios de combustíveis e matérias- primas”, afirma Marcelo Caridade, gerente de Certificação do Centro Cerâmico Brasileiro (CCB).

É neste cenário que surgem no mercado placas cerâmicas de espessura cada vez me-nor. Segundo Marcelo Caridade, enquanto nos 1970 os produtos apresentavam espessu-ras de 15 mm a 20 mm, hoje a média varia de 7 mm a 10 mm e é possível encontrar placas

de até 3 mm. Isso resultou em economia de energia e matéria-prima, além de menores cargas para transporte.

Outro fruto do desenvolvimento tec-nológico é a decoração digital das placas, conhecida como impressão HD (high defi-nition). Marcos Serafim, gerente de Design e Inovação do CCB, explica que o processo elevou muito a qualidade e a definição dos desenhos em comparação aos métodos convencionais de decoração, e aumentou o realismo do acabamento de placas cerâmicas que mimetizam outros materiais – como cimento, metais, madeiras e fibras naturais.

Marcelo Caridade acrescenta que há ou tras novidades em desenvolvimento, como placas antibacterianas, placas fotolumines-centes para uso em locais públicos, placas com células fotovoltaicas e placas com su-perfícies hidrofóbicas, que ajudam a manter a superfície livre de poeira e resíduos.

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sinduscon-sp integra conselho do isitec

O SindusCon-SP aceitou convite para integrar o Conselho de Administração do Isitec (Instituto Superior de Inovação e Tecnologia) do Seesp (Sindicato dos Enge-nheiros no Estado de São Paulo).

A participação foi tratada durante visita do presidente do Seesp, Murilo Celso Pinhei-ro, ao presidente do SindusCon- SP, Sergio Watanabe, em janeiro. (FH)

Grupo de Jovens Empresários reúne-se

O Grupo de Jovens Empresários do SindusCon-SP reuniu-se em fevereiro. O superintendente do sindicato, José Luiz Machado, apresentou o organograma da entidade. O coordenador Administrativo, Emílio Riskallah, detalhou as atribuições e atividades de sua área. E as ações de Marke-ting foram apresentadas pela coordenadora de Eventos, Mariana Carvalho. (RM)

sindicato discute aprendizEm reunião na Superintendência do

Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE/SP) em janeiro, o vice- presidente de Rela-ções Capital-Trabalho do SindusCon-SP, Haruo Ishikawa, ressaltou as dificuldades para a contratação de aprendizes. Ele foi recebido pelos auditores fiscais Juarez Cor-reia Barros e Alice Grant Marzano, também coordenadora do programa de aprendizagem profissional junto à SRTE.

Ishikawa observou que a proibição da atividade de construção ao menor de 18 anos é um grande entrave. Devido à escassez de mão de obra qualificada, o sindicato tem su-gerido ao Ministério do Trabalho e Emprego

que autorize as empresas a transformar parte de seus serventes e ajudantes em aprendizes.

A exigência de escolaridade mínima para o aprendiz ter acesso aos cursos do Se-nai foi outro obstáculo citado por Ishikawa. O vice-presidente informou que já foi soli-citada ao Senai-SP a inclusão de programas de elevação de escolaridade nos cursos de aprendizagem. E observou que a duração de uma obra em muitos casos tem prazo inferior ao da aprendizagem profissional.

O representante do SindusCon-SP aven-tou a possibilidade de um acordo tripartite para a contratação de aprendiz.

(Fabiana Holtz)

Caixa recebe sugestões sobre preçosA Caixa aceitou em fevereiro discutir

as sugestões dadas pelo grupo técnico da CBIC, para a revisão das composições de preços dos serviços de construção do Sinapi, que estabelece parâmetros para as licitações públicas. Participou da reunião, em Brasília, o vice-presidente de Obras Públicas do SindusCon-SP, Luiz Antônio Messias.

Entre as sugestões apresentadas, estão o reestudo dos coeficientes de manutenção dos equipamentos nas obras; a inclusão de custos como os de seguros; a revisão dos juros de amortização do capital, e a inclusão

de outros itens não contemplados.Em serviços como colocação de pisos,

louças e metais, é preciso que também se levem em conta as despesas com a descarga na obra, o transporte no canteiro e o custo do ferramental utilizado.

Depois, o vice-presidente do Sindus-Con-SP coordenou a mesa de trabalhos da apresentação feita pelos representantes da Caixa na CBIC, sobre a metodologia que está sendo utilizada para a atualização das composições de preços.

(Rafael Marko)

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38 revista notícias da construção / março 2014

A Lei Anticorrupção (Lei 12.846) trata da responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos con-tra a administração pública, e não somente de casos de corrupção. Publicada em 1º de agosto de 2013, está em vigor desde 29 de janeiro de 2014.

Ninguém pode se opor a uma lei com esse objetivo. No Brasil, a proporção assumi-da por atos contra a administração pública, com a repetição de escândalos sem aplicação de penas, levou a sociedade a desacreditar que algo mais abrangente viesse a ser feito para inibir corruptos e malfeitores.

De natureza civil, a lei pune com multa as pessoas jurídicas responsáveis por atos praticados contra a administração pública e abre a possibilidade de ação judicial para o encerramento compulsório das atividades delas. A lei surgiu como resposta de um governo perplexo com as manifestações de junho, que se viu obrigado a dar satisfações à sociedade. No fechamento desta edição, aguardava regulamentação do Executivo federal e já tinha sido regulamentada no Estado de São Paulo – o que também deverá ocorrer em outros estados.

A legislação é polêmica e tem várias disposições subjetivas. Irá punir sociedades empresárias, fundações, associações de en-tidades, sociedades estrangeiras que tenham sede, filial ou representação no Brasil, res-ponsáveis por atos lesivos ao mercado, tais como: prometer, oferecer ou dar vantagem indevida a agente público; frustrar, ou frau-dar, mediante ajuste, o caráter competitivo

do certame licitatório; obter vantagem ou benefício indevido; manipular ou fraudar o equilíbrio econômico.

O valor da multa a ser aplicada pelos atos considerados lesivos variará de 0,1% a 20% do faturamento bruto da empresa no último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, nunca sendo inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação.

