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DESCOBRINDO O MÉTODO CIENTÍFICO POR MEIO DA AÇÃO FU NGICIDA DA PRÓPOLIS

Autora: Laurinda Tolardo Moris

Orientadora: Débora de Mello Gonçales Sant´Ana

Resumo

A pesquisa científica é caracterizada pela contínua busca, tratamento e transformação de informações e pode ter impacto benéfico no ensino formal, contribuindo para a formação de um aluno crítico e participativo. Este estudo objetivou levar os estudantes do Ensino Fundamental a desenvolver de forma prática o método científico, mediante o estudo de um tema relacionado a seu dia a dia, as micoses de unha, seguido da realização de um ensaio testando a ação fungicida da própolis em diferentes concentrações. Por meio das atividades práticas e da ação mediadora da docente PDE, os estudantes puderam compreender melhor as onicomicoses e a utilidade da própolis produzida na região onde residem. Além disso, com base na experimentação, aprenderam a concluir e a organizar e apresentar os resultados encontrados.

Palavras-chave: Fungos; própolis, onicomicoses, método científico.

Introdução

A compreensão do método científico nos possibilita identificar como diferentes

variáveis podem influenciar um fenômeno quando são testadas isoladamente.

Estudos têm mostrado que as crianças são capazes de pensar cientificamente, ou

seja, fazer previsões, executar pequenas experiências, chegar a conclusões e rever

as suas hipóteses iniciais à luz de novas evidências; porém, poucas são as

atividades escolares que incentivam o exercício dessa prática do método científico.

Por outro lado, pouco é estudado sobre os fungos, apesar de serem

abordadas no Ensino Fundamental as diversas formas de vida. Pouco se sabe

especialmente sobre aqueles causadores de lesões em unhas; nesse sentido, na

seleção desse tema visamos levar o estudante à aplicação do conhecimento

científico em sua vida cotidiana. Por se tratar de uma doença, a onicomicose

(micose de unha) precisa de tratamento e a escolha do extrato de própolis se deu

por se tratar de um produto natural, com potencial medicamentoso e produzido no

município onde os estudantes residem. A junção desses três tópicos levou a um

estudo prático e contextualizado, que contribuiu para o aprendizado significativo dos

estudantes.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), um dos objetivos do

ensino de Ciências no Ensino Fundamental é compreender a ciência como um

processo de produção de conhecimento e uma atividade humana, histórica,

associada a aspectos de ordem social, econômica, política e cultural. Para tanto, a

compreensão das diferentes etapas do planejamento e da execução de um projeto

de pesquisa pode aproximar os estudantes do método de produção da ciência

(BRASIL, 1998).

Nesse contexto, a saúde, um dos eixos temáticos contemplados pelos PCNs,

pressupõe que o aluno compreenda a integridade do corpo humano como resultado

do estabelecimento de relações entre os vários processos vitais e destes com o

ambiente, a cultura ou a sociedade. Dessa forma, a escolha do tema onicomicose

justifica-se por procurar levar a compreensão das relações entre o ser humano e

outros organismos presentes no ambiente, como os fungos.

Ainda nos PCNs, encontramos que trabalhar com os “nomes de doenças,

seus agentes e sintomas são conteúdos desenvolvidos em temas de trabalho

significativos para os estudantes [...], mas é de pouca valia sua apresentação

isolada de contexto”. Por isso, utilizamos essa temática como meio para o

desenvolvimento de práticas sobre o método científico bem como sobre a ação

fungicida do extrato de própolis.

Salientamos que os PCNs assinalam que “os testes de reconhecimento de

substâncias e de suas propriedades, de caracterização e separação de misturas

serão úteis nos estudos sobre materiais, ao lado de outras fontes de informação”.

Assim, justificamos a escolha do teste do própolis como forma de oferecer aos

alunos oportunidade de tratamento com produto natural, a compreensão de seu

processo natural de produção e o interesse econômico para a região, atendendo,

desse modo, a essa orientação curricular.

As infecções fúngicas ocorrem como infecções nosocomiais em indivíduos

com sistema imunológico comprometido. De acordo com Harvey et al. (2008),

poucas espécies são responsáveis pela maioria das infecções clínicas importantes.

