desaparecimento da infancia

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O DESAPARECIMENTO DA INFÂNCIA – NEIL POSTMAN Prof. Me. Gescielly Tadei

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O DESAPARECIMENTO DA INFÂNCIA – NEIL POSTMAN

Prof. Me. Gescielly Tadei

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REFERÊNCIAS

HENRIQUES, Isabella; FONTANELLE, Lais. Mercantilização da Infância: um problema de todos. Disponível em: www.alana.org.br. Acesso em 10 fev 2012.

POSTMAN, Neil. O desaparecimento da infância. Rio de Janeiro: Graphia, 1999;

RESUMO. O desaparecimento da infância – Neil Postman.

www.criancaeconsumo.org.br

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QUEM FOI NEIL POSTMAN?

Escreveu mais de 20 livros, traduzidos para mais de trinta países;

Boa parte deles trata da conexão entre mídia e educação, com destaque especial, na avaliação do próprio autor, para O desaparecimento da infância, livro publicado no Brasil, em 1999, pela Graphia Editorial.

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QUEM FOI NEIL POSTMAN?

Professor da Universidade de Nova York;

Toda a sua obra se caracteriza pela linguagem fluente e ágil, agudo senso de humor;

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QUEM FOI NEIL POSTMAN?

Para quem gostou da leitura, há a possibilidade de expandir o conhecimento

http://www.neilpostman.org/

Na página você encontra artigos e os demais títulos de livros publicados pelo autor.

Boa leitura!

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O DESAPARECIMENTO DA INFÂNCIA

Este livro mostra de onde veio a idéia de infância, por que floresceu durante 350 anos e por que está desaparecendo hoje.

O livro é dividido em duas partes, sendo a primeira sobre o aparecimento da infância, como uma construção social surgida a partir das condições de comunicação que a tornaram inevitável.

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A INFÂNCIA EM UMA ESTRUTURA SOCIAL INEVITÁVEL

A segunda parte situa-se nos tempos atuais e mostra como a passagem do mundo de Guttenberg para o de Samuel Morse transformou a infância em uma estrutura social inevitável.

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SAMUEL MORSE

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MEIOS DE COMUNICAÇÃO E SOCIALIZAÇÃO

O autor mostra como os meios de comunicação afetam os processos de socialização a partir da ideia de que a prensa tipográfica criou a infância e de que a mídia eletrônica a fez desaparecer.

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PREZADOS ACADÊMICOS…

Embora eu não tenha pedido a leitura da primeira parte do livro a vocês, salientarei apenas do que se trata o conteúdo…

Vocês verão que o mesmo é uma breve síntese do que vimos, porém com acréscimos importantes para o seu processo de aprendizado…

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IDEIA DE INFÂNCIA

Na primeira parte, intitulada 'A invenção da infância', o autor discorre sobre o surgimento da ideia de infância a partir da invenção da prensa tipográfica no século XVI.

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OS GREGOS E A INFÂNCIA

Primeiramente, ele mostra como os gregos, apesar de não haver restrições morais ou legais a respeito da prática do infanticídio, deram o prenúncio da ideia de infância ao inventar a ideia de escola.

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OS ROMANOS E A INFÂNCIA

Os romanos tomaram emprestada a ideia grega de escolarização e a ela adicionaram a noção de vergonha, o que pode ser considerado um passo crucial na evolução do conceito de infância.

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DESAPARECIMENTO DO TERMO INFÂNCIA

As invasões bárbaras, juntamente com o colapso do Império Romano e a imersão da Europa na idade das trevas e na Idade Média, fizeram o conceito do termo ‘infância’ desaparecer junto com a capacidade de ler e escrever; junto com a educação e o sentimento de vergonha.

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IDADE MÉDIA – CRIANÇA = ADULTO

O que aconteceu na Idade Média foi que todas as importantes interações sociais aconteciam oralmente (através da fala), face a face, e assim permitiram a entrada das crianças no mundo dos adultos.

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LEITURA E IDADE ADULTA

A leitura cria uma separação entre aqueles que podem e que os que não podem ler.

