06vs - edição - usinagem por abrasão

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UNIVERSIDADE SALVADOR - UNIFACS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA ABELJAN NOGUEIRA DIEGO SOARES MATHEUS TEIXEIRA PAULO MUNIZ PEDRO LEONARDO COSTA USINAGEM POR ABRASÃO 1

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Page 1: 06vs - edição - usinagem por abrasão

UNIVERSIDADE SALVADOR - UNIFACS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

ABELJAN NOGUEIRA

DIEGO SOARES

MATHEUS TEIXEIRA

PAULO MUNIZ

PEDRO LEONARDO COSTA

USINAGEM POR ABRASÃO

Salvador

2013

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ABELJAN NOGUEIRA

DIEGO SOARES

MATHEUS TEIXEIRA

PAULO MUNIZ

PEDRO LEONARDO COSTA

USINAGEM POR ABRASÃO

Trabalho apresentado ao curso de graduação em

Engenharia Mecânica do Departamento de

Engenharia na Universidade Salvador – UNIFACS,

como avaliação parcial da matéria Usinagem.

Nome do professor: Ismael Junior

Salvador

2013

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Índice de Figuras

Figura 1: Retífica plana. (a) tangencial, (b) vertical.....................................................8

Figura 2: Retificação cilíndrica (a) externa, (b) cônica, (c) interna, (d) máquina

ferramenta...................................................................................................................9

Figura 3: Retificação Centerless (a) esquematicamente, (b) máquina ferramenta......9

Figura 4: formação do rebolo.....................................................................................10

Figura 5: especificações do rebolo............................................................................10

Figura 6: estrutura do rebolo......................................................................................12

Figura 7: dispositivo para superacabamento cilindrico..............................................14

Figura 8: comparativo rugosidade superacabamento e retífica.................................15

Figura 9: Processos de usinagem por abrasão - Brunimento....................................17

Figura 10: Processos de usinagem por abrasão - Brunimento..................................18

Figura 11: processo de polimento..............................................................................18

Figura 12: Tamanho do grão cristalino......................................................................21

Figura 13: Gráfico de dureza e esmerilhamento........................................................21

Figura 14: Gráfico de polimento e dureza..................................................................22

Figura 15: Gráfico de rugosidade verso tempo..........................................................23

Figura 16: Processo de jateamento...........................................................................25

Figura 17: Processo de decapagem por centrifuga...................................................26

Figura 18: Espelhamento cilindrico............................................................................28

Figura 19: Espelhamento plano.................................................................................28

Figura 20: Lima serrilhada ou picada.........................................................................32

Figura 21: Limas fresadas.........................................................................................32

Figura 22: Limagem...................................................................................................33

SUMÁRIO

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Page 4: 06vs - edição - usinagem por abrasão

1. Introdução...................................................................................................6

2. Retificação..................................................................................................6

2.1. Máquina-Ferramenta..............................................................................82.1.1. Retificadora Plana...........................................................................82.1.2. Retificadora Cilíndrica Universal......................................................82.1.3. Retificadora Sem Centro (Centerless).............................................92.2. Rebolo..................................................................................................102.2.1. Abrasivo.........................................................................................112.2.2. Aglomerantes................................................................................112.2.3. Granulação....................................................................................122.2.4. Dureza...........................................................................................122.2.5. Estrutura........................................................................................122.2.6. Formato de rebolo.........................................................................13

3. Superacabamento....................................................................................13

3.1. Funcionamento.....................................................................................143.2. Aplicação..............................................................................................15

4. Rodagem...................................................................................................16

5. Brunimento...............................................................................................17

6. Lapidação.................................................................................................17

7. Polimento..................................................................................................18

7.1. Polimento Manual.................................................................................197.2. Polimento Mecânico.............................................................................197.3. Efeito do Polimento...............................................................................207.4. Elementos Determinantes do Polimento..............................................217.4.1. Técnica de Polimento....................................................................217.4.2. Característico dos aços.................................................................227.5. O Polimento Correto.............................................................................227.6. Problemas Durante o Polimento...........................................................23

8. Lixamento.................................................................................................23

8.1. Lixamento Manual................................................................................248.2. Lixamento Mecânico.............................................................................248.3. Lixamento de acabamento...................................................................24

9. Jateamento...............................................................................................24

9.1. Tipos de abrasivos................................................................................259.2. Tipos de Jateamento............................................................................269.2.1. Decapagem manual.......................................................................269.2.2. Decapagem por centrífuga............................................................269.2.3. Jato abrasivo húmido.....................................................................279.3. Outras aplicações.................................................................................27

10. Espelhamento...........................................................................................27

11. Tamboreamento.......................................................................................28

11.1. Meio de acabamento............................................................................28

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11.1.1. Chips naturais................................................................................2911.1.2. Chips pré-formados cerâmicos......................................................2911.1.3. Chips plásticos...............................................................................2911.1.4. Chips pré-formados de porcelana.................................................2911.1.5. Meios metálicos.............................................................................2911.1.6. Granulados de sabugo de milho....................................................3011.2. Composto químico................................................................................3011.3. Proporções entre meio e as peças.......................................................3011.4. Nível da água em tambor rotativo e máquina vibratória.......................31

12. Limagem...................................................................................................31

12.1. Limas serrilhadas ou picadas...............................................................3112.2. Limas fresadas.....................................................................................32

13. Afiação......................................................................................................33

14. Referencial Bibliográfico.........................................................................34

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1. Introdução

Usinagem por abrasão é toda aquela destinada a fornecer acabamento

superficial à peça, seja ele interno ou externo. Para tanto é utiliza ferramentas de

geometria não definidas para a execução do serviço. Por estes métodos acontece a

remoção de material através da interferência entre o material da peça e a ação de

grãos duros os quais possuem forma mais ou menos irregular.

Os tipos de usinagens explanados a seguir têm por objetivo, a saber: melhoria

na exatidão dimensional, melhoria na exatidão geométrica, melhoria na qualidade

superficial das peças e alteração das características superficiais da peça.

