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DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES ESTRUTURAIS COM
GRANULADO DE BORRACHA PROVENIENTE DE PNEUS USADOS
Filipe Valério Sequeira Valadares
Dissertação para obtenção do grau de mestre em
Engenharia civil
Júri
Presidente: Prof. Dr. Augusto Martins Gomes
Orientador: Prof. Dr. Jorge Manuel Caliço Lopes de Brito
Vogal: Prof. Dr. João de Oliveira Fernandes de Almeida
Novembro 2009
i
RESUMO
O aumento significativo do número de pneus usados, associado à estabilidade dos seus constituintes aos agentes
atmosféricos, tem criado problemas ambientais graves. Assim, impõe-se a criação de destinos sustentáveis para
este resíduo que atenuem ou eliminem a tendência verificada. Um dos sectores com maior potencial de
reaproveitamento de pneus em fim de vida, pelo volume de recursos envolvidos e pela variabilidade de
aplicações disponíveis, é o da construção. Neste sentido, estuda-se a utilização de granulados de borracha
provenientes de pneus usados na produção de betões estruturais como uma alternativa útil, tanto do ponto de
vista da protecção ambiental, como da sustentabilidade das reservas naturais. Não obstante, para que esta
alternativa seja amplamente difundida no sector da construção, é necessário assegurar a sua qualidade e
segurança, bem como compreender de forma clara o desempenho de betões com granulado de borracha
incorporado.
Nesta investigação, pretendeu-se avaliar o desempenho mecânico de betões com diferentes percentagens de
granulado de borracha incorporado, assim como analisar a influência da sua dimensão e proveniência (trituração
mecânica e processo criogénico). Mais concretamente, para o betão no estado fresco, procedeu-se à análise da
trabalhabilidade e da massa volúmica. Nas propriedades do betão no estado endurecido, examinou-se a
resistência à compressão, a resistência à tracção por compressão diametral, o módulo de elasticidade e a
resistência ao desgaste por abrasão.
Para a realização dos ensaios, procedeu-se à elaboração de provetes cúbicos e cilíndricos, para treze diferentes
tipologias de betão: um betão de referência e composições com 3 percentagens de substituição (em volume do
total de agregados – 5, 10 e 15%), que se subdividem em 3 diferentes padrões (nos finos nos grossos ou em
ambos); para cada mistura com agregados finos substituídos, utilizou-se granulado de borracha proveniente de
dois processos de transformação distintos, o que duplicou estas misturas.
De um modo geral, betões com granulado de borracha demonstraram piores características mecânicas, por
comparação com o betão de referência. Esta redução de desempenho é tanto mais acentuada quanto maior a
percentagem de substituição e depende da dimensão do granulado de borracha utilizado. Para todos os ensaios
efectuados, a utilização de partículas de borracha de maior dimensão conduziu a melhores resultados. Por sua
vez, a substituição simultânea de finos e grossos demonstrou desempenhos intermédios e o uso exclusivo de
finos originou piores resultados. No que respeita à análise comparativa dos métodos de transformação da
borracha (trituração mecânica ou processo criogénico), não se observa um benefício significativo que justifique
preferência. Para o ensaio à abrasão por desgaste, devido à substancial resistência do granulado a este tipo de
acção, verificou-se uma melhoria tanto mais significativa quanto maior a percentagem de substituição.
Palavras-chave:
Pneus usados; Granulado de borracha; Betão estrutural; Desempenho mecânico.
ii
ABSTRACT
The significant increase in the amount of scrap tyres, associated with the stability of their constituents in relation
to atmospheric agents, has generated serious environmental problems. It has therefore become necessary to
create sustainable destinations for this waste material in order to mitigate or eliminate this trend. Due to the
volume of the resources involved and the variety of applications available, one of the sectors with the greatest
potential for re-using scrap tyres is the construction sector. The use of rubber granulate from scrap tyres in the
production of structural concrete has therefore been studied as a useful alternative, from the perspective of both
environmental protection and the sustainability of natural resources. However, in order to publicise this
alternative widely within the construction sector, it is necessary to ensure quality and safety, in addition to
providing a clear understanding of the performance of concrete containing rubber granulate.
The aim of this research is to assess the mechanical performance of concretes containing different percentages of
rubber granulate and to analyse the influence of its size and origins (mechanical grinding and cryogenic
processing). In more specific terms, the workability and bulk density of fresh concrete was analysed and the
compressive strength, splitting tensile strength, modulus of elasticity and abrasion resistance properties of
hardened concrete were examined.
In order to carry out the tests, cubic and cylindrical specimens were prepared from thirteen different types of
concrete: one standard concrete and mixtures containing 3 different substitution percentages (representing 5%,
10% and 15% of the total volume of the aggregates), subdivided into 3 different standards (fine, coarse and both).
In each mixture in which the fine aggregates were substituted, rubber granulate produced by two separate types
of processing was used, thus duplicating these mixtures.
In general, the concrete containing rubber granulate was shown to have worse mechanical properties than the
standard concrete. This reduced performance was more marked when the substitution percentage was higher
and was affected by the size of the rubber granulates used. In all the tests carried out, the use of larger-sized
rubber particles led to better results, whereas the simultaneous substitution of fine and coarse granulates led to
average performance and the use of fine granulates only produced the worst results. As far as the comparative
analysis of rubber processing methods was concerned (mechanical grinding and cryogenic processing), no
significant benefits could be observed in either process that would justify a preference. In abrasion resistance
testing, due to the substantial resistance of the granulate to this type of action, an improvement was observed
which increased in proportion to the substitution percentage.
Keywords:
Scrap tyres; Rubber granulate; Structural concrete; Mechanical performance.
iii
AGRADECIMENTOS
A presente dissertação é resultado de vários meses de trabalho. Este período foi afectado por inúmeros
obstáculos e dificuldades que, com o apoio de algumas pessoas, se tornaram menos penosos. Quero, por isso,
expressar-lhes o meu sincero agradecimento.
Ao Professor Doutor Jorge de Brito, orientador científico desta dissertação, expresso o meu agradecimento pelas
críticas e sugestões que contribuíram definitivamente para o rigor e exigência deste trabalho. Não quero deixar
de reconhecer também a sua disponibilidade permanente e o seu sacrifício para enfrentar os obstáculos
burocráticos que se impuseram aquando da realização da campanha experimental.
Aos meus colegas do IST, Pedro Teixeira, Pedro Santos, Pedro Marcelino e, principalmente, ao Miguel Bravo pela
sua ajuda na actividade experimental.
Aos técnicos do Laboratório de Materiais de Construção do IST, em particular aos senhores Leonel Silva e
Fernando Alves, pela sua ajuda no trabalho realizado.
Às empresas Unibetão, SECIL, Biosafe e Recipneu, pela disponibilidade em ceder os materiais necessários à
realização deste estudo.
À Joana, minha irmã, pela revisão atenta da dissertação.
À Madalena, minha namorada, pela revisão da dissertação, mas, especialmente, pelo apoio e compreensão nos
momentos mais difíceis.
À minha Família, pelo esforço, incentivo, preocupação e apoio que demonstraram ao longo de todo o meu
percurso académico.
Por fim, a todas as pessoas que, de forma directa ou indirecta, contribuíram para melhorar a minha vida
universitária.
iv
ÍNDICE GERAL
RESUMO......................................................................................................................................................................... i
ABSTRACT ..................................................................................................................................................................... ii
AGRADECIMENTOS ...................................................................................................................................................... iii
ÍNDICE GERAL .............................................................................................................................................................. iv
ÍNDICE DE FIGURAS ....................................................................................................................................................... x
ÍNDICE DE QUADROS ................................................................................................................................................. xiv
ABREVIATURAS ......................................................................................................................................................... xvii
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 1
1.1. Considerações iniciais ........................................................................................................................................ 1
1.2. Objectivos da dissertação .................................................................................................................................. 2
1.3. Metodologia e organização da dissertação ....................................................................................................... 3
2. STATE OF THE ART .................................................................................................................................................... 5
2.1. Introdução ......................................................................................................................................................... 5
2.2. Nota evolutiva ................................................................................................................................................... 5
2.3. Propriedades dos granulados de borracha ........................................................................................................ 5
2.4. Propriedades dos betões com borracha ............................................................................................................ 6
2.4.1. Descrição das campanhas experimentais ................................................................................................... 6
2.4.2. Trabalhabilidade ....................................................................................................................................... 14
2.4.3. Massa volúmica ........................................................................................................................................ 17
2.4.4. Teor de ar .................................................................................................................................................. 19
2.4.5. Resistência à compressão ......................................................................................................................... 20
2.4.5.1. Influência da percentagem de granulado de borracha na resistência à compressão ....................... 20
2.4.5.2. Influência da dimensão do agregado substituído ............................................................................. 23
2.4.5.3. Influência da ligação entre o granulado de borracha e a matriz cimentícia ..................................... 25
2.4.5.4. Influência da borracha na evolução da resistência à compressão .................................................... 27
2.4.5.5. Influência da utilização de cimentos especiais .................................................................................. 28
2.4.6. Resistência à tracção ................................................................................................................................ 29
2.4.6.1. Influência da percentagem de granulado de borracha ..................................................................... 29
2.4.6.2. Influência da dimensão do granulado ............................................................................................... 31
2.4.6.3. Influência do tipo de ensaio .............................................................................................................. 32
2.4.7. Curva extensão-tensão ............................................................................................................................. 33
2.4.7.1. Módulo de elasticidade ..................................................................................................................... 33
v
2.4.7.2. Tenacidade e rotura........................................................................................................................... 36
2.4.8. Resistência à abrasão ............................................................................................................................... 38
2.4.9. Outras propriedades ................................................................................................................................. 41
2.4.9.1. Lascas e fibras .................................................................................................................................... 41
2.4.9.2. Dimensões das fibras ......................................................................................................................... 41
2.4.9.3. Tratamento da superfície com NaOH ................................................................................................ 42
2.4.9.4. Rigidez da borracha ........................................................................................................................... 42
2.4.9.5. Ancoragem mecânica ........................................................................................................................ 42
2.4.9.6. Utilização de fibras de PP .................................................................................................................. 42
2.5. Conclusões ....................................................................................................................................................... 43
3. CAMPANHA EXPERIMENTAL ................................................................................................................................... 49
3.1. Introdução ....................................................................................................................................................... 49
3.2. Planeamento da campanha experimental ...................................................................................................... 49
3.2.1. Primeira fase experimental ...................................................................................................................... 49
3.2.2. Segunda fase experimental ...................................................................................................................... 49
3.2.3. Terceira fase experimental ....................................................................................................................... 50
3.3. Formulação dos betões ................................................................................................................................... 51
3.3.1. Introdução ................................................................................................................................................ 51
3.3.2. Betão de referência .................................................................................................................................. 51
3.3.2.1. Máxima dimensão do inerte mais grosso (Dmáx) ................................................................................ 51
3.3.2.2. Valor médio da tensão de rotura à compressão do betão para o estudo da composição (fctm) ....... 52
3.3.2.3. Relação A/C ........................................................................................................................................ 52
3.3.2.4. Volume de vazios (Vv) ........................................................................................................................ 53
3.3.2.5. Estimativa do índice de vazios (Iv) ..................................................................................................... 54
3.3.2.6. Dosagem de água (A) ......................................................................................................................... 55
3.3.2.7. Dosagem de cimento (C) ................................................................................................................... 55
3.3.2.8. Volume das partículas de cimento (Vc) .............................................................................................. 55
3.3.2.9. Volume do total das partículas sólidas do betão (Vs) ........................................................................ 56
3.3.2.10. Percentagem do volume de cimento em relação ao volume sólido total (C%) ............................... 56
3.3.2.11. Curva de referência de Faury .......................................................................................................... 56
3.3.3. Betões com granulado de borracha ......................................................................................................... 59
3.4. Ensaio de identificação dos agregados ............................................................................................................ 61
3.4.1. Análise granulométrica ............................................................................................................................. 61
3.4.1.1. Objectivo do ensaio ........................................................................................................................... 61
vi
3.4.1.2. Normas de ensaio .............................................................................................................................. 61
3.4.1.3. Aparelhos e utensílios........................................................................................................................ 61
3.4.1.4. Amostras ............................................................................................................................................ 61
3.4.1.5. Procedimentos de ensaio .................................................................................................................. 62
3.4.1.6. Resultados ......................................................................................................................................... 62
3.4.2. Massa volúmica e absorção de água ........................................................................................................ 63
3.4.2.1. Objectivos do ensaio.......................................................................................................................... 63
3.4.2.2. Normas de ensaio .............................................................................................................................. 63
3.4.2.3. Aparelhos e utensílios........................................................................................................................ 63
3.4.2.4. Amostras ............................................................................................................................................ 63
3.4.2.5. Procedimentos de ensaio .................................................................................................................. 64
3.4.2.6. Resultados ......................................................................................................................................... 65
3.4.3. Massa volúmica aparente ......................................................................................................................... 66
3.4.3.1. Objectivos do ensaio.......................................................................................................................... 66
3.4.3.2. Normas de ensaio .............................................................................................................................. 66
3.4.3.3. Aparelhos e utensílios........................................................................................................................ 66
3.4.3.4. Amostras ............................................................................................................................................ 66
3.4.3.5. Procedimentos de ensaio .................................................................................................................. 67
3.4.3.6. Resultados ......................................................................................................................................... 67
3.4.4. Desgaste de Los Angeles ........................................................................................................................... 67
3.4.4.1. Objectivo do ensaio ........................................................................................................................... 67
3.4.4.2. Normas de ensaio .............................................................................................................................. 67
3.4.4.3. Aparelhos e utensílios........................................................................................................................ 67
3.4.4.4. Amostras ............................................................................................................................................ 68
3.4.4.5. Procedimento de ensaio .................................................................................................................... 68
3.4.4.6. Resultados ......................................................................................................................................... 68
3.4.5. Índice de forma ......................................................................................................................................... 68
3.4.5.1. Objectivo do ensaio ........................................................................................................................... 68
3.4.5.2. Normas de ensaio .............................................................................................................................. 69
3.4.5.3. Aparelhos e utensílios........................................................................................................................ 69
3.4.5.4. Amostras ............................................................................................................................................ 69
3.4.5.5. Procedimentos de ensaio .................................................................................................................. 69
3.4.5.6. Resultados ......................................................................................................................................... 70
3.5. Ensaios ao betão fresco ................................................................................................................................... 70
vii
3.5.1. Abaixamento (cone de Abrams) ............................................................................................................... 70
3.5.1.1. Objectivo do ensaio ........................................................................................................................... 70
3.5.1.2. Normas de ensaio .............................................................................................................................. 70
3.5.1.3. Aparelhos e utensílios........................................................................................................................ 70
3.5.1.4. Amostras ............................................................................................................................................ 71
3.5.1.5. Procedimentos de ensaio .................................................................................................................. 71
3.5.1.6. Resultados ......................................................................................................................................... 71
3.5.2. Massa volúmica ........................................................................................................................................ 72
3.5.2.1. Objectivo de ensaio ........................................................................................................................... 72
3.5.2.2. Normas de ensaio .............................................................................................................................. 72
3.5.2.3. Aparelhos e utensílios........................................................................................................................ 72
3.5.2.4. Amostras ............................................................................................................................................ 72
3.5.2.5. Procedimentos de ensaio .................................................................................................................. 72
3.5.2.6. Resultados ......................................................................................................................................... 73
3.6. Ensaios ao betão endurecido .......................................................................................................................... 73
3.6.1. Resistência à compressão ......................................................................................................................... 73
3.6.1.1. Objectivo do ensaio ........................................................................................................................... 73
3.6.1.2. Normas de ensaio .............................................................................................................................. 74
3.6.1.3. Aparelhos e utensílios........................................................................................................................ 74
3.6.1.4. Provetes de ensaio ............................................................................................................................ 74
3.6.1.5. Procedimentos de ensaio .................................................................................................................. 75
3.6.1.6. Resultados ......................................................................................................................................... 76
3.6.2. Resistência à tracção por compressão diametral ..................................................................................... 76
3.6.2.1. Objectivo do ensaio ........................................................................................................................... 76
3.6.2.2. Normas de ensaio .............................................................................................................................. 77
3.6.2.3. Aparelhos e utensílios........................................................................................................................ 77
3.6.2.4. Provetes de ensaio ............................................................................................................................ 78
3.6.2.5. Procedimentos de ensaio .................................................................................................................. 78
3.6.2.6. Resultados ......................................................................................................................................... 79
3.6.3. Módulo de elasticidade ............................................................................................................................ 79
3.6.3.1. Objectivo do ensaio ........................................................................................................................... 79
3.6.3.2. Normas de ensaio .............................................................................................................................. 79
3.6.3.3. Aparelhos e utensílios........................................................................................................................ 79
3.6.3.4. Provetes de ensaio ............................................................................................................................ 79
viii
3.6.3.5. Procedimentos de ensaio .................................................................................................................. 80
3.6.3.6. Resultados ......................................................................................................................................... 81
3.6.4. Resistência à abrasão ............................................................................................................................... 81
3.6.4.1. Objectivo do ensaio ........................................................................................................................... 81
3.6.4.2. Normas de ensaio .............................................................................................................................. 81
3.6.4.3. Aparelhos e utensílios........................................................................................................................ 81
3.6.4.4. Provetes de ensaio ............................................................................................................................ 82
3.6.4.5. Procedimentos de ensaio .................................................................................................................. 83
3.6.4.6. Resultados ......................................................................................................................................... 84
4. RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL ....................................................................................................... 85
4.1. Introdução ....................................................................................................................................................... 85
4.2. Ensaios de caracterização dos agregados........................................................................................................ 85
4.2.1. Análise granulométrica ............................................................................................................................. 85
4.2.1.1. Areia fina ............................................................................................................................................ 85
4.2.1.2. Areia grossa ....................................................................................................................................... 86
4.2.1.3. Bago de arroz ..................................................................................................................................... 87
4.2.1.4. Brita 1 ................................................................................................................................................ 88
4.2.1.4. Brita 2 ................................................................................................................................................ 89
4.2.1.5. Granulado de borracha criogénico 0.18-0.60 .................................................................................... 90
4.2.1.6. Granulado de borracha criogénico 0.60-1.40 .................................................................................... 91
4.2.1.6. Granulado de borracha criogénico 1.00-2.00 .................................................................................... 92
4.2.1.6. Granulado de borracha criogénico 1.00-2.00 .................................................................................... 93
4.2.1.7. Granulado de borracha triturado 0.00-0.80 ...................................................................................... 94
4.2.1.7. Granulado de borracha triturado 0.80-2.50 ...................................................................................... 95
4.2.1.8. Granulado de borracha triturado 2.50-4.00 ...................................................................................... 96
4.2.1.9. Granulado de borracha triturado 4.00-7.00 ...................................................................................... 97
4.2.1.10. Granulado de borracha triturado 7.00-9.50 .................................................................................... 98
4.2.2. Massa volúmica e absorção de água ...................................................................................................... 100
4.2.3. Massa volúmica aparente ....................................................................................................................... 101
4.2.4. Desgaste de Los Angeles ......................................................................................................................... 102
4.2.5. Índice de forma ....................................................................................................................................... 103
4.3. Ensaios ao betão fresco ................................................................................................................................. 103
4.3.1. Abaixamento (cone de Abrams) ............................................................................................................. 103
4.3.2. Massa volúmica no estado fresco .......................................................................................................... 105
ix
4.4. Ensaios ao betão endurecido ........................................................................................................................ 108
4.4.1. Resistência à compressão ....................................................................................................................... 108
4.4.2. Resistência à tracção por compressão diametral ................................................................................... 115
4.4.3. Módulo de elasticidade .......................................................................................................................... 119
4.4.4. Resistência à abrasão ............................................................................................................................. 123
4.5. Conclusões ..................................................................................................................................................... 125
4.5.1. Propriedades dos agregados e granulados de borracha ........................................................................ 125
4.5.2. Propriedades dos betões com granulado de borracha no estado fresco............................................... 126
4.5.2. Propriedades dos betões com granulado de borracha no estado endurecido ...................................... 126
5. CONCLUSÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS ................................................................................................. 131
5.1. Considerações finais ...................................................................................................................................... 131
5.2. Conclusões gerais .......................................................................................................................................... 131
5.3. Propostas de desenvolvimento futuro .......................................................................................................... 133
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................................................... 135
ANEXO A Composição dos espécimes
ANEXO B Curvas granulométricas dos agregados naturais
ANEXO C Características gerais do granulado triturado
ANEXO D Características gerais do granulado criogénico
ANEXO E Massa volúmica e absorção de água
ANEXO F Massa volúmica aparente
ANEXO G Destaste de Los Angeles
ANEXO H Índice de Forma
ANEXO I Abaixamento e massa volúmica do betão no estado fresco
ANEXO J Resistência à compressão
ANEXO K Resistência à tracção por compressão diametral
ANEXO L Módulo de elasticidade
ANEXO M Resistência à abrasão
x
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 2.1 – Trabalhabilidade de betões com borracha por substituição nos grossos .............................................. 15
Figura 2.2 – Trabalhabilidade de betões com borracha por substituição nos finos ................................................... 15
Figura 2.3 – Influência do traço e da relação A/C na trabalhabilidade de betões com granulado de borracha ........ 15
Figura 2.4 – Massa volúmica de betões com borracha por substituição nos grossos................................................ 17
Figura 2.5 – Massa volúmica de betões com borracha por substituição nos finos .................................................... 17
Figura 2.6 – Influência do traço na massa volúmica de betões com granulado de borracha .................................... 18
Figura 2.7 – Teor de ar de betões com borracha ....................................................................................................... 19
Figura 2.8 – Resistência à compressão de betões com borracha por substituição nos grossos (28 dias) ................. 20
Figura 2.9 – Percentagem da resistência à compressão de betões com borracha por substituição nos grossos (28
dias) ............................................................................................................................................................................ 20
Figura 2.10 – Resistência à compressão de betão com borracha por substituição nos finos (28 dias) ..................... 21
Figura 2.11 – Percentagem da resistência à compressão de betão com borracha por substituição nos finos (28
dias) ............................................................................................................................................................................ 21
Figura 2.12 – Resistência à compressão de betões com borracha por substituição nos finos e grossos .................. 21
Figura 2.13 – Percentagem da resistência à compressão de betões com borracha por substituição nos finos e
grossos ........................................................................................................................................................................ 22
Figura 2.14 – Resistência à compressão de betões com borracha por substituição nos finos ou nos grossos (28
dias) ............................................................................................................................................................................ 23
Figura 2.15 – Percentagem da resistência à compressão de betões com borracha por substituição nos finos ou nos
grossos (28 dias) ......................................................................................................................................................... 24
Figura 2.16 – Percentagem da resistência à compressão dos betões de KHALOO (50 dias) ..................................... 24
Figura 2.17 – Percentagem da resistência à compressão dos betões de CAIRNS (28 dias) ....................................... 25
Figura 2.18 – Resistência à compressão dos betões de LI (28 dias) ........................................................................... 26
Figura 2.19 – Resistência à compressão dos betões de GUNEYISI para A/C=0,6 (90 dias) ........................................ 26
Figura 2.20 – Resistência à compressão dos betões de GUNEYISI para A/C=0,4 (90 dias) ........................................ 26
Figura 2.21 – Evolução da resistência à compressão dos betões de FEFROFF ........................................................... 27
Figura 2.22 – Evolução da resistência dos betões de GIACOBBE ............................................................................... 27
Figura 2.23 – Evolução da resistência à compressão dos betões de CAIRNS ............................................................. 28
Figura 2.24 – Resistência à tracção de betões com borracha por substituição nos grossos – ensaio por compressão
diametral .................................................................................................................................................................... 29
Figura 2.25 – Percentagem da resistência à tracção de betões com borracha por substituição nos grossos – ensaio
por compressão diametral ......................................................................................................................................... 29
Figura 2.26 – Resistência à tracção de betões com borracha por substituição nos grossos e respectiva
percentagem (28 dias) – ensaio por flexão ................................................................................................................ 30
Figura 2.27 – Resistência à tracção de betões com borracha por substituição nos finos (28 dias) – ensaio por
compressão diametral ................................................................................................................................................ 30
Figura 2.28 – Percentagem da resistência à tracção de betões com borracha por substituição nos finos (28 dias) –
ensaio por compressão diametral .............................................................................................................................. 30
Figura 2.29 – Resistência à tracção de betões com borracha por substituição nos finos e respectiva percentagem
(28 dias) – ensaio por flexão ....................................................................................................................................... 31
Figura 2.30 – Resistência à tracção de betões com granulado de borracha de diferentes dimensões (28 dias) –
ensaio por compressão diametral .............................................................................................................................. 32
xi
Figura 2.31 – Influência do ensaio na resistência à tracção de betões com granulado de borracha ........................ 33
Figura 2.32 – Módulo de elasticidade de betões com borracha por substituição nos finos ou nos grossos (28 dias)
.................................................................................................................................................................................... 34
Figura 2.33 – Percentagem do módulo de elasticidade de betões com borracha por substituição nos finos ou nos
grossos ........................................................................................................................................................................ 34
Figura 2.34 – Módulo de elasticidade dos betões de GUNEYISI e KHALOO ............................................................... 34
Figura 2.35 – Percentagem do módulo de elasticidade dos betões de KHALOO e de GUNEYISI ............................... 35
Figura 2.36 – Curvas carga-deslocamento no ensaio de compressão e flexão de betões com borracha .................. 37
Figura 2.37 – Curva extensão-tensão de betões com borracha ................................................................................. 37
Figura 2.38 – Rotura dos provetes com diferentes taxas de substituição nos grossos .............................................. 38
Figura 2.39 – Máquina de ensaio à resistência à abrasão de CAIRNS ........................................................................ 39
Figura 2.40 – Profundidade de desgaste dos períodos de ensaio dos betões de CAIRNS aos 28 dias ....................... 39
Figura 2.41 – Profundidade acumulada de desgaste dos betões de CAIRNS aos 28 dias .......................................... 40
Figura 2.42 – Profundidade acumulada de desgaste (mm) dos diferentes pontos de medição para os espécimes
DC25 e DP25, respectivamente .................................................................................................................................. 40
Figura 2.43 – Comparação da redução das diferentes propriedades em função da percentagem de borracha
incorporada ................................................................................................................................................................ 44
Figura 2.44 – Comparação da redução das diferentes propriedades em função da percentagem de borracha
incorporada ................................................................................................................................................................ 45
Figura 2.45 – Comparação da redução das diferentes propriedades em função da percentagem de borracha
incorporada ................................................................................................................................................................ 46
Figura 3.46 – Correlação entre fcm,28 e a relação A/C .................................................................................................. 53
Figura 3.47 – Curva de referência de Faury sem cimento e respectiva aproximação ................................................ 58
Figura 3.48 – Equipamento para ensaio de abaixamento .......................................................................................... 71
Figura 3.49 – Leitura de abaixamento ........................................................................................................................ 71
Figura 3.50 – Formas de abaixamento ....................................................................................................................... 72
Figura 3.51 – Vibração do provete de ensaio ............................................................................................................. 73
Figura 3.52 – Nivelamento da superfície .................................................................................................................... 73
Figura 3.53 – Limpeza do recipiente ........................................................................................................................... 73
Figura 3.54 – Pesagem do recipiente com betão fresco ............................................................................................ 73
Figura 3.55 – Controlo de prensa hidráulica de 4 colunas ......................................................................................... 74
Figura 3.56 – Prensa hidráulica de 4 colunas ............................................................................................................. 74
Figura 3.57 – Rotura do provete (ensaio de compressão) ......................................................................................... 75
Figura 3.58 – Provete após ensaio de compressão .................................................................................................... 75
Figura 3.59 – Roturas satisfatórias de provetes cúbicos ............................................................................................ 76
Figura 3.60 – Roturas não satisfatórias de provetes cúbicos ..................................................................................... 76
Figura 3.61 – Prensa hidráulica de 4 colunas e respectivo controlador ..................................................................... 77
Figura 3.62 – Exemplo de um posicionador ............................................................................................................... 77
Figura 3.63 – Posicionamento do provete .................................................................................................................. 78
Figura 3.64 – Posicionamento do provete .................................................................................................................. 78
Figura 3.65 – Rotura do provete (ensaio de tracção) ................................................................................................. 78
Figura 3.66 – Rotura do provete (ensaio de tracção) ................................................................................................. 78
Figura 3.67 – Prensa hidráulica e provete .................................................................................................................. 80
Figura 3.68 – Controlo de prensa hidráulica .............................................................................................................. 80
Figura 3.69– Extensómetro ........................................................................................................................................ 80
xii
Figura 3.70 – Rótula metálica ..................................................................................................................................... 81
Figura 3.71 – Máquina de abrasão de Böhme ............................................................................................................ 82
Figura 3.72 – Paquímetro ........................................................................................................................................... 82
Figura 3.73 – Provetes de ensaio (resistência à abrasão) .......................................................................................... 82
Figura 3.74 – Distribuição dos pontos de medição do desgaste ................................................................................ 83
Figura 3.75 – Provete durante o ensaio ..................................................................................................................... 83
Figura 4.1 – Curva granulométrica da areia fina ........................................................................................................ 85
Figura 4.2 – Curva granulométrica da areia grossa .................................................................................................... 87
Figura 4.3 – Curva granulométrica do bago de arroz ................................................................................................. 88
Figura 4.4 – Curva granulométrica da brita 1 ............................................................................................................. 89
Figura 4.5 – Curva granulométrica da brita 2 ............................................................................................................. 90
Figura 4.6 – Curva granulométrica do granulado de borracha criogénico 0.18-0.60 ................................................. 91
Figura 4.7 – Curva granulométrica do granulado de borracha criogénico 0.60-1.40 ................................................. 92
Figura 4.8 – Curva granulométrica do granulado de borracha criogénico 1.00-2.00 ................................................. 93
Figura 4.9 – Curva granulométrica do granulado de borracha criogénico 2.00-4.70 ................................................. 94
Figura 4.10 – Curva granulométrica do granulado de borracha triturado 0.00-0.80 ................................................. 95
Figura 4.11 – Curva granulométrica do granulado de borracha triturado 0.80-2.50 ................................................. 96
Figura 4.12 – Curva granulométrica do granulado de borracha triturado 2.50-4.00 ................................................. 97
Figura 4.13 – Curva granulométrica do granulado de borracha triturado 4.00-7.00 ................................................. 98
Figura 4.14– Curva granulométrica do granulado de borracha triturado 7.00-9.50 .................................................. 99
Figura 4.15 – Curvas granulométricas dos agregados minerais ................................................................................. 99
Figura 4.16 – Curvas granulométricas dos granulados de borracha criogénicos ....................................................... 99
Figura 4.17 – Curvas granulométricas dos granulados de borracha triturados ....................................................... 100
Figura 4.18 – Resultados do ensaio de abaixamento (3.ª fase experimental) ......................................................... 104
Figura 4.19– Resultados do ensaio de determinação da massa volúmica do betão no estado fresco (3.ª fase
experimental) ........................................................................................................................................................... 105
Figura 4.20 – Comparação de resultados do ensaio de determinação da massa volúmica para a substituição nos
grossos ...................................................................................................................................................................... 107
Figura 4.21 – Comparação de resultados do ensaio de determinação da massa volúmica para a substituição nos
finos .......................................................................................................................................................................... 107
Figura 4.22 – Influência da percentagem de substituição de agregados na perda relativa de resistência à
compressão para o BR (7 dias) ................................................................................................................................. 109
Figura 4.23 – Influência da percentagem de substituição de agregados na perda relativa de resistência à
compressão para o BR (28 dias) ............................................................................................................................... 109
Figura 4.24 – Influência da percentagem de substituição de agregados na perda relativa de resistência à
compressão para o BR (56 dias) ............................................................................................................................... 110
Figura 4.25 – Evolução da resistência à compressão das misturas B05 e do BR ...................................................... 113
Figura 4.26 – Evolução da resistência à compressão das misturas B10 ................................................................... 113
Figura 4.27 – Evolução da resistência à compressão das misturas B15 ................................................................... 113
Figura 4.28 – Comparação de resultados do ensaio de compressão para a substituição nos grossos (28 dias) ..... 114
Figura 4.29 – Comparação de resultados do ensaio de compressão para a substituição nos finos (28 dias) ......... 115
Figura 4.30 – Comparação de resultados do ensaio de compressão para a substituição nos finos e grossos (28
dias) .......................................................................................................................................................................... 115
Figura 4.31 – Influência da percentagem de substituição de agregados na perda relativa de resistência à tracção
para o BR (28 dias) .................................................................................................................................................... 116
xiii
Figura 4.32 – Comparação de resultados do ensaio de tracção para a substituição nos grossos ........................... 118
Figura 4.33– Comparação de resultados do ensaio de tracção para a substituição nos finos (28 dias) .................. 119
Figura 4.34 – Influência da percentagem de substituição de agregados na redução relativa do módulo de
elasticidade para o BR (28 dias) ................................................................................................................................ 120
Figura 4.35 – Comparação de resultados do ensaio do módulo de elasticidade para a substituição nos grossos (28
dias) .......................................................................................................................................................................... 122
Figura 4.36 – Comparação de resultados do ensaio do módulo de elasticidade para a substituição nos finos (28
dias) .......................................................................................................................................................................... 122
Figura 4.37 – Comparação de resultados do ensaio do módulo de elasticidade para a substituição nos finos e
grossos (28 dias) ....................................................................................................................................................... 122
Figura 4.38 – Influência da percentagem de substituição de agregados na percentagem da profundidade de
desgaste por abrasão para o BR (após 91 dias) ........................................................................................................ 124
Figura 4.39 – Comparação das diferentes propriedades em função da percentagem de borracha incorporada ... 128
Figura 4.40 – Percentagem de resistência à compressão para o BR em função da redução relativa da massa
volúmica ................................................................................................................................................................... 128
Figura 4.41 – Percentagem de resistência à tracção para o BR em função da redução relativa da massa volúmica
.................................................................................................................................................................................. 129
Figura 4.42 – Percentagem do módulo de elasticidade para o BR em função da redução relativa da massa
volúmica ................................................................................................................................................................... 129
Figura 4.43 – Percentagem da profundidade de desgaste por abrasão para o BR em função da redução relativa da
massa volúmica ........................................................................................................................................................ 129
xiv
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1.1.a) – Resultados atingidos pela sociedade Valorpneu ................................................................................ 2
Quadro 1.2.b) – Resultados atingidos pela sociedade Valorpneu ................................................................................ 2
Quadro 2.1 – Propriedades dos materiais de FEFROFF ................................................................................................ 6
Quadro 2.2 – Dosagens do betão de referência de FEFROFF ....................................................................................... 7
Quadro 2.3 – Dosagens do betão de referência de TOPÇU ......................................................................................... 7
Quadro 2.4 – Propriedades dos materiais de TOPÇU ................................................................................................... 7
Quadro 2.5 – Dosagens do betão de referência de TOUTANJI ..................................................................................... 8
Quadro 2.6 – Descrição dos betões de LI ..................................................................................................................... 8
Quadro 2.7 – Dosagens do betão de referência de LI .................................................................................................. 8
Quadro 2.8 – Dosagens dos betões de referência de BIEL ........................................................................................... 9
Quadro 2.9 – Dosagens dos betões de referência de CAIRNS .................................................................................... 10
Quadro 2.10 – Dosagens dos betões de referência de GUNEYISI .............................................................................. 10
Quadro 2.11 – Propriedades mecânicas da borracha e das fibras de polipropileno de LI ......................................... 11
Quadro 2.12 – Descrição dos betões de LI e dos tipos de borracha utilizados .......................................................... 11
Quadro 2.13 – Dosagens dos betões de BATAYNEH. Percentagens referentes à totalidade de finos a substituir em
volume ........................................................................................................................................................................ 12
Quadro 2.14 – Dosagens dos betões de GIACOBBE. Percentagens referentes à totalidade de finos a substituir em
massa .......................................................................................................................................................................... 13
Quadro 2.15 – Propriedades dos materiais de KHALOO ............................................................................................ 13
Quadro 2.16 – Dosagens dos betões de KHALOO ...................................................................................................... 13
Quadro 2.17 – Dosagens das misturas de TURATSINZE ............................................................................................. 14
Quadro 2.18 – Resultados da campanha de LI ........................................................................................................... 41
Quadro 3.1 – Espécimes com granulado de borracha betonados na 2.ª fase experimental ..................................... 50
Quadro 3.2 – Idade, número e dimensões dos provetes a ensaiar na segunda e terceira fases experimentais ....... 50
Quadro 3.3 – Desvio padrão em função das condições de produção do betão, para resistências médias à
compressão superiores a 35 MPa............................................................................................................................... 52
Quadro 3.4 – Volume de vazios em função da máxima dimensão dos agregados .................................................... 54
Quadro 3.5 – Valores dos parâmetros K e K’ para a determinação do índice de vazios ............................................ 54
Quadro 3.6 – Valores dos parâmetros A e B da curva de referência de Faury .......................................................... 57
Quadro 3.7 – Percentagem de material passante por peneiro .................................................................................. 58
Quadro 3.8 – Volume relativo de cada fracção volumétrica ...................................................................................... 59
Quadro 3.9 – Composição do betão de referência (m3) ............................................................................................. 59
Quadro 3.10 – Características principais das composições dos betões com granulado de borracha ....................... 60
Quadro 3.11 – Massa mínima dos provetes de ensaio (análise granulométrica) ...................................................... 61
Quadro 3.12 – Massa dos provetes de ensaio (massa volúmica e absorção de água) .............................................. 64
Quadro 3.13 – Volume do recipiente de ensaio (massa volúmica aparente) ............................................................ 66
Quadro 3.14 – Massa mínima dos provetes de ensaio (índice de forma) .................................................................. 69
Quadro 3.15 – Quantidade, dimensões e idade dos provetes (ensaio de resistência à compressão) ....................... 75
Quadro 4.1 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica da areia fina ........................................................ 86
Quadro 4.2 – Análise granulométrica da areia fina .................................................................................................... 86
Quadro 4.3 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica da areia grossa .................................................... 86
Quadro 4.4 – Análise granulométrica da areia grossa................................................................................................ 86
xv
Quadro 4.5 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica do bago de arroz ................................................. 87
Quadro 4.6 – Análise granulométrica do bago de arroz ............................................................................................ 87
Quadro 4.7 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica da brita 1 ............................................................ 88
Quadro 4.8 – Análise granulométrica da brita 1 ........................................................................................................ 88
Quadro 4.9 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica da brita 2 ............................................................ 89
Quadro 4.10 – Análise granulométrica da brita 2 ...................................................................................................... 89
Quadro 4.11 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica do granulado de borracha criogénico 0.18-0.60
.................................................................................................................................................................................... 90
Quadro 4.12 – Análise granulométrica do granulado de borracha criogénico 0.18-0.60 .......................................... 90
Quadro 4.13 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica do granulado de borracha criogénico 0.60-1.40
.................................................................................................................................................................................... 91
Quadro 4.14 – Análise granulométrica do granulado de borracha criogénico 0.60-1.40 .......................................... 91
Quadro 4.15 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica do granulado de borracha criogénico 1.00-2.00
.................................................................................................................................................................................... 92
Quadro 4.16 – Análise granulométrica do granulado de borracha criogénico 1.00-2.00 .......................................... 92
Quadro 4.17 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica do granulado de borracha criogénico 1.00-2.00
.................................................................................................................................................................................... 93
Quadro 4.18 – Análise granulométrica do granulado de borracha criogénico 1.00-2.00 .......................................... 93
Quadro 4.19 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica do granulado de borracha triturado 0.00-0.80 94
Quadro 4.20 – Análise granulométrica do granulado de borracha triturado 0.00-0.80 ............................................ 94
Quadro 4.21 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica do granulado de borracha triturado 0.80-2.50 95
Quadro 4.22 – Análise granulométrica do granulado de borracha triturado 0.80-2.50 ............................................ 95
Quadro 4.23 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica do granulado de borracha triturado 2.50-4.00 96
Quadro 4.24 – Análise granulométrica do granulado de borracha triturado 2.50-4.00 ............................................ 96
Quadro 4.25 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica do granulado de borracha triturado 4.00-7.00 97
Quadro 4.26 – Análise granulométrica do granulado de borracha triturado 4.00-7.00 ............................................ 97
Quadro 4.27 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica do granulado de borracha triturado 7.00-9.50 98
Quadro 4.28 – Análise granulométrica do granulado de borracha triturado 7.00-9.50 ............................................ 98
Quadro 4.29 – Massa volúmica e absorção de água dos agregados e granulados .................................................. 100
Quadro 4.30 – Densidade das partículas de borracha dos diferentes estudos ........................................................ 101
Quadro 4.31 – Massas volúmicas aparentes dos agregados minerais ..................................................................... 102
Quadro 4.32 – Massas volúmicas aparentes dos granulados de borracha criogénicos ........................................... 102
Quadro 4.33 – Massas volúmicas aparentes dos granulados de borracha triturados ............................................. 102
Quadro 4.34 – Resultados do ensaio de desgaste de Los Angeles ........................................................................... 102
Quadro 4.35 – Resultados do ensaio do índice de forma ........................................................................................ 103
Quadro 4.36 – Resultados do ensaio de abaixamento (cone de Abrams) para as misturas da 2.ª e 3.ª fases
experimentais ........................................................................................................................................................... 104
Quadro 4.37 – Resultados do ensaio de determinação da massa volúmica do betão no estado fresco para a 2.ª e
3.ª fases experimentais (kg/m3) ............................................................................................................................... 105
Quadro 4.38 – Parâmetros e dados estatísticos da Equação 4.1 para os resultados da massa volúmica ............... 106
Quadro 4.39 – Resistência à compressão aos 28 dias (2.ª fase experimental) ........................................................ 108
Quadro 4.40 – Resistência à compressão aos 7, 28 e 56 dias (B05F, F05F*; B05FG, B05G) (3.ª fase experimental)
.................................................................................................................................................................................. 108
Quadro 4.41 – Resistência à compressão aos 7, 28 e 56 dias (B10F, F10F*; B10FG, B10G) (3.ª fase experimental)
.................................................................................................................................................................................. 108
xvi
Quadro 4.42 – Resistência à compressão aos 7, 28 e 56 dias (B15F, F15F*; B15FG, B15G) (3.ª fase experimental)
.................................................................................................................................................................................. 108
Quadro 4.43 – Parâmetros e dados estatísticos das Equações 4.2 e 4.3 para os resultados de resistência à
compressão aos 7 dias .............................................................................................................................................. 111
Quadro 4.44 – Parâmetros e dados estatísticos das Equações 4.2 e 4.3 para os resultados de resistência à
compressão aos 28 dias ............................................................................................................................................ 111
Quadro 4.45 – Parâmetros e dados estatísticos das Equações 4.2 e 4.3 para os resultados de resistência à
compressão aos 56 dias ............................................................................................................................................ 111
Quadro 4.46 – Influência da percentagem de substituição na evolução da perda de resistência para o BR .......... 114
Quadro 4.47 – Resistência à tracção por compressão diametral ............................................................................. 116
Quadro 4.48 – Parâmetros e dados estatísticos das Equações 4.4 e 4.5 para os resultados de resistência à tracção
aos 28 dias ................................................................................................................................................................ 117
Quadro 4.49 – Módulo de elasticidade (28 dias) ..................................................................................................... 119
Quadro 4.50 – Parâmetros e dados estatísticos das Equações 4.6 e 4.7 para os resultados do módulo de
elasticidade aos 28 dias ............................................................................................................................................ 121
Quadro 4.51 – Profundidade de desgaste por abrasão (após 91 dias) .................................................................... 123
Quadro 4.52 – Parâmetros e dados estatísticos da Equação 4.8 para os resultados da profundidade de desgaste
por abrasão (após 91 dias) ....................................................................................................................................... 124
Quadro 4.53 – Parâmetros e dados estatísticos da Equação 4.9 para os resultados da resistência à compressão e à
tracção e módulo de elasticidade ............................................................................................................................. 130
xvii
ABREVIATURAS
BR betão de referência, sem incorporação de granulados de borracha
B05F betão com 5% de agregados finos substituídos por granulado de borracha triturado
B05FG betão com 5% de agregados finos e grossos substituídos por granulado de borracha triturado
B10G betão com 5% de agregados grossos substituídos por granulado de borracha triturado
B10F betão com 10% de agregados finos substituídos por granulado de borracha triturado
B10FG betão com 10% de agregados finos e grossos substituídos por granulado de borracha triturado
B10G betão com 10% de agregados grossos substituídos por granulado de borracha triturado
B15F betão com 15% de agregados finos substituídos por granulado de borracha triturado
B15FG betão com 15% de agregados finos e grossos substituídos por granulado de borracha triturado
B15G betão com 15% de agregados grossos substituídos por granulado de borracha triturado
B05F* betão com 5% de agregados finos substituídos por granulado de borracha criogénico
B10F* betão com 10% de agregados finos substituídos por granulado de borracha criogénico
B15F* betão com 15% de agregados finos substituídos por granulado de borracha criogénico
BF betões com agregados finos substituídos por granulado de borracha triturado
BFG betões com agregados finos e grossos substituídos por granulado de borracha triturado
BG betões com agregados grossos substituídos por granulado de borracha triturado
BF* betões com agregados finos substituídos por granulado de borracha criogénico
B05 betões com 5% de agregados substituídos por granulado de borracha
B10 betões com 10% de agregados substituídos por granulado de borracha
B15 betões com 15% de agregados substituídos por granulado de borracha
(percentagens em volume)
xviii
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
1
1. INTRODUÇÃO
1.1. Considerações iniciais Em consequência do aumento da circulação automóvel, o problema inerente à atribuição de destino a pneus
usados tem sofrido um agravamento não desprezável, uma vez que, em muitos países, o crescimento do número
de potenciais rotas não tem acompanhado a quantidade, cada vez maior, de pneus em fim de vida. Por
conseguinte, em muitos casos, esta diferença tem sido compensada pela criação de aterros de pneus inteiros ou
triturados ou simplesmente pela sua deposição ilegal em lixeiras.
Os aterros mostraram ser um modo conveniente de atribuir fim a pneus usados. Contudo, devido à sua extrema
durabilidade aos agentes atmosféricos, o material que os constitui sofre pequena degradação ao longo do tempo
e, consequentemente, conduz a problemas ambientais graves. Desde logo, quando os pneus são depositados por
inteiro, a acumulação de água no seu interior promove a multiplicação de insectos que poderão introduzir
problemas de saúde pública. Para além disto, em caso de incêndio e em resultado da combustão ser dificilmente
controlável, podem gerar-se grandes quantidades de poluentes. Assim, a queima de pneus ao ar livre deve ser
evitada pois a sua complexa composição química leva à formação de compostos extremamente tóxicos, de que
são exemplo as dioxinas. Acresce-se ainda, em virtude de a combustão ser incompleta, a libertação de
quantidades elevadas de matéria particulada e de óleos que, espalhados pelo solo, têm um grande potencial
poluente para os aquíferos. A experiência mostra que a eliminação de pneus pela sua deposição em aterros
sanitários também não é aconselhável devido a problemas de estabilidade consequentes de uma compactação
ineficiente. Os espaços vazios, deixados neste caso, fomentam a propagação de roedores. Felizmente, desde 2006
que a legislação Europeia impossibilita estes procedimentos, tornando-se um estimulo forçado para a procura de
novas soluções.
Em Portugal, o fluxo de pneus usados é gerido pela Valorpneu que, através da criação de um Sistema Integrado
de Gestão de Pneus Usados (SGPU), criou um sistema articulado de processos de responsabilidade que visa o
correcto encaminhamento de pneus em fim de vida, eliminando a deposição em aterro e promovendo a recolha,
separação, retoma e valorização. Esta sociedade tem revelado grande eficiência, o que atenua o problema da
atribuição de destino a pneus usados no país.
Ao nível de destinos sustentáveis de pneus usados, verifica-se pelo Quadro 1.1.a) que a maior parcela se destina a
fins que não o inicial (reciclagem), ou seja, à utilização como matéria-prima a incorporar noutros produtos. Nestes
inserem-se os pavimentos rodoviários de baixo ruído, pavimentos desportivos de relva sintética e pisos para
desportos hípicos e para recintos infantis. Praticamente com a mesma expressão, está a valorização energética e
a operação pela qual um pneu, após cumprir o seu ciclo de vida, é reconstruído de modo a permitir o seu
aproveitamento para o fim para o qual foi projectado (recauchutagem). Por último, com uma representatividade
residual mas não desprezável, insere-se a reutilização de pneus que ainda se encontram em condições de serem
colocados no mercado para serem utilizados para o mesmo fim. Ainda neste destino, incluem-se os pneus
aproveitados para fins diversos que não necessitam de qualquer pré-processamento.
Uma das rotas com maior potencial de atribuição de destino a pneus usados, através da sua reciclagem, é a
engenharia civil. No entanto, a sua corrente utilização é muito diminuta devido à falta de aplicações. Porém,
existem algumas possibilidades promissoras com expressividade: pavimentos asfálticos, barreiras de impacto de
rodovias e quebra-mares. No que respeita a pavimentos asfálticos com a incorporação de borracha, estes têm
revelado, face aos convencionais, excelente resistência, durabilidade e solidez à fadiga. Isto mostra o interesse
INTRODUÇÃO
2
em seguir novos ramos de investigação que possibilitem identificar aplicações competitivas neste sector.
Infelizmente, apesar do interesse já demonstrado em alguns casos particulares, pouca atenção tem sido dada à
utilização de borracha no betão convencional. Este trabalho pretende exactamente seguir este caminho através
do estudo das propriedades mecânicas de betões estruturais com granulado de borracha incorporado.
Saliente-se que o modo adoptado para incorporar o granulado de borracha no betão não encontra qualquer
paralelismo na bibliografia disponível. Relativamente à resistência à abrasão, apenas CAIRNS (2004) dispõe de
resultados. No entanto, pelas razões que serão apresentadas, considera-se que o presente estudo introduz, pela
primeira vez, a análise desta propriedade.
Quadro 1.1.a) – Resultados atingidos pela sociedade Valorpneu (Fonte: http://valorpneu.pt)
Resultados da Valorpneu (ton) 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003/2008
Pneus colocados no mercado (pagam ecovalor) 61.038 73.668 72.614 79.739 83.722 83.139 453.920
Pneu usados gerados 68.353 78.801 79.199 89.350 93.747 90.304 499.754
Pneus enviados para recauchutagem 18.429 20.538 19.808 23.304 25.421 22.317 129.817
Pneus enviados para reutilização - 1.588 1.623 989 400 2.057 6.657
Pneus enviados para reciclagem 30.633 33.470 38.641 42.496 43.603 48.332 237.175
Pneus enviados para valorização energética 9.287 16.554 16.166 21.793 22.897 23.504 110.201
Pneus enviados para aterro 720 4.531 1.591 - - - 6.842
Pneus usados gerados recolhidos no SGPU 59.069 76.682 77.828 88.582 92.322 96.210 490.693
Processamento de existências – val. energética 1.905 13.532 6.382 5.369 4.870 4.894 36.952
Processamento de existências – reutilização - - - - 54 - 54
Processamento de existências – aterro/pneus ind. - 874 389 - - - 1.263
Quantidade total processada pelo SGPU 60.974 91.087 84.599 93.952 97.246 101.104 528.962
Quadro 1.2.b) – Resultados atingidos pela sociedade Valorpneu (Fonte: http://valorpneu.pt)
Resultados atingidos 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003/2008
Taxa de recolha no âmbito do SGPU 86,4% 97,3% 98,3% 99,1% 98,5% 106,5% 98,2%
Taxa para reutilização e recauchutagem 27,0% 28,1% 27,1% 27,2% 27,5% 27,0% 27,3%
Taxa de reciclagem 75,4% 61,4% 68,5% 66,1% 65,6% 67,3% 67,0%
1.2. Objectivos da dissertação A presente dissertação pretende avaliar a utilização de borracha proveniente de pneus usados em betões
estruturais. Assim, procura-se realizar um estudo com escasso paralelismo em Portugal que objectiva ir ao
encontro das investigações mais recentes dos países com mais experiência nesta área. Neste trabalho, dá-se foco
exclusivo às características mecânicas, mas convém notar que os espécimes aqui desenvolvidos também serão
analisados do ponto de vista da sua durabilidade. Assim, possuindo estes atributos níveis de conhecimento
francamente distintos e evitando desprezar a inexperiência nesta área, procurou-se conciliar objectivos sem
retirar valor a esta dissertação.
A ideia subjacente à definição das composições está no conhecimento consensual que atribui propriedades
diminuídas a betões com granulado de borracha. Consequentemente, pretende-se fixar a percentagem do
volume total de agregados e substituir essa quantidade por borracha, em granulometrias particulares, de modo a
obter o melhor desempenho possível. Concretizando, 5% do volume total de agregados é substituído sob a forma
de finos, grossos e ambos de modo a concluir acerca da gama de granulometrias que conduz aos melhores
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
3
resultados. Para excluir a possível dependência das conclusões do volume fixado inicialmente (5%) e potenciar ao
máximo a utilização do material, são ainda avaliados provetes idênticos com percentagens de substituição de 10 e
15%. Refira-se que estes valores, aparentemente baixos, foram intencionalmente adoptados na tentativa de
manter a aplicação estrutural dos betões.
Pretende-se ainda tirar conclusões da influência do método de transformação dos pneus (trituração mecânica ou
processo criogénico) nas características relevantes para o desempenho de betões. Deste modo e tendo em conta
que do processo criogénico resultam granulados de menores dimensões, esta comparação será feita apenas para
as granulometrias mais finas, para as três taxas de substituição referidas.
1.3. Metodologia e organização da dissertação A primeira etapa da presente dissertação teve como principal objectivo dispor do máximo de informação através
de uma pesquisa bibliográfica extensa, a nível nacional e, principalmente, internacional. Deste modo, procurou-se
adquirir uma ideia global sobre o tema, inserir este trabalho no conhecimento já adquirido e ganhar sensibilidade
para a análise dos resultados subsequentes.