Acrescenta o autor que as doenças humanas causadas por fungos (micoses) são

classificadas pela localização na superfície ou no interior do corpo onde a infecção

ocorre. Essas infecções são chamadas cutâneas quando se limitam à epiderme,

subcutâneas quando penetram na pele e sistêmicas quando são profundas dentro

do corpo. As onicomicoses são infecções fúngicas que acometem as unhas das

mãos e dos pés, podendo ocorrer na matriz, no leito e na placa ungueal; também

funcionam como porta de entrada para infecções disseminadas em pacientes

imunocomprometidos, e podem causar dor, desconforto, limitações físicas e

ocupacionais frequentemente sérias (LIMA et al., 2007).

A onicomicose nada mais é do que uma infecção nas unhas determinada por

diversas espécies de fungos: dermatófitos, não dermatófitos e leveduras. A

distribuição desses diferentes patógenos não é uniforme e depende de vários

fatores, tais como clima, área geográfica e migração (MARTINS et al., 2007, p.596).

A onicomicose pode ser causada por fungos filamentosos ou leveduras, que

representa de 20% a 50% das onicopatias e 30% de todas as infecções micóticas

superficiais. Merecem destaque as leveduras, que até pouco tempo não eram

consideradas patogênicas para as unhas e têm sido responsáveis por 75% dos

casos de onicomicoses na Líbia (ELLABIB et al. apud SVIDZINSKI et al., 2007), por

59,1 % dos casos em Roma (MERCANTINI et al. apud SVIDZINSKI et al., 1996), e

por 49,1% dos casos na cidade do Rio de Janeiro (ARAÚJO apud SVIDZINSKI et

al., 2003). O aumento das onicomicoses se dá pelo aumento do número de

pacientes imunocomprometidos em detrimento do aumento da sobrevida de doentes

graves e da vida média da população.

Já existem estudos sobre a própolis em diversas áreas (FRANCO et al.;

BRUSCHI et al. apud SVIDZINSKI, 2007). A própolis é uma mistura de cera com

resinas de plantas, produzido normalmente pelas abelhas selvagens ou domésticas

e tem propriedades que protegem a colmeia de fungos e bactérias. As abelhas a

utilizam para vedar aberturas e revestir as paredes internas da colmeia, cobrir a

carcaça de invasores e para proteger a colônia de doenças graças a sua ação

antisséptica e propriedades antimicrobianas (SALATINO et al., 2005). Devido à

grande diversidade da flora brasileira, a composição da própolis encontrada no país

é muito variável (PARK et al., 2004).

Atualmente, vários estudos vêm sendo realizados com o objetivo de avaliar

as atividades da própolis e de seus componentes, principalmente no que se refere a

sua atividade antitumoral, antioxidante, antiinflamatória, antibiótica (AKAO et al.,

2003), antimutagênica (ALVES DE LIMA et al., 2005) e anticarcinogênica (BAZO et

al., 2002). Burdock apud Svidzinski (2007), em suas pesquisas, encontraram que as

abelhas formam a própolis misturando várias substâncias coletadas de espécies

variadas de plantas, e que essa mistura é composta de 47% de resina contendo

vitaminas, sais minerais, compostos fenólicos como flavonoides, ácidos graxos,

alcoóis aromáticos e ésteres. Porém, segundo os autores o destaque fica para os

flavonoides, responsáveis por ações antiinflamatórias, antimicrobianas e

antifúngicas. Ainda segundo estes autores, a própolis é de suma importância

farmacológica devido a suas propriedades terapêuticas e sua fácil obtenção. Está

comprovada sua ação antimicrobiana diante de vários agentes etiológicos, como,

por exemplo, as bactérias Gram positivas como Streptococcus pyogenes,

Staphylococcus aureus e Gram negativas Escherichia coli (BURDOCK apud

SVIDZINSKI, 1998; NIEVA, 1999; PACKER, LUZ, 2007) e leveduras, principalmente

Candida albicans (FERNANDES et al. apud SVIDZINSKI, 2007; DE CASTRO,

2001; OLIVEIRA et al., 2006).

Salientamos que nosso objetivo, neste trabalho, foi desenvolver no aluno,

através do método científico, a capacidade de identificar a ação e desenvolvimento

dos fungos “in vitro”, bem como a ação fungicida da própolis sobre eles.