Neste trabalho serão explicados o funcionamento de 12 tipos de usinagens

por abrasão, contudo as mais importantes e mais utilizadas no mercado são a

retificação, a lapidação, o brunimento e o polimento.

2. Retificação

A retificação é um dos processos de usinagem por abrasão que consiste em

corrigir irregularidades das superfícies de peças através do contato entre a peça e

uma ferramenta abrasiva (rebolo), que gira em alta rotação, enquanto que a peça

pode ser deslizada ou girar, mas sempre em velocidade inferior.

Este processo tem por objetivo reduzir a rugosidade ou saliência e rebaixos

da superfície que possam ter sido usinadas por outro processo mecânico, além de

conferir à peça alta precisão geométrica e dimensional. Também é possível aplicar a

retifica a peças que obtiveram deformações durante o processo de tratamento

térmico desde que não tenham sido tricadas.

A formação do cavaco no processo de retificação se dá de maneira diferente

dos  demais processos de usinagem, já que a abrasão é fator fundamental na

retirada de cavaco. A remoção de material da peça é realizada por muitos gumes

simultaneamente distribuídos de forma aleatória e ela pode ficar ate na faixa de

micrometros. Cada grão, ao entrar em contato com a peça, possibilita a formação de

cavaco muito pequeno e de seção variável em função da microestrutura complexa

das ferramentas.

A retificação apresenta como principais vantagens o trabalho com tolerâncias

apertadas e o acabamento superficial de alta qualidade, em contra partida como

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desvantagens tem a baixa velocidade quando comparada à outros processos de

fabricação e a suscetibilidade a danos graves na peça quando não executada

corretamente, chamada de tensões e trincas de retífica.

A retificação é o principal processo industrial dos últimos tempos, e

corresponde entre 20% a 25% das despesas totais em operações realizadas por

máquinas ferramentas nos países industrializados. A sociedade atual estaria

impossibilitada de produzir sem a retificação, pois, aquilo que é usado passou por

um processo de retificação, ou por uma máquina que sofreu uma operação de

retificação. Na maioria de vezes, este processo é empregado como operação final

da fabricação de uma peça e, apesar de parecer uma operação simples, requer

domínio dos parâmetros de velocidade de corte, velocidade de avanço, boa

refrigeração e controle dimensional rigoroso (GÂMBIO, 2013).

O processo de retificação pode ser tangencial se o processo for executado

com a superfície de revolução da ferramenta, podendo ser cilíndrica, cônica, de

perfiis, plana e sem centro; ou pode ser ainda frontal se o processo for executado

com a face do rebolo. Ele pode também ser caracterizado com periférico,

transversal, longitudinal, lateral, cilíndrico interno ou externo, plano e circular como

pode ser visto na tabela 1.

Tabela1: Variações do processo de Retificação

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Fonte: posmec.ufsc.br/portal/defesas/trabalhos-defendidos.html2.1. Máquina-Ferramenta

As máquinas-ferramentas que executam a retificação são chamadas de

retificadoras, e podem ser classificadas em três tipos, sendo elas Plana, Cilíndrica

Universal ou Sem Centros também chamadas de Centerless. Abaixo será detalhado

sobre cada uma destas.

2.1.1. Retificadora Plana

Esse tipo de máquina retifica todos os tipos de superfícies planas: paralelas,

perpendiculares ou inclinadas. A peça deve ser presa a uma placa magnética

localizada à mesa retificadora, a qual possui movimento longitudinal e avanços

transversais. Este tipo de retificação pode ser realizado do tipo tangencial, com eixo

horizontal ou do tipo topo, com eixo vertical como pode ser visto na figura 01.

Figura 1: Retífica plana. (a) tangencial, (b) verticalFontes: cimm.com.br; Oliveira (2013)

2.1.2. Retificadora Cilíndrica Universal

A retificadora cilíndrica universal retifica superfícies cilíndricas, externas ou

internas e, em alguns casos, superfícies planas e em eixos rebaixados que exijam

faceamento.

A peça fica presa a uma placa universal, de forma análoga a uma peça fixada

no torno universal, e esta placa imprime um movimento de rotação à peça. O rebolo,

também em rotação, e girando no mesmo sentido da peça, entra em contato com a

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mesma e remove o material. O tipo de retificação aplicada é semelhante aos outros

tipos de usinamento, isto é, pode ser cilíndrica interna ou externa, cônica de perfil e

de rosca, como pode ser visto na figura 02.

Figura 2: Retificação cilíndrica (a) externa, (b) cônica, (c) interna, (d) máquina ferramenta.Fonte: Souza (2011)

2.1.3. Retificadora Sem Centro (Centerless)

Retifica superfície cilíndrica externa, mas a peça não fica presa e é indicada

no emprego de produção em série. A peça é conduzida pelo rebolo e pelo disco de

arraste que gira mais devagar e serve para imprimir movimento à peça e para

produzir o avanço longitudinal, como pode se visto na figura 03. Por essa razão, os

eixos dos rebolos tem um ângulo de convergência com uma inclinação de 1 a 3 ou 3

a 5 graus (dependendo da norma adotada), que é responsável pelo avanço da peça.

Figura 3: Retificação Centerless (a) esquematicamente, (b) máquina ferramenta.Fonte: Oliveira (2013); Retífica Estarta 310

9

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2.2. Rebolo

É a ferramenta de corte usada na operação de retificação constituída por

partículas abrasivas ligadas entre si por meio de ligante ou aglomerante visualizado

na figura 04.

Figura 4: formação do reboloFonte: Stoeterau (2010)

O rebolo apresenta cinco elementos principais que o caracterizam (figura 05):

o abrasivo que é o material que compõe o grão do rebolo; a granulação caracteriza o

tamanho dos grãos; aglomerante que é o material que une os grãos e que vai

determinar o grau de dureza; a estrutura do rebolo, que dá a porosidade do rebolo; e

a dureza que é a capacidade de retenção dos grãos abrasivos pelo aglomerante.