A etapa seguinte pretendeu preparar o plano de ensaios pela consulta das normas referentes à quantificação das
características físicas dos agregados e do betão estrutural. A importância desta fase prende-se com motivos de
operacionalidade, isto é, com a necessidade de planificar com detalhe os ensaios a realizar, por questões de
monitorização de resultados e a indispensabilidade de uma programação rigorosa dos materiais e das respectivas
quantidades necessárias. Neste sentido, tentou-se assegurar o normal desenvolvimento dos trabalhos.
Após planeamento, a campanha experimental, composta pela preparação dos materiais, realização de ensaios e
recolha de resultados, foi executada. Procurou-se seguir integralmente o plano previsto sem dispensar a
racionalidade necessária a qualquer projecto, o que implicou a adequação das metodologias a sucessivas novas
informações. Antes de iniciar a campanha experimental propriamente dita, procedeu-se à obtenção dos materiais
que permitem a realização dos ensaios: cimento e todas as fracções granulométricas de agregados minerais e
granulados de borracha. A primeira fase foi reservada à caracterização física dos materiais de enchimento de
modo a produzir correctamente as composições pretendidas, facilitar comparações com outros trabalhos e
possibilitar eventuais conclusões. Na segunda fase, com o intuito de assegurar a inexistência de problemas na
fase que conduziu aos resultados finais, foram tidas em conta questões relacionadas com o betão no estado
fresco através da betonagem e vibração de algumas misturas. Mais precisamente, foi dada particular atenção à
trabalhabilidade e tempos de vibração para evitar fenómenos de segregação ou exsudação. Por último, para a
terceira fase, objectivou-se avaliar os diferentes espécimes produzidos do ponto de vista do seu desempenho
mecânico e da sua deformabilidade.
Na quarta etapa procedeu-se ao tratamento e análise conjunta dos resultados obtidos para os espécimes
desenvolvidos. Assim, esperou-se atingir os objectivos pela descrição do seu desempenho em função da
percentagem de substituição e com a alteração da dimensão ou da proveniência do granulado utilizado
(trituração ou processo criogénico). Discutiu-se e procurou-se explicação para as tendências presenciadas e
confrontou-se exaustivamente os resultados desta dissertação com os obtidos por outros investigadores.
Por fim, a última etapa, é materializada neste texto que pretende transmitir de forma clara e concisa todas as
informações, análises e conclusões que este estudo permitiu. Assim e com o intuito de tornar mais perceptível a
organização da presente dissertação pelo conteúdo existente em cada capítulo, procede-se à sua descrição:
INTRODUÇÃO
4
capítulo 1: limita-se a uma introdução à problemática do tema e a considerações iniciais acompanhadas
das razões que motivam este trabalho; apresenta também os objectivos traçados e a metodologia
utilizada para a sua elaboração;
capítulo 2: objectiva fazer o levantamento exaustivo de toda a informação existente na bibliografia
disponível a nível nacional e internacional; faz um cruzamento das características mecânicas de betões
com borracha em termos de trabalhabilidade, massa volúmica, resistência à compressão e tracção e
curva extensão-tensão; dá particular destaque às posições unânimes e não consensuais dos
investigadores de forma a estabelecer o nível de conhecimento nesta matéria;
capítulo 3: permite consultar a explicação pormenorizada da metodologia seguida para fabricar todas
as composições; descreve de forma exaustiva o programa experimental direccionado para os materiais
de enchimento e para o betão no estado fresco e endurecido (normas, objectivos, amostras,
procedimentos, aparelhos e utensílios);
capítulo 4: pretende expor os resultados consequentes da campanha experimental para todos os
ensaios; descreve comportamentos e conclui acerca do desempenho mecânico de betões com
granulado de borracha incorporado em diferentes percentagens e dimensões em termos de resistência
à compressão e tracção, módulo de elasticidade e resistência à abrasão; estabelece ainda, quando
oportuno, comparações com dados do capítulo 2 como forma de atribuir fiabilidade aos resultados
apresentados;
capítulo 5: faz a conclusão geral da dissertação com realce no conhecimento obtido em resultado da
sua realização; propõe assuntos a desenvolver futuramente como modo de caracterizar parâmetros
menos claros ou simplesmente para aprofundar o conhecimento de betões com granulado de borracha
incorporado;
Por fim, surgem os anexos referidos ao longo do texto.
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
5
2. STATE OF THE ART
2.1. Introdução Para o presente capítulo, objectiva-se precisar, de forma sucinta, as principais características mecânicas de betões
com borracha proveniente de pneus usados. Com esta finalidade, e numa primeira fase, para além de uma nota
evolutiva e de uma breve referência às principais propriedades dos granulados de borracha, são descritas as
campanhas experimentais dos autores cujos resultados são discutidos posteriormente. Findados estes pontos,
apresenta-se o tratamento de dados relativos à resistência à compressão, tracção, curva extensão-tensão e
resistência à abrasão. Em paralelo, são desenvolvidas questões associadas, os comentários e afirmações mais
relevantes dos diferentes investigadores e as suas conclusões.
2.2. Nota evolutiva De acordo com CAIRNS (2004), as primeiras publicações relativas à utilização de borracha proveniente de pneus
usados em betão datam do início dos anos 90 com ELDIN, cujo primeiro objectivo foi investigar as suas
propriedades mecânicas. Posteriormente, sucessivas publicações vieram estender e consolidar o conhecimento
da trabalhabilidade, massa volúmica, resistência à compressão, resistência à tracção e módulo de elasticidade
deste compósito. Mais recentemente, novas questões relacionadas com a incorporação de borracha têm sido
alvo de investigação: análise da influência da geometria dos agregados de borracha sob diversas formas; avaliação
da influência do tratamento da superfície dos granulados de borracha; avaliação da sua resposta a acções
dinâmicas (fadiga, módulo de elasticidade dinâmico, colisão); comportamento ao fogo; condutividade térmica;
entre outros.
2.3. Propriedades dos granulados de borracha O granulado de borracha resulta da transformação de pneus usados em granulometrias compatíveis com a sua
reutilização em aplicações correntes através de dois processos tecnológicos: trituração mecânica à temperatura
ambiente e processo criogénico.
A trituração mecânica à temperatura ambiente é o processo mais comum e consiste numa transformação
contínua do granulado de borracha em partículas de dimensões sucessivamente menores até valores da ordem
da fracção do milímetro. O aço e o têxtil remanescente são retirados, nas diferentes fases, através de sistemas
magnéticos e de peneiros.
O processo criogénico caracteriza-se pelo arrefecimento da borracha por acção do azoto líquido até esta se tornar
extremamente frágil. Seguem-se forças de alto impacto que originam grânulos com uma morfologia do tipo
cubóide de diferentes dimensões. O aço e a fibra são retirados de forma idêntica ao processo por trituração.
Refira-se que este método não desenvolve fricção no material e é realizado em atmosfera inerte, pelo que as
propriedades da borracha não se alteram.
Foram utilizados diversos tipos de granulado nas investigações consultadas. No entanto, para além do processo
de transformação, da granulometria e da densidade, poucas foram as características apresentadas. Naqueles
aspectos, dos autores que indicaram a proveniência da borracha, registou-se que apenas uma minoria recorreu à
de origem criogénica (ELDIN (1993), citado por CAIRNS (2004) e LI (1998)). No que respeita às dimensões, foram
utilizadas desde granulometrias apelidadas de superfinas, dado que as partículas têm dimensões inferiores a 300
m, até granulados com um limite superior da ordem dos 40 a 50 mm (KHATIB (1998), citado por CAIRNS (2004) e
GUNEYISI (2004), respectivamente). LI (2004) fez uso de um processo de corte para obter fibras de borracha de
diferentes geometrias e valorizou o veículo que deu proveniência ao pneu (ligeiro ou pesado). Relativamente à
STATE OF THE ART
6
densidade, existe uma grande discrepância de dados. LI (1998) caracteriza o granulado de borracha com uma
densidade relativa de 0,6, enquanto que TURATSINZE (2008) o caracteriza de 1,2. Esta variabilidade poderá ter
razão na utilização ou não do aço remanescente, mas, nem todos os investigadores fazem referência à sua
presença ou remoção.
2.4. Propriedades dos betões com borracha
2.4.1. Descrição das campanhas experimentais
De seguida, procede-se à descrição das campanhas experimentais numa sequência cronológica.
Segundo CAIRNS (2004), ELDIN (1993) conduziu a sua actividade experimental no sentido de avaliar as
propriedades mecânicas do betão com diferentes quantidades de borracha em substituição dos finos ou dos
grossos em volume. Foram realizados 3 grupos que se distinguem pela geometria e dimensão do granulado
utilizado. No primeiro, recorreu-se a lascas de borracha obtidas por trituração mecânica com uma dimensão
compreendida entre 19 e 38 mm (provetes apelidados de grossos A por PIERCE (2004)). No segundo, utilizou-se
uma granulometria de dimensão próxima de 6 mm e de origem criogénica para substituir os agregados naturais
(provetes apelidados de grossos B por PIERCE (2004)). Por último, foi ainda utilizado um granulado fino com uma
dimensão inferior a 2 mm com o objectivo de substituir os agregados finos naturais.
O trabalho de PIERCE (2004) indica que ELDIN (1993) utilizou 4 taxas diferentes de substituição em volume,
idênticas para os 3 grupos descritos e relativas ao respectivo agregado a substituir (25, 50, 75 e 100%).
Segundo CAIRNS (2004), ELDIN (1993) quantifica a massa volúmica da borracha como uma variável compreendida
entre 800 e 960 kg/m3.
FEFROFF (1996) pretendeu provar a possibilidade de utilizar betões com borracha em aplicações estruturais.
Neste sentido, procurou resistências médias próximas de 28 a 35 MPa, o que impõe para o betão de referência
uma tensão de rotura, média, de 48 MPa.
Os materiais utilizados englobam os correntes: cimento, brita e areia; a borracha e dois adjuvantes, um redutor
de água (RA) e um introdutor de ar (IA). Refira-se que a borracha é designada como “superfina” por a sua maior
dimensão ser inferior a 300 m.
No Quadro 2.1, apresentam-se as propriedades dos materiais de FEFROFF (1996).
Quadro 2.1 – Propriedades dos materiais de FEFROFF (1996)
Densidade relativa Mínima dimensão Máxima dimensão
Agregado grosso 2,63 2,36 mm 25,4 mm
Agregado fino 2,57 150 m 4,75 mm
Partículas de borracha 1,14 - 300 m
Na definição das misturas, a incorporação da borracha no betão foi feita por adição de 10, 20 e 30% da massa
total de cimento e, para se atingir a trabalhabilidade adequada, definiu-se um abaixamento no intervalo 7,5 –
12,5 cm no cone de Abrams, que apenas foi possível pela variação da relação A/C e da quantidade de RA.
No Quadro 2.2, apresentam-se as dosagens do betão de referência de FEFROFF (1996).
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
7
Quadro 2.2 – Dosagens do betão de referência de FEFROFF (1996)
Materiais Quantidade
Cimento (kg/m3) 357
Agregado grosso (kg/m3) 999
Agregado fino (kg/m3) 797
Água (kg/m3) 157
RA (l/m3) 3,76
IA (l/m3) 0,24
TOPÇU (1996) planeou um betão de referência com uma tensão de rotura de 20 MPa e seis séries de provetes
com lascas de borracha provenientes da trituração mecânica de dimensões entre 0 e 1 mm e entre 1 e 4 mm. A
determinação das dosagens foi feita em volume, pela substituição do agregado grosso ou do agregado fino nas
mesmas percentagens (15, 30 e 45%). A relação A/C foi variável para valores próximos de 0,60 de forma a
permitir um abaixamento no intervalo 40-50 mm.
No Quadro 2.3, apresentam-se as dosagens do betão de referência de TOPÇU (1996).
Quadro 2.3 – Dosagens do betão de referência de TOPÇU (1996)
Cimento Areia Brita Água
Peso (kg/m3) 357,5 609,0 1148,1 222,4
Volume (dm3/m
3) 113,5 230,7 428,4 222,4
Os betões resultantes foram designados por FRC-15, FRC-30 e FRC-45 quando a substituição do agregado fino foi
feita por borracha da menor dimensão e por CRC-15, CRC-30 e CRC-45 quando a substituição do agregado grosso
foi feita por borracha da maior dimensão.
No Quadro 2.4, apresentam-se as propriedades dos materiais de TOPÇU (1996).
Quadro 2.4 – Propriedades dos materiais de TOPÇU (1996)
Menor dimensão (mm) Maior dimensão (mm) Densidade relativa
Agregado fino - 4 2,640
Agregado grosso 4 16 2,681
Lascas finas de borracha - 1 0,650
Lascas grossas de borracha 1 4 0,650
TOUTANJI (1996), para além de fixar a relação A/C em 0,5, manteve a mesma relação de materiais para todos os
espécimes: 1:2:3:0,5 (cimento: finos: grossos: água - em peso). Com esta base, quatro porções diferentes de
borracha foram utilizadas de modo a substituir o agregado mineral grosso em percentagens de 25, 50, 75 e 100
em volume.
O agregado grosso consistiu numa brita de dimensão máxima de 19mm com uma densidade relativa de 2,65 e o
agregado fino numa areia com a dimensão máxima de 4,76 mm e uma densidade relativa de 2,68. Para o
granulado de borracha, livre de elementos metálicos e com uma dimensão máxima de 12,7 mm, é indicada com
uma densidade relativa de 0,61. Não foram adicionados quaisquer aditivos minerais ou químicos e as curvas
granulométricas foram corrigidas para os limites regulamentares.
No Quadro 2.5, apresenta-se as dosagens do betão de referência de TOUTANJI (1996).
STATE OF THE ART
8
Quadro 2.5 – Dosagens do betão de referência de TOUTANJI (1996)
Materiais (kg/m3)
Cimento Água Agregado fino Agregado grosso
365 183 73 1096
LI (1998), na tentativa de obter melhores resultados através da alteração da ligação entre as partículas de
borracha e a matriz de betão, recorreu a dois métodos distintos: envolver a borracha com pasta cimentícia ou
utilizar um polímero derivado da celulose (METHOCEL). Para isto, uma vez que a dosagem de borracha e a
proporção dos restantes materiais foi mantida constante, apenas foi necessário realizar as amassaduras
mencionadas, a de referência e a correspondente a granulado de borracha inalterado.
No Quadro 2.6, faz-se a descrição dos betões de LI (1998).
Quadro 2.6 – Descrição dos betões de LI (1998)
Grupo VR Aditivos / adjuvantes
RBC-0 - - Betão de referência
RBC-1 33% - Betão com granulado de borracha sem
envolvimento
RBC-2 33% - Betão com granulado de borracha envolvido em
pasta de cimento
RBC-3 33% - Betão com granulado de borracha envolvido em
METHOCEL VR – fracção volumétrica de areia substituída por granulado de borracha
No que se refere aos materiais, foi utilizada brita calcária (dimensão máxima de 12,5 mm e densidade relativa de
2,57), areia natural de origem fluvial (dimensão máxima de 5 mm e módulo de finura de 2,3) e granulado de
borracha de origem criogénica (dimensão máxima de 2,5 mm e densidade relativa de 0,6). Com estes materiais,
fixou-se a relação A/C em 0,5 e recorreu-se à proporção apresentada no Quadro 2.7 para o betão de referência.
Os restantes resultam apenas da substituição da areia por granulado de borracha, envolvido ou não, numa
fracção fixa de 33% em volume.
Quadro 2.7 – Dosagens do betão de referência de LI (1998)
Cimento (kg/m3) Água (kg/m3) Areia (kg/m3) Agregados grossos (kg/m3)
404 202 747 1010
Através do programa experimental de KHATIB (1999) apresentado por GIACOBBE (2008), os objectivos daquele
autor parecem passar pela avaliação da interferência do teor de borracha nas propriedades mecânicas do betão e
das consequências da substituição dos agregados naturais nos finos, nos grossos ou em ambos. Para isto, foram
criados 3 grupos referenciados como A, B e C. Nos grupos A e B a substituição foi feita nos finos e grossos
respectivamente, em 8 diferentes percentagens dos correspondentes agregados naturais a substituir (5, 10, 15,
20, 40, 60, 80 e 100%). No grupo C, a substituição foi feita simultaneamente nos finos e grossos numa relação
unitária, em 8 diferentes percentagens do total de agregados (2,5, 5, 7,5, 10, 20, 30, 40 e 50%). Refira-se que
todos os valores são relativos a substituições em volume.
De acordo com CAIRNS (2004), neste trabalho recorreu-se a granulado de borracha proveniente de trituração
mecânica (densidade relativa 1,14) de dimensões compreendidas entre 10 e 50 mm. Esta granulometria foi
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
9
corrigida para estar em conformidade regulamentar e substituir os agregados grossos. Utilizou-se ainda granulado
de borracha de menores dimensões com o intuito de substituir os agregados finos.
BIEL (2004) para além de avaliar a influência do desempenho mecânico de betões com a incorporação de
borracha proveniente de pneus usados, investigou qual a contribuição das características do cimento para aquele
comportamento. Para isso, utilizou, separadamente, cimento portland e cimento oxicloreto de magnésio. Este
último possui características melhoradas de ligação aos agregados e, consequentemente, resulta numa
resistência à compressão da ordem do dobro.
A relação A/C foi variável com o intuito de manter o abaixamento inferior a 75 mm. A percentagem de
substituição dos agregados finos atingiu 90%, em volume, com intervalos regulares de 15% para cada mistura.
Este procedimento totalizou sete amassaduras para cada tipo de cimento (0, 15, 30, 45, 60, 75, 90%).
No Quadro 2.8, apresentam-se as dosagens dos betões de referência de BIEL (2004).
Quadro 2.8 – Dosagens dos betões de referência de BIEL (2004)
Mistura Água (kg) Cimento (kg) Agregado fino (kg) Agregado grosso (kg)
Portland (PCC) 2,3 5,0 9,0 14,5
Oxicloreto de magnésio (MOCC) 2,9 3,2 9,0 14,5
A borracha utilizada foi proveniente de um resíduo do processo de trituração mecânica com uma dimensão
máxima inferior a 1 mm e inclui a fibra têxtil e o metal remanescente. A sua densidade relativa foi determinada
como 1,16. Os agregados minerais grosso e fino exibiram uma densidade relativa de 2,51 e 2,44,
respectivamente.
CAINRS (2004) apresenta resultados referentes a quatro misturas, cujas proporções variam em cada caso, mais
especificamente a relação A/C e as quantidades relativas de diferentes agregados. Apesar de estas variáveis não
terem sido mantidas constantes, todos os provetes de controlo foram projectados para resistir a 40 MPa à
compressão.
Os materiais utilizados no desenvolvimento deste estudo foram: agregados finos, agregados grossos, granulado
de borracha e cimento. Os finos caracterizam-se por uma densidade relativa de 2,8 e ambos os grossos (20 e 10
mm) por 2,69. A borracha regista uma densidade relativa de 1,14, uma dimensão máxima de 20 mm e uma forma
longa e angular. Não foram adicionados quaisquer produtos não convencionais com a finalidade de alterar as
propriedades dos betões. As quatro misturas foram apelidadas de A, B, C e D. Para as misturas A e C, o traço
(cimento: finos: grossos: água), em massa, foi quantificado por 1:1,42;3,31:0,55. Para as misturas B e D, aqueles
valores foram modificados para 1:1,20:2,80:0,48. Refira-se, ainda, relativamente às misturas A e B, que os grossos
deverão ser entendidos como partículas de dimensão máxima de 20 mm. Nas restantes misturas, aquelas
subdividem-se em agregados de 10 e 20 mm, na relação respectiva 1:2 (Quadro 2.9). Cada mistura divide-se em
dois grupos que se distinguem pelo envolvimento, ou não, da borracha por cimento. Assim, no grupo C, o
agregado grosso foi substituído por borracha revestida, enquanto que, no grupo P, aquele envolvimento não foi
feito. Para cada grupo, para além do betão de referência, realizaram-se 3 séries, nas quais o agregado grosso de
20 mm foi substituído por borracha em percentagens de 10, 25 e 50%, em volume.
STATE OF THE ART
10
Quadro 2.9 – Dosagens dos betões de referência de CAIRNS (2004)
Materiais
Misturas (kg/m3)
A (A/C:0,55)
B (A/C:0,48)
C (A/C:0,55)
D (A/C:0,48)
Cimento 382 438 382 438
Água 210 210 210 210
Agregados finos 543 526 543 526
Agregados grossos (10 mm) - - 422 409
Agregados grossos (20 mm) 1266 1227 844 818
GUNEYISI (2004) utiliza como materiais agregados finos e grossos, borracha, cimento, superplastificante e sílica de
fumo (91,0% de SiO2). Areia natural com uma dimensão máxima de 4 mm foi utilizada como agregado fino e brita,
com uma dimensão máxima de 20 mm, foi usada como agregado grosso. A borracha esteve presente sob a forma
de finos, com uma curva granulométrica semelhante à da areia e sob a forma de lascas, com dimensões entre 10
e 40 mm. O adjuvante foi necessário para manter a trabalhabilidade quantificada por valores de abaixamento de
140±20 mm.
São estudados dois betões de referência com relações A/C de 0,60 e 0,40, com 350 e 450 kg de cimento por
metro cúbico, respectivamente. Procedeu-se ainda à substituição de parte do cimento por sílica de fumo, em
percentagens compreendidas entre 0 e 20% (valores correntemente utilizados) para avaliar o seu efeito em
betões com borracha. Estes, por sua vez, foram desenvolvidos substituindo ambos os agregados grossos e finos,
sempre numa relação unitária, por lascas e granulado fino de borracha, em percentagens de 2,5, 5, 10, 15, 25 e
50% do volume total de agregados. Quer isto dizer que, por exemplo, para um provete considerado com 50% de
borracha, 50% da areia é substituída por granulado fino de borracha e 50% do agregado grosso é substituído por
lascas de borracha.
No Quadro 2.10, apresentam-se as dosagens dos betões de referência de GUNEYISI (2004).
Quadro 2.10 – Dosagens dos betões de referência de GUNEYISI (2004)
Material Densidade Relação água / materiais cimentícios
0,40 0,60
Cimento (kg/m3) 3,15 450 428 405 383 360 350 333 315 298 280
Sílica de fumo (%) 2,33
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
Sílica de fumo (kg/m3) 0,0 22,5 45,0 67,5 90,0 0,0 17,5 35,0 52,5 70,0
Água (kg/m3) 1,00 180 180 180 180 180 210 210 210 210 210
Superplastificante (kg/m3)
1,18 13,5 13,5 13,5 13,5 13,5 5,3 5,3 5,3 5,3 5,3
Brita (kg/m3) 2,70 1062 1058 1054 1049 1045 1076 1073 1070 1066 1063
Areia (kg/m3) 2,62 688 685 682 680 677 697 695 693 691 688
Granulado fino de borracha (kg/m3)
0,83 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Lascas de borracha (kg/m3)
1,02 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
LI (2004) desenvolve, para comparação, um betão de referência com uma tensão de rotura, esperada, de 40 MPa.
Os restantes provetes, com borracha proveniente de pneus usados, possuem uma percentagem fixa de
substituição, em volume, nos grossos, de 15%. Deste modo, o objectivo não foi compreender a influência daquela
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
11
percentagem, mas sim avaliar a interferência da forma e da rigidez da borracha e da sua ligação com cimento.
Para isto, foram utilizados pneus provenientes de veículos pesados e ligeiros, com ou sem aço (rigidez distinta) e
borracha na forma de lasca ou de fibra, com diferentes comprimentos. Com o intuito de melhorar a interface
borracha / cimento, recorreu-se a dois procedimentos distintos. O primeiro consistiu num tratamento da
superfície da borracha com NaOH e o segundo numa ancoragem física materializada por um furo de 5 mm no
centro de cada lasca que se pretende que seja preenchido durante a betonagem. Adicionalmente, fez-se uma
mistura contendo simultaneamente fibras de borracha e fibras de polipropileno (PP) de 50,8 mm de comprimento
e com filamentos múltiplos na percentagem de 0,1 do volume total de betão.
No Quadro 2.11, apresentam-se as propriedades mecânicas da borracha e das fibras de polipropileno de LI
(2004).
Quadro 2.11 – Propriedades mecânicas da borracha e das fibras de polipropileno de LI (2004)
Material Massa volúmica (g/cm3) Módulo de elasticidade (MPa) Tensão de rotura por tracção (MPa)
Borracha 0,84 2,0 (na rotura) 28
Polipropileno 0,91 3500 620
Convém referir que as lascas resultam de um processo mecânico de trituração, enquanto que as fibras resultam
de um processo mecânico de corte. Relativamente às amostras, quando foi utilizada borracha de pneus de
veículos diferentes, recorreu-se sempre a uma relação volumétrica unitária.
Na produção de betão, para além da referida borracha, foi utilizado cimento portland, brita, areia natural, água e
DARAVAIR 1000, um adjuvante introdutor de ar. Com estes materiais, o traço, em peso, para o betão de
referência, define-se como cimento:água:brita:areia:adjuvante = 1:0,50:3,50:1,88:0,001. Para os betões com
borracha, o traço é fixo e descrito por 1:0,50:3,40:0,10:1,88:0,001 (cimento:água:brita:borracha:areia:adjuvante).
Quadro 2.12 – Descrição dos betões de LI (2004) e dos tipos de borracha utilizados
Dimensões da borracha (mm)
Mistura Descrição Comprimento Largura Altura
1 Referência - - -
2 Lascas de pneus de veículos pesados e ligeiros com aço 25,4 25,4 5
3 Lascas de pneus de veículos pesados e ligeiros com aço
e com a superfície tratada com NaOH 25,4 25,4 5
4 Lascas de pneus de veículos pesados e ligeiros com aço
e com um furo no centro 25,4 25,4 5
5 Fibras de pneus de veículos ligeiros sem aço 25,4 5 5
6 Fibras de pneus de veículos ligeiros sem aço 50,8 5 5
7 Fibras de pneus de veículos ligeiros sem aço 76,2 5 5
8 Fibras de pneus de veículos ligeiros com aço 50,8 5 5
9 Fibras de pneus de veículos pesados e ligeiros com aço 50,8 5 5
10 Fibras de pneus de veículos ligeiros sem aço e com 0,1
vol% de fibras de PP (comprimento de 50,8 mm) 50,8 5 5
BATAYNEH (2008) fixa a relação A/C em 0,56 e estuda a influência da substituição dos agregados finos minerais
por borracha. Com esse objectivo, a proporção de borracha foi ajustada de forma crescente, até o volume de
finos no betão ser inteiramente substituído. Este procedimento conduziu a um total de cinco misturas com 20, 40,
60, 80 e 100% de agregados finos substituídos mais o betão de referência.
STATE OF THE ART
12
Relativamente aos materiais utilizados, a borracha é proveniente de diferentes tipos de veículos e que a sua
granulometria está compreendida entre 4,75 mm e 0,15 mm. Todos os restantes materiais são provenientes de
recursos naturais e, portanto, não foram usados quaisquer produtos não usuais.
No Quadro 2.13, apresentam-se as dosagens dos betões de BATAYNEH (2008).
Quadro 2.13 – Dosagens dos betões de BATAYNEH (2008). Percentagens referentes à totalidade de finos a substituir em volume
Substituição A/C Materiais (kg/m
3)
Água Cimento Agregados grossos Agregados finos Borracha
0% 0,56 252 446 961 585,0 0,0
20% 0,56 252 446 961 468,0 67,5
40% 0,56 252 446 961 351,0 135,0
60% 0,56 252 446 961 234,0 202,5
80% 0,56 252 446 961 117,2 270,0
100% 0,56 252 446 961 0,0 337,6
GIACOBBE (2008) objectivou, para os betões de referência, uma resistência característica à compressão de 30
MPa, com um desvio padrão de 4,0 MPa e com uma trabalhabilidade definida por um abaixamento de 80±10 mm.
Através de um estudo prévio do traço, por tentativas e observações práticas, foi fixado e mantido constante para
todos os provetes, um teor de argamassa de 50%.
A borracha de pneu utilizada exibiu uma massa volúmica de 1,14 g/cm3. Por seu lado, o agregado grosso calcário
fixou aquela propriedade em 2,76 g/cm3 e o agregado fino, de origem quartzosa, em 2,62 g/cm3. Refira-se que a
borracha utilizada consiste num resíduo proveniente do processo de recauchutagem, do qual resultam partículas
irregulares de diferentes dimensões. Esta variabilidade foi corrigida por peneiração de modo a aproximar a sua
granulometria à da areia a substituir.
Foram produzidos betões relativos a três traços, 1:4, 1:5 e 1:6 (cimento: agregados, em massa). De forma mais
detalhada, o traço 1:4 pode ser decomposto em 1:2,5:1,5 (cimento: grossos: finos) e, de forma idêntica, os traços
1:5 e 1:6 em 1:3:2 e 1:3,5:2,5 respectivamente. A contribuição decisiva da relação A/C para a trabalhabilidade e o
intuito de manter esta última propriedade constante, sem recorrer a adjuvantes, obrigou à variação daquele
quociente.
Concretamente, cada traço divide-se em quatro misturas distintas pela variação da relação A/C ou pela alteração
na percentagem de borracha que substitui os finos. Deste modo, para além dos betões de referência, foram
produzidos betões com percentagens de substituição de 7,5 e 15%, em massa. Foi produzido, ainda, um quarto
grupo com uma percentagem de substituição de 15% e com uma relação A/C idêntica aos betões de referência.
Assim sendo, neste caso não se pretendeu atingir a trabalhabilidade já referida.
No Quadro 2.14, apresentam-se as dosagens dos betões de GIACOBBE (2008).
KHALOO (2008), para além de avaliar a influência de diferentes taxas de substituição, analisa a influência de essa
substituição ser feita nos finos, nos grossos ou em ambos. A tensão de rotura foi fixada para o betão de referência
em valores próximos de 30 MPa e foram obtidos resultados para provetes com 12,5, 25, 32,5 e 50% de volume
em borracha (relativamente ao volume total de agregados). Aos anteriores, que foram feitos separadamente para
finos e grossos, acrescentou-se ainda os que continham simultaneamente granulado de borracha fino e grosso em
volumes de 25 e 50% do total.
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
13
Quadro 2.14 – Dosagens dos betões de GIACOBBE (2008). Percentagens referentes à totalidade de finos a substituir em massa
Misturas (kg/m3)
% de substituição 0% 7,5% 15%
Traço 1:4 1:5 1:6 1:4 1:5 1:6 1:4 1:5 1:6 1:4 1:5 1:6
A/C 0,46 0,52 0,64 0,44 0,54 0,67 0,50 0,60 0,72 0,46 0,52 0,64
Cimento 438 365 313 438 365 313 438 365 313 438 365 313
Agregados grossos 1095 1095 1096 1095 1095 1096 1095 1095 1096 1095 1095 1096
Agregados finos 657 730 783 608 675 724 558 620 665 558 620 665
Borracha - - - 49 55 59 98 110 117 98 110 117
Água 201 191 202 193 197 210 219 219 225 201 191 202
Os materiais constituintes dos provetes incluem, para além do cimento portland, brita com uma dimensão
máxima de 20 mm que materializa o agregado grosso, areia natural com uma dimensão máxima de 4,75 mm
utilizada como agregado fino, e borracha com origem em pneus usados. Foram utilizados dois tipos de borracha:
fino, com uma granulometria próxima da areia, e grosso, proveniente da trituração mecânica e que pretende
substituir o agregado de maior dimensão.
No Quadro 2.15, apresentam-se as propriedades dos materiais de KHALOO (2008).
Quadro 2.15 – Propriedades dos materiais de KHALOO (2008)
Tipo de agregado Densidade relativa Massa volúmica aparente (kg/m3)
Agregado grosso 2,65 1701,3
Agregado fino 2,67 1716,8
Partículas de borracha 1,16 1150,0
As misturas foram denominadas por Cxx, Fxx e CxxFxx consoante se trate de uma substituição nos grossos, finos ou
em ambos. Os índices dizem respeito à percentagem a substituir no respectivo agregado. Naturalmente, quando
a substituição é feita nos finos, é usada borracha de granulometria inferior e, quando aquela é feita nos grossos, é
usada a de granulometria superior.
No Quadro 2.16, apresentam-se as dosagens dos betões de KHALOO (2008).
Quadro 2.16 – Dosagens dos betões de KHALOO (2008).
Mistura % de
agregados substituídos
Granulado grosso (kg)
Granulado fino (kg)
Agregado grosso (kg)
Agregado fino (kg)
Água (litros)
Cimento (kg)
P 0,0 0,0 0,0 900 900 227 350
C25 12,5 152,4 0,0 900 675 229 350
C50 25,0 304,2 0,0 900 450 299 350
C75 37,5 456,3 0,0 900 225 356 350
C100 50,0 609,5 0,0 900 0 442 350
F25 12,5 0,0 149,5 675 900 215 350
F50 25,0 0,0 299,0 450 900 282 350
F75 37,5 0,0 452,1 225 900 384 350
F100 50,0 0,0 602,8 0 900 453 350
C25F25 25,0 152,4 149,5 675 675 298 350
C50F50 50,0 304,2 301,4 450 450 434 350
STATE OF THE ART
14
TURATSINZE (2008) foca-se nas propriedades mecânicas de betões autocompactáveis com granulado de borracha
incorporado. Por conseguinte, foram necessários diversos adjuvantes, na combinação certa, com a finalidade de
evitar a severa segregação e exsudação que todas as soluções tradicionais revelaram e atribuir às misturas a
trabalhabilidade própria daquele tipo de betões.
Os materiais convencionais utilizados passam por um cimento 52,5R, por uma areia rolada (0-4 mm, densidade
relativa 2,62 e absorção de água de 1,90%), um agregado grosso rolado (4-10 mm, densidade 2,66 e absorção de
água de 1,10%) e um agregado grosso britado (10-14 mm, densidade relativa 2,67 e absorção de água de 0,90%).
A borracha foi obtida por trituração mecânica de pneus em fim de vida, de onde resultaram partículas de
dimensões entre 4 e 10 mm com uma densidade relativa de 1,2 e uma absorção de água desprezável.
Ao nível de aditivos e adjuvantes, recorreu-se a fíler calcário, um superplastificante (GLENIUM 27), um agente
modelador de viscosidade (RHEOMAC 890 F) e um agente introdutor de ar (MICRO-AIR 200).
O granulado de borracha foi incorporado através da substituição parcial do agregado grosso rolado (4-10 mm),
em volume. Este procedimento foi feito para valores de 10, 15 20 e 25%, fixando, ou não, a dosagem dos
restantes materiais de acordo com o Quadro 2.17.
Quadro 2.17 – Dosagens das misturas de TURATSINZE (2008)
Material Dosagens (kg/m
3)
SCC0R SCC10R SCC15R SCC20R SCC25R
Cimento 350,0
Fíler calcário 120,1
Agregado fino 833,2
Agregado grosso (4-10 mm) 468,3 299,7 210,7 132,6 46,8
Borracha 0,0 76,0 116,2 152,1 355,8
Agregado grosso (10-14 mm) 355,8
Superplastificante 3,90 4,90 5,20 5,80 6,80
Agente modelador de viscosidade 1,20
Agente introdutor de ar 0,46
Água / ligante 0,40
2.4.2. Trabalhabilidade
A trabalhabilidade é uma propriedade fundamental para distinguir betões com diferentes aplicações e quantificar
os limites que os tornam comparáveis. Desta forma, será indispensável determinar esta característica quando se
pretende avaliar a influência da introdução de materiais não correntes em betão.
Com o objectivo de mostrar uma relação plausível entre a trabalhabilidade e a percentagem de borracha
incorporada, procurou-se eliminar o maior número possível de variáveis que influenciem directamente esta
propriedade. Assim, desde logo, foram excluídos todos os estudos que recorrem a adjuvantes ou aditivos para
melhorar as características do betão. Para além disso, seleccionou-se apenas aqueles que mantém a mesma
relação A/C em toda a campanha experimental, sem alterar o traço. Por fim, por ser expectável que a substituição
feita nos grossos ou nos finos tenha uma influência significativa, optou-se por separar os resultados referentes a
cada um dos casos nas Figuras 2.1 e 2.2.
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
15
Figura 2.1 – Trabalhabilidade de betões com borracha por substituição nos grossos
Figura 2.2 – Trabalhabilidade de betões com borracha por substituição nos finos
Na tentativa de perceber se a incorporação de borracha no betão influi no seu comportamento quando se altera
o traço ou a relação A/C, apresenta-se a totalidade dos resultados de GIACOBBE (2008) relativos a esta matéria na
Figura 2.3.
Figura 2.3 – Influência do traço e da relação A/C na trabalhabilidade de betões com granulado de borracha – GIACOBBE (2008)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Ab
aixa
me
nto
(mm
)
Percentagem de grossos substituídos (volume)
KHALOO (2008)
CAIRNS (2004)
KHATIB (1999)*
TOUTANJI (1996)
ELDIN A (1993)*
ELDIN B (1993)*
* Adaptado de PIERCE (2004)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Ab
aixa
me
nto
(mm
)
Percentagem de finos substituídos (volume)
BATAYNEH (2008)
KHALOO (2008)
KHATIB (1999)*
ELDIN (1993)*
* Adaptado de PIERCE (2004)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0,4 0,45 0,5 0,55 0,6 0,65 0,7 0,75
Ab
aixa
me
nto
(mm
)
Relação A/C
0% Traço 1:4
0% Traço 1:5
0% Traço 1:6
16% Traço 1:4
16% Traço 1:5
16% Traço 1:6
29% Traço 1:4
29% Traço 1:5
29% Traço 1:6
Percentagens em volume do agregado a substituir
STATE OF THE ART
16
A síntese dos resultados não deixa dúvidas que, apesar de KHALOO (2008) ter verificado pontualmente uma
tendência inversa para a influência da percentagem de borracha na trabalhabilidade, a extensão de resultados
experimentais indica, claramente, que o comportamento está correlacionado. Quer isto dizer que, à medida que a
substituição de agregados minerais por granulado de borracha aumenta, a trabalhabilidade diminui. No entanto,
convém notar que apesar de terem sido eliminadas diversas variáveis, a dispersão de resultados, para uma
mesma percentagem de substituição, mostra que existem outros factores com uma contribuição não desprezável.
A observação das Figuras 2.1 e 2.2 torna claro que é mais fácil prever o abaixamento quando a substituição é feita
nos finos. A razão para esta ocorrência poderá estar na diferente proveniência do granulado de borracha que
cada investigador utilizou e que, nos grossos, poderá ter uma variabilidade mais significativa em termos de forma
e dimensão. Senão, veja-se que os resultados da trabalhabilidade relativa à substituição de agregados por
granulado de borracha de dimensão máxima de 6mm e de origem criogénica (ELDIN B (1993)) são comparados
(Figura 2.1) com os relativos a granulado de borracha de dimensão compreendida entre 19 e 38 mm e
provenientes de trituração mecânica (ELDIN A (1993)).
Com base nos estudo que satisfazem os requisitos impostos e que pretendem investigar a influência da
substituição ser feita nos finos ou nos grossos (ELDIN (1993), KHATIB (1999) e KHALOO (2008)), é possível concluir
que quanto maior a dimensão do granulado utilizado, maior a perda de trabalhabilidade. Refira-se que a
globalidade dos resultados não permitiria tal conclusão, mas, justifica-se que a variabilidade das composições e
das características físicas dos materiais utilizados é responsável por tal facto. Assim, faz-se apenas referência a
estudos que efectuam simultaneamente a análise dos finos e grossos, uma vez que eliminam, à partida, aquelas
variáveis. Quando a substituição é feita nos finos e grossos simultaneamente, constata-se que os resultados são
intermédios dos que resultariam da substituição apenas nos finos ou nos grossos (KHALOO (2008)).
De acordo com PIERCE (2004), os 3 grupos de ELDIN (1993) mostram que existe considerável semelhança nos
resultados referentes à substituição de finos e de grossos criogénicos. Este facto sugere que, para além da
dimensão, a forma das partículas tem uma influência não desprezável (PIERCE 2004). A razão para esta conclusão
adicional prende-se com o rácio superfície / volume que é consideravelmente inferior nos granulados criogénicos,
por comparação com os granulados provenientes da trituração mecânica, que exige menos argamassa para os
envolver e, por consequência, confere maior trabalhabilidade (CAIRNS (2004)).
A investigação de GIACOBBE (2008) vem mostrar que para manter a trabalhabilidade e alterar (diminuir) o
quociente cimento / agregados, é necessário modificar (aumentar) a relação A/C. Este comportamento não se
revela diferente quando se introduz granulado de borracha no betão. Para além disto, é possível referir ainda
que, para maiores quantidades de granulado de borracha, os valores da relação A/C que sustentam a
invariabilidade do abaixamento são significativamente superiores.
Por fim, convém dizer que existe um consenso generalizado, junto de diversos investigadores (ELDIN (1993) por
CAIRNS (2004), TOUTANJI (1996), BATAYNEH (2008) e KHALOO (2008)), em classificar os betões com granulado de
borracha como de trabalhabilidade aceitável, em termos de manuseamento, colocação e acabamento, apesar dos
resultados de abaixamento registados. KHALOO (2008) vai ainda mais longe quando sugere que outro método
seria necessário para avaliar correctamente a trabalhabilidade. Deste modo, a perda de trabalhabilidade encontra
explicação no aumento da viscosidade da mistura (PIERCE (2004)) e na diminuição da massa volúmica. Como o
resultado do ensaio do cone de Abrams depende da gravidade, quanto menor a massa volúmica do betão, menor
o abaixamento (GIACOBBE (2008)).
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
17
2.4.3. Massa volúmica
Devido à significativa diferença entre a massa volúmica dos agregados naturais e a da borracha, é presumível que
à medida que taxa de substituição aumente, a massa volúmica do betão diminua. Para apoiar o exposto, foram
analisados os dados bibliográficos disponíveis, tendo sido feita a distinção dos resultados tendo em conta a
dimensão dos agregado a substituir (Figuras 2.4 e 2.5).
Figura 2.4 – Massa volúmica de betões com borracha por substituição nos grossos
Figura 2.5 – Massa volúmica de betões com borracha por substituição nos finos
Analisando a generalidade dos resultados, poderá inferir-se que a substituição feita nos grossos, por comparação
com a dos finos, diminui de forma mais significativa a massa volúmica do betão. Esta conclusão não é previsível e
torna-se errónea quando se despreza a composição mais corrente dos betões. De facto, a dosagem de grossos é
frequentemente mais expressiva do que a dos finos. Como consequência, a substituição da sua totalidade
representa uma maior quantidade de material a substituir, o que implica maiores variações na massa volúmica.
De outro modo, alterar uma percentagem de grossos traduz-se numa maior quantidade de material substituído
do que a mesma alteração nos finos porque, no caso dos últimos, existe uma participação menor no volume
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Pe
rce
nta
gem
da
mas
sa v
olú
mic
a d
o b
etã
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e
refe
rên
cia
Percentagem de grossos substituídos (volume)
KHALOO (2008)
TURATSINZE (2008)
CAIRNS (2004)
KHATIB (1999)*
TOPÇU (1996)
ELDIN A (1993)*
ELDIN B (1993)*
* Adaptado de PIERCE (2004)
65
70
75
80
85
90
95
100
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Pe
rce
nta
gem
da
mas
sa v
olú
mic
a d
o b
etã
o d
e
refe
rên
cia
Percentagem de finos substituídos (volume)
BATAYNEH (2008)
KHALOO (2008)
BIEL (2004) - PCC
KHATIB (1999)
FEDROFF (1996)
ELDIN (1993)*
* Adaptado de PIERCE (2004)
STATE OF THE ART
18
global do betão. Para contornar esta questão, observe-se, por exemplo, os resultados de ELDIN (1993) relativos à
substituição dos grossos. De imediato se conclui que a substituição por granulado criogénico de dimensão inferior
a 6 mm (ELDIN B (1993)) exibe resultados da massa volúmica sistematicamente inferiores em comparação com a
mesma substituição feita por granulado triturado de dimensão compreendida entre 19 e 38 mm (ELDIN A (1993)).
Assim, conclui-se exactamente o oposto: para uma mesma quantidade de borracha incorporada, a substituição
feita nos finos, por comparação com a dos grossos, diminui de forma mais significativa a massa volúmica do
betão. Para corroborar o exposto, analise-se o trabalho de KHALOO (2008) que tem a particularidade de a
dosagem de finos e grossos ser exactamente a mesma para todos os espécimes. Neste caso, à excepção do último
ponto, os resultados estão de acordo com o mencionado. A razão para este comportamento tem explicação no
aumento do teor de ar no interior destes betões, devido à maior superfície específica de granulados finos, bem
como nas características polares da borracha, que tendem a repelir a água e atrair o ar (CAIRNS (2004)).
PIERCE (2004) sugere que a massa volúmica de betões com granulado de borracha pode ser estimada por uma
função linear do tipo:
Equação 2.1
Onde:
- massa volúmica do betão com granulado de borracha;
- massa volúmica do betão de referência;
- percentagem de finos ou grossos substituídos; e
- coeficiente que depende do tipo de granulado e que, de acordo com o mesmo autor, varia entre 0,15 e 0,23
para substituições nos finos e entre 0,23 e 0,28 para substituições nos grossos.
Para avaliar a contribuição de outras variáveis para a massa volúmica, apresentam-se os resultados de GIACOBBE
(2008) na Figura 2.6. Note-se que os resultados associados por traço contínuo são relativos a betões com a
mesma trabalhabilidade e os decompostos por traço interrompido representam a mesma relação A/C do que o
respectivo betão de referência e, portanto, exibem um abaixamento significativamente menor.
Figura 2.6 – Influência do traço na massa volúmica de betões com granulado de borracha – GIACOBBE (2008)
Dos resultados de GIACOBBE (2008), é possível concluir que, para maiores valores da relação cimento /
agregados, a diminuição da massa volúmica é menos significativa quando se aumenta sucessivamente a
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Percentagem de finos substituídos (volume)
Traço 1:4
Traço 1:5
Traço 1:6
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
19
incorporação de borracha. Esta conclusão é imediata quando se tem por base que, para maiores valores daquele
quociente, a quantidade de agregados no betão é menor e, portanto, uma percentagem dessa quantidade será
também menor, o que implica incorporar menos borracha na matriz cimentícia.
Também se pode tirar a conhecida conclusão da sobreposição dos traços contínuos com os interrompidos; assim,
para valores menores da relação A/C, a massa volúmica aumenta devido à diminuição da quantidade de ar
introduzida nos betões.
2.4.4. Teor de ar
Apesar de a maioria dos investigadores não tratar o teor de ar de betões com borracha com o mesmo detalhe de
outras propriedades, pensa-se que a sua contribuição para as características finais de resistência e durabilidade é
de tal forma importante que será feito o levantamento dos resultados existentes. Assim, apresenta-se, na Figura
2.7, os resultados de TURATSINZE (2008) e FEDROFF (1996).
Figura 2.7 – Teor de ar de betões com borracha
Desde logo, convém dizer que os resultados dos dois trabalhos não são directamente comparáveis porque os
objectivos de aplicação dos betões são francamente distintos e, portanto, as características físicas também o
serão (autocompactáveis no caso de TURATSINZE (2008)). Para além disso, regista-se a utilização de diversos
adjuvantes em ambos os casos que, para além de serem diferentes e aplicados em dosagens distintas, variam em
função da taxa de substituição de borracha. Para diferenciar ainda mais os dois trabalhos, assinale-se que a
substituição é feita em agregados de dimensões desiguais.
Apesar das divergências apontadas, é válido concluir que, à medida que a percentagem de substituição aumenta,
o teor de ar introduzido no betão também aumenta. A explicação para esta ocorrência deverá estar no
comportamento hidrofóbico da borracha que tende a repelir a água e atrair ar. Este argumento é utilizado por
diversos investigadores (KHALOO (2008), TURATSINZE (2008), CAIRNS (2004), SIDDIQUE (2004) e FEDROFF (1996))
e traz como consequência a dependência do teor de ar da superfície específica do granulado utilizado. Deste
modo, é expectável que, para a mesma quantidade de borracha incorporada no betão, a substituição nos finos
conduza a maiores teores de ar introduzidos do que quando aquela substituição é feita nos grossos.
Convém referir que FIGUEIREDO (2007) não observou maiores valores do teor de ar, quer com o aumento da
percentagem de borracha, quer quando a substituição foi feita nos finos. O autor argumenta que este
comportamento anómalo poderá estar na utilização das fibras de aço remanescentes do processo de
transformação que diminuem o teor de ar.
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Percentagem de substituição nos agregados respectivos (volume)
TURATSINZE (2008) - substituição nos grossos
FEDROFF (1996) - substituição nos finos
STATE OF THE ART
20
2.4.5. Resistência à compressão
Devido à extrema importância da resistência à compressão na caracterização do betão, a análise da sua
correlação com a incorporação de granulado de borracha é, sem dúvida, a mais divulgada e discutida. Contudo,
além da imensa variedade de materiais e dosagens presentes nos diferentes trabalhos, acresce ainda a utilização
de provetes de geometria e dimensões distintas, o que impossibilita a comparação directa de resultados. No
entanto, é razoável fazer uma análise conclusiva com base na perda de resistência, que aliás foi a metodologia
proposta por diversos investigadores.
2.4.5.1. Influência da percentagem de granulado de borracha na resistência à compressão
O nível de desenvolvimento da investigação nesta matéria confere uma quantidade de resultados relativamente
extensa. Deste modo, de forma a tornar legível os dados respeitantes aos diversos investigadores, optou-se por
efectuar a sua apresentação separadamente, em função da dimensão das partículas de borracha introduzidas no
betão. Assim, as Figuras 2.8 e 2.9 referem-se à alteração dos grossos, as Figuras 2.10 e 2.11 aos finos e as Figuras
2.12 e 2.13 à alteração simultânea dos finos e grosso. Refira-se que a primeira e segunda figuras de cada grupo
são alusivos, respectivamente, ao valor absoluto da resistência à compressão e ao valor relativo da mesma
propriedade para o betão de referência.
Figura 2.8 – Resistência à compressão de betões com borracha por substituição nos grossos (28 dias)
Figura 2.9 – Percentagem da resistência à compressão de betões com borracha por substituição nos grossos (28 dias)
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Percentagem de grossos substituídos (volume)
KHALOO (2008) (50 dias)
TURATSINZE (2008)
CAIRNS (2004) - AP
KHATIB (1998)*
TOPÇU (1996)
TOUTANJI (1996)
ELDIN (1993)*
* Adaptado de PIERCE (2004)
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Percentagem de grossos substituídos (volume)
KHALOO (2008) (50 dias)
TURATSINZE (2008)
CAIRNS (2004) - AP
KHATIB (1998)*
TOPÇU (1996)
TOUTANJI (1996)
ELDIN (1993)*
* Adaptado de PIERCE (2004)
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
21
Figura 2.10 – Resistência à compressão de betão com borracha por substituição nos finos (28 dias)
Figura 2.11 – Percentagem da resistência à compressão de betão com borracha por substituição nos finos (28 dias)
Figura 2.12 – Resistência à compressão de betões com borracha por substituição nos finos e grossos
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Percentagem de finos substituídos (volume)
BATAYNEH (2008)
GIACOBBE (2008) - 1:5
KHALOO (2008) (50 dias)
BIEL (2004) - PCC
KHATIB (1998)*
LI (1998)
FEDROFF (1996)
TOPÇU (1996)
ELDIN (1993)*
* Adaptado de PIERCE (2004)
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Percentagem de finos substituídos (volume)
BATAYNEH (2008)
GIACOBBE (2008) - 1:5
KHALOO (2008) (50 dias)
BIEL (2004) - PCC
KHATIB (1998)*
LI (1998)
FEDROFF (1996)
TOPÇU (1996)
ELDIN (1993)*
* Adaptado de PIERCE (2004)
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Percentagem de finos e grossos substituídos (volume)
KHALOO (2008) (50 dias)
GUNEYISI (2004) - A/C=0,4 (90 dias)
GUNEYISI (2004) - A/C=0,6 (90 dias)
KHATIB (1999) (28 dias)*
* Adaptado de GIACOBBE (2008)
STATE OF THE ART
22
Figura 2.13 – Percentagem da resistência à compressão de betões com borracha por substituição nos finos e grossos
Apesar de os resultados não apresentarem uma dispersão estreita, é notório que, independentemente da
dimensão do granulado utilizado, a incorporação de borracha no betão afecta significativamente a sua resistência
à compressão. A bibliografia explica o facto com base, principalmente, na diferença de propriedades físicas entre
a borracha e os agregados minerais. Concretizando, a reduzida rigidez da borracha, relativamente aos restantes
materiais, implica uma contribuição para a resistência global diminuta. Por consequência, as partículas de
borracha promovem a formação de tensões elevadas na sua periferia e, como resultado disso, surgem fissuras
que, suficientemente propagadas, conduzem à rotura prematura dos provetes (KHALOO (2008), GUNEYISI (2004),
BIEL (2004) e KHATIB (1999) citado por BATAYNEH (2008)). TOPÇU (1996) explica o fenómeno com base nos
elevados esforços de tracção na direcção perpendicular à aplicação da carga e TURATSINZE (2008) faz ainda
referência ao elevado coeficiente de Poisson como causa da significativa perda de resistência.
GIACOBBE (2008), à semelhança de alguns dos anteriores investigadores, equipara o espaço ocupado pelo
granulado de borracha a vazios. Para suportar a comparação, o autor recorre à teoria de Abrams (1924), descrita
pelo mesmo, que possibilita a previsão da resistência à compressão do betão com base na relação A/C adoptada.
Nesta variável explicativa, GIACOBBE (2008) propôs, para betões com granulado de borracha, a alteração da
relação A/C para o quociente (A+volume de borracha)/C e obteve fortes correlações com o modelo de Abrams.
Refira-se que, conceptualmente, para permitir a comparação feita, considerou-se que a água excedente do
processo de hidratação, materializada na relação modificada pelo volume de borracha, ao evaporar, é substituída
por vazios.