O Projeto

Destacamos que o Projeto foi direcionado a alunos do oitavo ano (turma

composta por 32 alunos) do Ensino Fundamental da Escola Estadual Cecília

Meireles – EF, localizada no município de Santa Fé, PR, na disciplina de Ciências, e

o período de implementação ocorreu de 07/02/2013 a 26/06/2013.

Desenvolvemos as seguintes atividades:

Atividade 1 – Estudo teórico sobre a biologia dos fungos e identificação de sua

presença no contexto em que o estudante está inserido. Ministramos aulas

expositivas abordando as características biológicas dos fungos, sua inserção na

natureza e sua presença ao nosso redor. Estimulamos os estudantes a identificar a

presença dos fungos em seu cotidiano nos bolores, mofos e fermentos.

Atividade 2 – Realizamos o estudo sobre micoses, especialmente as onicomicoses

e suas formas de tratamento.

Nessa etapa, abordamos aspectos teóricos de diferentes espécies de fungos

patogênicos, enfatizando os causadores de micoses. Com a utilização de materiais

explicativos, discorremos sobre as características das lesões presentes nas unhas

assim como as principais espécies de fungos causadores, e por meio de imagens,

enfatizamos as características das onicomicoses. Os estudantes registraram em um

caderno, chamado de “diário de bordo”, as atividades desenvolvidas (Figura 1).

Figura 1 – Imagem evidenciando parte do diário de bordo de um dos estudantes do

oitavo ano da Escola Estadual Cecília Meireles, de Santa Fé, PR, participante deste

Projeto.

Fonte: Caderno de M.H.F. escaneado pela autora.

Atividade 3 – Fizemos o levantamento de lesões sugestivas de onicomicoses entre

familiares mediante fotografias (Figura 2).

Figura 2 – Fotografias de onicomicoses realizadas pelos estudantes do oitavo ano

da Escola Estadual Cecília Meireles, de Santa Fé, PR, participantes deste Projeto,

junto aos membros de suas famílias.

Fonte: a autora.

Atividade 4 – Realizamos a atividade experimental com o cultivo de fungos e o teste

da ação fungicida do extrato alcoólico de própolis.

Nessa etapa, os estudantes puderam observar na prática os fungos, suas

características morfológicas, de crescimento e inibição de crescimento. Trabalhamos

com o fungo Candida parapsilosis, de baixa patogenicidade, colonizador frequente

de mãos e causador de onicomicose em unhas da mão, especialmente entre

pessoas que mantêm as mãos úmidas por muito tempo.

A partir da levedura congelada em um banco de fungos, preparamos um

caldo de modo que essas espécies se tornassem ativas. Um inóculo de 2,5 – 5 x

105 Unidades Formadoras de Colônias (UFC) / ml foi preparado pelos alunos.

Partindo do caldo de cândida com concentração conhecida preparamos uma série

de tubos para a incubação do micro-organismo com diferentes concentrações de

extrato de própolis visando conhecer a concentração inibitória mínima desse

composto natural sobre o crescimento dos fungos (Figura 3).

Em tubos de ensaio estéreis com tampa de rosca a diluição foi preparada;

cada tubo de ensaio recebeu 0,5 mL de solução salina; 0,5 mL de suspensão de

levedura na concentração supramencionada e solução alcoólica de própolis diluída.

Figura 3 – Fotografias das atividades práticas realizadas pelos estudantes do oitavo

ano da Escola Estadual Cecília Meireles, de Santa Fé, PR, participantes deste

Projeto.

Fonte: a autora.

Etapas do Método Científico - Elaboração de hipótes es

Os estudantes formularam hipóteses a respeito dos efeitos do extrato de

própolis sobre os fungos (Figura 4).

Etapas do Método Científico - Coleta de dados

Os estudantes desenvolveram as etapas apresentadas abaixo do

experimento, anotando os resultados do experimento em seu caderno de campo

(Figura 4).

Figura 4 – Fotografias das anotações e avaliações realizadas pelos estudantes do

oitavo ano da Escola Estadual Cecília Meireles, de Santa Fé, PR, participantes deste

Projeto.

Fonte: a autora.

O experimento realizado nessa etapa consistiu dos seguintes testes:

Experimento-teste

0,5 mL de solução salina + 0,5 mL de suspensão de levedura +

0,5 mL de solução alcoólica de própolis concentradas.