A leitura é o flagelo da infância uma vez que cria também a idade adulta, pois ser adulto implica ter acesso aos segredos culturais codificados em símbolos.

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MUNDO MEDIEVAL = SEM IDEIA DE CRIANÇA

Podemos dizer que no mundo medieval não havia nenhuma ideia de desenvolvimento infantil, nenhuma concepção de pré-requisitos de aprendizagem sequencial, assim como nenhuma concepção de escolarização como forma de preparação para o mundo adulto.

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IDADE MÉDIA = CRIANÇA INVISÍVEL

A criança da Idade Média vivia na mesma esfera social dos adultos, pois tinha acesso à quase todos os comportamentos comuns à cultura. Não havia, em separado, o mundo da infância. No mundo medieval, a criança era invisível.

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IMPRENSA = IDADE ADULTA = CAPACIDADE DE LEITURA

A partir do surgimento da imprensa e da alfabetização socializada, um novo ambiente comunicacional ganhou forma, e foi quando a imprensa criou uma nova definição de idade adulta, baseada na capacidade de ler, e de infância, baseada na incompetência de leitura.

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CRIANÇA “EXPULSA DO MUNDO ADULTO” = INFÂNCIA

A partir do advento da tipografia, que criou um novo universo simbólico, as crianças foram expulsas do mundo dos adultos, sendo necessária a criação de um novo mundo para elas habitarem; e este mundo veio a ser chamado de 'infância'.

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O LIVRO IMPRESSO

Com o livro impresso, iniciou-se outra “tradição”, como o isolamento do leitor e o narcisismo do escritor, o que levou ao sentimento individualista. E esse sentimento exacerbado do eu, foi, segundo o autor, a semente que levou, por fim, ao florescimento da infância.

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OS QUE SABIAM LER E OS QUE NÃO SABIAM

Mas, é óbvio que o individualismo sozinho não inventou a infância, como a lacuna de conhecimento o fez.

Formou-se uma divisão explícita entre aqueles que sabiam ler e aqueles que não sabiam.

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HOMEM LETRADO CRIADO

A mídia impressa acarretou modificações de outra ordem: a forma do livro impresso instituiu um novo modo de organizar o conteúdo e, consequentemente, o pensamento.

Quando o homem letrado foi “criado”, as crianças foram deixadas para trás.

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MUNDO MEDIEVAL = TODOS NO MESMO AMBIENTE

O mundo medieval não necessitava da ideia de infância, já que todos compartilhavam o mesmo ambiente informacional e viviam no mesmo mundo social e intelectual.

Depois do surgimento da prensa, os jovens tiveram que se tornar adultos, e, para isso, precisaram aprender a ler, o que prescindia de educação.

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INFÂNCIA EM NECESSIDADE

Foi assim que a infância transformou-se em uma necessidade!

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CRIANÇA = OBJETO DE RESPEITO

Para o autor, a criança tornou-se, aos poucos, objeto de respeito, que necessitava de separação e proteção frente ao mundo adulto. Todos esses acontecimentos são sinais do surgimento de uma nova classe de pessoas que falavam, vestiam-se, aprendiam e pensavam diferentemente dos adultos.

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CRIANÇA = SEM CONDIÇÕES DE OUVIR TUDO!

Vale colocar que quando o conceito de infância foi desenvolvido, a sociedade criou segredos a serem ocultados dos jovens.

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1850 = INFÂNCIA, UM FATO SOCIAL

Quando o modelo de infância tomou forma, o modelo de família moderna também foi transformado. A tarefa do adulto passou a ser preparar a criança para a administração do mundo simbólico do adulto.

Na década de 1850, os séculos da infância tinham feito seu trabalho, e a partir de então a infância era não só um princípio, mas um fato social.

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SÉC. XVIII – CRIANÇA COMO MÃO DE OBRA BARATA

Cada nação tentou entender a infância segundo sua cultura, e no século XVIII, com a crescente industrialização e a necessidade de trabalhadores nas fábricas inglesas, a natureza especial das crianças ficou subordinada à sua utilidade como mão de obra barata.