Figura 5: especificações do rebolo.Fonte: Silveira (2013)

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2.2.1. Abrasivo

Os abrasivos utilizados podem ser o Óxido de alumínio, Carboneto de silício,

Diamante e o Nitreto de boro cúbico.

O Óxido de alumínio (Al2O3) é obtido por redução da bauxita é um materiais

de alta resistência à tração e de acordo com a pureza pode ser obtido nos tipos:

Óxido de alumínio comum (A) de cor acinzentada, com pureza química entre 96% e

97%, e tendo como principal característica a alta tenacidade; e o Óxido de alumínio

branco (AA) que distingui-se pela sua cor e possui propriedades semelhantes ao

anterior, porém é mais quebradiço.

O Carbeto de silício (SiC) é obtido indiretamente por meio da reação química

de sílica pura com carvão coque em fornos elétricos. Possui boas características

térmicas, estabilidade química elevada e é recomendado para ferro fundido cinzento,

ferro fundido coquilhado. Pode ser encontrado dos tipos: Carbeto de silício cinza (C)

com maior dureza que os óxidos de alumínio e consequentemente mais

quebradiços; e o Carbeto de silício verdes (GC) que apresenta as mesmas

características do anterior e geralmente usado na afiação de ferramentas, pois não

alteram a constituição do metal duro;

Os materiais a seguir não são muito usados comercialmente em função do

seu alto custo. O Carbeto de boro apresenta características superiores aos já vistos,

consequentemente de custo elevado, usado geralmente para retificação de

ferramentas (inseto de metal duro). O Diamante é utilizado em estado natural ou

sintético na confecção de rebolos para lapidação.

2.2.2. Aglomerantes

É o material que vai determinar o grau de dureza e tem a função de manter os

grãos ligados e devem ser suficientemente resistentes. Os principais tipos são

Vitrificado, Resinóide, Borracha, Goma-laca e Oxicloreto. Os Vitrificados (V) são os

mais utilizados e não sofrem reações químicas, são usados com velocidades

periféricas de até 35m/s. Os Resinóides (B) são feitos de resinas sintéticas e usados

em trabalhos pesados com cortes frios e altas velocidades de até 80m/s. O tip

Borracha (R) que utilizado em rebolos destinados ao corte de metais, e em rebolos

transportadores de retificadoras do tipo centerless. Goma-laca (E) e Oxicloretos (O)

11

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atualmente estão em desuso e só são aplicados em trabalhos que exijam cortes

extremamente frios em peças desgastadas.

2.2.3. Granulação

O rebolo vem indicado por um número que significa o tamanho do grão,

classificado em uma peneira (polegadas lineares). Quanto mais fino é o grão, maior

é seu número na escala de granulometria. Os grãos que passam por uma peneira

que tem 10 aberturas por polegada linear são chamados grãos n. 10, e aqueles que

passam por 60 aberturas por polegada linear são denominados grãos n. 60 (e assim

por diante). Os grãos grandes (grossos) são empregados para trabalhos de

desbaste e para materiais moles, dúcteis ou fibrosos, como aços moles ou

alumínios, os finos para acabamentos Para materiais duros ou quebradiços, como

metal-duro ou vidro.

2.2.4. Dureza

É a capacidade de retenção dos grãos abrasivos pelo aglomerante. Um

rebolo muito duro é indicado para materiais macios e quebradiços e retém seus

grãos até depois deles terem perdido a capacidade de corte. Um rebolo mole é

indicado para materiais duros e perde seus grãos antes deles terem executados

inteiramente o trabalho.

2.2.5. Estrutura

Indica os poros ou vazios da estrutura de um rebolo (figura 6) que criam

condições de remoção rápida dos cavacos da face do rebolo. Para desbaste

(processo inicial) usa-se estrutura aberta e para acabamento (processo

normalmente de finalização) usa-se estrutura fechada.

Figura 6: estrutura do rebolo.Fonte slide preto

12

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2.2.6. Formato de rebolo

A depender da aplicação é possível obter também diferentes tipos de

formatos de rebolo, e na tabela 3 é possível associar o formato específico com a

aplicação do rebolo.

Tabela 3: associação forma do rebolo com a aplicação

Fonte: posmec.ufsc.br/portal/defesas/trabalhos-defendidos.html

3. Superacabamento

O superacabamento pode ser entendido como o acabamento do acabamento

tendo em vista que é uma operação feita em peças, cuja superfície ainda apresenta

defeitos mesmo já tendo sofrido um processo de retificação. Alguns defeitos têm a

forma de riscos e estrias e são causados exatamente pelos grãos abrasivos do

processo anterior. Outros defeitos, como a formação de facetas, são devidos aos

efeitos de vibrações. A operação que corrige esses microdefeitos e diminui o

13

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coeficiente de atrito entre as superfícies (aumentando sua resistência ao desgaste) é

o superacabamento.

A superfície superacabada deve ficar bem lisa e com aparência de um

espelho fosco. O movimento de corte do abrasivo é o que diferencia as operações

de retificação e superacabamento. Enquanto na retificação o movimento de corte é

dado pelo rebolo, é uma pedra ou bloco abrasivo que realiza o movimento de corte

no superacabamento. Esta pedra, no entanto não realiza movimentos de revolução e

sim movimento retilíneos de vaivém em uma frequência de um a dois mil golpes por

minutos a uma amplitude de um a cinco milímetros. É a peça que gira com

velocidade de aproximadamente 20m/min.

Outro diferencial do superacabamento é a espessura do sobremetal retirado

que varia de 0,001 a 0,01mm e depende de alguns fatores específicos: a pressão

exercida sobre a pedra abrasiva em kgf/cm2 ou Pa; o estado da superfície ou grau

de rugosidade, antes da operação; e a natureza da pedra abrasiva (grão e dureza).

3.1. Funcionamento

A pedra abrasiva deve ser colocada em posição sobre a peça, com pressão

constante de 1 a 5 kgf/cm2, em seguida inicia-se a operação, com a peça girando a

uma velocidade de corte de 20 m/min e a pedra abrasiva vibrando, como pode ser

visto na figura 7. Essa vibração dá-se ao longo do cilindro que está sendo submetido

ao superacabamento, contudo, esta operação pode também ocorrer com a peça

sendo deslocada ao longo da pedra abrasiva.