Outra consideração amplamente mencionada e que será desenvolvida posteriormente, diz respeito à fraca
aderência entre as partículas de borracha e o ligante. Com efeito, diversos investigadores procuraram contrariar
esta questão através do tratamento dos granulados de borracha ou pelo seu envolvimento em cimento e
obtiveram resultados relativamente consensuais.
Com o objectivo de prever a resistência à compressão em função do teor de borracha existente no betão, diversas
relações foram apresentadas. KHATIB (1999) citado por GIACOBBE (2008), KHALOO (2008) e GUNEYISI (2004),
após estudar diversos tipos de funções, incluindo diversos graus de polinómios, propôs uma expressão do tipo:
Equação 2.2
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Percentagem de finos e grossos substituídos (volume)
KHALOO (2008) (50 dias)
GUNEYISI (2004) - A/C=0,4 (90 dias)
GUNEYISI (2004) - A/C=0,6 (90 dias)
KHATIB (1999) (28 dias)*
* Adaptado de GIACOBBE (2008)
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
23
Onde:
- factor de redução;
- rácio volumétrico entre o granulado de borracha e o volume total de agregados; e
- parâmetros de ajuste que dependem, entre outros factores, da dimensão do granulado.
PIERCE (2004) sugere a seguinte função:
Equação 2.3
Onde:
- resistência à compressão do betão com granulado de borracha;
- resistência à compressão do betão de referência;
- percentagem de agregado substituído por borracha (forma decimal); e
- coeficiente que depende da dimensão do agregado a substituir e que, de acordo com o autor, toma valores
entre 1,15 e 2,65 para os finos, 1,50 e 2,70 para os grossos e 2,65 para os finos e grossos.
KHALOO (2008) assume que o comportamento do espaço ocupado pela borracha se assemelha a vazios e
apresenta o conceito de área efectiva, ou seja, secção transversal do provete que efectivamente resiste ao
carregamento. A função resulta na seguinte:
Equação 2.4
Onde:
- área efectiva do provete;
- área total do provete; e
- percentagem volumétrica do granulado de borracha em relação ao volume total de betão.
2.4.5.2. Influência da dimensão do agregado substituído
De forma a ser possível inferir alguma consequência da dimensão das partículas de borracha na resistência à
compressão, apurou-se apenas os autores que dispõem de resultados relativos à substituição em separado nos
finos e nos grossos (KHATIB (1999) adaptado por GIACOBBE (2008) e TOPÇU (1996)). Com este procedimento,
foram eliminadas quaisquer outras variáveis que não sejam a dimensão do granulado substituído.
Figura 2.14 – Resistência à compressão de betões com borracha por substituição nos finos ou nos grossos (28 dias)
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Percentagem de substituição do total de agregados (volume)
KHATIB (1999)* finos
KHATIB (1999)* - finos e grossos
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TOPÇU (1996) - finos
TOPÇU (1996) - grossos
* Adaptado de GIACOBBE (2008)
STATE OF THE ART
24
Figura 2.15 – Percentagem da resistência à compressão de betões com borracha por substituição nos finos ou nos grossos (28 dias)
Os resultados das Figuras 2.14 e 2.15, como os próprios autores defendem, permitem concluir que a substituição
feita nos finos agrava menos a perda de resistência à compressão. Adicionalmente, os resultados de KHATIB
(1999), adaptados de GIACOBBE (2008), mostram que a substituição simultânea nos finos e grossos conduz,
relativamente à exclusiva nos finos ou grossos, a resultados intermédios. Todavia, devido à pequena dimensão da
amostra, são referidos, na Figura 2.16, os resultados de KHALOO (2008) que, apesar de apresentarem uma escala
de valores significativamente distinta, não permitem tirar a mesma conclusão.
Figura 2.16 – Percentagem da resistência à compressão dos betões de KHALOO (2008) (50 dias)
O autor descreve que a resistência à compressão é maior quando a substituição é feita nos grossos para
percentagens de substituição inferiores ou iguais a 25% do total de agregados. Para valores superiores a este, os
resultados invertem-se. Refira-se que não é apresentada qualquer explicação para o descrito.
Consultando SIDDIQUE (2004), lê-se que autores como ALI (1993) e FATTUHI (1996) observaram um
comportamento contrário ao de TOPÇU (1996) e KHATIB (1999), o que impossibilita qualquer conclusão definitiva
nesta matéria.
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Percentagem de substituição do total de agregados (volume)
KHATIB (1999)* finos
KHATIB (1999)* - finos e grossos
KHATIB (1999)* - grossos
TOPÇU (1996) - finos
TOPÇU (1996) - grossos
* Adaptado de GIACOBBE (2008)
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Percentagem de substituição do total de agregados (volume)
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2.4.5.3. Influência da ligação entre o granulado de borracha e a matriz cimentícia
A aderência entre a borracha e o ligante parece interferir significativamente na resistência à compressão, de tal
modo que diversos investigadores conduziram os seus estudos no sentido de melhorar esta condição. CAIRNS
(2004) experimenta envolver o granulado de borracha em cimento com o objectivo de alterar a transição entre
este e a matriz cimentícia. Para isto, desenvolveu quatro misturas (A, B, C e D), cujos resultados são explicitados
na Figura 2.17. A consulta do ponto 2.4.1 permite perceber que os betões com granulado de borracha envolvido
em cimento são designados sempre com a letra C e estão representados a vermelho na referida figura.
Figura 2.17 – Percentagem da resistência à compressão dos betões de CAIRNS (2004) (28 dias)
Com base na informação apresentada, o autor conclui que havia uma melhoria significativa da resistência à
compressão quando o granulado de borracha era envolvido previamente em cimento. Esta tendência manteve-se
independentemente da relação A/C ou das diferentes granulometrias de grossos utilizadas. De acordo com o
descrito, estiveram os resultados de LI (1998) (Figura 2.18) que fixou a percentagem de substituição em 30% do
volume de finos e se preocupou exclusivamente com o tratamento do granulado.
Recorde-se que o RBC-0 é o betão de referência e o RBC-1 e o RBC-2 são, respectivamente, os betões sem e com
envolvimento de granulado por cimento. O RBC-3 contempla a utilização de um polímero derivado da celulose
(METHOCEL), mas os seus resultados foram menos interessantes do que o betão sem qualquer tipo de adição
(RBC-2).
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Percentagem de grossos substituídos (volume)
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Percentagem de grossos substituídos (volume)
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26
Figura 2.18 – Resistência à compressão dos betões de LI (1998) (28 dias)
Relativamente à resistência à compressão de betões com granulado de borracha, GUNEYISI (2004) tentou
compreender a influência da substituição do cimento por sílica de fumo e ainda se este aspecto está dependente
da relação A/C adoptada. Os resultados deste investigador surgem neste ponto através das Figuras 2.19 e 2.20,
dado que este defende ser expectável que o uso de sílica de fumo seja benéfico para a aderência entre a borracha
e o ligante devido à reduzida dimensão das partículas daquele material.
Figura 2.19 – Resistência à compressão dos betões de GUNEYISI (2004) para A/C=0,6 (90 dias)
Figura 2.20 – Resistência à compressão dos betões de GUNEYISI (2004) para A/C=0,4 (90 dias)
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As percentagens são relativas à subsituição do cimento por sílica de fumo
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
27
Como se observa pelas Figuras 2.19 e 2.20, no que toca a resistência à compressão do betão, a sílica de fumo tem
um efeito favorável e tanto mais pronunciado quanto maior for a relação A/C. Para além disto, o incremento de
resistência é menor para teores de sílica de fumo superiores.
SIDDIQUE (2004) refere que, na bibliografia consultada, o tratamento das partículas de borracha varia desde a
simples lavagem com água até ao recurso a ácido. Neste último caso, a solução alcalina de hidróxido de sódio
(NaOH) foi a que promoveu melhores resultados, por tornar a superfície das partículas ligeiramente mais
texturada e, consequentemente, favorecer a sua aderência ao ligante. Neste ponto, refira-se que existe
fundamentação pelo uso do microscópio electrónico na análise da superfície da borracha. Convém notar, no
entanto, que ALBANO (2005) foi um dos investigadores que estudou a utilização do hidróxido de sódio, tendo
concluído que a melhoria de resistência não era significativa.
2.4.5.4. Influência da borracha na evolução da resistência à compressão
A utilização de betão para as mais diversas aplicações exige o conhecimento da evolução da sua resistência. Neste
sentido e com base na bibliografia consultada, procura identificar-se algum comportamento anómalo que tenha
origem na introdução de granulado de borracha no betão. Assim, apresenta-se os resultados de FEFROFF (1996) -
Figura 2.21, GIACOBBE (2008) - Figura 2.22 e CAIRNS (2004) - Figura 2.23, dos quais o primeiro é o mais detalhado
nesta matéria.
Figura 2.21 – Evolução da resistência à compressão dos betões de FEFROFF (1996)
Figura 2.22 – Evolução da resistência dos betões de GIACOBBE (2008)
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*Percentagens em volume do total de finos
STATE OF THE ART
28
Figura 2.23 – Evolução da resistência à compressão dos betões de CAIRNS (2004)
A observação das figuras anteriores sugere que não é perceptível qualquer influência da introdução de granulado
de borracha na evolução da resistência do betão. No entanto, FEDROFF (1996) refere que, comparando os betões
com 0 e 30% de finos de borracha, para o dia 1 o quociente entre as resistências é de, aproximadamente, 5,5
enquanto que, para os 56 dias, é de 3,4. Isto pode indicar, de acordo com o autor, que, para idades mais jovens, a
perda de resistência de betões com um teor de borracha superior é mais significativa.
Os resultados apresentados permitem ainda induzir que, apesar de o valor absoluto da resistência variar com
outros factores como o traço, a continuidade da curva granulométrica e o envolvimento das partículas por
cimento, a sua influência para a evolução da resistência de betões com granulado de borracha é desprezável.
2.4.5.5. Influência da utilização de cimentos especiais
BIEL (2004) defende que as características melhoradas de resistência, conferidas pelo oxicloreto de magnésio
(MOCC), aumentam significativamente o desempenho de betões com borracha. Escreve ainda que estes betões
se tornam interessantes para aplicações estruturais, para níveis de substituição inferiores a 17% do volume total
de agregados. De facto, o autor presenciou, para os betões MOCC, resistências da ordem de grandeza de duas
vezes e meia a resistência de betões com cimentos correntes (PCC). No entanto, constatou-se que esta relação se
manteve aproximadamente independente da percentagem de borracha, o que torna constante a perda de
resistência para os betões de referência e retira interesse à metodologia.
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A - 0% AP - 10% AC - 10% AP - 25%
AC - 25% AP - 50% AC - 50%
*Percentagens em volume do total de grossos
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B - 0% BP - 10% BC - 10% BP - 25%
BC - 25% BP - 50% BC - 50%
*Percentagens em volume do total de grossos
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C - 0% CP - 7% CC - 7% CP - 17%
CC - 17% CP - 33% CC - 33%
*Percentagens em volume do total de grossos
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D - 0% DP - 7% DC - 7% DP - 17%
DC - 17% DP - 33% DC - 33%
*Percentagens em volume do total de grossos
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
29
2.4.6. Resistência à tracção
Praticamente a par da compressão, a resistência à tracção de betões com granulado de borracha encontra-se
amplamente referenciada por inúmeros investigadores. Neste sentido, à semelhança do procedimento adoptado
anteriormente, faz-se uma distinção de dados em função da dimensão do granulado utilizado. Adicionalmente, é
explicitamente tido em conta o ensaio utilizado na quantificação desta propriedade por se julgar que contribua
para a variabilidade de resultados. Diga-se que, embora o mais comum seja o da resistência à tracção por
compressão diametral, alguns investigadores optaram pela resistência à tracção por flexão ou por ambas.
2.4.6.1. Influência da percentagem de granulado de borracha
O tratamento dos dados bibliográficos pelas figuras permite a síntese que é apresentada de seguida. Relembre-se
que a primeira e segunda figuras de cada grupo são alusivas, respectivamente, ao valor absoluto da resistência à
tracção e ao valor relativo da mesma propriedade para o betão de referência. As Figuras 2.24, 2.25 e 2.26 dizem
respeito à utilização de granulado de maior dimensão e, por sua vez, os Figuras 2.27, 2.28 e 2.29 são relativas ao
de menor dimensão.
Figura 2.24 – Resistência à tracção de betões com borracha por substituição nos grossos – ensaio por compressão diametral
Figura 2.25 – Percentagem da resistência à tracção de betões com borracha por substituição nos grossos – ensaio por compressão diametral
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Percentagem de grossos substituídos (volume)
CAIRNS (2004) - AP (14 dias)
KHATIB (1998) (28 dias)*
TOPÇU (1996) (28 dias)
ELDIN (1993) (28 dias)*
* Adaptado de PIERCE (2004)
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Percentagem de grossos substituídos (volume)
CAIRNS (2004) - AP (14 dias)
KHATIB (1998) (28 dias)*
TOPÇU (1996) (28 dias)
ELDIN (1993) (28 dias)*
* Adaptado de PIERCE (2004)
STATE OF THE ART
30
Figura 2.26 – Resistência à tracção de betões com borracha por substituição nos grossos e respectiva percentagem (28 dias) – ensaio por flexão
Figura 2.27 – Resistência à tracção de betões com borracha por substituição nos finos (28 dias) – ensaio por compressão diametral
Figura 2.28 – Percentagem da resistência à tracção de betões com borracha por substituição nos finos (28 dias) – ensaio por compressão diametral
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Percentagem de grossos substituídos (volume)
TURATSINZE (2008) CAIRNS (2004) - DP TOUTANJI (1996)
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Percentagem de grossos substituídos (volume)
TURATSINZE (2008) CAIRNS (2004) - DP TOUTANJI (1996)
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Percentagem de finos substituídos (volume)
BATAYNEH (2008)
BIEL (2004) - PCC
KHATIB (1998)*
FEDROFF (1996)
TOPÇU (1996)
ELDIN (1993)*
* Adaptado de PIERCE (2004)
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Percentagem de finos substituídos (volume)
BATAYNEH (2008)
BIEL (2004) - PCC
KHATIB (1998)*
FEDROFF (1996)
TOPÇU (1996)
ELDIN (1993)*
* Adaptado de PIERCE (2004)
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
31
Figura 2.29 – Resistência à tracção de betões com borracha por substituição nos finos e respectiva percentagem (28 dias) – ensaio por flexão
À excepção de resultados pontuais que registam um ligeiro acréscimo de resistência à tracção com o aumento da
percentagem de borracha, a generalidade dos mesmos permite concluir que a resistência diminui. Daqueles,
CAIRNS (2004) evidencia-se por apresentar resultados favoráveis para percentagens de substituição inferiores a
20%. A explicação, face à discordância com todos os outros investigadores, poderá estar no valor relativamente
reduzido da resistência à tracção do betão de referência. No entanto, refira-se que o investigador não sugere tal
justificação, escrevendo apenas que esta variabilidade é de difícil explicação e que se deverá prosseguir os
estudos para confirmar o resultado.
As razões encontradas que fundamentam este comportamento encontram completo paralelismo nas que
justificam a perda de resistência à compressão. Deste modo, a analogia a vazios que encontra base na diferença
de rigidez entre materiais e que origina tensões acrescidas na periferia das partículas de borracha explica o
comportamento que estes dados comprovam. Para além disto, destaca-se a adesão entre a matriz cimentícia e o
granulado de borracha que também aqui se apresenta melhor caso se utilizem as metodologias anteriormente
descritas (tratamento da superfície, envolvimento das partículas com cimento e utilização de sílica de fumo).
No que respeita a funções que descrevem a resistência à tracção com base na percentagem de borracha, refira-se
que PIERCE (2004) considera que os resultados são demasiado dispersos e, portanto, não sugere qualquer
solução. Por outro lado, o procedimento de KHATIB (1999), descrito anteriormente e que apresenta factores de
redução para as propriedades mecânicas do betão, também aqui encontra aplicação (GUNEYISI (2004)).
Finalmente, diga-se que, embora o conceito de áreas efectivas de KHALOO (2008) mantenha coerência neste
ponto, se deve colocar algumas reservas pois o autor não analisou a resistência à tracção dos seus betões.
Mencione-se que, apesar da dispersão de resultados referida por PIERCE (2004), excluindo o resultado do betão
de referência de KHATIB (1998) que apresenta um resultado invulgarmente elevado, os dados anteriores exibem
um intervalo relativamente restrito, como se pode comprovar nas Figuras 2.24 e 2.27.
2.4.6.2. Influência da dimensão do granulado
Uma vez que até este ponto existe concordância no comportamento mecânico das propriedades analisadas, é
expectável que, à semelhança do que ocorreu para a compressão, a dimensão do granulado de borracha tenha
uma influência mensurável na resistência à tracção. Com o objectivo de confirmar este paralelismo, na Figura
2.30, apresentam-se resultados relativos a autores que analisam a influência da dimensão das partículas de
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Percentagem de finos substituídos (volume)
BATAYNEH (2008) GIACOBBE (2008) - 1:5
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Percentagem de finos substituídos (volume)
BATAYNEH (2008) GIACOBBE (2008) - 1:5
STATE OF THE ART
32
borracha na resistência à tracção (TOPÇU (1996) e KHATIB (1998) por PIERCE (2004)). Com este procedimento,
encurta-se a possibilidade de dependência de outros factores e atribui-se maior fiabilidade às eventuais
conclusões. Recorde-se que, devido à contradição de diversos autores na influência da dimensão do granulado na
resistência à compressão, não foi possível tirar qualquer conclusão neste assunto.
Figura 2.30 – Resistência à tracção de betões com granulado de borracha de diferentes dimensões (28 dias) – ensaio por compressão diametral
A apreciação da Figura 2.30 permite inferir que, apesar de a amostra se resumir a dois investigadores, não é
observável qualquer influência da dimensão do granulado de borracha na resistência à tracção. Por conseguinte,
neste assunto, é possível dizer que a resistência à tracção sofre uma influência diferente da resistência à
compressão quando se utiliza granulado de borracha de diferentes dimensões.
2.4.6.3. Influência do tipo de ensaio
De acordo com o MODEL CODE 1990, caso não haja factores de conversão específicos para tornar comparáveis os
resultados do ensaio por flexão e do ensaio por compressão diametral, pode estimar-se a resistência à tracção
através das seguintes expressões:
Equação 2.5
Equação 2.6
Onde:
- resistência à tracção (MPa);
- resistência à tracção na flexão (MPa);
- resistência à tracção por compressão diametral (MPa);
- 100 mm; e
- altura da viga (mm).
Veja-se que a utilização das expressões anteriores revela que os resultados obtidos através do ensaio de flexão
deverão ser sistematicamente superiores aos provenientes do ensaio por compressão diametral. Para tal não se
confirmar, é necessário que a altura da viga a ensaiar na flexão seja próxima de 1293 mm, o que atesta, na
prática, a veracidade daquela afirmação ( ).
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Percentagem de substituição do total de agregados (volume)
KHATIB (1998)* - finos
KHATIB (1998)* - grossos
TOPÇU (1996) - finos
TOPÇU (1996) - grossos
* Adaptado de PIERCE (2004)
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
33
Na Figura 2.31, são apresentados os resultados de autores que analisaram a resistência à tracção segundo os dois
ensaios.
Figura 2.31 – Influência do ensaio na resistência à tracção de betões com granulado de borracha
De acordo com o expectável, a resistência à tracção na flexão é superior à obtida no ensaio por compressão
diametral. Veja-se que, apesar de o período de cura ser desfavorável à resistência à flexão dos betões de CAIRNS
(2004), os seus valores são significativamente superiores aos do ensaio alternativo, o que demonstra a
importância desta questão nos resultados.
2.4.7. Curva extensão-tensão
Para descrever totalmente as principais características mecânicas do betão, é fundamental quantificar de forma
objectiva a sua curva extensão-tensão. Neste sentido, existe particular interesse em recorrer ao módulo de
elasticidade para avaliar com rigor a influência da incorporação de granulado de borracha na curva em questão.
Comente-se que, previsivelmente, a utilização de um material com propriedades físicas totalmente distintas da
restante matriz cimentícia afectará mais do que a rigidez. Assim, serão discutidos os resultados disponíveis na
bibliografia referentes à tenacidade e, quando se julgar oportuno e relevante, serão expressas as observações que
descrevem qualitativamente o comportamento dos betões.
2.4.7.1. Módulo de elasticidade
Uma vez que o volume de dados disponíveis na bibliografia é consideravelmente menor neste assunto do que nos
anteriores, optou-se por associar os resultados em apenas dois grupos de figuras. Os identificados nas Figuras
2.32 e 2.33 são alusivos, respectivamente, à influência no valor absoluto e relativo do módulo de elasticidade
devido à substituição dos agregados finos ou grossos e, por sua vez, nas Figuras 2.34 e 2.35 avalia-se a mesma
influência para a substituição simultânea nos finos e grossos. Adicionalmente, nos resultados de KHALOO (2008),
opta-se por cruzar a informação, de forma a perceber se a dimensão do agregado substituído afecta o módulo de
elasticidade. Refira-se ainda que o estudo de FEDROFF (1996) contempla a evolução temporal desta propriedade
e permite concluir que, apesar da variação em termos absolutos, a variação relativa mantém-se constante,
independentemente da idade e da taxa de substituição. Esta conclusão permite comparar, na segunda figura de
cada grupo, a percentagem do módulo de elasticidade de betões com idades distintas.
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Percentagem de substituição dos respectivos agregados (volume)
BATAYNEH (2008) - compressão diametral (28 dias)
BATAYNEH (2008) - flexão (28 dias)
CAIRNS (2004) - DP - compressão diametral (14 dias)
CAIRNS (2004) - DP - flexão (7 dias)
STATE OF THE ART
34
Figura 2.32 – Módulo de elasticidade de betões com borracha por substituição nos finos ou nos grossos (28 dias)
Figura 2.33 – Percentagem do módulo de elasticidade de betões com borracha por substituição nos finos ou nos grossos
Figura 2.34 – Módulo de elasticidade dos betões de GUNEYISI (2004) e KHALOO (2008)
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Percentagem de finos ou grossos substituídos (volume)
Finos 1:4 - GIACOBBE (2008)
Finos 1:5 - GIACOBBE (2008)
Finos 1:6 - GIACOBBE (2008)
Grossos - TURATSINZE (2008)
Finos - LI (1998)
Finos - FEDROFF (1996)
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Percentagem de finos ou grossos substituídos (volume)
Finos 1:4 (28 dias) - GIACOBBE (2008)
Finos 1:5 (28 dias) - GIACOBBE (2008)
Finos 1:6 (28 dias) - GIACOBBE (2008)
Grossos (50 dias) - KHALOO (2008)
Finos (50 dias) - KHALOO (2008)
Grossos (28 dias) - TURATSINZE (2008)
Finos (28 dias) - LI (1998)
Finos (28 dias) - FEDROFF (1996)
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Percentagem de finos e grossos substituídos (volume)
A/C=0,4 - GUNEYISI (2004) A/C=0,6 - GUNEYISI (2004)
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Percentagem do total de agregados subsituídos (volume)
Finos - KHALOO (2008) Grossos - KHALOO (2008)
Finos e grossos - KHALOO (2008)
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
35
Figura 2.35 – Percentagem do módulo de elasticidade dos betões de KHALOO (2008) e de GUNEYISI (2004)
Assiste-se a um consenso generalizado no que respeita a redução do módulo de elasticidade com o aumento da
percentagem de substituição de agregados, independentemente de esta ser feita nos finos ou grossos. Esta
tendência pode ser facilmente explicada com base na forte correlação entre o módulo de elasticidade do betão e
dos seus agregados. Assim, apresentando o granulado de borracha uma rigidez claramente inferior ao do material
que substitui, é presumível que o módulo de elasticidade do betão sofra uma redução tanto maior quanto maior
a substituição (TURATSINZE (2008)). Doutra forma, FEDROFF (2006) e KHALOO (2008) fundamentaram que a
menor linearidade da curva extensão-tensão de betões com granulado de borracha poderá ser atribuída a um
mecanismo de rotura mais global e bem distribuído ou resultar simplesmente da menor resistência à compressão.
Fixando esta última ideia e fazendo referência às leis empíricas que relacionam o módulo de elasticidade com a
resistência à compressão, bastaria observar a perda de resistência para imediatamente inferir os resultados
apresentados. No entanto, convém notar que TURATSINZE (2008) fez o paralelismo entre a relação empírica
sugerida pelo Eurocódigo 2 e os seus resultados e concluiu que aquela dava origem a valores sistematicamente
superiores aos obtidos experimentalmente. Deste modo, apesar de a generalidade do comportamento se
verificar, conclui-se que as expressões correntes não são adequadas para relacionar estas variáveis em betões
com granulado de borracha.
A comparação dos diferentes betões de GIACOBBE (2008) levam o autor a concluir que betões com borracha,
caracterizados por traços pobres, sofrem maiores reduções do módulo de elasticidade.
KHALOO (2008) compara as misturas referentes à substituição nos grossos (C) e finos (F) e prova que, até valores
de substituição de 25%, as misturas C apresentam um módulo de elasticidade superior ao das misturas F. Para
valores de substituição superiores ao referido, os resultados são idênticos. Para além disto, os espécimes que
apresentam substituição nos finos e grossos simultaneamente (CF), exibem uma curva extensão-tensão
compreendida entre as curvas das misturas C e F.
Os resultados de GUNEYISI (2004) mostram que, para a mesma taxa de substituição, uma relação A/C inferior
conduz a resultados do módulo de elasticidade superiores. No entanto, a perda de rigidez para o betão de
referência é maior. O mesmo autor refere que a utilização de sílica de fumo aumenta ligeiramente o módulo de
elasticidade mas o benefício é menor do que na resistência à compressão ou à tracção.
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Percentagem do total de agregados subsituídos (volume)
Finos (50 dias) - KHALOO (2008)
Grossos (50 dias) - KHALOO (2008)
Finos e grossos (50 dias) - KHALOO (2008)
Finos e grossos A/C=0,4 (90 dias) - GUNEYISI (2004)
Finos e grossos A/C=0,6 (90 dias) - GUNEYISI (2004)
STATE OF THE ART
36
Para prever o módulo de elasticidade de betões em função da percentagem de borracha no total de agregados,
KHALOO (2008) e GUNEYISI (2004) recorrem ao conceito de factor de redução de KHATIB (1998) com uma
formulação idêntica à já apresentada. Para além desta metodologia, encontra-se a ideia de área efectiva de
KHALOO (2008) e a equação proposta por PIERCE (2004), que se baseia em resultados de outros investigadores.
Esta é da forma exponencial e é em tudo idêntica à que explica a perda de resistência à compressão.
2.4.7.2. Tenacidade e rotura
A avaliação do gasto energético envolvido no carregamento do compósito permite compreender o mecanismo de
rotura e avaliar o seu desempenho. Essa energia, entendida como tenacidade, é calculada, de acordo com os
regulamentos mais correntes (norma americana ASTM C1018 e recomendação japonesa JSCE-SF4), a partir da
área sob a curva carga-deslocamento vertical, no ensaio de tracção na flexão. O resultado permite a
caracterização desta propriedade através da energia absoluta ou de índices adimensionais. Estes são definidos
como a relação entre a área sob a curva carga-deslocamento até a um nível pré-determinado de carregamento e
a área que corresponde à carga máxima suportada. Estes índices, apesar de não distinguirem materiais de
diferentes resistências mecânicas, têm a vantagem de descrever o comportamento na rotura (VILLARES (2001)).
ELDIN (1993), citado por CAIRNS (2004), registou no ensaio à compressão, uma rotura menos frágil em betões
com agregados substituídos por borracha. Foi observada uma rotura mais gradual tanto à compressão, quando a
substituição foi feita nos grossos, como por esforço transverso, quando a substituição foi feita nos finos.
Argumentou-se que este comportamento tem origem na concentração de tensões de tracção gerada no contorno
das partículas de borracha que origina fendilhação. Após propagação, devido à capacidade de suportar elevadas
deformações, aquelas partículas actuam como molas que atrasam o alargamento das fendas e previnem a
desintegração total do provete. Durante todo o processo de carregamento, enquanto que a ligação entre a pasta
de cimento e a borracha não cede, o espécime absorve uma quantidade significativa de energia plástica e suporta
grandes deformações sem alterar a sua geometria inicial. De acordo com CAIRNS (2004), observações similares
foram feitas por KHATIB (1998).
TOPÇU (1996) optou por avaliar separadamente a energia de deformação recuperável (elástica) e não recuperável
(plástica) através da curva extensão-tensão. Conclui que a energia de deformação recuperável dos betões
correntes decresce com a incorporação de borracha e a baixa energia de deformação plástica aumenta. Em
seguida, o comportamento na rotura foi descrito como dúctil pela elevada deformação dos espécimes e pela
maior energia absorvida.
TOUTANJI (1996) defende que os espécimes com borracha têm uma grande capacidade de absorção de energia e,
por possuírem ductilidade, são capazes de suportar cargas apreciáveis numa condição de pós rotura com
deformações significativas. A rotura na flexão inicia-se na fibra extrema da zona tensionada com fendas a
propagarem-se na matriz cimentícia até atingirem as partículas de borracha. Posteriormente, devido às suas
propriedades elásticas, aquelas partículas sustêm e distribuem uma parte da carga o que origina um aumento da
superfície de fractura e, consequentemente, o mecanismo de propagação de fendas torna-se mais lento. Refira-se
que, à semelhança de TOUTANJI (1996), TURATSINZE (2008) descreveu o mecanismo de rotura de forma idêntica.
Aquele autor determinou o índice de tenacidade na flexão, como o rácio entre a área sob o diagrama carga /
deformação limitada até 85% da carga máxima (valor definido por razões meramente comparativas), na região
pós rotura, e a área que traduz um comportamento elástico. Os resultados indicam que, embora os betões com
50 e 100% de substituição de agregados exibam um maior índice de tenacidade do que o betão de referência, o
seu valor é idêntico, o que indica que esta propriedade não melhora com o aumento da quantidade de borracha.
Na Figura 2.36, apresentam-se as curvas carga-deslocamento dos ensaios de TOUTANJI (1996).
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
37
Figura 2.36 – Curvas carga-deslocamento no ensaio de compressão e flexão de betões com borracha (adaptado de TOUTANJI (1996))
BIEL (2004) comparou as curvas extensão-tensão do betão de referência com o que contêm 25% de agregados
substituídos e concluiu que, durante a aplicação da carga, o segundo exibiu baixa rigidez, um pico pouco evidente
e uma redução lenta de resistência. Contrariamente, o betão de referência, para além de uma curva com declive
elevado, apresentou um máximo explícito e uma imediata diminuição de resistência. No que toca à rotura, a
percentagem de substituição determina a sua severidade: para 15% a rotura é explosiva, para percentagens entre
30% e 60% é gradual e para valores superiores a estes a rotura dá-se por esmagamento. Convém notar que o
esforço que determinou a rotura foi variável em função da taxa de substituição, registando-se para valores
superiores a 60% uma rotura por esforço transverso, segundo um plano de fractura diagonal às faces de ensaio.
BATAYNEH (2008) registou dois tipos de comportamento em função da percentagem de substituição dos
agregados. Para valores iguais ou inferiores a 40%, registou-se semelhança ao betão de referência. Verificou-se
que existe um patamar linear na curva extensão-tensão até se atingir um pico evidente, imediatamente antes da
rotura; esta dá-se de modo frágil e a energia libertada é sobretudo elástica. Doutra forma, manifestou-se o
comportamento dos espécimes que contêm 60 e 80% de substituição que evidenciaram uma linearidade reduzida
na curva extensão-tensão, um máximo pouco preciso e uma resistência pós rotura significativa. Estas observações
permitiram concluir que betões com altas percentagens de borracha possuem elevados índices de tenacidade e
absorvem valores consideráveis de energia.
Na Figura 2.37 apresentam-se as curvas extensão-tensão dos betões de BATAYNEH (2008).
Figura 2.37 – Curva extensão-tensão de betões com borracha (adaptado de BATAYNEH (2008))
KHALOO (2008) calculou o índice de tenacidade através da área sob a curva extensão-tensão. Mais
concretamente, utilizou o rácio entre a área limitada pela extensão, que corresponde a 80% da tensão máxima na
Car
ga (
kg)
Car
ga (
kg)
Deslocamento (mm) Deslocamento (mm)
Betão de referência Betão de referência
50% de substituição
50% de substituição
100% de
substituição
100% de substituição
Extensão
Ten
são
(kP
a) 0% de borracha
20%
40%
60%
80%
STATE OF THE ART
38
região pós rotura e a área limitada pela extensão, relativa à tensão máxima (o valor de 80% foi utilizado para
limitar reduções demasiado acentuadas de resistência). Apurou-se que o índice descrito atinge o seu valor
máximo para percentagens de substituição próximas de 25% do total de agregados e que o resultado de uma
mistura combinada é mais favorável do que misturas que substituem apenas os finos ou grossos. Relativamente à
tenacidade absoluta, para taxas de substituição superiores a 25%, verificou-se uma diminuição devido à
acentuada redução de resistência. No que respeita ao modo de rotura e paralelamente ao que foi defendido por
outros investigadores, comentou-se que, em contraste com a rotura frágil e localizada do betão de referência, a
incorporação de borracha atribui uma ductilidade considerável e uma distribuição uniforme das fendas por todo o
espécime – rotura global.
Na Figura 2.38, apresenta-se a rotura dos provetes de KHALOO (2008).
Figura 2.38 – Rotura dos provetes com diferentes taxas de substituição nos grossos (adaptado de KHALOO (2008))
GIACOBBE (2008) afirma, em conformidade com TOPÇU (1996), TOUTANJI (1996) e KHATIB (1999), que betões
com borracha possuem capacidade de absorver energia após fissuração. Porém, este valor decresce à medida que
se aumenta o teor de borracha ou a relação A/C devido, provavelmente, ao aumento da porosidade do compósito
que causa uma adesão menos eficiente entre as partículas de borracha e o betão. Refira-se, que neste, estudo é
citado Li et al. (2004) por, para além de mostrar ganhos na tenacidade ao adicionar 15% de borracha, comentar
um expectável esmagamento das extremidades do provete, em contacto com os pratos da prensa, durante o
ensaio da compressão. Por consequência, existe um aumento da área de contacto que poderá provocar ganhos
sobrestimados de tenacidade e pôr em questão os resultados nesta matéria.
2.4.8. Resistência à abrasão
Relativamente à resistência à abrasão, apenas CAIRNS (2004) dispõe de resultados experimentais. Deste modo,
nesta fase, a discussão desta propriedade cinge-se à análise detalhada do trabalho desenvolvido por este autor e
das suas conclusões.
Apesar de não existir um ensaio britânico para determinar a resistência à abrasão, foi utilizado um procedimento
similar ao recomendado por BS 8204-2:2002. Consequentemente, desenvolveu-se, em laboratório, uma máquina
de ensaio específica constituída por três rodas de aço, sob carga, que causam desgaste por deslocamento. As
rodas estão fixas a uma estrutura triangular horizontal cujo movimento circular é transmitido por um eixo vertical
de um motor eléctrico segundo uma frequência, aproximada, de 33 voltas por minuto. O dispositivo está
montado de forma a impedir o movimento horizontal das rodas e permitir o seu deslocamento vertical
independente. Sob cada roda, é possível aplicar uma carga variável entre 15 e 60 kg com incrementos de 15 kg, o
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
39
que possibilita variar o efeito abrasivo e diminuir o ressalto provocado pelas irregularidades da superfície a
ensaiar. A cofragem utilizada para produzir as amostras de betão fixou as dimensões em 600x600x50 mm para o
seu encaixe na máquina de ensaio ser perfeito. O procedimento de teste consistiu em cinco períodos de uma hora
(aproximadamente 1800 voltas por período) precedidos de uma fase inicial de três minutos com o intuito de
uniformizar a superfície. Entre cada período, após remoção do material remanescente, foi medido o desgaste em
oito pontos fixos através de um micrómetro.
Na Figura 2.39, apresenta-se a máquina de ensaio de resistência à abrasão de CAIRNS (2004).
Figura 2.39 – Máquina de ensaio à resistência à abrasão de CAIRNS (2004)
Nas Figuras 2.40 e 2.41, sumariza-se a média dos resultados relativos a dois provetes de cada mistura. Na
primeira figura, é possível ler directamente a profundidade de desgaste dos diferentes períodos e, no segundo,
contabilizam-se os valores acumulados. Refira-se que a campanha se limitou à análise dos espécimes apelidados
de DP e DC aos 28 dias. O significado das siglas DP e DC pode ser consultado no ponto 2.4.1.
Figura 2.40 – Profundidade de desgaste dos períodos de ensaio dos betões de CAIRNS (2004) aos 28 dias
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
1800 3600 5400 7200 9000
Pro
fun
did
ade
de
de
sgas
te (
mm
)
Número de voltas
D
DP10
DC10
DP25
DC25
DP50
DC50
STATE OF THE ART
40
Figura 2.41 – Profundidade acumulada de desgaste dos betões de CAIRNS (2004) aos 28 dias
CAIRNS (2004) defende que, por comparação com o betão de referência, betões com borracha sofrem mais
desgaste sob as mesmas condições de abrasão. Contudo, não existe uma tendência clara com o aumento da
percentagem de borracha. Alternativamente, é observado um comportamento aleatório e uma diferença
reduzida entre as misturas com borracha revestida e não revestida por cimento. Esta variabilidade poderá estar
relacionada, de acordo com o autor, com a maior tendência que as lascas de borracha têm em sofrer desgaste na
fase inicial do ensaio, devido à sua posição saliente na superfície de acabamento. Para além disto, associa-se a
contabilização da abrasão em diferentes pontos, cuja localização coincidente ou não, com partículas de borracha,
afectará o resultado do ensaio. Para demonstrar o referido, o investigador comparou pormenorizadamente os
espécimes DC25 e DP25 e apresentou a Figura 2.42, onde se observa a média da profundidade de desgaste dos
pontos com e sem borracha exposta e o seu contributo para o resultado final.
Figura 2.42 – Profundidade acumulada de desgaste (mm) dos diferentes pontos de medição para os espécimes DC25 e DP25, respectivamente (adaptado de CAIRNS (2004))
Os dados anteriores mostram que os valores registados dependem fortemente da localização dos pontos
respectivos. Também se confirma que existe um desgaste acentuado das lascas de borracha na fase inicial do
ensaio e que, à medida que este prossegue, o incremento de abrasão entre pontos tende a ser semelhante. Pode
ainda ser visto que, para o betão DP25, quatro de oito medições foram coincidentes com lascas de borracha, o
que originou médias finais de abrasão muito superiores ao DC25, que apenas teve um ponto de medição na
borracha.
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0 1800 3600 5400 7200 9000
Pro
fun
did
ade
acu
mu
lad
a d
e d
esg
aste
(m
m)
Número de voltas
D
DP10
DC10
DP25
DC25
DP50
DC50
Pontos de medida média total (8)
borracha exposta (4)
sem borracha exposta (4)
Pontos de medida média total (8)
borracha exposta (1)
sem borracha exposta (7)
Nº de voltas Nº de voltas
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
41
Face ao descrito, CAIRNS (2004) escreve que é difícil interpretar correctamente os resultados deste ensaio em
betões com agregados substituídos por borracha. Tal afirmação deve-se à ausência de uma tendência clara de
desgaste com o aumento da taxa de substituição que poderá justificar-se devido à diferença de comportamento
entre as lascas de borracha e a restante matriz cimentícia, na escolha aleatória dos pontos de medição e na
dificuldade em criar uma superfície perfeitamente uniforme durante a betonagem. Contudo, não obstante todas
estas questões, o autor afirma que a incorporação de borracha no betão afecta negativamente a sua resistência à
abrasão.
2.4.9. Outras propriedades
Pela natureza da campanha de LI (2004), pretende-se compreender a influência de algumas variáveis nos
resultados finais das propriedades mecânicas dos betões com borracha. Assim, objectiva-se não apenas expor as
principais conclusões do investigador mas também fazer referência a alguns factores que possam justificar a
variabilidade de resultados dos pontos anteriores.
Quadro 2.18 – Resultados da campanha de LI (2004)
Mistura Resistência à compressão
(MPa) Resistência à tracção por compressão
diametral (MPa) Módulo de elasticidade
(GPa)
1 39,08 3,11 34,72
2 22,33 2,29 28,89
3 23,23 2,19 28,88
4 22,89 2,38 28,69
5 22,16 2,17 26,93
6 20,48 2,15 28,59
7 20,82 1,99 28,39
8 22,83 2,41 30,40
9 25,14 2,62 31,19
10 25,60 2,69 31,96
2.4.9.1. Lascas e fibras
A única diferença entre as misturas 2 e 9 é que a primeira utiliza lascas de borracha e a segunda utiliza fibras. Os
respectivos resultados (Quadro 2.18) permitem inferir que as fibras, em alternativa às lascas, conduzem a
características melhoradas. Para além disso, as misturas 3 e 4 recorrem, respectivamente, a lascas com
tratamento superficial (NaOH) e a uma ancoragem física e, no entanto, a sua resistência e rigidez mantêm-se
inferiores às da mistura 9. Deste modo, e sabendo que o autor também indica que as fibras promovem uma maior
tenacidade, conclui-se que a sua utilização conduz a melhores resultados em termos mecânicos. A razão
apontada como possível para esta tendência está na maior capacidade das fibras em transmitir as cargas
aplicadas. Senão, argumente-se que, uma vez perdida a adesão entre a matriz cimentícia e a borracha, as lascas,
por oposição às fibras, não têm comprimento suficiente para transmitir carga sob a forma de fricção interfacial, o
que poderá provocar as diferenças registadas.
2.4.9.2. Dimensões das fibras
As misturas 5, 6 e 7 recorreram a fibras de diferentes geometrias e possibilitaram concluir, contrariamente ao
senso e conhecimento comuns, que a resistência diminui à medida que o comprimento das mesmas aumenta.
Uma análise mais detalhada por parte do investigador permitiu-lhe referir que a razão para estes resultados está
na aglomeração das fibras, durante a vibração e compactação do betão fresco. Para as misturas 6 e 7, mais
particularmente para a 7, as fibras formaram autênticos núcleos e não se dispersaram uniformemente no betão.
STATE OF THE ART
42
Consequentemente, apesar de fibras longas serem mais fáceis de produzir e terem um maior potencial de atribuir
melhores características mecânicas ao betão, o seu comprimento tem de ser limitado para se evitar as
observações descritas.
2.4.9.3. Tratamento da superfície com NaOH
Como discutido no ponto 2.4.5.3, diversos investigadores verificaram ganhos nas propriedades mecânicas do
betão modificado através do tratamento prévio da borracha com NaOH. No entanto, comparando os resultados
das misturas 2 e 3 de LI (2004), verifica-se que este tratamento superficial não interfere com a resistência e
rigidez dos seus espécimes. A explicação proposta por este investigador para a divergência citada está na
dimensão das partículas de borracha. Contrariamente ao estabelecido neste trabalho, a utilização de partículas de
pequenas dimensões poderá aumentar a área específica até valores que tornem vantajoso o tratamento descrito.
Contudo, convém notar que granulados finos são substancialmente mais dispendiosos do que grossos, o que
limita fortemente o seu aproveitamento.
2.4.9.4. Rigidez da borracha
Uma vez que as misturas 6, 8 e 9 têm fibras com as mesmas dimensões, a única diferença nos betões
subsequentes será a rigidez da borracha utilizada e a remoção, ou não, dos fios de aço. Para isso, recorreu-se a
pneus de veículos pesados e ligeiros (mistura 9) ou apenas a ligeiros (mistura 8), ambos com o aço remanescente
do processo de transformação. Para avaliar a consequência desta última opção, preparou-se uma mistura em
tudo idêntica à 8 (mistura 6) cuja diferença esteve apenas na remoção do referido aço.
Devido à maior rigidez dos pneus dos veículos pesados e à influência do aço, a rigidez e resistência, numa
sequência descendente, é maior na mistura 9 do que na 8, que por sua vez supera a da mistura 6. Isto significa
que a rigidez da borracha desempenha um papel importante no desempenho mecânico final dos betões. Por
conseguinte, usar fibras provenientes de veículos pesados é melhor do que usar fibras de veículos ligeiros e a não
remoção dos fios de aço também é vantajosa. Porém, devido ao maior custo energético associado à
transformação de pneus de maior rigidez, o autor defende que deverá ser feito um balanço custo-benefício antes
de se tomar uma decisão.
2.4.9.5. Ancoragem mecânica
Na mistura 4, foi feito um furo de 5 mm em cada lasca de borracha. A ideia seria formar uma pequena coluna de
betão de modo a ancorar fisicamente as partículas de borracha à restante matriz cimentícia. Contudo,
confrontando os resultados das misturas 4 e 2, verifica-se que apenas foi conseguido um ligeiro benefício na
rigidez e resistência com este procedimento. Uma observação mais cuidada, por parte do investigador, mostrou
que apenas parte das lascas formaram a descrita coluna, pelo que a ancoragem mecânica não se formou na
prática. A causa esteve no método utilizado para executar o furo que, devido às propriedades elásticas da
borracha, permitiu o seu fecho quase imediato. Assim, para ultrapassar esta questão, o investigador defende que
furos de maiores dimensões conduziriam a melhores resultados.
2.4.9.6. Utilização de fibras de PP
As misturas 10 e 6 incorporam o mesmo tipo de partículas de borracha. A primeira recorre a 0,1% (volume) de
fibras de polipropileno (PP) e, consequentemente, possui rigidez e resistência consideravelmente maiores do que
a segunda. Esta análise demonstra que uma pequena quantidade de fibras de PP pode efectivamente melhorar as
características do betão modificado, tendo até o potencial de atribuir valores superiores ao do betão de
referência. Para além disto, notou-se que a sua introdução manteve a elevada tenacidade dos betões com fibras
de borracha, o que torna expectável a obtenção de um betão de alta resistência e alta tenacidade pela utilização
simultânea de fibras de borracha e de polipropileno.
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
43
2.5. Conclusões
A consulta e análise da bibliografia disponível nesta área permite afirmar que existe um conhecimento
consistente das principais características mecânicas de betões com borracha proveniente de pneu usados.
Seguidamente, sumarizam-se as principais conclusões já analisadas e discutidas.
A massa volúmica sofre um natural decréscimo quando a percentagem de substituição aumenta devido,
principalmente, à diferença de densidades entre os agregados naturais e a borracha.
A trabalhabilidade é afectada negativamente pela incorporação de borracha no betão e o agravamento é mais
acentuado quanto maior for o teor introduzido. A granulometria também tem uma contribuição não desprezável,
constatando-se que borracha de maiores dimensões faz diminuir de forma mais marcada o abaixamento.
Devido à hidrofobia da borracha, o teor de ar no betão aumenta com percentagens de substituição superiores e,
expectavelmente, com a utilização de granulados sucessivamente mais finos, por apresentarem uma superfície
específica maior.
Relativamente à resistência à compressão, existe consenso no seu decréscimo com o aumento da percentagem
de substituição. Contudo, não é possível chegar a conclusões inequívocas sobre a utilização de finos, de grossos
ou de ambos devido aos resultados não condizentes dos diferentes autores. Discutiu-se ainda a aderência
borracha-ligante e as metodologias propostas para melhorar esta questão. No entanto, também neste caso, não
houve acordo no efeito de alguns procedimentos, designadamente na utilização de hidróxido de sódio (NaOH).
A resistência à tracção segue de forma idêntica o comportamento da resistência à compressão. Porém, mencione-
se que, neste caso, a dimensão das partículas de borracha utilizada não aparenta ter qualquer influência na
resistência à tracção. Acrescente-se apenas que existe forte dependência, por parte dos resultados
experimentais, do ensaio utilizado (tracção por compressão diametral ou tracção por flexão).
No que respeita à curva extensão-tensão, para percentagens de substituição superiores, saliente-se a diminuição
da rigidez que se traduz em menores valores do módulo de elasticidade. Para além disto, manifestou-se um
máximo pouco preciso e uma resistência pós rotura significativa para percentagens de substituição superiores e
com limites variáveis, segundo diferentes investigadores. Isto sugere o que na prática se confirmou: um modo de
rotura dúctil e maiores níveis de tenacidade.
CAIRNS (2004) é o único estudo disponível que apresenta resultados para a resistência à abrasão de betões com
borracha. O autor escreve que a sua utilização afecta negativamente esta propriedade mas que não é evidente a
sua dependência dos valores da percentagem de substituição. Deste modo e face aos problemas apontados ao
método utilizado para a medição do desgaste, pensa-se que estas conclusões têm um nível de fiabilidade
reduzido.
LI (2004) mostra a influência de outras questões no desempenho mecânico de betões e conclui que existe
interesse em utilizar borracha sob a forma de fibras de dimensões específicas e recorrer a borracha proveniente
de veículos pesados (mais rígida). O seu trabalho mostra ainda que a utilização de baixas dosagens de fibras de
polipropileno atribui grande potencial à utilização a betões com borracha, tanto pela sua resistência, como pela
sua capacidade de absorver energia (ductilidade).
STATE OF THE ART
44
Nesta fase, resta apenas fazer uma análise comparativa da sensibilidade das diferentes propriedades à
percentagem de borracha incorporada. Neste sentido, é feita, de seguida, uma abordagem diferente aos
resultados dos vários investigadores estudados.
Figura 2.43 – Comparação da redução das diferentes propriedades em função da percentagem de borracha incorporada
0
10
20
30
40
50
60
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100
0 20 40 60 80 100
Pe
rce
nta
gem
par
a o
be
tão
de
re
ferê
nci
a
Percentagem de finos ou grossos substituídos (volume)
ELDIN (1993)
Compressão - finosCompressão - grossosTracção - finosTracção - grossos
Adaptado de PIERCE (2004)
Tracção por compressão diametral
0
10
20
30
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0 5 10 15 20 25
Pe
rce
nta
gem
par
a o
be
tão
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re
ferê
nci
a
Percentagem de finos substituídos (volume)
FEFROFF (1996)
Compressão Tracção Módulo de elasticidade
Tracção por compressão diametral
0
20
40
60
80
100
120
0 10 20 30 40 50
Pe
rce
nta
gem
par
a o
be
tão
de
re
ferê
nci
a
Percentagem de finos ou grossos substituídos (volume)
TOPÇU (1996)
Compressão - finos Compressão - grossos
Tracção - finos Tracção - grossosTracção por compressão diametral
0
10
20
30
40
50
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rce
nta
gem
par
a o
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tão
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re
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nci
a
Percentagem de grossos substituídos (volume)
TOUTANJI (1996)
Compressão TracçãoTracção por flexão
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
45
Figura 2.44 – Comparação da redução das diferentes propriedades em função da percentagem de borracha incorporada
0
10
20
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0 20 40 60 80Pe
rce
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gem
par
a o
be
tão
de
re
ferê
nci
a
Percentagem de finos substituídos (volume)
BIEL (2004)
Compressão TracçãoTracção por compressão diametral
0
10
20
30
40
50
60
70
80
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0 20 40 60 80 100
Pe
rce
nta
gem
par
a o
be
tão
de
re
ferê
nci
a
Percentagem de finos ou grossos substituídos (volume)
KHATIB (1998)
Compressão - finos Compressão - grossos
Tracção - finos Tracção - grossos
Adaptado de PIERCE (2004)
Tracção por compressão diametral
0
10
20
30
40
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60
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0 10 20 30 40 50 60
Pe
rce
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gem
par
a o
be
tão
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re
ferê
nci
a
Percentagem de grossos substituídos (volume)
CAIRNS (2004) - A
Compressão - AP Compressão - AC
Tracção - AP Tracção - ACTracção por compressão diametral
0
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0 10 20 30 40 50
Pe
rce
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gem
par
a o
be
tão
de
re
ferê
nci
a
Percentagem de grossos substituídos (volume)
CAIRNS (2004) - B
Compressão - BP Compressão - BC
Tracção - BP Tracção - BCTracção por compressão diametral
0
10
20
30
40
50
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0 5 10 15 20 25 30 35
Pe
rce
nta
gem
par
a o
be
tão
de
re
ferê
nci
a
Percentagem de grossos substituídos (volume)
CAIRNS (2004) - C
Compressão - CP Compressão - CC
Tracção - CP Tracção - CCTracção por compressão diametral
0
10
20
30
40
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0 5 10 15 20 25 30 35
Pe
rce
nta
gem
par
a o
be
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re
ferê
nci
a
Percentagem de grossos substituídos (volume)
CAIRNS (2004) - D
Compressão - DP Compressão - DC
Tracção - DP Tracção - DCTracção por compressão diametral
STATE OF THE ART
46
Figura 2.45 – Comparação da redução das diferentes propriedades em função da percentagem de borracha incorporada
0
10
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30
40
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60
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100
0 10 20 30 40 50PEr
cen
tage
m p
ara
o b
etã
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efe
rên
cia
Percentagem de finos e grossos substituídos (volume)
GUNEYISI (2004) - A/C=0,4
Compressão Tracção Módulo de elasticidadeTracção por compressão diametral
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 10 20 30 40 50Pe
rce
nta
gem
par
a o
be
tão
de
re
ferê
nci
a
Percentagem de finos e grossos substituídos (volume)
GUNEYISI (2004) - A/C=0,6
Compressão Tracção Módulo de elasticidadeTracção por compressão diametral
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 5 10 15 20 25 30Pe
rce
nta
gem
par
a o
be
tão
de
re
ferê
nci
a
Percentagem de finos substituídos (volume)
GIACOBBE (2008) - 1:4
Compressão Tracção Módulo de elasticidade
Tracção por flexão
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 5 10 15 20 25 30Pe
rce
nta
gem
par
a o
be
tão
de
re
ferê
nci
a
Percentagem de finos substituídos (volume)
GIACOBBE (2008) - 1:5
Compressão Tracção Módulo de elasticidade
Tracção por flexão
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 5 10 15 20 25 30Pe
rce
nta
gem
par
a o
be
tão
de
re
ferê
nci
a
Percentagem de finos substituídos (volume)
GIACOBBE (2008) - 1:6
Compressão Tracção Módulo de elasticidade
Tracção por flexão
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 5 10 15 20 25 30Pe
rce
nta
gem
par
a o
be
tão
de
re
ferê
nci
a
Percentagem de grossos substituídos (volume)
TURATSINZE (2008)
Compressão Tracção Módulo de elasticidade
Tracção por flexão
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
47
A síntese realizada mostra que a maioria dos investigadores registou perdas mais acentuadas na resistência à
compressão do que à tracção (ELDIN (1993), FEDROFF (1996), TOUTANJI (1996), BIEL (2004), GUNEYISI (2004),
GIACOBBE (2008) e TURATSINZE (2008)). TOPÇU (1996) e KHATIB (1998) obtiveram resultados inversos enquanto
que CAIRNS (2004) apresentou comportamentos variáveis para os diferentes espécimes. Relativamente ao
módulo de elasticidade, verificaram-se reduções inferiores às perdas de resistência (GIACOBBE (2008) para os
traços 1:4 e 1:5), valores da ordem de grandeza da perda da resistência à tracção (FEDROFF (1996)), valores
intermédios (GUNEYISI (2004) para A/C=0,6 e GIACOBBE (2008) para os traços 1:4 e 1:5) e ainda valores da ordem
de grandeza da perda da resistência à compressão (GUNEYISI (2004) para A/C=0,4, GIACOBBE (2008) para o traço
1:6 e TURATSINZE (2008)).