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SÉC. XVIII – FASE TAMBÉM DE UM OLHAR PARA A INFÂNCIA

Contrariamente a esse fato, iniciou-se, também no século XVIII, um movimento por toda a Europa, a partir da ideias iluministas da Revolução Francesa, em prol de uma concepção mais humanitária da infância, e que se deveu em parte ao aumento do senso de responsabilidade governamental pelo bem-estar das crianças.

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LOCKE E ROSSEAU

O autor mostra como grandes pensadores, tais como Locke e Rousseau, contribuíram significativamente para discussões a respeito da infância.

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LOCKE

Locke promoveu a ideia de infância a partir da teoria de que a criança é uma tábula rasa, como uma folha em branco, que vai ser preenchida ao longo de sua educação.

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ROSSEAU

Já Rousseau tem uma visão mais naturalista de infância ao dizer que seu crescimento é orgânico e natural, não carecendo, portanto, de educação.

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LOCKE + ROSSEAU = PREOCUPAÇÃO COM A CRIANÇA

Ambos os autores tinham uma preocupação com o futuro: Locke queria que a educação resultasse em um livro, e Rousseau, em uma flor saudável.

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FREUD E DEWEY

Dois autores posteriores, tais como Freud e Dewey, vêm cristalizar o paradigma básico da infância que vinha se formando desde a invenção da prensa – de que a criança precisa de cuidados especiais – a partir de questionamentos de como podemos equilibrar as exigências da civilização com as exigências da natureza infantil.

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FREUD E DEWEY

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FREUD E DEWEY

Esses questionamentos originam dois importantes livros: “Interpretação dos sonhos” e “Escola e sociedade”, de Freud e Dewey respectivamente.

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FREUD

Segundo Freud, a criança tem uma inegável estrutura, bem como um conteúdo especial em sua mente – sexualidade. As crianças estão impregnadas de complexos de pulsões psíquicas instintivas.

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FREUD + DEWEY = RESPEITO MAIOR PELA CRIANÇA

Vale destacar que, para ambos os autores, a criança é detentora de suas próprias regras de desenvolvimento e de um certo encanto, curiosidade e verdade que não devem ser sufocados: suas necessidades devem ser atendidas em função do que ela é, e não do que ela será.

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A SEGUNDA PARTE DO LIVRO…

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TELEVISÃO

Na segunda parte do livro, intitulada 'O desaparecimento da infância', o autor mostra que, com a televisão, a hierarquia da informação desmorona, e, consequentemente, desmoronam também as diferenças entre adultos e crianças.

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UMA PROGRAMAÇÃO PARA TODAS AS IDADES…

As imagens da televisão estão disponíveis para todos, independentemente das idades. Para o autor, o ponto essencial que contribui para o “desaparecimento da infância” está localizado no fato de que a TV apresenta informação de uma forma indiferenciada em sua acessibilidade, o que significa que ela não precisa fazer distinção entre as categorias 'criança' e 'adulto'.

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UMA PROGRAMAÇÃO PARA TODAS AS IDADES…

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1850- 1950 = CRIANÇA COMO CRIANÇA

Ele começa o capítulo mostrando que o período entre 1850 e 1950 representa a sedimentação da infância, em que as crianças eram alvo de atenção exclusiva, pois foram feitas tentativas bem-sucedidas de retirá-las das fábricas e colocá-las nas escolas, dentro de suas próprias roupas, de seu próprio mobiliário, literatura, ou melhor, de seu mundo social.

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CRIANÇA DIFERENTE DO ADULTO

Em muitas leis, as crianças foram classificadas como qualitativamente diferentes dos adultos e, assim sendo, foi-lhes atribuído um estatuto diferencial e preferencial estabelecido para proteção contra os caprichos da vida adulta.

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FAMÍLIA MODERNA

Esse foi também o período em que se moldou o estereótipo da família moderna. A infância passou, inevitavelmente, a ser definida como categoria biológica, e não como produto de uma cultura.