Figura 7: dispositivo para superacabamento cilindrico.Fonte: essel.com.br

Para esta operação a lubrificação é fundamental. Os fluidos de corte

disponíveis comercialmente podem ser usados, no entanto é adequado que tanto a

14

Page 15: 06vs - edição - usinagem por abrasão

pedra quanto a peça abrasiva sejam constantemente lubrificadas com uma mistura

de 80% de querosene e 20% de óleo.

A operação termina quando a pressão real nos pontos de contato pedra/peça

se torna insuficiente para retirada de material, neste momento a rugosidade já terá

chegado a níveis satisfatórios. Na figura 8 é possível comparar a superfície após

retificação e após superacabamento, comprovando desta forma a eficiência do

superacabamento.

Figura 8: comparativo rugosidade superacabamento e retífica.Fonte: essel.com.br

3.2. Aplicação

O superacabamento é indicado basicamente para os ajustes deslizantes ou

giratórios de peças de alta precisão; para a melhoria de tolerância; e para a

diminuição da rugosidade.

A depender da superfície demandada, o superacabamento pode ser realizado

de forma diferente. Superfícies cilíndricas externas entre pontas são feitos em uma

máquina semelhante à máquina de retificação entre pontas na qual o suporte dos

rebolos é substituído pelo suporte das pedras abrasivas de superacabamento. Essa

máquina é utilizada no superacabamento de virabrequins, eixos de comando etc.

Nas superfícies cilíndricas externas sem centro a peça é suportada na máquina e

arrastada por dois cilindros. Trata-se de uma máquina usada para grandes

produções, como a fabricação de rolos de rolamentos. Também existem outras

máquinas específicas para superfícies planas ou cilíndricas internas.

15

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4. Rodagem

A rodagem é mais um processo específico de acabamento que permite

melhorar (ainda mais) a exatidão dimensional, o acabamento superficial e as

tolerâncias de forma e posição das superfícies retificadas. Na rodagem é possível a

retirada de 0,1 a 0,2 mm de sobremetal, sendo o mais comum pequenas retiradas

de 0,01 a 0,04 mm.

Este processo é executado em superfícies cilíndricas internas e externas e

superfícies planas. O que diferencia a rodagem do superacabamento é que os

abrasivos se apresentam na forma de pó e precisam de uma ajuda de água,

querosene ou óleo, para serem transformado em pasta abrasiva que será utilizada

na rodagem. Os abrasivos mais comuns na rodagem também são o carboneto de

silício, o óxido de alumínio branco, mas neste processo a pasta diamantada também

é usada para aços temperados e o óxido de alumínio comum (cinzento) é usado

para metais leves (que têm peso específico menor ou igual a 5 kg/dm3).

Estes abrasivos devem trabalhar com pressão de rodagem de

aproximadamente 8 kgf/cm2 (800kPa) e velocidade de 20 a 30 m/min. A escolha da

granulação dos abrasivos varia de 60 a 300 utilizadas para a rodagem de superfícies

acabadas, enquanto que granulações de 400 em diante são usadas para superfícies

perfeitas (espelhadas ou lapidadas). Granulações mais finas, acima de 800, podem

também ser usadas, desde que o local de trabalho e o método utilizado sejam

adequados.

A rodagem é muito usada em vedações de válvulas, suas sedes e

acabamento dos contatos de micrômetros, e pode ser feita tanto pelo processo

manual quanto por meio de máquinas especiais. No processo manual basicamente,

após uma série de averiguações, a pasta abrasiva entra em contato com a peça que

deve ser movimentada descrevendo a forma de um oito. Posteriormente deve ser

limpa e averiguada quanto a planeza e a rugosidade até obter valores satisfatórios.

Já na rodagem por máquina a peça permanece parada, enquanto os

abrasivos é que entram em movimento. A operação pode ser executada com pedras

ou pó abrasivos. No caso de uso de pedras abrasivas, estas devem ser fixadas em

dispositivos rotativos. No caso de pó abrasivo, este deve ser misturado com

querosene para formar a pasta abrasiva, que será colocada na superfície de um

disco e espalhada. Logo após é iniciada a rodagem controlando a superfície obtida, 16

Page 17: 06vs - edição - usinagem por abrasão

observando a planeza, o paralelismo e a perpendicularidade das faces até obter o

resultado desejado com um grau aceitável de rugosidade.

5. Brunimento

Considerado como um processo mecânico de usinagem o brunimento, ocorre

através do contato da superfície a ser trabalhada e os grão ativos presentes no

brunidor, porém para que este processo ocorra, a peça deverá executar um

movimento circular de baixa rotação e o brunidor deverá efetuar um deslocamento

alternativo de baixa amplitude e alta frequência ao longo da superfície a ser

trabalhada.

Figura 9: Processos de usinagem por abrasão – Brunimento.

Apesar de ser semelhante ao processo de retificação, o brunimento se

diferencia pela velocidade de rotação e a pressão aplicada durante o processo.

Em situações do dia a dia, o brunimento é aplicado na retificação ou

acabamento de motores, alojamento de êmbolos hidráulicos, canos de canhão e

entre outros.

6. Lapidação

Assim como nos outros processos por abrasão a lapidação possui como

principal agente, grãos abrasivos os quais através de movimentos circulares

realizam a retificação ou acabamento de superfícies e componentes.

Diferente dos outros processos, a lapidação utiliza fluidos (água ou óleo) com

os grãos abrasivos. Para o seu funcionamento, adiciona-se o fluido mais o pó

abrasivo na superfície da peça a ser lapidada e em seguida é impresso movimentos

circulares sobre a peça através de um disco abrasivo, conforme mostrado na

imagem 10.

17

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Figura 10: Processos de usinagem por abrasão – Lapidação.

7. Polimento

Figura 11: Processo de polimento.