De um modo geral, conclui-se que, apesar da caracterização mecânica de betões com borracha apresentar um
nível de desenvolvimento relativamente elevado, existe uma variabilidade de resultados que não encontra
explicação na bibliografia. Deste modo, justifica-se o prosseguimento da investigação com o objectivo de eliminar
ou explicar as divergências expostas, situação em que se enquadra o presente estudo.
STATE OF THE ART
48
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
49
3. CAMPANHA EXPERIMENTAL
3.1. Introdução Esta campanha experimental tem como objectivo criar as condições necessárias para se avaliar a influência da
incorporação de granulado de borracha, em diferentes padrões, no betão. Assim, pretende-se recorrer ao maior
número possível de ensaios que contribuam para a posterior análise comparativa entre os diferentes espécimes
desenvolvidos.
Este capítulo principia com a descrição geral da organização da campanha. Faz-se referência a todos os ensaios
realizados e ao modo como estes estão repartidos pelas diferentes fases, instituídas com a finalidade de
assegurar um maior controlo da progressão dos trabalhos. Posteriormente, explica-se exaustivamente o estudo
da composição do betão e os conceitos associados ao modo de incorporação da borracha no mesmo. Por fim e de
acordo com as normas, são descritos os procedimentos experimentais de forma não integral, mas com o rigor
necessário e suficiente para se percepcionar o efectuado.
3.2. Planeamento da campanha experimental A campanha experimental pode ser dividida nas 3 fases que passam a ser descritas.
3.2.1. Primeira fase experimental
A primeira fase consiste na análise dos materiais de enchimento empregues na produção dos betões: agregados
naturais e granulados de borracha.
Relativamente aos grossos, tanto os agregados como os granulados foram caracterizados com base nos seguintes
ensaios:
análise granulométrica – NP EN 933-1 (2000) e NP EN 933-2 (1999);
massa volúmica e absorção de água – NP EN 1097-6 (2003);
massa volúmica aparente – NP EN 1097-3 (2003);
índice de forma – NP EN 933-4 (2002); e
desgaste de Los Angeles – LNEC E237.
Quanto aos finos, a sua caracterização baseou-se nas seguintes normas:
análise granulométrica – NP EN 933-1 (2000) e NP EN 933-2 (1999);
massa volúmica e absorção de água – NP EN 1097-6 (2003);
3.2.2. Segunda fase experimental
A segunda fase experimental pretendeu assegurar a inexistência de problemas na fase que conduziu aos
resultados finais. Para isso, foram betonados e vibrados alguns espécimes (BR e com granulado de borracha -
Quadro 3.1) com o objectivo de se dispor de dados de referência para os trabalhos subsequentes. Foram
utilizadas Informações relativas à relação A/C para se atingir a trabalhabilidade pretendida naqueles casos
(abaixamento 80±10 mm) para ajustar a composição das restantes amassaduras. Também foram tidas em
consideração outras questões relacionadas com os tempos de vibração para evitar fenómenos de segregação ou
exsudação.
Adicionalmente, para cada um dos espécimes produzidos nesta fase, procedeu-se à betonagem de 4 provetes
cúbicos de 150 mm de aresta para posterior comparação aos resultados relativos à da terceira fase.
CAMPANHA EXPERIMENTAL
50
Quadro 3.1 – Espécimes com granulado de borracha betonados na 2.ª fase experimental
Percentagem de substituição Finos
Finos e grossos Grossos Criogénicos Triturados
5 - B05F - B05G
10 - - B10FG -
15 - B15F - B15G
Os ensaios efectuados ao betão, no estado fresco, foram os seguintes:
ensaio de abaixamento (cone de Abrams) – NP EN 12350-2 (2002); e
massa volúmica – NP EN 12350-6 (2002).
O ensaio efectuado ao betão, no estado endurecido, foi o seguinte:
resistência à compressão aos 28 dias – NP EN 12390-3 (2003).
3.2.3. Terceira fase experimental
Esta fase compreendeu todos os ensaios necessários para se atingir os objectivos propostos. Os espécimes foram
caracterizados, do ponto de vista mecânico, tanto no estado fresco como no estado endurecido.
Para o betão no estado fresco, realizaram-se os seguintes ensaios:
ensaio de abaixamento (cone de Abrams) – NP EN 12350-2 (2002); e
massa volúmica – NP EN 12350-6 (2002).
Para o betão no estado endurecido, realizaram-se os seguintes ensaios:
resistência à compressão aos 7, 28 e 56 dias – NP EN 12390-3 (2003);
resistência à tracção por compressão diametral – NP EN 12390-6 (2003);
módulo de elasticidade aos 28 dias – LNEC E397; e
resistência à abrasão – DIN 52108 (2002).
No Quadro 3.2, sintetiza-se os dados dos ensaios a realizar ao betão endurecido na segunda e terceira fases
experimentais:
Quadro 3.2 – Idade, número e dimensões dos provetes a ensaiar na segunda e terceira fases experimentais
Ensaio Idade (dias) N.º de provetes Forma e dimensões (mm)
2.ª Fase Resistência à compressão 28 4 Cúbica, 150
3.ª Fase
Resistência à compressão
7 3
Cúbica, 150 28 5
56 3
Resistência à tracção por compressão diametral
28 3 Cilíndrica, 150∙300 (Ф∙h)
Módulo de elasticidade 28 2 Cilíndrica, 150∙300 (Ф∙h)
(provetes do ensaio à tracção)
Resistência à abrasão 91 (mínimo) 3 Prismática, 71∙71∙50 (a∙b∙h)
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
51
3.3. Formulação dos betões
3.3.1. Introdução
Face à infinidade de composições que procuram responder às diversas exigências de resistência, durabilidade e
economia, optou-se por recorrer ao método de Faury para desenvolver os betões. As razões para tal escolha
prendem-se exclusivamente com a larga experiência que esta instituição (I.S.T.) dispõe nesta matéria.
A incorporação do granulado de borracha nos betões foi feita pela substituição volumétrica dos agregados
naturais e o conceito subjacente à metodologia adoptada é exposto quando oportuno.
3.3.2. Betão de referência
Com base na norma NP EN 206-1 (2005), procurou-se obter um betão com uma resistência média à compressão,
avaliada em provetes cúbicos, de aproximadamente 44 MPa (C 30/37) e com uma trabalhabilidade definida num
intervalo de abaixamento de 80±10 mm (classe de plasticidade S2). Note-se que estas características foram
estabelecidas apenas com base na necessidade de produzir um betão para aplicações estruturais correntes.
De um modo mais preciso, o betão de referência deveria apresentar as seguintes características:
classe de resistência – C 30/37;
classe de consistência – S2 (50 a 90 mm);
classe de exposição: XC3 (moderadamente húmido);
ligante – CEM II A-L 42.5 R da cimenteira de Outão, Setúbal, SECIL;
tipo de agregados naturais – calcários;
máxima dimensão do agregado – 25,4 mm;
água de amassadura – potável, da rede de abastecimento pública;
local de fabrico – laboratório; e
adjuvante e adições – nenhuns.
3.3.2.1. Máxima dimensão do inerte mais grosso (Dmáx)
Mantendo a formulação do betão, à excepção da máxima dimensão do agregado, dá-se uma diminuição da
resistência e um agravamento do efeito parede à medida que aquele valor aumenta. Neste sentido, optou-se por
fixar esta variável em 25,4 mm.
A não ocorrência do efeito de parede pode ser confirmada pelo critério de Faury:
Equação 3.1
Onde:
- raio médio do molde, dado por: ; e
- máxima dimensão do agregado.
Consultando o Quadro 3.2, verifica-se que os menores moldes utilizados nas betonagens do presente trabalho
correspondem a cubos de 150mm de aresta. Refira-se que, embora os provetes do ensaio da resistência à
abrasão sejam de dimensões inferiores, estes foram obtidos pelo corte dos moldes cúbicos descritos. Assim, tem-
se que:
CAMPANHA EXPERIMENTAL
52
Deste modo, conclui-se que não ocorre o efeito de parede.
3.3.2.2. Valor médio da tensão de rotura à compressão do betão para o estudo da composição (fctm)
Estabelecida a classe de resistência do BR através de valores característicos (C30/37), é possível estimar o valor
médio da resistência à compressão dos provetes padrão. A relação é meramente estatística:
Equação 3.2
Onde:
- valor médio da resistência à compressão (MPa);
- valor característico da resistência à compressão (MPa);
- parâmetro que depende do nível de probabilidade associado ao n.º de amostras (tende para 1,64); e
- desvio padrão (MPa). Depende da variabilidade prevista para o betão (função do nível de resistência e do
nível de controle de produção).
Quadro 3.3 – Desvio padrão em função das condições de produção do betão, para resistências médias à compressão superiores a 35 MPa (adaptado de NEPOMUCENO (1999)).
Medição dos componentes Grau de controlo da produção
Desvio padrão (MPa) Cimento Agregados
Peso (servo-mecanismo) Peso (servo-mecanismo)
Fraco 5,6
Normal 4,6
Bom 3,6
Peso Peso
Fraco 6,5
Normal 5,4
Bom 4,4
Peso Volume
Fraco 7,2
Normal 6,0
Bom 4,7
Volume Volume
Fraco 7,6
Normal 6,5
Bom 5,2
Dado que a produção ocorreu em laboratório, é adequado classificá-la como boa pelo Quadro 3.3. Deste modo,
admitindo o menor valor de o valor médio da resistência à compressão é dado por:
3.3.2.3. Relação A/C
A resistência à compressão do betão no estado endurecido e a sua trabalhabilidade no estado fresco são
estreitamente dependentes da relação A/C. Se, por um lado, é essencial água para a reacção de hidratação e para
conferir uma trabalhabilidade compatível com a aplicação pretendida, por outro, água em demasia afecta
negativamente a resistência do betão em consequência do aumento do índice de vazios.
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
53
Apesar de não existir uma relação que englobe todos os tipos de betão, podem ser desenvolvidas funções de
baixa dispersão, para casos particulares, que relacionem a resistência à compressão com a razão A/C. Estas
expressões, desenvolvidas para materiais específicos, podem estender a sua aplicação dentro de limites
razoáveis.
Na Figura 3.46 apresentam-se as correlações de NEPOMUCENO (1999) e do American Concrete Institute (ACI)
para a resistência média à compressão de betões aos 28 dias em função da relação A/C. No que se refere às
composições, os elementos constituintes foram similares e não se regista a utilização de qualquer tipo de aditivos
ou adjuvantes. NEPOMUCENO (1999) recorreu a areia natural rolada do rio, areia britada de granito, agregados
grossos britados de granito com uma dimensão máxima de 25,4 mm, cimento portland composto tipo II, classe
32,5 e água potável.
Figura 3.46 – Correlação entre fcm,28 e a relação A/C (adaptado de NEPOMUCENO (1999)
Para se atingir a resistência média à compressão, aos 28 dias, pretendida, compara-se de seguida os valores da
relação A/C propostos por ambas as correlações.
Correlação de Nepomuceno:
Correlação do ACI:
Face a estes resultados, adoptou-se, para o betão de referência, uma relação A/C de 0,43. Mencione-se que a
discussão desenvolvida no capítulo anterior, respeitante à influência da incorporação de borracha nas
propriedades do betão no estado fresco, permite afirmar que, para manter os mesmos níveis de abaixamento, é
forçoso alterar aquele quociente. Neste sentido, para cada espécime será procurado o valor da relação A/C que
cumpre os objectivos pretendidos para a trabalhabilidade.
3.3.2.4. Volume de vazios (Vv)
Simplificadamente e de acordo com o ACI, o volume de vazios pode ser estimado unicamente em função da
máxima dimensão dos agregados (Quadro 3.4). Veja-se que uma dimensão máxima de 25,4 mm implica um
volume de vazios próximo de 15 litros por metro cúbico.
CAMPANHA EXPERIMENTAL
54
Quadro 3.4 – Volume de vazios em função da máxima dimensão dos agregados (adaptado de NEPOMUCENO (1999)
Máxima dimensão dos agregados ( ) [mm]
Volume de vazios ( ) [litros por m3 de betão]
9,5 30
12,7 25
19,1 20
25,4 15
38,1 10
50,8 5
76,2 3
152,4 2
3.3.2.5. Estimativa do índice de vazios (Iv)
O índice de vazios representa a fracção volumétrica de material não sólido na amassadura, ou seja, contabiliza o
volume de água e de vazios. O seu valor pode ser estimado através da expressão de Faury cuja primeira parcela é
aplicável a betão simples e a segunda contabiliza o efeito de parede:
Equação 3.3
Onde:
, - parâmetros que dependem da natureza dos agregados, da trabalhabilidade pretendida e dos meios de
colocação utilizados, conforme definido no Quadro 3.5;
- raio médio do molde que contém o betão, em mm; e
- máxima dimensão do agregado, em mm.
Quadro 3.5 – Valores dos parâmetros K e K’ para a determinação do índice de vazios (adaptado de NEPOMUCENO (1999))
Trabalhabilidade Meios de colocação
Valores de K
Valores de K’
Natureza dos agregados
Areia rolada Areia britada
Agregado grosso rolado
Agregado grosso britado
Agregado grosso britado
Terra húmida Vibração muito potente e
possível compressão ≤0,24 ≤0,25 ≤0,27 0,002
Seca Vibração potente 0,25 a 0,27 0,26 a 0,28 0,28 a 0,30 0,003
Plástica Vibração média 0,26 a 0,28 0,28 a 0,30 0,30 a 0,34 0,003
Mole Apiloamento 0,34 a 0,36 0,36 a 0,38 0,38 a 0,40 0,003
Fluida Sem nada ≥0,36 ≥0,38 ≥0,40 0,004
Dada a proveniência e geometria dos agregados utilizados, optou-se por classificar o fino como rolado e o grosso
como britado. Esta informação anexada à trabalhabilidade pretendida para o betão fresco (classe de abaixamento
S2) permite determinar todas as variáveis necessárias ao cálculo do índice de vazios. Saliente-se que, de modo
conservativo, o raio médio do molde foi tomado igual à máxima dimensão do agregado.
Concretizando, adoptou-se os seguintes valores para as incógnitas:
;
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
55
;
; e
.
Substituindo na expressão de Faury:
3.3.2.6. Dosagem de água (A)
Pressupondo que os agregados estão saturados e com a superfície seca, a água de amassadura destina-se a
permitir a reacção de hidratação, a atribuir uma determinada trabalhabilidade e, ainda, a humedecer a superfície
dos agregados com a finalidade de permitir a sua ligação com a pasta de cimento.
O método de Faury considera que, para uma determinada composição, à fracção volumétrica máxima de
materiais sólidos corresponde um volume de vazios mínimo, materializado pela dosagem de água e pelo ar
ocluído. Deste modo, conhecendo o índice de vazios (Iv) e o volume de vazios (Vv), a quantidade de água de
amassadura (A) para a produção de 1 metro cúbico de betão pode ser determinada, sem erro significativo,
através da seguinte expressão:
Equação 3.4
Onde:
- dosagem de água de amassadura (l/m3);
- índice de vazios de Faury (l/m3); e
- volume de vazios (l/m3).
Substituindo:
Resulta:
3.3.2.7. Dosagem de cimento (C)
Estabelecida a relação A/C (em massa) e determinada a quantidade de água de amassadura por metro cúbico de
betão (A), a dosagem de cimento resulta naturalmente da equação:
Equação 3.5
Refira-se que o valor da dosagem de cimento fornecido pelo método de Faury é de tal forma elevado que os
requisitos de qualquer classe de exposição definida pela NP ENV 206 são satisfeitos. No entanto, dado o objectivo
meramente comparativo do presente trabalho, desvaloriza-se esta questão incontornável em termos práticos.
3.3.2.8. Volume das partículas de cimento (Vc)
O volume ocupado pelas partículas de cimento, por metro cúbico de betão, pode ser calculado recorrendo à
seguinte expressão:
CAMPANHA EXPERIMENTAL
56
Equação 3.6
Onde:
- massa específica do cimento utilizado na campanha experimental.
O volume das partículas de cimento resulta assim:
3.3.2.9. Volume do total das partículas sólidas do betão (Vs)
O volume das partículas sólidas compreende as relativas aos agregados e ao cimento. A sua quantificação pode
ser feita com base, exclusivamente, no índice de vazios:
Equação 3.7
3.3.2.10. Percentagem do volume de cimento em relação ao volume sólido total (C%)
A percentagem do volume das partículas de cimento em relação ao volume sólido total pode ser determinada
através da seguinte expressão:
Equação 3.8
3.3.2.11. Curva de referência de Faury
A composição granulométrica ideal é estabelecida através de curvas de referência que permitem determinar a
melhor relação entre os diferentes componentes sólidos do betão, de forma a torná-lo o mais compacto possível.
No presente trabalho, as composições granulométricas dos diferentes espécimes são aproximadas de modo
discreto à curva de referência de Faury. Para isso, os agregados sofrem uma decomposição em fracções
geometricamente bem definidas para um melhor acerto com a referida curva. Convém notar que as percentagens
determinadas pela curva de referência adoptada são relativas apenas ao volume sólido ocupado pelas partículas e
não ao volume total de betão.
Uma vez determinada a percentagem de volume de cimento em relação ao volume sólido total, o cálculo das
proporções das diferentes fracções granulométricas é feito ignorando a presença do cimento. No entanto, numa
primeira fase, são apresentados os resultados referentes ao volume sólido total.
Caso o eixo das ordenadas apresente o significado habitual e o eixo das abcissas seja expresso numa escala
proporcional à raiz quinta da dimensão das partículas, a curva de referência de Faury reduz-se a dois segmentos
de recta cujos limites são variáveis em função da contabilização, ou não, do cimento.
A curva de referência de Faury com cimento é definida pelos 3 pontos seguintes:
Ponto 1
Abcissa:
Ordenada:
Ponto 2
Abcissa:
Ordenada: Equação 3.9
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
57
Onde:
e - parâmetros que dependem da natureza dos agregados, meios de colocação e consistência do
betão (ver Quadro 3.6).
Quadro 3.6 – Valores dos parâmetros A e B da curva de referência de Faury (adaptado de NEPOMUCENO (1999)
Trabalhabilidade Meios de colocação
Valores de A
Valores de B
Natureza dos agregados
Areia rolada Areia britada
Agregado grosso rolado
Agregado grosso britado
Agregado grosso britado
Terra húmida Vibração muito potente e
possível compressão ≤18 ≤19 ≤20 1
Seca Vibração potente 20 a 21 21 a 22 22 a 23 1 a 1,5
Plástica Vibração média 21 a 22 23 a 24 25 a 26 1,5
Mole Apiloamento 28 30 32 2
Fluida Sem nada 32 34 38 2
Considerando as características estipuladas do betão em estudo (abaixamento S2, areia rolada e
agregado grosso britado) e substituindo na equação, tem-se que:
Ponto 3
Abcissa:
Ordenada:
Curva de referência de Faury sem cimento:
Ponto 1
Abcissa:
Ordenada:
Ponto 2
Abcissa:
Ordenada:
Ponto 3
Abcissa:
Ordenada:
CAMPANHA EXPERIMENTAL
58
[mm] 0,063 0,125 0,25 0,5 1 2 4 5,6 8 11,2 16 22,4 25,4
[mm1/5] 0,58 0,66 0,76 0,87 1,00 1,15 1,32 1,41 1,52 1,62 1,74 1,86 1,91
Figura 3.47 – Curva de referência de Faury sem cimento e respectiva aproximação
Por questões de rigor e por imposição dos objectivos deste estudo, os materiais foram separados em fracções
granulométricas de acordo com a norma NP EN 933-2 (2000). Posteriormente, a curva granulométrica de Faury
sem cimento foi aproximada pontualmente da forma apresentada na Figura 3.47.
A Figura 3.47 permite determinar de imediato a percentagem de material que passa nos peneiros utilizados,
conforme se apresenta no Quadro 3.7.
Quadro 3.7 – Percentagem de material passante por peneiro
Malha do peneiro [mm] Percentagem do material passante ( )
0,25 3 0,5 11 1 19 2 29 4 41
5,6 47 8 54
11,2 61 16 75
22,4 93 25,4 100
O Quadro 3.8 possibilita o cálculo dos volumes correspondentes a cada uma das fracções granulométricas através
da expressão:
Equação 3.10
Por fim, em síntese do anterior procedimento, indicam-se no Quadro 3.9 as quantidades dos diferentes
componentes para produzir 1 metro cúbico de betão.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 2,0
Pe
rce
nta
gem
do
mat
eri
al p
assa
nte
Raiz quinta da dimensão dos agregados (mm1/5)
Curva de Faury sem cimento Aproximação da curva de Faury sem cimento
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
59
Quadro 3.8 – Volume relativo de cada fracção volumétrica
Peneiros [mm] [l/m3]
0 0,25 21,2 0,25 0,5 48,3 0,5 1 55,5 1 2 63,7 2 4 73,2 4 5,6 39,4
5,6 8 44,7 8 11,2 45,2
11,2 16 91,8 16 22,4 114,2
22,4 25,4 44,7
Quadro 3.9 – Composição do betão de referência (m3)
Cimento 0,147
Agr
egad
os
0 0,25 0,021
0,25 0,5 0,048
0,5 1 0,055
1 2 0,064
2 4 0,073
4 5,6 0,039
5,6 8 0,045
8 11,2 0,045
11,2 16 0,092
16 22,4 0,114
22,4 25,4 0,045
Água 0,196
Vazios 0,015
1,000
3.3.3. Betões com granulado de borracha
A definição da composição dos betões com borracha reveste-se de grande importância pela sua implicação no
presente estudo. De facto, esta questão deverá satisfazer os objectivos previamente determinados e possibilitar
as conclusões pretendidas. Saliente-se que a composição dos espécimes estará enquadrada na maioria dos
estudos consultados de modo a torná-los comparáveis e clarificar as questões menos unânimes.
Desde já, diga-se que a incorporação da borracha no betão é feita pela substituição volumétrica dos agregados.
Este procedimento é independente do processo de transformação da borracha e é feito em percentagens e
granulometrias variáveis de modo a totalizar 13 amassaduras.
No que se refere às percentagens, estas são contabilizadas em função do total de agregados em 5, 10 e 15%.
Relativamente à dimensão das partículas, considerou-se a incorporação da borracha feita nos finos, nos grossos
ou em ambos. Os finos devem ser entendidos como as partículas passantes no peneiro de malha 4 mm e os
grossos como o material retido naquele peneiro mas passante no de malha 11,2 mm, no caso do granulado de
borracha, ou no de malha 25,4 mm, no caso de agregados. Esta disparidade na máxima dimensão dos grossos
utilizados deve-se à inexistência de granulado de borracha de maiores dimensões.
CAMPANHA EXPERIMENTAL
60
Uma vez que tanto os finos como os grossos se subdividem em diversas fracções granulométricas, é necessário
esclarecer como se concretizam as substituições pretendidas. O conceito subjacente é minimizar a
descontinuidade da curva granulométrica dos agregados, afectando do mesmo modo os intervalos definidos
pelos peneiros utilizados. Quer isto dizer que, por exemplo, para substituir uma determinada percentagem de
finos, todas as fracções granulométricas de dimensão inferior a 4 mm foram afectadas na proporção em que cada
uma contribui para a curva de referência. Assim, para determinado espécime, se aquela curva exigir da fracção
0,25-0,5 o dobro de material que exige da fracção 0,125-0,25, a incorporação de borracha na primeira também
será o dobro (volume).
Por fim, mencione-se que, para manter o mesmo nível de trabalhabilidade, previsivelmente afectada pelo
aumento da incorporação da borracha, recorreu-se à relação A/C, ajustada na segunda fase da campanha
experimental e cujos resultados finais se apresentam no Quadro 3.10.
De forma sumária, pode escrever-se que os betões com granulado de borracha se definem por 4 diferentes níveis
de substituição:
0% de substituição – BR;
5% de substituição – B05F, B05F*, B05FG, B05G;
10% de substituição – B10F, B10F*, B10FG, B15G; e
15% de substituição – B15F, B15F*, B15FG; B15G.
Doutra forma, excluindo o betão de referência, poderá afirmar-se que existem 3 padrões se substituição:
nos finos – B05F, B05F*, B10F, B10F*, B15F, B15F*;
nos finos e grossos – B05FG, B10FG, B15FG; e
nos grossos – B05G, B10G, B15G.
A distinção pode ser feita ainda, através do processo de transformação do granulado de borracha:
processo criogénico – B05F*, B10F*, B15F*; e
processo por trituração mecânica – B05F, B10F, B15F, B05FG, B10FG, B15FG, B05G, B10G, B15G.
Quadro 3.10 – Características principais das composições dos betões com granulado de borracha
Identificação BR B05F/B05F* B10F/B10F* B15F/B15F* B05FG B10FG B15FG B05G B10G B15G
% de agregados substituídos
0,00 5,00 10,00 15,00 5,00 10,00 15,00 5,00 10,00 15,00
% de agregados finos substituídos
0,00 12,25 24,15 35,77 6,13 12,08 17,88 0,00 0,00 0,00
% de agregados grossos substituídos
0,00 0,00 0,00 0,00 4,22 8,53 12,92 8,49 17,15 25,94
A/C 0,43 0,43 0,45 0,47 0,43 0,45 0,47 0,44 0,46 0,48
As composições detalhadas de todos os espécimes são apresentadas no Anexo A.
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
61
3.4. Ensaio de identificação dos agregados Dado que as propriedades mecânicas dos betões têm uma extrema dependência das características físicas dos
agregados, é fundamental dispor de ensaios que as quantifiquem. Neste sentido, são apresentadas as
metodologias regulamentares utilizadas, que descrevem, para além da forma e tamanho das partículas, a sua
resistência e porosidade.
3.4.1. Análise granulométrica
3.4.1.1. Objectivo do ensaio
A análise granulométrica tem por objectivo a descrição estatística da dimensão das partículas que constituem os
agregados (areia fina, areia grossa, bago de arroz, brita 1 e brita 2) e os granulados de borracha (triturado e
criogénico). No entanto, como todos os materiais são separados nas diferentes fracções granulométricas para
posterior ajustamento à curva de referência, a importância deste ensaio resume-se à caracterização dos
agregados e granulados.
3.4.1.2. Normas de ensaio
Este ensaio segue a metodologia e princípios descritos na norma europeia / portuguesa NP EN 933-1 (2000)
“Ensaios das propriedades geométricas dos agregados. Parte 1: Análise granulométrica. Método de peneiração”.
Associada a esta norma encontra-se a NP EN 933-2 (1999) que especifica as dimensões nominais das aberturas,
formato da tela de arame e chapas perfuradas dos peneiros de ensaio.
3.4.1.3. Aparelhos e utensílios
Os aparelhos e utensílios utilizados são os seguintes:
estufa ventilada à temperatura de (110±5) ºC;
peneiros de ensaio, conforme especificado na norma NP EN 933-2;
máquina de peneirar; e
balança de precisão de ±0,1% da massa a determinar.
3.4.1.4. Amostras
A norma NP EN 933-1 impõe massas mínimas para as amostras em função da menor abertura do peneiro através
do qual passa, pelo menos, 90% da massa do agregado (máxima dimensão do agregado - ).
Após secagem, o provete deverá possuir uma massa superior à mínima, mas sem valor exacto pré-determinado.
Os valores limite, correspondentes às diferentes dimensões máximas dos agregados, encontram-se no Quadro
3.11.
Quadro 3.11 – Massa mínima dos provetes de ensaio (análise granulométrica)
Dimensão máxima do agregado - [mm] Massa mínima do provete [kg]
63 40
32 10
16 2,6
8 0,6
≤4 0,2
Caso o valor de não se encontre no Quadro 3.11, a massa mínima do provete de ensaio pode ser
interpolada através dos valores de massa presentes no referido quadro.
CAMPANHA EXPERIMENTAL
62
As amostras são secas em estufa ventilada a (110±5) ºC até que atinjam massa constante. Por massa constante
entenda-se a massa cuja variação, medida em pesagens sucessivas intervaladas de, pelo menos, 1 hora, seja
inferior a 0,1%. A massa do provete de ensaio é registada como M1.
3.4.1.5. Procedimentos de ensaio
Os procedimentos de ensaio são os seguintes:
preparar o provete de ensaio, como descrito no ponto 3.4.1.4;
lavar o provete de ensaio sobre o peneiro 0,063 mm e recorrer, se necessário, a um peneiro de protecção
(p. ex. 1 ou 2 mm);
secar em estufa ventilada a (110±5) ºC até se atingir massa constante e registar o seu valor (M2);
colocar o provete directamente na coluna de peneiros, devidamente agrupados e dispostos, com fundo e
tampa, e proceder à peneiração manual ou mecânica;
retirar os peneiros e certificar-se que não existe perda de material em nenhum deles;
o processo de peneiração considera-se concluído quando a massa do material retido não sofre alterações
superiores 1,0%, após 1 minuto de peneiração;
pesar o material retido no peneiro de maior dimensão nominal e registar a sua massa como R1;
efectuar a mesma operação para os restantes peneiros e registar a massa das diferentes fracções como
R2, R3, …Rn; e
pesar o material retido no fundo e registar a sua massa como P.
3.4.1.6. Resultados
A percentagem retida em cada peneiro é determinada segundo a seguinte equação:
Onde:
- percentagem de material retido no peneiro i (%);
- massa retida no peneiro i (g); e
- massa total da amostra seca (g).
Após efectuado o cálculo individual de cada peneiro, é possível elaborar a curva granulométrica do material
ensaiado.
A percentagem de finos ( ) que passa no peneiro 0,063 mm pode ser determinada pela seguinte equação:
Onde:
- percentagem de finos que passa pelo peneiro 0,063 mm (%);
- massa total da amostra (g);
- massa da amostra, após lavagem e secagem (g); e
- massa de material retido no fundo da coluna de peneiros (g).
Caso a soma das massas Ri e P difiram mais do que 1 % da massa M2, o ensaio considera-se inválido.
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
63
Os resultados anteriores permitem ainda calcular o módulo de finura, entendido como a soma das percentagens
totais que ficam retidas em cada peneiro da série normal. Esta série é relativa ao conjunto de peneiros com
abertura de malha correspondente à progressão geométrica de razão 2, iniciada no peneiro de abertura 0,125
mm e estendida até à máxima dimensão do agregado.
3.4.2. Massa volúmica e absorção de água
3.4.2.1. Objectivos do ensaio
Por motivos de simplicidade e de rigor, a medição dos materiais aquando do ajustamento à curva de referência é
feita por pesagem, exigindo-se, portanto, o conhecimento da massa volúmica dos mesmos. Para além disto, dado
que a massa volúmica dos agregados contribui decisivamente para a mesma propriedade do betão, interessa
caracterizá-los correctamente para prever a do compósito.
Idealmente, os agregados devem ser aplicados na mistura sob a forma saturada e com a superfície seca, evitando-
se, deste modo, eventuais correcções na relação A/C. No entanto, é corrente, dada a incerteza dos agregados se
encontrarem naquelas condições, quantificar o seu estado de saturação, determinar a sua absorção de água e
proceder à referida correcção. A importância deste assunto prende-se com a absorção de água dos agregados que
motiva uma redução da quantidade de água disponível para a reacção de hidratação, para conferir uma
determinada trabalhabilidade ou, ainda, para humedecer a superfície dos agregados. Em consequência, a
composição que pretende satisfazer determinados requisitos resulta afectada.
Saliente-se que a reduzida, ou nula, absorção de água por parte dos materiais utilizados retira importância à
anterior problemática. Neste sentido, sabendo que os agregados naturais exibem uma reduzida absorção de água
e que a borracha possui propriedades hidrofóbicas, optou-se por não realizar qualquer tipo de compensação.
Assim, admite-se que a relação A/C coincide com a relação A/C efectiva.
3.4.2.2. Normas de ensaio
A metodologia de ensaio é descrita pela norma NP EN 1097-6 (2003) “Ensaios das propriedades mecânicas e
físicas dos agregados. Parte 6: Determinação da massa volúmica e da absorção de água.”
3.4.2.3. Aparelhos e utensílios
Os aparelhos e utensílios são os seguintes:
estufa ventilada à temperatura de (110±5) ºC;
peneiros de ensaio, conforme especificado na norma NP EN 933-2, com as seguintes aberturas: 0,063, 4,
31,5 e 63 mm;
máquina de peneirar;
balança de precisão de ±0,1% da massa a determinar;
termómetro graduado; e
picnómetro de volume adequado à dimensão do provete, conforme especificado na norma NP EN 1097-6.
3.4.2.4. Amostras
Partículas de agregado de dimensão entre 4 e 31,5 mm
Procede-se à lavagem da amostra sobre os peneiros 31,5 e 4 mm de modo a remover as partículas mais finas.
Rejeita-se qualquer material retido no peneiro 31,5 mm e deixa-se escorrer a amostra.
CAMPANHA EXPERIMENTAL
64
A massa do provete do agregado deve respeitar os valores apresentados no Quadro 3.12. Caso o valor de
não encontre correspondência no referido quadro, a massa mínima pode ser determinada por interpolação a
partir dos valores ali especificados. Regista-se a massa do provete de ensaio como M0.
Quadro 3.12 – Massa dos provetes de ensaio (massa volúmica e absorção de água)
Dimensão máxima - [mm] Massa mínima do provete [kg]
31,5 5
16 2
8 1
Partículas de agregado de dimensão entre 0,063 e 4 mm
A massa do provete do agregado deve ser igual ou superior a 1 kg. Procede-se à lavagem da amostra sobre os
peneiros 4 e 0,063 mm de modo a remover as partículas mais finas. Rejeita-se qualquer material retido no
peneiro 4 mm e deixa-se escorrer a amostra. Regista-se a massa do provete de ensaio como M0.
3.4.2.5. Procedimentos de ensaio
Partículas de agregado de dimensão entre 4 e 31,5 mm
Os procedimentos de ensaio são os seguintes:
preparar o provete de ensaio, como descrito no ponto 3.4.2.4;
imergir o provete no picnómetro com água a (22±3) ºC e eliminar o ar ocluído;
manter o provete de ensaio à temperatura de (22±3) ºC durante (24±0,5) h;
após o período de imersão, remover o ar ocluído;
fazer transbordar o picnómetro por adição de água e colocar a tampa sem deixar ar no seu interior;
secar o picnómetro por fora e pesar a massa do conjunto como M2 (picnómetro, provete de ensaio e
água);
registar a temperatura da água;
remover o agregado da água e deixar escorrer durante alguns minutos;
encher novamente o picnómetro e colocar a tampa como anteriormente;
secar o picnómetro por fora e pesar a massa do conjunto como M3 (picnómetro e água);
registar a temperatura da água (a diferença dos valores da temperatura da água dentro do picnómetro
durante as pesagens de M2 e M3 não deve exceder 2 ºC);
transferir o provete escorrido para cima de panos secos e proceder à secagem da sua superfície;
espalhar o agregado numa camada monogranular e deixá-lo ao ar, resguardado da luz solar directa ou de
qualquer outra fonte de calor, até desaparecerem as partículas visíveis de água mas o agregado ainda
apresentar aspecto húmido;
pesar o provete saturado com superfície seca e registar o valor como M1; e
secar o agregado numa estufa a (110±5) ºC até atingir massa constate (M4).
Partículas de agregado de dimensão entre 0,063 e 4 mm
Os procedimentos de ensaio são os seguintes:
preparar o provete de ensaio, como descrito no ponto 3.4.2.4;
imergir o provete no picnómetro com água a (22±3) ºC e eliminar o ar ocluído;
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
65
manter o provete de ensaio à temperatura de (22±3) ºC durante (24±0,5) h;
após o período de imersão, remover o ar ocluído;
fazer transbordar o picnómetro por adição de água e colocar a tampa sem deixar ar no seu interior;
secar o picnómetro por fora e pesar a massa do conjunto como M2 (picnómetro, provete de ensaio e
água);
registar a temperatura da água;
decantar a maior parte da água que cobre o provete e esvaziar o picnómetro sobre um tabuleiro;
encher novamente o picnómetro e colocar a tampa como anteriormente;
secar o picnómetro por fora e pesar a massa do conjunto como M3 (picnómetro e água);
registar a temperatura da água (a diferença dos valores da temperatura da água dentro do picnómetro
durante as pesagens de M2 e M3 não deve exceder 2 ºC);
espalhar o provete molhado numa camada uniforme sobre a base de um tabuleiro e expor o agregado a
uma leve corrente de ar morno de modo a evaporar a humidade superficial;
remexer o provete em intervalos frequentes de modo a assegurar uma secagem homogénea até que
não seja visível humidade superficial e as partículas de agregado não adiram umas às outras1;
deixar arrefecer o provete até à temperatura ambiente, remexendo-o durante o processo;
pesar o provete saturado com superfície seca e registar o valor como M1; e
secar o agregado numa estufa a (110±5) ºC até atingir massa constate (M4).
3.4.2.6. Resultados
As massas volúmicas das partículas ( , e como apropriado), em quilogramas por decímetro cúbico, são
calculadas de acordo com as seguintes expressões:
Equação 3.11
Equação 3.12
Equação 3.13
A absorção de água (em percentagem da massa seca) após a imersão durante 24 h ( ) pode ser calculada de
acordo com a seguinte expressão:
Equação 3.14
Onde:
- massa volúmica do material impermeável das partículas (kg/dm3);
- massa volúmica das partículas secas em estufa (kg/dm3);
1 Para avaliar se o estado de superfície seca foi atingido, colocar um molde troncocónico de metal com a maior abertura
virada para baixo, sobre a base do tabuleiro. Encher livremente o molde com parte do provete em processo de secagem e utilizar um pilão para apiloar levemente a superfície com 25 pancadas sobre a abertura superior do molde. Não completar o enchimento após apiloamento. Levantar cuidadosamente o molde. Se o agregado mantiver a forma troncocónica, prosseguir o processo de secagem e repetir o ensaio do cone até que o cone de agregado se deforme após desmoldagem.
CAMPANHA EXPERIMENTAL
66
- massa volúmica das partículas saturadas com superfície seca (kg/dm3);
- massa volúmica da água à temperatura da água registada na pesagem M2 (kg/dm3);
- absorção de água após imersão em água durante 24 h (%);
- massa do agregado saturado com superfície seca;
- massa do picnómetro contendo o provete de agregado saturado e água (g);
- massa do picómetro contendo apenas água (g); e
- massa do provete seco em estufa (g).
3.4.3. Massa volúmica aparente
3.4.3.1. Objectivos do ensaio
A massa volúmica aparente, também designada de baridade, é uma propriedade importante na composição do
betão quando as medições são feitas em volume. No presente caso, uma vez que estas são feitas em peso, a
baridade perde utilidade. Contudo, trata-se de uma propriedade responsável pela quantificação das principais
características físicas dos agregados e, como tal, será alvo de avaliação.
3.4.3.2. Normas de ensaio
A metodologia de ensaio está de acordo com a norma NP EN 1097-3 (2000) “Ensaios das propriedades mecânicas
e físicas dos agregados. Parte 3: Método para determinação da massa volúmica e dos vazios”.
3.4.3.3. Aparelhos e utensílios
Os aparelhos e utensílios são os seguintes:
estufa ventilada à temperatura de (110±5) ºC;
balança de precisão de ±0,1 % da massa a determinar; e
contentor cilíndrico estanque em aço inoxidável, de volume variável em função da máxima dimensão dos
agregados a ensaiar.
3.4.3.4. Amostras
Para realizar este ensaio, é necessário proceder à preparação de 3 provetes por cada agregado. As amostras são
secas em estufa ventilada a (110±5) ºC até atingirem massa constante. Por massa constante entenda-se massa
cuja variação, medida em pesagens sucessivas e intervaladas de pelo menos 1 hora, é inferior a 0,1 %.
A redução da amostra, após secagem, deve permitir obter um provete de ensaio com uma massa compreendida
entre 120 e 150% da massa necessária para encher o recipiente de ensaio. O seu volume mínimo, em função da
máxima dimensão do agregado, é apresentado no Quadro 3.13.
Quadro 3.13 – Volume do recipiente de ensaio (massa volúmica aparente)
Dimensão máxima - [mm] Volume mínimo do recipiente [l]
63 20
32 10
16 5
8 3
≤4 1
Caso o valor de não se encontre no quadro anterior, a massa mínima do provete de ensaio pode ser
interpolada através dos valores ali presentes.
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
67
3.4.3.5. Procedimentos de ensaio
Os procedimentos de ensaio são os seguintes:
preparar os provetes de ensaio conforme especificado no ponto 3.4.3.4;
Pesar o recipiente vazio e limpo e registar a seu valor como M1;
Procurando evitar segregação, encher o recipiente sem compactação;
Remover o material excedente e proceder ao nivelamento da superfície com o cuidado de não a
compactar;
Pesar o recipiente cheio e registar o valor como M2;
Repetir o procedimento para os restantes 2 provetes de ensaio.
3.4.3.6. Resultados
A massa volúmica aparente de cada provete de ensaio é calculada com base na seguinte expressão:
Equação 3.15
A massa volúmica aparente do agregado é determinada como a média dos 3 provetes de ensaio:
Equação 3.16
Onde:
- massa volúmica aparente do agregado (kg/dm3)
- massa volúmica aparente do provete de ensaio i (kg/dm3);
- massa do recipiente de ensaio (kg);
- massa do recipiente e provete (kg); e
- capacidade do recipiente (l).
3.4.4. Desgaste de Los Angeles
3.4.4.1. Objectivo do ensaio
Este ensaio tem por finalidade determinar a perda de massa dos agregados por desgaste. Assim, é possível prever
a susceptibilidade do agregado à abrasão, quando incorporado na matriz cimentícia, e até desenvolver
correlações entre esta propriedade e as tensões de rotura do betão.
3.4.4.2. Normas de ensaio
A metodologia de ensaio é especificada pela documentação normativa do LNEC2 E-237 (1970) “Ensaio de desgaste
pela máquina de Los Angeles”.
3.4.4.3. Aparelhos e utensílios
Os aparelhos e utensílios são os seguintes:
estufa ventilada à temperatura de (110±5) ºC;
peneiros da série ASTM;
máquina de peneirar;
balança de precisão com limites de erro de ±1 g;
2 Laboratório Nacional de Engenharia Civil
CAMPANHA EXPERIMENTAL
68
carga abrasiva constituída por esferas de aço, cada uma com massa entre 390 e 445 g (6 a 12 esferas
consoante a composição granulométrica do provete de ensaio); e
máquina de Los Angeles.
3.4.4.4. Amostras
O agregado a ensaiar deve ser lavado e seco em estufa a uma temperatura de (110±5) ºC até atingir massa
constante. Por massa constante entenda-se a massa cuja variação, medida em pesagens sucessivas intervaladas
de pelo menos 1 hora, seja inferior a 0,1 %.
Posteriormente, deve-se separar a amostra por peneiração nas fracções granulométricas especificadas na norma
LNEC E-237 e formar o provete de ensaio pelo ajuste daquelas fracções nas quantidades fixadas pela respectiva
norma. Refira-se que o ajuste deverá ser feito à composição granulométrica que mais se aproximar à do agregado
a ensaiar. Regista-se a massa do provete como M1.
3.4.4.5. Procedimento de ensaio
Os procedimentos de ensaio são os seguintes:
preparar o provete de ensaio, conforme descrito no ponto 3.4.4.4;
constituir a carga abrasiva correspondente ao provete a ensaiar de acordo com a especificação LNEC E-
237;
introduzir o provete de ensaio e a carga abrasiva na máquina de Los Angeles, com especial cuidado em
distribuir uniformemente a carga abrasiva pelo comprimento do cilindro;
colocar a tampa na abertura e iniciar o funcionamento da máquina; o cilindro deve efectuar, à velocidade
de 30 a 33 r.p.m., um número determinado de rotações em função da composição granulométrica em
análise;
retirar o material do interior da câmara e peneirar o provete no peneiro de malha 1,68 mm, sobre o qual
se deverá utilizar um peneiro de maior abertura para evitar a danificação do primeiro;
lavar o material sobre o peneiro de malha 1,68 mm;
secar em estufa a uma temperatura compreendida entre os 105-110 ºC até se atingir massa constante; e
pesar o material e registar a sua massa como M2.
3.4.4.6. Resultados
A perda de desgaste na máquina de Los Angeles, expressa em percentagem, é dada por:
Equação 3.17
Onde;
- massa do provete de ensaio (g); e
- massa do material retido no peneiro de malha 1,68 mm.
3.4.5. Índice de forma
3.4.5.1. Objectivo do ensaio
O índice de forma permite caracterizar a geometria das partículas que compõem fracções ganulométricas
compreendidas entre 4 e 63 mm e prever os seus efeitos no betão. São estes, no caso de agregados rolados, a
maior compacidade e menor quantidade de água para atingir os mesmos níveis de trabalhabilidade e, no caso de
agregados britados, um possível aumento da resistência mecânica.
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
69
3.4.5.2. Normas de ensaio
A metodologia de ensaio está especificada na norma NP EN 933-4 (2002) “Ensaios das propriedades geométricas
dos agregados. Parte 4: Determinação da forma das partículas – Índice de forma”.
3.4.5.3. Aparelhos e utensílios
Os aparelhos e utensílios são os seguintes:
Estufa ventilada à temperatura de (110±5) ºC;
peneiros de ensaio, conforme especificado na norma NP EN 933-2;
máquina de peneirar;
balança de precisão ±0,1 % da massa a determinar; e
paquímetro.
3.4.5.4. Amostras
As amostras são secas em estufa ventilada a (110±5) ºC até atingirem massa constante. Por massa constante
entenda-se massa cuja variação, medida em pesagens sucessivas intervaladas de pelo menos 1 hora, seja inferior
a 0,1 %.
Utilizar peneiros de ensaio apropriados de modo a assegurar a completa separação de partículas superiores a 4
mm. Rejeitar todo o material passado no referido peneiro.
A redução da amostra, após secagem, deve permitir obter um provete de ensaio com massa superior à mínima
mas sem valor exacto predeterminado. Os valores mínimos, correspondentes às diferentes dimensões máximas
dos agregados, encontram-se no Quadro 3.14.
Quadro 3.14 – Massa mínima dos provetes de ensaio (índice de forma)
Dimensão máxima - [mm] Massa mínima do provete [kg]
63 45
32 6
16 1
8 0,1
Caso o valor de não se encontre no Quadro 3.14, a massa mínima do provete de ensaio pode ser
interpolada através dos valores presentes no referido quadro. Regista-se a massa do provete de ensaio como M0.
3.4.5.5. Procedimentos de ensaio
Os procedimentos de ensaio são os seguintes:
preparar o provete de ensaio de acordo com o descrito no ponto 3.4.5.4;
registar a massa de cada fracção granulométrica como M1i e calcular a sua percentagem V1i relativamente
à massa do provete de ensaio (M0);
todas as fracções granulométricas que representem menos de 10% de M0 são desprezadas;
com o auxílio de um paquímetro, medir a maior (L) e menor (E) dimensão de cada partícula e separar
aquelas cuja relação dimensional verifique a condição: L/E≥3 (partículas classificadas como não-cúbicas);
e
registar a massa das partículas não-cúbicas de cada fracção granulmétrica como M2i.
CAMPANHA EXPERIMENTAL
70
3.4.5.6. Resultados
O índice de forma SI é calculado pela seguinte equação:
Equação 3.18
Onde:
- é a soma das massas das partículas de cada uma das fracções granulométricas ensaiadas (g); e
– somatório das massas das partículas não-cúbicas de cada uma das fracções granulmétricas ensaiadas (g).
3.5. Ensaios ao betão fresco Dada a importância das características do betão no estado fresco, a campanha experimental contempla a análise
da trabalhabilidade e da massa volúmica. Relativamente à primeira, com o intuito de assegurar as mesmas
aplicações para todos os espécimes, o ajuste da relação A/C é feito de acordo com as tendências registadas na
bibliografia consultada e com a confirmação de uma fase precedente à definitiva. No que respeita à massa
volúmica, é expectável que haja uma variação significativa em consequência da diferença da mesma propriedade
entre os agregados e o granulado de borracha e, portanto, não se indicam limites de resultados que validem as
amassaduras desenvolvidas.
3.5.1. Abaixamento (cone de Abrams)
3.5.1.1. Objectivo do ensaio
A quantificação da trabalhabilidade é essencial para identificar betões com aplicações idênticas. Neste sentido,
para assegurar que as amassaduras respeitam os limites previamente impostos de abaixamento (80±10 mm),
opta-se por interferir na relação A/C uma vez que é presumível que níveis crescentes de incorporação de
borracha afectem negativamente esta propriedade. Relembre-se que, na segunda fase, se realizam as
amassaduras pretendidas com o objectivo exclusivo de certificar a composição adoptada através dos valores de
abaixamento estipulados.
3.5.1.2. Normas de ensaio
A metodologia de ensaio está definida pela norma NP EN 12350-2 (2002) “Ensaios do betão fresco. Parte 2: Ensaio
de abaixamento”.
3.5.1.3. Aparelhos e utensílios
Os aparelhos e utensílios são os seguintes:
molde de metal de forma troncocónica com uma altura de (300±2) mm, um diâmetro máximo de (200±2)
mm e um mínimo de (100±2) mm; o material que o constitui deve ser resistente à pasta de cimento e o
seu interior deve ser perfeitamente liso, sem rebites ou mossas; deverá dispor de duas pegas junto ao
topo e de elementos de fixação ou abas junto à base;
varão de compactação com extremidades arredondadas, com um diâmetro de (16±1) mm e um
comprimento de (600±5) mm;
funil que permita ser acoplado ao topo do molde tronco-cónico;
régua com uma precisão maior ou igual a 5 mm;
placa / superfície não absorvente, rígida e plana;
colher de pedreiro;
pano molhado; e
cronómetro.
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
71
3.5.1.4. Amostras
A amostra é constituída por um número de tomas repartidas pelo volume total de betão fresco e deverá estar
protegida de qualquer contaminação, ganho ou perda de água e variações bruscas de temperatura durante todo
o processo de amostragem, transporte e manuseamento.
3.5.1.5. Procedimentos de ensaio
Os procedimentos de ensaio são os seguintes:
humedecer o molde troncocónico e a placa / superfície;
colocar o molde sobre a placa / superfície;
encher o molde com a amostra recolhida, conforme especificado no ponto 3.5.1.4; o enchimento deverá
ser faseado por 3 camadas cuja altura, após compactação, deverá ser idêntica (1/3 da altura do molde); a
compactação é materializada por 25 pancadas, executadas com o varão de compactação, distribuídas
sobre toda a secção transversal da camada mas apenas na sua espessura; no preenchimento da última
camada, deverá compensar-se a redução de altura após compactação com uma quantidade suplementar
de betão; durante todo o processo de enchimento, deve manter-se o molde fixo contra a placa /
superfície com os pés sobre as abas (ou com os elementos de fixação);
após compactação da camada de topo, rasa-se a superfície de betão através de movimentos de
rolamento com o varão de compactação;
remover o excesso de betão da placa / superfície;
retirar cuidadosamente o molde levantando-o na vertical; toda a operação de desmoldagem deverá ser
executada em 5 - 10 s através de um deslocamento único e firme, sem transmissão de qualquer
movimento lateral ou torsional;
a duração máxima da operação, desde o enchimento até à remoção do molde, é de 150 s e deve ser
executada sem qualquer interrupção; e
após remoção do molde regista-se o abaixamento (h) (Figura 3.49).
Figura 3.48 – Equipamento para ensaio de abaixamento
Figura 3.49 – Leitura de abaixamento
3.5.1.6. Resultados
O abaixamento (h) é quantificado pela diferença entre a altura do molde, 300 mm e o ponto mas alto do provete
após desmoldagem.
CAMPANHA EXPERIMENTAL
72
O ensaio só é válido se o betão permanecer substancialmente intacto e simétrico, conforme ilustrado na Figura
3.50 (a). Caso o provete se deforme identicamente à Figura 3.50 (b), é necessário retirar outra amostra e repetir o
ensaio.
Figura 3.50 – Formas de abaixamento (NP EN 12350-2 (2002))
3.5.2. Massa volúmica
3.5.2.1. Objectivo de ensaio
Este ensaio permite quantificar a massa volúmica do betão, propriedade que influencia a necessidade de
compactação do compósito pela sua interferência na trabalhabilidade e que, ainda, é determinante nas acções
estruturais.
3.5.2.2. Normas de ensaio
A metodologia de ensaio é descrita pela norma NP EN 12350-6 (2002) “Ensaios do betão fresco. Parte 6: Massa
volúmica”.