As penas impostas conflitam com as da Lei de Defesa da Concorrência e da Lei de Licitações para os mesmos atos classifi-cados como lesivos à Administração ou a práticas anticoncorrenciais de mercado. Isso trará problemas na aplicação da penalidade. Também não há clareza sobre as normas atinentes à leniência; não há clareza sobre a autoridade máxima de cada órgão para instaurar e julgar o processo administrativo. Foi permitida a delegação deste poder, o que paradoxalmente é uma porta escancarada para a corrupção.

Percebe-se um alto grau de discriciona-riedade do agente público na condução dos processos administrativos, o que inclusive facilitará o uso político da lei.

Para prevenir ou minimizar futuros problemas, as empre-sas deveriam criar um código de conduta. Isso ao menos possi-

bilitará o embasamento de futuras defesas.O que vem sendo elogiado em parte da

mídia e enaltecido como algo capaz de coibir malfeitos pode não ser o que parece. Não é o valor da multa que evita a corrupção. Ao contrário, a experiência tem demonstrado que o valor da multa aguça o faro do agente público inescrupuloso. E para este, a Lei Anticorrupção não alterou coisa alguma.

a lei (anti)corrupção

disposições subjetivas abrem brechasà utilização inescrupulosa e até política

l e G i s l a Ç Ã o

RENATO ROMANO FILHO é assessor jurídico doSindusCon-SP, membro de seu Conselho Jurídico, da CPRT e do Fórum dos Advogados da CBIC, e sócio da Romano Filho Sociedade de Advogados

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39revista notícias da construção / março 2014

c a r G a t r i B u t á r i a

retenção é de 3,5% na cessão de mão de obra da desonerada

Até 31 de dezembro de 2014, as empre-sas enquadradas na desoneração da folha de pagamento e contratadas por cessão de mão de obra, inclusive sob a forma de empreitada, estão sujeitas à retenção de contribuição pre-videnciária patronal de 3,5% sobre o valor da nota, e não mais de 11%.

Isto é o que dispõe a Solução de Con-sulta COSIT 23, de 22/1/2014, da Receita Federal (DOU de 27/1/2014), que dispõe sobre o percentual da retenção previdenciá-ria incidente sobre a nota fiscal, fatura ou recibo do prestador de serviços.

A Solução de Consulta também reafir-ma que o contratado poderá abater da base de cálculo da retenção os valores de materiais e equipamentos envolvidos na prestação de serviços, nos termos dos artigos 121 a 123 da Instrução Normativa (IN) 971/09. Essa possibilidade já estava prevista na IN 1.436/13, segundo a qual a base de cálculo da retenção obedecerá aos critérios estabe-lecidos na IN 971/09.

Todavia, permanece a dúvida sobre o percentual de retenção a ser aplicado nas contratações por empreitada total – a da construtora com registro no Crea que assume a responsabilidade total pela obra.

Segundo a assessora jurídica do Sin-dusCon-SP Rosilene Carvalho Santos, a IN 1.436/13 determina que, para a elisão da responsabilidade solidária, a retenção continuará sendo de 11%. Pela sistemática previdenciária, o construtor e o dono da obra, ou o incorporador, ou o proprietário do terreno são solidários nas contratações por empreitada total. Os contratantes, por sua vez, têm a faculdade da retenção para elidir a responsabilidade solidária. Daí resultaria a aplicação da retenção de 11% para a elisão da responsabilidade solidária.

Rosilene observa que a retenção de 11% não faz sentido para as obras desoneradas, pois nestas a contribuição previdenciária é feita com base na receita bruta e não na folha de pagamento. Segundo a advogada, a retenção foi criada justamente para elidir a responsabilidade solidária sobre a folha de pagamento. Assim, uma interpretação sistemática da lei não pode levar a conclusão diversa de que o percentual de retenção, nos casos de desoneração, é de 3,5%.

Além do mais, a retenção de 11% nestes casos muito provavelmente impossibilitará a compensação integral do valor retido.

(Rafael Marko)

rosilene: retenção de 11% visando elidir a responsabilidade solidária para obras desoneradas não faz sentido

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40 revista notícias da construção / março 2014

s e r v i Ç o s

eletropaulo lança novo guiaA concessionária AES Eletropaulo lan-

çou em fevereiro a 12ª edição do LIG (Livro de Instruções Gerais), que apresenta em 12 fascículos as normas e diretrizes para que os instaladores sigam as coordenadas de projeto, desenhos técnicos e especificações de materiais e equipamentos necessários para a execução de instalações de energia elétrica em tensão secundária de distribui-ção. A cerimônia de lançamento, na sede da distribuidora de energia, contou com as presenças do coordenador da Comissão de Estudos de Fundações e Estruturas do CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade) do SindusCon-SP, Luiz Lúcio, e dos membros do CTQ Renato Genioli Jr. e Yorki Estefan. Este último tem representado o sindicato no grupo de trabalho criado junto a represen-tantes da Eletropaulo.

O diretor de Engenharia e Serviços da AES, Anderson Oliveira, destacou que, no manual, a distribuidora de energia de-talha as dicas para quem está construindo ou reformando, segundo as quais se torna possível solicitar a ligação de energia para a AES Eletropaulo. O guia lembra que todos os elementos de uma instalação –composta por poste, caixa para medidor, eletrodutos, fios e disjuntor– devem seguir normas técnicas determinadas pela ABNT (As-sociação Brasileira de Normas Técnicas), que garantirão seu correto funcionamento.

Entre as mudanças da nova edição estão a obrigatoriedade de fazer a prote-ção geral contra correntes do sistema e a habilitação/indicação das marcas de tintas

livres de metais pesados. Para Es-tefan, o novo LIG detalha melhor os processos e mo-derniza os proce-dimentos de soli-citações. “Antes, os processos iam e voltavam muitas vezes, atrasando as ligações de energia elétrica. O LIG agora vem com uma qualida-de muito melhor, evitando possí-veis arbitrarieda-des dos técnicos da concessionária quando os pro-cedimentos eram menos detalha-dos”, afirmou.

