“desafios do ensino superior em face das transformações...
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“Desafios do Ensino Superior em face das transformações culturais e
tecnológicas” Profa. Dra. Francely Aparecida dos Santos
Unimontes/MG
“A ditadura vai salvar o Brasil” (1930-1932), era o que
proclamavam as vozes brasileiras nesse período de nossa história.
“Por volta de onze e meia da noite naquele 25 de fevereiro de 1932, uma quinta-feira, os habituais frequentadores da Praça Tiradentes, mais famoso reduto da boemia carioca à época, tiveram a atenção voltada para o som do motor de pesados caminhões na rua em frente. Sambistas, atores, coristas, músicos e malandros que sempre lotavam os cafés do local até alta madrugada assistiram com surpresa à passagem do comboio composto de três enormes veículos de carga, apinhados de soldados do Exército. Eram cerca de 180 homens fardados. Todos com fuzis, pistolas e submetralhadoras em punho”(NETO, 2013, p.13).
• Seria muito confortável conversarmos sobre as nossas preocupações “corriqueiras”, sem levar em
consideração tudo que esta acontecendo. • Conversarmos hoje, e levantarmos os
desafios que nos perseguem à décadas, sem enxergar o maior deles que está a nossa frente, pode se considerar um
equivoco.
• Manter a democracia... • Manter as IES públicas com suas
respectivas funções e responsabilidades sociais... • Manter a autonomia
universitária... • Manter a luta e a coragem...
• O ensino universitário tem sua importância proclamada tanto pela
retórica oficial como pelo senso comum predominante no seio da sociedade (SEVERINO, 2009).
• É-lhe atribuída significativa participação na formação dos profissionais dos
diversos campos e na preparação dos quadros administrativos e das lideranças culturais e sociais do país, sendo visto
como poderosos mecanismos de ascensão social (...) (SEVERINO, 2009).
Mas...quais são nossos outros desafios?
• Cumprimento do Plano Nacional de Educação. Em Minas Gerais ainda
não temos o Plano Estadual aprovado e ainda temos 2 municípios ( dos
853) sem o Plano Municipal aprovado.
• Parece que estamos sempre correndo atrás de uma situação nunca
alcançável, numa expectativa de que o ensino superior se adequasse de uma forma definitiva ao tecido das exigências do modelo de sociedade
do momento.
• Com o congelamento dos gastos em saúde e educação, ficamos instáveis
e com muitas incertezas (PEC 241 ou PEC 55, que congela as despesas do
Governo Federal, com cifras corrigidas pela inflação, por até 20
anos).
• Paradoxo: ofertamos vagas e matrículas, mas não conseguimos
formar todas as turmas (IES públicas). Mas temos somente de 15% a 16% dos jovens brasileiros frequentando o ensino superior.
• Eles se matriculam, mas não permanecem.
• Melhoramos o acesso e a matrícula, mas não sustentamos a permanência
e nem o sucesso na formação.
• Um dos compromissos da universidade com a construção de uma sociedade na
qual a vida individual seja marcada pelos indicadores da cidadania, e da vida
coletiva, pelos indicadores da democracia, tem sua gênese e seu
fundamento na exigência ético-política da solidariedade que deve existir entre os
homens (SEVERINO, 2009).
• Manutenção das Licenciaturas: valorização dos professores,
condições de trabalho, infraestrutura mínima necessária, piso salarial nacional, BNCCs, Resolução nº
02/2015-CNE, distanciamento da Educação Básica, cursos de licenciaturas com “cara” de
bacharelado...
• É tendência mundial, que vai impondo a todos os países a minimização do Estado, a total priorização da lógica do mercado na condução da vida social, o incentivo à
privatização generalizada, a defesa do individualismo, do consumismo, da competividade, da iniciativa privada
(SEVERINO, 2009).
• Valorização e investimentos da/na graduação: divisão dos professores
atuantes na graduação (alguns professores- doutores- envolvidos nos programas de pós-graduação stricto
sensu não tem preferência em ministrar aulas na graduação e ocupam a carga horária mínima), havendo a quebra do tripé que compõe uma universidade.
• Comprometida com o conhecimento e tendo responsabilidade social, a
universidade precisa estar comprometida também por
decorrência, com a extensão, o ensino e a pesquisa.
• Sem dúvida, o núcleo forte da vida universitária, o seu polo magnético, a
sua razão de ser, é o ensino de graduação ( SEVERINO,
2009)...fortificado pelo tripé - ensino, pesquisa e extensão.
• Enfrentamentos diante da necessidade de inovar para atender as justas necessidades surgidas no seio da sociedade: oferta de
cursos “modernos”, de matrículas e horários diferenciados, de carga horária
que permitam aos acadêmicos maior tempo de estudo e maior flexibilidade e
mobilidade acadêmica, para por exemplo, receber acadêmicos trabalhadores.
• Desde 1990, que buscamos implementar uma política de
diversificação e diferenciação, com vistas a reconfigurar o sistema de educação superior, associando os
princípios de flexibilidade vinculados à construção do trabalho intelectual
autônomo.
• Ausência de formação pedagógica institucionalizada: os professores podem ter nas IES um processo
reflexivo de formação, nos moldes da Pedagogia Universitária.
• Diálogo entre os cursos de Educação a Distância e os cursos presenciais: a distância e operacionalização entre os dois fica somente no âmbito da discussão e o estado não “assume” a EaD.
• Na verdade os desafios das universidades são os mesmos de toda a educação, em
todos os níveis e modalidades, resumindo-se no conflito dilemático que
atravessa a sociedade brasileira na atualidade.
• No entanto, ao final, ainda reafirmo o desafio da própria sobrevivência
conforme seus pilares e concepções basilares.