desempenho clÍnico dos implantes...

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98 R. Periodontia - Dezembro 2007 - Volume 17 - Número 04 INTRODUÇÃO Com os avanços científicos e tecnológicos, a ex- pectativa de vida da população brasileira tem aumenta- do ao longo dos anos. Segundo dados do IBGE (2003) a expectativa de vida dos brasileiros passou de 62,6 anos em 1980 para 71,3 anos em 2003, aumentando então o número de idosos e, consequentemente, o número de atendimentos odontológicos a esta população. A perda dos elementos dentários e a necessidade de rea- bilitação protética são características comuns aos ido- sos (HAAS et al, 2006; LEUNG et al, 2006). Algumas publicações demonstram que um núme- ro significante de usuários de próteses de todos os gru- pos de idades relata insatisfação com as próteses remo- víveis convencionais (AGERBERG & CARLSSON, 1981). Tal insatisfação pode aumentar com o uso prolongado destas próteses, já que o tecido ósseo de suporte sofre uma reabsorção contínua após a perda do elemento dentário (TALLGREN, 1972). Com o surgimento dos implantes osseointegrados uma nova possibilidade de tratamento foi criada, permitindo ultrapassar os limites das próteses convencionais fixas e removíveis. Em comparação ao tratamento reabilitador convencional sobre dentes naturais, a reabilitação sobre implantes possui maiores índices de sucesso e longevidade DESEMPENHO CLÍNICO DOS IMPLANTES CURTOS: UM ESTUDO RETROSPECTIVO DE SEIS ANOS Clinical performance of short implants: a six-year retrospective study. Eliane Barboza 1 , Waldimir Carvalho 2 , Bianca Francisco 3 , Vinícius Ferreira 3 RESUMO As próteses sobre implantes apresentam taxa de sucesso e longevidade maior do que as próteses tradicionais sobre re- manescentes dentários. Devido às limitações anatômicas, im- plantes instalados nas regiões posteriores dos arcos são freqüentemente menores do que aqueles instalados nas regi- ões anteriores. O objetivo deste trabalho foi avaliar retrospecti- vamente o desempenho clínico dos implantes curtos no perío- do de seis anos. Este estudo avaliou 348 implantes curtos ins- talados em regiões anteriores e posteriores dos arcos de 153 pacientes. Dos implantes instalados, 220 foram de 9 mm e 128 de 10 mm de comprimento, com diâmetros de 3,5 mm, 4 mm e 5 mm, instalados em diferentes densidades ósseas. Sítios tratados através da regeneração óssea guiada receberam 45 implantes. As regiões anteriores e posteriores receberam 45 e 303 implantes, respectivamente. Em 19 casos, a instalação imediata dos implantes foi realizada. Todos os implantes foram reabilitados proteticamente, com prótese unitária ou múltipla. A taxa de sucesso foi de 96% (334 implantes). Concluímos que implantes curtos podem ser utilizados com segurança como suporte protético na reabilitação de dentes perdidos, com su- cesso e longevidade semelhante aos implantes longos. UNITERMOS: 1 Doutora em periodontia – Universidade Federal Fluminense e Instituto Brasileiro de Periodontia - RJ 2 Mestre em odontologia – Instituto Brasileiro de Periodontia – RJ 3 Mestrandos em odontologia – Universidade Federal Fluminense - RJ Recebimento: 21/12/06 - Correção: 05/03/07 - Aceite: 06/03/07 Implantes dentários, reabilitação bucal, estudo retrospectivo. R Periodontia 2007; 17:98-103. revdezrepaginado30-04indmexido.pmd 27/5/2008, 18:48 98

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R. Periodontia - Dezembro 2007 - Volume 17 - Número 04

INTRODUÇÃO

Com os avanços científicos e tecnológicos, a ex-pectativa de vida da população brasileira tem aumenta-do ao longo dos anos. Segundo dados do IBGE (2003)a expectativa de vida dos brasileiros passou de 62,6 anosem 1980 para 71,3 anos em 2003, aumentando entãoo número de idosos e, consequentemente, o númerode atendimentos odontológicos a esta população. Aperda dos elementos dentários e a necessidade de rea-bilitação protética são características comuns aos ido-sos (HAAS et al, 2006; LEUNG et al, 2006).

