desde 1º de janeiro de 2009ok

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Desde 1º de janeiro de 2009, estão em vigor no Brasil as regras do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa tem o objetivo primordial de unificar a ortografia nos países que têm o português como língua oficial. Ao fazê-lo, pretende garantir maior status à língua portuguesa no plano internacional, facilitando o intercâmbio cultural, comercial e jurídico-institucional entre os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Assim, incrementando o prestígio internacional do português, habilita-o a ingressar no rol dos idiomas oficiais utilizados na Organização das Nações Unidas (ONU). Tais medidas, entretanto, não têm aplicabilidade imediata. O decreto legislativo assinado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prevê um período de transição para a aplicação das novas regras: de 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2015. Nesse período, as duas grafias são reconhecidas como oficiais. No entanto, a partir de 1º de janeiro de 2016, a ortografia oficial vigente será aquela assentada nas bases do Acordo Ortográfico. Estima-se que mais de 240 milhões de pessoas falem português, o que faz da nossa, a quinta língua mais falada no mundo e a terceira no Ocidente. Ainda assim, o português ostentava (ou ostenta) o título de ser o único idioma no mundo a ter duas ortografias oficiais, a do Brasil e a de Portugal. Do ponto de vista do léxico da língua portuguesa, estima-se que o número de palavras cuja ortografia foi alterada com a celebração do Acordo, segundo dados da Academia de Ciências de Lisboa, é de pouco mais de duas mil num universo de cerca de 110.000. Com isso, unifica-se a ortografia de aproximadamente 98% do total de palavras da língua portuguesa. No caso brasileiro, calcula-se que as modificações atingiram aproximadamente 0,5% das palavras. Já no caso do português de Portugal, a estimativa é de que 1,6% dos vocábulos foi alterado com a entrada em vigor do novo Acordo. Observamos que, nesse levantamento, não foram contabilizadas, à época, as alterações decorrentes das novas regras de uso do hífen, bem como aquelas resultantes da supressão do trema.

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Desde 1 de janeiro de 2009, esto em vigor no Brasil as regras do novo Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa

Desde 1 de janeiro de 2009, esto em vigor no Brasil as regras do novo Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa.Assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, o Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa tem o objetivo primordial de unificar a ortografia nos pases que tm o portugus como lngua oficial.Ao faz-lo, pretende garantir maiorstatus lngua portuguesa no plano internacional, facilitando o intercmbio cultural, comercial e jurdico-institucional entre os pases da Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa (CPLP).Assim, incrementando o prestgio internacional do portugus, habilita-o a ingressar no rol dos idiomas oficiais utilizados na Organizao das Naes Unidas (ONU).Tais medidas, entretanto, no tm aplicabilidade imediata. Odecreto legislativo assinado pelo Presidente Luiz Incio Lula da Silva, prev um perodo de transio para a aplicao das novas regras: de 1 de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2015.Nesse perodo, as duas grafias so reconhecidas como oficiais.No entanto, a partir de 1 de janeiro de 2016, a ortografia oficial vigente ser aquela assentada nas bases do Acordo Ortogrfico.Estima-se que mais de 240 milhes de pessoas falem portugus, o que faz da nossa, a quinta lngua mais falada no mundo e a terceira no Ocidente. Ainda assim, o portugus ostentava (ou ostenta) o ttulo de ser o nico idioma no mundo a ter duas ortografias oficiais, a do Brasil e a de Portugal.

Do ponto de vista do lxico da lngua portuguesa, estima-se que o nmero de palavras cuja ortografia foi alterada com a celebrao do Acordo, segundo dados da Academia de Cincias de Lisboa, de pouco mais de duas mil num universo de cerca de 110.000. Com isso, unifica-se a ortografia de aproximadamente 98% do total de palavras da lngua portuguesa.No caso brasileiro, calcula-se que as modificaes atingiram aproximadamente 0,5% das palavras. J no caso do portugus de Portugal, a estimativa de que 1,6% dos vocbulos foi alterado com a entrada em vigor do novo Acordo.Observamos que, nesse levantamento, no foram contabilizadas, poca, as alteraes decorrentes das novas regras de uso do hfen, bem como aquelas resultantes da supresso do trema.BREVE HISTRICO DO ACORDO ORTOGRFICO

1904O foneticista Gonalves Viana (1840-1914) publica, em Lisboa, a maior obra sobre ortografia da lngua portuguesa, aOrtografia Nacional, que foi adotada pelo governo portugus como oficial em 1911. Nela, o estudioso apresenta proposta de simplificar a ortografia: eliminao dos fonemas gregos /th/ (theatro), /ph/ (philosofia), /ch/ (com som de < k >, como em chimica), /rh/ (rheumatismo) e /y/(lyrio); eliminao das consoantes dobradas, com exceo de < rr > e < ss >: cabello (=cabelo); communicar (=comunicar); ecclesiastico (=eclesistico); sbbado (=sbado). eliminao das consoantes nulas, quando no influenciam na pronncia da vogal que as precede: lico (=lio); dacta (=data); posthumo (=pstumo); innundar (=inundar); chrystal (=cristal); regularizao da acentuao grfica.

1907A partir de uma proposta do jornalista, professor, poltico e escritor Medeiros e Albuquerque, a Academia Brasileira de Letras (ABL) elabora projeto de reformulao ortogrfica com base nas propostas de Gonalves Viana.