A nova exigência de substituição de madeira no interior dos quadros de força por caixas metálicas foi ressaltada por Yorki Estefan e Lúcio como exemplo de moder-nização do LIG. “O grande mérito do novo livro é acrescentar altas doses de segurança no projeto e na execução de instalações elétricas”, apontou Lúcio.

Os clientes podem acessar o LIG ( www.aeseletropaulo.com.br/padroes-e-normas--tecnicas/manuais-normas-tecnicas-e-de--seguranca/conteudo/manuais-normas--tecnicas-e-de-seguranca ). A versão digital tem a vantagem de ser editável, o que facilita a busca por verbetes e itens específicos. O usuário também pode comprar o manual impresso por R$ 45 em uma das lojas de atendimento da AES Eletropaulo.

(Nathalia Barboza)

manual liG detalha projeto e execução de instalações elétricas Capa da versão

impressa do guia de instalações da aeS eletropaulo

Page 41: Desempenho viável

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desafios da indústria da Construção Civil em saúde e segurança do trabalhoO objetivo é apresentar e discutir conceitos e práticas de Segurança no Trabalho - SST no contexto atual e para as perspectivas do setor. Avaliar a adequação, possibilidade de aprimoramento e de promoção do trabalho seguro, salubre e eficiente.

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Guia prático para encerramento de obra na receita Federal do Brasil2 de abril

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Gestão de estoques com Foco no setor da Construção Civil4 de abril

Gestão de projetos na Construção Civil• 4 e 5 de abril• 11 e 12 de abril

legislação societária e tributária aplicácel aos Consórcios spe, sCp na Construção Civil7 de abril

aspectos do iCMs, ipi e iss na Construção Civil7 de abril

Controles internos: uma ferramenta para redução dos Custos e aumento dos lucros e da segurança de sua empresa9 de abril

desoneração da Folha de pagamento no segmento da Construção Civil9 de abril

interpretação da iso 9001:2008 e pBqp-HNível a – siaC 201229 de abril

padronização de projeto + Cálculo de tráfego• 10 de abril, em Bauru• 16 de abril, em Campinas

e-social x legislação trabalhista e previdenciária – aspectos preparatórios• 15 de abril, em Bauru• 3 de abril, em Sto. André• 4 de abril, em Santos

Cálculo de apuração da retenção do irpJ, Csll, pis e Cofins3 de abril, em Campinas

Gestão de pessoas com deficiência22 de abril, em Campinas

desoneração da Folha de pagamento no segmento da Construção Civil• 9 de abril, em Campinas• 29 de abril, em Santos

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Classificação Fiscal de Mercadorias (NCM) e os impactos no sped Fiscal, eFd Contribuições e NF-e14 de abril, em rib. preto

Noções da área fiscal para engenheiros e administrativos de obras28 de abril, ems.J do rio preto

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Page 42: Desempenho viável

42 revista notícias da construção / março 2014

Decisão recente da 2ª Seção do STJ tende a pacificar, definitivamente, polêmica a respeito de cláusula contratual utilizada por incorporadoras e construtoras. A cláusula prevê, para o caso de rescisão de compromis-so de venda e compra de unidade imobiliária, a devolução parcelada dos valores a que o adquirente tenha direito de restituição.

Do ponto de vista empresarial, a regra justifica-se pelo fato de que o caixa do empreendimento não pode ser sacrificado por rescisões que imponham desembolso imediato de restituições devidas. Inclusive, é comum prever que a devolução se dê no mesmo número de meses em que parcelas te-nham sido pagas. Às vezes, a cláusula prevê a devolução apenas depois do fim da obra.

No âmbito dos Tribunais, a jurispru-dência já vinha há tempos se posicionan-do contra esta regra. Alegava-se que tais previsões seriam abusivas porque poriam o consumidor de imóveis em posição de extrema desvantagem: ele seria obrigado a esperar pela devolução de quantias, en-quanto o incorporador poderia, desde que efetivamente rescindido o contrato, revender imediatamente o imóvel.

Agora esta tendência tornou-se uma tese jurídica “pacificada” pelo STJ, o Tribu-nal brasileiro que tem a missão de “encerrar” este tipo de polêmica. E a conclusão da 2ª Seção do STJ, no julgamento do recurso especial 1.300.418/SC, foi no sentido das decisões acima mencionadas, fixando a seguinte premissa: “Em contratos submeti-dos ao Código de Defesa do Consumidor é

abusiva a cláusula contratual que determina a restituição dos valores devidos somente ao término da obra ou de forma parcelada, na hipótese de resolução de contrato de promessa de venda de imóvel, por culpa de quaisquer contratantes. Em tais avenças deve ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas pelo promitente comprador – inte-gralmente, em caso de culpa exclusiva do promitente vendedor/construtor, ou parcial-mente, caso tenha sido o comprador quem deu causa ao desfazimento.”

O caso acima foi julgado com o objetivo de realmente solucionar a polêmica. Isto quer dizer que, utilizando-se de permissão legal, o precedente judicial acima se aplica ao processo em si e a outras demandas que estejam aguardando julgamento e/ou ve-nham a ser ajuizadas a respeito da mesma questão.

Não se trata aqui de obrigar os juízes de instâncias inferiores a julgar no mesmo sentido do acima comentado. Trata-se de permitir que haja um “atalho”, deixando claro que, se o processo vier a ser encami-nhado ao STJ, este será o resultado a ser dado. Ou seja, mesmo sem obrigação, os

juízes de instâncias inferiores ficam com forte tendência de já se submeterem ao que será o resultado final da demanda.