0,5 mL de solução salina + 0,5 mL de suspensão de levedura +

0,5 mL de solução do tubo de ensaio anterior.

0,5 mL de solução salina + 0,5 mL de suspensão de levedura +

0,5 mL de solução do tubo de ensaio anterior.

0,5 mL de solução salina + 0,5 mL de suspensão de levedura +

0,5 mL de solução do tubo de ensaio anterior.

0,5 mL de solução salina + 0,5 mL de suspensão de levedura +

0,5 mL de solução do tubo de ensaio anterior.

0,5 mL de solução salina + 0,5 mL de suspensão de levedura +

0,5 mL de solução do tubo de ensaio anterior.

0,5 mL de solução salina + 0,5 mL de suspensão de levedura +

0,5 mL de solução do tubo de ensaio anterior.

0,5 mL de solução salina + 0,5 mL de suspensão de levedura +

0,5 mL de solução do tubo de ensaio anterior.

0,5 mL de solução salina + 0,5 mL de suspensão de levedura +

0,5 mL de solução do tubo de ensaio anterior.

0,5 mL de solução salina + 0,5 mL de suspensão de levedura +

0,5 mL de solução do tubo de ensaio anterior.

Os tubos foram mantidos por 72 horas na estufa a 35oC, período suficiente

para que o própolis exercesse sua ação. Depois de 72 horas, os tubos foram

mantidos em geladeira. Todo o experimento foi repetido em outros 10 tubos de

ensaio, nos quais foi colocado apenas o álcool sem a própolis, conforme

apresentamos abaixo.

Experimento controle

0,5 mL de solução salina + 0,5 mL de suspensão de levedura +

0,5 mL de solução alcoólica sem própolis, na mesma

concentração do usado para a preparação do extrato de

própolis.

0,5 mL de solução salina + 0,5 mL de suspensão de levedura +

0,5 mL de solução do tubo de ensaio anterior.

0,5 mL de solução salina + 0,5 mL de suspensão de levedura +

0,5 mL de solução do tubo de ensaio anterior.

0,5 mL de solução salina + 0,5 mL de suspensão de levedura +

0,5 mL de solução do tubo de ensaio anterior.

0,5 mL de solução salina + 0,5 mL de suspensão de levedura +

0,5 mL de solução do tubo de ensaio anterior.

0,5 mL de solução salina + 0,5 mL de suspensão de levedura +

0,5 mL de solução do tubo de ensaio anterior.

0,5 mL de solução salina + 0,5 mL de suspensão de levedura +

0,5 mL de solução do tubo de ensaio anterior.

0,5 mL de solução salina + 0,5 mL de suspensão de levedura +

0,5 mL de solução do tubo de ensaio anterior.

0,5 mL de solução salina + 0,5 mL de suspensão de levedura +

0,5 mL de solução do tubo de ensaio anterior.

0,5 mL de solução salina + 0,5 mL de suspensão de levedura +

0,5 mL de solução do tubo de ensaio anterior.

Posteriormente, com o auxílio de um palito de dentes, colocamos uma gota do

conteúdo do tubo em uma placa de Petri previamente preparada, na qual havia o

meio de cultura Agar.

Essa placa de Petri foi incubada em estufa a 37C, durante 48 horas, para o

crescimento do fungo; no fundo da placa de Petri foi escrito, com caneta apropriada,

o número do tubo do qual foi coletada a amostra. Após o período de incubação,

realizamos a leitura da placa, verificando se houve ou não crescimento de leveduras.

Podemos observar se o extrato de própolis inibiu o crescimento de leveduras e a

partir de que concentração isso ocorreu (Figura 5).

Figura 5 – Fotografias das placas de Petri após os procedimentos realizados para

avaliação do crescimento do fungo e a ação inibitória de diferentes concentrações

de própolis.

Fonte: a autora.

Atividade 5 – Interpretação dos resultados do experimento, estudo teórico sobre a

própolis e redação das conclusões finais.

Nessa etapa, os alunos construíram gráficos e tabelas para organizar os

dados coletados (Figura 1). Posteriormente, estudaram a teoria referente à própolis,

sua origem, constituição química e mecanismo de ação fungicida.