1911Portugal oficializa, com pequenas modificaes, o sistema de Gonalves Viana.

1915A ABL aprova a proposta do professor, fillogo e poeta Silva Ramos, que ajusta a reforma ortogrfica brasileira aos padres da reforma portuguesa de 1911.

1919A ABL volta atrs e revoga o projeto de 1907, ou seja, no h mais reforma.

1931A Academia de Cincias de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras assinam acordo para unir as ortografias dos dois pases.

1933O governo brasileiro oficializa o acordo de 1931.

1934A Constituio brasileira revoga o acordo de 1931 e estabelece a volta das regras ortogrficas de 1891, ou seja, ortografia voltaria a ser grafada orthographia. Protestos generalizados, porm, fazem com que essa ortografia seja considerada optativa.

1943Conveno Luso-Brasileira retoma, com pequenas modificaes, o acordo de 1931.

1945As modificaes introduzidas pelo novo Acordo, ao priorizarem a ortografia lusitana, foram de tal monta que provocaram intensos protestos de parte dos brasileiros, culminando com a revogao do Acordo em 1955, restabelecendo-se o sistema ortogrfico, institudo no Brasil em 1943.Divergncias na interpretao de regras resultam no Acordo Ortogrfico Luso-Brasileiro. Em Portugal, as normas vigoram, mas o Brasil mantm a ortografia de 1943.Como consequncia passaram a existir duas normas ortogrficas oficiais para a lngua portuguesa: uma brasileira (1943) e uma lusitana (1945).

1971Decreto do governo altera algumas regras da ortografia de 1943: abolio do trema nos hiatos tonos: sadade (=saudade),vadade(=vaidade); supresso do acento circunflexo diferencial nas letras < e > e < o > da slaba tnica das palavras homgrafas, com exceo de pde em oposio a pode: almo (=almoo), le (=ele), endero (=endereo), gsto (=gosto); eliminao dos acentos circunflexos e graves que marcavam a slaba subtnica nos vocbulos derivados com o sufixo < -mente > ou iniciados por < z >: bebzinho (=bebezinho), vovzinho (=vovozinho), smente(=somente),szinho(=sozinho),ltimamente(=ultimamente).

1975As colnias portuguesas na frica (So Tom e Prncipe, Guin-Bissau, Cabo Verde, Angola e Moambique) tornam-se independentes.

1986So finalmente redigidas asBases Analticas da Ortografia Simplificadade 1945, renegociadas em 1975 e consolidadas em 1986.Iniciam-se, assim, as discusses de que resultaram as bases do novo Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa entre Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guin-Bissau, Moambique e So Tom e Prncipe.

1991Surge outra verso do documento anterior (1986): oAcordo de Ortografia Simplificadoentre Brasil e Portugal para a Lusofonia, conhecido como Acordo Ortogrfico de 1995, aprovado oficialmente em 1995 pelos dois principais pases envolvidos (Brasil e Portugal).

1995Brasil e Portugal aprovam oficialmente o documento de 1991, que passa a ser reconhecido como Acordo Ortogrfico de 1995.

1998Em Cabo Verde, foi assinado um Protocolo Modificado ao Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa, mas apenas Brasil, Portugal e Cabo Verde o aprovaram.No Primeiro Protocolo Modificativo ao Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa, fica estabelecido que todos os membros da Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa (CPLP) devem ratificar as normas propostas no Acordo Ortogrfico de 1995, para que este seja implantado.

2002Timor-Leste torna-se independente e passa a fazer parte da CPLP.

2004Com a aprovao do Segundo Protocolo Modificativo ao Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa, fica determinado que basta a ratificao por trs membros para que o acordo entre em vigor.No mesmo ano, o Brasil ratifica o Acordo.

2005Cabo Verde ratifica o Acordo.

2006So Tom e Prncipe ratifica o documento, possibilitando a entrada em vigor do Acordo.

2008Portugal aprova o Acordo Ortogrfico.

2008O Decreto Presidencial n 6.583, de 29 de setembro de 2008, determina a implementao do Acordo Ortogrfico a partir de 1 de janeiro de 2009 no Brasil, estabelecendo perodo de transio de 1 de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012.

2012O Decreto Presidencial n 7.875, de 27 de Dezembro de 2012, alterou oDecreto no6.583, de 29 de setembro de 2008, e prorrogou o perodo de transio, que, agora, corresponder a1ode janeiro de 2009 a 31 de dezembro de2015. Durante o perodo coexistiro as duas normas ortogrficas.

SEGUNDA MDULO

Com a entrada em vigor do Novo Acordo Ortogrfico, muitos podem pensar: De que valeu o esforo para entender por que infraestrutura se escrevia com hfen e anti-imperialista, sem ele?Entretanto, esteja a favor doAcordo ou contrrio a ele, ningum est livre de uma reviso ortogrfica.OAcordo, porm, visa unificar a ortografia e no a pronncia e o significado das palavras.As tiras abaixo so um bom exemplo disso. A primeira saiu em um jornal portugus; a segunda, num jornal brasileiro.

Unidade 1 - Regras da acentuao grfica

Pela fala expressamos a melodia da lngua. um processo quase intuitivo, que praticamos quando expiramos com maior ou menor fora.Na escrita, utilizamos recursos grficos para ensinar ao leitor a cantar essa melodia, ora apontando a slabatnica, ora indicando se o somvoclico aberto ou fechado como uso dossinais diacrticos. Por isso que se diz que a palavra acento encontra sua etimologia, ou seja, a origem da sua formao, naexpresso latinaad cantum(=para o canto).