Algumas publicações demonstram que um núme-ro significante de usuários de próteses de todos os gru-pos de idades relata insatisfação com as próteses remo-víveis convencionais (AGERBERG & CARLSSON, 1981).Tal insatisfação pode aumentar com o uso prolongadodestas próteses, já que o tecido ósseo de suporte sofreuma reabsorção contínua após a perda do elementodentário (TALLGREN, 1972).

Com o surgimento dos implantes osseointegradosuma nova possibilidade de tratamento foi criada,permitindo ultrapassar os limites das prótesesconvencionais fixas e removíveis. Em comparaçãoao tratamento reabilitador convencional sobredentes naturais, a reabilitação sobre implantespossui maiores índices de sucesso e longevidade

DESEMPENHO CLÍNICO DOS IMPLANTES CURTOS: UMESTUDO RETROSPECTIVO DE SEIS ANOSClinical performance of short implants: a six-year retrospective study.

Eliane Barboza 1, Waldimir Carvalho 2, Bianca Francisco 3, Vinícius Ferreira 3

RESUMO

As próteses sobre implantes apresentam taxa de sucessoe longevidade maior do que as próteses tradicionais sobre re-manescentes dentários. Devido às limitações anatômicas, im-plantes instalados nas regiões posteriores dos arcos sãofreqüentemente menores do que aqueles instalados nas regi-ões anteriores. O objetivo deste trabalho foi avaliar retrospecti-vamente o desempenho clínico dos implantes curtos no perío-do de seis anos. Este estudo avaliou 348 implantes curtos ins-talados em regiões anteriores e posteriores dos arcos de 153pacientes. Dos implantes instalados, 220 foram de 9 mm e128 de 10 mm de comprimento, com diâmetros de 3,5 mm,4 mm e 5 mm, instalados em diferentes densidades ósseas.Sítios tratados através da regeneração óssea guiada receberam45 implantes. As regiões anteriores e posteriores receberam 45e 303 implantes, respectivamente. Em 19 casos, a instalaçãoimediata dos implantes foi realizada. Todos os implantes foramreabilitados proteticamente, com prótese unitária ou múltipla.A taxa de sucesso foi de 96% (334 implantes). Concluímos queimplantes curtos podem ser utilizados com segurança comosuporte protético na reabilitação de dentes perdidos, com su-cesso e longevidade semelhante aos implantes longos.

UNITERMOS:

1 Doutora em periodontia – Universidade Federal Fluminense e Instituto Brasileiro dePeriodontia - RJ

2 Mestre em odontologia – Instituto Brasileiro de Periodontia – RJ

3 Mestrandos em odontologia – Universidade Federal Fluminense - RJ

Recebimento: 21/12/06 - Correção: 05/03/07 - Aceite: 06/03/07

Implantes dentários, reabilitação bucal,estudo retrospectivo. R Periodontia 2007; 17:98-103.

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(PJETURSSON et al, 2004, TAN et al, 2004).A literatura relata um melhor resultado na utilização dos

implantes osseointegrados quando o maior contato possívelentre a área total da superfície do implante e o osso alveolar éalcançado, por isso há a procura por implantes maiores tantoem comprimento quanto em diâmetro (LEE et al, 2005).No entanto, a altura óssea disponível é um dos fatoreslimitantes na determinação do comprimento do implante.Áreas como a região posterior da maxila, devido à expansão doseio maxilar após a perda dentária e a região posterior damandíbula, devido à proximidade com o canal mandibular,muitas vezes impossibilitam a instalação de implantes longos(MISCH,1993). Um estudo radiográfico de 431 pacientesparcialmente edentados revelou que apenas em 38% dasregiões maxilares e 50% das regiões mandibulares avaliadaspossuíam pelo menos 6 mm de osso alveolar disponívelpara instalação do implante (ORKARINEN et al, 1995).Outro fator relatado como importante na instalação deimplantes é a bicorticalização, que é conseguidaprincipalmente na região anterior inferior. No entanto, estabicorticalização não pode ser alcançada na região posterior damaxila devido a sua inexistência, e da mandíbula por causa docanal mandibular (MISCH, 2006). Sendo assim, devido àslimitações anatômicas, implantes instalados nas regiõesposteriores dos arcos são freqüentemente menores do que aque-les instalados nas regiões anteriores. A essas limitações, éadicionado o fato da maior força mastigatória ser realizada nasregiões posteriores.