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SEDIMENTAÇÃO E DESMORONAMENTO

Vale destacar a ironia contida nesses dados, que mostram que o mesmo período que serviu para sedimentar a infância foi aquele em que começou seu desmoronamento.

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INFORMAÇÃO IMPESSOAL E GLOBAL

Podemos atribuir, segundo o autor, a Samuel Morse a paternidade da 'era sem crianças' a partir da invenção do telégrafo, que mudou o caráter da informação do pessoal e regional para o impessoal e global.

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SIMULTANEIDADE E INSTANTANEIDADE

O telégrafo elétrico foi o primeiro meio de comunicação a permitir que a velocidade da mensagem ultrapassasse o corpo humano rompendo o vínculo histórico entre transporte e comunicação.

Essa invenção levou a um mundo de simultaneidade e instantaneidade que foi além da experiência humana, pois eliminou de uma tacada só o tempo e o espaço como dimensões da comunicação.

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INFORMAÇÃO PARA TODO O PÚBLICO

Segundo o autor, tudo isso teve repercussões na infância, já que esse conceito é fruto de um ambiente em que uma forma especial de informação – controlada por adultos – tornava-se pouco a pouco disponível para crianças.

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INFORMAÇÃO

O telégrafo extorquiu o lar e a escola do controle da informação. Paralelamente ao desenvolvimento da comunicação elétrica, desenvolveu-se a “revolução gráfica”, que colocou um novo mundo aos olhos dos homens – com cartazes e anúncios de todas as formas.

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IMAGEM VALE MAIS QUE PALAVRAS

A imagem tomou o lugar da palavra, e a partir daí surgiu um mundo simbólico – que não pôde sustentar as hierarquias sociais e intelectuais que tornavam a infância possível.

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EUA

Durante esses cem anos (entre 1850 e 1950), surgiu também a maior ironia: existiu um esforço enorme para tornar os Estados Unidos um país letrado ao mesmo tempo em que a velocidade elétrica e a imagem produzida em massa corroboraram para minar tal atitude.

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1950 – INÍCIO DO DESAPARECIMENTO DA INFÂNCIA

A infância, nessa mesma época, tornou-se um acessório permanente, apesar de obsoleta. O autor escolheu precisamente o ano de 1950 para datar o início do “desaparecimento da infância”, quando a televisão instalou-se na maioria das casas americanas juntando as revoluções elétrica e gráfica.

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PONTO CHAVE = TELEVISÃO

Postman enxerga na televisão a base histórica de uma linha divisória entre a infância e a idade adulta, uma vez que, ao contrário dos livros, não há hierarquia de compreensão; a imagem é para todos.

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TELEVISÃO = RECEPÇÃO

Para o autor, assistir à televisão não requer concepção, e sim recepção. Vale destacar que o autor diz que não apenas a forma simbólica da televisão , mas também a física, não se presta à exclusividade.

Evidence - Godfrey Reggio (março, 1995)

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TELEVISÃO DESTRÓI A LINHA ENTRE ADULTO E CRIANÇA

Para fechar seu pensamento, Postman descreve que a televisão destrói a linha divisória entre infância e idade adulta por três motivos:

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PRIMEIRO

Primeiro porque não requer aprendizagem específica;

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SEGUNDO

Segundo porque não faz exigências complexas à mente ou ao comportamento;

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TERCEIRO

E terceiro porque não segrega o público.

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INFÂNCIA SEM SEGREDOS…

O novo ambiente midiático que surgiu fornece a todos as mesmas informações sem segredos.

E, sem segredos, não pode haver algo como a infância.

Exemplo: Datena – programa exibido na rede Bandeirantes diariamente ao final da tarde

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TECNOLOGIA COM ENTRADA FRANCA

A televisão escancara tudo: coloca público o que antes era do domínio privado e elimina a exclusividade do conhecimento mundano.

Ela é uma tecnologia com entrada franca.

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E ENTÃO?

Mas qual será o preço dessa suposta sinceridade? Se as crianças desde cedo conhecerem mistérios e segredos, como faremos a distinção delas perante os adultos?