Sinal diacrtico um signo grfico que se associa a uma letra para lhe dar uma caracterstica fontica diferente daquela que a letra possui isoladamente. Exemplo clssico de sinal diacrtico a cedilha, que diferencia a pronncia do < c > de 'caco' do < c > de 'cao' (do verbo 'caar'). Alm dela, existem o acento agudo ('l'), o til ('l'), o acento circunflexo ('lmpada') e o acento grave ('quela').Ento, se aplicamos acentos grficos para ajudar a cantar a melodia da lngua, quais as regras formuladas pelo NovoAcordo Ortogrfico no particular?No que interessa aos brasileiros, a acentuao grfica, que tratada nas Bases VIII, IX, X e XI do Acordo, o tema em que se verifica o maior ndice de alteraes, se considerada a quantidade de palavras que tiveram a grafia modificada.De modo geral, as modificaes se concentram:.nas palavrasparoxtonas(heroico, ideia),. naquelas em que ocorrehiato(feiura, voo) e. nashomgrafas, ou seja, que tm a mesma grafia (pelo, pera).Essas modificaes tm sempre o objetivo deeliminaros acentos grficos at ento presentes nesses grupos de palavras, e no de acrescent-los.Elimina-se o acento agudo das palavras paroxtonas cuja slaba tnica seja formada pelos ditongos abertos e .

Como era antesComo deve ser agora

alcalidealcaloide

alcatiaalcateia

apio (verboapoiar)apoio

asterideasteroide

assembliaassembleia

biaboia

clarabiaclaraboia

colmiacolmeia

CoriaCoreia

GaliliaGalileia

geliageleia

hebriahebreia

hericoheroico

idiaideia

intritointroito

jibiajiboia

jiajoia

odissiaodisseia

onomatopiaonomatopeia

paranicoparanoico

platiaplateia

proticoproteico

tramiatramoia

Ateno O acento PERMANECE:1. Nas palavras oxtonas, mesmo que ocorram os ditongos abertos < ei > e < oi >, como em: 'hotis','heris', 'papis';2. Nas paroxtonas terminadas em < r >, como em: 'destrier';3. Nos monosslabos tnicos: 'di', 'mis','ris','sis'.

Elimina-se o acento agudo de palavra paroxtona formada pelas vogais e precedidas de ditongo.Como era antesComo deve ser agora

baiucabaiuca

bocaivabocaiuva

boinaboiuna

caulacauila

feirafeiura

maosmomaoismo

SaupeSauipe

taosmotaoismo

AtenoO acentopermanecenas palavras oxtonas onde o < i > ou o < u> estiverem em posio final, aps ditongo, mesmo que seguidos de < s >, como em: 'tuiui', 'tuiuis', 'Piau'.

Elimina-se o acento circunflexo nos seguintes casos:1. Nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados.Como era antesComo deve ser agora

crem (verbocrer)creem

dem (verbodar)deem

descrem (do verbodescrer)descreem

lem (verboler)leem

relem (do verboreler)releem

vem (verbover)veem

2. Na vogal tnica fechada do hiato < oo > em palavras paroxtonas, seguidas ou no de < s >.Como era antesComo deve ser agora

abeno (verbo abenoar)abenoo

do (verbo doar)doo

enjo (verbo ou subst.)enjoo

mago (verbo magoar)magoo

perdo (verbo perdoar)perdoo

povo (verbo povoar)povoo

vo (verbo ou subst.)voo

zozoo

4 Regra - Parte 1

Elimina-se o acento agudo na vogal < u > das formas verbais que contenham < qu > e < gu > rizotnicos, ou seja, quando o < u > presente nessas sequnciasfortnico e fizerparte da raiz do verbo.

Em tempo: para melhor compreendermos os enunciados seguintes, vale recordar: As formas verbais regulares podem ser decompostas em trs elementos:raiz,vogal temticaedesinncias. Assim, em 'amaremos', por exemplo, tem-se o radical ; a vogal temtica ; e duas desinncias: a desinncia , que indica a pessoa do verbo (no caso, a 1 pessoa) e o nmero (no caso, plural); e a desinncia , que anuncia o modo (indicativo) e o tempo (futuro do presente). Quando a tonicidade da forma verbal flexionada recai sobre a raiz ou radical, dizemos que rizotnica; quando no, dizemos que arrizotnica. o caso do exemplo dado acima. A forma 'amaremos' tem a tonicidade marcada na slaba < re >, portanto, recai fora da raiz do verbo() e , ento, arrizotnica.

Na prtica, alm de perderem o trema quando o < u > tono, verbos como arguir e redarguir e suas flexes no mais recebem o acento agudo, ainda que mantida a tonicidade no < u >.ARGUIRarguo, arguis, argui, argumos, argus, arguem

REDARGUIRredarguo, redarguis, redargui, redargumos, redargus, redarguem

Ateno

Quando no hiato < ui > a tonicidade recair sobre o < i > este deve ser acentuado, como por exemplo: "Eu argutodas as testemunhas do caso.". Ainda 'arguste', 'argumos', 'argus'.Em alguns verbos, o emprego do acento determinado pela pronncia, como em 'aguar', 'desaguar', 'enxaguar', 'obliquar' e 'delinquir'. Nestes casos, admite-se que sejam grafados de duas formas, de acordo com a pronncia.