O processo de polimento é uma fase determinante para a obtenção de

moldes e ferramentas de boa qualidade. Entretanto, diversos fatores têm influência

significativa para que um polimento adequado seja atingido. Entender os

fundamentos desse processo é fundamental para que se alcance um bom resultado.

O polimento representa um papel fundamental no tratamento final da superfície dos

aços-ferramenta e é utilizada para obter superfícies mais ou menos ásperas, de

acordo com as características de acabamento requeridas nas peças moldadas

finais. A técnica de polimento consiste em um processo de alisamento manual ou

18

Page 19: 06vs - edição - usinagem por abrasão

mecanizado da superfície com o auxílio de tecidos ou pastas abrasivas a fim de

atingir um nível específico de rugosidade superficial.

A utilização crescente de diversos produtos levou ao aumento da necessidade

de construção de matrizes e moldes com superfícies polidas. O acabamento de

superfície de alta qualidade traz os seguintes benefícios:

Facilita, na maioria dos casos, o processo de extração da peça moldada da

cavidade. Eventualmente o polimento excessivo pode causar retenção da peça por

formação de vácuo. Nestes casos, há necessidade de tornar a superfície levemente

fosca.

Reduz o risco de originar rebarbas devido a possíveis sobrecargas ou entrada

de gases de escape (um perfil denteado pode favorecer a intensificação local dos

esforços).

Reduz o perigo de corrosões localizadas (um perfil denteado possui maior

reatividade do que um plano, por causa da maior superfície exposta às condições

circundantes).

Aumenta a resistência ao desgaste dentro de certos limites (ao remover a

rugosidade, aumenta o contato da superfície entre as peças e diminui a pressão

efetiva).

O processo de polimento, assim como no lixamento, também existe a opção

manual e mecânico.

7.1. Polimento Manual

O polimento manual consiste em remover facilmente riscos leves e pequenos

defeitos superficiais de uma peça. Utilizando-se massa de polir grossa na primeira

etapa, e depois fina, similares a utilizadas para automóveis, e com panos macios e

limpos, deve-se polir com movimentos circulares ao redor da área danificada, com

firmeza e alternando de direção frequentemente. Desta forma se poderá restaurar a

superfície, retomando o brilho da peça.

7.2. Polimento Mecânico

Depois do alisamento da superfície por meio de lixamento ou raspagem, as

peças devem ser polidas em politrizes mecânicas. O polimento da peça requer um

bom equilíbrio entre a velocidade da politriz e a pressão aplicada, cabendo ao

19

Page 20: 06vs - edição - usinagem por abrasão

operador julgar a pressão que não causará superaquecimento, mas que

simultaneamente dará um bom rendimento de trabalho. Na roda de tecido aplicam-

se massas especiais para polimento específico para aquele material. O acabamento

final é dado em outra politriz, isenta de massa, com a finalidade de lustrar a peça e

remover o excesso de polidor da operação anterior.

7.3. Efeito do Polimento

Existem duas teorias desenvolvidas atualmente para descrever os efeitos do

tratamento de polimento. De acordo com alguns especialistas, não há diferença

entre o esmerilhamento e o polimento, porque ambos os métodos removem material,

porém em quantidades diferentes. Como prova dessa avaliação, pode-se

estabelecer que mesmo por meio de uma simples limpeza com lã ou algodão é

possível remover partículas metálicas da superfície. Entretanto, para outros

especialistas o polimento não remove qualquer material. A pressão aplicada sobre a

peça durante o polimento, junto com a elevação da temperatura devido à fricção,

levaria à fusão da camada superficial da peça. O material que compõe as arestas da

rugosidade se depositaria em suas ranhuras.

Ambas as teorias são válidas. De modo geral, podemos afirmar que durante o

polimento a superfície é submetida a fortes pressões e é deformada. O material das

arestas da rugosidade primeiro preenche as cavidades próximas e, em seguida, flui

para onde for possível. Em uma camada superficial de alguns milímetros de

espessura, fortes pressões se desenvolvem localmente entre os materiais abrasivos

e o metal, de modo que junto com o calor gerado pela fricção, elas levam à

deformação plástica e a uma variação micro estrutural. Está demonstrado que o

polimento causa o aumento da temperatura a um ponto em que, ao se examinar a

estrutura cristalina com o microscópio a alguns Ängstrom (Å) de profundidade,

observamos dimensões diminuídas do grão cristalino à medida que nos

aproximamos da superfície polida (Figura 12).

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Page 21: 06vs - edição - usinagem por abrasão

Figura 12: Tamanho do grão cristalino.

7.4. Elementos Determinantes do Polimento

O acabamento superficial obtido por meio do polimento do aço depende

essencialmente dos seguintes fatores:

– Técnica de polimento;

– Características do aço;

7.4.1. Técnica de Polimento

O elemento mais importante para o polimento correto é a técnica utilizada.

Primeiro, a superfície a ser polida deve ser preparada corretamente por meio de

esmerilhamento ou outro processo de usinagem. Além disso, é muito importante não

prolongar essa operação mais do que o necessário. Sugere-se encerrar o polimento

assim que a última imperfeição for removida e o nível de acabamento superficial

requerido for atingido.

No processo de esmerilhamento, a quantidade de material removida é maior

quanto menor o nível de dureza do material, como demonstra a Figura 13.

Figura 13: Gráfico de dureza e esmerilhamento.

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Page 22: 06vs - edição - usinagem por abrasão

Já no processo de polimento, a quantidade de material removida é maior

quanto mais elevada for a dureza do material, como mostra a Figura 14.

Figura 14: Gráfico de polimento e dureza.

Ao contrário do que se poderia pensar, o processo de polimento mecanizado

não permite atingir os mesmos altos níveis de qualidade que o polimento manual.

Isso ocorre porque o operador pode decidir usar uma pressão maior ou menor de

acordo com a qualidade de sua execução manual, enquanto um sistema automático

apenas segue a sequência pré-estabelecida de execução.