Os implantes com menos de 10 mm de comprimento têmsido associados com altas taxas de insucesso (GOODACRE et al,

1999), no entanto uma revisão de literatura sobre a taxa desucesso dos implantes curtos realizada em artigospublicados entre 1991 e 2003 apresentou uma média de 85,3%de sucesso (HIGUCHI, et al, 1995; TESTORI et al, 2001;LEKHOLM et al, 1999; TAWIL & YOUNAN, 2003; VANSTEENBERGHE et al,2000; MISCH, 2005; MINSK et al, 1996;WINKLER et al,2000; WENG et al,2003; NAERT et al, 2002; DEBRUYN et al, 1999; JEMT & LEKHOLM, 1995; SAADOUN & LEGALL, 1996; IVANOFF et al, 1999; SCURRIA et al, 1998) contra90% para implantes longos (MISCH,2006). Tais estudosenvolveram diversos tipos de implantes com diferentes designs esuperfícies.

Os implantes curtos em relação aos longos necessitam demenos osso remanescente, reduzindo a exposição do pacientea cirurgias para enxertia óssea, elevação da mucosa do seio ma-xilar, reposicionamento do nervo alveolar inferior, constituindouma grande vantagem.

O objetivo deste trabalho foi avaliar retrospectivamente odesempenho clínico dos implantes curtos durante seis anos.

MATERIAL E MÉTODOS

Este estudo retrospectivo avaliou 348 implantes curtos(Biohorizons® Implant Systems, Inc., Birmingham, AL) com 9 e10 milímetros de comprimento por 3,5 mm, 4 mm e 5 mm dediâmetro durante seis anos. Os implantes foram instalados nasregiões anteriores e posteriores dos arcos de 153 pacientes, commédia de idade de 55 anos, distribuídos em grupos de idade de21 a 40, de 41 a 60 e de mais de 60 anos, no Instituto Brasileirode Periodontia. Os dados desta pesquisa foram coletados dosprontuários dos pacientes e dispostos em planilhas para avalia-ção do diâmetro, do comprimento e da localização dos implan-tes, do sexo e da idade dos pacientes, da instalação imediata, dautilização de regeneração óssea guiada, dos tipos de prótesessobre os implantes, das taxas de sucesso e das causas deinsucessos.

RESULTADOS

O grupo com o maior número de implantes instalados foi ode 41 a 60 anos, com 155 implantes (44,54%). O grupo de maisde 60 anos teve 136 implantes (39,08%) instalados e o de 21 a40 anos, 57 (16,37%) implantes. Os pacientes do sexo femininoe do sexo masculino receberam 215 (61,78%) e 133 (38,21%)implantes, respectivamente.

O gráfico 1 mostra os implantes instalados, onde 220 fo-ram de 9 mm de comprimento (63,21%) e 128 de 10 mm decomprimento (36,78%), 44 de 3,5 mm de diâmetro (12,64%),241 de 4 mm de diâmetro (69,25%) e 63 de 5 mm de diâmetro(18,10%). Implantes D3 foram utilizados em 136 casos(39,08%), implantes D4 em 135 casos (38,79%) e implantesD1/D2 em 77 casos (22,12%). Destes implantes, 45 (12,93%)foram instalados em sítios tratados através de regeneraçãoóssea guiada.