4 Regra - Parte 2

1.Nas formas rizotnicas, ou seja, quando a tonicidaderecai sobreo radical (aquele elemento que aparece em todas as formas flexionadas de verbos regulares), acentuam-se o < a > e o < i > do radical.Veja, por exemplo, a conjugao dos verbos aguar e averiguar, em que a tonicidaderecai sobreos radicais < ag > de aguar e < averig > de averiguar:AGUARAVERIGUAR

(eu)guo(que eu) gue(eu) averguo(que eu) avergue

(tu)guas(que tu)gues(tu) averguas(que tu) avergues

(ele)gua(que ele)gue(ele) avergua(que ele) avergue

(ns) aguamos (*)(que ns) aguemos(ns) averiguamos(que ns) averiguemos

(vs) aguais(que vs) agueis(vs) averiguais(que vs) averigueis

(eles)guam(que eles)guem(eles) averguam(que eles) averguem

(*) Observe que, nas formas destacadas, a slaba tnicarecai forado radical < ag > de aguar e fora do radical < averig > de averiguar. Portanto, no so acentuadas. Veja o caso seguinte.

4 Regra - Parte 3

2.J se a tonicidade da pronnciarecai forado radical (arrizotnica), no se utiliza o acento. Nos exemplos abaixo, a tonicidadeno recainem sobre o radical < ag > de aguar, nem sobre o radical < averig > de averiguar.Veja o quadro abaixo:AGUARAVERIGUAR

(eu) aguo(que eu) ague(eu) averiguo(que eu) averigue

(tu) aguas(que tu) agues(tu) averiguas(que tu) averigues

(ele) agua(que ele) ague(ele) averigua(que ele) averigue

(ns) aguamos(que ns) aguemos(ns) averiguamos(que ns) averiguemos

(vs) aguais(que vs) agueis(vs) averiguais(que vs) averigueis

(eles) aguam(que eles) aguem(eles) averiguam(que eles) averiguem

Assim, se a tonicidade recair sobre o < u >, esteno receberacento grfico, como nas formas enxague, oblique; porm, se a tonicidade recair sobre as vogais < a > ou < i > da slaba anterior, estas, obrigatoriamente, recebero acento grfico (enxgue, oblque)."No Brasil, a pronncia mais frequente aquela em que "a" e o "i"so tnicos."

5 Regra

Quando palavras de sentidos diferentes tm a mesma grafia, verifica-se o fenmeno dahomografia.As palavras homgrafas podem tambm ser homfonas, ou seja, terem o mesmo som, apresentarem os mesmos traos fonticos. Para a Ortografia isso representava um complicador, da a criao de ACENTOS DIFERENCIAIS agudo ou circunflexo , a fim de que, mesmo se tomadas isoladamente, fora de contexto, essas palavras contivessem marcas que indicassem a qual campo semntico pertenciam.Entretanto, com a entrada em vigor do Novo Acordo, a regra geral no sentido de que no mais se distinguem palavras homgrafas.Como era antesComo deve ser agora

pra (verboparar) / para (preposio)para (verbo e preposio)

pla (verbopelar) / pela (preposio) / pla (substantivo)pela (preposio, verbo e substantivo)

plo (substantivo) / plo (substantivo) / polo (preposio antiga)polo (substantivos e preposio)

plo (verbopelar) / plo (substantivo) / pelo (preposio)pelo (verbo, substantivo e preposio)

pro (substantivo) / pero (conjuno antiga)pero (substantivo e conjuno antiga)

pra (substantivo) / pera (preposio antiga)pera (substantivo e preposio antiga)

Apenas algumas palavras permanecem acentuadas para se distinguir pelo acento grfico:- pr (verbo) para diferenciar de por (preposio);- pde (verbo na 3 pessoa do singular do pretrito perfeito do indicativo) para diferenciar de pode (3 pessoa do singular do presente do indicativo); e- os verbos ter e vir, bem como seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.) para diferenciar as formas da 3 pessoa no singular (presente do indicativo) das formas da 3 pessoa no plural (presente do indicativo).

CASOS FACULTATIVOSO Acordo recebeu, ainda, a duplicidade articulatria de algumas palavras geralmente provenientes do francs, que, como reporta, nas pronncias cultas, ora registrada como aberta, ora como fechada, admitindo, pois, tanto o acento agudo como o acento circunflexo:1) Algumas palavras oxtonas terminadas em < e > tnico admitem tanto o acento agudo quanto o acento circunflexo. facultativo

bebbeb

bidbid

canapcanap

caratcarat

crochcroch

guichguich

nennen

purpur

raprap

2) Torna-se facultativo o emprego do acento circunflexo nas palavras oxtonas jud e metr;3) facultado, para fins de diferenciao, o uso do acento agudo nas formas verbais paroxtonas dopretrito perfeito do indicativo, na 1 pessoa do plural, quando coincidirem com a forma verbal correspondente dopresente do indicativo.Presente do IndicativoPretrito perfeito do IndicativoAceita-se a grafia para representar o pretrito perfeito

amamosamamosammos

cantamoscantamoscantmos

danamosdanamosdanmos

louvamoslouvamoslouvmos

facultado o uso do acento da palavra 'frma' (substantivo) para diferenciar da palavra 'forma' (substantivo e verbo 'formar').