7.4.2. Característico dos aços

A fim de obter bom resultado com uma superfície refletora sem halos,

manchas, opacidades ou pontos escuros, é necessário verificar primeiramente, a

limpeza e a homogeneidade do aço. Porosidade e inclusões causam problemas

durante o tratamento de polimento.

7.5. O Polimento Correto

Para o polimento adequado de aços para moldes deve-se seguir alguns

procedimentos básicos como utilizar ferramentas de polimento limpas. Ao mudar

para um meio abrasivo de granulação mais fina, deve ser procedida boa limpeza da

peça tratada e das mãos do operador a fim de evitar partículas abrasivas

indesejadas ou poeira na fase posterior.

Quando utilizar uma granulação mais fina é correto polir em uma direção

deslocada 45° em relação à posição anterior, até que a superfície apresente

somente os defeitos relativos à posição de polimento atual. A partir do momento em

que todas as imperfeições do processamento anterior forem eliminadas, é

22

Page 23: 06vs - edição - usinagem por abrasão

recomendável manter o polimento por mais 10% do tempo despendido, antes de

passar para um meio abrasivo de granulação mais fina.Isso serve para remover a

camada superficial deformada pela tensão mecânica provocada pelo processo de

esmerilhamento anterior.

A mudança na direção do polimento é importante para prevenir a formação de

depressões e desnivelamentos. Assim como a pressão e o calor não devem ser

muito altos, porque poderiam influenciar negativamente a estrutura e a dureza do

material e quando efetuar o polimento de superfícies grandes e planas do molde,

deve-se evitar o uso manual do disco. Assim é reduzido o risco de se causar

extensas irregularidades de formato.

7.6. Problemas Durante o Polimento

Os principais problemas que surgem durante o polimento podem ser

encontrados quando se efetua um polimento excessivo, chamado de

“superpolimento”. De fato, pode ocorrer que as condições da superfície piorem

quanto mais longo for o polimento, como representado na Figura 15. O

“superpolimento” está ligado a dois fenômenos distintos chamados “casca de

laranja” e formação de micro cavidades superficiais (pitting). O excesso de polimento

ocorre na maioria das vezes com o polimento mecanizado.

Figura 15: Gráfico de rugosidade verso tempo.

8. Lixamento

Lixamento é uma operação destinada a retirar uma certa quantidade de

material de uma peça a fim de obter um forma ou uma condição de superfície 23

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determinada. Lixamento de desbaste ou também conhecido como pré-lixamento é

uma operação que destina-se a retirar uma quantidade considerável de material, a

fim de eliminar defeitos de usinagem, como ondulações e marcas deixadas pelas

ferramentas de corte.

8.1. Lixamento Manual

Para os acabamentos superficiais utilizam-se técnicas envolvendo a lixa em

uma peça com lados perfeitamente planos.  Deve-se trabalhar com movimentos

circulares, pressionando levemente a lixa contra as chapas, lubrificando-se com

água e mudando a grana da lixa progressivamente, da mais grossa para a mais fina.

Também é importante lavar a superfície após cada operação, verificando a área

deteriorada anteriormente.

8.2. Lixamento Mecânico

Depois de cortadas, as bordas das chapas são lixadas com uso de um disco

abrasivo de 25 cm de diâmetro e rotação de cerca de 3.000 r.p.m. Essas operações

de lixamento são feitas a seco, exercendo pressão controlada, a fim de evitar

superaquecimento do material. Lixadeiras vibratórias manuais também podem ser

usadas com êxito para o lixamento de superfícies planas, bordas de chapas grossas

ou ainda varias chapas agrupadas com as bordas formando uma única superfície.

Neste caso as chapas devem ser presas com fitas adesivas ou grampos para

mantê-las juntas e unidas, formando um só bloco, facilitando assim a operação.

8.3. Lixamento de acabamento

Operação que consiste em efetuar um lixamento leve sobre uma superfície já

envernizada, pintada, a fim de tirar seu brilho para permitir a perfeita aderência da

próxima demão.

9. Jateamento

Jateamento abrasivo  é uma operação de tratamento de superfícies que

consiste em propulsionar um fluxo de material abrasivo contra uma superfície em 24

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alta velocidade, de maneira a tornar um superficie  rugosa em lisa, dar formas,

remover os contaminantes como pode ser visto na figura 16. O meio propulsor mais

usado é o ar comprimido.

Figura 16: Processo de jateamento.

Como método de preparação de superfícies apenas começou a ser usado a

partir dos anos 30 do século XX, tendo apenas se tornado como método padrão a

partir da segunda guerra mundial, quando a marinha americana concluiu que a

pintura de um navio possuía uma durabilidade muito maior se a superfície

fosse jateada. O processo de jateamento é o método considerado mais eficiente e

aquele que promove a melhor limpeza para posterior pintura em superfícies

metálicas.

9.1. Tipos de abrasivos

O jateamento abrasivo ou decapagem com jato abrasivo  pede ser executado com

vários tipos de abrasivos sob a forma granulada, os quais podem ser agrupados de

acordo com a sua origem como: Abrasivos metálicos que são usualmente são

chamados de Granalha de aço; Abrasivos não-metálicos, os quais se sub-dividem

em Minerais que são os materiais retirados da natureza que não sofrem qualquer

processamento, para além do esmagamento e peneiramento com a  areia de

sílica, granada, olivina e dolomite; os Sintéticos os quais são materiais

transformados como o óxido de alumínio branco ou cinzento, carboneto de

silício, escórias de cobre, níquel e ferro; e os Orgânicos que são os materiais de

origem vegetal moídos como por exemplo caroços de azeitona, caroços de cereja

ou casca de noz.

25

Page 26: 06vs - edição - usinagem por abrasão

9.2. Tipos de Jateamento

9.2.1. Decapagem manual

A decapagem manual necessita de um compressor para comprimir o ar, ao

qual se liga uma cuba de decapagem que contém o abrasivo. Da cuba de

decapagem sai a mangueira que está acoplada ao bico de decapagem, este é uma

peça construída em carboneto de tungsténio que direciona o fluxo e velocidade do

jato abrasivo.