Etapas do Método Científico - Análise dos dados e t este das hipóteses

A partir dos dados coletados e dos gráficos construídos, os estudantes

avaliaram os resultados obtidos com a finalidade de responder às questões

levantadas e verificar as hipóteses elaboradas.

Etapas do Método Científico - Elaboração das conclu sões

Os estudantes elaboraram as conclusões a partir da análise dos dados e as

registraram em seus cadernos de campo.

Em seguida, fizemos questões abertas para que os estudantes respondessem

com o objetivo de avaliar a sua compreensão. Para verificar a compreensão das

hipóteses e do controle de variáveis, questionamos:

- "Por que um tubo tinha só álcool? O álcool matou os fungos?"

Obtivemos as respostas dos alunos:

- “Para provar que o álcool apenas não elimina os fungos. Não, não os matou”.

M.S.S.

- “Um tubo só tinha álcool para ver se ele matava os fungos e ele não matou

nenhum fungo”. I.S.V.

- “Para vermos si o álcool podia matar o fungo mas o álcool não teve efeito e não

prejudico o desenvolvimento das micoses”. M.H.F.

Verificamos ainda que os estudantes perceberam que na ciência a verdade

não é absoluta, mas sim relativa. Esse fato foi constatado pela percepção de que a

concentração da solução da própolis era tão importante quanto sua presença para o

combate ao fungo. Nesse sentido, indagamos:

- "A própolis matou os fungos no experimento? Em todas as concentrações?"

E os alunos responderam:

- “Sim, ele matou, mas não em todas as concentrações, pois em algumas sua

concentração estava baixa”. M.S.S.

- “A própolis matou os fungos basicamente ate o tudo de concentrasão”. M.C.

- “Sim, não pois a onde o antidoto era mais forte matol o crescimento dos fungos”.

M.H.F.

Com a finalização da análise dos resultados, verificamos que os alunos

perceberam ainda que em muitos casos os resultados devam ser confirmados, já

que os métodos observados podem ser falhos e a segurança os resultados requer

confirmação. A esse respeito, inquirimos:

- "Como podemos verificar se os fungos estavam ou não mortos?"

As respostas obtidas foram as seguintes:

- “Porque colocamos uma gotinha em cada número que estava em uma placa sólida

de Agar e depois de colocá-la em uma estufa percebemos que os números que a

gota ficou mais escura são as que matou os fungos”. F.T.P.

- “Uma gota de cada tubo adicionada a placa do meio de cultura sólido, deixar em

estufa a 35° C por que a temperatura do nosso corpo é quase essa por 24 horas

mais tudo isso depois de 72 horas’. M.D.C.S.

Por fim, observamos que a atividade possibilitou que os alunos

transpusessem o conhecimento científico para o cotidiano. Dessa forma,

perguntamos:

- "Para tratar uma micose, você usaria água, álcool ou solução de própolis?

Por quê?"

- “Solução de própolis, pois é a única das três opções que realmente age contra os

fungos”. M.S.S.

- “Para matar os fungos, eu recomendo solução de própolis porque ela sim teve

resultados comprovados”. I.S.V.

- “Para melhor resultado, o certo seria usar a solução do própolis, porque a própolis

possui ação fungicida”. G.B.S.

Considerações Finais

Por meio da aplicação desta Intervenção Pedagógica junto aos alunos do

Ensino Fundamental, concluímos que foi possível contribuir para que estes, através

de uma prática experimental, como o teste da ação fungicida da própolis, possam

compreender o método científico e suas etapas.

Esta pesquisa contribuiu também para a formação de alunos críticos e

participativos, pois lhes ofereceu um conhecimento geral acerca dos fungos, seu

desenvolvimento, reprodução, classificação e doenças, entre elas as onicomicoses.

Os alunos também tiveram um conhecimento geral sobre a sociedade de abelhas e

como ocorre a produção da própolis e sua função na colmeia. O conhecimento

teórico conquistado pelos alunos e relacionado ao seu dia a dia, as micoses de

unha, juntamente com as aulas práticas realizadas no MUDI (Museu Dinâmico

Interdisciplinar), que testaram a ação fungicida da própolis, levaram os alunos do

Ensino Fundamental a concluir que o estrato de própolis pode ser usado no

tratamento de micoses de unhas e podem transmitir esses conhecimentos para

outras pessoas fazer uso da solução de própolis no tratamento de micoses.

Referências

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