MDulo 2 UNIDADE 2O termo deriva do gregohphen(juntos, juntamente). O vocbulo chegou ao portugus pelo latim tardiohyphen, que, frise-se, manteve o < h > na grafia, muito embora essa letra j no fosse pronunciada.

O hfen, como garante a sua origem, existe para unir e no para separar. Ainda quando separa, para evitar a criao de uma slaba indesejada e, assim, indicar uma melhor pronncia, como em mal-humorado, pan-hospitalar, sub-reino, a sua simples presena preserva a unidade semntica e sintagmtica do vocbulo, expresso usada no Novo Acordo Ortogrfico.Eis os casos em que, segundo o Novo Acordo Ortogrfico da lngua portuguesa, emprega-se o hfen:Emprega-se o hfen:1) Nas palavras compostas que designam nomes de plantas e animais, estejam ou no ligados por preposio ou qualquer outro elemento.

abbora-meninafava-de-santo-inciocobra-dgua

bno-de-deusandorinha-grandelesma-de-conchinha

bem-me-quercobra-capelobem-te-vi

couve-florformiga-brancatartaruga-marinha

erva-do-chandorinha-do-mar

ervilha-de-cheiro

Tendo em vista que, nestes casos, ora se utilizava o hfen, ora no, o Acordo uniformizou a grafia.

anti-higinicopr-histria

arqui-hiprboleextra-humano

contra-harmnicosemi-hospitalar

circum-hospitalargeo-histria

pan-helenismosub-heptico

eletro-higrmetroneo-helnico

mini-hospitalsuper-homem

2) O Acordo define que o hfens ser usadoem palavras formadas por prefixos ou falsos prefixos, nos seguintes casos:2.1 Quando o segundo elemento comea por < h >. No se usa o hfen em informaes que contenham os prefixos < des > e e nas quais o segundo elemento perdeu o< h > inicial: 'desumano', 'desumidificar', 'inbil', 'inumano', etc.

Exceo: subumano, em que humano' perde o < h >. O Vocabulrio Ortogrficoda Lngua Portuguesa (VOLP), da Academia Brasileira de Letras, tambm registra forma 'sub-humano'.2.2 Quando a vogal final do prefixo ou falso prefixo coincidir com a vogal inicial do segundo elemento da composio.

anti-ibrico

micro-ondas

auto-observao

micro-organismo

contra-almirante

semi-intensivo

infra-axilar

supra-auricular

2.3 Nos compostos formados pelos prefixos ex, sota, soto, vice e vizo.

ex-almirantesota-pilotosoto-mestrevice-reitorvizo-rei

ex-hospedeiravice-presidente

ex-diretor

ex-primeiro-ministro

2.4 Em palavras formadas pelos prefixos circum ou pan seguidos de palavras iniciadas em vogal, < m > ou < n >.

circum-escolarpan-mgico

circum-navegaopan-africano

pan-americano

pan-negritude

2.5 Quando os prefixos hiper, inter e super formar compostos com palavras iniciadas por < r >.

hiper-realistainter-racialsuper-resistente

hiper-requintadointer-regionalsuper-revista

hiper-resistenteinter-relao

3) Para ligar duas ou mais palavras que formam encadeamentos vocabulares do tipo:

divisas: Liberdade-Igualdade-Fraternidade

trajetos e percursos: ponte Rio-Niteri, trecho So Paulo-Santos;

em que se opes relaes e noes: professor-aluno, ensino-aprendizagem.

4) Nos vocbulos terminados por sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como < au >, < guau > e < mirim >, e quando a vogal final do primeiro elemento acentuada graficamente ou quando a pronncia exige a distino grfica dos dois elementos:

amor-guau

anaj-mirim

and-au

capim-au

Cear-mirim

tamandu-mirim

5) Nos compostos formados com os advrbios bem e mal quando estes formam, com o elemento que se segue, uma unidade sintagmtica e semntica.

bem-aventuradomal-acabado

bem-estarmal-adaptado

bem-humoradomal-afortunado

bem-criadomal-amado

bem-ditosomal-educado

bem-educadomal-estar

bem-falantemal-curada

bem-mandadomal-entendido

bem-nascidomal-humorado

bem-vindomal-intencionado

Observaes

1)Prefixo < mal->:Usa se o hfen com o prefixo < mal->, quando a palavra seguinte comear por vogal ou ento pelas consoantes < h > ou < l >.Exemplos: mal-assombrado, mal-entendido, mal-estar, mal-humorado, mal-limpo.Nos outros casos, escreve-se sem hfen:Exemplos: malcriado, malcomportado, malcheirosos, malfeito, malsucedido, malvisto.Quando mal significa doena, usa-se o hfen se a palavra no tiver elemento de ligao.Exemplo: mal-francs.Se houver elemento de ligao, escreve-se sem hfen.Exemplos: mal de lzaro, mal de sete dias.

2) Prefixo < bem- >:De modo geral, usa-se o hfen nos compostos com o prefixo < bem- >.Exemplos: bem-aventurado, bem-intencionado, bem-humorado, bem-merecido, bem-nascido, bem-falante, bem-vindo, bem-visto, bem-disposto.H, contudo, vrios casos em que < bem > se liga sem hfen palavra seguinte, quer ele tenha ou no vida parte.Exemplo: benfazejo, benfeito, benfeitor, benquisto, benquerena, etc.