De outro lado, litigar contra esta con-clusão também passa a ser mais arriscado, pois esta conduta poderá ser eventualmente penalizada por representar resistência a um resultado “certo” para o caso. Em vista dis-to, cumpre noticiar este fato e recomendar que haja redobrada cautela no momento de decidir pela eventual utilização deste tipo de cláusula.

contrato desfeito

restituição de parcelas da comprade imóvel deve ser feita de imediato

j u r Í d i c o

JOSÉ CARLOS BAPTISTA PUOLI é advogado do Escritório Duarte Garcia, CaselliGuimarães e Terra, Doutor em Direito/USP e membro do Conselho Jurídico do SindusCon-SP

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Page 43: Desempenho viável

Seja na construção civil, na indústria ou na montagem de estruturas para shows e eventos, trabalhos em altura sempre envolvem riscos. Com o uso de sistemas de prote-ção inadequados ou a execução do serviço por um profis-sional sem treinamento, a chance de acontecer algum aci-dente aumenta muito. As quedas estão entre as principais causas de acidentes de trabalho graves e fatais – 20% das ocorrências na construção civil são dessa categoria. A sim-ples utilização de equipamentos não garante um trabalho livre de riscos. É preciso que eles estejam de acordo com as normas que regulamentam esse tipo de atividade. De-senvolvê-los de forma a garantir a integridade dos traba-lhadores é a especialidade do Grupo Worker, que atua nas áreas de saúde e engenharia de Segurança no Trabalho.

Qualquer trabalho executado em alturas superiores a 2 metros exige que o profissional fique conectado a um sis-tema de ancoragem – não por acaso chamado de linhas de vidas – durante todo o período de exposição ao risco. Para o desenvolvimento dos projetos, contudo, há uma série de especificações que precisam ser seguidas. Elas envolvem desde o material a ser usado até a resistência necessária para que, em caso de queda, o equipamento não se rom-

pa. A criação do projeto envolve duas etapas. Após a aná-lise dos riscos, específica para cada situação, o Grupo Worker desenvolve o chamado memorial de cálculo, que

descreve matematicamente as especificações do projeto para que ele resista ao peso do trabalhador – ou de vários, no caso de mais de uma pessoa estar presa à linha de vida. O passo seguinte são os testes de carga, para garantir que o material suporta as condições descritas no projeto.

Mesmo o mais seguro dos sistemas de proteção pode falhar se os responsáveis pela execução do trabalho não tomarem as precauções necessárias. Pesando nisso, o Grupo Worker treinamentos para preparar os profissio-nais para exercerem com segurança trabalhos em altura (NR35). De realização obrigatória – e periódica – para esse tipo de atividade, o curso aborda desde as principais medi-das de proteção e controle de riscos até orientações sobre como proceder em situações de emergência – incluindo

técnicas de primeiros socorros.Qualquer que seja a necessidade da sua em-presa, o Grupo Worker tem a solução certa

para garantir uma execução segura e responsável de trabalhos em qual-

quer altura.

Segurança a prova de quedas

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Page 44: Desempenho viável

44 revista notícias da construção / março 2014

JOSÉ CARLOS DE ARRUDA SAMPAIO é consultor de empresas e diretor da JDLQualidade, Segurança no Trabalho e MeioAmbiente

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Há muito a melhorar

conheça as boas práticas recomendadas no âmbito da comunidade econômica europeia

s e G u r a n Ç a d o t r a B a l H o

A indústria da construção tem um histórico muito preocupante em matéria de segurança e de saúde no trabalho, com custos humanos e financeiros consideráveis, tanto para a sociedade como para a economia. As condições de trabalho e de segurança neste setor, principalmente nos canteiros de obras de maior porte, vêm apresentando melhorias, mas ainda há muito a fazer.

A Diretiva 92/57/CEE - Comissão Eco-nômica Europeia introduziu alterações de fundo no domínio da prevenção dos riscos ocupacionais no setor da construção ao:

• exigir a coordenação da segurança e da saúde tanto durante a elaboração do projeto como durante a execução da obra;

• determinar as funções e responsabili-dades dos vários intervenientes;

• exigir a elaboração de um número limitado de documentos que ajudam a asse-gurar boas condições de trabalho;

• estender a todos os intervenientes nos projetos de construção os princípios da Dire-tiva, para que as empresas que partilham um local de trabalho cooperem e se coordenem na prevenção dos riscos ocupacionais.

A estratégia comunitária para a correta aplicação da Diretiva 92/57/CEE inclui a ela-boração de guias práticos. Dentre estes, o de Boas Práticas sugere as seguintes melhorias:

• inserir o tema de segurança e saúde desde a concepção do projeto;

• fabricar blocos menores e mais leves;• implementar sistema de exaustão de

pó de serra e poeiras do gesso;• reduzir o peso dos sacos de cimento

e de agregado;• utilizar compactador comandado por

rádio;• substituir tintas com solventes por

tintas à base de água;• usar asfalto a baixa temperatura;• implantar programa de gestão de

mudanças;• especificar espaço mínimo para o

trabalho;• utilizar arrasador hidráulico de estacas

de concreto;• estender a segurança até o último

trabalho a ser executado;• determinar a logística da recepção de

elementos pré-fabricados de concreto no canteiro, bem como da sua armazenagem, elevação e instalação;

• considerar a construção residencial urbana como sendo uma obra;

• identificar perigos que podem surgir durante a vida útil da instalação;

• conceber suportes rígidos à volta dos edifícios para permitir a utilização de plataformas elevatórias móveis de trabalho;

• evitar trabalhos de escavação para instalar ligações de serviços em solos po-tencialmente contami-nados;

• usar colas e re-vestimentos superfi-

ciais não inflamáveis e não tóxicos;• planejar a iluminação das vias de

tráfego e das zonas de armazenagem, de trabalho e de bem-estar;

• considerar no projeto do canteiro o acesso de pessoas deficientes;

• adotar a Ficha de Concepção de Projeto;

• juntar os requisitos do PCMAT com o Plano de Segurança e Saúde.