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ESTÁ TUDO NA TELINHA

Diante desse cenário, vale colocar que não só a curiosidade da criança perde terreno, como também a autoridade do adulto. Nos tempos da mídia eletrônica não há mais o espanto da descoberta ou perguntas a serem feitas uma vez que a criança não precisa de esforços para conseguir respostas: está tudo na telinha.

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CONTROLE DE IMPULSOS

Segundo autores do desenvolvimento infantil, a criança tem necessidade da crença em uma autoridade para construir o controle dos seus impulsos violentos, além da crença no que é certo e errado.

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FECHAM-SE AS PORTAS DOS JARDINS DE INFÂNCIA

Sem leis ou garantias, as crianças acham difícil ter esperança, coragem ou disciplina no futuro. Nos tempos atuais, a televisão abre as portas do armário mostrando as alegrias do consumismo.

A televisão abre as janelas para o mundo ao mesmo tempo em que fecha as do jardim da infância.

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CONSUMISMO

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PROPAGANDA = DESEJO DE TODOS

Em um segundo momento, o autor discute a propaganda como mais um meio que visa não distinguir adultos de crianças e que usa uma linguagem altamente emotiva que não exige uma lógica para fazer negócios, diferentemente da época mercantilista, quando vendedor e comprador estavam capacitados a negociar sob uma base racional.

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TECNOLOGIA

O autor enxerga a propaganda como um discurso que não só utiliza a retórica religiosa, como se aproxima dela, o que indica uma substituição da fé religiosa pela fé na tecnologia.

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A VULNERABILIDADE DA CRIANÇAA VULNERABILIDADE DA CRIANÇAA VULNERABILIDADE DA CRIANÇA

“O consumidor-criança pode ser facilmente capturado pela cultura do consumo que, inserida num mundo simulacional, faz com que realidade e imagem não possam mais ser diferenciadas com nitidez. A construção subjetiva do homem contemporâneo está, neste final de século, absolutamente contaminada pelo uso que fazemos das imagens que atravessam e se sobrepõem nas relações cotidianas.”

Solange Jobim, Subjetividade em questão: a infância como crítica da cultura

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CULTURA E CONSUMO

Relações Afetivasmediadas pelas

Relações de Consumo

Produtos e Serviços são ingressos sociais

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A CULTURA DO CONSUMO

Documentário: criança a alma do negócio

José Roberto Torero (1996)

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A PUBLICIDADE DIRIGIDA ÀS CRIANÇAS

Fatores que mais influenciam o consumo de produtos infantis em geral:

1º) Publicidade na TV

2º) Personagem Famoso

3º) Embalagens

Fonte: Pesquisa Interscience, outubro de 2003

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A PUBLICIDADE DIRIGIDA ÀS CRIANÇAS

Mundo Feliz – McDonald´s (comercial 30”)

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PUBLICIDADE DIRIGIDA ÀS CRIANÇAS

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PUBLICIDADE DIRIGIDA ÀS CRIANÇAS

Outdoor veiculado na cidade de Londrina (PR) - divulgação da coleção de inverno 2008 Lilica Ripilica/Marisol

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PUBLICIDADE DIRIGIDA ÀS CRIANÇAS

www.trakinas.com.br - website bolachas recheadas Trakinas – Kraft Foods Brasil

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HOMOGEINIZAÇÃO DAS MENTALIDADES

Para fechar seu pensamento, o autor mostra que a televisão tornou desnecessária a distinção entre adultos e crianças, pois sua natureza visa homogeneizar as mentalidades.

Ele evidencia o “desaparecimento da infância” através de dados, tais como a fusão dos gostos de crianças e adultos.

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A PUBLICIDADE COMO EDUCAÇÃO INFORMAL

4h50m11sÉ o tempo médio diário que a criança brasileira

assiste TV.

Fonte: Painel Nacional de Televisores (IBOPE/2007) – crianças entre 4 e 11 anos, classe ABC.