AtenoRegra de ouro:Para no correr o risco de errar, aconselhvel consultar o dicionrio, que determina qual a grafia consagrada pelo uso. Exemplos so as palavras malmequer (consagra sem hfen) e bem-me-quer (consagrada com hfen).

No se emprega hfen1) Nos compostos formados por prefixo ou falso prefixo terminado em vogal em combinao com palavra iniciada por < r > ou < s >, que, nesses casos, so dobrados.Como eraComo deve ser

ante-salaantessala

auto-retratoautorretrato

anti-socialantissocial

contra-sensocontrassenso

ultra-sonografiaultrassonografia

supra-renalsuprarrenal

Observao: A medida uniformiza vrias excees antes existentes.2) Nos compostos, quando a vogal final do prefixo ou falso prefixo diferente da vogal inicial da palavra com a qual se combinam.Como eraComo deve ser

anti-areoantiareo

anti-americanismoantiamericanismo

auto-afirmaoautoafirmao

auto-ajudaautoajuda

infra-estruturainfraestrutura

neo-impressionistaneoimpressionista

3) Nos compostos que, devido ao uso, perderam a noo de composio.Como eraComo deve ser

manda-chuvamandachuva

pra-quedasparaquedas

--

Observao:

O Novo Acordo incluiu paraquedas e derivados ("paraquedista" e "paraquedismo") entre os casos de "compostos que, devido ao uso, perderam a noo de composio" (veja o art. 1 da Base XV do Acordo) e deixou de fora os demais compostos com a forma verbal "para": para-choque, para-lama, para-raio, para-vento, para-brisa, para-sol. Tanto que o Vocabulrio Ortogrfico da Lngua Portuguesa (VOLP), da Academia Brasileira de Letras, assim registra essas palavras.Antes do Novo Acordo, tanto pra-quedas como pra-choque, "pra-lama" e demais compostos dessa natureza tinham hfen e o acento diferencial em "pra", para diferenciar a forma conjugada do verbo "parar" da preposio "para".Tendo em vista que o Novo Acordo eliminou esse acento diferencial da forma verbal "para", os substantivos compostos com tal elemento tambm perderam o acento.

4) Nos compostos que apresentam elementos de ligao.

p de moleque

p de vento

pai de todos

dia a dia

fim de semana

cor de vinho

ponto e vrgula

camisa de fora

cara de pau

olho de sogra

Observao: Incluem-se neste caso os compostos que formam uma orao, como: maria vai com as outras, leva e traz, diz que diz que, deus me livre, deus nos acuda, cor de burro quando foge, bicho de sete cabeas, faz de conta.

Excees(7): gua-de-colnia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, p-de-meia, ao deus-dar, queima-roupa.5) Nas formaes com o prefixo < co >, este se une diretamente ao segundo elemento, mesmo quando este se inicia por < o > ou < h >.

coobrigao

coedio

coeducar

cofundador

coabitao

coerdeiro

corru

corresponsvel

coocorrncia

Observao: Dobra-se o < r > inicial do segundo elemento.6) Nos vocbulos formados pelos < pre > e < re >, mesmo diante de palavras comeadas por < e >.

preexistente

preelaborar

reescrever

reedio.

Observao:Como o acento do prefixo < pr > praticamente imperceptvel em algumas palavras, como predeterminado e preexistente, na dvida sempre bom consultar o dicionrio.

7) No se usa o hfen na formao de locues com o advrbio no.(acordo de) no agresso(reservado para) no fumantes

Observao: O Acordo Ortogrfico aboliu o hfen das formas em que a palavra no tem valor prefixal: no agresso, no engajado, no fumante, no violncia, no participao, no governamental etc.Diviso silbica e translineao

Na diviso silbica, quando datranslineaode uma palavra composta ou de uma combinao de palavras em que h um hfen ou mais, se a partio coincidir com o final de um dos elementos ou membros, deve-se, por clareza grfica,repetir o hfen no incio da linha imediata:Exemplos:

O comandante da polcia um ex--capito do Exrcito

Quanto ao Paulo, ao Joo e ao Pedro, convoc--los-emos na prxima semana.OuQuanto ao Paulo, ao Joo e ao Pedro, convoc-los--emos na prxima semana.

O carro do presidente era seguido de perto pelo do vice--presidente.