Page 45: Desempenho viável
Page 46: Desempenho viável

Excelência na educação profissional e inovação tecnológica é no SENAI-SP

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Curso técnico de edificações Qualificações:

Desenhista de edificações Laboratorista de ensaios de materiais

Habilitação: Técnico em edificações

Curso mestre-de-obras Especialização—Planejamento e supervisão

de obras

Formação de mão-de-obra para construção civil ● Carpintaria ● Alvenaria ● Elétrica ● Auto CAD ● Hidráulica ● Pintura ● Vidraçaria ● Cobertura ● Armação de Ferros ● Desenho técnico ● Gesso acartonado ● Aquecimento solar ● Impermeabilização ● Serralharia de Alumínio ● Elevação de cargas e pessoas ● Soldador de tubos de polietileno ● Instalação e montagem de elevadores ● NR 10 - Segurança em instalações e serviços com eletricidade

NR 18 - Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção

● NR 33 - Capacitação para trabalhadores em espaços confinados

NR 35 - Trabalhos em altura

Escola SENAI “Orlando Laviero Ferraiuolo” Rua Teixeira de Melo, 106—Tatuapé—São Paulo—SP

Tel.: (11) 2227-6900 http://construcaocivil.sp.senai.br www.sp.senai.br/redessociais

Page 47: Desempenho viável

47revista notícias da construção / março 2014

50 anos dedicados à saúde

p r e v e n Ç Ã o e s a Ú d e

Em 20 de março de 1964 nascia o Secon-ci-SP, o Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo, iniciativa de um grupo empresários da construção que fundaram uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, para oferecer assistência social, atendimento médico-ambulatorial e odontológico aos tra-balhadores do setor e suas famílias.

Aquele sobrado à r. São Vicente de Paula, onde foi instalado o primeiro ambulatório, se transformou na moderna sede hoje situada à av. Francisco Matarazzo. A proposta do aten-dimento diferenciado criou raízes em outros municípios que totalizam anualmente mais de dois milhões de atendimentos, entre médicos, odontológicos, exames, serviços complemen-tares e de apoio terapêutico.

Eleito presidente do Seconci-SP em 2009 e reeleito em 2011, enfoquei a gestão na área assistencial, com a criação de novas unidades, ampliação e reforma das existentes e investi-mentos no parque tecnológico, em sistemas e na aquisição de mais equipamentos. Inau-guramos as Regionais ABC, Ribeirão Preto e Cubatão. Construímos a sede própria em São José dos Campos e, dado o crescimento acima das expectativas de Ribeirão, decidimos com-prar um imóvel, reformá-lo e firmar raízes ali. O prédio em Santos foi totalmente reformado e as unidades do ABC, Campinas e Piracicaba mudaram para uma sede maior.

O Seconci-SP também é uma Organiza-ção Social de Saúde. Na parceria com o go-verno paulista, somos responsáveis pela gestão de 4 hospitais, 1 plataforma logística, 1 central de diagnóstico por imagem e 2 Ambulatórios

Médicos de Especialidades (AME), o segundo em Sorocaba, inaugurado em 2013.

Em parceria com a Prefeitura de São Paulo, o Seconci-SP gerencia 4 Unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMAs) e o Território Penha/Ermelino Matarazzo. Em 19 de dezembro, foi inaugurada mais uma Unidade, a Rede Hora Certa Penha.

O grupo de empresários que criou o Se-conci-SP, entre os quais, orgulho- me de dizer, estava meu pai, João Prósperi de Araujo, não podia imaginar nem prever até onde a entidade chegaria, cinco décadas depois.

Prestar um atendimento de qualidade é condição sine qua non para a entidade. Desde 2001, nosso Laboratório de Análises Clínicas é certificado pela ISO 9001 e, em abril de 2010, as demais áreas conquistaram a certificação do nosso Sistema de Gestão da Saúde, auditada pela Fundação Vanzolini. Essa diretriz também é seguida nas unidades de gestão pública, inclusive com reconhecimen-to internacional, como é o caso do Hospital Estadual Vila Alpina, que obteve Acreditação Canadense, e o Hospital Geral de Itapecerica da Serra, certificado pela Joint Commission International (JCI).

Nada disso seria possível sem o compro-metimento dos funcionários, que hoje superam a casa dos sete mil profissionais, aliado à par-ticipação das empresas da construção e líderes

sindicais patronais e de trabalhadores.

O reconhecimento do setor nos permitiu alçar voos mais altos e colocar nossa experiên-

cia em benefício da comunidade. Uma história construída sobre bases sólidas, que leva a um horizonte com grandes perspectivas e muita responsabilidade em administrar um bem de valor inestimável, como a saúde.

ANTONIO CARLOS SALGUEIRO DE ARAUJO é engenheiro civil, formado pela Escola de Engenharia de São Carlos da USP, empresário e presidente do Seconci-SP

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compromisso com qualidade levou àconquista de relevantes certificações

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49revista notícias da construção / março 2014

r e G i o n a i s

construtoras cobram casa paulista em BauruEmpresários da construção civil de

Bauru reivindicaram em fevereiro que a Pre-feitura firme convênio com o programa Casa Paulista, que prevê verba complementar do Estado para obras do Minha Casa, Minha Vida (MCMV). O convênio foi rejeitado pela administração local em 2013 e a Regional Bauru do SindusCon-SP cobrou oficialmen-te uma revisão desta postura.

Segundo empresários do setor, o maior entrave é o custo dos terrenos, principalmen-te em cidades maiores, como é o caso de Bauru. “Está cada vez mais difícil encontrar terrenos com preço compatível com o valor oferecido pelo governo. Se a Prefeitura firmar o convênio, todos ganham”, afirmou Renato Parreira, diretor Regional Bauru.

Ao receber a reivindicação, a vice-pre-feita Estela Almagro (PT), coordenadora do MCMV em Bauru, questionou quais seriam as vantagens para as empresas, sugerindo que o convênio aumentaria os lucros das construtoras.

A reivindicação dos empresários mo-bilizou outros setores e entidades, inclusive o Conselho Municipal de Habitação. Em reunião com diretores e associados do SindusCon-SP, o presidente do CMH, Paulo Amaral, manifestou apoio à iniciativa e re-forçou a reivindicação. Apesar da resistência inicial, a vice-prefeita comprometeu-se a renegociar o convênio para a cidade.

Hidrantes encalhados Polêmica e contestada desde que

entrou em vigor, a Lei dos Hidrantes (nº

5.986/ 2010) deve, finalmente, passar por uma revisão. Reivindicação antiga da Re-gional Bauru, o assunto foi tema de uma audiência pública na Câmara Municipal e resultou no consenso de que a lei precisa ser alterada.