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A PUBLICIDADE COMO EDUCAÇÃO INFORMAL

Bastam 30 segundos para uma marca de

alimentos influenciar uma

criança.Fonte: Associação Dietética Norte Americana - Borzekowiski / Robinson

82

A PUBLICIDADE COMO EDUCAÇÃO INFORMAL

70% das crianças de 3

anos reconhecem o

símbolo do McDonald´s,

mas apenas metade sabe

seu sobrenome.

Fonte: Commercialisation of Childhood - Compass, Reino Unido, dezembro de 2006

83

CRIANÇA COMO PROMOTORA DE VENDAS

A publicidade que é dirigida à criança não se refere necessariamente a produtos ou serviços dirigidos a ela.

Muitos produtos e serviços destinados ao público adulto têm suas publicidades dirigidas ao público infantil.

84

CRIANÇA COMO PROMOTORA DE VENDAS

As crianças participam do

processo decisório de 80% das

compras da casa.

Fonte: Pesquisa Interscience, outubro de 2003

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HORA DA FUZARKA - RENNER

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CONSEQUÊNCIA PARA A CRIANÇA

Consumismo infantil

Formação de valores materialistas

Obesidade infantil

Distúrbios alimentares

Erotização precoce

Estresse familiar

Diminuição de brincadeiras criativas

Violência pela busca de produtos caros

Consumo precoce de álcool e tabaco

Encorajamento do egoísmo, da passividade, do conformismo

Enfraquecimento dos valores culturais e democráticos

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ESSE É UM PROBLEMA DE TODOS

Foto: http://www.banksy.co.uk/drawing/draw_frameset.html

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E A HIERARQUIA?

O autor conclui seu pensamento dizendo que, se olharmos de perto o conteúdo da TV, poderemos encontrar uma precisão não só da ascensão da criança 'adultizada', mas também a do adulto infantilizado.

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POR QUE PRESERVAR A INFÂNCIA?

A criança é o pai do homem.William Wordsworth

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DESAPARECIMENTO DA INFÂNCIA

Para Postman, os pressupostos tradicionais sobre a singularidade das crianças estão desaparecendo nesses tempos de mídia eletrônica, e a infância, por ser um artefato social e não uma necessidade biológica, desapareceu com o advento das mídias eletrônicas.

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REVISTA ATREVIDINHA

Fonte: Editorial de moda com reportagem sobre lojas e preços da revista 'Atrevidinha - a revista da pré-adolescente', indicada para meninas de 8 a 12 anos, edição nº42, setembro/2007.

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INSUSTENTABILIDADE GERAL

• Moral

• Ética

• Social

• Econômica Pública e Privada

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AÇÃO CONJUNTA

• Família

• Escolas

• Movimentos Sociais

• Organizações do 3º Setor

• Empresariado

• Estado

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PROJETOS EM ANDAMENTO…

http://www.alana.org.br/CriancaConsumo/Biblioteca.aspx?v=4&pub=4

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PROJETOS PARA PROTEÇÃO DA CRIANÇA CONTRA O CONSUMO

Chocolates Garoto: Audiência Pública

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MOVIMENTO DE MERCADO

• TV Cultura: não veiculação de comerciais dirigidos às crianças

• Nestlé: compromisso assumido no Brasil

• Setor alimentício: compromissos internacionais das maiores empresas

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LEGISLAÇÃO BRASILEIRA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

“Art. 227. É dever da família, da sociedade e do

Estado assegurar à criança e ao adolescente, com

absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à

alimentação, à educação, ao lazer, à

profissionalização, à cultura, à dignidade, ao

respeito, à liberdade e à convivência familiar e

comunitária, além de colocá-los a salvo de toda

forma de negligência, discriminação, exploração,

violência, crueldade e opressão. (...)”

98

LEGISLAÇÃO BRASILEIRAECA

“Art. 17. O direito ao respeito consiste na

inviolabilidade da integridade física,

psíquica e moral da criança e do

adolescente, abrangendo a preservação

da imagem, da identidade, da autonomia,

dos valores, idéias e crenças, dos espaços

e objetos pessoais.”