UNIDADE 3 Composio do alfabeto

ma inovao que o texto de unificao ortogrfica de 1990 apresenta, logo na Base I, a apresentao do alfabeto, acompanhado das designaes que usualmente so dadas s diferentes letras.No alfabeto portugus passam a figurar tambm as letras < k >, < w > e < y >, pelas seguintes razes:a) Os dicionrios da lngua j registram estas letras, apresentando um razovel nmero de palavras do lxicoportugus iniciado por elas;b) Na aprendizagem do alfabeto necessrio fixar qual a ordem que elas ocupam; ec) Nos pases africanos de lngua oficial portuguesa existem muitas palavras que so grafadas com elas.Apesar da incluso no alfabeto das letras < k >, < w > e < y >, mantiveram-se as regras j fixadas anteriormente quanto ao seu uso restritivo, uma vez que existem outros grafemas com o mesmo valor fontico daquelas.Ocorre que se, de fato, fossem abolidas as restries quanto ao uso das letras < k >, < w > e < y >, provavelmente seria introduzido no sistema ortogrfico portugus mais um fator de perturbao, ou seja, a possibilidade de representar indiscriminadamente por aquelas letras, fonemas que so transcritos por outras.O alfabeto passa a ter 26 letras com a reintroduo das letras < k >, < w > e < y >, largamente utilizadas na escrita de smbolos de unidades de medida, como km (quilmetro) e W (watt), e em palavras de origem estrangeira, comoshow,windsurfeplayboy.A Base I do Acordo Ortogrfico trata do alfabeto e dos nomes prprios estrangeiros e seus derivados:1)O alfabeto da lngua portuguesa formado por 26 letras, cada uma delas com uma forma minscula e outra maiscula:Observao:a) Alm dessas letras, usam-se o < > (c cedilhado) e os seguintes dgrafos: < rr > (erre duplo), < ss > (esse duplo), < ch > (c-ag), < lh > (ele-ag), < nh > (ene-ag), < gu > (gu-u) e < qu > (qu-u).b) Os nomes das letras acima sugeridos podem ser designados de outras formas.2)As letras < k >, < w > e < y > usam-se nos seguintes casos especiais:a) Em antropnimos originrios de outras lnguas e seus derivados: Franklin, frankliniano; Kant, kantismo; Darwin, darwinismo: Wagner, wagneriano, Byron, byroniano; Taylor, taylorista;b) Em topnimos originrios de outras lnguas e seus derivados: Kuwait, kuwaitiano; Malawi, malawiano;c) Em siglas, smbolos e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso internacional: TWA, KLM; K (de kalium potssio), W (West oeste); kg (quilograma); km (quilmetro); kW (kilowatt); yd (yard jarda); Watt.3)Em congruncia com o nmero anterior, mantm-se nos vocbulos derivados eruditamente de nomes prprios estrangeiros, quaisquer combinaes grficas ou sinais diacrticos no peculiares nossa escrita que figurem nesses nomes: comtista, de Comte; garrettiano, de Garrett; jeffersnia, de Jefferson; mlleriano, de Mller; shakesperiano, de Shakespeare.Os vocbulos autorizados registraro grafias alternativas admissveis, em casos de divulgao de certas palavras de tal tipo de origem (a exemplo de fcsia/ fchsia e derivados, bungavlia/ bunganvlea/bougainvllea).4)Os dgrafos finais de origem hebraica (< ch >, < ph > e < th >) podem conservar-se em formas onomsticas da tradio bblica, como Baruch, Loth, Moloch, Ziph, ou ento simplificar-se: Baruc, Lot, Moloc, Zif.Se qualquer um destes dgrafos, em formas do mesmo tipo, for invariavelmente mudo, elimina-se, como em Jos e Nazar, em vez de Joseph e Nazareth; e se algum deles, por fora do uso, permitir adaptao, substitui-se, recebendo uma adio voclica: Judite, em vez de Judith.5)As consoantes finais grafadas (< b >, < c >, < d >, < g > e < h >) mantm-se, quer sejam mudas, quer proferidas, nas formas onomsticas em que o uso as consagrou, nomeadamente antropnimos e topnimos da tradio bblica: Jacob, Job, Moab, Isaac; David, Gad; Gog, Magog, Bensabat, Josafat.Integram-se tambm nessa forma: Cid, em que o < d > sempre pronunciado; Madrid e Valhadolid, em que o < d > ora pronunciado, ora no; e Calcem ou Calicut, em que o < t > se encontra nas mesmas condies. Nada impede, entretanto, que os antropnimos em apreo sejam usados sem a consoante final J, Davi e Jac.6)Recomenda-se que os topnimos de lnguas estrangeiras se substituam, tanto quanto possvel, por formas vernculas, quando estas sejam antigas e ainda vivas em portugus ou quando entrem, ou possam entrar, no uso corrente.Exemplos: Anvers, substitudo por Anturpia; Cherbourg, por Cherburgo; Garonne, por Garona; Genve, por Genebra; Justland, por Jutlndia; Milano, por Milo; Mnchen, por Muniche; Torino, por Turim; Zrich, por Zurique, etc.Emprego de maisculas e minsculas

Se compararmos as disposies do Novo Acordo com o que est definido no Formulrio Ortogrfico Brasileiro (1943), observaremos que se implementou uma simplificao quanto ao emprego das letras maisculas.

Uso restrito:

Aos antropnimos reais ou fictcios: Maria, Jos, Dom Quixote, Sancho Pana;

Aos topnimos reais ou fictcios: Belo Horizonte, Par, Rio de Janeiro, Lumpalndia, Herzoslovquia;

Aos nomes de instituies (pessoas jurdicas): Universidade de Braslia, Instituto Nacional da Seguridade Social, Ministrio da Educao;

Aos nomes de seres mitolgicos ou antropomorfizados: Jpiter, Netuno, Minerva; Saci Perer;

Aos nomes de festas e festividades: Natal, Pscoa, Carnaval, Ano-novo;

s designaes dos pontos cardeais e colaterais quando se referem a grandes regies do Brasil e do mundo: Nordeste, Sudeste, Oriente, Ocidente;

s siglas: CPF, IPI, AGU, FAO, ONU;

s iniciais de abreviaturas: Sr., Gen., V. Ex; e

Aos ttulos de peridicos: Dirio do Povo, Veja, Estado, Folha de S. Paulo.