3.5.2.3. Aparelhos e utensílios
Os aparelhos e utensílios são os seguintes:
recipiente estanque, de volume conhecido (não inferior a 5 l), de rigidez relativamente elevada,
resistente à pasta de cimento, com a face interna lisa e com bordo superior passível de acabamento;
dispositivo de compactação do betão; no presente estudo utilizou-se uma agulha vibratória;
balança de precisão superior ou igual a ±0,1 % da massa a determinar;
rasoira de aço;
colher de pedreiro; e
pano húmido.
3.5.2.4. Amostras
A amostra é constituída por um número de tomas repartidas pelo volume total de betão fresco e deverá estar
protegida de qualquer contaminação, ganho ou perda de água e variações bruscas de temperatura durante todo
o processo de amostragem, transporte e manuseamento.
3.5.2.5. Procedimentos de ensaio
Os procedimentos de ensaio são os seguintes:
pesar o recipiente vazio e registar a sua massa como M1;
encher o recipiente com a amostra recolhida, conforme especificado no ponto 3.5.2.4; o procedimento
deverá ser faseado por 2 camadas e respectiva compactação; o período de compactação deverá ser o
adequado e limitado a quaisquer indícios de segregação ou exsudação; caso a compactação seja
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
73
efectuada com agulha vibratória, assegurar o seu posicionamento vertical e evitar o seu contacto com o
recipiente (Figura 3.51);
após o enchimento do recipiente, proceder ao nivelamento da superfície com o auxílio da colher de
pedreiro e da rasoira (Figura 3.52);
utilizar um pano húmido para remover os restos de betão do exterior do recipiente (Figura 3.53); e
pesar o recipiente com o betão fresco e registar a sua massa como M2 (Figura 3.54).
Figura 3.51 – Vibração do provete de ensaio
Figura 3.52 – Nivelamento da superfície
Figura 3.53 – Limpeza do recipiente
Figura 3.54 – Pesagem do recipiente
com betão fresco
3.5.2.6. Resultados
A massa volúmica é determinada através da seguinte expressão:
Equação 3.19
Onde:
- massa volúmica do betão fresco (kg/m3);
- massa do recipiente (kg);
- massa do recipiente com o provete de betão fresco (kg); e
- volume do recipiente (m3).
3.6. Ensaios ao betão endurecido Os ensaios ao betão endurecido têm como objectivo descrever o seu comportamento em condições de serviço,
ou seja, dar conhecimento da sua adequação às acções para as quais foram concebidos. No presente estudo,
apesar de as propriedades de durabilidade merecerem igual tratamento, dá-se apenas enfoque às propriedades
mecânicas.
3.6.1. Resistência à compressão
3.6.1.1. Objectivo do ensaio
Este ensaio tem por objectivo determinar a capacidade resistente do betão sob tensão uniforme de compressão.
Para tanto, submete-se os provetes a elevados carregamentos e regista-se o valor máximo atingido.
CAMPANHA EXPERIMENTAL
74
3.6.1.2. Normas de ensaio
A metodologia de ensaio é descrita pela norma NP EN 12390-3 (2003) “Ensaios ao betão endurecido. Parte 3:
Resistência à compressão dos provetes de ensaio”.
Os aspectos relativos à geometria e dimensões dos provetes de ensaio podem ser consultados na NP EN 12390-1
(2003) “Ensaios ao betão endurecido. Parte 1: Forma, dimensões e outros requisitos para o ensaio de provetes e
para os moldes”.
No que respeita à execução e cura dos provetes de ensaio, os métodos encontram-se especificados na NP EN
12390-2 (2003) “Ensaios ao betão endurecido. Parte 2: Execução e cura dos provetes de ensaio de resistência
mecânica”.
3.6.1.3. Aparelhos e utensílios
Os aparelhos e utensílios são os seguintes:
prensa hidráulica de 4 colunas e com velocidade de carregamento controlável, respeitando a norma NP
EN 12390-3 (Figuras 3.10 e 3.11);
pano de limpeza dos provetes; e
balança com uma precisão igual ou superior a 0,1 % da massa a determinar.
Figura 3.55 – Controlo de prensa hidráulica de 4 colunas
Figura 3.56 – Prensa hidráulica de 4 colunas
3.6.1.4. Provetes de ensaio
O ensaio é realizado em provetes cúbicos de 150 mm de aresta e o respectivo período de cura é variável (7, 28 e
56 dias).
O programa de ensaio estipula que, para cada espécime devem, ser ensaiados 3 provetes aos 7 dias, 5 aos 28 dias
e 3 aos 56 dias, o que perfaz, tendo em conta as 13 amassaduras distintas, 143 provetes de ensaio.
Refira-se que a 2.ª fase da campanha experimental, com o principal objectivo de assegurar a trabalhabilidade
pretendida para as diferentes amassaduras, permitiu também produzir 4 provetes cúbicos para ensaiar à
compressão aos 28 dias de idade. Estes provetes complementares à 3.ª fase têm a mais-valia de possibilitar a
comparação de resultados e despistar eventuais anomalias durante a amassadura e cura do betão.
No Quadro 3.15, apresenta-se a quantidade, dimensões e idade dos provetes do ensaio de resistência à
compressão.
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
75
Todos os provetes foram mantidos durante 24 horas na zona de betonagem de modo a adquirirem resistência
suficiente para ser desmoldados e transportados até à zona de cura.
Quadro 3.15 – Quantidade, dimensões e idade dos provetes (ensaio de resistência à compressão)
Ensaio Idade (dias) N.º Forma e dimensões (mm)
2.ª Fase Resistência à compressão 28 4 Cúbico, 150
3.ª Fase Resistência à compressão
7 3
Cúbico, 150 28 5
56 3
3.6.1.5. Procedimentos de ensaio
Os procedimentos de ensaio são os seguintes:
retirar o provete do ambiente de cura quando atingida a idade estabelecida;
remover o excesso de humidade e/ou sujidade do provete;
pesar e registar a massa do provete como M (este dado não tem contribuição directa para os resultados
do ensaio mas é um bom indicador da presença de vazios que justificam, eventualmente, resultados
anómalos);
limpar todas as superfícies da máquina de ensaio;
colocar o provete numa posição centrada, relativamente ao prato inferior da máquina, para evitar
qualquer tipo de excentricidade; o plano correspondente à face de acabamento do provete não deverá
ser uma superfície de ensaio, isto é, não deverá coincidir com nenhum dos pratos da máquina;
aplicar a carga a uma velocidade constante de 0,2 a 1 MPa/s de forma contínua e sem choques até se
atingir a rotura (no presente trabalho, utilizou-se uma velocidade de carregamento de 11,3 kN/s, que
corresponde a aproximadamente, 0,5 MPa/s); e
registar a carga máxima como F.
Figura 3.57 – Rotura do provete (ensaio de compressão)
Figura 3.58 – Provete após ensaio de compressão
CAMPANHA EXPERIMENTAL
76
3.6.1.6. Resultados
Após ensaio, deverá inspeccionar-se a rotura de cada provete e classificá-la como satisfatória (Figura 3.59) ou não
satisfatória (Figura 3.60), conforme estipulado na norma NP EN 12390-3.
Figura 3.59 – Roturas satisfatórias de provetes cúbicos (NP EN 12390-3 (2003))
Figura 3.60 – Roturas não satisfatórias de provetes cúbicos (NP EN 12390-3 (2003))
A resistência à compressão de cada provete é dada pela seguinte expressão:
Equação 3.20
Onde:
- resistência à compressão do provete (MPa ou N/mm2);
- carga máxima (N); e
- área da secção transversal do provete na qual a força foi aplicada (mm2).
Para cada idade, a resistência à compressão dos vários betões é dada pela média simples dos resultados dos
provetes respectivos.
3.6.2. Resistência à tracção por compressão diametral
3.6.2.1. Objectivo do ensaio
A tensão de rotura do betão à tracção pode ser obtida por tracção pura, por flexão simples ou por compressão
diametral. A dificuldade inerente ao primeiro ensaio leva à opção por um dos restantes que conduzem
invariavelmente a resultados desiguais. No presente estudo, seguiu-se a metodologia do ensaio de resistência à
tracção por compressão diametral por permitir aproveitar os provetes do ensaio do módulo de elasticidade (não
destrutivo).
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
77
O conceito deste ensaio está em submeter o provete cilíndrico a uma carga de faca, aplicada ao longo da sua
geratriz. Esta geometria de carregamento gera tensões ortogonais ao plano de carga e, consequentemente, dá-se
a rotura do provete por tracção.
3.6.2.2. Normas de ensaio
A metodologia de ensaio é descrita pela norma NP EN 12390-6 (2003) “Ensaios ao betão endurecido. Parte 6:
Resistência à tracção por compressão dos provetes”.
Os aspectos relativos à geometria e dimensões dos provetes de ensaio estão de acordo com a NP EN 12390-1
(2003) “Ensaios ao betão endurecido. Parte 1: Forma, dimensões e outros requisitos para o ensaio de provetes e
para os moldes”.
No que respeita ao processo de cura dos provetes de ensaio, os pormenores encontram-se especificados na NP
EN 12390-2 (2003) “Ensaios ao betão endurecido. Parte 2: Execução e cura dos provetes de ensaio de resistência
mecânica”.
3.6.2.3. Aparelhos e utensílios
Os aparelhos e utensílios são os seguintes:
prensa hidráulica de 4 colunas e com velocidade de carregamento controlável, respeitando a norma NP
EN 12390-4 (Figura 3.61);
posicionador dos provetes, em aço (opcional);
peça de carga, em aço;
faixas de cartão prensado, conforme a NP EN 316; e
pano de limpeza dos provetes.
Figura 3.61 – Prensa hidráulica de 4 colunas e respectivo controlador
Figura 3.62 – Exemplo de um posicionador (NP EN 12390-6)
CAMPANHA EXPERIMENTAL
78
3.6.2.4. Provetes de ensaio
Este ensaio foi realizado em provetes cilíndricos de geometria definida por 150 mm de diâmetro e 300 mm de
altura. O período de cura, idêntico para todos os espécimes, está estabelecido em 28 dias.
Estipulado que seriam ensaiados 3 provetes por cada composição e tendo em conta que este estudo considera 13
amassaduras distintas, contabiliza-se um total de 39 provetes de ensaio. Mencione-se que, dos 3 provetes
necessários para este ensaio, 2 foram previamente ensaiados ao módulo de elasticidade que se realizou
igualmente após 28 dias de cura.
Todos os provetes foram mantidos durante 24 horas na zona de betonagem de modo a adquirirem resistência
suficiente para serem desmoldados e transportados até à zona de cura.
3.6.2.5. Procedimentos de ensaio
Os procedimentos de ensaio são os seguintes:
retirar o provete do ambiente de cura quando atingida a idade estabelecida;
remover o excesso de humidade e/ou sujidade do provete;
limpar cuidadosamente todas as superfícies da máquina de ensaio;
colocar o provete no posicionador e centrá-lo perfeitamente em relação aos pratos para evitar qualquer
tipo de excentricidade;
posicionar as faixas de cartão prensado nas geratrizes de base e de topo e, na segunda (geratriz),
sobrepor a peça de carga;
aplicar a carga a uma velocidade constante de 0,04 a 0,06 MPa/s, de forma contínua e sem choques até
se atingir a rotura (no presente trabalho, utilizou-se uma velocidade de carregamento de 1,3 kN/s, que
corresponde a aproximadamente 0,045 MPa/s); assegurar que os pratos estão dispostos paralelamente
em todo o ensaio; e
registar a carga máxima atingida como F.
Figura 3.63 – Posicionamento do provete
Figura 3.64 – Posicionamento do provete
Figura 3.65 – Rotura do provete (ensaio de tracção)
Figura 3.66 – Rotura do provete (ensaio de tracção)
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
79
3.6.2.6. Resultados
A resistência à tracção por compressão de cada provete é dada pela seguinte expressão:
Equação 3.21
Onde:
- resistência à tracção por compressão diametral (Mpa ou N/mm2);
- carga máxima (N);
- comprimento da linha de contacto do provete (mm); e
- dimensão da secção transversal (mm).
A resistência à tracção por compressão dos vários betões é dada pela média simples dos resultados dos provetes
respectivos.
3.6.3. Módulo de elasticidade
3.6.3.1. Objectivo do ensaio
O módulo de elasticidade é um parâmetro que caracteriza a curva extensão-tensão pelo declive da recta no
patamar predominantemente elástico. A sua importância é óbvia na resposta das estruturas à maioria das acções,
uma vez que é expectável que o regime permaneça linear.
Convém notar que a recta que estabelece o módulo de elasticidade poderá ser definida pela tangente à curva
extensão-tensão na origem ou pela secante que passa no mesmo ponto e cruza a referida curva a um nível
estipulado de tensão.
No presente trabalho, calcula-se o módulo de elasticidade secante após um número especificado de ciclos de
carga e para um nível de tensão na ordem de 1/3 da resistência média à compressão ( ).
3.6.3.2. Normas de ensaio
A metodologia de ensaio é descrita pela norma LNEC-397 “Betões: Determinação do módulo de elasticidade em
compressão”.
3.6.3.3. Aparelhos e utensílios
Os aparelhos e utensílios são os seguintes:
prensa hidráulica (Figura 3.67);
extensómetros eléctricos (tipo TML PFL 30-11-3LT - Figura 3.69)
data logger acoplado à prensa hidráulica (permite a interpretação e transmissão dos dados emitidos
pelos extensómetros para um PC - Figura 3.68); e
pano de limpeza dos provetes.
3.6.3.4. Provetes de ensaio
Este ensaio foi realizado em provetes cilíndricos de geometria definida por 150 mm de diâmetro e 300 mm de
altura. O período de cura é idêntico para todos os espécimes e encontra-se nos 28 dias.
CAMPANHA EXPERIMENTAL
80
Figura 3.67 – Prensa hidráulica e provete
Figura 3.68 – Controlo de prensa hidráulica
Figura 3.69– Extensómetro
Estipulado que seriam ensaiados 2 provetes por cada composição e tendo em conta que este estudo considera 13
amassaduras distintas, contabiliza-se um total de 26 provetes. Mencione-se que, após realização deste ensaio
(não destrutivo), os provetes integraram o ensaio à tracção por compressão diametral (destrutivo), realizado
também aos 28 dias de idade.
Todos os provetes foram mantidos durante 24 horas na zona de betonagem de modo a adquirirem resistência
suficiente para serem desmoldados e transportados até à zona de cura.
3.6.3.5. Procedimentos de ensaio
Os procedimentos de ensaio são os seguintes:
retirar o provete do ambiente de cura quando atingida a idade estabelecida;
rectificar ambas as faces de ensaio do provete de modo a torná-las perfeitamente lisas e paralelas; após
rectificação, esperar que o provete seque;
remover excesso de humidade e/ou sujidade do provete;
colar 2 extensómetros no provete em posições diametralmente opostas;
limpar as superfícies da máquina de ensaio;
posicionar o provete evitando qualquer excentricidade de carregamento; recorrer a uma rótula metálica
para assegurar a transmissão exclusiva de esforço axial (Figura 3.70); verificar o correcto posicionamento
do provete pela diferença registada nos dois extensómetros ( ) que deverá, após cada ciclo
de carga, ser inferior a 10 %;
aplicar uma tensão inicial de 0,5 a 1 MPa ( ) e aumentá-la de forma contínua, a uma velocidade de
0,5±0,1 MPa/s, até atingir-se 1/3 da tensão média de resistência à compressão;
registar as extensões e tensões iniciais e finais;
efectuar novo ciclo de carga;
após cada ciclo, confirmar se a diferença entre a média das variações de extensão de ciclos consecutivos
( ) é inferior a ; caso o limite não seja satisfeito, é necessário repetir o ciclo de carga; e
efectuar os ciclos necessários até que o ponto anterior seja verificado ( ).
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
81
Figura 3.70 – Rótula metálica
3.6.3.6. Resultados
Considerando que a diferença entre as médias das variações de extensão entre dois ciclos consecutivos verifica a
expressão:
Equação 3.22
O módulo de elasticidade em compressão ( ) é dado pela seguinte expressão:
Equação 3.23
Onde:
– módulo de elasticidade em compressão (GPa);
– tensão inicial aplicada no ciclo n (MPa);
– tensão máxima aplicada no ciclo n (MPa);
– extensão correspondente à tensão , registada no ciclo n; e
– extensão correspondente à tensão , registada no ciclo n.
3.6.4. Resistência à abrasão
3.6.4.1. Objectivo do ensaio
O objectivo deste ensaio é caracterizar a resistência à abrasão do betão por desgaste. A sua capacidade de
suportar acções que provocam desagregação ou perda de secção é especialmente importante em elementos
estruturais de betão à vista sujeitos a erosão contínua, como é o caso de pavimentos ou canais hidráulicos.
Noutras aplicações, como é exemplo a utilização de betões não estruturais em elementos de revestimento, esta
propriedade poderá igualmente ter interesse.
3.6.4.2. Normas de ensaio
A metodologia de ensaio é descrita pela norma DIN 52108 “Testing of inorganic non-metallic materials. Wear test
with grinding whell according to Böhme”.
3.6.4.3. Aparelhos e utensílios
Os aparelhos e utensílios são os seguintes:
máquina de abrasão de Böhme (Figura 3.71);
pó abrasivo;
estufa ventilada à temperatura de (110±5) ºC;
CAMPANHA EXPERIMENTAL
82
balança com precisão igual ou superior a 0,1 g;
paquímetro (Figura 3.72);
escova para limpeza da máquina de abrasão e provetes; e
pano para limpeza dos provetes.
Figura 3.71 – Máquina de abrasão de Böhme
Figura 3.72 – Paquímetro
3.6.4.4. Provetes de ensaio
A geometria dos provetes utilizados neste ensaio é paralelepipédica, definida por uma base quadrada de (71±1,5)
mm de aresta (corresponde a uma área de teste de (50±2) cm2) e por uma altura, não normalizada, de
aproximadamente 50 mm. Refira-se que a face de topo deve ser perfeitamente paralela à face de teste
(rectificada) para assegurar a correcta progressão do ensaio.
Estipulado que seriam ensaiados 3 provetes por cada composição e tendo em conta que este estudo considera 13
amassaduras distintas, contabiliza-se um total de 39 provetes de ensaio.
Todos os provetes foram mantidos durante 24 horas na zona de betonagem de modo a adquirirem resistência
suficiente para serem desmoldados e transportados até à zona de cura.
Findo o período mínimo de cura prescrito pela norma (91 dias), os provetes de ensaio ganham a geometria
descrita pelo corte de moldes cúbicos de 150 mm de aresta. De seguida, são secos em estufa ventilada à
temperatura de (110±5) ºC até atingirem massa constante. Por massa constante entenda-se massa cuja variação,
medida em pesagens sucessivas intervaladas de pelo menos 1 hora, é inferior a 0,1 %.
Figura 3.73 – Provetes de ensaio (resistência à abrasão)
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
83
3.6.4.5. Procedimentos de ensaio
Os procedimentos de ensaio são os seguintes:
retirar o provete da estufa quando o mesmo atingir massa constante;
remover eventuais sujidades do provete;
medir a altura inicial do provete em 9 pontos, marcados previamente na face de topo (oposta à de teste),
conforme especificado na Figura 3.74;
limpar as superfícies da máquina de abrasão;
distribuir uniformemente 20 g de pó abrasivo pelo trilho de abrasão;
posicionar o provete no mecanismo de fixação e aplicar no centro da sua face de topo um carregamento
vertical; este procedimento sujeita o provete a uma pressão de contacto de (30±0,3) kPa e garante o
atrito suficiente entre o mesmo e o conjunto abrasivo (disco e pó);
iniciar a rotação do disco de Böhme a uma velocidade de (30±1) rpm e completar 22 voltas; este processo
designa-se por ciclo de teste; o ensaio de resistência à abrasão inclui 16 ciclos de teste;
entre cada ciclo de teste, limpar o provete e o disco de Böhme, rodar o provete 90 º em torno do seu eixo
vertical (sempre no mesmo sentido) e distribuir novamente 20 g de pó abrasivo no trilho de abrasão;
assim, após os 16 ciclos, o provete conclui 4 voltas e consome 320 g de pó abrasivo; e
findados os 16 ciclos, limpar o provete e medir a altura dos mesmos 9 pontos.
71
10
71
10
25.5
25.5
10
25.5 25.5 10
Figura 3.74 – Distribuição dos pontos de medição do desgaste
Figura 3.75 – Provete durante o ensaio
CAMPANHA EXPERIMENTAL
84
3.6.4.6. Resultados
Os resultados do ensaio de desgaste por abrasão, determinados pela redução da altura / espessura do provete,
são dados pela diferença entre a média das n alturas iniciais ( ) a média das n alturas finais ( ):
Equação 3.24
Onde:
- perda média de espessura (mm);
- espessura inicial do provete, medida no ponto j (mm);
- espessura final do provete, medida no ponto j (mm); e
- número de pontos marcados no provete.
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
85
4. RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
4.1. Introdução Neste capítulo, são apresentados os resultados obtidos nos ensaios efectuados durante a campanha
experimental. Em simultâneo, é realizada uma análise comparativa dos mesmos, de forma a correlacionar o
desempenho mecânico do betão com a dimensão das partículas de borracha, a sua proveniência (trituração
mecânica ou processo criogénico) e a percentagem de substituição de agregados.
4.2. Ensaios de caracterização dos agregados
4.2.1. Análise granulométrica
Conforme mencionado no subcapítulo 3.4.1, os resultados que se expõem estão de acordo com a metodologia
descrita na norma NP EN 933-1 (2000). Neste sentido, quando aplicável, apresenta-se a curva granulométrica, o
módulo de finura e a percentagem de finos (f) para os diferentes materiais. No que se refere à organização, os
resultados estão dispostos pela sua natureza, separando-se os relativos aos agregados (areia fina, areia grossa,
bago de arroz, brita 1 e brita 2) dos respeitantes aos granulados criogénicos e triturados.
Convém notar que a importância que esta análise possui na prática corrente perde relevância na metodologia de
produção adoptada. Esta separou os agregados e granulados nas suas diferentes fracções granulométricas para
posterior ajustamento à curva granulométrica de referência.
No ANEXO B, é possível consultar as curvas granulométricas fornecidas pelos diferentes fabricantes. Saliente-se
que, apesar de a abertura nominal dos peneiros não ter correspondência directa, é possível comparar os dados ali
existentes com os resultados obtidos em laboratório.
Na leitura dos Quadros que se seguem (4.1, 4.3, 4.5, 4.7, 4.9, 4.11, 4.13, 4.15, 4.17, 4.19, 4.21, 4.23, 4.25, 4.27),
interprete-se M1 como a massa total da amostra recolhida, após secagem em estufa a (110±5) ºC até valor
constante, e M2 como a mesma massa após lavagem e igual secagem.
4.2.1.1. Areia fina
A análise granulométrica da areia fina, a sua percentagem de finos (f) e o seu módulo de finura (M.F.) são
apresentados no Quadro 4.1.
A Figura 4.1 mostra a curva granulométrica da areia fina. No eixo das abcissas, figura a dimensão das partículas
numa escala logarítmica e, no eixo das ordenadas, a percentagem de material passante em cada peneiro.
Figura 4.1 – Curva granulométrica da areia fina
0
20
40
60
80
100
0,01 0,1 1 10
Mat
eri
al p
assa
nte
(%
)
Dimensão do agregado (mm)
RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
86
Quadro 4.1 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica da areia fina
M1 (g) 1412,1
M2 (g) 1403,9
Quadro 4.2 – Análise granulométrica da areia fina
AREIA FINA
Peneiro Massa retida no peneiro Massa acumulada
Retida Passante
(mm) (g) (%) (%) (%)
5,60 0,00 0,00 0,00 100,00
4 0,80 0,06 0,06 99,94
2 0,60 0,04 0,10 99,90
1 4,50 0,32 0,42 99,58
0,5 210,60 14,91 15,33 84,67
0,25 865,70 61,31 76,64 23,36
0,125 313,10 22,17 98,81 1,19
0,063 8,20 0,58 99,39 0,61
Refugo 0,40 0,03 - -
TOTAL 1403,90 99,42
f 0,61
M.F. 1,91
4.2.1.2. Areia grossa
A análise granulométrica da areia grossa, a sua percentagem de finos (f) e o seu módulo de finura (M.F.) são
apresentados no Quadro 4.4.
Quadro 4.3 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica da areia grossa
M1 (g) 1391,4
M2 (g) 1375,1
Quadro 4.4 – Análise granulométrica da areia grossa
AREIA GROSSA
Peneiro Massa retida no peneiro Massa acumulada
Retida Passante
(mm) (g) (%) (%) (%)
5,60 0,00 0,00 0,00 100,00
4 40,40 2,90 2,90 97,10
2 175,40 12,61 15,51 84,49
1 452,50 32,52 48,03 51,97
0,5 497,70 35,77 83,80 16,20
0,25 149,40 10,74 94,53 5,47
0,125 44,90 3,23 97,76 2,24
0,063 12,50 0,90 98,66 1,34
Refugo 2,30 0,17 - -
TOTAL 1375,10 98,83
f 1,34
M.F. 3,43
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
87
A Figura 4.2 mostra a curva granulométrica da areia grossa. No eixo das abcissas, figura a dimensão das partículas
numa escala logarítmica e, no eixo das ordenadas, a percentagem de material passante em cada peneiro.
Figura 4.2 – Curva granulométrica da areia grossa
4.2.1.3. Bago de arroz
A análise granulométrica do bago de arroz, a sua percentagem de finos (f) e o seu módulo de finura (M.F.) são
apresentados na Quadro 4.6.
Quadro 4.5 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica do bago de arroz
M1 (g) 1686,1
M2 (g) 1674,5
Quadro 4.6 – Análise granulométrica do bago de arroz
BAGO DE ARROZ
Peneiro Massa retida no peneiro Massa acumulada
Retida Passante
(mm) (g) (%) (%) (%)
16 0,00 0,00 0,00 100,00
11,2 2,70 0,16 0,16 99,84
8 22,70 1,35 1,51 98,49
5,60 269,30 15,97 17,48 82,52
4 708,60 42,03 59,51 40,49
2 540,00 32,03 91,53 8,47
1 109,50 6,49 98,03 1,97
0,5 16,70 0,99 99,02 0,98
0,25 3,00 0,18 99,20 0,80
0,125 0,00 0,00 99,20 0,80
0,063 0,00 0,00 99,20 0,80
Refugo 2,00 0,12 - -
TOTAL 1674,50 99,31
f 0,80
M.F. 5,48
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,01 0,1 1 10
Mat
eri
al p
assa
nte
(%
)
Dimensão do agregado (mm)
RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
88
A Figura 4.3 mostra a curva granulométrica do bago de arroz. No eixo das abcissas, figura a dimensão das
partículas numa escala logarítmica e, no eixo das ordenadas, a percentagem de material passante em cada
peneiro.
Figura 4.3 – Curva granulométrica do bago de arroz
4.2.1.4. Brita 1
A análise granulométrica da brita 1, a sua percentagem de finos (f) e o seu módulo de finura (M.F.) são
apresentados no Quadro 4.8.
Quadro 4.7 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica da brita 1
M1 (g) 2857,6
M2 (g) 2829,6
Quadro 4.8 – Análise granulométrica da brita 1
BRITA 1
Peneiro Massa retida no peneiro Massa acumulada
Retida Passante
(mm) (g) (%) (%) (%)
16 0,00 0,00 0,00 100,00
11,2 453,90 15,88 15,88 84,12
8 1248,80 43,70 59,58 40,42
5,60 929,80 32,54 92,12 7,88
4 130,10 4,55 96,68 3,32
2 36,00 1,26 97,93 2,07
1 9,60 0,34 98,27 1,73
0,5 6,20 0,22 98,49 1,51
0,25 5,20 0,18 98,67 1,33
0,125 3,60 0,13 98,80 1,20
0,063 3,90 0,14 98,93 1,07
Refugo 2,50 0,09 - -
TOTAL 2829,60 99,02
f 1,07
M.F. 6,48
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,01 0,1 1 10
Mat
eri
al p
assa
nte
(%
)
Dimensão do agregado (mm)
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
89
A Figura 4.4 mostra a curva granulométrica da brita 1. No eixo das abcissas, figura a dimensão das partículas
numa escala logarítmica e, no eixo das ordenadas, a percentagem de material passante em cada peneiro.
Figura 4.4 – Curva granulométrica da brita 1
4.2.1.4. Brita 2
A análise granulométrica da brita 2, a sua percentagem de finos (f) e o seu módulo de finura (M.F.) são
apresentados no Quadro 4.10.
Quadro 4.9 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica da brita 2
M1 (g) 8367,8
M2 (g) 8367,8
Quadro 4.10 – Análise granulométrica da brita 2
BRITA 2
Peneiro Massa retida no peneiro Massa acumulada
Retida Passante
(mm) (g) (%) (%) (%)
31,5 0,00 0,00 0,00 100,00
22,4 1007,90 12,04 12,04 87,96
16 3566,10 42,62 54,66 45,34
11,2 3382,30 40,42 95,08 4,92
8 334,00 3,99 99,07 0,93
5,60 53,60 0,64 99,71 0,29
4 7,10 0,08 99,80 0,20
2 2,10 0,03 99,82 0,18
1 0,80 0,01 99,83 0,17
0,5 1,40 0,02 99,85 0,15
0,25 0,00 0,00 99,85 0,15
0,125 0,00 0,00 99,85 0,15
0,063 0,00 0,00 99,85 0,15
Refugo 12,50 0,15 - -
TOTAL 8367,80 100,00
f 0,15
M.F. 7,53
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,01 0,1 1 10
Mat
eri
al p
assa
nte
(%
)
Dimensão do agregado (mm)
RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
90
A Figura 4.5 mostra a curva granulométrica da brita 2. No eixo das abcissas, figura a dimensão das partículas
numa escala logarítmica e, no eixo das ordenadas, a percentagem de material passante em cada peneiro.
Figura 4.5 – Curva granulométrica da brita 2
4.2.1.5. Granulado de borracha criogénico 0.18-0.60
A análise granulométrica do granulado de borracha criogénico 0.18-0.60, a sua percentagem de finos (f) e o seu
módulo de finura (M.F.) são apresentados no Quadro 4.12.
Quadro 4.11 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica do granulado de borracha criogénico 0.18-0.60
M1 (g) 1184,4
M2 (g) 1184,2
Quadro 4.12 – Análise granulométrica do granulado de borracha criogénico 0.18-0.60
BORRACHA CRIOGÉNICA 0.18-0.60
Peneiro Massa retida no peneiro Massa acumulada
Retida Passante
(mm) (g) (%) (%) (%)
2 0,00 0,00 0,00 100,00
1 0,40 0,03 0,03 99,97
0,5 760,70 64,23 64,26 35,74
0,25 361,40 30,51 94,77 5,23
0,125 53,70 4,53 99,31 0,69
0,063 7,30 0,62 99,92 0,08
Refugo 0,70 0,06 - -
TOTAL 1184,20 99,98
f 0,08
M.F. 2,58
A Figura 4.6 mostra a curva granulométrica do granulado de borracha criogénico 0.18-0.60. No eixo das abcissas,
figura a dimensão das partículas numa escala logarítmica e, no eixo das ordenadas, a percentagem de material
passante em cada peneiro.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,01 0,1 1 10
Mat
eri
al p
assa
nte
(%
)
Dimensão do agregado (mm)
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
91
Figura 4.6 – Curva granulométrica do granulado de borracha criogénico 0.18-0.60
4.2.1.6. Granulado de borracha criogénico 0.60-1.40
A análise granulométrica do granulado de borracha criogénico 0.60-1.40, a sua percentagem de finos (f) e o seu
módulo de finura (M.F.) são apresentados no Quadro 4.14.
Quadro 4.13 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica do granulado de borracha criogénico 0.60-1.40
M1 (g) 1079,8
M2 (g) 1079,6
Quadro 4.14 – Análise granulométrica do granulado de borracha criogénico 0.60-1.40
BORRACHA CRIOGÉNICA 0.60-1.40
Peneiro Massa retida no peneiro Massa acumulada
Retida Passante
(mm) (g) (%) (%) (%)
4 0,00 0,00 0,00 100,00
2 4,10 0,38 0,38 99,62
1 63,50 5,88 6,26 93,74
0,5 693,40 64,22 70,48 29,52
0,25 127,30 11,79 82,27 17,73
0,125 167,00 15,47 97,73 2,27
0,063 22,20 2,06 99,79 0,21
Refugo 2,10 0,19 - -
TOTAL 1079,60 99,98
f 0,21
M.F. 2,57
A Figura 4.7 mostra a curva granulométrica do granulado de borracha criogénico 0.60-1.40. No eixo das abcissas,
figura a dimensão das partículas numa escala logarítmica e, no eixo das ordenadas, a percentagem de material
passante em cada peneiro.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,01 0,1 1 10
Mat
eri
al p
assa
nte
(%
)
Dimensão do granulado (mm)
RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
92
Figura 4.7 – Curva granulométrica do granulado de borracha criogénico 0.60-1.40
4.2.1.6. Granulado de borracha criogénico 1.00-2.00
A análise granulométrica do granulado de borracha criogénico 1.00-2.00, a sua percentagem de finos (f) e o seu
módulo de finura (M.F.) são apresentados no Quadro 4.16.
Quadro 4.15 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica do granulado de borracha criogénico 1.00-2.00
M1 (g) 1247,8
M2 (g) 1246,4
Quadro 4.16 – Análise granulométrica do granulado de borracha criogénico 1.00-2.00
BORRACHA CRIOGÉNICA 1.00-2.00
Peneiro Massa retida no peneiro Massa acumulada
Retida Passante
(mm) (g) (%) (%) (%)
5,6 0,00 0,00 0,00 100,00
4 0,20 0,02 0,02 99,98
2 231,10 18,52 18,54 81,46
1 1011,60 81,07 99,61 0,39
0,5 1,90 0,15 99,76 0,24
0,25 0,60 0,05 99,81 0,19
0,125 0,00 0,00 99,81 0,19
0,063 0,00 0,00 99,81 0,19
Refugo 1,00 0,08 - -
TOTAL 1246,40 99,89
f 0,19
M.F. 4,18
A Figura 4.8 mostra a curva granulométrica do granulado de borracha criogénico 1.00-2.00. No eixo das abcissas,
figura a dimensão das partículas numa escala logarítmica e, no eixo das ordenadas, a percentagem de material
passante em cada peneiro.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,01 0,1 1 10
Mat
eri
al p
assa
nte
(%
)
Dimensão do granulado (mm)
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
93
Figura 4.8 – Curva granulométrica do granulado de borracha criogénico 1.00-2.00
4.2.1.6. Granulado de borracha criogénico 1.00-2.00
A análise granulométrica do granulado de borracha criogénico 1.50-4.70, a sua percentagem de finos (f) e o seu
módulo de finura (M.F.) são apresentados no Quadro 4.18.
Quadro 4.17 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica do granulado de borracha criogénico 1.00-2.00
M1 (g) 1087,4
M2 (g) 1086,5
Quadro 4.18 – Análise granulométrica do granulado de borracha criogénico 1.00-2.00
BORRACHA CRIOGÉNICA 1.50-4.70
Peneiro Massa retida no peneiro Massa acumulada
Retida Passante
(mm) (g) (%) (%) (%)
11,2 0,00 0,00 0,00 100,00
8 1,60 0,15 0,15 99,85
5,6 97,60 8,98 9,12 90,88
4 335,60 30,86 39,99 60,01
2 595,60 54,77 94,76 5,24
1 53,90 4,96 99,71 0,29
0,5 0,20 0,02 99,73 0,27
0,25 0,50 0,05 99,78 0,22
0,125 0,00 0,00 99,78 0,22
0,063 0,00 0,00 99,78 0,22
Refugo 1,50 0,14 - -
TOTAL 1086,50 99,77
f 0,22
M.F. 5,34
A Figura 4.9 mostra a curva granulométrica do granulado de borracha criogénico 1.50-4.70. No eixo das abcissas,
figura a dimensão das partículas numa escala logarítmica e, no eixo das ordenadas, a percentagem de material
passante em cada peneiro.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,01 0,1 1 10
Mat
eri
al p
assa
nte
(%
)
Dimensão do granulado (mm)
RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
94
Figura 4.9 – Curva granulométrica do granulado de borracha criogénico 2.00-4.70
4.2.1.7. Granulado de borracha triturado 0.00-0.80
A análise granulométrica do granulado de borracha triturado 0.00-0.80, a sua percentagem de finos (f) e o seu
módulo de finura (M.F.) são apresentados no Quadro 4.20.
Quadro 4.19 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica do granulado de borracha triturado 0.00-0.80
M1 (g) 992,5
M2 (g) 991,7
Quadro 4.20 – Análise granulométrica do granulado de borracha triturado 0.00-0.80
BORRACHA TRITURADA 0.00-0.80
Peneiro Massa retida no peneiro Massa acumulada
Retida Passante
(mm) (g) (%) (%) (%)
2 0,00 0,00 0,00 100,00
1 4,00 0,40 0,40 99,60
0,5 727,30 73,28 73,68 26,32
0,25 224,10 22,58 96,26 3,74
0,125 32,80 3,30 99,57 0,43
0,063 3,40 0,34 99,91 0,09
Refugo 0,10 0,01 - -
TOTAL 991,70 99,92
f 0,09
M.F. 2,70
A Figura 4.10 mostra a curva granulométrica do granulado de borracha triturado 0.00-0.80. No eixo das abcissas,
figura a dimensão das partículas numa escala logarítmica e, no eixo das ordenadas, a percentagem de material
passante em cada peneiro.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,01 0,1 1 10
Mat
eri
al p
assa
nte
(%
)
Dimensão do granulado (mm)
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
95
Figura 4.10 – Curva granulométrica do granulado de borracha triturado 0.00-0.80
4.2.1.7. Granulado de borracha triturado 0.80-2.50
A análise granulométrica do granulado de borracha triturado 0.80-2.50, a sua percentagem de finos (f) e o seu
módulo de finura (M.F.) são apresentados no Quadro 4.22.
Quadro 4.21 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica do granulado de borracha triturado 0.80-2.50
M1 (g) 844,5
M2 (g) 844,3
Quadro 4.22 – Análise granulométrica do granulado de borracha triturado 0.80-2.50
BORRACHA TRITURADA 0.80-2.50
Peneiro Massa retida no peneiro Massa acumulada
Retida Passante
(mm) (g) (%) (%) (%)
5,6 0,00 0,00 0,00 100,00
4 0,20 0,02 0,02 99,98
2 246,60 29,20 29,22 70,78
1 458,60 54,30 83,53 16,47
0,5 137,30 16,26 99,79 0,21
0,25 1,10 0,13 99,92 0,08
0,125 0,30 0,04 99,95 0,05
0,063 0,10 0,01 99,96 0,04
Refugo 0,10 0,01 - -
TOTAL 844,30 99,98
f 0,04
M.F. 4,12
A Figura 4.11 mostra a curva granulométrica do granulado de borracha triturado 0.80-2.50. No eixo das abcissas,
figura a dimensão das partículas numa escala logarítmica e, no eixo das ordenadas, a percentagem de material
passante em cada peneiro.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,01 0,1 1 10
Mat
eri
al p
assa
nte
(%
)
Dimensão do granulado (mm)
RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
96
Figura 4.11 – Curva granulométrica do granulado de borracha triturado 0.80-2.50
4.2.1.8. Granulado de borracha triturado 2.50-4.00
A análise granulométrica do granulado de borracha triturado 2.50-4.00, a sua percentagem de finos (f) e o seu
módulo de finura (M.F.) são apresentados no Quadro 4.24.
Quadro 4.23 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica do granulado de borracha triturado 2.50-4.00
M1 (g) 1020,9
M2 (g) 1020,2
Quadro 4.24 – Análise granulométrica do granulado de borracha triturado 2.50-4.00
BORRACHA TRITURADA 2.50-4.00
Peneiro Massa retida no peneiro Massa acumulada
Retida Passante
(mm) (g) (%) (%) (%)
5,6 0,00 0,00 0,00 100,00
4 30,20 2,96 2,96 97,04
2 962,40 94,27 97,23 2,77
1 26,80 2,63 99,85 0,15
0,5 0,40 0,04 99,89 0,11
0,25 0,20 0,02 99,91 0,09
0,125 0,10 0,01 99,92 0,08
0,063 0,10 0,01 99,93 0,07
Refugo 0,00 0,00 - -
TOTAL 1020,20 99,93
f 0,07
M.F. 5,00
A Figura 4.12 mostra a curva granulométrica do granulado de borracha triturado 2.50-4.00. No eixo das abcissas,
figura a dimensão das partículas numa escala logarítmica e, no eixo das ordenadas, a percentagem de material
passante em cada peneiro.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,01 0,1 1 10
Mat
eri
al p
assa
nte
(%
)
Dimensão do granulado (mm)
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
97
Figura 4.12 – Curva granulométrica do granulado de borracha triturado 2.50-4.00
4.2.1.9. Granulado de borracha triturado 4.00-7.00
A análise granulométrica do granulado de borracha triturado 4.00-7.00, a sua percentagem de finos (f) e o seu
módulo de finura (M.F.) são apresentados no Quadro 4.26.
Quadro 4.25 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica do granulado de borracha triturado 4.00-7.00
M1 (g) 1709,4
M2 (g) 1708,7
Quadro 4.26 – Análise granulométrica do granulado de borracha triturado 4.00-7.00
BORRACHA TRITURADA 4.00-7.00
Peneiro Massa retida no peneiro Massa acumulada
Retida Passante
(mm) (g) (%) (%) (%)
11,2 0,00 0,00 0,00 100,00
8 1,20 0,07 0,07 99,93
5,6 628,80 36,78 36,86 63,14
4 1006,70 58,89 95,75 4,25
2 71,40 4,18 99,92 0,08
1 0,00 0,00 99,92 0,08
0,5 0,20 0,01 99,94 0,06
0,25 0,30 0,02 99,95 0,05
0,125 0,00 0,00 99,95 0,05
0,063 0,00 0,00 99,95 0,05
Refugo 0,10 0,01 - -
TOTAL 1708,70 99,89
f 0,05
M.F. 5,96
A Figura 4.13 mostra a curva granulométrica do granulado de borracha triturado 4.00-7.00. No eixo das abcissas,
figura a dimensão das partículas numa escala logarítmica e, no eixo das ordenadas, a percentagem de material
passante em cada peneiro.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,01 0,1 1 10
Mat
eri
al p
assa
nte
(%
)
Dimensão do granulado (mm)
RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
98
Figura 4.13 – Curva granulométrica do granulado de borracha triturado 4.00-7.00
4.2.1.10. Granulado de borracha triturado 7.00-9.50
A análise granulométrica do granulado de borracha triturado 7.00-9.50, a sua percentagem de finos (f) e o seu
módulo de finura (M.F.) são apresentados no Quadro 4.28.
Quadro 4.27 – Massas M1 e M2 relativas à análise granulométrica do granulado de borracha triturado 7.00-9.50
M1 (g) 2501,0
M2 (g) 2500,8
Quadro 4.28 – Análise granulométrica do granulado de borracha triturado 7.00-9.50
BORRACHA TRITURADA 7.00-9.50
Peneiro Massa retida no peneiro Massa acumulada
Retida Passante
(mm) (g) (%) (%) (%)
16 0,00 0,00 0,00 100,00
11,2 0,70 0,03 0,03 99,97
8 598,90 23,95 23,97 76,03
5,6 1868,50 74,71 98,68 1,32
4 27,60 1,10 99,79 0,21
2 4,20 0,17 99,96 0,04
1 0,00 0,00 99,96 0,04
0,5 0,00 0,00 99,96 0,04
0,25 0,00 0,00 99,96 0,04
0,125 0,00 0,00 99,96 0,04
0,063 0,00 0,00 99,96 0,04
Refugo 0,90 0,04 - -
TOTAL 2500,80 76,02
f 0,04
M.F. 6,24
A Figura 4.14 mostra a curva granulométrica do granulado de borracha triturado 7.00-9.50. No eixo das abcissas,
figura a dimensão das partículas numa escala logarítmica e, no eixo das ordenadas, a percentagem de material
passante em cada peneiro.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,01 0,1 1 10
Mat
eri
al p
assa
nte
(%
)
Dimensão do granulado (mm)
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
99
Figura 4.14– Curva granulométrica do granulado de borracha triturado 7.00-9.50
Por fim, nas Figuras 4.15, 4.16 e 4.17, resumem-se os resultados do ensaio da análise granulométrica. A Figura
4.15 é relativa aos agregados minerais e as Figuras 4.16 e 4.17 aos granulados de borracha criogénicos e
triturados, respectivamente.
Figura 4.15 – Curvas granulométricas dos agregados minerais
Figura 4.16 – Curvas granulométricas dos granulados de borracha criogénicos
0102030405060708090
100
0,01 0,1 1 10
Mat
eri
al p
assa
nte
(%
)
Dimensão do granulado (mm)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,01 0,1 1 10
Mat
eri
al p
assa
nte
(%
)
Dimensão do agregado (mm)
Brita 1
Brita 2
Bago de arroz
Areia grossa
Areia fina
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,01 0,1 1 10
Mat
eri
al p
assa
nte
(%
)
Dimensão do agregado (mm)
1.50-4.70
1.00-2.00
0.60-1.40
0.18-0.60
RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
100
Figura 4.17 – Curvas granulométricas dos granulados de borracha triturados
4.2.2. Massa volúmica e absorção de água
Conforme mencionado no subcapítulo 3.4.2, a determinação da massa volúmica e absorção de água segue a
metodologia descrita na norma NP EN 1097-6 (2003). Recorde-se que a mesma preconiza um procedimento
distinto para os agregados finos (entre 0,063 e 4 mm) e grossos (entre 4 e 63 mm).
Os dados justificativos dos resultados que se apresentam no Quadro 4.29 (M0, M1, M2, M3 e M4) estão indicados
no ANEXO E. Entenda-se como a massa volúmica do material impermeável, como a massa volúmica das
partículas secas em estufa, como a massa volúmica das partículas saturadas com superfície seca e
como a absorção de água após 24 h de imersão.
Quadro 4.29 – Massa volúmica e absorção de água dos agregados e granulados
Areia Bago de arroz Brita Granulado de borracha
Fina Grossa Menor fracção Maior fracção 1 2 Criogénico Triturado
(kg/m3) 2634 2447 2278 2647 2525 2668 1092 1028
(kg/m3) 2613 2400 2216 2560 2443 2601 1074 1010
(kg/m3) 2621 2419 2244 2593 2475 2626 1091 1028
(%) 0,29 0,80 1,23 1,28 1,32 0,97 1,60 1,78
A leitura do Quadro 4.29 permite depreender que, ao contrário dos agregados minerais, que foram ensaiados na
sua totalidade, apenas um granulado criogénico e um triturado foram analisados. Esta simplificação justifica-se na
origem idêntica dos restantes granulados que, à parte de diferenças mínimas provocadas por teores de têxtil ou
fibras de aço variáveis, deve conduzir a valores de massa volúmica semelhantes. A opção de ensaiar dois
granulados com processos de transformação distintos pretende concluir acerca da sua eventual influência nas
grandezas a quantificar.
Os resultados do Quadro 4.29 evidenciam, no caso dos agregados minerais, uma forte proximidade com os dados
fornecidos pelos fabricantes e, no caso dos granulados criogénicos, valores contidos nos intervalos anunciados.
No que respeita aos granulados de borracha provenientes de trituração mecânica, não está disponibilizada
qualquer informação formal nesta matéria. Contudo, sabendo que os granulados criogénicos têm uma
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,01 0,1 1 10
Mat
eri
al p
assa
nte
(%
)
Dimensão do agregado (mm)
7.00-9.50
4.00-7.00
2.50-4.00
0.80-2.50
0.00-0.80
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
101
proveniência idêntica àqueles, é expectável, como aliás se confirma no mesmo quadro, que os resultados sejam
bastante próximos.
Consultando o Quadro 4.30, é possível verificar que os resultados obtidos não representam um majorante nem
minorante do conjunto de dados disponíveis. Novamente, diga-se que a variabilidade presenciada pode ter causa
na utilização ou não do aço remanescente. No entanto, nem todos os investigadores fazem referência à sua
presença ou remoção.
Quadro 4.30 – Densidade das partículas de borracha dos diferentes estudos
Densidade relativa Densidade relativa
ELDIN (1993) * 0,80-0,96 CAIRNS (2004) 1,14
FEDROFF (1996) 1,14 LI (2004) 0,84
TOPÇU (1996) 0,65 GIACOBBE (2008) 1,14
TOUTANJI (1996) 0,61 KHALOO (2008) 1,16
LI (1998) 0,60 TURATSINZE (2008) 1,20
KHATIB (1999) * 1,14 VALADARES (2009) – granulado criogénico 1,09
BIEL (2004) 1,16 VALADARES (2009) – granulado triturado 1,03 * adaptado de CAIRNS (2004)
Relativamente à absorção de água após 24 h de imersão, os resultados obtidos para os granulados de borracha
não estão de acordo com as suas propriedades hidrófobas, que deveriam conduzir a valores nulos. A razão para
esta inconformidade está na metodologia descrita pela norma NP EN 1097-6 (2003) que prescreve um
procedimento subjectivo e de difícil aplicação no caso dos granulados de borracha: a amostra deverá ser deixada
ao ar até que desapareçam as partículas de água; contudo, o material não deverá deixar de apresentar o seu
aspecto húmido.
Para os agregados minerais, os valores baixos da absorção de água após 24 h de imersão (inferiores a 1,4%)
sustentam a simplificação adoptada de admitir a relação A/C igual à relação A/C efectiva. De facto, se as
partículas apresentarem a superfície seca, o seu nível de saturação terá uma influência tão reduzida que deixa de
ser necessário proceder a correcções de água na amassadura.
4.2.3. Massa volúmica aparente
Como é possível confirmar no subcapítulo 3.4.3, a determinação da massa volúmica aparente foi feita de acordo
com as prescrições da norma NP EN 1097-3 (2000).
Nos Quadros 4.31, 4.32 e 4.33 mostram-se, respectivamente, os resultados da massa volúmica aparente para os
agregados minerais e granulados de borracha criogénicos e triturados. Os dados detalhados que possibilitaram
este cálculo são apresentados no ANEXO F.
Observando os valores obtidos, pode afirmar-se que os agregados minerais apresentam massas volúmicas
aparentes bastante semelhantes. Porém, sublinhe-se que a areia grossa exibe um valor ligeiramente diferenciado
(único resultado superior a 1500 kg/m3). Este registo encontra explicação na maior continuidade da curva
granulométrica deste agregado (ver subcapítulo 4.2.1), que favorece um melhor rearranjo das partículas e,
consequentemente, uma maior baridade.
RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
102
Quadro 4.31 – Massas volúmicas aparentes dos agregados minerais
Areia fina Areia grossa Bago de arroz Brita 1 Brita 2
(kg/m3) 1409,6 1543,3 1471,8 1437,0 1421,5
Quadro 4.32 – Massas volúmicas aparentes dos granulados de borracha criogénicos
Granulado criogénico
0.18-0.60 0.60-1.40 1.00-2.00 1.50-4.70
(kg/m3) 435,9 469,2 472,4 450,0
Quadro 4.33 – Massas volúmicas aparentes dos granulados de borracha triturados
Granulado triturado
0.00-0.80 0.80-2.50 2.50-4.00 4.00-7.00 7.00-9.50
(kg/m3) 358,6 400,0 454,9 495,6 497,0
Analisando os valores referentes aos granulados, verifica-se uma tendência crescente da baridade com o
aumento da sua dimensão. De facto, no caso dos triturados, a massa volúmica aparente cresce continuamente
desde 358,6 kg/m3, para a menor dimensão, até 497,0 kg/m3, para a maior dimensão. No mesmo sentido, mas de
forma menos acentuada, está o comportamento dos granulados criogénicos que, ao contrário daqueles, registam
um decréscimo pontual da baridade no mais grosso (1.50-4.70). Saliente-se que a menor variação destes é
explicável directamente pelo intervalo mais restrito da dimensão das suas partículas. Doutra forma, uma
comparação mais fundamentada tem em consideração a dimensão de ambos os materiais, o que torna
semelhantes os resultados relativos aos criogénicos com os triturados. Senão, veja-se que o granulado triturado
2.50-4.00 possui um valor de baridade (454,9 kg/m3) praticamente coincidente com o granulado criogénico de
maior dimensão 1.50-4.70 (450,0 kg/m3).
A grande diferença entre a baridade dos agregados minerais e a dos granulados resulta, em grande parte, da
diferença de massas volúmicas.
4.2.4. Desgaste de Los Angeles
Em conformidade com o subcapítulo 3.4.4, o ensaio de desgaste de Los Angeles segue a metodologia proposta
pela especificação LNEC E-237 (1970). Diga-se que a referida norma é aplicável somente a partículas de agregados
de dimensões compreendidas entre 2.38 e 76,1 mm e, portanto, no presente estudo, apenas se determinou a
resistência ao desgaste dos agregados grossos naturais e de uma amostra do granulado de borracha que satisfaz
aquele intervalo.
Os resultados apresentam-se no Quadro 4.34 e os dados intermédios podem ser consultados no ANEXO G.
Quadro 4.34 – Resultados do ensaio de desgaste de Los Angeles
Materiais Bago de arroz Brita 1 Brita 2 Granulado de borracha
LA (%) 22,8% 28,6% 30,7% 0,0%
Os resultados revelam que, contrariamente aos agregados naturais que registam uma perda por desgaste
próxima de 25%, o granulado de borracha não sofre qualquer redução de massa após a realização do ensaio. A
justificação poderá estar no procedimento prescrito pela norma que aparenta ser desadequado a materiais de
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
103
baixa rigidez. Esta propriedade física, através da deformação do granulado de borracha, favorece a dissipação da
energia de impacto das esferas e, consequentemente, reduz a sua acção de desgaste e conduz aos resultados
obtidos.