99

LEGISLAÇÃO BRASILEIRACÓDIGO DE DEFESA DO

CONSUMIDOR

“Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.

§2º É abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de

qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo

ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e

experiência da criança, desrespeite valores ambientais, ou

que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de

forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. (...)”

100

ABUSIVIDADE DA PUBLICIDADE DIRIGIDA À CRIANÇA

A publicidade voltada ao público

infantil é intrinsecamente

carregada de abusividade.

Para seu sucesso se vale

justamente da deficiência de

julgamento e experiência da

criança.

101

ABUSIVIDADE DA PUBLICIDADE DIRIGIDA À CRIANÇA

A comunicação mercadológica que

se dirige à criança não é ética.

Utiliza técnicas e subterfúgios de

convencimento dirigidos a uma

pessoa presumidamente

hipossuficiente.

102

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

“Art. 36. A publicidade deve ser

veiculada de tal forma que o

consumidor, fácil e

imediatamente, a identifique

como tal.”

103

ABUSIVIDADE DA PUBLICIDADE DIRIGIDA À CRIANÇA

As crianças não têm condições de

entender as mensagens publicitárias

que lhes são dirigidas; não

conseguem:

> distinguí-las da programação;

> compreender seu caráter

persuasivo;

104

VULNERABILIDADE EXACERBADA DA CRIANÇA

As crianças não conseguem

identificar a publicidade como tal.

Daí a violação ao princípio da

identificação da mensagem

publicitária.

105

EXEMPLOS DE OUTROS PAÍSES EM PROL DA PROTEÇÃO DA CRIANÇA

SUÉCIA

> É proibida a publicidade dirigida à criança menor

de 12 anos, em horário anterior às 21h;

> É proibido qualquer tipo de comercial que seja

veiculado durante, imediatamente antes ou depois

dos programas infantis – seja de produtos

destinados ao público infantil ou ao adulto;

> É proibido o uso de pessoas ou personagens em

comerciais de TV, principalmente se desempenham

papel proeminente em programas infantis;

106

EXEMPLOS DE OUTROS PAÍSES EM PROL DA PROTEÇÃO DA CRIANÇA

INGLATERRA

> É proibida a publicidade de alimentos com alto

teor de gordura, sal e açúcar dentro e durante a

programação de TV com apelo ao público menor

de 16 anos, a qualquer hora do dia ou da noite,

em qualquer canal de TV;

> É proibido o uso, nas imagens de TV, de cortes

rápidos e ângulos diferentes para não confundir

a criança;

> É proibido o uso de efeitos especiais que

insinuem que o produto possa fazer mais do que

faz;

107

EXEMPLOS DE OUTROS PAÍSES EM PROL DA PROTEÇÃO DA CRIANÇA

EUA

> Limite de 10min30s de publicidade por

hora nos finais de semana;

> Limite de 12min de publicidade por hora

nos dias de semana;

> Proibida a publicidade de sites com

propósitos comerciais na programação de TV

direcionada a menores de 12 anos;

> PL: proibição de publicidade de alimentos

de baixo valor nutritivo nas escolas;

108

EXEMPLOS DE OUTROS PAÍSES EM PROL DA PROTEÇÃO DA CRIANÇA

CANADÁ

> É proibida a publicidade de produtos

não destinados a crianças em programas

infantis;

> Pessoas ou personagens conhecidos

pelas crianças não podem ser usados

para endossar ou pessoalmente promover

produtos, prêmios ou serviços;

> A televisão pública não exibe qualquer

publicidade durante programas infantis,

nem imediatamente antes ou depois;

109

EXEMPLOS DE OUTROS PAÍSES EM PROL DA PROTEÇÃO DA CRIANÇA

CANADÁ

> Nenhuma estação de TV pode transmitir

mais de 4min de publicidade comercial a

cada meia hora de programação para

crianças ou mais de 8min por hora quando

os programas forem de duração maior;

> Na província de Quebec é proibida

qualquer publicidade de produtos

destinados a crianças de até 13 anos, em

qualquer mídia;

110

FIQUE ATENTO…

www.criancaeconsumo.org.br