A lei exige que o setor da construção civil doe um hidrante completo ao município para toda obra com mais de 1.000 m² execu-tada na cidade. Além de contrariar a legisla-ção estadual (que prevê a doação para obras com mais de 5.000 m²), a lei municipal não regulamenta a instalação destes equipamen-tos, que estão se acumulando em depósitos do Departamento de Água e Esgoto (DAE), sem a devida destinação.

Ao defender a revisão, o diretor da Re-gional, Renato Parreira, também destacou não ser justo que o setor seja o único respon-sável por sanar este déficit. “Só a construção civil vai pagar essa conta? O que eu peço é bom senso”, destacou.

(Sabrina Magalhães)

reunião de empresários com o presidente do Conselho Municipal de Habitação de bauru, Paulo amaral (centro)

Page 50: Desempenho viável

50 revista notícias da construção / março 2014

reGionais

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santos realiza seminário sobre segurança e saúde

Lançado em fevereiro, o seminário “Se-gurança e Saúde na Indústria da Construção” realizado em Santos pelo SindusCon-SP em conjunto com o Instituto Trabalho e Vida, deu início a uma ampla ação de prevenção em todo o Estado de São Paulo. Segundo o diretor da Regional Santos, Ricardo Beschiz-za, “investir em segurança é fundamental e tem sido prerrogativa do SindusCon-SP há anos”.

O evento aconteceu no auditório da Re-gional Santos do Seconci, que apoia o even-to, assim como a Associação de Locadoras.

Destinado aos trabalhadores, enge-nheiros, técnicos de segurança, técnicos em edificações, arquitetos e estudantes, este é apenas um dos eventos promovidos pelo SindusCon-SP nessa área. “Investimos em diversos trabalhos de prevenção de aciden-tes, como a Megasipat, o ConstruSer e nossa

parceria com o Senai”, afir-mou o diretor.

“É um trabalho muito amplo, que vai além do uso de luvas, botas e capa-cetes”, observou Antonio Nascimento, engenheiro de segurança do Trabalho.

Segundo Nascimento, hoje os canteiros contam com equipamentos mo-dernos e sofisticados. São tecnologias que não existiam na ocasião da elaboração da NR-18. “Por isso é preciso se adequar a norma à nova realidade.”

O evento contou com o patrocínio de Grumont, Adolpho Lindenberg Cons-trutora, Gulin, Pórtico Real, Montarte e Scanmetal.

(Giselda Braz)

eduardo nóbrega, engenheiro da Gulin equipamentos, palestrou sobre a instalação correta de linha de vida em telhado

Page 51: Desempenho viável

51revista notícias da construção / março 2014

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regional ganha espaço no conselho de política urbana de santo andré

Em fevereiro, foram empossados os integrantes do Conselho Municipal de Polí-tica Urbana (CMPU) de Santo André para o biênio 2014/2015. A Regional Santo André do SindusCon-SP tem como representantes José Raul Poletto Filho, da ARC Engenharia e Construções, como titular, e o diretor da Regional, Sergio Ferreira dos Santos, da Dunas Construtora e Incorporadora, como suplente.

Segundo Paulo Piagentini, secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação e presidente do CMPU, o conselho tem, entre outras atribuições, acompanhar e aprovar todas as legislações urbanísticas antes de seu envio à Câmara Municipal, além de debater as diretrizes da política urbana do município, garantindo o crescimento e a ocupação de Santo André com qualidade de vida.

“O CMPU tem como meta neste pri-

meiro semestre a re-visão da Luops (Lei de Uso e Ocupação do Solo) e a revisão do Plano Diretor”, afirmou Piagentini.

“A Regional Santo André par-ticipará agregando conhecimento téc-nico ao Conselho, buscando objetivos comuns”, disse José Raul Poletto.

O SindusCon-SP participa ativamente do Conselho desde a sua criação, em 2005. “Essa participação faz os representantes levarem ao CMPU as opiniões dos empre-sários do setor da construção”, disse Sergio Ferreira dos Santos, diretor da Regional.

(Sueli Osório)

José raul Poletto Filho, representante do SindusCon-SP no CMPU, ao lado do secretário Paulo Piagentini

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52 revista notícias da construção / março 2014

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rio preto fecha parceria com fundosA Diretoria da Regional São José do

Rio Preto e os Fundos Sociais de Solida-riedade do Município e do Estado de São Paulo estão formatando parceria para o Polo da Construção Civil.

Detalhes sobre o funcionamento da parceria foram apresentados durante encon-tro de Emilio Pinhatari, diretor da Regional, com a presidente do Fundo Social do Esta-do (FUSSESP), Lu Alckmin, e a presidente do Fundo Social de Solidariedade de Rio Preto, Eliana Lopes, no lançamento do Polo da Construção de São José do Rio Preto, em fevereiro.

“O polo trará benefícios para as cons-trutoras associadas. Teremos mão de obra capacitada para trabalhar nas empresas, di-minuindo os custos que as mesmas têm com treinamento de pessoal. Queremos colocar os alunos formados pelo polo em contato com as construtoras, agilizando sua inserção no mercado de trabalho”, afirmou Pinhatari.

O Polo da Construção Civil irá ofere-cer, gratuitamente, cursos da área da cons-trução civil, por meio do Programa Escola de Qualificação Profissional do FUSSESP. Para cada um dos cursos –assentador de pisos e azulejos, pedreiro e encanador– são oferecidas 15 vagas, sendo 10 para Rio Preto e cinco para a região. Com dois meses

de duração, o curso oferecerá material di-dático, uniforme, auxílio-transporte, bolsa auxílio de R$ 420 e certificado ao término do curso.

“Tenho certeza de que a vida de todas as pessoas que fizerem o curso vai mu-dar”, afirmou a presidente do FUSSESP, Lu Alckmin. “Sabemos da importância de criar oportunidade de qualificação para o trabalho, a todos os paulistas, melhorando a vida das pessoas”, disse a presidente do Fundo de Rio Preto, Eliana Lopes.