As regiões posteriores receberam 303 implantes (87,06%),sendo 207 (68,31%) em mandíbula e 96 (31,68%) em maxila.As regiões anteriores receberam 45 implantes (12,93%),sendo 20 (44,44%) superiores e 25 (55,55%) inferiores(gráfico 2).

O sítio com maior número de implantes instalados foi equi-valente à localização do dente 36, com 49 implantes (14,08%),seguido pelo sítio equivalente ao dente 46, com 45 implantes(12,93%). Uma semelhança contralateral quanto à localizaçãoespecífica dos elementos perdidos/implantes instalados foi ob-servada (gráfico 3).

A instalação imediata, ou seja, instalação do implante nomesmo tempo cirúrgico da exodontia, foi executada em 19casos (5,45%).

Todos os implantes foram reabilitados proteticamente com

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próteses unitárias em 79 implantes (22,7%) ou múltiplas em269 implantes (77,3%). A taxa de sucesso dos implantes foi de96% (334 implantes) com plena utilização em reabilitaçõesprotéticas, seguindo os critérios de sucesso sugeridos por ZARB& ALBREKTSSON (1998). A taxa de insucesso foi de 4%, comperda de 14 implantes. Dentre os implantes perdidos, cincoforam por exposição precoce espontânea, Classe ID deBARBOZA & CAÚLA (2002), quatro por periimplantite devido àfalta de terapia periodontal de suporte, três por carga precoce(prótese parcial removível desadaptada) e dois por nãoosseointegração.

DISCUSSÃO

O desempenho clínico dos implantes curtos avaliados nesteestudo retrospectivo, atingiu resultados superiores (96%) aosimplantes longos (90%) (MISCH, 2006) quando utilizados comosuporte em reabilitações protéticas.

A literatura demonstra que a magnitude das forças inciden-tes na região posterior é cerca de 400 vezes maior quando com-paradas às anteriores (MISCH, 2005) e as altas taxas de insucessodos implantes curtos podem ser devido ao aumento destas for-ças. Contudo, neste estudo, a maioria dos implantes instaladosfoi de 9 mm (63,21%) de comprimento, com taxa de sucessocomparável aos implantes longos. O maior número de implan-tes instalados foi na região posterior (87,06%), principalmentedos primeiros molares inferiores (27,01%), confirmando o mai-or índice de perda deste elemento (BECKER et al, 1979;HIRSCHFELD & WASSERMAN, 1978; MCFALL, 1982;PAPAPANOU et al 1988; MC DONALD & AVERY, 1995; FRAZÃOet al, 2003).

Atualmente, a seleção e o posicionamento do implante nãodevem se sujeitar à disponibilidade óssea da região, sendo ne-cessária a formação de tecido ósseo para um melhor prognós-

tico (LINDHEM, 1998). Para isso, o princípio da regeneraçãoóssea guiada, através da manutenção do rebordo, tem sido uti-lizado com sucesso na regeneração do osso alveolar. Isso temsido proporcionado pela utilização de uma membrana (barreira)sobre o alvéolo imediatamente após a exodontia para guiar edirecionar a cicatrização do sítio cirúrgico (CATON et al, 1987;BARBOZA,1999). Para viabilizar a instalação dos implantes emáreas com perda óssea alveolar pós-exodontia, 45 sítios desteestudo foram tratados através da regeneração óssea guiada,possibilitando a instalação dos implantesposteriormente.

Implantes curtos apresentam inúmeras vantagens cirúrgi-cas quando comparados aos implantes longos, como menorrisco cirúrgico de perfuração do seio maxilar, parestesia mandi-bular e menor necessidade de procedimentos de aumento ós-seo em região posterior antes ou concomitante a instalação dosimplantes em ambos os arcos (MISCH, 1999). Além disso, aárea posterior da maxila e da mandíbula freqüentemente apre-senta osso de baixa qualidade (ULM C et al, 1999; JAFFIN &BERMAN, 1991), proximidade do nervo lingual e a possibilidade