Refira-se que todos os resultados satisfazem o limite de desgaste máximo especificado pela norma LNEC E-373
(50%), para agregados com aplicação em betões estruturais.
4.2.5. Índice de forma
De forma concordante com o subcapítulo 3.4.5, a determinação do índice de forma segue a metodologia descrita
na norma NP EN 933-4 (2002). A mesma preconiza que o âmbito de aplicação está restrito às fracções
granulométricas compreendidas entre 4 e 63mm, o que limita a determinação desta grandeza para os agregados
grossos naturais e para dois granulados triturados (4.00-7.00 e 7.00-9.50).
No Quadro 4.35, é possível consultar os resultados do ensaio do índice de forma. Refira-se que os dados parciais
que possibilitaram o seu cálculo estão no ANEXO H.
Quadro 4.35 – Resultados do ensaio do índice de forma
Granulado triturado
Bago de arroz Brita 1 Brita 2 4.00-7.00 7.00-9.50
Si (%) 17,5 18,3 14,0 15,4 7,5
Os valores dos diferentes índices de forma mostram uma geometria semelhante para os vários agregados grossos
naturais. Contrariamente, as amostras de borracha recolhidas apontam para uma forte dependência da
dimensão, verificando-se que o número de partículas alongadas no granulado 7.00-9.50 é cerca de metade das
existentes no granulado 4.00-7.00.
Uma vez que a regulamentação portuguesa não faz qualquer recomendação relativa ao índice de forma, a
relevância desta propriedade cinge-se a questões comparativas. No entanto, o regulamento Húngaro estabelece
limites no índice de forma em função da classe de resistência pretendida. Assim, para classes de betões entre
C8/10 e C16/20, o índice de forma está limitado a 40 e, para betões C20/25 ou de classe superior, a mesma
grandeza está limitada a 20.
Dados os valores dos índices de forma dos agregados e granulados, é expectável que a diferença registada tenha
uma influência desprezável nas propriedades mecânicas do betão.
4.3. Ensaios ao betão fresco
4.3.1. Abaixamento (cone de Abrams)
Confirmando o subcapítulo 3.5.1, o ensaio de abaixamento (cone de Abrams) segue a metodologia descrita na
norma NP EN 12350-2 (2002). Para o mesmo, uma vez que a produção dos betões decorreu integralmente em
laboratório, objectivou-se resultados contidos num intervalo mais apertado (80±10 mm) do que prescrito pela
classe de consistência pretendida (S2 – 50 a 90 mm).
A informação contida na bibliografia relativa a esta matéria, apresentada na sua globalidade no subcapítulo 2.4.2,
permitiu desde logo compreender que a trabalhabilidade possui uma forte dependência da percentagem de
agregados substituídos, da dimensão das partículas de borracha incorporadas e da sua geometria. Para controlar
esta variável e respeitar a consistência estabelecida, optou-se apenas por afectar a relação A/C. No entanto, dada
a dificuldade de prever resultados apenas com base em estudos de outros investigadores, foi necessário proceder
RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
104
a uma fase experimental com o objectivo principal de determinar aquela relação (2.ª fase experimental). No
Quadro 4.36, é possível ler os valores de abaixamento (cone de Abrams) de todas as amassaduras da 2.ª e 3.ª
fases.
Quadro 4.36 – Resultados do ensaio de abaixamento (cone de Abrams) para as misturas da 2.ª e 3.ª fases experimentais
Percentagem de substituição
0 5 10 15
2.ª fase 3.ª fase 2.ª fase 3.ª fase 2.ª fase 3.ª fase 2.ª fase 3.ª fase
A/C h (mm) A/C h (mm) A/C h (mm) A/C h (mm) A/C h (mm) A/C h (mm) A/C h (mm) A/C h (mm)
BF
0,45 93 0,43 74
0,44 88 0,43 66 - - 0,45 82 0,48 87 0,47 66
BF* - - 0,43 71 - - 0,45 88 - - 0,47 90
BFG - - 0,43 70 0,45 80 0,45 89 - - 0,47 84
BG 0,44 87 0,44 74 - - 0,46 92 0,49 88 0,48 85
Na Figura 4.18, trata-se apenas os dados relativos à 3.ª fase experimental. Na interpretação do mesmo, veja-se
que cada curva é composta por 3 pontos. O primeiro, de relação A/C menor, corresponde, sem excepção, à
substituição de 5% de agregados enquanto que o segundo e terceiro correspondem, respectivamente, a
substituições de 10 e 15%.
Figura 4.18 – Resultados do ensaio de abaixamento (3.ª fase experimental)
A Figura 4.18 mostra que os valores de abaixamento (cone de Abrams) não estão rigorosamente contidos no
intervalo pretendido. Porém, caso se proceda ao arredondamento dos resultados ao centímetro, verifica-se que o
nível de consistência pretendido para todos os espécimes é atingido.
Uma vez que é consensual defender que trabalhabilidade é fortemente afectada pelo aumento da percentagem
de substituição de agregados, pode-se afirmar que os resultados obtidos estão de acordo com os restantes
estudos. De facto, de forma indirecta, a Figura 4.18 suporta que existe uma perda de trabalhabilidade de betões
com granulado de borracha. Senão, observe-se que, para se atingir os mesmos níveis de abaixamento para
composições com percentagens de substituição superiores, são necessários maiores valores para a relação A/C.
50
60
70
80
90
100
110
0,42 0,43 0,44 0,45 0,46 0,47 0,48 0,49
Ab
aixa
me
nto
(mm
)
Relação A/C
BR BF BF* BFG BG Limites adequados Limites aceitáveis
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
105
Outras questões, relacionadas com a dimensão e geometria das partículas, não são esclarecidas pelos resultados
obtidos. Esta impossibilidade é atribuível ao intervalo de análise demasiadamente estreito, à aleatoriedade do
processo de mistura e/ou à humidade ambiente relativa. A estas causas, acrescenta-se ainda que a relação A/C foi
previamente ajustada em função da dimensão do granulado substituído, o que agrava a dificuldade do
esclarecimento pretendido.
Opta-se por não apresentar qualquer paralelismo com outros estudos porque, na sua maioria, não houve
preocupação em manter a mesma consistência para os betões produzidos.
4.3.2. Massa volúmica no estado fresco
A determinação da massa volúmica do betão no estado fresco segue a metodologia descrita no subcapítulo 3.5.2
e na norma NP EN 12350-6 (2002).
No Quadro 4.37, exibem-se os resultados deste ensaio para as misturas da 2.ª e 3.ª fases.
Quadro 4.37 – Resultados do ensaio de determinação da massa volúmica do betão no estado fresco para a 2.ª e 3.ª fases experimentais (kg/m
3)
Percentagem de substituição
0 5 10 15
2.ª fase 3.ª fase 2.ª fase 3.ª fase 2.ª fase 3.ª fase 2.ª fase 3.ª fase
BF
2417 2392
2369 2328 - 2271 2202 2199
BF* - 2327 - 2293 - 2207
BFG - 2341 2303 2284 - 2210
BG 2359 2351 - 2295 2241 2351
Para os resultados da 3.ª fase experimental, a percentagem da massa volúmica do betão no estado fresco,
relativamente ao betão de referência e em função da taxa de substituição de agregados, é apresentada na Figura
4.19. Caso se pretenda determinar qualquer resultado em valor absoluto, tenha-se em conta que esta grandeza,
para o BR, toma o valor de 2392 kg/m3.
Figura 4.19– Resultados do ensaio de determinação da massa volúmica do betão no estado fresco (3.ª fase experimental)
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
0 5 10 15
Pe
rce
nta
gem
da
mas
sa v
olú
mic
a n
o e
stad
o f
resc
o
Percentagem de substituição de agregados
BF
BF*
BFG
BG
RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
106
A observação da Figura 4.19 permite confirmar que existe redução da massa volúmica do betão no estado fresco
com o aumento do volume de granulado incorporado. Esta tendência é evidente quando se tem por base que
existe uma diferença clara de densidades entre os agregados minerais e a borracha. A mesma observação
possibilita ainda corroborar o comportamento linear proposto por PIERCE (2004):
Equação 4.1
Onde:
- massa volúmica do betão com granulado de borracha;
- massa volúmica do betão de referência;
– percentagem de substituição de agregados ou percentagem de substituição de finos ou grossos; e
- coeficiente que depende do tipo de granulado.
No Quadro 4.38, explica-se a tendência linear da massa volúmica em função da percentagem de substituição
(Equação 4.1). Deste modo, são expressos os valores de Kl para todos os padrões de substituição e os respectivos
coeficientes de correlação. Refira-se que a Equação 4.1 encontra aplicação caso a variável explicativa seja a
percentagem de substituição de agregados (Figura 4.19) ou a percentagem de substituição de grossos ou finos
(Figuras 4.20 e 4.21 respectivamente).
Quadro 4.38 – Parâmetros e dados estatísticos da Equação 4.1 para os resultados da massa volúmica
Caso X denote a percentagem de substituição de agregados (Figura 4.19)
Caso X denote a percentagem de substituição de
finos ou grossos (Figuras 4.20 e 4.21)
BF BF* BFG BG BF BF* BG
Kl 0,5285 0,4885 0,4855 0,4503 0,2204 0,2036 0,2615
R2 0,9980 0,9744 0,9903 0,9756 0,9970 0,9724 0,9782
A análise do Quadro 4.38 permite afirmar que existe uma forte correlação entre os resultados obtidos e a função
proposta (valores de R2 elevados). Para além disso, fixando a taxa de incorporação de borracha, verifica-se que a
perda de massa volúmica do betão no estado fresco é mais acentuada para substituições materializadas nos finos.
Quando estas são feitas nos grossos, as reduções são inferiores e, para substituições simultâneas nos finos e
grossos, os resultados são intermédios.
Nas Figuras 4.20 e 4.21, procede-se à comparação dos resultados deste ensaio com os obtidos por outros
investigadores. O primeiro é relativo à substituição exclusiva nos grossos e o segundo diz respeito somente aos
finos.
O tratamento gráfico indica que os resultados deste estudo encontram grande paralelismo nos retirados da
bibliografia. De facto, basta fazer referência à sobreposição acentuada e mencionar que os valores aqui obtidos
não representam nem um minorante nem um majorante dos resultados disponíveis na bibliografia. Veja-se que,
na Figura 4.20, existe uma forte justaposição com os resultados de CARNS (2004), KHATIB (1999), TOPÇU (1996) e
ELDIN B (1993) e, na Figura 4.21, existe sobreposição com os resuldados de KHATIB (1999). Conclusão idêntica é
defensável através dos intervalos propostos por PIERCE (2004) para o coeficiente K (0,15-0,23 para os finos e
0,23-0,28 para os grossos) por incluírem os valores do Quadro 4.38.
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
107
Figura 4.20 – Comparação de resultados do ensaio de determinação da massa volúmica para a substituição nos grossos
Figura 4.21 – Comparação de resultados do ensaio de determinação da massa volúmica para a substituição nos finos
Nesta fase, resta explicar a interferência da dimensão do granulado de borracha na massa volúmica do betão no
estado fresco. Assim, e uma vez que as densidades dos agregados não diferem o suficiente para sustentar o que
se pretende, baseia-se a fundamentação na variabilidade do teor de ar introduzido. Concretizando, o
comportamento hidrofóbico da borracha que tende a repelir a água e atrair o ar, torna o teor de ar introduzido
dependente da superfície específica do granulado utilizado. Deste modo, é expectável que, para a mesma
quantidade de borracha incorporada no betão, a substituição nos finos conduza a maiores teores de ar
introduzidos. Como consequência, resultam as conclusões já enunciadas de menores massas volúmicas para a
substituição dos finos, maiores nos grossos e intermédias quando as substituições são simultâneas nos finos e
grossos.
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o b
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e
refe
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cia
Percentagem de grossos substituídos (volume)
KHALOO (2008)
TURATSINZE (2008)
CAIRNS (2004)
KHATIB (1999)*
TOPÇU (1996)
ELDIN A (1993)*
ELDIN B (1993)*
VALADARES (2009) - BG
* Adaptado de PIERCE (2004)
75
80
85
90
95
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Pe
rce
nta
gem
da
mas
sa v
olú
mic
a d
o b
etã
o d
e
refe
rên
cia
Percentagem de finos substituídos (volume)
BATAYNEH (2008)
KHALOO (2008)
BIEL (2004) - PORTLAND
KHATIB (1999)
FEDROFF (1996)
ELDIN (1993)**
VALADARES (2009) - BF
VALADARES (2009) - BF*
** Adaptado de PIERCE (2004)
RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
108
4.4. Ensaios ao betão endurecido
4.4.1. Resistência à compressão
De acordo com o subcapítulo 3.6.1, para determinar a capacidade resistente dos diferentes espécimes sob tensão
uniforme de compressão, seguiu-se a metodologia e princípios descritos na norma NP EN 12390-3 (2003).
Os resultados relativos à 2.ª fase experimental são mostrados no Quadro 4.39. Para maior pormenor, consulte-se
o ANEXO J.
Quadro 4.39 – Resistência à compressão aos 28 dias (2.ª fase experimental)
Percentagem de substituição
0 5 10 15
fcm,28 (MPa) Δ (%) fcm,28 (MPa) Δ (%) fcm,28 (MPa) Δ (%) fcm,28 (MPa) Δ (%)
BF
50,4 -
43,7 -13,4 - - 27,1 -46,2
BF* - - - - - -
BFG - - 37,7 -25,2 - -
BG 45,7 -9,4 - - 29,5 -41,5
Os resultados exclusivos à 3.ª fase experimental, organizados segundo a percentagem de substituição de 5, 10 e
15%, encontram-se detalhados, respectivamente, nos Quadros 4.40, 4.41 e 4.42. Nas mesmas, apresenta-se ainda
a resistência média à compressão para as diferentes idades (fcm,7, fcm,28 e fcm,56) bem como, as variações de
resistência relativamente ao BR. Para consultar os valores individuais de cada provete, deverá fazer-se uso do
ANEXO J.
Quadro 4.40 – Resistência à compressão aos 7, 28 e 56 dias (B05F, F05F*; B05FG, B05G) (3.ª fase experimental)
fcm,7 (MPa) Δ (%) s (MPa) Cv (%) fcm,28 (MPa) Δ (%) s (MPa) Cv (%) fcm,56 (MPa) Δ (%) s (MPa) Cv (%)
BR 48,0 - 1,334 2,8 55,5 - 1,402 2,5 57,6 - 1,748 3,0
B05F 37,2 -22,6 1,518 4,1 44,5 -19,9 1,434 3,2 45,9 -20,2 0,913 2,0
B05F* 37,9 -21,0 1,878 5,0 44,8 -19,2 1,433 3,2 47,5 -17,5 1,174 2,5
B05FG 39,0 -18,7 0,716 1,8 46,8 -15,6 1,475 3,2 48,7 -15,5 0,928 1,9
B05G 39,7 -17,3 0,751 2,8 47,3 -14,8 0,713 1,5 50,5 -12,3 1,523 3,0
Quadro 4.41 – Resistência à compressão aos 7, 28 e 56 dias (B10F, F10F*; B10FG, B10G) (3.ª fase experimental)
fcm,7 (MPa) Δ (%) s (MPa) Cv (%) fcm,28 (MPa) Δ (%) s (MPa) Cv (%) fcm,56 (MPa) Δ (%) s (MPa) Cv (%)
BR 48,0 - 1,334 2,8 55,5 - 1,402 2,5 57,6 - 1,748 3,0
B10F 29,9 -37,7 1,186 4,0 36,0 -35,2 0,577 1,6 38,2 -33,6 0,463 1,2
B10F* 32,0 -33,3 0,851 2,7 37,0 -33,2 1,035 2,8 39,9 -30,7 0,866 2,2
B10FG 31,6 -34,3 0,831 2,6 37,4 -32,7 1,643 4,4 38,6 -32,9 0,994 2,6
B10G 31,5 -34,4 0,361 1,1 37,8 -31,8 1,332 3,5 39,5 -31,5 1,634 4,1
Quadro 4.42 – Resistência à compressão aos 7, 28 e 56 dias (B15F, F15F*; B15FG, B15G) (3.ª fase experimental)
fcm,7 (MPa) Δ (%) s (MPa) Cv (%) fcm,28 (MPa) Δ (%) s (MPa) Cv (%) fcm,56 (MPa) Δ (%) s (MPa) Cv (%)
BR 48,0 - 1,334 2,8 55,5 - 1,402 2,5 57,6 - 1,748 3,0
B15F 22,6 -52,9 0,838 3,7 26,7 -51,9 0,421 1,6 27,9 -51,6 0,326 1,2
B15F* 22,0 -54,1 0,197 0,9 26,9 -51,5 0,876 3,3 28,5 -50,6 0,650 2,3
B15FG 24,4 -49,3 0,683 2,8 29,7 -46,4 0,944 3,2 30,4 -47,2 0,664 2,2
B15G 24,5 -48,9 0,141 0,6 28,5 -48,6 0,755 2,6 29,7 -48,3 0,914 3,1
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
109
Cingindo a análise ao BR, confirma-se que a classe de resistência prevista pela formulação (C30/37) é inferior à
obtida na realidade (C35/45). A razão para esta discrepância reside na falta de paralelismo entre os pressupostos
utilizados na relação de NEPOMUCENO (1999) e os presentes nesta campanha experimental. Neste sentido, dá-se
destaque à menor classe de resistência do cimento, utilizado por aquele investigador (CEM 32,5R), por
comparação com o deste trabalho (CEM 42,5R).
Para melhor entendimento da influência da percentagem de substituição de agregados na resistência à
compressão do betão, procede-se ao tratamento dos dados através das Figuras 4.22, 4.23 e 4.24 (7, 28 e 56 dias,
respectivamente).
Figura 4.22 – Influência da percentagem de substituição de agregados na perda relativa de resistência à compressão para o BR (7 dias)
Figura 4.23 – Influência da percentagem de substituição de agregados na perda relativa de resistência à compressão para o BR (28 dias)
40
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70
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pre
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Percentagem de substituição de agregados (volume)
BF
BF*
BFG
BG
40
50
60
70
80
90
100
0 5 10 15
Pe
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gem
da
resi
stê
nci
a à
com
pre
ssão
Percentagem de substituição de agregados (volume)
BF
BF*
BFG
BG
RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
110
Figura 4.24 – Influência da percentagem de substituição de agregados na perda relativa de resistência à compressão para o BR (56 dias)
Os resultados mostram que, independentemente do padrão de substituição ser referente aos finos, aos grossos
ou a ambos, a resistência à compressão é fortemente afectada pelo aumento do volume de borracha
incorporado. Este comportamento é explicado com base na comparação entre as propriedades físicas da
borracha e dos agregados minerais, mais especificamente na sua diferença significativa de rigidez. Em resultado
disto, as partículas de borracha assemelham-se a vazios que promovem a formação de tensões elevadas na sua
periferia e, por consequência, geram-se fissuras que, suficientemente propagadas, conduzem à rotura prematura
dos provetes.
Com o objectivo de prever a resistência à compressão em função da percentagem de substituição, apresenta-se,
de seguida, as relações que, expectavelmente, conduzem aos melhores coeficientes de correlação. Refira-se que,
neste ponto, nenhum investigador propõe o uso de uma função linear e que a função exponencial é sugerida por
PIERCE (2004).
Equação 4.2
Equação 4.3
Onde:
- resistência à compressão do betão com granulado de borracha;
- resistência à compressão do betão de referência;
– percentagem de substituição de agregados ou percentagem de substituição de finos ou grossos; e
, - coeficientes que dependem do tipo de granulado.
Os Quadros 4.43, 4.44 e 4.45 mostram os valores dos parâmetros de ajustamento (Kl e Ke) das Equações 4.2 e 4.3
que conduzem aos melhores coeficientes de correlação (R2).
40
50
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0 5 10 15
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com
pre
ssão
Percentagem de substituição de agregados (volume)
BF
BF*
BFG
BG
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
111
Quadro 4.43 – Parâmetros e dados estatísticos das Equações 4.2 e 4.3 para os resultados de resistência à compressão aos 7 dias
Caso X denote a percentagem de substituição de agregados
Caso X denote a percentagem de substituição de finos ou grossos
BF BF* BFG BG BF BF* BG
kl 3,6694 3,5722 3,3594 3,3275 1,5309 1,4897 1,9309
R2 0,9844 0,9894 0,9961 0,9980 0,9876 0,9898 0,9971
ke 0,0495 0,0484 0,0441 0,0436 0,0206 0,0202 0,0253
R2 0,9979 0,9716 0,9963 0,9948 0,9972 0,9682 0,9960
Quadro 4.44 – Parâmetros e dados estatísticos das Equações 4.2 e 4.3 para os resultados de resistência à compressão aos 28 dias
Caso X denote a percentagem de substituição de agregados
Caso X denote a percentagem de substituição de finos ou grossos
BF BF* BFG BG BF BF* BG
kl 3,5117 3,4327 3,1457 3,2025 1,4647 1,4316 1,8589
R2 0,9959 0,9963 0,9983 0,9987 0,9972 0,9968 0,9992
ke 0,0469 0,0460 0,0405 0,0417 0,0195 0,0190 0,0242
R2 0,9926 0,9839 0,9936 0,9800 0,9904 0,9809 0,9824
Quadro 4.45 – Parâmetros e dados estatísticos das Equações 4.2 e 4.3 para os resultados de resistência à compressão aos 56 dias
Caso X denote a percentagem de substituição de agregados
Caso X denote a percentagem de substituição de finos ou grossos
BF BF* BFG BG BF BF* BG
kl 3,4615 3,2941 3,1825 3,1461 1,4437 1,3734 1,8264
R2 0,9933 0,9946 0,9987 0,9902 0,9944 0,9937 0,9916
ke 0,0460 0,0434 0,0411 0,0410 0,0192 0,0181 0,0238
R2 0,9866 0,9701 0,9914 0,9662 0,9841 0,9660 0,9691
Face aos resultados obtidos, é imediato, com base nos valores sistematicamente elevados do coeficiente de
correlação, concluir que ambas as equações propostas explicam, em grande parte, a perda de resistência à
compressão com o aumento da percentagem de granulado de borracha. Todavia, caso se imponha preferência,
refira-se que, salvo excepções pontuais, a equação linear conduz a melhores resultados. Refira-se que esta
conclusão entra em contradição com a restante bibliografia, no sentido de nenhum investigador propor uma
função deste tipo para explicar o pretendido. Para desvalorizar esta situação, mencione-se que, ao contrário do
presente caso, os trabalhos que se relata admitem taxas de substituição elevadas, o que pode induzir resultados
dissemelhantes. Assim, defende-se que, para substituições reduzidas, da ordem de grandeza das praticadas neste
estudo, a tendência que melhor explica o pretendido é a linear. Para níveis de substituição superiores, é possível
que relação se altere e que a equação proposta não seja a mais adequada. Deste modo, não se aconselha o uso
dos coeficientes obtidos como forma de extrapolar o seu âmbito de aplicação (taxas de substituição até 15%).
Devido à ausência de uma conclusão unânime por parte dos investigadores, a avaliação da influência da dimensão
do granulado na resistência à compressão é, possivelmente, uma das questões centrais deste estudo. Analisando
criteriosamente os Quadros 4.43, 4.44 e 4.45 e restringindo a apreciação aos parâmetros da equação linear, é
possível afirmar que a substituição nos finos conduz a maiores valores de Kl, enquanto que a substituição nos
grossos conduz a valores de Kl bastante idênticos à feita simultaneamente nos finos e grossos, registando-se, para
este último padrão de substituição, um valor favorável (28 dias) e dois desfavoráveis (7 e 56 dias). Face a este
enquadramento, defende-se que a utilização de granulado de borracha de menores dimensões origina piores
RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
112
resultados do que a utilização de granulado de maiores dimensões. Por sua vez, a substituição simultânea de finos
e grossos resulta, aparentemente, em valores intermédios e bastante próximos da utilização exclusiva de grossos.
Previsivelmente, a incorporação de um material de enchimento com uma resistência diminuta afecta o
desempenho global do compósito na dependência da dimensão das suas partículas. Mais detalhadamente, esta
relação é consequência da contribuição decisiva desta propriedade geométrica para a distribuição das partículas
na matriz cimentícia. Como resultado, é expectável que, para o mesmo volume introduzido, maiores dimensões
conduzam a desempenhos sucessivamente mais desfavoráveis.
Face ao exposto, interessa compreender a divergência dos resultados perspectivados, relativamente aos obtidos,
e perceber o desacordo existente na bibliografia quanto à influência da dimensão do granulado na resistência à
compressão. Com este intuito, faz-se referência aos resultados da massa volúmica, já discutidos no ponto 4.3.2,
que são um bom indicador do teor de ar introduzido nos betões e, por conseguinte, são uma explicação plausível
para o sucedido. Relembre-se que o comportamento hidrofóbico da borracha justifica a massa volúmica inferior
dos provetes com substituição nos finos, com base em teores de ar superiores, associados a superfícies
específicas maiores. Deste modo, se por um lado o recurso a granulados grossos origina descontinuidades na
matriz cimentícia maiores e menos dispersas, por outro, a utilização de finos cria um compósito mais poroso e
com desempenhos também desfavoráveis. Assim, a explicação que satisfaz ambos os resultados refere que existe
um equilíbrio óptimo entre uma dimensão suficientemente grande para reduzir a influência condicionante de
teores de ar elevados e suficientemente pequena para distribuir mais uniformemente as descontinuidades pela
matriz. Neste ponto, apesar da fundamentação, refira-se que mais estudos são necessários para confirmar
experimentalmente o mencionado.
A comparação dos resultados referentes à utilização de finos produzidos com diferentes tecnologias (processo
criogénico e trituração mecânica) permite concluir que, à parte resultados pontuais, as misturas BF* conduzem a
melhores resultados do que as BF. Esta afirmação pode ser corroborada pelos valores invariavelmente inferiores
do parâmetro kl (Quadros 4.43, 4.44 e 4.45) que indicam um menor decréscimo na resistência para as misturas
BF*. A explicação reside novamente na diferença de superfície específica que, de acordo com os fabricantes, é
maior nos granulados provenientes do processo de trituração mecânica. Por consequência, registam-se maiores
teores de ar introduzidos, menores massas volúmica e desempenhos mecânicos mais reduzidos nas misturas BF.
Seguidamente, apresenta-se a evolução da resistência à compressão de todas as misturas. A Figura 4.25 é
referente ao BR e aos espécimes com 5% de substituição e as Figuras 4.26 e 4.27 são alusivas, respectivamente,
aos diferentes padrões de substituição de 10 e 15%.
A observação das Figuras 4.25, 4.26 e 4.27 permite sustentar que a evolução da resistência à compressão de
betões com granulado de borracha segue um comportamento idêntico aos betões convencionais: para idades
jovens, o acréscimo de resistência é substancialmente maior do que para idades posteriores.
No que toca à evolução da perda de resistência para o betão de referência, os Quadros 4.43, 4.44 e 4.45 mostram
que, para idades mais jovens, o parâmetro kl tende para valores mais elevados, o que é idêntico a dizer que,
naquelas idades, a perda de resistência para o BR é mais acentuada. Para compreender a influência da
percentagem de substituição no comportamento em análise, apresenta-se, no Quadro 4.46, a diferença das
médias dos diferentes padrões de substituição para perda de resistência aos 7 e 56 dias.
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
113
Figura 4.25 – Evolução da resistência à compressão das misturas B05 e do BR
Figura 4.26 – Evolução da resistência à compressão das misturas B10
Figura 4.27 – Evolução da resistência à compressão das misturas B15
35
37
39
41
43
45
47
49
51
53
55
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59
0 10 20 30 40 50 60
Re
sist
ên
cia
à co
mp
ress
ão (M
Pa)
Idade do betão (dias)
BR
B05F
B05F*
B05FG
B05G
25
27
29
31
33
35
37
39
41
43
45
0 10 20 30 40 50 60
Re
sist
ên
cia
à co
mp
ress
ão (M
Pa)
Idade do betão (dias)
B10F
B10F*
B10FG
B10G
15
17
19
21
23
25
27
29
31
33
35
0 10 20 30 40 50 60
Re
sist
ên
cia
à co
mp
ress
ão (M
Pa)
Idade do betão (dias)
B15F
B15F*
B15FG
B15G
RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
114
Quadro 4.46 – Influência da percentagem de substituição na evolução da perda de resistência para o BR
% de substituição 5 3,55
10 2,76
15 1,90
Verifica-se que, apesar de a tendência não se alterar até percentagens de substituição da ordem dos 15%, à
medida que esta aumenta, a diferença da perda de resistência para idades distintas atenua-se. FEDROFF (1996)
defende também que, para idades mais jovens, a perda de resistência é mais acentuada mas escreve, ao contrário
do aqui exposto, que este comportamento é tanto mais marcado quanto maior a percentagem de substituição.
Relativamente à influência do padrão de substituição na evolução da resistência à compressão, não se encontra
qualquer consequência em se optar por granulado de borracha fino, grosso ou por ambos. Isto decorre de uma
imprecisão de resultados ou, mais provavelmente, de uma relação inexistente. Como meio de atribuir
credibilidade aos resultados obtidos, procede-se à sua comparação com outros estudos. Para isso, compõe-se as
Figuras 4.28, 4.29 e 4.30, que relacionam, respectivamente, a percentagem de substituição de grossos, finos ou
ambos, com a perda da resistência à compressão para o BR.
Figura 4.28 – Comparação de resultados do ensaio de compressão para a substituição nos grossos (28 dias)
Examinando a Figura 4.28, verifica-se que, em termos de resultados, existe uma proximidade significativa entre os
espécimes BG deste trabalho e os de ELDIN (1993) por PIERCE (2004), e de TOPÇU (1996). No que se refere à
substituição nos finos, a Figura 4.29 demonstra uma sobreposição acentuada com os resultados de ELDIN (1993) e
KHATIB (1999) por PIERCE (2004), e de BATAYNEH (2008). Finalmente, a Figura 4.30 comprova a justaposição
perfeita da perda de resistência à compressão das misturas BFG com as de GUNEYISI (2004) - A/C=0,4. Face a este
paralelismo, defende-se que os resultados apresentados neste trabalho permitem prever correctamente a
resistência à compressão de betões com granulado de borracha incorporado.
10
20
30
40
50
60
70
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0 5 10 15 20 25 30
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com
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ssão
Percentagem de grossos substituídos (volume)
KHALOO (2008) (50 dias)
TURATSINZE (2008)
CAIRNS (2004) - A
KHATIB (1999)*
TOPÇU (1996)
TOUTANJI (1996)
ELDIN (1993)*
VALADARES (2009) - BG
* Adaptado de PIERCE (2004)
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
115
Figura 4.29 – Comparação de resultados do ensaio de compressão para a substituição nos finos (28 dias)
Figura 4.30 – Comparação de resultados do ensaio de compressão para a substituição nos finos e grossos (28 dias)
4.4.2. Resistência à tracção por compressão diametral
Para determinar a resistência à tracção por compressão diametral, seguiu-se a metodologia descrita no
subcapítulo 3.6.2 e na norma NP EN 12390-6 (2003).
Os resultados respeitantes a este ensaio, realizado apenas na 3.ª fase experimental, estão sumarizados no
Quadro 4.47. A informação relativa aos valores individuais de cada provete e os respectivos cálculos intermédios
encontram-se no ANEXO K. O mesmo quadro, para além da resistência à tracção por compressão diametral, para
todos os espécimes aos 28 dias, mostra ainda as variações relativas para o betão de referência.
0
20
40
60
80
100
120
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Pe
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gem
da
resi
stê
nci
a à
com
pre
ssão
Percentagem de finos substituídos (volume)
BATAYNEH (2008)
GIACOBBE (2008) - 1:5
KHALOO (2008) (50 dias)
BIEL (2004) - PCC
KHATIB (1999)**
LI (1998)
FEDROFF (1996)
TOPÇU (1996)
ELDIN (1993)**
VALADARES (2009) - BF
VALADARES (2009) - BF*
** Adaptado de PIERCE (2004)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
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pre
ssão
Percentagem de finos e grossos substituídos (volume)
KHALOO (2008) (50 dias)
GUNEYISI (2004) - A/C=0,4
GUNEYISI (2004) - A/C=0,6
KHATIB (1999)*
VALADARES (2009) - BFG
* Adaptado de GIACOBBE (2008)
RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
116
Quadro 4.47 – Resistência à tracção por compressão diametral
Percentagem de substituição
0 5 10 15
fctm,sp,28 Δ (%) s Cv fctm,sp,28 Δ s Cv fctm,sp,28 Δ s Cv fctm,sp,28 Δ (%) s Cv
MPa % MPa % MPa % MPa % MPa % MPa % Mpa % MPa %
BF
3,4 - 0,411 12,0
2,6 -23,5 0,574 21,9 2,1 -38,0 0,252 11,8 1,9 -45,2 0,151 8,0
BF* 2,6 -23,1 0,181 6,9 2,5 -27,0 0,081 3,2 1,8 -48,3 0,276 15,5
BFG 2,4 -31,1 0,267 11,3 2,5 -28,2 0,109 4,4 1,9 -46,0 0,145 7,8
BG 3,0 -12,7 0,474 15,8 2,5 -27,2 0,303 12,1 2,3 -33,6 0,065 2,9
Antes de mais, confira-se a tensão de rotura à tracção do BR pela sua classe de resistência à compressão. Para
isso, consulte-se o EC2 e leia-se que, para um C35/40, a resistência média à tracção deverá rondar 3,2 MPa. O
Quadro 4.47 apresenta um valor próximo e ligeiramente superior. No entanto, o mesmo regulamento recomenda
que a tensão de rotura à tracção (fctm), resulta da multiplicação do valor obtido por este ensaio (fctm,sp) por 0,9.
Deste modo, o valor registado no referido quadro deveria ser próximo de 3,6 MPa para corresponder à classe de
resistência designada. Esta discrepância poderá resultar da variabilidade característica deste ensaio associada a
um procedimento regulamentar demasiado conservativo.
Para compreender a influência da percentagem de substituição na resistência à tracção e perceber qual a
dimensão do granulado de borracha que conduz aos melhores desempenhos, apresentam-se os resultados do
Quadro 4.47 na Figura 4.31.
Figura 4.31 – Influência da percentagem de substituição de agregados na perda relativa de resistência à tracção para o BR (28 dias)
Identicamente à tendência expressa na resistência à compressão, também neste caso os resultados mostram uma
redução substancial de desempenho, para qualquer padrão de substituição, com o aumento da percentagem de
borracha incorporada. As razões que fundamentam este comportamento encontram completo paralelismo nas
que justificam a perda de resistência à compressão. Deste modo, a analogia a vazios que encontra base na
diferença de rigidez entre materiais e que origina tensões acrescidas na periferia das partículas de borracha
explica a influência que estes dados comprovam.
Para prever a perda de resistência à tracção, à semelhança do que foi feito no subcapítulo 4.4.1 para a
compressão, procede-se ao ajustamento dos resultados a funções do tipo linear (Equação 4.4) e exponencial
(Equação 4.5). Recorde-se que, nesta matéria, PIERCE (2004) não propôs qualquer equação devido à dispersão de
resultados que presenciou.
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ção
Percentagem de substituição de agregados (volume)
BF
BF*
BFG
BG
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
117
Equação 4.4
Equação 4.5
Onde:
- resistência à tracção do betão com granulado de borracha;
- resistência à tracção do betão de referência;
- percentagem de substituição de agregados ou percentagem de substituição de finos ou grossos; e
, - coeficientes que dependem do tipo de granulado.
O Quadro 4.48 mostra os valores dos parâmetros de ajustamento (Kl e Ke) das Equações 4.4 e 4.5, que conduzem
aos melhores coeficientes de correlação (R2).
Quadro 4.48 – Parâmetros e dados estatísticos das Equações 4.4 e 4.5 para os resultados de resistência à tracção aos 28 dias
Caso X denote a percentagem de substituição de agregados
Caso X denote a percentagem de substituição de finos ou grossos
BF BF* BFG BG BF BF* BG
Kl 3,3593 3,1705 3,2221 2,3991 1,4025 1,3225 1,3918
R2 0,9241 0,9362 0,7780 0,9753 0,9321 0,9382 0,9729
Ke 0,0433 0,0410 0,0412 0,0286 0,0181 0,0171 0,0166
R2 0,9671 0,9353 0,8226 0,9855 0,9722 0,9335 0,9843
A primeira inferência retirada do Quadro 4.48 diz respeito à variação significativa dos coeficientes de correlação
para os diferentes espécimes. Concretizando, para as misturas BF e BG atinge-se valores de R2 elevados, para a
mistura BF* o resultado demonstra credibilidade e, para a mistura BFG, os coeficientes obtidos têm de ser
utilizados com prudência em resultado de coeficientes de correlação menores. Saliente-se que, neste caso, ao
contrário dos resultados para compressão, a equação que melhor explica a interferência do granulado de
borracha na resistência à tracção, para percentagens de substituição inferiores a 15%, é a exponencial.
A avaliação da melhor granulometria a substituir, restrita à análise dos valores de ke do Quadro 4.48, mostra que,
comparativamente aos finos ou a uma combinação de finos e grossos, o recurso a granulados de borracha de
maiores dimensões conduz a melhores desempenhos. No que respeita às misturas BFG, menciona-se que,
embora o coeficiente de correlação seja relativamente reduzido, o valor de ke superior ao dos finos e inferior ao
dos grossos, sugere um comportamento intermédio. No entanto, veja-se que, na Figura 4.31, para uma
percentagem de substituição de 5%, a mistura BF tem um desempenho mais favorável do que a BFG, para 10% os
resultados invertem-se e para 15% as resistências à tracção são praticamente coincidentes. Estas observações
resultam naturalmente de uma imprecisão de resultados, confirmada, aliás, pelo aumento da tensão de rotura à
tracção da mistura BFG na passagem de 5 para 10% de borracha. A razão para esta ocorrência, na impossibilidade
de excluir qualquer provete para o cálculo dos valores médios, estará provavelmente na alta sensibilidade do
ensaio a pequenas imperfeições na matriz cimentícia. Face a isto, sugere-se que, em estudos futuros, se recorra a
uma amostra mais numerosa para atribuir maior fiabilidade aos resultados.
Identicamente aos resultados da resistência à compressão, nesta segunda análise, partículas de borracha de
maiores dimensões estão associadas a melhores desempenhos. Na primeira, relembre-se que as composições
com ambos os granulados, fino e grosso, mostraram resistências intermédias e que, nesta, apesar de os
resultados não serem inteiramente conclusivos, julga-se concebível admitir um comportamento semelhante.
Daqui decorre uma argumentação paralela à já apresentada que defende que estes resultados são consequência
RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
118
da diferente compacidade dos espécimes e, mais especificamente, da superfície específica dos granulados mais
finos que tendem a originar betões mais porosos e, logicamente, menos resistentes (ver 4.4.1. Resistência à
compressão). Refira-se ainda, neste ponto, que os resultados de KHATIB (1999) por PIERCE (2004) e TOPÇU
(1996), apresentados no subcapítulo 2.4.6.2, sugerem que não existe qualquer influência da dimensão das
partículas de borracha na resistência à tracção. Para explicar esta divergência, mencione-se que estes
investigadores mostraram na resistência à compressão conclusões contrárias às aqui apresentadas, muito
provavelmente devido às diferenças nas dimensões das partículas de borracha utilizadas e à metodologia
adoptada para materializar as composições.
Limitando a observação do Quadro 4.48 aos resultados pertencentes aos finos, verifica-se que a utilização de
granulados criogénicos conduz a melhores resistências à tracção. Contudo, a Figura 4.31 revela, para 5% de
substituição, resistências idênticas para as misturas BF e BF*, para 10% o granulado criogénico com uma
resistência significativamente superior e, para 15%, os resultados, mesmo que de forma pouco acentuada,
invertem-se. Extrapolando os dados da resistência à compressão para este caso, defende-se que os valores de ke
esclarecem efectivamente o esperado, ou seja, a utilização de granulados criogénicos conduz a resultados
superficialmente melhores.
Nas Figuras 4.32 e 4.33, em função da percentagem de agregados substituídos, revela-se a perda de resistência à
tracção dos betões deste e de outros estudos. A Figura 4.32 é relativa à substituição nos grossos e Figura 4.33 à
nos finos.
Figura 4.32 – Comparação de resultados do ensaio de tracção para a substituição nos grossos
A Figura 4.32 aponta para uma sobreposição acentuada entre a perda de resistência à tracção das misturas BG e
as de ELDIN (1993) por PIERCE (2004). Por sua vez, na Figura 4.33, é possível confirmar que os resultados deste
trabalho, relativos às misturas BF e BF*, estão limitados superiormente pelos de ELDIN (1993) por PIERCE (2004),
e inferiormente pelos de FEDROFF (1996), TOPÇU (1996) e KHATIB (1999) por PIERCE (2004). Face a estes reparos,
considera-se que os resultados deste trabalho são suficientemente fiáveis para prever a perda de resistência à
tracção com o aumento da percentagem de substituição de agregados por granulado de borracha.
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ção
Percentagem de grossos substituídos (volume)
CAIRNS (2004) - AP (14 dias)
KHATIB (1999) (28 dias)*
TOPÇU (1996) (28 dias)
ELDIN (1993) (28 dias)*
VALADARES (2009) - BG
* Adaptado de PIERCE (2004)
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
119
Figura 4.33– Comparação de resultados do ensaio de tracção para a substituição nos finos (28 dias)
4.4.3. Módulo de elasticidade
Com o objectivo de determinar o módulo de elasticidade dos espécimes desenvolvidos, utilizou-se a metodologia
e princípios descritos no subcapítulo 3.6.3 e mais detalhadamente, na norma LNEC E-397.
Nesta fase, os resultados com interesse prático encontram-se no Quadro 4.49. Na mesma, é possível consultar o
valor médio do módulo de elasticidade dos diferentes betões e a sua variação relativa para o BR. Todos os valores
particulares a cada provete e respectivos cálculos intermédios estão presentes no ANEXO L.
Quadro 4.49 – Módulo de elasticidade (28 dias)
Percentagem de substituição
0 5 10 15
Ecm,28 Δ s Cv Ecm,28 Δ s Cv Ecm,28 Δ s Cv Ecm,28 Δ s Cv
GPa % GPa % GPa % GPa % GPa % GPa % GPa % GPa %
BF
40,6 - 0,483 1,2
34,2 -15,7 0,373 1,1 29,0 -28,6 2,230 7,7 25,1 -38,3 3,932 15,7
BF* 33,9 -16,6 1,070 3,2 30,1 -25,9 0,083 0,3 24,6 -39,3 1,737 7,1
BFG 34,0 -16,3 2,411 7,1 30,9 -24,0 1,858 6,0 27,4 -32,6 1,036 3,8
BG 33,9 -16,6 1,248 3,7 31,8 -21,8 1,857 5,9 30,9 -24,0 - -
Antes de mais, comente-se o valor médio do módulo de elasticidade do BR por análise da sua resistência à
compressão e tracção. Assim e com base nas relações analíticas propostas pelo EC2, confirma-se que um betão
com uma rigidez quantificada por 40 GPa, corresponde a uma classe de resistência substancialmente superior à
obtida por imposição de uma tensão característica de rotura à compressão, medida em cubos, de 45 MPa. Por
outro lado, caso se contabilize que a tensão de rotura à tracção do BR ronda os 3,1 MPa, a divergência entre
classes, determinadas com base na rigidez ou resistência, é ainda mais acentuada. Esta questão poderia invalidar
melhores conclusões caso a perda relativa para o BR, do módulo de elasticidade de todas as composições, não se
encontrasse perfeitamente dentro do previsto e até com valores inferiores aos registados para a compressão e
tracção. Deste modo, confirma-se que esta propriedade mantém a mesma tendência para todos os espécimes e,
portanto, não se atribui a questão levantada a qualquer erro experimental. Mais ainda, como forma de validar
estes resultados, é feita oportunamente a sua comparação com outros trabalhos.
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Percentagem de finos substituídos (volume)
BATAYNEH (2008)
BIEL (2004) - PCC
KHATIB (1999)**
FEDROFF (1996)
TOPÇU (1996)
ELDIN (1993)**
VALADARES (2009) - BF
VALADARES (2009) - BF*
** Adaptado de PIERCE (2004)
RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
120
Para percepcionar mais facilmente a interferência do volume de borracha incorporado, a influência do seu
processo de transformação e contribuição da dimensão do granulado para o módulo de elasticidade, organiza-se
os dados do Quadro 4.49 na Figura 4.34.
Figura 4.34 – Influência da percentagem de substituição de agregados na redução relativa do módulo de elasticidade para o BR (28 dias)
A observação da Figura 4.34 mostra que, independentemente do padrão de substituição, a incorporação
crescente de granulado de borracha no betão afecta negativamente o seu módulo de elasticidade. Esta tendência
pode ser facilmente explicada com base na forte correlação entre esta propriedade e a rigidez dos agregados
utilizados. Assim, demonstrando o granulado de borracha uma rigidez claramente inferior à do material que
substitui, é presumível que o módulo de elasticidade sofra uma redução tanto maior quanto maior a substituição.
Outra explicação, referenciada na bibliografia por FEDROFF (2006) e KHALOO (2008), está associada a um
mecanismo de rotura mais global e bem distribuído. Deste ponto de vista, a contribuição desprezável das
partículas de borracha para a suportar o carregamento promove a formação de tensões elevadas na sua periferia
e, resultado disso, surgem microfendas prematuras que agravam a continuidade da matriz cimentícia. Em
consequência disto, o módulo de elasticidade do provete decresce em efeito de a deformação medir
simultaneamente a rigidez da matriz sã e o alargamento das referidas fendas. Assim, concluí-se que a redução do
módulo de elasticidade advém da baixa rigidez das partículas de borracha que, por um lado, não contribuem para
resistir ao carregamento e, por outro, agravam a rigidez da matriz cimentícia pela promoção antecipada de
microfendas.
De seguida, recorre-se novamente à função linear (Equação 4.6) e à exponencial (Equação 4.7), como meio de
explicar o decréscimo do módulo de elasticidade com o aumento da percentagem de substituição. Para além
disso, procura-se igualmente perceber a influência da dimensão do granulado utilizado e do seu processo de
transformação.
Equação 4.6
Equação 4.7
Onde:
- módulo de elasticidade do betão com granulado de borracha;
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Percentagem de substituição de agregados (volume)
BF
BF*
BFG
BG
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
121
- módulo de elasticidade do betão de referência;
- percentagem de substituição de agregados ou percentagem de substituição de finos ou grossos; e
, - coeficientes que dependem do tipo de granulado.
O Quadro 4.50 mostra os valores dos parâmetros de ajustamento (Kl e Ke) das Equações 4.6 e 4.7, que conduzem
aos melhores coeficientes de correlação (R2).
Quadro 4.50 – Parâmetros e dados estatísticos das Equações 4.6 e 4.7 para os resultados do módulo de elasticidade aos 28 dias
Caso X denote a percentagem de substituição de agregados
Caso X denote a percentagem de substituição de finos ou grossos
BF BF* BFG BG BF BF* BG
Kl 2,6820 2,6636 2,3154 1,8886 1,1190 1,1111 1,0946
R2 0,9853 0,9860 0,9516 0,7782 0,9886 0,9881 0,7686
Ke 0,0327 0,0326 0,0273 0,0214 0,0137 0,0136 0,0124
R2 0,9984 0,9916 0,9763 0,8084 0,9993 0,9910 0,7994
A análise do Quadro 4.50, cingida aos coeficientes de correlação, permite defender que a função exponencial,
independentemente do padrão de substituição, explica de forma mais eficaz a redução do módulo de elasticidade
com o aumento do teor de borracha. Aliás, a observação da Figura 4.34 já fazia prever esta relação entre
coeficientes de correlação pela curvatura demonstrada pelos resultados.
No que se refere à dimensão de granulado que conduz aos melhores desempenhos, analogamente ao que se
verificou para a resistência à compressão e tracção, também neste caso o recurso simultâneo a granulado fino e
grosso traduziu-se em resultados intermédios, por comparação com a utilização única dos primeiros (piores
resultados) ou dos segundos (melhores resultados). A argumentação não difere da já apresentada e baseia-se
mais uma vez na diferença de compacidades das misturas. Contudo, neste caso, observa-se pela primeira vez uma
divergência substancial dos resultados relativos aos diferentes padrões de substituição, com o aumento do
volume de borracha. De facto, analisando a Figura 4.34, verifica-se que, para substituições de 5%, os resultados
são independentes da dimensão do granulado utilizado, para 10%, os valores medidos já demonstram uma
diferença significativa e, para 15%, a divergência é máxima. Mencione-se ainda neste ponto de KHALOO (2008)
compara as misturas referentes à substituição nos grossos (C) e finos (F) e prova que até percentagens de
substituição de 25%, as misturas C apresentam um módulo de elasticidade superior ao das misturas F e, para
valores de substituição superiores àquele, os resultados são idênticos. Para além disto, os espécimes que
apresentam substituição nos finos e grossos simultaneamente (CF), exibem uma curva extensão-tensão
compreendida entre as curvas das misturas C e F.
A comparação directa das misturas BF e BF*, através dos valores de ke do Quadro 4.50, demonstra que, neste
caso, o processo de transformação da borracha não contribui minimamente para a rigidez do betão.
Como modo de conferir a veracidade dos resultados nesta matéria, procede-se à sua comparação com os
disponíveis na bibliografia. Deste modo, nas Figuras 4.35, 4.36 e 4.37, está presente a perda do módulo de
elasticidade para o BR em função da substituição ser materializada, respectivamente, nos grossos, nos finos ou
em ambos.
RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
122
Figura 4.35 – Comparação de resultados do ensaio do módulo de elasticidade para a substituição nos grossos (28 dias)
Figura 4.36 – Comparação de resultados do ensaio do módulo de elasticidade para a substituição nos finos (28 dias)
Figura 4.37 – Comparação de resultados do ensaio do módulo de elasticidade para a substituição nos finos e grossos (28 dias)
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Percentagem de grossos substituídos (volume)
KHALOO (2008) (50 dias)
TURATSINZE (2008)
VALADARES (2009) - BG
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Percentagem de finos substituídos (volume)
GIACOBBE (2008) - 1:4
GIACOBBE (2008) - 1:5
GIACOBBE (2008) - 1:6
KHALOO (2008) (50 dias)
LI (1998)
FEDROFF (1996)
VALADARES (2009) - BF
VALADARES (2009) - BF*
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0 5 10 15 20
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Percentagem do total de agregados subsituídos (volume)
KHALOO (2008) (50 dias)
GUNEYISI (2004) - A/C=0,4
GUNEYISI (2004) - A/C=0,6
VALADARES (2009) - BFG
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
123
A análise isolada da Figura 4.35 poderia induzir numa forte disparidade entre os resultados deste e de outros
estudos. Contudo, é preciso notar que, neste caso, dispõe-se de pouca representatividade em resultado de
apenas KHALOO (2008) e TURATSINZE (2008) apresentarem informação nesta matéria. Adicionalmente, tendo
presente a Figura 4.28, prova-se que também na resistência à compressão se verifica a disparidade aqui existente,
ou seja, os resultados destes investigadores são bastante diferentes dos aqui obtidos. Refira-se ainda que esta
divergência, para a resistência à compressão, não descredibilizou as leituras deste trabalho por existirem outras
que as validaram. Assim, caso se dispusesse do módulo de elasticidade dos betões de ELDIN (1993), TOPÇU (1996)
ou TOUTANJI (1996), é provável que se verificasse uma maior sobreposição de resultados. No que respeita à
substituição dos agregados finos (Figura 4.36), é visível que os resultados deste trabalho manifestam uma
proximidade com os de GIACOBBE (2008) (1:4 e 1:5) e uma forte justaposição com os de LI (1998). Relativamente
à substituição simultânea nos finos e grossos, GUNEYISI (2004) apresenta perdas do módulo de elasticidade, com
o aumento do teor de borracha, bastante próximas das deste trabalho. Face ao referido, defende-se a fiabilidade
dos resultados obtidos como modo de prever o módulo de elasticidade de betões com granulado de borracha.
4.4.4. Resistência à abrasão
A determinação da resistência ao desgaste por abrasão segue a metodologia e princípios descritos no subcapítulo
3.6.4 e de forma mais detalhada, na norma DIN 52108.
Os resultados referentes à 3.ª fase experimental, designadamente o desgaste médio registado para cada
espécime e a respectiva variação para o BR, estão apresentados no Quadro 4.51. Os resultados são apresentados
em detalhe no ANEXO M.
Quadro 4.51 – Profundidade de desgaste por abrasão (após 91 dias)
Percentagem de substituição
0 5 10 15
ΔL Δ s Cv ΔL Δ s Cv ΔL Δ s Cv ΔL Δ s Cv
mm % mm % mm % mm % mm % mm % mm % mm %
BF
2,6 - 0,409 15,8
2,0 -23,4 0,174 8,8 1,5 -43,0 0,109 7,4 1,1 -57,3 0,093 8,4
BF* 1,7 -33,5 0,180 10,5 2,0 -22,6 0,232 11,6 1,0 -60,9 0,275 27,2
BFG 1,7 -33,5 0,176 10,2 1,3 -50,8 0,261 20,5 1,5 -40,5 0,221 14,4
BG 1,7 -35,1 0,241 14,4 0,9 -64,0 0,388 41,8 0,9 -66,0 0,222 25,3
Com a finalidade de compreender a influência das variáveis em análise na resistência à abrasão: processo de
transformação do granulado, dimensão das partículas de borracha e percentagem de substituição de agregados,
traduziram-se os resultados do Quadro 4.51 na Figura 4.38.