Dentro de um pavilhão de pintura, a operação é executada numa cabina com

sistemas de ventilação e tratamento de poeiras e reciclagem de abrasivos. Quando

se pretende executar esta operação numa estrutura ao ar livre ela terá que ser

completamente envolvida em lona ou outro material similar de modo a impedir a

contaminação do ar e dos solos com os resíduos da operação.

9.2.2. Decapagem por centrífuga

Na decapagem centrifuga a propulsão do abrasivo é feito com uma ou várias

turbinas centrifugas que impulsionam o abrasivo contra a superfície a tratar. Este

sistema foi inventado já no século XX pela empresa fundada por Benjamin Chew

Tilghman. Este tipo de decapagem é usado em máquinas automáticas, sobretudo

em linhas de decapagem e pintura automática.

Figura 17: Processo de decapagem por centrifuga.

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9.2.3. Jato abrasivo húmido

Devido às restrições colocadas pelas autoridades o jateamento abrasivo

húmido  foi fortemente limitada, de modo a eliminar o volume de poeiras libertadas

por esta operação. Existem métodos de jateamento que adicionam água ao fluxo de

abrasivo.

Os resultados são em tudo idênticos ao jato abrasivo seco, possuindo, no

entanto alguns inconvenientes. A superfície húmida gera corrosão instantânea assim

que seca, após esse processo é sempre necessário enxaguar com água doce com

um inibidor de corrosão. Este processo obriga à utilização de meios de contenção da

água usada e seu tratamento, de modo a impedir a contaminação do ambiente. E

ele não é adequado em estruturas com formas pronunciadas de modo a evitar a

acumulação de abrasivo e água em zonas de difícil acesso.

9.3. Outras aplicações

O jateamento também é utilizado em moldes para a industria de plásticos

para criar texturas na superfície das peças, acabamento de superfícies de vidro,

criação de desenhos em pedras, inscrições tumulares, limpeza e superfícies com

massas lubrificantes compactas (Usando gelo seco como abrasivo) e em limpeza de

calcário aderido a revestimento de piscinas (Usando contas de vidro como abrasivo).

10. Espelhamento

Processo mecânico de usinagem por abrasão no qual é dado o acabamento

final da peça por meio de abrasivos, associados a um porta-ferramenta específico

para cada tipo de operação, com o fim de se obter uma superfície especular. O

processo de espelhamento pode ser cilíndrico ou plano, como pode ser visto nas

figuras 18 e 19..

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Figura 18: Espelhamento cilindrico.

Figura 19: Espelhamento plano.

11. Tamboreamento

O tamboreamento é um importante tipo de usinagem por abrasão, uma vez

que, permite a obtenção de superfícies com precisão, dispensam mão de obra

especializada, reduz problemas de poluição eliminando poeira, vapores, efluentes

nocivos, barulho excessivo e utilizam pequenos espaços vale ressaltar que outra

vantagem que não deve ser desprezada nas circunstâncias atuais é que o

tamboreamento necessita de pouca energia. A escolha das máquinas e do

equipamento auxiliar depende das quantidades e das dimensões das peças a serem

tratadas. Para assegurar resultados uniformes a respeito de rugosidade da

superfície e das tolerâncias dimensionais, devem ser seguidos os fatores de

controle.

11.1. Meio de acabamento

Caracterizam-se por escolher as variáveis do processo como o tamanho,

formato, dureza, aspereza e peso específico, geralmente chamado de "Chips", a

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Page 29: 06vs - edição - usinagem por abrasão

"Media" podendo ser ou não abrasiva, para que se consigam os diversos efeitos

entre o bruto esmerilhamento até o abrilhantamento por brunimento.

11.1.1. Chips naturais

Podem ser fabricados de materiais como o calcário, quartzo ou chips fundidos

de óxido de alumínio, apresentam formatos irregulares e são classificados por

peneiração em bitolas específicas. Dentre eles os chips de óxido de alumínio têm a

vantagem do peso específico e aspereza maior que os anteriores, e asseguram os

resultados desejados num tempo mais reduzido.

11.1.2. Chips pré-formados cerâmicos

São caracterizados por apresentarem formatos geométricos, normalmente

triangulares ou cilíndricos, sendo conglomerados de grãos de óxido de alumínio ou

carbureto de silício numa liga abrasiva. Material este que têm a vantagem o seu

formato regular pode evitar alojamento em peças complicadas e também podem

atingir os recessos e contornos das peças a serem tratadas.

11.1.3. Chips plásticos

Estes são usualmente fabricados em formato cônico, também contem

abrasivos numa liga de plástico, são leves e muito utilizados para acabamento de

peças frágeis, por exemplo, no processo de rebarbação leve e acabamento de

peças de ferro ou latão estampadas ou de peças de liga de zinco fundida a pressão.

11.1.4. Chips pré-formados de porcelana

O diferencial é não apresentar a inclusão de grãos abrasivos, tem como

principal característica compactar a superfície e como meio de contato,

respectivamente de separação de peças uma da outra.

11.1.5. Meios metálicos

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São aplicados esferas ou pinos de aço inoxidável, ou aço carbono temperado

e polido, para facilitar posterior etapa de usinagem como o brunimento e

abrilhantamento de peças de aço inoxidável, latão ou cobre, também para obtenção

de brilho permanente em pequenas peças de alumínio.

11.1.6. Granulados de sabugo de milho

Por ser de baixo custo e apresentar grande eficiência para secagem é

utilizado também na limpeza e lustro superficial quando o material está impregnado

com pasta de polimento.