Gráfico 3Gráfico 3Gráfico 3Gráfico 3Gráfico 3 – Local específico de instalação dos implantes

Gráfico 1Gráfico 1Gráfico 1Gráfico 1Gráfico 1 – Diâmetro e comprimento dos implantes

Gráfico 2Gráfico 2Gráfico 2Gráfico 2Gráfico 2 – Número de implantes instalados por região

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de lesão da artéria lingual (GOODACRE & KAN, 1999).A instalação imediata dos implantes ocorreu em 19 casos

em sua maioria na região anterior dos arcos, devido a questõesestéticas e a disponibilidade óssea.

A taxa de sucesso dos implantes foi de 96% (334 implan-tes), de acordo com os critérios de sucesso sugeridos por ZARB& ALBREKTSSON (1998), isto é, com a posição dos implantessem prejudicar a instalação das próteses planejadas, ausência dedor e desconforto, de mobilidade do implante quando testadoclinicamente; de radiolucidez perimplantar (SMITH &ZARB,1989) e com média de perda óssea anual menor que 0,2mm após o primeiro ano de carga.

Devido à diversidade de sistemas de implantesdisponíveis atualmente, é essencial a realização de critérios desucesso baseados em pesquisas científicas (MENTAG PJEDITORIAL, 1987).

Os critérios de sucesso dos implantes vêm sendo relatadosna literatura. Previamente, critérios de sucesso foram propostospor SCHNITMAN e SCHULMAN em 1979, CRAININ et al em1982, MCKINNEY et al em 1984, ALBREKTSSON et al em 1986e GUCKES et al em 1996. Apesar destes critérios abordarem asprincipais questões referentes ao sucesso dos implantes, muitosdeles parecem não ser fundamentais para o sucesso dos mes-mos. Para isso, somente os critérios relacionados àosseointegração são considerados, já que pesquisas envolvendoa osseointegração são superiores às dos outros critérios (SMITH& ZARB,1989).

O maior número de casos de fracasso neste estudo ocor-reu pela exposição precoce espontânea classe ID (exposiçãoparcial precoce do tapa-implante com sinais de inflamação esupuração) de BARBOZA & CAÚLA (2002). A exposição preco-ce espontânea pode levar à problemas como mucosite ouperiimplantite, o que reforça a necessidade da realização de te-rapia de manutenção regularmente.

CONCLUSÃO

Os implantes curtos apresentam índices de sucesso simila-res aos implantes longos.

Os implantes curtos podem ser utilizados como suporteem reabilitações protéticas com a mesma previsibilidade de su-cesso dos implantes longos.

A utilização dos implantes curtos reduz consideravelmentea necessidade de cirurgias de aumento ósseo para a instalaçãodos implantes.

ABSTRACT

Implants and implant prosthetic success rates and longevityare higher than natural teeth-supported prostheses. Due tolimiting anatomical factors, implants placed in the posteriorregions are often shorter than those placed in the anterior regions.The aim of this study was to retrospectively evaluate the clinicalperformance of short implants in a six year period. This studyevaluated 348 short implants inserted in anterior and posteriorregions in both jaws of 153 patients. Out of 348 insertedimplants, 220 were of 9 mm and 128 of 10 mm of length, withdiameters of 3.5 mm, 4.0 mm and 5 mm. Forty-five implantswere placed in sites treated with the principle of guided boneregeneration. Anterior and posterior regions received 45 and303 implants, respectively. In 19 cases the immediate installationwas performed. All implants were prosthetically rehabilitatedwith single or multiple prostheses. Success rate was 96% (334implants). It can be concluded that short-length implants maybe used to support fixed restorations in the rehabilitation of missingteeth, with the similar success rate and longevity of long implants.

UNITERMS: Dental implants, Mouth Rehabilitation,Retrospective Studies

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Endereço para correspondência:

Eliane Barboza

Av. Presidente Wilson, 165 - sala 810 – Centro

CEP: 20030-020 - Rio de Janeiro - RJ

E-mail: [email protected]

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