A observação da Figura 4.38 indica que, para percentagens de substituição inferiores a 15% do total de agregados
(volume), a resistência à abrasão do betão sofre uma melhoria tanto mais significativa quanto maior a quantidade
de granulado de borracha incorporado. Esta tendência, embora com diferenças mensuráveis, verifica-se
independentemente de a substituição ser materializada nos finos, nos grossos ou em ambos. A argumentação
que justifica o sucedido passa pela substancial resistência ao desgaste do granulado, associada à metodologia
proposta pela norma utilizada. Com efeito, à medida que o ensaio se processa, as partículas de borracha, por
resistirem melhor ao desgaste do que a matriz cimentícia, tornam-se sucessivamente mais salientes na superfície
de teste e, consequentemente, evitam a acção do conjunto abrasivo (disco e pó) na matriz. Este facto foi
indubitavelmente presenciado pelo rasto que estas partículas deixaram no trilho de abrasão durante cada ciclo de
teste. Assim, face ao observado, coloca-se a questão da eficácia destes espécimes quando sujeitos a acções
abrasivas indiferentes a saliências na superfície, como sejam, a acção de fluidos. Nestas, justifica-se uma
RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
124
metodologia de ensaios distinta que poderá passar, eventualmente, pela sujeição dos provetes a um jacto de
areia com propriedades físicas normalizadas e durante um período de tempo determinado.
Figura 4.38 – Influência da percentagem de substituição de agregados na percentagem da profundidade de desgaste por abrasão para o BR (após 91 dias)
Na tentativa de prever a resistência à abrasão de acordo com a norma seguida, para os diferentes padrões de
substituição e em função do teor de borracha incorporado, recorreu-se somente a uma equação linear (Equação
4.8) por se julgar que a função exponencial não se adequa à disposição de resultados apresentada na Figura 4.38.
Equação 4.8
Onde:
- profundidade de desgaste para betão com granulado de borracha;
- profundidade de desgaste para o betão de referência;
- percentagem de substituição de agregados ou percentagem de substituição de finos ou grossos; e
, - coeficientes que dependem do tipo de granulado.
O Quadro 4.52 mostra os valores do parâmetro de ajustamento (Kl) da Equação 4.8 que conduz aos melhores
coeficientes de correlação (R2).
Quadro 4.52 – Parâmetros e dados estatísticos da Equação 4.8 para os resultados da profundidade de desgaste por abrasão (após 91 dias)
Caso X denote a percentagem de substituição de agregados
Caso X denote a percentagem de substituição de finos ou grossos
BF BF* BFG BG BF BF* BG
Kl 4,0176 3,7352 3,6661 5,1617 1,6762 1,5577 2,9926
R2 0,9853 0,7599 0,5582 0,8712 0,9886 0,7604 0,8643
O Quadro 4.52 indica, pelos coeficientes de correlação, que a função linear explica praticamente a totalidade do
comportamento das misturas BF, satisfatoriamente as misturas BG, razoavelmente as misturas BF* e menos
eficazmente as misturas BFG. Esta discrepância de qualidade resulta da inversão de tendência que se verifica nos
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Percentagem do total de agregados substituídos (volume)
BF
BF*
BFG
BG
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
125
espécimes com piores correlações e que pode ser facilmente confirmada na Figura 4.38. O que poderá explicar
estas observações é a aleatoriedade da distribuição das partículas de borracha na matriz cimentícia e,
consequentemente, na sua provável ausência na face de teste de alguns provetes relativos aos espécimes B10F e
B15FG (resultados anómalos).
No que respeita ao melhor padrão de substituição, os resultados aparentam favorecer a utilização de grossos em
detrimento de finos e, à semelhança de outras propriedades, as misturas BFG parecem demonstrar um
desempenho intermédio. No entanto, neste assunto, não se argumenta apenas com base na diferença de
compacidades dos espécimes mas também no efeito consequente da saliência da borracha na superfície de teste
que é tanto mais evidente quanto maior a dimensão das partículas. Deste modo, nas misturas com partículas de
borracha de maior dimensão (BFG e principalmente BG) evita-se mais eficazmente a acção do conjunto abrasivo
(disco e pó) na matriz cimentícia e, por conseguinte, os valores de desgaste são menores. Contudo, neste assunto,
aconselha-se considerar uma questão que este ensaio não quantifica e que pode fazer inverter os resultados caso
se adopte uma metodologia distinta: para granulados mais finos, a distribuição da borracha na matriz cimentícia é
mais favorável e, consequentemente, nas faces sujeitas a desgaste, existem menores áreas ininterruptas sem a
protecção da borracha.
Relativamente ao sistema de transformação da borracha (trituração mecânica ou processo criogénico), os
resultados não sugerem qualquer interferência na resistência à abrasão.
Por apenas se dispor, na bibliografia consultada, de resultados da resistência à abrasão referentes ao estudo de
CAIRNS (2004) e por este apresentar os problemas discutidos no subcapítulo 2.4.8, opta-se por não proceder a
qualquer comparação entre trabalhos neste assunto.
4.5. Conclusões O desenvolvimento da campanha experimental permite dispor de uma série de resultados que caracterizam tanto
os agregados e os granulados de borracha como os betões no estado fresco e endurecido. Deste modo, pretende-
se ir de encontro aos objectivos deste estudo e avaliar a influência da percentagem de substituição, averiguar a
interferência da incorporação da borracha ser feita nos finos, nos grossos ou em ambos e perceber se o processo
de transformação do granulado afecta as características finais do compósito.
4.5.1. Propriedades dos agregados e granulados de borracha
Independentemente de dados quantitativos precisos, é evidente que existem diferenças físicas distintivas entre
os agregados minerais e os granulados de borracha. Desde logo, observa-se uma dissemelhança substancial na
rigidez e na massa volúmica que, previsivelmente, tendo em conta a origem dos materiais, será estendida a
outras propriedades.
Tendo conhecimento de que a baridade depende fortemente da massa volúmica, é expectável que os agregados
minerais e os granulados de borracha registem valores completamente distintos nesta propriedade.
Relativamente a ambos, refira-se que, nos primeiros, destaca-se a areia grossa pelo seu valor elevado, com
provável causa na maior continuidade da sua curva granulométrica e, nos segundos, salienta-se o registo de uma
tendência crescente com o aumento da dimensão do granulado.
Relativamente à absorção de água após 24 h de imersão, relembre-se de forma sintética que os valores
observados para os agregados minerais, ao contrário dos granulados, estão de acordo com o previsto (valores
reduzidos - inferiores a 1,4%). Na borracha, como houve oportunidade de discutir, os valores não nulos mostram
que a metodologia de ensaio conduziu a resultados não condizentes com as propriedades hidrófobas do material.
RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
126
O ensaio de desgaste de Los Angeles mostra que todos os materiais utilizados satisfazem os limites impostos para
aplicação em betões estruturais. Os agregados minerais demonstraram resultados entre 22,8% (bago de arroz) e
30,7% (brita 2). Com outro comportamento, o granulado de borracha registou um desgaste nulo pela sua baixa
rigidez que possibilitou a dissipação da energia de impacto das esferas e, consequentemente, reduziu a sua acção
de desgaste. Conclui-se que este ensaio não é adequado para avaliar o granulado de borracha.
Os valores do índice de forma suportam uma geometria semelhante para os vários agregados grossos minerais. Já
nos granulados de borracha, verificou-se que o número de partículas alongadas no granulado 7.00-9.50 é cerca de
metade do das mesmas no granulado 4.00-7.00. Apesar destes resultados e face a outros factores, defende-se
que a sua influência nas propriedades mecânicas do betão será desprezável.
4.5.2. Propriedades dos betões com granulado de borracha no estado fresco
O estudo da bibliografia disponível permitiu prever, em traços gerais, o comportamento da trabalhabilidade em
função da relação A/C de betões com borracha incorporada. Deste modo, foi possível admitir com alguma
segurança valores daquela relação para os betões da 2.ª fase experimental e viabilizar a fase subsequente pelo
ajuste e interpolação de resultados aplicáveis às composições e materiais adoptados. Assim, conseguiu-se obter
valores de abaixamento contidos no intervalo preconizado, independentemente da percentagem de substituição,
da dimensão do granulado utilizado e do processo de transformação da borracha. Por fim, refira-se que, apesar
de a borracha afectar negativamente a trabalhabilidade dos betões que a incorporam, a alteração da relação A/C
é um procedimento eficaz para contrariar a questão. No entanto, caso se pretenda atingir melhores
desempenhos, poderá evitar-se o prejuízo dos valores elevados daquela relação pelo recurso a adjuvantes, como
aliás foi o procedimento adoptado por alguns investigadores.
No que diz respeito à massa volúmica do betão no estado fresco, a discrepância de densidades entre a borracha e
os agregados, permite de imediato depreender que à medida que a percentagem de substituição aumenta, o
valor daquela propriedade diminui. Adicionalmente, este trabalho demonstra que o decréscimo pode ser
explicado por uma função linear com um declive dependente da dimensão do granulado utilizado. A razão para
esta variabilidade prende-se com o acréscimo do teor de ar introduzido com o aumento da superfície específica
do granulado. Mais concretamente, os granulados finos estão associados a maiores rácios superfície / volume, o
que implica, pelas propriedades hidrófobas da borracha, maiores teores de ar introduzidos e, consequentemente,
menores massas volúmicas para o betão no estado fresco.
4.5.2. Propriedades dos betões com granulado de borracha no estado endurecido
O presente estudo mostra que, apesar de terem sido utilizados baixos teores de granulado de borracha no betão
com o objectivo de viabilizar a sua utilização em aplicações estruturais, de um modo geral e à excepção da
resistência à abrasão, todas as propriedades sofreram um decréscimo significativo.
Cingindo a apreciação à resistência à compressão do betão, é evidente que existe uma redução de desempenho
com o aumento do volume de granulado de borracha incorporado. Este comportamento, embora independente
da percentagem ser materializada nos finos, nos grossos ou em ambos, é função de esta variável. Isto significa
que poderão obter-se resultados ligeiramente diferentes em função do padrão de substituição adoptado porque
existe correlação da dimensão do granulado de borracha com a compacidade das misturas. Deste modo, sendo
esta propriedade dependente do teor de ar introduzido, é expectável que a dimensão das partículas de borracha
afecte a resistência à compressão na razão inversa com que afecta a perda da massa volúmica. Assim, tendo
presentes os resultados desta propriedade do betão no estado fresco, é imediato que a substituição nos grossos
conduz aos melhores resultados enquanto que a substituição simultânea de finos e grossos conduz a resultados
intermédios. Ainda na resistência à compressão, observou-se pelas mesmas razões (diferentes teores de ar
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
127
introduzidos), resultados aparentemente melhores para as misturas BF* por comparação com as BF. No que se
refere à evolução desta propriedade, verificou-se que, para betões mais jovens e com menores percentagens de
substituição, a perda de resistência à compressão para o BR é mais acentuada.
No que respeita à resistência à tracção por compressão diametral, embora os resultados não demonstrem a
mesma regularidade do caso anterior, razão por que se atribui a sensibilidade do ensaio a eventuais imperfeições
na matriz cimentícia, os mesmos sugerem que existe um forte decréscimo da tensão de rotura à tracção com o
aumento da percentagem de substituição. Para além disto, esta tendência faz-se em modos idênticos à
resistência à compressão, isto é, com melhores desempenhos para as misturas BG face às BF. Para os espécimes
BFG, os resultados não foram inteiramente conclusivos mas defende-se que também terão um comportamento
similar, ou seja, com valores intermédios. Deste modo, a única diferença detectada entre a resistência à tracção e
compressão passa pelas equações que melhor se ajustam aos resultados: exponencial no primeiro caso e linear
no segundo.
Dada a sensibilidade do módulo de elasticidade à rigidez dos agregados, é presumível que a sua redução seja
tanto mais significativa quanto maior a taxa de substituição. A esta relação, por motivos que se prendem com a
compacidade das misturas, acrescenta-se o facto de a dimensão do granulado contribuir para a variabilidade de
resultados de forma análoga à que se verificou para a resistência à compressão e tracção. Contudo, neste caso, a
tendência marcadamente divergente dos três padrões de substituição com o aumento do volume de borracha
incorporado sugere a existência de uma variável ainda não contabilizada. Neste sentido, fez-se referência às
microfendas prematuras que contribuem para a redução da rigidez da matriz cimentícia e para o registo dos
valores apresentados. Para finalizar, mencione-se apenas que este factor pode ser igualmente utilizado para
justificar a semelhança que as misturas BF e BF* demonstraram apenas nesta propriedade.
O ensaio de resistência à abrasão revelou que betões com granulado de borracha exibem um desempenho
favorável devido à maior resistência ao desgaste deste material. As suas partículas, à medida que o ensaio se
processa, tornam-se sucessivamente mais salientes na superfície de teste e evitam a acção do conjunto abrasivo
(disco e pó) na matriz cimentícia. Este efeito, tanto mais evidente quanto maior a dimensão do granulado, em
simultaneidade com as diferentes compacidades, conduziu a resultados idênticos às restantes propriedades
mecânicas: melhores para as misturas BG e piores para as BF. Para as restantes, a variabilidade da disposição das
partículas de borracha na fase de teste evitou resultados mais conclusivos, mas defende-se que, para as BFG, os
resultados serão intermédios, e que para as BF*, os resultados serão idênticos aos das BF. Relembre-se ainda que
se pôs em causa a representatividade destes dados para acções abrasivas indiferentes a saliências na superfície,
como sejam a acção de fluidos.
Com o objectivo de fazer uma análise comparativa da redução das diferentes propriedades, para todos os
espécimes, em função da percentagem de borracha incorporada, apresenta-se a Figura 4.39.
A análise da Figura 4.39 mostra que, relativamente aos ensaios destrutivos, não é possível definir uma posição
relativa entre a perda de resistência à tracção e compressão. Esta afirmação vai de encontro à bibliografia
consultada, uma vez que, não houve uma posição unânime nesta matéria: diversos investigadores sustentam que
a resistência à tracção sofre uma quebra menos significativa e outros que defendem o contrário. Já no que
respeita à rigidez, o módulo de elasticidade aparenta ser a propriedade que menos sofre com a incorporação de
granulado de borracha. Por último, como a argumentação apresentada tem suporte expressivo no teor de ar
introduzido, exibe-se respectivamente nas Figuras 4.40, 4.41, 4.42 e 4.43 a percentagem de resistência à
compressão, resistência à tracção, módulo de elasticidade e profundidade de desgaste por abrasão em função da
massa volúmica do betão no estado fresco.
RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
128
Figura 4.39 – Comparação das diferentes propriedades em função da percentagem de borracha incorporada
Figura 4.40 – Percentagem de resistência à compressão para o BR em função da redução relativa da massa volúmica
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Percentagem de agregados substituídos (volume)
BF
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Percentagem de agregados substituídos (volume)
BF*
Compressão Tracção
Módulo de elasticidade Profundidade de desgaste
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Percentagem de agregados substituídos (volume)
BFG
Compressão Tracção
Módulo de elasticidade Profundidade de desgaste
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0 5 10 15
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Percentagem de agregados substituídos (volume)
BG
Compressão Tracção
Módulo de elasticidade Profundidade de desgaste
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Percentagem da massa volúmica
BF
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BFG
BG
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
129
Figura 4.41 – Percentagem de resistência à tracção para o BR em função da redução relativa da massa volúmica
Figura 4.42 – Percentagem do módulo de elasticidade para o BR em função da redução relativa da massa volúmica
Figura 4.43 – Percentagem da profundidade de desgaste por abrasão para o BR em função da redução relativa da massa volúmica
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Percentagem da massa volúmica
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Percentagem da massa volúmica
BF
BF*
BFG
BG
RESULTADOS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL
130
De seguida, procede-se ao ajustamento dos dados das Figuras 4.40, 4.41, 4.42 e 4.43 por uma função linear
(Equação 4.9).
Equação 4.9
Onde:
- massa volúmica do betão com granulado de borracha;
- massa volúmica do betão de referência;
- propriedade mecânica do betão com granulado de borracha (ver Quadro 4.53);
- propriedade mecânica do betão de referência (ver Quadro 4.53); e
- coeficiente que depende do tipo de granulado.
O Quadro 4.53 mostra os valores do parâmetro de ajustamento (Kl) da Equação 4.9 que conduzem aos melhores
coeficientes de correlação (R2).
Quadro 4.53 – Parâmetros e dados estatísticos da Equação 4.9 para os resultados da resistência à compressão e à tracção e módulo de elasticidade
Figura 4.40 Figura 4.41 Figura 4.42 Figura 4.43
6,7645 6,1977 4,8521 8,3296
R2 0,9677 0,7231 0,7557 0,3859
Os resultados do Quadro 4.53 indicam que a perda da massa volúmica do betão no estado fresco explica de forma
adequada a redução da resistência à compressão. Já no que se refere à resistência à tracção e módulo de
elasticidade, a correlação mantém significado embora com menor expressividade. Para a resistência à tracção faz-
se novamente alusão à sensibilidade do ensaio a eventuais imperfeições na matriz cimentícia e para o módulo de
elasticidade, defende-se que o fenómeno das microfissuras precoces contribua para a dispersão de resultados.
Relativamente à profundidade de desgaste por abrasão, os resultados mostram que a massa volúmica não é uma
boa variável explicativa.
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
131
5. CONCLUSÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS
5.1. Considerações finais A legislação sucessivamente mais apertada tem reflexo na crescente consciencialização das populações para os
problemas do desenvolvimento sustentável. Assim, têm-se gerado pressões nas mais diversas indústrias para que
haja, por um lado, compensações pela utilização de processos de fabrico poluentes e por outro, responsabilização
pelo tratamento dos produtos em fim de vida. Neste enquadramento, surge a temática desta dissertação que
pretende atribuir destino a um resíduo pouco interessante do ponto de vista económico: os pneus usados.
A dimensão da indústria da construção, pelo volume de recursos envolvidos e pela variabilidade de aplicações
disponíveis, possui grande potencial de absorção de resíduos. Deste modo, caso os pneus usados encontrem
utilidade neste sector, atenuam-se simultaneamente os problemas ambientais associados a um consumo
excessivo de recursos naturais e às existências deste resíduo. É verdade que já existem aplicações bem sucedidas
na indústria da construção, como são exemplo os pavimentos rodoviários e desportivos, pisos para recintos
infantis, barreiras de impacto de rodovias e quebra-mares. Contudo, pretende-se alargar ainda mais o campo de
aplicação para, neste caso, betões estruturais.
No entanto, para que a utilização de pneus usados sob a forma de granulado de borracha tenha aplicação
frequente em betões estruturais, é fundamental compreender as suas propriedades do ponto de vista mecânico e
de durabilidade. Posteriormente, o conhecimento generalizado destas características permitirá tecer conclusões
acerca da sua adequabilidade a aplicações correntes e perceber quais as limitações e imposições associadas.
Posto isto, no sentido de contribuir para a consolidação do conhecimento das propriedades destes betões,
desenvolveu-se o presente estudo que objectiva perceber a influência do volume de borracha incorporado e a
interferência da dimensão e do processo de transformação, das partículas, no seu desempenho mecânico.
5.2. Conclusões gerais A consulta da bibliografia disponível mostrou que já existe um conhecimento significativo desta matéria. Todavia,
a existência de várias observações não consensuais e o facto de a experiência em Portugal, neste assunto, ser
praticamente inexistente, motivou o desenvolvimento da presente dissertação. Esta ambiciona concertar a falta
de unanimidade dos investigadores e posicionar melhor o país no que se refere ao conhecimento de betões com
borracha.
No que respeita à consistência, refira-se que o aumento do volume de borracha incorporado afecta
negativamente a trabalhabilidade do betão. Para além disso, diversos investigadores defendem que este
comportamento é tanto mais acentuado quanto maior a dimensão das partículas de borracha. O presente estudo
não permite esta conclusão porque adopta valores variáveis para a relação A/C com a finalidade de manter a
mesma classe de consistência para todos os espécimes. Contudo, para as misturas com granulados de borracha
de maior dimensão (BG), recorreu-se a maiores valores daquele quociente para evitar a tendência referida.
Embora a borracha afecte negativamente a trabalhabilidade dos betões que a incorporam, este trabalho prova
que a alteração da relação A/C é um procedimento eficaz para contrariar a questão. Por fim, sublinhe-se que os
investigadores classificam estes betões como de trabalhabilidade aceitável, em termos de manuseamento,
colocação e acabamento, uma vez que este comportamento encontra explicação na menor massa volúmica
destas composições.
CONCLUSÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS
132
No que diz respeito à massa volúmica do betão no estado fresco, existe uma diminuição óbvia do seu valor com o
aumento da percentagem de substituição. Adicionalmente, as propriedades hidrófobas da borracha fazem com
que, devido a maiores rácios superfície / volume, os agregados finos exibam maiores teores de ar introduzidos
nestes casos e, consequentemente, menores massas volúmicas.
Na resistência à compressão, existe um decréscimo acentuado com a incorporação crescente de granulado de
borracha. Porém, caso se opte por substituir apenas os grossos (BG), obtêm-se resultados favoráveis. Por outro
lado, recorrendo somente a granulados finos (BF), a resistência ressente-se bastante e, caso se opte por substituir
simultaneamente os finos e grossos (BFG), os resultados são intermédios. Esta tendência é explicada pela
variabilidade da compacidade das misturas, motivada pelos diferentes teores de ar introduzidos. Contudo,
existem investigadores que sustentam precisamente o oposto e, portanto, uma vez que se julga que as diferenças
se devem à variabilidade da geometria dos granulados grossos utilizados, é necessário determinar uma dimensão
óptima. Esta é definida de forma a não condicionar a resistência nem por teores de ar elevados (granulados mais
finos) nem por grandes descontinuidades na matriz cimentícia (granulados mais grossos). No que toca à evolução
desta propriedade, conclui-se que, para betões mais jovens, a perda de resistência à compressão para o BR é mais
acentuada.
Todos os resultados sugerem um forte decréscimo da sua tensão de rotura à tracção com o aumento da
percentagem de substituição. Para a influência da dimensão do granulado nesta propriedade, na bibliografia
consultada não foi observada qualquer relação e, neste trabalho, detectou-se uma tendência idêntica à verificada
na compressão, isto é, com melhores desempenhos para as misturas BG face às BF. Para os espécimes BFG, os
resultados não foram inteiramente conclusivos mas defende-se que também terão um comportamento similar,
ou seja, com resultados intermédios.
O módulo de elasticidade sofre uma redução tanto mais significativa quanto maior a taxa de substituição. A esta
relação, por razões relacionadas com a compacidade das misturas, acrescenta-se o facto de a dimensão do
granulado contribuir para a variabilidade de resultados de forma análoga à que se verificou para a resistência à
compressão e tracção. Mais uma vez, defende-se que existirá uma dimensão de granulado a partir da qual o
desempenho inverte a sua tendência favorável à utilização de partículas de borracha de maiores dimensões.
A resistência à abrasão de betões com granulado de borracha demonstra um desempenho favorável. Mais
precisamente, até percentagens de substituição próximas de 15% do total de agregados (em volume), uma maior
incorporação de borracha induz melhores resultados. Para além disto, também nesta propriedade, a utilização de
granulados grossos tem melhores resultados em consequência da maior compacidade dos seus provetes e do
facto de maiores partículas de borracha evitarem, mais eficazmente, a acção do conjunto abrasivo (disco e pó) na
matriz cimentícia. No entanto, apesar das leituras, coloca-se em causa a sua representatividade para acções
abrasivas indiferentes a saliências na superfície, como sejam, a acção de fluidos.
No que respeita à análise comparativa dos métodos de transformação da borracha (trituração mecânica ou
processo criogénico), embora na resistência à compressão exista uma ligeira diferença, não se regista um
benefício significativo que justifique preferência.
De um ponto de vista global, para evitar reduções acentuadas das propriedades mecânicas de betões estruturais,
a utilização de granulados de borracha está limitada a percentagens da ordem de 5% do total de agregados (em
volume), o que aparenta determinar o interesse desta solução. Contudo, para minorar esta questão, refira-se que
pode optar-se por granulados mais grossos que conduzem inegavelmente a desempenhos favoráveis, com o
benefício de serem mais interessantes do ponto de vista económico. Caso se pretenda obter melhores
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
133
características físicas para betões com borracha, por comparação com os convencionais, poderá recorrer-se à
utilização simultânea de baixas quantidades de fibras de polipropileno que, de acordo com LI (2004), reduzem o
efeito negativo da borracha na resistência do betão e mantêm o seu efeito favorável de dissipação de energia,
através de uma rotura dúctil.
O modo de incorporação da borracha no betão adoptado não encontra qualquer paralelismo na bibliografia
disponível. Esta questão é a provável causa para as conclusões inovadoras no que respeita à influência da
dimensão do granulado de borracha no desempenho do betão. Relativamente à resistência à abrasão, apenas
CAIRNS (2004) dispõe de resultados. No entanto, dados os problemas enunciados pelo investigador, coloca-se
grandes reservas às suas conclusões. Assim, considera-se que o presente estudo introduz, pela primeira vez, a
análise desta propriedade.
5.3. Propostas de desenvolvimento futuro A realização da presente dissertação permitiu aprofundar o conhecimento das propriedades mecânicas de betões
com granulado de borracha e esclarecer algumas questões menos unânimes na bibliografia, designadamente, a
influência da dimensão do granulado no desempenho mecânico. Deste modo, espera-se ter contribuído para
encurtar a diferença temporal entre a investigação deste assunto e sua utilização concreta em soluções correntes.
Porém, subsistem questões que impõem avaliação. Só o prosseguimento de estudos, através de análises técnicas
e económicas mais profundas, poderá estabelecer completamente as condições de aplicabilidade deste tipo de
soluções e conduzir à sua introdução no sector da construção como alternativa viável.
Neste sentido, julga-se oportuno desenvolver, futuramente, os seguintes temas:
avaliar a influência da incorporação de granulado de borracha na resistência ao fogo do betão;
relacionar as diferentes propriedades mecânicas de betões com granulado de borracha;
perceber se a tendência favorável ao uso de granulados de borracha de maiores dimensões se mantém
para granulometrias superiores à deste estudo;
aprofundar a interferência da forma das partículas de borracha no desempenho mecânico do betão,
nomeadamente sob a forma de fibras;
averiguar o amortecimento de betões com borracha face a acções dinâmicas;
caracterizar estes betões do ponto de vista da fadiga, resistência ao impacto e acções gelo-degelo;
relacionar a perda de resistência com o ganho de tenacidade;
descrever o comportamento mecânico de betões com borracha e com fibras de polipropileno;
analisar os betões com granulado de borracha do ponto de vista dos estados limite de serviço e estados
limite últimos de elementos estruturais (lajes, vigas, pilares);
averiguar se a resistência à abrasão mantém a sua tendência favorável para percentagens de substituição
superiores a 15%;
avaliar a resistência à abrasão a acções indiferentes a saliências na superfície, como sejam a acção de
fluidos; e
estudar o comportamento acústico e térmico de betões com granulado de borracha.
CONCLUSÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS
134
DESEMPENHO MECÂNICO DE BETÕES COM GRANULADO DE BORRACHA
135
BIBLIOGRAFIA
LIVROS / TEXTOS /DISSERTAÇÕES
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Lisboa, 2003.
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IPQ, Lisboa, 2004.
BIBLIOGRAFIA
140
ANEXO A
COMPOSIÇÃO DOS ESPÉCIMES
ANEXO B
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA E MASSA VOLÚMICA DOS AGREGADOS NATURAIS
AREIA FINA /// AREIA GROSSA /// BAGO DE ARROZ /// BRITA 1 /// BRITA 2
AGREDADOS E DADOS FORNECIDOS PELA UNIBETÃO
ANEXO C
CARACTERÍSTICAS GERAIS DO GRANULADO TRITURADO
0.00-0.80 /// 0.80-2.50 /// 2.50-4.00 /// 4.00-7.00 /// 7.00-9.50
GRANULADOS E DADOS FORNECIDOS PELA BIOSAFE
ANEXO D
CARACTERÍSTICAS GERAIS DO GRANULADO CRIOGÉNICO
DC-3080 /// DC-1430 /// DC-1014
GRANULADOS E DADOS FORNECIDOS PELA RECIPNEU
ANEXO E
MASSA VOLÚMICA E ABSORÇÃO DE ÁGUA
ANEXO F
MASSA VOLÚMICA APARENTE
ANEXO G
DESGASTE DE LOS ANGELES
ANEXO H
ÍNDICE DE FORMA
ANEXO I
ABAIXAMENTO E MASSA VOLÚMICA DO BETÃO NO ESTADO FRESCO
ANEXO J
RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
ANEXO K
RESISTÊNCIA À TRACÇÃO POR COMPRESSÃO DIAMETRAL
ANEXO L
MÓDULO DE ELASTICIDADE
ANEXO M
RESISTÊNCIA À ABRASÃO
ANEXO A – COMPOSIÇÃO DOS ESPÉCIMES
A.1
Identificação BR
Processo de transformação do granulado -
Percentagem de agregados substituídos -
Percentagem de agregados finos substituídos -
Percentagem de agregados grossos substituídos -
A/C 0,43
Composição [m3/m
3]
Cimento 0,147
Pen
eiro
s
0,125 0,25
Agr
egad
os
0,021
Gra
nu
lad
o d
e b
orr
ach
a
0,000
0,25 0,5 0,048 0,000
0,5 1 0,055 0,000
1 2 0,064 0,000
2 4 0,073 0,000
4 5,6 0,039 0,000
5,6 8 0,045 0,000
8 11,2 0,045 0,000
11,2 16 0,092 0,000
16 22,4 0,114 0,000
22,4 25,4 0,045 0,000
Água 0,196
Vazios 0,015
1,000
[mm] 0,063 0,125 0,25 0,5 1 2 4 5,6 8 11,2 16 22,4 25,4
[mm1/5] 0,58 0,66 0,76 0,87 1,00 1,15 1,32 1,41 1,52 1,62 1,74 1,86 1,91
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60 1,70 1,80 1,90 2,00
Pe
rce
nta
gem
do
mat
eri
al p
assa
nte
Raiz quinta da dimensão dos agregados
Curva de Faury / Curva granulométrica dos agregados
ANEXO A – COMPOSIÇÃO DOS ESPÉCIMES
A.2
Identificação B05F
Processo de transformação do granulado Trituração
Percentagem de agregados substituídos 5,00
Percentagem de agregados finos substituídos 12,25
Percentagem de agregados grossos substituídos 0,00
A/C 0,43
Composição [m3/m
3]
Cimento 0,147
Pen
eiro
s
0,125 0,25
Agr
egad
os
0,019
Gra
nu
lad
o d
e b
orr
ach
a
0,003
0,25 0,5 0,042 0,006
0,5 1 0,049 0,007
1 2 0,056 0,008
2 4 0,064 0,009
4 5,6 0,039 0,000
5,6 8 0,045 0,000
8 11,2 0,045 0,000
11,2 16 0,092 0,000
16 22,4 0,114 0,000
22,4 25,4 0,045 0,000
Água 0,196
Vazios 0,015
1,000
[mm] 0,063 0,125 0,25 0,5 1 2 4 5,6 8 11,2 16 22,4 25,4
[mm1/5] 0,58 0,66 0,76 0,87 1,00 1,15 1,32 1,41 1,52 1,62 1,74 1,86 1,91
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60 1,70 1,80 1,90 2,00
Pe
rce
nta
gem
do
mat
eri
al p
assa
nte
Raiz quinta da dimensão dos agregados
Curva de Faury Curva granulométrica dos agregados Curva granulométrica da borracha
ANEXO A – COMPOSIÇÃO DOS ESPÉCIMES
A.3
Identificação B05F*
Processo de transformação do granulado Criogénico
Percentagem de agregados substituídos 5,00
Percentagem de agregados finos substituídos 12,25
Percentagem de agregados grossos substituídos 0,00
A/C 0,43
Composição [m3/m
3]
Cimento 0,147
Pen
eiro
s
0,125 0,25
Agr
egad
os
0,019
Gra
nu
lad
o d
e b
orr
ach
a
0,003
0,25 0,5 0,042 0,006
0,5 1 0,049 0,007
1 2 0,056 0,008
2 4 0,064 0,009
4 5,6 0,039 0,000
5,6 8 0,045 0,000
8 11,2 0,045 0,000
11,2 16 0,092 0,000
16 22,4 0,114 0,000
22,4 25,4 0,045 0,000
Água 0,196
Vazios 0,015
1,000
[mm] 0,063 0,125 0,25 0,5 1 2 4 5,6 8 11,2 16 22,4 25,4
[mm1/5] 0,58 0,66 0,76 0,87 1,00 1,15 1,32 1,41 1,52 1,62 1,74 1,86 1,91
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60 1,70 1,80 1,90 2,00
Pe
rce
nta
gem
do
mat
eri
al p
assa
nte
Raiz quinta da dimensão dos agregados
Curva de Faury Curva granulométrica dos agregados Curva granulométrica da borracha
ANEXO A – COMPOSIÇÃO DOS ESPÉCIMES
A.4
Identificação B10F
Processo de transformação do granulado Trituração
Percentagem de agregados substituídos 10,00
Percentagem de agregados finos substituídos 24,15
Percentagem de agregados grossos substituídos 0,00
A/C 0,45
Composição [m3/m
3]
Cimento 0,140
Pen
eiro
s
0,125 0,25
Agr
egad
os
0,021
Gra
nu
lad
o d
e b
orr
ach
a
0,007
0,25 0,5 0,037 0,012
0,5 1 0,042 0,013
1 2 0,048 0,015
2 4 0,056 0,018
4 5,6 0,039 0,000
5,6 8 0,045 0,000
8 11,2 0,045 0,000
11,2 16 0,092 0,000
16 22,4 0,114 0,000
22,4 25,4 0,045 0,000
Água 0,196
Vazios 0,015
1,000
[mm] 0,063 0,125 0,25 0,5 1 2 4 5,6 8 11,2 16 22,4 25,4
[mm1/5] 0,58 0,66 0,76 0,87 1,00 1,15 1,32 1,41 1,52 1,62 1,74 1,86 1,91
0
10
20
30
40
50
60
70
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100
0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60 1,70 1,80 1,90 2,00
Pe
rce
nta
gem
do
mat
eri
al p
assa
nte
Raiz quinta da dimensão dos agregados
Curva de Faury Curva granulométrica dos agregados Curva granulométrica da borracha
ANEXO A – COMPOSIÇÃO DOS ESPÉCIMES
A.5
Identificação B10F*
Processo de transformação do granulado Criogénico
Percentagem de agregados substituídos 10,00
Percentagem de agregados finos substituídos 24,15
Percentagem de agregados grossos substituídos 0,00
A/C 0,45
Composição [m3/m
3]
Cimento 0,140
Pen
eiro
s
0,125 0,25
Agr
egad
os
0,021
Gra
nu
lad
o d
e b
orr
ach
a
0,007
0,25 0,5 0,037 0,012
0,5 1 0,042 0,013
1 2 0,048 0,015
2 4 0,056 0,018
4 5,6 0,039 0,000
5,6 8 0,045 0,000
8 11,2 0,045 0,000
11,2 16 0,092 0,000
16 22,4 0,114 0,000
22,4 25,4 0,045 0,000
Água 0,196
Vazios 0,015
1,000
[mm] 0,063 0,125 0,25 0,5 1 2 4 5,6 8 11,2 16 22,4 25,4
[mm1/5] 0,58 0,66 0,76 0,87 1,00 1,15 1,32 1,41 1,52 1,62 1,74 1,86 1,91
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60 1,70 1,80 1,90 2,00
Pe
rce
nta
gem
do
mat
eri
al p
assa
nte
Raiz quinta da dimensão dos agregados
Curva de Faury Curva granulométrica dos agregados Curva granulométrica da borracha
ANEXO A – COMPOSIÇÃO DOS ESPÉCIMES
A.6
Identificação B15F
Processo de transformação do granulado Trituração
Percentagem de agregados substituídos 15,00
Percentagem de agregados finos substituídos 35,77
Percentagem de agregados grossos substituídos 0,00
A/C 0,47
Composição [m3/m
3]
Cimento 0,135
Pen
eiro
s
0,125 0,25
Agr
egad
os
0,022
Gra
nu
lad
o d
e b
orr
ach
a
0,012
0,25 0,5 0,031 0,017
0,5 1 0,036 0,020
1 2 0,041 0,023
2 4 0,047 0,026
4 5,6 0,039 0,000
5,6 8 0,045 0,000
8 11,2 0,045 0,000
11,2 16 0,092 0,000
16 22,4 0,114 0,000
22,4 25,4 0,045 0,000
Água 0,196
Vazios 0,015
1,000
[mm] 0,063 0,125 0,25 0,5 1 2 4 5,6 8 11,2 16 22,4 25,4
[mm1/5] 0,58 0,66 0,76 0,87 1,00 1,15 1,32 1,41 1,52 1,62 1,74 1,86 1,91
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60 1,70 1,80 1,90 2,00
Pe
rce
nta
gem
do
mat
eri
al p
assa
nte
Raiz quinta da dimensão dos agregados
Curva de Faury Curva granulométrica dos agregados Curva granulométrica da borracha
ANEXO A – COMPOSIÇÃO DOS ESPÉCIMES
A.7
Identificação B15F*
Processo de transformação do granulado Criogénico
Percentagem de agregados substituídos 15,00
Percentagem de agregados finos substituídos 35,77
Percentagem de agregados grossos substituídos 0,00
A/C 0,47
Composição [m3/m
3]
Cimento 0,135
Pen
eiro
s
0,125 0,25
Agr
egad
os
0,022
Gra
nu
lad
o d
e b
orr
ach
a
0,012
0,25 0,5 0,031 0,017
0,5 1 0,036 0,020
1 2 0,041 0,023
2 4 0,047 0,026
4 5,6 0,039 0,000
5,6 8 0,045 0,000
8 11,2 0,045 0,000
11,2 16 0,092 0,000
16 22,4 0,114 0,000
22,4 25,4 0,045 0,000
Água 0,196
Vazios 0,015
1,000
[mm] 0,063 0,125 0,25 0,5 1 2 4 5,6 8 11,2 16 22,4 25,4
[mm1/5] 0,58 0,66 0,76 0,87 1,00 1,15 1,32 1,41 1,52 1,62 1,74 1,86 1,91
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60 1,70 1,80 1,90 2,00
Pe
rce
nta
gem
do
mat
eri
al p
assa
nte
Raiz quinta da dimensão dos agregados
Curva de Faury Curva granulométrica dos agregados Curva granulométrica da borracha
ANEXO A – COMPOSIÇÃO DOS ESPÉCIMES
A.8
Identificação B05FG
Processo de transformação do granulado Trituração
Percentagem de agregados substituídos 5,00
Percentagem de agregados finos substituídos 6,13
Percentagem de agregados grossos substituídos 4,22
A/C 0,43
Composição [m3/m
3]
Cimento 0,147
Pen
eiro
s
0,125 0,25
Agr
egad
os
0,020
Gra
nu
lad
o d
e b
orr
ach
a
0,001
0,25 0,5 0,045 0,003
0,5 1 0,052 0,003
1 2 0,060 0,004
2 4 0,069 0,004
4 5,6 0,034 0,005
5,6 8 0,039 0,006
8 11,2 0,040 0,006
11,2 16 0,092 0,000
16 22,4 0,114 0,000
22,4 25,4 0,045 0,000
Água 0,196
Vazios 0,015
1,000
[mm] 0,063 0,125 0,25 0,5 1 2 4 5,6 8 11,2 16 22,4 25,4
[mm1/5] 0,58 0,66 0,76 0,87 1,00 1,15 1,32 1,41 1,52 1,62 1,74 1,86 1,91
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60 1,70 1,80 1,90 2,00
Pe
rce
nta
gem
do
mat
eri
al p
assa
nte
Raiz quinta da dimensão dos agregados
Curva de Faury Curva granulométrica dos agregados Curva granulométrica da borracha
ANEXO A – COMPOSIÇÃO DOS ESPÉCIMES
A.9
Identificação B10FG
Processo de transformação do granulado Trituração
Percentagem de agregados substituídos 10,00
Percentagem de agregados finos substituídos 12,08
Percentagem de agregados grossos substituídos 8,53
A/C 0,45
Composição [m3/m
3]
Cimento 0,140
Pen
eiro
s
0,125 0,25
Agr
egad
os
0,024
Gra
nu
lad
o d
e b
orr
ach
a
0,003
0,25 0,5 0,042 0,006
0,5 1 0,049 0,007
1 2 0,056 0,008
2 4 0,064 0,009
4 5,6 0,029 0,010
5,6 8 0,034 0,011
8 11,2 0,034 0,011
11,2 16 0,092 0,000
16 22,4 0,114 0,000
22,4 25,4 0,045 0,000
Água 0,196
Vazios 0,015
1,000
[mm] 0,063 0,125 0,25 0,5 1 2 4 5,6 8 11,2 16 22,4 25,4
[mm1/5] 0,58 0,66 0,76 0,87 1,00 1,15 1,32 1,41 1,52 1,62 1,74 1,86 1,91
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60 1,70 1,80 1,90 2,00
Pe
rce
nta
gem
do
mat
eri
al p
assa
nte
Raiz quinta da dimensão dos agregados
Curva de Faury Curva granulométrica dos agregados Curva granulométrica da borracha
ANEXO A – COMPOSIÇÃO DOS ESPÉCIMES
A.10
Identificação B15FG
Processo de transformação do granulado Trituração
Percentagem de agregados substituídos 15,00
Percentagem de agregados finos substituídos 17,88
Percentagem de agregados grossos substituídos 12,92
A/C 0,47
Composição [m3/m
3]
Cimento 0,135
Pen
eiro
s
0,125 0,25
Agr
egad
os
0,028
Gra
nu
lad
o d
e b
orr
ach
a
0,006
0,25 0,5 0,040 0,009
0,5 1 0,046 0,010
1 2 0,052 0,011
2 4 0,060 0,013
4 5,6 0,024 0,015
5,6 8 0,028 0,017
8 11,2 0,028 0,017
11,2 16 0,092 0,000
16 22,4 0,114 0,000
22,4 25,4 0,045 0,000
Água 0,196
Vazios 0,015
1,000
[mm] 0,063 0,125 0,25 0,5 1 2 4 5,6 8 11,2 16 22,4 25,4
[mm1/5] 0,58 0,66 0,76 0,87 1,00 1,15 1,32 1,41 1,52 1,62 1,74 1,86 1,91
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60 1,70 1,80 1,90 2,00
Pe
rce
nta
gem
do
mat
eri
al p
assa
nte
Raiz quinta da dimensão dos agregados
Curva de Faury Curva granulométrica dos agregados Curva granulométrica da borracha
ANEXO A – COMPOSIÇÃO DOS ESPÉCIMES
A.11
Identificação B05G
Processo de transformação do granulado Trituração
Percentagem de agregados substituídos 5,00
Percentagem de agregados finos substituídos 0,00
Percentagem de agregados grossos substituídos 8,49
A/C 0,44
Composição [m3/m
3]
Cimento 0,144
Pen
eiro
s
0,125 0,25
Agr
egad
os
0,025
Gra
nu
lad
o d
e b
orr
ach
a
0,000
0,25 0,5 0,048 0,000
0,5 1 0,055 0,000
1 2 0,064 0,000
2 4 0,073 0,000
4 5,6 0,030 0,010
5,6 8 0,034 0,011
8 11,2 0,034 0,011
11,2 16 0,092 0,000
16 22,4 0,114 0,000
22,4 25,4 0,045 0,000
Água 0,196
Vazios 0,015
1,000
[mm] 0,063 0,125 0,25 0,5 1 2 4 5,6 8 11,2 16 22,4 25,4
[mm1/5] 0,58 0,66 0,76 0,87 1,00 1,15 1,32 1,41 1,52 1,62 1,74 1,86 1,91
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60 1,70 1,80 1,90 2,00
Pe
rce
nta
gem
do
mat
eri
al p
assa
nte
Raiz quinta da dimensão dos agregados
Curva de Faury Curva granulométrica dos agregados Curva granulométrica da borracha
ANEXO A – COMPOSIÇÃO DOS ESPÉCIMES
A.12
Identificação B10G
Processo de transformação do granulado Trituração
Percentagem de agregados substituídos 10,00
Percentagem de agregados finos substituídos 0,00
Percentagem de agregados grossos substituídos 17,15
A/C 0,46
Composição [m3/m
3]
Cimento 0,137
Pen
eiro
s
0,125 0,25
Agr
egad
os
0,031
Gra
nu
lad
o d
e b
orr
ach
a
0,000
0,25 0,5 0,048 0,000
0,5 1 0,055 0,000
1 2 0,064 0,000
2 4 0,073 0,000
4 5,6 0,020 0,020
5,6 8 0,022 0,023
8 11,2 0,022 0,023
11,2 16 0,092 0,000
16 22,4 0,114 0,000
22,4 25,4 0,045 0,000
Água 0,196
Vazios 0,015
1,000
[mm] 0,063 0,125 0,25 0,5 1 2 4 5,6 8 11,2 16 22,4 25,4
[mm1/5] 0,58 0,66 0,76 0,87 1,00 1,15 1,32 1,41 1,52 1,62 1,74 1,86 1,91
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60 1,70 1,80 1,90 2,00
Pe
rce
nta
gem
do
mat
eri
al p
assa
nte
Raiz quinta da dimensão dos agregados
Curva de Faury Curva granulométrica dos agregados Curva granulométrica da borracha
ANEXO A – COMPOSIÇÃO DOS ESPÉCIMES
A.13
Identificação B15G
Processo de transformação do granulado Trituração
Percentagem de agregados substituídos 15,00
Percentagem de agregados finos substituídos 0,00
Percentagem de agregados grossos substituídos 25,94
A/C 0,48
Composição [m3/m
3]
Cimento 0,132
Pen
eiro
s
0,125 0,25
Agr
egad
os
0,037
Gra
nu
lad
o d
e b
orr
ach
a
0,000
0,25 0,5 0,048 0,000
0,5 1 0,055 0,000
1 2 0,064 0,000
2 4 0,073 0,000
4 5,6 0,009 0,030
5,6 8 0,011 0,034
8 11,2 0,011 0,034
11,2 16 0,092 0,000
16 22,4 0,114 0,000
22,4 25,4 0,045 0,000
Água 0,196
Vazios 0,015
1,000
[mm] 0,063 0,125 0,25 0,5 1 2 4 5,6 8 11,2 16 22,4 25,4
[mm1/5] 0,58 0,66 0,76 0,87 1,00 1,15 1,32 1,41 1,52 1,62 1,74 1,86 1,91
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60 1,70 1,80 1,90 2,00
Pe
rce
nta
gem
do
mat
eri
al p
assa
nte
Raiz quinta da dimensão dos agregados
Curva de Faury Curva granulométrica dos agregados Curva granulométrica da borracha
ANEXO A – COMPOSIÇÃO DOS ESPÉCIMES
A.14
Quadro resumo das composições (kg/m3)
Espécime BR B05F/B05F* B10F/B10F* B15F/B15F* B05FG
Cimento 455,8 455,8 435,5 417,0 455,8
Água 196,0 196,0 196,0 196,0 196,0
Fracções granulométricas
Agregados minerais
Granulado de borracha
Agregados minerais
Granulado de borracha
Agregados minerais
Granulado de borracha
Agregados minerais
Granulado de borracha
Agregados minerais
Granulado de borracha
0,125 0,25 53,2 0,0 46,7 2,7 52,8 7,0 54,3 12,6 50,0 1,4
0,25 0,5 121,1 0,0 106,2 6,2 91,8 12,2 77,8 18,0 113,6 3,1
0,5 1 139,1 0,0 122,0 7,1 105,5 14,0 89,3 20,7 130,5 3,5
1 2 152,2 0,0 133,5 8,1 115,4 16,0 97,8 23,8 142,9 4,1
2 4 174,8 0,0 153,4 9,3 132,6 18,4 112,3 27,3 164,1 4,7
4 5,6 94,0 0,0 94,0 0,0 94,0 0,0 94,0 0,0 82,3 5,1
5,6 8 112,1 0,0 112,1 0,0 112,1 0,0 112,1 0,0 98,2 5,8
8 11,2 113,3 0,0 113,3 0,0 113,3 0,0 113,3 0,0 99,3 5,8
11,2 16 230,1 0,0 230,1 0,0 230,1 0,0 230,1 0,0 230,1 0,0
16 22,4 286,4 0,0 286,4 0,0 286,4 0,0 286,4 0,0 286,4 0,0
22,4 25,4 112,0 0,0 112,0 0,0 112,0 0,0 112,0 0,0 112,0 0,0
Espécime B10FG B15FG B05G B10G B15G
Cimento 435,5 417,0 445,4 426,1 408,3
Água 196,0 196,0 196,0 196,0 196,0
Fracções granulométricas
Agregados minerais
Granulado de borracha
Agregados minerais
Granulado de borracha
Agregados minerais
Granulado de borracha
Agregados minerais
Granulado de borracha
Agregados minerais
Granulado de borracha
0,125 0,25 61,2 3,5 69,5 6,3 61,6 0,0 77,3 0,0 91,6 0,0
0,25 0,5 106,4 6,1 99,4 9,0 121,1 0,0 121,1 0,0 121,1 0,0
0,5 1 122,3 7,0 114,2 10,3 139,1 0,0 139,1 0,0 139,1 0,0
1 2 133,8 8,0 125,0 11,9 152,2 0,0 152,2 0,0 152,2 0,0
2 4 153,7 9,2 143,6 13,6 174,8 0,0 174,8 0,0 174,8 0,0
4 5,6 70,4 10,3 58,3 15,6 70,5 10,2 46,6 20,7 22,3 31,3
5,6 8 84,0 11,7 69,5 17,7 84,1 11,6 55,6 23,5 26,6 35,5
8 11,2 84,9 11,8 70,3 17,9 85,1 11,8 56,2 23,7 26,9 35,9
11,2 16 230,1 0,0 230,1 0,0 230,1 0,0 230,1 0,0 230,1 0,0
16 22,4 286,4 0,0 286,4 0,0 286,4 0,0 286,4 0,0 286,4 0,0
22,4 25,4 112,0 0,0 112,0 0,0 112,0 0,0 112,0 0,0 112,0 0,0
ANEXO B – CURVAS GRANULOMÉTRICAS DOS AGREGADOS NATURAIS
B.1
Areia fina
ANEXO B – CURVA GRANULOMÉTRICA DOS AGREGADOS NATURAIS
B.2
Areia grossa
ANEXO B – CURVAS GRANULOMÉTRICAS DOS AGREGADOS NATURAIS
B.3
Bago de arroz
ANEXO B – CURVA GRANULOMÉTRICA DOS AGREGADOS NATURAIS
B.4
Brita 1
ANEXO B – CURVAS GRANULOMÉTRICAS DOS AGREGADOS NATURAIS
B.5
Brita 2
ANEXO C – CARACTERÍSTICAS GERAIS DO GRANULADO TRITURADO
C.1
Características gerais do granulado de borracha triturado
Aspectos qualitativos químicos e físicos
Aspectos qualitativos físicos Aspectos qualitativos químicos
Alta elasticidade devido ao método de reciclagem Isento de amianto
Área de superfície específica superior ao granulado produzido pelo método criogéncio
Metais pesados e óxido de zinco cumprem a norma DIN V 18035/7
Formato anguloso do grão promovendo maior capacidade de drenagem
Não tóxico
Resistência à abrasão
Elementos constituintes
Composição em percentagens variáveis em função da proveniência dos pneus:
NR – Natural Rubber
SBR – Styrene-Butadiene Rubber
IR – Isoprene Rubber
IIR – Butyl Isobutilene Isoprene Rubber
IIRmodified – Cloroisobutilebe-Isoprene Rubber
BR – PoLyButadiene Rubber
NBR – Acrilonitril-Butadiene Rubber
Especificações técnicas dos produtos
Descrição dos produtos
Granulados pertencentes ao grupo de pós refinados de acordo com as especificações europeias CWA 14243 –
2002
Código de produto: FB 00-08
Densidade a granel: 0,6-0,7
Dimensão nominal das partículas: 0,0 a 0,8 mm (635 a 20 Mesh)
Dureza: 50-60 Shore A
Máxima contaminação típica: Fibra <0,1% do peso total; aço <3 p.p.m.
Ponto de ignição: NA
Ponto de combustão: NA
ANEXO C – CARACTERÍSTICAS GERAIS DO GRANULADO TRITURADO
C.2
Código de produto: GB 08-25
Densidade a granel: 0,6-0,7
Dimensão nominal das partículas: 0,8 a 2,5 mm (20 e 8 Mesh)
Dureza: 50-60 Shore A
Máxima contaminação típica: Fibra <0,01% do peso total; aço <3 p.p.m.
Ponto de ignição: 218 ºC – ASTM D92-90
Ponto de combustão: 236 ºC – ASTM D92-90
Código de produto: GB 25-40
Densidade a granel: 0,6-0,7
Dimensão nominal das partículas: 2,5 a 4,0 mm (8 e 5 Mesh)
Dureza: 50-60 Shore A
Máxima contaminação típica: Fibra <0,1% do peso total; aço <3 p.p.m.
Ponto de ignição: 261 ºC – ASTM D92-90
Ponto de combustão: 263 ºC – ASTM D92-90
Código de produto: GB 40-70
Densidade a granel: 0,6-0,7
Dimensão nominal das partículas: 4,0 a 7,0 mm (5 e 0,256’’ Mesh)
Dureza: 50-60 Shore A
Máxima contaminação típica: Fibra <0,1% do peso total; aço <3 p.p.m.
Ponto de ignição: 235 ºC – ASTM D92-90
Ponto de combustão: 254 ºC – ASTM D92-90
ANEXO C – CARACTERÍSTICAS GERAIS DO GRANULADO TRITURADO
C.3
Código de produto: GB 40-70
Densidade a granel: 0,6-0,7
Dimensão nominal das partículas: 7,0 a 9,5 mm (0,256’’ e 3/8’’ Mesh)
Dureza: 50-60 Shore A
Máxima contaminação típica: Fibra <0,1% do peso total; aço <3 p.p.m.
Ponto de ignição: 205 ºC – ASTM D92-90
Ponto de combustão: 233 ºC – ASTM D92-90
NOTA: as análises granulométricas estão de acordo com a norma EN 933-1.