Uso facultativo:

Nas citaes bibliogrficas, com exceo do primeiro vocbulo e daqueles obrigatoriamente grafados com letras maisculas: O Primo Baslio ou O primo Baslio; Casa-grande e Senzala ou Casa-grande e senzala, Memrias Pstumas de Braz Cubas ou Memrias pstumas de Braz Cubas.

Nos pontos cardeais e colaterais ordinrios, mas no nas suas abreviaturas que devero estar no formato de letras maisculas: norte, sul, leste, mas SW, SE, N etc.

Nos axinimos (formas de tratamento e reverncia) e haginimos (nomes sagrados e que designam crenas religiosas): Senhor Pedro ou senhor Pedro; Doutora Marta ou doutora Marta; Governador Agnelo ou governador Agnelo; Magnfico Senhor Reitor ou magnfico senhor reitor; Santa Ceclia ou santa Ceclia; Papa Bento XVI ou papa Bento XVI.

Nos nomes que designam domnios do saber ou disciplinas: Medicina ou medicina, Matemtica ou matemtica, Arte Renascentista ou arte renascentista.

Nas categorizaes de logradouros pblicos, templos e edifcios: Rua/rua Teodoro Sampaio, Igreja/igreja de Santa Efignia, Edifcio/edifcio Copasa etc.

No particular, nem o Acordo Ortogrfico em vigor, nem o Formulrio Ortogrfico Brasileiro foram suficientemente explcitos ao tentarem estabelecer normas e critrios para o emprego das iniciais maisculas.Tanto assim que o Acordo lana, ao final do trema, a seguinte observao:Obs:As disposies sobre os usos das minsculas e maisculas no obstam a que obras observem regras prprias, provinda de cdigo ou normalizaes especficas (terminologias antropolgica, geolgica, biolgica, botnica, zoolgica, etc.), promanadas de entidades cientficas ou normalizadoras reconhecidas internacionalmente.

Ainda assim, vale observar certas tendncias.

- O emprego de maisculas em excesso, assim como dos negritos, dos sublinhados ou dos destaques, deve ser evitado, pois polui" o texto.

- A tendncia , pois, a seguinte:a) mais formalidade, mais deferncia, mais nfase: maisculas;

b) mais modernidade, menos poluio" grfica, mais simplicidade: minsculas.

Ateno A mdia uma fonte inesgotvel de criao de tendncias, formulando, para cada caso, normas prprias. Nunca se pode, no entanto, esquecer a regra taxativa que preceitua o emprego obrigatrio de inicial maiscula nos substantivos prprios de qualquer natureza.

UNIDADE 4 ELIMINAO DO TREMA

Unidade 4 - Eliminao do trema

Objeto da Base XIV, o TREMA, ou sinal de direse (diviso de duas vogais adjacentes em duas slabas), inteiramente suprimido em palavras portuguesas ou aportuguesadas, permanecendo, contudo, em nomes prprios estrangeiros e derivaes: Hbner, hberiano, Mller, mlleriano.

Empregado em diversas lnguas, o trema ocorre para:a) indicar alterao do som regular ou ordinrio de uma vogal;

b) indicar, em encontros voclicos, que a vogal tona no formava ditongo com a anterior;

c) dar identidade prpria a determinada letra;

d) assinalar a independncia de uma vogal em relao a uma vogal anterior.

No portugus, o trema era o diacrtico que se empregava sobre a letra < u >, quando tona, para indicar que ela deveria ser pronunciada nos grupos < gue >, < gui >, < que >, < qui >.

Histrico do trema

O trema foi extinto da lngua portuguesa pela segunda vez!

Sim; at 1971, ainda que pouco difundido, era facultado o uso do trema para indicar hiatos tonos. Dessa forma, podamos encontrar o trema sobre o < u > e at sobre o < i > em palavras como pasinho e parabano, para indicar a pronncia do hiato pa-i-si-nho (diminutivo de pas) e pa-ra-i-ba-no.

Como recurso potico, para estender a mtrica da palavra saudade, era possvel encontrar a grafia sadade (sa-u-da-de).

Entretanto, justamente por ser de emprego facultativo e ainda porque em todas as lnguas impera o princpio do menor esforo (grfico e oral), o uso do trema na representao de hiatos tonos, de to raro, acabou caindo no esquecimento. Com a reforma ortogrfica de 1971, acabou-se por extinguir o uso do trema nesses casos.

Entretanto, a partir da dcada de 70, maus articulistas e outros no muito dedicados autores generalizaram o equvoco de que, com a reforma recm-implantada, o trema havia sido abolido definitivamente da lngua ptria, como de resto j ocorrera em Portugal desde 1945.Pronncia das palavras afetadas

Mesmo com o fim do trema, no haver modificao na pronncia das palavras.

O Novo Acordo garante o direito de se manter a grafia original com o trema nos casos de nomes prprios, de empresas e de marcas com registro pblico.

Observaes:

a) Embora o trema no seja mais usado, a pronncia das palavras que recebiam o trema no mudar, ou seja, deveremos continuar pronunciando a letra < u >.

b) No esquea que jamais houve trema quando a letra < u > estava seguida de o ou a, como em ambguo, longnquo, averiguar, adequado etc.

c) Se a letra < u >, antes de < e > ou < i >, fosse pronunciada e tnica, devamos usar acento agudo em vez do trema, tal como em que ele averige, que eles apazigem, ele argi, eles argem etc. Este acento tambm foi abolido, como vimos anteriormente..