(Ester Mendonça)

o diretor da regional, emilio Pinhatari, ao lado de lu alckmin e eliana lopes, respectivamente, presidentes dos Fundos Sociais de Solidariedade do estado e de rio Preto

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53revista notícias da construção / março 2014

Sabonge, Vilhena e Penido durante reunião na sede da aconvap

são josé propõe revisão de zoneamentoO SindusCon-SP e as entidades ligadas

ao setor da construção civil de São José dos Campos apresentaram no final de janeiro suas propostas para revisão da Lei de Zonea-mento da cidade. O evento aconteceu na sede da Aconvap (Associação das Construtoras do Vale do Paraíba). Questões como gabarito de altura, estacionamentos rotativos, zonas de uso e corredores foram alguns dos temas abordados.

No final de janeiro a Prefeitura de São José dos Campos, por meio da Secretaria de Planejamento Urbano, apresentou à população os procedimentos que serão adotados pelo governo para a elaboração da Nova Lei de Zoneamento. A começar pelas audiências públicas, que tiveram início em 12 de fevereiro. O governo entende que a nova legislação deve ser construída com a participação de toda a sociedade, por isso, serão realizados encontros setoriais. Aliado a isso, no site da prefeitura haverá um espaço para consulta pública sobre o assunto.

Também será preparada uma cartilha em linguagem acessível, destacando as datas de todas as audiências e esclarecendo eventuais dúvidas da população.

Para o diretor da Regional São José dos Campos do sindicato, Rogério Penido, as entidades precisam estar unidas para que a

nova lei contemple a todos. “É consenso que atual legislação é extremamente restritiva e travou a cidade: precisamos construir uma nova lei de Zoneamento com a participação de toda a sociedade”, disse.

Além de Penido, participaram do encontro o presidente da Associação de Engenheiros e Arquitetos, Carlos Vilhena; o vice-presidente da Aconvap, Luiz Antonio Sabonge; e a diretora da Aconvap, Maria Rita Singulano.

Mestres de MogiPromovido pela Delegacia de Mogi

das Cruzes do SindusCon-SP, em parceria com o Senai, o curso de Mestre de Obras formou a sua 10ª turma em fevereiro, com 21 alunos. (Elizânio Silva)

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54 revista notícias da construção / março 2014

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prudente capacita sobre e-social e elevadores

A Regional Presidente Prudente promoveu em fe-vereiro cursos de capacitação sobre a obrigatoriedade da utilização do e-Social (EFD-Social). Ministrado pelo especialista em Direito do Trabalho e Direito Previden-ciário, Mariano Carneiro de Souza, o curso de e-Social teve como foco principal a transparência.

A área de capacitação também promoveu um curso sobre planejamento antecipado da implantação de trans-porte vertical nos edifícios. Segundo o engenheiro civil José Luis Soares, especialista que ministrou o curso, o transporte vertical é essencial e pode ser considerado “um diferencial para o edifício.” (Maycon Morano)

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56 revista notícias da construção / março 2014

simulações em aços o l u Ç Õ e s i n o v a d o r a s

As fachadas industrializadas leves estão sendo cada vez mais utilizadas, principalmente em edifícios comerciais e de serviços, em obras novas e em retrofits, sobretudo por causa da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas em 2016. Elas têm a vantagem de rápida exe-cução e peso próprio reduzido; desta forma, não sobrecarregam a estrutura, sendo uma boa opção para retrofits.

Dentre as fachadas leves, como parte de uma dissertação de mestrado, escolheu-se trabalhar com o sistema construtivo de steel frame e estudar o comportamento da estrutura quando o painel é solicitado pelo vento. O pai-nel estudado é composto por quadros de perfis leves de aço formados a frio, com fechamento em placa cimentícia do lado externo, núcleo de lã de vidro e chapa de gesso para drywall do lado interno.

Para estabelecer o carregamento mais crítico exercido pelo vento, foram utilizados resultados obtidos no túnel de vento do IPT dos picos dos coeficientes de pressão do vento na fachada para um edifício de 126m de altura (Figura 1) e a velocidade de rajada do vento

retirada do gráfico de isopletas da ABNT NBR 6123:1988. Desta forma, estabeleceu-se que o vento mais crítico na fachada estudada é de sucção com uma força de 6.568 N/m².

A partir do pré-dimensionamento do quadro metálico, no qual se estudaram os distanciamentos entre montantes de 30cm, 40cm e 60cm, verificou-se que a estrutura mais viável foi com distanciamento entre montantes de 40cm (Figura 2), por ser mais leve que o painel com distanciamento de 30cm e com re-sistência à tração na flexão da placa cimentícia existente no mercado, ao contrário do painel com distanciamento de 60cm.

Após a definição do distanciamento en-tre montantes, foi realizada a modelagem do painel para fazer simulações computacionais utilizando o Método dos Elementos Finitos (MEF) no programa ANSYS® 13.0. O estudo por simulação possibilitou obter resultados de uma vasta gama de possibilidades estruturais do painel com o custo e o prazo menores do que com a realização de ensaios, além de per-mitir verificar as regiões mais solicitadas e que necessitam de reforços. A simulação foi feita

Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna:[email protected]@ipt.br

THIAGO SALABERGA BARREIROS é arquiteto e urbanista formado pela Unicamp e Mestre pelo IPT, pesquisador do IPT no Centro Tecnológico do Ambiente Construído

ALEX SANDERCLEMENTE DE SOUZA é engenheiro civil com Mestrado e Doutorado em Engenharia de Estruturas pela USP e professor associado da UFSCar

TabEla 1 - TiPoS dE PainéiS SiMUladoSiDentiFiCação CaraCteríStiCaS MaSSa Da

ESTrUTUra (KG)

MaSSa Do Painel

(KG)

DenSiDaDe SUPErFiCial do Painel (Kg/m²)

Painel 02 Painel sem bloqueadores e com montantes e guias de 2,0mm de espessura

165,0 552,2 45,5

Painel 12 Painel com uma linha de bloqueadores e com montantes e guias de 2,0mm de espessura

179,9 567,2 46,7

Painel 22 Painel com duas linhas de bloqueadores e com montantes e guias de 2,0mm de espessura

187,4 574,7 47,3

Painel 03 Painel sem bloqueadores, com montantes de 3,75mm de espessura e guias de 3,0mm de

espessura

295,0 682,3 56,2

Painel 13 Painel com uma linha de bloqueadores, montantes de 3,75mm de espessura e guias

de 3,0mm de espessura

310,0 697,3 57,4

Painel 23 Painel com duas linhas de bloqueadores, montantes de 3,75mm de espessura e guias

de 3,0mm de espessura

317,5 704,8 58,1

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57revista notícias da construção / março 2014

considerando o peso próprio de cada painel, as não-linearidades física e geométrica e a força de sucção do vento incidindo sobre as placas cimentícias. Optou-se por estudar seis estru-turas com variações da espessura dos perfis e da quantidade de linhas de bloqueadores. As opções estudadas estão na tabela deste artigo.