ANEXO D – CARACTERÍSTICAS GERAIS DO GRANULADO CRIOGÉNICO
D.1
Características gerais do granulado de borracha criogénico
Identificação do produto e características químicas e físicas
Nome do produto: granulado/pó de borracha criogénico Odor: ligeiro cheiro a borracha desvulcanizada
Aparência: granulado/pó negro Solubilidade em água: insolúvel
Nome químico e sinónimos: borracha natural e sintética (NR+SBR) Família química: polimérica
Peso específico: 0,95 a 1,15 Ponto de fusão: NA
Pressão a vapor: NA Densidade a vapor: NA
Taxa de evaporação: NA Ponto de ebulição: NA
Elementos constituintes
Material (CAS) % Material (CAS) %
Borracha vulcanizada (SBR) (9003-31-0) 45-50 Enxofre (07704-34-9) 1-5
Negro de fumo (01333-86-4) 25-30 Ácido esteárico (00057-11-4) 1-5
“Process oil” (64742-04-7) 10-15 Misturas perigosas de outros líquidos, sólidos ou gases 0
Óxido de zinco (01314-13-2) 1-5
Dados referentes ao perigo de fogo e explosão
Ponto de inflamação: temperatura de ignição da nuvem de pó: 320 ºC aproximadamente
Limite mais baixo de explosão: 0,025 g/l 3
Limite mais elevado de explosão: NA
Meios de extinção: água, espuma, pó seco (não usar água com alta pressão)
Procedimentos especiais de combate ao fogo: podem-se formar gases nocivos sob condições de fogo, usar um
aparelho autónomo de respiração aprovado pela NIOSH 4
Perigos de fogo e explosão não usuais: o pó pode ser explosivo quando misturado com ar em proporções críticas,
na presença de fonte de ignição. O perigo é similar ao de muitos sólidos orgânicos
Dados referentes à reactividade
Estável: sim
Perigo de polimerização: não ocorrerá
Incompatibilidade (materiais a evitar): evitar agentes fortemente oxidantes
Perigo de decomposição ou produtos derivados: a decomposição térmica pode produzir monóxido de carbono,
dióxido de carbono, fumo/pó de óxido de zinco, dióxido de enxofre, hidrocarbonetos líquidos e gasosos
Condições a evitar: condições que possam causar incêndios. Não armazenar material quente em tremonhas
devido à possibilidade de ocorrer combustão instantânea
3 Estimativas baseadas em dados para pó de borracha dura de crude e borracha sintética de 200 mesh; informação contida
no “NFPA Fire Protection Handbook” 4 National Institute for occupational Safety and Health
ANEXO D – CARACTERÍSTICAS GERAIS DO GRANULADO CRIOGÉNICO
D.2
Especificações técnicas dos produtos
Descrição dos produtos
Borracha vulcanizada em granulado, obtida a partir de pneus inteiros, por um processo criogénico.
É feita a remoção do metal e fibra existente nos pneus. A constituição do produto é (no mínimo) 99,6% de
borracha.
O processo criogénico de redução das partículas é feito a temperaturas muito baixas, cerva de -90 ºC, com azoto
líquido, sem fricção (impacto instantâneo) e por esse motivo a degradação molecular, térmica, oxidativa ou
fenómeno de desvulcanização não ocorrem nas cadeias do polímero, preservando estas excelentes propriedades
elásticas iniciais da borracha dos pneus.
O produto é não tóxico e é praticamente inodoro. O produto cumpre os requisitos da norma DIN V 18035-7,
relativa à emissão de lexiviados de metais pesados e outros poluentes orgânicos.
Código do produto: DC-3080
Descrição química: Borracha de pneu vulcanizada (mínimo de 99,7%)
Densidade a granel: 0,43 ± 0,03 kg/dm3
Forma física: Partículas tipo cubóide
Dimensão nominal das partículas: 0,18-0,6 mm
Máxima contaminação típica: (de acordo com a Norma ASTM D 5603-01)
Fibra < 0,1 %; aço < 0,3 % (±0,01)
Teor de humidade (à saída da linha de produção): (de acordo com a Norma ASTM D 1864-89)
% de humidade < 2 %
Código do produto: DC-1430
Descrição química: Borracha de pneu vulcanizada (mínimo de 99,6%)
Densidade a granel: 0,46 ± 0,03 kg/dm3
Forma física: Partículas tipo cubóide
Dimensão nominal das partículas: 0,6-1,4 mm
Máxima contaminação típica: (de acordo com a Norma ASTM D 5603-01)
Fibra < 0,1 %; aço < 0,2 % (±0,01)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,01 0,1 1 10
Pe
rce
nta
gem
do
mat
eri
al p
assa
nte
Abertura nominal da rede (mm)
ANEXO D – CARACTERÍSTICAS GERAIS DO GRANULADO CRIOGÉNICO
D.3
Código do produto: DC-1014
Descrição química: Borracha de pneu vulcanizada (mínimo de 99,7%)
Densidade a granel: 0,46 ± 0,03 kg/dm3
Forma física: Partículas tipo cubóide
Dimensão nominal das partículas: 1-2 mm
Máxima contaminação típica: (de acordo com a Norma ASTM D 5603-01)
Fibra < 0,1 %; aço < 0,2 % (±0,01)
NOTA: Não se dispõe de qualquer informação referente ao granulado de dimensão nominal 1,5-4,7.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,1 1 10
Pe
rce
nta
gem
do
mat
eri
al p
assa
nte
Abertura nominal da rede (mm)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,1 1 10
Pe
rce
nta
gem
do
mat
eri
al p
assa
nte
Abertura nominal da rede (mm)
ANEXO D – CARACTERÍSTICAS GERAIS DO GRANULADO CRIOGÉNICO
D.4
Processo de transformação criogénico
ANEXO E – MASSA VOLÚMICA E ABSORÇÃO DE ÁGUA
E.1
Areia Bago de arroz Brita Granulado de borracha
Fina Grossa Menor fracção Maior fracção 1 2 Criogénico Triturado
M0 (g) 464,9 454,5 361,0 266,5 438,5 444,8 1225,4 361,2
M1 (g) 1977,8 1787,5 1534,9 2470,3 3353,8 4681,2 1164,5 1226,7
M2 (g) 4801,9 4616,6 7078,3 5540,2 7784,5 9178,2 10859,1 6199,3
M3 (g) 3578,7 3567,9 6227,5 4022,7 5785,5 6279,5 10762,1 6166,4
M4 (g) 1972,0 1773,3 1516,3 2439,0 3310,1 4636,4 1146,2 1205,2
Areia Bago de arroz Brita Granulado de borracha
Fina Grossa Menor fracção Maior fracção 1 2 Criogénico Triturado
(kg/m3) 2634 2447 2278 2647 2525 2668 1092 1028
(kg/m3) 2613 2400 2216 2560 2443 2601 1074 1010
(kg/m3) 2621 2419 2244 2593 2475 2626 1091 1028
(%) 0,29 0,80 1,23 1,28 1,32 0,97 1,60 1,78
- massa volúmica do material impermeável das partículas (kg/dm3);
- massa volúmica das partículas secas em estufa (kg/dm3);
- massa volúmica das partículas saturadas com superfície seca (kg/dm3);
- massa volúmica da água à temperatura da água registada na pesagem M2 (kg/dm3);
- absorção de água após imersão em água durante 24 h (%);
- massa do agregado saturado com superfície seca;
- massa do picnómetro contendo o provete de agregado saturado e água (g);
- massa do picnómetro contendo apenas água (g); e
- massa do provete seco em estufa (g).
ANEXO F – MASSA VOLÚMICA APARENTE
F.1
Agregados minerais
Areia fina Areia grossa Bago de arroz Brita 1 Brita 2
(dm3) 3,00 10,00 10,00 10,00 10,00
(g) 1866 8610 8610 8610 8610
(g) 4183 4234 4269 15335 15475 15490 14685 14800 14670 14200 14500 14410 14360 14095 14190
(g) 4229 15433 14718 14370 14215
(kg/dm3) 1,410 1,543 1,472 1,437 1,422
Granulado criogénico
0.18-0.60 0.60-1.40 1.00-2.00 1.50-4.70
(dm3) 3,00 3,00 3,00 10,00
(g) 1866 1866 1866 8532
(g) 1320 1299 1304 1379 1422 1421 1441 1405 1406 4486 4508 4507
(g) 1308 1408 1417 4500
(kg/dm3) 0,436 0,469 0,472 0,450
Granulado triturado
0.00-0.80 0.80-2.50 2.50-4.00 4.00-7.00 7.00-9.50
(dm3) 3,00 3,00 3,00 10,00 10,00
(g) 1856 1856 1856 8533 8532
(g) 1086 1072 1068 1210 1197 1194 1375 1361 1359 4970 4921 4977 4946 5022 4943
(g) 1076 1200 1365 4956 4970
(kg/dm3) 0,359 0,400 0,455 0,496 0,497
- volume do recipiente de ensaio (dm3);
- massa do recipiente de ensaio (g);
- massa do recipiente e do provete de ensaio (g);
- média da massa do recipiente e dos provetes de ensaio (g);
- massa volúmica aparente do agregado ou granulado (kg/dm3).
ANEXO G – DESGASTE DE LOS ANGELES
G.1
Composição granulométrica
n Massas
parciais (g) Massa M1 (g)
Massa M2 (g)
Δ LA (%)
Bago de arroz D 4.76 / 2.38 5000 ± 10 6 5000,3 5000,3 3859,0 22,8%
Brita 1 C 9.51 / 6.35 2500 ± 10
8 2500,2
5000,7 3572,1 28,6% 6.35 / 4.76 2500 ± 10 2500,5
Brita 2 B 19.0 / 12.7 2500 ± 10
11 2500,5
5000,7 3465,1 30,7% 12.7 / 9.51 2500 ± 10 2500,2
Granulado de borracha
C 9.51 / 6.35 2500 ± 10
8 2500,0
5000,0 5000,0 0,0% 6.35 / 4.76 2500 ± 10 2500,0
n – número de esferas de aço que constituem a carga abrasiva;
M1 – massa do provete de ensaio (g);
M2 – massa do material retido no peneiro 1.68 mm (n.º 12) (g);
Δ LA – perda por desgaste na máquina de Los Angeles (%).
ANEXO H – ÍNDICE DE FORMA
H.1
Bago de arroz
Malha M1i Vi M2i
(mm) (g) (%) (g)
31,5 0,0 0,0 -
22,4 0,0 0,0 -
16 0,0 0,0 -
11,2 0,0 0,0 -
8 0,6 0,5 -
5,6 28,2 24,9 6,5
4 84,4 74,6 13,2
M0 (g) 113,2 Si 17,5
Brita 1
Malha M1i Vi M2i
(mm) (g) (%) (g)
31,5 0,0 0,0 -
22,4 0,0 0,0 -
16 0,0 0,0 -
11,2 89,4 11,8 14,5
8 319,4 42,1 62,3
5,6 307,5 40,6 54
4 41,8 5,5 -
M0 (g) 758,1 Si 18,3
Brita 2
Malha M1i Vi M2i
(mm) (g) (%) (g)
31,5 0,0 0,0 -
22,4 603,2 15,1 46,2
16 1.692,1 42,3 126,1
11,2 1.589,6 39,7 371,5
8 100,9 2,5 -
5,6 9,2 0,2 -
4 4,6 0,1 -
M0 (g) 3.999,6 Si 14,0
Granulado de borracha 4.00-7.00
Malha M1i Vi M2i
(mm) (g) (%) (g)
31,5 0,0 0,0 -
22,4 0,0 0,0 -
16 0,0 0,0 -
11,2 0,0 0,0 -
8 0,0 0,0 -
5,6 18,8 17,2 1,65
4 90,5 82,8 15,2
M0 (g) 109,3 Si 15,4
Granulado de borracha 7.00-9.50
Malha M1i Vi M2i
(mm) (g) (%) (g)
31,5
0,0 -
22,4
0,0 -
16
0,0 -
11,2
0,0 -
8 37,9 8,7 -
5,6 381,8 87,8 28,7
4 15,3 3,5 -
M0 (g) 435,0 Si 7,5
M0 – massa do provete de ensaio (g);
M1i – massa das partículas do provete para cada uma
das fracções granulométricas (g);
M2i – massa das partículas do provete para cada uma
das fracções granulométricas de forma não-cúbica
(g);
Vi – percentagem da massa M1i relativamente à
massa M0 do provete de ensaio (%).
ANEXO I – ABAIXAMENTO E MASSA VOLÚMICA DO BETÃO NO ESTADO FRESCO
I.1
2.ª fase experimental
Percentagem de substituição
0 5 10 15
A/C h (mm) D (kg/m
3) A/C h (mm) D (kg/m
3) A/C h (mm) D (kg/m
3) A/C h (mm) D (kg/m
3)
BF
0,43 93 2417
0,44 88 2369 - - - 0,48 87 2202
BF* - - - - - - - - -
BFG - - - 0,45 80 2303 - - -
BG 0,44 87 2359 - - - 0,49 88 2241
3.ª fase experimental
Percentagem de substituição
0 5 10 15
A/C h (mm) D (kg/m
3) A/C h (mm) D (kg/m
3) A/C h (mm) D (kg/m
3) A/C h (mm) D (kg/m
3)
BF
0,43 74 2392
0,43 66 2328 0,45 82 2271 0,47 66 2199
BF* 0,43 71 2327 0,45 88 2293 0,47 90 2207
BFG 0,43 70 2341 0,45 89 2284 0,47 84 2210
BG 0,44 74 2351 0,46 92 2295 0,48 85 2219
A/C – relação água / cimento;
h – abaixamento da amostra de betão (mm);
D – massa volúmica do betão no estado fresco (kg/m3).
ANEXO J – RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
J.1
2.ª fase experimental – 28 dias
1 2 3 4
BR 8326,2 8335,0 8332,3 8338,1 8332,9 (g)
1150,0 1202,0 1078,0 1108,0 1134,5 (kN)
51,111 53,422 47,911 49,244 50,422 (MPa)
1 2 3 4
B05F 8053,0 8094,1 8010,6 8053,9 8052,9 (g)
996,9 971,6 974,2 987,6 982,6 (kN)
44,307 43,182 43,298 43,893 43,670 (MPa)
1 2 3 4
B05G 8121,6 8045,5 8063,1 7991,7 8055,5 (g)
1031,0 980,5 1053,0 1046,0 1027,6 (kN)
45,822 43,578 46,800 46,489 45,672 (MPa)
1 2 3 4
B10FG 7806,4 7893,7 7721,7 7811,7 7808,4 (g)
837,3 864,4 831,2 862,7 848,9 (kN)
37,213 38,418 36,942 38,342 37,729 (MPa)
1 2 3 4
B15F 7537,6 7581,8 7633,0 7584,0 7584,1 (g)
608,0 603,2 620,6 610,3 610,5 (kN)
27,022 26,809 27,582 27,124 27,134 (MPa)
1 2 3 4
B15G 7690,3 7659,9 7721,2 7801,6 7718,3 (g)
637,5 628,2 698,4 688,6 663,2 (kN)
28,333 27,920 31,040 30,604 29,474 (MPa)
3.ª fase experimental – 7 dias
1 2 3
BR 8060,7 8095,2 8124,3 8093,4 (g)
1087,0 1107,0 1048,0 1080,7 (kN)
48,311 49,200 46,578 48,030 (MPa)
1 2 3
B05F 7928,7 7835,3 7808,7 7857,6 (g)
870,8 835,1 802,5 836,1 (kN)
38,702 37,116 35,667 37,161 (MPa)
1 2 3
B05F* 7898,0 7868,0 7883,5 7883,2 (g)
806,1 866,5 887,5 853,4 (kN)
35,827 38,511 39,444 37,927 (MPa)
1 2 3
B05FG 7931,3 7912,4 7895,0 7912,9 (g)
862,1 894,3 879,2 878,5 (kN)
38,316 39,747 39,076 39,046 (MPa)
1 2 3
B05G 7966,5 7980,5 7996,5 7981,2 (g)
902,1 905,2 874,5 893,9 (kN)
40,093 40,231 38,867 39,730 (MPa)
1 2 3
B10F 7738,4 7695,6 7652,6 7695,5 (g)
647,6 670,3 700,8 672,9 (kN)
28,782 29,791 31,147 29,907 (MPa)
1 2 3
B10F* 7773,2 7698,2 7750,2 7740,5 (g)
698,8 732,0 731,9 720,9 (kN)
31,058 32,533 32,529 32,040 (MPa)
1 2 3
B10FG 7628,8 7705,7 7743,0 7692,5 (g)
728,2 711,8 690,9 710,3 (kN)
32,364 31,636 30,707 31,569 (MPa)
1 2 3
B10G 7797,8 7744,6 7735,1 7759,2 (g)
699,2 713,2 713,3 708,6 (kN)
31,076 31,698 31,702 31,492 (MPa)
1 2 3
B15F 7460,1 7344,8 7491,1 7432,0 (g)
519,4 487,0 519,9 508,8 (kN)
23,084 21,644 23,107 22,612 (MPa)
ANEXO J – RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
J.2
1 2 3
B15F* 7446,7 7468,0 7458,1 7457,6 (g)
500,6 493,6 492,4 495,5 (kN)
22,249 21,938 21,884 22,024 (MPa)
1 2 3
B15FG 7450,3 7474,7 7433,5 7452,8 (g)
565,6 538,2 539,8 547,9 (kN)
25,138 23,920 23,991 24,350 (MPa)
1 2 3
B15G 7490,7 7464,4 7572,2 7509,1 (g)
554,9 548,6 552,3 551,9 (kN)
24,662 24,382 24,547 24,530 (MPa)
3.ª fase experimental – 28 dias
1 2 3 4 5
BR 8070,7 8147,8 8175,3 8106,2 8039,3 8107,9 (g)
1282,0 1273,0 1232,0 1251,0 1204,0 1248,4 (kN)
56,978 56,578 54,756 55,600 53,511 55,484 (MPa)
1 2 3 4 5
B05F 7904,3 7815,2 7904,4 7910,3 7883,9 7883,6 (g)
1013,0 954,1 980,6 1028,0 1027,0 1000,5 (kN)
45,022 42,404 43,582 45,689 45,644 44,468 (MPa)
1 2 3 4 5
B05F* 7945,4 7978,8 7953,0 7947,3 7938,9 7952,7 (g)
1039,0 1028,0 955,3 1011,0 1012,0 1009,1 (kN)
46,178 45,689 42,458 44,933 44,978 44,847 (MPa)
1 2 3 4 5
B05FG 7940,8 7853,5 7991,4 7914,3 7914,6 7922,9 (g)
1075,0 1014,0 1042,0 1098,0 1037,0 1053,2 (kN)
47,778 45,067 46,311 48,800 46,089 46,809 (MPa)
1 2 3 4 5
B05G 7928,8 8016,0 8024,1 7947,9 7979,7 7979,3 (g)
1058,0 1079,0 1041,0 1079,0 1060,0 1063,4 (kN)
47,022 47,956 46,267 47,956 47,111 47,262 (MPa)
1 2 3 4 5
B10F 7673,3 7727,0 7682,4 7707,0 7703,8 7698,7 (g)
810,4 808,8 793,8 829,1 802,9 809,0 (kN)
36,018 35,947 35,280 36,849 35,684 35,956 (MPa)
1 2 3 4 5
B10F* 7726,2 7643,1 7717,2 7660,5 7694,1 7688,2 (g)
801,3 858,7 853,2 823,5 830,3 833,4 (kN)
35,613 38,164 37,920 36,600 36,902 37,040 (MPa)
ANEXO J – RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
J.3
1 2 3 4 5
B10FG 7667,7 7702,3 7730,1 7661,1 7708,8 7694,0 (g)
858,6 873,1 853,4 778,0 839,8 840,6 (kN)
38,160 38,804 37,929 34,578 37,324 37,359 (MPa)
1 2 3 4 5
B10G 7763,0 7808,4 7702,6 7783,0 7765,9 7764,6 (g)
856,1 881,5 870,1 804,1 842,6 850,9 (kN)
38,049 39,178 38,671 35,738 37,449 37,817 (MPa)
1 2 3 4 5
B15F 7488,1 7439,9 7471,3 7408,8 7403,7 7442,4 (g)
608,7 596,5 604,6 586,6 608,7 601,0 (kN)
27,053 26,511 26,871 26,071 27,053 26,712 (MPa)
1 2 3 4 5
B15F* 7435,5 7485,5 7377,0 7499,4 7523,9 7464,3 (g)
624,0 622,5 580,0 608,8 589,3 604,9 (kN)
27,733 27,667 25,778 27,058 26,191 26,885 (MPa)
1 2 3 4 5
B15FG 7547,2 7510,1 7527,7 7536,6 7517,1 7527,7 (g)
686,9 651,7 684,8 680,9 640,8 669,0 (kN)
30,529 28,964 30,436 30,262 28,480 29,734 (MPa)
1 2 3 4 5
B15G 7631,8 7628,3 7712,7 7678,0 7587,4 7647,6 (g)
660,9 631,1 660,2 625,6 633,2 642,2 (kN)
29,373 28,049 29,342 27,804 28,142 28,542 (MPa)
3.ª fase experimental – 56 dias
1 2 3
BR 8116,9 8089,6 8099,3 8101,9 (g)
1340,0 1265,0 1282,0 1295,7 (kN)
59,556 56,222 56,978 57,585 (MPa)
1 2 3
B05F 7863,1 7930,1 7964,2 7919,1 (g)
1010,0 1044,0 1047,0 1033,7 (kN)
44,889 46,400 46,533 45,941 (MPa)
1 2 3
B05F* 7967,8 7923,5 7924,1 7938,5 (g)
1064,0 1046,0 1098,0 1069,3 (kN)
47,289 46,489 48,800 47,526 (MPa)
1 2 3
B05FG 7850,9 7949,6 7931,5 7910,7 (g)
1109,0 1071,0 1105,0 1095,0 (kN)
49,289 47,600 49,111 48,667 (MPa)
ANEXO J – RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
J.4
1 2 3
B05G 8038,9 7959,1 8014,5 8004,2 (g)
1166,0 1099,0 1145,0 1136,7 (kN)
51,822 48,844 50,889 50,519 (MPa)
1 2 3
B10F 7709,6 7630,2 7760,0 7699,9 (g)
859,0 870,7 849,9 859,9 (kN)
38,178 38,698 37,773 38,216 (MPa)
1 2 3
B10F* 7707,3 7763,6 7734,3 7735,1 (g)
910,3 875,5 908,1 898,0 (kN)
40,458 38,911 40,360 39,910 (MPa)
1 2 3
B10FG 7732,8 7669,5 7668,8 7690,4 (g)
845,7 872,5 890,1 869,4 (kN)
37,587 38,778 39,560 38,641 (MPa)
1 2 3
B10G 7805,7 7742,1 7795,0 7780,9 (g)
860,1 929,7 874,4 888,1 (kN)
38,227 41,320 38,862 39,470 (MPa)
1 2 3
B15F 7534,6 7475,8 7434,3 7481,6 (g)
626,3 634,7 620,1 627,0 (kN)
27,836 28,209 27,560 27,868 (MPa)
1 2 3
B15F* 7505,3 7499,7 7525,1 7510,0 (g)
652,4 624,1 644,6 640,4 (kN)
28,996 27,738 28,649 28,461 (MPa)
1 2 3
B15FG 7466,8 7541,5 7450,1 7486,1 (g)
683,3 670,3 700,1 684,6 (kN)
30,369 29,791 31,116 30,425 (MPa)
1 2 3
B15G 7595,0 7589,6 7638,1 7607,6 (g)
683,6 645,7 678,5 669,3 (kN)
30,382 28,698 30,156 29,745 (MPa)
ANEXO K – RESISTÊNCIA À TRACÇÃO POR COMPRESSÃO DIAMETRAL
K.1
3.ª fase experimental – 28 dias
1 2 3
BR 30,1 29,9 29,8 29,9 (cm)
276,7 228,7 220,8 242,1 (kN)
3,901 3,246 3,145 3,431 MPa
1 2 3
B05F 30,1 29,9 29,9 30,0 (cm)
233,0 164,9 158,3 185,4 (kN)
3,285 2,341 2,247 2,624 (MPa)
1 2 3
B05F* 29,9 29,9 30,0 29,9 (cm)
197,1 188,5 172,6 186,1 (kN)
2,798 2,676 2,442 2,638 (MPa)
1 2 3
B05FG 29,9 29,8 30,0 29,9 (cm)
153,6 157,4 188,8 166,6 (kN)
2,180 2,242 2,671 2,364 (MPa)
1 2 3
B05G 29,9 30,0 30,1 30,0 (cm)
175,4 216,7 243,3 211,8 (kN)
2,490 3,066 3,431 2,995 (MPa)
1 2 3
B10F 29,9 29,9 30,0 29,9 (cm)
158,4 161,9 130,0 150,1 (kN)
2,248 2,298 1,839 2,129 (MPa)
1 2 3
B10F* 29,9 29,9 30,0 29,9 (cm)
180,0 169,8 179,9 176,6 (kN)
2,555 2,410 2,545 2,503 (MPa)
1 2 3
B10FG 30,0 29,8 29,9 29,9 (cm)
166,3 180,5 174,0 173,6 (kN)
2,353 2,571 2,470 2,464 (MPa)
1 2 3
B10G 29,8 29,9 30,1 29,9 (cm)
181,2 152,2 194,9 176,1 (kN)
2,581 2,160 2,748 2,496 (MPa)
1 2 3
B15F 30,1 29,8 29,9 29,9 (cm)
121,2 135,5 140,7 132,5 (kN)
1,709 1,930 1,997 1,879 (MPa)
1 2 3
B15F* 30,0 29,8 29,8 29,9 (cm)
116,3 111,5 146,9 124,9 (kN)
1,645 1,588 2,092 1,775 (MPa)
1 2 3
B15FG 30,1 29,9 29,9 30,0 (cm)
126,1 123,8 142,2 130,7 (kN)
1,778 1,757 2,018 1,851 (MPa)
1 2 3
B15G 30,1 29,8 29,8 29,9 (cm)
157,1 164,7 159,7 160,5 (kN)
2,215 2,346 2,274 2,278 (MPa)
ANEXO L – MÓDULO DE ELASTICIDADE
L.1
3.ª fase experimental – 28 dias
BR
fc0 (MPa) 1,00
fcm/3 (MPa) 13,86
EC (GPa) 40,3
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 24,3 351,6 25,2 343,4 2,78 322,8
2 32,5 353,4 26,1 343,3 1,15 319,1 Fim 40,3
3 34,3 355,2 27,9 346,1 0,84 319,6 Fim 40,3
EC (GPa) 41,0
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 26,2 352,4 25,2 356,1 1,4 328,6
2 39,7 349,8 39,7 356,1 2,0 313,3 15,3 41,1
3 29,8 342,5 37,9 354,6 1,3 314,7 Fim 40,9
ANEXO L – MÓDULO DE ELASTICIDADE
L.2
B05F
fc0 (MPa) 1,00
fcm/3 (MPa) 11,56
EC (GPa) 34,0
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 32,5 359,7 28,8 329,0 8,3 313,7
2 40,6 364,2 30,6 329,0 7,8 311,0 Fim 34,0
3 40,6 365,1 31,5 328,1 8,6 310,6 Fim 34,0
4
5
6
7
EC (GPa) 34,5
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 38,8 347,0 40,6 348,8 0,0 308,2
2 44,2 352,5 46,9 353,4 0,6 307,4 Fim 34,4
3 46,9 351,5 48,7 353,4 0,0 304,7 Fim 34,7
4
5
6
7
ANEXO L – MÓDULO DE ELASTICIDADE
L.3
B05F*
fc0 (MPa) 1,00
fcm/3 (MPa) 11,64
EC (GPa) 33,1
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 27,0 346,1 30,6 352,5 0,9 320,5
2 34,3 356,0 37,0 359,7 0,3 322,2 Fim 33,0
3 37,0 354,3 39,7 362,4 1,7 320,0 Fim 33,3
4
5
6
7
EC (GPa) 34,6
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 25,2 346,1 28,8 340,7 2,8 316,4
2 36,1 347,0 36,1 338,9 2,6 306,9 Fim 34,7
3 37,9 349,7 37,9 340,7 2,9 307,3 Fim 34,6
4
5
6
7
ANEXO L – MÓDULO DE ELASTICIDADE
L.4
B05FG
fc0 (MPa) 1,00
fcm/3 (MPa) 12,27
EC (GPa) 32,3
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 24,3 384,9 30,6 384,0 2,0 357,0
2 34,4 385,8 37,9 384,9 1,3 349,2 Fim 32,3
3 36,1 387,6 41,5 387,6 1,5 348,8 Fim 32,3
4
5
6
7
EC (GPa) 35,7
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 26,1 359,7 26,1 337,1 6,8 322,3
2 35,2 365,1 34,3 338,0 7,9 316,8 Fim 35,6
3 39,7 367,8 37,9 338,9 8,3 314,6 Fim 35,8
4
5
6
7
ANEXO L – MÓDULO DE ELASTICIDADE
L.5
B05G
fc0 (MPa) 1,00
fcm/3 (MPa) 12,42
EC (GPa) 33,0
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 26,1 387,6 30,6 367,8 6,7 349,4
2 36,1 388,5 35,2 375,0 3,6 346,1 Fim 33,0
3 37,9 392,1 37,0 375,0 4,6 346,1 Fim 33,0
4 38,8 392,1 37,9 374,1 4,8 344,8 Fim 33,1
5
6
7
EC (GPa) 34,8
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 27,9 358,8 26,1 366,9 3,0 335,9
2 36,1 358,8 35,2 368,7 3,3 328,1 Fim 34,8
3 37,9 360,6 36,1 369,6 3,3 328,1 Fim 34,8
4 39,7 362,4 37,9 371,4 3,3 328,1 Fim 34,8
5
6
7
ANEXO L – MÓDULO DE ELASTICIDADE
L.6
B10F
fc0 (MPa) 1,00
fcm/3 (MPa) 9,75
EC (GPa) 27,4
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 30,6 356,1 37,0 360,6 0,6 324,6
2 39,7 357,0 44,2 365,1 1,1 319,1 Fim 27,4
3 42,4 358,8 47,8 368,7 1,4 318,7 Fim 27,5
4
5
6
7
EC (GPa) 30,6
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 29,7 319,1 34,3 324,5 0,3 289,8
2 37,0 317,3 41,5 330,8 3,2 284,8 Fim 30,7
3 38,8 318,2 34,2 332,6 6,8 288,9 Fim 30,3
4 38,8 319,1 45,1 333,5 2,9 284,4 Fim 30,8
5
6
7
ANEXO L – MÓDULO DE ELASTICIDADE
L.7
B10F*
fc0 (MPa) 1,00
fcm/3 (MPa) 10,01
EC (GPa) 30,1
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 33,4 332,6 29,7 336,2 2,4 302,9
2 42,4 337,1 33,4 338,0 3,4 299,7 Fim 30,0
3 45,1 338,0 36,1 338,0 3,1 297,4 Fim 30,3
4
5
6
7
EC (GPa) 30,0
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 35,2 352,5 34,3 338,0 4,3 310,5
2 46,9 355,2 46,0 334,4 6,5 298,4 12,2 30,2
3 48,7 359,7 47,8 338,9 6,4 301,1 Fim 29,9
4
5
6
7
ANEXO L – MÓDULO DE ELASTICIDADE
L.8
B10FG
fc0 (MPa) 1,00
fcm/3 (MPa) 10,08
EC (GPa) 29,6
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 46,9 363,3 30,6 329,9 5,4 307,9
2 49,6 365,1 31,5 330,8 5,1 307,4 Fim 29,5
3 50,5 365,1 31,5 330,8 4,9 307,0 Fim 29,6
4
5
6
7
EC (GPa) 32,2
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 29,7 320,9 31,5 312,8 3,4 286,3
2 39,7 323,6 34,3 312,8 1,9 281,2 Fim 32,3
3 40,6 326,3 34,3 314,6 1,9 283,0 Fim 32,1
4
5
6
7
ANEXO L – MÓDULO DE ELASTICIDADE
L.9
B10G
fc0 (MPa) 1,00
fcm/3 (MPa) 10,17
EC (GPa) 33,1
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 30,6 328,1 27,9 302,0 7,9 285,8
2 37,9 328,1 37,0 303,8 8,1 278,5 Fim 33,0
3 37,0 326,3 37,9 303,8 8,1 277,6 Fim 33,1
4 37,9 328,1 38,8 305,6 8,1 278,5 Fim 33,0
5
6
7
EC (GPa) 30,4
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 36,0 329,0 27,0 340,7 7,1 303,4
2 35,2 329,9 32,5 342,5 5,2 302,4 Fim 30,4
3 37,9 333,5 35,2 345,2 4,9 302,8 Fim 30,4
4 39,7 333,5 37,0 346,1 5,2 301,5 Fim 30,5
5
6
7
ANEXO L – MÓDULO DE ELASTICIDADE
L.10
B15F
fc0 (MPa) 1,00
fcm/3 (MPa) 7,24
EC (GPa) 27,9
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 37,0 274,0 32,5 248,8 8,73 226,7
2 46,0 275,8 34,3 249,7 6,27 222,6 Fim 28,0
3 46,0 277,6 35,2 253,3 5,83 224,9 Fim 27,7
1 32,5 250,6 41,5 276,7 7,84 226,7
2 37,9 253,3 44,2 277,6 8,36 224,4 Fim 27,8
3 39,7 254,2 45,1 278,5 8,81 224,0 Fim 27,8
EC (GPa) 22,3
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 44,2 342,5 44,4 337,1 1,88 295,5
2 68,5 347,0 56,8 341,6 2,26 281,7 13,9 22,1
3 72,1 349,7 59,5 343,4 2,27 280,8 Fim 22,2
1 44,2 332,6 41,5 326,4 1,21 286,7
2 56,8 333,5 43,3 328,9 3,22 281,2 Fim 22,2
3 58,6 332,6 45,1 326,3 2,63 277,6 Fim 22,5
ANEXO L – MÓDULO DE ELASTICIDADE
L.11
B15F*
fc0 (MPa) 1,00
fcm/3 (MPa) 7,30
EC (GPa) 23,4
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 31,5 318,2 46,9 301,1 11,34 270,5
2 42,4 321,8 52,3 306,5 9,02 266,8 Fim 23,4
3 46,9 329,0 55,9 311,0 9,57 268,6 Fim 23,2
1 34,2 304,7 40,6 315,5 1,63 272,7
2 43,3 304,7 47,8 314,6 2,07 264,1 Fim 23,6
3 41,5 305,6 48,7 316,4 1,36 265,9 Fim 23,5
EC (GPa) 25,9
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 36,1 283,9 34,3 274,9 2,91 244,2
2 39,7 286,6 42,4 278,5 4,37 241,5 Fim 25,8
3 41,5 287,5 45,1 280,3 4,39 240,6 Fim 25,9
ANEXO L – MÓDULO DE ELASTICIDADE
L.12
B15FG
fc0 (MPa) 1,00
fcm/3 (MPa) 8,25
EC (GPa) 28,1
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 33,4 304,7 36,1 291,2 6,0 263,2
2 46,0 308,3 39,7 292,1 3,8 257,4 Fim 28,2
3 43,3 309,2 41,5 292,1 5,8 258,3 Fim 28,1
4
5
6
7
EC (GPa) 26,7
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 35,2 319,1 40,6 329,9 1,9 286,6
2 51,4 320,0 61,3 335,3 2,0 271,3 15,3 26,7
3 53,2 322,7 64,0 339,8 2,3 272,7 Fim 26,6
4
5
6
7
ANEXO L – MÓDULO DE ELASTICIDADE
L.13
B15G
fc0 (MPa) 1,00
fcm/3 (MPa) 7,85
EC (GPa) 30,9
Extensómetro 1 Extensómetro 2
fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) fc0 (MPa) fcm/3 (MPa) Δ Extensómetros Extensão média Δ entre ciclos
Extensões Extensões
Ciclos % 10-6
% 10-6
% 10-6
% 10-6
% % 10-6
% 10-6
1 33,4 263,2 30,7 244,3 7,05 221,7
2 38,8 263,2 31,6 243,4 5,61 218,1 Fim 31,4
3 39,7 265,0 32,5 245,2 5,59 219,0 Fim 31,3
1 27,9 257,8 37,0 267,7 0,35 230,3
29,7
2 37,0 257,8 42,4 262,3 0,41 220,4 Fim 31,1
3 36,1 257,8 41,5 262,3 0,41 221,3 Fim 30,9
ANEXO M – RESISTÊNCIA À ABRASÃO
M.1
3.ª fase experimental – após 91 dias
BR
PROVETE 1 PROVETE 2 PROVETE 3
PONTOS L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL %
P1 50,9 48,8 2,1 4,1 51,8 49,0 2,8 5,4 51,0 49,0 2,0 3,9
P2 51,5 49,1 2,4 4,7 51,9 49,1 2,8 5,4 50,6 48,9 1,7 3,4
P3 51,3 49,1 2,2 4,3 52,0 49,0 3,0 5,8 50,0 48,8 1,2 2,4
P4 51,6 49,1 2,5 4,8 52,3 49,0 3,3 6,3 50,8 48,9 1,9 3,7
P5 51,8 48,7 3,1 6,0 51,9 49,0 2,9 5,6 51,6 49,0 2,6 5,0
P6 51,5 48,7 2,8 5,4 52,3 49,0 3,3 6,3 51,7 48,7 3,0 5,8
P7 51,4 48,7 2,7 5,3 52,2 49,0 3,2 6,1 51,7 48,6 3,1 6,0
P8 51,1 48,8 2,3 4,5 51,8 49,0 2,8 5,4 51,2 48,7 2,5 4,9
P9 51,3 49,0 2,3 4,5 52,3 49,1 3,2 6,1 51,0 48,9 2,1 4,1
Média 51,4 48,9 2,5 4,8 52,1 49,0 3,0 5,8 51,1 48,8 2,2 4,4
B05F
PROVETE 1 PROVETE 2 PROVETE 3
PONTOS L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL %
P1 50,1 48,8 1,3 2,6 50,5 49,3 1,2 2,4 51,1 49,4 1,7 3,3
P2 50,8 49,1 1,7 3,3 51,0 49,2 1,8 3,5 51,2 49,4 1,8 3,5
P3 50,9 49,2 1,7 3,3 51,2 49,2 2,0 3,9 51,3 49,3 2,0 3,9
P4 51,1 49,0 2,1 4,1 51,8 49,3 2,5 4,8 51,4 48,9 2,5 4,9
P5 50,8 48,9 1,9 3,7 52,2 49,4 2,8 5,4 51,6 48,8 2,8 5,4
P6 50,5 48,8 1,7 3,4 51,4 49,4 2,0 3,9 51,5 49,0 2,5 4,9
P7 51,1 48,6 2,5 4,9 51,1 49,4 1,7 3,3 51,4 49,1 2,3 4,5
P8 50,6 48,7 1,9 3,8 50,9 49,4 1,5 2,9 51,1 49,3 1,8 3,5
P9 50,7 48,9 1,8 3,6 51,1 49,3 1,8 3,5 51,3 49,1 2,2 4,3
Média 50,7 48,9 1,8 3,6 51,2 49,3 1,9 3,8 51,3 49,1 2,2 4,2
B05F*
PROVETE 1 PROVETE 2 PROVETE 3
PONTOS L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL %
P1 49,8 49,2 0,6 1,2 50,0 48,8 1,2 2,4 51,2 48,8 2,4 4,7
P2 50,3 49,2 1,1 2,2 50,2 48,7 1,5 3,0 51,4 49,2 2,2 4,3
P3 50,6 49,1 1,5 3,0 50,4 48,7 1,7 3,4 51,4 49,4 2,0 3,9
P4 51,1 49,0 2,1 4,1 50,7 48,5 2,2 4,3 51,2 49,5 1,7 3,3
P5 51,7 49,0 2,7 5,2 51,0 48,3 2,7 5,3 51,1 49,5 1,6 3,1
P6 50,8 49,1 1,7 3,3 50,6 48,4 2,2 4,3 50,6 49,3 1,3 2,6
P7 50,6 49,1 1,5 3,0 50,4 48,6 1,8 3,6 50,5 48,9 1,6 3,2
P8 50,1 49,2 0,9 1,8 50,1 48,8 1,3 2,6 50,7 48,9 1,8 3,6
P9 50,6 49,1 1,5 3,0 50,4 48,7 1,7 3,4 51,0 49,1 1,9 3,7
Média 50,6 49,1 1,5 3,0 50,4 48,6 1,8 3,6 51,0 49,2 1,8 3,6
ANEXO M – RESISTÊNCIA À ABRASÃO
M.2
B05FG
PROVETE 1 PROVETE 2 PROVETE 3
PONTOS L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL %
P1 52,0 51,2 0,8 1,5 51,2 50,1 1,1 2,1 49,8 48,4 1,4 2,8
P2 52,2 50,9 1,3 2,5 51,7 50,0 1,7 3,3 49,9 48,3 1,6 3,2
P3 52,3 50,6 1,7 3,3 51,8 49,9 1,9 3,7 50,2 48,3 1,9 3,8
P4 52,8 50,7 2,1 4,0 51,8 49,9 1,9 3,7 50,5 48,1 2,4 4,8
P5 53,0 50,7 2,3 4,3 51,1 49,8 1,3 2,5 51,0 48,0 3,0 5,9
P6 52,7 50,9 1,8 3,4 51,9 49,9 2,0 3,9 50,5 48,2 2,3 4,6
P7 52,5 51,2 1,3 2,5 51,7 50,0 1,7 3,3 49,9 48,3 1,6 3,2
P8 52,5 51,3 1,2 2,3 51,7 50,1 1,6 3,1 49,7 48,6 1,1 2,2
P9 52,4 50,8 1,6 3,1 51,8 49,9 1,9 3,7 50,2 48,3 1,9 3,8
Média 52,5 50,9 1,6 3,0 51,6 50,0 1,7 3,2 50,2 48,3 1,9 3,8
B05G
PROVETE 1 PROVETE 2 PROVETE 3
PONTOS L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL %
P1 50,2 49,0 1,2 2,4 49,3 48,2 1,1 2,2 50,1 49,4 0,7 1,4
P2 50,3 49,1 1,2 2,4 49,4 48,1 1,3 2,6 50,3 49,4 0,9 1,8
P3 50,8 48,8 2,0 3,9 49,8 47,9 1,9 3,8 50,3 49,3 1,0 2,0
P4 50,9 48,7 2,2 4,3 50,1 47,7 2,4 4,8 50,7 49,1 1,6 3,2
P5 50,9 48,4 2,5 4,9 50,3 47,4 2,9 5,8 51,8 48,9 2,9 5,6
P6 50,5 48,5 2,0 4,0 49,9 47,6 2,3 4,6 50,8 49,0 1,8 3,5
P7 50,3 48,4 1,9 3,8 49,2 47,6 1,6 3,3 50,8 49,3 1,5 3,0
P8 50,2 48,7 1,5 3,0 49,2 47,9 1,3 2,6 50,3 49,4 0,9 1,8
P9 50,5 48,8 1,7 3,4 49,5 47,8 1,7 3,4 50,7 49,4 1,3 2,6
Média 50,5 48,7 1,8 3,6 49,6 47,8 1,8 3,7 50,6 49,2 1,4 2,8
B10F
PROVETE 1 PROVETE 2 PROVETE 3
PONTOS L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL %
P1 50,0 49,2 0,8 1,6 51,4 50,2 1,2 2,3 51,4 49,9 1,5 2,9
P2 50,4 49,2 1,2 2,4 51,5 50,4 1,1 2,1 52,0 50,0 2,0 3,8
P3 50,6 49,1 1,5 3,0 51,6 50,5 1,1 2,1 52,1 50,1 2,0 3,8
P4 50,6 48,9 1,7 3,4 52,4 50,5 1,9 3,6 52,1 50,1 2,0 3,8
P5 50,6 48,6 2,0 4,0 52,8 50,4 2,4 4,5 52,0 50,0 2,0 3,8
P6 50,6 48,8 1,8 3,6 51,8 50,4 1,4 2,7 51,4 50,1 1,3 2,5
P7 50,3 49,0 1,3 2,6 51,7 50,4 1,3 2,5 51,2 50,1 1,1 2,1
P8 50,3 49,2 1,1 2,2 51,4 50,3 1,1 2,1 51,4 50,2 1,2 2,3
P9 50,5 49,2 1,3 2,6 51,7 50,5 1,2 2,3 51,5 50,2 1,3 2,5
Média 50,4 49,0 1,4 2,8 51,8 50,4 1,4 2,7 51,7 50,1 1,6 3,1
ANEXO M – RESISTÊNCIA À ABRASÃO
M.3
B10F*
PROVETE 1 PROVETE 2 PROVETE 3
PONTOS L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL %
P1 51,2 49,5 1,7 3,3 49,3 48,3 1,0 2,0 51,8 50,8 1,0 1,9
P2 51,4 49,5 1,9 3,7 49,7 48,3 1,4 2,8 52,1 50,7 1,4 2,7
P3 51,7 49,4 2,3 4,4 49,7 48,1 1,6 3,2 52,2 50,6 1,6 3,1
P4 52,2 49,4 2,8 5,4 50,1 47,9 2,2 4,4 52,6 50,2 2,4 4,6
P5 52,7 49,4 3,3 6,3 50,6 47,8 2,8 5,5 52,8 50,0 2,8 5,3
P6 52,0 49,5 2,5 4,8 50,2 47,9 2,3 4,6 52,5 50,1 2,4 4,6
P7 51,5 49,6 1,9 3,7 50,1 48,1 2,0 4,0 52,2 50,3 1,9 3,6
P8 51,4 49,6 1,8 3,5 49,8 48,4 1,4 2,8 52,1 50,5 1,6 3,1
P9 51,7 49,5 2,2 4,3 50,0 48,1 1,9 3,8 52,2 50,3 1,9 3,6
Média 51,8 49,5 2,3 4,4 49,9 48,1 1,8 3,7 52,3 50,4 1,9 3,6
B10FG
PROVETE 1 PROVETE 2 PROVETE 3
PONTOS L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL %
P1 50,8 50,2 0,6 1,2 51,3 50,8 0,5 1,0 49,8 48,8 1,0 2,0
P2 51,0 50,1 0,9 1,8 51,7 50,9 0,8 1,5 50,1 49,0 1,1 2,2
P3 51,4 49,7 1,7 3,3 52,1 50,6 1,5 2,9 50,5 48,9 1,6 3,2
P4 52,2 49,8 2,4 4,6 52,2 50,4 1,8 3,4 50,8 48,8 2,0 3,9
P5 52,6 49,9 2,7 5,1 52,1 50,2 1,9 3,6 - - - -
P6 51,0 50,3 0,7 1,4 51,0 50,3 0,7 1,4 51,0 48,8 2,2 4,3
P7 51,0 50,5 0,5 1,0 51,0 50,4 0,6 1,2 50,5 48,7 1,8 3,6
P8 51,0 50,4 0,6 1,2 51,1 50,6 0,5 1,0 50,1 48,8 1,3 2,6
P9 51,2 50,2 1,0 2,0 51,5 50,5 1,0 1,9 50,3 48,9 1,4 2,8
Média 51,4 50,1 1,2 2,4 51,6 50,5 1,0 2,0 50,4 48,8 1,6 3,1
B10G
PROVETE 1 PROVETE 2 PROVETE 3
PONTOS L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL %
P1 50,6 49,4 1,2 2,4 51,1 50,8 0,3 0,6 51,1 50,0 1,1 2,2
P2 50,7 49,3 1,4 2,8 51,5 50,8 0,7 1,4 51,3 50,4 0,9 1,8
P3 50,5 49,3 1,2 2,4 51,5 50,7 0,8 1,6 51,3 50,7 0,6 1,2
P4 50,8 49,2 1,6 3,1 51,5 50,7 0,8 1,6 51,0 50,7 0,3 0,6
P5 50,7 49,1 1,6 3,2 51,4 50,6 0,8 1,6 51,0 50,5 0,5 1,0
P6 50,5 49,1 1,4 2,8 51,5 50,5 1,0 1,9 50,5 50,2 0,3 0,6
P7 50,5 49,2 1,3 2,6 51,2 50,5 0,7 1,4 50,5 50,0 0,5 1,0
P8 50,5 49,3 1,2 2,4 51,4 50,7 0,7 1,4 51,2 50,0 1,2 2,3
P9 50,7 49,2 1,5 3,0 51,5 50,8 0,7 1,4 51,1 50,3 0,8 1,6
Média 50,6 49,2 1,4 2,7 51,4 50,7 0,7 1,4 51,0 50,3 0,7 1,4
ANEXO M – RESISTÊNCIA À ABRASÃO
M.4
B15F
PROVETE 1 PROVETE 2 PROVETE 3
PONTOS L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL %
P1 50,5 49,9 0,6 1,2 50,8 50,4 0,4 0,8 50,1 49,1 1,0 2,0
P2 51,6 50,2 1,4 2,7 51,2 50,5 0,7 1,4 50,0 49,1 0,9 1,8
P3 52,1 50,2 1,9 3,6 51,6 50,3 1,3 2,5 50,4 49,3 1,1 2,2
P4 51,6 50,2 1,4 2,7 52,2 50,4 1,8 3,4 50,1 49,0 1,1 2,2
P5 52,1 50,1 2,0 3,8 52,2 50,5 1,7 3,3 50,1 49,0 1,1 2,2
P6 51,2 50,2 1,0 2,0 51,5 50,4 1,1 2,1 50,3 49,0 1,3 2,6
P7 51,1 50,1 1,0 2,0 51,0 50,3 0,7 1,4 50,4 49,0 1,4 2,8
P8 50,7 50,1 0,6 1,2 50,8 50,4 0,4 0,8 50,4 49,1 1,3 2,6
P9 50,9 50,2 0,7 1,4 51,4 50,5 0,9 1,8 50,1 49,1 1,0 2,0
Média 51,3 50,1 1,2 2,3 51,4 50,4 1,0 1,9 50,2 49,1 1,1 2,3
B15F*
PROVETE 1 PROVETE 2 PROVETE 3
PONTOS L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL %
P1 50,9 49,6 1,3 2,6 50,0 49,6 0,4 0,8 50,8 49,8 1,0 2,0
P2 50,8 49,5 1,3 2,6 50,4 49,9 0,5 1,0 51,0 49,9 1,1 2,2
P3 50,6 49,4 1,2 2,4 50,8 49,8 1,0 2,0 51,1 49,9 1,2 2,3
P4 50,6 49,3 1,3 2,6 50,9 49,9 1,0 2,0 51,3 49,8 1,5 2,9
P5 50,4 49,4 1,0 2,0 50,9 49,8 1,1 2,2 51,1 49,7 1,4 2,7
P6 50,5 49,4 1,1 2,2 50,7 49,9 0,8 1,6 50,7 49,7 1,0 2,0
P7 50,4 49,2 1,2 2,4 50,3 49,8 0,5 1,0 50,6 49,7 0,9 1,8
P8 50,6 49,3 1,3 2,6 50,2 49,7 0,5 1,0 50,6 49,7 0,9 1,8
P9 50,7 49,4 1,3 2,6 50,5 50,0 0,5 1,0 50,8 49,8 1,0 2,0
Média 50,6 49,4 1,2 2,4 50,5 49,8 0,7 1,4 50,9 49,8 1,1 2,2
B15FG
PROVETE 1 PROVETE 2 PROVETE 3
PONTOS L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL %
P1 51,8 50,0 1,8 3,5 49,7 48,3 1,4 2,8 51,1 50,1 1,0 2,0
P2 51,7 50,0 1,7 3,3 49,4 48,4 1,0 2,0 51,2 50,4 0,8 1,6
P3 51,7 49,9 1,8 3,5 48,0 47,9 0,1 0,2 51,6 50,3 1,3 2,5
P4 51,7 49,7 2,0 3,9 48,3 47,7 0,6 1,2 - - - -
P5 51,7 49,5 2,2 4,3 49,1 47,3 1,8 3,7 52,2 50,2 2,0 3,8
P6 51,1 49,5 1,6 3,1 49,6 47,4 2,2 4,4 51,8 50,0 1,8 3,5
P7 51,0 49,5 1,5 2,9 50,0 47,4 2,6 5,2 51,5 50,0 1,5 2,9
P8 51,4 49,8 1,6 3,1 49,9 47,8 2,1 4,2 51,1 50,2 0,9 1,8
P9 51,3 49,6 1,7 3,3 49,6 47,7 1,9 3,8 51,5 50,2 1,3 2,5
Média 51,5 49,7 1,8 3,4 49,3 47,8 1,5 3,1 51,5 50,2 1,3 2,6
ANEXO M – RESISTÊNCIA À ABRASÃO
M.5
B15G
PROVETE 1 PROVETE 2 PROVETE 3
PONTOS L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL % L0 (mm) Lf (mm) ΔL (mm) ΔL %
P1 50,4 50,4 0,0 0,0 50,3 49,8 0,5 1,0 50,8 50,0 0,8 1,6
P2 51,9 50,7 1,2 2,3 50,3 49,7 0,6 1,2 50,6 50,1 0,5 1,0
P3 52,1 50,7 1,4 2,7 50,4 49,7 0,7 1,4 50,7 50,3 0,4 0,8
P4 51,3 50,3 1,0 1,9 50,3 49,5 0,8 1,6 50,8 48,7 2,1 4,1
P5 51,0 50,0 1,0 2,0 50,9 49,7 1,2 2,4 50,8 49,8 1,0 2,0
P6 50,4 50,0 0,4 0,8 50,5 49,6 0,9 1,8 51,0 49,7 1,3 2,5
P7 50,4 50,0 0,4 0,8 50,3 49,7 0,6 1,2 51,7 49,5 2,2 4,3
P8 50,9 50,3 0,6 1,2 50,6 50,0 0,6 1,2 50,9 49,9 1,0 2,0
P9 51,2 50,3 0,9 1,8 50,7 50,0 0,7 1,4 51,0 50,1 0,9 1,8
Média 51,1 50,3 0,8 1,5 50,5 49,7 0,7 1,5 50,9 49,8 1,1 2,2