11.2. Composto químico

No mercado existem muitas variedades de compostos químicos, podendo ser

em pó, pasta ou líquidos, os quais têm a função de manter limpos os Chips para

conservar o seu poder cortante ou transformá-los de um meio abrasivo em um meio

de polimento cobrindo-lhes com uma camada gelatinosa dependendo sempre da

atividade a ser desempenhada. As demais finalidades dos diversos compostos

químicos são decapagem, neutralização, proteção contra ferrugem ou descoloração

e a obtenção de um alto brilho. Podem também formar espuma quando necessário

amortizar o efeito de batidas durante o processo. Existem, portanto compostos

ácidos, neutros e alcalinos, vale lembrar que alguns contêm abrasivos finos que

podem ser empurrados pelos Chips nos lugares inacessíveis para a "média"

abrasiva, ou usados nos processos de auto-tamboreamento de peças cujo formato

dispensa o uso de Chips. Por exemplo, pinos de aço. Para uso em tambores

rotativos os compostos são normalmente fornecidos em forma de pó. Os compostos

líquidos são indicados para serem utilizados com bombas dosadoras ou de

recirculação para automação do processo.

11.3. Proporções entre meio e as peças

Esta etapa depende do tipo das peças e do acabamento desejado, caso seja

a rebarbação e polimento de peças com Chips abrasivos a proporção usual é de um

volume de peças para três volumes de chips, se for um acabamento que permite a

niquelação ou cromação brilhante de uma peça de liga e zinco a proporção

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recomendada é de um volume para sete. Peças moles ou com superfícies delicadas

ou retificadas devem ser tratadas com volume maior de "media", para evitar batidas

uma contra as outras.

11.4. Nível da água em tambor rotativo e máquina vibratória

Na maioria dos casos usamos água até cobrir a carga da "média" e peças.

Quando se usam compostos abrasivos, a água deve somente umedecer a carga

para que os grãos abrasivos agreguem-se à mesma, tornando-a mais agressiva. Em

outros casos recomenda-se água acima do nível da carga para reduzir batidas em

peças delicadas. Em máquinas vibratórias a água não deve ser retida na caçamba e

sim recircular ou mantê-la em fluxo mínimo contínuo. Água em demasia atrapalha o

movimento da carga.

12. Limagem

A limagem é um processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de

superfícies quaisquer, com auxílio de ferramentas de movimento contínuo ou

alternado. É um processo de usinagem usado para desbastar diversos tipos de

superfícies planas, côncava se convexas com o auxilio de perfeição na mesma, as

medidas indicadas no desenho.

São ferramentas multicortantes que apresentam dentes, filetes ou ranhuras

efetivando-se a retirada de cavacos por movimentos alternativos e contínuos da

aresta de corte, também consiste em desbastar as peças recortadas de modo

grosseiro, ou seja, peça bruta. Limar é um procedimento comum para desgastar

excessos de material esculpir ou apenas corrigir as superfícies, aperfeiçoando-as

até ficarem com um uma aspecto bem acabado. Para saber como limar deve antes

de mais saber diferenciar os diferentes tipos de limas e saber escolher as limas

adequadas ao trabalho que pretende fazer.

12.1. Limas serrilhadas ou picadas

As serrilhas das limas, como pode ser visto na figura 20, são abertas e a

escopo nas máquinas de serrilhar ou picar limas, o picado tem largura e

profundidade diferentes; as limas grossas ou de desbastar possuem um picado

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grosseiro, as bastardas um picado médio e as murças um picado fino. Para

diferenciar as limas, basta ver se o picado é simples ou em cruz.

Figura 20: Lima serrilhada ou picada.

12.2. Limas fresadas

Por geometria os dentes das limas de grande rendimento não são picados,

mas sim fresados com ranhuras para quebrar aparas. Os seus dentes, ao contrário

da ação de raspar dos dentes das limas picadas, atuam por corte em virtude do seu

ângulo de ataque positivo ser mais favorável (y = +5º). Essas limas são de custo

mais elevado e podem ser vistas na figura 21.

Figura 21: Limas fresadas.

Para aprender como limar, a primeira indicação é a de manter uma postura

correta e vertical relativamente à bancada de trabalho. O posicionamento do corpo

deve estar alinhado de forma a que sejam possíveis os movimentos apresentados

na figura 22. Apenas assim, será possível utilizar os eixos de rotação do ombro e

cotovelo de forma correta permitindo que o processo de limar tenha a superfície que

se está a limar. Quando se lima uma arresta, a fim de torna a superfície

completamente plana e perpendicular com as superfícies circundantes, é necessária

segurar o lima completamente paralelo à superfície que se quer endireitar e

completamente perpendicular ás superfícies lateral. Vale ressaltar que apesar de

parecerem simples e banais, todos estes procedimentos são extremamente

importantes quando se quer aprender como limar correta e mais fácil de fazer uma

peça perfeita e com extrema qualidade.

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Figura 22: Limagem.

13. Afiação

O processo mecânico de usinagem por abrasão pode ser definida

sucintamente como a operação de dar forma e perfilar arestas de ferramentas novas

para que sejam usadas e também de restaurar o corte ou o perfil de ferramentas que

sofreram desgaste pelo uso. Pode ser aplicada em ferramentas monocortantes, ou

seja, que possuem uma aresta de corte ou policortantes, que apresentam mais de

duas ferramentas de corte.

Para a afiação das ferramentas monocortantes (torno, plaina) o trabalho pode

ser feito manualmente ou em máquinas, vale ressaltar que o resultado depende

muito da habilidade do operador. Em empresas de grande porte as ferramentas

policortantes são afiadas em máquinas especiais, sendo impossível afiá-las

manualmente, em alguns casos, é necessário afiar ferramentas de corte com três

tipos de operações: desbaste, semi-acabamento e acabamento, utilizando-se

rebolos diferentes em cada operação.

Na operação de afiar caso o objetivo seja apenas reavivar arestas pode-se

fazer apenas uma afiação manual utilizando esmeril ou uma pedra abrasiva. Já se

for preciso afiar fresas por meio de rebolo, é necessário levar em conta que cada

dente da fresa é limitado por duas superfícies ativas: uma de saída e uma de

incidência. O dente da fresa deve se manter numa mesma posição em relação ao

rebolo e durante a afiação, a mesa é acionada pelo operador com movimentos

rápidos de vai e vem, mas o principio é o mesmo para todas as demais afiações.

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14. Referencial Bibliográfico

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