Nas simulações foi possível verificar as instabilidades geradas nos montantes, tais como flambagem local (Figura 4), flambagem lateral com torção (Figura 6) e flambagem distorcional (Figura 5), além de permitir observar os deslocamentos, tanto no plano do painel, como fora do plano do painel (a Figura 7 apresenta o deslocamento dos perfis no final da simulação). Foi possível também verificar o comportamento da placa cimentícia, sua ruptura e a influência que isso causou nos

perfis (Figura 3).Como critério de acei-

tação estrutural, foi utili-zada a norma ABNT NBR 10821:2011 com limite de deslocamento de serviço fora do plano do painel de H/175, neste caso 1,65cm. Compa-rando os resultados das simu-lações, foi possível perceber que, entre as opções que atendem a referida norma, há uma variação de peso da estrutura de 76%, sendo que a estrutura mais pesada não apresentou o melhor resultado. Além disso, foi possível verificar a importância dos bloqueado-res, os quais melhoraram o desempenho do painel neste requisito em até 123%, con-siderando a mesma estrutura com e sem bloqueadores.

Com os resultados, foi possível entender a impor-tância das simulações no desenvolvimento de sistemas construtivos de forma rápida, com custo reduzido e possibilitando otimização da matéria prima, neste caso, o aço. Porém, depois de todas as simulações realizadas e chegando- se a uma conclusão do sistema a ser implan-tado, é recomendável a realização de ensaios com a matéria prima e a mão de obra que serão utilizados na construção, para comprovar a eficácia do produto, já que os ma-teriais fornecidos sofrem variações no processo de fabricação e a mão de obra pode executar de forma um pouco diferente da precisão utilizada no projeto e nas simulações.

Figura 1 – Vista da face leste da maquete no ensaio de túnel de vento, no iPt

Figura 2 - Configuração do painel com distanciamento entre montantes de 40cm

Figura 3 – Comparação da ruptura da placa cimentícia com o comportamento do montante 3 no painel 02

Figura 4 – Flambagem local (MPa)

Figura 5 – Distorção do perfil

Figura 6 - Flambagem lateral com torção (corte no meio do painel)

Figura 7 – Deslocamento do painel fora da escala real (aumentado 6 vezes)

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58 revista notícias da construção / março 2014

Compartilho informações de artigo da Harvard Business Review sobre a importân-cia da inteligência emocional para profissio-nais que almejam chegar à posição de CEO. O artigo ressalta que o conhecimento técnico é necessário no crescimento profissional, mas destaca que, sem inteligência emocio-nal, é impossível chegar ao topo.

O primeiro uso do termo “inteligência emocional” é atribuído a Willian Payne (1985, em sua tese de doutorado), mas muito antes já existiam relatos similares de Charles Darwin que reconheceu a importância dos aspectos não cognitivos para a evolução do homem. Em 1920, o psicometrista Robert L. Thorndike usou a expressão inteligência social. Howard Gardner (1983) utilizou ter-mos similares em sua teoria das inteligências múltiplas. Contudo, o termo ficou realmente famoso em 1995, após a publicação do livro “Inteligência emocional”, de Daniel Gole-man, redator de Ciência do New York Times.

Goleman divide a habilidade em cinco categorias:

• Auto-Conhecimento Emocional - re-conhecer as próprias emoções e sentimentos quando ocorrem;

• Controle Emocional - lidar com os próprios sentimentos, adequando-os a cada situação vivida;

• Auto-Motivação - dirigir as emoções a serviço de um objetivo ou realização pessoal;

• Reconhecimento de emoções em outras pessoas – reconhecê-las no outro e empatia de sentimentos;

• Habilidade em relacionamentos inter-

pessoais - interação com outros utilizando competências sociais.

As 3 primeiras são habilidades intrapes-soais e as 2 últimas são interpessoais, estas importantes para as seguintes situações:

• Organização de Grupos - habilidade essencial da liderança, que envolve iniciativa e coordenação de esforços de um grupo, bem como a habilidade de obter do grupo o reco-nhecimento da liderança e uma cooperação espontânea;

• Negociação de Soluções - caracterís-tica do mediador, prevenindo e resolvendo conflitos;

• Empatia - capacidade de, ao identificar e compreender os desejos e sentimentos dos indivíduos, reagir adequadamente de forma a canalizá-los ao interesse comum;

• Sensibilidade Social - capacidade de detectar e identificar sentimentos e motivos das pessoas.

Tais características são marcantes nos grandes líderes que as colocam em prática nas interações huma-nas em suas carreiras, criando uma relação de confiança e admi-ração nas pessoas. O

mundo está cada dia mais competitivo, as pessoas mais focadas em capital e a Geração Y chegou com vontade de ser dona de si, desafiando seus superiores constantemente. Por isso, a inteligência emocional se torna a cada dia mais relevante em relação ao QI (Quociente de Inteligência).

A grande questão é: como podemos desenvolvê-la? Não há cursos específicos, no máximo podemos fazer leituras para entendermos mais sobre o assunto e buscar-mos nos conhecer melhor para trabalharmos nossas fraquezas relacionadas ao tema.

o líder diferenciadoc o n s t r u Ç Ã o d a c a r r e i r a

inteligência emocional é cada vezmais importante que o nível de qi

FELIPE SCOTTI CALBUCCI égraduado em Comunicação Social e gerente de Property & Construction da Michael Page, com foco em recrutamento de gerentes e diretores para construtorase incorporadoras

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